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Apresentação tanto dos conceitos gerenciais e financeiros quanto das normas voltadas para
atividades ligadas à operação e à regulamentação de empresas.
PROPÓSITO
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 1
PRIMEIRAS PALAVRAS
Em outras palavras, é como se ele tivesse que arrumar a casa para que a empresa começasse a
funcionar. Isso nem sempre é uma tarefa prazerosa, mas pode evitar dores de cabeça no futuro.
Friends Stock/shutterstock
PRODUÇÃO
Friends Stock/shutterstock
VENDA
i viewfinder/shutterstock
DISTRIBUIÇÃO DOS PRODUTOS OU SERVIÇOS DO
EMPREENDIMENTO
Com esse pensamento, consegue-se evitar aquele momento no qual se percebe que uma lista de
tarefas e metas é impossível de se colocar em prática. Isso também significa uma oportunidade
de identificar gargalos nas etapas produtivas da empresa.
Os fluxos de trabalho diário de uma organização variam bastante conforme o setor econômico
(área de atuação da empresa). Por conta disso, o empreendedor deverá considerar as questões
levantadas a seguir e adaptá-las à realidade e às necessidades do seu negócio.
LOGÍSTICA E OPERAÇÕES
É importante entendermos, antes de tudo, a diferença entre a logística e as operações.
Entretanto, a logística é mais do que isso. Ela deve ser um processo eficiente de transporte,
armazenamento e entrega de mercadorias — sempre tendo como objetivo a redução de tempo e
de custos de produção da empresa.
Fonte: Gorodenkoff/Shutterstock
Para Goldsby (2014), as operações vão muito além dos aspectos de logística. A estrutura de
operações é composta por todos os processos envolvidos na obtenção de recursos dos
fornecedores, na transformação deles em produtos ou serviços e na entrega para os clientes.
Production Perig/shutterstock
DICA
EXEMPLO
CLASSIFICAÇÃO 1
TECNOLOGIA INCORPORADA
Representada pelo conjunto de máquinas, equipamentos, instalações etc. Ou seja, ela está
fisicamente visível na empresa, sendo o objeto material a incorporar a tecnologia em seu
respectivo processo de produção.
CLASSIFICAÇÃO 2
Este tópico também merece muita atenção, pois a escolha do local onde o empreendimento
realiza suas operações depende da estratégia de inserção da empresa em seu mercado
consumidor – além, claro, de seu setor de atuação.
Apresentaremos a seguir dois exemplos que, segundo Chiavenato (2007), possuem algumas
características típicas desejadas por uma organização para a escolha do local. Um exemplo
aborda um empreendimento que produz bens (produtos físicos/indústria); o outro, uma empresa
prestadora de serviços.
Uma localização ideal seria aquela em que todas essas características estariam contempladas.
Ela deveria contar, pelo menos, com as que são consideradas prioritárias para a estratégia da
empresa.
EXEMPLO 1
Localização industrial
INCENTIVOS FISCAIS
São os benefícios direcionados a empresas concedidos pela administração pública
(governo) das esferas federal, estadual ou municipal. O objetivo deles é estimular e
melhorar as condições para que uma atividade empresarial se desenvolva em determinado
local. O que são esses benefícios? Eles podem ser descontos, compensações ou isenções
(se retirar a obrigação) totais na cobrança de impostos sobre a atividade da empresa. A
ideia é que, com condições de negócios mais favoráveis, suas chances de sucesso se
tornem maiores. O governo abriria mão de parte de suas receitas (ganhos) em nome do
potencial de geração de empregos e do crescimento econômico.
Fonte: manine99/Shutterstock
Fonte: CaptaiN JoE ProductionS/Shutterstock
EXEMPLO 2
Localização comercial
Visibilidade — estar em uma posição de destaque em relação aos clientes, como, por
exemplo, localização em uma grande avenida ou rua principal;
GaudiLab/shutterstock
adriaticfoto/shutterstock
Esta figura oferece um exemplo de layout de uma empresa do setor de produção de alimentos:
Fonte: SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2013, p. 59
Figura: Arranjo físico de uma empresa de produção de alimentos.
Fonte: (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2013, p.
59)
PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
Tenha em mente que a organização da estrutura de produção de uma empresa significa um
esforço detalhista para a análise de cada processo – mesmo as pequenas tarefas – de todas as
atividades cotidianas da empresa. Além disso, é nesta etapa que se define o horário de
operação dela, os horários de atendimento a clientes, os dias de funcionamento etc.
FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO
Uma ferramenta valiosa para o cumprimento desse objetivo é o desenho dos fluxogramas de
produção.
Ele é uma representação gráfica (um desenho) de uma sequência operacional. Em outras
palavras, um fluxograma serve para ilustrar um fluxo de trabalho, ou seja, tarefas que seguem uma
ordem de tempo cronológica.
Dessa maneira, o empreendedor descreve o passo a passo das suas atividades, usando, para
isso, figuras e setas. Na medida do possível, ele precisa indicar uma estimativa do tempo a ser
gasto em cada tarefa.
Fonte: Song_about_summer/Shutterstock
A figura seguir fornece um bom exemplo de fluxograma. Nela, é demonstrada uma das atividades
de uma empresa de prestação de serviço: um salão de beleza.
Fonte: SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENASEMPRESAS, 2013, p. 59
Figura: Fluxograma da cabelereira Leila: o processo de corte de cabelo.
Fonte: (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2013, p.
59)
EFICIÊNCIA E EFICÁCIA
Outro benefício do planejamento das operações, afirma Chiavenato (2007), é aumentar a
eficiência e a eficácia da produção. Isso é ótimo, pois nem sempre se consegue ter as duas
coisas.
A eficiência é um conceito que diz respeito ao modo de se fazer as tarefas de dentro de uma
empresa. Trata-se de um olhar sobre o caminho percorrido até a conclusão do objetivo de cada
processo operacional. Não desperdiçar tempo e/ou insumos de produção, realizar as tarefas
dentro do tempo esperado e cuidar das máquinas e equipamentos do processo produtivo são
exemplos de eficiência.
Já a eficácia é um conceito de estratégia que observa os resultados e verifica se os objetivos
foram conquistados. Ela está voltada, por exemplo, para o exame do número exato de bens
produzidos ou serviços prestados, a quantidade real de vendas realizadas e o pagamento em dia
dos fornecedores e funcionários.
A) NÍVEL DE ESTOQUE
Quantidade de produtos produzida em um recorte de tempo anterior que não foi vendida. Em
outras palavras, significa a sobra da produção passada que se acumulou e foi armazenada nos
depósitos da empresa.
O estoque é considerado para o cálculo de produtos disponíveis para venda. Ter um grande
estoque de produtos constitui, na maioria das vezes, uma desvantagem para a empresa. As
práticas atuais de negócios dão prioridade, portanto, a operações mais enxutas. Isso quer dizer
que os estoques devem ser baixos com o objetivo de evitar desperdícios de recursos produtivos.
O fato de uma quantidade grande de produtos estar parada no estoque significa que o dinheiro
da empresa também está estagnado ali, podendo ser destinado para outras finalidades de forma
mais satisfatória.
Vale destacar que esse conceito não se aplica a empresas prestadoras de serviço. Afinal, uma
prestação de serviço acontece no momento solicitado pelo cliente, não sendo algo que pode ser
armazenado.
EXEMPLO
C) PREVISÃO DE VENDAS
Estimativa em relação à quantidade de produtos ou serviços a serem vendidos pela empresa em
determinado recorte de tempo. As vendas previstas também podem ser detalhadas por regiões e
áreas de atuação da empresa.
Essa previsão leva em consideração aspectos externos à empresa, como, por exemplo, a
demanda passada, as tendências futuras de procura dos clientes e o volume de vendas de
empresas concorrentes. Essas informações fazem parte dos dados coletados na etapa de
pesquisa de mercado.
PESQUISA DE MERCADO
Quanto aos aspectos internos da empresa, verificamos que a previsão de vendas também
depende da quantidade de produtos ou serviços que o empreendimento consegue disponibilizar
aos clientes. Esse volume é constituído pela capacidade produtiva e pela disponibilidade de
estoque.
Tê-los em um negócio nos ajuda a entender problemas de operação e a achar soluções (um
plano B) para as ocasiões em que alguma coisa fora do planejado acontece. Dois exemplos
disso são um fornecedor que atrasa a entrega de um material e uma máquina que apresenta
defeitos.
DE QUANTIDADE
DE QUALIDADE
PADRÕES DE TEMPO
PADRÕES DE CUSTO
O volume de produtos ou serviços finalizados, o número de produtos parados no estoque e o
número de horas trabalhadas por todos os funcionários;
A fatia de clientes que ficaram satisfeitos com o produto ou serviço; a quantidade produtos ou
serviços que foram finalizados dentro da qualidade esperada — o empreendedor deve
especificar as características desejadas para os produtos ou serviços oferecidos;
Esses canais são os mecanismos pelos quais as empresas vendem seus produtos ou serviços.
