Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ensino Particular
Compras - Lança-se nesta conta o custo das aquisições de matéria-prima e de bens para
provisionaveis destinados a consumo ou venda. São também lançadas, por contrapartida de
«fornecedores - Facturas em recepção e conferências», as compras cujas as facturas não tenham
chegado à empresa até essa data ou não tenham sido conferidas. Nela também devem ser
incluídas as despesas adicionais de compra. Eventualmente, estas podem passar pelas contas
de custos, devendo depois, para satisfazer os critérios de valorimetria, ser imputados`as contas
de existências respectivas, Esta conta saldará, em todas as circunstâncias, por débito das contas
de existências.
Mercadorias - bens adquiridos pela empresa com destino à venda, desde que não sejam objecto
de trabalho posterior de natureza industrial. Por outras palavras, adquirem-se com a finalidade
de os tornar a vender, não sofrendo, qualquer tipo de transformação de fundo.
Adiantamentos por conta de compras - Regista as entregas monetárias, feitas pela empresa,
relativas a compras futuras, cujo preço esteja previamente fixado. Pela recepção da factura,
estas verbas devem ser transferidas para as respectivas contas de <fornecedores- correntes>.
Provisão para depreciação de existências - Serve para registar as estimativas dos riscos
associados à comercialização dos bens (mercadorias ou produtos), isto é, quando os respectivos
custos de aquisição ou de produção são seguramente superiores aos preços de venda; neste caso
a empresa pode constituir uma provisão no montante de estimativa do prejuízo que vai suportar
quando os valores.
Com o estudo das contas relativas às existências pretende-se alcançar quatro objetivos
essenciais:
● Determinar o valor das existências em armazém;
● Calcular o custo das existências vendidas ou consumidas em determinado período;
● Apurar o resultado obtido com as transações efetuadas pela empresa com as suas
existências;
● Fornecer informações precisas com vista a uma correcta e necessária "Gestão de Stock”
O tratamento do tema de existências por parte das empresas pode ser feito de acordo com os
dois métodos de registo (método de inventário permanente e método de inventário
intermitente ou periódico).
● Dá-nos a conhecer a margem bruta obtida pela empresa após cada operação de venda,
pois, ao mesmo tempo que se regista o proveito resultante de cada venda, regista-se
igualmente o custo suportado com a entrega da mercadoria. Cada operação de venda dá
lugar a dois registros simultâneos, um pelo proveito e outro pelo custos das mercadorias
vendidas. E dessa característica que lhe advém o nome de inventário permanente, pois
conseguimos saber permanentemente qual o resultado bruto que a empresa vai obtendo
com as suas vendas.
● O saldo final apresentado pela conta mercadorias é representado pelo valor das
existências que a empresa tem em armazém. Isto é possível porque as entradas em
armazém foram sempre registadas ao preço de custo, e as saídas para venda igualmente
a preços de custos. Desta forma, o saldo final é igual ao valor da existência em armazém
avaliada a preço de custo.
● O resultado bruto do exercício obtém-se pela diferença entre os saldos das contas de
vendas e custo das existências vendidas, após a sua transferência para a conta de
resultados operacionais. No final do exercício, aquelas duas contas encontram-se
saldadas.
A maioria das empresas não utiliza o método de inventário permanente para registo das
operações relacionadas com a compra e venda de bens, que são objecto fundamental da sua
actividade. Isto acontece por duas ordens de razões:
● As empresas não têm possibilidades de adoptar tal método de registo mesmo que
desejassem. Então neste caso, por exemplo as drogarias. O leitor já imaginou o que seria, neste
tipo de empresas, apurar o preço de custo simultaneamente com a venda, por exemplo, de 3
metros de corda, 1 litro de petróleo, 500 gramas de cera ou uma barra de sabão?
• As vendas são registadas unicamente pelo preço de venda, isto é, só se releva o proveito
da venda, mas não o seu custo;
Como estas empresas só apuram o custo das mercadorias vendidas no final do período e não
após cada venda, diz-se que utilizam para registo das operações relacionadas com a
compra e venda de existências o Método de inventário Periódico, expressão que resulta
precisamente do facto de só, período a período, procederem ao inventário físico e
valoração das suas existências em armazém.
• Registar o Custo das Existências Vendidas e apurar a Margem Bruta das Vendas ou
Resultado Operacional Bruto.
Em resumo: Como atrás se viu, a maior parte das empresas não utiliza o Método de Inventário
Permanente para registo das operações relacionadas com a compra e venda de bens, que são
objecto fundamental da sua actividade. Assim, sendo impossível ou inadequada a utilização do
método de inventário permanente em certas empresas, estas tiveram de adoptar o sistema do
inventário periódico.
