Você está na página 1de 52

ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS

CURSO DE CAVALARIA
TÉCNICAS MILITARES VI - 2º ANO
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 2

SUMÁRIO

1. Apresentação........................................................................................... 4
2. Funcionamento e Munições................................................................... 10
3. Aparelho de Pontaria............................................................................. 18
4. Entrada em Posição............................................................................... 24
5. Observação e Condução do Tiro de Morteiro..................................... 34
6. Roteiro de Tiro........................................................................................ 42
Referências.............................................................................................. 45
Anexo A: Modelo de Roteiro de Tiro de Mrt Me................................ 46
Anexo B: Extrato do Pladis TM VI 2º Ano C Cav.............................. 47
Anexo C: Tabela de Tiro do Mrt 81mm Brandt ................................. 49
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 3

Esta apostila foi elaborada pelo 1° Ten Cav GUSTAVO ALESSI DE


CASTRO, com apoio dos instrutores do Curso de Cavalaria da Academia
Militar das Agulhas Negras, tendo como objetivo o estudo do armamento
de tiro indireto orgânico do Pelotão de Cavalaria Mecanizado.

A apostila tem como foco o Mrt 81mm Brandt, que atualmente


equipam a maioria dos Pel C Mec. Todavia, o ensino deste material mais
antigo serve como base para o emprego de novas tecnologias.

Todas as sugestões que visam o aperfeiçoamento deste trabalho,


assim como eventuais correções do mesmo, devem ser enviadas ao C
Cav/AMAN.

Resende, 2013
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 4

Morteiro 81mm Brandt


Capítulo I - Apresentação
O morteiro de 81mm (figura 01) é uma arma de alma lisa, de carregamento pela
boca e de trajetória curva. É composto de um tubo, um bipé e uma placa-base. Estas três
peças constituem partes separadas, cada uma das quais suficientemente leves para ser
transportada por um homem. O tubo prende-se ao bipé por meio de uma braçadeira, que
pode ser solta com rapidez e firmar-se à placa-base introduzindo-se o munhão esférico
da culatra em um dos seus alvéolos e girando-se o tubo de 90°.

1.1 - Classificação
a. Quanto ao tipo: Não portátil
b. Quanto ao emprego: Coletivo
c. Quanto ao funcionamento: De repetição
d. Princípio de funcionamento: Queda livre da granada sobre o percutor, por
ação da gravidade.
e. Carregamento: Ante carga
f. Raiamento: Alma Lisa
g. Quanto ao tiro: Trajetória curva, tiro indireto

1.2 - Dados Gerais


a. Alcance Máximo:
• Gr HE Leve (3,3 Kg): 4.000m
• Gr HE Pesada (6,9 Kg): 1.500m
b. Alcance Útil:
• Gr HE Leve (3,3 Kg): 2.000m
• Gr HE Pesada (6,9 Kg): Desconhecido
c. Cadência de Tiro:
• Máxima: 30 a 50 tpm
• Prática: 18 tpm
d. Peso Completo: 57 Kg
• Placa Base: 20,5 Kg
• Tubo: 18,5 Kg
• Bipé: 18,0 Kg
e. Alça (aproximada): 40° a 86° 3/4
f. Manivela de direção: 12 voltas (15’’’ cada)
g. Manivela de elevação: 46 voltas (1° cada)
h. Área batida: 100m de Frente x 100m de Profundidade
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 5

Tubo
Bipé

Placa-Base

Figura 01 – O Morteiro 81mm Brandt

1.3 - Tubo
O tubo (figura 02) consta do cano, culatra e percutor. Destina-se a receber o
projetil, percuti-lo, orientá-lo e a resistir à pressão dos gases provenientes da carga de
projeção. A alma do tubo é lisa e polida. A culatra é oca e atarraxada à parte posterior
do cano fechando a câmara e termina em um munhão esférico, que penetra e se fixa no
alvéolo da placa-base. O percutor é atarrachado na parte inferior do munhão esférico.
Na parte externa, vê-se a diretriz (referência para colocação da braçadeira da
placa-base) e os traços de referência (para posicionamento de um clinômetro, se for o
caso).

Figura 02 – Tubo do Mrt 81mm Brandt


Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 6

1.4 - Bipé

Figura 03 – Bipé do Mrt 81mm Brandt

O bipé destina-se a suportar o tubo pela parte superior e dar-lhe a estabilidade


necessária, permitindo a pontaria em direção e alcance. Compreende em duas pernas e
os mecanismos de elevação, direção e nivelamento transversal.
Na perna esquerda está montado o mecanismo de nivelamento transversal do
Mrt, que consiste de um anel móvel, montado sobre um tubo liso e de uma manga de
chamada. O movimento do anel articulado transmite-se ao tubo através da travessa
articulada. Uma porca de trancamento prende o anel móvel em qualquer posição.
O mecanismo de elevação destina-se a permitir a execução da pontaria em
alcance; consta de um parafuso de elevação, que trabalha dentro de um tubo-guia. Este
parafuso é acionado pela caixa de engrenagem, que por sua vez, move-se pela ação da
manivela de direção.
O mecanismo de direção destina-se a transmitir ao tubo deslocamentos no plano
horizontal, de modo a permitir a pontaria em direção. Consta de um parafuso de direção,
que trabalha na armação e é adicionado por uma manivela de direção, de dois
amortecedores, da armação, da braçadeira e da cruzeta de ligação.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 7

Figura 04 - Parte inferior do Bipé

Os amortecedores são destinados a estabilizar o tubo e seu reparo (bipé e placa-


base) durante a execução do tiro; além disso, permitem certo movimento entre a
armação e a braçadeira e são mantidos em equilíbrio através da resistência de duas
molas comprimidas, montadas no berço da braçadeira.
A braçadeira que prende o tubo ao bipé se divide em duas partes: uma inferior,
denominada berço é composta dos amortecedores e dos parafusos de fixação, e uma
parte superior, denominada alça. Ambas são articuladas e podem ser fixadas uma na
outra por meio do parafuso da braçadeira, firmando o tubo ao bipé. A posição de
colocação da braçadeira no tubo é na diretriz do tubo, localizada a aproximadamente
30cm da boca do tubo.

Figura 05 – Parte superior do Bipé


Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 8

1.5 - Placa-Base
É um conjunto indeformável, destinado a fixar e suportar o tubo, utilizando-se
um dos três alvéolos para a tomada da posição, onde em um deles será fixado o munhão
da culatra. Possuí ainda uma alça e argolas de transporte, além de linhas de pontaria. Na
parte inferior, possuí nervuras e garras que servem para fixar a placa-base no solo.

Figura 06 – A Placa-Base do Mrt 81mm Brandt

1.6 – Acessórios e Sobressalentes


São peças suplementares que acompanham o armamento para substituição de
peças cujo desgaste com o uso e tempo é maior. Podem ser empregados na execução de
reparos de pequena importância. O conjunto de peças deve permanecer completo,
reunido e relacionado, para melhor controle. Há ainda outros elementos, como o
Aparelho de Pontaria, Caixão de Transporte, Caderneta de Registro, dentre outros.
Outros são empregados em atividade de manutenção, como a haste de limpeza.

Figura 07 – Itens da bolsa de acessórios e bolsa de lona para o municiador


Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 9

1.7 Desmontagem e Montagem


A desmontagem em 1º escalão do Mrt M 81mm Brandt é bastante simples,
composta apenas da retirada do percutor. Sua retirada é feita com a chave de fenda
apropriada, que vem na caixa de acessórios.

1.8 Manutenção
O material que pode ser empregado na limpeza e lubrificação de morteiros é o
seguinte:
• Óleo neutro para lubrificação de armamento
• Carbonato de sódio
• Sabão comum
• Óleo fino lubrificante preventivo
• Óleo lubrificante para instrumentos aeronáuticos e metralhadoras
• Antioxidantes para prevenção de ferrugem
• Solvente para limpeza a seco

Assim, temos que a manutenção deve ser realizada da seguinte maneira:


1. Usar ONLA ou carbonato de sódio para a limpeza do tubo;
2. Usar graxa antioxidante (GAO) caso fique guardado por muito tempo;
3. Limpar o alojamento do percutor e depois passar óleo fino lubrificante.

Manutenção antes do tiro


a) Verificar o tubo, bipé e placa base;
b) Secar o tubo; e
c) Lubrificar as partes móveis com ONLA.

Manutenção após o tiro


• Limpar o Mrt. Repetir Mnt durante três dias seguidos;
• Verificar o funcionamento do bipé; e
• Limpar as demais partes do armamento.

A Mnt, em todas as fases, é simples, porém de vital importância para que se


mantenha a vida útil do armamento. Não se deve utilizar água para a limpeza. Deve-
se utilizar o constante na bolsa de acessórios, além de óleo e graxa especiais para
conservação. As partes móveis devem permanecer com uma leve camada de óleo. Na
parte interna do alojamento do alvéolo deve-se colocar uma graxa especial. Em tiros de
longa duração deve-se realizar uma Mnt em cada intervalo. Não se deve usar óleo para
limpar o Aparelho de Pontaria. Deve-se utilizar uma flanela ou pano macio para
retirar a sujeira sem arranhar o visor.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 10

Morteiro 81mm Brandt


Capítulo II – Funcionamento e Munições

2.1 Funcionamento
O tiro do morteiro é executado introduzindo-se uma granada completa pela boca
do tubo. A inclinação do tubo faz com que a granada deslize na direção da culatra. Ao
chegar à culatra, a cápsula do cartucho de projeção se choca contra a ponta do percutor
localizada no seu interior. Este impacto inflama a cápsula que, por sua vez, faz explodir
o cartucho de projeção. A chama da explosão do cartucho inflama seus suplementos. A
força da expansão dos gases gerada pela carga de projeção impele a granada para cima e
para fora do tubo. Após abandonar o tubo, a espoleta da granada será armada. A granada
conduzirá consigo o cartucho de projeção deflagrado, deixando o morteiro pronto para
realizar um novo disparo.