São lugares físicos ou digitais em que os clientes têm acesso ao que é oferecido pela empresa.
Destacaremos a seguir alguns exemplos de canais de venda em suas duas categorias: físicas e
digitais.
Uma loja própria é talvez o primeiro canal de vendas que vem à cabeça quando pensamos em
empreendedorismo. Com isso, uma empresa tem a oportunidade de fazer vendas diretas aos
clientes em um esquema presencial, o chamado olho no olho.
Trata-se de uma experiência diferenciada tanto para ela quanto para o cliente. Essa interação
direta deve gerar um valor a mais para o consumidor, porque o empreendedor pode se aproximar
ainda mais das necessidades dos clientes.
Entretanto, fazer a gestão de uma loja própria pode não ser algo tão simples. Os aluguéis de lojas
físicas, em geral, têm um preço alto em boas localizações. Ao mesmo tempo, os hábitos dos
consumidores estão mudando rapidamente diante das alternativas de compras sem sair de casa.
Fonte: Gorodenkoff/Shutterstock
b) Distribuidores
São empresas que fazem a intermediação (o meio de campo) entre a empresa produtora e os
clientes. Os distribuidores são, portanto, os responsáveis pela revenda de produtos ou serviços.
Nesse modelo clássico de vendas, a empresa de origem tira vantagem do acesso facilitado que
os distribuidores têm ao mercado consumidor.
Isso significa que uma empresa consegue expandir seu alcance a lugares em que ela não teria
condições ou interesse de fazer vendas diretas. Os distribuidores, por sua vez, tiram seus ganhos
cobrando uma comissão ou uma fatia das vendas concretizadas sob sua responsabilidade.
Fonte: Picnote/Shutterstock
c) Franquias
Trata-se de um modelo de negócio bastante popular no Brasil. Uma franquia conta com o poder
de uma marca, patente ou propriedade de uma empresa já bem estabelecida no mercado.
Isso acontece quando uma organização que possui uma marca de prestígio entre os
consumidores (o franqueador) vende o direito de uso da sua marca a outras empresas
(franqueados).
Além de permitir a expansão de sua marca, a empresa franqueadora aumenta seu alcance de
mercado. Os franqueados abrem um ponto físico de vendas — uma loja de rua ou em um
shopping — e contam com as facilidades de visibilidade e expertise da empresa franqueadora.
É como se o franqueado não começasse seu negócio do zero, pois ele já conta com o histórico
da marca. Em troca, ele faz pagamentos regulares à empresa franqueadora. Existe uma grande
variedade de franquias no país.
Fonte: AngieYeoh/Shutterstock
EXEMPLO
Salões de beleza, bares, restaurantes, lojas de chocolate, lavanderias, pet shops e oficinas
mecânicas.
A internet abriu um mundo novo de negócios para as empresas. Uma loja online oferece diversas
vantagens para os empreendimentos — e a principal delas é seu alcance. Ter uma loja digital
significa que qualquer pessoa pode acessar seu empreendimento em qualquer lugar do mundo a
qualquer hora.
Claro que nem todas as empresas terão a capacidade de atender a clientes em qualquer lugar.
Na comparação com uma loja física tradicional, o alcance que a internet proporciona é sem igual,
não tendo nada equivalente.
Um dos principais desafios deste tipo de canal de vendas é atrair o cliente para a loja digital.
Para lidar com isso, uma estratégia de publicidade digital ganha mais importância. Outro ponto é
que a loja física precisa oferecer segurança para que os clientes façam compras com a garantia
de que seus dados pessoais e financeiros estão sendo bem protegidos.
Como não existe o olho no olho entre o empreendedor e o cliente, a empresa precisa mostrar-se
confiável e séria; afinal, os golpes pela internet ainda são muito frequentes.
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock
b) Marketplaces
De origem inglesa, a palavra marketplace significa algo como uma feira ou um mercado de
vendedores. Na prática, ela funciona como um shopping virtual que reúne várias lojas em uma
mesma página web.
Alguns marketplaces no Brasil começaram como pontos de venda digitais de grandes lojas de
departamentos. Aos poucos, essas empresas foram abrindo suas lojas digitais para que outros
vendedores ofertassem seus produtos no mesmo local.
