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Ministério da Defesa

Exército Brasileiro
Escola de Sargentos das Armas
Escola Sargento Max Wolf Filho

CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS

PERÍODO BÁSICO

COLETÂNEA DE MANUAIS

DE

TÉCNICAS MILITARES I

2018
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 0/162)
ÍNDICE DE ASSUNTOS

UNIDADE DIDÁTICA I - O EXÉRCITO BRASILEIRO - EB Pág


1.1. A Instituição.......................................................................................... 2
1.2. Missão do Exército............................................................................... 5
1.3. Características da profissão militar...................................................... 14
1.4. A Carreira militar.................................................................................. 18
1.5. Valores e Deveres militares................................................................. 19
1.6. As Armas, Quadros e Serviços............................................................ 24
1.7. Estrutura organizacional...................................................................... 31
1.8. Visão de futuro..................................................................................... 39
UNIDADE DIDÁTICA II – HIERARQUIA E DISCIPLINA
2.1. Da Hierarquia Militar e da Disciplina.................................................... 40
2.2. Das transgressões disciplinares.......................................................... 42
2.3. Postos e graduações........................................................................... 56
UNIDADE DIDÁTICA III – FUNÇÕES DO SARGENTO NO CORPO DE TROPA
3.1. Auxiliar do Oficial de Combate a Incêndio........................................... 58
3.2. Auxiliar do Oficial de Munições, explosivos e manutenção do
armamento........................................................................................... 74
3.3. Furriel da SU........................................................................................ 75
3.4. Auxiliar do Oficial de Treinamento Físico Militar.................................. 75
3.5. Auxiliar do Oficial de Prevenção de Acidentes na Instrução................ 76
3.6. Chefe de viatura................................................................................... 99
UNIDADE DIDÁTICA IV – SINAIS DE RESPEITO E CONTINÊNCIA
4.1. Generalidades...................................................................................... 105
4.2. Dos sinais de respeito.......................................................................... 105
4.3. Da continência..................................................................................... 107
4.4. Do procedimento normal...................................................................... 108
4.5. Do procedimento em outras situações................................................. 110
4.6. Da continência da tropa....................................................................... 113
4.7. Da continência da guarda.................................................................... 119
4.8. Da continência da sentinela................................................................. 120
UNIDADE DIDÁTICA V – ORDEM UNIDA
5.1. Generalidades e definições.................................................................. 120
5.2. Movimentos sem arma a pé firme........................................................ 129
5.3. Movimentos sem arma em deslocamentos.......................................... 138
5.4. Movimentos com arma a pé firme........................................................ 141
5.5. Movimentos com arma em deslocamentos.......................................... 161

Autor da Coletânea: 1° Tenente Inf SAMUEL MATEUS DE ALENCAR MACÊDO

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 1/162)


UNIDADE DIDÁTICA 1
O EXÉRCITO BRASILEIRO – EB
TÍTULO 1.1 – A INSTITUIÇÃO

1.1.2 GENERALIDADES
(O Exército Brasileiro – EB20-MF-10.101)

O Exército Brasileiro surgiu da vontade da nação brasileira em defender sua


soberania contra invasores externos ainda no Brasil Colônia. Essa vontade foi
legitimada a partir da nossa independência, e da criação, de fato, do Exército
Brasileiro (EB), na constituição de 1824.

Atualmente, a existência do EB, como instituição, é prevista na Constituição da


República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88).

1.1.3 DEFINIÇÃO

A CF/88, no seu Artigo (Art) 142 define que: “As Forças Armadas, constituídas pela
Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes
e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia
dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.
Dessa definição, depreende-se que:

O Exército Brasileiro é uma instituição nacional permanente e regular,


organizada com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema
do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

Para o cumprimento de suas missões e tarefas, o EB se vale da Força Terrestre (F


Ter), instrumento de ação, que inclui todos os elementos da instituição com
capacidades geradas para atuar no ambiente operacional terrestre nas Operações
no Amplo Espectro.

Dessa definição, depreendem-se as principais características do Exército como


instituição, seus pilares, sua subordinação e destinação.

1.1.4 CARACTERÍSTICAS INSTITUCIONAIS DO EXÉRCITO BRASILEIRO

1.1.4.1 INSTITUIÇÃO NACIONAL

Por ser integrado por cidadãos brasileiros de todas as regiões do território pátrio,
por estar comprometido com os valores da cultura brasileira e com os superiores
interesses e aspirações da sociedade nacional, e ainda, pelo âmbito nacional de
sua atuação, o Exército pertence à Nação Brasileira.

1.1.4.2 INSTITUIÇÃO PERMANENTE

Por força de preceito constitucional, que consagra sua presença ao longo de todo
o processo histórico brasileiro, que reafirma essa atitude no presente e a projeta

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no futuro, definindo uma trajetória de dedicação, desprendimento e, não raro, de
sacrifício, o Exército está sempre voltado para a conquista e a manutenção dos
valores e aspirações nacionais constantes da Constituição Federal.

1.1.4.3 INSTITUIÇÃO REGULAR

Por possuir atribuições, organização, subordinação e efetivos definidos na


Constituição Federal ou em leis ordinárias especificas; por utilizar uniformes e
equipamentos próprios e padronizados e de caráter ostensivo, o Exército é uma
instituição regular.

1.1.4.4 INSTITUIÇÃO ORGANIZADA COM BASE NA HIERARQUIA E


DISCIPLINA

A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A


autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico. O respeito à
hierarquia é demonstrado pelo espírito de acatamento à sequência de autoridades.

A disciplina, que é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis e


regulamentos, preceito fundamental e norteador do funcionamento da Instituição. É
traduzida pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos os integrantes da
Força.

FIGURA 2-1 – Comemoração do Dia do Exército em Brasília

1.1.5 CONDICIONANTES GERAIS

O Exército Brasileiro, por meio dos elementos da Força Terrestre, é preparado,


adestrado e empregado de acordo com as seguintes condicionantes gerais:
a) a missão do Exército;

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b) os objetivos, orientações e diretrizes estratégicas estabelecidas pela Política
Nacional de Defesa;
c) os objetivos e diretrizes militares de defesa estabelecidas na Política Militar de
Defesa;
d) as orientações contidas nas Estratégias Nacional de Defesa e Militar de Defesa;
e) a orientação estabelecida pela Política Militar Terrestre para o preparo e o
emprego do Exército;
f) as diretrizes estabelecidas pelo Comandante do Exército;
g) a necessidade de geração de capacidades operativas compatíveis com as
atribuições de garantia da soberania e da integridade territorial, do patrimônio e
dos interesses nacionais, e que respaldem a projeção do Brasil no concerto das
nações;
h) a conjuntura internacional e os compromissos assumidos, sempre de acordo
com os interesses nacionais;
i) a situação nacional, particularmente quanto aos aspectos referentes às ações de
garantia da lei e da ordem;
j) a constatação de que o País não está inteiramente livre de riscos e de ameaças
e que, apesar de conviver pacificamente com a comunidade internacional, pode
ser compelido a envolver-se em conflitos gerados externamente.
k) as distintas características fisiográficas do território nacional, que impõem
condicionantes, nos níveis estratégico, operacional e tático, à geração de
capacidades que visam ao emprego dos elementos da F Ter;
l) a necessária integração com o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas
(EMCFA) e com as demais Forças Singulares.
m) o nível de capacitação científico-tecnológica das Forças Armadas;
n) em ações subsidiárias, no apoio aos órgãos governamentais; e
o) os recursos orçamentários.

FIGURA 2-2 – Quartel General do Exército

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TÍTULO 1.2 - MISSÃO DO EXÉRCITO

1.2.1 MARCO LEGAL DA MISSÃO

1.2.1.1 CONSTITUIÇÃO FEDERAL (CF)

O Preâmbulo da Constituição Federal de 1988 expressa o conceito nacional –


definição do Brasil como País e aspirações da Nação. No título I (Art 1º, 3º, 4º e
Parágrafo único) constam os princípios e objetivos fundamentais que a Nação
estabeleceu para concretizar suas aspirações. De sua destinação constitucional,
as FA têm como finalidade contribuir para a conquista e manutenção dessas
aspirações e objetivos, fazendo valer esses princípios.

1.2.1.2 LEI COMPLEMENTAR (LC)

A LC nº 97, de 9 de junho de 1999, alterada pela LC nº 117, de 2 de setembro de


2004, e pela LC nº 136, de 25 de agosto de 2010, dispõe sobre a organização, o
preparo e o emprego das FA, bem como sua atuação em ações subsidiárias.

1.2.1.3 POLÍTICA E ESTRATÉGIA NACIONAIS DE DEFESA

A Política Nacional de Defesa (PND) está voltada para as ameaças externas. É o


documento condicionante de mais alto nível do planejamento de defesa e tem por
fim estabelecer objetivos e diretrizes para o preparo e emprego da capacitação
nacional, com o envolvimento dos setores militar e civil, em todas as esferas do
Poder Nacional.

A Estratégia Nacional de Defesa (END) é focada em ações estratégicas de médio


e longo prazo, objetivando modernizar a estrutura nacional de defesa, atuando na
reorganização das FA, reestruturação da Indústria Brasileira de Defesa e política
de recomposição dos efetivos das FA.

1.2.1.4 POLÍTICA E ESTRATÉGIA MILITARES DE DEFESA

A Política Militar de Defesa (PMiD), decorrente da PND e da END, apresenta uma


síntese da conjuntura nos ambientes internacional e nacional, projeta cenários
prospectivos para servirem de referência aos estudos políticos e estratégicos,
destinados ao preparo das FA, e estabelece os objetivos e orientações para a
formulação da Estratégia Militar de Defesa (EMiD) e dos planejamentos
estratégicos do preparo e emprego das FA.

A EMiD estabelece a concepção estratégico-militar brasileira, as capacidades


desejadas e as ações estratégicas orientadoras do planejamento das FA.

1.2.2 ENUNCIADO E DETALHAMENTO DA MISSÃO

As FA, constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica são instituições


nacionais, permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República e destinam-se à
defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de
qualquer destes, da lei e da ordem.

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Para o estabelecimento desse marco legal, o legislador considerou a História do
Brasil, as tradições, os princípios das relações internacionais, as necessidades de
segurança e de defesa e os cenários visualizados para o emprego das FA.

A missão do Exército é resultante dessa percepção do legislador – e, por


conseguinte, da sociedade brasileira – sobre todos esses aspectos. É institucional,
tem caráter permanente e sempre é orientada pelo marco legal. O enunciado é
expresso sinteticamente, pela finalidade, para facilitar sua compreensão. O
detalhamento e as condicionantes possibilitam o entendimento comum por todos
os integrantes da Força. Em síntese, o marco legal consiste em:

Defender a pátria, garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem. Apoiar a


política exterior do país. Cumprir atribuições subsidiárias.

1.2.2.1 ENUNCIADO
- Contribuir para a garantia da soberania nacional, dos poderes constitucionais, da
lei e da ordem, salvaguardando os interesses nacionais, e cooperando com o
desenvolvimento nacional e o bem-estar social.
- Para isso, preparar a F Ter, mantendo-a em permanente estado de prontidão.

1.2.2.2 DETALHAMENTO DA MISSÃO


- Integrar-se permanentemente à Nação.
- Ser um vetor de segurança e coesão nacional, paz interna e harmonia social.
- Manter o Exército apto a atuar como um instrumento de dissuasão e de emprego
do poder nacional.
- Desenvolver a capacidade de projeção de poder, de forma a apoiar a inserção
internacional do Brasil.
- Assegurar um elevado nível de prontidão.

1.2.2.3 INTERPRETAÇÃO DA MISSÃO DAS FORÇAS ARMADAS PELO


EXÉRCITO

De acordo com os marcos legais, a missão do Exército é interpretada como


se segue:

Segundo a Constituição Federal:


A FIM DE ASSEGURAR A DEFESA DA PÁTRIA
- Contribuir para a dissuasão de ameaças extrarregionais aos interesses
nacionais.
- Realizar a campanha militar terrestre para derrotar o inimigo que agredir ou
ameaçar a soberania, a integridade territorial, o patrimônio e os interesses vitais
do Brasil.
A FIM DE GARANTIR OS PODERES CONSTITUCIONAIS,
A LEI E A ORDEM
- Manter-se em condições de ser empregado em qualquer ponto do território
nacional, por determinação do Presidente da República, de forma emergencial
e temporária, após esgotados os instrumentos destinados à preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, relacionados no
Art 144 da Constituição Federal.

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Segundo Leis Complementares:
PARTICIPAR DE OPERAÇÕES INTERNACIONAIS, DE ACORDO COM OS
INTERESSES DO PAÍS.
COMO AÇÃO SUBSIDIARIA GERAL, COOPERAR COM O DESENVOLVIMENTO
NACIONAL E A DEFESA CIVIL, NA FORMA DETERMINADA PELO PRESIDENTE
DA REPÚBLICA.
COMO ATRIBUIÇÃO SUBSIDIÁRIA, ATUAR, POR MEIO DE AÇÕES
PREVENTIVAS E REPRESSIVAS, NA FAIXA DE FRONTEIRA TERRESTRE,
CONTRA DELITOS TRANSFRONTEIRIÇOS E AMBIENTAIS.

Defender a pátria
Significa a preservação da independência, da soberania, da unidade, das
instituições e da integridade do patrimônio nacional, o qual abrange o território, os
recursos humanos, os recursos materiais e os valores histórico-culturais.

FIGURA 3-1 – Operações de Defesa da Pátria

Garantir os poderes constitucionais


Significa a preservação da existência e, principalmente, do livre exercício dos
Poderes da República – Executivo, Legislativo e Judiciário – de forma
independente e harmônica, no quadro de um Estado Democrático de Direito.

Garantir a lei e ordem


Significa assegurar o cumprimento da lei, dos direitos e deveres estabelecidos no
ordenamento jurídico vigente, assumindo por determinação do Presidente da
República, o encargo principal da manutenção da segurança pública, após
esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, relacionados no Art 144 da CF/88.

FIGURA 3-2 – Operação de garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem

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Cooperar com o desenvolvimento nacional

Significa cooperar, em caráter subsidiário, com os órgãos públicos federais,


estaduais e municipais na execução de obras e serviços de engenharia e ações de
caráter geral, como a participação em campanhas institucionais de utilidade
pública ou de interesse social nacional.

FIGURA 3-3 – Cooperação com o desenvolvimento nacional

Cooperar com a defesa civil

Significa a atuação do Exército em cooperação com os órgãos do Sistema


de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC), com ações estruturadas de resposta à
ocorrência de desastre natural ou antrópico, a fim de contribuir com o socorro às
situações de emergência e de estado de calamidade pública, atenuando os efeitos
destes, ajudando na preservação da vida humana e do bem estar da população
atingida e cooperando com o restabelecimento da normalidade social.

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FIGURA 3-4 – Cooperação com a Defesa Civil

Participar de operações internacionais

Significa o emprego do Exército no atendimento a compromissos


internacionais do Estado brasileiro, com a finalidade de cooperar em missões de
paz ou de integrar uma Força Aliada, sob o respaldo de Organizações
Internacionais e de acordo com os interesses nacionais.

FIGURA 3-5 – Operação internacional

Atuação na faixa de fronteira


Significa atuar isoladamente ou em coordenação com outros Órgãos do poder
Executivo, executando, dentre outras, as seguintes ações na faixa de fronteira1:
patrulhamento; revista de pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de
aeronaves; e prisões em flagrante delito.

FIGURA 3-6 – Atuação em faixa de fronteira

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Para o cumprimento da missão do Exército, a Força Terrestre deve ser mantida
em permanente estado de prontidão.

1.2.3 FUNDAMENTOS DA MISSÃO DO EXÉRCITO

A missão orienta todas as atividades do Exército e baseia-se no marco legal e


condicionantes de emprego.

A missão do Exército Brasileiro fundamenta-se também em suas tradições e


vocações, definidas e consolidadas ao longo da evolução histórica e formação
sociocultural do Brasil.

Tradições de bravura, sacrifício, desprendimento e participação para conquistar e


garantir a soberania, a unidade e a integração nacionais e a paz social.

Tradições de culto e respeito à Pátria, aos seus símbolos, aos chefes militares do
passado, aos heróis nacionais e aos momentos históricos da formação,
emancipação e afirmação da Pátria brasileira.

Vocação democrática, decorrente de sólida formação com base nos ideais de


liberdade e de dignidade da pessoa humana e repulsa aos extremismos, às
ideologias e aos regimes autocráticos de quaisquer origens ou matizes. A vocação
democrática do Exército é reforçada por representarem seus membros um todo
homogêneo, sem se constituir em casta militar, composto por brasileiros oriundos
de diferentes etnias, classes sociais e credos religiosos, pela igualdade de
oportunidades de acesso à carreira militar e por sua fidelidade ao compromisso
permanente com a liberdade e com a democracia.

A vocação à solidariedade, manifestada, sobretudo, na assistência às populações


mais carentes, em especial àquelas situadas nas regiões mais longínquas, bem
como em situações de calamidade pública.

A vocação para sensibilizar-se e sintonizar-se com as mais legítimas aspirações


nacionais, mantendo-se imune e desvinculado da influência de qualquer
organização político-partidária, por se colocar acima de eventuais disputas entre
grupos sociais, econômicos ou políticos. Caracteriza-se por uma trajetória de
atuação orientada por sua destinação constitucional e comprometida somente com
os interesses e aspirações vitais da sociedade brasileira.

A vocação ao respeito, à amizade, à solidariedade e cooperação com as demais


Forças Armadas e com as de outros países.

1.2.4 CONDICIONANTES PARA O CUMPRIMENTO DA MISSÃO DO EXÉRCITO


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Comprometimento com os valores e a ética militares.

Coesão, alicerçada na camaradagem e no espírito de corpo, capaz de gerar


sinergia para motivar e movimentar a Força.

Liderança pelo exemplo, que motive direta e indiretamente o homem e as


organizações militares para o cumprimento, com determinação, da Missão do
Exército.

Qualificação moral e profissional como fator de autoconfiança, autoestima e


motivação, reforçando o poder de dissuasão do Exército e contribuindo para a
formação de cidadãos soldados úteis à Nação.

Tecnologia moderna e desenvolvida, buscando reduzir o hiato em relação aos


exércitos mais adiantados e a dependência bélica do exterior.

Equipamento adequado em qualidade e quantidade, principalmente de fabricação


nacional.

Desenvolvimento de capacidades que possibilitem transformar homem, tropa e


comando – desde os escalões elementares - num conjunto harmônico, operativo e
determinado no cumprimento de qualquer missão.

Integração interforças nas operações conjuntas e atividades de cunho


administrativo em tempo de paz, compartilhando e otimizando recursos.

Integração interagências, em situações de guerra e não guerra, para a combinação


de atitudes e ações, simultânea e/ou sucessivamente, com a finalidade de conciliar
interesses e coordenar esforços para a consecução de objetivos e propósitos
convergentes que atendam ao bem comum.

Planejamento Estratégico caracterizado pela contínua avaliação, atualização e


melhoria da gestão, otimizando resultados nos processos, produtos, serviços e no
emprego de recursos disponibilizados à Força.

Integração à Nação, identificando suas necessidades, interpretando seus anseios,


comungando de seus ideais e participando de suas realizações.

Compreensão pela Nação, sociedade e lideranças, da necessidade de Forças


Armadas potentes para a defesa dos interesses nacionais.

1.2.5 CONCEITO DO EXÉRCITO

Tendo a missão como um farol, o conceito do Exército reflete o perfil da Instituição


para conhecimento da Nação e da comunidade de nações e do público interno,
bem como orienta a concepção da visão de futuro, dos valores e objetivos da
Política Militar Terrestre.

O EB participou, participa e continuará participando ativamente de todos os


episódios decisivos de nossa História, tendo a integração, o bem estar, a
dignidade e a grandeza da Pátria sempre a nortear sua presença na vida nacional.
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Instituição aberta a todos os segmentos étnicos e religiosos e a todas as classes
sociais, reflete em seu seio as aspirações nacionais e a elas é sensível, o que se
traduz numa perfeita integração com a Nação brasileira.

O EB tem a confiança da Nação pelos exemplos que transmite ao cultuar a


História da Pátria, as tradições e os valores nacionais, morais e profissionais.
Assim, entende ser uma de suas maiores responsabilidades partilhar da
preservação e disseminação dessa mensagem em suas relações com a
sociedade, em prol do progresso moral da própria Nação.

A Instituição considera fundamental à segurança do Brasil ter, entre outras


condições: um poder militar compatível com a estatura geopolítica do País, o setor
de defesa (vertente militar e civil) inserido no núcleo decisório do Estado e o
envolvimento da sociedade nos estudos, debates e decisões de interesse da
defesa. Considera, também, a defesa nacional uma das forças indutoras do
fortalecimento moral, político, econômico e social da Nação.

A missão de contribuir para a garantia da soberania nacional, além de esclarecer


que a defesa da Pátria não é exclusividade do Exército, orienta a articulação da
Força Terrestre e reflete a priorização dada pela EMiD. O Brasil ainda não concluiu
a integração nacional e o Exército vê a contribuição a esse processo como uma de
suas principais finalidades, uma vez que é condição imprescindível à defesa do
País. Assim, a Amazônia, considerando a cobiça internacional e as
vulnerabilidades nacionais, é a área estratégica prioritária, sendo a sua integração
o fator de maior impacto na redução das vulnerabilidades naquela região.

O conceito de prioridade não é entendido como exclusividade. Assim, a Força tem


a devida atenção com as outras áreas estratégicas do território; valoriza a
pesquisa, a inovação e o desenvolvimento científico-tecnológico e contribui para a
recuperação da indústria nacional de material de defesa, como vetores de projeção
internacional do Exército e do País, com vistas a reduzir o hiato de poder com
relação às grandes potências; e, ainda, apoia as ações de governo na defesa civil
e no desenvolvimento nacional, principalmente as iniciativas voltadas para a
infraestrutura de interesse da defesa.

A capacidade de projeção de poder do Exército para operações de guerra e não


guerra, especificadas na Doutrina Militar de Defesa, cresce de importância, pois ao
assumir a condição de potência emergente, aumentaram as possibilidades de o
País se envolver em conflitos na defesa de seus interesses.

O Exército desenvolve capacidades para atender a três requisitos


simultaneamente, atuando integrado às demais Forças ou isoladamente: garantir a
defesa do território; projetar poder a fim de assegurar, também, outros interesses
vitais e atender às demandas da política exterior em favor da segurança, da paz
internacional e da integração regional.

A Força prepara-se para a dissuasão de ameaças, buscando atingir o mais alto


nível compatível com os recursos disponibilizados. Implica em manter a Força
Terrestre em permanente estado de prontidão, mantendo forças prontas para uma
resposta imediata, secundadas por outras já preparadas e capazes para
receberem completamento pela mobilização de recursos materiais e humanos.

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O propósito de médio prazo é alcançar um grau de dissuasão compatível com o
exército de um país com a condição de ator global, ao menos nas forças de ação
estratégica e em algumas Grandes Unidades, ampliando progressivamente esta
capacidade, conforme o fortalecimento do poder nacional.

O Exército, quando empregado, caracteriza-se pela flexibilidade, adaptabilidade,


modularidade, elasticidade e sustentabilidade (FAMES), além da pronta resposta,
e, se necessário, pela letalidade. Os pressupostos básicos para atender a estes
requisitos são as mobilidades estratégica e tática, fundamentos para a rápida
concentração ou dispersão, a manobra e a projeção de forças.

O Exército, na execução de ações subsidiárias, reforça sua integração com a


sociedade, contribuindo para desenvolvimento, paz interna, segurança, harmonia e
bem estar da Nação.

A Força prima pela permanente busca de atualização, melhoria contínua de seus


processos de gestão, moralidade e transparência na aplicação dos recursos
recebidos, tendo como propósitos a eficiência, a eficácia e a efetividade.

O Exército respeita a dignidade humana e considera seus recursos humanos e


famílias, bens de valor inestimável, tendo como objetivo de elevada prioridade o
seu desenvolvimento profissional, bem estar social e a valorização da profissão
militar.

FIGURA 3-7 – Objetivo: cumprimento da Missão do Exército

TÍTULO 1.3 - A PROFISSÃO MILITAR

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 13/162)


1.3.1 CARACTERÍSTICAS DA PROFISSÃO MILITAR

1.3.1.1 RISCO DE VIDA

Durante toda a sua carreira, o militar convive com o risco. Seja nos
treinamentos, na sua vida diária ou na guerra, a possibilidade iminente de um dano
físico ou da morte é um fato permanente de sua profissão. Como consta do
juramento do soldado, o exercício da atividade militar, por natureza, exige o
comprometimento da própria vida:

“Prometo cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver


subordinado, respeitar os superiores hierárquicos, tratar com afeição os
irmãos de armas e, com bondade os subordinados, e dedicar-me
inteiramente ao serviço da pátria, cuja honra, integridade e instituições
defenderei com o sacrifício da própria vida”.

FIGURA 4-1 – Risco de vida

1.3.1.2 SUJEIÇÃO A PRECEITOS RÍGIDOS DE DISCIPLINA E HIERARQUIA

Ao ingressar nas Forças Armadas, o militar tem de obedecer a severas normas


disciplinares e a estritos princípios hierárquicos, que condicionam toda a sua vida
pessoal e profissional.

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FIGURA 4-2 – Disciplina e hierarquia

1.3.1.3 DEDICAÇÃO EXCLUSIVA

O militar não pode exercer qualquer outra atividade profissional, o que o torna
dependente de seus vencimentos e dificulta o seu ingresso no mercado de
trabalho, quando na inatividade.

1.3.1.4 DISPONIBILIDADE PERMANENTE

O militar se mantém disponível para o serviço ao longo das 24 horas do dia, sem
direito a reivindicar qualquer remuneração complementar, compensação de
qualquer ordem ou cômputo de serviço especial.

FIGURA 4-3 – Disponibilidade permanente

1.3.1.5 MOBILIDADE GEOGRÁFICA

O militar pode ser movimentado em qualquer época do ano, para qualquer


região do país, residindo, em alguns casos, em locais inóspitos e de restrita
infraestrutura de apoio à família.

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FIGURA 4-4 – Pelotões de Fronteira

1.3.1.6 VIGOR FÍSICO

As atribuições que o militar desempenha exigem-lhe elevado nível de saúde física


e mental, não só por ocasião de eventuais conflitos, para os quais deve estar
sempre preparado, mas, também, no tempo de paz.

O militar é submetido, durante toda a sua carreira, a periódicos exames médicos e


testes de aptidão física, que condicionam a sua permanência no serviço ativo.

FIGURA 4-5 – Vigor físico

1.3.1.7 RESTRIÇÕES A DIREITOS TRABALHISTAS

O militar não usufrui de alguns direitos trabalhistas, de caráter universal,


que são assegurados aos trabalhadores de outros segmentos da sociedade,
dentre os quais se incluem:
- remuneração do trabalho noturno superior à do trabalho diurno;
- jornada de trabalho diário limitada a oito horas;
- obrigatoriedade de repouso semanal remunerado; e
- remuneração de serviço extraordinário, devido a trabalho diário superior a oito
horas diárias.

1.3.1.8 FORMAÇÃO ESPECÍFICA E APERFEIÇOAMENTO CONSTANTE

O exercício da profissão militar exige uma rigorosa e diferenciada formação.


Ao longo da vida profissional, o militar de carreira passa por um sistema de
educação continuada, que lhe permite adquirir as competências específicas dos
diversos níveis de exercício da profissão militar e realiza reciclagens periódicas
para fins de atualização e manutenção dos padrões de desempenho.

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FIGURA 4-6 – Formação específica e aperfeiçoamento constante

1.3.1.9 VÍNCULO COM A PROFISSÃO

Mesmo na inatividade, o militar permanece vinculado à profissão. Os


militares inativos, quando não reformados, constituem a "reserva" de 1ª linha das
Forças Armadas, devendo se manterem prontos para eventuais convocações e
retorno ao serviço ativo, conforme prevê a lei, independente de estarem exercendo
outra atividade, não podendo, por tal motivo, se eximirem dessa convocação.

FIGURA 4-7 – Vínculo com a profissão

1.3.1.10 PROIBIÇÃO DE PARTICIPAR DE ATIVIDADES POLÍTICAS

O militar da ativa é proibido de filiar-se a partidos e de participar de


atividades políticas, especialmente as de cunho político-partidário. Isso busca
caracterizá-lo como servidor do Estado brasileiro.

1.3.1.11 PROIBIÇÃO DE SINDICALIZAR-SE E DE PARTICIPAR DE GREVES OU


DE QUALQUER MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO

O impedimento de sindicalização advém da rígida hierarquia e disciplina,


cabendo ao comandante a responsabilidade pelo bem estar de seus comandados.
A proibição de greve decorre do papel do militar na defesa do País e de seus
interesses. Em sua tarefa prioritária e essencial para a Nação brasileira, o militar é
insubstituível.

1.3.1.12 CONSEQUÊNCIAS PARA A FAMÍLIA

As exigências da profissão não ficam restritas à pessoa do militar, mas


afetam, também, a vida familiar, considerando que:
a) o núcleo familiar não estabelece relações duradouras e permanentes na cidade
em que reside, porque ali, normalmente, passa curto período de tempo;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 17/162)
b) formação do patrimônio familiar é extremamente dificultada;
c) a educação dos filhos é prejudicada;
d) o exercício de atividades remuneradas por cônjuge do militar fica comprometida.

FIGURA 4-8 – Consequência para a família

TÍTULO 1.4 – A CARREIRA MILITAR

1.4.1 GENERALIDADES

A carreira militar é estruturada de forma singular, pois tem características


diferenciadas em vários aspectos, que vão desde o tipo de promoção de seus
profissionais, do modo peculiar de que se reveste o exercício de suas funções, até
a condição especial de seus inativos. Alterar os princípios dessa estrutura, que são
internacionalmente reconhecidos, significa correr o risco de inviabilizar tal carreira
para o fim maior a que se destina.

Os postos e as graduações dos militares são indispensáveis, não só na guerra,


mas também em tempo de paz, pois traduzem, dentro de uma faixa etária
específica, responsabilidades funcionais, competências e habilitações necessárias
para o exercício dos cargos e das atribuições.

O militar exerce, ao longo de sua carreira, cargos e funções em graus de


complexidade crescente, o que faz da liderança fator imprescindível à Instituição.
Esses aspectos determinam a existência de um fluxo de carreira planejado,
obediente a critérios definidos, que incluem a higidez, a capacitação profissional e
os limites de idade, influindo nas promoções aos postos e graduações
subsequentes.

A definição de cargos segundo postos, graduações e habilitações e a renovação


permanente, possibilitada pela rotatividade nos cargos, é fator de manutenção da
operacionalidade da Força.

As promoções são realizadas mediante planejamento de longo prazo, necessário


para definir, com exatidão, as vagas existentes em cada posto ou graduação e
para administrar o fluxo de carreira nos diferentes quadros de oficiais e de
graduados.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 18/162)


TÍTULO 1.5 – VALORES E DEVERES MILITARES

1.5.1 VALORES MILITARES

As Instituições Militares possuem referenciais fixos, fundamentos imutáveis e


universais. São os valores militares, que influenciam, de forma consciente ou
inconsciente, o comportamento e, em particular, a conduta pessoal de cada
integrante da Instituição. A eficiência, a eficácia e mesmo a sobrevivência das
Forças Armadas decorrem de um fervoroso culto a tais valores.

FIGURA 4-10 Valores Militares

1.5.1.2 PATRIOTISMO

O patriotismo pode ser entendido como o amor incondicional à Pátria. Esse amor
impele o militar a estar pronto a defender sua soberania, integridade territorial,
unidade nacional e paz social.

Caracteriza-se pela vontade inabalável do cumprimento do dever militar, mesmo


que isto prescinda o sacrifício da sua própria vida.

Pode ser resumido pelo lema:


(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 19/162)
"Servir à Pátria"
1.5.1.3 CIVISMO

Civismo é o culto aos símbolos nacionais, aos valores e tradições históricas, à


História-Pátria, em especial a militar, aos heróis nacionais e chefes militares do
passado.

Deve ser exteriorizado com a participação em solenidades cívico-militares, nas


comemorações de datas históricas, no culto aos patronos e heróis, na preservação
da memória militar e, sempre que oportuno, na divulgação dos valores cívicos.

No culto desse valor, os militares são importantes vetores de disseminação da


cultura nacional no seio da sociedade brasileira.

1.5.1.4 FÉ NA MISSÃO DO EXÉRCITO

Advém da crença inabalável na missão do Exército Brasileiro, e das Forças


Armadas, em defender a Pátria, garantir os poderes constitucionais, a lei e a
ordem, cooperar com o desenvolvimento nacional e a defesa civil e participar de
operações internacionais.

Sintetiza-se em:

“Amar o Exército Brasileiro”

1.5.1.5 AMOR À PROFISSÃO

É a demonstração da satisfação por pertencer à Instituição, externada pela


demonstração cotidiana de culto de valores como o entusiasmo, a motivação
profissional, a dedicação integral ao serviço, o trabalho por prazer, a irretocável
apresentação individual, a consciência profissional, o espírito de sacrifício, o gosto
pelo trabalho bem-feito, a prática consciente dos deveres e da ética militares e a
satisfação do dever cumprido.

Explica o jargão militar de:

"Vibrar" com as "coisas" do Exército

1.5.1.6 ESPÍRITO DE CORPO

É o orgulho inato aos homens de farda por integrar o Exército Brasileiro, atuando
em uma de suas Organizações Militares, exercendo suas atividades profissionais,
por meio de suas competências, junto aos seus superiores, pares e subordinados.
Deve ser entendido como um "orgulho coletivo", uma "vontade coletiva".

O espírito de corpo reflete o grau de coesão da tropa e de camaradagem entre


seus integrantes e se exterioriza por meio de: canções militares, gritos de guerra e
lemas evocativos; uso de distintivos e condecorações regulamentares; irretocável
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 20/162)
apresentação e, em especial, do culto de valores e tradições de sua Organização
Militar.

1.5.1.7 APRIMORAMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL

Um exército moderno, operativo e eficiente exige de seus integrantes, cada vez


mais, uma elevada capacitação profissional.

Além de cumprir os programas institucionais de formação específica e


aperfeiçoamento constante – realizados na própria Instituição, nas demais Forças
Armadas, outros exércitos ou em instituições civis – o militar, por iniciativa própria,
deve buscar seu continuado aprimoramento técnico-profissional.

Esse aprimoramento contempla as áreas cognitiva, psicomotora e afetiva e é


sedimentada com o exercício profissional de suas atribuições.

1.5.1.8 CORAGEM

A coragem é o senso moral intenso diante dos riscos ou do perigo, onde o militar
demonstra bravura e intrepidez. É a capacidade de decidir e a iniciativa de
implementar a decisão, mesmo com o risco de vida ou o sacrifício de interesses
pessoais, no intuito de cumprir o dever, assumindo a responsabilidade por sua
atitude.

A coragem motiva o militar ao cumprimento da missão, enfrentando os desafios


com confiança e não se preocupando com os riscos. Na profissão militar, o medo
pode ser constante, mas o impulso ao cumprimento do dever leva o militar a ir
mais adiante.

“Há coisas na vida que foram feitas mais para serem sentidas do que
explicadas.
Por exemplo: ser soldado.
Pode-se perguntar:
‘Que tipo de estímulo o leva a entregar-se aos sacrifícios sem a contrapartida
e maior recompensa senão sentir-se realizado com a missão cumprida?’
Ou então:
‘Que o leva a saltar de paraquedas, escalar montanhas, embrenhar-se na
selva e na caatinga, cruzar pantanais, vadear os rios e atravessar os pampas,
indo a toda parte que a Pátria lhe ordenar, sem reclamar de nada?’
‘...Vale a pena ser soldado!
Vale a pena ser do Exército Brasileiro!’
E ninguém tende entender! Melhor apenas sentir...”

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 21/162)


FIGURA 4-11 – Soldado sentinela na fronteira.

1.5.2 DEVERES MILITARES

Os deveres militares emanam de um conjunto de vínculos morais e jurídicos que


ligam o militar à Pátria e à Instituição. Existem os deveres moral e legal.

Dever moral é o que se caracteriza por ser voluntariamente assumido, havendo ou


não imposição legal para o seu cumprimento.

Dever legal é o imposto por leis, regulamentos, normas, manuais, diretrizes,


ordens, etc.

FIGURA 4-12 Deveres Militares

1.5.2.1 DEDICAÇÃO E FIDELIDADE À PÁTRIA

A profissão militar exige dedicação exclusiva ao serviço da Pátria, pressupondo


que os interesses nacionais sobrepujem os interesses pessoais ou de grupos
sociais.

O militar deverá estar consciente de sua tarefa de defender a honra, a integridade


e as instituições pátrias.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 22/162)
A dimensão anímica deste fato é o orgulho de ser brasileiro, a fé no destino do
país e o culto do patriotismo e do civismo.

1.5.2.2 CULTO DOS SÍMBOLOS NACIONAIS

O culto dos Símbolos Nacionais, em especial da Bandeira e do Hino, é expressão


básica de civismo e dever de todos os militares.

O culto da Bandeira Nacional é exteriorizado, normalmente, mediante: honras e


sinais de respeito a ela prestados nas solenidades; o tradicional cerimonial de
Guarda-Bandeira; a sua posição de destaque nos desfiles; o seu hasteamento
diário em Organizações Militares e, também, o modo de guardá-la quando não
estiver em uso.

O respeito ao Hino Nacional é traduzido: pelas honras que lhe são prestadas nas
solenidades militares; pelo seu canto, com entusiasmo e também pela postura que
o militar toma quando ouve os seus acordes.

1.5.2.3 PROBIDADE E LEALDADE

Probidade é a postura do homem dotado de integridade de caráter, honradez,


honestidade e senso de justiça.

Lealdade, intenção de não enganar, é traduzida pela sinceridade, franqueza, culto


da verdade e fidelidade aos compromissos.

Ambas as qualidades são essenciais para as relações profissionais e pessoais


exitosas entre superiores, pares e subordinados que trarão um ambiente de
confiança e proficuidade à Instituição.

1.5.2.4 DISCIPLINA E RESPEITO À HIERARQUIA (Estatuto dos Militares)

Art. 14 A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A


autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.

§ 1° A hierarquia é a ordenação da autoridade em diferentes níveis, dentro


da estrutura das Forças Armadas. A ordenação se faz por postos ou graduações;
dentro de um mesmo posto ou graduação se faz pela antigüidade no posto ou na
graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à
sequência de autoridade.

§ 2° A disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis,


regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo militar e
coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 23/162)
cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse
organismo.

§ 3º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as


circunstâncias da vida entre militares da ativa, da reserva remunerada e
reformados.
1.5.2.4 RIGOROSO CUMPRIMENTO DOS DEVERES E ORDENS

O cumprimento dos deveres e ordens fundamenta-se na aplicação da disciplina e


da hierarquia. Traduz-se pela manifestação da disciplina e por honrar o solene
juramento de cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver
subordinado.

1.5.2.5 TRATO DO SUBORDINADO COM DIGNIDADE

A obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade é a


demonstração de bondade, justiça e educação.

O militar deve exercitar a liderança autêntica, que privilegie a persuasão em lugar


da coação e que seja conquistada não pelo paternalismo, mas pela competência
profissional, aliada à firmeza de propósitos e à serenidade nas atitudes.

Ressalta-se a importância do exemplo pessoal, do desprendimento e do respeito


ao próximo, demonstrados pelos chefes em todos os escalões, como incentivo à
prática de atitudes corretas por parte de cada um.

O rigor não deve ser confundido com mau trato, nem bondade com fraqueza.

TÍTULO 1.6 - AS ARMAS, QUADROS E SERVIÇOS

1.6.1 GENERALIDADES

Para cumprir sua missão, o Exército Brasileiro se faz integrar por diversas
especializações que abrangem os mais diversos campos de atividade relacionados
ao combate, ao apoio ao combate, ao apoio logístico e à administração. Dado o
nível de capacitação exigida, dentro das várias competências requeridas pela
instituição, na maioria dos casos, a especialização do militar orienta toda a sua
carreira no Exército.

Os militares do Exército são distribuídos pelas principais especializações, em torno


de funcionalidades e competências específicas, que definem as Armas, Quadros
ou Serviços a que pertencem. Depositárias diretas das tradições do Exército,
essas especializações conferem a tão necessária identidade e espírito de corpo
aos militares que as integram. Em geral, a opção pela Arma, Quadro ou Serviço é
feita pelo militar no início de sua carreira na Força.

As Armas, Quadros e Serviços englobam os combatentes por excelência, voltados


para a geração das capacidades dos elementos de emprego da Força Terrestre,
assim como reúnem os militares que prestam apoio nas atividades e tarefas com
finalidades diversas, normalmente ligadas à administração do Exército.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 24/162)


As Armas dividem-se em dois grupos: as Armas-Base – Infantaria e Cavalaria – e
as Armas de Apoio ao Combate – Artilharia, Engenharia e Comunicações.

Os Quadros compreendem o de Engenheiros Militares (QEM), o de Material Bélico


(QMB), Complementar de Oficiais (QCO), nas áreas gerais da administração
(Administração, Direito, Informática, Letras, Comunicação Social, dentre outras) e
Auxiliar de Oficiais (QAO).

Dos Serviços, fazem parte o de Intendência, o de Saúde (médicos, dentistas e


farmacêuticos) e o de Assistência Religiosa.

1.6.2 AS ARMAS-BASE DO EXÉRCITO

1.6.2.1 ARMA DE INFANTARIA

É a arma vocacionada a realizar o combate a pé. Utiliza os mais diversos meios de


transporte – terrestres, aéreos ou aquáticos - para o seu deslocamento. Opera em
qualquer tipo de terreno e sob quaisquer condições de tempo e visibilidade. Seu
modus operandi é o emprego do fogo, movimento e o combate aproximado – uma
ação militar, caracterizada pelo choque entre combatentes opostos, no qual são
empregados todos os tipos de armamento disponível, visando à destruição,
captura, repulsa ou expulsão do inimigo.

Pela variedade de missões e tarefas que cabem ao combatente de Infantaria, a


Arma tem suas especializações: blindada, mecanizada, paraquedista, leve,
aeromóvel, de selva, de caatinga, de montanha, de pantanal, de guardas e Polícia
do Exército.

Os infantes brasileiros são encontrados na Amazônia, no sertão


nordestino, nos pampas, nas montanhas, no pantanal, em
ambiente urbano ou rural, em qualquer lugar, não importa quão
longe estejam, basta que haja uma missão a cumprir. A
abnegação, o espírito de sacrifício, a iniciativa e a perseverança
são virtudes inerentes ao infante, cujo valor fundamenta-se na
sua força moral e condição física, as quais lhe torna capaz de
superar situações adversas.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 25/162)


O Patrono da Infantaria é o Brigadeiro Antônio de Sampaio, herói da Guerra da
Tríplice Aliança.

1.6.2.2 ARMA DE CAVALARIA

É a arma vocacionada a realizar o combate embarcado. Emprega meios blindados


para cerrar sobre o inimigo com a finalidade de destruí-lo, neutralizá-lo ou
desorganizá-lo, valendo-se do fogo, da manobra e da ação de choque. Possui
meios mecanizados que lhe conferem a capacidade de realizar operações de
reconhecimento e de segurança, bem como economizar forças em frentes
secundárias do combate.

Seus meios também proporcionam a capacidade de cerrar decisivamente sobre as


formações inimigas, desorganizando-as, cercando-as e destruindo-as, quando
necessário. Essa capacidade proporcionada pelas Forças Blindadas é um fator
decisivo nas operações militares no extremo do espectro dos conflitos.

Suas características a tornam, portanto, a Arma da mobilidade, da flexibilidade e


da ação de choque por excelência.