Figura 08 – Funcionamento do Mrt 81mm Brandt (I)

Figura 09 – Funcionamento do Mrt 81mm Brandt (II)


Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 11

2.2 Generalidades sobre as Munições


Antes de estudarmos os tipos de munição empregadas no tiro de Mrt, é
necessário ter em mente dois aspectos: primeiro, a granada de morteiro é composta de
um corpo de aço ou de ferro, com um interior que possuí a carga militar ou carga de
arrebentamento e, na sua periferia, os elementos que proporcionam a estabilidade da
trajetória; por último, o tiro do morteiro propriamente dito é composto dos elementos
que ativam a carga de arrebentamento e proporcionam a propulsão. São eles: cartucho
de projeção, que nada mais é que o elemento propelente da granada; suplementos,
responsáveis por ampliar o volume de gases, aumentando o alcance da granada;
detonador, que amplia a chama e a onda explosiva proveniente da espoleta do cartucho;
espoleta de ogiva, que inicia o encadeamento explosivo da granada; granada
propriamente dita, que nada mais é que o engenho ofensivo arremessado pelo tubo.
A granada é constituída de um corpo de forma ogivo-cilíndrico-cônica, com um
intumescimento em forma de cinta na parte mais espessa, cuja finalidade é guiar este
corpo no interior do tubo no seu percurso para lançamento. Além disso, há uma
empenagem para estabilizá-lo no ar.

Figura 10 – Partes da Granada (I)

Figura 11 – Partes da Granada (II)


Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 12

A ogiva é a parte acima da turgência e cuja forma facilita o movimento do


projétil no ar. Sua função principal, como já dito, é ser o elemento iniciador da carga
militar.
A cinta de turgência é uma malha de cintas localizada na parte mais espessa da
granada, responsável por diminuir a frenagem da granada no interior do tubo ao prover
uma vedação da granada junto ao tubo, prevenindo o escape de gases e canalizando-os
de forma a proporcionar o máximo de força para cima e para fora do tubo. Tem um
acabamento de torno perfeito e as ranhuras são de perfil especial.
O corpo é a parte do projétil compreendida entre a cinta de turgência e a cauda.
O corpo, sendo parte integrante do projétil, tem por finalidade dar ao mesmo suas
propriedades balísticas.
A empenagem é a parte posterior do projétil, atarraxada ao orifício roscado
localizado na ponta do corpo. É constituído de um tubo com vários orifícios abertos na
sua parte anterior e serve de alojamento para o cartucho de projeção com estopilha. Nele
é ficada a empenagem constituída de aletas com rebordos para fixação dos suplementos
feitas de metal que se destinam a assegurar a estabilidade do projétil durante o seu
movimento no ar. Este dispositivo garante uma melhor precisão e alcance da granada.
Os orifícios existentes na cauda das granadas servem de passagem ao fogo proveniente
da queima do cartucho de projeção, possibilitando a queima dos suplementos.
O ouvido roscado recebe a espoleta de ogiva ou, caso a granada não tenha sido
espoleteada, o tarugo de proteção. A sua dimensão é função do tipo de espoleta
empregada e segundo características de cada fabricante.
O termo carga propelente é a soma do cartucho de projeção aos seus
suplementos. Quando nenhum suplemento é utilizado, diz-se que a carga é zero.

Figura 12 - Carga Zero

A carga propelente é fracionada de maneira a permitir uma maior flexibilidade


de alcances do morteiro, dependendo da inclinação do tubo. Se tomarmos, por exemplo,
um tubo com uma inclinação a 45° e outro a 60°; dependendo da quantidade de
suplemento que for utilizado em cada caso, poderemos obter um alcance maior a 60° do
que com 45°. Isso ocorre pois, na maioria das vezes, o morteiro será posicionado em
uma contra encosta, forçando que a inclinação do tubo seja maior para evitar o
encristamento do tiro, ou seja, que a granada atinja a elevação à frente.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 13

45°
60°

Figura 13 - Influência da carga propelente

Vale ressaltar que, quanto maior é a altitude que a granada atinge, maior será a
interferência do vento e de outros elementos na trajetória do tiro. Portanto, sempre que
possível, utilize a menor elevação necessária com a menor quantidade de suplementos.
A quantidade de suplementos pode variar de zero até seis, proporcionando da carga zero
até carga seis. Não se pode colocar mais suplementos que seis, tanto pela falta de espaço
físico para a lâmina, como pela perda de controle no alcance da granada e possibilidades
de incidente de tiro.

Figura 14 – Suplemento em forma de lâmina, usado no Mrt 81mm Brandt

2.3 Classificação e Emprego das Granadas


• Granada Alto Explosiva Leve: empregadas contra pessoal e material leve
• Granada Alto Explosiva Pesada: destruidoras de abrigos e defesas acessórias
• Granada de Exercício: para a prática de do exercício de tiro
• Granada Iluminativa: para iluminação do campo de batalha à noite e para
sinalização
• Granada Fumígena: para dificultar a observação inimiga
• Granada de Manejo

2.4 Identificação das Cores das Granadas


• Granada Alto Explosiva (Leve e Pesada): verde-oliva, inscrições amarelas
• Granada Iluminativa: cinza, inscrições em branco
• Granada de Exercício: azul, inscrições em branco
• Granada de Manejo: preta, inscrições em branco
• Granada Fumígena: verde clara, inscrições em preto, exceto as de fósforo branco
(WP) e (PWP)
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 14

2.5 Cuidados, Manejo e Conservação

Em primeiro lugar, todos os compostos que formam uma granada de morteiro


são suscetíveis ao calor e à alta umidade. Deve-se adotar medidas que previnam a
exposição da granada a estes elementos. Para isso, sempre que possível, deve-se
armazená-las sob um teto. Caso haja necessidade de deixá-las à céu aberto, deve-se
providenciar um estrado de madeira (pallet) posicionado sobre um buraco preparado,
que as deixe a pelo menos 15cm do solo. Deve-se ainda cobri-las com uma lona dupla,
deixando um espaço entre a granada e a lona para que haja circulação de ar. Ao redor
desta posição, deve-se cavar valetas para que, em caso de chuva, a água escorra pela
lona e não atinja a posição das granadas. Estas medidas protegerão a munição de raios
solares e chuvas.
Com relação ao manejo, apesar da segurança oferecida pela espoleta, toda
granada já espoleteada deve ser manuseada com o máximo de cuidado, devido à alta
sensibilidade ao choque a às altas temperaturas. Não se deve tentar desmontar uma
espoleta.
Ao preparar uma granada para o tiro, deve-se verificar todos os suplementos, a
cinta de turgência e as empenagens. Somente retire o grampo de segurança quando
estiver prestes a utilizar a granada. Após retirá-lo, não se deve tentar recolocá-lo Não
tente também colocar uma quantidade maior de suplementos do que a capacidade da
granada.
Por último, não menos importante, nunca manipule indevidamente uma granada
falhada (percutida, porém não projetada). Estas granadas devem ser posicionadas num
sumidouro apropriado, localizado a uma distância de segurança de, pelo menos, 100m
da posição do Mrt numa área balizada para posterior atuação da Turma de
Levantamento e Destruição de Engenhos Falhados (TuLeDEF).

2.6 Carga de Projeção

A carga de projeção do Mrt Me Brandt é fracionada para permitir o tiro em


vários alcances. É composta de um cartucho de projeção com até seis suplementos. O
cartucho de projeção é do tipo caça, carregados com pólvora. Os suplementos são
constituídos por um recipiente de celulose, contendo pólvora BD 504.
O funcionamento do sistema de projeção do Mrt Me é o seguinte: com a queda
da granada pelo tubo, o percutor irá ferir o culote do cartucho de projeção. O cartucho
irá inflamar-se, acarretando também a inflamação dos suplementos, graças aos orifícios
existentes no canal cilíndrico onde se aloja o cartucho. A força de expansão dos gases,
proveniente desta inflamação, lança a granada para fora do tubo. A granada sai
carregando o cartucho completamente vazio, liberando o tubo para receber uma nova
munição.
É comum verificarmos, principalmente em armamentos com utilização elevada,
que o culote do cartucho de projeção às vezes ficará preso ao percutor ou solto dentro
do tubo, obstruindo-o. Isso acontece quando a ponta do percutor está muito afiada,
enganchando o culote que se solta do cartucho por ocasião da projeção da granada.
Consequentemente, o segundo tiro resultará um incidente que poderá ser sanado
conforme o processo já falado no capítulo I, ou ainda, somando-se a este mesmo
processo, será necessário soltar o percutor antes de realizar os procedimentos de
incidente de tiro, no caso do culote ficar preso nele.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 15

A carga de projeção é classificada da seguinte maneira: carga zero, quando não


há nenhum suplemento, carga 1 quando há um suplemento além do cartucho, carga 2
para dois suplementos e assim, sucessivamente, até a carga 6, com seis suplementos e o
cartucho de projeção.

2.7 Espoletas
A espoleta é responsável por acionar a carga de detonação (carga militar) da
granada. Possuí um dispositivo de segurança que impede seu arrebentamento durante o
transporte e manipulação, seja no interior do tubo, seja na proximidade da boca do tubo.
Elas podem ser de dois tipos: percussão e de tempo. As espoletas de percussão
podem ser ainda, instantâneas ou com retardo. A espoleta instantânea irá causar um
arrebentamento antes da penetração do projétil, ou seja, tão logo este entre em contato
com o alvo. As espoletas de retardo possuem um dispositivo que acionam a carga de
detonação após uma fração de segundo, fazendo com que a granada ainda penetre uma
estrutura antes de explodir. É o caso de abrigos reforçados, por exemplo. A granada irá
penetrar o teto para explodir no interior do abrigo.