A ideia por trás desse canal de vendas é que ele conta com grande visibilidade por parte dos
consumidores (muitos acessos por dia), o que facilita a divulgação de pequenas e médias
empresas sem tantos gastos relativos à publicidade e/ou à manutenção de uma infraestrutura
digital (loja virtual).
Além disso, são locais de venda digital em que os clientes se sentem seguros. São páginas web
onde eles têm garantia de que seus dados estão protegidos, de que não vão cair em um golpe e
de que ainda podem contar com o suporte da empresa proprietária do marketplace para resolver
quaisquer problemas de compra.
A desvantagem deste canal de vendas é que o empreendedor paga uma taxa fixa para participar
do marketplace e/ou uma comissão fixa por todos os produtos vendidos.
EXEMPLO
No caso brasileiro, podemos citar as seguintes páginas: Lojas Americanas, para a venda de
produtos próprios e de terceiros; e Airbnb, para os serviços de hospedagem. Isso, aliás, revela
uma grande variedade de oferta nessa área. Internacionalmente, o maior exemplo é a Amazon,
uma das maiores empresas do mundo no setor.
c) Redes sociais
À medida que as redes sociais foram ficando cada vez mais populares, as empresas
proprietárias dessas plataformas precisaram desenvolver canais de vendas integrados a seus
perfis.
Resumidamente, isso funciona da seguinte forma: é como se, dentro dessas redes, funcionassem
marketplaces nos quais as empresas podem oferecer seus produtos ou serviços. A diferença é
que elas estão mais presentes na vida do cliente, estabelecendo uma relação mais próxima dos
consumidores.
Uma venda pode ser concretizada na própria ferramenta de vendas da rede social. Além disso,
os clientes podem ser direcionados para uma loja digital própria do vendedor, um telefone de
vendas ou outro canal qualquer.
Fonte: 13_Phunkod/Shutterstock
d) Afiliados na internet
A ideia de um canal de vendas por afiliados é algo próximo dos distribuidores e revendedores
físicos. Os afiliados são pessoas que trabalham na divulgação de produtos ou serviços de uma
empresa na internet.
Eles são, portanto, revendedores online que usam a própria influência sobre sua rede de contatos
para influenciar decisões de compra. É uma mistura de publicidade e distribuição de produtos ou
serviços.
Em geral, os afiliados recebem um pagamento pela divulgação e/ou cada venda realizada
através da indicação deles. A empresa com a qual eles fazem parcerias aumenta seu alcance de
mercado de uma forma não convencional e pouco custosa.
Fonte: hedgehog94/Shutterstock
EXEMPLO
O Google AdSense remunera sites que exibem anúncios das empresas interessadas.
ESTRUTURA FINANCEIRA
Assim como um bom planejamento de operações, a capacidade de administrar financeiramente
uma empresa é fundamental para o sucesso dela. Lidar com dinheiro nunca é uma tarefa simples.
Sem planejamento e controle administrativo, uma situação financeira pode facilmente sair do
controle, virando uma verdadeira bola de neve de dívidas.
ATENÇÃO
É comum a ideia de que as finanças de uma empresa podem ser administradas com a mesma
experiência de administração das finanças pessoais. Contudo, temos de ter consciência de que
são mundos de finanças diferentes. Por isso, devemos descrever as principais ferramentas de
planejamento financeiro para os empreendedores.
As tarefas ligadas à construção da estrutura financeira não são tão complexas quanto podem
parecer no início. Na verdade, o planejamento financeiro é a tradução em números das decisões
de negócio que o empreendedor já tomou em momentos anteriores.
EXEMPLO DE DECISÕES
Como vai ser a estratégia do negócio, como a empresa disputará o mercado consumidor e como
serão suas operações.
INVESTIMENTOS DE IMPLANTAÇÃO
Todo empreendimento precisa de uma quantidade de recursos financeiros para começar a
funcionar. Os investimentos de implementação representam todo o dinheiro que o empreendedor
terá de gastar nos primeiros anos da empresa ou até que ela consiga caminhar com as próprias
pernas.
O empreendedor faz o cálculo dos investimentos de implantação pela soma de dois tipos de
investimento (fixos e pré-operacionais) com o capital de giro.
Observaremos agora essa operação de forma detalhada:
A) INVESTIMENTOS FIXOS
O empreendedor precisa comprar os bens materiais que farão parte da vida operacional da
empresa de maneira fixa. São assim classificados os investimentos compreendidos desde a
compra de um imóvel (terreno ou prédio), passando por veículos, máquinas, móveis de escritório
e utensílios de cozinha para o refeitório dos funcionários.
