Você está na página 1de 69

EB60-ME-14.

006

MANUAL DE ENSINO ARMAMENTO MUNIÇÃO E


TIRO VOLUME 3 - MORTEIRO L 60mm
HOTCHKISS

O CHEFE DO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO,


no uso das atribuições que lhe conferem o parágrafo único do art. 5°, a letra b) do inciso
VI do art. 12, e o caput do art 44, das Instruções Gerais para as Publicações
Padronizadas do Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria do Comandante do
Exército n° 770, de 7 de dezembro de 2011, resolve:

Art. 1° Aprovar, para fins escolares, o Manual de E nsino Armamento Munição e


Tiro Volume 3 - Morteiro Leve 60mm Hotchkiss, (EB60-ME-14.006), 1ª edição, de 2013,
que com esta baixa.

Art. 2° Estabelecer que esta Portaria entre em vigo r a contar da data de sua
publicação.
EB60-ME-14.006
EB60-ME-14.006

FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES

NÚMERO ATO DE PÁGINAS


DATA
DE ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
EB60-ME-14.006
EB60-ME-14.006

ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO................................................................................. 01
CAPÍTULO II – TÉCNICA DE MATERIAL............................................................... 02
CAPÍTULO III – TÉCNICA DE TIRO....................................................................... 13
ANEXO 1 – QUADRO DE DOTAÇÃO.................................................................... 55
ANEXO 2 – ROTEIRO DE TIRO............................................................................. 56
ANEXO 3 – POSIÇÃO DE TIRO........................................................................... 57
ANEXO 4 – TABELA DE TIRO................................................................................ 58
EB60-ME-14.006
EB60-ME-14.006

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO

1. APRESENTAÇÃO
a. O morteiro leve 60mm foi projetado para
acompanharas unidades de Infantaria em todas as fases
do combate e provê-las com um eficaz apoio de fogo.

b. O morteiro dispara uma granada alto-explosiva TD A


(Thomson - CSF / Daimler - Benz / Aerospace) a uma
distancia de 2.000 metros e pode engajar, sem demora,
qualquer arma hostil que surja repentinamente.

c. Além disso, suas granadas iluminativa, fumígena e


alto- explosiva colorida possibilitam: iluminar o campo de
batalha, assinalar um objetivo, cegar momentaneamente
um posto de observação inimigo ou trocar sinais visuais
com as unidades vizinhas.

d. G raças às suas principais características – leveza,


precisão e robustez - o morteiro leve 60mm é
primordialmente uma arma de apoio de fogo da
Companhia de Fuzileiros.

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- Manual Técnico do Mrt L 60mm HOTCHKISS BRANDT.

1
EB60-ME-14.006

CAPÍTULO 2
TÉCNICA DE MATERIAL

ARTIGO I - DESCRIÇÃO

2-1 CARACTERÍSTICAS
a. O morteiro leve de 60 mm é uma arma de alma lisa,
de tiro curvo e de carregamento pela boca. O tubo
consta de uma só peça e o reparo é constituído de
duas partes: o bipé e a placa- base. O tubo, que se
apóia e prende ao bipé por intermédio de uma
braçadeira, repousa sua extremidade inferior na
placa- base; para isso, introduz-se o munhão esférico
do tubo no alvéolo da placa-base, onde fica preso
devido ao retém de fixação.

2-2 DADOS GERAIS DA ARMA


a. T U B O
(1) C alibre............................................................6 0 m m
(2) Comprimento do tubo e culatra................7 2 4 m m

b. MECANISMO DE ELEVAÇÃO
(1) Ângulo de elevação.................................40º a 85º

c. MECANISMO DE DIREÇÃO
(1) Campo de tiro horizont al com a braçadeira a
230 mm da boca.

d. MECANISMO DE NIVELAMENTO TRANSVERSAL


(1) O morteiro pode ser nivelado mesmo em
declives acentuados.
2
EB60-ME-14.006

e. PRESSÃO NO TUBO
(1) Pressão normal com carga 4.............290 Kg/cm²
(2) Pressão normal com carga 4+S......410 Kg/cm²

f. P E S O
(1) T u b o.............................................................3,9 Kg
(2) P la ca -b as e..................................................6,4 Kg
(3) B i p é..............................................................5,4 Kg
(4) T otal............................................................15,7 Kg

g. APARELHO DE PONTARIA
(1) P e s o............................................................0,49 Kg
(2) Campo de tiro horizontal.............................6 4 00 ’ ’ ’

h. ALCANCE MÁXIMO
(1) Granada Alto - Explosiva MK 61 2050 m

ARTIGO II - NOMENCLATURA

2-3 TUBO E CULATRA


a. T U B O
(1) De alma lisa, é feito de aço especial de cromo
níquel.
(2) A extremidade posterior do tubo possui uma rosca
na qual é atarraxada a culatra.

b. C U L A T R A
(1) De aço, fica atarraxada ao tubo. O percutor é
atarraxado pela extremidade esférica da culatra,
projetando 1,5 mm de sua ponta na base da câmara. A
percussão é feita pela gravidade.

2-4 PLACA-BASE
a. A placa-base possui formato semelhante ao de um
triângulo equilátero suportada por três nervuras
formando o desenho de urna estrela, em torno de
3
EB60-ME-14.006

um cone central e terminando em três garras.

b. No centro da placa-base existe o alvéolo que recebe o


munhão esférico da culatra, este é fixado por um retém.
c. O formato d a p l a c a - b a s e p e r m i te um a e x c e l e n t e
estabilidade e possibilita o tiro em todas as direções.

d. A alça de transporte auxilia no transporte do morteiro.

2-5 BIPÉ Composto por:


a. P e rn a s
b. Mecanismo de direção
c. Mecanismo de elevação
d. Mecanismo de nivelamento transversal
e. Amortecedores
f. Braçadeira de pressão

a. Pernas
(1) Feitas de duralumínio são lixadas na parte superior
do bipé por placas e articuladas por um pino.
(2) Na sua extremidade inferior estão fixadas as
sapatas feitas de liga leve.
(3) A distância entre as sapatas é ajustável, e pode ser
limitada por uma corrente.

b. Mecanismo de Direção
(1) Composto de uma manivela, uma forquilha feita
em liga leve e uma porca na qual move-se o parafuso de
direção. Em caso de impacto, o parafuso pode suportar um
desvio. Este desvio é limitado por uma porca de apoio que
protege o mecanismo de possíveis leigas.
(2) O parafuso e o sistema de absorção automático
eliminam qualquer movimento radial ou axial do
mecanismo de direção.
(3) O entalhe que serve para encaixar o aparelho de
pontaria, é localizado na extremidade esquerda da forquilha
e é feito de aço moldado.
4
EB60-ME-14.006

c. Mecanismo de Elevação
(1) Composto por um tubo-guia de liga leve no qual
se move o parafuso de elevação. A caixa de engrenagem
serve como pivô para que as pernas se fechem.
(2) Na caixa de engrenagem existe uma coroa
dentada que, acionada por urna manivela, dirige o
movimento do parafuso e da porca de elevação.

d. Mecanismo de Nivelamento Transversal


(1 ) E s te s i s t e m a p e r m i te u m r á p i d o nivelamento
aproximado, seguido de um nivelamento preciso.
(2) Nivelamento aproximado
(a) Obtém-se através de uma haste que desliza
dentro de uma peça de ligação fixada ao tubo-guia e
que permite realizar grandes correções de nivelamento.
(b) A haste é travada por meio de um volante.
(3) Nivelamento preciso
(a) Obtém-se agindo na manga de chamada
que se move ao longo da perna esquerda e permite
o nivelamento preciso.

e. Amortecedores
(1) Os amortecedores formam uma conexão entre o
tubo e o bipé e ligam a braçadeira ao mecanismo de
direção.
(2) Os amortecedores estão distribuídos simétrica-
mente em torno da linha central do morteiro e são
constituídos de:
(a) um tubo-guia simples; e
(b) um amortecedor telescópico de dupla-ação.

f. Braçadeira de pressão (Fixação rápida)


(1) Consiste de dois componentes de liga leve
articulados por um pino.
(2) A braçadeira é fixada ao tubo por meio de uma
alavanca que aciona um conjunto de pressão, permitindo
5
EB60-ME-14.006

uma tensão constante.

2-6 APARELHO DE PONTARIA


O aparelho de pontaria consiste de:
a. Mecanismo de Pontaria em Direção
b. Mecanismo de Pontaria em Alcance
c. Suporte do Conjunto
d. Mecanismo de Pontaria em Direção
Este mecanismo consiste de:
(1) Tambor da s derivas dividido em 100 milésimos,
acionado por meio de um botão serrilhado.
(2) Colimador que compreende uma linha de
referência horizontal e outra vertical. O colimador segue o
movimento do tambor.
(3) O prato das derivas graduado de 0 a 6400 milésimos e
numerados de 100 em 100 milésimos.
(4) Nível transversal para as correções do declive

e. Mecanismo de Pontaria em Alcance


Este mecanismo consiste de
(1) Sector das alças graduado de 40º a 90º e numerado
de 10 em 10 graus.
(2) Um botão serrilhado, divido em quartos de grau.
Comanda o setor das alças e permite registrar o ângulo
de elevação.
(3) Nível longitudinal.

f. Suporte do Conjunto
(1) Possui um encaixe e um retém para fixação ao bipé.

2-7 ACESSÓRIOS
Os acessórios são necessários ao tiro e ao transporte do
morteiro.

6
EB60-ME-14.006

ARTIGO III - ARMAR E DESARMAR - ENTRADA EM


POSIÇÃO

2-8 MONTAGEM E DESMONTAGEM


a. Devido ao pequeno peso e simplicidade de operação,
o morteiro pode ser operado por apenas dois homens.

2-9 ENTRADA EM POSIÇÃO.


a. Assentamento da placa-base

Existem dois processos:


(1) Quando o primeiro tiro for disparado a uma elevação
menor que 60º, é aconselhável cavar um buraco para
colocar a placa-base.
(2) Quando o primeiro tiro for disparado a uma
elevação maior que 60º, uma escavação prévia não é
7
EB60-ME-14.006

necessária, entretanto, isso economizaria tiros de


assentamento.
(3) Em todos os casos, o primeiro tiro pode ser
disparado com carga máxima. O assentamento da
placa-base não inter- fere na direção de tiro.

b. O nivelamento transversal é rápido e pode ser


executado em uma simples operação, mesmo que o
terreno seja muito inclinado.

c. O tempo necessário para assentar a placa-base


e para maiores mudanças no ângulo de elevação é
consideravelmente curto, graças à braçadeira de
pressão.

2-10 CADÊNCIA DE TIRO.


a. O tubo pode resistir a uma cadência de tiro acima de
30 tpm .Uma cadência d e 20 tpm pode s e r mantida
indeterminadamente.

2-11 TIRO EM TODAS AS DIREÇÕES


a. A placa-base torna possível atirar em todas as
direções depois de assentada.

b. O ângulo mínimo entre o tubo e a placa-base é 30º.

c. Para um ângulo de tiro de 45º, a placa-base poderá


estar inclinada 15º em qualquer direção, sem que haja
prejuízo para o tiro.

