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C 85-1 RESERVADO

C 85-1

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

Manual de Campanha

OPERAÇÕES DE GARANTIA DA
LEI E DA ORDEM

2ª Edição
2010

RESERVADO
C 85-1
C 85-1
RESERVADO
C 85-1

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

Manual de campanha

OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI


E DA ORDEM

2ª Edição
2010

CARGA
Preço: R$
EM.................

RESERVADO
C 85-1
C 85-1

PORTARIA Nº -EME-Res, DE DE MARÇO DE 2010

Aprova o Manual de Campanha C 85-1 – Opera-


ções de Garantia da Lei e da Ordem, 2ª Edição, 2010.

O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, no uso da atribuição que


lhe confere o artigo 113 das IG 10-42 – INSTRUÇÕES GERAIS PARA A
CORRESPONDÊNCIA, AS PUBLICAÇÕES E OS ATOS ADMINISTRATIVOS
NO ÂMBITO DO EXÉRCITO, aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército
nº 041, de 18 de fevereiro de 2002, resolve:
Art. 1º Aprovar o Manual de Campanha C 85-1 – OPERAÇÕES DE
GARANTIA DA LEI E DA ORDEM, 2ª Edição, 2010, que com esta baixa.
Art. 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua
publicação.
Art. 3º Revogar as Instruções Provisórias IP 85-1 – OPERAÇÕES DE
GARANTIA DA LEI E DA ORDEM, 1ª Edição, 2002, aprovadas pela Portaria nº
034-EME-RES, de 24 de maio de 2002.

______________________________________
Gen Ex FERNANDO SÉRGIO GALVÃO
Chefe do Estado-Maior do Exército
C 85-1
C 85-1

NOTA

Solicita-se aos usuários deste manual de campanha a


apresentação de sugestões que tenham por objetivo aperfeiçoá-lo ou
que se destinem à supressão de eventuais incorreções.
As observações apresentadas, mencionando a página, o
parágrafo e a linha do texto a que se referem, devem conter comentários
apropriados para seu entendimento ou sua justificação.
A correspondência deve ser enviada diretamente ao EME, de
acordo com o artigo 108 Parágrafo Único das IG 10-42 – INSTRUÇÕES
GERAIS PARA A CORRESPONDÊNCIA, AS PUBLICAÇÕES E OS ATOS
ADMINISTRATIVOS NO ÂMBITO DO EXÉRCITO, aprovadas pela Portaria
do Comandante do Exército nº 041, de 18 de fevereiro de 2002.
Os modelos para a correspondência das observações a serem
apresentadas e os dados de remessa estão no conjunto final deste
manual.
C 85-1
C 85-1

ÍNDICE DOS ASSUNTOS


Prf Pag

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ........................................ 1-1 a 1-4 1-1

CAPÍTULO 2 - PRINCÍPIOS DAS AÇÕES DE GARANTIA


DA LEI E DA ORDEM ............................. 2-1 a 2-4 2-1

CAPÍTULO 3 - PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE


GARANTIA DA LEI E DA ORDEM
NO CONTEXTO DA SEGURANÇA
INTEGRADA ........................................... 3-1 a 3-5 3-1

CAPÍTULO 4 - EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE


NAS OPERAÇÕES DE GARANTIA DA
LEI E DA ORDEM
ARTIGO I - Introdução ............................................... 4-1 4-1
ARTIGO II - Fases do Emprego da Tropa ................... 4-2 a 4-5 4-1
ARTIGO III - Atividades a Serem Realizadas .............. 4-6 a 4-10 4-4
ARTIGO IV - Operações Tipo Polícia ........................... 4-11 a 4-14 4-12
ARTIGO V - Interdição do Apoio Externo .................... 4-15 a 4-18 4-17

CAPÍTULO 5 - PLANEJAMENTO DAS OPERAÇÕES


CONTRA AS FORÇAS ADVERSAS
ARTIGO I - Estudo de Situação ................................ 5-1 a 5-8 5-1
ARTIGO II - O Centro de Coordenação de Operações .. 5-9 a 5-11 5-7
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Prf Pag

CAPÍTULO 6 - OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E


DA ORDEM EM AMBIENTE URBANO
ARTIGO I - Introdução ............................................... 6-1 e 6-2 6-1
ARTIGO II - Peculiaridades das Operações de GLO
em Ambiente Urbano ............................. 6-3 a 6-21 6-2
ARTIGO III - Assessoria Jurídica ................................ 6-22 6-9
ARTIGO IV - Reserva .................................................. 6-23 6-9

CAPÍTULO 7 - OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E


DA ORDEM EM AMBIENTE RURAL
ARTIGO I - Introdução ............................................... 7-1 a 7-3 7-1
ARTIGO II - Peculiaridades das Operações de GLO
em Ambiente Rural ................................. 7-4 a 7-5 7-2
ARTIGO III - Ocupação da Zona de Operações ........... 7-6 a 7-12 7-4
ARTIGO IV - Organização da Zona de Operações ....... 7-13 e 7-14 7-12

CAPÍTULO 8 - APOIO ÀS OPERAÇÕES DE GARANTIA


DA LEI E DA ORDEM
ARTIGO I - Apoio de Artilharia .................................. 8-1 e 8-2 8-1
ARTIGO II - Apoio de Engenharia ............................... 8-3 a 8-5 8-2
ARTIGO III - Comando e Controle ............................... 8-6 a 8-8 8-5
ARTIGO IV - Apoio de Guerra Eletrônica ..................... 8-9 e 8-10 8-7
ARTIGO V - Logística ................................................. 8-11 a 8-14 8-8
ARTIGO VI - Emprego da Aviação do Exército ............ 8-15 e 8-16 8-11
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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1-1. FINALIDADE
Este Manual de Campanha apresenta os fundamentos das ações de
Garantia dos Poderes Constitucionais, da Lei e da Ordem (GLO) a serem
observados no planejamento e na execução, pelos diversos escalões do Exército
Brasileiro (EB), em face da atuação de forças adversas, em ambientes urbano e
rural, dentro da missão constitucional do Exército de garantir os poderes
constitucionais, a lei e a ordem.

1-2. BASE LEGAL


a. A base legal para o emprego da Força Terrestre (F Ter) nas ações de GLO
encontra-se no art 142 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 05
de outubro de 1988.
b. O amparo legal para que a F Ter cumpra suas atribuições na GLO é
detalhado nos seguintes diplomas legais:
Aguardar Nova Lei (1) Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, alterada pela Lei
Complementar ? Complementar Nº 117, de 2 de setembro de 2004 (dispõe sobre as normas gerais
para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas);
(2) Lei Nº 11473, de 10 de maio de 2007 (dispõe sobre cooperação
federativa no âmbito da Segurança Pública e revoga a Lei Nº 10.27, de 02 de
setembro de 2004).
(3) Lei Nº 10.683, de 28 de maio de 2003 (dispõe sobre a organização da
Presidência da República e dos Ministérios);
(4) Decreto Nº 5.484, de 30 de junho de 2005 (Política de Defesa
Nacional);
(5) Decreto Nº 3.897, de 24 de agosto de 2001 (fixa as diretrizes para o
emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem); e

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1-2/1-3 C 85-1

(6) Portaria Nº 578/SPEAI/MD, de 27 de dezembro de 2007 (aprova a


Estratégia Militar de Defesa);
(7) Doutrina Militar de Defesa.

1-3. PREMISSAS BÁSICAS


a. A decisão de emprego da Força Terrestre em ações de GLO é de
responsabilidade do Presidente da República, podendo ocorrer tanto em ambiente
urbano quanto rural.
b. Na hipótese de emprego da Força Terrestre para a garantia da lei e da
ordem impõe-se observar o seguinte:
(1) a atuação da força terrestre ocorrerá de acordo com as diretrizes
baixadas em ato do Presidente da República, depois de esgotados os instrumen-
tos destinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
e do patrimônio, relacionados no Art 144 da Constituição Federal;
(2) consideram-se esgotados os instrumentos relacionados no art. 144
da Constituição Federal quando, em determinado momento, forem eles formal-
mente reconhecidos pelo respectivo Chefe do Poder Executivo Federal ou
Estadual como indisponíveis, inexistentes ou insuficientes ao desempenho
regular de sua missão constitucional;
(3) na hipótese de emprego nas condições previstas no tópico anterior,
após determinação do Presidente da República, serão ativados os órgãos
operacionais das Forças Armadas, que desenvolverão, de forma episódica, em
área previamente estabelecida e por tempo limitado, as ações de caráter
preventivo e repressivo necessárias para assegurar o resultado das operações na
garantia da lei e da ordem;
(4) determinado o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da
ordem, caberá à autoridade competente, mediante ato formal, transferir o controle
operacional dos órgãos de segurança pública necessários ao desenvolvimento
das ações para a autoridade encarregada das operações, a qual deverá constituir
um centro de coordenação de operações (CCOp), composto por representantes
dos órgãos públicos sob seu controle operacional ou com interesses afins;
(5) considera-se controle operacional, para fins de aplicação da Lei
Complementar nº 97, de 09 de junho de 1999, o poder conferido à autoridade
encarregada das operações, para atribuir e coordenar missões ou tarefas
específicas a serem desempenhadas por efetivos dos órgãos de segurança
pública, obedecidas as suas competências constitucionais ou legais;
(6) o emprego e o preparo das Forças Armadas na garantia da lei e da
ordem são considerados atividade militar para fins de aplicação do art. 9º, inciso
II, alínea c, do Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 - Código Penal
Militar.
c. Nas operações de GLO, o êxito não se restringe somente à neutralização
ou captura da Força Adversa (F Adv), mas inclui a conquista e manutenção do
apoio da população.

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C 85-1 1-3/1-4

d. A Concepção Estratégica do Exército para a GLO fundamenta-se na


realização de ações permanentes de caráter preventivo, privilegiando as estraté-
gias da Presença e da Dissuasão. Para isso, o Exército deve:
(1) manter a Força Terrestre adestrada para emprego na GLO, sem
descuidar do permanente e prioritário adestramento voltado para Defesa da
Pátria;
(2) fazer-se presente em todo território nacional, com a finalidade de
conhecer a área e acompanhar situações com potêncial para gerar crises; e
(3) manter-se integrado à sociedade como Instituição de elevada
credibilidade.
e. Caso seja determinado o emprego da F Ter para a solução de uma crise,
ou mesmo de um confronto armado, deverá ser privilegiada, inicialmente, a
estratégia da Dissuasão, caracterizada pela significativa superioridade de meios
(Princípio da Massa), com vistas à solução do problema, se possível de forma
pacífica, evitando-se o confronto direto.
f. Tornando-se necessário o uso da força, a estratégia a ser adotada será
a da Ofensiva, buscando-se o resultado decisivo no mais curto prazo e
preservando os valores da Instituição.
g. Em qualquer situação, porém, as ações estarão condicionadas aos
preceitos legais vigentes, em estreita coordenação com as demais instituições
envolvidas. Deverão ser evitados, no grau possível, danos ao pessoal militar e civil
e ao patrimônio público e privado, para não causar efeitos negativos à imagem do
Exército e do pais.
h. A capacidade dissuassória e as eficientes e oportunas atividades de
inteligência, associadas às ações de Comunicação Social e de operações
psicológicas, são fatores de êxito nessa hipótese de emprego.

1-4. MISSÃO DO EXÉRCITO NA GARANTIA DOS PODERES CONSTITUCIO-


NAIS, DA LEI E DA ORDEM
a. Enunciado
A fim de garantir os Poderes Constitucionais, a Lei e a Ordem,
desenvolver, após determinação do Presidente da República, de forma episódica,
em área previamente estabelecida e por tempo limitado, as ações de caráter
preventivo e repressivo necessárias para assegurar o resultado das operações,
depois de esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem pública
e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, relacionados no art. 144 da
Constituição Federal.
b. Garantir os Poderes Constitucionais
Significa preservar a existência e, principalmente, o livre exercício dos
Poderes da República – Executivo, Legislativo e Judiciário – em forma indepen-
dente e harmônica, no quadro do Estado Democrático de Direito.

1-3
1-4 C 85-1

c. Garantir a Lei e a Ordem


Garantir a lei e a ordem significa assegurar o cumprimento da lei e a
manutenção da ordem interna, objetivando a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, após o reconhecimento formal da
indisponibilidade, inexistência, insuficiência ou falência dos órgãos de segurança
pública competentes para tal.

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C 85-1

CAPÍTULO 2

PRINCÍPIOS DAS AÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

2-1. CONSIDERAÇÕES GERAIS


a. As ações de GLO abrangem o emprego da F Ter em variados tipos de
operações e atividades em face das diversas formas com que as F Adv podem
se apresentar, excetuadas as operações contra forças irregulares e operações
contra o terrorismo, que serão abordadas em manual específico.
b. A ampla variedade de situações que podem ocorrer exige, em cada caso,
um cuidadoso estudo das condicionantes do emprego da F Ter, para a adoção de
medidas e ações mais adequadas à situação que se apresenta, coerente com os
fundamentos e os conceitos que se seguem.
c. Os planejamentos deverão ser elaborados no contexto da Segurança
Integrada, podendo ser prevista a participação das outras Forças Armadas, de
órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos órgãos de segurança
pública e, em alguns casos, de outros órgãos do Poder Executivo Federal,
Estadual e Municipal (guardas municipais, meio ambiente, reforma agrária e
outros afins).
d. As ações de GLO só terão êxito duradouro se as condições políticas,
econômicas e sociais que permitiram o surgimento e catalisaram o crescimento
das F Adv forem alteradas pelas demais expressões do poder nacional. O poder
militar é capaz de neutralizar, temporariamente, os efeitos de uma determinada
situação que afete os poderes constitucionais, a lei e a ordem, mas só a atuação
integrada de todas as expressões do poder nacional é capaz de eliminar as
causas dessa situação.
e. A atuação das Forças Armadas, por meio de ações preventivas e
repressivas, na faixa de fronteira, contra delitos transfronteiriços e ambientais,
isoladamente ou em cooperação com órgãos do Poder Executivo, são especificadas

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2-1/2-2 C 85-1

pela Lei Complementar 97/117 como atribuição subsidiária particular. Em


consequência, o emprego dos meios militares dar-se-á sob amparo jurídico
distinto ao das Op GLO, embora implique também na execução de operações tipo
polícia.
f. Cabe ressaltar também que existem outros empregos que, apesar de
assemelharem-se às ações de GLO, possuem arcabouço legal distinto. Nesses
empregos não há, necessáriamente, a imposição da determinação presidencial:
(1) Polícia Judiciária – Decreto-Lei Nº 1.002 (CPPM);
(2) Segurança de Chefes de Estado/Governo Estrangeiro – Art 142 da
Constituição Federal e Decreto Nº 3897 (Diretriz para GLO);
(3) Segurança do Presidente quando em viagem ao País – Decreto
Nº 4332 ( Planejamento, Coordenação e Execução de Medidas de Segurança);
e
(4) Garantia da Votação e Apuração – Lei Nº 4737 (Código Eleitoral).

2-2. CONCEITOS BÁSICOS


a. Operações de Garantia da Lei e da Ordem (Op GLO) – Operações
militares conduzidas pelas Forças Armadas, por decisão do Presidente da
República, de forma episódica, em área previamente estabelecida e por tempo
limitado, com o propósito de assegurar o pleno funcionamento do estado
democrático de direito, da paz social e da ordem pública.
b. Segurança Integrada (Seg Intg) – Expressão usada nos planejamen-
tos de GLO da F Ter, com o objetivo de estimular e caracterizar uma maior
participação e integração de todos os setores envolvidos.
c. Forças Adversas (F Adv) – São pessoas, grupos de pessoas ou
organizações cuja atuação comprometa o pleno funcionamento do estado
democrático de direito, a paz social e a ordem pública.
d. Ordem Pública – Conjunto de regras formais, que emanam do
ordenamento jurídico da nação, tendo por escopo regular as relações sociais de
todos os níveis do interesse público, estabelecendo um clima de convivência
harmoniosa e pacífica, fiscalizado pelo poder de polícia e constituindo uma
situação ou condição que conduza ao bem comum.
e. Segurança Pública – Garantia que o Estado proporciona à Nação a fim
de assegurar a ordem pública, ou seja, ausência de prejuízo aos direitos do
cidadão, pelo eficiente funcionamento dos órgãos do Estado.
f. Ordem Interna – Situação em que as instituições públicas exercem as
atividades que lhe são afetas e se inter-relacionam, conforme o definido no
ordenamento legal do Estado.
g. Situação de Normalidade – Situação na qual os indivíduos, grupos
sociais e a Nação sentem-se seguros para concretizar suas aspirações, interes-

2-2
C 85-1 2-2

ses e objetivos, porque o Estado, em seu sentido mais amplo, mantém a ordem
pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio. As F Adv podem estar
atuantes, sem entretanto, ameaçar a estabilidade institucional do País. No plano
legal, caracteriza-se pela plena vigência das garantias individuais e pela não
utilização das medidas de defesa do Estado e das instituições democráticas.
Nesta situação, o emprego da F Ter pode ser determinado, caso fique caracteri-
zado o comprometimento da ordem pública.
h. Situação de Não Normalidade – Situação na qual as F Adv, de forma
potencial ou efetiva, ameacem a integridade nacional, o livre exercício de qualquer
dos Poderes, o ordenamento jurídico em vigor e a paz social, acarretando grave
comprometimento da ordem pública e da ordem interna. Caracteriza-se pela
intervenção da União nos Estados ou no Distrito Federal, ou pela decretação do
estado de defesa ou do estado de sítio.
i. Comprometimento da Ordem Pública – Situação em que os órgãos
de segurança pública não se mostram capazes de se contraporem, com eficácia,
às F Adv que ameaçam a integridade das pessoas e do patrimônio e o pleno
exercício do estado de direito, sem caracterizar ameaça à estabilidade institucional.
j. Grave comprometimento da Ordem Pública – Situação em que a
ação das F Adv, por sua natureza, origem, amplitude e vulto, representa ameaça
potencial à estabilidade institucional da Nação.
l. Comprometimento da Ordem Interna – Situação em que a ação das
F Adv, por sua natureza, origem, amplitude e vulto, representa ameaça de grave
e iminente instabilidade institucional.
m. Grave comprometimento da Ordem Interna – Situação em que a
ação das F Adv, por sua natureza, origem, amplitude e vulto, representa ameaça
à integridade e à soberania nacional.
n. Área de Operações (A Op) – Espaço geográfico necessário à condução
de operações militares que não justifíquem a criação de um Teatro de Operações.
o. Zona de Operações (Z Op) – Delimitação de área com a finalidade de
atribuir responsabilidades operacionais a determinada força ou unidade, em
operações militares de não guerra, em um espaço de manobra adequado e
compatível com suas possibilidades. É o espaço operacional no qual se desen-
volverão as operações contra FAdv em situação de não normalidade.
p. Área Problema (A Prbl) – Área onde as F Adv se apresentam
organizadas e atuantes, explorando os pontos de tensão existentes ou
potenciais.
q. Área Sensível (A Sen) – Área física ou de atividade humana, que pela
sua própria característica e/ou por problemas conjunturais, é passível de explo-
ração por forças adversas.

2-3
2-2/2-3 C 85-1

r. Força de Pacificação(F Pac) – Conjunto de forças alocadas a um


comando que recebe a missão de operar em uma A Op ou Z Op. A Força de
Pacificação, normalmente, será organizada com base em uma brigada de
infantaria.
s. Linha de Isolamento (L Iso) – Linha contínua que delimita uma A Op
ou Z Op, devendo, em princípio, ser apoiada em acidentes facilmente identifica-
dos no terreno, abranger as áreas-problema e garantir espaço suficiente para
manobra.
t. Pacificar – Ação genérica que representa o ato, por parte das FA, de
desenvolver operações contra uma ou mais F Adv, com a finalidade de garantia da
lei e da ordem, seja em uma A Op, seja em uma Z Op.
u. Dissuasão – Atitude estratégica que, por intermédio de meios de
qualquer natureza, inclusive militares, tem por finalidade desaconselhar ou desviar
adversários, reais ou potenciais, de possíveis ou presumíveis propósitos bélicos.

2-3. AÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM


a. As ações de GLO podem ser PREVENTIVAS ou REPRESSIVAS, de
acordo com o grau e natureza dos óbices representados pelas ações das F Adv.
b. Ações preventivas – As ações preventivas têm caráter permanente e,
normalmente, abrangem basicamente atividades de preparo da tropa, inteligência,
operações psicológicas e comunicação social.
c. Ações repressivas
(1) As ações repressivas deverão ter caráter episódico e poderão ocorrer:
(a) numa situação de normalidade, num quadro de cooperação com
os governos estaduais ou com o Ministério da Justiça, apoiando ou coordenando
as ações dos órgãos de segurança pública, e, até mesmo, atuando de forma
isolada; ou
(b) numa situação de não normalidade, com aplicação de medidas de
defesa do Estado.
(2) As ações e medidas repressivas conduzidas na situação de não-
normalidade poderão ocorrer tanto na área de operações quanto na zona de
operações e nas áreas onde o apoio externo deva ser interditado, que serão
delimitadas, na área problema, com base no ato legal da autoridade que
determinou o emprego da F Ter.

2-4
C 85-1 2-3/2-4

Fig 2-1. Exemplo de áreas onde serão conduzidas ações e medidas repressivas

2-4. FUNDAMENTOS DO EMPREGO EM AÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA


ORDEM
a. Atuação de forma integrada
O planejamento e a execução contemplam a possibilidade de participa-
ção das outras Forças, órgãos de segurança pública e órgãos do Poder
Executivo, Poder Judiciário, Ministério Público e órgãos afins.
b. Emprego da atividade de inteligência
(1) É imprescindível a disponibilidade dos conhecimentos necessários
sobre as F Adv, sobre o ambiente operacional (rural ou urbano) e sobre as
características da população presente no local da operação. O Sistema de
Inteligência intensificará o levantamento de dados, de modo a produzir os
conhecimentos essenciais às tomadas de decisão do escalão executante, em
todas as fases das operações.
(2) O emprego de ações em força sem o adequado apoio de inteligência
fatalmente conduzirá a F Ter à desmoralização, ao antagonismo com a opinião
pública e ao insucesso.
(3) A inteligência não se limita à produção de conhecimentos para o
emprego de ações em força, mas também tem o importantíssimo papel de
produzir conhecimentos para as atividades de Comunicação Social e de Opera-
ções Psicológicas.
(4) Durante as ações de GLO deverão ser executadas operações de
contrainteligência para salvaguardar as informações, o pessoal e as instalações
civis e militares.

