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David Candeeiro
Charles Bechane
Graça Pedro
Inocência Paunde
Universidade Púngué
Chimoio
2022
David Candeeiro
Charles Bechane
Graça Pedro
Inocência Paunde
Universidade Púngué
Chimoio
2022
Índice
1 Introdução..................................................................................................................1
2 Objectivos..................................................................................................................1
2.3 Metodologias......................................................................................................1
3 Enquadramento teórico..............................................................................................2
3.1 Definições...........................................................................................................2
8 Conclusão.................................................................................................................13
9 Referências Bibliográficas.......................................................................................14
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1 Introdução
Actualmente, sendo as saídas de campo uma experiência de aprendizagem cada vez
menos utilizadas pelos professores, procuramos ao longo deste trabalho perceber qual o
impacto e a pertinência que a realização deste género de actividades pode ter ao nível
das aprendizagens desenvolvidas pelos alunos, especialmente nas áreas disciplinas de
História e Geografia. Numa época em que se fala cada vez mais do uso de novas
tecnologias na sala de aula, pretendemos implementar uma estratégia de aprendizagem
que não decorre no espaço da sala de aula, mas que permite aos alunos construir o seu
conhecimento de uma forma mais apelativa e motivadora.
2 Objectivos
2.3 Metodologias
Com propósito metodológico, recorri as pesquisas bibliográficas, a uma vista de olhar
nos Livros (Módulos/Manuais) e nos serviços electrónicos (internet), seguindo da
compilação da informação recolhida fez se o que a seguir nos é apresentado.
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3 Enquadramento teórico
3.1 Definições
ou dentro do recinto escolar”. A autora defende que para a realização deste tipo de
actividades, tem que haver finalidades e objectivos previamente definidos. Para além
disso, destaca que esta actividade tal como outras, requere motivação e planificação,
elaborando os materiais necessários para o antes, o durante e o pós saída de campo.
Para Brusi (1992 apud por Del Carmén e Predinaci, 1997) as saídas de campo,
favorecem um maior conhecimento do aluno do meio que o rodeia, pois permite que
tomem conhecimento da diversidade, complexidade e a multiplicidades de variáveis
existentes. Também permite que os alunos tenham uma atitude de investigação assente
em práticas procedimentos que não podiam ser realizadas no contexto da sala de aula.
Na opinião de Compiani e Carneiro (1993), as saídas de campo incentivam o espírito de
colaboração e entreajuda entre alunos e também é importante para a aprendizagem de
novos conceitos. Estes dois autores reflectem muito na importância das saídas e do
trabalho de campo na Geologia. Eles afirmam que estas actividades permitem, não só,
recolher material necessário para desenvolver no contexto de sala de aula, como
também desenvolve nos alunos as atitudes.
como Monteiro (1995, p.190) relembra “se a visita de estudo se enquadra num projecto
em que intervêm várias disciplinas, a deslocação deve prever a visita a diferentes locais
ou a um local que possibilite leituras diversas”.
O professor que coordena e organiza a saída de campo, deve conhecer previamente os
locais a visitar, realizando uma viagem exploratória para a recolha de informações ou
recursos pedagógicos de apoio e para estabelecer contactos com as instituições que
tutelam os espaços a visitar. Esta viagem exploratória, serve para o reconhecimento do
percurso a efectuar e para realizar uma estimativa ao tempo necessário para percorrer o
itinerário entre o local de partida e os locais a visitar. Aoprogramar desta forma a
actividade, o professor irá aproveitar ao máximo o tempo da visita e dos recursos que
poderão ser explorados.
A definição da data é também um dos pontos fundamentais, tendo o professor que ter
em conta determinados factores, como por exemplo: a planificação anual e de unidade
didáctica, a estação do ano que poderá ser mais proveitosa a saída de campo, a
planificação antecipada da actividade para que esta seja aprovada pelos órgãos
competentes, a obtenção das autorizações do encarregados de educação e o
estabelecimento de contactos com a empresa de transportadora, assim como das
instituições a visitar. Neste estudo, a definição quanto à data da realização da
actividades, assim como os contactos com as instituições a visitar só foram efectuados a
partir do mês de Fevereiro.