2-12 INCIDENTES DE TIRO


As seguintes operações devem ser realizadas em caso
de incidente:
a. Verificar se a granada chegou até o fundo do tubo com
uma leve pancada, utilizando um objeto de madeira.
b. Aguardar 01 (um) minuto
c. Agindo no retém do munhão esférico, liberar o tubo da

8
EB60-ME-14.006

placa-base.
d. Após isso, levantar a culatra vagarosamente e receber
a granada com as mãos, logo que ela saia do tubo.

2-13 DESARMANDO O MORTEIRO


a. Separar o bipé do tubo.
b. Usando o tubo como alavanca, forçar até que a
placa- base saia do solo.

2-14 TRANSPORTE
a. Não é difícil transportar o morteiro.
b. Todo o morteiro pesa menos que 16Kg e pode ser
transportado por um homem usando a bandoleira sobre
o ombro ou nas costas.
c. As granadas são transportadas em estojos rígidos,
que contém 8 tiros completos, incluindo os suplementos,
cartucho de projeção e espoleta.
d. O mor teiro e a munição são aerotransportáveis. As
granadas p o d e m ser lançadas como tiro completo t i p o
empacotado.
e. O dispositivo de segurança da espoleta V19 PAI
previne q u a l q u e r r i s c o n a a te r r a g e m, independente d
a a l t u r a e velocidade do impacto.
ARTIGO IV - MUNIÇÃO
2-15 MUNIÇÃO
a. Granada Alto-Explosiva b.
Granada Fumígena
c. Granada Alto-Explosiva Colorida
d. Granada de Exercício
e. Granada Iluminativa

2-16 GRANADA ALTO-EXPLOSIVA MK 61


a. A granada é feita de ferro fundido maleável
b. Características
(1) Comprimento total.....................................307,5 mm
(2) Peso total....................................................1,720 Kg
9
EB60-ME-14.006

(3) Peso do corpo............................................ 1,220 Kg


(4) Peso do TNT.............................................. 0,260 Kg
(5) Obs – A espoleta V19 PAI é descrita em
folha de dados especial.
(6) Carga de projeção
(a) 1 cartucho de projeção
(b) 4 suplementos
(c) 1 “S” – suplemento semicircular, colocado em
torno da empenagem e acima da bandeja de cargas.
(d) Com carga 4 + S, o alcance máximo é de
2050 m.
(7) As granadas fumígenas, alto-explosivas coloridas
e de exercício têm as mesmas características
balísticas da granada alto-explosiva.

2-17 GRANADA FUMÍGENA


a. Compostas de titânio - tetraclorido ou fósforo
branco. A granada fumígena produz instantaneamente
uma fumaça branca no impacto.

2-18 GRANADA ALTO - EXPLOSIVA COLORIDA


a. Composta de TN T envol to em m ate ri al colo-
rido. O arrebentamento produz uma fumaça verde,
amarela, vermelha ou preta que permite:
(1) Distinguir ou identificar os tiros das diversas armas
que atiram no mesmo alvo.
(2) Designar um alvo para os observadores amigos
(3) Trocar sinais visuais com unidades vizinhas
2-19 GRANADA DE EXERCÍCIO
10
EB60-ME-14.006

a. A granada de exercício é composta de uma


mistura inerte(enxofre, naftalina, sulfato de bário e resina)
e é armada com a espoleta de manejo V19 PAI.

2-20 GRANADA ILUMINATIVA


a. Características
(1) Calibre..........................................60 mm
(2) Comprimento total........................319 mm
(3) Peso total. ................................... 1,5 Kg

2-21 ESPOLETA DE TEMPO MH-55


a. Registra de 7 a 35 segundos

b. Temperatura de operação
(1) De -31,5º a 52ºC

c. Composto iluminante
(1) M a g né s i o
(2) Peso da carga................................0,240 Kg
(3) Peso do componente.....................0,410 Kg

d. Pá ra-q ued as
(1) Area octogonal de 0,46 m².

e. Carga de projeção
(1) 1 cartucho de projeção
(2) 4 suplementos

f. A l c a n c e
(1) De 300 a 1700 m

2-22 CONCLUSÕES SOBRE AS CARACTERÍSTICAS


- O apoio de fogo das unidades de infantaria requer
leveza, precisão, robustez, rapidez e simplicidade de
operação.
- O Morteiro Leve 60 mm TDA cumpre esses requisitos.

a. L e v e z a
11
EB60-ME-14.006

(1) Permite a arma ser transportada por um homem


em qualquer terreno.
(2) Simplicidade e rapidez de operação.
(3) Principalmente pela braçadeira de pressão e
placa- base triangular, permite a uma guarnição de
dois homens operar o morteiro e intervir imediatamente
contra qualquer alvo dentro de um alcance de 2.000 m.
b. P re ci sã o
(1) U m s i s te m a d e c o m p e n s a ç ã o a u t o m á t i c a
no mecanismo de pontaria em direção incrementa a
precisão do tiro.
c. R obustez
(1) Material altamente resistente, evita folgas e
distorções, permitindo o morteiro atirar com precisão
mesmo após a arma ter sofrido grandes impactos.
(2) Fácil transporte.
(3) Simples operação necessitando somente de
uma pequena guarnição.
(4) Alta cadência de tiro.
(5) Precisão e eficácia das granadas

- Essas características permitem ao Morteiro Leve


60 mm fornecer o apoio de fogo que as frações de
infantaria a pé, m o to r i z a d a , b l i n d a d a o u p á r a - q u
e d i s ta , n e c e s s i ta m , e m qualquer tipo de terreno e
em todas as fases do combate.

2-23 ARMAZENAGEM.
a. Sempre que possível, a munição deve ser
guardada em paióis cobertos. Caso seja necessário
deixá-la a céu aberto, é preciso empilhar as granadas
elevadas do solo (15 cm, no mínimo), cobri-las com
um toldo espesso, e cavar valetas com profundidade e
direção que protejam as granadas contra
enxurradas.
Conteúdo extraído do seguinte manual:
- Manual Técnico do Mrt L 60mm HOTCHKISS BRANDT.

12
EB60-ME-14.006
CAPÍTULO 3
TÉCNICA DE TIRO

ARTIGO I INSTRUÇÃO DO ATIRADOR

3-1 POSIÇÃO DO ATIRADOR


Sempre que possível, em todos os exercícios, o atirador
toma a posição deitada, ao lado esquerdo do morteiro, de
modo a poder acionar com desembaraço as manivelas de
pontaria em direção e altura. Para apontar o morteiro,
ele segura a manivela de direção com a mão direita,
passando o braço por cima do tubo. Esta é a posição
normal do atirador.

3-2 MANEJO DO APARELHO DE PONTARIA


A finalidade deste exercício é ensinar ao atirador o
manejo do aparelho de pontaria.

a. Tendo o aparelho n a s m ã o s , o instrutor ensina a


nomenclatura e o funcionamento das primeiras peças.
Explica, então, como se registra uma deriva.

b. A seguir, explica como se registra um ângulo de


elevação. Registra vários exemplos de um e de outro.
Por último, explica como montar o aparelho de pontaria
no morteiro.

c. Para demonstrar o processo de orientar essa


instrução, o instrutor deve utilizar dois homens
instruídos no assunto, um como atirador e o outro
como monitor. Determina ao atirador que registre uma
deriva e uma alça, explicando as operações, à medida
que aquele as for executando. O monitor verifica a
exatidão dos registros, em face dos comandos e
aponta os erros cometidos.

13
EB60-ME-14.006

3-3 PONTARIA EM ELEVAÇÃO


A finalidade deste exercício é dar ao atirador a
necessária prática, a fim de que ele possa determinar o
ângulo de elevação e a carga correspondente ao
alcance desejado, bem assim apontar o morteiro em
elevação. Será necessário praticar muito , para obter
atiradores capazes d e realizar essas operações com
desembaraço.

a. No início, o instrutor explica como utilizar a tabela de


tiro para achar o ângulo de elevação correto e a carga
que devem ser usados no tiro dentro do alcance
desejado. A seguir, explica como apontar em direção,
da seguinte forma: depois que o atirador determina a
carga que deve ser usada, indica-a ao municiador
dizendo “carga 2”, por exemplo. Assim, ele poderá
preparar a granada com a carga referida. O registro do
ângulo de elevação no aparelho de pontaria não
desloca o eixo do tubo. A pontaria em elevação só é
efetivada, quando o atirador aciona a manivela de
elevação para que a bolha do nível longitudinal fique
entre reparos, depois de ter registrado
o ângulo de elevação.

b. O instrutor mostra como proceder relativamente à


altura de segurança, quando o tiro é feito detrás de uma
máscara: por exemplo, quando se registra no
aparelho de pontaria um ângulo de elevação de 40º
e o colimador é girado totalmente para trás, a linha de
visada através do visor passa 2º abaixo do eixo do tubo.
Portanto, se a linha de visada passa acima da
máscara, o mesmo acontecerá com a granada. Deve-se
verificar cuidadosamente, também, se a trajetória do
projétil passa entre os ramos superiores de alguma
árvore. A altura de segurança pode ser verificada

14
EB60-ME-14.006

com maior rapidez, visando-se pela geratriz do tubo. Se


não houver segurança, o atirador deve anunciar: “Não
há segurança”.

c. O instrutor deve realizar a seguinte demonstração:


prepara dois homens desembaraçados nesse ramo de
instrução, para que funcionem como apontador e
monitor respectivamente. O monitor comanda uma
distância e determina ao apontador que escolha o ângulo
de elevação correto, determine a carga, aponte o
morteiro em altura e verifique a altura de segurança da
máscara, se houver. O monitor verifica cada operação e
assinala os erros cometidos. Os instruendos voltam às
suas escolas e procedem como foi demonstrado.

3-4 NIVELAMENTO DO MORTEIRO


A finalidade deste exercício é dar ao atirador a
necessária prática na execução das operações de
nivelamento do morteiro.
É essencial realizar muitos exercícios seguidamente,
para que o atirador obtenha a destreza que as operações de
nivelamento exigem, importância capital no emprego do
morteiro.

a. O instrutor deve insistir no fato de que os movimentos


de nivelamento longitudinal e transversal são combinados
e que devem ser executados simultaneamente, para
evitar atrasos ao apontar e preparar a ceifa do morteiro.
Deve também ressaltar a necessidade de movimentar a
manivela de direção com a mão direita, ao mesmo tempo
em que aciona a manga de ch ama da com a mão
esquerda; ambas as mãos devem trabalhar no mesmo
sentido, para que haja compensação e a bolha do nível
transversal seja mantida entre reparos, durante o
deslocamento da manivela de direção. A cada três voltas
da manivela de direção corresponde aproximadamente
15
EB60-ME-14.006

meia volta da manga de chamada.

b. Para a demonstração, o instrutor determina que um


atirador, já instruído, acione a manivela de direção, ao
mesmo tempo em que movimente a manga de
chamada. O atirador faz com que o morteiro vá de um
extremo ao outro do setor de direção, e
simultaneamente age na manga de chamada, para que
a bolha do nível (da qual não se tiram os olhos) se
mantenha entre reparos.

c. O instrutor divide os instruendos em pequenas


escolas, distribuídas pelos monitores, previamente
instruídos no assunto. O exercício deve ser repetido várias
vezes durante o período de instrução individual.

d. Quando os atiradores adquirem algum


desembaraço, a instrução deve ser variada da seguinte
maneira: determinar, por exemplo, que o atirador olhe a
linha do colimador e se esforce por conservá-la no plano
vertical , durante um deslocamento em direção. Quando
terminar o deslocamento ordenado, poderá verificar a
posição vertical, consultando a bolha do nível transversal.