2-5
2-4 C 85-1

c. Limitação do uso da força e das restrições à população


(1) Nas ações de GLO, o uso da força deve ser restrito ao mínimo
absolutamente indispensável. O uso progressivo da força deve ser levado em
consideração, dentro dos princípios da proporcionalidade, razoabilidade e lega-
lidade.
(2) A necessidade de evitar o desgaste da força legal impõe a limitação,
ao mínimo necessário, do emprego de ações em força ou que sejam restritivas
à população. Tal limitação refere-se à intensidade e à amplitude no tempo e no
espaço.
(3) Por se tratar de um tipo de operação que visa a garantir ou restaurar
a lei e a ordem, é de capital importância que a população possa depositar sua
confiança na tropa que realiza a operação. Para tanto, o estabelecimento de
orientações, bem como sua correta compreensão e aplicação constituem-se em
segurança para os executantes da operação e demonstração de respeito para
com a população.
As orientações específicas devem ser expedidas para cada operação,
no nível estratégico (normas de conduta política), no nível operacional (regras de
comportamento operativo) e no nível tático (regras de engajamento), levando-se
em consideração a necessidade das ações a serem realizadas, a proporcionalidade
do esforço e dos meios a serem empregados e as orientações do escalão
superior.
Deve-se ter em mente, também:
(a) a definição de procedimentos para a tropa buscando abranger o
maior número de situações possíveis;
(b) a proteção a ser dada para a tropa, os cidadãos e bens patrimoniais
incluídos na missão; e
(c) a consolidação dessas regras em documento próprio, com difusão
para todos os militares e autoridades envolvidos na operação.
A redação dessas orientações deve ser a mais detalhada e clara
possível. Devem ser objeto de instrução e adestramento, visando a evitar
interpretações indesejadas.
d. Emprego da dissuasão
O poder de dissuasão deve ser explorado ao máximo, com o objetivo de
impedir a adoção de medidas repressivas.
e. Emprego do princípio da massa
A dissuasão é obtida por meio do emprego do Princípio da MASSA, que
fica caracterizado ao se atribuir uma ampla superioridade de meios às forças
legais em relação às F Adv.
f. A definição da responsabilidade da negociação e ligações
institucionais
(1) Sempre que houver o emprego da F Ter, será designado um oficial,
em princípio oficial-general, para estabelecer a ligação com as autoridades
políticas da respectiva Unidade Federada.
(2) Nas ações de GLO, o uso da força deverá ser sempre precedido de
negociação, com a finalidade de preservar a integridade física de pessoas e/ou

2-6
C 85-1 2-4

de bens, bem como preservar a imagem da F Ter.


(3) A negociação, em uma primeira fase, deve ser conduzida por
pessoas habilitadas e autorizadas para tal e não pertencentes à força empregada
na operação. Nessa fase, negociar não é atribuição do comandante da força
empregada nem de seus comandantes subordinados, ainda que eles possam
oferecer segurança ao(s) negociador(es) ou mesmo atuar como elemento de
dissuasão durante as negociações.
(4) O emprego da força, já em outra fase, é uma consequência da
falência da negociação e admite a possibilidade de danos à integridade física de
pessoas e/ou bens. Tal fato deve ficar claro para o(s) negociador(es), a autoridade
que determina o emprego da força e para a opinião pública.
g. Emprego de Operações Psicológicas (Op Psc)
As Op Psc devem ser empregadas antes, durante e após emprego da
tropa. O emprego antecipado tem como principal finalidade preparar a A Op para
a chegada da tropa e minimizar possíveis resistências. Após a saída da tropa é
vital que se mantenha o emprego de Op Psc para possibilitar o dimensionamento
do resultado obtido, minimizar os possíveis efeitos colaterais e desmobilizar a
população.
Mesmo antes da decisão do emprego da Forçã Terrestre em Op GLO,
deve-se considerar o emprego de Op Psc, visando a evitar o acionamento do
Exército. Para que isso ocorra, é necessário que as Op Psc acompanhem e
estudem as situações internas, em coordenação com a Inteligência, realizando
o estudo do Levantamento Estratégico de Área (LEA) e a análise dos diverssos
públicos-alvo. Essas informações devem constar do Plano de Segurança Integra-
da (PSI).
h. Emprego da Comunicação Social
O êxito das ações de GLO depende do apoio da população.
O uso adequado e intensivo da Comunicação Social, em seu sentido
mais abrangente (Relações Públicas, Informações Públicas e Divulgação
Institucional), coordenadas com as atividades de Operações Psicológicas, é
básico para a conquista e manutenção do apoio da população.
i. Cumprimento da missão e preservação da imagem do Exército
Tornando-se necessário o uso da força, deve ser buscado o resultado
decisivo no mais curto prazo, permitindo, dessa forma, a preservação da boa
imagem do Exército junto à sociedade brasileira.

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C 85-1
C 85-1

CAPÍTULO 3

PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA


ORDEM NO CONTEXTO DA SEGURANÇA INTEGRADA

3-1. GENERALIDADES
a. As ações de GLO devem ter por base um cuidadoso planejamento,
elaborado durante a situação de normalidade.
b. Coerente com os conceitos apresentados no Capítulo 2 deste Manual,
o planejamento das ações de GLO deve ser consubstanciado em um Plano de
Segurança Integrada (PSI) ou um Plano de Operações (Pl Op).
c. Os planejamentos de GLO são feitos até o escalão subunidade indepen-
dente, quando esta for responsável por um subsetor de segurança integrada.

3-2. PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA PLANEJAMENTO DAS OPERAÇÕES DE


GARANTIA DA LEI E DA ORDEM
a. Direção centralizada, a fim de evitar a diluição das ações e de seus efeitos
e possibilitar a racionalização dos meios.
b. Execução descentralizada para possibilitar ações diretas e simultâneas
nos variados campos de atuação, pelo emprego dos elementos mais adequados
e segundo as exigências de cada situação.
c. Coordenação e integração de esforços, pela possibilidade de participa-
ção ampla e conjugada das outras Forças, de órgãos do Poder Executivo, do
Poder Judiciário e do Ministério Público.
d. Emprego oportuno dos meios para possibilitar o cumprimento da missão
com rapidez e segurança, evitando o desgaste e a desmoralização das forças
legais envolvidas.

3-1
3-2 C 85-1

e. Permanência das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, em


princípio, no cumprimento de suas missões normais de segurança pública,
passando ao controle operacional da F Ter quando determinado o emprego das
Forças Armadas na garantia da lei e da ordem.
f. Permanência da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia
Ferroviária Federal e das Polícias Civis no cumprimento de suas missões normais
de segurança pública, passando ao controle operacional da F Ter quando
determinado o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem, com
as Guardas Municipais prosseguindo na execução de suas atribuições de
segurança patrimonial.
g. Planos flexíveis que permitam o acréscimo de meios ou de reforços,
tendo em vista a necessidade de se estabelecer superioridade estratégica que
permita a solução rápida da crise, no caso de ações episódicas.
h. A participação das demais forças singulares é fundamental para o
sucesso das ações de GLO e deve ser sempre solicitada por meio dos canais de
comando correspondentes.
i. O planejamento em situação de normalidade deverá estar consubstanciado
nos seguintes documentos:
(1) Plano de Segurança Integrada (PSI)
(a) cenário – conjuntura nacional, ameaças e oportunidades;
(b) ações de caráter preventivo;
(c) privilegia a atividade de inteligência, operações psicológicas e de
comunicação social;
(d) abrange a área de responsabilidade do escalão considerado e os
meios disponíveis e suas capacidades;
(e) emprega meios da F Ter, podendo contar com a colaboração das
demais forças singulares e órgãos de segurança pública; e
(f) as atividades de Op Psc que dederão constar do PSI são: estudo
de LEA, levantamento do repertório de conhecimentos necessários para as Op
Psc, estudo de situação de Op Psc e análise de público-alvo.
(2) Plano de Operações (Pl Op)
(a) cenário – crises dentro da normalidade institucional, onde já foram
esgotadas todas as possibilidades de solução que antecedem o emprego da F Ter
(consoante com o que determina a lei, decorrente do parágrafo 1º Art 142 da
CF/88);
(b) ações de caráter repressivo;
(c) abrangem a área de responsabilidade do escalão considerado ou
parte específica desta;
(d) emprega meios da F Ter, podendo contar com outros meios
federais, estaduais e/ou municipais, determinados pelo Presidente da República
e/ou requisitados junto às autoridades competentes; e
(e) conterá, em anexos, os planejamentos logísticos, de Op Psc,
Com Soc e outros.

3-2
C 85-1 3-2

j. O planejamento em situação de não normalidade deverá estar


consubstanciado em um PSI ou Pl Op, contendo :
(1) cenário – crises ou mesmo confronto armado, onde poderão ser
decretadas algumas das medidas de defesa do Estado (intervenção federal,
estado de defesa ou estado de sítio);
(2) ações de caráter repressivo;
(3) abrangem a área de responsabilidade do escalão considerado ou
parte desta colocada sob jurisdição militar, delimitada por uma Z Op, através do
documento legal que determinou a medida de defesa do Estado;
(4) emprega meios da F Ter, podendo contar com outros meios federais,
estaduais e/ou municipais, determinados pelo Presidente da República ; e
(5) conterá, em anexos, os planejamentos logísticos, de Op Psc,
Com Soc e outros.
l. O planejamento deve prever desde ações de presença até o emprego
operacional da F Ter, considerando especialmente que nas operações de
controle de distúrbios, a tropa federal só deve ser empregada após terem sido
esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem pública.
m. As medidas e ações de caráter permanente a serem planejadas incluem:
(1) atividades nos ramos da Inteligência e da Contrainteligência:
(2) instrução e adestramento específicos;
(3) atividades de comunicação social; e
(4) atividades de operações psicológicas.
n. Para o desencadeamento de ações repressivas, o C Mil A responsável
pela missão deverá designar um oficial-general diretamente subordinado para o
comando das OM empregadas, constituindo um comando de valor Grande
Unidade.
o. Deverá ser estabelecido um sistema de comando e controle (C2) que
assegure a interoperabilidade entre meios dos sistemas operacionais e destes
com os recursos locais disponíveis.
p. O comando deverá valer-se da descentralização de recursos financeiros,
de modo a agilizar as atividades logísticas, notadamente as de transporte,
suprimento e manutenção.
q. No que diz respeito a assuntos jurídicos e ao relacionamento com os
órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público:
(1) prever, no mínimo, um assessor jurídico para cada centro de
operações valor brigada, de modo a permitir que o escalão executante disponha
da assessoria necessária ao cumprimento da missão, observando o ordenamento
jurídico vigente. Se a operação for muito descentralizada, deve-se envidar
esforços no sentido de mobiliar os batalhões com um assessor jurídico; e
(2) considerar a possibilidade de contar com a colaboração, no escalão
brigada, de membros do Poder Judiciário, bem como, de Delegados de Polícia
e membros do Ministério Público para assessorar o desencadeamento das
operações.

3-3
3-2/3-3 C 85-1

r. Em todas as operações, a tropa empregada deverá dispor de equipamen-


to destinado à produção de imagens (câmeras fotográficas e filmadoras), de
forma a registrar a atuação em conformidade com os preceitos legais para se
contrapor a possíveis acusações de abuso de autoridade ou de uso excessivo da
força.

3-3. DIVISÃO TERRITORIAL PARA A EXECUÇÃO DAS OPERAÇÕES DE


GARANTIA DA LEI E DA ORDEM
a. Para efeitos de planejamento e execução das ações de GLO, o território
nacional será dividido em Zonas de Segurança Integrada (ZSI) que, em princípio,
corresponderão às áreas sob a jurisdição dos Comandos Militares de Área (Cmdo
Mil A).
b. As ZSI serão divididas em Áreas de Segurança Integrada (ASI) que, em
princípio, corresponderão às áreas a serem atribuídas à responsabilidade das
Divisões de Exército (DE) ou, se for o caso, das Regiões Militares (RM).
c. As ASI serão divididas em Subáreas de Segurança Integrada (SASI) que
corresponderão, em princípio, às áreas a serem atribuídas à responsabilidade de
comandos nível brigada (Bda). A SASI também pode ser atribuída a uma OM valor
batalhão, que se encontre em uma unidade da federação em que não exista
comando no nível Bda.
d. As SASI serão divididas em Setores de Segurança Integrada (SESI) que
corresponderão, em princípio, às áreas a serem atribuídas à responsabilidade de
uma OM de valor batalhão e em Subsetores de Segurança Integrada (SUSESI) que
corresponderão, em princípio, às áreas a serem atribuídas à responsabilidade de
uma subunidade independente.
e. O SESI poderá ter sob seu comando um SUSESI quando receber para
encargos uma subunidade independente.
f. Às subunidades incorporadas não se deve atribuir SUSESI. O planeja-
mento de todo o SESI é feito pelo estado-maior da unidade. As subunidades
independentes, que estejam enquadradas por um comando de SESI, mas que não
lhes foram atribuídos um SUSESI, e as subunidades incorporadas não elaboram
PSI, apenas executam as ações táticas que lhes forem atribuídas no plano do
escalão superior.
g. Cada escalão, até o nível SASI, pode atribuir a si próprio o comando de
uma área de responsabilidade um escalão abaixo. Assim, uma zona de segurança
integrada (ZSI) pode acumular o comando de uma ASI, uma ASI pode acumular
o comando de uma SASI e uma SASI poderá acumular o comando de um SESI.
h. De acordo com suas necessidades específicas, cada comando pode
manter sob seu comando direto elemento de até dois escalões abaixo. Uma ZSI
pode manter uma SASI diretamente subordinada e assim sucessivamente.
(Fig 3-1)

3-4
C 85-1 3-3

Fig 3-1.Divisão territorial da ZSI

i. Estabelecimento de área de vigilância – Os comandos de ZSI, ASI


e SASI poderão estabelecer, sob seu próprio controle, áreas de vigilância em
regiões onde existam espaços vazios. Para que isso ocorra, as regiões devem ser
desprovidas de potenciais F Adv que possam transformá-la, no todo ou em parte,
de áreas sensíveis em áreas problema e não existir nenhuma OM operacional.
j. Flexibilidade de execução – A divisão em ZSI, ASI, SASI, SESI e
SUSESI deve ser entendida como impositiva para definir responsabilidades
quanto à execução de ações ou medidas de caráter permanente. Entretanto, caso
a evolução dos acontecimentos implique a adoção de ações ou medidas de
caráter episódico, os comandantes poderão modificar ou tornar inexistentes as
divisões territoriais internas, de modo a facilitar a concentração de seus meios
operacionais e assegurar a permanente superioridade sobre as F Adv considera-
das, caracterizando o máximo emprego dos princípios da massa e da economia
de meios.
l. Nomenclatura:
- ZSI= ZSI + hífen + sigla da área do Cmdo Mil A. Exemplo: ZSI-S
- ASI= ASI + hífen + número romano. Exemplo: ASI-I
- SASI= SASI + hífen + número arábico. Exemplo: SASI-3
- SESI= SESI + hífen + letra minúscula. Exemplo: SESI-g
- SUSESI= SUSESI + hífen + letra minúscula. Exemplo: SUSESI-e

3-5
3-4 C 85-1

3-4. FATORES CONSIDERADOS PARA A DIVISÃO EM ÁREAS DE RES-


PONSABILIDADE
a. Número de comandos disponíveis (Fig 3-2)
(1) Ao dividir sua área de responsabilidade, o comando de segurança
integrada deve considerar em seu planejamento todos os comandos subordina-
dos que sejam aptos a receber área de responsabilidade, neles incluindo os
recebidos em reforço ou nas situações de comando ou controle operacional.
(2) As OM logísticas e as de comunicações não devem receber área de
responsabilidade.
(3) O(s) comando(s) designado(s) para compor(em) a reserva também
recebe(m), em princípio, área de responsabilidade.
(4) Em princípio, deve-se evitar considerar o próprio comando de
?
planejamento como mais um comando disponível para receber área de respon- Reserva Rcb
sabilidade. A Rsp em
(5) Elementos da PM, mesmo sob controle operacional, não recebem princípio
área de responsabilidade.

Fig 3-2. Número de comandos disponíveis

b. Valor e natureza dos meios


(1) Valor – Os valores dos comandos considerados para a atribuição de
áreas de responsabilidade são, em princípio, os seguintes:
(a) Cmdo Mil A – ZSI;
(b) DE e RM – ASI;
(c) Bda – SASI;
(d) Btl – SESI; e
(e) SU independente - SUSESI

3-6
C 85-1 3-4

(2) Natureza – Durante o planejamento, devem ser observadas as


seguintes considerações com relação às aptidões das OM:
(a) OM de Infantaria e de Cavalaria:
1) podem ser empregadas em ambiente urbano e rural;
2) as OM de guarda podem receber área de responsabilidade e
devem ser empregadas, com prioridade, em ambiente urbano; e
3) as OM de PE não devem receber área de responsabilidade. No
planejamento, é importante manter a especificidade da sua missão e considerá-
las, principalmente, para emprego em ambiente urbano.
(b) OM de Artilharia e de Engenharia de Combate – recebem área de
responsabilidade e são mais aptas para emprego em ambiente urbano.
(c) OM de Engenharia de Construção – podem receber área de
responsabilidade, entretanto, o seu emprego deve se restringir às medidas
permanentes e durante a fase preventiva.
(d) OM situada em fronteira – recebem área de responsabilidade, mas
esta deve ser reduzida à menor dimensão possível (Fig 3-3).
(e) OM das Forças de Ação Rápida (FAR) – recebem área de
responsabilidade, mas esta deve ser reduzida em função da concepção de
emprego dessa tropa.
(f) Estabelecimentos de Ensino – podem receber área de responsa-
bilidade, mas somente para a coleta de dados e para o acompanhamento e apoio
às operações de inteligência que forem realizadas na respectiva área.

Fig 3-3. OM de Fronteira

c. Localização dos meios – A localização da sede da OM deve ser


considerada ao se atribuir a esta OM uma área de responsabilidade. Todavia, esse
fator não impede que uma OM receba uma área de responsabilidade fora de sua
sede.
d. Ligações físicas existentes – As ligações físicas (rodoviárias, ferrovi-
árias e aquáticas) devem ser analisadas ao se atribuir uma área de responsabi-
lidade a uma OM. Essa análise deve levar em consideração o acesso a todos ou
aos mais importantes pontos da área (Fig 3-4).

3-7
3-4 C 85-1

Fig 3-4. Ligações físicas existentes Figuras devem ser


melhor explicadas
e. Acidentes naturais – Os acidentes naturais, particularmente os
dissociadores, devem ser considerados para o estabelecimento dos limites das
áreas de responsabilidade. Deve-se, porém, dedicar especial atenção ao estudo
de cada acidente, principalmente se estiver em área problema, de modo a evitar
ser atraído pelo simples valor geográfico do acidente e não levar em consideração
as áreas problema que o acidente contém ou é incluído (Fig 3-5).

Fig 3-5. Acidentes naturais e limites de área de responsabilidade

3-8
C 85-1 3-4

f. Divisão político-administrativa – Os limites interestaduais e


intermunicipais devem, em princípio, ser respeitados na divisão das áreas de
responsabilidade. Salvo situações especiais, os limites de áreas de responsa-
bilidade devem coincidir com limites entre estados ou entre municípios. O
atendimento à divisão político-administrativa facilitará a coordenação e o contro-
le, principalmente no que tange às ligações com as autoridades da defesa civil,
com o judiciário e os órgãos ligados à segurança pública.
g. Jurisdição policial militar – A coincidência dos limites de área de
responsabilidade com os limites de jurisdição policial-militar, até o nível compa-
nhia independente, facilita a coordenação, o controle e a ativação das redes de
inteligência. Deve-se observar, também, a existência ou não de choque hierárqui-
co entre o comando de segurança integrada e a Organização Policial Militar
(OPM) da área. Esse fato ocorre, principalmente, quando se estabelece um
SUSESI.
h. Manutenção da integridade das microrregiões homogêneas – No
território nacional, os municípios se agrupam por interesses e afinidades sócio-
econômicas, constituindo microrregiões homogêneas. Tais regiões, além da
identidade que as caracteriza, também tendem a apresentar problemas seme-
lhantes sob o ponto de vista da segurança integrada. Em um planejamento de
segurança integrada, a manutenção da microrregião sob um único comando
facilitará a execução de medidas preventivas e repressivas, de caráter permanen-
te ou episódico.
i. Equilíbrio na dimensão das áreas
(1) O equilíbrio na extensão das áreas de responsabilidade deve ser
buscado, mas não deve ser visto como uma mera questão de medida de extensão
territorial. Deve-se procurar atingir o equilíbrio, considerando em cada área a
capacidade do comando de segurança integrada responsável pela mesma e a
ameaça existente ou potencial das F Adv.
(2) A dimensão de uma área de responsabilidade não se mede por sua
extensão geográfica, mas pela quantidade de problemas atuais e potenciais que
ela contém.
j. Adensamentos demográficos – Os adensamentos demográficos
acarretam um maior volume de problemas, principalmente os de ordem social.
Esse fator deve ser levado em consideração ao se atribuir uma área de
responsabilidade a um comando de segurança integrada.
l. Importância das regiões – Cada área a ser dividida entre os comandos
subordinados apresenta, normalmente, diferentes regiões. Cada uma dessas
regiões deve ser analisada a fim de ficar caracterizada sua importância e qual o
comando de segurança integrada mais adequado para receber a responsabilida-
de sobre cada região. Durante a análise, são levadas em consideração as regiões
em que as F Adv podem causar danos ponderáveis e a conjugação entre a
presteza da ação sobre a área e a sobrecarga que pode ocorrer no comando de
segurança integrada responsável pela mesma. Às vezes, uma região apresenta

3-9
3-4 C 85-1

uma importância tão elevada sobre as demais que o escalão de planejamento


decide avocar a si a responsabilidade sobre essa região.
m. Áreas problema atuais e potenciais – A existência de áreas
problema atuais ou potenciais é de fundamental importância na definição da
dimensão das áreas de responsabilidade e também influi na escolha do comando
de segurança integrada que será responsável por ela. É desejável evitar que um
mesmo comando de segurança integrada possua áreas problema de natureza
distinta em sua área de responsabilidade.
n. Responsabilidade com a segurança externa – As OM com respon-
sabilidades específicas na defesa da pátria, mesmo não estando na linha de
fronteira, devem ter respeitada essa prioridade de emprego, e assim receber uma
área de responsabilidade menor para fins de segurança integrada.
o. Manutenção da cadeia de comando – A manutenção das cadeias de
comando, em todos os níveis, é um fator a ser considerado na composição dos
meios para a segurança integrada, pelas evidentes vantagens que possui.
Entretanto, o estudo dos demais fatores poderá concluir pela diminuição da
importância deste fator e impor a subordinação de OM a outros comandos fora
de sua cadeia normal.
p. Coordenação e controle
(1) Esse fator deve ser analisado levando-se em consideração a sua
ingerência nas ligações com os escalões superior e subordinado, com as
autoridades civis e com as demais forças legais envolvidas, particularmente a
Polícia Militar.
(2) No nível político, quanto menor o número de unidades da federação
ou de municípios incluídos em uma área de responsabilidade, mais fácil será a
coordenação e o controle por parte do comando de segurança integrada
responsável, já que haverá um menor número de autoridades com quem
coordenar.
(3) Quanto à decisão de atribuir um SUSESI para uma SU independente,
deve-se considerar se esta SU dispõe de todos os meios e ligações para operar
como um comando independente. Por outro lado, se a decisão for passá-la ao
controle operacional de uma OM valor Btl para emprego em um SESI, considera-
se que esta situação é prejudicial à coordenação e controle da SASI.
(4) Se a designação de um SUSESI acarretar conflito hierárquico em
razão da existência na área de uma OPM valor Btl, o comando desse SUSESI
não poderá receber a OPM sob controle operacional.
(5) O SUSESI não poderá ser reforçado com outra SU.
q. Diretriz do comandante – No planejamento de GLO, não há fator que
possa, como regra geral, ser definido como preponderante, pois cada área tem
suas peculiaridades e problemas distintos. Assim, a diretriz do comandante deve
estabelecer quais os fatores que deverão ser considerados como prioritários em
cada planejamento.