2.7.1 Funcionamento Detalhado

Figura 15 – Componentes da Espoleta – Mrt Me Brandt

Após a deflagração da carga de projeção, o percussor e o anel da espoleta se


deslocam, através da inércia, comprimindo suas molas. O anel é mantido recuado, pois
sua parte posterior fica comprimida contra a extremidade do êmbolo. A esfera de
retenção, libertada, escapa-se no espaço anular. Quando cessa a aceleração positiva da
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 16

granada, a mola do percussor leva-o até a sua posição inicial, aflorando-o. Em seguida,
com a diminuição da velocidade do projétil, em virtude da resistência do ar, o porta-
cápsula avança dentro do êmbolo, por inércia, ocupando sua nova posição. As esferas de
segurança, então, atingem seu alojamento, separando-se totalmente uma da outra,
permitindo a passagem do percussor, permitindo que este possa ferir a cápsula de
fulminato. No ponto de impacto, a espoleta funcionará por recalque, com o percussor
separando por completo as esferas de segurança e atingindo a cápsula.
A partir deste momento, existem duas possibilidades. No caso de uma espoleta
instantânea, a granada irá explodir no exato momento de contato com o obstáculo. A
chama produzida pela cápsula de fulminato irá inflamar diretamente o detonador que,
por sua vez, provocará o arrebentamento da granada.
Já no caso de um funcionamento com retardo, o canal de passagem direta que
liga a cápsula ao detonador ficará fechado, através de um ajuste feito na espoleta.
Assim, a chama produzida pela cápsula de fulminato seguirá por um outro canal,
acionando o misto-retardo que, no fim de sua queima (aproximadamente 0,05s),
acionará o detonador.

Figura 16 – Funcionamento Instantâneo e com Retardo


Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 17

2.8 Preparação para o Tiro

Inicialmente, retira-se a granada do seu invólucro. Cada recipiente contém um


tiro completo, com todos os suplementos separados. Geralmente a granada já vem com
a espoleta em sua posição. Caso isso não ocorra, deve-se espoletear a granada, retirando
o rugo de proteção da rosca da ogiva.
Após isso, deve-se colocar a carga de projeção correspondente, posicionando os
suplementos de maneira simétrica. Com uma chave de fenda, regular a espoleta para “I”
ou “R” (instantânea ou retardo). Retira-se o grampo de segurança e, para atirar, basta
introduzir a granada dentro do tubo, com a empenagem para baixo, de forma que o
percutor possa atingir o cartucho de projeção e a cinta de turgência fique alinhada com a
boca do tubo. Quando receber o comando de “FOGO”, deve-se cuidadosamente largar a
granada, sem arremessá-la para baixo ou forçar sua descida. Tão logo a granada deixe a
mão do atirador, este deve se proteger ao lado do morteiro, retirando sua mão da frente
do tubo.

Figura 17 – Guarnição realizando um disparo


Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 18

Morteiro 81mm Brandt


Capítulo III – O Aparelho de Pontaria

Figura 18 – Aparelho de Pontaria

O aparelho de pontaria do Mrt Brandt é rústico, de volume e peso reduzidos,


posicionado à esquerda da armação do bipé, em um entalhe específico. É composto do
mecanismo de pontaria em direção e alcance com seus respectivos níveis de bolha com
reparo, corpo do aparelho e suporte do conjunto. O alinhamento do tubo do morteiro
com a direção geral de tiro (DGT) dar-se-á através do prolongamento da linha de fé
existente na lente do colimador com uma baliza de pontaria, previamente posicionada e
apontada exatamente na DGT, determinada por observação ou levantamento
topográfico.

3.1 Mecanismo de Pontaria em Direção

Este mecanismo é destinado ao registro das derivas. Este aparelho de pontaria é


composto de um prato de derivas, com 32 dentes graduados em centenas de milésimos
e numerados de 0 a 64, apenas com os números pares. Possuí ainda um contra-prato,
móvel, cuja finalidade é registrar a deriva em centenas de milésimos, em conjunto com
o prato. Sobre o contra-prato, observa-se o suporte do colimador, que se move de
acordo com a orientação do contra-prato do aparelho de pontaria. Observa-se ainda um
triângulo entalhado, além de 32 dentes entalhados, que se engrazam nos dentes do prato
das derivas. De forma a complementar o valor registrado da deriva, este mecanismo
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 19

possuí ainda um tambor das derivas, montado sobre o contra-prato. Este tambor possuí
graduações de 2 em 2 milésimos, indo de zero à 200, registrando assim as dezenas e
unidades de milésimos de deriva.
Deste modo, como exemplo, se desejarmos registrar a deriva 1452’’’, deve-se
engrazar o prato e o contra-prato, atuando neste último num movimento para cima, de
puxar, e girá-lo, até que o triângulo (índice) aponte para o número 14. Após isso,
movimenta-se o tambor até que ele registre 52.
Com a prática de manuseio do material, podemos perceber que existem ainda
outras possibilidades de registrar a mesma deriva com diferentes ações sobre o prato,
contra-prato e tambor. Dizer prato 32 e tambor 100, prato 33 tambor 0 ou ainda prato 31
e tambor 200, na prática, nos indicará a mesma direção (3200 + 100 = 3300 + 0 = 3100
+ 200 = 3300’’’).
Uma consequência desta aparente confusão é que, em virtude da própria
limitação do morteiro, em seus mecanismos de direção e movimentação do bipé quando
montado sobre a placa-base, o que se registra no aparelho de pontaria não irá refletir
necessariamente o lançamento ou azimute real para o qual o armamento estará
apontado.
Para garantir o máximo de recurso de utilização do aparelho, sem que haja
qualquer ameaça à segurança de emprego do morteiro, determinou-se que, um morteiro
apontado em uma direção geral qualquer, terá como registro em seu aparelho de
pontaria o valor prato 32 tambor 100, que nada mais é que o meio de ambos os
dispositivos. A partir desta direção geral, o Ch Pç deverá calcular os desvios angulares
da direção geral para as outras concentrações.
Para garantir o perfeito alinhamento do parafuso de direção com o plano
horizontal paralelo ao solo, garantindo assim a precisão necessária para o tiro, este
mecanismo possuí um nível de bolha transversal com reparo, que poderá ser calado
agindo-se simultaneamente na manivela de direção e na manga de chamada do morteiro.
Por último, o colimador, que acompanha os deslocamentos do contra-prato e do
tambor, girando ainda ao redor do eixo perpendicular ao plano de pontaria. No interior
dele, há uma fenda de visada chamada linha de fé e, externamente, duas setas que
indicam a direção correta de visada.

3.2 Mecanismo de Pontaria em Alcance

Este mecanismo tem por finalidade registrar a alça referente ao alcance desejado
para o tiro. É composto do setor das alças com uma graduação de grau em grau (e não
em milésimos), variando de 40° até 90°. O registro da alça é complementado pelo
tambor das alças, graduado de ¼ em ¼ grau. Este tambor é acionado por um botão
serrilhado, que movimenta todo o aparelho, alterando a leitura no setor das alças e no
próprio tambor. Uma volta completa no botão serrilhado do tambor faz com que o
aparelho de pontaria tenha uma variação de 1°, para mais ou para menos, dependendo
do sentido em que se movimentar o tambor. O morteiro, em vigilância (ver capítulo de
Entrada em Posição), permanecerá com a alça 60° registrada.
Semelhante ao mecanismo de pontaria em direção existe um nível de bolha
longitudinal com reparo, destinado a determinar a inclinação do tubo, de acordo com a
alça registrada. Este nível é calado através da atuação da manivela de elevação, do
movimento do bipé para frente ou para a retaguarda ou, ainda, ajustando o munhão
esférico do tubo em um dos outros dois alvéolos da placa-base.
Por último, temos o suporte do conjunto, composto do dispositivo de fixação do
aparelho com uma alavanca de fixação e um retém.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 20

3.3 Sumário de Partes Componentes

Figura 19 –Visão do Aparelho de Pontaria I

Figura 20 –Visão do Aparelho de Pontaria II


Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 21

Figura 21 –Visão do Aparelho de Pontaria III

Figura 22 – Visão do Aparelho de Pontaria IV


Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 22

Figura 23 – Visão do Aparelho de Pontaria V

Figura 24 – Visão do Aparelho de Pontaria VI


Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 23

3.4 Manejo do Aparelho de Pontaria

Para se instalar o aparelho de pontaria no morteiro, deve-se retirá-lo do seu


estojo, introduzir o suporte de fixação no entalhe da armação do bipé, deslizando-o até
que o retém chegue ao seu alojamento e fixe o aparelho de pontaria. É interessante que
se faça uma verificação desta fixação, em virtude do tempo de utilização deste material
já bastante elevado.
Após isso, registra-se o valor 32 no prato, tambor das derivas 100 e alça 60°.
Estes dados sempre serão os utilizados para o morteiro em vigilância (armamento
posicionado em uma direção geral do inimigo, aguardando o levantamento de
concentrações de tiro) – Pt 32 Tb 100 Alça 60. O valor 32 deixará, como já foi
anteriormente citado, o eixo óptico do aparelho paralelo ao eixo de tiro (DGT). Deve-se
ainda atentar para que o colimador esteja com sua seta apontada na DGT. Caso a seta
esteja apagada, basta observar pela lente do colimador se a linha de fé está visível.
O próximo passo será colocar as bolhas dos níveis longitudinal e transversal em
reparo, ou “calar as bolhas”, acionando os mecanismos de elevação, manga de chamada
e, se necessário, os outros já citados.
Para a realização do tiro, o aparelho de pontaria deverá sempre ser retirado do
entalhe da armação, para que seus mecanismos não sejam desregulados.