O empreendedor deve fazer uma lista de todas as compras incluídas nessa categoria. É
interessante, contudo, avaliar sua real necessidade. Dependendo do produto, pode ser mais
econômico alugar em vez de comprar – prática, aliás, que já é comum no caso de veículos.
B) INVESTIMENTOS PRÉ-OPERACIONAIS
São todas as despesas necessárias no período anterior à abertura das portas da empresa. Trata-
se de uma classificação de investimento muito parecida com a dos investimentos fixos.
Sua diferença, porém, é que os investimentos pré-operacionais não são gastos alocados para a
compra de bens materiais. Neste caso, eles podem ser despesas de treinamento de
funcionários, custos para a reforma do imóvel onde a empresa funcionará, gastos com as
burocracias de licenciamento etc.
C) CAPITAL DE GIRO
A má compreensão acerca desse conceito constitui, muitas vezes, a causa de alguns problemas
na empresa. O capital de giro é uma reserva financeira inicial que fica no caixa do novo
empreendimento para ser usada no pagamento das despesas cotidianas ou eventuais.
As despesas cotidianas incluem os gastos que fazem parte das operações da empresa.
EXEMPLO
EXEMPLO
O defeito de uma máquina.
O capital de giro será necessário durante toda a vida da empresa. Além disso, é particularmente
importante planejá-lo nos anos iniciais, período em que não se pode contar ainda com os
recursos gerados pela operação.
GERENCIAMENTO FINANCEIRO
Como todos sabemos, o objetivo de um empreendedor é ter ganhos financeiros, ou seja, obter
um lucro com a empresa que compense os riscos da atividade empreendedora.
a) Conceitos
O gerenciamento financeiro de uma organização pode ser uma tarefa complexa dependendo do
seu tamanho. Ainda assim, um empreendedor precisa acumular alguns conhecimentos básicos
sobre a manutenção das finanças. Dois conceitos interconectados são fundamentais para o
gerenciamento financeiro de uma empresa: rentabilidade e liquidez.
Phongphan/shutterstock
LIQUIDEZ
Trata-se de um conceito menos conhecido. Ele diz respeito à facilidade com que um investimento
pode ser convertido em dinheiro.
Em outras palavras, podemos pensar que os investimentos líquidos são mais flexíveis. Quanto
mais líquido for um investimento ou bem material, mais rápida será a transformação dele em
dinheiro. Já um investimento com pouca liquidez será menos acessível, porque sua conversão em
dinheiro será mais lenta.
A liquidez possui duas funções: proteger o empreendedor contra riscos e definir a capacidade da
empresa de honrar seus compromissos de pagamento. Outro aspecto importante do conceito de
liquidez é o valor. Um investimento com boa liquidez é aquele facilmente transformado em
dinheiro sem a perda significativa de valor.
Uma boa liquidez não sacrifica o valor do bem material ou do investimento. Um exemplo de bem
material com baixa liquidez são os imóveis (casas, apartamentos etc.): quando se deseja vendê-
los com rapidez, é preciso baixar o valor deles. Já um exemplo de alta liquidez é a conta
poupança na qual podemos depositar e retirar dinheiro a qualquer momento.
b) Equilíbrio entre liquidez e rentabilidade
O problema é que não pode haver a maior rentabilidade possível e, ao mesmo tempo, a maior
liquidez possível. O empreendedor precisa sacrificar um objetivo em nome do outro. Isso quer
dizer que uma rentabilidade máxima pode sacrificar a liquidez – e vice-versa.
A gestão financeira de uma empresa passa, em grande parte, por aspectos de contabilidade.
Nada substitui as orientações de um profissional da área, já que ele vai poder assessorá-la em
suas operações.
Controle de caixa
É a tesouraria da empresa, o setor que cuida das entradas e saídas de recursos financeiros. O
controle deve saber, a qualquer momento, o saldo bancário e a quantidade de dinheiro em
espécie em poder da empresa.
Conciliação bancária
Trata-se da comparação entre o controle das movimentações financeiras feito pela tesouraria e
aquele descrito no extrato da conta corrente no banco. Essa conciliação serve para a verificação
de pendências (pagamentos não realizados ou não registrados) e a identificação de eventuais
erros.
Contas a pagar
Contas a receber
Elas estão relacionadas às receitas futuras da empresa, podendo ser créditos a receber de
vendas realizadas a prazo. A tesouraria também organiza os recebimentos de acordo com os
prazos acordados, identifica eventuais atrasos nos recebimentos e sugere providências de
cobrança.