3-10
C 85-1 3-5

3-5. CONSIDERAÇÕES SOBRE A RESERVA


a. No planejamento das operações de garantia da lei e da ordem, deve ser
estabelecida uma reserva para a fase repressiva, estipulada em função dos
fatores da decisão, mas, em princípio, não deverá ser inferior a uma SU para o
escalão brigada.
b. O planejamento das ações e medidas para a fase preventiva, em
princípio, deve-se restringir às atividades de inteligência, comunicação social e
operações psicológicas. Caso haja necessidade de realização de operações de
pequeno porte na fase preventiva, o escalão encarregado da missão deverá
constituir reserva compatível.
c. Condicionantes a serem utilizados para a determinação da
reserva:
(1) atender até dois níveis de comando;
(2) dispor de elementos de natureza diferentes;
(3) dispor de elementos de diversas áreas;
(4) constituir, em princípio, com elementos da arma base;
(5) evitar designar OM de fronteira;
(6) não utilizar OM de engenharia de construção;
(7) procurar enquadramento, sempre que possível;
(8) não empregar OM de apoio logístico;
(9) só eventualmente empregar OM de guarda; e
(10) considerar a facilidade de deslocamento e a presteza da ação.

3-11
C 85-1
C 85-1

CAPÍTULO 4

EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE NAS OPERAÇÕES DE


GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

4-1. GENERALIDADES
Deve-se ter como consideração inicial que as operações desenvolver-se-
ão dentro de um quadro de normalidade institucional, onde não será adotada
nenhuma medida de defesa do Estado, ou de não normalidade institucional,
quando serão adotadas as referidas medidas.
É importante ressaltar, também, que o emprego da F Ter estará respaldado
por instrumento jurídico, definido quando da emissão da ordem do Presidente da
República e, ainda, que já terão sido esgotadas todas as possibilidades de
solução pacífica ou o emprego de meios de segurança pública.

ARTIGO II
FASES DO EMPREGO DA TROPA

4-2. DESLOCAMENTO PARA A ÁREA PROBLEMA


a. Poderá ser ostensivo ou sigiloso. Preferencialmente, será ostensivo
visando causar impacto e fazer com que as F Adv saibam que o Exército está
chegando, que vai fazer cumprir as determinações legais que estão sendo
afrontadas e que talvez seja conveniente repensar as posições por elas adotadas.
b. Deve-se prever a aproximação por mais de um itinerário.

4-1
4-3 C 85-1

4-3. ISOLAMENTO DA ÁREA E TOMADA DO DISPOSITIVO INICIAL


a. O deslocamento da tropa deve terminar em posições que assegurem o
cerco tático com o completo isolamento da área.
b. Com a fração da tropa que atuará como força de cerco já em posição,
a fração que executará a ação principal (investimento) ocupará sigilosamente o
dispositivo inicial.
c. A reserva, que poderá estar articulada, cerrará em seguida para posições
próximas às da força de investimento.
d. O comando da tropa deverá estabelecer uma Base de Operações
(B Op) onde permanecerão os apoios e para onde serão conduzidos os
elementos das F Adv aprisionados ou feridos e as baixas da tropa.
e. Já a partir dessa fase e prosseguindo durante todo o restante da
operação, uma medida de valor dissuasório será o sobrevôo constante da área
pelos helicópteros disponíveis. O vôo deverá ser realizado a baixa altura, portas
abertas, se possível com metralhadoras instaladas na aeronave e levando um
aparelho de som que possa ser utilizado para fazer a exortação ao entendimento.
f. As operações de GLO, em princípio, serão desenvolvidas numa área
denominada ÁREA DE OPERAÇÕES (A Op), segundo as condicionantes
político-jurídicas vigentes. A figura 4-1 apresenta um exemplo de Área de
Operações.

Fig 4-1. Área de Operações

4-2
C 85-1 4-4/4-5

4-4. EXORTAÇÃO AO ENTENDIMENTO PACÍFICO


Com o dispositivo inicial montado, o comandante, usando o seu sistema
de som e/ou helicóptero, dará início às medidas visando a explicar à população
a missão da tropa, mostrando de maneira clara que:
- a missão vai ser cumprida;
- o Exército não quer fazer uso de força e está disposto a conversar para
encontrar uma saída que atenda a todos;
- as reivindicações feitas podem ser justas, mas estão sendo conduzidas
por métodos que afrontam as leis brasileiras; e
- existem pessoas na organização do movimento que só estão defen-
dendo interesses pessoais que não são os mesmos do grupo.

4-5. INVESTIMENTO
a. Caso o prazo para cumprimento da missão permita, a hora do
investimento deve ser protelada de modo que as condições de sobrevivência na
área cercada (corte dos serviços públicos essenciais – água, energia elétrica,
telefone etc.) comecem a funcionar como instrumento de pressão sobre a F Adv,
com a consequente desagregação das relações sociais internas e enfraqueci-
mento das lideranças.
b. Deve-se utilizar o recurso da finta, ensaiando-se a tomada do dispositivo
em horários diferentes, de modo a produzir insegurança e incerteza quanto ao
momento real da ação. Essas fintas visam a desgastar as F Adv no que concerne
as suas medidas de defesa.
c. Nesse período de espera, devem ser adotadas todas as medidas que
levem ao enfraquecimento das lideranças, buscando, com isso, isolá-las da
massa.
d. No interior da formação que a tropa adotar para o investimento, deverão
ser posicionados os militares encarregados de fotografar e filmar. Eles devem
dirigir suas objetivas buscando focalizar particularmente as lideranças. A simples
presença das máquinas, “flashes” e luzes, funciona como fator de inibição para
atuação dos organizadores da resistência. Os elementos da imprensa poderão
realizar seus trabalhos, desde que não interfiram na manobra.
e. Elementos com missão especial devem ser escalados para:
(1) aprisionar os líderes;
(2) atender mulheres, crianças, deficientes físicos e idosos;
(3) capturar armas, documentos e outros tipos de materiais que possam
caracterizar em juízo os ilícitos cometidos; e
(4) outras missões específicas, conforme cada caso.
f. Na hora da ação no objetivo, serão fatores decisivos de sucesso:
(1) o alto grau de adestramento da tropa;
(2) a indiscutível liderança, particularmente nos menores escalões (GC;
Pel; Cia);

4-3
4-5/4-6 C 85-1

(3) o perfeito conhecimento e cumprimento das REGRAS DE


ENGAJAMENTO;
(4) a sincronização de todos os movimentos;
(5) a firmeza de atitudes, determinação e manutenção da iniciativa; e
(6) a manutenção da serenidade diante de provocações.
g. A ação da tropa em terra deverá estar coordenada com a utilização dos
helicópteros.
h. O movimento da tropa deverá, sempre que possível, buscar separar os
segmentos radicais do restante da população, dispensando tratamento diferen-
ciado aos dois segmentos
i. O término da operação estará caracterizado pelo restabelecimento da lei
e da ordem.

ARTIGO III
ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS

4-6 COMUNICAÇÃO SOCIAL


a. Os três ramos da comunicação social – as relações públicas, as
informações públicas e a divulgação institucional – devem ser intensamente
explorados no curso das operações de GLO.
b. A Comunicação Social tem por objetivo principal preservar a imagem da
Instituição junto à opinião pública. Para isso, o escalão executante deverá:
(1) manter a boa apresentação de seu pessoal;
(2) exteriorizar postura firme e serena, demonstrando boa educação no
trato com a população;
(3) valer-se de um oficial de comunicação social para o relacionamento
com os jornalistas, de modo a antecipar-se aos desdobramentos dos fatos,
minimizando as especulações e as controvérsias produzidas pela mídia; e
(4) na ocorrência de crise, deverá haver sempre um encarregado de
transmitir a palavra oficial da Força Terrestre (porta-voz).
c. Fatores condicionantes
(1) O conhecimento da área de operações e de sua população é
imprescindível ao planejamento e à execução da comunicação social.
(2) Os comandantes envolvidos na operação, em todos os níveis, devem
ter sempre em mente que o sucesso de sua operação depende da conquista e/
ou manutenção do apoio da população.
d. Emprego dos meios de Comunicação Social
(1) Considerações gerais
(a) O emprego da Comunicação Social (Com Soc) permite à Força
Terrestre conquistar e manter o apoio da população, além de zelar pela

4-4
C 85-1 4-6

manutenção da imagem do Exército perante a sociedade e o público interno da


Instituição.
(b) As três atividades de Com Soc – informações públicas, relações
públicas e divulgação institucional – deverão ser intensamente exploradas, de
forma a atender às necessidades e peculiaridades das ações de GLO no que
tange aos públicos-alvo definidos para a operação.
(c) O sucesso das ações a serem desenvolvidas na área da Com Soc
dependem diretamente de um planejamento centralizado no mais alto nível do
comando das forças empregadas na operação, realizado sob a orientação,
coordenação e controle do Oficial de Comunicação Social do escalão conside-
rado.
(d) Considerando a necessidade do estabelecimento de contatos
diretos com a população envolvida na área de operações é conveniente o
estabelecimento de uma Ouvidoria durante a operação.
(e) Visando antecipar crises e regular o fluxo de informações na área
da Com Soc, deverão ser estabelecidos canais que permitam o contato facilitado
com os órgãos de mídia e com formadores de opinião que possam influir na
formação da opinião pública da área de operações.
(f) É de fundamental importância o estabelecimento de planejamento
centralizado e medidas de coordenação com elementos de operações psicoló-
gicas, de forma a obter a sinergia das atividades de Com Soc e Op Psc.
(g) Visando atender ao princípio básico de “uma única voz” durante
a execução da operação, deverá ser estabelecido um porta-voz do comandante
para a divulgação de informações e contato com a mídia presente na operação.
(h) A documentação operacional de Com Soc deverá seguir os
modelos constantes do Manual de Comunicação Social.
(i) Os elementos e organizações militares que comporão o sistema
de Com Soc da operação deverão, entre outras ações:
1) minimizar os aspectos negativos das ações desencadeadas;
2) maximizar os aspectos positivos decorrentes das operações
militares, em particular aquelas que atendam aos anseios da opinião pública;
3) adotar relacionamento adequado com a mídia, baseado no
profissionalismo, na verdade e no respeito mútuo;
4) coordenar e orientar o fluxo das informações de Com Soc a
serem disponibilizadas para a mídia, sob orientação específica do O Com Soc
da operação;
5) evitar a disseminação de especulações sobre as ações da
tropa, bem como evitar as ações de desinformação que possam surgir nos meios
de divulgação;
6) antecipar-se às situações de crise, por meio do acompanha-
mento cerrado das atividades desenvolvidas;
7) estabelecer ações voltadas para o fortalecimento do moral e
incremento do poder de combate da tropa empregada; e
8) zelar pela boa imagem da Força, orientando as tropas
empregadas para a manutenção da boa apresentação individual e a exteriorização
de postura serena e firme, demonstrando boa educação no trato com a
população.

4-5
4-6 C 85-1

(j) Caberá ao O Com Soc da operação:


1) planejar, coordenar, orientar e executar as atividades de
Com Soc;
2) organizar, orientar e estabelecer as normas gerais de ação
para a Ouvidoria;
3) assessorar o comandante da operação no gerenciamento de
crises na área da Com Soc;
4) servir como porta-voz do comandante da operação;
5) coordenar, orientar e executar as ligações com as Forças de
Segurança Pública envolvidas na operação, bem como os elementos de outras
Forças Armadas que dela participem;
6) estabelecer normas para o relacionamento com os órgãos de
mídia;
7) atuar de forma pró-ativa no trato da informação de Com Soc,
de forma a antecipar-se, no que for possível, às situações de crise;
8) planejar de forma centralizada e de maneira coordenada as
ações de Com Soc e as ações de Op Psc a serem realizadas na operação de
GLO, visando a obter sinergia nas atividades executadas; e
9) empregar, como base para seus planejamentos, o Plano de
Comunicação Social do Exército, os “vade mecum” de Com Soc e o Manual de
Com Soc.
(l) Na execução das atividades de comunicação social, deverão ser
observados os seguintes aspectos:
1) a defesa dos direitos humanos e dos direitos civis são temas
que merecem especial atenção por parte das ações de Com Soc;
2) o tratamento para com a imprensa deverá ser pautado pela
próatividade, responsabilidade para com o trato das informações fornecidas e
profissionalismo no relacionamento pessoal;
3) os militares que possam vir a ter contato com os órgãos de
mídia deverão estar preparados para a atividade, devendo seguir os preceitos
contidos no Plano de Comunicação Social do Exército e no Manual de Comuni-
cação Social;
4) sempre que possível, as ações operacionais deverão ser
filmadas e fotografadas por pessoal devidamente autorizado pelo comando da
operação, de forma a apresentar aos órgãos de mídia as reais condições sob as
quais a tropa atuou, o que permitirá contrapor-se a possíveis inverdades e notícias
tendenciosas que visem a atingir a boa imagem da Força Terrestre;
5) a presença de jornalistas deverá ser orientada e coordenada
por elementos do sistema de Com Soc da operação, não devendo haver
restrições inadequadas ou inoportunas que possam gerar reclamações ou ações
negativas por parte de profissionais da mídia;
6) nas operações de GLO, depois de quebrado o sigilo, em
princípio, não devem ser impostas restrições ao livre exercício do jornalismo, a
não ser que a presença da imprensa possa vir a comprometer aspectos
operacionais ou de segurança, incluindo o risco à integridade física da tropa ou
do próprio jornalista;

4-6
C 85-1 4-6/4-7

7) no caso de operações sigilosas ou que envolvam riscos para


os profissionais de mídia, realizar, se for o caso, a cobertura jornalística e
disponibilizar para os órgãos de mídia;
8) a opinião pública e os órgãos de mídia, quando mal atendidos
ou mal informados, podem se colocar contra a atuação da Força Terrestre e serão
fatores de forte limitação à liberdade de ação estratégica e tática, influenciando
de forma direta nos resultados da operação desencadeada;
9) a atividade de comunicação social nas operações de GLO
deverá ser vista por todos os comandos envolvidos como uma verdadeira arma a
ser empregada, fortalecendo a capacidade de atuação da tropa empregada;
10) as ações de comunicação social deverão ser desencadeadas
concomitantemente com as ações operacionais e, quando possível, antes
mesmo do emprego da tropa, de forma a alertar a população sobre os possíveis
reflexos do emprego da tropa na garantia da lei e da ordem.
(2) Fatores Condicionantes
(a) O conhecimento da área de operações, dos meios de mídia
existentes, dos diferentes públicos envolvidos pela operação, das lideranças
locais, do posicionamento da opinião pública e da postura das Forças de
Segurança é imprescindível ao planejamento e à execução das atividades de Com
Soc durante a operação.
(b) A plena integração com as seções de inteligência, de operações
e de Op Psc é condição primordial para o desenvolvimento adequado do
planejamento e da execução das atividades de Com Soc.
(c) O estabelecimento do sistema de comunicação social da opera-
ção, bem como o adequado funcionamento do canal técnico de Com Soc são
fatores relevantes para a obtenção do sucesso nas atividades de Com Soc.

4-7. OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS


a. O emprego de Op Psc em apoio às Op GLO será realizado tendo como
premissas básicas maximizar a possibilidade de sucesso da tropa, minimizar a
possibilidade de enfrentamento e preservar vidas.
b. O planejamento de Op Psc é realizado no mais alto escalão. As etapas
do processo de planejamento e execução seguem as normas estabelecidas no
Manual de Campanha C 45-4 – OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS e em
documentos doutrinários emitidos pelo Estado-Maior do Exército.
c. A responsabilidade de realizar o planejamento inicial de emprego de Op
Psc é da Seção de Operações do escalão considerado. O planejamento das
campanhas de Op Psc, bem como o detalhamento do emprego dos produtos e
ações é atribuição da OM de Op Psc, por intermédio de militares especializados.
d. Para um emprego adequado de Op Psc é necessário, além do
conhecimento da legislação de emprego das Forças Armadas em GLO, o
desenvolvimento das seguintes atividades: estudos do LEA da A Op, da manobra
do escalão considerado, da situação de Op Psc e dos públicos-alvo envolvidos.

4-7
4-7 C 85-1

e. O planejamento de Op Psc será materializado através do Anexo de Op


Psc ao Plano ou O Op do escalão considerado. Esse Anexo terá como Apêndice
o Plano de Campanha de Op Psc que consubstanciará as campanhas, os
objetivos, os produtos e as ações que serão envolvidas durante o emprego de Op
Psc.
f. Para que seja possível a antecipação de emprego de Op Psc nas Op
GLO é necessário o acompanhamento da conjuntura nacional dos principais
acontecimentos, principalmente daqueles que possam evoluir para uma “crise”,
acarretando o emprego da Força Terrestre ou das Forças Armadas.
g. A rápida evolução dos acontecimentos pode minimizar o tempo de
emprego de Op Psc antes da tropa, mas não suprime as etapas do processo de
planejamento. Para que se tenha o emprego adequado de Op Psc, maximizando
os efeitos desejados, deve-se disponibilizar o máximo de informações sobre a
A Op e os diversos públicos-alvo visualizados.
h. Fatores Condicionantes
(1) Integração com a Inteligência
(a) A integração das Op Psc com a Inteligência se dará desde antes
dos Plj das Op GLO, ainda na fase de levantamento e acompanhamento da
conjuntura nacional
(b) As informações de interesse para as Op Psc nem sempre estão
disponíveis nos bancos de dados existentes. Essas informações são condensadas
inicialmente no Repertório de Conhecimentos Necessários (RCN) para as
Op Psc, que é solicitado à Inteligência.
(c) A integração não se restringe somente a tramitação de documentos,
mas principalmente na transmissão da visão de como determinado conhecimento
pode ser útil para as Op Psc.
(2) Integração com a Comunicação Social
A integração com a Com Soc se dará por intermédio da coordenação
dos planejamentos, dos temas que serão vinculados e dos veículos de difusão
empregados.
i. Emprego das Op Psc
(1) O emprego dos meios de Op Psc (humanos e materiais) dar-se-á por
meio da Equipe de Op Psc (Eqp Op Psc), pertencente a OM de Op Psc, alocada
para participar na Op de GLO.
(2) A Eqp Op Psc atuará por meio da subordinação ao comandante da
Operação GLO, mantendo , desde o início das Op, um canal técnico com sua
OM de Op Psc.
(3) Em caso de composição de uma Seção de Op Psc no Estado-Maior
da Força empregada na Op GLO, as equipes ficarão sob o controle do Of Op Psc,
Chefe da Seção, o qual se encarregará de coordenar as ações das Equipes e
efetivar o canal técnico de Op Psc através da ligação com o Cmt OM Op Psc.
(4) Neste tipo de emprego das Op Psc, as Eqp Op Psc deverão,
preferencialmente, ser compostas de turmas de alto-falantes (AF) e de panfletos,
devido às características deste tipo de operação.

4-8
C 85-1 4-7/4-8

(5) Pode-se considerar o emprego de tropa não especializada para


realizar algumas atividades de Op Psc. Essa situação será possível desde que a
tropa empregada seja instruída por militares especializados e que as atividades
estejam estabelecidas no Plano de Campanha de Op Psc e coordenadas com
a manobra.
j. As Op Psc levantam objetivos psicológicos coesivos e/ou divisivos para
serem empregados nos públicos-alvo levantados. De maneira geral, os coesivos
são utilizados para as Forças Militares e a população e os divisivos para as FAdv
e/ou entre estes e a população. O estabelecimento dos objetivos psicológicos é
atribuição da OM de Op Psc e constará no Plano de Campanha de Op Psc.
k. O levantamento dos públicos-alvo para as Op Psc será resultado de
estudo do LEA. Sempre será considerada como público-alvo prioritário para todas
as Op GLO a população local. O sucesso da operação depende da conquista
e/ou manutenção do apoio da população e da redução do ímpeto de atuação das
F Adv.
l. O Manual de Campanha C 45-4 – OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS
aborda com maiores detalhes as Op Psc nas operações de GLO.

4-8. ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA


a. Só um minucioso conhecimento das F Adv e da área de operações, com
particular atenção para a população que nela reside, pode proporcionar condições
para a neutralização ou supressão da capacidade de atuação da F Adv com o
mínimo de danos à população e o menor desgaste para a força legal.
O emprego da atividade de inteligência deve anteceder o início de uma
operação de GLO propriamente dita, sendo desenvolvida desde a fase preventiva,
na situação de normalidade, produzindo conhecimentos no nível estratégico-
operacional (possibilidades, vulnerabilidades e prováveis linhas de ação das forças
adversas e ambiente operacional) e no nível tático (forças adversas, terreno e
condições climáticas e meteorológicas).
Deve cobrir toda a área de responsabilidade de cada comando, se possível
empregando na atividade as delegacias do serviço militar e os tiros-de-guerra. As
particularidades das ações de GLO indicam que deve haver uma preocupação na
atividade de inteligência, tais como:
(1) acompanhar, de forma permanente, todas as atividades dos grupos
considerados com potencial para constituirem-se em uma F Adv;
(2) identificar as lideranças, particularmente suas vulnerabilidades;
(3) levantar patrocínio de organismos estrangeiros e, inclusive, presença
de não-nacionais;
(4) conhecer o “modus operandi” em cada tipo de manifestação que
promovam;
(5) identificar suas ligações com elementos e órgãos da imprensa;
(6) identificar as ligações com autoridades políticas, do judiciário e
eclesiásticas; e

4-9
4-8/4-9 C 85-1

(7) conhecer a potencialidade e eficácia do assessoramento e cobertura


jurídica que dispõem.
b. A existência de diversos órgãos de inteligência, externos à F Ter,
capazes de produzir conhecimentos necessários às operações de GLO é uma
característica dessas operações e impõe a preparação de um Plano de Inteligên-
cia adequado à situação, devendo ser buscada a efetiva integração com todos
esses órgãos desde antes da ocorrência dos fatos que deram origem ao emprego
da tropa.
Nas operações de GLO, o ambiente operacional pode proporcionar facilida-
de para a obtenção de informantes e colaboradores. Em contrapartida, a F Adv
pode contar com vantagens semelhantes, portanto, a contra-inteligência deve
estabelecer medidas visando a prevenir, detectar, obstruir e neutralizar a inteligên-
cia adversa e ações de qualquer natureza que constituam ameaça à salvaguarda
de conhecimentos, pessoal, material, áreas e instalações.
c. As IP 30-1 – A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA MILITAR, 2ª PARTE
detalham a atividade de inteligência nas operações militares.

4-9. NEGOCIAÇÃO
a. Para esta atividade, o comandante da força empregada deve ser
assessorado por pessoas com conhecimento e, se possível, com experiência em
gerenciamento de crises.
A negociação deve ser aproveitada como oportunidade para levantamento
de inteligência, de modo a facilitar ações futuras.
b. Nas operações de garantia da lei e da ordem são consideradas duas
fases de negociação:
(1) 1ª fase
(a) Conduzida por pessoas não pertencentes à força empregada,
podendo ser políticos, autoridades dos três poderes ou elementos da sociedade
civil. Entre tais pessoas devem estar incluídos mediadores e autoridades com
poderes para oferecer concessões, compensações e estabelecer limites.
(b) A força empregada pode participar dessa fase da negociação, a
fim de proporcionar segurança aos negociadores e/ou atuar como elemento de
dissuasão.
(c) O emprego efetivo da Força Armada é uma conseqüência do
esgotamento, sem sucesso, da 1ª fase da negociação.
(2) 2ª fase
(a) Conduzida sob responsabilidade do comandante da força empre-
gada, partindo do pressuposto que todas as concessões possíveis já foram feitas
e que não foram suficientes para solucionar o impasse de forma pacífica.
(b) Nessa fase, os únicos fatores a negociar são, se houver fatos que
o justifiquem, o prazo e a forma como a força adversa vai cumprir o determinado
pela lei – por exemplo, concessão de um prazo maior para aguardar os meios de
transporte para a evacuação de pessoal de área ocupada.