3-5 PONTARIA EM DIREÇÃO


Estes exercícios têm por fim ensinar a apontar a arma
com precisão, na direção desejada.
a. O instrutor explicará que só se obterão tiros justos,
quando o morteiro for mantido rigorosamente nivelado
e a linha do colimador cair sempre da mesma
maneira sobre o objetivo, para cada tiro dado. Se o
atirador usar balizas, deverá escolher uma de suas
arestas, e apontar, de forma que a linha vertical do
colimador coincida com a mesma aresta. Na prática,
prefere-se usar sempre a aresta esquerda. Se não
houver balizas e se tiver de usar outro ponto de
referência, deve-se procurar sempre uma aresta vertical
16
EB60-ME-14.006

da referência. Para dirigir a linha vertical do colimador


sobre o ponto de pontaria ou referência, desloca-se o
morteiro em direção, nivelando-o simultaneamente.
Deve-se manter a vista p róximo da o cular do
colimador (8 a 20 centímetros), de tal forma que se
possa ver o ponto de pontaria e a linha vertical. Não se
deve tentar ver através do colimador, uma vez que, por
construção, isso é impossível.

b. Nas demonstrações desta instrução, serão


necessários do is homens , um atirador experimentado
e um monitor. Inicialmente, o morteiro será apontado
pelo monitor, que vai ao mesmo tempo repetindo as
operações que realiza. Essa pontaria é mostrada ao
atirador e desfeita em seguida, para que o atirador a
refaça. Repete-se a operação várias vezes, desfazendo-
se a pontaria completamente, cada vez que se a
reinicia.

3-6 PONTARIA EM DIREÇÃO E ELEVAÇÃO


A finalidade deste exercício é ensinar a seqüência,
desde a ordem inicial para o tiro até a ordem de fogo.

a. O instrutor deve insistir na necessidade de ser


obedecida sempre uma determinada seqüência de
operações, quando se utiliza o aparelho de pontaria e
o morteiro, tendo em vista a pontaria em direção e
elevação, especialmente quando se deseja treinar
guarnições que possam agir com uniformidade,
precisão e rapidez com o morteiro para o tiro.

b. Para estabelecer esta seqüência, o instrutor necessita


de dois homens já treinados, para desempenharem as
funções de cabo chefe de peça e atirador, enquanto vai
explicando cada fase da operação, da seguinte forma:
c. O morteiro entrará em posição e o cabo dá o primeiro
comando. O atirador repete os dados, enquanto segura
17
EB60-ME-14.006

a tabela de tiro com a mão direita. Imediatamente,


com a mão esquerda, faz o registro no tambor das
derivas; verifica na tabela o ângulo de elevação e
a carga correspondente, anunciando o que achou.
Registra, então, o ângulo de elevação no setor das
alças. Assim que estiverem registrados os ângulos de
elevação e deriva, no aparelho de pontaria, começam
os movimentos das manivelas de elevação e de
direção, no sentido desejado, para apontar
convenientemente o morteiro.

d. O atirador gira a manivela e a manga de chamada,


até que as bolhas dos níveis longitudinal e transversal
fiquem entre reparos. Verifica a linha vertical e,
simultaneamente, move a manga de chamada e a
manivela de direção, até que a linha vertical do
colimador coincida com a aresta da baliza. Verifica
novamente as bolhas dos níveis. Quando o atirador
completou, com toda a precisão, a pontaria do
morteiro, anuncia: “Peça pronta!”.

e. O instrutor poderá determinar que o cabo dê outras


ordens, mudando os comandos; e depois os
instruendos voltam às suas escolas, para executar aquilo
que foi ensinado, sob a vigilância dos monitores, e da
forma como foi demonstrado.

3-7 PONTARIA EM DIREÇÃO POR MEIO DE UM


AZIMUTE
A finalidade desta instrução é ensinar ao atirador a
apontar a arma conhecendo um azimute de referência.

a. O instrutor deve ensinar, ou recordar, se for o


caso, como devem ser lidos os azimutes com a
bússola. Mostra também que, quando o retículo da
tampa estiver na direção do ponto visado, o azimute
da direção “bússola - ponto visado” pode ser lido
18
EB60-ME-14.006

diretamente, olhando-se a graduação que estiver sob


o índice. Explica que, em virtude dos morteiros
entrarem em p os iç ão n or ma lm en te e m re gi õe s de
se nfia da s, p od e se r necessário apontar o morteiro,
utilizando a bússola, quando não for possível usar o
processo direto.

b. Na demonstração devem ser escolhidos dois


homens i n s tr u íd o s , p a r a s e r v i r e m c o m o a ti r a d o r
e m u n i c i a d o r e procederem de acordo com a
seqüência prescrita, enquanto o instrutor explica, passo a
passo, as fases, como se segue:

c. Quando o cabo indica a posição do morteiro, o


atirador crava uma baliza no solo, para marcar a
posição da placa base e, afastando-se 10 passos do
morteiro ou de qualquer objeto metálico, apóia a
bússola sobre a baliza e determina qual a direção, no
terreno, que tem o azimute que lhe foi dado pelo
cabo. Orienta o municiador para que este crave outra
baliza, nessa direção, de forma que as balizas fiquem,
pelo menos, afastadas entre si de uns 20 passos e na
direção, cujo azimute foi dado.

d. O atirador entra em posição com o morteiro e


alinha-o pelas balizas. Registra os dados iniciais no
aparelho de pontaria e desloca as pernas do bipé, até
que a linha vertical do colimador fique
aproximadamente em coincidência com a aresta
esquerda da baliza. Aponta em elevação e direção e
nivela o morteiro.

19
EB60-ME-14.006

ARTIGO II INSTRUÇÃO COMPLEMENTAR

3-8 TIRO NOTURNO


Quando o morteiro leve de 60 mm receber missão
de tiro à noite, prepara-se uma baliza com um
dispositivo para a pontaria noturna. Os dados da
pontaria são registrados no aparelho com o auxilio de
uma lanterna de luz fosca. Para ver a linha vertical do
colimador, é necessário segurar uma lanterna fosca
logo acima da parte da frente do colimador,
formando um pequeno ângulo com ele de maneira a
colocar a luz à sua frente. Com a lanterna nessa
posição, a linha vertical do colimador fica tão clara
como se fosse dia.

a. Dados para o tiro.


Devem ser preparados, durante o dia e registrados em
um roteiro. Se o morteiro entrou em posição à noite e
não houve tempo de preparar o tiro com antecedência,
o tiro noturno será realizado com dados tirados de
cartas topográficas; portanto, dependerá, sobretudo, da
perícia e da precisão de trabalho de quem os preparar.

b. Material.
O material para o tiro à noite é todo improvisado.
Costuma- se cortar, por exemplo, uma fenda em cruz no
fundo de uma lata e forrá-la com papel fino branco,
para proteger os olhos do atirador contra o brilho
intenso da luz; outras vezes, tira-se o fundo da lata e
coloca-se em seu lugar um pedaço de papel no qual se
faz uma cruz grossa, em preto. Fazem-se diversos furos
no outro tampo da lata, corta-se no lado uma cruz,
dobrando as pontas para dentro, a fim de dar passagem
e poder ai prender a vela. Fazem-se alguns furos,
com pregos, perto do local, onde vai ficar a chama.
Põe-se a vela dentro da lata e esta presa à baliza.
20
EB60-ME-14.006

Pode-se usar uma lanterna elétrica, ou outro qualquer


meio, para iluminar a baliza, dependendo sua utilização do
critério de quem a determina, consoante a disciplina
de luzes.

3-9 TIRO SEM APARELHO DE PONTARIA


a. O morteiro não se torna inútil, quando não se
dispõe de aparelho de pontaria, ou parte dele. Quando
a direção inicial ou de vigilância estiver materializada
por uma baliza ou por um ponto de referência
qualquer, o cabo orienta o atirador nas operações de
apontar o morteiro: para isso, o atirador desloca o
tubo, até que o lado esquerdo deste fique na
direção da baliza, do mesmo modo que estivesse
visando com o colimador. Põe a porca do parafuso de
elevação no meio de seu curso e estima o ângulo de
elevação necessário, de acordo com a distância
dada pelo cabo, no comando inicial. O atirador,
então, deslocará as pernas do morteiro ou a
braçadeira, se for n ec e ss á ri o . P od e fa ze r p eq u en o
s d es l oc a me n to s c o m o parafuso de elevação,
contudo, é necessário conservar sempre a porca deste
parafuso o mais próximo possível do centro.

b. Os comandos do chefe de peça, para


mudanças de direção ou elevação, são dados em
números de voltas das manivelas: o atirador cumpre
as ordens do cabo, acionando as manivelas no sentido
determinado. O atirador deve manter o parafuso de
direção, na posição horizontal, para assegurar um
nivelamento adequado.

3-10 PONTARIA DIRETA


As posições do morteiro são em geral
desenfiadas, por isso, raramente será possível fazer a
pontaria direta, Podem ocorrer situações, onde não
21
EB60-ME-14.006

haja posições desenfiadas, ou quando a destruição


rápida do objetivo seja mais importante, do que a
proteção do morteiro. Em geral, essa posição é
temporária e deve ser abandonada, logo que o
objetivo for destruído. Para esse tiro de pontaria
direta, o cabo indica o objetivo ou sua direção ao
atirador e determina que o morteiro entre em posição,
sem demora e sem balizas. Se o objetivo é impreciso
e o cabo indicou, apenas, sua direção, o próprio
cabo deve apontá-lo, logo que a peça tenha
entrado em posição. O morteiro é apontado e o tiro é
realizado, da mesma maneira que o tiro com pontaria
indireta, utilizando-se uma das arestas do objetivo,
como se faria se houvessem balizas. Se a natureza
dos tiros, com seus arrebentamentos, prejudicar a
observação dos resultados, escolhe-se um ponto
favorável, na região do objetivo, para servir de ponto
de referência na pontaria. Sua deflexão deverá ser
medida pelo cabo e dada como deriva inicial.

ARTIGO III ESCOLA DA PEÇA

3-11 FINALIDADE.
A finalidade desta instrução é adestrar os homens da
peça, no serviço do morteiro, seu transporte, e entrada
em posição de tiro.