3.5 Cuidados

Sempre que o aparelho não estiver sendo utilizado, deve-se mantê-lo em um


estojo apropriado, longe das intempéries, de modo a preservá-lo. Durante o seu manejo,
deve-se verificar os limites tanto do tambor das derivas, como do tambor das alças. É
importante que não se tente ultrapassar estes limites, de forma a não estragar o aparelho,
além de ser um ato altamente atentatório à segurança.
Sua manutenção é simples. As partes ópticas devem ser mantidas limpas e secas.
Caso necessário, limpá-las com um pano úmido apenas e, logo em seguida, secar. As
outras partes móveis do aparelho devem ser lubrificadas com óleo fino lubrificante toda
vez que for guardado.
O local apropriado para se acondicionar o aparelho de pontaria é em uma estufa,
para manter a visada do aparelho óptico sempre em condições.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 24

Morteiro 81mm Brandt


Capítulo IV – Entrada em Posição
O Mrt Me é, normalmente empregado, dentro do Pelotão de Cavalaria
Mecanizado. A Peça de Apoio é a fração responsável pelo emprego deste armamento. O
emprego inicial de um morteiro pode ocorrer das seguintes formas:
a) A fração encontra-se estacionada, por um tempo determinado, em uma zona
de reunião, posição de bloqueio, posição de retardamento ou posição defensiva. Sabe-se
a direção do inimigo e as possíveis faixas de infiltração. O contato com o inimigo ainda
não foi estabelecido. Utiliza-se um roteiro de tiro para realização de concentrações,
principalmente em período noturno;
b) A fração encontra-se em movimento, com a direção do inimigo conhecida,
geralmente com a fração de exploradores realizando o reconhecimento do terreno a
frente. Sabe-se das possíveis posições a serem batidas no itinerário. O contato com o
inimigo é informado via rádio, geralmente pelo Grupo de Exploradores;
c) O morteiro já está sendo empregado contra um inimigo, com apoio de
elementos que observam e conduzem o tiro a frente.
Em todos os casos, a peça de apoio receberá uma informação do inimigo, via
rádio ou mensageiro, informando o local a ser batido. Se o pelotão já está estacionado, o
morteiro já estará posicionado. Caso contrário, este processo deverá ser desencadeado
de maneira rápida e enérgica, de forma a garantir com o máximo de presteza o apoio de
fogos indiretos do pelotão.
De forma geral, podemos então resumir o emprego do morteiro da seguinte
maneira: 1) Missão de Tiro (Observador Avançado, Grupo de Exploradores,
Patrulha de Combate do GC, etc) --> 2) Entrada em Posição --> 3) Cálculo dos
dados iniciais de tiro (lançamento, diferença angular, alça) --> 4) Comando Inicial
de Tiro --> 5) Comandos subsequentes para correção do tiro.

4.1 Missão de Tiro


A missão de tiro de morteiro geralmente vem em forma de uma mensagem
inicial, que nada mais é que um pedido de tiro. Esta mensagem contém os elementos
necessários para iniciar o cumprimento desta missão. Geralmente é enviada por um
observador avançado (OA), que será um elemento de artilharia, um caçador ou até
mesmo o elemento do grupo de exploradores.
A mensagem deverá conter os seguintes itens:
(1) Identificação do Observador AQUI ÁGUIA!
(2) Ordem de Alerta MISSÃO DE TIRO / FUMÍGENA!
(3) Lançamento da Linha Observador- DOIS – UNO – ZERO – ZERO
Alvo
(4) Localização do Alvo P Cot 442 Q (52-18)
(5) Natureza do Alvo TROPA!
(6) Tipo de Ajustagem Usado em tiro de seção de morteiro
(7) Tipo de Munição Explosiva (Omitida), Fumígena ou
Iluminativa
(8) Tipo de Espoleta Instantânea (Omitida) ou Retardo
(9) Controle Ajustarei / Eficácia / Não posso
observar
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 25

Nem todos os dados necessariamente serão enviados ao Ch Pç Ap. Dos dados


enviados, alguns serão utilizados apenas no caso de tiros subsequentes, para corrigir os
tiros iniciais. Para o primeiro tiro, extrai-se apenas a localização do alvo, tipo de
munição pedida e espoleta. Lembrando que se estas informações forem omitidas pelo
OA, subentende-se que será uma munição explosiva com espoleta instantânea.
O controle do tiro dependerá do grau de observação do observador. Se esta
informação for um tanto imprecisa, ele dirá “ajustarei”. Caso ele tenha certeza da
posição e também da precisão do tiro, ele dirá “eficácia”. Este segundo caso geralmente
ocorre após as correções iniciais. Caso o alvo esteja encoberto, o observador dirá que
não poderá observar. Este último caso, geralmente ocorre com um inimigo furtivo, onde
sabe-se que ele encontra-se em um determinado itinerário, porém em virtude alguma
massa cobridora, o tiro não poderá ser observado.
A ajustagem do tiro ocorre normalmente quando mais de uma peça atira ao
mesmo tempo. No caso da tropa mecanizada, isto poderá ocorrer das seguintes formas:

a) um esquadrão de cavalaria mecanizado com uma formação por pelotões


provisórios, onde um deles será um pelotão de morteiros.
b) uma seção de morteiro médio, orgânica dos esquadrões de cavalaria
mecanizado isolados.

Os processos de correção e ajustagem do tiro serão vistos de maneira mais


detalhada no capítulo de Observação e Condução do Tiro de Morteiro.

4.2 Sequência das Ações


Passaremos agora para a sequencia das ações para a entrada em posição. Após
receber uma missão de tiro, ou para colocar um morteiro em vigilância para confecção
de um roteiro, deve-se seguir os seguintes procedimentos:
1) Cravar a baliza da placa-base, de forma a definir onde ela será posicionada no
terreno;
2) Partindo da baliza da placa-base, utilizando uma bússola, orientar a colocação
da baliza de pontaria;
3) Fixar a placa-base no terreno;
4) Retirar a baliza da placa-base;
5) Armar o morteiro;
6) Executar a pontaria do morteiro, segundo a baliza de pontaria.

4.2.1 Colocação das Balizas


A baliza da placa-base definirá o local exato da posição de tiro. A linha
imaginária que liga esta baliza à baliza de pontaria será a Direção Geral de Tiro (DGT).
Estas balizas devem estar posicionadas a aproximadamente 25m uma da outra. É
importante que esta distância não sofra uma variação maior que 2m, de forma a não
prejudicar a pontaria do morteiro. A baliza deverá ser fincada ao solo, de maneira a
deixá-la firme e perpendicular. No caso de preparação de posição de tiro noturna,
deverá ser posicionado um dispositivo de iluminação na baliza de pontaria (geralmente
um cyalumen). Deve-se ainda ter o cuidado de limpar a vegetação em torno da baliza de
pontaria, de forma a não atrapalhar a visada do aparelho de pontaria.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 26

4.2.2 Fixação da Placa-Base


Para posicioná-la corretamente, deve-se colocar o bordo anterior da placa-base
encostado na baliza, perpendicular à direção de tiro. O prolongamento imaginário da
nervura guia esquerda da placa-base deverá tangenciar o bordo esquerdo da baliza.

Figura 25 –Posição da Placa-Base em relação à baliza

Após definir o local exato da placa-base, deve-se, com auxílio de uma picareta,
demarcar o contorno dela no solo. Retira-se a placa-base, sem retirar a baliza, e cava-
se o buraco para fixá-la, com aproximadamente 10cm de profundidade. Este buraco
deve ser feito de forma a deixar a placa-base com uma leve inclinação, que não deverá
ultrapassar 45°. Pode-se colocar alguns sacos de areia nas laterais da placa-base, de
forma a aumentar sua fixação ao solo. Após posicionar a placa-base e verificar o correto
alinhamento da ranhura, baliza da placa-base e baliza de pontaria, a baliza da placa
poderá ser retirada.

4.2.3 Colocação do Tubo


O próximo passo será encaixar o munhão esférico do tubo no alvéolo central da
placa-base e dar ¼ de volta (90°) para que este fique travado no alvéolo. Para verificar,
basta puxá-lo para cima e verificar se está bem preso e solidário à placa-base. Esta ação
é importante: caso o tubo não esteja corretamente preso no alvéolo, o tubo será
energicamente deslocado para trás durante a execução do tiro, em virtude do grande
deslocamento de gases que ocorre na deflagração da carga propelente da granada.

4.2.4 Colocação do Bipé


Primeiramente, sem abrir as pernas do bipé, posicione-o a frente da placa-base, a
uma distância entre 70 e 100cm, com a perna direita alinhada com o bordo lateral direito
da placa-base. Feito isso, abre-se as pernas do bipé, tomando o devido cuidado para que
esta abertura não seja maior que o bordo anterior da placa-base e para que as sapatas
fiquem paralelas à este bordo. Fixe as sapatas no solo e abaixe por completo o parafuso
de elevação. Abra a braçadeira do bipé e posicione o tubo, de forma que esta fique sobre
a diretriz do tubo (a aproximadamente 30cm da boca do tubo).

4.2.5 Centralização dos Mecanismos


Para centralizar o parafuso de elevação (que estará totalmente abaixado), deve-se
subir 23 voltas, agindo na manivela de elevação. O parafuso de direção deve ser
centralizado de maneira análoga, porém com 6 (seis) voltas. Por último, deve-se
centralizar o tubo guia e a manga de chamada. Para isto, solte a porca de trancamento do
bipé (se necessário, utilizar uma chave de boca específica). Após isso, o tubo-guia
poderá ser movimentado sem que isso cause uma variação transversal no bipé. Depois,
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 27

gire a manga de chamada até que suas extremidades apresentem o mesmo afastamento
da parte superior da perna e do suporte do gancho da corrente.