4-10
C 85-1 4-9/4-10

(c) A posição do comandante da força é a de intimar e não a de fazer


concessões.
Algumas concessões poderão ser feitas, como fornecimento de água
ou alimentação e retirada de mulheres e crianças.
c. Com a finalidade de preservar a imagem da F Ter e minimizar problemas
legais para os integrantes da força empregada, é fundamental que todos os
escalões de comando da força empregada deixem absolutamente claro para a
autoridade que determinou o emprego da força, para os negociadores, para a força
adversa em presença e para a opinião pública que:
(1) a tentativa de solucionar o impasse por meios pacíficos, por quem
estava autorizado para tanto, fracassou; e
(2) o emprego da Força Armada pressupõe a possibilidade de danos à
integridade de pessoas e/ou bens.

4-10. ATIVIDADES DE ASSUNTOS CIVIS


a. Generalidades
As atividades de assuntos civis são as referentes ao relacionamento do
comandante e dos demais componentes da força legal com as autoridades civis
e a população da área sob o controle da força.
Como o ambiente operacional em que se desenvolvem as operações de
GLO é parte do território nacional, é normal que as atividades de assuntos civis
sejam desenvolvidas pelos órgãos civis responsáveis. Entretanto, a F Ter pode
receber encargos de apoiar ou coordenar essas atividades.
Em operações de GLO, as atividades de assuntos civis têm capital
importância para o êxito definitivo da operação. A componente puramente militar
da operação pode ser capaz de neutralizar atuação da F Adv, porém é a adequada
exploração das atividades de assuntos civis que pode eliminar os fatores que
propiciaram o desenvolvimento da F Adv. Assim, o comandante responsável pela
execução das medidas repressivas deve assegurar-se que suas ações táticas são
complementadas por adequadas ações na área de assuntos civis.
b. Objetivos
Em um quadro de GLO, as atividades de assuntos civis têm por objetivo:
(1) facilitar a execução das operações e a comunicação social;
(2) dar cumprimento às leis vigentes; e
(3) cooperar com o restabelecimento da autoridade constituída sobre
a área de operações.
c. Abrangência
De modo semelhante às operações convencionais, as atividades de
assuntos civis compreendem:
(1) governo;
(2) economia;
(3) serviços públicos; e
(4) atividades especiais.

4-11
4-10/4-12 C 85-1

d. Condicionantes de engajamento
Em operações de GLO, o grau de engajamento da F Ter nas atividades
de assuntos civis dependerá de três condicionantes:
(1) o instrumento legal que determinou o emprego da F Ter na
operação;
(2) as estruturas de governo existentes na área de operações; e
(3) o grau de controle que a F Adv exerce sobre a área.
e. Pessoal especializado
Na constituição da força a ser empregada na área, deve-se prever a
inclusão de especialistas nas áreas relacionadas com os assuntos civis. Esses
especialistas são grupados em equipes funcionais.
As equipes funcionais de assuntos civis são organizadas conforme a
necessidade de cada operação. Quando os órgãos civis estão estruturados e
capazes de atuar, as equipes funcionais da F Ter podem se limitar à presença de
oficiais de ligação, junto àqueles órgãos.

ARTIGO IV
OPERAÇÕES TIPO POLÍCIA

4-11. GENERALIDADES
As operações tipo polícia podem ser realizadas em ambiente urbano ou rural
e são intensamente empregadas em todas as operações de GLO, qualquer que
seja o valor da F Adv e seu grau de organização. Em muitas ocasiões, essas
operações serão executadas sob condições de normalidade.

4-12. OBJETIVOS
As operações tipo polícia têm por objetivo:
a. controlar a população;
b. proporcionar segurança à tropa, às autoridades, às instalações, aos
serviços essenciais, à população e às vias de transporte;
c. isolar a F Adv de seus apoios;
d. impedir a saída de elementos da F Adv de uma área;
e. diminuir a capacidade de atuação da F Adv e restringir sua liberdade de
atuação;
f. apreender material e suprimentos da F Adv; e
g. restabelecer o controle de áreas, instalações ou vias de transporte
ocupadas indevidamente pelas F Adv.

4-12
C 85-1 4-13/4-14

4-13. MEIOS A EMPREGAR


a. Todas as unidades operacionais da F Ter, com prioridade para as de
arma base, são aptas para a execução de operações tipo polícia, com destaque
para as unidades de Polícia do Exército, dada a sua natureza.
b. A unidade que executa operações tipo polícia pode executar, simulta-
neamente, operações de combate, as quais serão objeto de manual específico.
c. As unidades de Polícia Militar são especialmente aptas à execução de
operações tipo polícia.
d. Outros elementos civis, como guardas municipais e elementos de
controle de trânsito, podem permanecer em suas atividades específicas e terem
suas ações coordenadas pela F Ter, no planejamento e execução das operações
tipo polícia.

4-14. AÇÕES A REALIZAR


a. Estabelecimento de Postos de Bloqueio e Controle de Estradas
(PBCE)
(1) Os PBCE são estabelecidos para controlar o movimento da popula-
ção da área; capturar membros da F Adv; isolar a F Adv na área de operações
e impedir a entrada de seus apoios e reforços; e restringir a liberdade de
movimento das F Adv.
(2) Os PBCE podem ser permanentes ou inopinados e seus efetivos
podem variar de um grupo de combate a um pelotão.
(3) Os PBCE devem ser estabelecidos em locais onde as estradas
canalizam o movimento, de maneira a dificultar seu desbordamento por parte dos
usuários da estrada e devem contar com uma pequena força de reação, capaz
de perseguir e capturar elementos que tentem se evadir do local, evitando a revista
e/ou identificação.
(4) Um PBCE, quando em sua organização mais completa, conta com:
(a) Grupo de Via:
1) equipe de controle de tráfego;
2) equipe de segurança aproximada; e
3) equipe de revista e identificação.
(b) Grupo de Reação:
1) equipe de reação; e
2) equipe de guarda de presos.
(c) Grupo de Patrulha.
(d) Elm Op Psc.
(5) Os PBCE devem, sempre que possível, contar com a presença de
elementos policiais e/ou de fiscalização, com jurisdição sobre a área (Polícia
Federal, Receita Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e outros).
Tais elementos atuarão junto com o grupo de revista e identificação e serão
encarregados das providências legais em face de irregularidades ou ilícitos
observados. Essa providência cresce de importância em situação de normalida-

4-13
4-14 C 85-1

de, visando preservar os procedimentos legais.


(6) Se for considerada a possibilidade de efetuar revista em pessoas, o
grupo de revista e identificação deve contar com militares do sexo feminino.
b. Estabelecimento de Postos de Bloqueio e Controle de Vias
Urbanas (PBCVU)
(1) Os PBCVU são estabelecidos para controlar o movimento da
população da área; capturar membros da F Adv; impedir o acesso de pessoas
a determinadas áreas; e restringir a liberdade de movimento das F Adv.
(2) Os PBCVU são semelhantes aos PBCE, diferindo daqueles por
serem estabelecidos em áreas urbanas.
(3) No ambiente operacional (área urbanizada), a F Adv e os objetivos
condicionam o efetivo e a organização dos PBCVU.
(4) Os mesmos cuidados legais tomados em relação aos PBCE
(presença de elementos policiais e do sexo feminino) devem ser tomados na
constituição dos PBCVU, sempre que a situação ou os objetivos indicarem a
conveniência.
c. Estabelecimento de Postos de Bloqueio e Controle Fluvial (PBCFlu)
(1) Os PBCFlu, da mesma forma que os PBCE, são estabelecidos para
controlar o movimento da população da área ribeirinha; capturar membros da
F Adv; isolar a F Adv na área de operações e impedir a entrada de seus apoios
e reforços; e restringir a liberdade de movimento das F Adv.
(2) Os PBCFlu podem ser permanentes ou inopinados e seu efetivo pode
variar de um grupo de combate a um pelotão.
(3) Os PBCFlu devem ser estabelecidos em locais onde o movimento
na via fluvial é canalizado, de maneira a dificultar seu desbordamento e devem
contar com uma pequena força de reação, capaz de perseguir e capturar
elementos que tentem se evadir do local, evitando a revista e/ou identificação.
(4) Um PBCFlu deve ser organizado de maneira semelhante aos PBCE
e, sempre que possível, devem contar com a presença de elementos policiais e/
ou de fiscalização, com jurisdição sobre a área (Polícia Federal, Receita Federal,
Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e outros).
Tais elementos atuarão junto com o grupo de revista e identificação e
serão encarregados das providências legais em face de irregularidades ou ilícitos
observados. Essa providência cresce de importância em situação de normalida-
de, visando preservar os procedimentos legais.
(5) Se for considerada a possibilidade de efetuar revista em pessoas, o
grupo de revista e identificação deve contar com militares do sexo feminino.
d. Busca e Apreensão de Pessoas, Armamento, Munição e Outros
Materiais
(1) As operações de busca e apreensão destinam-se a aprisionar
membros da F Adv e apreender seu material, armamento, munição e outros
materiais de posse não permitida à população e restringir a liberdade de ação da
F Adv.
(2) As operações de busca e apreensão devem ser realizadas em plena
conformidade com os dispositivos legais de garantia das pessoas – mandados

4-14
C 85-1 4-14

judiciais e outras providências definidas na lei – particularmente quando a


operação é executada nas condições de normalidade.
(3) Quando da efetuação de prisão em flagrante, deve-se tomar as
devidas precauções para que um militar em comando não seja desviado da área
de operações a fim de cumprir as formalidades de condutor do preso.
(4) Os comandantes devem tomar todos os cuidados para evitar
situações em que a correção de atitudes da força legal seja questionada,
principalmente no que se refere ao tratamento das pessoas e ao respeito à
propriedade alheia.
(5) A ação de busca e apreensão pode ser realizada em um local
determinado e com objetivos (pessoal e/ou material) bem definidos ou abranger
grandes áreas rurais ou urbanas.
(6) Em qualquer caso, a força que realiza a operação de busca e
apreensão deve contar com dois elementos:
(a) Escalão de Segurança, constituindo um comando único fora do
ambiente;
(b) Escalão de Busca e Apreensão, constituindo um comando único
dentro do ambiente.
(7) Ao Escalão de Segurança, cabe isolar a área onde se realiza a busca
e apreensão, seja ela uma casa ou uma localidade.
O Escalão de Segurança também atua como reserva e deve estar pronto
a enfrentar eventuais resistências e a proteger o Escalão de Busca e Apreensão.
(8) O Escalão de Busca e Apreensão tem a missão de penetrar na área
isolada e realizar efetivamente a busca e a apreensão do pessoal ou material. Os
componentes do Escalão de Busca e Apreensão devem ter sido intensivamente
adestrados para esse tipo de missão e estar muito bem esclarecidos sobre os
alvos da operação.
(9) As operações de busca e apreensão encerram grande potencial de
desgaste para a força legal, principalmente quando conduzidas em área urbana,
por isso devem ser cuidadosamente planejadas, possuir objetivos bem definidos
e ser apoiada em adequadas operações de inteligência.
e. Identificação de pessoas e controle de movimentos
(1) A identificação de pessoas e controle de movimentos visa identificar
e aprisionar membros da F Adv, impedir o acesso da população a determinadas
áreas e restringir a liberdade de movimento da F Adv.
(2) A identificação de pessoas pode ser feita em PBCE, PBCVU e
PBCFlu ou em patrulhamentos.
(3) Os elementos que executam a identificação devem ser instruídos
sobre as formas legais de identificação das pessoas e a validação dos documen-
tos possíveis de serem usados pela população local.
(4) O controle de movimentos é feito, normalmente, em PBCE, PBCVU
e PBCFlu e pode ser apoiado em medidas restritivas, como proibição de acesso
a determinadas áreas, toque de recolher e outras providências.
(5) As medidas de controle de movimento devem ser objeto de
planejamento detalhado e integrado com órgãos policiais e de administração civil,
de modo a reduzir ao mínimo os transtornos à população.

4-15
4-14 C 85-1

f. Interdição ou evacuação de áreas


(1) As ações de interdição de áreas visam impedir o acesso de pessoas
não autorizadas a áreas ou instalações de vital importância na situação conside-
rada, garantindo a integridade das pessoas e o funcionamento das referidas
instalações.
(2) As evacuações visam retirar pessoas de áreas ou instalações onde
suas presenças não sejam permitidas.
(3) As interdições são medidas preventivas enquanto as evacuações são
medidas corretivas. Assim, é evidente que as primeiras apresentam menor risco
de desgaste para a força legal e, conseqüentemente, devem ser priorizadas nos
planejamentos.
(4) As interdições, sempre que possível, devem ser instaladas durante
os horários de menor movimento (madrugadas) e de surpresa, de modo a evitar
atritos da tropa que realiza a interdição com civis em trânsito no local ou que
procurem evitar o estabelecimento da interdição.
(5) Nas ações de evacuação, é muito provável que ocorra confronto da
força legal com elementos neutros ou inocentes úteis. Dessa maneira, as ações
de evacuação são muito propícias à intenção da F Adv de criar “mártires” para o
movimento. Esse risco pode ser reduzido mediante demonstrações de força e o
emprego de operações psicológicas, visando retirar a vontade de resistir dos
ocupantes da área a ser evacuada e estimulando-os a colaborar.
(6) Em determinadas circunstâncias é conveniente que a força legal se
beneficie do fator surpresa ao desencadear uma evacuação. Entretanto, em
qualquer caso, é impositivo informar à população e aos próprios ocupantes do local
a ser evacuado que a atividade será realizada (podendo ser omitido o quando),
seus motivos e amparo legal para a ação.
(7) As ações de evacuação devem ser feitas em conformidade com os
preceitos legais.
g. Controle de Distúrbios
(1) Tais ações são freqüentemente empregadas em operações de GLO
e podem ser executadas em situação de normalidade.
(2) Os meios da F Ter só devem ser empregados em ações de controle
de distúrbios após esgotados os meios da Polícia Militar ou quando o distúrbio
ocorrer em área sujeita à administração militar.
(3) As tropas que forem executar ações de controle de distúrbios devem
empregar equipamento apropriado e armamento com munição não letal. O
armamento convencional só deve ser utilizado em situações de risco para a tropa
empregada.
h. Demonstração de Força
(1) As demonstrações de força visam dissuadir a F Adv e/ou as pessoas
que ela conduz de atitudes que possam ocasionar confronto com a força legal.
(2) A ação de demonstração de força é realizada pela exposição à
observação dos elementos que se opõem à força legal de uma tropa de efetivo,
atitude, armamento e material capaz de convencê-los que será inútil opor-se à
ação dessa tropa.

4-16
C 85-1 4-14/4-16

(3) O emprego de tropas blindadas ou mecanizadas e o sobrevôo de


aeronaves têm grande poder dissuasório e são muito eficientes neste tipo de ação.
i. Segurança de autoridades
(1) As ações de segurança de autoridades visam impedir a ação da F Adv
sobre autoridades e outras figuras de destaque e podem se desenvolver tanto na
área urbana como rural.
(2) Uma efetiva ação de segurança de autoridades é fundamental para
frustrar o desenvolvimento do processo de agitação e propaganda conduzido pela
F Adv e garantir a liberdade de ação das autoridades e outras pessoas de
destaque.
(3) A ação de segurança de autoridades pode incluir a guarda de resi-
dências e/ou locais de trabalho e o acompanhamento permanente da autoridade.
j. Vasculhamento de áreas
(1) O vasculhamento de áreas visa obter conhecimentos sobre a F Adv,
restringir sua liberdade de movimentos, isolá-la de seus apoios junto à população
e aprisionar pessoal e apreender material da F Adv.
(2) O vasculhamento de áreas pode ser realizado em ambiente rural ou
urbano e distingue-se das ações de busca e apreensão pelos objetivos e pelo
conhecimento que se tem do alvo. A busca e apreensão tem objetivo bem definido
e é mais direcionada, enquanto o vasculhamento tem objetivos mais gerais e é
mais exploratório.
(3) Em determinados casos, principalmente na área rural, o vasculhamento
pode adquirir as características de uma operação de combate.

ARTIGO V
INTERDIÇÃO DO APOIO EXTERNO

4-15. GENERALIDADES
a. A interdição do apoio externo é uma operação complexa que exige,
normalmente, uma ação integrada de todos os segmentos das forças legais e de
órgãos dos Governos Federal, Estadual e Municipal.
b. Contra determinadas F Adv, particularmente as ligadas ao crime
organizado, a interdição do apoio externo pode se constituir na principal missão
da F Ter.
c. Dentre as três forças singulares, a F Ter terá o comando das ações
quando a faixa a interditar for constituída por fronteira terrestre.

4-16. OBJETIVO
A interdição do apoio externo tem por objetivo impedir que as F Adv recebam
apoio em pessoal e/ou material vindo do exterior.

4-17
4-17/4-18 C 85-1

4-17. CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO


a. Podem ocorrer três situações em relação à A Op, conforme sua
localização em relação à fronteira: área contígua à linha de fronteira terrestre; área
situada junto ao litoral; ou área interiorizada.
b. Quando a A Op é contígua à linha de fronteira terrestre, a força de
pacificação (F Pac) é responsável pela interdição do apoio externo nos limites de
sua jurisdição.
c. Quando a A Op está situada junto ao litoral, a F Pac participa das ações
de interdição do apoio externo que, nesse caso, serão predominantemente navais.
d. Quando a A Op for interiorizada, a F Pac não participa das ações de
interdição do apoio externo. Nesse caso, caberá aos escalões superiores
conduzir ou participar da interdição do apoio externo.

4-18. AÇÕES A REALIZAR


a. Normalmente, a interdição do apoio externo compreende:
(1) estabelecimento de PBCE ou PBCVU nas penetrantes que cruzem
a fronteira e de PBCFlu nos cursos de água que penetram no território nacional;
(2) patrulhamento fluvial, terrestre e aéreo da faixa de fronteira;
(3) ocupação de pistas de pouso e de aeródromos;
(4) estabelecimento de postos de observação em locais favoráveis à
atracação de embarcações marítimas, lacustres ou fluviais e na foz de rios;
(5) intensificação das atividades alfandegárias;
(6) intensificação do controle do tráfego aéreo; e
(7) patrulhas a pé e/ou motorizadas.
b. As ações de interdição do apoio externo devem ser apoiadas em
conhecimentos obtidos em operações de inteligência.
c. Se for o caso, o instrumento legal que instituir a A Op e constituir a
F Pac pode instituir uma zona restrita ao longo da faixa de fronteira. A população
residente ou em trânsito na zona restrita pode ser submetida a diversos controles
que vão da restrição ao livre movimento até a evacuação da área.

4-18
C 85-1

CAPÍTULO 5

PLANEJAMENTO DAS OPERAÇÕES CONTRA AS FORÇAS


ADVERSAS

ARTIGO I
ESTUDO DE SITUAÇÃO

5-1. GENERALIDADES
Operações contra forças adversas são um conjunto de ações e atividades
que visam neutralizar a capacidade de atuação das F Adv ou capturá-las e garantir
o apoio da população às forças legais, com a finalidade de restabelecer a lei e a
ordem.
As operações contra as F Adv são, predominantemente, de natureza
ofensiva, devendo ser executadas simultaneamente e de forma coordenada. A
ênfase sobre determinado tipo de operação, se necessária, será ditada pelo
estudo de situação de GLO correspondente.
As forças legais devem ser empregadas com ampla superioridade de meios
e com maior grau de mobilidade possível sobre as F Adv.
O estudo de situação para operações contra F Adv, tanto em ambiente
urbano quanto em ambiente rural, está previsto no C 101-5 – ESTADO-MAIOR E
ORDENS e obedece, em suas linhas gerais, ao esquema previsto para as
operações convencionais. Especial atenção deve ser dada a determinados fatores
tais como população e recursos, que naquelas operações apresentam um
interesse mais restrito.
Os planejamentos devem considerar como princípio fundamental na defini-
ção das ações que se deve sempre tentar resolver o problema sem que haja o
confronto físico entre a tropa e a massa conduzida pela F Adv. Assim, deve-se
planejar a operação executando as seguintes ações:
(1) Negociação

5-1
5-1/5-3 C 85-1

(2) Alternativas táticas:


(a) demonstração de força;
(b) emprego de armas não letais;
(c) emprego de caçadores e/ou táticas especiais (se for o caso); e
(d) ação de choque da tropa.
Nos itens seguintes, são apontados os aspectos mais importantes dos
diferentes fatores a analisar.

5-2. MISSÃO
a. Nos escalões brigada e superiores, a missão recebida é normalmente
traduzida por uma expressão com significado muito geral, normalmente pela
finalidade, o que permite uma grande liberdade de ação ao executante. Em
contrapartida, pode conter prescrições destinadas à obtenção de determinados
efeitos políticos, econômicos ou outros, que podem condicionar acentuadamente
a execução das operações.
b. A missão, normalmente atribuída sob a forma de pacificar a área,
comporta três medidas fundamentais:
(1) a neutralização da capacidade de atuação das F Adv;
(2) a supressão do organismo gerador das F Adv; e
(3) o restabelecimento da normalidade político-administrativa na área
conturbada.

5-3. O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO TERRENO, CONDIÇÕES


METEOROLÓGICAS E INIMIGO NAS OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E
DA ORDEM
O Processo de Integração Terreno, Condições Meteorológicas e Inimigo
(PITCI) constitui uma ferramenta de apoio ao Estudo de Situação de Inteligência
nas operações de GLO, apresentando as seguintes características peculiares:
a. 1ª Fase – Determinação e avaliação da área de operações
Nas operações de GLO, durante a delimitação da área de interesse, além
das ameaças reais ou potenciais, deve ser considerado o fator população, uma
vez que a F Adv busca obter o seu apoio e dela depende para atender às suas
necessidades logísticas.
b. 2ª Fase – Análise do terreno e das condições meteorológicas
A análise destes fatores deve ser materializada em calcos de restrição
ao movimento, que representem os efeitos do terreno e das condições
meteorológicas na Z Op e, quando for o caso, na Área de Interdição ao Apoio
Externo.
Do ponto de vista do terreno, interessa considerar:
(1) as regiões que ofereçam melhores características para homizio das
F Adv, as povoações e instalações que, prioritariamente, devam ser defendidas

5-2
C 85-1 5-3

contra essas forças, as vias de comunicação, os aeródromos e pistas de


aterragem e as zonas propícias ao lançamento de cargas por aviões;
(2) Dimensões e acessos da área ocupada – como fazer o isolamen-
to?
(3) características da área (urbana - rural): edificações, bosques,
cursos de água, transitabilidade, etc;
Do ponto de vista das condições meteorológicas, interessa, principal-
mente, considerar o seu efeito sobre a mobilidade das nossas forças e efeito moral
e psicológico (frio, calor e umidade).
c. 3ª Fase – Avaliação da Força Adversa
A avaliação da F Adv, além do estudo doutrinário comum a qualquer
operação, deve considerar o estudo do padrão de comportamento de indivíduos e/
ou grupos, ou seja, a maneira de agir da F Adv que normalmente se repete diante
de situações semelhantes, em ambiente operacional urbano.
A avaliação das F Adv pode ser feita com base nos seguintes aspectos:
(1) Podem possuir capacidade de se reorganizar rapidamente e
dispor de grande mobilidade, possibilitando surpresa nas suas ações, fruto de
planejamentos bem elaborados, logística adequada e eficiente capacidade de
liderança sobre inocentes úteis.
(2) Quando acostumadas a enfrentamentos violentos com o aparelho
policial, tornam-se vulneráveis a ações alternativas em que a tropa não faça uso
de medidas de força. São vulneráveis, também, à possibilidade de identificação
feita através de fotografias e/ou filmagens.
(3) Podem possuir indivíduos com experiência em negociar suas
aspirações e não hesitam em empregar a força para defesa do “território” ocupado
e que consideram como seu.
(4) Seus integrantes, em sua quase totalidade, serão constituídos por
brasileiros. Não podem e não devem ser tratados como INIMIGOS, pois, se assim
a tropa os considerar, talvez esteja vencendo naquele momento, mas contribuindo
de maneira decisiva para a consecução do objetivo final das F Adv. Esse aspecto
deve estar muito claro na mente daqueles que forem planejar e executar ações de
GLO contra F Adv.
(5) Devem ser levadas em consideração não só a existência delas na
área a pacificar, mas, igualmente, as possibilidades de apoio externo, analisando:
(a) identificação dos líderes (fotografias), personalidade dos che-
fes, unidade de comando e rivalidades;
(b) sistemas de inteligência e ligação;
(c) sinalização visual empregada para identificação das lideran-
ças durante as manifestações;
(d) organização, efetivos, equipamento, instrução e moral;
(e) relações com a população e possibilidades de reabastecimen-
to;
(f) áreas de homizio, áreas que controlam e bases de que
dispõem;
(g) ações que executam, suas características, objetivos, freqüên-
cia e valor dos elementos que normalmente empregam;

5-3
5-3/5-4 C 85-1

(h) meios que empregam para conduzir a massa (carros de som,


megafones, sinais etc.);
(i) existência de: estrangeiros, mulheres e crianças, deficientes
físicos e idosos;
(j) qual a forma de atuação? Possuem armas de fogo?
(l) quais as técnicas de negociação empregadas?
(m) como funciona o apoio logístico (alimentação, medicamentos
etc.);
(n) peculiaridades e deficiências;
(o) relacionamento de líderes com religiosos, autoridades políti-
cas e Órgãos de Segurança Pública (OSP); e
(p) quanto ao apoio externo, devem ser verificadas:
1) a existência em determinados países, especialmente nos
que tenham fronteiras comuns com o território conturbado, de governos, organi-
zações e movimentos favoráveis à subversão;
2) as disponibilidades em pessoal e em equipamento com
que possam auxiliar as F Adv; e
3) as possibilidades de se ligarem com essas forças e de lhes
fornecerem pessoal e equipamento.
d. 4ª Fase – Integração
Durante a montagem e análise das linhas de ação da F Adv, o oficial de
inteligência desempenha, além da função do oponente, o papel da “população”.