3-12 INSTRUÇÃO COM O MATERIAL


a. Tem por fim ensinar à guarnição da peça, os
deveres de cada homem no transporte do morteiro e
seu equipamento, na execução de movimentos simples
e no serviço da arma durante o tiro,

b. Nesta instrução, a parte importante que se deve


ter em vista é o desenvolvimento da precisão nos
movimentos. Isto é, c a d a h o m e m d e v e s a b e r
22
EB60-ME-14.006

executa r , s e m i n c e r te z a s , a s obrigações que lhe


cabem. Só depois disto ter sido conseguido, é que deve o
instrutor começar a preocupar-se com a rapidez na
execução dessas obrigações.
c. Situações em que o material pode estar. Comandos.
(1) “RECEBER O MATERIAL!” A esse comando os
homens saem de forma e recebem o material, cuja
distribuição está prescrita no quadro 1. Quando o
material estiver em caminhões ou qualquer outro meio
de transporte, ou acondicionado em volumes, o
comando será: “DESCARREGAR O MATERIAL!”.
(2) “DESCANSAR O MATERIAL!”. Nos locais de reunião
e em todas as paradas, exceto durante as pequenas
paradas momentâneas, o material é descansado no solo,
independente de ordem, seguindo-se o que está
estabelecido no quadro 1.
(3) “CARREGAR O MATERIAL!”, este comando é
dado antes da peça iniciar qualquer movimento e
cada homem conduz o material como está
estabelecido no quadro 1.

3-13 DESLOCAMENTOS.
Depois que os homens recebem o material, a guarnição
da peça é reunida ao comando: “EM COLUNA!”, dado pelo
cabo. Os homens colocam-se à retaguarda do chefe de
peça e seguem-no ao comando: “COMIGO!”.

3-14 SUBSTITUIÇÃO NAS FUNÇOES DE


ATIRADOR E MUNICIADOR.
O cabo pode , e m q u a l q u e r m o m e n t o d o s exercícios
preparatórios para o combate, determinar que os
homens troquem de posição ordenando
“SUBSTITUÇÃO!”. O atirador tomará o lugar do
municiador, e vice-versa. Essa substituição deve ser
determinada mais de uma vez, para que os homens
desempenhem todas as funções dentro da peça.
23
EB60-ME-14.006

3-15 “EM POSIÇÃO!”.


a. Este comando é dado, quando a peça tenha que
preparar o tiro do morteiro, em qualquer situação em
que a tropa se e n c o n tr e . A p ó s o c o m a n d o “ EM
POSIÇÃO ” o s h o m e n s procedem como se
estivessem em combate. Para entrar rápidamente em
posição, a guarnição da peça age da seguinte forma:

b. O chefe de peça descansa no solo a haste de


limpeza, a bolsa de munição e o aparelho de pontaria
no local provável, onde vai ser instalado o morteiro. A
haste de limpeza deve estar apontada na direção geral do
tiro; o chefe de peça, à retaguarda da posição de tiro e
parcialmente desenfiado, determina ao municiador que
crave uma baliza na direção “haste-objetivo”.
A direção inicial pode ser obtida por qualquer um dos
processos e a ação dos outros homens da guarnição é
idêntica ao que foi ensinado nos exercícios preparatórios
para o combate. Depois que a direção do tiro ficar
estabelecida, o cabo desloca-se para um ponto do
terreno de onde possa observar e ao mesmo tempo
comandar o fogo da peça, transmitindo ordens verbais
e por gestos, ao atirador e municiador.

c. O atirador, a poucos metros atrás da posição de


tiro, monta o morteiro, libertando o tubo da coifa e das
balizas, e vai p a r a a p o s i ç ã o , l o g o q u e a d i r e ç ã o
d e ti r o t e n h a s i d o estabelecida. Descansa a arma no
solo, na direção da haste de limpeza, de modo que o
bordo esquerdo da placa base fique no alinhamento da
haste e a borda anterior fique perpendicular à direção
de tiro. As sapatas devem ficar igualmente afastadas
da placa base. Coloca o aparelho de pontaria e sua
extensão, registrando a alça de __________________ e
a deriva zero, completando a pontaria em direção e
altura.

d. O municiador descansa a bolsa de munição


24
EB60-ME-14.006

próximo à posição de tiro e desloca-se para frente, a


fim de amarrar a direção inicial de tiro, dada pelo
cabo. Volta em seguida à sua posição de tiro.

e. Quando a peça entrar em posição, os homens


tomam o seguinte dispositivo:
(1) Atirador - deitado do lado esquerdo do
morteiro, de forma a poder manejar o aparelho de
pontaria e as manivelas de elevação e direção.
(2) Municiador - deitado, do lado direito do
morteiro de forma a poder carregá-lo.

3-16 PRECAUÇÕES ANTES DO TIRO.


É preciso verificar e providenciar, para que:
a. O morteiro esteja preso à placa base.
b. A braçadeira esteja apertada corretamente.
c. A manga de fixação esteja apertada.
d. As pernas estejam na posição afastada e trancadas
pelo retém.
e. O tubo esteja bem limpo.
f. As granadas estejam limpas, em particular na região
da cinta.
g. Depois que os dados para o tiro foram
registrados e o morteiro nivelado, antes de atirar,
deve-se verificar a altura de segurança, conforme foi
ensinado no nº 1-5; a menos que não haja a menor
dúvida a respeito da altura de segurança em relação
à máscara.

3-17 PRECAUÇOES DURANTE O TIRO.


a. Verificar, de vez em quando, se a braçadeira e a
manga de fixação estão bem apertadas.

b. Passar a haste de limpeza com um pano, dentro do


tubo, depois de cada 5 tiros.

25
EB60-ME-14.006

c. Verificar freqüentemente se a posição de placa


base e das pernas oferecem segurança para o tiro.

3-18 O TIRO DO MORTEIRO.


O cabo chefe de peça dá um comando inicial de tiro.
a. O atirador:
(1) Consulta a tabela de tiro para os dados referentes
ao tiro.
(2) Anuncia a carga que deve ser usada, por exemplo:
carga um.
(3) Registra a alça do aparelho, de acordo com a
distância comandad a.
(4) Aponta em elevação.
(5) Aponta em direção, ao mesmo tempo em que nivela
o morteiro.
(6) Coloca a mão esquerda na sapata esquerda e a
mão direita na placa base, para auxiliar o ancoramento
desta, durante os três primeiros tiros.
(7) Dá o aviso: “PEÇA PRONTA!”.

b. Municiador:
(1) Repete a ordem que designa a carga.
(2) Retira, ou coloca, conforme o caso, os
suplementos, de forma que a granada fique com a carga
que foi determinada.
- OBSERVAÇÃO: O APARELHO DE PONTA
R I A D E VE S ER R ET IR AD O AN TE S D O S TR ÊS
PRIME IR OS TIROS, OU ATÉ QUE A PLACA BASE
ESTEJA FIRMEMENTE AN C OR AD A.
(3) Coloca a mão direita na sapata direita, para
firmar o reparo durante a execução dos três primeiros
tiros.
(4) Ao aviso de “PEÇA PRONTA!” dado pelo
atirador, segura a granada pelo corpo, com a mão
esquerda, e a introduz na boca do morteiro, com a
espoleta para cima. Logo que soltar a granada, retirar
a mão para trás.
26
EB60-ME-14.006

(5) S u p r e a s n e c e s s i d a d e s e m m u n i ç ã o d a
p e ç a , consoante os pedidos do chefe da peça.

3-19 INCIDENTES DE TIRO.


a. Generalidades.
(1) Durante a instrução preparatória para o tiro,
quando a peça estiver utilizando granadas de
exercício ou de manejo, cujos cartuchos de carga de
projeção tenham sido retirados, o cabo anunciará:
“INCIDENTE DE TIRO!”. Em conseqüência, os
homens da guarnição procederão como está prescrito
neste parágrafo.
(2) Os principais incidentes de tiro ocorrem,
quando a granada é introduzida na boca da arma e o
tiro não parte. O caso mais geral é quando a granada
bate no percutor e a carga de projeção não funciona.
Raramente o projétil encrava dentro do tubo, sem ter
tocado o percutor.

b. Remoção da granada após o incidente de tiro:


(1) Quando houver dúvida, se a granada foi ou não
ferida pelo percutor, o atirador bate com o calcanhar,
no tubo, para facilitar o deslizamento da granada, se
ela ainda estiver no meio do tubo. Durante a
instrução e mesmo em combate, espera-se 1 minuto,
antes de retirar a granada. Essa medida de segurança
tem por fim evitar que um possível retardo de
ignição da pólvora dê lugar a acidentes. Para retirar a
granada, o atirador solta o tubo da placa base, abraça
o bipé, passando o braço esquerdo pela frente das
pernas e segura o punho da perna direita, próximo à
sapata direita, com a mão esquerda; enquanto isto,
segura o tubo com a mio direita, próximo da culatra.
Se o cano estiver muito quente, deve utilizar a bolsa de
munição, para proteger a mão. O municiador, na
posição ajoelhado, põe as mãos abraçando o tubo,
27
EB60-ME-14.006

próximas da boca, de modo que os dedos polegares


fiquem unidos aos demais: a mão esquerda, com a
palma para baixo, e a mio direita com a palma para
cima. É indispensável que nenhum dedo fique em
frente da boca da arma.
(2) O atirador levanta a culatra do morteiro, até
que a granada deslize lentamente para a boca. É
absolutamente proibido baixar a CULATRA ALÉM DA
POSIÇÃO HORIZON- TAL, ENQUANTO A GRANADA
NÃO TIVER SIDO RETIRADA DO TUBO. Desde que a
granada tenha começado a deslizar para frente,
NUNCA ANTES DESSE MOMENTO, o municiador
coloca os polegares diante da boca, de maneira a
parar a granada. Depois, retira a granada do tubo e a
inspeciona, para determinar a causa do incidente.
(3) O atirador abaixa o tubo e tranca o munhão
esférico no alvéolo. O tiro é reiniciado, imediatamente.
Se houver outro incidente, o atirador inspeciona o
percutor, a fim ae verificar se este está limpo e
firmemente atarraxado na culatra.

c. Causas de incidentes de tIro.


A carga de projeção poderá falhar devido:
(1) Defeito da cápsula ou do cartucho.
(2) Percutor defeituoso, quebrado ou frouxo.
(3) Pe rcutor sujo , o u o bstr uíd o po r d etri tos de
tir os anteriores.
(4) Alma suja.
(5) Excesso de óleo no tubo.
(6) Desalinhamento da empena da granada.
(7) Cartucho mal colocado na empena,
(8) Sujeira ou excesso de pintura na cinta da
granada.

3-20 MUDANÇA DE POSIÇÃO - CESSAR FOGO.


a. E m geral , quando o morteiro muda de posição, é
28
EB60-ME-14.006

transportado com: a placa base montada, de tal sorte


que a peça possa ser conduzida como um só fardo e
rapidamente entrar novamente em ação.

b. Neste caso, o cabo comanda: ”CESSAR FOGO”. O


atirador retira o aparelho de pontaria e o entrega ao
chefe de peça; em seguida, prepara o morteiro para
ser transportado (invertendo a ordem das operações que
executa, quando entra em posição).
c. A guarnição da peça retoma seu material e forma, de
acordo com as ordens do chefe da peça.

d. Quando o morteiro tiver de ser transportado a uma


distância grande, o cabo poderá comandar: “CESSAR
FOGO!”.