A audácia, a agressividade, a iniciativa e o sacrifício são


virtudes inerentes ao soldado de Cavalaria, herdeiro das
tradições e do espírito da Cavalaria hipomóvel. No Exército
Brasileiro, essas tradições estão materializadas,
particularmente, nos Regimentos de Cavalaria de Guarda.

O Patrono da Cavalaria é o Marechal Manoel Luís Osório,


Marquês do Herval, líder de competência inconteste que se
destacou na Guerra da Tríplice Aliança, entre outras
campanhas.

1.6.3 AS ARMAS DE APOIO

1.6.3.1 ARMA DE ARTILHARIA

É a arma de apoio ao combate cuja missão é apoiar a manobra pelo fogo, destruir
alvos estratégicos com precisão e letalidade e prover a Defesa Antiaérea de
Estruturas Estratégicas e meios da Força Terrestre. Suas unidades podem ser de
Campanha ou Antiaérea.

A Artilharia de Campanha (Art Cmp) é o principal meio de apoio de fogo da Força


Terrestre. Suas unidades e subunidades podem ser dotadas de canhões, obuses,
morteiros, mísseis ou foguetes. No cumprimento da sua missão, a Art Cmp apoia
os elementos de manobra, realiza fogos contra a Art inimiga e dá profundidade ao
combate atuando sobre reservas e instalações de comando e logísticas do inimigo.

Dentro da Artilharia, as unidades de Mísseis e Foguetes constituem-se em


importante meio estratégico da F Ter que se destina a dissuadir a concentração de
forças hostis junto à fronteira terrestre, às águas jurisdicionais e a intenção de
invasão do espaço aéreo nacional. É um meio com capacidade de prestar o apoio
de fogo de longo alcance, com elevada precisão e letalidade. Suas unidades são
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 26/162)
dotadas de sistemas de lançamento de mísseis, com alcance de até 300
quilômetros e foguetes, com alcance de até 90 quilômetros.

A Artilharia Antiaérea, componente terrestre da defesa


aeroespacial ativa, realiza a proteção de forças,
instalações e/ou áreas.

O artilheiro é, por excelência, o soldado da


competência técnica, dedicado à exatidão nos
trabalhos e ao espírito de equipe que caracterizam as
tarefas executadas pela Arma.

O Patrono da Artilharia é o Marechal Emílio Luís Mallet,


francês de nascimento que se tornou cidadão brasileiro
e oficial do Exército, também destacado líder na Guerra
da Tríplice Aliança.

1.6.3.2 ARMA DE ENGENHARIA

A Engenharia é a arma de apoio ao combate, que atua produzindo mudanças no


terreno, proporcionando mobilidade às Forças Amigas. Proporciona proteção às
instalações e órgãos de combate das Forças Amigas, mitigando riscos da ação
das intempéries e do inimigo. Impõe, também, às forças adversárias, restrições a
seu movimento, dificultando-o, modificando-o ou canalizando-o. Suas unidades
podem ser de Combate ou de Construção.

A Engenharia de Combate apoia diretamente as armas-base, facilitando o


deslocamento das tropas amigas, realizando reconhecimentos técnicos, reparando
estradas, pontes e realizando trabalhos de fortificação de campanha e
camuflagem.

A Engenharia de Construção realiza obras de infraestrutura, construindo estradas


de rodagem, ferrovias, pontes (construções horizontais) e açudes, barragens,
poços artesianos e instalações (construções verticais) em benefício da F Ter e
apoio a instituições governamentais e civis.

O Engenheiro do Exército é um militar dotado de sólida


formação técnica, elevado espírito de sacrifício, iniciativa e
tenacidade, capaz de manter sua eficiência em quaisquer
condições de terreno ou tempo.

O Patrono da Engenharia é o Tenente-Coronel João Carlos


Villagran Cabrita, herói, morto em combate, durante a Guerra
da Tríplice Aliança, logo após uma bem sucedida travessia do
caudaloso rio Paraná.

1.6.3.3 ARMA DE COMUNICAÇÕES

A Arma de Comunicações é a arma de apoio ao combate que proporciona aos


comandantes, nos diversos escalões, os meios da ciência do controle, necessários

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 27/162)


à aplicação da arte do comando no exercício da coordenação e do controle sobre
seus elementos subordinados.

Seus integrantes podem se especializar nas capacidades necessárias ao controle


das dimensões eletromagnética e cibernética do Espaço de Batalha. Essas
capacidades são essenciais para impedir ou dificultar a liberdade de ação do
opoente, facilitar a condução das operações da F Ter e
apoiar a obtenção de dados para a Inteligência.

O soldado das Comunicações possui formação técnica,


altamente especializada, e é capaz de cumprir variada gama
de atividades e tarefas em apoio aos comandantes dos
elementos da F Ter.

O Patrono das Comunicações é o Marechal Cândido Mariano


da Silva Rondon, desbravador das fronteiras brasileiras e
indigenista.

1.6.4 OS QUADROS

1.6.4.1 QUADRO DE MATERIAL BÉLICO (QMB)

O Quadro de Material Bélico é vocacionado para realizar o apoio logístico voltado


para a manutenção do material bélico, principalmente de armamento, de viaturas e
de aeronaves da F Ter, incluindo o suprimento de peças e conjuntos de reparação
destinados a esses materiais. Cuida, ainda, do suprimento de combustíveis, óleos,
graxas e lubrificantes para motores e máquinas.

O integrante do Quadro de Material Bélico é um profissional


com características próprias de gestor de recursos materiais. É
meticuloso e dedicado à manutenção da operacionalidade de
todos os sistemas que integram a F Ter.

Napion. Italiano de nascimento, foi incorporado ao Exército de


D. João VI, trazendo consigo uma vasta experiência na área
de Engenharia de armamentos, que permitiram lançar as
bases da indústria bélica nacional, quando da vinda da família
real para o Brasil, a partir de 1808.

1.6.4.2 QUADRO DE ENGENHEIROS MILITARES (QEM)

O Quadro reúne oficiais formados no Instituto Militar de Engenharia (IME), uma


das instituições de ensino superior pioneiras no Brasil, nas diversas
especialidades: cartografia, computação, comunicações, eletricidade, eletrônica,
fortificação e construção, materiais, mecânica de automóvel, armamento e
química. O oficial do QEM realiza trabalhos técnicos, dentro de suas
especialidades, em diversos órgãos e instituições do Exército.

As atuais gerações de engenheiros militares buscam inspiração na tradição


secular dessa atividade no Exército Brasileiro, atuando como pesquisadores e
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 28/162)
irradiadores da cultura técnico-científica. São responsáveis pela inovação e pelo
desenvolvimento tecnológico no Exército.

O Patrono do QEM é o Coronel Ricardo Franco de Almeida


Serra, engenheiro-soldado, cartógrafo, geógrafo e astrônomo
que se tornou um dos expoentes no desbravamento e na
defesa das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, ao realizar,
desde o mapeamento dessas áreas, às obras de engenharia e
fortificação.

1.6.4.3 QUADRO COMPLEMENTAR DE OFICIAIS (QCO)

O QCO é integrado por oficiais possuidores de formação superior em diferentes


áreas do conhecimento e especializações técnicas necessárias à Força.

Essas especializações são requeridas para apoiar atividades


administrativas do EB, notadamente nas áreas de educação,
administração, tecnologia da informação, comunicação
social, direito, dentre outras.

Como Patrono do QCO, foi escolhida Maria Quitéria de


Jesus, mulher-soldado nascida na antiga Província da Bahia.
Em 1822, notabilizou-se por incorporar-se ao Batalhão dos
Voluntários do Príncipe D. Pedro I na Guerra da
Independência do Brasil.

1.6.4.4 QUADRO AUXILIAR DE OFICIAIS (QAO)

O QAO é formado por militares que atingiram o oficialato após uma carreira como
sargentos e subtenentes. É uma distinção que reconhece os méritos e as
qualidades pessoais desses militares, após anos de bons serviços prestados como
graduados do Exército.

Esses oficiais exercem diferentes funções em atividades das


áreas de Administração Geral, Material Bélico, Saúde, Música
e Topografia.

O Patrono do QAO é o Tenente Antônio João Ribeiro, mato-


grossense, herói da resistência brasileira, no ano de 1864,
contra o invasor estrangeiro na Colônia Militar de Dourados –
hoje no Mato Grosso do Sul.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 29/162)


1.6.5 OS SERVIÇOS

1.6.5.1 SERVIÇO DE INTENDÊNCIA

As atividades e tarefas executadas pelo Serviço de Intendência visam a atender às


necessidades logísticas associadas ao planejamento e à condução das operações
militares. Os intendentes realizam um serviço cotidiano e ininterrupto,
transportando, suprindo e alimentando, na paz ou na guerra.

A Intendência forma especialistas que também assessoram os comandantes nos


diversos escalões no que concerne à administração financeira.

O intendente do Exército é organizado e meticuloso, emprega


suas competências de gestão para antever e planejar o
atendimento às necessidades logísticas da F Ter.

O Patrono da Intendência é o Marechal Carlos Machado


Bitencourt, que se destacou, como Ministro da Guerra do
governo de Prudente de Morais, ao reorganizar as áreas
funcionais de suprimento, saúde e transporte em apoio às
forças que combatiam insurretos no Arraial de Canudos, fato
determinante para a vitória do Exército.

1.6.5.2 SERVIÇO DE SAÚDE

O Serviço de Saúde reúne os militares que executam atividades e tarefas


destinadas a promover, aumentar, conservar ou restabelecer a saúde física e
mental dos recursos humanos da F Ter. Por sua natureza, o suporte do Serviço de
Saúde aos homens e mulheres do Exército é contínuo, flexível e adaptado a cada
situação de emprego e à natureza da força apoiada.

Abnegação e dedicação à missão do Exército Brasileiro são as


marcas dos integrantes do Serviço de Saúde.

O Patrono da Saúde no Exército é o alagoano General de


Brigada médico João Severiano da Fonseca, destaque na
Campanha da Tríplice Aliança e Inspetor-Geral do Serviço de
Saúde do Exército, no final do século XIX.

1.6.5.3 SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA (SAREx)

O SAREx é integrado por ministros dos segmentos católicos e evangélicos. Para a


formação militar, os padres e pastores, integrantes do Quadro de Capelães
Militares, submetem-se a um estágio de adaptação que é iniciado na Escola de
Formação Complementar do Exército e concluído nas diversas organizações
militares, onde prestarão o serviço de assistência religiosa.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 30/162)


O Ordinariato Militar constitui-se em verdadeira diocese, com
bispo, catedral, seminário, clero, cúria e pastorais próprias.
Um acordo firmado entre a Santa Sé e o Governo brasileiro
regula o funcionamento da Arquidiocese Militar do Brasil no
âmbito das Forças Armadas e das Forças Auxiliares,
sediada na capital federal.

O Patrono do SAREx é o frei Orlando, mineiro de


nascimento, e chamava-se Antônio Álvares da Silva.
Integrou a Força Expedicionária Brasileira (FEB), na
campanha da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial,
quando foi mortalmente ferido.

TÍTULO 1.7 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

1.7.1 GENERALIDADES

O cumprimento das missões constitucionais do Exército Brasileiro (EB) exige a sua


organização em uma estrutura hierarquizada e complexa. Tal estrutura visa a
permitir, aos seus chefes militares, realizarem o planejamento necessário à
geração de capacidades requeridas ao emprego dos meios da Força Terrestre,
instrumento de ação, que inclui todos os elementos da instituição para atuar no
ambiente operacional terrestre nas Operações no Amplo Espectro.

A organização do Comando do Exército é denominada Organização Básica do


Exército (OBE), conforme organograma, e tem a seguinte estrutura:
a) Órgão de Direção Geral (ODG);
b) Órgãos de Assessoramento Superior (OAS);
c) Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao Comandante do Exército (OADI);
d) Órgãos de Direção Setorial (ODS);
e) Força Terrestre (F Ter); e
f) Entidades Vinculadas.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 31/162)


1.7.2 ÓRGÃOS DE DIREÇÃO GERAL (ODG)

O Órgão de Direção Geral do EB é o Estado-Maior do Exército (EME).

Compete ao EME elaborar a Política Militar Terrestre (PMT), o planejamento


estratégico e a emissão de diretrizes estratégicas que orientem o preparo e o
emprego da Força Terrestre (F Ter), visando ao cumprimento da destinação
constitucional do EB.

Está organizado em Chefia, Vice-chefia, Gabinete, Subchefias e o Escritório de


Projetos do Exército (EPEx).

1.7.3 ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO SUPERIOR (OAS)

Os OAS são: o Alto Comando do Exército (ACE), Conselho Superior de Economia


e Finanças (ConSEF) e o Conselho Superior de Tecnologia da Informação
(ConTIEx).

1.7.3.1 ALTO COMANDO DO EXÉRCITO (ACE)

Ao ACE compete:
a) analisar e deliberar, principalmente, sobre:

1) os assuntos relativos à PMT e às estratégias para sua consecução; e

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 32/162)


2) as matérias de relevância dependentes de decisão do Cmt Ex, em
particular as referentes ao preparo e ao emprego da F Ter e ao Plano Diretor do
Exército (PDE); e
b) selecionar os candidatos ao ingresso e à promoção nos quadros de oficiais-
generais.

O ACE é integrado pelo Comandante do Exército, Chefe do EME, Chefe do DGP,


Chefe do DECEx, Chefe do DEC, Comandante do CoLog, Secretário de Economia
e Finanças, Chefe do DCT, Comandante de Operações Terrestres e Comandantes
Militares de Área (C Mil A), exceto o(s) C Mil A cujo(s) cargo(s) seja(m) privativo(s)
do posto de General-de-Divisão.

FIGURA 6-1 – Reunião do Alto Comando do Exército

1.7.3.2 CONSELHO SUPERIOR DE ECONOMIA E FINANÇAS (ConSEF)

Ao CONSEF, compete assessorar o Cmt Ex:


a) na formulação da política econômico-financeira do Comando do Exército, em
conformidade com as diretrizes governamentais;
b) nos assuntos administrativo-financeiros da Força; e
c) na administração do Fundo do Exército (F Ex).

O CONSEF é integrado pelo Comandante do Exército, Chefe do EME, Chefe do


DGP, Chefe do DECEx, Chefe do DEC, Comandante do CoLog, Secretário de
Economia e Finanças, Chefe do DCT e Comandante de Operações Terrestres.

1.7.3.3 CONSELHO SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (ConTIEx)

Ao CONTIEx, compete assessorar o Cmt Ex:


a) na formulação da Política de Tecnologia da Informação do Comando do
Exército, em conformidade com as diretrizes governamentais; e
b) no planejamento, direção e controle das ações de Tecnologia da Informação da
Força.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 33/162)


O CONTIEx é integrado pelo Comandante do Exército, Chefe do EME, Chefe do
DGP, Chefe do DECEx, Chefe do DEC, Comandante do CoLog, Secretário de
Economia e Finanças, Chefe do DCT, Comandante de Operações Terrestres.

1.7.4 ÓRGÃOS DE ASSISTÊNCIA DIRETA E IMEDIATA AO COMANDANTE DO


EXÉRCITO (OADI)

Os OADI são: o Gabinete do Comandante do Exército (Gab Cmt Ex), Centro de


Comunicação Social do Exército (CComSEx), Centro de Inteligência do Exército
(CIE), Secretaria-Geral do Exército (SGEx), Centro de Controle Interno do Exército
(CCIEx) e Consultoria Jurídica Adjunta do Comandante do Exército (CJACEx).

Ao Gab Cmt Ex compete:


a) assistir o Comandante do Exército em sua rotina diária, assegurando-o as
ligações necessárias;
b) acompanhar a tramitação de projetos de interesse do EB em órgãos dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e outros órgãos públicos ou não;
c) exercer outras competências inerentes à sua área de atuação; e
d) executar outras tarefas atribuídas pelo Cmt Ex.

Ao CComSEx, compete planejar, supervisionar, orientar, coordenar, controlar e


promover as atividades de comunicação social do Comando do Exército.

Ao CIE, compete assessorar o Cmt Ex nas atividades do Sistema de Inteligência


do Exército, de acordo com orientação geral e normativa do Estado-Maior do
Exército.

À SGEx, encarregada de secretariar as reuniões do ACE, compete planejar,


orientar, coordenar e executar as atividades do cerimonial militar da Força na
Capital Federal, da segurança do Quartel-General do Exército, bem como elaborar
os boletins do Exército.

1.7.5 ÓRGÃOS DE DIREÇÃO SETORIAL (ODS)

Os ODS são: Departamento Geral do Pessoal (DGP), Departamento de Educação


e Cultura do Exército (DECEx), Departamento de Engenharia e Construção (DEC),
Comando Logístico (CoLog), Secretaria de Economia e Finanças (SEF),
Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), Comando de Operações Terrestres
(COTer).

1.7.5.1 DEPARTAMENTO GERAL DO PESSOAL (DGP)

Compete ao DGP executar as atividades de administração de pessoal que lhe são


atribuídas pela legislação específica, bem como realizar o planejamento, a
orientação, a coordenação e o controle das atividades relacionadas com a
assistência à saúde, religiosa e social; avaliação, promoções, cadastro e
movimentação do pessoal; serviço militar e gestão do pessoal civil, inativos e
pensionistas.

O DGP está organizado em: Chefia, Vice-chefia, Diretoria de Serviço Militar (DSM),
Diretoria de Controle de Efetivos e Movimentações (DCEM), Diretoria de Avaliação
e Promoções (DAProm), Diretoria de Civis, Inativos, Pensionistas e Assistência
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 34/162)
Social (DCIPAS), Diretoria de Saúde (DSau) e Assessoria de Planejamento e
Gestão (AGP).

1.7.5.2 DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO (DECEx)

Ao DECEx, compete:
a) dirigir as atividades relativas a assuntos culturais, educação física e desportos,
ensino, pesquisa científica e desenvolvimento nas áreas de doutrina, ensino militar
e pessoal;
b) relacionar-se com entidades civis, de ensino e de pesquisa e desenvolvimento,
estimulando sua participação em trabalhos ligados às atividades afins no âmbito
do Exército; e
c) participar das atividades de estudo, planejamento, preparo e execução de
mobilização.

O DECEx está organizado em: Chefia, Vice-chefia, Diretoria de Educação Superior


Militar (DESMil), Diretoria de Educação Técnica Militar (DETMil), Diretoria de
Educação Preparatória e Assistencial (DEPA), Diretoria do Patrimônio Histórico e
Cultural do Exército (DPHCEx) e Centro de Capacitação Física do
Exército/Fortaleza de São João (CCFEX/FSJ).

1.7.5.3 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO (DEC)

Ao DEC, compete realizar o planejamento, a orientação, a coordenação e o


controle dos assuntos relativos às atividades:
a) da função logística engenharia;
b) das ações subsidiárias de obras e serviços de engenharia de cooperação para o
desenvolvimento nacional; e
c) do patrimônio imobiliário.

Ao CCIEx, compete planejar, coordenar e executar as atividades de controle


interno no âmbito do Comando do Exército.

A CJACEx é um órgão da Advocacia-Geral da União, vinculada


administrativamente ao Gab Cmt Ex que tem a competência de assessoramento
nos assuntos pertinentes ao exercício do direito.

O DEC está organizado em: Chefia, Vice-chefia, Diretoria de Obras de


Cooperação (DOC), Diretoria de Obras Militares (DOM), Diretoria de Patrimônio
Imobiliário e Meio Ambiente (DPIMA) e Diretoria de Projetos de Engenharia (DGE).

1.7.5.4 COMANDO LOGÍSTICO (CoLog)

Ao COLOG, em conformidade com as políticas e as diretrizes estratégicas do


Exército, compete:
a) orientar e coordenar o apoio logístico ao preparo e emprego da F Ter, prevendo
e provendo, nos campos dos grupos funcionais de Suprimento, Manutenção e
Transporte, os recursos e serviços necessários ao Exército e às exigências de
mobilização dessas funções; e
b) coordenar as atividades de fiscalização de produtos controlados pelo Exército.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 35/162)


O CoLog está organizado em: Comando, Subcomando, Diretoria de
Abastecimento (D Abst), Diretoria de Material (D Mat), Diretoria de Fiscalização de
Produtos Controlados (DFPC), Diretoria de Material de Aviação do Exército (D
MAvEx) e Base de Apoio Logístico do Exército (Ba Ap Log Ex).

1.7.5.4 SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS (SEF)

À SEF compete:
a) superintender e realizar as atividades de planejamento, acompanhamento e
execução orçamentária, administração financeira e contabilidade, relativas aos
recursos de qualquer natureza alocados ao Comando do Exército;
b) efetuar o pagamento do pessoal do Comando do Exército;
c) integrar, como órgão complementar, o Sistema de Planejamento Administrativo
do Exército;
d) administrar o Fundo do Exército; e
e) orientar e coordenar as atividades de registro patrimonial do Comando do
Exército.

A SEF está organizada em: Chefia, Vice-chefia, Diretoria de Contabilidade (D


Cont), Diretoria de Gestão Orçamentária (DGO), Centro de Pagamento do Exército
(CPEX), Diretoria de Gestão Especial (DGE) e Assessoria Especial de Orçamento
e Gestão (AOFIN).

1.7.5.5 DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA (DCT)

Ao DCT, compete:
a) planejar, organizar, dirigir e controlar as atividades científicas e tecnológicas no
âmbito do Exército;
b) orientar, normatizar e supervisionar a pesquisa, o desenvolvimento e a
implementação das bases física e lógica do Sistema de Comando e Controle
(SCC) e de Guerra Eletrônica do Exército;
c) desenvolver, aperfeiçoar e avaliar os sistemas e os programas corporativos de
interesse do Exército;
d) promover o fomento à indústria nacional, visando ao desenvolvimento e à
produção de sistemas e Materiais de Emprego Militar (MEM);
e) prever e prover, nos campos dos grupos funcionais de Suprimento e
Manutenção do material de Comunicações e Guerra Eletrônica, os recursos e
serviços necessários ao Exército e às exigências de mobilização dessas funções;
f) coordenar e integrar as atividades afetas ao Setor Cibernético;
g) coordenar as atividades, visando à governança de TI no EB; e
h) assessorar o EME na coordenação do CONTIEx.
Parágrafo único. As atividades científicas e tecnológicas de que trata este artigo
compreendem:
i) a pesquisa, o desenvolvimento, a avaliação e a prospecção tecnológica
relacionados a sistemas e materiais de interesse do Exército e sua influência nas
áreas de pessoal, logística e doutrina;
j) o ensino e a pesquisa dos órgãos da Linha de Ensino Militar Científico-
Tecnológica;
k) a normalização técnica, a metrologia e a certificação de qualidade;
l) a fabricação, a revitalização, a adaptação, a transformação, a modernização e a
nacionalização de sistemas e MEM; e

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 36/162)


m) a avaliação técnico-experimental de materiais sujeitos à fiscalização do
Comando do Exército.

O DCT está organizado em: Chefia, Vice-chefia, Vice-Chefia de Tecnologia da


Informação e Comunicações (TIC), Diretoria de Serviço Geográfico (DSG),
Diretoria de Fabricação (DF), Centro de Avaliações do Exército (CAEx), Centro de
Desenvolvimento de Sistemas (CDS), Centro Integrado de Telemática do Exército
(CITEX), Centro Tecnológico do Exército (CTEx), Instituto Militar de Engenharia
(IME), Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica (CComGEx) e Centro de
Defesa Cibernética do Exército (CD Ciber).

1.7.5.6 COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES (COTer)

Ao COTER, compete:
a) orientar e coordenar o preparo e o emprego da F Ter;
b) avaliar a instrução militar e a capacidade operacional da F Ter;
c) homologar o preparo de tropa destinada ao cumprimento de missão de paz;
d) gerenciar o Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do
Exército; e
e) coordenar as atividades da competência e do interesse do Exército em relação
às Polícias Militares (PM) e aos Corpos de Bombeiros Militares (CBM).

O COTer está organizado em: Comando, Subcomando e Subchefias.

1.7.6 FORÇA TERRESTRE (F Ter)

A Força Terrestre (F Ter), instrumento de ação do Comando do Exército, é


estruturada, em tempo de paz, para o cumprimento de missões operacionais
terrestres, em C Mil A, subordinados diretamente ao Comandante do Exército (Cmt
Ex), que constituem o mais alto escalão de enquadramento das organizações
militares (OM).

1.7.6.1 COMANDO MILITAR DE ÁREA (C Mil A)

Aos C Mil A, compete o preparo, o planejamento e o emprego operacional da F


Ter, desdobrada na área sob sua jurisdição.

Estão distribuídos no território nacional em 8 (oito) sedes: MANAUS-AM (Comando


Militar da Amazônia - CMA), BELÉM-PA (Comando Militar do Norte - CMN),
RECIFE-PE (Comando Militar do Nordeste - CMNE), BRASÍLIA – DF (Comando
Militar do Planalto - CMP), RIO DE JANEIRO-RJ (Comando Militar do Leste -
CML), SÃO PAULO-SP (Comando Militar do Sudeste - CMSE), CAMPO GRANDE-
MS (Comando Militar do Oeste - CMO) e PORTO ALEGRE – RS (Comando Militar
do Sul - CMS).

Os C Mil A estão organizados em: Comando, Grandes Comandos Operativos e


Grandes Unidades.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 37/162)


FIGURA 6-2 – Mapa com a distribuição geográfica dos C Mil A

1.7.7 ENTIDADES VINCULADAS

1.7.7.1 FUNDAÇÃO HABITACIONAL DO EXÉRCITO (FHE)

A FHE é uma entidade vinculada ao Exército, que tem como missão promover
melhor qualidade de vida aos seus clientes, facilitando o acesso à casa própria e a
seus produtos e serviços.

É responsável por gerir a Associação de Poupança e Empréstimo – POUPEX.

1.7.7.2 INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRASIL (IMBEL)

A IMBEL é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio


do Comando do Exército, com a missão de produzir e comercializar produtos de
defesa e segurança, para clientes institucionais, especialmente Forças Armadas,
Forças Policiais e clientes privados.

A IMBEL tem sua origem em 1808, por ocasião da criação por D. João VI da
Fábrica de Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas, no bairro Jardim Botânico, no Rio
de Janeiro/RJ. Atualmente a empresa tem sua sede instalada em Brasília/DF, e
suas unidades de produção localizadas nas cidades de Piquete/SP, Rio de
Janeiro/RJ, Magé/RJ, Juiz de Fora/MG e Itajubá/MG.

1.7.7.3 FUNDAÇÃO OSÓRIO (Fund OSÓRIO)

A Fund OSÓRIO é um estabelecimento de ensino vinculado ao Comando do


Exército que se situa no RIO DE JANEIRO – RJ.

Sua criação atendeu a uma necessidade de amparar as órfãs de militares, da


Marinha de Guerra e do Exército que perderam a vida na Guerra da Tríplice
Aliança.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 38/162)


TÍTULO 1.8 - VISÃO DE FUTURO

1.8.1 VISÃO DE FUTURO DO EXÉRCITO

Ser uma Instituição compromissada, de forma exclusiva e perene, com o Brasil, o


Estado, a Constituição e a sociedade nacional, do modo a continuar merecendo
confiança e apreço.

Ser um Exército reconhecido internacionalmente por seu profissionalismo,


competência institucional e capacidade de dissuasão; e respeitado na comunidade
global pelo poder militar terrestre apto a respaldar as decisões do Estado, que
coopera para a paz mundial e fomenta a integração regional.

Ser constituído por pessoal altamente qualificado, motivado e coeso, que professa
valores morais e éticos, que identificam, historicamente, o soldado brasileiro, e tem
orgulho de servir com dignidade à Instituição e ao Brasil.

A Visão de Futuro do Exército é um desafio instigante e um farol que orienta a


marcha da Instituição e que pretende servir de motivação a todas as ações
individuais e coletivas empregadas no cumprimento da missão da Força.

Até 2022, o Processo de Transformação do Exército chegará a uma


NOVA DOUTRINA - com o emprego de produtos de defesa tecnologicamente
avançados, profissionais altamente capacitados e motivados - para que o
Exército enfrente, com os meios adequados, os desafios do século XXI,
respaldando as decisões soberanas do Brasil no cenário internacional.

FIGURA 7-3 – Viatura do sistema de armas GEPARD

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 39/162)


UNIDADE DIDÁTICA 2 – HIERARQUIA E DISCIPLINA

TÍTULO 2.1 - DA HIERARQUIA MILITAR E DA DISCIPLINA

2.1.1 PRINCÍPIOS DA HIERARQUIA E DISCIPLINA


(Fonte: E1-80 - Estatuto dos Militares)

CAPÍTULO III
Da Hierarquia Militar e da Disciplina

Art. 14. A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças


Armadas. A autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.
§ 1º A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes,
dentro da estrutura das Forças Armadas. A ordenação se faz por postos ou
graduações; dentro de um mesmo posto ou graduação se faz pela antiguidade no
posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de
acatamento à sequência de autoridade.
§ 2º Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis,
regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo militar e
coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito
cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse
organismo.
§ 3º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as
circunstâncias da vida entre militares da ativa, da reserva remunerada e
reformados.
Art. 15. Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os militares
da mesma categoria e têm a finalidade de desenvolver o espírito de
camaradagem, em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito
mútuo.
Art . 16. Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica nas Forças
Armadas, bem como a correspondência entre os postos e as graduações da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica, são fixados nos parágrafos seguintes e no
Quadro em anexo.
§ 1° Posto é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Presidente
da República ou do Ministro de Força Singular e confirmado em Carta Patente.
§ 2º Os postos de Almirante, Marechal e Marechal-do-Ar somente serão
providos em tempo de guerra.
§ 3º Graduação é o grau hierárquico da praça, conferido pela autoridade
militar competente.
§ 4º Os Guardas-Marinha, os Aspirantes-a-Oficial e os alunos de órgãos
específicos de formação de militares são denominados praças especiais.
§ 5º Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Corpos, Quadros,
Armas, Serviços, Especialidades ou Subespecialidades são fixados,
separadamente, para cada caso, na Marinha, no Exército e na Aeronáutica.
§ 6º Os militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, cujos graus
hierárquicos tenham denominação comum, acrescentarão aos mesmos, quando
julgado necessário, a indicação do respectivo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço e,
se ainda necessário, a Força Armada a que pertencerem, conforme os
regulamentos ou normas em vigor.
§ 7º Sempre que o militar da reserva remunerada ou reformado fizer uso do
posto ou graduação, deverá fazê-lo com as abreviaturas respectivas de sua
situação.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 40/162)
Art. 17. A precedência entre militares da ativa do mesmo grau hierárquico,
ou correspondente, é assegurada pela antiguidade no posto ou graduação, salvo
nos casos de precedência funcional estabelecida em lei.
§ 1º A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data
da assinatura do ato da respectiva promoção, nomeação, declaração ou
incorporação, salvo quando estiver taxativamente fixada outra data.
§ 2º No caso do parágrafo anterior, havendo empate, a antiguidade será
estabelecida:
a) entre militares do mesmo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, pela posição
nas respectivas escalas numéricas ou registros existentes em cada Força;
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou graduação anterior; se,
ainda assim, subsistir a igualdade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus
hierárquicos anteriores, à data de praça e à data de nascimento para definir a
procedência, e, neste último caso, o de mais idade será considerado o mais antigo;
c) na existência de mais de uma data de praça, inclusive de outra Força
Singular, prevalece a antiguidade do militar que tiver maior tempo de efetivo
serviço na praça anterior ou nas praças anteriores; e
d) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de militares, de acordo
com o regulamento do respectivo órgão, se não estiverem especificamente
enquadrados nas letras a , b e c.
§ 3º Em igualdade de posto ou de graduação, os militares da ativa têm
precedência sobre os da inatividade.
§ 4º Em igualdade de posto ou de graduação, a precedência entre os
militares de carreira na ativa e os da reserva remunerada ou não, que estejam
convocados, é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto ou graduação.
Art. 18. Em legislação especial, regular-se-á:
I - a precedência entre militares e civis, em missões diplomáticas, ou em
comissão no País ou no estrangeiro; e
II - a precedência nas solenidades oficiais.
Art. 19. A precedência entre as praças especiais e as demais praças é
assim regulada:
I - os Guardas-Marinha e os Aspirantes-a-Oficial são hierarquicamente
superiores às demais praças;
II - os Aspirantes, alunos da Escola Naval, e os Cadetes, alunos da
Academia Militar das Agulhas Negras e da Academia da Força Aérea, bem como
os alunos da Escola de Oficiais Especialistas da Aeronáutica, são
hierarquicamente superiores aos suboficiais e aos subtenentes;
III - os alunos de Escola Preparatória de Cadetes e do Colégio Naval têm
precedência sobre os Terceiros-Sargentos, aos quais são equiparados;
IV - os alunos dos órgãos de formação de oficiais da reserva, quando
fardados, têm precedência sobre os Cabos, aos quais são equiparados; e
V - os Cabos têm precedência sobre os alunos das escolas ou dos centros
de formação de sargentos, que a eles são equiparados, respeitada, no caso de
militares, a antiguidade relativa.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 41/162)


TÍTULO 2.2 – DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

2.2.1 GENERALIDADES
(Fonte: RDE)
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção II
Dos Princípios Gerais do Regulamento

Art. 3o A camaradagem é indispensável à formação e ao convívio da família


militar, contribuindo para as melhores relações sociais entre os militares.
§ 1o Incumbe aos militares incentivar e manter a harmonia e a amizade
entre seus pares e subordinados.
§ 2o As demonstrações de camaradagem, cortesia e consideração,
obrigatórias entre os militares brasileiros, devem ser dispensadas aos militares das
nações amigas.
Art. 4o A civilidade, sendo parte da educação militar, é de interesse vital
para a disciplina consciente.
§ 1o É dever do superior tratar os subordinados em geral, e os recrutas em
particular, com interesse e bondade.
§ 2o O subordinado é obrigado a todas as provas de respeito e deferência
para com os seus superiores hierárquicos.
Art. 5o Para efeito deste Regulamento, a palavra "comandante", quando
usada genericamente, engloba também os cargos de diretor e chefe.
Art. 6o Para efeito deste Regulamento, deve-se, ainda, considerar:
I - honra pessoal: sentimento de dignidade própria, como o apreço e o
respeito de que é objeto ou se torna merecedor o militar, perante seus superiores,
pares e subordinados;
II - pundonor militar: dever de o militar pautar a sua conduta como a de um
profissional correto. Exige dele, em qualquer ocasião, alto padrão de
comportamento ético que refletirá no seu desempenho perante a Instituição a que
serve e no grau de respeito que lhe é devido; e
III - decoro da classe: valor moral e social da Instituição. Ele representa o
conceito social dos militares que a compõem e não subsiste sem esse.

Seção IV
Da Competência para a Aplicação

Art. 10. A competência para aplicar as punições disciplinares é definida pelo


cargo e não pelo grau hierárquico, sendo competente para aplicá-las:
I - o Comandante do Exército, a todos aqueles que estiverem sujeitos a este
Regulamento; e
II - aos que estiverem subordinados às seguintes autoridades ou servirem sob
seus comandos, chefia ou direção:
a) Chefe do Estado-Maior do Exército, dos órgãos de direção setorial e de
assessoramento, comandantes militares de área e demais ocupantes de cargos
privativos de oficial-general;
b) chefes de estado-maior, chefes de gabinete, comandantes de unidade,
demais comandantes cujos cargos sejam privativos de oficiais superiores e
comandantes das demais Organizações Militares - OM com autonomia
administrativa;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 42/162)


c) subchefes de estado-maior, comandantes de unidade incorporada, chefes
de divisão, seção, escalão regional, serviço e assessoria; ajudantes-gerais,
subcomandantes e subdiretores; e
d) comandantes das demais subunidades ou de elementos destacados com
efetivo menor que subunidade.

DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES


Seção I
Da Conceituação e da Especificação

Art. 14. Transgressão disciplinar é toda ação praticada pelo militar contrária
aos preceitos estatuídos no ordenamento jurídico pátrio ofensiva à ética, aos
deveres e às obrigações militares, mesmo na sua manifestação elementar e
simples, ou, ainda, que afete a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da
classe.
§ 1o Quando a conduta praticada estiver tipificada em lei como crime ou
contravenção penal, não se caracterizará transgressão disciplinar.
§ 7º É vedada a aplicação de mais de uma penalidade por uma única
transgressão disciplinar.
§ 8º Quando a falta tiver sido cometida contra a pessoa do comandante da
OM, será ela apreciada, para efeito de punição, pela autoridade a que estiver
subordinado o ofendido.
Art. 15. São transgressões disciplinares todas as ações especificadas no
Anexo I deste Regulamento.
Seção II
Do Julgamento

Art. 16. O julgamento da transgressão deve ser precedido de análise que


considere:
I - a pessoa do transgressor;
II - as causas que a determinaram;
III - a natureza dos fatos ou atos que a envolveram; e
IV - as conseqüências que dela possam advir.
Art. 17. No julgamento da transgressão, podem ser levantadas causas que
justifiquem a falta ou circunstâncias que a atenuem ou a agravem.
Art. 18. Haverá causa de justificação quando a transgressão for cometida:
I - na prática de ação meritória ou no interesse do serviço, da ordem ou do
sossego público;
II - em legítima defesa, própria ou de outrem;
III - em obediência a ordem superior;
IV - para compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu dever, em
caso de perigo, necessidade urgente, calamidade pública, manutenção da ordem e
da disciplina;
V - por motivo de força maior, plenamente comprovado; e
VI - por ignorância, plenamente comprovada, desde que não atente contra
os sentimentos normais de patriotismo, humanidade e probidade.
Parágrafo único. Não haverá punição quando for reconhecida qualquer causa de
justificação.
Art. 19. São circunstâncias atenuantes:
I - o bom comportamento;
II - a relevância de serviços prestados;
III - ter sido a transgressão cometida para evitar mal maior;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 43/162)
IV - ter sido a transgressão cometida em defesa própria, de seus direitos ou
de outrem, não se configurando causa de justificação; e
V - a falta de prática do serviço.
Art. 20. São circunstâncias agravantes:
I - o mau comportamento;
II - a prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
III - a reincidência de transgressão, mesmo que a punição anterior tenha
sido uma advertência;
IV - o conluio de duas ou mais pessoas;
V - ter o transgressor abusado de sua autoridade hierárquica ou funcional; e
VI - ter praticado a transgressão:
a) durante a execução de serviço;
b) em presença de subordinado;
c) com premeditação;
d) em presença de tropa; e
e) em presença de público.

Seção III
Da Classificação

Art. 21. A transgressão da disciplina deve ser classificada, desde que não
haja causa de justificação, em LEVE, MÉDIA e GRAVE, segundo os critérios dos
Arts. 16, 17, 19 e 20.
Parágrafo único. A competência para classificar a transgressão é da
autoridade a qual couber sua aplicação.
Art. 22. Será sempre classificada como "grave" a transgressão da disciplina
que constituir ato que afete a honra pessoal, o pundonor militar ou o decoro da
classe.
PUNIÇÕES DISCIPLINARES
Seção I

Da Graduação, Conceituação e Execução


Art. 23. A punição disciplinar objetiva a preservação da disciplina e deve ter
em vista o benefício educativo ao punido e à coletividade a que ele pertence.
Art. 24. Segundo a classificação resultante do julgamento da transgressão,
as punições disciplinares a que estão sujeitos os militares são, em ordem de
gravidade crescente:
I - a advertência;
II - o impedimento disciplinar;
III - a repreensão;
IV - a detenção disciplinar;
V - a prisão disciplinar; e
VI - o licenciamento e a exclusão a bem da disciplina.
Parágrafo único. As punições disciplinares de detenção e prisão disciplinar
não podem ultrapassar trinta dias e a de impedimento disciplinar, dez dias.
Art. 25. Advertência é a forma mais branda de punir, consistindo em
admoestação feita verbalmente ao transgressor, em caráter reservado ou
ostensivo.
§ 1º Quando em caráter ostensivo, a advertência poderá ser na presença
de superiores ou no círculo de seus pares.
§ 2º A advertência não constará das alterações do punido, devendo,
entretanto, ser registrada, para fins de referência, na ficha disciplinar individual.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 44/162)
Art. 26. Impedimento disciplinar é a obrigação de o transgressor não se
afastar da OM, sem prejuízo de qualquer serviço que lhe competir dentro da
unidade em que serve.
Parágrafo único. O impedimento disciplinar será publicado em boletim
interno e registrado, para fins de referência, na ficha disciplinar individual, sem
constar das alterações do punido.
Art. 27. Repreensão é a censura enérgica ao transgressor, feita por escrito
e publicada em boletim interno.
Art. 28. Detenção disciplinar é o cerceamento da liberdade do punido
disciplinarmente, o qual deve permanecer no alojamento da subunidade a que
pertencer ou em local que lhe for determinado pela autoridade que aplicar a
punição disciplinar.
§ 1º O detido disciplinarmente não ficará no mesmo local destinado aos
presos disciplinares.
§ 2º O detido disciplinarmente comparece a todos os atos de instrução e
serviço, exceto ao serviço de escala externo.
§ 3º Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicar a punição, o
oficial ou aspirante-a-oficial pode ficar detido disciplinarmente em sua residência.
Art. 29. Prisão disciplinar consiste na obrigação de o punido
disciplinarmente permanecer em local próprio e designado para tal.
§ 1º Os militares de círculos hierárquicos diferentes não poderão ficar
presos na mesma dependência.
§ 2º O comandante designará o local de prisão de oficiais, no
aquartelamento, e dos militares, nos estacionamentos e marchas.
§ 3º Os presos que já estiverem passíveis de serem licenciados ou
excluídos a bem da disciplina, os que estiverem à disposição da justiça e os
condenados pela Justiça Militar deverão ficar em prisão separada dos demais
presos disciplinares.
§ 4º Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicar a punição
disciplinar, o oficial ou aspirante-a-oficial pode ter sua residência como local de
cumprimento da punição, quando a prisão disciplinar não for superior a quarenta e
oito horas.
§ 5º Quando a OM não dispuser de instalações apropriadas, cabe à
autoridade que aplicar a punição solicitar ao escalão superior local para servir de
prisão.
Art. 30. A prisão disciplinar deve ser cumprida com prejuízo da instrução e
dos serviços internos, exceto por comprovada necessidade do serviço.
Art. 31. O recolhimento de qualquer transgressor à prisão, sem nota de
punição publicada em boletim da OM, só poderá ocorrer por ordem das
autoridades referidas nos incisos I e II do art. 10 deste Regulamento.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese do § 2º
do art.12 deste Regulamento, ou quando houver:
I - presunção ou indício de crime;
II - embriaguez; e
III - uso de drogas ilícitas.