5-4. QUANTO AOS MEIOS


No estudo dos meios, deve-se considerar:
a. Necessidade de maximizar o emprego do princípio da MASSA.
b. Disponibilidade, valor e composição, a capacidade e as deficiências das
organizações para as operações contra F Adv:
(1) organizações das Forças Armadas: a tropa possui experiência
nesse tipo de operação?;
(2) organizações das Polícias Militares (controle operacional);
(3) forças paramilitares;
(4) elementos de organizações policiais civis (Polícia Federal – Polícia
Civil – Polícia Rodoviária Federal – Polícia Ferroviária Federal);
(5) outras organizações (IBAMA, FUNAI, Receita Federal, Guarda
Municipal e representantes das concessionárias de serviços públicos); e
(6) disponibilidade de helicópteros.
c. Valor e composição:
(1) efetivos; e
(2) comando e enquadramento.
d. Capacidade para operar na região, particularmente quanto à mobilidade
e às comunicações.

5-4
C 85-1 5-4/5-5

e. Assessoria jurídica.
f. Representação do poder Judiciário – constituição de um “cartório móvel”.
g. Disponibilizar instalações, recursos e pessoal para atendimento médico
a elementos da F Adv que necessitarem ou resolverem desistir de participar das
ações.
h. Transporte civil para evacuação ou deslocamento da massa popular, se
for o caso.
i. Pessoal militar de assessoria de Com Soc e representantes da
imprensa.
j. Os armamentos e equipamentos a empregar devem ser os mais
adequados para a situação, de forma a não ferir o princípio da razoabilidade e da
proporcionalidade.
l. É de grande importância que a tropa possua equipamentos de sons
portáteis e de boa potência, para que as determinações e mensagens do Cmt da
Tropa sejam ouvidas pelos integrantes da F Adv.
m. A tropa deve possuir elementos especializados em fotografia e filma-
gem.
n. Pessoal militar de assessoria de Op Psc.
o. Equipe de negociadores.
p. Veículos rebocadores para desbloqueio de ruas, se for o caso.
q. Viatura(s) para transporte de presos.
r. Ouvidoria.

5-5. QUANTO AO TEMPO


Conhecer e definir os prazos para:
a. Ensaios.
b. Aprestamento da tropa.
c. Deslocamento até a região da operação.
d. Tomada do dispositivo.
e. Efetivar o cumprimento da missão.
f. A subsistência da F Adv com os meios disponíveis no local em que será
isolada.

5-5
5-6/5-7 C 85-1

5-6. QUANTO ÀS REGRAS DE ENGAJAMENTO


Considerar a necessidade de:
a. Que sejam estabelecidos os limites de tolerância que antecedem o início
do engajamento tático;
b. Que seja definido o procedimento da tropa caso se faça necessário o
emprego da força, em princípio, nas seguintes situações:
(1) autodefesa contra ataques diretos ou ameaça concreta contra sua
integridade física;
(2) evitar o seu desarmamento;
(3) evitar a captura de qualquer um dos seus integrantes;
(4) impedir o ataque ou tentativa de invasão às suas instalações;
(5) manter a ocupação de posições importantes para o cumprimento da
missão; e
(6) evitar atos hostis que impeçam o cumprimento da missão.
c. Que sejam específicas para cada tipo de operação;
d. Que sejam preconizados os princípios para a “utilização do armamento”;
e. Que sejam do conhecimento de todos os militares envolvidos na
operação (do mais baixo ao mais alto escalão);
f. Que sejam do conhecimento de todas as autoridades civis e militares
envolvidas na operação;
g. Que sejam escritas sob a forma de procedimentos detalhados por parte
da tropa;
h. Que busquem abranger o maior número de situações possíveis de
ocorrência em cada operação;
i. Que sejam consolidadas em documento elaborado pelo comandante da
tropa durante a operação ( C Mil A, DE e Bda); e
j. Que sejam analisadas por uma assessoria jurídica.

5-7. QUANTO À ZONA DE OPERAÇÕES


a. População
(1) No que se refere ao fator população, devem ser analisados todos os
seus aspectos (demográfico, social, histórico etc.) e pesquisadas as causas de
descontentamento, os antagonismos, os sentimentos e os anseios nela existen-
tes, a fim de concluir sobre:
(a) lealdade de determinados setores da população, seu moral, sua
disposição para o confronto e sua capacidade para resistir a adversidades;
(b) número de habitantes e proporção da população potencialmente
capaz de participar de atividades da F Adv;

5-6
C 85-1 5-8/5-9

(c) número de habitantes e proporção da população potencialmente


capaz de apoiar as forças legais; e
(d) sensibilidade dos vários setores da população à propaganda
amiga ou adversa.
(2) Nessa análise merecem especial atenção certos grupos da popula-
ção, tais como: partidários da ideologia adversa, dirigentes de agremiações locais
e antigos membros das Forças Armadas, bem como os indivíduos capazes de
liderar segmentos dessa população.
b. Recursos
(1) No estudo da Z Op, devem ser considerados os recursos existentes,
particularmente relativos a:
(a) víveres e água, necessários tanto aos integrantes das F Adv como
às forças legais e à população;
(b) medicamentos, armamento e munição, meios de comunicação e
de transporte e outros suprimentos indispensáveis às F Adv; e
(c) instalações públicas e privadas para ocupação pelas forças
legais.
(2) Nesse levantamento, devem ser consideradas, também, as implica-
ções que a fuga dos habitantes rurais, para os centros urbanos, possa acarretar
a esses recursos.

5-8. DECISÃO
A decisão do comandante de uma F Pac, decorrente do seu estudo de
situação, concretiza-se, essencialmente:
a. na definição das ações a realizar;
b. num dispositivo (áreas a ocupar e com que efetivos);
c. nas missões a atribuir aos elementos subordinados;
d. na intenção do comando enquadrante; e
e. órgãos civis que possam apoiar.

ARTIGO II
O CENTRO DE COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES

5-9. FINALIDADE
a. A finalidade do Centro de Coordenação de Operações (CCOp) é permitir
a coordenação necessária do planejamento e execução nas operações de GLO,
facilitando a conjugação e integração de esforços e a ligação entre os órgãos da
esfera federal e os da esfera estadual e municipal que tenham responsabilidade
na segurança pública e/ou em outras áreas ligadas à atuação do Estado.

5-7
5-9/5-11 C 85-1

b. O CCOp não é um órgão de execução, mas sim de planejamento, de


coordenação do emprego de nossos meios e integração com outros órgãos e de
assessoria.

5-10. ATRIBUIÇÕES
De modo geral, cabe ao CCOp, de acordo com o nível em que for
estabelecido:
a. realizar o planejamento coordenado e integrado das medidas de GLO;
b. acompanhar a execução das medidas de GLO;
c. facilitar a integração entre os diferentes órgãos, entidades e repartições
com responsabilidades na execução de medidas de GLO;
d. assessorar o comando de segurança integrada ao qual pertence sobre
os meios disponíveis, suas possibilidades e limitações; e
e. coordenar o emprego dos meios postos à disposição e/ou em apoio.

5-11. ORGANIZAÇÃO
a. O CCOp é organizado nos moldes de um estado-maior (EM), baseando-
se no EM do escalão terrestre considerado (ZSI, ASI ou SASI), devendo, a critério
do Cmt responsável, ser chefiado por seu Ch EM.
b. Normalmente, a SASI é o menor escalão a constituir CCOp. Quando
existir SESI a cargo de OM valor Btl, em capital de unidade da federação, sem que
exista um comando de SASI ou superior, esse SESI constituirá um CCOp.
c. O CCOp é composto por várias centrais, estabelecidas conforme as
peculiaridades da área e os meios existentes. Os chefes das centrais são, em
princípio, os chefes das seções correspondentes no EM do escalão da F Ter
considerado. As centrais podem ser mobiliadas com elementos das outras forças
singulares, de órgãos federais de segurança e de inteligência, de órgãos estaduais
e municipais ligados à segurança pública e à defesa civil e outros órgãos exigidos
por cada situação particular.
d. Normalmente, são constituídas as centrais de:
(1) pessoal;
(2) inteligência;
(3) operações;
(4) integração com os elementos dos órgãos governamentais de segu-
rança pública;
(5) logística;
(6) comunicação social;
(7) operações psicológicas ;
(8) comando e controle;

5-8
C 85-1 5-11

(9) jurídica, incluindo juizado de menores, mulheres e minorias que


demandem legislação específica;
(10) assuntos civis; e
(11) outras.
e. O acionamento do CCOp não implica, obrigatoriamente, a reunião de
todos os seus integrantes no mesmo ambiente físico, embora seja desejável.
Caso seja mais adequado, os integrantes de uma ou mais centrais podem manter-
se em seus locais de trabalho habituais ou em outros recomendados pela
situação, em estreita ligação através de meios de comunicação confiáveis.

5-9
C 85-1
C 85-1

CAPÍTULO 6

OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM


EM AMBIENTE URBANO

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

6-1. FINALIDADE
Proporcionar orientação aos comandantes e estados-maiores de unidades
do Exército que tenham como missão atuar contra F Adv em centros urbanos.

6-2. COMPORTAMENTO DA TROPA


O comportamento experiente e seguro da tropa empenhada para restabe-
lecer a ordem e proteger o patrimônio público se define, coerente com sua
formação e equipamento de combate, da seguinte maneira:
a. moderação e tranqüilidade na dissuasão;
b. firmeza e determinação, sem desmandos, quando provocada e agredida;
c. nenhuma precipitação ou sinal de instabilidade, em qualquer momento
do confronto;
d. demonstração de completo domínio das técnicas de controle de
distúrbios;
e. emprego maciço de munição não letal, de acordo com a progressividade
das ações; e
f. deve-se ter cuidados especiais com pessoas que não tenham participa-
ção direta nas ações, em particular crianças, idosos e mulheres.

6-1
6-3/6-5 C 85-1

ARTIGO II
PECULIARIDADES DAS OPERAÇÕES DE GLO EM AMBIENTE URBANO

6-3. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES


a. As operações de repressão às ações ilegais das F Adv em áreas urbanas
desenvolvem-se segundo uma escala de intensidade crescente, que vai desde as
ações de pequenos grupos (Elm de PE, por exemplo), em cumprimento a
mandado de busca e apreensão emitido pelo Poder Judiciário, até operações de
grande envergadura, com tropas de valor brigada, em apoio à decretação do estado
de sítio, quando são adotadas medidas repressivas.
b. A perfeita identificação da gradação da operação permitirá a adequada
dosagem de meios para reprimir as ações ilegais das F Adv, que se homiziam
no núcleo urbano de uma comunidade densamente concentrada.
c. Nas operações de GLO, participam de forma destacada as expressões
política e militar do poder nacional. É preciso recordar que uma vitória puramente
militar pode se transformar em uma derrota política, o que requer profunda reflexão
sobre a necessidade e intensidade da ação.

6-4. EMPREGO DA FORÇA LEGAL


a. A decisão de emprego do Exército pressupõe a aceitação de um modo
de atuar específico, no qual, inicialmente, serão valorizadas as operações tipo
polícia.
b. A conquista e a manutenção do apoio da população são fundamentais
para o sucesso. A apresentação individual, o comportamento do soldado e uma
rígida disciplina de tiro, sem prejuízo para a ação militar, contribuem decisivamen-
te para esse fim.
c. A utilização de tropas experientes, constituídas por militares do efetivo
profissional (EP), é fator importante na superação das F Adv em área urbana.

6-5. ZONA DE OPERAÇÕES


a. A Z Op é, normalmente, definida no decreto ou diretriz presidencial que
determina o emprego das Forças Armadas, englobando a área necessária às
operações, abrangida pelas medidas de exceção, caracterizando uma área sob
administração militar.
b. Para o caso das ações em cumprimento de mandado da justiça militar,
inexiste a configuração legal da Z Op e a operação é dirigida ao objetivo específico
definido no mandado.
c. Em qualquer situação, o planejamento deverá definir uma área que inclua

6-2
C 85-1 6-5/6-6

os objetivos da ação a ser realizada. Essa área deverá ser fisicamente delimitada
no terreno e possuir dimensões compatíveis com os efetivos disponíveis para a
realização do cerco (Fig 6-1).

Fig 6-1.Delimitações da Z Op

6-6. LEVANTAMENTO DE OBJETIVOS


a. É essencial ao desencadeamento das operações, o prévio levantamento
dos objetivos a serem conquistados. Esses objetivos deverão ser especificamen-
te indicados e localizados pelos órgãos de inteligência, sob pena de ocorrer o
fracasso da ação. Objetivos mal designados poderão fazer com que os resultados
da operação sejam nulos.
b. No caso de uma missão cuja finalidade seja a pacificação de uma área
liberada, os objetivos serão os acidentes que permitam o controle da área, além
da ação direta sobre as F Adv.

6-3
6-7 C 85-1

6-7. ORGANIZAÇÃO E NATUREZA DA FORÇA DE PACIFICAÇÃO


a. A F Pac para operações urbanas de GLO tem organização flexível e
variada, sendo sua constituição em pessoal, prioritariamente, de elementos do
efetivo profissional.
b. Elementos de Inf, PE, Gd, F Esp, Cmdos, Mec, Bld, Av Ex, Intlg,
Com Soc, Op Psc, C2, Eng, Log, Polícia Rodoviária Federal e PM, entre outros
órgãos, poderão integrar a F Pac, de acordo com a natureza da operação.

6-8. AÇÕES BÁSICAS A SEREM EXECUTADAS


As operações urbanas de GLO comportam, basicamente, as seguintes
ações:
a. operação psicológica;
b. comunicação social;
c. dissuasão;
d. cerco da área conturbada;
e. negociação;
f. interdição da Z Op;
g. investimento na Área Vermelha (A Vm);
h. vasculhamento da A Vm; e
i. manutenção da ordem na Z Op.

6-9. OPERAÇÃO PSICOLÓGICA


a. Antes, durante e após o cerco, é fundamental que seja desencadeada
uma bem planejada campanha psicológica sobre a população residente, com o
objetivo de complementar e facilitar as demais ações.
b. O apoio da população é uma meta importante a ser atingida, sem a qual
as demais ações poderão ser prejudicadas.
c. Quando o objetivo da operação for a pacificação de uma área e a prisão
de marginais e a surpresa não forem consideradas essenciais, a campanha
psicológica poderá ser desencadeada antecedendo a operação, com o objetivo de
orientar a população sobre a ação que será realizada e induzir as F Adv a
abandonarem a área. A operação psicológica deve ser planejada e conduzida por
elementos especializados e compatibilizada com as medidas de dissuasão
adotadas.

6-4
C 85-1 6-10/6-13

6-10. DISSUASÃO
a. É caracterizada pelo uso do aparato militar, imediatamente após o cerco,
quando for quebrado o sigilo da operação, para realizar uma demonstração de
força próxima à área conturbada, com o objetivo de causar um impacto psicológico
sobre a população e as F Adv, criando as melhores condições para o isolamento
da área, o controle da população e a pacificação da área sob controle das F Adv
com o mínimo de danos.
b. O emprego de meios Bld, Helcp e um grande movimento de tropa,
auxiliados por uma ampla campanha de comunicação social e de operações
psicológicas, são medidas dissuasórias que favorecerão significativamente o
cumprimento da missão.

6-11. CERCO DA ÁREA PROBLEMA


a. É a ação de envolvimento físico pela tropa da área conturbada, com o
objetivo de impedir a saída ou a entrada das F Adv ou de material da área cercada.
Para sua eficácia, deverá ser desencadeado com a máxima surpresa e, normal-
mente, preceder as demais ações.
b. A linha de cerco não deverá ter qualquer espaço desocupado com o
objetivo de conter as F Adv no seu interior. Não se trata de bloqueio de vias de
acesso, mas de isolamento físico da área. Nas principais vias de acesso para a
população e nas linhas de cerco, deverão ser instalados postos de triagem que
possibilitem o controle de entrada ou saída da área.
c. A linha de cerco deverá ter perímetro compatível com o efetivo das tropas
disponíveis.
d. Os batalhões de infantaria são as unidades mais adequadas ao
estabelecimento de cerco. Elementos de PE deverão montar e operar os postos
de triagem e reforçar os batalhões de infantaria.

6-12. NEGOCIAÇÃO
A negociação deverá ser conduzida em conformidade com os procedimen-
tos expostos no item 4-9. Artigo III do Capítulo 4 deste Manual.

6-13. INTERDIÇÃO DA Z Op
a. É o bloqueio realizado entre os limites da Z Op e a linha de cerco, incluindo
o espaço aéreo, com a finalidade de controlar o trânsito de pessoas, veículos e
aeronaves que entrem ou saiam e propiciar o desdobramento com segurança das
instalações da tropa.
b. Constitui-se numa segunda linha após o cerco, onde as principais VA
para o interior da Z Op serão bloqueadas.

6-5
6-13/6-15 C 85-1

c. A interdição da Z Op não deve preceder o cerco para não comprometer


o sigilo e a surpresa da operação. Deverá ser realizada simultaneamente ou
imediatamente após o cerco, objetivando contribuir para impedir a evasão das
F Adv e controlar o fluxo de pessoas que possam prejudicar as operações.
d. Na interdição, há descontinuidade da linha, diferentemente do cerco.

6-14. INVESTIMENTO
a. É a entrada de grupos especiais na área conturbada para conquistar os
acidentes capitais que permitam o controle da área, neutralizar grupos armados
e capturar líderes. A posse dos objetivos cria as condições de segurança e
controle necessários ao desencadeamento das demais ações. O investimento
pode ser realizado durante ou logo após o cerco e requer o emprego de tropas
altamente especializadas. A ação pode contar com a utilização de meios
aeromóveis e meios blindados para a infiltração.
b. O levantamento dos objetivos e sua perfeita localização, realizada
previamente pelos elementos de inteligência, e a surpresa da ação são os
principais fatores de êxito.
c. Para cada objetivo (alvo) deve ser planejada uma ação específica, e as
equipes de investimento não devem ter efetivo inferior ao de 01 (um) GC. É
conveniente a utilização de equipes mistas, em função da natureza da missão,
bem como o emprego de guias e equipes especializadas que reconheçam os
elementos a serem detidos ou capturados na área. As tropas mais aptas são as
constituídas por F Esp e de operações especiais das Polícias Militares.

6-15. VASCULHAMENTO
a. É a realização de buscas de casa em casa e o patrulhamento da área
conturbada, com a finalidade de capturar armas, elementos suspeitos e permitir
o efetivo controle da população e o seu isolamento das F Adv.
b. Cabe ressaltar que o vasculhamento pode exigir, também, um Mandado
de Busca e Apreensão, havendo necessidade de um mandado específico para
cada imóvel, com finalidade explícita.
c. O vasculhamento deve ser precedido de ações de Op Psc e de Com Soc
visando à orientação da população sobre a conduta a ser adotada e a garantia da
sua tranqüilidade. Deverá ser previsto o uso de alto-falantes, panfletos e outros
meios de comunicação.
d. O vasculhamento será realizado após o cerco, a interdição e o
investimento. Poderá, ainda, ser precedido da evacuação de parte ou toda a
população residente, devendo-se, entretanto, avaliar muito bem as consequências
dessa medida em face do efetivo a ser evacuado e os possíveis efeitos
psicológicos para a população. A evacuação da população, caso necessária,

6-6
C 85-1 6-15/6-18

demandará amparo jurídico e aparato logístico para prover o apoio aos evacuados.
e. As tropas de PE são, em princípio, as mais adequadas para esse tipo
de ação.

6-16. MANUTENÇÃO DA ORDEM


a. É obtida mediante a realização de patrulhamento intensivo, com a
finalidade de evitar que as áreas já pacificadas voltem ao domínio das F Adv e de
proporcionar proteção à população.
b. Ao final da operação, à proporção que as tropas do EB forem sendo
retiradas, a PM deverá assumir esse encargo até o total desengajamento do
Exército. As OM de Inf e de Gd são as tropas mais aptas à manutenção da ordem.
c. Deverão ser realizadas ações de controle de danos e ACISO.

6-17. EMPREGO DO HELICÓPTERO


a. O helicóptero, por suas características, proporciona grande flexibilidade
ao comandante da operação e pode ser empregado como:
(1) plataforma de tiro, reconhecimento, observação e comando e
controle;
(2) elemento de demonstração de força na ação de dissuasão;
(3) apoiar as campanhas de Op Psc, realizando a disseminação aérea
e a emissão de spot com uso de alto falantes.
(4) transporte de grupos de investimento ou interdição para seus
objetivos em áreas de difícil acesso; e
(5) evacuação aeromédica (EVAM).
b. Especial cuidado deve ser tomado quanto ao emprego do helicóptero em
vôo pairado e a baixa altura sobre área urbana, uma vez que se torna alvo fácil das
armas usualmente empregadas pelas F Adv.
c. Para o emprego de aeronaves, em particular da Av Ex, é imprescindível
a existência, no CCOp, de um Oficial de Ligação da Aviação do Exército.
d. O Caderno de Instrução “ EMPREGO DA AVIAÇÃO DO EXÉRCITO NAS
OPERAÇÕES DE GLO” aborda com mais detalhes o emprego da Av Ex.