Figura 26 –Posição da Placa-Base em relação à baliza

4.2.6 Pontaria e Colocação das Bolhas em Reparo


Registra-se no aparelho de pontaria Pt 32 Tb 100 Alça 60 e encaixe-o no entalhe
da armação do bipé. Após isso, observando através da linha de fé do colimador, deve-se
levar o prolongamento superior desta fenda até a baliza, movendo as pernas do bipé. Se
os passos anteriores foram feitos de maneira cuidadosa, verifica-se que não será
necessário um movimento muito grande do bipé.

Baliza

Figura 27 – Observação da Baliza através do Colimador


Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 28

Perceba que, diferente de alguns aparelhos mais modernos, o atirador do


morteiro não deverá tentar observar a baliza através da fenda do colimador. Esta deverá
apenas ser usada para buscar o alinhamento do colimador com a baliza.
A partir de agora, procederemos com um trabalho de colocação dos níveis em
reparo e alinhamento da linha de fé com a baliza. Inicialmente, agindo na manivela de
direção, gira-se o parafuso até que o nível longitudinal fique com a bolha centralizada,
em seu reparo. Após isso, solte a porca de trancamento e, movendo inicialmente no
tubo-guia, coloque o nível transversal em reparo. Aperte novamente a porca e observe o
colimador. Provavelmente a linha de fé não estará alinhada com a baliza. Mova mais
uma vez a sapata esquerda do bipé até obter este alinhamento. Após isso, crave as
sapatas, buscando fazê-lo de modo a manter a linha de fé o mais próxima da baliza.
Verifique o nível longitudinal novamente, e, desta vez agindo simultaneamente na
manga de chamada e na manivela de direção, coloque o nível transversal em reparo.
Este processo final é trabalhoso em virtude do pequeno recurso do parafuso de
direção e da manga de chamada. Por isso deve-se buscar esgotar todos os recursos
anteriores à estes para obter o resultado esperado. Quando o morteiro estiver com sua
linha de fé apontada para a baliza de pontaria e os níveis em reparo, ele estará pronto
para executar disparos na direção dada.
Caso verifique que o bipé está demasiadamente desalinhado com a placa-base,
talvez seja necessário rever algum dos processos anteriores (fixação da placa-base e
bipé). É importante que cada um dos passos descritos neste item sejam seguidos com
extremada meticulosidade e velocidade.

4.3 Preparação dos Dados Iniciais de Tiro


Os dados iniciais de tiro (direção e alcance) serão determinados através dos
dados informados pela missão de tiro ou pelo roteiro de tiro. Deve ser rápida e simples.
Geralmente, a posição do morteiro será conhecida ou poderá ser rapidamente
levantada através de carta ou GPS. A posição inimiga, como vimos no início do
capítulo, será passada na missão de tiro ou então será levantada através de estudo na
carta ou observação do terreno.
A direção geral do tiro estará no prolongamento da nervura guia esquerda da
placa-base, baliza da placa-base (que será retirada) e baliza de pontaria. Esta direção
será obtida com uso da bússola.

EM BRANCO
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 29

Exemplo de obtenção da Direção Inicial:


– Pos Mrt localizada na R P Cot 405 Pista Andrade Neves Q(5618)
– Pos Ini localizada na R P Cot 442 Morro do Carrapicho Q(5818)

Figura 28 – Carta Resende 1:25000

Neste exemplo, o lançamento morteiro – inimigo será de 80°, calculado na carta


com uso de um transferidor. Para obtermos o azimute magnético, neste caso, deve-se
somar ao lançamento o ângulo QM, que para a Carta-Resende no ano de 2014 é de
aproximadamente 22°, obtendo desta forma 102°. Assim, o morteiro estará apontado no
azimute 102°, com o aparelho de pontaria registrando Pt 32 Tb 100.
O próximo passo será obter o alcance (distância) entre o morteiro e o alvo. Esta
obtenção poderá ser através de uma avaliação pela vista, instrumentos ópticos como o
telêmetro, cartas, fotografias aéreas ou utilizando-se um binóculo em conjunto com
dados médios de planejamento e a fórmula do milésimo. Deve-se sempre buscar usar o
método mais preciso e eficaz. Tomaremos como exemplo a utilização da carta.
A carta topográfica dará, primeiramente, uma distância linear. Porém, poderá
existir uma diferença de alturas entre o morteiro e o alvo a ser batido. Esta diferença é
chamada de sítio topográfico, que nada mais é que o desnível entre o plano do morteiro
e o plano do alvo.
Para o tiro do morteiro Brandt, utilizaremos um método expedito de cálculo de
correção para a diferença de altura. Toma-se por base o plano onde o morteiro está
posicionado. Caso o alvo esteja num plano superior, soma-se a metade do desnível
calculado. Caso contrário, deve-se subtrair esta diferença.

EM BRANCO
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 30

Exemplo de obtenção do Alcance Inicial pela diferença de alturas:


– Pos Mrt localizada na R P Cot 446 Morro do Carrapicho Q(5818)
– Pos Ini localizada na R P Cot 476 Morro Pontudo Q(5719)

Figura 29 – Carta Resende 1:25000

Neste caso, a distância linear deste exemplo é de 1250m. Verifica-se que peça
está em uma posição mais baixa que o nosso alvo. Assim, deve-se somar a metade da
diferença de alturas que, neste caso, será de (476 – 446) ÷ 2 = 30 ÷ 2 = 15m. Assim,
nossa distância total será de 1265m. A partir daí, procura-se na tabela do morteiro a alça
relativa a este alcance.

Figura 30 – Extrato da Tabela de Tiro do Mrt 81mm Brandt

Após obter o alcance real para o disparo, o chefe da peça realizará o estudo da
carga a ser usada no tiro. Esta carga deverá permitir uma futura correção do tiro,
devendo para isto ter uma variação de alcance, sem mudança de carga, para mais e para
menos, de 100m no caso da distância ser inferior a 1000m e de 200m no caso de
distância superior. Caso haja mais de uma carga na tabela que permita esta variação,
deve-se optar pela menor carga, desde que não haja risco de encristamento do tiro (o tiro
atingir uma massa cobridora antes do alvo). Neste exemplo, caso não haja este risco,
pode-se escolher a alça 68 ¼ com carga 2.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 31

Figura 31 – Encristamento do Tiro e Posição Desenfiada para o Mrt

Selecionada a carga, registra-se no aparelho de pontaria a alça correspondente e,


agindo na manivela de elevação, deve-se colocar o nível longitudinal em seu reparo.

4.4 Emissão do Comando Inicial de Tiro

O Comando Inicial de Tiro é uma mensagem organizada, passada pelo Ch Pç Ap


aos seus integrantes. A cada informação passada, o responsável ou maior interessado
coteja essa informação (por exemplo: ao emitir o tipo de granada a ser usado, quem
deverá cotejar ou repetir a mensagem serão os municiadores).
Antes de explicitar cada uma das mensagens, cabe destacar a organização típica
de uma fração de morteiro médio, no caso da cavalaria, a Peça de Apoio do Pel C Mec.
Esta peça é comandada por um 3º Sgt, que será o responsável por realizar o cálculo dos
dados iniciais e emitir o comando de tiro. Há ainda um cabo atirador, responsável por
manejar o aparelho de pontaria, um soldado auxiliar do atirador e ainda dois soldados
municiadores, responsáveis por preparar e entregar a munição a ser empregada.
O comando de tiro segue uma ordem lógica, devendo ser emitido de maneira
clara, com os números falados algarismo por algarismo.

1. Peças que seguem o comando


2. Tipo de granada e espoleta
3. Deriva
4. Ponto de pontaria
5. Peças que atiram
6. Processo de tiro
7. Controle
8. Carga
9. Tempo / Alcance
10. Alça
11. Execução
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 32

4.4.1 Peças que seguem o comando


Este é um primeiro sinal de alerta, que avisará à(s) guarnição(ões) de Mrt para
que estas se preparem para receber uma missão de tiro, além de designar quais peças
seguirão o comando (no caso de um tiro de seção ou de Pel Prov). No Pel C Mec, este
comando servirá apenas como alerta para os elementos da Pç Ap.

4.4.2 Tipo de granada e espoleta


Quando a espoleta for do tipo instantânea, este comando será omitido. Se a
granada for do tipo explosiva leve, basta anunciar apenas que a granada é explosiva.

4.4.3 Deriva
A deriva será anunciada da forma como será registrada no aparelho de pontaria,
e não o lançamento real do alvo inimigo. Geralmente, será anunciado o Prato 32
Tambor 100. No caso do emprego de várias balizas de pontaria complementares,
poderão ocorrer variações (Prato 32 Tambor 200, Prato 34 Tambor 100...)

4.4.4 Ponto de Pontaria


Geralmente, o ponto de pontaria será uma das balizas de pontaria cravadas à
frente do morteiro. Caso não haja esta possibilidade, pode-se utilizar pontos nítidos
como postes, árvores, etc.

4.4.5 Peças que Atiram


Por meio deste elemento, são designadas as peças que irão atirar. No caso do Pel
C Mec, esta informação é omitida.

4.4.6 Processo de Tiro


Esta informação é usada apenas no caso do tiro de seção ou pelotão. O tiro
poderá ser de rajada, quando se demanda rapidez na execução; de salva, onde ocorre um
intervalo entre as peças de alguns segundos; contínuo, quando há necessidade de um
grande volume de fogos, interrompido apenas com o comando de “Cessar Fogo”; tiro
sobre zona, onde a alça sofre uma variação gradual a cada tiro, de forma a alongar os
tiros durante a concentração e; tiro ceifante, semelhante ao tiro sobre zona, porém com
variação na direção.