Seção II
Da Aplicação

Art. 35. O julgamento e a aplicação da punição disciplinar devem ser feitos


com justiça, serenidade e imparcialidade, para que o punido fique consciente e

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 45/162)


convicto de que ela se inspira no cumprimento exclusivo do dever, na preservação
da disciplina e que tem em vista o benefício educativo do punido e da coletividade.
§ 1º Nenhuma punição disciplinar será imposta sem que ao transgressor
sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, inclusive o direito de ser
ouvido pela autoridade competente para aplicá-la, e sem estarem os fatos
devidamente apurados.
§ 2º Para fins de ampla defesa e contraditório, são direitos do militar:
I - ter conhecimento e acompanhar todos os atos de apuração, julgamento,
aplicação e cumprimento da punição disciplinar, de acordo com os procedimentos
adequados para cada situação;
II - ser ouvido;
III - produzir provas;
IV - obter cópias de documentos necessários à defesa;
V - ter oportunidade, no momento adequado, de contrapor-se às acusações
que lhe são imputadas;
VI - utilizar-se dos recursos cabíveis, segundo a legislação;
VII - adotar outras medidas necessárias ao esclarecimento dos fatos; e
VIII - ser informado de decisão que fundamente, de forma objetiva e direta,
o eventual não-acolhimento de alegações formuladas ou de provas apresentadas.
§ 3º O militar poderá ser preso disciplinarmente, por prazo que não
ultrapasse setenta e duas horas, se necessário para a preservação do decoro da
classe ou houver necessidade de pronta intervenção.
Art. 37. A aplicação da punição disciplinar deve obedecer às seguintes
normas:
I - a punição disciplinar deve ser proporcional à gravidade da transgressão,
dentro dos seguintes limites:
a) para a transgressão leve, de advertência até dez dias de impedimento
disciplinar, inclusive;
b) para a transgressão média, de repreensão até a detenção disciplinar; e
c) para a transgressão grave, de prisão disciplinar até o licenciamento ou
exclusão a bem da disciplina;
II - a punição disciplinar não pode atingir o limite máximo previsto nas
alíneas do inciso I deste artigo, quando ocorrerem apenas circunstâncias
atenuantes;
III - quando ocorrerem circunstâncias atenuantes e agravantes, a punição
disciplinar será aplicada conforme preponderem essas ou aquelas;
IV - por uma única transgressão não deve ser aplicada mais de uma
punição disciplinar;
V - a punição disciplinar não exime o punido da responsabilidade civil;
VI - na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre si, a
cada uma deve ser imposta a punição disciplinar correspondente; e
VII - havendo conexão, a transgressão de menor gravidade será
considerada como circunstância agravante da transgressão principal.
Art. 38. A aplicação da punição classificada como "prisão disciplinar"
somente pode ser efetuada pelo Comandante do Exército ou comandante, chefe
ou diretor de OM.
Art. 39. Nenhum transgressor será interrogado ou punido em estado de
embriaguez ou sob a ação de psicotrópicos, mas ficará, desde logo,
convalescendo em hospital, enfermaria ou dependência similar em sua OM, até a
melhora do seu quadro clínico.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 46/162)


Art. 40. A punição disciplinar máxima, que cada autoridade referida no art.
10 deste Regulamento pode aplicar ao transgressor, bem como aquela a que este
está sujeito, são as previstas no Anexo III.
§ 4º Quando uma autoridade, ao julgar uma transgressão, concluir que a
punição disciplinar a aplicar está além do limite máximo que lhe é autorizado,
solicitará à autoridade superior, com ação sobre o transgressor, a aplicação da
punição devida.
Art. 45. A relevação de punição disciplinar consiste na suspensão de seu
cumprimento e poderá ser concedida:
I - quando ficar comprovado que foram atingidos os objetivos visados com a
sua aplicação, independentemente do tempo a cumprir; e
II - por motivo de passagem de comando ou por ocasião de datas festivas
militares, desde que se tenha cumprido, pelo menos, metade da punição
disciplinar.
Art. 46. A atenuação da punição disciplinar consiste na transformação da
punição proposta ou aplicada em outra menos rigorosa, se assim recomendar o
interesse da disciplina e da ação educativa do punido, ou mesmo por critério de
justiça, quando verificada a inadequação da punição aplicada.
Parágrafo único. A atenuação da punição disciplinar poderá ocorrer, a
pedido ou de ofício, mediante decisão das autoridades competentes para
anulação.

DO COMPORTAMENTO MILITAR

Art. 51. O comportamento militar da praça abrange o seu procedimento civil


e militar, sob o ponto de vista disciplinar.
§ 1º O comportamento militar da praça deve ser classificado em:
I - excepcional:
a) quando no período de nove anos de efetivo serviço, mantendo os
comportamentos "bom", ou "ótimo", não tenha sofrido qualquer punição disciplinar;
b) quando, tendo sido condenada por crime culposo, após transitada em
julgado a sentença, passe dez anos de efetivo serviço sem sofrer qualquer punição
disciplinar, mesmo que lhe tenha sido concedida a reabilitação judicial, em cujo
período somente serão computados os anos em que a praça estiver classificada
nos comportamentos "bom" ou "ótimo"; e
c) quando, tendo sido condenada por crime doloso, após transitada em
julgado a sentença, passe doze anos de efetivo serviço sem sofrer qualquer
punição disciplinar, mesmo que lhe tenha sido concedida a reabilitação judicial.
Neste período somente serão computados os anos em que a praça estiver
classificada nos comportamentos "bom" ou "ótimo";
II - ótimo:
a) quando, no período de cinco anos de efetivo serviço, contados a partir do
comportamento "bom", tenha sido punida com a pena de até uma detenção
disciplinar;
b) quando, tendo sido condenada por crime culposo, após transitada em
julgado a sentença, passe seis anos de efetivo serviço, punida, no máximo, com
uma detenção disciplinar, contados a partir do comportamento "bom", mesmo que
lhe tenha sido concedida a reabilitação judicial; e
c) quando, tendo sido condenada por crime doloso, após transitada em
julgado a sentença, passe oito anos de efetivo serviço, punida, no máximo, com
uma detenção disciplinar, contados a partir do comportamento "bom", mesmo que
lhe tenha sido concedida a reabilitação judicial;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 47/162)
III - bom:
a) quando, no período de dois anos de efetivo serviço, tenha sido punida
com a pena de até duas prisões disciplinares; e
b) quando, tendo sido condenada criminalmente, após transitada em
julgado a sentença, houver cumprido os prazos previstos para a melhoria de
comportamento de que trata o § 7º deste artigo, mesmo que lhe tenha sido
concedida a reabilitação judicial;
IV - insuficiente:
a) quando, no período de um ano de efetivo serviço, tenha sido punida com
duas prisões disciplinares ou, ainda, quando no período de dois anos tenha sido
punida com mais de duas prisões disciplinares; e
b) quando, tendo sido condenada criminalmente, após transitada em
julgado a sentença, houver cumprido os prazos previstos para a melhoria de
comportamento de que trata o § 7º deste artigo, mesmo que lhe tenha sido
concedida a reabilitação judicial;
V - mau:
a) quando, no período de um ano de efetivo serviço tenha sido punida com
mais de duas prisões disciplinares; e
b) quando condenada por crime culposo ou doloso, a contar do trânsito em
julgado da sentença ou acórdão, até que satisfaça as condições para a mudança
de comportamento de que trata o § 7º deste artigo.
§ 3º Ao ser incorporada ao Exército, a praça será classificada no
comportamento "bom".
§ 4º Para os efeitos deste artigo, é estabelecida a seguinte equivalência de
punição:
I - uma prisão disciplinar equipara-se a duas detenções disciplinares; e
II - uma detenção disciplinar equivale a duas repreensões.
§ 5º A advertência e o impedimento disciplinar não serão considerados para
fins de classificação de comportamento.
§ 6º A praça condenada por crime ou punida com prisão disciplinar superior
a vinte dias ingressará, automaticamente, no comportamento "mau".
§ 7º A melhoria de comportamento é progressiva, devendo observar o
disposto no art. 63 deste Regulamento e obedecer aos seguintes prazos e
condições:
I - do "mau" para o "insuficiente":
a) punição disciplinar: dois anos de efetivo serviço, sem punição;
b) crime culposo: dois anos e seis meses de efetivo serviço, sem punição; e
c) crime doloso: três anos de efetivo serviço, sem punição;
II - do "insuficiente" para o "bom":
a) punição disciplinar: um ano de efetivo serviço sem punição, contado a
partir do comportamento "insuficiente";
b) crime culposo: dois anos de efetivo serviço sem punição, contados a
partir do comportamento "insuficiente"; e
c) crime doloso: três anos de efetivo serviço sem punição, contados a partir
do comportamento "insuficiente";
III - do "bom" para o "ótimo", deverá ser observada a prescrição constante
do inciso II do § 1º deste artigo; e
IV - do "ótimo" para o "excepcional", deverá ser observada a prescrição
constante do inciso I do § 1º deste artigo.
§ 8º A reclassificação do comportamento far-se-á em boletim interno da
OM, por meio de "nota de reclassificação de comportamento", uma vez decorridos
os prazos citados no § 7º deste artigo, mediante:
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 48/162)
I - requerimento do interessado, quando se tratar de pena criminal, ao
comandante da própria OM, se esta for comandada por oficial-general; caso
contrário, o requerimento deve ser dirigido ao comandante da OM enquadrante,
cujo cargo seja privativo de oficial-general; e
II - solicitação do interessado ao comandante imediato, nos casos de
punição disciplinar.
§ 9º A reclassificação dar-se-á na data da publicação do despacho da
autoridade responsável.
§ 10. A condenação de praça por contravenção penal é, para fins de
classificação de comportamento, equiparada a uma prisão.

Seção III
Das Recompensas

Art. 64. As recompensas constituem reconhecimento aos bons serviços


prestados por militares.
Parágrafo único. Além de outras previstas em leis e regulamentos
especiais, são recompensas militares:
I - o elogio e a referência elogiosa; e
II - as dispensas do serviço.
Art. 65. O elogio é individual e a referência elogiosa pode ser individual ou
coletiva.
§ 1º O elogio somente deverá ser formulado a militares que se tenham
destacado em ação meritória ou quando regulado em legislação específica.
§ 2º A descrição do fato ou fatos que motivarem o elogio ou a referência
elogiosa deve precisar a atuação do militar em linguagem sucinta, sóbria, sem
generalizações e adjetivações desprovidas de real significado, como convém ao
estilo castrense.
§ 3º Os elogios e as referências elogiosas individuais serão registrados nos
assentamentos dos militares.
§ 4º As autoridades que possuem competência para conceder elogios e
referências elogiosas são as especificadas no art. 10 deste Regulamento
obedecidos aos universos de atuação nele contidos.
Art. 66. As dispensas do serviço, como recompensa, podem ser:
I - dispensa total do serviço, que isenta o militar de todos os trabalhos da
OM, inclusive os de instrução; ou
II - dispensa parcial do serviço, quando isenta de alguns trabalhos, que
devem ser especificados na concessão.
§ 1º A dispensa total do serviço, para ser gozada fora da guarnição, fica
subordinada às mesmas normas de concessão de férias.
§ 2º A dispensa total do serviço é regulada por período de vinte e quatro
horas, contadas de boletim a boletim e a sua publicação deve ser feita, no mínimo,
vinte e quatro horas antes de seu início, salvo por motivo de força maior.
Art. 67. A concessão de dispensa do serviço, como recompensa, no
decorrer de um ano civil, obedecerá à seguinte gradação:
I - o Chefe do Estado-Maior do Exército, os chefes dos órgãos de direção
setorial e de assessoramento e os comandantes militares de área: até vinte dias,
consecutivos ou não;
II - os oficiais-generais, exceto os especificados no inciso I, e demais
militares que exerçam funções de oficiais-generais: até quinze dias, consecutivos
ou não;

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III - o chefe de estado-maior, o chefe de gabinete, o comandante de
unidade, os comandantes das demais OM com autonomia administrativa e os
daquelas cujos cargos sejam privativos de oficial superior: até oito dias,
consecutivos ou não; e
IV - as demais autoridades competentes para aplicar punições: até quatro
dias, consecutivos ou não.

ANEXO I
RELAÇÃO DE TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

1. Faltar à verdade ou omitir deliberadamente informações que possam


conduzir à apuração de uma transgressão disciplinar;
2. Utilizar-se do anonimato;
3. Concorrer para a discórdia ou a desarmonia ou cultivar inimizade entre
militares ou seus familiares;
4. Deixar de exercer autoridade compatível com seu posto ou graduação;
5. Deixar de punir o subordinado que cometer transgressão, salvo na
ocorrência das circunstâncias de justificação previstas neste Regulamento;
6. Não levar falta ou irregularidade que presenciar, ou de que tiver ciência e
não lhe couber reprimir, ao conhecimento de autoridade competente, no mais curto
prazo;
7. Retardar o cumprimento, deixar de cumprir ou de fazer cumprir norma
regulamentar na esfera de suas atribuições.
8. Deixar de comunicar a tempo, ao superior imediato, ocorrência no âmbito
de suas atribuições, quando se julgar suspeito ou impedido de providenciar a
respeito;
9. Deixar de cumprir prescrições expressamente estabelecidas no Estatuto
dos Militares ou em outras leis e regulamentos, desde que não haja tipificação
como crime ou contravenção penal, cuja violação afete os preceitos da hierarquia
e disciplina, a ética militar, a honra pessoal, o pundonor militar ou o decoro da
classe;
10. Deixar de instruir, na esfera de suas atribuições, processo que lhe for
encaminhado, ressalvado o caso em que não for possível obter elementos para tal;
11. Deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de
subordinação e no mais curto prazo, recurso ou documento que receber elaborado
de acordo com os preceitos regulamentares, se não for da sua alçada a solução;
12. Desrespeitar, retardar ou prejudicar medidas de cumprimento ou ações
de ordem judicial, administrativa ou policial, ou para isso concorrer;
13. Apresentar parte ou recurso suprimindo instância administrativa,
dirigindo para autoridade incompetente, repetindo requerimento já rejeitado pela
mesma autoridade ou empregando termos desrespeitosos;
14. Dificultar ao subordinado a apresentação de recurso;
15. Deixar de comunicar, tão logo possível, ao superior a execução de
ordem recebida;
16. Aconselhar ou concorrer para que não seja cumprida qualquer ordem
de autoridade competente, ou para retardar a sua execução;
17. Deixar de cumprir ou alterar, sem justo motivo, as determinações
constantes da missão recebida, ou qualquer outra determinação escrita ou verbal;
18. Simular doença para esquivar-se do cumprimento de qualquer dever
militar;
19. Trabalhar mal, intencionalmente ou por falta de atenção, em qualquer
serviço ou instrução;
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20. Causar ou contribuir para a ocorrência de acidentes no serviço ou na
instrução, por imperícia, imprudência ou negligência;
21. Disparar arma por imprudência ou negligência;
22. Não zelar devidamente, danificar ou extraviar por negligência ou
desobediência das regras e normas de serviço, material ou animal da União ou
documentos oficiais, que estejam ou não sob sua responsabilidade direta, ou
concorrer para tal;
23. Não ter pelo preparo próprio, ou pelo de seus comandados, instruendos
ou educandos, a dedicação imposta pelo sentimento do dever;
24. Deixar de providenciar a tempo, na esfera de suas atribuições, por
negligência, medidas contra qualquer irregularidade de que venha a tomar
conhecimento;
25. Deixar de participar em tempo, à autoridade imediatamente superior, a
impossibilidade de comparecer à OM ou a qualquer ato de serviço para o qual
tenha sido escalado ou a que deva assistir;
26. Faltar ou chegar atrasado, sem justo motivo, a qualquer ato, serviço ou
instrução de que deva participar ou a que deva assistir;
27. Permutar serviço sem permissão de autoridade competente ou com o
objetivo de obtenção de vantagem pecuniária;
28. Ausentar-se, sem a devida autorização, da sede da organização militar
onde serve, do local do serviço ou de outro qualquer em que deva encontrar-se por
força de disposição legal ou ordem;
29. Deixar de apresentar-se, nos prazos regulamentares, à OM para a qual
tenha sido transferido ou classificado e às autoridades competentes, nos casos de
comissão ou serviço extraordinário para os quais tenha sido designado;
30. Não se apresentar ao fim de qualquer afastamento do serviço ou, ainda,
logo que souber da interrupção;
31. Representar a organização militar ou a corporação, em qualquer ato,
sem estar devidamente autorizado;
32. Assumir compromissos, prestar declarações ou divulgar informações,
em nome da corporação ou da unidade que comanda ou em que serve, sem
autorização;
33. Contrair dívida ou assumir compromisso superior às suas
possibilidades, que afete o bom nome da Instituição;
34. Esquivar-se de satisfazer compromissos de ordem moral ou pecuniária
que houver assumido, afetando o bom nome da Instituição;
35. Não atender, sem justo motivo, à observação de autoridade superior no
sentido de satisfazer débito já reclamado;
36. Não atender à obrigação de dar assistência à sua família ou
dependente legalmente constituídos, de que trata o Estatuto dos Militares;
37. Fazer diretamente, ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias
envolvendo assunto de serviço, bens da União ou material cuja comercialização
seja proibida;
38. Realizar ou propor empréstimo de dinheiro a outro militar visando auferir
lucro;
39. Ter pouco cuidado com a apresentação pessoal ou com o asseio
próprio ou coletivo;
40. Portar-se de maneira inconveniente ou sem compostura;
41. Deixar de tomar providências cabíveis, com relação ao procedimento de
seus dependentes, estabelecidos no Estatuto dos Militares, junto à sociedade,
após devidamente admoestado por seu Comandante;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 51/162)


42. Frequentar lugares incompatíveis com o decoro da sociedade ou da
classe;
43. Portar a praça armamento militar sem estar de serviço ou sem
autorização;
44. Executar toques de clarim ou corneta, realizar tiros de salva, fazer sinais
regulamentares, içar ou arriar a Bandeira Nacional ou insígnias, sem ordem para
tal;
45. Conversar ou fazer ruídos em ocasiões ou lugares impróprios quando
em serviço ou em local sob administração militar;
46. Disseminar boatos no interior de OM ou concorrer para tal;
47. Provocar ou fazer-se causa, voluntariamente, de alarme injustificável;
48. Usar de força desnecessária no ato de efetuar prisão disciplinar ou de
conduzir transgressor;
49. Deixar alguém conversar ou entender-se com preso disciplinar, sem
autorização de autoridade competente;
50. Conversar com sentinela, vigia, plantão ou preso disciplinar, sem para
isso estar autorizado por sua função ou por autoridade competente;
51. Consentir que preso disciplinar conserve em seu poder instrumentos ou
objetos não permitidos;
52. Conversar, distrair-se, sentar-se ou fumar, quando exercendo função de
sentinela, vigia ou plantão da hora;
53. Consentir, quando de sentinela, vigia ou plantão da hora, a formação de
grupo ou a permanência de pessoa junto a seu posto;
54. Fumar em lugar ou ocasião onde seja vedado;
55. Tomar parte em jogos proibidos ou em jogos a dinheiro, em área militar
ou sob jurisdição militar;
56. Tomar parte, em área militar ou sob jurisdição militar, em discussão a
respeito de assuntos de natureza político-partidária ou religiosa;
57. Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja
autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária;
58. Tomar parte, fardado, em manifestações de natureza político-partidária;
59. Discutir ou provocar discussão, por qualquer veículo de comunicação,
sobre assuntos políticos ou militares, exceto se devidamente autorizado;
60. Ser indiscreto em relação a assuntos de caráter oficial cuja divulgação
possa ser prejudicial à disciplina ou à boa ordem do serviço;
61. Dar conhecimento de atos, documentos, dados ou assuntos militares a
quem deles não deva ter ciência ou não tenha atribuições para neles intervir;
62. Publicar ou contribuir para que sejam publicados documentos, fatos ou
assuntos militares que possam concorrer para o desprestígio das Forças Armadas
ou que firam a disciplina ou a segurança destas;
63. Comparecer o militar da ativa, a qualquer atividade, em traje ou
uniforme diferente do determinado;
64. Deixar o superior de determinar a saída imediata de solenidade militar
ou civil, de subordinado que a ela compareça em traje ou uniforme diferente do
determinado;
65. Apresentar-se, em qualquer situação, sem uniforme, mal uniformizado,
com o uniforme alterado ou em trajes em desacordo com as disposições em vigor;
66. Sobrepor ao uniforme insígnia ou medalha não regulamentar, bem
como, indevidamente, distintivo ou condecoração;
67. Recusar ou devolver insígnia, medalha ou condecoração que lhe tenha
sido outorgada;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 52/162)


68. Usar o militar da ativa, em via pública, uniforme inadequado,
contrariando o Regulamento de Uniformes do Exército ou normas a respeito;
69. Transitar o soldado, o cabo ou o taifeiro, pelas ruas ou logradouros
públicos, durante o expediente, sem permissão da autoridade competente;
70. Entrar ou sair da OM, ou ainda permanecer no seu interior o cabo ou
soldado usando traje civil, sem a devida permissão da autoridade competente;
71. Entrar em qualquer OM, ou dela sair, o militar, por lugar que não seja
para isso designado;
72. Entrar em qualquer OM, ou dela sair, o taifeiro, o cabo ou o soldado,
com objeto ou embrulho, sem autorização do comandante da guarda ou de
autoridade equivalente;
73. Deixar o oficial ou aspirante-a-oficial, ao entrar em OM onde não sirva,
de dar ciência da sua presença ao oficial-de-dia e, em seguida, de procurar o
comandante ou o oficial de maior precedência hierárquica, para cumprimentá-lo;
74. Deixar o subtenente, sargento, taifeiro, cabo ou soldado, ao entrar em
organização militar onde não sirva, de apresentar-se ao oficial-de-dia ou a seu
substituto legal;
75. Deixar o comandante da guarda ou responsável pela segurança
correspondente, de cumprir as prescrições regulamentares com respeito à entrada
ou permanência na OM de civis ou militares a ela estranhos;
76. Adentrar o militar, sem permissão ou ordem, em aposentos destinados
a superior ou onde este se ache, bem como em qualquer lugar onde a entrada lhe
seja vedada;
77. Adentrar ou tentar entrar em alojamento de outra subunidade, depois da
revista do recolher, salvo os oficiais ou sargentos que, por suas funções, sejam a
isso obrigados;
78. Entrar ou permanecer em dependência da OM onde sua presença não
seja permitida;
79. Entrar ou sair de OM com tropa, sem prévio conhecimento, autorização
ou ordem da autoridade competente;
80. Retirar ou tentar retirar de qualquer lugar sob jurisdição militar, material,
viatura, aeronave, embarcação ou animal, ou mesmo deles servir-se, sem ordem
do responsável ou proprietário;
81. Abrir ou tentar abrir qualquer dependência de organização militar, fora
das horas de expediente, desde que não seja o respectivo chefe ou sem a devida
ordem e a expressa declaração de motivo, salvo em situações de emergência;
82. Desrespeitar regras de trânsito, medidas gerais de ordem policial,
judicial ou administrativa;
83. Deixar de portar a identidade militar, estando ou não fardado;
84. Deixar de se identificar quando solicitado por militar das Forças
Armadas em serviço ou em cumprimento de missão;
85. Desrespeitar, em público, as convenções sociais;
86. Desconsiderar ou desrespeitar autoridade constituída;
87. Desrespeitar corporação judiciária militar ou qualquer de seus membros;
88. Faltar, por ação ou omissão, com o respeito devido aos símbolos
nacionais, estaduais, municipais e militares;
89. Apresentar-se a superior hierárquico ou retirar-se de sua presença, sem
obediência às normas regulamentares;
90. Deixar, quando estiver sentado, de demonstrar respeito, consideração e
cordialidade ao superior hierárquico, deixando de oferecer-lhe seu lugar,
ressalvadas as situações em que houver lugar marcado ou em que as convenções
sociais assim não o indiquem;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 53/162)
91. Sentar-se, sem a devida autorização, à mesa em que estiver superior
hierárquico;
92. Deixar, deliberadamente, de corresponder a cumprimento de
subordinado;
93. Deixar, deliberadamente, de cumprimentar superior hierárquico,
uniformizado ou não, neste último caso desde que o conheça, ou de saudá-lo de
acordo com as normas regulamentares;
94. Deixar o oficial ou aspirante-a-oficial, diariamente, tão logo seus
afazeres o permitam, de apresentar-se ao comandante ou ao substituto legal
imediato da OM onde serve, para cumprimentá-lo, salvo ordem ou outras normas
em contrário;
95. Deixar o subtenente ou sargento, diariamente, tão logo seus afazeres o
permitam, de apresentar-se ao seu comandante de subunidade ou chefe imediato,
salvo ordem ou outras normas em contrário;
96. Recusar-se a receber vencimento, alimentação, fardamento,
equipamento ou material que lhe seja destinado ou deva ficar em seu poder ou sob
sua responsabilidade;
97. Recusar-se a receber equipamento, material ou documento que tenha
solicitado oficialmente, para atender a interesse próprio;
98. Desacreditar, dirigir-se, referir-se ou responder de maneira
desatenciosa a superior hierárquico;
99. Censurar ato de superior hierárquico ou procurar desconsiderá-lo seja
entre militares, seja entre civis;
100. Ofender, provocar, desafiar, desconsiderar ou procurar desacreditar
outro militar, por atos, gestos ou palavras, mesmo entre civis.
101. Ofender a moral, os costumes ou as instituições nacionais ou do país
estrangeiro em que se encontrar, por atos, gestos ou palavras;
102. Promover ou envolver-se em rixa, inclusive luta corporal, com outro
militar;
103. Autorizar, promover ou tomar parte em qualquer manifestação coletiva,
seja de caráter reivindicatório ou político, seja de crítica ou de apoio a ato de
superior hierárquico, com exceção das demonstrações íntimas de boa e sã
camaradagem e com consentimento do homenageado;
104. Aceitar qualquer manifestação coletiva de seus subordinados, com
exceção das demonstrações íntimas de boa e sã camaradagem e com
consentimento do homenageado;
105. Autorizar, promover, assinar representações, documentos coletivos ou
publicações de qualquer tipo, com finalidade política, de reivindicação coletiva ou
de crítica a autoridades constituídas ou às suas atividades;
106. Autorizar, promover ou assinar petição ou memorial, de qualquer
natureza, dirigido a autoridade civil, sobre assunto da alçada da administração do
Exército;
107. Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em área militar ou sob a
jurisdição militar, publicações, estampas, filmes ou meios eletrônicos que atentem
contra a disciplina ou a moral;
108. Ter em seu poder ou introduzir, em área militar ou sob a jurisdição
militar, armas, explosivos, material inflamável, substâncias ou instrumentos
proibidos, sem conhecimento ou permissão da autoridade competente;
109. Fazer uso, ter em seu poder ou introduzir, em área militar ou sob
jurisdição militar, bebida alcoólica ou com efeitos entorpecentes, salvo quando
devidamente autorizado;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 54/162)


110. Comparecer a qualquer ato de serviço em estado visível de
embriaguez ou nele se embriagar;
111. Falar, habitualmente, língua estrangeira em OM ou em área de
estacionamento de tropa, exceto quando o cargo ocupado o exigir;
112. Exercer a praça, quando na ativa, qualquer atividade comercial ou
industrial, ressalvadas as permitidas pelo Estatuto dos Militares;
113. Induzir ou concorrer intencionalmente para que outrem incida em
transgressão disciplinar.

ANEXO III
QUADRO DE PUNIÇÕES MÁXIMAS

Quadro de Punições Máximas, referidas no art. 40, que podem aplicar as autoridades
definidas nos itens I, II e § 1o do art. 10 e a que estão sujeitos os transgressores
Chefe do EME, Comandante, Demais Comandante, Chefe de Subchefe de Comandante
chefes dos chefe ou diretor, ocupantes de chefe ou estado-maior, estado-maior, das demais
órgãos de cujo cargo seja cargos diretor de OM, chefe de Gab, comandante subunidades
direção setorial e privativo de privativos de cujo cargo não privativos de unidade ou de
de oficial-general oficial-general seja privativo de oficial- incorporada, elemento
POSTOS assessoramento de oficial general chefe de destacado
e comandante superior e Cmt divisão, com efetivo
outras punições a
militar de área das demais seção, menor que
E que estão sujeitos
OM com escalão subunidade
autonomia regional,
GRADUAÇÕES administrativa serviço e
assessoria,
ajudante-
geral, subcmt
e subdiretor

Oficiais de carreira
da ativa
20 dias de 30 dias de 15 dias de 25 dias de 20 dias de
30 dias de prisão
prisão detenção prisão detenção detenção repreensão o oficial da reserva
Oficiais da reserva, disciplinar
disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar não-remunerada,
convocados ou
quando convocado,
mobilizados
pode ser licenciado
a bem da disciplina
20 dias de 15 dias de
Oficiais da Res Rem 30 dias de prisão
prisão - prisão - - -
ou reformados disciplinar (3)
disciplinar (3) disciplinar (3)

Aspirantes-a-oficial 30 dias de 30 dias de 25 dias de 20 dias de 8 dias de


exclusão a bem da
e subtenentes da 30 dias de prisão disciplinar detenção prisão detenção detenção detenção
disciplina (2)
ativa disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar

30 dias de
prisão
Sargentos, taifeiros, 30 dias de prisão disciplinar ou 30 dias de 25 dias de 20 dias de 20 dias de
disciplinar ou exclusão a bem da
cabos e soldados da licenciamento a bem da disciplina detenção detenção detenção detenção
licenciamento disciplina (2)
ativa (1) disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar
a bem da
disciplina (1)

Aspirantes-a-oficial
30 dias de
e subtenentes da
30 dias de prisão disciplinar (3) - prisão - - -
Res Rem ou
disciplinar (3)
reformados

Sargentos, taifeiros,
30 dias de
cabos e soldados da
30 dias de prisão disciplinar (3) - prisão - - -
Res Rem ou
disciplinar (3)
reformados

Cadetes e alunos da - Exclusão a bem


EsPCEx da disciplina (2)
30 dias de licenciamento 25 dias de 20 dias de 8 dias de
licenciamento a bem da disciplina detenção a bem da detenção detenção detenção
Alunos de órgão de disciplinar disciplina disciplinar disciplinar disciplinar - Punições
formação de estabelecidas nos
sargentos regulamentos
específicos das

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 55/162)


Alunos de órgão de organizações a que
formação de oficial pertencem
da reserva 30 dias de licenciamento 25 dias de
licenciamento a bem da disciplina detenção a bem da detenção repreensão
Alunos de órgão de disciplinar disciplina disciplinar
formação de
reservistas

OBSERVAÇÕES: (1) Conforme possuam ou não estabilidade assegurada


(2) De acordo com a legislação concernente a conselho de disciplina
o
(3) Autoridades estabelecidas no § 1 do art. 10 deste Regulamento

TÍTULO 3 – POSTOS E GRADUAÇÕES

2.3.1. POSTOS E GRADUAÇÕES


Quadro de Postos e Graduações das Forças

Armadas

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 56/162)


(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 57/162)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 58/162)
UNIDADE DIDÁTICA 3 - FUNÇÕES DO SARGENTO NO CORPO DE TROPA

TÍTULO 3.1 - AUXILIAR DO OFICIAL DE COMBATE À INCÊNDIO

3.1.1. GENERALIDADES
(Norma Técnica 02/2014 – Conceitos básicos de segurança contra incêndio)

3.1.1.2 DEFINIÇÕES

Os objetivos da prevenção são:


a) Proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso
de incêndio;
b) Dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e
ao patrimônio;
c) Proporcionar meios de controle e extinção do incêndio;
d) Dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros; e
e) Proporcionar a continuidade dos serviços nas edificações e áreas de
risco.

Esses objetivos são alcançados pelo:


a) Controle da natureza e da quantidade dos materiais combustíveis
constituintes e contidos no edifício;
b) Dimensionamento da compartimentação interna, da resistência ao fogo
de seus elementos e do distanciamento entre edifícios;
c) Dimensionamento da proteção e da resistência ao fogo da estrutura do
edifício;
d) Dimensionamento dos sistemas de detecção e alarme de incêndio e/ou
dos sistemas de chuveiros automáticos de extinção de incêndio e/ou dos
equipamentos manuais para combate;
e) Dimensionamento das rotas de escape e dos dispositivos para controle
do movimento da fumaça;
f) Controle das fontes de ignição e riscos de incêndio;
g) Acesso aos equipamentos de combate a incêndio;
h) Treinamento do pessoal habilitado a combater um princípio de incêndio e
coordenar o abandono seguro da população de um edifício;
i) Gerenciamento e manutenção dos sistemas de proteção contra incêndio
instalado;
j) Controle dos danos ao meio ambiente decorrentes de um incêndio.

3.1.1.2 CONCEITOS GERAIS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

3.1.1.2.1 Propagação de fogo, fumaça e gases quentes no interior das


edificações

O fogo pode ser definido como um fenômeno físicoquímico em que ocorre uma
reação de oxidação, emitindo luz e calor.
Devem coexistir quatro componentes para que ocorra o fenômeno do fogo:
1) Combustível;
2) Comburente (oxigênio);
3) Calor;
4) Reação em cadeia.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 59/162)


Figura 1 – Tetraedro do fogo

Figura 2 – Mecanismo de extinção do fogo

Os meios de extinção se utilizam deste princípio, pois agem através da


inibição de um dos componentes para apagar um incêndio.
O combustível pode ser definido como qualquer substância capaz de
produzir calor por meio da reação química.
O comburente é a substância que alimenta a reação química, sendo mais
comum o oxigênio. O calor pode ser definido como uma forma de energia que se
transfere de um sistema para outro em virtude de uma diferença de temperatura.
Ele se distingue das outras formas de energia porque, como o trabalho, só se
manifesta num processo de transformação.
Podemos ainda definir incêndio como sendo o fogo indesejável, qualquer
que seja sua dimensão.
Como foi dito, o comburente é o oxigênio do ar e sua composição
porcentual no ar seco é de 20,99%. Os demais componentes são o nitrogênio, com
78,03%, e outros gases (CO2, Ar, H2, He, Ne, Kr), com 0,98%.
O calor, por sua vez, pode ter como fonte a energia elétrica, o cigarro
aceso, os queimadores a gás, a fricção ou mesmo a concentração da luz solar
através de uma lente.
O fogo se manifesta diferentemente em função da composição química do
material. De outra maneira, um mesmo material pode queimar de modo diferente

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 60/162)


em função da sua superfície específica, das condições de exposição ao calor, da
oxigenação e da umidade contida.
A maioria dos sólidos combustíveis possui um mecanismo sequencial para
sua ignição. O sólido precisa ser aquecido, quando então desenvolve vapores
combustíveis que se misturam com o oxigênio, formando a mistura inflamável
(explosiva), à qual igniza-se na presença de uma pequena chama (ou mesmo
fagulha ou centelha) ou em contato com uma superfície aquecida acima de 500°C,
dando origem à chama na superfície do sólido, que fornece mais calor, aquecendo
mais materiais e assim sucessivamente.
Alguns sólidos pirofóricos (sódio, fósforo, magnésio etc.) não se comportam
conforme o mecanismo acima descrito.
Os líquidos inflamáveis e combustíveis possuem mecanismos semelhantes,
ou seja, o líquido, ao ser aquecido, vaporiza-se e o vapor se mistura com o
oxigênio, formando a “mistura inflamável” (explosiva) que ignizam-se na presença
de uma pequena chama (ou mesmo fagulha ou centelha), ou em contato com
superfícies aquecidas acima de 500°C, dando origem à chama na superfície do
líquido, que aumenta a vaporização e a chama. A quantidade de chama fica
limitada à capacidade de vaporização do líquido.
Os líquidos são classificados pelo seu ponto de fulgor, ou seja, pela menor
temperatura na qual liberam uma quantidade de vapor que, ao contato com uma
chama, produzem um lampejo (uma queima instantânea).
Entretanto, existe outra classe de líquidos, denominados instáveis ou
reativos, cuja característica é de se polimerizar, decompor, condensar
violentamente ou ainda de se tornar auto-reativo sob condições de choque,
pressão ou temperatura, podendo desenvolver grande quantidade de calor.
A mistura inflamável vapor-ar (gás-ar) possui uma faixa ideal de
concentração para se tornar inflamável ou explosiva, e os limites dessa faixa são
denominados limite inferior de inflamabilidade e limite superior de inflamabilidade,
expressos em porcentagem ou volume. Estando a mistura fora desses limites, não
ocorrerá a ignição.
Os materiais sólidos não queimam através de mecanismos tão precisos e
característicos como os dos líquidos e gases.
Nos materiais sólidos, a área específica é um fator importante para
determinar sua razão de queima, ou seja, a quantidade do material queimado na
unidade de tempo, que está associado à quantidade de calor gerado e, portanto, à
elevação da temperatura do ambiente. Um material sólido com igual massa e com
área específica diferente, como exemplo de 1 m² e 10 m², queima em tempos
inversamente proporcionais; contudo, libera a mesma quantidade de calor. No
entanto, a temperatura atingida no segundo caso será bem maior.
Por outro lado, não se pode afirmar que isso é sempre verdade. No caso da
madeira, observa-se que, quando apresentada em forma de serragem, ou seja,
com áreas específicas grandes, não se queima com grande rapidez.
Comparativamente, a madeira em forma de pó pode formar uma mistura
explosiva com o ar, comportando-se, desta maneira, como um gás que possui
velocidade de queima muito grande.
No mecanismo de queima dos materiais sólidos temos a oxigenação como
outro fator de grande importância.
Quando a concentração em volume de oxigênio no ambiente cai para
valores abaixo de 14%, a maioria dos materiais combustíveis existentes no local
não mantém a chama na sua superfície.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 61/162)


3.1.1.2.2 Evolução de um incêndio

A evolução do incêndio em um local pode ser representada por um ciclo


com três fases características:
1) Fase inicial de elevação progressiva da temperatura (ignição);
2) Fase de aquecimento;
3) Fase de resfriamento e extinção;

Figura 3 – Curva temperatura tempo de um incêndio

A primeira fase inicia-se como ponto de inflamação inicial e caracteriza-se


por grandes variações de temperatura de ponto a ponto, ocasionadas pela
inflamação sucessiva dos objetos existentes no recinto, de acordo com a
alimentação de ar.
Normalmente os materiais combustíveis (materiais passíveis de se
ignizarem) e uma variedade de fontes de calor coexistem no interior de uma
edificação.
A manipulação acidental destes elementos é, potencialmente, capaz de
criar uma situação de perigo.
Dessa maneira, os focos de incêndio originam-se em locais em que fonte
de calor e materiais combustíveis são encontrados juntos, de tal forma que,
ocorrendo a decomposição do material pelo calor, são desprendidos gases que
podem se inflamar.
Considerando-se que diferentes materiais combustíveis necessitam receber
diferentes níveis de energia térmica para que ocorra a ignição, é necessário que as
perdas de calor sejam menores que a soma de calor proveniente da fonte externa
e do calor gerado no processo de combustão.
Neste sentido, se a fonte de calor for pequena, ou a massa do material a
ser ignizado for grande, ou ainda sua temperatura de ignição for muito alta,
somente irão ocorrer danos locais sem a evolução do incêndio.
Se a ignição definitiva for alcançada, o material continuará a queimar
desenvolvendo calor e produtos de decomposição. A temperatura subirá
progressivamente, acarretando a acumulação de fumaça e outros gases e vapores
junto ao teto.
Há, neste caso, a possibilidade de o material envolvido queimar totalmente
sem proporcionar o envolvimento do resto dos materiais contidos no ambiente ou
dos materiais constituintes dos elementos da edificação. De outro modo, se houver
caminhos para a propagação do fogo, através de convecção ou radiação, em
direção aos materiais presentes nas proximidades, ocorrerá simultaneamente a
elevação da temperatura do recinto e o desenvolvimento de fumaça e gases
inflamáveis.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 62/162)


Nesta fase, pode haver comprometimento da estabilidade da edificação
devido à elevação da temperatura nos elementos estruturais.
Com a evolução do incêndio e a oxigenação do ambiente, através de portas
e janelas, o incêndio ganhará ímpeto; os materiais passarão a ser aquecidos por
convecção e radiação, acarretando um momento denominado de “inflamação
generalizada – flashover”, que se caracteriza pelo envolvimento total do ambiente
pelo fogo e pela emissão de gases inflamáveis através de portas e janelas, que se
queimam no exterior do edifício.
Neste momento torna-se impossível a sobrevivência no interior do
ambiente.
O tempo gasto para o incêndio alcançar o ponto de inflamação generalizada
é relativamente curto e depende, essencialmente, dos revestimentos e
acabamentos utilizados no ambiente de origem, embora as circunstâncias em que
o fogo comece a se desenvolver exerçam grande influência.

Figura 4 – Fase anterior ao flashover – grande desenvolvimento de fumaça e gases,


acumulando-se no nível do teto

A possibilidade de um foco de incêndio extinguir ou evoluir para um grande


incêndio depende basicamente dos seguintes fatores:
1) Quantidade, volume e espaçamento dos materiais combustíveis no local;
2) Tamanho e situação das fontes de combustão;
3) Área e locação das janelas;
4) Velocidade e direção do vento;
5) Forma e dimensão do local.
Pela radiação emitida por forros e paredes, os materiais combustíveis que
ainda não queimaram são pré-aquecidos à temperatura próxima da sua
temperatura de ignição. As chamas são bem visíveis no local.
Se estes fatores criarem condições favoráveis ao crescimento do fogo, a
inflamação generalizada irá correr e todo o compartimento será envolvido pelo
fogo.
A partir disso, o incêndio irá se propagar para outros compartimentos da
edificação, seja por convecção de gases quentes no interior da casa ou através do
exterior, na medida em que as chamas que saem pelas aberturas (portas e
janelas) transferem fogo para o pavimento superior, quando este existir,
principalmente através das janelas superiores.
A fumaça, que já na fase anterior à inflamação generalizada pode ter-se
espalhado no interior da edificação, se intensifica e se movimenta perigosamente
no sentido ascendente, estabelecendo, em instantes, condições críticas para a
sobrevivência na edificação.
Caso a proximidade entre as fachadas da edificação incendiada e as
adjacentes possibilitem a incidência de intensidade crítica de radiação, o incêndio
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 63/162)
poderá se propagar (por radiação) para outras habitações, configurando uma
conflagração.
A proximidade ainda maior entre habitações pode estabelecer uma situação
ainda mais crítica para a ocorrência da conflagração na medida em que o incêndio
se alastrar muito rapidamente por contato direto das chamas entre as fachadas.
No caso de habitações agrupadas em bloco, a propagação do incêndio
entre unidades poderá se dar por condução de calor via paredes e forros, por
destruição destas barreiras, ou ainda através da convecção de gases quentes que
venham a penetrar por aberturas existentes.
Com o consumo do combustível existente no local ou decorrente da falta de
oxigênio, o fogo pode diminuir de intensidade, entrando na fase de resfriamento e
consequente extinção.

3.1.1.2.3 Formas de propagação de incêndio

O calor e o incêndio se propagam por três maneiras fundamentais:


1) Por condução, ou seja, através de um material sólido de uma região de
temperatura elevada em direção a outra região de baixa temperatura;
2) Por convecção, ou seja, por meio de um fluido líquido ou gás, entre dois
corpos submersos no fluido, ou entre um corpo e o fluido;
3) Por radiação, ou seja, por meio de um gás ou do vácuo, na forma de
energia radiante.
Num incêndio, as três formas geralmente são concomitantes, embora em
determinado momento uma delas seja predominante.

3.1.1.2.4 A influência do conteúdo combustível (carga de incêndio)

O desenvolvimento e a duração de um incêndio são influenciados pela


quantidade de combustível a queimar.

Figura 5 – Propagação por condução (contato direto das chamas)

Figura 6 – Propagação por convecção, em que gases quentes fazem com que ocorram
focos de incêndio em andares distintos

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 64/162)


Figura 7 – Radiação de calor de um edifício para outro

Através do combustível, a duração decorre dividindo-se a sua quantidade


pela taxa ou velocidade de combustão.
Portanto, pode-se definir um parâmetro que exprime o poder calorífico
médio da massa de materiais combustíveis por unidade de área de um local, que
se denomina carga de incêndio específica (ou térmico) unitário e corresponde à
carga de incêndio específica (fire load density).

Figura 8 – Material de acabamento interno e móveis de um escritório

Na carga de incêndio estão incluídos os componentes de construção, tais


como revestimentos de piso, forro, paredes, divisórias etc. (denominada carga de
incêndio incorporada), além de todo o material depositado na edificação, tais como
peças de mobiliário, elementos de decoração, livros, papéis, peças de vestiário e
materiais de consumo (denominada carga de incêndio temporal).