Como já foi referido anteriormente, este tipo de actividade exige ao professor um
trabalho prévio de preparação que envolve um processo de planificação, mas também,
um trabalho que se tem de realizar com os alunos. Aqui é importante fazer com os
alunos um conhecimento prévio dos locais a visitar e dos conteúdos a abordar no
decorrer da saída de campo. Este momento de conhecimento prévio com os alunos pode
ser feito através da utilização de um recurso audiovisual. Neste ponto, optamos por
demonstrar aos alunos os sítios os locais onde eles iriam visitar, assim como, foram
dadas indicações acerca das normas de conduta a serem cumpridas pelos alunos, bem
como o material que seria necessário para esta actividade.
O aspecto mais importante na elaboração da saída de campo é o processo de ensino-
aprendizagem que se vai levar a cabo nesta actividade. Assim, o tratamento dos
conteúdos e a exploração os locais a visitar devem ser acompanhados de um
roteiro/guião onde estejam previstas tarefas para os alunos realizarem. No roteiro/guião
poderão também integrar “excertos de pequenos textos literários ou jornalísticos sobre o
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local a visitar, dados e informações especializadas (Monteiro, 1995, p. 191). Para além
de todos estes aspectos, Monteiro (idem, p.191) salienta que no roteiro/guião “deverão
ser assinaladas as paragens previstas durante o percurso, bem como aspectos que
merecem ser observados: um rio, um monumento, uma actividade, uma produção
artística”.
Para além do roteiro/guião, podem ser utilizados outras estratégias e actividades
possíveis de serem realizadas nas saídas de campo, como afirma Monteiro (1995, pp.
188-195). Neste estudo apenas utilizamos o guião, devido aos muitos locais a visitar ao
tempo que não chegaria para fazer outras actividades para além daquela que os alunos
realizaram.
Durante a realização da saída de campo, o professor deve evidenciar um discurso
pensado e preparado previamente, para aplicar em diferentes situações ou contextos,
mas também demonstrar flexibilidade perante situações imprevistas que inevitavelmente
acontecem numa actividade como esta.
Além destes factores, Wiley e Humphereys (1985 apud Almeida, 1998, p.64) afirmam
que o professor que organiza esta actividade entra por vezes em conflito com os
professores que são mais organizados em termos de planificação de aula, pois a
realização de uma saída de campo interfere com actividades lectivas de outras
disciplinas. De facto, este factor é bastante importante porque muitos professores
acabam por ser demasiado intransigentes na cedência das suas aulas, o que por vezes
dificulta na organização e planificação da actividade. As dificuldades económico-
financeiras tanto da parte dos estabelecimentos de ensino, como dos alunos podem ser
outro aspecto que contribui para a não prática desta técnica de ensino.
Como refere López Martín (2000 p.100), as saídas de campo são cada vez mais uma
realidade preocupante. Este autor constata que cada vez menos se sai com os alunos
para o campo, e quando se faz, as saídas são meras excursões. Ele acaba por apontar
algumas das possíveis causas que possam contribuir para a fraca adesão a estas
actividades, tais como: o medo do professor da responsabilidade que se assume neste
tipo de actividades extra-escolares, o baixo grau de satisfação dos professores nestas
actividades, a falta de formação dos docentes em aspectos práticos de campo e a falta de
uma boa planificação e metodologia que impede um bom aproveitamento da actividade.
Também Hana (1992 apud Almeida, 1998, p. 65) assinala, como limitações o facto de
certas actividades exigirem uma certa destreza física e capacidade de correr riscos com
os alunos, algo que nem todos os professores estão disponíveis, assim como, a falta de
confiança científica de alguns professores quando saem da sala de aula. Almeida (1998,
p.65), revela que uma das maiores dificuldades que os professores apresentam fora da
sala de aula, é o facto de não conseguirem controlar e evitar o surgimento de situações
imprevistas. O receio que estas situações aconteçam, aliado à falta de confiança
científica origina desmotivação para os docentes realizarem saídas de campo.
Por último, referir alguns factores que durante uma saída de campo podem ter reflexos
nos alunos e que poderão condicionar a mesma. Na opinião de Keown (1985 apud
Almeida, 1998 p. 66) “nas deslocações ao ar livre são múltiplos os factores de
distracção, como a variação de temperatura, vento, moscas, falta de lugar para sentar,
que perturbam a eficácia da aprendizagem, o que não quer dizer que o professor não
possa e não deva ultrapassar estes obstáculos”. A variação da temperatura acabou por
ser um factor importante para o decorrer desta saída de campo, como iremos verificar
mais adiante neste estudo.
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Ao longo da sua prática lectiva, muitos professores que organizaram saídas de campo
foram confrontados com alguns obstáculos e limitações que aqui fomos enunciando. O
importante é o professor ao pretender organizar e implementar esta estratégia esteja
preparado para ultrapassar todos estes obstáculos e limitações, para assim proporcionar
aos alunos uma experiência de ensino-aprendizagem diferente do que eles estão
acostumados durante o ano.
8 Conclusão
Ao definirmos saída de campo para História e Geografia, podemos considerar todas as
deslocações que se fazem dentro ou fora do recinto escolar, onde se realize o devido
trabalho de campo. Sem trabalho de campo, não pode haver saída de campo e vice-
versa. Importante definir a importância que esta actividade possui nas duas áreas
disciplinares, em Geografia por ser fundamental para o aluno conhecer o meio
envolvente, e em História por possibilitar o aluno de conhecer a história do seu país, de
uma determinada região ou localidade. O resultado deste trabalho reflecte a importância
da realização desta actividade, numa região onde se conseguiu conciliar as duas áreas
disciplinares. Ao analisarmos os principais resultados, conseguimos verificar uma
diferença significativa que esta actividade produziu nos conhecimentos dos alunos. Para
isso, é importante comparar o antes e o depois da saída de campo. Ao fazermos esta
comparação acabamos por concluir que este tipo de actividades, produzem um efeito
muito positivo e motivante para os alunos.
Nas conclusões de um estudo desta natureza há que referir um aspecto muito
importante: estamos perante um estudo de investigação educacional e, por este motivo,
as conclusões que chegamos não são susceptíveis de generalizações abusivas. Os
resultados deste estudo, não significa que todos os professores que decidirem adoptar
esta estratégia tenham os mesmos resultados. Com outros alunos, professores, num
contexto educativo distinto, naturalmente os resultados seriam diferentes. Com este
estudo de caso apresentado ao longo deste relatório, era nossa objectivo compreender a
pertinência das saídas de campo, no processo de ensino-aprendizagem nas áreas
disciplinares de História e Geografia.
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9 Referências Bibliográficas
1. Almeida, A. (1998). Visitas de estudo: concepções e eficácia na aprendizagem.
Lisboa: Livros Horizonte
2. Miguéns, M. (1991). Actividades práticas na Educação em Ciência: Que
modalidade? Aprender, 14
3. Orion, N.; Hofstein, A. (1991). The Measurement of Students Attitudes Towards
Scientific Fied Trips. Science Education; 75 (5)
4. ME/DREN (2004). Oficio-circular nº 21/04 de 11 de Março. (Visitas de estudo
ao estrangeiro e em território nacional; intercâmbios escolares; passeios
escolares e colónias de férias). Porto: Direção Regional de Educação do Norte.
5. Monteiro, M. (1995). Intercâmbios e visitas de estudo. In A. D. de Carvalho
(Org.). Novas Metodologias em Educação. Porto: Porto Editora
6. Tejada Cuesta, L. (2009). “Las salidas, un recurso para el aprendizaje en
educación infantil”. Sevilha: e/d Disponível em http://www.csi
csif.es/andalucia/modules/mod_ense/revista/pdf/Numero_14/LIDIA_TEJADA_
1.pdf (Acedido a 7 de Setembro de 2016)
7. Del Cármen, L.; Predinaci, E. (1997). El uso del entorno y el trabajo de campo.
In Carmen L. (Coord.). La Enseñanza y el aprendizaje de las ciências de la
naturaleza en la educación secundaria. Barcelona: I.C.E. Universitat Barcelona
e Editorial Horsori
8. Compiani, M.; Carneiro, C. (1993). Os papéis didáticos das excursões
geológicas. Enseñanza de las Ciencias de la Tierra, 1(2).
9. López Martín, J. (2000). Las salidas de campo:
https://www.educarm.es/documents/246424/461842/22_salidasdecampo.pdf/
515ab5bb-876a-4541-b5de-b5f23b103e1a (Acedido a 12 de Setembro de 2016)