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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE MOÇAMBIQUE

LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

CONTABILIDADE FINANCEIRA IV

CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS

1. PERÍMETRO DE CONSOLIDAÇÃO
 Deve-se considerar apenas, no conjunto consolidado, as empresas sobre as quais a
sociedade-mãe, exerce unicamente uma influência forte e desempenha, portanto, um
papel na sua gestão.

 Esta questão está ligada à da definição de controlo. É preciso determinar o grau de


influência que exerce a empresa-mãe sobre as empresas em causa.

 Na maioria dos casos existe a percepção que o poder de controlo depende directa e
proporcionalmente da percentagem de capital detida.
No entanto, convém distinguir:
 Percentagem de controlo;
 Percentagem de participação.
Percentagem de controlo
 Exprime o grau de dependência das sociedades participadas relativamente à
sociedade-mãe. Representa a % de capital que a empresa participante (sociedade-mãe)
consegue controlar (directa ou indirectamente).

Percentagem de participação
 Exprime a fracção de capital detida directa ou indirectamente na sociedade dependente.
Na prática representa a % do património da sociedade detida que é pertença da
sociedade-mãe

Por fim convém referir que:


 A determinação da percentagem de controlo deveria efectuar-se tendo em conta o grau
de dispersão das acções e do grau de presença, de coesão e de participação dos pequenos
accionistas.

 No entanto, por uma questão de prudência (que não deve ser aplicada sistematicamente)
os cálculos são efectuados supondo que as acções não detidas pela empresa-mãe se
encontram todas reunidas numa “só mão”.

 A escolha do método de consolidação a adoptar vai depender do tipo de controlo que se


exerce sobre as entidades consolidadas.

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2. MÉTODOS DE CONSOLIDAÇÃO

 A Consolidação tem por finalidade elaborar as DF de um grupo de sociedades, como se


de uma única sociedade se tratasse.

 Não se pretende que as contas consolidadas venham substituir as contas individuais,


mas que sejam um complemento.

 Métodos de consolidação:
 Método de consolidação integral – utilizado para situações em que se verifique
uma relação de domínio sobre a sociedade a consolidar (normalmente
participações superiores a 50%);
 Método de equivalência patrimonial (MEP) – utilizado para situações em que
exista uma influência notável sobre a gestão da sociedade a consolidar (por
exemplo, uma participação que permita eleger 1 ou 2 administradores da
sociedade);
 Método de consolidação proporcional – utilizado para situações em que existe
um controlo conjunto com outras sociedades (por exemplo joint-ventures).

Consolidação integral
 Consiste em integrar, em substituição das participações financeiras inscritas no balanço
da sociedade-mãe, todos os elementos dos activos e passivos das sociedades
participadas, após eventuais correcções.

 Da mesma forma, a demonstração dos resultados incluirá, após correcções, o total dos
encargos e proveitos das sociedades participadas.

 A consolidação integral é o método mais representativo da consolidação, pois permite


dar uma imagem do património, da situação financeira e do resultado de um grupo de
sociedades como se estas formassem uma só empresa.

 A operação de consolidação comporta, em princípio, as seguintes fases:


1. homogeneização de critérios entre as empresas a consolidar;
2. acumulação dos valores das diferentes rubricas das DF;
3. eliminação dos reflexos de operações recíprocas;
4. repartição dos capitais próprios entre a parte detida pela sociedade-mãe e pelos outros
accionistas (interesse minoritários);
5. evidência da diferença entre o valor da participação financeira contabilizada no activo
e a correspondente fracção que lhe corresponde dos capitais próprios (diferenças de
consolidação);
6. eliminação do valor da participação financeira com a eliminação simultânea da
situação líquida (no momento de aquisição) da empresa consolidada.

 A construção da demonstração dos resultados em consolidação integral segue uma


lógica semelhante:
 acumulam-se os valores das diferentes rubricas de custos e proveitos (após
correcções) das sociedades consolidante e consolidadas.

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Equivalência patrimonial
 Deve ser aplicada:
 nas sociedades sobre as quais a sociedade-mãe exerce unicamente uma influência
notável;
 sociedades onde seria aplicável os outros dois métodos, mas que por apresentarem
estruturas de contas diferentes a sua consolidação por aqueles métodos mostra-se
imprópria.

 Este método corresponde à substituição no balanço da empresa-mãe do valor


contabilístico da participação pelo valor proporcional que lhe corresponde do Capital
Próprio da empresa participante.

 Não se trata propriamente dum verdadeiro procedimento de consolidação, mas sim de


um processo de substituição do valor (histórico) da participação financeira pelo valor
contabilístico da empresa detida.
2.
A aplicação do método consiste no seguinte:
 Balanço:
 Determinação da diferença entre o valor contabilístico da participação financeira,
i.e., o custo de aquisição e o valor que proporcionalmente lhe corresponde nos
Capitais Próprios da empresa participada, no momento se aplica este método pela
primeira vez ou na data de aquisição.

 Contabilização da diferença, afectando o montante das participações financeiras em


contrapartida da conta “Diferenças de Consolidação”, se positiva ou em
contrapartida do Capital Próprio, se for negativa.

 Contabilização na proporção dos capitais detidos de todos os movimentos ocorridos


na empresa detida que afectam o seu valor.

A aplicação do método consiste no seguinte:


 Demonstração de Resultados
 Resume-se à inclusão naquela peça contabilística da quota-parte do resultado da
consolidada que cabe à sociedade consolidante.

Consolidação proporcional
 Utilizado em situações em que existe um controlo conjunto com outras sociedades.

 Consiste em integrar, nas contas da sociedade participante, a fracção representativa das


suas participações nos elementos da conta de resultados e do balanço da sociedade
consolidante, após eventuais correcções, e eliminando as operações e contas recíprocas.

 A operação de consolidação comporta, em princípio, as mesmas fases da consolidação


integral (com excepção dos interesses minoritários), mas só se acumulam os valores das
diferentes rubricas correspondentes às fracções de capital detidas pela empresa
consolidante.

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 Dos três é o menos utilizado, pois não faz muito sentido somar “fracções” de balanços
ou de contas de resultados quando, na realidade, muitos desses elementos não são
fraccionáveis, ou ao sê-lo perdem todo o seu significado.

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