3.1.1.2.5 A influência da ventilação

Durante um incêndio, o calor emana gases dos materiais combustíveis, que


podem ser mais ou menos densos que o ar, em decorrência da variação de
temperatura interna e externa da edificação.
Essa diferença de temperatura provoca um movimento ascensional dos
gases que são paulatinamente substituídos pelo ar que adentra a edificação por
meio das janelas e portas. A partir disso ocorre uma constante troca entre o
ambiente interno e externo, com a saída dos gases quentes e fumaça e a entrada
de ar.
Em um incêndio ocorrem dois casos típicos, que estão relacionados com a
ventilação e com a quantidade de combustível em chama. No primeiro caso, no
qual a vazão de ar que adentra ao interior da edificação incendiada for superior à
necessidade da combustão dos materiais, temos um fogo aberto, aproximando-se
a uma queima de combustível ao ar livre, cuja característica será de uma
combustão rápida.
No segundo caso, no qual a entrada de ar é controlada, ou deficiente em
decorrência de pequenas aberturas externas, temos um incêndio com duração
mais demorada, cuja queima é controlada pela quantidade de combustível, ou
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 65/162)
seja, pela carga incêndio, na qual a estrutura da edificação estará sujeita a
temperaturas elevadas por um tempo maior de exposição, até que ocorra a queima
total do conteúdo do edifício.
Em resumo, a taxa de combustão de um incêndio pode ser determinada
pela velocidade do suprimento de ar, estando implicitamente relacionada com a
quantidade de combustível e sua disposição da área do ambiente em chamas e
das dimensões das aberturas. Deste conceito decorre a importância da forma e
quantidade de aberturas em uma fachada.

3.1.1.2.6 Mecanismos de movimentação dos gases quentes

Quando se tem um foco de fogo num ambiente fechado, como exemplo em


uma sala, o calor destila gases combustíveis do material e ainda há a formação de
outros gases devido à combustão dos gases destilados.
Esses gases podem ser mais ou menos densos de acordo com a sua
temperatura, à qual é sempre maior do que a do ambiente e, portanto, possuem
uma força de flutuação com movimento ascensional bem maior que o movimento
horizontal.
Os gases quentes vão-se acumulando junto ao forro e se espalhando por
toda a camada superior do ambiente, penetrando nas aberturas existentes no
local.
Os gases quentes, assim como a fumaça, gerados por uma fonte de calor
(material em combustão), fluem no sentido ascendente com formato de cone
invertido. Esta figura é denominada "plume".

Figura 10 – Processo de formação de gases e fluxo básico do ar

De acordo com a quantidade de materiais combustíveis, de sua disposição,


área e volume do local e das dimensões das aberturas, a taxa de queima pode ser
determinada pela velocidade de suprimento do ar.
Entretanto, quando a vazão do ar for superior às necessidades da
combustão, então a taxa de queima não será mais controlada por este mecanismo,
aproximando-se, neste caso, à combustão do material ao ar livre.
No incêndio, devido ao alto nível de energia em que ficam expostos, os
materiais destilam gases combustíveis que não queimam no ambiente por falta de
oxigênio. Estes gases superaquecidos que saem pelas aberturas com
temperaturas muito superiores às de sua auto-ignição, encontram o oxigênio do ar
externo ao ambiente e se ignizam formando grandes labaredas.
As chamas assim formadas são as responsáveis pela rápida propagação
vertical nos atuais edifícios que não possuem sistemas de evitá-las.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 66/162)


3.1.1.2.7 A fumaça (Efeitos da fumaça)

Associadas ao incêndio e acompanhando o fenômeno da combustão, em


geral aparecem quatro causas determinantes de uma situação perigosa:
1) Calor;
2) Chamas;
3) Fumaça;
4) Insuficiência de oxigênio.
Do ponto de vista da segurança das pessoas, entre os quatro fatores
considerados, a fumaça é, sem dúvida, a causa de danos mais graves e, portanto,
deve ser o fator mais importante a ser considerado.
A fumaça pode ser definida como uma mistura complexa de sólidos em
suspensão, vapores e gases, desenvolvida quando um material sofre o processo
de pirólise (decomposição por efeito do calor) ou combustão.
Os componentes desta mistura, associados ou não, influem diferentemente
sobre as pessoas, ocasionando os seguintes efeitos:
1) Diminuição da visibilidade devido à atenuação luminosa do local;
2) Lacrimejamento e irritações dos olhos;
3) Modificação de atividade orgânica pela aceleração da respiração e
batidas cardíacas;
4) Vômitos e tosse:
5) Medo;
6) Desorientação;
7) Intoxicação e asfixia.
A redução da visibilidade do local impede a locomoção das pessoas,
fazendo com que fiquem expostas por tempo maior aos gases e vapores tóxicos.
Estes, por sua vez, causam a morte se estiverem presentes em quantidade
suficiente e se as pessoas ficarem expostas durante o tempo que acarreta esta
ação. Por isso a importância de se entender o comportamento da fumaça em uma
edificação.
A propagação da fumaça está diretamente relacionada com a taxa de
elevação da temperatura. Portanto, a fumaça desprendida por qualquer material,
desde que exposta à mesma taxa de elevação da temperatura, gerará igual
propagação.
Se conseguirmos determinar os valores de densidade ótica da fumaça e da
toxicidade na saída de um ambiente sinistrado, poderemos estudar o movimento
do fluxo de ar quente e, dessa forma, será possível determinar o tempo e a área
do edifício que se tornará perigosa devido à propagação da fumaça.
Dessa maneira, se conseguirmos determinar o valor de Q e se utilizarmos
as características do "plume" (V, g, Q, y, Cp, T), prognosticando a formação da
camada de fumaça dentro do ambiente, será possível calcular o tempo em que
este ambiente se tornará perigoso. De outro modo, se o volume V de fumaça se
propagar em pouco tempo por toda a extensão do forro e se fizermos com que Q
seja uma função de tempo, o cálculo do valor de Z pode ser obtido em função do
tempo, e esta equação diferencial pode ser resolvida. Isto permitirá determinar o
tempo necessário para evacuar o ambiente, antes que a fumaça atinja a altura de
um homem.
A movimentação da fumaça através de corredores e escadas dependerá
principalmente das aberturas existentes e da velocidade do ar nestes locais.
Entretanto, se o mecanismo de locomoção for considerado em relação às
características do "plume", pode-se estabelecer uma correlação com o fluxo de
água. Em casos em que exista um exaustor de seção quadrada menor que a
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 67/162)
largura do corredor; e se a fumaça vier fluindo em sua direção, parte desta fumaça
será exaurida e grande parte passará direta e continuará fluindo para o outro lado.
No entanto, se o fluxo de fumaça exaurir-se através de uma abertura que possua
largura igual à do corredor, a fumaça será retirada totalmente.
Foi verificado que quanto mais a fumaça se alastrar, menor será a
espessura de sua camada, e que a velocidade de propagação de fumaça na
direção horizontal, no caso dos corredores, está em torno de 1 m/s e, na direção
vertical, no caso das escadas, está entre 2 m/s e 3 m/s.

3.1.1.3 INSTALAÇÕES PREVENTIVAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E


PÂNICO

3.1.1.3.1 Sinalização
A sinalização de emergência utilizada para informar e guiar os ocupantes
do edifício, relativamente a questões associadas aos incêndios, assume dois
objetivos:
1) Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio;
2) Indicar as ações apropriadas em caso de incêndio.

O primeiro objetivo tem caráter preventivo e assume as funções de:


1) Alertar para os riscos potenciais;
2) Requerer ações que contribuam para a segurança contra incêndio;
3) Proibir ações capazes de afetar a segurança contra incêndio.

O segundo objetivo tem caráter de proteção, e assume as funções de:


1) Indicar a localização dos equipamentos de combate;
2) Orientar as ações de combate;
3) Indicar as rotas de fuga e os caminhos a serem seguidos.

A sinalização de emergência deve ser dividida de acordo com suas funções


em seis categorias:
1) Sinalização de alerta, cuja função é alertar para áreas e materiais com
potencial de risco;
2) Sinalização de comando, cuja função é requerer ações que
proporcionem condições adequadas para a utilização das rotas de fuga;
3) Sinalização de proibição, cuja função é proibir ações capazes de
conduzir ao início do incêndio;
4) Sinalização de condições de orientação e salvamento, cuja função é
indicar as rotas de saída e ações necessárias para o seu acesso;
5) Sinalização dos equipamentos de combate, cuja função é indicar a
localização e os tipos dos equipamentos de combate.

Figura 38 – Sinalização de extintores

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 68/162)


3.1.1.3.2 Meios de Combate a Incêndio

a) Extintores portáteis e Extintores sobre rodas (carretas)

O extintor portátil é um aparelho manual, constituído de recipiente e


acessório, contendo o agente extintor destinado a combater princípios de incêndio.
O extintor sobre rodas (carreta) também é constituído em um único
recipiente com agente extintor para extinção do fogo, porém com capacidade de
agente extintor em maior quantidade.
As previsões destes equipamentos nas edificações decorrem da
necessidade de se efetuar o combate ao incêndio imediato, após a sua detecção
em sua origem, enquanto são pequenos focos.
Esses equipamentos primam pela facilidade de manuseio, de forma a
serem utilizados por homens e mulheres, contando unicamente com um
treinamento básico.
Além disso, os preparativos necessários para o seu manuseio não
consomem um tempo significativo e, consequentemente, não inviabilizam sua
eficácia em função do crescimento do incêndio.
Os extintores portáteis e sobre rodas podem ser divididos em cinco tipos,
de acordo com o agente extintor que utilizam:
1) Água;
2) Espuma mecânica;
3) Pó químico seco;
4) Dióxido de carbono;
5) Halon.
Esses agentes extintores se destinam a extinção de incêndios de diferentes
naturezas.
A quantidade e o tipo de extintores portáteis e sobre rodas devem ser
dimensionados para cada ocupação em função:
1) Da área a ser protegida;
2) Das distâncias a serem percorridas para alcançar o extintor;
3) Os riscos a proteger (decorrente de variável “natureza da atividade
desenvolvida ou equipamento a proteger”).
Os riscos especiais, como casa de medidores, cabinas de força e depósitos
de gases inflamáveis, devem ser protegidos por extintores, independentemente de
outros que cubram a área em que se encontram os demais riscos.
Os extintores portáteis devem ser instalados de tal forma que sua parte
superior não ultrapasse a 1,60 m de altura em relação ao piso acabado, e a parte
inferior fique acima de 0,20 m (podem ficar apoiados em suportes apropriados
sobre o piso); Deverão ser previstas no mínimo duas unidades extintoras, sendo
destinadas para proteção de incêndio em sólidos e equipamentos elétricos
energizados, independentemente da área, do risco a proteger e da distância a
percorrer.
Os parâmetros acima descritos são definidos de acordo com o risco de
incêndio do local.
Quanto aos extintores sobre rodas, estes podem substituir até a metade da
capacidade dos extintores em um pavimento, não podendo, porém, ser previstos
como proteção única para uma edificação ou pavimento.
Tanto os extintores portáteis como os extintores sobre rodas devem possuir
selo ou marca de conformidade de órgão competente ou credenciado, e ser
submetidos a inspeções e manutenções frequentes.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 69/162)


Figura 39 – Detalhe de instalação de extintores em áreas sujeitas à obstrução

b) Sistema de hidrantes

É um sistema de proteção ativa, destinado a conduzir e distribuir tomadas


de água, com determinada pressão e vazão em uma edificação, assegurando seu
funcionamento por determinado tempo. Sua finalidade é proporcionar aos
ocupantes de uma edificação um meio de combate para os princípios de incêndio
no qual os extintores manuais se tornam insuficientes.

Figura 40 – Hidrante

c) Sistema de mangotinhos

Um outro sistema que pode ser adotado no lugar dos tradicionais hidrantes
internos são os mangotinhos.
Os mangotinhos apresentam a grande vantagem de poder serem operados
de maneira rápida por uma única pessoa. Devido a vazões baixas de consumo,
seu operador pode contar com grande autonomia do sistema.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 70/162)


Por estes motivos, os mangotinhos são recomendados pelos bombeiros,
principalmente nos locais em que o manuseio do sistema é executado por pessoas
não-habilitadas (Ex.: uma dona de casa em um edifício residencial).
O dimensionamento do sistema de mangotinhos é idêntico ao sistema de
hidrantes.

Figura 44 – Sistema de mangotinhos

d) Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”)

O sistema de chuveiros automáticos é composto por um suprimento d’água


em uma rede hidráulica sob pressão, em que são instalados, em diversos pontos
estratégicos, dispositivos de aspersão d’água (chuveiros automáticos), contendo
um elemento termo-sensível que se rompe por ação do calor proveniente do foco
de incêndio, permitindo a descarga d’água sobre os materiais em chamas.
O sistema de chuveiros automáticos possui grande confiabilidade para
extinção a incêndios, e se destina a proteger diversos tipos de edifícios.

Figura 45 – Chuveiro automático

Deve ser utilizado em situações:


1) Quando a evacuação rápida e total do edifício é impraticável e o combate
ao incêndio é difícil;
2) Quando se deseja projetar edifícios com pavimentos com grandes áreas
sem compartimentação.
Pode-se dizer que, via de regra, o sistema de chuveiros automáticos é a
medida de proteção contra incêndio mais eficaz quando à água for o agente
extintor mais adequado.
De sua performance, espera-se que:
1) Atue com rapidez;
2) Extinga o incêndio em seu início;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 71/162)
3) Controle o incêndio no seu ambiente de origem, permitindo aos
bombeiros a extinção do incêndio com relativa facilidade.

e) Sistema de espuma mecânica

A espuma mecânica é amplamente aplicada para combate em incêndio em


líquidos combustíveis e inflamáveis.
O tipo da espuma, forma e componentes para sua aplicação estão
detalhados a seguir.

f) A espuma

A espuma destinada à extinção do incêndio é um agregado estável de


bolhas, que tem a propriedade de cobrir e aderir aos líquidos combustíveis e
inflamáveis, formando uma camada resistente e contínua que isola o ar e impede a
saída para a atmosfera os vapores voláteis desses líquidos.
Sua atuação se baseia na criação de uma capa de cobertura sobre a
superfície livre dos líquidos, com a finalidade de:
1) Separar combustível e comburente;
2) Impedir e reduzir a liberação de vapores inflamáveis;
3) Separar as chamas da superfície dos combustíveis;
4) Esfriar o combustível e superfícies adjacentes.

g) Sistema fixo de CO2

O sistema fixo de baterias de cilindros de CO² consiste de tubulações,


válvulas, difusores, rede de detecção, sinalização, alarme, painel de comando e
acessórios, destinados a extinguir o incêndio por abafamento, através da descarga
do agente extintor.
Seu emprego visa a proteção de locais em que o emprego de água é
desaconselhável, ou locais cujo valor agregado dos objetos e equipamentos é
elevado nos quais a extinção por outro agente causará a depreciação do bem pela
deposição de resíduos.
Normalmente é recomendado nos locais em que se busca economia e
limpeza, e naqueles em que o custo agente/instalação é inferior do que outro
agente extintor empregado.
Possui uma efetiva extinção em:
1) Fogos de classes “B” e “C” (líquidos inflamáveis e gases combustíveis, e
equipamentos elétricos energizados de alta tensão), em:
a) Recintos fechados, por inundação total, em que o sistema extingue pelo
abafamento, baixando-se a concentração de oxigênio do local necessária para a
combustão, criando uma atmosfera inerte;
b) Recintos abertos, mediante aplicação local sob determinada área.
2) Fogos de Classe “A” (combustíveis sólidos):
a) Decorrente de seu efeito de resfriamento nos incêndio em sólidos, em
que o fogo é pouco profundo e o calor gerado é baixo;
b) Nos usos de inundação total, aliados a uma detecção prévia, a fim de
evitar a formação de brasas profundas;
c) Nos usos de aplicação local, leva-se em conta o tipo e disposição do
combustível, uma vez que a descarga do CO² impedirá a extinção nas regiões não
acessíveis diretamente pelo sistema.
O sistema não é capaz de extinguir:
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 72/162)
1) Fogos em combustíveis (não-pirofóricos), que não precisam de oxigênio
para a sua combustão, pois permitem uma combustão anaeróbia;
2) Fogos em combustíveis de classe “D” (materiais pirofóricos);
Os tipos de sistema são:
1) Inundação total, em que a descarga de CO² é projetada para uma
concentração em todo o volume do risco a proteger;
2) Aplicação local, em que o CO2 é projetado sobre elementos a proteger
não confinados;
3) Modulares, que consiste em um pequeno sistema de inundação total
instalado no interior dos compartimentos dos equipamentos a proteger.

h) Brigada de incêndio
O dimensionamento da Brigada de Incêndio deve atender às especificações
contidas nas instruções adotadas pelo Corpo de Bombeiros, por meio de Norma
Técnica.
A população do edifício deve estar preparada para enfrentar uma situação
de incêndio, quer seja adotando as primeiras providências no sentido de controlar
o incêndio, quer seja abandonando o edifício de maneira rápida e ordenada.
Para isso ser possível, é necessário como primeiro passo a elaboração de
planos para enfrentar a situação de emergência que estabeleçam em função dos
fatores determinantes de risco de incêndio, as ações a serem adotadas e os
recursos materiais e humanos necessários. A formação de uma equipe com este
fim específico é um aspecto importante deste plano, pois permitirá a execução
adequada do plano de emergência.
Essas equipes podem ser divididas em duas categorias, decorrente da
função a exercer:
1) Equipes destinadas a propiciar o abandono seguro do edifício em caso
de incêndio.
2) Equipe destinada a propiciar o combate aos princípios de incêndio na
edificação.
Em um edifício podemos encontrar uma equipe distinta para cada função,
ou que as exerça simultaneamente.
Tais planos devem incluir a provisão de quadros sinóticos em distintos
setores do edifício (aqueles que apresentem parcela significativa da população
flutuante, como em hotéis) que indiquem a localização das saídas, do quadro
sinótico com o texto "você está aqui" e a dos equipamentos de combate manual no
setor.
Por último deve-se promover o treinamento periódico dos brigadistas e de
toda a população do edifício.

i) Planta de Risco

É fundamental evitar qualquer perda de tempo quando os bombeiros


chegam ao edifício em que ocorrer o incêndio. Para isto, é necessário existir em
todas as entradas do edifício (cujo porte pode incidir em dificuldades nas ações
dos bombeiros) informações úteis ao combate, fáceis de entender, e que localizam
por meio de plantas os seguintes aspectos:
1) Ruas de acesso;
2) Saídas, escadas, corredores e elevadores de emergência;
3) Válvulas de controle de gás e outros combustíveis;
4) Chaves de controle elétrico;
5) Localização de produtos químicos perigosos;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 73/162)
6) Reservatórios de gases liquefeitos, comprimidos e de produtos
perigosos.
7) Registros e portas corta-fogo, que fecham automaticamente em caso de
incêndios e botoeiras para acionamento manual destes dispositivos;
8) Pontos de saídas de fumaça;
9) Janelas que podem ser abertas em edifícios selados;
10) Painéis de sinalização e alarme de incêndio;
11) Casa de bombas do sistema de hidrantes e de chuveiros automáticos;
12) Extintores etc;
13) Sistema de ventilação e localização das chaves de controle;
14) Sistemas de chuveiros automáticos e respectivas válvulas de controle;
15) Hidrantes internos e externos e hidrantes de recalque e respectivas
válvulas de controle.

TÍTULO 3.2 - SARGENTO AUXILIAR DE MUNIÇÕES, EXPLOSIVOS E


MANUTENÇÃO DE ARMAMENTO

3.2.1 AUXILIAR DO OFICIAL DE MUNIÇÕES EXPLOSIVOS E MANUTENÇÃO


DE ARMAMENTO
(FONTE: Regulamento Interno e dos Serviços Gerais)

Seção XXVII
Do Sargento Auxiliar de Munições, Explosivos e Manutenção de Armamento

Art. 88. O Sgt Aux Mun Expl Mnt Armt, pertencente à 4ª seção do EM da unidade,
é o principal auxiliar do O Mun Expl Mnt Armt, cabendo-lhe as seguintes tarefas:
I - manter-se atualizado com relação aos manuais técnicos em vigor e às
orientações da RM;
II - colaborar, como monitor, nas instruções de manutenção de armamento,
instrumentos óticos e manuseio de munição e explosivo;
III - controlar, diariamente, a temperatura e a umidade dos paióis ou
depósitos, elaborando os mapas termo-higrométricos;
IV - orientar a manutenção de 2º escalão do armamento da unidade e o
emprego do ferramental, suprimento e pessoal especializado;
V - realizar, quando determinado, a remoção e a destruição dos engenhos
falhados nos campos de instrução;
VI - manter organizados e atualizados os arquivos de documentos
referentes a armamento, munição e explosivo;
VII - realizar a armazenagem do suprimento Classe V, de forma a permitir a
utilização prioritária dos lotes mais antigos;
VIII - adotar as medidas de segurança que se fizerem necessárias, quanto a
reservas, paióis ou depósitos e ao manuseio por parte do pessoal autorizado;
IX - organizar mostruários e meios auxiliares de suprimento Classe V para
serem utilizados na instrução da unidade;
X - destruir, quando determinado, os elementos da munição e do explosivo
condenados em prova de exame;
XI - auxiliar o O Mun Expl Mnt Armt nos exames e averiguações, nas
sindicâncias e nos pareceres, bem como nas inspeções mensais do estado da
munição e do explosivo;
XII - manter o controle físico e do estado de conservação da munição e do
explosivo da unidade, organizando e mantendo em dia um fichário do movimento
desse suprimento por lotes de fabricação e elemento de munição ou explosivo;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 74/162)
XIII - fiscalizar a área do paiol, no tocante à limpeza e conservação;
XIV - entregar, mediante recibo, a munição e/ou o explosivo, necessários à
instrução, ao adestramento, ao emprego da unidade ou subunidade ou por motivos
administrativos, por determinação e sob a supervisão do O Mun Expl Mnt Armt;
XV - receber e conferir a munição e/ou explosivo que tenha que dar entrada
no paiol, inclusive nos dias e horários sem expediente;
XVI - preparar o paiol para receber visitas ou inspeções, conforme
orientação do O Mun Expl Mnt Armt;
XVII - rubricar/assinar todos os documentos que lhe forem confiados
elaborar, salvo ordem em contrário;
XVIII - controlar o pessoal auxiliar, necessário aos trabalhos no paiol; e
XIX - confeccionar, em modelo próprio, o mapa diário de munição e
explosivo, assinando-o e entregando-o ao O Mun Expl Mnt Armt, para que seja
enviado ao SCmt U e permitir a liberação da tropa ao final do expediente.
Art. 89. A critério do Cmt U, o Sgt Aux Mun Expl Mnt Armt não concorre aos
serviços externos à OM, para melhor cumprir suas tarefas.

TÍTULO 3.3 – FURRIEL DA SU

3.3 FURRIEL DA SU
(FONTE: Regulamento Interno e dos Serviços Gerais)

Art. 121. O furriel é o encarregado das atividades relativas ao pagamento


do pessoal e ao arraçoamento da SU.
Art. 122. Ao furriel incumbe:
I - auxiliar no preparo da documentação referente aos vencimentos das
praças da SU, baseando-se nas alterações fornecidas pelo Sgte, já publicadas em
BI;
II - organizar e assinar, diariamente, os vales de ração das praças e os de
forragem dos animais da SU, remetendo-os após a aposição do visto pelo Cmt SU;
III - executar os trabalhos de escrituração que lhe forem atribuídos,
rubricando-os ou assinando-os, salvo ordem em contrário; e
IV - manter-se em condições de prestar quaisquer informações relativas ao
pagamento do pessoal da SU.

TÍTULO 3.4 – AUXILIAR DO OFICIAL DE TREINAMENTO FÍSICO MILITAR

3.4.1 AUXILIAR DO OFICIAL DE TREINAMENTO FÍSICO


(FONTE: EB20-MC-10.350)

Oficial de Treinamento Físico Militar (OTFM)


a) Planejar, organizar e supervisionar o TFM da OM, garantindo a correta
execução da atividade física planejada, realizando o seu treinamento físico
individual em horário alternativo, se necessário.
b) Adequar, se for o caso, o programa anual de TFM às particularidades de
sua OM.
c) Elaborar, em conjunto com o médico, os programas de desenvolvimento
de padrões para os militares com índice não suficiente, nos casos em que não seja
possível a execução do programa anual de TFM.
d) Avaliar se a carga de trabalho físico está adequada à aptidão física dos
militares.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 75/162)
e) Acompanhar o TFM dos militares com índice não suficiente, em conjunto
com o médico.
f) Elaborar o relatório de avaliação do desempenho físico da OM.
g) Compor a comissão de aplicação do TAF.
h) Compor a comissão de planejamento do TFM alternativo, se para isso for
habilitado.
i) Planejar e dirigir as competições desportivas no âmbito da OM.
j) Planejar, organizar e supervisionar o treinamento das equipes desportivas
da OM.
k) Ministrar instruções sobre treinamento físico.
l) Organizar e dirigir atividades desportivas de caráter recreativo com a
participação dos públicos externo e interno.
m) Orientar os demais instrutores e guias quanto aos princípios do TFM.
n) Atentar para que seja respeitada a individualidade biológica dos militares
das SU durante a prática do TFM, mesmo que em detrimento da padronização dos
movimentos.

Sargento Auxiliar do OTFM


a) Preparar instalações e material necessários à prática do TFM.;
b) Guardar, conservar materiais desportivos e zelar pelas instalações.;
c) Escriturar a documentação relativa ao TFM;
d) Auxiliar o OTFM em todas as suas atribuições.

TÍTULO 3.5 - AUXILIAR DO OFICIAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA


INSTRUÇÃO

3.5.1 AUXILIAR DO OFICIAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA


INSTRUÇÃO (OPAI)
(CI 32/1 – Prevenção de Acidentes na Instrução)

a. Introdução
Os tópicos a seguir foram elaborados com base em lições aprendidas.
Deverão servir de referência para a adoção de medidas preventivas por todos os
peritos responsáveis, sem o descuido de outras prescrições relativas à segurança
contidas em manuais específi cos, ou fundamentadas em outras experiências bem
sucedidas.

b. Emprego de munições, explosivos e artifícios

1) Técnicas de manuseio e manipulação


a) Da responsabilidade
A responsabilidade pela direção do preparo, colocação e acionamento de
cargas de explosivos deve ser atribuída a apenas um militar, no nível de comando
adequado.
b) Procedimentos para a atividade de manuseio e manipulação de
explosivos:
- afastar dessa atividade os militares com problemas físicos e(ou) psíquicos;
- selecionar e cadastrar o pessoal perito;
- escolher áreas abertas e distantes de instalações (edifícios, residências,
etc) e de equipamentos (viaturas, etc);
- avisar a população próxima da área utilizada, se for o caso (SFC);
- controlar adequadamente o material utilizado, impossibilitando desvios;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 76/162)
- verificar as condições do material, incluindo os respectivos prazos de
exames previstos no T9-1903 (Armazenamento, Conservação, Transporte e
Destruição de Munições, Explosivos e Artifícios) e outros documentos específicos;
- não expor o material ao tempo e à umidade, nem deixá-lo sob a ação dos
raios solares por período maior do que o absolutamente necessário ao transporte;
- empregar ferramentas que não produzam faíscas, tais como as
confeccionadas em cobre, madeira, etc;
- não fumar enquanto estiver manipulando explosivos;
- empregar apenas o pessoal estritamente necessário à atividade,
mantendo os demais participantes além da distância de segurança;
- observar silêncio para não prejudicar a concentração do pessoal envolvido
na atividade;
- acionar as cargas somente após a constatação de que a área envolvida
esteja sob total segurança;
- tratando-se de substâncias químicas venenosas, lavar as mãos após
manusear o TNT, dinamites ou outros explosivos, particularmente aqueles
exudados e destinados à destruição;
- não inspirar os gases venenosos resultantes da explosão, por serem
danosos à saúde;
- não alterar as características de um engenho para utilizá-lo de maneira
diferente daquela para a qual foi projetado. Por exemplo: transformar espoletas
comuns em elétricas; e
- na instrução, não usar explosivos, nem manuseá-los ou ficar próximo a
eles durante a aproximação ou no curso de uma tempestade com descargas
elétricas.
c) Quanto mais sensível for o explosivo, menor deve ser a quantidade
manuseada ou manipulada e maiores as preocupações com a segurança.

2) Técnicas para emprego de explosivos na simulação de tiros de artilharia,


morteiros e bombas de aviação:
a) A simulação dos efeitos dos tiros de artilharia, de morteiro e de bombas
de aviação deverá ser feita, em princípio, com fogos de artifícios e simulacros de
granada.
b) O emprego de petardos de TNT, para tais simulações, poderá ser feito
somente em casos especiais, em área interditada ao trânsito de pessoas, animais
e viaturas, e quando autorizado pelo Cmt OM.
c) Quando autorizado o emprego de petardos de TNT para a simulação
supracitada, deverá ser confeccionado um plano de segurança, com croqui
indicando a localização das cargas, dos acionadores, da área de perigo, da linha
de segurança e do pessoal participante.
d) É vedado o acionamento nos seguintes casos:
- em terrenos pedregosos, rochosos ou sujos, que dificultem o balizamento;
- quando o agente acionador não tiver visão sobre o local de detonação;
- em um mesmo ponto, de mais de quatro cargas;
- para o lançamento de fogo com retardo e o emprego de cargas enterradas
a menos de 40 (quarenta) cm; e
- para o lançamento de fogo instantâneo com redutores de comprimento
inferiores a 100 (cem) m.
3) Providências quando houver um acidente com munição
a) Caso haja ferido(s), providenciar socorro imediato.
b) Verificar, inicialmente, indícios de imperícia, imprudência ou negligência
no emprego do material ou da munição.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 77/162)
c) Isolar a área e guarnecê-la, deixando-a intacta, para não comprometer
prováveis levantamentos periciais, principalmente se houver vítima(s) fatal(is).
d) Reunir todos os elementos materiais e informativos que possam
contribuir para o esclarecimento do acidente.
e) Suspender o emprego da munição afetada.
f) No mais curto prazo, informar à autoridade imediatamente superior e ao
Oficial de Munição da OM sobre a anormalidade ocorrida.
g) Participar a ocorrência, por escrito, à autoridade imediatamente superior,
descrevendo, pormenorizadamente, as circunstâncias, a área, a data, as
testemunhas, as causas prováveis do acidente, os danos causados e outros
detalhes que possam facilitar o esclarecimento do fato.
4) Procedimentos para a destruição de engenhos falhados e limpeza de
área
a) Sempre que sejam usados explosivos ou munição real, deve ser previsto
o emprego de uma equipe de destruição de engenhos falhados para proceder à
limpeza das áreas, assegurando, desta forma, a destruição da totalidade dos
engenhos falhados.
b) Colocar placas indicativas nos campos de instrução, alertando para o
perigo e para a proibição de entrada de pessoal não autorizado.
c) Sinalizar as áreas onde possam existir engenhos falhados, como
granadas de mão, de bocal, rojões, Gr Can / Mrt, e proibir o trânsito no seu interior.
d) Durante a execução do tiro, o Cmt da tropa encarregada da destruição
da munição falhada deve controlar e, se possível, defi nir a localização aproximada
dos engenhos que não explodiram, para orientação das futuras atividades de sua
equipe.
e) Nas áreas destinadas ao tiro de lança-rojão, de artilharia, de morteiro e
de carro de combate, bem como de mísseis e de foguetes, a limpeza deve ser
efetuada após o término dos referidos exercícios. Nessas áreas, é proibido o
trânsito de pessoal não autorizado.
f) A recomendação anterior aplica-se, igualmente, aos exercícios de tiro e
de lançamento de granadas de mão e de bocal, em áreas não destinadas,
especificamente, para tal fim.
g) Por ficarem com grande sensibilidade, as munições e os componentes
que falharem não podem ser tocados, devendo ser destruídos por petardos no
próprio local. As munições que, devido a problemas com a carga de projeção, não
tenham o seu lançamento consumado, poderão ser manuseadas com segurança,
após a retirada das espoletas.
h) Após os exercícios de tiro, deverá, sempre, ser preparado um relatório a
respeito da destruição dos engenhos falhados.
i) Quando for impossível a destruição total de tais engenhos, o relatório
deve indicar as quantidades e a provável localização daqueles não destruídos, e
as razões que impediram a sua destruição.
j) Na destruição de munição falhada, é proibido(a):
- retardar a destruição de engenhos falhados;
- a tentativa de remoção, desde que a destruição possa ser feita no próprio
local;
- a presença de pessoas não habilitadas no local de destruição;
- a tentativa de retirada da escorva ou a desmontagem do engenho falhado
por qualquer meio ou processo;
- a aproximação de pessoal, antes de decorridos trinta minutos, se no
processo pirotécnico, a partir do momento que, normalmente, deveria ter ocorrido
a explosão;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 78/162)
- o recolhimento de munição falhada para qualquer finalidade não
especificada neste documento, bem como o seu transporte para o aquartelamento;
- a tentativa de desmontagem de munição falhada; e
- o emprego de pessoal na destruição em número maior do que o
estritamente necessário ao preparo e à execução da destruição, ou à remoção da
munição falhada.
k) Os civis residentes nas áreas de instrução, ou próximo a elas, devem ser
constantemente alertados sobre os perigos da munição falhada e orientados
quanto à necessidade de informarem à autoridade militar mais próxima sobre
qualquer munição encontrada.
l) Nos campos de instrução, onde possivelmente existam engenhos
falhados (“tijolos quentes”), as OM responsáveis deverão colocar placas indicativas
proibindo a entrada de estranhos e informando à população dos perigos.
5) Transporte de munição
a) A munição deverá ser transportada em cunhetes, cofres, bolsas e porta-
carregadores apropriados. Seus elementos devem estar nos respectivos
acondicionamentos e separados de acordo com sua natureza.
b) Os iniciadores (espoletas, etc) devem ser transportados separadamente
das cargas explosivas, se possível em outra Vtr.
c) Nenhum explosivo ou componente de munição pode ser transportado
nos bolsos dos uniformes.
d) As viaturas destinadas ao transporte de munições e explosivos devem
ser vistoriadas antes de sua utilização, para exame de seus circuitos elétricos,
freios, tanques de combustível, estado da carroceria e dos extintores de incêndio,
além da verificação do cano de descarga e da ligação, por corrente metálica, da
carroceria com o solo.
e) Os motoristas devem ser instruídos quanto aos cuidados a serem
observados, bem como sobre o manejo dos extintores de incêndio.
f) As munições e os explosivos devem ser fixados firmemente à viatura e
cobertos com encerado impermeável, não podendo ultrapassar a altura da
carroceria.
g) Em quaisquer circunstâncias, é proibido o transporte de cargas
escorvadas ou de estopim armado.
h) Nenhum material e pessoal pode ser transportado na carroceria da
viatura, quando esta estiver transportando munições e explosivos.
i) Quando em comboio, as viaturas deverão manter a distância interveicular
de 80 (oitenta) m.
j) Durante a carga ou a descarga de explosivos e munições, as viaturas
devem ser conservadas freadas, engrenadas, calçadas e com motores desligados,
a uma distância mínima de 60 (sessenta) m das demais.
k) As cargas e as próprias viaturas devem ser inspecionadas durante os
altos previstos para os comboios e viaturas isoladas; tais altos devem ser
realizados em locais afastados de habitações ou de trânsito de pessoal.
l) Tabuletas visíveis devem ser afixadas nos lados e na parte traseira das
viaturas, com os dizeres “CUIDADO! EXPLOSIVOS”, além de bandeirolas
vermelhas na frente e atrás.
m) As viaturas transportando munições ou explosivos não podem ser
rebocadas. Quando necessário, deve ser realizado o transbordo da carga e,
durante essa operação, deve ser colocada uma sinalização, na estrada, a uma
distância adequada.
n) Em caso de acidente ou colisão com a viatura que transporta munições e
explosivos, a primeira providência é a retirada da carga para uma área a uma
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 79/162)
distância mínima de 60 (sessenta) m das viaturas e de habitações, essas últimas
SFC.
o) Em caso de incêndio em viaturas que transportam munições e
explosivos, o tráfego deve ser imediatamente interrompido e estabelecido o
isolamento da área em dimensões adequadas à carga transportada.
p) Para o transporte de munições e explosivos em viaturas com carroceria
metálica deve-se colocar um estrado de madeira sobre a carroceria.
q) O transporte de munição e explosivo em aeronave da Aviação do
Exército dar-se-á de acordo com as normas operacionais do Comando de Aviação
do Exército (C Av Ex).

c. Emprego de Armamento Leve

1) Recomendações Gerais
a) O armamento destinado à execução do tiro real, durante o transporte,
deve estar descarregado.
b) Antes ou após a instrução, ou o serviço que empregue quaisquer tipos de
cartuchos, deve ocorrer uma inspeção de armas, munições e equipamentos
relacionados com a atividade. A inspeção deve ser executada no local da atividade
pelo instrutor. Nas duas oportunidades indicadas, deve ser verificada a existência
de cartuchos ou corpos estranhos na câmara ou no cano das armas
inspecionadas. A inspeção após a atividade deve incluir o recolhimento de todos
os cartuchos e estojos existentes. O processo para a execução dessas inspeções,
quando não previsto nos manuais técnicos correspondentes, deve ser estabelecido
pelos comandos responsáveis.
c) Os comandantes de guarda, por ocasião dos serviços, em reunião com
seu pessoal, devem relembrar, demonstrar e praticar as regras de segurança
relativas ao manejo do armamento a ser empregado.
d) As inspeções de armamento do pessoal de serviço devem ser realizadas
em locais previamente designados, de forma a proporcionar as melhores
condições de segurança, seja pelo isolamento e pela proteção ao pessoal não
participante, seja pelo dispositivo de proteção aos participantes da atividade.
e) O pessoal participante de atividades que incluam a execução de tiro real,
mesmo na condição de assistente, deve usar capacete balístico.
f) Os incidentes de tiro devem ser sanados com a aplicação das regras
próprias de cada arma, e da cautela necessária.
g) O emprego do armamento com munição de festim exige o reforçador
apropriado; mesmo com ele, a arma nunca deve ser apontada e disparada na
direção de pessoas a distâncias inferiores a 10 (dez) metros.
h) O armeiro de cada reserva de armamento deve executar uma rigorosa
inspeção na câmara e nos carregadores de cada arma proveniente de instrução de
tiro ou de serviço, independente de qualquer outra medida anterior de segurança.
i) Após a instrução ou a conclusão de serviço, o armamento deve ser
conduzido pelo pessoal, em forma, diretamente para a respectiva sala d’armas ou
reserva, onde, após manutenido, será guardado.

2) Medidas de prevenção à incidência de ricochetes e de tiros acidentais


para fora do estande de tiro
a) É vedado o uso de alvos com caixilhos metálicos.
b) O responsável pela execução do tiro deverá:
- recomendar previamente a disciplina de tiro, haja vista que o estande não
apresenta proteção total;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 80/162)
- não permitir a execução de tiro pelo pessoal que não tenha atingido o
Objetivo Individual de Instrução (OII) relativo ao Teste da Instrução Preparatória
(TIP);
- comandar e controlar o manuseio do armamento, visando a evitar disparos
acidentais;
- não permitir que tiros sejam realizados fora da linha de tiro;
- empregar o mínimo de atiradores por monitor (ideal: 3 por 1);
- alertar os atiradores quanto ao controle que devem ter sobre a direção e a
horizontalidade da arma, evitando-se, assim, a realização de “tiros altos”, “tiros
baixos” e “tiros laterais”; e
- registrar ao final do tiro, no LIVRO REGISTRO DO ESTANDE, a
identificação da OM, subunidade ou fração que atirou, o nome do Oficial de Tiro e
dos monitores, o exercício de tiro realizado e as anormalidades ocorridas, entre
elas a quantidade e a provável localização de projéteis atirados para fora do
estande, reclamações da população, e outras.

3) Encargos de manutenção do estande de tiro


a) Confecção e substituição das armações de madeira dos alvos.
b) Conservação da vegetação, principalmente da grama que reveste o piso
e(ou) as laterais do campo de tiro.
c) Recomposição da altura e da inclinação das bermas, de modo que, da
linha de tiro, não se possa ver os trechos horizontais do terreno da berma até os
alvos.
d) Umedecimento periódico das bermas e do talude frontal, de modo a
mantê-los fofos, facilitando a absorção dos projéteis.
e) Proibição de que se ande por cima das bermas, pois sua compactação
facilita a ocorrência de ricochetes.
f) Substituição periódica do madeirame e do isopor dos pára-balas.
g) Pintura periódica das chapas metálicas das bases dos pára-balas, para
evitar corrosão.
h) Reparo imediato dos danos causados por impactos nas partes de
alvenaria e de concreto.
i) Recolhimento dos alvos e limpeza do campo de tiro imediatamente após a
sua utilização.
j) Recomposição do piso do campo de tiro, das bermas intermediárias e do
talude frontal, evitando-se a formação de sulcos e nichos que facilitem a ocorrência
de ricochetes.

d. Emprego de canhões, obuseiros e engenhos de lançamento

1) Observações quanto ao tiro com CSR e L Rj


a) Limpeza de campos de tiro à frente das posições de CSR.
b) Para o tiro com o CSR 84mm, no uso de Gr iluminativa, a área posterior
ao ponto de iluminação deverá ser isolada, pois a empenagem da mesma,
prosseguindo em sua trajetória, poderá causar dano na área de impacto.
c) Escolha de alvos e áreas de impacto que não possibilitem o ricochete.
d) Escolha de direção de tiro que, na ocorrência de ricochete, não ofereça
risco ao pessoal ou ao material.
e) Delimitação e isolamento da área de tiro.
f) Delimitação e limpeza da área a ser atingida pelo sopro de retaguarda.
g) Exclusão de posições de tiro próximas a redes de alta tensão.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 81/162)


h) Uso de capacete balístico pelo pessoal participante ou assistente, e
afastamento das áreas consideradas perigosas.
i) Utilização dos dispositivos de segurança das armas e munições.
j) Utilização do protetor auricular para a realização de tiro.
k) Manipulação cuidadosa da munição para o tiro e da munição após nega
do disparo.