COMPRAS
O conceito de compra pode ser entendido num sentido amplo ou num sentido restrito. Assim,
falamos de compras em sentido amplo quando as compras se realizam de forma indiscriminada.
Exemplos de compras em sentido amplo:
● Compras de mercadorias;
● Compras de matérias subsidiárias;
● Compras de embalagens;
● Compras de bens destinados ao imobilizado (terrenos, edifícios, máquinas,
ferramentas, mobiliário para escritório, computadores, programas informáticos,
acções, obrigações, etc.)
● Compras de material de escritório;
● Compras de publicidade e propaganda;
● compras de estampilhas fiscais, etc.
Contabilização
Descontos em compras
Os «descontos» materializam -se em reduções no preço base dos bens e serviços. Concedidos
pelo vendedor, têm como objectivo cativar, premiar ou compensar o cliente, com vista à
maximização das vendas.
● Desconto de revenda;
● Abatimento (qualidade);
● Bónus
● Bom preço;
● Rappel.
● Descontos de revenda – feitos pelos produtores aos armazenistas ou por estes aos
retalhistas;
● Bónus de qualidade – concedidos porque o cliente ultrapassou um determinado volume
de compras;
● Abatimentos acidentais – resultantes de atrasos ou de má qualidade do bem entregue.
● Pronto pagamento - obtido quando o pagamento se realiza até oito dias após a entrega;
● Antecipação de pagamento - se o comprador pagar o valor da factura antes do prazo ou
data acordados.
A distinção entre este tipo de desconto face aos anteriores, reside no facto de não diminuírem
o custo de aquisição das existências, sendo considerados um proveito financeiro e, como tal,
registados a crédito na conta Proveitos e ganhos financeiros gerais, mais propriamente na
respectiva subconta Descontos de pronto pagamento obtidos.
Estes descontos podem estar incluídos na factura/ recibo (na medida em que não têm cabimento
numa compra a prazo) ou numa Nota de Crédito, quando concebidos, pelo fornecedor, em data
posterior.
Quando, na factura/ recibo relativa a uma compra, consta um desconto de pronto pagamento,
deve debitar- se a conta Compras pelo valor da mercadoria adquirida e creditar -se a conta
Caixa/ Depósito à ordem pelo valor líquido da factura e, em simultâneo, a subconta Descontos
de pronto pagamento obtidos, pelo valor do desconto.
Este tipo de desconto implica a emissão de uma Nota de crédito pelo fornecedor.
Com este documento, o comprador debita a conta Fornecedores – Correntes pelo total da Nota
de crédito e credita a conta Descontos de pronto pagamento obtidos pelo valor do desconto.
Desconto financeiro
Recibo do fornecedor
Valor da dívida
Devoluções de compras
Quando chegam à empresa, as existências enviadas pelo fornecedor são objecto de recepção e
controlo de qualidade. Caso não se encontrem em boas condições ou de acordo com a
encomenda realizada, serão devolvidas total ou parcialmente à origem, dando origem à
emissão, por parte do fornecedor, de uma Nota de Crédito, com a discriminação das existencias
devolvidas e respectivo valor.
Contabilisticamente:
Devoluções de compras
Nota: Uma vez que estamos a utilizar o método de inventário permanente, o saldo da conta
compras, que representa o custo de aquisição, deverá ser transferido para a conta de
Mercadorias (no caso de se tratar da compra de mercadorias).
De igual modo, a conta de «Prestações de serviços», deve ser dividida em subcontas criadas
para o efeito, em conformidade com os tipos de serviços prestados;
Os proveitos resultantes das vendas e prestações de serviços são registados a crédito na
respectiva subconta, pelo seu valor líquido, isto é, a diferença entre o valor bruto da venda ou
da prestação do serviço e o dos descontos e abatimentos de natureza comercial concedidos aos
clientes;
Tal como nas compras é a factura o documento básico que permite efectuar o registo
contabilistico das vendas efectuadas pela empresa aos seus clientes;
Da factura de venda podem ou não constar todos os elementos que permitem determinar o valor
final de proveito obtido pela empresa com a venda.
Despesas de venda
No âmbito de uma operação de venda é usual ocorrerem determinadas despesas como o
transporte, o seguro, os direitos alfandegários, etc. No entanto, é necessário analisar se as
mesmas correm por conta do comprador ou por conta do vendedor.
Desta forma, no que concerne a despesas como transporte teremos:
a. As despesas suportadas são por conta do cliente
Quando tal acontece podem verificar-se duas situações:
• Os bens são transportados por uma terceira empresa. Neste caso, o cliente é debitado
pelo valor das despesas pagas pelo vendedor. Assim, este débito deve ser registado na
factura a enviar ao cliente, se esta ainda não foi emitida, ou numa nota de débito, se a
factura já tiver sido emitida.