3-21 CARREGAR PARA TRANSPORTAR.


a. Gen eral idad es
O morteiro e o material que o acompanha, tal como
placa. reparo, haste, etc., pesam pouco, de modo
que é possível transporta-lo como um todo.
- N O TA :
- *A GUARNIÇÃO DA PEÇA DEVE SER
EXERCITADA NA OCUPAÇÃO RÁPIDA DE POSIÇÕES
EVENTUAIS DE TIRO . O ATIRADOR DESLOCAR-SE - Á
PARA A NOVA POSIÇÃO, LEVANDO CONSIGO O
MORTEIRO, DA MANEIRA QUE LHE FOR MAIS
CÔMODO (NÃO RETIRARÁ A PLACA B A S E NEM O
APARELHO D E P O N T A R IA PARA ESSE MOVIMEN
TO).

29
EB60-ME-14.006

ARTIGO IV - INSTRUÇÃO DO CHEFE DE PEÇA

INSTRUÇÃO P REPA RATÓ RIA

3-22 GENERALIDADES.
O chefe da peça é o observador do tiro do
morteiro. Deve, portanto , s e r i n s tr u í d o d e f o r m a a
agir pelo r e fl e x o , e automaticamente no
desempenho das funções puramente mecânicas, de
sorte a poder dedicar toda a sua atenção à parte técnica
que depender de senso de julgamento e iniciativa,
quanto à observação do tiro.

3-23 PREPARAÇÃO DE DADOS INICIAIS.


Quando o chefe de peça tem que preparar os dados
do tiro, geralmente não há muito tempo disponível. Por
isso, contando apenas com o material da peça, deve
empregar processos simples e rápidos. Para a
facilidade na obtenção de tais dados, escolhe um posto
de observação bem próximo da posição de tiro, a fim
de que possa transmitir rapidamente à guarnição da
peça, as ordens relativas ao comando do fogo.

3-24 DETERMINAÇÃO DA DIREÇÃO INICIAL DE TIRO


(VIGILÂNCIA).
As condições que influem no desencadeamento
rápido do tiro e sua precisão variam com a situação
tática, por isso, devem ser apreciados vários
processos, para determinar a direção inicial de tiro. A
escolha do processo ficará a critério do chefe de
peça, observador. Muitas vezes improvisará um
processo, outras agirá levado pelo senso prático. O
morteiro, em geral, é instalado em posições
desenfiadas, para abrigar a guarnição e tirar proveito da
natureza da trajetória característica da arma: o atirador
raramente poderá ver o objetivo, portanto, não poderá

30
EB60-ME-14.006

apontar a linha vertical do colimador do aparelho de


pontaria diretamente para o objetivo. Assim, será
necessário, freqüentemente, utilizar um ponto de
pontaria auxiliar, como referencia na determinação da
direção inicial do tiro. O atirador terá, então, um ponto
de referência a que recorrer, durante a execução da
pontaria inicial e posteriores.

a. Pontaria direta. O chefe de peça dirige o tiro do


morteiro de uma posição, de onde possa observar o
objetivo e ao mesmo tempo possa comandar o tiro.
Para isso, precisa ver e ser ouvido bem, da posição
do morteiro.

b. Processo da caixa do aparelho de pontaria. O


chefe de peça posta-se logo atrás da posição que vai
ser ocupada pelo morteiro e coloca a haste de limpeza
no solo, com a fenda para frente, apontando na direção
d o objetivo. Determina ao municiador que se desloque
para frente e coloque a caixa do aparelho de pontaria
ria direção “haste - objetivo”. A caixa deve ser posta, de
modo que se veja bem um dos seus bordos, para
auxiliar a pontaria da linha vertical do colimador, (Será
preferível plantar uma baliza, ao invés de usar a caixa
do aparelho de pontaria). Entretanto, muitas vezes a
rapidez n o desencadeamento dos tiros de apoio dará,
apenas, tempo para o chefe de peça atirar a caixa do
aparelho de pontaria na direção aproximada da direção
de tiro.

c. Processo da baliza. Para emprego deste processo é


necessário que haja, pelo menos, um maior
desenfiamento, do que o que foi dito acima. O chefe
de peça indica a posição aproximada do morteiro,
coloca o aparelho de pontaria no solo, vai à frente, até
que possa ver o objetivo. Procura ficar na direção
31
EB60-ME-14.006

“peça - objetivo’ e planta uma baliza M10 nessa


direção. Gira a alidade, até que ela fique em cruz com
a baliza e aperta a porca de fixação. Visa o objetivo,
colocando a aresta vertical da alidade sobre ele. Sem
mover a baliza, visa para trás da posição da peça,
auxilia o atirador a colocar a placa base e apontar o
morteiro nessa direção.

d. Processo do ponto base. Quando o morteiro


recebe uma missão de vigilância, é conveniente que
se escolha um ponto de pontaria bem definido (ponto
base ou pontaria de referencia). Estabelece-se, assim,
uma direção base, por um dos processos expostos, e
que servirá de origem para todas as mudanças de
objetivo, que estiverem dentro dos limites do
tambor das derivas do aparelho de pontaria, Para
desencadear o tiro do morteiro, o cabo mede o
ângulo horizontal, formado pelo objetivo com o ponto
base, avalia a distância e comanda os elementos na
sua ordem inicial de tiro, Se houver tempo,devem ser
colocadas balizas à direita e à esquerda da baliza
base, de modo que qualquer objetivo possa ser
atacado imediatamente, Mede-se o ângulo formado
entre a baliza base e a mais próxima. As balizas
devem ficar, pelo menos, a 10 passos da posição de
tiro.

e. P o n t a r i a i n d i r e t a . M u i ta s v e z e s n ã o h á
p o s i ç õ e s desenfiadas ou a urgência na destruição
do objetivo tem prioridade sobre a proteção da
guarnição. Nesse caso, o cabo m o s t r a r á o objetivo
e d i r i g i r á a i n s t a l a ç ã o d a p e ç a imediatamente,
sem balizas. Se o objetivo não for bem visível e o
cabo deu, apenas, a sua direção, o próprio cabo
apontará a arma, logo que ela esteja em posição. O
mecanismo, para a execução da pontaria indireta, será
32
EB60-ME-14.006

o mesmo que se usa no caso da pontaria direta, a


menos que uma aresta, ou linha bem nítida do objetivo
possa ser utilizada como ponto de pontaria.

f. Azimute. Este processo será empregado somente quando


o terreno impedir a utilização de um dos processos
acima citados. O cabo indica a posição da peça e vai
para o posto de observação. Coloca-se no alinhamento
“morteiro-objetivo”, lê
o azimute magnético da direção e entrega a bússola ao
atirador, determinando qual o azimute que deve ter a
direção de tiro. O atirador, com a bússola e o auxílio do
municiador materializa no terreno a direção de tiro,
usando uma baliza e procedendo da seguinte forma:
(1) Apóia a bússola no alto da baliza e guia o
municiador, para que este crave outra baliza na
direção do azimute comandado para o tiro. A baliza
que serve de apoio à bússola, pode ser então retirada,
e em seu lugar deve ser colocada a placa base.

3-25 AVALIAÇÃO DE DISTÂNCIAS.


Logo que a direção de tiro é estabelecida, o cabo avalia
a distância do objetivo. Aplica, para isso, o processo
comum de avaliação à simples vista. Pode-se, também,
medir a distância numa carta ou fotografia aérea, se
houver. Contudo não é tão importante conseguir grande
precisão no conhecimento exato da distância, através
processo trabalhoso e complicado, p r i n c i p a l m e n t e
quando f o r aplicado o processo do enquadramento na
regulação do tiro.

3-26 EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO DE DISTÂNCIAS.


O fim destes exercícios é treinar o chefe de peça, a
avaliar distâncias, com um mínimo de erro.

a. Necessidade de instrução.
33
EB60-ME-14.006

(1) Em combate, torna-se imprescindível avaliar


distâncias com justeza: portanto é necessário que todos
os homens sejam exercitados nessa instrução. Deve-se
fazer o esforço principal na avaliação de distâncias
compreendidas entre 200 e 1.500 metros.
(2) Á avaliação de uma distância por um homem
sem instrução é pouco mais do que simples
adivinhação e a percentagem de seus erros será
sempre maior do que 12%. Só se pode confiar na
avaliação de distâncias quando os homens forem
instruídos segundo um processo apropriado e tiverem
sido exercitados com freqüência como requer a
natureza dessa instrução.

b. Processo de avaliação à vista.


(1) Consiste em medir a distância , dividindo-a em
comprimentos de 100 metros, ou melhor, verificando
quantos comprimentos iguais a 100 metros essa
distância contém, O processo é o mesmo que se
aplica à régua, para medir uma distância no quadro,
quando se verifica quantas vezes ela é contida na
linha que se quer medir. A única diferença é que o
soldado aplica a medida mentalmente. Tornando-se
familiar a distância de 100 metros e a sua aparência em
diversos tipos de terreno, perto ou longe do observador,
consegue-se lhe incutir um grau de precisão bem
razoável.
(2) sempre vantajoso possuir um bom conhecimento
do terreno, viver ao ar livre e fazer exercícios de
patrulhador.
(3) A aplicação mental dos 100 metros, a distâncias
além de 500 metros, é difícil. Por isso, nessas distâncias
convém tomar um ponto que fique, mais ou menos, no
meio da distância que nos separa do objetivo e aplica-se
a unidade “100 metros” nessa metade e se multiplica
essa avaliação por dois, para ter a distância total.
34
EB60-ME-14.006

(4) A média das avaliações feitas por um


determinado número de homens é, em geral, mais
precisa, do que uma única avaliação. Entretanto, em
combate, o cabo deve confiar exclusivamente na sua
própria avaliação.

c. Condições que influem na avaliação de distâncias em


face da aparência dos objetivos.
(1) A l u m i n o s i d a d e e a n a t u r e z a d o t e r r e n o
t ê m considerável efeito na aparência dos objetos,
conduzindo a erros pelo julgamento variável e
impreciso, isto é, às vezes julgamos muito mais longe,
do que realmente estão os objetivos e. outras vezes,
mais próximos. Esta impressão, quase não interfere
nas avaliações de distâncias menores do que 100
metros.
(2) Em muitos casos, pode haver depressões
onde o terreno não é visível pelo observador e, por
isso, não pode realizar a avaliação da distância unitária
de 100 metros. Nesses casos, a única referência é a
aparência dos objetos.
(3) Se houver uma grande extensão no terreno
visível, entre o limite mais afastado da depressão e o
objetivo, será preferível avaliar a distância até o limite
da depressão, tomar por base a aparência dos
objetivos e, em seguida, aplicar a validade sobre a
distancia subseqüente até o objetivo.
(4) Quando se utiliza a aparência dos objetos na
avaliação, o observador deve estar alertado para o
seguinte:
(a) Os objetos parecem mais próximos, quando:
- Estiverem bem iluminados (luz brilhante).
- A cor destaca-os bem, do fundo ou meio em
que se encontram.
- Aparecem sobre água, neve ou qualquer
superfície uniforme, como por exemplo, um terreno
35
EB60-ME-14.006

cultivado.
- São vistos de cima.
- Estão na atmosfera clara das grandes altitudes.
- Observados numa depressão, cuja maior
extensão não é vista.
(b) Os objetos parecem mais distantes, quando:
- Observados numa depressão visível em toda a
sua extensão.
- Há pouca luz ou nevoeiro.
- São vistos apenas em parte.
- São olhados de baixo para cima.