2) Observações quanto ao tiro com canhões, obuseiros e morteiros


a) Cálculo da flecha máxima e solicitação oportuna, quando for o caso, de
interdição do espaço aéreo.
b) Delimitação e isolamento da área de tiro.
c) Uso de capacete balístico pelo pessoal participante ou assistente.
d) Para o tiro com Mrt 81 mm BRANDT, no cálculo da flecha
(tempo/distância) para utilização de Gr iluminativa, devem ser acrescidos 200
(duzentos) m, porque a empenagem da granada, caindo na vertical do ponto de
iluminação, pode causar dano físico à tropa na área iluminada.
e) Designação de um Oficial de Segurança (OS) por bateria de obuses
empenhada no exercício, para desempenhar as atribuições previstas no Cap 25 do
C 6-40 (2º Vol).
f) Atribuição, a um dos OS, da missão de verifi car se a área de impactos
está livre de pessoal.
e. Emprego de granadas de mão e de bocal
1) A área de lançamento deve ser delimitada e isolada.
2) O lançamento de granada real deve ser precedido de exercícios com
granadas inertes.
3) O lançamento exige o uso de capacete balístico para todos os
participantes e assistentes.
4) O dispositivo de segurança da granada só deve ser removido no
momento do lançamento.
5) Granadas reais não devem ser manuseadas ou manipuladas em
ambientes fechados.
6) A verificação de falhas é incumbência obrigatória dos instrutores.
7) No ponto de lançamento, preferentemente em abrigo para dois homens,
devem permanecer apenas o instrutor e um instruendo; os demais participantes
permanecem abrigados, observando-se a distância de segurança mais de 30
(trinta) metros.
8) Antes do lançamento de granadas de bocal, o fuzil deve ser examinado
pelo responsável pela atividade ou por militar competente designado por ele, para
a constatação da colocação do obturador do cilindro de gases na posição Gr.
9) A limpeza das áreas destinadas ao lançamento de granadas de mão e de
bocal deve ser feita ao término de cada jornada de instrução, por equipe
selecionada especificamente para essa atividade.
10) As granadas falhadas devem ser destruídas de acordo com as normas
estabelecidas.
f. Emprego do simulacro de granada
1) O simulacro de granada não deve ser empregado como uma granada de
mão, destinando-se apenas a simular o arrebentamento deste tipo de granada, das
granadas de Art e de Mrt.
2) O emprego de simulacro, por isso mesmo, deve ser feito por pessoal
selecionado e instruído para tal atividade.
3) A instrução do pessoal encarregado do lançamento de simulacro de
granada deve incluir as seguintes prescrições:
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 82/162)
a) o simulacro não pode ser arremessado sobre pessoas, animais, telhados
ou qualquer material que possa fragmentar-se;
b) deve ser considerado o raio mínimo de segurança de dez metros, a
contar do ponto de explosão;
c) em caso de falha, o simulacro não pode ser recolhido para novo
lançamento;
d) o simulacro falhado deve ser destruído com a justaposição de outro,
decorridos mais de três minutos de seu lançamento;
e) após o acendimento do estopim, não deve haver troca de mãos pelo
lançador, ou a entrega do simulacro a outro lançador;
f) o estopim não pode ser encurtado para provocar menor retardo na
detonação;
g) não devem ser lançados simulacros acoplados; e
h) não podem ser empregados simulacros com dispositivos de retardo na
detonação.

g. Deslocamentos motorizados

1) Quadros das velocidades máximas e distâncias das viaturas


operacionais
a) Viaturas sobre rodas isoladas

b) Viaturas sobre rodas em comboio

c) Viaturas sobre lagartas

d) Observações complementares
- Quando os reboques não dispuserem de freio acionado pela viatura
tratora, dos valores da velocidade acima devem ser abatidos em 10 (dez)
Km/h.
- Observar a sinalização de trânsito.
- A velocidade máxima a ser desenvolvida por viaturas não operacionais,
em deslocamento isolado, é determinada pela regulamentação de tráfego civil.
- É obrigatória, quando em deslocamentos, a existência de sinalização nos
reboques (lanterna e luz do freio “PARE”).

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 83/162)


2) Dos procedimentos
a) As velocidades constantes dos quadros indicam o máximo permitido em
cada situação. Caberá a quem autorizar a saída da viatura, ou o deslocamento do
comboio, fi xar a velocidade máxima a ser desenvolvida, levando em consideração
os seguintes fatores:
(1) experiência do(s) motorista(s);
(2) condições da(s) viatura(s);
(3) características da estrada, tais como piso, desenvolvimento do traçado,
número de pistas e sinalização;
(4) densidade do tráfego civil;
(5) condições atmosféricas;
(6) prescrições legais na área urbana e nas estradas;
(7) situação tática, se for o caso;
(8) peculiaridades da região, como a natureza das obras de arte, a poeira e
as travessias de cursos d’água por meios descontínuos;
(9) determinações do escalão superior; e
(10) outros fatores pertinentes ou constantes do C 25-10.
b) Os comandantes militares de área devem baixar normas reguladoras,
atendendo às peculiaridades das respectivas áreas.
c) Deverá ser afixado no painel da Vtr, em frente ao assento do chefe da
Vtr, uma cópia do quadro de velocidades máximas e das distâncias entre viaturas.
d) A velocidade máxima de um comboio deve constar no documento
(Ordem de Movimento, Ordem de Serviço, Ordem de Instrução, e outros) que
autorizar o deslocamento.
e) As viaturas administrativas e as operacionais sobre rodas, quando
trafegando isoladas, não podem se deslocar, nas rodovias, com velocidade abaixo
da metade permitida à categoria das viaturas, expressa pela placa indicadora de
velocidade, respeitando-se as condições atmosféricas, a densidade do tráfego civil
e as imposições do policiamento no trecho considerado. A mesma velocidade
mínima deverá ser observada por essas viaturas no acostamento e nas faixas de
aceleração/desaceleração, por ocasião da sua entrada ou saída da pista de
rolamento de uma rodovia.
f) O Regulador de Marcha de um comboio, deslocando-se na primeira
viatura da primeira unidade de marcha, controla a velocidade do deslocamento de
todas as viaturas do comboio.
g) As viaturas ambulância, operacionais ou não, em deslocamento isolado,
além de prioridade, gozam de livre trânsito e estacionamento, quando identificadas
por dispositivos de alarme sonoro, de luz intermitente e pelo distintivo de
identificação, caso estiverem em serviço de urgência. Quando não ocorrer o
previsto neste subitem, prevalecem os limites máximos estabelecidos nos quadros
das velocidades máximas das viaturas operacionais.
h) A fiel observância dos limites máximos autorizados e do respeito às leis
do trânsito é da responsabilidade dos seguintes elementos:
- do Cmt do comboio, ou de quem for por ele designado para marchar à
testa da coluna, e dos chefes de viaturas; e
- do próprio motorista, quando estiver sozinho.
i) Nenhum responsável poderá alegar, como explicação ou justifi cativa, o
desconhecimento dos limites máximos autorizados, das ordens particulares do G
Cmdo ou da U e das leis de trânsito em vigor.
j) Nos deslocamentos de viaturas operacionais, em comboio ou isoladas, o
chefe da viatura, obrigatoriamente um ofi cial ou graduado mais antigo que o

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 84/162)


motorista, deve deslocar-se na cabine, ao lado do motorista, e fi scalizar a
observância das normas de segurança.
k) Quando em viagens para fora da guarnição, o comandante da missão
deverá elaborar um plano do qual constarão os seguintes detalhes, dentre outros:
(1) telefones de sua OM, de hospitais e de postos da Polícia Rodoviária
Federal e(ou) Estadual ao longo do itinerário;
(2) localização dos principais pontos de parada e disponibilidade de
telefones para contatos com a OM;
(3) relação de itens pertinentes à manutenção da Vtr a serem veri% cados
nos altos-horários e técnicos;
(4) condutas a serem adotadas em caso de acidentes, tais como:
- socorro aos feridos e pessoas em estado de choque;
- balizamento/isolamento da área para evitar outros acidentes;
- evacuação dos feridos para os hospitais mais próximos; e
- informar à OM, à Polícia Rodoviária Federal e (ou) Estadual e à OM de
PE mais próxima.
l) É impositivo o uso do cinto de segurança nas Vtr Adm.
m) Ao estacionar em terreno inclinado, além dos freios de estacionamento,
as Vtr deverão ser calçadas com cunhas de madeiras entre as rodas de apoio.
n) O Regulador de Marcha de um comboio e o chefe da última Vtr desse
comboio devem portar meios de comunicações para facilitar o controle desse
deslocamento e demais providências, caso ocorra qualquer anormalidade.

3) Habilitação dos motoristas


a) As viaturas não podem ser dirigidas por motoristas que não possuam a
Carteira Nacional de Habilitação e Carteira de Motorista Militar correspondentes às
suas classes ou categorias.
b) O uso de reboque exige motorista mais experiente, com treinamento
especial e conhecedor de todas as indicações técnicas e recomendações de
conduta auto decorrentes da tração de um reboque.

h. Deslocamento e instrução com viaturas blindadas

1) Partida, movimento e estacionamento


a) Antes de dar partida na Vtr Bld, o motorista deverá verificar a situação
dos trens de rolamento, de vazamentos e se existe pessoal à frente ou em outra
posição de risco.
b) Ao dar partida para o deslocamento da viatura, toda a guarnição deverá
estar usando o capacete.
c) É proibido aos motoristas dirigir Vtr Bld sobre lagartas com a cabeça para
fora da escotilha, sem que esta esteja travada.
d) Durante os deslocamentos, a guarnição de Vtr Bld deve manter a maior
parte do corpo no interior da viatura. Tal procedimento visa à proteção do pessoal
caso a Vtr tombe. Duas condutas servem de orientação:
- caso a Vtr vire, o procedimento mais correto é proteger-se no interior do
Bld e, quando em segurança, procurar sair; e
- em caso de incêndio ou submersão, sair imediatamente do Bld; no
primeiro caso, acionar o sistema contra incêndio.
e) Em locais perigosos ou de difícil acesso, pouco iluminados ou em
terrenos sujos e alagadiços, utilizar guias e balizadores. Em tal situação, não
descuidar da segurança desses guias e balizadores.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 85/162)
f) Em terrenos acidentados, cruzando fossos, tocas ou buracos, reduzir a
velocidade a níveis seguros.
g) O balizamento das viaturas blindadas deve, sempre que possível, ser
realizado por dois elementos, sendo um posicionado na lateral e à frente, e outro
na mesma lateral e à retaguarda. A distância mínima para balizar uma viatura é de
10 (dez) metros.
h) Ao atravessar depressões profundas, o motorista deve assegurar-se de
que o canhão não toque o terreno, a fi m de evitar danos ao tubo e,
consequentemente, provocar riscos para a guarnição, por ocasião do tiro.
i) Quando se estacionar nos terrenos inclinados, utilizar, além dos freios de
estacionamento, cunhas de madeira entre as rodas de apoio.
j) Nos estacionamentos, é proibido o pernoite de militares à frente, debaixo
ou à retaguarda das Vtr Bld sobre lagartas ou sobre rodas.
k) Durante a execução de manobras de força, o pessoal deve afastarse dos
cabos de aço, devido à possibilidade de se romperem.
l) Durante a realização de tiros, além do capacete, a Gu deverá usar
protetores auriculares, a fi m de evitar lesões no tímpano.
m) Evitar manobras de pivoteamento de Vtr BId de lagartas, sempre que
possível, bem como curvas de pequenos raios.

2) Procedimentos das guarnições de VBC


a) O Cmt deverá certifi car-se de que todo o pessoal está em posição
segura antes de determinar a partida da Vtr, elevar o canhão ou girar a torre.
b) A torre de VBC somente deve ser girada após prévio aviso do Cmt e do
entendimento de toda a guarnição, o mesmo acontecendo com o fechamento e
manipulação de tampas, escotilhas, rampas e portas.
c) Não ligar a chave geral da torre, a chave da estabilização, nem operar os
controles de torre, até que todo o pessoal esteja em posições seguras e preparado
para o movimento da torre ou do canhão.
d) A cremalheira da torre deve ser verificada antes do giro, para evitar
acidentes pessoais e materiais.
e) Quando o sistema de estabilização for ligado pela primeira vez, podem
ocorrer movimentos na torre e no canhão. Por isso, todo o pessoal deve estar em
posição que permita o movimento inesperado da torre e do canhão, sem provocar
acidentes. Durante a operação em sistema estabilizado, não tente entrar ou sair do
compartimento do motorista ou da torre.
f) Os militares da guarnição fora dos seus compartimentos, com o sistema
estabilizado, correm grande risco de vida. O Cmt deve desligar a força da torre
antes de permitir que o pessoal da guarnição deixe os seus compartimentos.
g) Todo combatente blindado deve conhecer as possibilidades e as
limitações da sua Vtr. Deste modo, torna-se inteiramente familiarizado com todos
os controles, indicadores, instrumentos e mudanças de marcha.
h) A guarnição deverá tomar cuidado com os estojos ejetados pelo canhão,
tanto por causa do choque, quanto pela temperatura elevada.
i) O pessoal deverá estar atento para um possível disparo acidental
causado pela alta temperatura das Mtr. Após o tiro, manter as armas abertas.
j) Toda a guarnição da Vtr deverá conhecer o funcionamento das armas e
estar em condições de sanar quaisquer incidentes.
k) Na realização de disparos com granadas fumígenas, as escotilhas devem
estar fechadas.

3) Manutenção de blindados
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 86/162)
a) Para as atividades rotineiras de manutenção devem ser utilizadas
escadas para subir e descer dos blindados, evitando saltos que podem trazer
danos às articulações.
b) Observações quanto ao manejo de solventes, dentre outras:
- uso obrigatório de óculos de proteção e luvas;
- empregá-los em locais ventilados;
- evitar respirar ou permitir o contato com a pele, olhos e roupas;
- não usá-los próximo ao fogo ou a calor excessivo;
- no caso de tonteiras ao manejar solventes, afastar-se imediatamente para
local ventilado e procurar auxílio médico; e
- se o solvente atingir os olhos, lavá-los imediatamente com água limpa e
procurar o médico.
c) Tudo deve ser mantido limpo. Sujeira, graxa, óleo e lixo acumulado
podem provocar acidentes e causar sérios problemas.
d) As partes metálicas do veículo devem ser inspecionadas, atentando-se
para a ferrugem e corrosão.
e) Todos os conjuntos devem ser inspecionados quanto a faltas,
afrouxamentos, quebras ou empenamentos, inclusive de rebites, porcas e
parafusos.
f) O BId deve ser inspecionado quanto a pinturas rachadas, ferrugem,
folgas ou faltas de peças soldadas.
g) Devem ser verificados o desgaste e sinais de vazamento em mangueiras
hidráulicas e de ar comprimido, certificando-se de que todos os conectores estão
apertados.
h) A guarnição da viatura deve conhecer o plano de manutenção de sua
OM. A experiência mostra que muitos acidentes decorrem da falta de observação
a regras simples de segurança.
i) As Vtr Bld não devem ter suas superfícies enceradas ou lubrificadas, pois
as possibilidades de acidentes por quedas aumentam.

4) Emprego de equipamentos e uniformes


a) A guarnição de Vtr Bld não deve permanecer no interior do veículo
portando cintos com equipamentos, suspensórios, coldre axilar, anéis, relógios,
cordões e correntes de pescoço ou de pulso e outros apetrechos que possam
prender em partes do chassis, possibilitando a ocorrência de acidentes de
trabalho.
b) O uniforme utilizado deve ser o macacão.

5) Escola da guarnição
a) A guarnição somente embarca na viatura pela frente da mesma e
mediante ordem do mais graduado. Exceção para a realização do tiro real, quando
o embarque deverá ser feito pela lateral e após ordem do mais graduado da
viatura.
b) É proibida a passagem de pessoal, a uma distância menos que 5 (cinco)
m, entre viaturas paradas ou em movimento, tanto pelas laterais quanto pela frente
ou retaguarda.

6) Comunicações
a) Em locais onde há, em baixa altura, grande quantidades de cabos
energizados, as antenas dos equipamentos de comunicações (Eqp Com) devem
ser mantidas abaixadas.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 87/162)


b) A transmissão rádio em dias de tempestade deve ser restrita, em virtude
de a possibilidade de descargas elétricas atingirem os radioperadores.
c) A guarnição não deve tocar as antenas durante a operação dos
equipamentos de alta potência.
d) A correta instalação do Eqp Com deve ser verifi cada, para que sejam
evitados danos ao material e ao pessoal no transcurso das atividades.
e) Não desconectar ou conectar qualquer equipamento elétrico com a força
ligada.

7) Emprego dos equipamentos laser e infravermelho


a) O manuseio de equipamentos laser deve ser feito com o máximo de
cuidado e segundo as normas de utilização.
b) Não se deve olhar para o feixe ou apontá-lo para superfícies espelhadas.
O laser é perigoso e pode causar cegueira, tanto diretamente quanto refletido.
Para minimizar a possibilidade de qualquer acidente, a guarnição deve ser treinada
antes de operar o equipamento. É terminantemente proibida a adaptação de
apontadores laser nas armas durante os exercícios de dupla ação.
c) O laser só pode ser usado em locais aprovados e designados para sua
operação.
d) As precauções requeridas para o emprego das armas de fogo devem ser
reforçadas quando operando o laser.
e) Os operadores de laser devem atirar apenas em alvos preparados para o
tiro e não em superfícies espelhadas ou compostas por vidros planos.
f) Para garantir a segurança do pessoal contra as reflexões difusas, o laser
não pode ser disparado em alvos a menos de 10 (dez) m.
g) Instrumentos ópticos, tais como lunetas, periscópios e binóculos, não
devem ser utilizados para observar a área de alvos de laser, a menos que todas as
superfícies espelhadas tenham sido removidas dos alvos, ou que sejam utilizados
filtros de segurança para laser.
h) Não se deve olhar para faróis de infravermelho, devido à possibilidade de
danos à visão.

8) Cuidados com o monóxido de carbono


a) O monóxido de carbono é um gás incolor, inodoro e venenoso que pode
levar à morte quando aspirado, pois causa sufocamento. A exposição ao monóxido
de carbono causa os seguintes sintomas: dor de cabeça, tontura, perda do
controle muscular e coma. A exposição ao gás pode resultar em danos
permanentes ao cérebro e até em morte.
b) O monóxido de carbono está presente nos gases de exaustão de queima
de combustível, nos motores de combustão interna, e nos gases provenientes do
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 88/162)
tiro. O gás pode tornar-se perigosamente concentrado sob condições de ventilação
inadequada. As precauções a seguir, dentre outras, devem ser observadas para
garantir a segurança do pessoal no tiro e sempre que o motor for operado, para
fins de manutenção ou no seu uso tático.
(1) Nunca operar o motor em área fechada sem que esteja adequadamente
ventilada.
(2) Nunca manter o motor em marcha lenta sem que haja ventilação no
interior do veículo. Se a situação tática permitir, abra as escotilhas.
(3) Nunca atirar com o canhão ou com a metralhadora coaxial sem ligar o
exaustor ou abrir a escotilha do comandante.
(4) Manter-se alerta durante a operação da viatura blindada para a
existência de odores de exaustão e para sintomas de exposição ao monóxido de
carbono. Se alguns deles estiverem presentes, ventilar imediatamente os
compartimentos de pessoal. Se os sintomas persistirem, remover o pessoal
afetado da viatura, tratando-o como se segue:
- colocá-lo em local arejado;
- não permitir esforços físicos; e
- realizar a respiração artificial, se necessário.
c) A melhor defesa contra o envenenamento por monóxido de carbono é a
ventilação adequada.

9) Reabastecimento
a) Não permita chamas ou centelhas na área de reabastecimento e designe
um homem com extintor de incêndio para ficar em condições de sanar qualquer
problema.
b) Nunca entre em um veículo em chamas para tentar combater o fogo ou
desligar o motor; isto pode resultar em mortes ou ferimentos graves.
c) Todos os Cmb BId devem ter os procedimentos de combate a incêndio
de sua viatura memorizados e treinados.

10) Munições
a) Só utilize munições específicas para o armamento de sua viatura.
b) Munições explosivas ou partes contendo explosivos devem ser
manuseadas cuidadosamente.
c) Elementos como explosivos, estopilhas e espoletas são particularmente
sensíveis ao choque e à alta temperatura.
d) A munição ou suas partes não devem ser derrubadas, jogadas,
tombadas ou arrastadas.
e) As munições APDS-T, TPDS-T e HEAT-T não podem ser atiradas por
sobre tropas amigas, a menos que estas estejam protegidas por cobertura
adequada. As tropas poderão ser atingidas pelas partes desconectadas. A área de
perigo se estende até 1 000 (mil) m à frente do canhão e 70 (setenta) m para cada
lado da trajetória. O tiro de APFSDS-T não pode ser disparado por sobre a tropa
amiga, em caso algum.
f) Ao carregar a munição no canhão, evite atingir a estopilha no estojo.
Mantenha a munição fora do alcance do recuo da culatra. Se alguma munição for
atingida pelo recuo da culatra, não deverá ser utilizada em hipótese alguma.

i. Operações com helicópteros

1) Normas para o emprego da Aviação do Exército


a) Apoio médico em missões com a Av Ex
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 89/162)
(1) A OM que solicitar missões aéreas deverá tomar as providências abaixo,
a vigorarem desde a chegada das aeronaves ao local preestabelecido e até o
início do seu deslocamento de regresso:
(a) manter uma ambulância ECD ser acionada, no caso de ocorrência de
emergência aeronáutica; e
(b) manter uma equipe composta de um Oficial Médico, um Sargento
Enfermeiro e um Cabo Padioleiro, em prontidão permanente, durante o desenrolar
das operações aéreas.
(2) A ambulância deverá permanecer equipada, com pessoal e material
para atendimento de urgência e(ou) emergência, durante todo o tempo em que
houver atividade aérea.
(3) A equipe médica deverá estar bem familiarizada com as técnicas de
atendimento a politraumatizados e a pacientes queimados, além de ficar em
condições de deslocar-se, a qualquer momento, para o atendimento do acidentado
aeronáutico.
(4) A Seção de Saúde da OM solicitante deverá possuir uma relação de
organizações de saúde, civis e militares, da região onde ocorrerá a missão aérea,
constando:
- nome do hospital;
- endereço completo e telefone;
- capacidade em leitos;
- especialidades médicas;
- se há ou não CTI/UTI;
- bloco cirúrgico e cirurgiões; e
- se há condições de atender queimados.
(5) A Seção de Saúde da OM solicitante deverá elaborar um Plano de
Evacuação Médica, por via terrestre, e outro para Evacuação Aeromédica (EVAM),
para organizações hospitalares mais distantes que possuam maior capacidade
técnico-científica.
(6) O Plano de EVAM deverá ser debatido com o comandante da missão
aérea, na primeira oportunidade antes do início do emprego, para sanar eventuais
dúvidas.
(7) Sempre que houver um acidente aeronáutico, tal fato deverá ser
comunicado ao COTER e aos C Mil A, logo que possível, obedecendo à cadeia de
comando, para as providências que se fizerem necessárias.
b) Ação inicial em caso de sinistro com aeronaves. Com vistas à
preservação das evidências necessárias ao processo de investigação de acidente
aeronáutico a ser conduzido por elementos especializados, as OM deverão estar
em condições de tomar as providências abaixo relacionadas, por ocasião da ação
inicial em sinistros envolvendo aeronaves da AvEx ou outras, quando solicitado:
(1) caso necessário, adotar as medidas possíveis para o salvamento das
vítimas do acidente e as que possam evitar um mal maior, independentemente da
preservação dos indícios;
(2) adotar as medidas de combate a incêndio e de proteção às cargas
perigosas. Caso necessário o destanqueamento de combustível para evitar focos
de incêndio, reservar pequena parcela de cada tanque, aproximadamente três
litros, em recipiente próprio devidamente identificado;
(3) isolar o local do acidente e a área dos destroços da(s) Anv, evitando a
aproximação de estranhos;
(4) evitar a remoção de cadáveres e de componentes da Anv. Na
impossibilidade, fotografá-los antes da remoção e, posteriormente, demarcar o
local onde se encontravam;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 90/162)
(5) proteger e preservar as marcas de impacto feitas pela Anv em qualquer
superfície;
(6) relacionar as testemunhas, registrando o seu posicionamento no
momento do acidente, e os respectivos endereços;
(7) proteger os destroços da(s) Anv contra as intempéries; e
(8) executar ampla cobertura fotográfica do ambiente do acidente e dos
destroços, bem como a filmagem dos mesmos.

2) Procedimentos básicos
a) Os militares que forem embarcar em helicóptero deverão estar dês
cobertos ou de capacete e jugular; posicionados a uma distância mínima de 15
(quinze) m do ponto de toque da aeronave; e com os equipamentos individuais
perfeitamente ajustados.
b) Deverá ser evitada a circulação de pessoas ou veículos nas áreas de
pouso e decolagem. Estas deverão ser mantidas livres de objetos soltos, como
latas vazias, caixotes ou placas diversas.
c) Os militares armados deverão manter suas armas travadas, mesmo em
exercício ou empregando munição de festim.
d) As ferramentas, as antenas, o armamento e outros objetos compridos
deverão ser conduzidos na posição horizontal e abaixo da linha da cintura.
e) Caso o embarque seja efetuado com os rotores em funcionamento, a
aproximação para a aeronave deverá ser efetuada pelo campo de visão dos
pilotos. Além disso, se em terreno inclinado, pelo lado mais baixo do terreno,
mantendo-se, sempre, afastado do rotor de cauda.

f) É proibido fumar no interior do helicóptero ou em suas proximidades.


g) O material a ser transportado deverá estar perfeitamente acondicionado,
impedindo-se transtornos diversos, como vazamentos ou perfurações na estrutura
da aeronave.
h) Ao embarcar numa aeronave, coloque de imediato o cinto de segurança,
mantendo-o afivelado até o desembarque; mantenha junto de si o material ou o
equipamento que esteja conduzindo; e evite tocar nos pára-brisas e nas alavancas
de travamento das portas e carenagens.
i) Antes de fechar a porta da aeronave, certifique-se da inexistência de
cintos de segurança para fora da mesma.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 91/162)


j) O desafivelamento do cinto de segurança, a abertura da porta da
aeronave e o seu abandono só deverão ser executados após a aquiescência da
tripulação.
k) Quando do desembarque de uma aeronave com os rotores em
funcionamento, afaste-se da mesma dentro do campo de visão dos pilotos e com o
tronco levemente inclinado para baixo.
l) Ao desembarcar de um helicóptero com os rotores em funcionamento,
fazê-lo de maneira cautelosa, mesmo estando com pressa.
m) Com a finalidade de atenuar o nível de ruído existente no interior do
helicóptero em funcionamento, é imprescindível a utilização de proteção auditiva
como algodão, abafadores de ruído ou outros dispositivos.
n) Em qualquer situação deve-se estar atento às orientações da tripulação.

3) Outros procedimentos
a) Em qualquer situação de emergência, manter-se calmo, com o cinto de
segurança afivelado e atento às orientações da tripulação.
b) No caso de pouso forçado, permanecer a bordo até a parada completa
dos rotores.
c) No caso de pouso forçado na água, a fi m de facilitar a orientação por
ocasião do abandono do helicóptero, voltar-se para o local de saída; segurar com
uma das mãos a fivela do cinto e, com a outra, qualquer parte do aparelho;
aguardar a imersão da aeronave e a parada total dos rotores, caracterizada pela
ausência de ruídos; soltar o cinto de segurança e abandonar o aparelho.
d) A tropa deverá ser instruída sobre aspectos de segurança nas operações
com helicópteros, antes de executá-las. Caso isso não tenha sido possível, o
comandante da fração de helicópteros deverá ser informado.
e) Na instrução de embarque/desembarque de tropa, antes da prática em
vôo, a tropa deverá receber uma instrução preliminar junto ao helicóptero,
ministrada pela tripulação da aeronave.
f) Quando em missões administrativas, os passageiros deverão ser
previamente instruídos quanto aos procedimentos de segurança durante o vôo.
g) É da responsabilidade da tropa que aguarda o pouso de helicópteros em
locais públicos prover a segurança necessária do local de aterragem, evitando a
aproximação de pessoas enquanto a aeronave estiver em funcionamento.
h) O militar que for escalado para orientar o pouso de um helicóptero do
Exército deverá possuir um dos seguintes pré-requisitos:
(1) possuir o Estágio de Operações Aeromóveis; ou
(2) ter recebido instrução prática de orientação de helicópteros ministrada
por elementos da Aviação do Exército ou por militares possuidores do Estágio de
Operações Aeromóveis.
i) A tarefa de enganchamento de carga externa deverá ser feita por militar
especialista da Aviação do Exército. Na impossibilidade, o enganchador deverá
receber instruções específicas ministradas por elementos da Aviação do Exército.
j) Para o transporte de munição e explosivos em aeronaves da Aviação do
Exército, devem ser atendidas as normas operacionais específicas baixadas pelo
Comando de Aviação do Exército.

j. Defesa química

1) O emprego de qualquer agente químico em atividade de instrução


individual ou de adestramento deve ser precedido de um exame completo de suas
características, efeitos e, particularmente, dos cuidados especiais para não colocá-
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 92/162)
lo em contato com outras substâncias capazes de transmudar tais características e
efeitos, criando perigo para o pessoal participante.
2) As instruções de Defesa Química, no caso de utilização do agente
ortoclorobenzilmalononitrilo-CS, não devem ser ministradas, em caso de mau
tempo, a céu aberto, pois a mistura de CS com água produz o ácido clorídrico,
altamente vesicante.
3) Nenhum produto químico pode ser passado sobre a pele.
4) A utilização de câmara de gás na instrução exige:
- uso exclusivo de CS, sem associá-lo a fumígenos;
- utilização obrigatória de máscara contra gases;
- presença de instrutor ou monitor no interior das câmaras, durante a
passagem dos instruendos;
- controle da densidade do gás no interior das câmaras, de acordo com os
limites de segurança previstos;
- presença de uma equipe de primeiros socorros; e
- desinfecção de todo equipamento e material empregados, após a sua
utilização.
5) Está proibida a passagem de instruendos em túneis de gás.
6) Severo controle dos produtos químicos utilizados deve ser observado, a
fim de se evitar desvios de material.

k. Marchas e estacionamentos

1) Na seleção do itinerário de marcha de qualquer tipo, deve-se evitar,


sempre que possível, as vias de tráfego intenso ou difícil. Não sendo possível essa
medida, cuidados especiais devem ser observados.
2) Em princípio, quando não houver determinação específica, as unidades
de valor batalhão devem executar as marchas centralizadas, tendo como unidades
de marcha as subunidades.
3) Ligações devem ser estabelecidas entre todos os integrantes da coluna
de marcha, de modo que seu comandante, continuamente, seja informado da
situação existente.
4) As marchas noturnas exigem cuidados especiais, como o emprego de
equipamentos de sinalização à distância.
5) O estacionamento de uma OM ou de seus elementos deve manter-se em
ligação com o seu aquartelamento ou, na sua impossibilidade técnica, com o local
mais próximo de onde possam ser providenciados socorros adequados em caso
de acidentes.
6) Escolta de órgãos especializados (Polícia Rodoviária Federal e(ou)
Polícia Rodoviária Estadual) deve, sempre que possível, ser solicitada.
7) Em qualquer estacionamento deve ser mantida uma equipe de primeiros
socorros. Essa equipe deve dispor de soro antiofídico e de medicamentos
específicos contra mordedura ou picada de animais peçonhentos existentes na
região.
8) Em função das condições climáticas, da vegetação existente na região,
de atividades da tropa e das características dessas atividades, devem ser
adotadas medidas adequadas de prevenção e de combate a incêndio.

l. Pontagem e embarcações

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 93/162)


1) Grande número de acidentes durante as manobras de pontagem e de
aparelhos de força decorre, na realidade, da inobservância das regras técnicas
constantes dos manuais.
2) Antes do lançamento, os bujões de escoamento das embarcações de
manobra devem ser abertos para o escoamento da água dos porões, praças de
máquinas, etc.
3) Coletes salva-vidas (em bom estado e dentro do prazo de validade)
devem ser obrigatoriamente empregados pelo pessoal em pontões, portadas,
pontes, botes e lanchas.
4) Todo bote deverá possuir uma bóia de sinalização.
5) Cabos e amarras das portadas e partes de pontes e embarcações não
podem permanecer arrastando na superfície da água.
6) Deve ser designada uma turma de salvamento e segurança, localizada à
jusante da ponte. Essa turma deve estar equipada com um bote a motor e com
uniforme diferente do pessoal empregado. Seus integrantes devem ser bons
nadadores e estar convenientemente equipados para salvamento.
7) O operador de motor de popa deve estar apto a efetuar pequenos
reparos, principalmente a troca de pino da hélice.
8) Toda embarcação deverá navegar sob as ordens de um chefe, que é o
responsável pela disciplina e pela segurança.
9) As portadas não devem ser sobrecarregadas. Quando operam em água
rasa ou de correnteza veloz, a capacidade regulamentar das portadas deve ser
reduzida, obedecendo aos dados técnicos constantes dos manuais específicos.
10) A água no interior dos suportes flutuantes deve ser continuamente
baldeada, para mantê-los sempre vazios.
11) As portadas devem ser ligadas aos empurradores e às embarcações de
manobras com amarras de boa qualidade e de diâmetro igual ou superior a 3/4”.
12) As portadas devem ser equipadas com motores de popa de potência
suficiente para sua operação, de acordo com as especificações constantes do
manual técnico de cada equipagem.
13) Os motores de popa devem ser amarrados aos verdugos.
14) As âncoras devem estar sempre armadas e preparadas para o
lançamento em caso de emergência.
15) Toda portada ou parte de ponte deve ser equipada com motores
sobressalentes, de potência suficiente para evitar que se desgarre.
16) Na correnteza de velocidade igual ou superior a 5 (cinco) pés/s [1,5 (um
e meio) m/s] e em águas turbulentas, as portadas devem ter a capacidade
reduzida, e as amarras e os cabos de âncora retesados fortemente aos pontos de
ancoragem ou em embarcações de manobra, durante os embarques, os
desembarques e a navegação.
17) Os embarques e desembarques em portadas, por se constituírem em
momentos críticos da navegação, devem receber especial atenção dos
responsáveis pelas portada.

m. Técnicas especiais de combate

1) Recomendações iniciais
a) Os acidentes na execução de técnicas especiais de combate acarretam,
normalmente, conseqüências graves para seus agentes. Essa constatação impõe,
assim, uma cuidadosa preparação das atividades que envolvam a execução
dessas técnicas, incluindo um acompanhamento cerrado das mesmas pelo
pessoal da segurança.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 94/162)
b) A execução de técnicas para a transposição de obstáculos exige
medidas de segurança adequadas, em face da possibilidade de quedas.
c) As atividades na água, onde houver a possibilidade de afogamento do
pessoal participante, exigem o emprego de coletes salva-vidas. A inexistência
deste equipamento obriga os responsáveis a adotar medidas preventivas
envolvendo botes, bóias e pessoal de salvamento, em condições de prestar o
socorro necessário. Os instruendos não nadadores deverão ser identificados e os
cuidados com a sua segurança deverão ser redobrados.
d) Em atividades como montanhismo e pára-quedismo, devem ser
empregados os equipamentos necessários e indicados à execução das técnicas.
Além disso, devem ser adotadas medidas especiais e adequadas de segurança e
de primeiros socorros aos acidentados.

2) Patrulhas
a) Preferentemente deverão ser realizadas em campos de instrução. A
autorização para utilizar áreas particulares será encargo do Cmdo da Gu, que
regulará o assunto.
b) Caso seja autorizado o uso de áreas particulares, deve-se contactar com
o proprietário, ou responsável pela área, com bastante antecedência, e informar ao
mesmo o tipo do exercício, data, horários e as providências relativas à segurança.
Na oportunidade, informar aos moradores próximos aos locais onde possam
ocorrer ações, principalmente se forem à noite, bem como informar aos vigias,
capatazes, empregados, guardas ou rondantes, a fim de evitar mal entendidos.
c) Os itinerários devem ser minuciosamente reconhecidos pelos instrutores,
antes dos lançamentos de patrulhas noturnas, quanto aos seguintes aspectos,
dentre outros:
- cursos d´água, lagos, pântanos ou outros obstáculos interpostos à tropa e
que possam redundar em riscos para as patrulhas;
- cisternas, poços ou suspiros de minas subterrâneas;
- passagens em rodovias movimentadas, povoados, passagens sob
ferrovia; e
- locais onde possam existir engenhos falhados (polígonos de tiro). Esses
locais perigosos devem ser balizados ou mesmo interditados, conforme o grau de
risco.
d) Restringir ao máximo o contato físico entre tropas e figuração, de modo a
impedir incidentes que resultem em quaisquer prejuízos à integridade física ou
moral dos participantes.
e) Evitar encostar-se em cercas de arame ou abrigar-se sob árvores altas e
isoladas, durante tempestades com descargas elétricas.

3) Pistas de cordas
a) Na execução do cabo aéreo ou tirolesa (Cap 9 do C 21-78) deverão ser
observados os seguintes aspectos, dentre outros:
- os instrutores e monitores deverão testar o dispositivo antes dos
instruendos;
- prever segurança alternativa para o caso da roldana travar durante o
percurso;
- verificar se estão em boas condições o “cabo trilho”, a roldana e o
mosquetão; e
- prever segurança embaixo, caso o instruendo tenha que saltar na água.

b) Para o cabo submerso:


(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 95/162)
- escolher um local adequado para realizar o exercício (margens suaves,
pouca correnteza, fundo firme);
- passar um instruendo de cada vez;
- treinar os instruendos em um local raso antes de levá-los ao ponto de
passagem; e
- tracionar o cabo adequadamente, de maneira a facilitar a passagem dos
instruendos.
c) Para a falsa baiana:
- tracionar o cabo inferior (de preferência cabo-de-aço) e a corda superior;
- dimensionar a altura de tal maneira que todos os instruendos consigam
passar; e
- prever segurança para evitar a queda do instruendo na água. O mesmo
procedimento deverá ser observado para o “comando crawl”.

4) Navegação em botes
a) Todas as embarcações empregadas em qualquer deslocamento fluvial,
inclusive as voadeiras, deverão:
- ter um chefe, responsável pela disciplina, emprego e segurança da
mesma;
- estar com pelo menos 03 (três) militares da tropa embarcados;
- manter sua guarnição sempre vigilante e atenta à aproximação de
embarcações;
- observar a segurança individual - como o uso de coletes salva-vidas por
todos os embarcados, inclusive o piloto, e todos com os coturnos amarrados com
soltura rápida;
- empregar cordões longos para fixar o Armt às embarcações, de modo a
não prejudicar a sua pronta utilização e evitar o seu extravio;
- manter amarrados, ao centro da mesma, as mochilas e demais Eqp; e
- manter, também amarrados, o motor, inclusive o reserva se houver, o
tanque de combustível, etc.
b) Não empregar um motor mais potente que o recomendado pelo
fabricante.
c) Não ficar em pé em embarcação pequena, em movimento, e não permitir
que os passageiros também o façam.

d) Caso ocorra um acidente com a embarcação, permanecer na margem,


próximo ao local do sinistro, até a chegada do socorro.
e) Conhecer a capacidade de carga da embarcação e não sobrecarregá-la.
O peso dos passageiros e da carga, incluindo o equipamento, e não o número de
lugares, determina a capacidade segura de carga para a embarcação.
f) Deixar em sua unidade um plano de navegação ou itinerário detalhado
para onde você está indo e quando você estima retornar.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 96/162)


g) Verificar a previsão meteorológica; ter cuidado com a aproximação de
tempestades e voltar para a margem ao primeiro sinal de águas revoltas.
h) Carregar no mínimo 02 (dois) remos no interior da embarcação.
i) Não permitir o uso de fumo no interior da embarcação.
j) Conduzir uma bolsa de primeiros socorros.
k) Não ultrapassar a capacidade da embarcação.
l) Escolher, para o caso de desembarque de tropas em exercícios, praias ou
locais rasos. Estes locais deverão ser selecionados e balizados durante o
reconhecimento.
m) Alertar os ocupantes do bote que o desembarque deverá ser feito após a
abicagem e após o comando subseqüente.
n) Redobrar os cuidados para a navegação à noite.

5) Transposição de cursos d’água


Na utilização de meios de fortuna, verificar os seguintes aspectos:
- separar os não-nadadores e treiná-los individualmente em local raso,
antes da passagem propriamente dita;
- reforçar as medidas de segurança, inclusive destinando-lhes coletes
salva-vidas; e
- em caso de evidente dificuldade do instruendo em realizar atividades na
água, não obrigá-lo a passar. Para que ele atinja esse OII, poderá ser adestrado
progressivamente, durante o seu tempo de serviço militar.

6) Ocupação de postos de bloqueio e controle de estradas (PBCE)


a) Em exercícios, ou mesmo em operações apoiando órgãos públicos
federais ou estaduais, os Cmt, em todos os níveis, devem lembrar à tropa os
seguintes cuidados:
- não apontar armas diretamente para as pessoas abordadas ou
transeuntes pacíficos;
- as armas deverão estar travadas e não se deve admitir disparos
acidentais, mesmo com festim; e
- não empregar violência contra eventuais tentativas de desbordamento
com emprego de “esperteza”. Deixar para os órgãos de segurança pública a ação
repressiva.
b) À noite, quanto mais movimentadas as rodovias, maiores serão os
cuidados com a sinalização preventiva. Poderão ser usadas: lanternas rotatórias,
placas de alerta pintadas com tinta fosforescente, lamparinas com querosene ou
diesel, lanternas com luz intermitente (pisca-pisca), cones de sinalização, e outros.
Colocar a sinalização a uma distância tal que o motorista tenha possibilidade física
de reduzir a velocidade e parar o veículo antes de submeter-se à revista.
c) Os locais escolhidos para os PBCE deverão estar em boas condições de
visibilidade para os motoristas, mesmo à noite, com a finalidade de se evitar
acidentes.
d) As revistas em caminhões ou outros veículos serão realizadas em
desvios fora da rodovia. Não realizar revistas em acostamentos ou na própria
rodovia, a fim de não provocar colisões.
e) Prever, para a tropa empregada, coletes de identificação fosforescentes,
lanternas e outros dispositivos similares.
f) Em exercícios, escolher de preferência estradas pouco movimentadas.
Solicitar sempre o concurso da Polícia Militar e Rodoviária.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 97/162)


n. Instrução militar fora de áreas pertencentes ao Exército Brasileiro

1) A utilização de áreas não pertencentes ao Exército para atividades de


instrução militar exige cuidados e providências específicas por parte dos
comandos responsáveis.
2) A ligação prévia com os proprietários ou com seus representantes legais,
para o recebimento de autorização, é uma providência imprescindível. A
autorização deve ser dada com o conhecimento completo do tipo de atividade a
ser executada pela tropa. As restrições impostas pelos proprietários devem ser
rigorosamente cumpridas.
3) Equipes especiais, preferentemente com a participação dos proprietários,
devem percorrer a região destinada às atividades; as recomendações e as
observações devem ser anotadas, para influírem na condução das atividades e
nas providências de responsabilidade do Exército.
4) O emprego de tiro real ou de explosivos e munições de qualquer espécie
exige um plano especial de segurança, contendo, dentre outros aspectos julgados
necessários, os seguintes:
- um calco definindo a área onde será realizado o tiro real, ou onde serão
empregados explosivos e munições, com todos os detalhes planimétricos e com
áreas de posição do armamento e de alvos, outras áreas perigosas e limites de
segurança; e
- uma relação especificando o efetivo e a missão dos postos de segurança.
Tais postos devem ser convenientemente instruídos para assegurar a interdição
das áreas perigosas e dos itinerários que lhes dão acesso, bem como para alertar
a direção do exercício ou o comando das atividades sobre quaisquer
anormalidades que ocorram nos setores respectivos, através de meios de
comunicação adequados.
5) Os moradores da área devem ser alertados e esclarecidos sobre a
atividade que será executada; além disso, caso a atividade exija, devem receber
uma clara orientação sobre os procedimentos a serem adotados durante e após a
realização do exercício, particularmente sobre eventuais encontros de munições
falhadas, de equipamentos e de material.
6) Deverão ser adotadas medidas de prevenção e de combate a incêndios
na vegetação.
7) A limpeza da área deve ser executada imediatamente após a conclusão
das atividades com tiro real, munição e explosivos.
8) A munição, os explosivos e os artifícios falhados devem ser destruídos
no local, de acordo com as normas previstas, não podendo permanecer na área
quaisquer desses artefatos.

o. Outras prescrições de segurança

1) Em função do número significativo de acidentes registrados em outras


atividades de rotina da OM, correlatas à instrução militar, os quais, na maioria das
vezes, poderiam ter sido evitados caso fossem seguidas as medidas de
segurança, recomenda-se aos Cmt, Ch e Dir, em todos os níveis, a adoção das
seguintes medidas, dentre outras:
- planejamento de instruções específicas sobre segurança no trânsito
(direção defensiva) e no trabalho;
- criação ou manutenção, junto aos subordinados, do hábito da utilização
dos equipamentos de segurança em qualquer atividade de risco; e

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 98/162)


- permanente supervisão quanto ao cumprimento das medidas de segurança por
parte dos subordinados.

2) Alguns exemplos de atividades de risco:


- deslocamento em motocicleta;
- troca de lâmpadas em postes;
- limpeza de telhados;
- conserto e manutenção de redes elétricas; e
- pintura de pavilhões e de mastros de bandeira.