Exemplo: Pagou-se, em 20/01/n, o Recibo n° 201 de «A Transportadora Ango-lana, SA», no
valor de 10 000 Kz relativo ao transporte da mercadoria Alfa.
Como estas despesas são de conta do cliente, emitiu-se, em 25/01/n, a Nota de débito n° 92/n,
relativa às despesas atrás indicadas.
Pagamento à transportadora Angola, SA
Valor do transporte
Descontos em vendas
O estudo dos descontos ocorridos nas vendas podem revestir a forma de descontos comerciais
e financeiros.
a. Descontos comerciais
No caso de o desconto estar incluído na Factura/recibo, o valor do desconto será contabilizado
imediatamente, pelo que a subconta relativa às vendas evidenciará o valor líquido;
Quando o desconto é concedido após a emissão da Factura, torna-se necessário emitir uma
Nota de Crédito, dando origem aos seguintes registos:
• O valor dos descontos e abatimentos são registados a débito da sub-conta; Descontos
e abatimentos em vendas, indicando deste modo a redução do valor inicial da venda;
• Em contrapartida, o valor é registado a crédito da subconta respectiva «Clientes
clientes - correntes», traduzindo-se na redução da dívida do cliente.
Clientes
Vendas
Descontos comerciais
b. Descontos financeiros
Dizem respeito a situações que não afectam o proveito obtido com as vendas, pois constituem
um custo financeiro para o vendedor suportado com o intuito de conseguir uma cobrança mais
rápida dos montantes envolvidos e, por conse-guinte, aumentar as disponibilidades da
tesouraria. O seu tratamento contabilístico difere consoante o tipo de operação, ou seja, uma
venda a pronto ou uma venda a prazo.
Deste modo teremos:
Descontos incluídos na factura/recibo: Descontos de pronto pagamento, são descontos que,
contabilisticamente, obrigam aos seguintes registos:
• a débito, na conta Caixa, pelo valor do desconto;
• a débito, pelo valor do desconto concedido, na conta Custos e perdas financeiros
gerais;
• a crédito, na conta Vendas, pelo valor da transação.
Descontos não incluídos na factura: Descontos por antecipação de pagamento, trata-se de
descontos concedidos porque o cliente antecipou o pagamento. Tais descontos implicam os
seguintes registos contabilísticos:
1. Pela nota de crédito enviada ao cliente
Deverá creditar-se a conta Clientes (Clientes – correntes) pelo valor da nota de crédito
e debitar a conta Descontos de pronto pagamento concedido pelo valor do desconto.
2. Pelo recibo emitido a favor do cliente
Devoluções de vendas
Após a recepção da factura, o cliente pode proceder à devolução de parte ou da totalidade das
mercadorias, se estas apresentarem características diferentes relativamente à encomenda (preco
tamanho, qualidade, ...) ou se se encontrarem danificadas. Nestas situações o vendedor emitirá
uma Nota de Devolução, originando uma contabilização que, compreendendo dois aspectos
distintos, implica os seguintes registos:
a. Pela diminuição do proveito
O valor da mercadoria devolvida é registado a débito da subconta Devoluções de Vendas. Em
contrapartida, é creditada a subconta respectiva de clientes, que se traduz na redução da dívida
do cliente.
Clientes Vendas
Mercadorias em armazém
Mercadorias
Devolução da mercadoria ao preço do custo
As variações de existências podem ter como origem outros factores, nomeadamente quebras,
sobras, saídas e entradas derivadas de ofertas, transferências entre contas existências,
transferências de e para o imobilizado e beneficiações de mercadorias usadas. Estes factos
patrimoniais originam a regularização das quantidades e valores das existências, existentes em
armazém. De notar, que os factos patrimoniais referenciados originam custos ou proveitos,
normais ou anormais, consoante a natureza do facto, prefigurando as seguintes situações:
a. Aumentos de existências em armazém:
• Ofertas e amostras de fornecedores - dizem respeito a bens susceptíveis de
armazenagem oferecidos pelos fornecedores, passando a integrar as existências da
empresa - cliente, constituindo um proveito para a empresa.
• Sobras - configuram os aumentos de existências motivadas quer por causas normais,
possíveis aumentos de peso ou de volume, quer por circunstâncias anormais, derivadas,
por exemplo, de um controlo deficiente em termos das entradas em armazém.
b. Diminuições de existências em armazém:
• Ofertas a clientes - o mesmo que o referido para as ofertas de fornece-dores, mas visto
na óptica da empresa - fornecedora. Trata-se de um custo para a empresa vendedora.
• Quebras e sinistros - correspondem a diminuições verificadas nas existências em
consequência ou de causas normais, a evaporação de alguns líquidos e perda de validade
dos produtos ou, por outro lado, de causas anormais, caso dos furtos e sinistros. O seu
valor é representado numa subconta de custos e perdas.