d. Exercícios.
(1) Finalidade. Familiarizar o homem com a
medida unitária de 100 metros.
- P r o c e s s o . A m e d i d a u n i t á r i a (1 0 0 m e
tr o s ) é materializada com balizas, em terreno
variado, utilizando marcas visíveis, até 500 metros. É
indispensável que os homens fiquem inteiramente
familiarizados com a aparência da distância unitária,
perto e longe do observador. Isso se consegue, fazendo-
os marcharem em direção à distância marcada e
fazendo-os se afastarem dela, de modo a poder estudá-
la de perto e de longe.
(2) Finalidade. Mostrar como se aplica a distância
unitária.
- Processo. Mede-se com precisão 900 metros e marca-
se,um por um, dos cem metros, com quadros numerados
que indiquem a que distância estão. Dispõem-se os
instruendos 25 metros fora do alinhamento geral das
marcas, e se lhes determina que coloquem um
anteparo (gorro, cartão, mão aberta, etc.), de maneira
que não possam ver as marcas numeradas que
foram colocadas de cem em cem metros. Avaliam-se,
então, 500 metros pela aplicação da distância unitária

36
EB60-ME-14.006

sucessiva e mentalmente, durante 5 vezes. Descobrem-se


os olhos verificam-se quais os erros cometidos. Quando
se repete muitas vezes o exercício, melhora-se muito na
precisão da avaliação. Passa-se, em seguida, a considerar
distâncias superiores a 500 metros. Procede-se de igual
forma, a começar de pontos que estejam nitidamente
além de 500 metros. Logo que os homens tenham
anunciado as avaliações, retirar o que estiver vendando
os olhos e verificar a justeza da avaliação.
(3) Finalidade. Prática das avaliações das distâncias.
- Método. Medir previamente as distâncias de
vários objetivos numa extensão de 1.000 metros. O
instrutor leva a turma para o local e mostra os
objetivos, cujas distâncias vão ser avaliadas e que
foram previamente medidas. Os homens registram
num pedaço de papel suas avaliações: os papéis são
recolhidos e anuncia-se o valor medido para a
distância. As avaliações individuais e as de equipe são
anotadas para a colocação no quadro de ordens,
acessível a todos, para estímulo dos bons
avaliadores.

3-27 ORDEM DE TIRO.


a. Generalidades.
(1) O cabo dirige o fogo da peça por meio de
ordens de tiro. Estas ordens contêm os elementos
necessários, para que o morteiro seja apontado em
direção e em altura e a atirar, quando estiver pronto o
número de granadas desejadas. Os elemento s de u m
comando de ti ro são transmitidos em determinada
seqüência e sem demora ou interrupção. Sempre que
for possível, os comandos de tiro serão verbais. Se isto
não for prático, devem ser transmitidos por sinalização a
braço. Os elementos do tiro serão repetidos pelo
atirador.
(2) O fogo pode ser desencadeado, a partir do
37
EB60-ME-14.006

momento em que o atirador acusa: “Peça pronta!”.


Entretanto, o cabo pode determinar que o morteiro
atire sob seu comando direto; nesse caso, incluirá na
ordem as palavras: “Tiro comandado!”, após o último
elemento da ordem de tiro. Quando é necessário
suspender momentaneamente o tiro, para um novo
comando, ou por ter sido destruído o objetivo, o chefe de
peça comandará: “Suspender fogo”.
(3) As ordens de tiro são classificadas em inicial e
complementar.
(a) Ordem inicial de tiro.
É aquela que contêm os dados necessários,
para apontar o morteiro e dar o primeiro tiro. Seus
dados são transmitidos sempre na mesma ordem e da
seguinte forma:
- Deriva.
- Ponto de pontaria.
- Distância.
- Número de tiros.
- A deriva (número de milésimos) precedida da
palavra DIREITA ou ESQUERDA, conforme a posição
do ponto de pontaria em relação à linha de peça-
objetivo. Zero, quando o ponto de pontaria estiver
sobre essa linha. O atirador registra logo a deriva.
- O ponto de pontaria é indicado com poucas
palavras, como por exemplo: baliza, caixa, poste.
- A distância inicial é dada em metros, sempre
em múltiplos de 25 e sem as palavras distância,
metros. O atirador lê o ângulo de elevação ou alça
correspondente à distância na tabela de tiro, anuncia a
carga e registra a alça. O municiador repete a carga
anunciada.
- O número de tiros é o último elemento do
comando de tiro, portanto, com esse dado finaliza a
ordem do chefe de peça, para que o morteiro seja
38
EB60-ME-14.006

apontado e o tiro desencadeado.-


- Exemplo de ordem de tiro:
- Zero!
- Baliza!
- 800!
- Uma granada!
(b) Ordens complementares.
Contêm , apenas, o s dados que devem ser
modificados, bem assim, o número de tiros. A seqüência
dos elementos segue a mesma orientação que a
ordem inicial, assim ela contém:
- Correção de deriva (se houver).
- Distância (se for o caso).
- Número de tiros.
- N as ordens complementares de tiro, é sempre
especificado o número destes, de vez que isso é a ordem
de execução dada pelo chefe de peça.
- Os elementos de uma ordem complementar de tiro,
sobre um determinado ponto, são dados da seguinte forma:
- (a) Tiro de regulação
- Direita 10!
- 82 5!
- Uma granada!
- Tiro de eficácia:
- Três granadas!
(c) Sinalização a braços.
- Não é conveniente que o chefe de peça fique
distante do morteiro, a ponto de ser necessário usar
sinalização a braço na transmissão de ordens de tiro.
- Contudo, podem ocorrer situações, em que não é
possível instalar o morteiro no local, onde se encontra o
chefe de peça, a fim de receber ordens verbais. Utiliza-
se, então, nesses casos, a sinalização a braços para a
transmissão das ordens inicial e complementar. Os sinais
são feitos com o chefe de peça voltado para o morteiro.
As correções são transmitidas na direção que devem ser
39
EB60-ME-14.006

realizadas, sem cogitação do braço que faz o sinal, o


ponto de pontaria deverá ser conhecido do atirador,
ou terá sido previamente designado pelo chefe de
peça. O comando de tiro é, portanto, encerrado com o
sinal que indicar o numero de tiros.
- Os sinais convencionados adotados na
sinalização a braços no tiro do morteiro são os seguintes:
· Você está pronto? Sempre o primeiro sinal a
ser transmitido, com o braço estendido, na direção
do atirador, mão levantada, dedos unidos, palma
voltada para o atirador.
· Deriva d i r e i ta (esquerda). Braço e s te n d id o
n a direção da peça. Movê-lo na direção para a qual o
tiro deve ser desviado, com a palma da mão voltada
pare esse lado. Cada vez que o braço do chefe de
peça volta à origem e move-se para o lado desejado, o
atirador corrigirá 5 milésimos na deriva, no sentido
indicado.
·Alcance ou mudança de elevação. Braço
levantado lateralmente até a posição horizontal, com o
punho cerrado. Cada vez que o braço for levado
completamente estendido acima da cabeça, e voltar à
horizontal, o atirador aumentará 100 metros na
distância ou alça. Para cada aumento de 25 metros
na distância, elevar o punho, a partir da altura do ombro,
até estender o braço acima da cabeça e voltar à
altura do ombro. As reduções de alça: estender o
braço na vertical, com o punho cerrado, e fazer um
circulo completo com o braço
estendido (como se virasse uma manivela), cada vez
que for necessário reduzir 100 metros na distância.

40
EB60-ME-14.006

ARTIGO V - DIREÇÃO DO TIRO

3-28 SENSO DE OBSERVAÇAO.


a. Generalidades.
(1) Senso é a habilidade do observador em
precisar, de um observatório, se o arrebentamento do
projétil se deu à direita ou à esquerda, além ou aquém
do objetivo. Se o impacto é visível, mas, sua localização
é de tal sorte que o observador não possa estar certo
se o tiro foi longo ou curto, o tiro é considerado
“NÃO OBSERVADO” em alcance. Se o observador não
vê indicações do impacto ou queda do projétil, o tiro
é considerado “NÃO VISTO”. Quando o observador
não pode precisar o local do arrebentamento. Não
poderá fazer pronta e adequada correção do tiro. Não
deverá, em hipótese alguma, anunciar que um tiro é
longo ou curto, à direita ou à esquerda, a menos que
esteja absolutamente certo disso. Se não tiver certeza,
deve declarar: NÃO OBSERVADO.
(2) A observação deve ser imediata, exceto
quando se deseja tirar proveito da fumaça, quando
esta cobrir o objetivo, no instante do arrebentamento.
O chefe de peça deve basear sua observação no que
vê e não no que se lembra.
(3) As observações positivas de alcance e deriva
são geralmente conseguidas, quando os
arrebentamentos se dão na linha do objetivo. Podem,
entretanto, ocorrer, quando o arrebentamento se der
fora desta linha, porém, a natureza do terreno não
deixa dúvida quanto a sua localização em relação ao
objetivo; por exemplo, quando o tiro é feito sobre
objetivos em rampa, ou quando o observatório está em
nível superior ao do objetivo. Também, há ocasiões
em que o movimento da fumaça , conseqüente do
arrebentamento , permit e uma observação positiva. A

41
EB60-ME-14.006

observação do tiro é logo transformada em correção de


deriva e alcance pelo observador que determina o
número de milésimos a corrigir à direita ou
esquerda, do objetivo, a fim de levar o
arrebentamento sobre o objetivo, o mesmo sucedendo
quando se trata de tiro curto ou longo, isto é, aquém
ou além do objetivo. Pode também acontecer que
seja observado, apenas, o desvio na deriva, e não se
possa precisar se foi curto ou longo (alcance não
observado). Nesse caso, deve ser feita a correção de
deriva e mantida a mesma alça, no tiro seguinte.
(4) A h ab i li da de de observar rapidamente pode
se r desenvolvida pelo hábito do observador, em
anunciar com a presteza que puder, a observação feita.
(5) O observador deve estudar o terreno nas
imediações d o o b j e t i v o , p a r a l o c a l i z a r o s a r r e b e
n t a m e n t o s . D e v e , sobretudo, observar a direção do
vento. Fumaças provenientes de arrebentamentos não
vistos podem aparecer tardiamente e causar erros de
observação.

b. Direção.
A posição, que o chefe de peça escolhe para
observar, deve ser nas imediações do morteiro. Por
isso, ele observa todos os tiros em direção ou deriva
e mede seus desvios em milésimos com o binóculo, em
relação à linha “morteiro-objetivo”. O ângulo assim
determinado será o mesmo a ser usado na correção
da pontaria do tiro seguinte, porque é registrado no
aparelho de pontaria; no sentido conveniente, tendo
em conta o erro de deriva observado. Por exemplo: o
arrebentamento se dá à esquerda do objetivo e o
observador lê o ângulo que a linha “arrebentamento-
morteiro” faz com a linha “objetivo- morteiro”,
encontrando 20 milésimos. A observação desse tiro
será: ”Esquerda 20”. A correção será: “Direita 20”.
42
EB60-ME-14.006

c. Al ca nc e.
O processo para a correção em alcance
é o d e enquadramento do objetivo. Neste processo,
o observador não se preocupa com o valor do
desvio ou erro: apenas, observa se o tiro foi curto ou
longo, não observado ou não visto.