Fonte: Freedomz/Shutterstock
Fluxo de caixa
Indica o fluxo de dinheiro na empresa no presente e no futuro. Este instrumento é o resultado do
cálculo das contas a receber menos o valor daquelas a pagar.
Esse resultado pode ser um saldo positivo, indicando dinheiro disponível (capital de giro), ou
negativo, apontando que ele está em falta. Neste caso, talvez seja necessário obter um
empréstimo para cobrir esse buraco nas finanças.
ESTRUTURA FINANCEIRA
Demonstraremos neste vídeo o funcionamento da estrutura financeira de uma empresa.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
GABARITO
1. Estudamos como o planejamento da estrutura de operações é vantajoso para qualquer
empreendimento. Sobre as vantagens dessa etapa de concepção de uma empresa, é
correto afirmar que:.
2. Sobre a relação entre as finanças pessoais e as de uma empresa, é correto dizer que:
MÓDULO 2
PRIMEIRAS PALAVRAS
Neste módulo, falaremos sobre os aspectos jurídicos de uma empresa. Trata-se de um tópico
complexo, uma vez que ele não depende do empreendedor. Na verdade, ele é regido por leis e
normas definidas pelo governo.
COMENTÁRIO
Infelizmente, essas normas, em muitos casos, estão ultrapassadas ou são burocráticas demais. O
governo brasileiro ainda precisa avançar bastante em sua legislação sobre as empresas. O que
deveria ter sido feito para incentivar o empreendedorismo está, na prática, atrapalhando tal ramo
de atividade.
Organização internacional ligada às Nações Unidas, o Banco Mundial publica todos os anos o
relatório Doing business (2020), que, em português, significa “fazendo negócios”. Tal publicação
compara o ambiente de negócios em mais de 190 países e estuda a regulamentação de
empresas em cada um deles.
No estudo publicado em 2020, o Brasil ficou classificado em uma das piores posições no mundo:
124º lugar. Já no âmbito da América Latina, o país ocupa a modestíssima 17ª posição. Na
classificação do Banco Mundial, a pior nota do Brasil foi atribuída à sua complexidade no
pagamento de impostos.
Outra nota que está entre as piores é a classificação relativa à facilidade de abertura de
empresas.
Apesar desse cenário desfavorável, ainda existem boas oportunidades de negócio em nosso
país. Mesmo sendo um processo estressante, o empreendedor precisa entender a melhor forma
de abrir sua empresa dentro das possibilidades jurídicas em vigor e de sua estratégia de
negócios.
O objetivo é que a empresa se encaixe na melhor classificação jurídica possível, gerando, assim,
o menor peso sobre as atividades dela.
ATENÇÃO
Mais uma vez, devemos nos lembrar de que o assessoramento jurídico e o contábil serão muito
bem-vindos sempre que isso for possível para garantir a viabilidade financeira, a rentabilidade e a
sobrevivência da empresa.
Isso não significa que o empreendedor possa abrir mão da aquisição de algumas noções
básicas sobre o tema.
REGULAMENTAÇÃO DE NEGÓCIOS
A ABERTURA DE UMA NOVA EMPRESA
Ao longo desta seção, descreveremos os principais aspectos legais para a criação de uma
empresa. Esse conhecimento garante que um empreendimento esteja legalmente estabelecido e
constituído para o desenvolvimento pleno das atividades às quais se propõe.
Vale destacar que os aspectos legais de uma empresa variam bastante conforme sua área da
atuação. Neste momento, descreveremos aspectos genéricos que podem ser utilizados por
grande parte dos empreendedores.
Uma empresa pode contar com um único empresário. Neste caso, há quatro possibilidades para
o empreendedor:
POSSIBILIDADE 01
POSSIBILIDADE 02
POSSIBILIDADE 03
POSSIBILIDADE 04
o processo para abrir uma empresa é mais complexo que no caso do MEI, sendo necessário
obter autorizações — em geral, da junta comercial e da prefeitura. Não possui limite de
faturamento;
JUNTA COMERCIAL
Órgão público que registra as atividades ligadas a empresas. Há uma junta comercial em
cada estado brasileiro.
é necessário fazer um investimento inicial (capital social) de 100 salários mínimos. Contudo,
existe um ganho em relação a MEI ou EI: a separação entre o patrimônio da empresa e o do
empresário. Ou seja, caso a firma tenha uma dívida que não possa ser honrada, o empresário
não será obrigado a pagá-la com seus recursos pessoais. Não possui faturamento máximo;
CAPITAL SOCIAL
O capital social de uma empresa é o valor inicial – a quantidade de dinheiro – investido nela
por seus sócios ou acionistas.