6-18. EMPREGO DE BLINDADOS


a. Os blindados serão amplamente empregados nas operações de GLO
devido ao seu poder dissuasório e à proteção blindada que conferem à tropa .
b. Devem ser empregados principalmente como:
(1) elementos de demonstração de força na ação de dissuasão;
(2) plataformas para difusão de informações à população na campanha

6-7
6-18/6-21 C 85-1

psicológica;
(3) integrantes dos postos de bloqueio e controle de vias urbanas
(PBCVU); e
(4) proteção blindada nas ações de investimento.

6-19. ATUAÇÃO DE MILITARES DO SEXO FEMININO


Nas atividades em que haja necessidade de revista de mulheres e seja
necessário o trato com crianças e idosos, deve-se prever a participação de
militares do sexo feminino nas equipes que receberem tais encargos.

6-20. SEQUÊNCIA DAS AÇÕES


a. A ordem em que foram apresentadas as ações não caracteriza uma
seqüência cronológica de execução. A perfeita interação entre elas e seu
desenvolvimento será função da missão, do tipo e tamanho da área e das
características das F Adv.
b. Normalmente, para evitar a fuga da F Adv, o cerco será a primeira ação
a ser desencadeada. As operações psicológicas e de comunicação social serão
desenvolvidas durante toda a operação.

6-21. TÉRMINO DA OPERAÇÃO


a. Uma característica desse tipo de operação é a inclusão, no planejamen-
to, da previsão de término da ação. Esse procedimento visa a evitar o engajamento
do Exército em atividades ligadas a ação de governo, já que a população carente
troca a liderança das F Adv pela tutela da F Ter, o que pode vir a comprometer
a imagem da força.
b. Embora em operações de grande vulto seja frequente a necessidade da
realização de ações complementares, estas devem ser apenas iniciadas pela
F Ter e, em seguida, assumidas pelos órgãos competentes dos Governos
Federal, Estadual ou Municipal.
c. É importante, também, que o desengajamento das forças seja seguido
de uma ocupação policial.
d. A Com Soc deverá contabilizar e divulgar os resultados alcançados com
dados estatísticos.

6-8
C 85-1 6-22/6-23

ARTIGO III
ASSESSORIA JURÍDICA

6-22. GENERALIDADES
a. As operações contra F Adv em ambiente urbano deverão contar com uma
assessoria jurídica ágil, capaz de assistir os comandantes e orientar os procedi-
mentos legais a serem adotados.
b. Junto ao PC, deverão estar um assessor jurídico, um perito militar, um
escrivão e um oficial médico, que serão encarregados das atividades de
assessoramento técnico e jurídico, inclusive com relação à triagem inicial do
pessoal detido e do material apreendido na operação e o seu encaminhamento ao
cartório conjunto das forças de polícia judiciária militar e civil (federal e estadual),
quando estabelecido.
c. No caso específico da ação para recuperação de armas e munições de uso
restrito e proibido ou privativo das Forças Armadas, será implantado um cartório para
o processamento dos flagrantes e dos mandados de busca e de prisão.
d. A assessoria jurídica deverá ser responsável pelas medidas de organiza-
ção e pelos contatos necessários ao apoio da operação.
e. Equipes do Poder Judiciário e do Ministério Público, incluindo juízes,
promotores, agentes, escrivães, etc, poderão participar das ações, contribuindo
para a agilização dos mandados a serem executados, bem como dos procedimen-
tos legais referentes à apreensão de materiais, detenção e prisão de elementos
suspeitos das F Adv.
f. Desde a situação de normalidade, deve ser procurada uma maior
integração com essas equipes, nos níveis Cmdo Mil A e G Cmdo, para um melhor
conhecimento mútuo e dos aspectos legais de emprego das Forças Legais nas
ações de GLO.

ARTIGO IV
RESERVA

6-23. CONSIDERAÇÕES
a. Para o estabelecimento do valor da reserva, deve-se levar em conta as
necessidades eventuais das peças de manobra subordinadas.
b. Tende-se a manter uma reserva forte (valor companhia de infantaria no
escalão brigada) nos casos da F Adv ser forte ou pouco conhecida; contra F Adv
reconhecidamente fraca, admite-se uma reserva fraca (valor Pel no escalão
brigada).

6-9
C 85-1
C 85-1

CAPÍTULO 7

OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM


EM AMBIENTE RURAL

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

7-1. GENERALIDADES
A decisão sobre a forma de conduzir operações contra F Adv na área rural
resulta de um estudo cuja conclusão deve englobar prescrições de ordem
econômica, política, psicossocial e militar. Essas últimas referem-se, essenci-
almente, às forças militares a empregar nas referidas operações e às respectivas
missões.
Esse estudo baseia-se numa análise pormenorizada da área calcado no
LEA do grande comando enquadrante, onde atua a F Adv e deve dedicar especial
importância à população. Na elaboração do estudo, colaboram entidades e
organismos diversos, incluindo os estados-maiores dos escalões superiores.

7-2. CONCEITO
Operações contra F Adv em ambiente rural são operações desenvolvidas
pela F Ter contra uma ou mais F Adv que executam suas atividades em áreas
rurais, podendo essas áreas conter localidades em seu interior. Esse tipo de
operação se torna necessário a partir do momento em que as F Adv passam a
exercer controle sobre áreas do território nacional e os órgãos de segurança
pública não têm condições de neutralizá-las.

7-1
7-3/7-4 C 85-1

7-3. FINALIDADE
A principal finalidade das operações contra F Adv em ambiente rural é
restabelecer a normalidade em determinada área do território nacional. Por essa
razão, a F Pac recebe a missão de atuar contra a(s) F Adv e restabelecer o clima
de normalidade e paz na área.

ARTIGO II
PECULIARIDADES DAS OPERAÇÕES DE GLO EM AMBIENTE RURAL

7-4. GENERALIDADES
a. No quadro estratégico, tão logo se tome conhecimento da provável
existência de F Adv atuando em área rural, devem ser desencadeadas, pelos
comandos de GLO, operações que busquem conhecimentos (operações de
inteligência) sobre tais forças e sobre a área de operações, bem como a
identificação dos apoios, internos e externos, ao movimento. Ainda nesse quadro,
realiza-se o isolamento estratégico ou amplo com vistas à neutralização dos
apoios em âmbito nacional.
b. No quadro tático, já sob a responsabilidade da F Pac, será realizada a
abordagem da Z Op, de modo a estabelecer um isolamento dos principais eixos
que adentram a área. A seguir, com vistas a neutralizar a ação de seus apoios,
devem ser desencadeadas ações nas localidades onde parte da população possa
estar apoiando as F Adv. O conjunto dessas ações, também chamado isolamento
tático, visa:
(1) evitar a fuga e/ou a entrada de reforços;
(2) isolar a F Adv dos demais segmentos que a apóiam;
(3) facilitar a sua captura no interior da área; e
(4) criar atitudes favoráveis à força legal, no seio da população da área.
c. Posteriormente, sem prejuízo das operações tipo polícia, executam-se
operações visando à neutralização da capacidade de atuação das F Adv.
d. Da mesma maneira que no ambiente urbano, as operações contra F Adv
em ambiente rural deverão contar com uma assessoria jurídica ágil e capaz, a ser
designada pelo comando militar enquadrante, que deverá assistir aos comandan-
tes e orientar os procedimentos legais a serem adotados.
e. Junto ao PC deverão estar a assessoria jurídica, uma perícia militar, um
escrivão e um oficial médico, que serão encarregados das atividades de
assessoramento técnico e jurídico, inclusive com relação à triagem inicial do
pessoal detido e do material apreendido na operação e o seu encaminhamento ao
cartório conjunto das forças de polícia judiciária militar e civil (federal e estadual),
quando estabelecido.
f. No caso específico da ação para recuperação de armas e munições de

7-2
C 85-1 7-4/7-5

uso proibido ou privativo das Forças Armadas será implantado um cartório para o
processamento dos flagrantes e dos mandados de busca e de prisão.
g. A assessoria jurídica deverá ser responsável pelas medidas de organiza-
ção e os contatos necessários ao apoio da operação.
h. Equipes do Poder Judiciário e do Ministério Público, incluindo juízes,
promotores, agentes, escrivães, etc, poderão participar das ações, contribuindo
para a agilização dos mandados a serem executados, bem como dos procedimen-
tos legais referentes à apreensão de materiais, detenção e prisão de elementos
suspeitos das F Adv.
i. Desde a situação de normalidade, deve ser procurada uma maior
integração com essas equipes, nos níveis Cmdo Mil A e G Cmdo, para melhor
conhecimento mútuo e dos aspectos legais de emprego das Forças Legais nas
ações de GLO.

7-5. SEQUÊNCIA DAS OPERAÇÕES


a. Uma vez desencadeadas pelos escalões superiores as operações de
inteligência e o isolamento estratégico, cabe ao comandante da F Pac, na
seqüência das operações, a responsabilidade pela execução do isolamento tático
da Z Op e o investimento, visando à neutralização da capacidade de atuação da
F Adv.
b. Dependendo de sua missão e das condições de execução, a força legal
executa algumas ou todas as ações seguintes:
(1) atividades de inteligência;
(2) operações tipo polícia;
(3) operações de neutralização da capacidade de atuação das F Adv;
(4) atividades de assuntos civis, particularmente ACISO;
(5) interdição do apoio externo;
(6) atividades de comunicação social;
(7) operações psicológicas; e
(8) operações de Forças Especiais.
c. As operações tipo polícia têm início por ocasião da execução do
isolamento tático. Nessa oportunidade são estabelecidos o controle da população
e dos recursos locais, bem como, o isolamento das F Adv dos demais segmentos
que as apóiam e de seus colaboradores.
d. As atividades de assuntos civis são prioritárias, visando restabelecer a
autoridade e o controle dos órgãos governamentais competentes sobre a área
conturbada e a população que nela reside.
e. As atividades de comunicação social são iniciadas o mais cedo possível,
tendo como público-alvo de igual importância os integrantes da F Pac e a
população local .

7-3
7-5/7-7 C 85-1

f. As operações de neutralização da capacidade de atuação das F Adv


normalmente se iniciam pelas ações de inquietação à F Adv, basicamente
executadas através de patrulhas terrestres, equipes de caçadores aerotransportados
e vigilância aérea, com o objetivo de localizar a F Adv e mantê-la sob pressão. As
forças de inquietação podem engajar pequenos efetivos de integrantes das F Adv.
g. Quando for localizado um valor considerável de agentes armados, contra
eles são executadas operações ofensivas coordenadas, para capturá-los ou
neutralizar sua capacidade de atuação.

ARTIGO III
OCUPAÇÃO DA ZONA DE OPERAÇÕES

7-6. GENERALIDADES
No planejamento das operações contra F Adv, a ocupação da Z Op é uma
das bases para o desenvolvimento das ações necessárias à sua pacificação.
Obedece, em qualquer escalão, à mesma sistemática das operações regulares.
Entretanto, ressalta-se a necessidade de dar especial atenção aos seguintes
pontos:
a. identificação das áreas problema e traçado da linha de isolamento (L Iso);
b. delimitação das áreas segundo o grau de controle;
c. divisão da área em conjuntos topotáticos;
d. determinação dos efetivos necessários à condução das operações;
e. confrontação entre as necessidades e disponibilidades de meios; e
f. visualização da forma de ocupação da Z Op.

7-7. IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS PROBLEMA E TRAÇADO DA LINHA DE


ISOLAMENTO (L Iso)
a. As F Adv atuam com maior intensidade sobre as áreas problema. Essas
são identificadas por meio das atividades de inteligência, desencadeadas pelo
Grande Comando ou GU com responsabilidade de ações de GLO sobre a área
conturbada, desde a fase das ações preventivas.
b. Após a identificação das áreas problema, deve ser traçada a L Iso,
delimitando a Z Op onde atuará a F Pac, procurando atender aos seguintes fatores:
(1) apoiar a L Iso em acidentes naturais ou artificiais, facilmente
identificáveis no terreno;
(2) garantir espaço de manobra suficiente para a execução das opera-
ções;

7-4
C 85-1 7-7/7-8

(3) abranger todas as áreas problema, bem como as áreas que possam
constituir-se em pólos de atração para as F Adv; e
(4) envolver uma área tão restrita quanto possível, sem comprometer o
espaço de manobra.

7-8. DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS SEGUNDO O GRAU DE CONTROLE


a. A Z Op deve ser dividida em áreas, em função do grau de controle exercido
pelas F Adv, tendo em vista:
(1) permitir a realização de uma estimativa dos meios a empregar; e
(2) orientar a força legal quanto aos procedimentos a adotar, principal-
mente no que diz respeito à segurança dos deslocamentos.
b. Segundo o grau de controle, a Z Op pode ser dividida em áreas vermelha,
amarela e verde (Fig 7-1).

Fig 7-1. Delimitação das áreas segundo o grau de controle

(1) Área Vermelha (A Vm)


(a) Área sob o controle contínuo ou intermitente das F Adv antes do
emprego das Forças Federais. Nela, estão localizadas as instalações e locais de
homizio das F Adv que atuam com relativa liberdade de ação. Normalmente, a
população nessa área apóia o movimento, voluntariamente ou sob coação. Todos
os elementos nela encontrados são considerados suspeitos.
(b) As tropas legais devem manter-se preparadas para o confronto. As
viaturas devem deslocar-se em comboios com escolta armada.
(2) Área Amarela (A Am) – Área na qual as F Adv operam com
freqüência, mas que não se encontra sob o controle efetivo nem das F Adv nem
das forças legais encarregadas da segurança pública, antes do emprego das
Forças Federais. Essa é a principal área de operações das F Adv, que tentam

7-5
7-8/7-10 C 85-1

colocar parcela cada vez maior dela sob o seu efetivo controle. As F Adv, em
princípio, não opõem resistência à entrada das forças legais nessa área.
(3) Área Verde (A Vd) – É a área sob o firme controle da força legal, na
qual não são adotadas ou foram suspensas as medidas rigorosas de controle da
vida normal da população. Nessas áreas, as atividades das F Adv podem restringir-
se às clandestinas, incursões, pequenas emboscadas, ações de franco-atirado-
res e operações de inquietação.

7-9. DIVISÃO DA ÁREA EM CONJUNTOS TOPOTÁTICOS


a. Conjunto topotático é uma área normalmente delimitada por acidentes do
terreno facilmente identificáveis, que, por sua extensão e compartimentação, é
adequada às operações do escalão imediatamente abaixo do considerado e que
está ligada a regiões favoráveis à ação das F Adv.
b. Na delimitação dos conjuntos topotáticos, são considerados os seguin-
tes fatores:
(1) missão;
(2) características do terreno;
(3) compartimentação do terreno;
(4) áreas favoráveis ao homizio;
(5) condições de ligação (rede viária);
(6) extensão compatível com o escalão; e
(7) existência de fazendas, instalações e casas isoladas.
c. Estabelecida a delimitação dos conjuntos topotáticos, deve ser caracte-
rizada a sua importância relativa com a finalidade de orientar a distribuição dos
meios disponíveis. Essa importância resulta da análise dos seguintes fatores:
(1) Missão: aspectos específicos.
(2) Terreno:
(a) pontos e áreas sensíveis;
(b) áreas favoráveis ao homizio; e
(c) condições de abordagem da área.

7-10. DETERMINAÇÃO DOS EFETIVOS NECESSÁRIOS À CONDUÇÃO DAS


OPERAÇÕES
a. Generalidades – Os efetivos necessários devem ser determinados para
cada conjunto topotático ou associação de conjuntos, levando-se em conta os
seguintes fatores:
(1) superfície do conjunto ou associação;
(2) número de habitantes a controlar e proteger e sua localização;
(3) número e localização dos pontos e áreas sensíveis a defender;
(4) missões específicas;
(5) valor e grau de operacionalidade das F Adv a neutralizar;
(6) expressão do apoio externo a interditar;

7-6
C 85-1 7-10

(7) recursos existentes e possibilidades de instalação de tropas;


(8) organização, equipamento e instrução das forças disponíveis; e
(9) possibilidade de apoio logístico das OM existentes na zona de
pacificação.
b. Para operações tipo polícia
(1) Determinar os efetivos necessários para, em área vermelha e/ou
amarela, isolar as F Adv da população, identificar e neutralizar as organizações
e atividades adversas no seio da população, proporcionar-lhe segurança física e
psicológica e guardar os pontos e áreas sensíveis nas localidades.
(a) A estimativa desses efetivos exprime a relação entre um soldado
e um determinado número de habitantes. Pode-se adotar, como dados médios
de planejamento, as relações 1/20 em área vermelha e 1/40 em área amarela.
(b) Geralmente, em áreas verdes, os destacamentos de polícia
militar existentes são suficientes. Caso isso não aconteça, outros elementos
devem ser atribuídos para a execução de operações tipo polícia nessas áreas.
(2) Determinar os efetivos necessários à segurança de pontos e áreas
sensíveis situados fora das localidades instalações oficiais ou particulares de
maior interesse.
(a) Esses pontos e áreas sensíveis podem ser determinados pelo
escalão superior ou selecionados pelo próprio escalão que planeja as operações.
(b) Na estimativa de efetivos, são considerados, entre outros fatores,
a localização, a facilidade de defesa, o vulto das instalações, a importância e a
possibilidade de atuação das F Adv.
(3) Determinação dos efetivos necessários à desobstrução e/ou segu-
rança de vias de transporte indispensáveis à vida das tropas e da população. Na
estimativa dessas necessidades, devem ser considerados os seguintes aspec-
tos:
(a) importância, extensão e pontos críticos das vias de transporte;
(b) possibilidades de atuação das F Adv; e
(c) capacidade dos meios para realizar, não só a defesa dos pontos
críticos dessas vias (cruzamentos, pontos, vaus, desfiladeiros etc.), mas
também a montagem de uma vigilância móvel ao longo delas e o fornecimento de
escoltas às colunas de veículos que nelas circulam.
(4) Como dado médio de planejamento, considera-se 1 (um) Pel Fuz
com Vtr Gp 1 (1/4 a 3/4 Ton) ou Pel C Mec com capacidade para patrulhar e vigiar
cerca de 20 quilômetros de extensão de um eixo rodoviário ou ferroviário. Nas
regiões de selva, os dados serão outros, priorizando os eixos fluviais e embarca-
ções existentes.
c. Para interdição do apoio externo
(1) Determinar os efetivos necessários ao isolamento das F Adv do apoio
externo, impedindo a fuga para país vizinho, a infiltração de pessoal e material
através da faixa de fronteira e/ou do litoral.
(2) Os seguintes aspectos devem ser considerados:
(a) facilidade de ligação;
(b) condições do apoio externo;

7-7
7-10 C 85-1

(c) extensão da faixa de fronteira e/ou do litoral; e


(d) capacidade dos meios disponíveis para executar a operação
considerada.
d. Para operações de neutralização da capacidade de atuação das
F Adv:
(1) Determinar os efetivos necessários para conduzir operações de
inquietação, ofensivas e, eventualmente, defensivas.
(2) Essas necessidades devem ser examinadas segundo dois aspec-
tos: em função do espaço operacional e em função do número de agentes das
F Adv assinalados na área.
(3) Avaliação das necessidades em função do espaço operacional.
(a) Os meios necessários são aqueles cuja capacidade de atuação
seja compatível com o somatório das superfícies das áreas vermelhas e/ou áreas
amarelas existentes em cada conjunto topotático (ou associação).
(b) Essa capacidade de atuação varia em função:
- das características do terreno;
- do grau de controle exercido pela F Adv; e
- da natureza, valor e grau de operacionalidade da força empre-
gada.

EXEMPLO: Uma subunidade a três pelotões de fuzileiros, em área


vermelha, deixa um em reserva e organiza, com os outros dois, quatro patrulhas
para reconhecimentos. Essas patrulhas executam seu trabalho por diferentes
itinerários (Fig 7-2).

Fig 7-2. SASI-2 (10ª Bda Inf Mtz)

7-8
C 85-1 7-10/7-11

(c) Considerando ainda os seguintes dados:


- cada patrulha, como margem de segurança, percorre mais dois
segmentos de itinerários;
- 8 (oito) horas de trabalho por dia (variável);
- velocidade média de trabalho: 2,5 km/h (variável);
- assim, o percurso diário de cada patrulha é de 20 km/dia
(8 x 2,5);
- cada segmento de itinerário, que corresponde aproximadamen-
te ao lado do quadrado, a cargo da patrulha, tem 3,5 km (20:6);
- o quadrado a cargo da subunidade tem, pois, 7 (sete) km de lado
(3,5 x 2);
- a possibilidade de reconhecimento de área para cada subunidade
é de, aproximadamente, 50 Km2 (7 x 7 = 49).
- considerando que um batalhão pode empregar três subunidades
e ainda manter um subsetor vazio, é lícito admitir-se que a sua possibilidade de
ocupar uma área corresponde a três ou quatro vezes a prevista para uma
subunidade.
- assim, nesse caso, um batalhão pode reconhecer de 150 a 200
quilômetros quadrados, em área vermelha e, como ordem de grandeza, o dobro
em área amarela, isto é, de 300 a 400 quilômetros quadrados.
(4) Avaliação das necessidades em função do número de agentes das
F Adv assinalados.
(a) Os meios necessários são determinados levando-se em conta o
número de agentes das F Adv assinalados em cada conjunto topotático (ou
associação) e o fator de planejamento considerado.
(b) Esse fator de planejamento é estimado para cada conjunto e
exprime a relação ideal entre o número de combatentes de arma base por agente
adverso. Normalmente, essa proporção ideal varia de 6 (seis) a 10 (dez)
combatentes para cada agente adverso sendo estimada segundo a análise dos
seguintes fatores:
- importância do conjunto;
- características do terreno;
- informações sobre as F Adv;
- estrutura organizacional e operacional das F Adv; e
- grau de operacionalidade das forças legais.
(5) As estimativas em função da área operacional e do número de
agentes das F Adv não são somadas, são comparadas para a obtenção de
valores de tropa (mínimo e máximo), necessários para as operações de
repressão às ações ilegais das F Adv. Para efeito de cálculo de necessidades,
deverá ser considerada a estimativa que indicar uma necessidade maior de
tropas.

7-11. CONFRONTAÇÃO ENTRE AS NECESSIDADES E AS DISPONIBILIDA-


DES DE MEIOS
a. Conhecidas as necessidades em efetivos e as disponibilidades de tropa

7-9
7-11 C 85-1

para os diferentes tipos de operações, os dados são comparados e são tiradas


as conclusões necessárias à ocupação da área.
b. Esse confronto é feito levando-se em conta a adequação dos meios
disponíveis para a execução das operações.
(1) Os efetivos das polícias militares convocadas são destinados
essencialmente para as operações tipo polícia.
(2) Os efetivos de polícia do exército, devido às habilitações (missões)
específicas desta tropa, em princípio, são computados com prioridade para as
operações tipo polícia.
(3) Para as operações de repressão às ações ilegais das F Adv, são
computados os efetivos das unidades de infantaria e de cavalaria existentes,
considerando-se o tipo da unidade. As unidades de artilharia e de engenharia de
combate também podem ser consideradas no cálculo do efetivo disponível para
operações de neutralização da capacidade de atuação das F Adv.
(4) Os efetivos das unidades das armas de apoio ao combate e de apoio
logístico não são, inicialmente, computados para essas operações e, se o forem,
são convenientemente avaliados, em função de suas reais possibilidades como
arma base.
(5) Havendo falta de efetivos de polícia militar para a execução das
operações tipo polícia, efetivos disponíveis das armas base e de apoio ao
combate podem ser empregados em operações desse tipo.
(6) Tendo em vista a peculiaridade da instrução e do armamento das
polícias militares, estas, em princípio, não devem realizar operações de
neutralização da capacidade de atuação das F Adv.
c. Nesse confronto, o comando considerado deve levar em conta as
necessidades em meios para constituir a reserva.
(1) Além das missões clássicas, também podem ser atribuídas à
reserva missões de:
(a) conduzir reconhecimentos nas áreas não atribuídas aos coman-
dos subordinados, normalmente áreas verdes; e
(b) isolar a Z Op na área sob jurisdição direta do comando da F Pac.
(2) Para se determinar o valor da reserva, deve-se levar em conta as
necessidades eventuais das peças de manobra subordinadas.
(3) Essas necessidades decorrem do número de agentes adversos que,
homiziados e operando normalmente em uma determinada região, possam atuar,
mediante considerações lógicas, em outras áreas da Z Op.
(4) Para a atuação das F Adv em áreas afastadas de suas bases, devem
ser levados em consideração:
(a) o raio de ação das F Adv, a pé em uma jornada (30 km);
(b) os atrativos operacionais que justifiquem a atuação de F Adv;
(c) as possibilidades e limitações quanto ao apoio necessário às
operações; e
(d) as dificuldades impostas pelo dispositivo das forças legais e
pelas características do terreno.
(5) No escalão brigada, tende-se a manter uma reserva valor batalhão.