3-29 TIRO DE REGULAÇÃO.


Este tiro tem por fim colocar à disposição do
observador alguns disparos, conseqüentemente,
arrebentamentos, de cuja observação resultarão dados
corretos para o tiro de eficácia.

a. Regulação em alcance.
(1) Processo do enquadramento. Comandam-se as
alças que permitam arrebentamentos longos e curtos
que vão sendo modificados, encurtando as primeiras e
alongando as últimas, até que centro dos impactos
coincida com o objetivo. Considera-se o objetivo
enquadrado em alcance, quando se obtém um tiro longo
e um curto. A modificação inicial, que se emprega no
enquadramento do objetivo a distâncias inferiores a
1000 metros, é de 100 metros, isto é, o garfo é de 100
metros para distâncias menores que 1000 metros. Para
objetivos a 1 000 metros ou mais, o garfo é de 200
metros.
A distancia do objetivo é estimada com cuidado
e a granada deve ser atirada com a alça correspondente
à distância avaliada. Se o arrebentamento for longo,
reduz-se 100 metros na alça (para distâncias menores
de 1000 metros) e atira-se outra granada. Se esse tiro
for curto, a 3ª granada deverá ser atirada com a alça
correspondente à média obtida pelas duas primeiras, a
longa e a curta, Assim se procede, usando-se
sempre, para a alça, a média das duas alças
43
EB60-ME-14.006

anteriores (uma longa e uma curta) Se o 1º tiro for


curto, aumenta-se a alça de 100 metros, para obter no
2º tiro um arrebentamento longo, tendo em vista o
enquadramento do objetivo. Só se começa a usar
médias, quando se consegue enquadrar o
objetivo. Enquanto os tiros são curtos, vai sendo
aumentada a alça de 100 metros para cada novo tiro;
assim também, quando os tiros continuam longos, vai-
se modificando a alça, até obter um que seja curto:
depois de enquadrado o objetivo, começa-se a usar a
média das duas últimas alças (uma curta e uma longa).
Nessa fase, as alças são aumentadas de 50 e
metros, conforme as de mentais des ejad as para o g
arfo final . Pa ra d istânci as superiores a 1000 metros
o garfo inicial é de 200 metros e as reduções
seguintes são de 100, 50 e 25 metros.
A experiência tem mostrado que o processo do
enquadra- mento é o mais econômico no consumo de
munição e o mais eficiente nas condições normais de
combate. Raramente são bem sucedidas as tentativas
de avaliar a distância entre os a r r e b e n ta m e n tos e
o o b j e ti v o , d e v i d o à dificuldade d o s observadores
em precisar o afastamento entre dois pontos da linha
“peça-objetivo”. O processo do enquadramento
evita isso. O cabo, apenas, verifica se o
arrebentamento foi curto ou longo. Mesmo quando o
objetivo está no alto de uma colina, os
arrebentamentos curtos serão vistos e os não
observados considerados longos.
Segue-se um exemplo de regulação em alcance:
Quando um tiro, durante a regulação, cair tão perto do
objetivo que o observador fique na incerteza se o
arrebentamento da granada o atingiu, deve fazer a correção
em alcance, se necessário, e comandar: “TRÊS
GRANADAS!”.
Se esses tiros não cobrirem exatamente o objetivo, o
44
EB60-ME-14.006

observador fará a regulação em alcance necessária


(dentro do enquadramento), e comandará: “TRÊS
TIROS!”.
(a) Exceção: Quando na ancoragem da peça, o
primeiro tiro é curto, ou atinge o objetivo, o próximo
será, com certeza, longo. Então, se a situação permitir,
procura-se a confirmação com um outro tiro para
melhor julgamento. Se esse tiro, para confirmação,
atinge o objetivo com o raio de ação de seu
arrebentamento, inicia-se logo o tiro de eficácia; do
contrário, o observador prosseguirá na regulação,
usando garfos de 50 metros.
Quando o primeiro tiro cai muito perto do
objetivo (à distância menor do que o garfo
aconselhado para o caso), a correção (que seria de
100 ou 200 metros, conforme a distância de tiro) passará
a ser reduzida à metade (50 a 100 metros). O
enquadramento sendo obtido com o segundo tiro,
conserva-se a alça por mais um tiro. Se o enquadramento
não for obtido com esse segundo tiro, é preciso fazer
uma regulação entre o segundo e o terceiro tiro,
assim como foi feito entre o primeiro e segundo.
Finalmente, seria consumida a mesma munição que
seguindo a regra geral.
Quando se consegue o enquadramento, mas,
um dos tiros é anormal, devido a defeito de munição
ou outra causa, atira-se outra granada com a mesma
alça, para evitar regulação defeituosa.
(2) Processo dos lanços. Quando o objetivo fica
próximo das tropas amigas, o tiro deve ser iniciado
com uma alça nitidamente longa. As regulações
subseqüentes de alças devem s e r t a i s q u e n ã o
haja arrebentamentos c u r to s . N e s ta s circunstâncias,
o processo de enquadramento não pode ser utilizado
e sim o processo dos lanços, O mecanismo da

45
EB60-ME-14.006

regulação, no processo dos lanços, é o seguinte: o


observador avalia a distância do objetivo, adiciona 100
metros, como segurança, e atira a primeira granada
com essa alça já majorada . Avalia a distância entre o
arrebentamento e o objetivo e, no tiro seguinte, deduz
metade desse erro na alça anterior. Procede
assim, até que os arrebentamentos se façam a
distâncias eficazes do objetivo. Pode-se ilustrar esse
processo com um exemplo: o cabo avalia a distância
de tiro como sendo 700 e a primeira granada é
atirada com a alça de 800. Se a avaliação foi
correta, o arrebentamento dessa granada será longo
(100 metros além do objetivo). O tiro seguinte será feito
com alça 750 e assim por diante, até que o
arrebentamento atinja o objetivo com seu raio de ação.
Regra de segurança: O tiro do morteiro de 60 mm
deve ser realizado no mínimo 100 metros à frente das
tropas amigas.
A distância de segurança será de 200 metros,
quando o morteiro estiver a mais de 300 metros atrás da
nossa linha de frente.
Deve ser adotado o processo dos lanços, sempre
que a nossa tropa avançada estiver a menos de 300
da linha avançada do inimigo, que vai ser batida pelo
morteiro. Quando o inimigo estiver afastado de nossa
linha de frente mais de 300 metros, será então adotado
o processo do enquadramento.

b. Regulação em direção. (deriva).


Durante a regulação em alcance é necessário proceder
à regulação em direção, com a máxima aproximação, de
forma a obter resultados eficientes no tiro. Por isso,
mede-se o desvio dos arrebentamentos que caem fora
da linha “peça-objetivo”, tendo em vista corrigi-los para
a direita ou para a esquerda, conforme for necessário,
no próximo tiro, No exemplo formulado, se o tiro inicial,
desencadeado com alça 600 metros, produz um
46
EB60-ME-14.006

arrebentamento a 30 milésimos à direita da linha


“morteiro- objetivo”, pode ser difícil precisar se ele foi curto
ou longo. O tiro seguinte será realizado com a correção:
Esquerda 30, de forma que se possa fazer a
observação correta em alcance.

3-30 EXERCÍCIOS DE DIREÇÃO DE TIRO.


O melhor processo de instruir os chefes de peça a
dirigir o tiro, consiste na prática do tiro. Entretanto,
as dotações de munição ou as disponibilidades de
tempo e local, concorrem para restringir o emprego
deste processo, obrigando o instrutor a empregar
outros meios. Mais abaixo é apresentado um
processo de instrução adequado, para o assunto.
Os exercícios de regulação do tiro podem ser
ministrados em sala, utilizando o quadro negro ou um
caixão de areia, a que chamaremos “zonas de
impactos”. Quando for possível, estes exercícios
poderão ser realizados no terreno com uma “zona de
impacto” distante do observador, 15 a 20 metros.
Os arrebentamentos serão figurados pelo instrutor,
utilizando uma ponteira de ferro a que se prende um
pouco de algodão.
De início, o instrutor explica o processo de
regulação pelo senso do observador e como se
corrigem os erros assim observados, pelo emprego
de comandos de correção. Para ilustrar a explicação,
utiliza o quadro negro, para mostrar, num esboço, a
linha “peça-objetivo” e uma segunda linha,
perpendicular a ela, passando pelo objetivo. Faz em
seguida marcas, para assinalar os arrebentamentos, e
explica seus desvios em relação a essas linhas.
Reúne, então, a turma, no caixão de areia, para
praticar.
O material é disposto na sala e o morteiro fica em

47
EB60-ME-14.006

posição aproximada, a uns 20 metros da zona dos


“objetivos”. O posto de observação pode ser na
posição do morteiro ou num dos flancos, dependendo
do exercício que se deseja realizar. O observador
utiliza a escala de milésimos do binóculo M3 para
medir os erros de direção, no terreno em miniatura. As
marcas são colocadas ao longo da caixa, no sentido
da profundidade, para representar os diferentes
alcances.
Cartões de 5 a 10 centímetros, numerados, indicarão as
distâncias em centenas de metros (6, 7. 8, etc).
Exemplo: O instrutor designa um objetivo. Os
observadores “avaliam” a distancia e decidem sobre
os dados da ordem inicial de tiro, para destruir o
objetivo e dão a ordem para a execução do tiro. No
começo da instrução, o instrutor adotará um modelo da
ordem de tiro, que põe no quadro, para guia-los. Quando
um determinado instruendo dá o comando para o tiro,
o instrutor, ao lado do caixão, coloca
momentaneamente uma
ponteira com algodão, no ponto onde a ordem de
fogo dada levaria o arrebentamento da granada. O
observador estima o erro em alcance e direção e dá
novo comando com as correções i n d i c a d a s . I s t o
prossegue , até que s e c o n s i g a o enquadramento. Por
exemplo, o instrutor designa um objetivo no caixão de
areia, a 625 metros de distância. O observador dá
ordem de fogo: “ZERO, BALIZA, 650, 1 GRANADA:”. O
instrutor coloca a ponteira além do objetivo: o
observador verifica que o arrebentamento foi longo e
comanda: “550. 1 GRANADA”. O instrutor coloca a
ponteira antes e à direita do objetivo (para ressaltar a
necessidade da correção na deriva): o observador
avalia o erro em direção, com o binóculo e verifica
que o arrebentamento foi curto e comanda a seguir:
“ESQUERDA 10, 600, 1 GRANADA”. O instrutor

48
EB60-ME-14.006

coloca, então, a ponteira na frente ou atrás do


objetivo ou sobre ele, dependendo do que quer
salientar. Se o observador enganar-se e
comandar:
“DIREITA 10!” ao invés ae “ESQUERDA 10!” o instrutor
deverá fazer “arrebentar” uma granada no lugar que
isso ocorreria, com tal “correção”: assim demonstrará,
com mais segurança, c o m o é n e c e s s á r i o p r e s ta r
a t e n ç ã o , n a o b s e r v a ç ã o e conseqüentes
correções.
O observador deverá estar exercitado no processo
de enquadramento, utilizando o garfo inicial de 100
metros, antes de começar os exercícios. A instrução
prosseguirá, depois, com exercícios de “tiros além de
1.000 metros”, utilizando o garfo de 200 metros.
Podem-se improvisar também situações para
emprego do processo dos lanços, utilizando o mesmo
material que acabamos de descrever.