3) Acidentes de trânsito
Cuidados especiais devem ser dirigidos à prevenção de acidentes de
trânsito, maior causador de danos pessoais à instituição. Nesse sentido,
recomenda-se os seguintes procedimentos, dentre outros:
a) emprego ostensivo de patrulhas (PE, ou não) pelos Cmt de Gu, nos
itinerários e nos horários de início e término de expediente dos quartéis, a fi m de
coibir, principalmente, o desrespeito quanto às regras de trânsito;
b) intensificação da fiscalização no Corpo da Guarda das OM quanto ao uso
dos equipamentos obrigatórios pelos condutores de veículos e seus ocupantes e
da documentação prevista no Código Brasileiro de Trânsito; e
c) empenho de oficiais e graduados no auxílio à fiscalização das regras de
trânsito quando dos deslocamentos externos.

TÍTULO 3.6 - CHEFE DE VIATURA

3.6.1 ATRIBUIÇÕES DO CHEFE DE VIATURA


(FONTE: Normas Gerais de Ação da ESA – 2017, Ficha de Serviço de Viatura)

1. Conferir com o motorista, antes da missão, a situação de combustível da


viatura, já que o abastecimento normal de viaturas somente é realizado no horário
de expediente, com autorização do Fiscal Administrativo da OM (Fisc Adm). Em
situações excepcionais, com autorização prévia do Fisc Adm, o abastecimento
pode ocorrer em horários sem expediente, acompanhado do Oficial de Dia ou do
Adjunto, que lançará no livro de partes os dados pertinentes e o motivo do
abastecimento.
2. Conferir com o motorista o correto preenchimento da ficha de serviço da
viatura. O itinerário deve estar claro e definido, sendo vedado o uso de expressões
vagas como: “cidade”, “campo”, “selva” e, outras. Ainda, conferir se a ficha de
serviço da viatura está assinada pelo S-4 / Fisc Adm, pelo Cmt SU Ap (Cia C Ap,
Esqd C Ap ou Bia C Ap) e pelo encarregado da manutenção da viatura. Qualquer
assinatura ou rubrica nos campos previstos na ficha deve estar acompanhada pelo
posto/graduação e nome de guerra de quem assinou, em letra de forma.
3. Checar o estado de conservação da ficha de serviço da viatura, que não
pode estar rasurada. Em caso de erro de preenchimento, colocar a expressão a
ser anulada entre parênteses cortada por um único traço horizontal, acompanhada
da correção, da rubrica e do nome de guerra de quem a efetuou.
4. Conferir com o motorista o check-list da manutenção preventiva de 1°
escalão da viatura. Pneus carecas, luzes e/ou piscas queimados, equipamentos de
segurança ausentes, estepe faltando, limpador de pára-brisas danificado, falta de
extintor de incêndio; devem ser lançados na ficha, o que impedirá sua utilização

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 99/162)


até o conserto ou a substituição da viatura e ficha, salvo ordem expressa por
escrito do Comando da OM.
5. Assinar a ficha de serviço de viatura após sua utilização, nos campos
destinados à pessoa que utilizou a viatura, conferindo o preenchimento correto
pelo motorista dos horários e odômetro.
6. Fiscalizar a limpeza da viatura pelo motorista após a utilização. A viatura só
pode ser recolhida às garagens após a lavagem.
7. Certificar-se de que o motorista é mais moderno que o chefe de viatura.
8. Não utilizar ambulâncias para o cumprimento de missões que não sejam de
transporte e/ou remoção de pacientes, salvo ordem expressa por escrito do
Comando da OM.
9. Não utilizar viaturas operacionais para o cumprimento de missões
administrativas, salvo ordem expressa por escrito do Comando da OM.
10. O Ch da Vtr que chegar ao quartel depois do término do expediente, deve
informar ao Oficial de Dia de imediato. O Ch da Vtr deve entregar a chave da Vtr
ao Adjunto, que lançará o evento no livro de partes.
11. Não realizar deslocamentos com viaturas operacionais fora do período
compreendido entre o ICMN e o FCVN, salvo ordem expressa por escrito do
Comando da OM. Quando da ocorrência de neblina (nevoeiros), aguardar a
abertura do tempo e condições ideais de visibilidade para iniciar o deslocamento.

3.6.2 DAS GENERALIDADES


(FONTE: Portaria 039/2010)
Art. 1º Ao Exército Brasileiro (EB) compete, no caso de acidentes de
trânsito envolvendo viaturas militares e/ou veículos de terceiros, apurar a
responsabilidade administrativa pelos danos causados à Fazenda Nacional e, nos
casos em que haja vítima e/ou indício de crime militar, instaurar o devido Inquérito
Policial Militar (IPM).
§ 1º A responsabilidade administrativa será apurada por uma sindicância,
prevista nestas Instruções Gerais (IG).
§ 2º O IPM, caso instaurado, terá por objeto não o acidente em si, mas
somente o(s) indício(s) do crime militar, podendo, no entanto, haver acúmulo de
causas pretéritas e atuais.
Art. 2º Deverá ser observada, pelos diversos comandos, direções e chefias,
a destinação das viaturas do Exército, regulada em legislação específica.
§ 1º Viaturas operacionais – são viaturas destinadas às atividades táticas
ou logísticas diretamente ligadas a exercícios de instrução e a operações militares,
observado o art. 26 destas IG.
§ 2º Viaturas administrativas – são viaturas utilizadas nas atividades de
rotina, nos serviços de natureza sigilosa e no apoio logístico a exercícios de
instrução e a operações militares, transportando material, suprimento e pessoal
militar ou servidor civil a serviço e, eventualmente, pessoal civil diretamente
envolvido em atividade militar.

DA FINALIDADE

Art. 3º As presentes IG têm por finalidade estabelecer normas


administrativas que propiciem a rápida apuração das causas e responsabilidades

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 100/162)


dos acidentes de trânsito envolvendo viaturas pertencentes ao EB e/ou veículos de
terceiros, bem como, regular as indenizações de danos causados.

DA APURAÇÃO DOS FATOS

Art. 4º Quando houver acidente de trânsito, sem vítimas, envolvendo


viaturas pertencentes ao EB, deverá ser instaurada uma sindicância e elaborado
um Parecer Técnico (PT), com os seguintes objetivos:
I - Sindicância – procedimento que visa concluir sobre o fato, na esfera
administrativa, tendo como base:
- o Parecer Técnico;
- o Laudo Pericial, quando existente;
- as investigações complementares realizadas pelo sindicante; e
- a vistoria do local e a reconstituição do acidente, caso necessário.
II - Parecer Técnico – documento que visa:
- analisar a(s) viatura(s) militar(es) envolvida(s) no acidente em seus
aspectos funcionais;
- orçar os valores necessários à reparação dos veículos envolvidos,
inclusive os civis;
- quando for o caso, avaliar orçamento executado por terceiros; e
- concluir se houve indícios de falhas pessoais e/ou técnicas que causaram
o acidente.
Parágrafo único. A adoção dos procedimentos previstos neste artigo
dispensam a abertura de Inquérito Técnico.
Art. 5º Quando houver acidente de trânsito, com vítima ou indício de crime,
envolvendo viaturas pertencentes ao EB, deverá ser instaurado o competente IPM.
§ 1º A solicitação de instauração de IPM poderá partir do sindicante à
autoridade que a determinou.
§ 2º Se no transcurso da sindicância surgirem indícios de crime, a mesma
deverá ser transformada em IPM.
§ 3º Mesmo após a remessa do IPM à Justiça Militar, os procedimentos
visando à solução da questão na esfera administrativa deverão ter continuidade,
na forma da legislação vigente.
Art. 6º Quando o acidente a ser apurado envolver viaturas de mais de uma
OM, a responsabilidade pela instauração da sindicância será do comandante da
guarnição em cuja jurisdição ocorrer o fato.
Parágrafo único. Caso as viaturas sejam da mesma OM, a responsabilidade
pela apuração será de seu Comandante.
Art. 7º Quando o acidente a ser apurado envolver veículo civil, a
responsabilidade pela instauração da sindicância será do Comandante da OM à
qual pertencer a viatura militar.
§ 1º Caso o acidente envolvendo veículo civil ocorra fora da guarnição à
qual pertença a viatura militar, a responsabilidade citada no caput deste artigo será
do comandante da guarnição em cuja jurisdição ocorrer o fato.
§ 2º Caso o acidente envolvendo veículo civil ocorra em localidade onde
não haja OM do Exército, a responsabilidade pela instauração da sindicância será
do comandante da guarnição mais próxima.
Art. 8º Quando o acidente a ser apurado envolver viaturas de outras Forças,
singulares ou auxiliares, a responsabilidade pela instauração da sindicância será
do Comandante da Guarnição onde ocorreu o fato, obedecidas as normas vigentes
relativas às ligações entre as Forças.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 101/162)
DOS PROCEDIMENTOS
DOS ACIDENTES COM VÍTIMA(S)

Art. 9º Em caso de acidente com vítima(s), o militar mais antigo na viatura,


que esteja em condições de coordenar as ações, deverá providenciar:
I - a sinalização do local e a adoção de outras medidas necessárias a evitar
outro acidente como consequência;
II - a prestação dos primeiros socorros possíveis à(s) vítima(s);
III - o contato com sua OM, ou com a mais próxima, para: informar sobre o
fato e o local onde ele ocorreu; e solicitar apoio médico.
IV - a preservação do local do acidente com a finalidade de permitir a
posterior realização da perícia, a menos que isso venha atentar contra a
segurança;
V - se houver outro(s) veículo(s) envolvido(s) no acidente, anotar seus
dados (marca, cor e placa), bem como os dados de identificação de seu(s)
condutor(es);
VI - o arrolamento de testemunhas, preferencialmente não envolvidas
diretamente no acidente, anotando nome, identidade, endereço e/ou local de
trabalho e telefones de contato; e
VII - em nenhum momento, a viatura militar deverá ser abandonada ou
desguarnecida.
§1º Por vítima, é entendido o espectro que vai da lesão corporal levíssima
até a morte.
§2º As vítimas, quando inconscientes ou presas nas ferragens do acidente
ou em outros locais, devem merecer cuidados especiais, principalmente no caso
de socorro e remoção por parte de pessoas não qualificadas.
§ 3º Caso venha a ocorrer, em qualquer situação, a remoção de vítimas por
leigos, o fato deve ser relatado à autoridade que vier atender ao acidente e
oficializado por escrito na primeira oportunidade, para que conste da sindicância.
Art. 10. Assim que tomar conhecimento do acidente, o comandante, chefe
ou diretor (Cmt/ Ch/Dir) da OM à qual pertença a viatura ou, quando for o caso, o
comandante da guarnição onde tenha ocorrido o sinistro deverá providenciar:
I - o apoio médico para o local do acidente;
II - a segurança para o local do acidente;
III - a comunicação do fato à OM de Polícia do Exército (PE) da área, caso
haja condições de realização da perícia militar pela mesma;
IV - a comunicação do fato à Polícia Civil, Militar e/ou Rodoviária,
solicitando a perícia do acidente, o registro da ocorrência e outras providências
cabíveis; e
V - o acompanhamento de todo o desenvolvimento das operações até a
solução dos problemas imediatos.
§ 1º Caso o acidente tenha ocorrido fora de sua guarnição, o Cmt/Ch/Dir da
OM, ao tomar conhecimento do mesmo, comunicará de imediato ao comandante
da guarnição mais próxima ao local do sinistro, a fim de que sejam tomadas as
medidas previstas no presente artigo.
§ 2º Na ausência do respectivo Cmt/Ch/Dir, o militar mais antigo presente
ou de serviço na OM tomará as medidas previstas no presente artigo,
comunicando àquela autoridade na primeira oportunidade.

DOS ACIDENTES SEM VÍTIMA

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 102/162)


Art. 11. Os procedimentos para os acidentes sem vítima são idênticos, no
que couber, aos dos acidentes com vítima(s).

DA SINDICÂNCIA

Art. 12. A sindicância obedecerá, observadas as peculiaridades destas IG,


ao previsto em legislação específica sobre o assunto.
Art. 13. Dentre outros, a sindicância deverá ser instruída, obrigatoriamente,
com os seguintes documentos:
I - cópia do Registro da Ocorrência expedido pela autoridade policial da
circunscrição do local do acidente;
II - Ficha de Serviço de Viatura e Ficha de Acidente de Viatura,
devidamente preenchidas;
III - Parecer Técnico;
IV - cópia da Carteira Nacional de Habilitação do(s) condutor(es)
envolvido(s) no acidente.
V - cópia das folhas de alterações do militar condutor da viatura envolvida,
ou do Boletim Interno (BI), onde conste estar o mesmo autorizado para a sua
condução;
VI - orçamentos para a reparação do(s) veículo(s), preferencialmente três; e
VII - cópia dos documentos das viaturas administrativas e veículos de
terceiros envolvidos (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo e Seguro
Obrigatório).
Parágrafo único. Sempre que possível, além dos documentos citados no
art. 13 destas IG, deverão instruir a sindicância os seguintes documentos:
I - Laudo Pericial do acidente expedido pela PE ou por outro órgão do EB
com competência para tal;
II - Laudo Pericial expedido por peritos oficiais competentes;
III - no caso de acidente envolvendo animal, dados que identifiquem o seu
proprietário;
IV - cópia da apólice de seguro, ou de seus dados (companhia seguradora,
número da apólice com o respectivo valor e data da vigência), se houver;
V - avaliação do valor de mercado do (s) veículo(s); e
VI - avaliação do valor do salvado (material aproveitável), em caso de perda
total de viaturas pertencentes ao EB e/ou veículos de terceiros envolvidos no
acidente.
Art. 14. Se, em qualquer momento da apuração, algum dos condutores ou
proprietários dos veículos envolvidos assumir a responsabilidade pela causa do
acidente, bem como pelos danos causados, tal fato deverá constar da sindicância,
por meio de Termo de Reconhecimento de Dívida (Anexo B ou C), assinado pelo
responsável e por duas testemunhas, fazendo-se sua juntada aos autos.
1º A perícia, se for o caso, e o PT não sofrerão interrupção em seu curso.
2º A contagem do prazo da sindicância será suspenso, até que seja
realizada a juntada dos documentos citados no § 1º do art. 14 destas IG.
Art. 15. Na solução da sindicância deverão constar as seguintes
informações:
I - imputação dos prejuízos, seja ao(s) responsável(is) ou à Fazenda
Nacional, quando for o caso;
II - indícios de transgressão disciplinar ou crime;
III - valor dos danos apurados, correspondente ao menor dos orçamentos
apresentados;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 103/162)


IV - procedimentos para a indenização dos danos causados à União ou a
terceiros, se já tiverem sido adotados na forma das presentes IG.

DO PARECER TÉCNICO

Art. 16. O PT obedecerá, observadas as peculiaridades destas IG, ao


previsto em legislação específica sobre o assunto.
§ 1º A vistoria de veículo(s) pertencente(s) ao EB, envolvido(s) em acidente,
deverá ser acompanhada, sempre que possível, pelo militar ou servidor civil que
na ocasião o(s) conduzia(m).
§ 2º Caso envolva bens de terceiros, seu proprietário deverá ser notificado
pelo encarregado do PT para acompanhar a execução da vistoria, pessoalmente
ou por
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(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 104/162)
nto de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das
Forças Armadas – R-2)

Art. 2º Todo militar, em decorrência de sua condição, obrigações, deveres,


direitos e prerrogativas, estabelecidos em toda a legislação militar, deve tratar
sempre:
I - com respeito e consideração os seus superiores hierárquicos, como
tributo à autoridade de que se acham investidos por lei;
II - com afeição e camaradagem os seus pares;
III - com bondade, dignidade e urbanidade os seus subordinados.
§ 1º Todas as formas de saudação militar, os sinais de respeito e a
correção de atitudes caracterizam, em todas as circunstâncias de tempo e lugar,
o espírito de disciplina e de apreço existentes entre os integrantes das Forças
Armadas.
§ 2º As demonstrações de respeito, cordialidade e consideração, devidas
entre os membros das Forças Armadas, também o são aos integrantes das
Polícias Militares, dos Corpos de Bombeiros Militares e aos Militares das Nações
Estrangeiras.
Art. 3º O militar manifesta respeito e apreço aos seus superiores, pares e
subordinados:
I - pela continência;
II - dirigindo-se a eles ou atendendo-os, de modo disciplinado;
III - observando a precedência hierárquica;
IV - por outras demonstrações de deferência.
§ 1º Os sinais regulamentares de respeito e de apreço entre os militares
constituem reflexos adquiridos mediante cuidadosa instrução e continuada
exigência.
§ 2º A espontaneidade e a correção dos sinais de respeito são índices
seguros do grau de disciplina das corporações militares e da educação moral e
profissional dos seus componentes.
§ 3º Os sinais de respeito e apreço são obrigatórios em todas as
situações, inclusive nos exercícios no terreno e em campanha.

TÍTULO 4.2 - DOS SINAIS DE RESPEITO

Art. 4º Quando dois militares se deslocam juntos, o de menor antiguidade


dá a direita ao superior.
Parágrafo único. Se o deslocamento se fizer em via que tenha lado interno
e lado externo, o de menor antiguidade dá o lado interno ao superior.
Art. 5º Quando os militares se deslocam em grupo, o mais antigo fica no
centro, distribuindo-se os demais, segundo suas precedências, alternadamente à
direita e à esquerda do mais antigo.
Art. 6º Quando encontrar um superior num local de circulação, o militar
saúda-o e cede-lhe o melhor lugar.
§ 1º Se o local de circulação for estreito e o militar for praça, franqueia a
passagem ao superior, faz alto e permanece de frente para ele.
§ 2º Na entrada de uma porta, o militar franqueia-a ao superior; se estiver
fechada, abre-a, dando passagem ao superior e torna a fechá-la depois.
Art. 7º Em local público onde não estiver sendo realizada solenidade
cívico-militar, bem como em reuniões sociais, o militar cumprimenta, tão logo lhe
seja possível, seus superiores hierárquicos.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 105/162)


Parágrafo único. Havendo dificuldade para aproximar-se dos superiores
hierárquicos, o cumprimento deve ser feito mediante um movimento de cabeça.
Art. 8º Para falar a um superior, o militar emprega sempre o tratamento
“Senhor” ou “Senhora”.
§ 1º Para falar, formalmente, a um oficial-general, o tratamento é “Vossa
Excelência”, “Senhor Almirante”, “Senhor General” ou “Senhor Brigadeiro”,
conforme o caso. Nas relações correntes de serviço, no entanto, é admitido o
tratamento de “Senhor”.
§ 2º Para falar, formalmente, ao Comandante, Diretor ou Chefe de
Organização Militar, o tratamento é “Senhor Comandante”, “Senhor Diretor”,
“Senhor Chefe”, conforme o caso; nas relações correntes de serviço, é admitido o
tratamento de “Comandante”, ”Diretor” ou “Chefe”.
§ 3º No mesmo posto ou graduação, poderá ser empregado o tratamento
“você”, respeitadas as tradições e peculiaridades de cada Força Armada.
Art. 9º Para falar a um mais moderno, o superior emprega o tratamento
“você”.
Art. 10. Todo militar, quando for chamado por um superior, deve atendê-lo
o mais rápido possível, apressando o passo quando em deslocamento.
Art. 11. Nos refeitórios, os oficiais observam, em princípio, as seguintes
prescrições:
I - aguardam, para se sentarem à mesa, a chegada do Comandante,
Diretor ou Chefe, ou da mais alta autoridade prevista para a refeição;
II - caso a referida autoridade não possa comparecer à hora marcada para
o início da refeição, esta é iniciada sem a sua presença; à sua chegada, a
refeição não é interrompida, levantando-se apenas os oficiais que tenham
assento à mesa daquela autoridade;
III - ao terminar a refeição, cada oficial levanta-se e pede permissão ao
mais antigo para retirar-se do recinto, podendo ser delegada ao mais antigo de
cada mesa a autorização para concedê-la;
IV - o oficial que se atrasar para a refeição deve apresentar-se à maior
autoridade presente e pedir permissão para sentar-se;
V - caso a maior autoridade presente se retire antes que os demais oficiais
tenham terminado a refeição, apenas se levantam os que tenham assento à sua
mesa.
§ 1º os refeitórios de grande freqüência e os utilizados por oficiais de
diversas Organizações Militares podem ser regidos por disposições específicas.
§ 2º Nos refeitórios de suboficiais, subtenentes e sargentos, deve ser
observado procedimento análogo ao dos oficiais.
Art. 12. Nos ranchos de praças, ao neles entrar o Comandante, Diretor ou
Chefe da Organização Militar ou outra autoridade superior, a praça de serviço, o
militar mais antigo presente ou o que primeiro avistar aquela autoridade
comanda: “Rancho Atenção!” e anuncia a função de quem chega; as praças, sem
se levantarem e sem interromperem a refeição, suspendem toda a conversação,
até que seja dado o comando de “A vontade”.
Art. 13. Sempre que um militar precisar sentar-se ao lado de um superior,
deve solicitar-lhe a permissão.

TÍTULO 4.3 - DA CONTINÊNCIA

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 106/162)


Art. 14. A continência é a saudação prestada pelo militar e pode ser
individual ou da tropa.
§ 1º A continência é impessoal; visa a autoridade e não a pessoa.
§ 2º A continência parte sempre do militar de menor precedência
hierárquica; em igualdade de posto ou graduação, quando ocorrer dúvida sobre
qual seja o de menor precedência, deve ser executada simultaneamente.
§ 3º Todo militar deve, obrigatoriamente, retribuir a continência que lhe é
prestada; se uniformizado, presta a continência individual; se em trajes civis,
responde-a com um movimento de cabeça, com um cumprimento verbal ou
descobrindo-se, caso esteja de chapéu.
Art. 15. Têm direito à continência:
I - a Bandeira Nacional:
a) ao ser hasteada ou arriada diariamente em cerimônia militar ou cívica;
b) por ocasião da cerimônia de incorporação ou desincorporarão, nas
formaturas;
c) quando conduzida por tropa ou por contingente de Organização Militar;
d) quando conduzida em marcha, desfile ou cortejo, acompanhada por
guarda ou por organização civil, em cerimônia cívica;
e) quando, no período compreendido entre 08:00 horas e o pôr-do-sol, um
militar entra a bordo de um navio de guerra ou dele sai, ou, quando na situação
de “embarcado”, avista-a ao entrar a bordo pela primeira vez, ou ao sair pela
última vez;
II - o Hino Nacional, quando executado em solenidade militar ou cívica;
III - o Presidente da República;
IV - o Vice-Presidente da República;
V - o Presidente do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do
Supremo Tribunal Federal;
VI - os Ministros de Estado;
VII - os Governadores de Estado, de Territórios Federais, e do Distrito
Federal, nos respectivos territórios, ou em qualquer parte do País em visita de
caráter oficial;
VIII - os Ministros do Superior Tribunal Militar;
IX - os militares da ativa das Forças Armadas, mesmo em traje civil; neste
último caso, quando for obrigatório o seu reconhecimento em função do cargo
que exerce ou, para os demais militares, quando reconhecidos ou identificados;
X - os militares da reserva ou reformados, quando reconhecidos ou
identificados;
XI - a tropa quando formada;
XII - as Bandeiras e os Hinos das Nações Estrangeiras, nos casos dos
incisos I e II deste artigo;
XIII - as autoridades civis estrangeiras, correspondentes às constantes
dos incisos III a VIII deste artigo, quando em visita de caráter oficial;
XIV - os militares das Forças Armadas estrangeiras, quando uniformizados
e, se em trajes civis, quando reconhecidos ou identificados;
XV - os integrantes das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros
Militares, Corporações consideradas forças auxiliares e reserva do Exército.
Art. 16. O aperto de mão é uma forma de cumprimento que o superior
pode conceder ao mais moderno.
Parágrafo único. O militar não deve tomar a iniciativa de estender a mão
para cumprimentar o superior, mas se este o fizer, não pode se recusar ao
cumprimento.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 107/162)


Art. 17. O militar deve responder com saudação análoga quando, ao
cumprimentar o superior, este, além de retribuir a continência, fizer uma
saudação verbal.

TÍTULO 4.4 - DO PROCEDIMENTO NORMAL

Art. 18. A continência individual é a forma de saudação que o militar


isolado, quando uniformizado, com ou sem cobertura, deve aos símbolos, às
autoridades e à tropa formada, conforme estabelecido no Art. 15.
§ 1º A continência individual é, ainda, a forma pela qual os militares se
saúdam mutuamente, ou pela qual o superior responde à saudação de um mais
moderno.
§ 2º A continência individual é devida a qualquer hora do dia ou da noite,
só podendo ser dispensada nas situações especiais regulamentadas por cada
Força Armada.
§ 3º Quando em trajes civis, o militar assume as seguintes atitudes:
I - nas cerimônias de hasteamento ou arriação da Bandeira, nas ocasiões
em que esta se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a
execução do Hino Nacional, o militar deve tomar atitude de respeito, de pé e em
silêncio, com a cabeça descoberta;
II - nas demais situações, se estiver de cobertura, descobre-se e assume
atitude respeitosa;
III - ao encontrar um superior fora de organização Militar, o subordinado
faz a saudação com um cumprimento verbal, de acordo com as convenções
sociais.
Art. 19. São elementos essenciais da continência individual: a atitude, o
gesto e a duração, variáveis conforme a situação dos executantes:
I - atitude - postura marcial e comportamento respeitoso e adequado às
circunstâncias e ao ambiente;
II - gesto - conjunto de movimento do corpo, braços e mãos, com ou sem
armas;
III - duração - o tempo durante o qual o militar assume a atitude e executa
o gesto acima referido.
Art. 20. O militar, desarmado, ou armado de revólver ou pistola, de sabre-
baioneta ou espada embainhada, faz a continência individual de acordo com as
seguintes regras:
I - mais moderno parado e superior deslocando-se:
a) posição de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à do
deslocamento do superior;
b) com cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado da
cobertura, tocando com a falangeta do indicador a borda da pala, um pouco
adiante do botão da jugular, ou lugar correspondente, se a cobertura não tiver
pala ou jugular; a mão no prolongamento do antebraço, com a palma voltada
para o rosto e com os dedos unidos e distendidos; o braço sensivelmente
horizontal, formando um ângulo de 45º com a linha dos ombros; olhar franco e
naturalmente voltado para o superior. Para desfazer a continência, baixa a mão
em movimento enérgico, voltando à posição de sentido;
c) sem cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado
direito da fronte, procedendo similarmente ao descrito na alínea “b”, no que
couber;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 108/162)


d) a continência é feita quando o superior atinge a distância de três passos
do mais moderno e desfeita quando o superior ultrapassa o mais moderno de um
passo;
Il - mais moderno deslocando-se e superior parado, ou deslocando-se em
sentido contrário:
- se está se deslocando em passo normal, o mais moderno mantém o
passo e a direção do deslocamento; se em acelerado ou correndo, toma o passo
normal, não cessa o movimento normal do braço esquerdo; a continência é feita
a três passos do superior, como prescrito no inciso I, alíneas “b” e “c”, encarando-
o com movimento vivo de cabeça; ao passar por este, o mais moderno volta a
olhar em frente e desfaz a continência;
III - mais moderno e superior deslocando-se em direções convergentes:
- o mais moderno dá precedência de passagem ao superior e faz a
continência como prescreve o inciso I, alíneas “b” e “c”, sem tomar a posição de
sentido;
IV - mais moderno, deslocando-se, alcança e ultrapassa o superior que se
desloca no mesmo sentido:
- o mais moderno, ao chegar ao lado do superior, faz-lhe a continência
como prescrito no inciso I, alíneas “b” e “c”, e o encara com vivo movimento de
cabeça; após três passos, volta a olhar em frente e desfaz a continência;
V - mais moderno deslocando-se, é alcançado e ultrapassado por superior
que se desloca no mesmo sentido:
- o mais moderno, ao ser alcançado pelo superior, faz-lhe a continência,
como prescrito no inciso I, alíneas “b” e “c”, desfazendo-a depois que o superior
tiver se afastado um passo;
VI - em igualdade de posto ou graduação, a continência é feita no
momento em que os militares passam um pelo outro ou se defrontam.
Art. 21. O militar armado de espada desembainhada faz a continência
individual, tomando a posição de sentido e em seguida perfilando a espada.
Parágrafo único. Na continência aos símbolos e autoridades mencionadas
nos incisos I a VIII e XII do Art. 15 e a oficiais-generais, abate a espada.
Art. 22. o militar, quando tiver as duas mãos ocupadas, faz a continência
individual tomando a posição de sentido, frente voltada para a direção
perpendicular à do deslocamento do superior.
§ 1º Quando apenas uma das mãos estiver ocupada, a mão direita deve
estar livre para executar a continência.
§ 2º O militar em deslocamento, quando não puder corresponder à
continência por estar com as mãos ocupadas, faz vivo movimento de cabeça.
Art. 23. O militar, isolado, armado de metralhadora de mão, fuzil ou arma
semelhante faz continência da seguinte forma:
I - quando estiver se deslocando:
a) leva a arma à posição de “Ombro Arma”, à passagem do superior
hierárquico;
b) à passagem de tropa formada, faz alto, volta-se para a tropa e leva a
arma à posição de “Ombro Arma”;
c) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma a posição de sentido,
com sua frente voltada para a direção perpendicular à do deslocamento do
superior.
II - quando estiver parado:
a) na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos incisos I a
VIII do Art. 15 e a oficiais-generais, faz “Apresentar Arma”;
b) para os demais militares, faz “Ombro Arma”;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 109/162)
c) à passagem da tropa formada, leva a arma à posição de “Ombro Arma”;
d) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma apenas a posição de
sentido.
Art. 24. Todo militar faz alto para a continência à Bandeira Nacional, ao
Hino Nacional e ao Presidente da República.
§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia religiosa, o militar
participante da cerimônia não faz a continência individual, permanecendo em
atitude de respeito.
§ 2º Quando o Hino Nacional for cantado, a tropa ou militar presente não
faz a continência, nem durante a sua introdução, permanecendo na posição de
“Sentido” até o final de sua execução.
Art. 25. Ao fazer a continência ao Hino Nacional, o militar volta-se para a
direção de onde vem a música, conservando-se nessa atitude enquanto durar
sua execução.
§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia à Bandeira ou ao
Presidente da República, o militar volta-se para a Bandeira ou para o Presidente
da República.
§ 2º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia militar ou cívica,
realizada em ambiente fechado, o militar volta-se para o principal local da
cerimônia e faz a continência como estipulado no inciso I do Art. 20 ou nos Arts.
21, 22 ou 23, conforme o caso.
Art. 26. Ao fazer a continência para a Bandeira Nacional integrante de
tropa formada e parada, todo militar que se desloca, faz alto, vira-se para ela e
faz a continência individual, retomando, em seguida, o seu deslocamento; a
autoridade passando em revista à tropa observa o mesmo procedimento.
Art. 27. No interior das Organizações Militares, a praça faz alto para a
continência a oficial-general e às autoridades enumeradas nos incisos III a VIII,
inclusive, do Art. 15.
Art. 28. O Comandante, Chefe ou Diretor de Organização Militar tem,
diariamente, direito à continência prevista no artigo anterior, na primeira vez que
for encontrado pelas suas praças subordinadas, no interior de sua organização.
Art. 29. Os militares em serviço policial ou de segurança poderão ser
dispensados dos procedimentos sobre continência individual constantes deste
Regulamento.

TÍTULO 4.5 - DO PROCEDIMENTO EM OUTRAS SITUAÇÕES

Art. 30. O militar em um veículo, exceto bicicleta, motocicleta ou similar,


procede da seguinte forma:
I - com o veículo parado, tanto o condutor como o passageiro fazem a
continência individual sem se levantarem;
II - com o veículo em movimento, somente o passageiro faz a continência
individual.
§ 1º Por ocasião da cerimônia da Bandeira ou da execução do Hino
Nacional, se no interior de uma Organização Militar, tanto o condutor como o
passageiro saltam do veículo e fazem a continência individual; se em via pública,
procedem do mesmo modo, sempre que viável.
§ 2º Nos deslocamentos de elementos transportados por viaturas, só o
Comandante e o Chefe de cada viatura fazem a continência individual. Os
militares transportados tomam postura correta e imóvel enquanto durar a
continência do Chefe da viatura.
Art. 31. O militar isolado presta continência à tropa da seguinte forma:
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 110/162)
I - tropa em deslocamento e militar parado:
a) militar a pé - qualquer que seja seu posto ou graduação, volta-se para a
tropa, toma posição de “Sentido” e permanece nessa atitude durante a passagem
da tropa, fazendo a continência individual para a Bandeira Nacional e, se for mais
antigo do que o Comandante da tropa, corresponde à continência que lhe é
prestada; caso contrário, faz a continência individual ao Comandante da tropa e a
todos os militares em comando de frações constituídas que lhe sejam
hierarquicamente iguais ou superiores;
b) militar em viatura estacionada - desembarca e procede de acordo com
o estipulado na alínea anterior;
II - tropa em deslocamento e militar em movimento, a pé ou em veículo:
- o militar, sendo superior hierárquico ao Comandante da tropa, pára,
volta-se para esta e responde à continência que lhe é prestada; caso contrário,
pára, volta-se para aquela e faz a continência individual ao Comandante da tropa
e a todos os militares em comando de frações constituídas que lhe sejam
hierarquicamente iguais ou superiores; para o cumprimento à Bandeira Nacional,
o militar a pé pára e faz a continência individual; se no interior de veículo, faz a
continência individual sem desembarcar;
III - tropa em forma e parada, e militar em movimento:
- procede como descrito no inciso anterior, parando apenas para a
cumprimento à Bandeira Nacional.
Art. 32. O oficial ao entrar em uma Organização Militar, em princípio, deve
ser conduzido ao seu Comandante, Chefe ou Diretor, ou, conforme as
peculiaridades e os procedimentos específicos de cada Força Armada, à
autoridade militar da Organização para isso designada, a fim de participar os
motivos de sua ida àquele estabelecimento. Terminada a missão ou o fim que ali
o levou, deve, antes de se retirar, despedir-se daquela autoridade.
§ 1º Nos estabelecimentos ou repartições militares onde essa
apresentação não seja possível, deve o militar apresentar-se ou dirigir-se ao de
maior posto ou graduação presente, ao qual participará o motivo de sua
presença.
§ 2º Quando o visitante for do mesmo posto ou de posto superior ao do
Comandante, Diretor ou Chefe, é conduzido ao Gabinete ou Câmara do mesmo,
que o recebe e o ouve sobre o motivo de sua presença.
§ 3º A praça, em situação idêntica, apresenta-se ao Oficial-de-Dia ou de
Serviço, ou a quem lhe corresponder, tanto na chegada quanto na saída.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos não se aplica às
organizações médico-militares, exceto se o militar estiver em visita de serviço.
Art. 33. Procedimento do militar em outras situações:
I - o mais moderno, quando a cavalo, se o superior estiver a pé, deve
passar por este ao passo; se ambos estiverem a cavalo, não pode cruzar com
aquele em andadura superior; marchando no mesmo sentido, ultrapassa o
superior depois de lhe pedir autorização; em todos os casos, a continência é feita
como prescrita no inciso II do Art. 20 deste regulamento.
II - O militar a cavalo apeia para falar com o superior a pé, salvo se este
estiver em nível mais elevado (palanque, arquibancada, picadeiro, ou similar) ou
ordem em contrário;
III - se o militar está em bicicleta ou motocicleta, deverá passar pelo
superior em marcha moderada, concentrando a atenção na condução do veículo;
IV - o portador de uma mensagem, qualquer que seja o meio de transporte
empregado, não modifica a sua velocidade de marcha ao cruzar ou passar por
um superior e informa em voz alta: “serviço urgente”;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 111/162)
V - a pé, conduzindo ou segurando cavalo, o militar faz a continência
como prescrito no Art. 22.
VI - quando um militar entra em um recinto público, percorre com o olhar o
local para verificar se há algum superior presente; se houver, o militar, do lugar
em que está, faz-lhe a continência;
VII - quando um superior entra em um recinto público, o mais moderno
que aí está levanta-se ao avistá-lo e faz-lhe a continência;
VIII - quando militares se encontrarem em reuniões sociais, festas
militares, competições desportivas ou em viagens, devem apresentar-se
mutuamente, declinando posto e nome, partindo essa apresentação do de menor
hierarquia;
IX - seja qual for o caráter - oficial ou particular da solenidade ou reunião,
deve o militar, obrigatoriamente, apresentar-se ao superior de maior hierarquia
presente, e ao de maior posto entre os oficiais presentes de sua Organização
Militar;
X - quando dois ou mais militares, em grupo, encontram-se com outros
militares, todos fazem a continência individual como se estivessem isolados.
Art. 34. Todo militar é obrigado a reconhecer o Presidente e o Vice-
Presidente da República, o Ministro da sua Força, os Comandantes, Chefes ou
Diretores da cadeia de comando a que pertencer a sua organização e os oficiais
de sua Organização Militar.
§ 1º Os oficiais são obrigados a reconhecer também os Ministros Militares,
assim como os Chefes dos Estados-Maiores de suas respectivas Forças.
§ 2º Todo militar deve saber identificar as insíqnias dos postos e
graduações das Forças Armadas.
Art. 35. O militar fardado descobre-se ao entrar em um recinto coberto.
§ 1º O militar fardado descobre-se, ainda, nas reuniões sociais, nos
funerais, nos cultos religiosos e ao entrar em templos ou participar de atos em
que este procedimento seja pertinente, sendo-lhe dispensada, nestes casos, a
obrigatoriedade da prestação da continência.
§ 2º A prescrição do “caput” deste artigo não se aplica aos militares
armados de metralhadora de mão, fuzil ou arma semelhante ou aos militares em
serviço de policiamento, escolta ou guarda.
Art. 36. Para saudar os civis de suas relações, o militar fardado não se
descobre, cumprimentando-os pela continência, pelo aperto de mão ou com
aceno de cabeça.
Parágrafo único. Ao se dirigir a uma senhora para cumprimentá-la, o
militar fardado, exceto se do sexo feminino, descobre-se, colocando a cobertura
sob o braço esquerdo; se estiver desarmado e de luvas, descalça a luva da mão
direita e aguarda que a senhora lhe estenda a mão.
Art. 37. O militar armado de espada, durante solenidade militar, não
descalça as luvas, salvo ordem em contrário.
Art. 38. Nos refeitórios das Organizações Militares, a maior autoridade
presente ocupa o lugar de honra.
Art. 39. Nos banquetes, o lugar de honra situa-se, geralmente, no centro, do
lado maior da mesa principal.
§ 1º Se o banquete é oferecido a determinada autoridade, deve sentar-se
ao seu lado direito o Comandante da Organização Militar responsável pela
homenagem; os outros lugares são ocupados pelos demais participantes, segundo
esquema previamente dado a conhecer aos mesmos.
§ 2º Em banquetes onde haja mesa plena, o homenageante deve sentar-se
em frente ao homenageado.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 112/162)
Art. 40. Em embarcação, viatura ou aeronave militar, o mais antigo é o
último a embarcar e o primeiro a desembarcar.
§ 1º Em se tratando de transporte de pessoal, a licença para início do
deslocamento é prerrogativa do mais antigo presente.
§ 2º Tais disposições não se aplicam a situações operacionais, quando
devem ser obedecidos os Planos e Ordens a elas ligados.

Da Apresentação

Art. 41. O militar, para se apresentar a um superior, aproxima-se deste até a


distância do aperto de mão; toma a posição de “Sentido”, faz a continência
individual como prescrita neste Regulamento e diz, em voz claramente audível,
seu grau hierárquico, nome de guerra e Organização Militar a que pertence, ou
função que exerce, se estiver no interior da sua Organização Militar; desfaz a
continência, diz o motivo da apresentação, permanecendo na posição de “Sentido”
até que lhe seja autorizado tomar a posição de “Descansar’ ou de “À Vontade”.
§ 1º Se a superior estiver em seu Gabinete de trabalho ou outro local
coberto, o militar sem arma ou armado de revólver, pistola ou espada embainhada
tira a cobertura com a mão direita. Em se tratando de boné ou capacete, coloca-o
debaixo do braço esquerdo com o interior voltado para o corpo e a jugular para a
frente; se de boina ou gorro com pala, empunha-o com a mão esquerda, de tal
modo que sua copa fique para fora e a sua parte anterior voltada para a frente. Em
seguida, faz a continência individual e procede à apresentação.
§ 2º Caso esteja armado de espada desembainhada, fuzil ou metralhadora
de mão, o militar faz alto à distância de dois passos do superior e executa o
“Perfilar Espada” ou “Ombro Arma”, conforme o caso, permanecendo nessa
posição mesmo após correspondida a saudação; se o superior for Oficial-General
ou autoridade superior, o militar executa o manejo de “Apresentar Arma”,
passando, em seguida, à posição de “Perfilar Espada” ou “Ombro Arma”, conforme
o caso, logo após correspondida a saudação.
§ 3º Em locais cobertos, o militar armado nas condições previstas no
parágrafo anterior, para se apresentar ao superior, apenas toma a posição de
“Sentido”.
Art. 42. Para se retirar da presença de um superior, o militar faz-lhe a
continência individual, idêntica à da apresentação, e pede permissão para se
retirar; concedida a permissão, o oficial retira-se normalmente, e a praça, depois
de fazer “Meia Volta”, rompe a marcha com o pé esquerdo.

TÍTULO 4.6 - DA CONTINÊNCIA DA TROPA


SEÇÃO I
Generalidades

Art. 43. Têm direito à continência da tropa os símbolos e autoridades


relacionadas nos incisos I a IX e XI a XIV do Art. 15.
§ 1º Os oficiais da reserva ou reformados e os militares estrangeiros só têm
direito à continência da tropa quando uniformizados.
§ 2º As autoridades estrangeiras, civis e militares, são prestadas as
continências conferidas às autoridades brasileiras equivalentes.
Art. 44. Para efeito de continência, considera-se tropa a reunião de dois ou
mais militares devidamente comandados.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 113/162)


Art. 45. Aos Ministros de Estado, aos Governadores de Estado e do Distrito
Federal e aos Ministros do Superior Tribunal Militar, são prestadas as continências
previstas para Almirante-de-Esquadra, General-de-Exército ou Tenente-Brigadeiro.
Parágrafo único. Os Ministros da Marinha, Exército, Aeronáutica, Chefe do
Estado-Maior das Forças Armadas, Ministros do Superior Tribunal Militar, Chefe da
Casa Militar da Presidência da República, nesta ordem, terão lugar de destaque
nas solenidades cívico-militares.
Art. 46. Aos Governadores de Territórios Federais são prestadas as
continências previstas para Contra-Almirante, General-de-Brigada ou Brigadeiro.
Art. 47. O Oficial que exerce função do posto superior ao seu, tem direito à
continência desse posto apenas na Organização Militar onde a exerce e nas que
lhe são subordinadas.
Art. 48. Nos exercícios de marcha, inclusive nos altos, a tropa não presta
continência; nos exercícios de estacionamento, procede de acordo com o
estipulado nas Seções II e III deste Capítulo.
Art. 49. A partir do escalão subunidade, inclusive, toda tropa armada que
não conduzir Bandeira, ao regressar ao Quartel, de volta de exercício externo de
duração igual ou superior a 8 (oito) horas e após as marchas, presta continência
ao terreno antes, de sair de forma;
§ 1º A voz de comando para essa continência é “Em continência ao terreno
- Apresentar Arma!”
§ 2º Os militares não Integrantes, da formatura, fazem a continência
individual.
§ 3º Por ocasião da Parada Diária, a tropa o os militares não integrantes da
formatura prestam a “Continência ao Terreno”, na forma estipulada pelos
parágrafos 1º e 2º deste artigo.
§ 4º Estas disposições poderão ser ajustadas às peculiaridades de cada
Força Armada.
Art. 50. A continência de uma tropa para outra está relacionada à situação
de conduzirem, ou não, a Bandeira Nacional o ao grau hierárquico dos respectivos
comandantes.
Parágrafo único. Na continência, toma-se como ponto de referência, para
início da saudação, a Bandeira Nacional ou a testa da formatura, caso a tropa não
conduza Bandeira.
Art. 51. No período compreendido entre o arriar da Bandeira e o toque de
alvorada no dia seguinte, a tropa apenas presta continência à Bandeira Nacional,
ao Hino Nacional, ao Presidente da República, às bandeiras e hinos de outras
nações e a outra tropa.
Parágrafo único. Excetuam-se as guardas de honra que prestam
continência à autoridade a que a homenagem se destina.