é uma versão nova e simplificada da Eireli. Criada em 2019, ela dispensa o empreendedor da
exigência de um aporte inicial de 100 salários mínimos.
ATENÇÃO
A proteção do patrimônio individual no caso de Eireli e MEI não é absoluta. Alguns tipos de
dívidas podem exigir seu pagamento com recursos pessoais. Os casos mais importantes são as
dívidas trabalhistas (com os funcionários) e fiscais (com o governo). Ainda assim, ocorre um
ganho relevante de proteção do patrimônio pessoal em comparação com MEI ou EI.
b) Sociedades
Quando mais de uma pessoa se reúne para a realização de negócios conjuntos e cria uma
empresa, o empreendimento passa a ser considerado uma sociedade.
SOCIEDADE 01
SOCIEDADE 02
SOCIEDADE 03
SOCIEDADE 04
SOCIEDADE EMPRESÁRIA:
SOCIEDADE SIMPLES:
SOCIEDADE LIMITADA:
associação de duas ou mais pessoas cuja responsabilidade, diante dos direitos e das
obrigações da empresa, se limita ao valor do capital registrado no capital social. Como resultado
disso, os sócios não poderão distribuir lucros ou retirar algum dinheiro caso isso signifique uma
baixa de capital;
organização na qual o capital social é dividido em ações. Neste tipo de empresa, cada sócio e
acionista responde apenas pelo valor das ações que adquiriu. Esse modelo de sociedade é mais
comum em grandes empreendimentos, porque garante uma maior segurança jurídica a todos os
acionistas.
CONTRATO SOCIAL
Após haver definido o tipo da empresa, chegou o momento de o empreendedor dar um passo
mais concreto para a abertura do negócio: a formulação do contrato social. Este documento é
tão fundamental para as empresas como sua certidão de nascimento é para você, pessoa física.
No contrato social, constam as regras e as condições sob as quais uma empresa deve funcionar,
assim como os direitos e as obrigações de cada pessoa que a constitui.
Fonte: Meepian/Shutterstock
Deve haver a definição do tipo de empresa, uma descrição dos sócios e as atribuições de cada
um.
Ele descreve o fechamento do capital social, listando o total de investimento inicial da empresa e
como cada sócio arcará com as essas despesas.
2
3
Vale destacar que nenhum dos sócios de uma nova empresa pode ter dívidas de impostos não
pagos. Na medida do possível, o empreendedor pode buscar, neste momento, a assessoria de
um advogado ou contador para escrever o contrato social — principalmente no caso de
sociedades mais complexas.
O contrato social deve ser registrado na junta comercial do estado para que a empresa passe a
existir oficialmente. Com isso, qualquer alteração nele, como, por exemplo, a entrada de um novo
sócio, também precisa ser registrada como alteração contratual. Essa informação, portanto, será
incorporada à nova versão do contrato.
No contrato, também deve constar a definição do código CNAE – sigla que significa
Classificação Nacional de Atividades Econômicas – da empresa.
Trata-se de um passo fundamental, porque é com base nessa definição que as regras de
tributação da empresa serão pautadas.
MODELOS DE TRIBUTAÇÃO
O Brasil tem como modalidade de governo a República Federativa. Isso significa que, pela
Constituição de 1988, o poder político e as obrigações com os cidadãos são divididos entre seus
entes federativos: o governo federal, os estados e os municípios. Por isso, a arrecadação
(cobrança) de impostos também é dividida entre eles.
De todos esses atores governamentais, o governo federal é o principal regulador e cobrador de
impostos.
Órgão do governo federal, a Receita Federal estabelece os três modelos básicos de tributação
de empresas:
LUCRO REAL;
LUCRO PRESUMIDO;
SIMPLES NACIONAL.
Os regimes de tributação dos lucros real e presumido são mais complexos e utilizados por
empresas médias e grandes. Por esse motivo, nosso foco estará voltado para o regime do
Simples Nacional, já que ele é seguido por organizações de pequeno porte.
Existem restrições, porém, em relação às atividades que podem ser exercidas. Justamente por
ser o modelo mais simples de tributação, este caso é particular. Apesar de se enquadrar no
regime do Simples Nacional, o empreendedor individual fica isento de alguns impostos federais
(imposto de renda, PIS, COFINS, IPI e CSLL) e paga um valor fixo mensal destinado à
Previdência Social e aos impostos que não são federais, como o ICMS e o ISS.