4.4.7 Controle e Execução


Quando o chefe da peça desejar que uma ou mais peças não atirem tão logo
estejam prontas, é emitido a mensagem “AO MEU COMANDO”. Quando recebido da
peça a mensagem de “PEÇA PRONTA”, ele emite o comando de “PEÇA, FOGO!”.

4.4.8 Carga, Tempo e Alça


A informação do tempo será omitida, caso a espoleta utilizada não seja de
tempo. Todos estes dados serão calculados pelo sargento chefe de peça. A carga e a alça
sempre serão informadas, mesmo que em tiros subsequentes não ocorra nenhuma
correção nelas. Isso visa redobrar a atenção para que o tiro, que é indireto e
naturalmente mais impreciso, não caia em local não desejado.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 33

4.5 Exemplo de Missão de Tiro Completa sem correção do tiro


PEÇA, AQUI ÁGUIA!
MISSÃO DE TIRO!
ZERO-OITO-CINCO-ZERO!
P COT 360 QUADRÍCULA MEIA-OITO QUATRO-DOIS!
AJUSTAREI!

(Ch Pç Ap recebe a missão e inicia seus cálculos)

PEÇA ATENÇÃO!
EXPLOSIVA!
PRATO TRÊS-DOIS TAMBOR UNO-ZERO-ZERO!
BALIZA DE VIGILÂNCIA!
AO MEU COMANDO!
CARGA DOIS!
ALÇA MEIA-CINCO-UNO-QUARTO!
(aguarda o pronto da peça)
FOGO!
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 34

Morteiro 81mm Brandt


Capítulo V – Observação e Condução do Tiro de Morteiro

Em uma missão de tiro, o Chefe da Peça de Apoio necessita saber, de maneira


precisa, como seus tiros estão incidindo sobre o alvo. O morteiro, pela sua característica
de tiro indireto, sofre influência de elementos externos, como o vento, por exemplo.
Deste modo, por mais preciso que tenha sido o cálculo para a realização do tiro,
normalmente ele apresentará uma pequena diferença, para a esquerda, direita, curto ou
longo, abaixo ou acima, que deverá ser corrigida para que seja comandada uma eficácia.
Esta correção dificilmente poderá ser feita pelo próprio chefe da peça, já que uma boa
posição de morteiro geralmente é desenfiada, protegida por uma massa cobridora.
Assim, cresce de importância a figura do Observador Avançado (OA), que no
Pel C Mec geralmente será um elemento do Grupo de Exploradores. Este OA pode,
ainda, ser um caçador ou um elemento de artilharia em apoio direto.

Figura 32 – Observador Avançado

Este militar deve possuir um conhecimento de topografia de campanha, deve


saber empregar equipamentos ópticos, ter uma boa noção de avaliação de distâncias e
conhecer as capacidades e limitações do armamento para o qual ele prestará
informações, que no caso é o Mrt Me.

5.1 Posto de Observação


Existem alguns requisitos que devem ser observados na escolha de um Posto de
Observação (P Obs), quais sejam:
 Amplitude de observação
 Cobertura e desenfiamento
 Facilidade e espaço para instalação e manutenção dos meios de comunicação
 Afastamento de pontos notáveis no terreno
 Necessidade de coordenação com outros elementos

Ainda, deve-se ter em mãos materiais que permitam uma observação precisa e clara,
tais como cartas topográficas, esquadro de locação (Esq Loc), escalímetro e transferidor,
goniômetro bússola (GB), binóculos, binocular, telêmetro laser, equipamento de visão
noturna, GPS e bússola.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 35

A partir deste posto de observação, o OA deve estar em condições de levantar alvos


compensadores para o tiro de morteiro. São eles:
 Tropa abrigada
 Metralhadoras, especialmente em abrigos cobertos
 Espaldões reforçados
 Colunas de viaturas e de carros de combate
 Estacionamento de viaturas
 Áreas de reunião
 Pontos de suprimento
 Artilharia, morteiros, petrechos pesados

5.2 Regras de Observação


Durante a observação dos tiros, o OA deverá estar atento às seguintes regras:
 Só considerar a observação se o arrebentamento for visível.
 Observar o primeiro tiro a olho nu
 Permanecer com o binóculo sempre em condições de ser utilizado
 Não cansar os olhos – cada tiro possuí um tempo de trajetória de voo
 Observar rapidamente, antes que a fumaça do arrebentamento se disspe
 Nunca utilizar o instrumento duas vezes para observar o mesmo tiro
 Materializar a linha de observação (LO) no terreno
 Lembrar que o primeiro tiro (peça fria) é sempre duvidoso – a placa-base do morteiro
irá se movimentar até a completa fixação no solo, depois de 2 ou 3 tiros, variando
principalmente o alcance inicial.
 Estar sempre seguro quanto à direção do vento: vento perpendicular à LO facilita a
observação em alcance; vento oblíquo ou coincidente – no sentido OA-Alvo facilita a
observação de tiros curtos e no sentido Alvo-OA facilita a observação de tiros longos,
ambos pela visada da fumaça do arrebentamento
 Estudar minuciosamente o terreno, realizando um giro do horizonte

5.2 Atuação do Observador Avançado

No tiro de morteiro, o OA fará todas as correções em relação à linha de observação


(LO). Caberá ao chefe da peça transformar estas informações em dados que se adequem à linha
de tiro (LT).

Figura 33 – LO e LT
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 36

Percebam que, no exemplo da figura 30, em relação ao OA, o tiro está caindo à
esquerda da elevação, enquanto em relação à peça, o tiro está caindo longo da mesma
cota. Esta diferença de referências é que deverá ser ajustada pelo chefe da peça, e não
pelo observador. A LO será informada na missão de tiro emitida, ou já será previamente
conhecida. O observador deverá sempre passar sua correção da seguinte maneira:
alongue ou encurte para correções em alcance, direita ou esquerda para correções em
direção, todas seguidas de um valor em metros, com três algarismos. Exemplo: alongue
uno-zero-zero, esquerda zero-cinco-zero. Todas estas correções deverão ser feitas
considerando o centro do arrebentamento (quando ocorrer mais de um tiro, deverá ser o
centro dos dois arrebentamentos). Caso seja necessário apenas a correção em alcance ou
direção, deve-se reforçar que uma delas foi boa. Exemplo: encurte dois-zero-zero, repita
direção.
Com relação à visada do arrebentamento, existem algumas hipóteses:
1) Arrebentamento visível, porém fora do alvo, passível de correção;
2) Não observado, observa-se a fumaça do arrebentamento, mas não há certeza de
sua localização
3) Não visto, nenhum indício do tiro é visto
4) NA (no alvo) – geralmente precede um pedido de eficácia da peça

5.3 Técnica de Observação


Para utilizar o binóculo, o observador deverá saber a sua distância até o alvo e
ter conhecimento de como empregar a fórmula do milésimo (apenas se o desvio angular
for menor que 600’’’. Caso contrário, utilizar o fator-seno “f”: F = f x D).

Figura 34 – Fórmula do Milésimo

Figura 35 – Fator seno


Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 37

Figura 36 – Observação pelo binóculo

No exemplo da figura 32, vemos que o observador viu que, do seu P Obs, o tiro
caiu 50m à direita do alvo. Neste caso, a informação que ele passará para o chefe da
peça será esquerda zero-cinco-zero. As correções são sempre passadas com
aproximação de 10 em 10 metros.
Caso seja necessário, há ainda um processo para observação, que deve ser usado
apenas em último caso ou para ratificar uma observação.

Figura 37 – Método Expedito de observação

EM BRANCO
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 38

5.4 Emprego do Corretor de Posição


O corretor de posição (C Pos) é um instrumento a ser utilizado pelo chefe da
peça para transformar a informação passada pelo observador de forma a aplicá-la na
peça de morteiro. É um disco quadriculado, em escala de 1:2000, com cada quadrado
equivalendo a 50m no terreno, que gira sobre seu centro. Possuí uma linha-mestra, em
vermelho, que indica a direção de observação (seja do observador, seja da peça), uma
linha preta que segue o movimento de giro do C Pos, e uma coroa graduada de 0 a 64
(em milésimos).

Figura 38 – Corretor de Posição

Para se empregar o C Pos, deve-se seguir esta sequencia de ações:


1) Identificar o valor na coroa relativo ao lançamento peça-alvo
2) Girar o C Pos até que este valor coincida com a linha mestra, desenhando um
triângulo cheio para marcar a posição.
3) Identificar o valor na coroa relativo ao lançamento observador-alvo
4) Girar o C Pos até que este valor coincida com a linha mestra, desenhando um
triângulo vazio para marcar a posição
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 39

5) Considerando que o alvo estará no centro do C Pos, com a direção de observação


no sentido da seta desenhada no C Pos, fazer a marcação de acordo com a
correção passada

Figura 39 – Emprego do C Pos (Fora de Escala)

6) Feito isso, gire o C Pos novamente, de forma a alinhar a LT com a linha mestra.
Verifique a leitura da correção real do tiro.

Figura 40 – Correção Transposta para LT (Fora de Escala)

5.4 Determinação da Nova Alça e Nova Deriva


Para a determinação da nova alça, basta somar ou subtrair a correção em alcance
realizada e fazer uma nova leitura da tabela de tiro do morteiro, atentando para possíveis
diferenças de altura. A deriva será determinada através da fórmula do milésimo.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 40

Exemplo:
Considere uma peça posicionada a 2000m de uma coluna de blindados. Após a
realização do primeiro tiro, o OA enviou uma correção. Prontamente, o chefe da peça
lançou no C Pos e verificou que deveria encurtar 100m o tiro e deslocá-lo 200m à
esquerda. O morteiro estava apontado na baliza de vigilância, registrando a deriva de Pt
32 Tb 100. A alça inicialmente calculada foi de 63º para um tiro com carga 3.