3-31 REGULAÇÃO SEM APARELHO DE PONTARIA.


a. O cabo aponta o morteiro na direção indicada.
Avalia a distância do objetivo, determina o ângulo de
elevação com a tabela de tiro e dá a ordem inicial de
tiro. É importante que a carga escolhida permita
concluir a regulação e a eficácia, sem ser necessário
mudá-la. E x e m p l o : o observador a v a l i a a distância
ao objetivo como sendo 600 metros, utiliza a tabela e
comanda:
- Carga 1,
- 1 granada:
(1) O primeiro arrebentamento cai 30 milésimos à
esquerda da linha “peça-objetivo” e é curto. Para corrigir
a deriva, o observador mentalmente divide 30
milésimos por 15 (número de milésimos de cada volta
do tambor) e obtém duas voltas. Para enquadrar o
objetivo em alcance, o observador calcula a diferença
49
EB60-ME-14.006

em graus entre 600 e 700, multiplica essa diferença


em graus por 2 (cada volta da manivela de
elevação., e praticamente igual a meio grau>. Em
seguida, determina quantas voltas, dessa manivela,
são necessárias e comanda:
- Direita: 2 voltas
- Abaixo: 10 voltas
- Uma granada!
(2) O atirador deve receber a correção da deriva,
antes que o chefe de peça calcule o número de voltas
para a correção em distância. Isto economizará tempo
nas operações de apontar
o morteiro, O segundo tiro é dado e cai 15 milésimos à
esquerda
da linha “peça-objetivo’ e é longo. Seguindo, ainda, o
processo de enquadramento, o comando será:
- Direita: 1 volta
- Acima: 5 voltas
- Uma granada!
(3) O terceiro tiro cai próximo ao objetivo e, com
ligeiras correções em distância e direção, o
observador conclui a regulação e comanda a
eficácia.

b. U m a v e z e s t a b e l e c i d o o e n q u a d r a m e n t o ,
para as s u b s e q ü e n t e s m u d a n ç a s e m e l e v a ç ã o ,
o o b s e r v a d o r comandará, em todas as regulações,
um número de voltas igual à metade das que foram
comandadas no tiro anterior, levando, porém, em conta
qual o sentido das voltas que convém a o c a s o . A s
frações d e g r a u s e m e l e v a ç ã o d e v e m s e r
desprezadas, quando o número inicial de voltas da
manivela de elevação tiver sido dado.

3-32 TIRO DE EFICÁCIA.


a. Definição.
O tiro de eficácia é aquele que se faz sobre o
50
EB60-ME-14.006

objetivo, a fim de conseguir um resultado tático desejado.


O tiro do morteiro deve ser primeiramente regulado
em direção e alcance. O enquadramento final, para
regulação em alcance, nem sempre necessita ser
realizado, antes de ser iniciado o tiro de eficácia. O
cabo pode, por isso, combinar o tiro de regulação com
o de eficácia, principalmente quando se tornar
essencial a rapidez na destruição ou neutralização do
objetivo. O tiro de eficácia é realizado pelo
desencadeamento de um certo número de tiros, cada
um dos quais é atirado por iniciativa do municiador,
logo que o atirador termine as operações de
nivelamento e pontaria e declare: “PEÇA PRONTA!”.

b. Ti po s.
(1) Tiro concentrado. O morteiro de 60 mm deverá
ser normalmente empregado contra objetivos bem
definidos. Três tiros serão suficientes para cumprir a
missão, desde que o ponto médio esteja sobre o
objetivo, ou muito perto dele. Se o observador julgar
que os tiros não destruíram o objetivo, em virtude de
regulação imprecisa, pode comandar três tiros
adicionais realizados com ligeira regulação feita em
alcance e direção. O atirador deve verificar bem a
pontaria do morteiro, em direção e altura, bem assim
nivela-lo, antes de afirmar: “PEÇA PRONTA!”.
(2) T i r o s o b r e z o n a .(ceifante). O ti r o s o b r e z o
n a é c o n s i d e r a d o a b s o l u ta m e n t e e v e n tu a l , p o r
isso s e r ã o ensinados,a seguir, processos que
servirão, apenas, como orientação na procura da
dispersão em largura e profundidade, que satisfaçam à
condição de bater a zona. As zonas, a serem batidas
pelos morteiros, ficarão limitadas a poucos metros,
porque a arma não poderá cobrir com fogos uma grande
zona, sem consumo exagerado de munição. As armas
de apoio de fogo do Btl receberão missões de bater
as zonas que não puderem ser batidas pelas
51
EB60-ME-14.006

subunidades.
(3) Ceifa em largura. Para bater uma frente de 70
metros são necessárias três granadas. Depois de cada
tiro, o atirador desloca o morteiro em direção, conforme
o número de voltas da manivela, determinado na ordem
de tiro. Exemplo de ordem de t i r o : “ 5 0 0 , C E I F A R
À E S Q U E R D A , 5 V O L T A S , T R Ê S GRANADAS!”
(A alça seria dada somente no momento do
observador utilizar o enquadramento final da
regulação em alcance, como se fizesse parte do tiro de
eficácia. O cabo pode determinar a inversão do tiro,
o que corresponde a atirar novamente sobre a
mesma zona, em sentido contrário, Sua ordem nesse
caso seria: “ C E IF A R Á D I R E IT A , 5 V O L T A S ,
TRÊS GRANADAS!”.
O número de voltas da manivela de dir
e ç ã o é determinado pelo chefe de peça que mede a
largura do objetivo em milésimos, com o binóculo, e
divide essa largura por 30. Adota-se o número 30,
porque há 15 milésimos em cada volta da manivela do
mecanismo de direção e há dois intervalos entre os
três arrebentamentos (2 x 15 = 30) Exemplo: largura do
objetivo 150 milésimos, à distância de 500 metros,
Largura do objetivo: 75 metros. 150 - 30 = 5 (voltas),
Uma outra forma de ceifa em largura poderá ser
utiliza- da, quando se desejar maior densidade de
arrebentamentos na zona a bater, em geral na região
da missão principal, na defensiva.N esse caso,
empregar-se-á o mesmo processo descrito, porém,
em cada ponto do objetivo será dada uma série de
três granadas ao invés de uma,A ordem de tiro seria:
“500, 3 GRANADAS, ESQUERDA 5 VOLTAS, 3
GRANADAS!” (a ordem de tiro pode ser dada de uma só
vez ou separadamente, depois de cada série de três
tiros), (4) Ceifa em profundidade (Tiro de sonda). Três
tiros são distribuídos e m p r o f u n d i d a d e s o b r e u m
52
EB60-ME-14.006

o b j e t i v o , c u j a profundidade não exceda de 70


metros. Após cada tiro, o atirador abaixa, ou eleva o
morteiro segundo o número de voltas da manivela
que foi calculado, pela tabela de tiro. A ordem de tiro
será “CEIFAR 625—700, TRÊS GRANADAS!”. Para
bater novamente a mesma zona, o cabo comandará:
“CEIFAR TRÊS GRANADAS!
- O número de voltas da manivela de elevação,
para cada mudança de alça, é igual ao número de graus
da diferença entre os ângulos de elevação
correspondentes aos limites do objetivo (limite afastado
menos o limite aproximado). Todas as granadas devem
ser atiradas dentro da zona, sem mudar a carga.

3-33 PROCESSOS PARA BATER NOVO OBJETIVO.


a. Para obter a direção de um novo objetivo,
imediatamente após o tiro de eficácia sobre o objetivo
anterior, o chefe de peça pode seguir um dos seguintes
processos:
(1) A p o n t a n a d i r e ç ã o d o n o v o o b j e ti v o ,
c a s o a proximidade da baliza o permita (adotando o
estojo do aparelho de pontaria): o atirador registra zero
na escala das derivas e visa na nova direção para
obtenção da deriva.
(2) Orienta o municiador na colocação de uma
baliza na n o v a l i n h a “ m o r te i r o - o b j e ti v o , n o c a s o
d e u m a p o s i ç ã o desenfiada: o atirador registra zero
no tambor das derivas e aponta na nova direção.
(3) Mede a deriva em relação ao antigo objetivo
(ponto base), e soma esta deriva com a da ordem
inicial, para obter a nova deriva.
(4) Quando não houver necessidade imediata de
bater novo objetivo, o chefe de peça marca a direção
do ponto base, comandando: ‘MARCAR A DERIVA
BASE!”. O atirador nivela o morteiro, depois da última
granada do tiro de eficácia ter sido desencadeada e

53
EB60-ME-14.006

aponta o morteiro na verdadeira direção ao objetivo.


O atirador poderá, então, marcar essa direção,
registrando zero no tambor das derivas (isso não
modifica a direção em que a arma está dirigida); o
municiador leva o ponto de pontaria, de forma a
colocá-lo no alinhamento dado pelo prolongamento da
linha vertical do colimador.

b. Alcance, Será, usualmente, necessário reajustar o


tiro sobre um novo objetivo. Contudo, quando tiver sido
escolhido um ponto base, o chefe de peça deve avaliar
a distância com apreciável precisão e utilizar uma
pequena mudança de alça, inicialmente, para enquadrar
o objetivo.

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- Manual Técnico do Mrt L 60mm HOTCHKISS BRANDT.

54
EB60-ME-14.006

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- Manual Técnico do Mrt L 60mm HOTCHKISS BRANDT.

55
EB60-ME-14.006

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- Manual Técnico do Mrt L 60mm HOTCHKISS BRANDT.

56
EB60-ME-14.006

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- Manual Técnico do Mrt L 60mm HOTCHKISS BRANDT.

57
EB60-ME-14.006

58
EB60-ME-14.006

59
EB60-ME-14.006

60
EB60-ME-14.006

61
EB60-ME-14.006

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- Manual Técnico do Mrt L 60mm HOTCHKISS BRANDT.

62
EB60-ME-14.006

REFERÊNCIAS

- Manual Técnico do Mrt L 60mm HOTCHKISS BRANDT.

63

Você também pode gostar