COMENTÁRIO
Imposto cobrado pelos governos municipais: Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
A empresa MEI pode ter, no máximo, um funcionário contratado, desde que ele receba um salário
mínimo ou o piso da categoria. De acordo com a Receita Federal, o faturamento anual de uma
empresa MEI não pode ultrapassar o valor de R$81.000.
Além da vantagem tributária, as empresas classificadas como MEI conseguem realizar a abertura
da conta bancária vinculada ao CNPJ de forma simplificada. Além disso, é menos burocrático
pedir empréstimos e emitir notas fiscais.
Tudo isso tem como objetivo fomentar a atividade empreendedora e ajudar o pequeno
empreendedor a se legalizar.
MICROEMPRESA (ME)
A ME ocupa um patamar de faturamento anual logo acima da empresa MEI.
Para a Receita Federal, ela precisa ter um faturamento anual inferior ou igual a R$360.000. As
empresas com uma receita anual superior a tal valor passam a ser classificadas no patamar
seguinte da escada de faturamento.
Para emitir o CNPJ, você deve usar o Coletor Nacional da Receita Federal, o qual, aliás, pode
ser acessado no site da REDESIM. Essa página também ajudará o empreendedor em outras
etapas da abertura de uma empresa.
ESTRUTURA FINANCEIRA
Uma especialista falará de forma mais detalhada sobre as categorias de empresas de apenas
um sócio e a classificação por porte.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Antes de concretizar a abertura de uma empresa, o empreendedor ainda tem de saber se ela irá
precisar do licenciamento ambiental para funcionar. O compromisso com o meio ambiente deixou
de ser apenas um diferencial para seu produto ou serviço, passando a ser exigido por lei, caso o
seu negócio se enquadre dentre as categorias de:
AGRICULTURA;
MINERAÇÃO;
INDÚSTRIAS;
TRANSPORTE;
SERVIÇOS;
OBRAS CIVIS;
BIOTECNOLOGIA.
Dessa forma, esse licenciamento funciona como uma ferramenta de gestão pública para garantir
o controle das ações humanas sobre o meio ambiente. A necessidade de licenciamento
ambiental normalmente inclui:
Caso a empresa se enquadre nas categorias listadas acima e não esteja com as licenças
ambientais regularizadas, o empreendedor correrá o risco de ter de pagar multas, além de – é
claro – prejudicar o meio ambiente em volta do local de operação.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O CONTRATO SOCIAL É UM DOCUMENTO QUE DEVE SER
ELABORADO ANTES DE A EMPRESA COMEÇAR A FUNCIONAR. SOBRE
ELE, É CORRETO AFIRMAR QUE:
GABARITO
1. O contrato social é um documento que deve ser elaborado antes de a empresa
começar a funcionar. Sobre ele, é correto afirmar que:
Empresas do setor de agricultura são obrigadas a fazer seu licenciamento ambiental. Caso
contrário, poderão ser multadas pelos órgãos competentes.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Isso também é verdade em relação a seu gerenciamento financeiro: um erro de cálculo do capital
de giro pode levar um negócio à falência. A gestão de uma organização, portanto, requer um
esforço contínuo de atenção a todos os detalhes das operações diárias.
FALA MESTRE
Sinopse: Leonardo Tristão, Diretor Geral do AirBnB na América do Sul, e Paulo Veras, fundador
da 99 Taxi, falam sobre questões regulatórias, como novas empresas e empresas de tecnologia
devem buscar trabalhar ativamente na melhoria de legislações já existentes para que seja
possível inovar.
Sinopse: Leonardo Tristão, Diretor Geral do AirBnB na América do Sul, e Paulo Veras, fundador
da 99 Taxi, falam sobre questões regulatórias, como novas empresas e empresas de tecnologia
devem buscar trabalhar ativamente na melhoria de legislações já existentes para que seja
possível inovar.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional
da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
GOLDSBY, M. G. The entrepreneur’s toolkit: course guidebook. Virginia: The Great Courses,
2014.
EXPLORE+
Para ter acesso a todos os documentos necessários em cada etapa da abertura de uma
microempresa, acesse a página do Sebrae e leia este manual:
TOCANTINS, S.; SOUZA, R.; BEZERRA, C. Passo a passo para abertura de microempresa.
Amapá. Sebrae. Consultado em meio eletrônico em: 18 nov. 2020.
CONTEUDISTA
CURRÍCULO LATTES