SEÇÃO II
Da Continência da Tropa a Pé Firme

Art. 52. A tropa em forma e parada, à passagem de outra tropa, volta-se


para ela e tona a posição de sentido.
Parágrafo único. Se a tropa que passa conduz Bandeira, ou se seu
Comandante for de posto superior ao do Comandante da tropa em forma e parada,
esta lhe presta a continência indicada no Art. 53; quando, do mesmo posto e a
tropa que passa não conduz Bandeira, apenas os Comandantes fazem a
continência.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 114/162)


Art. 53. Uma tropa a pé firme presta continência aos símbolos, às
autoridades e a outra tropa formada, nas condições mencionadas no Art. 15,
executando os seguintes comandos:
I - na continência a oficial subalterno e Intermediário: - Sentido!”
II - na continência a oficial-superior: - “Sentido! Ombro Arma!”
III - na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos incisos I a
VIII do Art. 15, a Oficiais-Generais ou autoridades equivalentes: “Sentido! Ombro
Arma! Apresentar Arma! Olhar a Direita (Esquerda)!”.
§ 1º Para Oficial-General estrangeiro, só é prestada a continência em caso
de visita oficial.
§ 2º No caso de tropa desarmada, ao comando de “Apresentar Arma!” todos
os seus integrantes fazem continência individual e a desfazem ao Comando de
“Descansar Arma!”.
§ 3º Os Comandos são dados a toque de corneta ou clarim até, o escalão
Unidade, e à viva voz, no escalão Subunidades; os Comandantes de pelotão
(seção) ou de elementos inferiores só comandam a continência quando sua tropa
não estiver enquadrada em subunidades; nas formações emassadas, não são
dados comandos nos escalões inferiores a Unidade.
§ 4º Em formação não emassada, os comandos a toque de corneta ou
clarim são dados sem a nota de execução, sendo desde logo executados pelo
Comandante e pelo porta-símbolo da Unidade; a banda é comandada à viva voz
pelo respectivo mestre; o estado-maior, pelo oficial mais antigo; a Guarda-
Bandeira, pelo oficial Porta-Bandeira.
§ 5º Os comandos são dados de forma a serem executados quando a
autoridade ou a Bandeira atingir a distância de dez passos da tropa que presta a
continência.
§ 6º A continência é desfeita aos comandos de “Olhar em Frente!”, “Ombro
Arma!” e “Descansar!”, conforme o caso, dados pelos mesmos elementos que
comandaram sua execução e logo que a autoridade ou a Bandeira tenha
ultrapassado de cinco passos a tropa que presta a continência.
§ 7º As Bandas de Música ou de Corneteiros ou clarins e Tambores
permanecem em silêncio, a menos que se tratem de honras militares.prestadas
pela tropa, ou de cerimônia militar de que a tropa participe.
Art. 54. A tropa mecanizada, motorizada ou blindada presta continência da
seguinte forma:
I - estando o pessoal embarcado, o Comandante e os oficiais que exercem
comando até o escalão pelotão, inclusive, levantam-se e fazem a continência; se
não for possível tomarem a posição em pé no veículo, fazem a continência na
posição em que se encontram; os demais oficiais fazem, sentados, a continência
individual, e as praças conservam-se sentadas, olhando à frente, sem prestar
continência.
II - estando o pessoal desembarcado, procede da mesma maneira como na
tropa a pé firme, formando à frente das viaturas.
Parágrafo único. Quando o pessoal estiver embarcado e os motores das
viaturas desligados, o Comandante desembarca para prestar a continência; os
demais militares procedem como no inciso I.
Art. 55. A autoridade civil ou militar estrangeira, que passar revista à tropa
postada em sua honra, são prestados esclarecimentos relativos ao modo de
proceder.

SEÇÃO III
Da Continência da Tropa em deslocamento
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 115/162)
Art. 56. A tropa em deslocamento faz continência aos símbolos, às
autoridades e a outra tropa formada, relacionados nos incisos I, III a IX e XI a XV
do Art. 15, observado o disposto pelo Art. 58, executando os seguintes comandos:
I - “Sentido! - Em Continência á Direita (Esquerda)!”, repetido por todas as
unidades, até o escalão batalhão, inclusive;
II os Comandantes de subunidades, ao atingirem a distância de vinte
passos da autoridade ou da Bandeira, dão a voz de: “Companhia Sentido! Em
Continência à Direita (Esquerda)!”;
III os Comandantes de pelotão (seção), à distância de dez passos da
autoridade ou da Bandeira, dão a voz de: “Pelotão (Seção) Sentido! Olhar à Direita
(Esquerda)!”; logo que a testa do pelotão (seção) tenha ultrapassado de dez
passos a autoridade ou a Bandeira, seu Comandante, independente, de ordem
superior, comanda “Pelotão (seção) Olhar em Frente!”.
§ 1º Nas formações emassadas de batalhão e de companhia, só é dado o
comando de execução da continência - “Batalhão (Companhia) Sentido! - Olhar à
Direita (Esquerda)!”, por toque de corneta ou à viva voz dos respectivos
comandantes.
§ 2º Durante a execução da continência, são observadas as seguintes
prescrições:
a) a Bandeira não é desfraldada, exceto para outra Bandeira; a Guarda-
Bandeira não olha para a direita (esquerda);
b) o estandarte não é abatido, exceto para a Bandeira Nacional, o Hino
Nacional ou o Presidente da República;
c) os oficiais de espada desembainhada, no comando de pelotão (seção),
perfilam espada e não olham para a direita (esquerda);
d) os oficiais sem espada ou com ela embainhada, fazem a continência
individual sem olhar para a direita (esquerda), exceto o Comandante da fração;
e) o Porta-Bandeira, quando em viatura, levanta-se, e a Guarda permanece
sentada;
f) os oficiais em viaturas, inclusive Comandantes de unidades e
subunidades, fazem a continência sentados sem olhar para a direita (esquerda);
g) os músicos, corneteiros e tamboreiros, condutores, porta-símbolos e
porta-flâmulas, os homens da coluna da direita (esquerda) e os da fileira da frente,
não olham para a direita (esquerda), e, se sentados não se levantam.
Art. 57. Na continência a outra tropa, procede-se da seguinte forma:
I - se as duas tropas não conduzem a Bandeira Nacional, a continência é
iniciada pela tropa cujo Comandante for de menor hierarquia; caso sejam de igual
hierarquia, a continência deverá ser feita por ambas as tropas;
II - se apenas uma tropa conduz a Bandeira Nacional, a continência é
prestada à Bandeira, independente da hierarquia dos Comandantes das tropas;
III - se as duas tropas conduzem a Bandeira Nacional, a continência é
prestada por ambas, independente da hierarquia de seus comandantes.
Art. 58. A tropa em deslocamento faz alto para a continência ao Hino
Nacional e aos Hinos das Nações Estrangeiras, quando executados em solenidade
militar ou cívica.
Art. 59. A tropa em deslocamento no passo acelerado ou sem cadência faz
continência às autoridades e a outra tropa formada, relacionadas nos incisos III a
IX, XI e XIII a XV do Art. 15, ao comando de “Batalhão (Companhia, Pelotão,
Seção) Atenção!”, dado pelos respectivos comandantes.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 116/162)


Parágrafo único. Para a continência à Bandeira Nacional e às Bandeiras
das Nações Estrangeiras, a tropa em deslocamento no passo acelerado ou sem
cadência retoma o passo ordinário e procede como descrito no Art. 56.

SEÇÃO IV
Da Continência da Tropa em Desfile

Art. 60. Destile é a passagem da tropa diante da Bandeira Nacional ou da


maior autoridade presente a uma cerimônia a fim de lhe prestar homenagem.
Art. 61. A tropa em desfile faz continência à Bandeira ou à maior autoridade
presente à cerimônia, obedecendo às seguintes prescrições:
I - a trinta passos aquém do homenageado, é dado o toque de “Sentido! -
Em Continência à Direita (Esquerda)!”, sendo repetido até o escalão batalhão,
inclusive (esse toque serve apenas para alertar a tropa);
Il - a vinte passos aquém do homenageado:
a) os Comandantes de unidade e subunidade, em viaturas, levantam-se;
b) os Comandantes de subunidades comandam à viva voz:
“Companhia - Sentido! - Em Continência à Direita (Esquerda)!”;
c) os oficiais com espada desembainhada perfilam espada, sem olhar para
a direita (esquerda).
III - a dez passos aquém do homenageado:
a) os Comandantes de pelotão (seção) comandam: “Pelotão (seção) -
Sentido! - Olhar à Direita (Esquerda)!”;
b) a Bandeira é desfraldada, e o estandarte é abatido;
c) os Comandantes de unidade e subunidade, em viatura, fazem a
continência individual e encaram a Bandeira ou a autoridade;
d) os Comandantes de unidade e subunidade abatem espada e encaram a
Bandeira ou a autoridade; quando estiverem sem espada ou o ela embainhada,
fazem a continência individual é encaram a Bandeira ou a autoridade; os demais
oficiais com espada desembainhada perfilam espada;
e) os oficiais sem espada ou com ela embainhada ou portando outra arma
fazem a continência individual e não encaram a autoridade;
f) os componentes da Guarda-Bandeira, músicos, corneteiros e
tamboreiros, condutores e porta-símbolos não fazem continência nem olham para
o lado.
IV - a dez passos depois do homenageado:
a) os mesmos elementos que comandaram “Olhar à Direita (Esquerda)!”
comandam: “Pelotão (seção) - olhar em Frente!”;
b) a Bandeira e o estandarte voltam à posição de Ombro Arma;
c) os Comandantes de unidade e subunidade, em viaturas, desfazem a
continência individual;
d) os Comandantes de unidade e subunidade perfilam espada;
e) os oficiais sem espada, com ela embainhada ou portando outra arma,
desfazem a continência.
V - a quinze passos depois do homenageado, independente de qualquer
comando:
a) os Comandantes de unidade e subunidade, em viaturas, sentam-se;
b) os oficiais a pé, com espada desembainhada trazem a espada à posição
de marcha.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 117/162)


§ 1º Os comandos mencionados nos incisos II, III e IV são dados à viva voz
ou por apito.
§ 2º Quando a tropa desfilar em linha de companhia, ou formação
emassada de batalhão, o primeiro comando de “Sentido! Em Continência à Direita
(Esquerda)!” é dado a vinte passos aquém do homenageado pelo Comandante
superior, e o comando de “Olhar à Direita (Esquerda)!” pelo Comandante de
batalhão, a dez passos aquém do homenageado.
§ 3º Quando a tropa desfilar em linha de pelotões ou formação emassada
de companhia, o comando de “Olhar à Direita (Esquerda)!” é dado pelo
Comandante de subunidade a dez passos aquém do homenageado.
§ 4º Nas formações emassadas de batalhão ou companhia, o comando de
“Olhar em Frente!” é dado pelos mesmos Comandantes que comandaram Olhar à
Direita (Esquerda)!”, quando a cauda de sua tropa ultrapassar de dez passos o
homenageado.
Art. 62. A tropa a pé desfila em Ombro Arma, com a arma cruzada ou em
bandoleira; nos dois primeiros casos, de baioneta armada.
Art. 63. A autoridade em homenagem à qual é realizado o desfile responde
às continências prestadas pelos oficiais da tropa que desfila; os demais oficiais
que assistem ao desfile fazem continência apenas à passagem da Bandeira.

SEÇÃO V
Do Procedimento da Tropa em Situações Diversas

Art. 64. Nenhuma tropa deve iniciar marcha, embarcar, desembarcar,


montar, apear, tomar a posição à vontade ou sair de forma sem licença do mais
antigo presente.
Art. 65. Se uma tropa em marcha cruzar com outra, a que for comandada
pelo mais antigo passa em primeiro lugar.
Art. 66. Se uma tropa em marcha alcançar outra deslocando-se no mesmo
sentido, pode passar-lhe à frente, em princípio pela esquerda, mediante licença ou
aviso do mais antigo que a comanda.
Art. 67. Quando uma tropa não estiver em formatura e se encontrar em
instrução, serviço de faxina ou faina, as continências de tropa são dispensáveis,
cabendo, entretanto, ao seu Comandante, Instrutor ou Encarregado, prestar a
continência a todo o superior que se dirija ao local onde se encontra essa tropa,
dando-lhe as informações que se fizerem necessárias.
Parágrafo único. No caso do superior dirigir-se pessoalmente a um dos
integrantes dessa tropa, este lhe presta a continência regulamentar.
Art. 68. Quando uma tropa estiver reunida para instrução, conferência,
preleção ou atividade semelhante, e chegar o seu Comandante ou outra
autoridade de posto superior ao mais antigo presente, este comanda “Companhia
(Escola, Turma, etc.) - Sentido!” Comandante da Companhia (ou função de quem
chega)!’’. A esse Comando, levantam-se todos energicamente e tomam a posição
ordenada; correspondido o sinal de respeito pelo superior, volta a tropa à posição
anterior, ao comando de “Companhia (Escola, Turma, etc.) - À vontade!”. O
procedimento é idêntico quando se retirar o comandante ou a autoridade em
causa.
§ 1º Nas reuniões de oficiais, o procedimento é o mesmo usando-se os
comandos: “Atenção! Comandante de Batalhão (ou Exmo. Sr. Almirante, General,
Brigadeiro Comandante de ...)! À vontade!, dados pelos instrutor ou oficial mais
antigo presente.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 118/162)


§ 2º Nas Organizações Militares de ensino, os alunos de quaisquer postos
ou graduações aguardam nas salas de aula, anfiteatros ou laboratórios a chegada
dos respectivos professores ou instrutores. Instruções internas estabelecem, em
minúcias, o procedimento a ser seguido.
Art. 69. Quando um oficial entra em um alojamento ou vestiário ocupado por
tropa, o militar de serviço ou o que primeiro avistar aquela autoridade comanda
“Alojamento (Vestiário) - Atenção! Comandante da Companhia (ou função de quem
chega) !”. As praças, sem interromperem suas atividades, no mesmo local em que
se encontram, suspendem toda a conversação e assim se conservam até ser
comandado “À vontade!”.

TÍTULO 4.7 - DA CONTINÊNCIA DA GUARDA

Art. 70. A guarda formada presta continência:


I - aos símbolos, às autoridades e à tropa formada, referidos nos incisos I a
VIII, XI e XII do Art. 15;
II - aos Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército e Tenentes-
Brigadeiros, nas sedes dos Ministérios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
respectivamente;
III - aos Oficiais-Generais, nas sedes de Comando, Chefia ou Direção
privativos dos postos de Oficial-General;
IV - aos Oficiais-Generais, aos Oficiais Superiores e ao Comandante, Chefe
ou Diretor, qualquer que seja o seu posto, nas Organizações Militares;
V - aos Oficiais-Generais e aos Oficiais Superiores das Forças Armadas
das Nações Estrangeiras, quando uniformizados, nas condições estabelecidas nos
incisos anteriores;
VI - à guarda que venha rendê-la.
§ 1º - As normas para a prestação de continência, pela guarda formada, a
Oficiais de qualquer posto, serão reguladas pelo Cerimonial de cada Força.
§ 2º - A continência é prestada por ocasião da entrada e saída da
autoridade.
Art. 71. Para a continência à Bandeira e ao Presidente da República, a
guarda forma na parte externa do edifício, à esquerda da sentinela do portão das
armas (sentinela da entrada principal), caso o local permita;. o corneteiro da
guarda ou de serviço dá o sinal correspondente (“Bandeira” ou “Presidente da
República’), e o Comandante da guarda procede como estabelecido no inciso III do
Art.53.
Art. 72. A guarda forma para prestar continência à tropa de efetivo igual ou
superior a subunidade, sem Bandeira, que saia ou regresse ao quartel.
Art. 73. Quando em uma Organização Militar entra ou sai seu Comandante,
Chefe ou Diretor, acompanhado de oficiais, a continência da guarda formada é
prestada apenas ao oficial de maior posto, ou ao Comandante, se de posto igual
ou superior ao dos que o acompanham.
Parágrafo único. A autoridade a quem é prestada a continência destaca-se
das demais para corresponder à continência da guarda; os acompanhantes fazem
a continência individual, voltados para aquela autoridade.
Art. 74. Quando a continência da guarda é acompanhada do Hino Nacional
ou da marcha batida, os militares presentes voltam a frente para a autoridade, ou à
Bandeira, a que se presta a continência, fazendo a continência individual no início
do Hino ou marcha batida e desfazendo-a ao término.
Art. 75. Uma vez presente em, uma Organização Militar autoridade cuja
insígnia esteja hasteada no mastro principal, apenas o Comandante, Diretor ou
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 119/162)
Chefe da organização e os que forem hierarquicamente superiores à referida
autoridade têm direito à continência da guarda formada.

TÍTULO 4.8 - DA CONTINÊNCIA DA SENTINELA

Art. 76. A sentinela de posto fixo, armada, presta continência:


I - apresentando arma:
- aos símbolos e autoridades referidos no Art. 15;
II - tomando a posição de sentido:
- aos graduados e praças especiais das Forças Armadas nacionais e
estrangeiras;
III - tomando a posição de sentido e, em seguida, fazendo Ombro Arma:
- à tropa não comandada por Oficial.
§ 1º O militar que recebe uma continência de uma sentinela faz a continência
individual para respondê-la.
§ 2º A sentinela móvel presta continência aos símbolos, autoridades e
militares constantes do Art. 15, tomando apenas a posição de sentido.
Art. 77. Os marinheiros e soldados, quando passarem por uma sentinela,
fazem a continência individual, à qual a sentinela responde tomando a posição de
“Sentido”.
Art. 78. No período compreendido entre o arriar da Bandeira e o toque de
alvorada do dia seguinte, a sentinela só apresenta armas à Bandeira Nacional, ao
Hino Nacional, ao Presidente da República, às bandeiras e hinos de outras nações
e a tropa formada, quando comandada por oficial.
Parágrafo único. No mesmo período, a sentinela toma a posição de “Sentido”
à passagem de um superior pelo seu posto ou para corresponder à saudação
militar de marinheiros e soldados.
Art. 79. Para prestar continência a uma tropa comandada por oficial, a
sentinela toma a posição de “Sentido”, executando o “Apresentar Arma” quando a
testa da tropa estiver a 10 (dez) passos, assim permanecendo até a passagem do
Comandante e da Bandeira; a seguir faz “ombro Arma” até o escoamento completo
da tropa, quando volta às posições de “Descansar Arma” e “Descansar”.

UNIDADE DIDÁTICA 5 - ORDEM UNIDA

TÍTULO 5.1 – GENERALIDADES E DEFINIÇÕES

5.1.1 GENERALIDADES

a) FINALIDADE DO MANUAL
A finalidade deste Manual é estabelecer normas que padronizem a
execução dos exercícios de Ordem Unida (OU), tendo em vista os objetivos deste
ramo da instrução militar.

b) HISTÓRICO
a. Desde o início dos tempos, quando o homem se preparava para
combater, ainda com armas rústicas e formações incipientes, já estava presente a
Ordem Unida, padronizando procedimentos, movimentos e formas de combate,
disciplinando homens, seja nas falanges, seja nas legiões.
b. FREDERICO II, Rei da PRÚSSIA, governante do século XVIII, dava
grande importância à Ordem Unida, e determinava que diariamente seus súditos
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 120/162)
executas sem movimentos a pé firme e em marcha com a finalidade de
desenvolver, principalmente, a disciplina e o espírito de corpo. Dizia FREDERICO
II: “A prosperidade de um Estado tem por base a disciplina dos seus Exércitos".
c. O Exército Brasileiro, historicamente, teve seus primeiros movimentos de
Ordem Unida herdados do Exército Português. Além disso, sofreu também duas
grandes influências, no início do século passado: a germânica, antes da 1ª Guerra
Mundial, com a Missão Militar de Instrução de brasileiros na ALEMANHA; e a
francesa, no início dos anos 20, com a participação de militares daquele País em
missão no Brasil. Como exemplo, dessa influência, pode-se citar o apresentar
armas com espada, que se identifica com o juramento feito pelos militares
gauleses. O 1º tempo, com a espada na vertical e com o copo na altura da boca,
significava o juramento pela própria HONRA, no 2º tempo, o juramento por DEUS,
apontando para o céu, e no 3º tempo, o juramento pela PÁTRIA, apontando a
espada para o solo.

Fig 1-1. Exército Brasileiro - Garbo e tradição

c) CONCEITO BÁSICO DA ORDEM UNIDA


A Ordem Unida se caracteriza por uma disposição individual e consciente
altamente motivada, para a obtenção de determinados padrões coletivos de
uniformidade, sincronização e garbo militar. Deve ser considerada, por todos os
participantes – instrutores e instruendos, comandantes e executantes – como um
significativo esforço para demonstrar a própria disciplina militar, isto é, a situação
de ordem e obediência que se estabelece voluntariamente entre militares, em vista
da necessidade de eficiência na guerra.

d) OBJETIVOS DA ORDEM UNIDA


a. Proporcionar aos homens e às unidades, os meios de se apresentarem e
de se deslocarem em perfeita ordem, em todas as circunstâncias estranhas ao
combate.
b. Desenvolver o sentimento de coesão e os reflexos de obediência, como
fatores preponderantes na formação do soldado.
c. Constituir uma verdadeira escola de disciplina.
d. Treinar oficiais e graduados no comando de tropa.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 121/162)
e. Possibilitar, conseqüentemente, que a tropa se apresente em público,
quer nas paradas, quer nos simples deslocamentos de serviço, com aspecto
enérgico e marcial.

e) DIVISÃO DA INSTRUÇÃO DE ORDEM UNIDA


a. Instrução individual - na qual se ministra ao militar a prática dos
movimentos individuais, preparando-o para tomar parte nos exercícios de instrução
coletiva.
b. Instrução coletiva - na qual é instruída a fração, a subunidade e a
unidade, segundo planejamento específico.

5.1.2 DEFINIÇÕES

a) TERMOS MILITARES
Os termos militares têm um sentido preciso, em que são exclusivamente
empregados, quer na linguagem corrente, quer nas ordens e partes escritas. Daí a
necessidade das definições que se seguem:

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 122/162)


(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 123/162)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 124/162)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 125/162)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 126/162)
b) COMANDOS E MEIOS DE COMANDO

Na Ordem Unida, para transmitir sua vontade à tropa, o comandante poderá


empregar a voz, o gesto, a corneta (clarim) e/ou apito.
a. Vozes de comando - são formas padronizadas, pelas quais o
comandante de uma fração exprime verbalmente a sua vontade. A voz constitui o
meio de comando mais empregado na Ordem Unida. Deverá ser usada, sempre
que possível, pois permite execução simultânea e imediata.
(1) As vozes de comando constam geralmente de:
(a) Voz de advertência - é um alerta que se dá à tropa, prevenindo a para o
comando que será enunciado. Exemplos: “PRIMEIRO PELOTÃO!” ou “ESCOLA!”
ou “ESQUADRÃO!”.
1) A voz de advertência pode ser omitida, quando se enuncia uma
sequência de comandos. Exemplo: “PRIMEIRA COMPANHIA! - SENTIDO!
OMBRO-ARMA! - APRESENTAR-ARMA! - OLHAR A DIREITA! – OLHAR
FRENTE!”.
2) Não há, portanto, necessidade de repetir a voz de advertência antes de
cada comando.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 127/162)


(b) Comando propriamente dito - tem por finalidade indicar o movimento a
ser realizado pelos executantes. Exemplos: “DIREITA!”, “ORDINÁRIO!”, ”PELA
ESQUERDA!”, “ACELERADO!”, “CINCO PASSOS EM FRENTE!”.
1) Às vezes, o comando propriamente dito, impõe a realização de certos
movimentos, que devem ser executados pelos homens antes da voz de execução.
Exemplo: (tropa armada, na posição de “Sentido”) “ESCOLA! DIREITA (os homens
terão de fazer o movimento de “Arma Suspensa”), VOLVER!”.
2) A palavra “DIREITA” é um comando propriamente dito e comporta-se,
neste caso, como uma voz de execução, para o movimento de “Arma Suspensa”.
3) Torna-se, então, necessário que o comandante enuncie estes comandos
de maneira enérgica, definindo com exatidão o momento do movimento
preparatório e dando aos homens o tempo suficiente para realizarem este
movimento, ficando em condições de receberem a voz de execução.
4) É igualmente necessário que haja um intervalo entre o comando
propriamente dito e a voz de execução, quando os comandantes subordinados
tiverem que emitir vozes complementares.
5) O comando propriamente dito, em princípio, deve ser longo. O
Comandante deve esforçar-se para pronunciar correta e integralmente todas as
palavras que compõem o comando. Tal esforço , porém, não deve ser enunciado,
porque isto comprometerá a uniformidade de execução pela tropa. Este cuidado é
particularmente importante em comandos propriamente ditos que correspondem à
execução de movimentos preparatórios, como foi mostrado acima.
(c) Voz de execução - tem por finalidade determinar o exato momento em
que o movimento deve começar ou cessar.
1) A voz de execução deve ser curta, viva, enérgica e segura. Tem que ser
mais breve que o comando propriamente dito e mais incisiva.
2) Quando a voz de execução for constituída por uma palavra oxítona (que
tem a tônica na última sílaba), é aconselhável um certo alongamento na
enunciação da(s) sílaba(s) inicial(ais), seguido de uma enérgica emissão da sílaba
final. Exemplos: “PER-FI-LAR!” - “CO-BRIR!” - “VOL-VER!” “DESCAN-SAR!”.
3) Quando, porém, a tônica da voz de execução cair na penúltima sílaba, é
imprescindível destacar esta tonicidade com precisão. Nestes casos, a(s) sílaba(s)
final(ais) praticamente não se pronuncia(m). Exemplos: “MAR-CHE!”, “AL-TO!”,
“EM FREN-TE!”, “OR-DI-NÁ-RIO”, “AR-MA!”, “PAS-SO!”.
(2) As vozes de comando devem ser claras, enérgicas e de intensidade
proporcional ao efetivo dos executantes. Uma voz de comando emitida com
indiferença só poderá ter como resultado uma execução displicente.
(3) O comandante deverá emitir as vozes de comando na posição de
“Sentido”, com a frente voltada para a tropa, de um local em que possa ser ouvido
e visto por todos os homens.
(4) Nos desfiles, o comandante dará as vozes de comando com a face
voltada para o lado oposto àquele em que estiver a autoridade (ou o símbolo) a
quem será prestada a continência.
(5) Quando o comando tiver de ser executado simultaneamente por toda a
tropa, os comandantes subordinados não o repetirão para suas frações. Caso
contrário, repetirão o comando ou, se necessário, emitirão comandos
complementares para as mesmas.
(6) As vozes de comando devem ser rigorosamente padronizadas, para que
a execução seja sempre uniforme. Para isto, é necessário que os instrutores de
Ordem Unida as pratiquem individualmente, antes de comandarem uma tropa,
seguindo as instruções constantes do CI 22-5/1 - ORDEM UNIDA - CONSELHO
AOS INSTRUTORES.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 128/162)
c. Emprego da corneta (ou clarim) - os toques de corneta (clarim) serão
empregados de acordo com o C 20-5 - MANUAL DE TOQUES DO EXÉRCITO.
Quando uma “Escola” atingir um certo progresso na instrução individual, deverão
ser realizadas sessões curtas e frequentes de Ordem Unida, com os comandos
executados por meio de toques de corneta (clarim). Consegue-se, assim,
familiarizar os homens com os toques mais simples, de emprego usual. O homem
deve conhecer os toques correspondentes às diversas posições, aos movimentos
das armas e os necessários aos deslocamentos.

TÍTULO 5.2 – MOVIMENTOS SEM ARMA A PÉ FIRME

5.2.1 POSIÇÕES

a. Sentido - nesta posição, o homem ficará imóvel e com a frente voltada


para o ponto indicado. Os calcanhares unidos, pontas dos pés voltadas para fora,
de modo que formem um ângulo de aproximadamente 60 graus. O corpo
levemente inclinado para a frente com o peso distribuído igualmente sobre os
calcanhares e as plantas dos pés, e os joelhos naturalmente distendidos. O busto
aprumado, com o peito saliente, ombros na mesma altura e um pouco para trás,
sem esforço. Os braços caídos e ligeiramente curvos, com os cotovelos um pouco
projetados para a frente e na mesma altura. As mãos espalmadas, coladas na
parte exterior das coxas, dedos unidos e distendidos, sendo que, o médio deverá
coincidir com a costura lateral da calça . Cabeça erguida e o olhar fixo à frente.
(Fig 2-1 e 2-2)

Fig 2-1. Posição de Sentido (frente) Fig 2-2. Posição de Sentido (perfil)

Para tomar a posição de “Sentido”, o homem unirá os calcanhares com


energia e vivacidade, de modo a se ouvir esse contato; ao mesmo tempo, trará as
mãos diretamente para os lados do corpo, batendo-as com energia ao colá-las às
coxas. Durante a execução deste movimento, o homem afastará os braços cerca
de 20 cm do corpo, antes de colar as mãos às coxas. O calcanhar esquerdo
deverá ser ligeiramente levantado para que o pé não arraste no solo. O homem
tomará a posição de “Sentido” ao comando de “SENTIDO!”.
b. Descansar - estando na posição de “Sentido”, ao comando de
“DESCANSAR!”, o homem deslocará o pé esquerdo, a uma distância
aproximadamente igual a largura de seus ombros, para a esquerda, elevando
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 129/162)
ligeiramente o corpo sobre a ponta do pé direito, para não arrastar o pé esquerdo.
Simultaneamente, a mão esquerda segurará o braço direito pelo pulso, a mão
direita fechada colocada às costas, pouco abaixo da cintura. Nesta posição, as
pernas ficarão naturalmente distendidas e o peso do corpo igualmente distribuído
sobre os pés, que permanecerão num mesmo alinhamento. Esta é a posição do
militar ao entrar em forma, onde permanecerá em silêncio e imóvel. (Fig 2-3 e 2-4)

Fig 2-3. Posição de Descansar (frente) Fig 2-4. Posição de Descansar (costas)

c. À Vontade - o comando de “À VONTANDE” deverá ser dado quando os


homens estiverem na posição de “Descansar”. Estando os homens na posição de
“Sentido”, deverá ser dado primeiro o comando de “DESCANSAR!” e, em seguida,
o de “À VONTADE!”. A este comando, o homem manterá o seu lugar em forma, de
modo a conservar o alinhamento e a cobertura. Poderá mover o corpo e falar. Para
cessar a situação de “À Vontade”, o comandante ou instrutor dará uma voz ou
sinal de advertência: “ATENÇÃO!”. Os homens, então, individualmente, tomarão a
posição de “DESCANSAR”. O Comandante (ou instrutor) poderá, de acordo com a
situação, introduzir restrições que julgue necessárias ou convenientes, antes de
comandar “À VONTADE!”. Tais restrições, porém, não devem fazer parte da voz
de comando.
d. Em Forma - ao comando de “ESCOLA (GRUPO, PELOTÃO etc.) – BASE
TAL HOMEM - FRENTE PARA TAL PONTO - COLUNA POR UM (DOIS, TRÊS,
etc.), ou LINHA EM UMA FILEIRA (DUAS ou TRÊS)" seguido da voz de execução
“EM FORMA!”, cada homem deslocar-se-á rapidamente para o seu lugar e, com o
braço esquerdo distendido para a frente, tomará a distância regulamentar. Se
posicionado na testa da fração, tomará o intervalo regulamentar conforme descrito
no Capítulo 4, parágrafo 4-13. Depois de verificar se está corretamente coberto e
alinhado, tomará a posição de “Descansar”.
e. Cobrir – Para que uma tropa retifique a cobertura, ser-lhe-á dado o
comando de “COBRIR!”. A este comando, que é dado com a tropa na posição de
“Sentido”, o homem estenderá o braço esquerdo para frente, com a palma da mão
para baixo e os dedos unidos, até tocar levemente com a ponta do dedo médio, a
retaguarda do ombro (ou mochila) do companheiro da frente; colocar-se-á, então,
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 130/162)
exatamente atrás deste, de forma a cobri-lo e, em seguida, posicionar-se-á na
mesma linha em que se encontrem os companheiros à sua direita, alinhando-se
por eles (Fig 4-7). A mão direita permanece colada à coxa. Os homens da testa,
com exceção do da esquerda (que permanecerá na posição de “Sentido”),
estenderão os braços esquerdos para o lado, palmas das mãos para baixo, dedos
unidos, tocando levemente o lado do ombro direito do companheiro à sua
esquerda. A mão direita permanece colada à coxa. (Fig 7 e 8)

Fig 7. Cobrir - Tropa desarmada - (testa)

Fig 8. Cobrir - Tropa desarmada (coluna)

Se a tropa estiver armada, ao comando de “COBRIR!”, os homens farão


“Arma Suspensa” e, a seguir, procederão como descrito anteriormente. (Fig 9 e 10)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 131/162)


Fig 9. Cobrir - Tropa armada (testa).

Fig 10. Cobrir - Tropa armada (coluna)

Se o comandante desejar reduzir o intervalo entre os homens, logo após


enunciar a fração, comandará “SEM INTERVALO, COBRIR!”. Neste caso, os
homens procederão como descrito anteriormente, com exceção dos homens da
testa, que colocarão as mãos esquerdas fechadas nas cinturas, punhos no
prolongamento dos antebraços, costas das mãos para a frente, cotovelos para a
esquerda, tocando levemente o braço direito do companheiro à sua esquerda. (Fig
11 e 12)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 132/162)


Fig 11. Sem Intervalo, cobrir - Tropa desarmada (testa)

Fig 12. Sem Intervalo, cobrir - Tropa armada (testa)

A cobertura estará correta quando o homem, olhando para a frente, ver


somente a cabeça do companheiro que o precede (a distância deverá ser de um
braço).
O alinhamento estará correto quando o homem, conservando a cabeça
imóvel, olha para a direita e verificar se ele encontra-se no mesmo alinhamento
que os demais companheiros de sua fileira. O intervalo será de um braço (braço
dobrado, no caso de “Sem intervalo”).
Verificada a cobertura e o alinhamento, o comandante da tropa comandará
“FIRME!”. A este comando, os homens descerão energicamente o braço esquerdo,
colando a mão à coxa com uma batida e, ao mesmo tempo, quando for o caso,
abaixarão a arma, em dois tempos (idênticos aos 4º e 5º tempos do “Descansar
Arma” partindo de “Ombro-Arma”), permanecendo na posição de “Sentido”.

f. Perfilar -

a. Estando a tropa em linha, para retificar o seu alinhamento, será dado o


comando de “BASE TAL HOMEM (FRAÇÃO), PELA DIREITA (ESQUERDA OU
CENTRO)! PERFILAR!”. Após enunciar “BASE TAL HOMEM!”, o comandante
aguardará que o homem-base se identifique e prosseguirá comandando: “PELA
DIREITA (ESQUERDA! ou PELO CENTRO!)”. Fará nova pausa, esperando que os
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 133/162)
homens tomem a posição de “Sentido”, se desarmados, ou tomem esta posição e
realizem o movimento de “Arma Suspensa”, se armados. Em seguida, comandará
“PERFILAR!”.
b. À voz de execução “PERFILAR!”, os homens da testa e os da coluna do
homem-base procederão como no movimento de “Cobrir”. Ao mesmo tempo, todos
os homens voltarão vivamente o rosto para a coluna do homem-base. Em seguida,
tomarão os intervalos e distâncias, sem erguer o braço esquerdo. Se a tropa
estiver armada, os homens, com exceção do homem-base, farão “Arma
Suspensa”. (Fig 4-13).
c. Se o comandante desejar reduzir os intervalos, comandará “BASE TAL
HOMEM! (FRAÇÃO!) SEM INTERVALO! PELA DIREITA! PELA ESQUERDA! ou
PELO CENTRO! PERFILAR!”. Os homens da testa, com exceção do da esquerda
(que permanecerá na posição de “Sentido”), colocarão a mão esquerda fechada na
cintura, punho no prolongamento do antebraço, costas da mão para a frente,
cotovelo para a esquerda, até tocar levemente o braço direito do companheiro à
sua esquerda. Os homens da coluna do homem-base estenderão o braço
esquerdo à frente, até tocarem levemente à retaguarda do ombro direito do
companheiro da frente. Todos os homens voltarão vivamente o rosto para a coluna
do homem-base. (Fig 13 e 14)

Fig 13. Pela Direita - Perfilar Fig 14. Sem Intervalo - Pelo Centro Perfilar

f. Fora de Forma - ao comando de “FORA DE FORMA, MARCHE!”, os


homens romperão a marcha com o pé esquerdo e sairão de forma com rapidez.
Quando necessário, o comando será precedido da informação “NAS
PROXIMIDADES”, a qual não fará parte da voz de comando. Neste caso, os
homens deverão manter a atenção no seu comandante, permanecendo nas
imediações.
g. Olhar à Direita (Esquerda) - Tropa a pé firme - na continência a pé firme,
ao comando de “OLHAR À DIREITA (ESQUERDA)!“, cada homem girará a cabeça
para o lado indicado, olhará francamente a autoridade que se aproxima e, à
proporção que esta se deslocar, acompanhará com a vista, voltando naturalmente
a cabeça, até que ela tenha atingido o último homem da esquerda (direita). Ao
comando de “OLHAR, FRENTE!", volverá a cabeça, energicamente, para a frente.
h. Olhar à Direita (Esquerda) - Tropa em deslocamento - Quando no passo
ordinário, a última sílaba do comando de “SENTIDO! OLHAR À DIREITA!" deverá
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 134/162)
coincidir com a batida do pé esquerdo no solo; quando o pé esquerdo voltar a
tocar o solo, com uma batida mais forte, deverá ser executado o giro de cabeça
para o lado indicado, de forma enérgica e sem desviar a linha dos ombros. Para
voltar a cabeça à posição normal, será dado o comando de “OLHAR, FRENTE!“
nas mesmas condições do “OLHAR À DIREITA (ESQUERDA)".
i. Olhar à Direita (Esquerda) - Tropa em desfile - na altura da primeira baliza
vermelha, será dado o comando de “SENTIDO ! OLHAR À DIREITA!", que deverá
coincidir com a batida do pé esquerdo no solo; quando o pé esquerdo voltar a
tocar o solo, com uma batida mais forte, deverá ser executado o giro de cabeça
para o lado indicado, de forma enérgica e sem desviar a linha dos ombros. Ao
comando de “OLHAR, FRENTE!“, que será dado quando a retaguarda do
grupamento ultrapassar a segunda baliza vermelha, a tropa girará a cabeça no pé
esquerdo seguinte ao comando.
j. Apresentar arma - O comando de “APRESENTAR ARMA!” deverá ser
dado quando os homens estiverem na posição de “Sentido”. Estando os homens
na posição de “Descansar”, deverá ser dado primeiro o comando de “SENTIDO!”
e, em seguida, o de “APRESENTAR ARMA!”. A este comando o homem irá prestar
a continência.
(1) Sem cobertura - em movimento enérgico, leva a mão direita, tocando
com a falangeta do dedo médio o lado direito da fronte, procedendo similarmente
ao descrito acima. (Fig 2-5)
(2) Com cobertura - em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado da
cobertura, tocando com a falangeta do indicador a borda da pala, um pouco
adiante do botão da jugular, ou lugar correspondente, se a cobertura não tiver pala
ou jugular; a mão no prolongamento do antebraço, com a palma voltada para o
rosto e com os dedos unidos e distendidos; o braço sensivelmente horizontal,
formando um ângulo de 45º com a linha dos ombros; olhar franco e naturalmente
voltado para o superior. Para desfazer a continência, abaixa a mão em movimento
enérgico, voltando à posição de sentido. (Fig 2-6)

Fig 2-5. Apresentar arma sem cobertura Fig 2-6. Apresentar arma com cobertura

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 135/162)


l. Sentado (Ao solo) - Partindo da posição de descansar, ao comando de
“SENTADO UM-DOIS!” o militar dará um salto, em seguida, sentará com as pernas
cruzadas (perna direita à frente da esquerda), envolvendo os joelhos com os
braços, e com a mão esquerda deverá segurar o braço direito pelo pulso mantendo
a mão direita fechada. Para retornar a posição de descansar, partindo da posição
sentado, deve-se comandar “DE PÉ UM-DOIS!”. (Fig 2-7)

Fig 2-7. Posição sentado

5.2.2 POSIÇÕES SEM COBERTURA

Nas situações em que o militar tiver que retirar a cobertura, segurando-a


com a mão deverá proceder da seguinte forma:
a. Sentido - O militar deverá tomar a posição de sentido, de forma
semelhante ao descrito na letra “a.” do parágrafo 2-2, porém, deverá segurar a
boina (gorro ou quepe) com a mão esquerda empunhando-os pela lateral
esquerda, braços conforme descrito na letra "a." do parágrafo 2-2, mantendo a
parte interna da cobertura voltada para o corpo e a pala voltada para frente (Fig 2-
8 e 2-9). No caso do capacete, a parte interna ficará voltada para o solo, tendo a
preocupação de fixar a jugular no dedo anular.

Fig 2-8. Posição sentido (boina na mão) Fig 2-9. Posição sentido (gorro na mão)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 136/162)


b. Descansar - O militar deverá tomar a posição de descansar, de forma
semelhante ao descrito na letra “b.” do parágrafo 2-2, porém, deverá segurar a
boina (gorro ou quepe) com a mão esquerda empunhando-os pela lateral
esquerda, mantendo a parte interna da cobertura voltada para o corpo e a pala
voltada para frente (Fig 2-10 e 2-11). O braço direito deverá estar caído ao lado do
corpo, com o dorso da mão voltado para a frente, mantendo o polegar da mão
direita por trás dos demais dedos. No caso do capacete, a parte interna ficará
voltada para o solo, tendo a preocupação de fixar a jugular no dedo anular. (Fig 2-
12)

Fig 2-10. Posição descansar (boina na mão) Fig 2-11. Posição descansar (gorro na mão)

Fig 2-12. Posição descansar (capacete na mão)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 137/162)


TÍTULO 5.3 – MOVIMENTOS SEM ARMA EM DESLOCAMENTOS

5.3.1 PASSOS

a. Generalidades
(1) Cadência - é o número de passos executados por minuto, nas marchas
em passo ordinário e acelerado.
(2) Os deslocamentos poderão ser feitos nos passos: ordinário, sem
cadência, de estrada e acelerado.
b. Passo Ordinário - é o passo com aproximadamente 75 centímetros de
extensão, calculado de um calcanhar a outro e numa cadência de 116 passos por
minuto. Neste passo, o homem conservará a atitude marcial (ver parágrafo 2-5,
letra "b.").
c. Passo sem Cadência - é o passo executado na amplitude que convém ao
homem, de acordo com a sua conformação física e com o terreno. No passo sem
cadência, o homem é obrigado a conservar a atitude correta, a distância e o
alinhamento.
d. Passo de estrada - é o passo sem cadência em que não há a obrigação
de conservar a mesma atitude do passo sem cadência, propriamente dito, embora
o homem tenha que manter seu lugar em forma e a regularidade da marcha (ver C
21-18 - MARCHAS A PÉ).
e. Passo Acelerado - é o passo executado com a extensão de 75 a 80
centímetros, conforme o terreno e numa cadência de 180 passos por minuto.