Figura 41 – Ilustração do Exemplo

Para o cálculo da nova alça, verificaremos a alça para atirar a 1900m (encurtar
100m), com a mesma carga 3, na tabela de tiro. Lembre-se que esta correção deverá
permitir uma variação de 100m para mais ou para menos (distância menor que 2000m).
Assim, verifica-se que a nova alça será 65º. Perceba que: quando se aumenta a alça,
aumentamos a elevação do tubo e, consequentemente, o tiro cairá mais curto.
Passamos agora ao cálculo da nova deriva. Como foi visto no capítulo III –
Aparelho de Pontaria, o Mrt Brandt não trabalha com a deriva real, apenas com
deslocamentos angulares. Para isso, calcula-se o valor do ângulo “n”, relativo à correção
passada pelo observador. Com a fórmula do milésimo (n = F/D), onde n é um valor em
milésimos, F um valor em metros e D em quilômetros, n = 200/2 = 100’’’. Isso quer
dizer que o tiro está caindo 100’’’ à direita do alvo, em relação à Peça de Morteiro.
Qual valor então deverá ser registrado no aparelho de pontaria? Para este mister,
usa-se a seguinte regra: EADD – esquerda aumenta, direita diminuí. Como o tiro caiu à
direita, e queremos que ele caia para a esquerda, nós iremos aumentar 100’’’ no registro
do aparelho de pontaria. Assim, a nova leitura será: Pt 32 Tb 200.
Ao realizar ambas as ações (nova alça e nova deriva), verifica-se que os níveis
não estarão em reparo e a visada do colimador não estará na baliza de pontaria. Ainda,
corroborando com a regra EADD, percebe-se que o aparelho de pontaria estará
apontando para a direita da baliza, enquanto o tubo estará apontando para a direção do
primeiro tiro.
Para preparar um novo disparo, já corrigido, ajustam-se os mecanismos, de
forma a colocar os níveis em reparo e levar o colimador para a baliza. Ao mover o
mecanismo de direção e manga de chamada, percebe-se que todo o morteiro se moverá
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 41

para a esquerda. Quando a baliza estiver na visada do aparelho de pontaria, o tubo terá
se deslocado 100’’’ para a esquerda. Níveis em reparo, pontaria na baliza, o morteiro
estará pronto para o disparo.

5.5 Comandos Subsequentes


O comando subsequente de tiro deverá conter apenas os dados da mensagem
inicial que foram modificados, exceto a alça e a carga, que sempre serão transmitidas.
Caso não ocorra alteração na alça e na carga, emite-se o comando “REPITA ALÇA
E/OU CARGA”.
Todo o processo exemplificado no item 5.4 (ajuste de alças, derivas e níveis)
deverá ser executado pela peça após a emissão do comando subsequente.

Exemplo:
PRIMEIRA PEÇA ATENÇÃO!
DERIVA! PRATO TRÊS-DOIS TAMBOR DOIS-ZERO-ZERO!
REPITA ALÇA!
REPITA CARGA!
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 42

Morteiro 81mm Brandt


Capítulo VI – Roteiro de Tiro

Figura 42 – Roteiro de Tiro de Mrt – Pel C Mec

O roteiro de tiro é um documento a ser produzido pelo Ch Pç Ap em áreas de


reunião (Z Reu, P Bloq, por exemplo) com a finalidade de levantar alvos
compensadores para o tiro do morteiro. Este documento deverá ser feito com presteza,
de forma que o Cmt Pel possa confeccionar o plano de fogos do Pel, com base nos
roteiros do armamento coletivo do Pel.
Caso o chefe da peça verifique a necessidade de ocupar mais de uma posição de
tiro (posições suplementares e de muda), novos roteiros para cada posição deverão ser
confeccionados.
No verso deste documento, o Ch Pç deverá desenhar um croqui da sua zona de
ação, com a localização e identificação dos alvos, principais acidentes do terreno e o
nome das concentrações.

6.1 Balizas Suplementares


O recurso disponibilizado pelo mecanismo de direção do Mrt Brandt é bastante
limitado. Com o morteiro apontado para uma baliza qualquer, haverá apenas a
possibilidade de ajuste de 100’’’ para cada um dos lados.
Desta forma, para aumentar a frente do armamento, utilizam-se balizas
suplementares à baliza de vigilância: baliza centro-esquerda, esquerda, centro-direita,
direita. Caso haja necessidade de uma maior frente, deve-se prever posições
suplementares, pois se posicionarmos o morteiro além dos 100’’’ à esquerda e à direita
das balizas mais externas, o morteiro ficará com o bipé muito deslocado para os lados, o
que atentará contra a segurança da guarnição (risco do munhão escapar do alvéolo
durante o tiro).
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 43

Estas balizas permitem que o Mrt seja manejado mais rapidamente, sem a
necessidade de alteração no prato de derivas do aparelho de pontaria.

Figura 43 – Ilustração do Exemplo

Para instalar estas balizas, o aparelho de pontaria sofrerá algumas alterações em


seu registro, porém nenhuma mudança será feita na direção geral do morteiro, ou seja, o
tubo permanecerá apontado na direção da baliza de vigilância (BV). O atirador irá
operar o aparelho de pontaria, de acordo com os exemplos abaixo, enquanto o seu
auxiliar irá cravar as balizas à frente.

 Baliza Centro-Esquerda (BCE): registre Pt 32 Tb 0. O colimador do Ap Pont irá


se deslocar para a esquerda da BV.
 Baliza Centro-Direita (BCD): registre Pt 32 Tb 200. O colimador do Ap Pont irá
se deslocar para a direita da BV.
 Baliza Esquerda: registre Pt 30 Tb 100. O colimador do Ap Pont irá se deslocar
para a esquerda da BCE.
 Baliza Direita: registre Pt 34 Tb 100. O colimador do Ap Pont irá se deslocar
para a direita da BCD.

Grosso modo, se considerarmos que a baliza de vigilância está apontada


exatamente para o lançamento 3300’’’, podemos perceber que a BCE estará apontada
para o lançamento 3200’’’ e a baliza esquerda para o Lç 3100’’’ (Pt 32 Tb 100 = 3200 +
100 = 3300, e assim por diante). Do mesmo modo, a BCD estaria apontando para o Lç
3400’’’ e a BD para o Lç 3500’’’.
Assim, passamos de 200’’’ com apenas a BV para até 600’’’ de frente com as
balizas suplementares. Numa posição a 1000m, o morteiro é capaz de bater uma frente
de até 600m.
Após cravar as balizas, registra-se Pt 32 Tb 100 novamente e, sem alterar esta
leitura, movimenta-se o bipé do Mrt até que o colimador fique alinhado com a baliza
visada. Crava-se uma estaca para marcar a posição da sapata no solo, identificando-a,
para facilitar a rápida mudança de baliza de pontaria.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 44

6.2 Locação de Pontos

A locação de pontos no roteiro de tiro de uma posição de morteiro deverá


considerar o deslocamento angular deste ponto a ser batido até a linha imaginária
(lançamento) de uma das balizas cravadas.

Exemplo:
Suponha que a baliza de vigilância esteja apontada para o Lç 1100’’’. Assim, a
BCE estará no Lç 1000’’’, a BE no 900’’’, a BCD no 1200’’’ e a BD no 1300’’’. Após
estudar a carta, o Ch Pç verificou uma passagem de vau à 1500m da posição de Mrt, no
Lç 1040’’’. Perceba que este alvo está 60’’’ à esquerda da BV ou à 40’’’ à direita da
BCE. Ambas as leituras estão corretas. Assim, o Ch Pç poderá registrar o alvo no
roteiro de dois modos:

Alvo Descrição Alcance Az M ou Lç Deriva Ponto de Pontaria


01 Psg Vau 1500m 1040’’’ Pt 32 Tb 160 BV
ou
01 Psg Vau 1500m 1040’’’ Pt 32 Tb 60 BCE

Deste exemplo podemos observar o seguinte:


 A deriva base sempre será Pt 32 Tb 100, independente da baliza, por ser este o
registro centralizado do aparelho de pontaria.
 Para verificar o deslocamento angular, usaremos a regra EADD (esquerda
aumenta, direita diminuí). No primeiro caso, o registro Pt 32 Tb 160 fará com
que o Ap Pont aponte 60’’’ à direita da BV. Para que o colimador volte a
apontar para a BV, move-se o mecanismo de direção. Assim, o tubo se
movimentará 60’’’ para a esquerda e o Ap Pont voltará para sua visada na BV.
Coloca-se, então, o nível transversal em reparo e o Mrt estará pronto para
realizar um disparo neste alvo.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 45

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Comando de Operações Terrestres.


Caderno de Instrução CI 6-135/1: Condução do Tiro de Artilharia pelo
Combatente de Qualquer Arma. EGGCF, sem data.

___________ Caderno de Instrução CI 2-36/1: O Pelotão de Cavalaria


Mecanizado. 1. Ed, EGGCF, 2006.

___________ Estado-Maior do Exército. Instruções Provisórias IP 23-90: Morteiro


81mm Royal Ordinance. 1. ed. EGGCF, 2000.

BRASIL. Ministério do Exército. Estado-Maior do Exército. Manual de Campanha


Básico – Armamento C 23-90: O Morteiro de 81mm. 1. vol. EGGCF, 1975.