7-10
C 85-1 7-12

7-12. VISUALIZAÇÃO DA FORMA DE OCUPAÇÃO DA Z Op


a. Existem dois tipos básicos de ocupação da Z Op: a ocupação como um
todo e a ocupação progressiva.
b. Ocupação como um todo
(1) Esse tipo de ocupação é preferencial nas operações contra as F Adv.
O comandante atribui, aos comandos subordinados, setores de responsabilida-
de nos quais as F Adv atuam com maior intensidade, podendo manter, sob seu
controle direto, regiões denominadas espaços vazios, onde as F Adv não atuam
ou se mostra menos atuante.
(2) Os fatores que indicam uma ocupação como um todo são:
(a) existência de meios compatíveis e suficientes para a realização
de todas as operações necessárias, em todas as partes importantes da Z Op;
(b) existência de comandos em número suficiente que possibilite a
descentralização das operações;
(c) existência de núcleos urbanos importantes disseminados por
toda a área cuja proteção imediata é imperiosa; e
(d) efetivo das F Adv impreciso, embora comprovadamente fraco.
(3) Nesse caso, as operações devem ser altamente descentralizadas,
o valor da reserva pode ser pequeno e são realizados reconhecimentos nos
espaços vazios.
c. Ocupação progressiva
(1) Nesse tipo, as peças de manobra ocupam, em princípio, as regiões
julgadas mais importantes e, a partir daí, à medida que essas regiões forem
controladas, são ocupadas paulatinamente as demais regiões da Z Op.
(2) Os fatores que conduzem à ocupação progressiva são:
(a) insuficiência de meios, inclusive de apoio logístico, particular-
mente para operações tipo polícia e de repressão às ações ilegais das F Adv em
todas as partes importantes da área de responsabilidade;
(b) insuficiência de informações sobre as F Adv sabidamente fortes;e
(c) número de comandos insuficientes para descentralizar as opera-
ções como seria desejado.
(3) Nesse caso, as operações exigem um alto grau de centralização. Há
necessidade de uma cuidadosa seleção das áreas a serem ocupadas inicialmen-
te. Grandes espaços são deixados vazios sem a possibilidade de executar
reconhecimentos terrestres eficientes, por falta de meios, sendo, em conseqü-
ência, de grande importância os reconhecimentos aéreos. A operação como um
todo obedece a um faseamento.

7-11
7-13 C 85-1

ARTIGO IV
ORGANIZAÇÃO DA ZONA DE OPERAÇÕES

7-13. GENERALIDADES
a. A força empenhada em operações contra as F Adv, normalmente, recebe
uma Z Op, delimitada por um limite contínuo (L Iso), na qual pode ter todas as
atribuições de governo civil e de aplicação da legislação militar.
b. O comando considerado divide a Z Op atribuindo áreas de responsabi-
lidade específicas aos elementos subordinados. Sempre que as condicionantes
de natureza militar permitirem, essa divisão deve respeitar os limites político-
administrativos e de jurisdição policial-militar.
c. Em princípio, uma F Pac será constituída no escalão brigada e atribuirá
setores às suas unidades e estas, subsetores às subunidades. No escalão
subunidade, em regra, não são designadas áreas de responsabilidade aos
pelotões, e sim missões específicas visando ao cumprimento da missão
atribuída à subunidade.
d. No interior das áreas de responsabilidade de cada comando, são
tomadas providências para proteger a tropa, as instalações e as vias de
transportes, bem como são instaladas bases de operações até o escalão
subunidade, das quais se irradiam as operações para neutralização da capaci-
dade de atuação das F Adv.
e. Em todos os escalões da força regular, uma reserva é mantida, em
princípio, nas bases de operações, com a finalidade principal de atuar rapidamen-
te para combater as F Adv que venham a ser localizadas.
f. A extensão da Z Op pode ser demasiadamente grande para ser
vasculhada simultaneamente pelos elementos subordinados; nesse caso, o
comandante deve estabelecer uma prioridade para a limpeza das subáreas,
setores e subsetores e designá-los aos elementos subordinados de acordo com
tal prioridade.
g. Uma brigada, atuando como F Pac em operações contra F Adv, poderá
receber reforços de armas-base (peças de manobra), necessárias à execução
das operações e de elementos especializados (Av Ex, F Esp, Op Psc, As Civ
etc.) sem comprometer sua capacidade de coordenação e controle. Para isso,
é necessário que receba, também, o reforço de elementos de apoio, particular-
mente de comunicações e logística.
h. A Fig 7-3 apresenta o esquema de manobra de uma brigada atuando
como F Pac.

7-12
C 85-1 7-13/7-14

Fig 7-3. Esquema de manobra de uma F Pac valor Bda

7-14. BASES DE OPERAÇÕES


a. A base de operações (B Op) é o ponto de onde partem todas as operações
contra as F Adv.
b. Na B Op, além da reserva, devem estar os elementos essenciais de
comando, controle e logística e outros elementos que visem facilitar o apoio à
tropa.
c. A localização da B Op deve facilitar as operações táticas na área e a sua
própria segurança. Sempre que possível, deve ser instalada em terreno com
excelentes características defensivas, uma vez que a maior parte da Unidade
estará realizando, durante quase todo o tempo, operações ofensivas, de inquie-
tação, de vigilância e de reconhecimento, ali permanecendo apenas a reserva para
a segurança da B Op, assim mesmo enquanto não for empregada.
d. A extensão da B Op varia com o efetivo da tropa que a tenha instalado,
com as características defensivas do terreno e com as probabilidades de ataque
da F Adv. De qualquer maneira, deve ser tão pequena quanto possível, a fim de
facilitar a segurança.
e. A B Op deve ser organizada com posições defensivas circulares,
complementadas por obstáculos. Postos avançados de vigilância ou de escuta
devem ser instalados bem à frente das posições defensivas, os quais são
guarnecidos durante todo o tempo em que a base de operações estiver
funcionando.

7-13
7-14 C 85-1

f. As B Op devem ser inteiramente móveis (de preferência transportáveis a


pé ou por meios aéreos, no nível companhia) e devem deslocar-se periodicamente
para outros locais dentro da área de responsabilidade, a fim de evitar que a F Adv
tome conhecimento de sua localização e dispositivo.
g. Quando a F Adv atingir um estágio de desenvolvimento, no qual as
características de suas operações se assemelhem às da tropa regular, não é
taticamente aconselhável a utilização de B Op muito distantes umas das outras.

7-14
C 85-1

CAPÍTULO 8

APOIO ÀS OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

ARTIGO I
APOIO DE ARTILHARIA

8-1. AÇÕES DA ARTILHARIA DE CAMPANHA


a. A artilharia de campanha pode ser empregada para:
(1) Fornecer iluminação durante as horas de escuridão. A iluminação é
valiosa para auxiliar a conter as incursões noturnas das F Adv contra instalações
importantes, tais como: usinas elétricas, postos de suprimentos, pontes etc. O
emprego de projéteis iluminativos deve ser considerado principalmente para o
apoio mútuo entre as bases de operações; e
(2) No emprego deste tipo de munição, deve ser considerado o local de
impacto da granada condutora do artefato iluminativo (tarugo). Este local não
poderá ser área habitada.
b. As operações de GLO são normalmente realizadas através de ações
descentralizadas, particularmente na sua fase inicial. Em consequência, o apoio
prestado pela artilharia tende também para a descentralização através da
designação de elementos para reforçar ou integrar o escalão apoiado. Pode-se
descentralizar até o nível seção em apoio a uma subunidade ou mesmo utilizar
uma peça isolada para os tiros com características especiais (inquietação,
iluminativo etc.).
c. Em caso de grande perturbação da ordem, as unidades de Art Cmp
podem ser empregadas em ações específicas de GLO, tais como: PBCE,
PBCVU, interdição de áreas ou demonstração de força.

8-1
8-2/8-3 C 85-1

8-2. ARTILHARIA ANTIAÉREA


a. As unidades de artilharia antiaérea poderão participar do controle do
espaço aéreo durante a realização de grandes eventos e/ou na segurança de
autoridades.
Tais unidades deverão ser, prioritariamente, empregadas na proteção do
espaço aéreo, em coordenação com o COMDABRA (Comando de Defesa
Aeroespacial Brasileiro), durante a realização de grandes eventos e/ou na
segurança de autoridades.
b. As unidades de AAAe também podem, em caso de necessidade, ser
empregadas nas mesmas ações de GLO previstas no item 8.1 letra c.

ARTIGO II
APOIO DE ENGENHARIA

8-3. GENERALIDADES
a. Nas operações de GLO, a engenharia pode ser empregada em dois
campos de ação bem distintos:
(1) no campo das operações de repressão às ações ilegais das F Adv ou
do tipo polícia; e
(2) no campo das atividades de assuntos civis.
b. No primeiro, o emprego da engenharia é bastante semelhante ao da
guerra regular; a engenharia de combate realiza os mesmos trabalhos técnicos
e atividades logísticas; e são observados os mesmos princípios de emprego. Em
face das características das operações de GLO, resultam algumas peculiarida-
des, como, por exemplo: maior descentralização e emprego de pequenas frações
(inferiores a pelotão) em determinadas ações etc. As OM de engenharia de
combate são as mais adequadas para o apoio às operações de combate ou às
operações tipo polícia.
c. No campo das atividades de assuntos civis, a engenharia atua junto às
populações envolvidas nas operações cujo apoio é imprescindível para o sucesso
das forças legais. Nesse setor, ela realiza obras de interesse da comunidade, tais
como: manutenção de rodovias, abastecimento de água, construção de depósito
para armazenagem de produtos da área, reparação de instalações, entre outras.
d. Nesse campo de ação, fora os encargos que lhe são próprios, a
engenharia pode coordenar as atividades de entidades públicas civis federais,
estaduais e municipais, ligadas à engenharia, de modo a enfrentar os problemas
de ordem global, procurando o máximo de eficiência. Tem, portanto, como
objetivo, a população, e visa granjear seu apoio induzindo-a a cooperar francamen-
te com as forças legais. Considerando que as unidades de combate estejam em
condições de realizar, em menor escala, essas operações, são as unidades de
construção os elementos ideais para levarem a bom termo tais empreendimentos.

8-2
C 85-1 8-4/8-5

8-4. MISSÃO
a. Apoiar as operações de GLO pela realização de trabalhos técnicos e
atividades logísticas.
b. Nas operações tipo polícia e de repressão às ações ilegais das F Adv,
o apoio de engenharia tem por objetivo:
(1) facilitar o movimento da força legal;
(2) restringir a liberdade de manobra das F Adv;
(3) proporcionar segurança às instalações; e
(4) propiciar o bem-estar da tropa amiga.
c. Adquirem maior ênfase os trabalhos técnicos que concorrem para a
surpresa, mobilidade e segurança, tais como: reconhecimentos, estradas,
pontes e organização do terreno.
d. Nas atividades de assuntos civis, os trabalhos técnicos visam conquis-
tar o apoio da população através da realização de ações do seu interesse, tais
como:
(1) instalações (hospitais, escolas, planos habitacionais);
(2) serviços essenciais à população (luz, água, esgotos);
(3) assistência às atividades econômicas produtivas; e
(4) estradas e pontes.
e. Em determinadas situações, especialmente nas de precariedade de
meios, a engenharia pode ser empregada como arma base, particularmente em
operações tipo polícia e, se necessário, nas operações de repressão às ações
ilegais das F Adv, evitando, contudo, prejudicar suas atividades imprescindíveis.

8-5. EMPREGO
a. Generalidades
(1) A engenharia pode ser empregada em todos os tipos de operações
contra F Adv.
(2) As formas de emprego normalmente utilizadas pela engenharia de
combate são:
(a) apoio direto;
(b) apoio suplementar (específico ou por área); e
(c) apoio ao conjunto.
(3) Pode ser empregada, também, na situação de comando de reforço.
(4) A dosagem do apoio de engenharia nas operações de repressão às
ações ilegais das F Adv e do tipo polícia é semelhante àquela empregada nas
operações regulares. Para as atividades de assuntos civis, esse apoio é difícil de
ser dosado antes, considerando a mutabilidade das condições das diversas
áreas que impõem necessidades diferentes.
b. Operações tipo polícia
(1) Proteção

8-3
8-5 C 85-1

(2) Contramobilidade
(a) A engenharia deve executar trabalhos técnicos a fim de restringir
ao máximo a manobra das F Adv.
(b) Principais trabalhos: organização de postos de segurança fixos,
lançamento de obstáculos e de sistemas de alarme, isolamento de áreas de
interesse, implementação do sistema de iluminação existente.
(c) Emprego indicado: reforço.
(3) Mobilidade
(a) Em apoio à tropa da arma base com o objetivo de favorecer o
movimento da operação. A engenharia como arma técnica.
(b) Principais trabalhos: reconhecimentos especializados de pon-
tos, áreas e itinerários; detecção, desativação e remoção de artefatos explosivos;
desobstrução de vias de acesso; reparação ligeira em pontes e estradas.
c. Neutralização da capacidade de atuação das F Adv
(1) Além do apoio normal a ser dado às diversas peças de manobra que
cumprem missões fora da base de operações, devem permanecer nessa base
elementos de engenharia, em missão de apoio ao conjunto e em condições de
apoiar a reserva quando esta for empregada.
(2) A missão de apoio à reserva visa dar a este elemento o máximo de
mobilidade, característica essencial para o sucesso da operação contra F Adv.
Inicialmente, esta engenharia de apoio ao conjunto coopera na organização da
B Op.
d. Atividades de assuntos civis
(1) As unidades de construção são as mais aptas à realização destas
ações. As unidades de combate, em menor escala, podem também ser
empregadas.
(2) Os batalhões de engenharia de construção, da forma como estão
estruturados no tempo de paz, têm pouca mobilidade tática. Isto porque:
(a) encontram-se desdobrados em áreas extensas;
(b) a sua capacidade de construção baseia-se fundamentalmente na
mão-de-obra civil radicada na área de operações da unidade e o deslocamento
dessa mão-de-obra criaria grandes problemas para o Exército;
(c) cumprem missões bem definidas, de interesse nacional;
(d) dispõem de equipamento vultoso e de difícil transporte; e
(e) suas instalações de manutenção são fixas, pesadas e de reunião
difícil.
(3) Em conseqüência, as unidades de construção devem ser emprega-
das nas atividades de assunto civis, em princípio na própria região onde operam
em situação normal; podem, entretanto, contribuir com oficiais técnicos e
especialistas militares e civis capazes de assessorar o comando da engenharia
da Z Op, criada em qualquer região do território nacional, bem como enquadrar
civis na própria área de operações.
(4) A engenharia militar será a coordenadora de toda atividade de
engenharia de construção realizada pelos órgãos civis dos Governos Federal,
Estadual e Municipal que possa contribuir de alguma forma para as atividades de
assuntos civis. Para isso conta, obrigatoriamente, com a assessoria técnica de

8-4
C 85-1 8-5/8-7

oficiais engenheiros oriundos dos batalhões de engenharia de construção, das


Comissões Regionais de Obras ou da própria Diretoria de Obras de Cooperação.

ARTIGO III
COMANDO E CONTROLE

8-6. GENERALIDADES
As peculiaridades das operações de GLO exigem adaptações no emprego
dos sistemas de comunicações. O planejador do sistema de comunicações deve
atentar para as seguintes condicionantes:
a. tendência para uma maior estabilidade dos postos de comando,
particularmente nas operações em ambiente urbano, utilizando-se, em muitos
casos, os próprios aquartelamentos;
b. possibilidade de emprego de meios de comunicações civis, implicando
na necessidade de adaptação e de conhecimento dos sistemas disponibilizados;
c. aumento das distâncias entre os elementos a serem interligados;
d. aumento do número de ligações necessárias, com a inclusão de
elementos diversos (forças singulares, policiais, órgãos civis etc), exigindo a
interoperabilidade dos meios de comunicações;
e. natureza diversificada das forças adversas, tornando mais complexas as
medidas de segurança;
f. integração dos sistemas operacionais empregados, com os recursos
locais existentes, de modo a assegurar-se a eficiência do sistema comando e
controle, necessário à manobra planejada; e
g. devido às características especiais das operações, deve ser dada
especial atenção à transmissão de videos e imagens.

8-7. APOIO NAS AÇÕES E MEDIDAS PREVENTIVAS


a. Normalmente, os meios de comunicações do Exército, juntamente com
os demais meios existentes na área, satisfazem às necessidades da tropa
empenhada em ações preventivas.
b. O oficial de comunicações em todos os níveis, grande comando, grande
unidade e organizações militares, realiza o levantamento dos meios de comuni-
cações existentes na área de responsabilidade e o planejamento para o emprego
das comunicações nas ações de GLO.
c. O pessoal de comunicações é engajado, principalmente, na instrução
e na manutenção do seu material. Normalmente, presta apoio de comunicações

8-5
8-7/8-8 C 85-1

em exercícios, manobras, operações de inteligência e de ação cívico-social.


d. necessidade de se levantar, com precisão, os meios de C2 utilizados
pelas F Adv.

8-8. APOIO NAS AÇÕES E MEDIDAS REPRESSIVAS


a. Generalidades
(1) O emprego de tropa durante a fase repressiva exigirá, para o apoio
de comunicações, um levantamento das características da área, realizado em
princípio, na fase preventiva. Isso permitirá a definição da necessidade ou não de
reforço ou substituição dos meios orgânicos disponíveis.
(2) O levantamento realizado dos recursos locais servirá de base para
a realização dos planejamentos.
(3) Normalmente, as frações empregadas em operações tipo polícia
receberão equipamentos não-orgânicos, em face do aumento das distâncias
entre seus elementos. Observa-se a necessidade de uma grande flexibilização
no emprego do pessoal e material no apoio de comunicações.
(4) Os meios e as instalações de comunicações requerem medidas
especiais de segurança, não apenas para os sistemas empregados nas opera-
ções em si, mas também para os demais meios civis que prestam apoio à
população local (centrais telefônicas, meios de radiodifusão etc).
b. Posto de comando – O desdobramento dos postos de comando,
quando fora dos aquartelamentos, deve buscar apoio em instalações físicas
disponíveis, de modo a beneficiar-se da infra-estrutura existente na área. Esse
aspecto garante segurança, facilidade de instalação e de integração com os
escalões superior e subordinado e com outros elementos empregados.
c. Sistema físico
(1) A amplitude do sistema fio será em decorrência da estabilidade das
ações, devendo-se empregá-lo com prioridade. A sua utilização, além da
segurança proporcionada, facilita a integração com o sistema civil instalado,
garantindo assim maior amplitude e maior facilidade de integração com os
demais escalões.
(2) Especial atenção para os circuitos físicos lançados e sua integração
aos meios civis, no que concerne à segurança. O patrulhamento dos circuitos e
o levantamento de informações sobre os técnicos civis empregados nas centrais
telefônicas são algumas das medidas de segurança que devem ser tomadas.
(3) Deve-se evitar o trâmite de informações sigilosas quando não se
dispuser de equipamentos que garantam a segurança necessária. Na falta de
equipamentos com segurança cripto, a transmissão de dados é mais segura e
deve ser preferida.
d. Sistema rádio
(1) O rádio constitui-se no principal meio das comunicações nos
pequenos escalões.

8-6
C 85-1 8-8/8-9

(2) Nas ações de grande mobilidade, o emprego do rádio é de


fundamental importância, devendo, nessas situações, ser apoiado por repetidores,
os quais garantirão uma maior amplitude no seu alcance.
(3) Deve-se considerar as possibilidades das forças adversas quando do
emprego do rádio. Sempre que possível, os equipamentos deverão possuir
medidas de proteção eletrônica (MPE).
Os procedimentos dos radioperadores, quanto às MPE, deverão ser
seguidos conforme preconizado no Manual de Campanha C11-9 – OPERAÇÃO
EM RADIOTELEFONIA.
(4) No planejamento dos meios rádio, o emprego do sistema troncalizado
permitirá maior eficiência e flexibilidade ao sistema.
(5) Deve ser levada em consideração a possibilidade de ampliar o
alcance do rádio ao empregar os meios aéreos como plataforma de Comando e
Controle, modulando nas freqüências em VHF/FM e UHF.
e. Sistema de Mensageiros – O serviço de mensageiros é o meio de
comunicação mais seguro disponível, mas exige uma escolta de segurança para
acompanhar com eficiência cada mensageiro.
f. Outros Meios – O emprego dos meios visuais e acústicos é função da
necessidade e disponibilidade de utilização. Esses meios são muito eficientes
quando empregados com códigos pré-estabelecidos nos pequenos escalões.
g. Recursos Locais
(1) Entende-se como recursos locais os meios de comunicações
existentes na área e passíveis de serem empregados.
(2) Deve-se considerar que a radiodifusão é um eficiente meio de
comunicação, inclusive no campo das Operações Psicológicas.
(3) A telefonia celular pode ser empregada, quando houver cobertura na
área. Há que se considerar o aspecto do sigilo, que é mais garantido quando o
sistema existente for digitalizado e as restrições que devem existir ao uso deste
sistema, tendo em vista a possibilidade de monitoramento.
(4) Outros meios levantados na fase preventiva podem ser empregados,
desde que a sua utilização não venha prejudicar a vida normal da população local.
(5) A fim de bem entender o que são recursos locais, deve-se consultar
o Manual de Campanha C11-1 – EMPREGO DAS COMUNICAÇÕES.

ARTIGO IV

APOIO DE GUERRA ELETRÔNICA

8-9. GENERALIDADES
Nas operações de GLO, a missão dos elementos de guerra eletrônica será
apoiar as forças em operações, provendo, a partir dos sinais eletromagnéticos
interceptados, conhecimentos correntes sobre as F Adv, protegendo seus

8-7
8-9/8-11 C 85-1

sistemas eletrônicos e atuando sobre os mesmos sistemas inimigos, de forma


a restringir-lhes a eficiência.

8-10. MISSÕES ESPECÍFICAS


a. Prover informações do sinal, ou seja, o conhecimento a respeito dos alvos
eletrônicos das F Adv, necessário ao desenvolvimento imediato das operações de
neutralização da sua capacidade de atuação, resultante de uma análise sumária
dos resultados obtidos pela aquisição e localização eletrônica.
b. Realizar a vigilância (do espectro eletromagnético) em uma área de
interesse.
c. Atuar contra sistemas de comando, controle e comunicações.
d. Atuar contra sistemas eletrônicos de Não Comunicações que visam à
produção de conhecimento.
e. Proteger os sistemas eletrônicos de nossas forças.
f. O apoio de guerra eletrônica é detalhado no Manual de Campanha
C 34-1 – EMPREGO DA GUERRA ELETRÔNICA.

