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Índice

1 Introdução ...................................................................................................................... 1

2 Objectivos ...................................................................................................................... 2

2.1 Objectivos Gerais ................................................................................................... 2

2.2 Objectivos Específicos........................................................................................... 2

2.3 Metodologias .......................................................................................................... 2

3 Enquadramento teórico ................................................................................................. 3

4 Os prazos da coroa de Moçambique ............................................................................. 3

4.1 Deficiçõs ................................................................................................................. 3

4.1.1 Prazos .............................................................................................................. 3

4.1.2 Prazos de Coroa .............................................................................................. 3

4.2 A localização dos Prazos de coroa ........................................................................ 3

5 Origem e formação ........................................................................................................ 3

5.1 Objetivos da criação dos prazos ............................................................................ 4

5.2 Requisitos para a ocupação dos prazos................................................................. 5

5.3 Deveres dos prazos ................................................................................................ 5

5.4 Tentativas de regulamentar os prazos ................................................................... 5

6 Estrutura dos Prazos ...................................................................................................... 6

6.1 Actividades económicas ........................................................................................ 6

6.2 Estrutura sócio-política .......................................................................................... 7

6.3 O aparato ideológico .............................................................................................. 7

6.4 Decadência ............................................................................................................. 8

7 Conclusão ....................................................................................................................... 9

8 Referências Bibliográficas .......................................................................................... 10


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1 Introdução

A palavra prazo, foi usada a partir do séc XIV para designar pequenas unidades
políticas estruturadas dentro do império dos Mwenemutapa por mercadores de origem
portuguesa e indiana. A ocupação das terras seguiu três vias principais:

 Doações dos chefes africanos ao governo português;


 Conquista militar por parte de alguns mercadores ricos e;
 Compra aos chefes africanos pelos mercadores.

O sistema de prazos existiu apenas na região do Zambeze, entre Tete e Sofala nos séc.
XVI e XVII.

Os prazos da coroa surgiram no Vale do Zambeze entre Quelimane e Zumbo, na


segunda metade do século XVI (1530). Portanto, Portugal querendo garantir e
defender as rotas comerciais e uma livre circulação dos produtos de troca (ouro e marfi,
tecidos, colares de missangas, armas de fogo, munições e bebidas alcóolicas) para o
interior e ocupar a nossa terra de maneira mais organizada, para melhor explorar as
nossas riquezas, enviou para Moçambique grupos de portugueses e cristãos de Goa que
se fixaram no ale do Zambeze.
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2 Objectivos

2.1 Objectivos Gerais


Analisar Os Prazos De Coroa de Moçambique.

2.2 Objectivos Específicos


Conceituar os prazos e os prazos de coroa;
Explicar os prazos de coroa de Moçambique, a sua formação e origem;
Indentificar a estrutura dos prazos de coroa;
Descrever e caracterizar as actividades económicas, políticas, ideológica e a
decadência.

2.3 Metodologias
Com propósito metodológico, recorremos as pesquisas bibliográficas, a uma vista de
olhar nos Livros (Módulos/Manuais) e nos serviços electrónicos (internet), seguindo da
compilação da informação recolhida fez se o que a seguir nos é apresentado.
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3 Enquadramento teórico

4 Os prazos da coroa de Moçambique

4.1 Deficiçõs

4.1.1 Prazos

PRAZOS: é uma expressão de origem latina que significa “contrato”.

4.1.2 Prazos de Coroa


Segundo NHAPULO, 2013. PRAZO DA COROA: é uma porção ou concessão de
terra de um direito real – a enfiteuse concedida pela coroa portuguesa a um indivíduo –
o prazeiro por um período de três gerações.

4.2 A localização dos Prazos de coroa


Os prazos localizavam-se ao longo do amplo Vale do Zambeze, estendendo-se desde
Quelimane, na costa, ao Zumbo, na fronteira oeste com a Rodésia (atual Zâmbia).
Lobato interpretou esta ocupação como tendo sido levada a cabo, de forma espontânea,
por homens do reino que legal ou ilegalmente se lançaram no interior de Moçambique,
em busca de riquezas auríferas.

5 Origem e formação
Segundo DHUEM., 2000. Com o agravamento das contradições no Estado dos
Mwenemutapa, novas unidades políticas onde o estrato dominante era formado por
mercadores portugueses estabelecidos como proprietários das terras (compradas,
conquistadas ou doadas), vão emergir, dando origem aos prazos.

O objectivo da criação dos prazos pela coroa portuguesa era de incrementar o


povoamento da população colona; controlar as terras situadas ao longo do rio
Zambeze e de ocupar efectivamente os seus territórios coloniais.

Os prazos da coroa surgiram no Vale do Zambeze entre Quelimane e Zumbo, na


segunda metade do século XVI (1530). Portanto, Portugal querendo garantir e
defender as rotas comerciais e uma livre circulação dos produtos de troca (ouro e marfi,
tecidos, colares de missangas, armas de fogo, munições e bebidas alcóolicas) para o
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interior e ocupar a nossa terra de maneira mais organizada, para melhor explorar as
nossas riquezas, enviou para Moçambique grupos de portugueses e cristãos de Goa que
se fixaram no ale do Zambeze. Foi neste contexto da penetração portuguesa no vale do
Zambeze (1530), que nasceram os prazos.

Contudo, o sistema de prazos foi posto em prática no início do século XVII quando os
portugueses que aí se encontravam começaram a receber grandes extensões de terra (5
léguas = 25km2) ao longo do rio Zambeze, dadas pelo Vice-rei da Índia (em nome do
rei de Portugal), por um período de 3 a 3 ou 2 a 2 gerações.

O pedido da ocupação do Prazo só podia ser feito pela filha branca do prazeiro
mediante o pagamento de uma renda – o foro. Contudo, os senhores de terra não
pagavam o foro e não se sentiam vassalos da coroa portuguesa, sendo que cada um era
rei da sua propriedade.

A sucessão na posse do prazo era feita por via feminina descendente português, caso
contrário as terras eram lhes retirada. Nesse período era difícil encontrar portugueses
interessados em emigrar para África, daí foi decretada uma lei que absorvia todos
os criminosos condenados à morte, aventureiros, mercadores ansiosos de se tornarem
heróis nacionais com condição de irem “civilizar a África”. É assim que se diz que
o prazo era o “lixo do lixo” que compunha parte da sociedade portuguesa.

5.1 Objetivos da criação dos prazos

O governo de Lisboa, ao instituir o sistema de Prazos, pretendia:

Acelerar a colonização de Moçambique; Incrementar o povoamento da população


colona;

Rentabilidade económica de Portugal;

Controlar e sedentarizar os soldados, criminosos e ventureiros;

facilitar o processo de comercialização de produtos com os árabes;

acelerar a colonização de Moçambique com o incremento da população colona.


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5.2 Requisitos para a ocupação dos prazos

Ser de sexo feminino em especial viúvas dos guerreiros europeus;

Ser de origem ou descendência portuguese ou indiana;

Habitar dentro dos prazos; cumprir os deveres.

5.3 Deveres dos prazos

Praticar a agricultura; administrar a justiça, a economia, etc;

Proteger os habitantes africanos residentes nos prazos;

Proteger e auxiliar os chefes em casos de guerras;

Pagar imposto anual – foro à coroa, correspondente a 1/10 do rendimento do prazo e o


recolhido dos impostos;

Expandir a civilização portuguesa e a fé cristã através dos seus domínios.

Ora, na instalação do sistema de Prazos surgiram dificuldades: a maioria dos prazeiros


era constituída por criminosos, opositores políticos do regime e desertores (aquele que
abandona) do exército que cumpriam penas de degredo (exílio) em Moçambique. Eram
indivíduos que não se identificavam com os interesses da Coroa, e por isso,
extremamente limitados para agirem como agentes executores da vontade do governo
de Lisboa. Assim com o tempo, o sistema de O Prazos em vez de funcionar em função
dos interesses da monarquia portuguesa, passou a funcionar em benefício dos prazeiros,
que se preocupavam com a conquista e controlo de maior numero de terras e o aumento
do seu poder político e militar, para garantir a sua sobrevivência.

5.4 Tentativas de regulamentar os prazos

O governo português na tentativa de disciplinar e exercer um certo controlo sobre a


actividade dos prazeiros, puplicou leis que visavam introduzir reformas no sistema. Em
1667 foi publicada a primeira reforma, mas seus resultados foram nulos, pois os prazos
continuavam a não respeitar a Coroa Portuguesa e continuavam a administrar os prazos
a seu bel-prazer.
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Em 1760, foi publicada a segunda reforma, que dentre vários aspectos especificava
que: os prazos não deviam ter mais de três ou quatro léguas quadradas; os prazos só
podiam ser autorizados pelo governo de Lisboa, depois de um período experimental de
4 anos; os prazeiros deveriam permitir a fixação de outros europeus dentro dos seus
terrenos; deveriam contribuir na manutenção de fortes, na construção de estradas e
travessias de pontes, em tempos de seca e, contribuir também em homens e armamentos
para as expedições.

Apesar desta legislação ser bastante exigente, os prazeiros rejeitaram as reivindicações


portuguesas quanto às suas terras. Estas contradições resultaram na instabilidade
política dos prazos.

6 Estrutura dos Prazos

6.1 Actividades económicas


Segundo KI- ZERBO,. 1999. Os prazeiros gozavam de uma independência quase total:

– Fixavam os impostos (mussoco – tributo em géneros) a serem pagos pela população


camponesa residente dentro do prazo e seus arredores;

– Condenavam à morte por enforcamento, chicotadas, palmatoadas a todos que se


recusassem a acatar as suas leis;

– Tinham a sua própria força militar, formada principalmente por escravos e mais tarde
por mercenários.

Do ponto de vista económico, até finais do século XVIII o comércio do ouro e


marfim configuravam a base económica de acumulação primitiva do capital dos
prazeiros. Os camponeses das Mushas tinham a seu cargo a produção material de
subsistência, canalizada parcialmente para a aristocracia prazeira através da relação de
produção fundamental expressa no Mussoco, uma renda em géneros.

Mais tarde, era baseada na pilhagem feita durante as incursões militares, no comércio de
peles e de escravos.
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Dentro dos prazos, os escravos encontravam-se divididos em dois grandes grupos com
funções distintas:

Exército (A-chicunda) garantia defesa do prazo, a organização de operações de caça de


elefantes e de escravos, cobrança de impostos, etc.

Domésticos: produção de alimentos, mineração do ouro e a prática de uma indústria


ligeira (barqueiros, pescadores, carpinteiros, etc).

6.2 Estrutura sócio-política

A administração dos prazos era independente da coroa portuguesa e locais. O Prazo era
dividido em ARINGAS e servia de defesa e era chefiado pelos FUMOS.

 No topo encontramos osCHUANGAS vigiavam e controlavam a actuação dos


Mambos e dos Fumos. Eramuma espécies de inspectores que residiam junto
dos Mambos e dos Fumos e deles davam notícia regular aos prazeiros/ viviam
actuação dos Fumos e Mambos;
 A-CHICUNDAS,garantiam a segurança militar e escoamento dos produtos dos
camponeses;
 MUSSAMBAZES,eram mercadores negros especializados – comerciavam;
 MUANAMAMBOS E MACAZAMBOS,geriam a administração interna;
 NIACODAS E ENSACAS, mineravam;
 MUSHAS OU CAMPONESES,tinham ao seu cargo a produção material para a
subsistência e uma parte era canalizada a aristocracia prazeira através do
imposto – MUSSOCO. Por outro lado, alimentavam milhares de cativos.

6.3 O aparato ideológico

Os prazeiros aproveitaram da ideologia local – as práticas mágico-religiosa, o culto


dos espíritos, a invocação das chuvas, etc., garantes da reprodução e das relações
da produção. À semelhança dos Mwenemutapas, os prazeiros usavam o MUAVI, uma
bebedagem tóxica que se tomava para descobrir a culpabilidade de alguém num
determinado delito ou acusação de feitiçaria. Recorriam também aos advinhos para
realizar qualquer negócio, viagem, etc.
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Os proprietários de Prazos tinham o direito de julgar as disputas locais (milandos).

Em casos de morte de um prazeiro (antes do Mambo), instalava-se a desordem,


pilhagens e até homicídios e realizavam um ritual de uma situação de caos generalizado
– o choriros.

6.4 Decadência
Segundo NEWITTI, 1997. Por volta de 1730, a maior parte dos prazos existentes
entraram em decadência ou tinha sido abandonado. Na primeira metade do século XIX
acentuava-se a decadência dos prazos, devido aos seguintes factores:

► A competição entre os prazeiros e entre os povos vizinhos;

► A exportação dos camponeses e A-chicundas garantes da segurança militar e


alimentar;

► A invasão das forcas de Báruè e Monomutapas aos Prazos entre 1820 – 1835;

► A invasão do Nguni em 1832 em que até 1840 já tinham ocupado 28 dos 46 prazos,
obrigando-os a pagar tributos;

► O despovoamento em que em fuga, os A-chicundas atacaram os prazos e destruíram


as rotas comerciais do sertão;

► O baixo nível de produção provocado pelas secas, epidemias e elevadas necessidades


de consumo.
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7 Conclusão

Fim do trabalho, concluí que depois destes razões que levou Portugal a criar os prazos
foi o facto de aqueles que eram exilados para Moçambique, tal como as autoridades
administrativas e os soldados enviados para lutar contra o mwenemutapa, se apoderarem
de grandes terras onde exerciam o seu poder absoluto sem prestar contas a ninguém.
Desta situação, que não convinha ao rei de portugal, pois perdia benefícios económicos
e políticos, nasceu a ideia de mandar contingentes de pessoas a Moçambique, a quem
concediam uma parcela de terreno uma medida que vinha acelerar a dominação colonial
com o incremento do povoamento branco.

O concessionário era obrigado a residir no prazo, a pagar um foro e a fornecer tropas as


autoridades portuguesa em caso de necessidade. A terra era concedida por um período
de duas a três vidas findo o qual, a terra voltava à coroa, podendo continuar na mesma
familia, em novo prazo de três vidas com novo foro, se tivesse sido convenientemente
administrada.
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8 Referências Bibliográficas
1. História de Moçambique. 2ª Edição. Maputo 1991. Universidade Eduardo
Mondlane
2. 12ª Classe. Carlos Serra. Moçambique e sua história. 1ª Edição, Maputo,
Moçambique departamento de História
3. NHAPULO, Telésfero de Jesus, História 12ª classe, Plural Editores, Maputo,
2013
4. DHUEM. História de Moçambique: Parte I- Primeiras Sociedades Sedentárias e
Impacto dos mercadores, 200/300-1885; Parte II- Agressão Imperialista, 1886-
1830. 1ª Edição, Vol. I, Maputo, 2000.
5. KI- ZERBO, Joseph. História de África Negra. Mira Sintra, Publicações Europa
– América; Vol. I, 3ª ed. 1999.
6. NEWITTI, Malyn. História de Moçambique. Edição, Publicações Europa –
América, 1997
7. SOUTO, Amélia de Neves. Guia Bibliográfico para Estudante de História de
Moçambique. (200/300-1930), Maputo, 1996.

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