UNITED STATES OF AMERICA. War Department. Armored Force Field Manual


FM 17-27: 81mm Mortar Squad and Platoon. USA Government Printing Office,
Washington, 1942.
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 46

ANEXO A
Modelo de Roteiro de Tiro de Mrt Me
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 47

ANEXO B
Extrato do Pladis TM VI 2º Ano C Cav
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 48
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 49

ANEXO C
Tabela de Tiro do Mrt 81mm Brandt

Granada AE Leve e Exc

ALÇAS
Alcance em
CARGAS
metros
0 1 2 3 4 5 6
200 77 ½ 84 ¾ 86 ¾ 87 ¾
225 76 84 86 ¼ 87 ¼
250 74 ½ 83 ½ 86 87
275 72 ½ 82 ¾ 85 ½ 86 ¾
300 70 ¼ 82 85 ¼ 86 ½ 87 ¼
325 68 ¼ 81 ¼ 84 ¾ 86 87
350 66 ½ 80 ¾ 84 ½ 85 ¾ 86 ¾
375 64 80 84 85 ½ 86 ½
400 61 ¾ 79 ¼ 83 ¾ 85 ¼ 86 ¼ 86 ¾
425 58 ¼ 78 ½ 83 ¼ 85 86 86 ½
450 54 ¾ 78 82 ¾ 84 ¾ 85 ¾ 86 ½
475 77 ¼ 82 ¼ 84 ¼ 85 ½ 86 ¼
500 76 ½ 82 84 85 ¼ 86 86 ½
525 75 ¾ 81 ¾ 83 ¾ 85 85 ¾ 86 ¼
550 75 ¼ 81 ½ 83 ½ 84 ¾ 85 ½ 86
575 74 ½ 71 83 ¼ 84½ 85 ¼ 85 ¾
600 74 80 ½ 83 84 ¼ 85 ¼ 85 ¾
625 73 80 82 ½ 84 85 85 ½
650 72 ¼ 79 ¾ 82 ¼ 83 ¾ 84 ¾ 85 ¼
675 71 ½ 79 ¼ 82 83 ½ 84 ½ 85
700 71 79 81 ¾ 83 ¼ 84 ½ 85
725 70 78 ½ 81 ½ 83 84 ¼ 84 ¾
750 69 ¼ 78 ¼ 81 ¼ 83 84 84 ¾
775 68 77 ½ 80 ¾ 82 ½ 83 ¾ 84 ½
800 67 77 80 ¼ 82 ¼ 83 ½ 84 ¼
825 66 76 ½ 80 82 83 ¼ 84
850 65 ¼ 76 ¼ 79 ¾ 82 83 ¼ 84
875 64 ¼ 75 ¾ 79 ½ 81 ¾ 83 83 ¾
900 63 ¼ 75 ½ 79 ¼ 81 ½ 82 ¾ 83 ½
925 62 ½ 75 79 81 ¼ 82 ½ 83 ¼
950 61 ½ 74 ¾ 78 ¾ 81 82 ¼ 83 ¼
975 59 ¾ 74 78 ¼ 80 ¾ 82 83
1000 58 73 ½ 78 80 ½ 82 83
1025 56 ¼ 73 77 ½ 80 ¼ 81 ¾ 82 ¾
1050 54 ½ 72 ¾ 77 ¼ 80 81 ½ 82 ½
1075 52 ¼ 72 ¼ 77 79 ¾ 81 ¼ 82 ¼
1100 50 71 ¾ 76 ¾ 79 ½ 81 ¼ 82 ¼
1125 45 71 ¼ 76 ½ 79 ¼ 81 82
1150 70 ¾ 76 ¼ 79 80 ¾ 81 ¾
1175 70 ¼ 75 ¾ 78 ¾ 80 ½ 81 ½
1200 70 75 ½ 78 ½ 80 ¼ 81 ½
1225 69 ¼ 75 78 ¼ 80 81 ¼
1250 68 ¾ 74 ¾ 78 79 ¾ 81
1275 68 ¼ 74 ¼ 77 ½ 79 ½ 80 ¾
1300 67 ¾ 74 ¼ 77 ¼ 79 ½ 80 ½
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 50

1325 67 73 ¾ 77 79 ¼ 80 ¼
1350 66 ½ 73 ½ 76 ¾ 79 80 ¼
1375 66 73 76 ¼ 78 ¾ 80
1400 65 ½ 72 ¾ 76 ¼ 78 ½ 80
1425 64 ¾ 72 ¼ 76 78 ¼ 79 ¾
1450 64 ¾ 72 75 ¾ 78 ¼ 79 ½
1475 63 ½ 71 ½ 75 ½ 78 79 ¼
1500 63 71 ¼ 75 ¼ 77 ¾ 79 ¼
1525 62 ¼ 71 75 77 ½ 79
1550 61 ¾ 70 ¾ 75 77 ¼ 78 ¾
1575 61 70 ½ 74 ½ 77 78 ½
1600 60 ¼ 69 ¾ 74 ¼ 76 ¾ 78 ½
1625 59 ¼ 69 ½ 74 76 ½ 78 ¼
1650 58 ½ 69 ¼ 73 ¾ 76 ¼ 78
1675 57 ¼ 68 ¼ 73 ¼ 76 77 ¾
1700 56 ¾ 68 ¼ 73 76 77 ½
1725 55 ¾ 67 ¾ 72 ¾ 75 ¾ 77 ¼
1750 54 67 ½ 72 ½ 75 ½ 77 ¼
1775 52 ¾ 67 72 ¼ 75 ¼ 77
1800 51 ½ 66 ½ 72 75 76 ¾
1825 48 ¼ 66 71 ½ 74 ¾ 76 ½
1850 45 65 ¾ 71 ¼ 74 ¾ 76 ¼
1875 65 ¼ 71 74 ½ 76
1900 65 70 ¾ 74 ¼ 76
1925 64 ½ 70 ½ 74 75 ¾
1950 64 70 ¼ 73 ¾ 75 ¾
1975 63 ½ 69 ¾ 73 ¼ 75 ½
2000 63 69 ½ 73 75 ¼
2025 62 ¼ 69 72 ¾ 75
2050 62 ¼ 68 ¾ 72 ¾ 74 ¾
2075 61 ½ 68 ½ 72 ¼ 74 ½
2100 60 ¾ 68 ¼ 72 74 ½
2125 60 ¼ 68 71 ¾ 74 ¼
2150 59 ¾ 67 ¾ 71 ¾ 74
2175 59 67 ¼ 71 ½ 73 ¾
2200 58 ½ 66 ¾ 71 ¼ 73 ½
2225 57 ¾ 66 ½ 71 73 ¼
2250 57 ¼ 66 ¼ 70 ¾ 73 ¼
2275 56 ½ 65 ¾ 70 ½ 73
2300 55 ¾ 65 ½ 70 ½ 72 ¾
2325 54 ¾ 65 70 72 ½
2350 54 64 ¾ 69 ¾ 72 ¼
2375 53 64 ¼ 69 ¼ 72
2400 52 64 69 71 ¾
2425 50 ½ 63 ¾ 68 ¾ 71 ½
2450 49 63 ½ 68 ¾ 71 ¼
2475 45 63 68 ¼ 71
2500 62 ½ 68 71
2550 61 ¾ 67 ½ 70 ½
2600 60 ¾ 67 70
2650 59 ¾ 66 ¼ 69 ¾
2700 59 65 ¾ 69 ¼
2750 58 ¼ 65 ¼ 68 ¾
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 51

2800 56 ¾ 64 ½ 68 ¼
2850 55 ¾ 63 ¾ 67 ¾
2900 54 63 ¾ 67 ¼
2950 52 ¼ 62 ¾ 66 ¾
3000 50 ½ 62 66 ¼
3050 45 61 ¼ 65 ¾
3100 60 ¼ 65 ¼
3150 59 ½ 64 ¾
3200 58 ½ 64
3250 57 ¾ 63 ¼
3300 56 ¾ 63
3350 55 ¾ 62 ½
3400 54 ½ 61 ½
3450 53 ¼ 60 ¾
3500 51 ½ 60 ¼
3550 49 ½ 59 ¾
3600 45 58 ¾
3650 58
3700 57 ¼
3750 56 ¼
3800 55 ¼
3850 54
3900 53
3950 51 ¼
4000 49 ½

Granada AE Pesada

ALÇAS
Alcance em
CARGAS
metros
0 1 2 3 4
200 45 79 83 ¼ 85 86
225 77 ½ 82 ¼ 84 ½ 85 ½
250 75 ¾ 81 ½ 84 85
275 74 ¼ 80 ½ 83 ¼ 84 ½
300 72 ¾ 79 ¾ 82 ¾ 84
325 71 78 ¾ 82 83 ½
350 69 ¼ 78 81 ½ 83
375 67 ¼ 77 80 ¾ 82 ½
400 65 ¼ 76 ¼ 80 ¼ 82
425 62 ¾ 75 ¼ 79 ½ 81 ½
450 60 ½ 74 ¼ 78 ¾ 81
475 57 ¼ 73 ¼ 78 80 ½
500 54 72 ½ 77 ½ 80
525 45 71 ¼ 76 ¾ 79 ½
550 70 ¼ 76 ¼ 79
575 69 75 ½ 78 ½
600 68 74 ¾ 78
625 66 ¾ 74 77 ½
650 65 ½ 73 ½ 77
675 64 ¼ 72 ¾ 76 ½
700 63 72 76
Curso de Cavalaria – Morteiro Médio 52

725 61 ½ 71 ¼ 75 ¼
750 60 70 ½ 74 ¾
775 58 69 ½ 74
800 56 ¼ 68 ¾ 73 ½
825 53 ¼ 68 73 ¼
850 50 ½ 67 ¼ 72 ½
875 66 ¼ 71 ¾
900 65 ¼ 71 ¼
925 64 ¼ 70 ½
950 63 ½ 70
975 62 ¼ 69 ¼
1000 61 ¼ 68 ¾
1025 60 68
1050 59 67 ½
1075 57 ½ 66 ¾
1100 56 66
1125 54 65 ¼
1150 52 64 ½
1175 63 ¾
1200 63
1225 62 ¼
1250 61 ¼

Você também pode gostar