ARTIGO V
LOGÍSTICA

8-11. GENERALIDADES
a. O apoio logístico (Ap Log) às operações contra F Adv é influenciado pelas
características especiais do meio onde se desenvolvem e pelas peculiaridades
das ações das forças legais, não só no campo estritamente militar, como também
no seu relacionamento com as autoridades civis e com a população.
b. O Ap Log tem de adaptar-se e ajustar-se a essas influências, criar
técnicas, processos e normas próprias que respondam a cada situação, adotando
procedimentos específicos no seu modo de emprego e na sua sistemática.
c. As medidas de segurança no fluxo logístico devem ser enfatizadas,
visando negar ao agente adverso a obtenção de suprimento, particularmente de
saúde, alimentação, armamento e munição.
d. A Logística, desde o tempo de paz, merece atenção especial em seu
planejamento operacional, devendo ser efetivado a partir do escalão RM.
e. O Ap Log está detalhado nos Manuais de Campanha C 29-15 – O
BATALHÃO LOGÍSTICO e C 100-10 – LOGÍSTICA MILITAR TERRESTRE.

8-8
C 85-1 8-12/8-14

8-12. CENTRAL LOGÍSTICA


a. A partir do início das Op, deve ser estabelecida uma central logística
(C Log) como parte integrante do CCOp.
b. Essa central tem por responsabilidade planejar e dirigir as Op Log em
toda a Z Op. Para tal, deve realizar o estudo de situação continuado.
c. Em princípio, a C Log será chefiada pelo Ch Esc Log da RM considerada
e constituída por militares do próprio Esc Log, do Ch da 4ª Seção DE/Bda e do
Ch do Centro de Operações de Apoio Logístico (COAL) do B Log.

8-13. PECULIARIDADES
a. As operações de GLO podem desenvolver-se em regiões muito amplas,
o que impõe um grande afastamento entre os elementos a serem apoiados e entre
estes e os órgãos de apoio. Essas grandes distâncias, associadas a um
procedimento operacional peculiar, decorrente da descentralização e da predo-
minância de ações isoladas de pequenas frações de tropa, exigem do Ap Log
uma flexibilidade maior do que nas operações convencionais.
b. O apoio à população civil, a diversidade e a simultaneidade de missões,
a segurança das instalações de suprimento e das vias de transporte devem
constituir preocupações constantes no planejamento do Ap Log.
O planejamento deve ser centralizado, porém a execução apresenta um
alto grau de descentralização. Assim sendo, faz-se necessário a constituição de
destacamentos logísticos (ver o Cap 4, parágrafo 4-16 do Manual de Campanha
C 100-10).
c. Considerando que nas operações de GLO não há a caracterização de
um estado de beligerância, a estrutura de Ap Log a ser utilizada é a do tempo de
paz, podendo evoluir, em função das necessidades, para a preconizada nas
operações convencionais.
O apoio à população civil, a diversidade e a simultaneidade de missões, a
segurança das instalações de suprimento e das vias de transporte devem
constituir preocupações constantes no planejamento do Ap Log.
d. A B Op da grande unidade é desdobrada numa região propícia ao
exercício de suas atividades e aonde o escalão superior chega com o seu apoio,
formando um sistema que deve dispor de um mínimo de regularidade, flexibilidade
e confiabilidade. Em certos casos, uma B Op de unidade, de companhia ou, até
mesmo, de escalões menores pode ser apoiada diretamente pelo escalão
superior.

8-14. DESDOBRAMENTO DO APOIO LOGÍSTICO


O batalhão logístico (B Log) desdobra-se com a maioria dos seus meios
em uma região que deve responder às suas necessidades, segundo os seguintes

8-9
8-14 C 85-1

fatores:
a. Manobra
(1) o apoio cerrado é sempre desejável, pois além de encurtar a distância
de apoio, a redução do tempo de deslocamento dificulta as ações das F Adv sobre
os comboios de suprimento.
(2) as instalações de apoio devem ser desdobradas próximas ao setor
que contar com a maioria dos meios, evitando-se, dessa forma, o deslocamento
em grandes extensões de quantidade de suprimentos que compense uma ação
das F Adv para obtê-los.
(3) as operações de GLO não apresentam a mesma dinâmica que as
operações convencionais, razão pela qual o B Log tem condições, normalmente,
de apoiar toda a operação da área inicialmente escolhida para a localização das
suas instalações. A mudança de posição do B Log fica condicionada ao
deslocamento da B Op para outra região.
(4) a distância de apoio fica condicionada às características da região de
operações e às possibilidades das F Adv interferirem no fluxo de suprimentos.
Deve ser percorrida, preferencialmente, sob a luz do dia.
b. Terreno
(1) avulta de importância a inexistência de obstáculos no interior da área
de apoio logístico (A Ap Log) e entre esta e os elementos a apoiar, em decorrência
da atuação das F Adv nos eixos de suprimento, buscando, sempre que possível,
impedir ou dificultar a manutenção do fluxo de suprimentos.
(2) casos podem ocorrer em que o suprimento é transportado por meios
aéreos e através de vias fluviais ou ferroviárias.
c. Segurança
(1) a natureza das operações de GLO traz, por si só, implicações de
insegurança pela maneira de atuação das F Adv, que procuram sempre inovar e
explorar a surpresa nas suas ações. A conduta das F Adv não é padronizada,
podendo surgir em qualquer local, a qualquer momento, isolado ou em grupo,
realizar uma ação e empreender a fuga.
(2) as F Adv buscam interferir no fluxo de suprimentos, não só para
superar sua grande vulnerabilidade – deficiência de suprimentos – como também
para negar às forças legais este apoio, razões pelas quais a segurança do fluxo
e das instalações de apoio é primordial para as atividades de suprimento.
(3) na segurança do fluxo de apoio preponderam os seguintes aspectos:
(a) quanto maior for a distância de apoio, maior é a possibilidade de
interferência das F Adv;
(b) quanto maior for o número de pontos críticos ou obstáculos a serem
vencidos pelos elementos de apoio, maior é a possibilidade de atuação das F Adv
na interrupção do fluxo;
(c) quanto mais próxima estiver a estrada principal de suprimento (EPS)
de regiões adequadas ao homizio das F Adv, maior é a necessidade de proteção aos
comboios e de patrulhamento nas estradas.
(4) na segurança das instalações, deve-se considerar que a região
destinada à localização da A Ap Log não necessita ter as mesmas dimensões

8-10
C 85-1 8-14/8-16

preconizadas para a guerra convencional, em face da precariedade dos meios das


F Adv e, por vezes, do próprio efetivo a ser apoiado, quando é admissível a
possibilidade de não desdobrar as instalações do B Log. Sob tais condicionantes,
evita-se uma sobrecarga territorial, que origina reflexos positivos para a segurança
das instalações da B Op.
d. Situação logística
A estrutura do Ap Log, normalmente, é a do tempo de paz, cabendo à
Região Militar onde se desenvolverem as ações, a responsabilidade de apoiar as
forças legais. Para tanto, pode desdobrar algumas instalações de apoio onde
julgar conveniente ou necessário, para cerrar seu apoio ou para reforçar os meios
já existentes.
f. O Ap Log nas operações de GLO é detalhado no Manual de Campanha
C 29-15 – O BATALHÃO LOGÍSTICO.

ARTIGO VI
EMPREGO DA AVIAÇÃO DO EXÉRCITO

8-15. GENERALIDADES
a. A Aviação do Exército (Av Ex), como fator multiplicador do poder de
combate da F Ter, constitui-se em elemento indispensável na atuação contra as
F Adv. Suas características de flexibilidade, potência de fogo, sistema de
comunicações amplo e flexível e mobilidade, associadas à capacidade de
dissuasão, permitem seu emprego múltiplo nas operações de GLO.
b. Os conceitos abordados nos tópicos seguintes encontram-se detalha-
dos nas IP 90-1 – OPERAÇÕES AEROMÓVEIS e são complementados no
Caderno de Instrução EMPREGO DA AVIAÇÃO DO EXÉRCITO NAS OPERA-
ÇÕES DE GLO.

8-16. ATUAÇÃO DA AVIAÇÃO DO EXÉRCITO


a. A atuação da Av Ex nas operações de GLO dependerá dos fatores da
decisão, levando-se em conta, particularmente, a fase de organização em que as
F Adv se encontrem, a oportunidade e a prioridade a ser atribuída para os tipos de
missão a serem cumpridas: combate, apoio ao combate e apoio logístico.
b. Situações de subordinação
(1) Nas operações de GLO, os elementos da Av Ex subordinados a um
G Cmdo ou até mesmo GU operam em uma das seguintes situações:
(a) Reforço (Ref);
(b) Integração (Intg); e
(c) Controle Operacional (Ct Op). Essa é a forma de emprego mais
indicada para a Av Ex, por não restringir sua flexibilidade.

8-11
8-16 C 85-1

(2) Nas situações de Ref ou Intg, quando da realização do estudo de


situação, há necessidade de se considerar um prazo mínimo de emprego, tanto
para o escalão enquadrante quanto para o elemento da Av Ex, particularmente
quanto aos desdobramentos dos meios aéreos e aos encargos logísticos
específicos de aviação.
c. Ações da Av Ex em GLO
(1) Isolamento da área problema (A Prbl)
(a) transporte da tropa para os locais que realiza o isolamento;
(b) reconhecimento e vigilância das vias de acesso para as A Prbl;
(c) operação presença;
(d) retirada ou inserção de autoridades civis ou militares da A Prbl;e
(e) reconhecimento e vigilância das vias de acesso para as A Prbl.
(2) Apoio na Negociação
(a) transporte de pessoal do grupo de negociadores e comando da
operação;
(b) levantamento de informações para possíveis ações de choque;
(c) controle das reações dos causadores do problema; e
(d) operações psicológicas, como panfletagem e demonstração de
força.
(3) Ação de choque
(a) coordenação e controle da tropa que realiza ação de choque;
(b) transporte da tropa;
(c) vigilância das vias que dão acesso às áreas problema, informando
fugas e reforços (mobilidade em ambiente de selva);
(a) evacuação aeromédica;
(b) transporte de presos;
(c) cobertura de foto-filmagem dos acontecimentos; e
(d) apoio de fogo às operações.

8-12
C 85-1

ÍNDICE ALFABÉTICO
Prf Pag

A
Ações
- a realizar ............................................................................... 4-14 4-13
- Interdição do Apoio Externo .................................................. 4-18 4-18
- básicas a serem executadas ................................................ 6-8 6-4
- da artilharia de campanha ..................................................... 8-1 8-1
- de garantia da lei e da ordem ................................................ 2-3 2-4
Apoio nas ações e medidas
- preventivas ............................................................................ 8-7 8-5
- repressivas ............................................................................ 8-8 8-6
Artilharia antiaérea ...................................................................... 8-2 8-2
Atividade(s)
- de assuntos civis .................................................................. 4-10 4-11
- de inteligência ....................................................................... 4-8 4-9
Atribuições .................................................................................. 5-10 5-8
Atuação
- da aviação do exército .......................................................... 8-16 8-11
- de militares do sexo feminino ................................................ 6-19 6-8
B
Base(s)
- legal ...................................................................................... 1-2 1-1
- de operações ........................................................................ 7-14 7-13
C
Central logística .......................................................................... 8-12 8-9
Cerco da área-problema .............................................................. 6-11 6-5
Comportamento da tropa ............................................................. 6-2 6-1
Comunicação social .................................................................... 4-6 4-4
C 85-1

Prf Pag
Conceito ..................................................................................... 7-2 7-1
Conceitos básicos ...................................................................... 2-2 2-2
Condições de execução .............................................................. 4-17 4-18
Confrontação entre as necessidades e as disponibilidades de
meios .......................................................................................... 7-11 7-9
Considerações
- gerais .................................................................................... 2-1 2-1
- preliminares .......................................................................... 6-3 6-2
- Reserva ................................................................................. 6-23 6-9
- sobre a reserva ..................................................................... 3-5 3-11
D
Decisão ....................................................................................... 5-8 5-7
Delimitação das áreas segundo o grau de controle ..................... 7-8 7-5
Desdobramento do apoio logístico ............................................... 8-14 8-9
Deslocamento para a área problema ........................................... 4-2 4-1
Determinação dos efetivos necessários à condução das operações 7-10 7-6
Dissuasão ................................................................................... 6-10 6-5
Divisão
- da área em conjuntos topotáticos ......................................... 7-9 7-6
- territorial para a execução das operações de garantia da lei e
da ordem ............................................................................... 3-3 3-4
E
Emprego
- Apoio de Engenharia ............................................................. 8-5 8-3
- da força legal ........................................................................ 6-4 6-2
- de blindados ......................................................................... 6-18 6-7
- do helicóptero ....................................................................... 6-17 6-7
Exortação ao entendimento pacífico ............................................ 4-4 4-3
F
Fatores considerados para a divisão em áreas de responsabilidade 3-4 3-6
Finalidade
- Introdução ............................................................................. 1-1 1-1
- O Centro de Coordenação de Operações .............................. 5-9 5-7
- (Operações de Garantia da Lei e da Ordem em Ambiente
Urbano) ................................................................................. 6-1 6-1
- Operações de Garantia da Lei e da Ordem em Ambiente
Rural ..................................................................................... 7-3 7-2
Fundamentos do emprego em ações de garantia da lei e da
ordem ......................................................................................... 2-4 2-5
Prf Pag
C 85-1

G
Generalidades
- Apoio de Engenharia ............................................................. 8-3 8-2
- Apoio de Guerra Eletrônica ................................................... 8-9 8-7
- Assessoria Jurídica ............................................................... 6-22 6-9
- Comando e Controle ............................................................. 8-6 8-5
- Emprego da Aviação do Exército .......................................... 8-15 8-11
- Estudo de Situação .............................................................. 5-1 5-1
- Interdição do Apoio Externo .................................................. 4-15 4-17
- Introdução ............................................................................. 4-1 4-1
- Logística ............................................................................... 8-11 8-8
- Ocupação da Zona de Operações ......................................... 7-6 7-4
- (Operações de Garantia da Lei e da Ordem em Ambiente
Rural) .................................................................................... 7-1 7-1
- Operações Tipo Polícia ......................................................... 4-11 4-12
- Organização da Zona de Operações ..................................... 7-13 7-12
- Peculiaridades das Operações de GLO em Ambiente Rural .. 7-4 7-2
- (Planejamento das Operações da Lei e da Ordem no Contexto
da Segurança Integrada) ....................................................... 3-1 3-1
I
Identificação das áreas problema e traçado da linha de isolamento
(L Iso) ......................................................................................... 7-7 7-4
Interdição da Z Op ....................................................................... 6-13 6-5
Investimento
- Fases do Emprego da Tropa ................................................. 4-5 4-3
- Peculiaridades das Operações de GLO em Ambiente Urbano 6-14 6-6
Isolamento da área e a tomada do dispositivo inicial ................... 4-3 4-2
L
Levantamento de objetivos .......................................................... 6-6 6-3
M
Manutenção da ordem ................................................................. 6-16 6-7
Meios a empregar ....................................................................... 4-13 4-13
Missão
- Estudo de Situação .............................................................. 5-2 5-2
- Apoio de Engenharia ............................................................. 8-4 8-3
- do Exército na garantia dos poderes constitucionais, da lei e
da ordem ............................................................................... 1-4 1-3
Missões específicas .................................................................... 8-10 8-8
Prf Pag
C 85-1

N
Negociação
- Atividades a Serem Realizadas ............................................. 4-9 4-10
- Peculiaridades das Operações de GLO em Ambiente Urbano 6-12 6-5
O
O processo de integração terreno, condições meteorológicas e
inimigo nas operações de garantia da lei e da ordem .................. 5-3 5-2
Objetivo ....................................................................................... 4-16 4-17
Objetivos ..................................................................................... 4-12 4-12
Operação psicológica .................................................................. 6-9 6-4
Operações psicológicas .............................................................. 4-7 4-7
Organização
- e natureza da força de pacificação ........................................ 6-7 6-4
- O Centro de Coordenação de Operações .............................. 5-11 5-8
P
Peculiaridades ............................................................................ 8-13 8-9
Premissas básicas ..................................................................... 1-3 1-2
Princípios básicos para planejamento das operações de garantia
da lei e da ordem ........................................................................ 3-2 3-1
Q
Quanto
- à zona de operações ................................................................. 5-7 5-6
- ao tempo ................................................................................... 5-5 5-5
- aos meios ................................................................................. 5-4 5-4
- às regras de engajamento ......................................................... 5-6 5-6
S
Sequência das
- ações .................................................................................... 6-20 6-8
- operações ............................................................................. 7-5 7-3
T
Término da operação ................................................................... 6-21 6-8
V
Vasculhamento ........................................................................... 6-15 6-6
Visualização da forma de ocupação da Z Op ............................... 7-12 7-11
Z
Zona de operações ...................................................................... 6-5 6-2
C 85-1

DISTRIBUIÇÃO

1. ÓRGÃOS
Ministério da Defesa ............................................................................... 04
Comando do Exército:
- Gabinete .......................................................................................... 02
- CCOMSEx, SGEx, CIE ................................................................... 01
EME:
- VCh, Gabinete, 1ª SCh, 2ª SCh, 4ª SCh, 5ª SCh, 6 ª SCh e 7ª SCh . 01
- Biblioteca do EME ........................................................................... 02
- 3ª SCh ............................................................................................. 30
DGP:
- Chefia DGP ...................................................................................... 01
- DSM, DCEM, DAProm, DCIP, DAP e DSau .................................... 01
DECEx:
- Chefia DECEx .................................................................................. 01
- DAF, DEE, DEPA, DPHCEx e DPEP .............................................. 01
DEC:
- Chefia DEC ...................................................................................... 01
- DOM, DOC, DEPA e D Patr ............................................................ 01
DCT:
- Chefia DCT ...................................................................................... 01
- DSG, DF, CAEx, CDS, CITEx, CTEx, IME e C Com GEEx ............ 01
SEF:
- Chefia SEF ...................................................................................... 01
- D Cont, D Aud, DGO e CPEx .......................................................... 01

2. COMANDOS
COTER ................................................................................................... 10
COLOG:
- Comando COLOG ............................................................................ 01
- D Abst, D Mat, DFPC, DMAvEx e Ba Ap Log Ex ............................. 01
C 85-1

Comando Militar de Área ......................................................................... 05


Região Militar .......................................................................................... 03
Região Militar/Divisão de Exército ........................................................... 03
Divisão de Exército ................................................................................. 03
Brigada ................................................................................................... 03
Grupamento de Engenharia ..................................................................... 02
Artilharia Divisionária ............................................................................... 02
CAvEx ..................................................................................................... 02

3. UNIDADES
Infantaria ................................................................................................. 02
Cavalaria ................................................................................................. 02
Artilharia ................................................................................................. 02
Engenharia .............................................................................................. 02
Comunicações ........................................................................................ 02
BPE ........................................................................................................ 02
BGP ........................................................................................................ 02
Batalhão Logístico .................................................................................. 02
BAv Ex .................................................................................................... 02
Batalhão de Manutenção de Armamento ................................................. 01
Batalhão de Manutenção de Suprimento da Av Ex .................................. 01
B F Esp, B Aç Cmdos ............................................................................ 02
BDOMPSA ............................................................................................. 01
Base de Av T .......................................................................................... 01
Base Adm Ap 1ª/2ª/3ª RM ....................................................................... 01
Base Adm Bda Op Esp ........................................................................... 01
Base Logística ........................................................................................ 02
Batalhão de Suprimento .......................................................................... 01
Depósito de Subsistência ....................................................................... 01
B F Paz “HAITI” ....................................................................................... 01
Depósito de Suprimento .......................................................................... 01
GLMF ..................................................................................................... 02
Parque Mnt ............................................................................................. 01

4. SUBUNIDADES/FRAÇÕES (autônomas ou semi-autônomas)


Infantaria/Fronteira .................................................................................. 02
Cavalaria ................................................................................................. 02
Artilharia ................................................................................................. 02
Engenharia .............................................................................................. 02
Comunicações ........................................................................................ 02
Material Bélico ........................................................................................ 02
Defesa QBN ............................................................................................ 01
Polícia do Exército .................................................................................. 02
Bia/Esqd/Cia Cmdo (GU e G Cmdo) ....................................................... 01
Cia Intlg/GE ............................................................................................ 02
C 85-1

Cia Transp .............................................................................................. 01


Cia C2 ..................................................................................................... 01
Cia Prec .................................................................................................. 01
3ª Cia F Esp ............................................................................................ 02
Guarda .................................................................................................... 01
CTA ........................................................................................................ 01
CT ........................................................................................................ 01
Dst Op Psico .......................................................................................... 02
Dst Ap Op Esp ........................................................................................ 01
Dst Sau Pqdt .......................................................................................... 01
Pelotão ................................................................................................... 01
Cia E F Paz “MINUSTAH” ....................................................................... 02

5. ESTABELECIMENTOS DE ENSINO
ECEME .................................................................................................. 10
EsAO ...................................................................................................... 10
AMAN ..................................................................................................... 20
EsSA ...................................................................................................... 20
CPOR ..................................................................................................... 05
NPOR ..................................................................................................... 02
IME ........................................................................................................ 01
EIM ......................................................................................................... 02
EsCom, EsACosAAe, EsIE, EsMB, EsIMEx, EsAEx, EsPCEx, EASA,
EsSEx, EsEqEx, CEP, CIGS, CIAvEx, CIGE, CI Op Esp, CI Pqdt GPB,
CI Bld, CAAdEx, CI Op Paz .................................................................... 02
Colégio Militar ......................................................................................... 01
Tiro de Guerra ......................................................................................... 01
EsEFEx .................................................................................................. 01

6. OUTRAS ORGANIZAÇÕES
Arquivo Histórico do Exército .................................................................. 01
Bibliex ..................................................................................................... 01
CECMA .................................................................................................. 01
C Doc Ex ................................................................................................ 01
C F N ...................................................................................................... 01
COMDABRA ........................................................................................... 01
EAO (FAB) ............................................................................................. 01
ECEMAR ................................................................................................ 01
Es G N .................................................................................................... 01
E S G ..................................................................................................... 01
E G G C F .............................................................................................. 02
E MD ...................................................................................................... 02
E M Aer .................................................................................................. 01
E M A ..................................................................................................... 01
C 85-1
C 85-1

OBSERVAÇÕES A SEREM APRESENTADAS

De acordo com a Port 041, 18 de fevereiro de 2002, propõe-se:

1. Publicação: (Indicativo, Título, Ano da Edição)


2. Correções de Texto (Página, parágrafo, linha DE PARA)
3. Outras observações ou comentários.

1.

OM, Local, Data:________________________________________


Nome, Posto/Grad: _____________________________________
Assinatura: ____________________________________________

PARTICIPE - INFLUA - COOPERE NO APERFEIÇOAMENTO DA DOUTRINA!


C 85-1

-------------------------------------------------------------------------------------------

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
3ª SUBCHEFIA
QG DO EXÉRCITO - SMU
70630-901 BRASÍLIA-DF

_________________________________________________________

CIDADE: _______________________________ ESTADO: ________________


ENDEREÇO: _____________________________________________________
NOME: __________________________________________________________

-------------------------------------------------------------------------------------------
C 85-1

Este manual de campanha foi elaborado na 3ª Subchefia do Estado-


Maior do Exército.
C 85-1
C 85-1

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