5.3.2 MARCHAS

a. Generalidades
(1) O rompimento das marchas é feito sempre com o pé esquerdo partindo
da posição de “Sentido” e ao comando de, ”ORDINÁRIO (SEM CADÊNCIA,
PASSO DE ESTRADA ou ACELERADO) MARCHE!”. Estando a tropa na posição
de “Descansar”, ao comando de “ORDINÁRIO (SEM CADÊNCIA, PASSO DE
ESTRADA ou ACELERADO)!”, os homens tomarão a posição de “Sentido” e
romperão a marcha, à voz de “MARCHE!”.
(2) Para fim de instrução, o instrutor poderá marcar a cadência. Para isso,
contará “UM!”, “DOIS!”, conforme o pé que tocar no solo: “UM!”, o pé esquerdo;
“DOIS!”, o pé direito.
(3) As marchas serão executadas em passo ordinário, passo sem cadência,
passo de estrada e passo acelerado.
b. Marcha em “Passo Ordinário”
(1) Rompimento - ao comando de “ORDINÁRIO, MARCHE!”, o homem
levará o pé esquerdo à frente, com a perna naturalmente distendida, batendo no
solo com o calcanhar esquerdo, de modo natural e sem exageros ou excessos;
Levará também à frente o braço direito, flexionando-o para cima, até a altura da
fivela do cinto, com a mão espalmada (dedos unidos) e no prolongamento do
antebraço. Simultaneamente, elevará o calcanhar direito, fazendo o peso do corpo
recair sobre o pé esquerdo e projetará para trás o braço esquerdo, distendido, com
a mão espalmada e no prolongamento do antebraço, até 30 centímetros do corpo.
Levará, em seguida, o pé direito à frente, com a perna distendida naturalmente,
batendo com o calcanhar no solo, ao mesmo tempo em que inverterá a posição
dos braços.
(2) Deslocamento - o homem prossegue, avançando em linha reta,
perpendicularmente à linha dos ombros. A cabeça permanece levantada e imóvel;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 138/162)
os braços oscilam, conforme descrito anteriormente, transversalmente ao sentido
do deslocamento. A amplitude dos passos é aproximadamente 40 centímetros
para o primeiro e de 75 centímetros para os demais. A cadência é de 116 passos
por minuto, marcada pela batida do calcanhar no solo.
(3) Alto - o comando de “ALTO!” deve ser dado quando o homem assentar
o pé esquerdo no solo; ele dará, então, mais dois passos, um com o pé direito e
outro com o pé esquerdo, unindo, com energia, o pé direito ao esquerdo, batendo
fortemente os calcanhares, ao mesmo tempo em que, cessando o movimento dos
braços, irá colar as mãos às coxas, com uma batida, conforme prescrito para a
tomada da posição de “Sentido”.
(4) Marcar Passo - o comando de “MARCAR PASSO!” deverá ser dado nas
mesmas condições que o comando de “ALTO!”. O homem executará o alto e, em
seguida, continuará marchando no mesmo lugar, elevando os joelhos até que os
pés fiquem à altura de 20 centímetros do solo, mantendo a cadência do passo
ordinário. Os braços não deverão oscilar. As mãos ficam espalmadas (dedos
unidos), como durante o deslocamento. O movimento de “Marcar Passo” deve ser
de curta duração. Será empregado com finalidades variadas, tais como: manter a
distância regulamentar entre duas unidades (frações) consecutivas de uma coluna;
retificar o alinhamento e a cobertura de uma fração, antes de se lhe dar o comando
de “ALTO!”, entre outras.
(5) Em Frente - o comando de “EM FRENTE!” deverá ser dado quando o pé
esquerdo assentar no solo; o homem dará, ainda, um passo com o pé direito,
rompendo, em seguida, com o pé esquerdo, a marcha no passo ordinário.
(6) Trocar Passo - ao comando de “TROCAR PASSO!”, o homem levará o
pé, que está atrás, para a retaguarda do que acabar de tocar o solo e, dando logo
em seguida um pequeno passo com o que estava à frente, prosseguirá
naturalmente a marcha. Este movimento deverá ser feito com vivacidade e
executado independentemente de ordem e sempre que for necessário acertar o
passo com os demais homens. Este comando será dado somente a título de
aprendizagem.
c. Marcha em “Passo sem Cadência”
(1) Rompimento da marcha - ao comando de “SEM CADÊNCIA,
MARCHE!”, o homem romperá a marcha em passo sem cadência, devendo
conservar-se em silêncio durante o deslocamento.
(2) Passagem do “Passo Ordinário” para o “Passo sem Cadência” - estando
o homem em marcha no passo ordinário, ao comando de “SEM CADÊNCIA,
MARCHE!”, iniciará a marcha em passo sem cadência. A voz de execução deverá
ser dada quando o pé esquerdo tocar o solo, de tal forma que a batida seguinte do
calcanhar esquerdo no solo seja mais acentuada, quando então, o homem iniciará
o passo sem cadência. Para voltar ao passo ordinário, bastará comandar
“ORDINÁRIO, MARCHE!”. Ao comando de “ORDINÁRIO!”, o homem-base iniciará
a marcha no passo ordinário e os demais homens irão acertando o passo por este.
Após um pequeno intervalo de tempo, será dada a voz de “MARCHE!”, quando o
pé esquerdo tocar o solo.
(3) Alto - estando em passo sem cadência, ao comando de “ALTO!” (com a
voz alongada), o homem dará mais dois passos e unirá o pé que está atrás ao da
frente, voltando à posição de “Sentido”.
d. Marcha em “Passo de estrada”
(1) Nos deslocamentos em estradas e fora das localidades, para
proporcionar maior comodidade à tropa, ser-lhe-á permitido marchar em passo de
estrada. Ao comando de “PASSO DE ESTRADA, MARCHE!”, o homem marchará
no passo sem cadência podendo, no deslocamento, falar, cantar, fumar, beber e
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 139/162)
comer. Para fazer com que a tropa retome o passo ordinário, ser-lhe-á dado,
primeiro, o comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!” e, somente então, se
comandará “ORDINÁRIO, MARCHE!”.
(2) Os passos sem cadência ou de estrada não têm amplitude e cadência
regulares, devendo-se, porém, evitar o passo muito rápido e curto, que é por
demais fatigante. O aumento da velocidade deverá ser conseguido com o aumento
da amplitude do passo e não com a aceleração da cadência. Uma tropa, no passo
sem cadência, ou no passo de estrada, deverá percorrer 80 metros por minuto ou
seja, cerca de 106 passos de 75 centímetros.
(3) Alto - estando a tropa em “Passo de estrada”, comandar-se-á “SEM
CADÊNCIA, MARCHE!”, antes de se comandar “ALTO!”. A este último comando, a
tropa procederá conforme a letra "c." item (3) anterior.
e. Marcha em “Passo Acelerado”
(1) No rompimento da marcha, partindo da posição de “sentido” – ao
comando de “ACELERADO!”, o homem levantará os antebraços, encostando os
cotovelos com energia ao corpo e formando com os braços ângulos
aproximadamente retos; as mãos fechadas, sem esforço e naturalmente voltadas
para dentro, com polegar para cima, apoiado sobre o indicador. À voz de
“MARCHE”, levará o pé esquerdo com a perna ligeiramente curva para frente, o
corpo no prolongamento da perna direita e correrá cadenciadamente, movendo os
braços naturalmente para frente e para trás sem afastá-los do corpo. A cadência é
de 180 passos por minuto. Em “ACELERADO”, as pernas se dobram, como na
corrida curta.
(2) Passagem do “passo ordinário” para o “passo acelerado”- estando a
tropa marchando no passo ordinário, ao comando de “ACELERADO!” ,levantará os
antebraços, conforme descrito no item (1) acima, no momento em que o próximo
pé esquerdo tocar ao solo; a voz de “MARCHE!” deverá ser dada ao assentar o pé
esquerdo ao solo; o homem dará mais três passos, iniciando, então, o acelerado
com o pé esquerdo de acordo com o que está escrito para o início do “acelerado“,
partindo da posição de “sentido“
(3) Passagem do “passo sem cadência” para o “passo acelerado” – se a
tropa estiver marchando no passo sem cadência, antes do comando de
“ACELERADO, MARCHE!”, comandar-se-á “ORDINÁRIO, MARCHE!”.
(4) Alto - o comando deverá ser dado quando o homem assentar o pé
esquerdo no solo; ele dará mais quatro passos em acelerado e fará alto, unindo o
pé direito ao esquerdo e, abaixando os antebraços, colocará as mãos nas coxas,
com uma batida. A união dos pés e a batida das mãos nas coxas, deverão ser
executadas simultaneamente.
(5) Passagem do “passo acelerado” para o “passo ordinário” – estando em
acelerado, a voz de execução deverá ser dada quando o pé esquerdo assentar no
solo; o homem dará mais três passos em acelerado, iniciando, então, o passo
ordinário com a perna esquerda.
f. Deslocamentos curtos - poderão ser executados ao comando de
“TANTOS PASSOS EM FRENTE! MARCHE!”. O número de passos será sempre
ímpar. À voz de “MARCHE!”, o homem romperá a marcha no passo ordinário,
dando tantos passos quantos tenham sido determinados e fará alto, sem que para
isso seja necessário novo comando.

5.3.3 VOLTAS

a. A pé firme - todos os movimentos serão executados na posição de


“Sentido”, mediante os comandos abaixo:

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 140/162)


(1) “DIREITA (ESQUERDA), VOLVER!” - à voz de execução “VOLVER!”, o
homem voltar-se-á para o lado indicado, de um quarto de círculo, sobre o
calcanhar do pé direito (esquerdo) e a planta do pé esquerdo (direito), e, terminada
a volta, assentará a planta do pé direito (esquerdo) no solo; unirá depois o pé
esquerdo (direito) ao direito (esquerdo), batendo energicamente os calcanhares.
(2) “MEIA VOLTA, VOLVER!”- será executada como “Esquerda Volver”,
sendo a volta de 180 graus.
(3) “OITAVO À DIREITA (ESQUERDA), VOLVER!”. Será executado do
mesmo modo que ”DIREITA (ESQUERDA) VOLVER”, mas, a volta é de apenas 45
graus.
(4) Em campanha e nas situações em que seja difícil à tropa executar voltas
a pé firme (Ex.: tropa portando material ou equipamento pesado), deverá ser
comandado “FRENTE PARA A DIREITA (ESQUERDA, RETAGUARDA)!”, para
que seja mudada a frente e uma fração. A este comando, o homem volverá, por
meio de um salto, para o lado indicado com energia e vivacidade. Tal comando
deverá ser dado com a tropa na posição de “Descansar”. Após executá-lo,
permanecerá nesta posição.
b. Em marcha - as voltas em marcha só serão executadas nos
deslocamentos
no passo ordinário.
(1) “DIREITA, VOLVER!” - A voz de execução “VOLVER!” deverá ser dada
no momento em que o pé direito assentar no solo; com o pé esquerdo, ele dará um
passo mais curto e volverá à direita, marcará um passo no mesmo lugar com o pé
direito e romperá a marcha com o pé esquerdo.
(2) “ESQUERDA, VOLVER!” - A voz de execução “VOLVER” deverá ser
dada no momento em que o pé esquerdo assentar no solo; com o pé direito, ele
dará um passo mais curto e volverá à esquerda, marcará um passo no mesmo
lugar com o pé esquerdo e romperá a marcha com o pé direito.
(3) “OITAVO À DIREITA (ESQUERDA), VOLVER!” - será executado do
mesmo modo que “Direita (Esquerda), Volver”, porém, a rotação será apenas de
45 graus.
(4) “MEIA VOLTA, VOLVER!” - a voz de execução “VOLVER!” deverá ser
dada ao assentar o pé esquerdo no solo; o pé direito irá um pouco à frente do
esquerdo, girando o homem vivamente pela esquerda sobre as plantas dos pés,
até mudar a frente para a retaguarda, rompendo a marcha com o pé direito e
prosseguindo na nova direção.
(5) Estando a tropa em passos sem cadência e sendo necessário mudar a
sua frente, o comandante da fração poderá comandar “FRENTE PARA A DIREITA
(ESQUERDA, RETAGUARDA)!”. A este comando, os homens se voltarão
rapidamente para a frente indicada, por meio de um salto, prosseguindo no passo
sem cadência.

TÍTULO 5.4 - MOVIMENTOS COM ARMA A PÉ FIRME

5.4.1 MOVIMENTOS COM ARMA A PÉ FIRME, À VIVA VOZ E À CORNETA

a) Generalidades
Desde que se tenha obtido certo desembaraço na instrução de ordem unida
sem arma, será iniciada a instrução com arma (estas instruções poderão ser
alternadas).

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 141/162)


O presente capítulo tratará apenas da ordem unida para homens armados
de fuzil automático leve (FAL), PÁRA-FAL, Mosquetão 7,62 M 968, pistola,
metralhadora de mão e espada. Nos treinamentos de ordem unida, nas revistas,
nos desfiles e outras atividades, as armas coletivas (metralhadoras, morteiros,
lança-rojões etc.), normalmente, não serão conduzidas a braço e sim nos meios de
transportes orgânicos. Da mesma forma, tendo em vista o peso do Fz Mtz 7.62 M
964 (FAP) e a consequente dificuldade de executar movimentos com esta arma,
ela, normalmente, não deverá ser conduzida a braço na Ordem Unida.
Os homens armados de FAL, PÁRA-FAL, Mosquetão, pistola, metralhadora
de mão e espada, entrarão em forma, inicialmente, na posição de “Descansar”.
As armas de fogo acima deverão ser conduzidas descarregadas e
desengatilhadas. Mediante ordem especial, as armas poderão ser conduzidas
carregadas, porém, neste caso, deverão estar travadas.
Nas sessões de ordem unida, nas formaturas e desfiles em que se utilize o
FAL, a bandoleira deve permanecer complemente esticada, passando por trás do
pomo da alavanca de manejo, com suas partes metálicas voltadas para a frente e
o grampo inferior tangenciando o respectivo zarelho. No PÁRA-FAL a bandoleira
deve ser ajustada de forma a permitir os movimentos com o armamento. (Fig 15)

Fig 15 Zarelho

5.4.2 FUZIL 7,62 M 964 (FAL) – Posições

a. Sentido - Nesta posição, o fuzil ficará na vertical, ao lado do corpo e


encostado à perna direita, chapa da soleira no solo junto ao pé direito, pelo lado de
fora, com o bico na altura da ponta do pé. Os braços deverão estar ligeiramente
curvos, de modo que os cotovelos fiquem na mesma altura. A mão direita segurará
a arma, com o polegar por trás, os demais dedos unidos e distendidos à frente,
apoiados sobre o guarda-mão. A mão esquerda e os calcanhares ficarão como na
posição de “Sentido”, sem arma. Para tomar a posição de “Sentido”, o homem
unirá os calcanhares com energia, ao mesmo tempo em que, afastando a mão
esquerda, no máximo 20 cm, a colará na coxa, com uma batida. (Fig 16 e 17)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 142/162)


Fig 16. Posição de sentido (frente) Fig 17. Posição de Sentido (perfil)

b. Descansar - Para tomar esta posição, o homem deslocará o pé esquerdo


a uma distância aproximadamente igual a largura de seus ombros para a
esquerda, ficando as pernas distendidas e o peso do corpo igualmente distribuído
sobre os pés, que permanecerão no mesmo alinhamento. A mão direita segurará a
arma da mesma forma que na posição de “Sentido”. A mão esquerda ficará caída
naturalmente, ao lado do corpo, junto à costura da calça, com o seu dorso voltado
para a frente, polegar por trás dos demais dedos. (Fig 18)

Fig 18. Posição de Descansar

Movimentos com arma a pé firme

a. Nos movimentos com arma a pé firme, somente os braços e as mãos


entrarão em ação; a parte superior do corpo ficará perfilada e imóvel. Os diversos
tempos de que se compõem os movimentos deverão ser executados com rigorosa
precisão e uniformidade, seguindo-se uns aos outros na cadência correspondente
a 116 passos por minuto. A arma estará com o carregador, podendo estar de
baioneta armada ou não. É proibido bater com a soleira da arma no solo.
b. Ombro-Arma, partindo da posição de “Sentido”
(1)1º Tempo - o homem erguerá a arma na vertical, empunhando-a com a
mão direita, cotovelo junto ao corpo e para baixo; a arma ficará colada ao corpo
com seu punho voltado para a frente. A mão esquerda, abaixo da direita, segurará
a arma pelo guarda-mão, de modo que o dedo polegar fique sobre a 2ª janela de

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 143/162)


refrigeração, os demais dedos devem estar unidos. O antebraço esquerdo deverá
ficar, então, na horizontal e colado ao corpo. (Fig 19 e 20)
(2) 2º Tempo - ao mesmo tempo que a mão esquerda traz o fuzil inclinado à
frente do corpo, com o punho para baixo, a mão direita abandonará a posição
inicial, indo empunhar a arma pelo delgado, o dedo polegar por trás e os demais
dedos unidos à frente da arma. Nesta posição, a mão esquerda deverá estar na
altura do ombro e a direita na altura do cinto. O cotovelo esquerdo colar-se-á ao
corpo e o direito projetar-se-á para a frente. A arma ficará colada ao corpo,
formando um ângulo de 45º com a linha dos ombros. (Fig 21)
(3) 3º Tempo - a mão direita erguerá o fuzil, girando-o, até que venha se
colocar num plano vertical, perpendicular à linha dos ombros, e fique apoiado no
ombro esquerdo pela alavanca de manejo e com o punho voltado para a esquerda.
Simultaneamente, a mão esquerda soltará o guarda-mão e virá empunhar a arma
por baixo da soleira, de modo que esta, fique apoiada na palma da mão, os dedos
unidos e distendidos ao longo da coronha e voltados para a frente, dedo polegar
sobre o bico da soleira. O braço esquerdo ficará colado ao corpo, com o antebraço
na horizontal e de forma que a coronha da arma fique afastada do corpo. (Fig 22)
(4) 4º Tempo - o homem retirará a mão direita da arma, fazendo-a recair com
vivacidade, rente ao corpo, até à coxa, e colando à costura lateral da calça, com
uma batida. (Fig 23 e 24)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 144/162)


Fig 19. Ombro-Arma 1º Tempo Fig 20. Ombro - Arma 1º Tempo
(frente) (perfil)

Fig 21. Ombro-Arma Fig 22. Ombro-Arma partindo


partindo da 1º posição de da 1º posição de “Sentido” 3º
“Sentido” 2º Tempo Tempo

Fig 23. Ombro-Arma Fig 24. Ombro-Arma partindo


partindo da 1º posição de da 1º posição de “Sentido” 4º
“Sentido” 4º Tempo (frente) Tempo (perfil)

c. Apresentar-Arma, partindo da posição de “Sentido”

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 145/162)


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo de “Ombro-Arma” partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 25)
2º Tempo - o homem, energicamente, trará a arma com a mão esquerda
para a posição vertical, à frente do corpo, cobrindo a linha de botões do blusão,
punho voltado para a frente, ao mesmo tempo em que a mão direita colocar-se-á
abaixo do punho, costa da mão para cima, dedos unidos e distendidos encostados
à parte posterior do punho da arma, polegar tocando o botão do cursor da alça de
mira que, sempre, deverá estar com a alça em branco. A mão esquerda empunha
a arma com os dedos unidos e o polegar distendido sobre a segunda janela de
refrigeração. Nesta posição, a massa de mira deverá estar na altura da boca do
homem. Os cotovelos se projetam para a frente e o antebraço esquerdo fica na
horizontal.

Fig 25. Apresentar-Arma Fig 26. Apresentar-Arma


partindo da 1º posição de partindo da 1º posição de
“Sentido” 1º Tempo “Sentido” 2º Tempo

Fig 27. Apresentar-Arma partindo da 1º posição de “Sentido” 2º Tempo

d. Descansar-Arma, partindo da posição de “Ombro-Arma”


1º Tempo - a mão direita subirá vivamente e irá empunhar a arma pelo
delgado, retomando, desse modo, ao 3º Tempo de “Ombro-Arma”. Esse
movimento deverá ser marcado por uma batida da mão direita na arma. (Fig 28)
2º Tempo - a mão direita trará a arma para a frente do corpo, enquanto a
mão esquerda soltará a coronha e irá empunhar o guarda-mão, à altura do ombro
esquerdo, retomando, assim, ao 2º Tempo de “Ombro-Arma”. (Fig 29)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 146/162)
3º Tempo - a mão esquerda trará a arma para a vertical e para o lado direito
do corpo, enquanto a direita soltará o delgado e, com uma batida forte na arma,
empunhará o guarda-mão, colocando-se acima da mão esquerda como no 1º
Tempo de “Ombro-Arma”. (Fig 30)
4º Tempo - ao mesmo tempo em que a mão esquerda solta a arma e desce
rente ao corpo, até se juntar à coxa, com uma batida, a mão direita levará a arma
para baixo na vertical, até que o antebraço forme um ângulo aproximadamente de
45 graus com a linha dos ombros, braço direito colado ao corpo, antebraço
ligeiramente afastado, arma sem tocar o solo. (Fig 31)
5º Tempo - a mão direita trará a arma para junto do corpo, sem bater com a
coronha no chão, retomando, assim, à posição de “Sentido”.

Fig 28. Descansar - Arma partindo da Fig 29. Descansar - Arma partindo da posição
posição de “Ombro-Arma” 1º Tempo de “Ombro-Arma” 2º Tempo

Fig 30. Descansar - Arma partindo da Fig 31. Descansar - Arma partindo da
posição de “Ombro-Arma” 3º Tempo posição de “Ombro-Arma” 4º Tempo (frente)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 147/162)


Fig 31. “Descansar-Arma” partindo da Fig 30. Descansar -Arma partindo da
posição de “Ombro-Arma” 4º Tempo (perfil) posição de “Ombro-Arma” 5º Tempo

e. Descansar-Arma, partindo da posição de “Apresentar-Arma”


1º Tempo - enquanto a mão esquerda leva a arma para o lado direito do
corpo, a mão direita sairá de sua posição abaixo do punho e, dando uma batida
forte na arma, irá empunhar o guarda-mão, colocando-se acima da mão esquerda
como no 1º Tempo de “Apresentar-Arma”. (Fig 31)
2º Tempo - idêntico ao 4º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do
“Ombro-Arma”. (Fig 32)
3º Tempo - idêntico ao 5º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do
“Ombro-Arma”. (Fig 33)

Fig. 31. Descansar-Arma, Fig. 32. Descansar-Arma, Fig. 33. Descansar-Arma,


partindo da posição de partindo da posição de partindo da posição de
“Apresentar-Arma” 1º “Apresentar-Arma” 2º “Apresentar-Arma” 3º
Tempo Tempo Tempo

f. Apresentar-Arma, partindo da posição de “Ombro-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do
“Ombro-Arma”. (Fig 34)
2º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Descansar-Arma” partindo do “Ombro-
Arma”. (Fig 35)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 148/162)


3º Tempo - idêntico ao 3º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do
“Ombro-Arma”. (Fig 36)
4º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Apresentar-Arma”, partindo da posição
de “Sentido”. (Fig 37)

Fig 34 Apresentar- Fig 35 Apresentar-


Arma, partindo da posi- Arma, partindo da posi-
ção de “Ombro- ção de “Ombro-
Arma” 1º Tempo Arma” 2º Tempo

Fig 36 Apresentar- Fig 37 Apresentar-


Arma, partindo da posi- Arma, partindo da posi-
ção de “Ombro- ção de “Ombro-
Arma” 3º Tempo Arma” 4º Tempo

g. “Ombro-Arma”, partindo da posição de “Apresentar-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do
“Apresentar-Arma”. (Fig 36)
2º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 37)
3º Tempo - idêntico ao 3º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 38)
4º Tempo - idêntico ao 4º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 39)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 149/162)


Fig 36. “Ombro – Arma”, partindo da Fig 37. “Ombro – Arma”, partindo
posição de “Apresentar - Arma” 1º da posição de “Apresentar - Arma”
Tempo 2º Tempo

Fig 38. “Ombro – Arma”, partindo Fig 39. “Ombro – Arma”, partindo da
da posição de “Apresentar - Arma” posição de “Apresentar - Arma” 4º
3º Tempo Tempo

h. Cruzar-Arma, partindo da posição de “Sentido”


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 40)
2º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 41)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 150/162)


Fig 40. “Cruzar – Arma”, partindo da Fig 41. “Cruzar – Arma”, partindo da
posição de “Sentido” 1º Tempo posição de “Sentido” 2º Tempo

i. Cruzar-Arma, partindo da posição de “Ombro-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do
“Ombro-Arma”. (Fig 42)
2º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do
“Ombro-Arma”. (Fig 43)

Fig 42. “Cruzar–Arma”, partindo da Fig 43. “Cruzar–Arma”, partindo da


posição de “Ombro-Arma” 1º Tempo posição de “Ombro-Arma” 2º Tempo

j. Descansar-Arma, partindo da posição de “Cruzar-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 3º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do
“Ombro-Arma”. (Fig 44)
2º Tempo - idêntico ao 4º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do
“Ombro-Arma”. (Fig 45)
3º Tempo - idêntico ao 5º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do
“Ombro-Arma”. (Fig 46)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 151/162)


Fig 44. “Descansar–Arma”, Fig 45. “Descansar–Arma”, Fig 46. “Descansar–Arma”,
partindo da posição de partindo da posição de partindo da posição de
“Cruzar-arma” 1º Tempo “Cruzar-arma” 2º Tempo “Cruzar-arma” 3º Tempo

k. Ombro-Arma, partindo da posição de “Cruzar-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 3º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 47)
2º Tempo - idêntico ao 4º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 48)

Fig 47. “Ombro-Arma”, partindo da Fig 48. “Ombro-Arma”, partindo da


posição de “Cruzar-arma” 1º Tempo posição de “Cruzar-arma” 2º Tempo

l. Arma Suspensa - Este comando será sempre seguido da voz de


“ORDINÁRIO, MARCHE!”. O comando será, portanto, “ARMA SUSPENSA-
ORDINÁRIO, MARCHE!”, e o deslocamento com a arma nesta posição deverá ser
sempre curto. Ao comando de “ARMA SUSPENSA - ORDINÁRIO!”, dado com o
homem na posição de “Sentido”, este suspenderá a arma na vertical e, com uma
batida enérgica, apoiará o cotovelo direito no quadril, mantendo o antebraço na
horizontal e conservando o pulso ligeiramente flexionado para cima, a fim de que a
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 152/162)
arma permaneça na vertical. Nesta posição, a arma deverá ficar no mesmo plano
vertical do antebraço e braço, a mão direita segurará a arma. Durante o
deslocamento, que se inicia ao comando de “MARCHE!”, o braço esquerdo oscila
como na marcha no passo ordinário. Para abaixar a arma, ao comando de
“ALTO!”, o homem realiza o movimento em dois tempos, idênticos aos 4º e 5º
Tempos do “Descansar Arma”, partindo do “Ombro-Arma”. A tropa tomará,
também, a posição de “Arma Suspensa” para realizar voltas a pé firme; ou quando
lhe for comandado “COBRIR!” ou “PERFILAR!”; ou “TANTOS PASSOS EM
FRENTE!”. No primeiro caso, abaixará a arma após concluída a volta; no segundo,
ao comando de “FIRME!”; no terceiro, romperá a marcha ao comando de “MAR-
CHE!” e fará alto independentemente do comando, ao completar o número de
passos determinados. Em todos estes casos, abaixará a arma como descrito
acima. (Fig 49, 50, 51 e 52)

Fig 49. Arma Fig 50. Arma Fig 51. Descansar- Fig 52 Descansar-
Suspensa (frente) Suspensa (perfil) Arma, partindo da Arma, partindo da
posição de Arma posição de Arma
Suspensa 1º Tempo Suspensa 2º Tempo

m. Arma na Mão
Partindo da posição de “Sentido”, ao comando de “ARMA NA MÃO, SEM
CADÊNCIA!”, o homem fará o movimento de “Arma na Mão” em três tempos:
1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”; (Fig 53)
2º Tempo - a mão esquerda permanecerá segurando a arma e a direita
levantará a alça de transporte, segurando-a, em seguida, com firmeza; (Fig 54 e
55)
3º Tempo - a mão esquerda abandonará a arma e, descendo rente ao
corpo, irá colar-se à coxa com uma batida; ao mesmo tempo, a mão direita girará a
arma para a frente e o braço direito se distenderá, ficando a arma na posição
horizontal, ao lado do corpo, com o cano voltado para a frente. (Fig 56 e 57)
À voz de “MARCHE!”, o homem romperá a marcha no passo sem cadência.
Ao comando de “ALTO!”, o homem fará alto e, em seguida, voltará a posição de
“Sentido”, realizando os movimentos em quatro tempos:
1º Tempo - a mão direita levantará a arma, de modo que esta fique na
vertical, ao lado do corpo. Simultaneamente, a mão esquerda segurará o guarda-
mão, de modo que o dedo polegar fique sobre a segunda janela de refrigeração;
(Fig 58 e 59)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 153/162)
2º Tempo - a mão esquerda permanecerá segurando a arma; a mão direita
abaixará a alça de transporte e virá empunhar a arma pelo guarda-mão, acima da
mão esquerda; (Fig 60)
3º e 4º Tempos - idênticos aos 4º e 5º Tempos do “Descansar-Arma”,
partindo do “Ombro-Arma”, respectivamente. (Fig 61 e 62)

Fig 53. Arma na Mão 1º Tempo Fig 54. Arma na Mão 2º Fig 55. Arma na Mão 2º Tempo
Tempo (frente) (perfil)

Fig 56. Arma na Mão 3º Tempo (frente) Fig 57. Arma na Mão 3º Tempo (perfil)

Fig 58. “Descansar-Arma”, Fig 59. “Descansar-Arma”,


partindo da posição de “Armas partindo da posição de “Armas na
na Mão” - 1º Tempo Mão” - 1º Tempo

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 154/162)


Fig 60. Descansar- Fig 61. Descansar- Fig 62. Descansar-
Arma, partindo da Arma, partindo da Arma, partindo da
posição de “Armas na posição de “Armas na posição de “Armas na
Mão” 2º Tempo Mão” 3º Tempo Mão” 4º Tempo

n. Em Bandoleira-Arma
O comando de “EM BANDOLEIRA-ARMA!”, será dado estando a tropa na
posição de “Descansar”. À voz de “ARMA!”, o homem suspenderá a arma com a
mão direita e, ao mesmo tempo, segurará a bandoleira com a mão esquerda. Em
seguida, colocará o braço direito entre a bandoleira e a arma. A bandoleira ficará
apoiada no ombro direito e segura pela mão direita à altura do peito, de modo que
a arma se mantenha ligeiramente inclinada (coronha para a frente). O polegar da
mão direita ficará distendido, por baixo da bandoleira e os demais dedos, unidos, a
envolverão. O antebraço direito permanecerá na posição horizontal. (Fig 63, 64 e
65)
Caso a bandoleira não tenha sido previamente alongada, ao comando de
“EM BANDOLEIRA!”, o homem se abaixará ligeiramente e, com ambas as mãos,
dará à bandoleira a extensão necessária mexendo no zarelho superior (Fig 66).
Isto feito, voltará à posição de “Descansar” e aguardará o comando de “ARMA!”,
quando, então, procederá conforme descrito no item (1) acima.

Fig 63. Em Bandoleira-Arma, Fig 64. Em Bandoleira-Arma


tomada da posição (frente)

Descansar-Arma, partindo da posição, de “Em Bandoleira-Arma” este


movimento será executado com a tropa na posição de “Descansar”. Ao comando
de “DESCANSAR-ARMA!”, o homem procederá de maneira inversa ao descrito no
item (1) acima.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 155/162)


Fig 65. Em Bandoleira-Arma Fig 66. Em Bandoleira-Arma
(perfil) (alongamento da bandoleira)

o. Tiracolo-Arma
O comando de “A TIRACOLO-ARMA!”, será dado com a tropa na posição
de “Descansar”. À voz de “ARMA!”, o homem suspenderá a arma com a mão
direita e, ao mesmo tempo, segurará a bandoleira com a mão esquerda. Em
seguida, colocará o braço direito entre a bandoleira e a arma. A mão direita irá
empunhar a arma pela coronha e a forçará para trás e para cima, enquanto a
esquerda fará com que a bandoleira passe sobre a cabeça, indo apoiar-se no
ombro esquerdo. O fuzil ficará de encontro às costas, com o cano para cima e
esquerda, a coronha para a direita e a alavanca de manejo para o lado de fora.
(Fig 67, 68 e 69)
Mediante ordem e somente em exercícios de campo ou em situações
excepcionais, poderá a arma ser conduzida com o cano voltado para a direita e/ou
para baixo.
Caso a bandoleira não tenha sido previamente alongada, ao comando de “A
TIRACOLO” o homem procederá conforme descrito na letra "o." item (2).
Descansar-Arma, partindo de “A Tiracolo-Arma” - ao comando de
“DESCANSAR-ARMA!”, o homem procederá de maneira inversa ao descrito no
item (1) acima.

Fig 67. A Tiracolo- Fig 68. A Tiracolo- Fig 69. A Tiracolo-


Arma (tomada da Arma (frente) Arma (costas)
posição)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 156/162)


p. Ao Solo-Arma
Quando se deseja que uma tropa saia de forma deixando as armas no local
em que se encontrava formada, o comando de “FORA DE FORMA, MARCHE!”,
será precedido pelo comando de “AO SOLO-ARMA!”. Este comando será dado
com a tropa na posição de “Sentido” e o homem o executará em dois tempos,
descritos a seguir:
(a) 1º Tempo - o homem dará um passo à frente com o pé esquerdo e se
abaixará, colocando a arma sobre o solo, ao lado direito do corpo, com o cano
voltado para a frente, alavanca de manejo para baixo e chapa da soleira na altura
da ponta do pé direito. A mão esquerda, espalmada, deverá dar uma batida com
energia sobre a coxa, imediatamente acima do joelho esquerdo. O homem,
durante todo este tempo, permanecerá olhando para a arma. O joelho direito não
toca o solo. (Fig 70 e 71)
(b) 2º Tempo - o homem larga a arma e volta à posição de “Sentido”. (Fig
72)
De preferência, depois do comando de “AO SOLO-ARMA!”, a tropa deverá
realizar um pequeno deslocamento, no passo sem cadência, a fim de que o
comando de “FORA DE FORMA, MARCHE!” possa ser dado fora do local em que
foram deixadas as armas.
Para apanhar as armas, será dado o comando de “APANHAR-ARMA! na
posição de “Sentido”. A este comando, o homem executará o movimento em dois
tempos, na ordem inversa do descrito para colocar a arma no solo.
De preferência, a tropa entrará em forma à retaguarda do local daquele em
que as armas foram deixadas. Executará, a seguir, um deslocamento no passo
sem cadência, cada homem fazendo alto quando atingir o local em que se
encontre sua arma. E, na posição de “Sentido”, aguardará o comando de
“APANHAR-ARMA!”.

Fig 70. Ao Solo-Arma Fig 71. Ao Solo-Arma Fig 72. Ao Solo-


1º Tempo (perfil) 1º Tempo (frente) Arma 2º Tempo

q .Em Funeral-Arma
Esta posição, utilizada quando o homem se encontra na função de sentinela
em câmara ardente, é tomada em três tempos:
1º Tempo - idêntico ao 1º tempo de “Apresentar-Arma”, partindo da posição
de “Sentido”; (Fig 73)
2º Tempo - a mão direita abandonará o guarda-mão e empunhará o
delgado; (Fig 74)
3º Tempo - enquanto a mão direita faz a arma girar de 180 graus plano
vertical, a mão esquerda soltará a arma e virá juntar-se à coxa como na posição de

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 157/162)


“Sentido”. Nesta posição, a boca da arma deverá ficar junto ao pé direito apoiada
no solo. (Fig 75 e 76)

Fig 73. Em Funeral-Arma 1º Fig 74. Em Funeral-Arma 2º


Tempo Tempo

Fig 75. Em Funeral-Arma 3º Fig 76. Em Funeral-Arma 3º


Tempo (frente) Tempo (perfil)

r. Armar-Baioneta na posição de Cruzar-Arma


Os comandos de “ARMAR (DESARMAR)-BAIONETA!” deverão ser dados
com a tropa na posição de “Cruzar-Arma”. Sua execução processar-se-á aos
comandos de “TEMPO UM!”, “TEMPO DOIS!” e “TEMPO TRÊS!” (ou mediante
três toques breves de corneta).
OBSERVAÇÃO: A tropa estando com baioneta armada não deve usar o
intervalo reduzido (“Sem intervalo”).
Armar-Baioneta
(a) 1 º Tempo ao comando de “ARMAR-BAIONETA - TEMPO UM!”, o
homem levará a mão direita ao guarda-mão, imediatamente abaixo da mão
esquerda, enquanto esta irá segurar o punho da baioneta, com as costas da mão
voltada para a frente, polegar por trás do referido punho, permanecendo a arma
cruzada à frente do corpo. O homem permanecerá olhando para a frente. (Fig 77 e
78)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 158/162)


(b) 2º Tempo - ao comando de “TEMPO DOIS!”, o homem, com a mão
esquerda, retirará a baioneta da bainha num movimento natural, colocando-a no
quebra chamas, prendendo-a até ouvir o "clic do retém, acompanhando este
movimento com o olhar, ao mesmo tempo que girará a cabeça para esquerda. (Fig
79)
(c) 3º Tempo - ao comando de “TEMPO TRÊS!”, a mão esquerda,
abandonará a baioneta após o "clic", olhará para frente e segurará a arma pelo
guarda-mão, enquanto a mão direita voltará a segurá-la pela coronha. O homem
ficará então, na posição de “CRUZAR-ARMA”. (Fig 80)

Fig 77. Armar-Baioneta Fig 78. Armar-Baioneta


1º Tempo (início) 1º Tempo (final)

Fig 79. Armar-Baioneta Fig 80. Armar-Baioneta


2º Tempo 3º Tempo

s. Desarmar-Baioneta.
1º Tempo - ao comando de “DESARMAR-BAIONETA -TEMPO UM!”, o
homem levará a mão direita ao guarda-mão, imediatamente abaixo da mão
esquerda, enquanto esta, com as costas da mão voltada para a esquerda,
pressionará com o polegar e o indicador o retém da baioneta, soltando-a com uma
pequena torção. O homem olhará para a baioneta. (Fig 81 e 82)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 159/162)


2º Tempo - ao comando de “TEMPO DOIS!”, o homem com um movimento
natural, retirará a baioneta do quebra-chamas, indo introduzir a sua ponta na
bainha, acompanhando este movimento com o olhar, com a inclinação da cabeça.
O homem permanecerá olhando a baioneta. (Fig 83)

Fig 81. Desarmar-Baioneta 1º Fig 82. Desarmar-Baioneta 1º


Tempo (início) Tempo (final)

3º Tempo - ao comando de “TEMPO TRÊS!”, o homem introduzirá


completamente a baioneta na bainha e retomará à posição de “Cruzar-Arma”. (Fig
84 e 85)

Fig 83. Desarmar- Fig 84. Desarmar- Fig 85. Desarmar-


Baioneta 2º Tempo Baioneta 3º Tempo Baioneta 3º Tempo (final)
(início)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 160/162)


TÍTULO 5.5 - MOVIMENTOS COM ARMA EM DESLOCAMENTOS

MOVIMENTOS COM ARMA EM DESLOCAMENTO, À VIVA VOZ E À


CORNETA

a. Deslocamentos curtos - Nos pequenos deslocamentos, o instrutor poderá


utilizar a posição de “Arma Suspensa”, em vez da de “Ombro-Arma”.
b. Deslocamentos longos - Em deslocamentos de maior extensão, quando
estiver marchando no passo ordinário, a tropa, normalmente, conduzirá o fuzil na
posição de “Ombro-Arma”. Poderá fazê-lo, também, nas posições de “Cruzar-
Arma”, “Em Bandoleira-Arma” e “A Tiracolo-Arma”.
c. Deslocamentos no passo acelerado - Ao comando de “ACELERA-DO!”, o
homem executará o “Cruzar-Arma”, partindo das posições de “Sentido” ou de
“Ombro-Arma”. À voz de “MARCHE!”, o homem iniciará o deslocamento no passo
acelerado.
d. Deslocamentos no passo sem cadência
Nos deslocamentos no passo sem cadência, a arma, normalmente, será conduzida
nas posições de “Arma na mão” ou de “Em Bandoleira-Arma”.
Quando uma tropa, deslocando-se em passo ordinário, em “Ombro-Arma”,
“Cruzar-Arma” ou “Arma Suspensa”, tiver de atravessar trechos em que haja
restrição de espaço ou de outra natureza que impeça a manutenção da cadência,
poderá ser comandado “SEM CADÊNCIA, MARCHE!”, seguindo-se os comandos
necessários às mudanças de formação, se for o caso. Nesta situação, o homem
fará o deslocamento no passo sem cadência, sem alterar a posição em que vinha
conduzindo a arma, até que a restrição seja ultrapassada, quando, então, será
comandado “ORDINÁRIO MARCHE!”.
Caso a tropa esteja em passo sem cadência, na posição de “Em
Bandoleira-Arma”, ao comando de “ALTO!”, o homem fará alto e permanecerá com
a arma na posição em que a estava conduzindo. Então, será dado o comando de
“DESCANSAR!” e, logo a seguir, “DESCANSAR-ARMA!”.
e. Voltas a pé firme - Nas voltas a pé firme, será tomada a posição de
“Arma Suspensa”, quando for dado o comando propriamente dito de “DIREITA
(ESQUERDA ou MEIA VOLTA)!”. O homem fará a volta para o lado indicado à voz
de “VOLVER!”, abaixando a seguir a arma, conforme descrito no parágrafo 3-3,
letra "m.".
f. Voltas em marcha - Nas voltas em marcha, o homem procederá conforme
descrito na letra "b." do parágrafo 2-5 do Capítulo 2.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 161/162)


REFERÊNCIAS

- BRASIL. Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil.


1988

- PORTARIA Nº 012 - EME, DE 29 DE JANEIRO DE 2014. Manual de


Fundamentos EB20-MF-10.101 O Exército Brasileiro, 1ª Edição, 2014.

- LEI Nº 6.880, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1980, Estatuto dos Militares

- DECRETO Nº 4.346, DE 26 DE AGOSTO DE 2002, Regulamento Disciplinar


do Exército (R-4)

- Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, NORMA TÉCNICA 02/2014,


CONCEITOS BÁSICOS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

- PORTARIA Nº 816, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2003, Regulamento Interno e


dos Serviços Gerais (R-1)

- PORTARIA Nº 354-EME, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2015, Manual de


Campanha EB20-MC-10.350 Treinamento Físico Militar, 4ª Edição, 2015

- Caderno de Instrução PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE INSTRUÇÃO 1ª


Edição - 2002

- INSTRUÇOES GERAIS PARA A PREVENÇ.AO E COMBATE A INCÊNDIOS


NAS ORGANIZAÇÕES MILITARES DO EXÉRCITO IG-10-15)

- PORTARIA Nº 039-CMT EX, DE 28 DE JANEIRO DE 2010, Instruções Gerais


para apuração de Acidentes envolvendo Viaturas pertencente ao EB

- PORTARIA NORMATIVA Nº 660-MD, DE 19 DE MAIO DE 2009,


Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar
das Forças Armadas.

- PORTARIA Nº 079-EME, DE 13 DE JULHO DE 2000, Aprova o Manual de


Campanha C 22-5 - Ordem Unida, 3ª Edição, 2000

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 162/162)

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