Contabilização
Ofertas e amostras de fornecedores e sobras - As ofertas de mercadorias arma-zenáveis, feitas
pelos fornecedores, ou das sobras verificadas, implicam, no momento em que tais ocorrem, os
seguintes registos contabilísticos:
a. Pelo proveito resultante das ofertas e amostras de fornecedores
Se a perda for considerada anormal como roubos, incêndios, cataclismos, etc., o seu valor deve
ser registado na conta Custos e perdas extraordinários designado Perdas resultantes de sinistros.
Critérios de valorimetria
Nas vendas, há que distinguir o proveito da venda do custo que a empresa teve de suportar para
que ela se efectivasse. Isto é, a empresa vende as suas existências por um valor, normalmente,
superior ao respectivo custo de aquisição (ou de produção).
O custo das mercadorias vendidas, pode ser determinado de acordo com vários métodos de
custeio. Entre esses métodos, destacam-se os seguintes:
a. Custo histórico- o valor do custo das existências vendidas é determinado com base na
informação contabilística disponível, derivada dos vários registos relacionados com as
respectivas aquisições.
b. Custos específicos – quando as existências vendidas são de fácil identifi- cação e não
misturáveis, conhecendo-se com precisão o custo de cada sai- da ou de cada artigo
vendido, utilizando-se para o efeito o:
Processo das etiquetas – cada mercadoria ou produto possui uma etique ta que integra
o preço de venda e o preço de custo à entrada em armazém, representado por uma cifra
que tem por base uma palavra-chave formada por dez letras diferentes, correspondendo
a cada uma delas um algarismo.
Códigos de Barras - Actualmente e associado à expansão e generalização dos sistemas
informáticos ao nível das empresas, desenvolveram-se tecnologias de identificação e
de codificação dos produtos. Neste contexto, enquadra-se o sistema de código de barras
que permite uma maior rapidez no atendimento dos clientes e um maior controlo dos
stocks.
c. Fichas de armazém - são utilizadas quando as existências não se apresentam
individualizadas, mas em lotes, pelo que o custo das existências vendidas é determinado
em função do custo de entrada, de acordo com:
• O custo de lote mais antigo - Fifo («first in, first out»);
• O custo de lote mais recente - Lifo («Last in, first out»);
• O custo médio ponderado das existências.
d. Custo Padrão - o valor do custo das existências não se apresenta como custo histórico,
mas antes como um custo teórico. Referimo-nos, nomea-damente, quando a avaliação
das saídas é feita a preços ideais ou normais.
Este método é utilizado fundamentalmente nas empresas industriais, implicando
posteriormente, que se calculem os desvios entre estes custos e os custos reais
verificados.
Para não resultarem diferenças sensíveis, há que calculá-lo até às décimas de Kwanzas. O custo
médio calcula-se adicionando-se ao valor das quantidades existentes o valor das quantidades
entradas e dividindo o valor obtido pelas quantidades totais.
De todos os sistemas é de longe o mais utilizado, embora obrigue à determinação de preços
médios com casas decimais e arredondamentos.
SENDO:
Ctex - Custo total das quantidades existentes
Cten - Custo total das quantidades entradas
Qex - Quantidades existentes
Qen - Quantidades entradas
PROPOSTAS DE TRABALHO
1. A empresa «Móveis Angola, SA», cuja actividade consiste no comércio por grosso de
mobiliário e artigos para o lar, realizou durante o mês de Dezembro, as seguintes operações:
Dia 01 No início do mês existiam em armazém mobílias no valor de 2 000 000 Kz.
Dia 04 Factura n°057 da «Fábrica Moveis do Sul, Lda», relativa à compra de mobílias nas
seguintes condições:
Dia 07 Factura n°059 da «Fábrica de Móveis do Sul, Lda.», referente ao seguinte fornecimento
de mobílias:
Dia 11 Factura/recibo n°011 para «Artigos de Decoração, Lda», na qual consta: Mobílias:
Dia 18 Factura/recibo n°039 da «Fábrica de Móveis do Sul, Lda», referente àseguinte compra
de mobílias:
Dia 22. Factura nº022 para a «Mobiladora do Lar, Lda.» pela venda de mobílias, nas seguintes
condições:
A existência final de mobílias após inventariação directa apresentava o valor de 1 750 000 Kz
Pedidos:
a. Registe, em contas principais e subcontas do Razão, os movimentos inicia efectuados
durante o exercício.
b. Qual o valor do resultado bruto obtido pela empresa no exercício?
2. Em 1 de Junho, a "Sociedade Pais & Lopes, Lda.", que se dedica à comercialização de artigos
téxteis para o lar, iniciou a sua actividade, com os seguintes valores: