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Sistemas de Ignição em Armas de Fogo


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Desde os primórdios das armas de fogo, pouco tempo após a invenção da pólvora, achar uma
maneira prática de fazê-la entrar em combustão sempre foi o maior desafio dos inventores de
armas. Haviam vários pontos a serem levados em conta no projeto de uma arma de fogo, tais
como a proteção contra a água e sujeira e não menos importante, a proteção de quem a
manuseava. Nos antigos canhões de mão, que na verdade não passavam de simples canos
fundidos em ferro ou bronze, com uma extremidade fechada e outra aberta, introduzia-se a
pólvora pela boca do cano, socava-a para compactá-la, em seguida uma bucha (de papel,
estopa, etc.) e por último o projétil, normalmente um balote esférico de chumbo.

A parte posterior do cano, que era a extremidade fechada, possuía um orifício, saída de um
canal que interligava a câmara de combustão com o exterior.

(Foto: um rudimentar “canhão de mão”)

Normalmente usava-se um tipo de pavio, algo semelhante a um barbante de combustão lenta,


aceso em uma extremidade, cuja brasa o atirador introduzia no orifício que causava a ignição
da pólvora existente no canal e que depois se alastrava à toda a carga contida no interior da
camara. Qualquer coisa semelhante funcionaria bem além do pavio, tal como um graveto ou um
palito de madeira em brasa. Esse sistema começou a ser utilizado por volta de 1350-1380,
sendo que data de 1339 a primeira referência da existência de um canhão de mão portátil.
Obviamente a engenhosidade dos inventores não iria parar tão cedo, se contentando com algo
tão incômodo. Para melhorar um pouco as coisas, alguém teve a idéia de fixar o cordão de mexa
em um suporte móvel, de forma que ao ser manuseado, atingisse diretamente o orifício. Com
isso, o atirador ficaria com um pouco mais de liberdade para se dedicar ao alvo. Surgiu então,
por volta do ano de 1400, o sistema de mecha, universalmente denominado de “match-lock“.

Abriremos aqui um parêntese sobre essa nomenclatura e significado. Indubitavelmente a língua


inglesa, no âmbito da literatura mundial sobre o assunto, é a mais utilizada em publicações,
sejam em livros ou revistas. Essa popularização leva os autores que não são de origem anglo-
saxônica a empregar também os termos na língua inglesa, evitando traduzir para a sua língua
nativa, mesmo porque, em alguns casos, essas traduções não conseguem expressar
exatamente a idéia do significado correto. Neste artigo, dentro do possível, tentarei também
utilizar os termos que são mais utilizados nas publicações do gênero, em nossa língua. De
qualquer forma, o termo “lock“, utilizado para discriminar quase todos esses sistemas, significa
a grosso modo, fecho, ou mecanismo.

Voltando então ao “match-lock“, podemos chamá-lo de sistema de mecha. Surgiram dezenas de


idéias e variações sobre o mesmo tema. O mais comum, entretanto, possuía um suporte em
forma de gancho, uma peça análoga ao atual “cão” de uma arma, em cuja extremidade fixava-se
a ponta do cordão (pavio) para depois, acendê-lo.

Na medida que a mecha ia se consumido, o atirador fazia o avanço manual do pavio para que
sua ponta sempre ficasse com o mesmo comprimento. No caso do desenho ao lado, vemos que
o suporte da mecha é uma peça de metal que se articula em um eixo. Com o auxílio de uma
mola de aço em forma de V, o cão podia ser mantido fixo tanto na posição armado como
desarmado. A assim chamada caçoleta é uma pequena bandeja lateral, de cujo interior sai um
duto que atravessa a parede do cano e atinge a parte interna.
Colocava-se pólvora nesta caçoleta, logo após a carga habitual da arma. Alguns
exemplares usavam uma pequena tampa articulada que cobria a caçoleta, ajudando a manter a
pólvora no lugar e protegendo-a, até que fosse aberta para o disparo. Os últimos exemplares de
pistolas de mecha já usavam um gatilho, nos moldes atuais, que permitiam que o “cão” baixasse
sobre a caçoleta, não sendo mais necessário que se usasse outra mão. Lembramos aqui que
esses sistemas que vamos demonstrar eram utilizados tanto em armas longas, como os
bacamartes, mosquetes e fuzís, como também em armas curtas, como as pistolas,
praticamente com o mesmo tipo de mecanismo. Quase que sem exceção, todos esses sistemas
que obtiveram maior aceitação foram desenvolvidos em países da Europa Central,
principalmente na Espanha, França, Itália, Inglaterra, Alemanha e Áustria.

Porém, logo se percebeu como eram numerosas as desvantagens do sistema de mecha. O


cordão tinha que ser constantemente ajustado na sua posição; a mecha se apagava por vários
motivos, principalmente na chuva ou com umidade excessiva. Por causa disso, geralmente o
pavio era aceso nas duas extremidades, por garantia. O tempo de disparo, desde o ato de puxar
o gatilho até o tiro propriamente dito, era longo demais. As falhas também eram constantes por
excesso de sujeira e entupimentos. Temos que levar em conta que nesta época a pólvora
existente ainda era muito rudimentar, com produção de muita fumaça e resíduos. Alguma coisa
deveria ser feita para que esses problemas diminuíssem ou deixassem de existir.

Por volta de 1500, atribui-se ao grande artista e inventor Leonardo da Vinci os esboços dos
primeiros projetos de uma arma tipo “wheel-lock“, ou seja, o sistema de rodete. A
engenhosidade e praticidade deste mecanismo é surpreendente.

Ao invés de mecha, fixada ao cão, usava-se um tipo de pedra, a pirita, envolta em um pedaço de
tecido ou couro, para melhor fixação, presa em uma pinça de duas garras, fixadas através de
um parafuso de aperto.

O sistema de disparo, que já era feito por um gatilho, baseava-se em uma roda de ferro,
serrilhada em toda a sua borda. O eixo desta roda possuía uma mola de tensão, espiral ou de
lâmina e permitia que a roda girasse.

Usando-se uma chave similar a utilizada para dar corda em um relógio antigo, girava-se a roda
numa volta completa até ser travada pelo gatilho. Carregava-se a arma como de costume,
colocando-se depois um pouco de pólvora na cassoleta. O cão com a pirita montada era então
posicionado sobre a roda. Em alguns modelos, o cão podia ser baixado pelo gatilho. Ao se puxar
esse gatilho a roda era liberada e girava rapidamente pela ação da mola. A pirita, pressionada
sobre a lateral serrilhada da roda, causava uma grande chuva de faíscas que detonavam a
pólvora da caçoleta; algo que nos remete ao simples e popular sistema utilizado nos atuais e
pequenos isqueiros a gás, com sua roldana serrilhada, girada pelo polegar, e uma pedra que
pressiona a roldana, impulsionada por uma mola espiral.

Com isto, eliminava-se as inconveniências do sistema de mecha, porém, alguns problemas


permaneciam e continuariam a atormentar os atiradores por longas décadas a fio: o retardo na
ignição e a vulnerabilidade à umidade e sujeira. Além disso, a pirita também necessitava de
ajustes constantes, devido ao seu desgaste. A pistola de rodete mais antiga de que se tem
notícia data de 1526, mas devem ter existido exemplares de fabricação experimental um pouco
antes disso.

Magnífico exemplo de pistola de rodete de fabricação alemã, data desconhecida.

Porém, pela primeira vez tinha-se uma arma que poderia ser carregada e transportada sem
nenhum problema e por um longo tempo, sendo possível usá-la imediatamente. A pistola de
rodete nunca foi muito popular, principalmente em uso militar. Era de fabricação muito cara e
necessitava algumas operações que requeriam certo índice de precisão. Não é à toa que muitas
delas foram feitas por relojoeiros. Acabou assim se tornando uma arma de elite, de pessoas
abastadas e de oficiais graduados. Por esse motivo, as armas de mecha continuaram seus dias
sendo ainda muito usadas, mesmo depois do aparecimento das primeiras armas de rodete.

Por volta de 1560, tem-se notícia do aparecimento de um novo sistema de ignição que trazia
alguns benefícios sobre o sistema de rodete. Na verdade, esse sistema chamado de “flintlock”
deve ser explicado separadamente nas suas tres versões principais: o sistema snaphaunce, o
sistema miquelet e o sistema flintlock, propriamente dito. As armas que utilizam qualquer um
desses sistemas são denominadas armas de pederneira. Chega a ser difícil de entender como
esse sistema, tão elementar e simples, pudesse ter surgido após o complicado mecanismo das
pistolas de rodete. Alguns autores acreditam que isso tem a ver com o fato que, nesta época, a
evolução dos relógios de corda estava a pleno vapor. Talvez isso tenha influenciado os armeiros
de uma forma ou de outra.

O sistema snaphaunce foi o primeiro a utilizar um cão, bem similar ao que conhecemos hoje,
contando também com uma pinça ajustável em sua extremidade. Nesta pinça, e envolta em um
pedaço de couro, montava-se a pedra, agora usando-se sílex ao invés da pirita. Embora seja uma
controvérsia há mais de 300 anos, acredita-se que o termo snaphaunce se deriva do holandês
schnapp-hahn, que literalmente significa galo que bica. Usava-se também outras formas para a
mesma palavra, tais como chenapan (Itália e Espanha) ou schnauphance, dependendo da sua
região.

A caçoleta continuou a existir, com um orifício que se ligava, através de um duto, ao interior do
cano. Só que ao invés de uma roda giratória, usava-se uma peça de aço com um anteparo
ranhurado, articulada e fixada sob ação de uma mola; essa peça servia como o elemento
gerador das faíscas. Com a queda do cão, o sílex, golpeando essa superfície ranhurada e rugosa
com violência, gerava grande quantidade de faíscas ao mesmo tempo que arremessava a peça
para trás. Uma pequena tampa também se deslocava com este movimento, expondo a
cassoleta cheia de pólvora. Era um sistema de desenho limpo e elegante, com grande parte das
peças ocultas para a face interior da arma.
(Foto: Um belíssimo exemplar de fecho snaphaunce, arma fabricada na Alemanha em 1685)

A variação miquelet teve sua origem na Espanha, na região mediterrânea. Seu nome parece ter
sido originário do termo “migueletes”, que era uma espécie de tropa militar que utilizava essas
armas nos Pirineus. A semelhança com o sistema snaphaunce era grande mas a maior
diferença era na posição das molas, geralmente posicionadas pelo lado de fora do fecho. A
maior novidade foi uma alteraração do sistema para que a própria peça ranhurada também
servisse de tampa para a caçoleta, o que eliminou e simplificou o desenho. As pistolas com o
sistema miquelet começaram a surgir

no sul da Europa nos idos de 1580. A partir desta época, a grande maioria das forças militares
de diversos países já adotavam e usavam pistolas como essas, regularmente. A engenhosidade
e criatividade de diversos armeiros europeus foram responsáveis pelo surgimento de centenas
de variações sutis do mecanismo básico. Cada um deles tinha suas particularidades, inclusive
uma pistola e um mosquete de pederneira com um sistema de retrocarga, ou seja, utilizavam
uma espécie de alavanca dotada de uma rosca, na parte traseira do cano, que podia ser aberta
para que, por ali, se colocasse a carga de pólvora e o projétil. Essa arma foi desenvolvida por
volta de 1650 por Marin le Bourgeois e por alguns outros armeiros da época.
Até cerca de 1700 o sistema pederneira era quase que 100% adotado por qualquer potência
militar e seu uso se disseminou pelo mundo. Em 1723 já era muito comum mosquetes de
retrocarga, mais rápidos de carregar e que foram adotados pelos exércitos da Áustria e da
França. Em 1776 o inglês Patrick Ferguson idealizou um fuzil de retrocarga largamente utilizado
por unidades do Exército Britânico.

O sistema “flint-lock” puro, por assim dizer, era uma mistura de projetos e desenhos oriundos
dos outros dois sistemas. O aperfeiçoamento era mais notado no formato da chapa ranhurada,
de menor proporção, e com um perfil que fechava com muito mais eficiência o acesso à
caçoleta. Isso evitava que um soldado, em corrida a cavalo ou a pé, perdesse uma certa
quantidade de pólvora que caísse fora da arma. Um dos maiores problemas das pistolas de
pederneira, em qualquer um dos sistemas, era o clarão e o excesso de fumaça criado no
momento do disparo, tanto oriundo da boca do cano como do fecho.

Os atiradores eram constantemente atingidos por labaredas e fagulhas no rosto e nos braços,
principalmente os que utilizavam armas longas, devido à proximidade do rosto com o fecho da
arma. Além disso, além da fumaça deixar a visada do atirador completamente obstruída por
vários segundos, a ponto de que eles não sabiam imediatamente se haviam acertado o alvo ou
não, se tornavam alvo fácil ao inimigo pois sua presença era facilmente detectada pela fumaça.
A maioria dos atiradores fechava os olhos no momento do disparo, com receio de que fagulhas
atingissem os olhos, o que comprometia a precisão do tiro. Em dias de pouco vento ou
temperatura baixa, a dissipação da fumaça era muito lenta, o que deixava quase toda uma
guarnição de soldados sem visibilidade adequada.

No período que antecedeu o século XIX, inúmeros fabricantes de armas, a maioria fornecedores
dos exércitos de vários países, se apegaram a um novo e rentável nicho de mercado: as armas
artesanais. É impressionante ainda hoje, ao se examinar uma peça ricamente adornada, a que
ponto chegava a arte da gravação e da incrustação de pedras preciosas, de ouro e de prata.
Membros de altos escalões dos governos, reis e príncipes, mercadores e abastados senhores
feudais, todos eles tinham prazer em possuir uma arma adornada feita sob encomenda, um
exemplar único, ímpar.
Um dos mais famosos exemplos de flintlock do mundo – o fecho do mosquete “Brown Bess”,
utilizado pelo Exército Britânico por quase 200 anos – modelo de fabricação Grice de 1762 – note
as iniciais GR (George Rex) coroadas, indicando que se trata de uma arma pertencente ao Império
Britânico.
Um exemplo de “estado da arte” num belíssimo fecho flintlock fabricado pelo britânico Patrick
Ferguson, modelo de retro-carga – o guarda-mato podia ser rotacionado no sentido anti-horário
para que a culatra ficasse exposta para a inserção do projétil e carga de pólvora.

O sistema de pederneira ficou em serviço por cerca de 200 anos, tanto em uso militar como em
armas de defesa e de caça. Mas eis que chega o século XIX. Nas terras altas da Escócia, nos
idos de 1805, o Reverendo Alexander John Forsyth, natural de Belhelvie, região de
Aberdeenshire (1768-1843), mal sabia que as suas caçadas iriam revolucionar o mundo das
armas de fogo. Químico de formação e apaixonado por caçadas, tinha muito a reclamar das
caças perdidas devido à ignição retardada de suas armas e o excesso de clarão e fumaça, que
as afugentava antes até que fossem atingidas. Dedicou-se então a desenvolver um sistema de
ignição que fosse, de certa forma, enclausurado e mais protegido.

Em 1800 tomou conhecimento que o inglês Edward Charles Howard (1774-1816) havia
descoberto as propriedades dos fulminatos, que são sais obtidos por meio da dissolução de
metais em ácidos. O fulminato de mercúrio, por exemplo, tinha a interessante propriedade de
entrar em combustão quando sofresse um impacto ou um esmagamento. A princípio, achava-se
que essas fórmulas poderiam substituir a pólvora como propelentes, mas eram excessivamente
explosivas e muito corrosivas. Porém, em 1807, o Rev. Forsyth deslumbrou aí o gigantesco
passo que ele daria em prol do desenvolvimento de armas de fogo.

Projetou um tipo de fecho, que possuía uma peça semelhante a uma pequena garrafa de metal,
que articulando através de um parafuso, podia ser girada para cima e para baixo. Dentro dela,
carregava-se uma quantidade de fulminato de mercúrio, suficiente para uns cinco
disparos. Quando se girava a garrafinha, uma porção determinada de fulminato, suficiente para
um disparo, ficava disponível sob uma espécie de percussor. O cão, golpeando a cabeça
protuberante deste percussor, causava a ignição do fulminato. Um duto levava a chama para o
interior da camara, causando a explosão da carga de pólvora.

Desta maneira, Forsyth conseguiu solucionar de uma só vez alguns dos problemas mais
incovenientes de então: a exposição à umidade da pólvora na caçoleta (que não mais existia),
entupimento do duto por excesso de resíduos, a ignição espalhafatosa com excesso de
fagulhas, labaredas e fumaça oriundas do fecho, problemas com a perfeita fixação de pedras e
seus constantes ajustes por desgaste.

De quebra, devido à rapidez da combustão do fulminato e a mais curta distância do duto


condutor do fogo, o tiro saía mais rápido, que é o evento chamado tecnicamente de “lag-time“.
Ele indica, na prática, o tempo que transcorre desde o ato em que se puxa o gatilho até o disparo
da arma propriamente dito, o que nos dias de hoje, convenhamos, é algo instantâneo.

Convém deixar claro de que não foi Forsyth o inventor da espoleta em forma de cápsula, tal
como veio a ser inventada posteriormente. Existem vários candidatos ao posto de inventor da
cápsula de fulminato, a conhecida espoleta, usada até mesmo nos dias de hoje.

O imigrante inglês Joshua Shaw é, talvez, o mais plausível deles, seguido de Peter Hawker,
James Purdey e Joseph Manton, dentre outros. Por volta de 1820, algum deles havia colocado
uma pequena porção de fulminato de mercúrio, clorato de potássio e enxofre, devidamente
acondicionada em uma camada no fundo de uma pequena cápsula, e que podia ser detonada
por esmagamento contra uma bigorna perfurada, o popularmente chamado “ouvido”.

O sistema passou por inúmeros aperfeiçoamentos, inclusive o desenho de um cão com um


recesso em sua parte frontal, de forma a envolver totalmente a cápsula de fulminato, evitando
mais ainda a presença de faíscas e o lançamento de pequenas rebarbas de metal oriundas
desta pequena explosão.

A partir de 1830, esta invenção já havia revolucionado a fabricação de armas, tanto longas como
curtas. Era um sistema barato de fabricar, eficiente, e permitia o desenvolvimento de armas até
então quase impossíveis ou impraticáveis, como um rifle ou um revólver de repetição. O sistema
também proporcionou a facilidade de se converter armas de pederneira para este novo sistema,
com pequenas e não muito dispendiosas mudanças no mecanismo. Iniciava-se assim uma nova
e próspera era para os fabricantes de armas.
Par de pistolas de percussão inglêsas, feitas pelo armeiro John Harman, de Londres, em 1729 –
este par foi encomendado pessoalmente por Frederico, o Grande. Os entalhes são em prata e ouro.

Caixa com par de pistolas de pederneira, fabricação inglêsa de 1780, com todos os acessórios

O sistema de percussão, pela sua simplicidade e poucas peças, permitia projetos ousados,
embora alguns tenham sido mirabolantes (veja nosso artigo “Curiosidades dos Tempos da
Percussão“, neste mesmo site). Isso propiciou a criação de uma das mais importantes armas da
história: o revólver de percussão modelo Paterson, de Samuel Colt.
(Foto: revólver de percussão Colt modelo Navy, de 1851)

Apesar de já terem existido antes algumas pistolas utilizando um tambor rotativo, usando o
sistema de percussão, como o caso das “pepperboxes”, foi o Colt modelo Paterson que
revolucionou tudo o que surgiu depois dele, o que se chama hoje de revólver. Ele foi o pai de
todos os demais modelos e cópias que vieram ao mundo posteriormente àquele ano de 1836.
Esta famosíssima arma usava um tambor composto de seis orifícios, fechados na sua parte
posterior e cada um deles dotado de um ouvido rosqueado.

Cada orifício era carregado utilizando-se uma alavanca que se encaixava na arm

a e servia como alavanca. Colocava-se então a pólvora, uma pequena bucha e o projétil de
chumbo, tudo isso pressionado pela alavanca. Finalmente, encaixava-se uma espoleta em cada
ouvido. O tambor também podia ser retirado e carregado fora da arma.

O revólver era de ação simples, um sistema que a Colt usou por décadas, até o século XX e que
foi, sem dúvida alguma, a primeira arma curta realmente eficaz e segura. O gatilho era
escamoteável, uma pequena lingueta que só surgia sob a parte inferior da arma quando o cão
era engatilhado.
Além disso, diversas armas foram desenvolvidas para vários fins, tanto curtas como
longas. Entretanto, a era do cartucho metálico estava se aproximando. Nesta oportunidade,
diversas armas de percussão já usavam cartuchos de papelão ou pequenos papelotes de
pólvora que facilitavam a recarga. Surgiram também diversos projetos de armas longas

com carregamento pela culatra.

Em 1829, Johann Nicholas Dreyse lançou um revolucionário sistema de percussão utilizando um


longa agulha que disparava uma espoleta localizada na parte dianteira de um cartucho de papel.
Foi o famoso fuzil apelidado de “needle-gun“, ou fuzil de agulha. O fuzil de Dreyse iria, por sua
vez, influenciar as armas longas militares que surgiriam daí para a frente.

Já em 1828, na França, e antes mesmo da introdução do Colt Paterson em 1836, Casimir


Lefaucheux inventou um cartucho parte metálico e parte papelão, composto de um projétil,
carga de pólvora e uma espoleta totalmente embutida.

A pequena cápsula se situava na parte traseira do cartucho e era detonada por um pino cuja
extremidade era exposta. A detonação ocorria quando o cão da arma, agindo pela parte superior
da mesma, atingia o pino pressionando-o para dentro. Com esse impacto, o pino esmagava a
mistura fulminante, a qual detonava e assim, iniciava a queima da pólvora. A desvantagem deste
sistema consistia no fato de que os cartuchos, quando inseridos na arma, tinham que tomar
uma posição fixa, que era determinada pelo pino. Os cartuchos não tinham aro (“rimless“) e
eram os pinos que serviam de apoio para eles no interior das câmaras. Além disso, como o pino
era muito protuberante, um impacto acidental poderia detonar o cartucho ao ar livre. Outro
problema desse cartucho era a má vedação, pois água poderia penetrar em seu interior através
da pequena folga existente no furo do pino.

Mesmo assim, armas do sistema “pin-fire” foram largamente utilizadas em conflitos na Europa e
foram também muito disseminadas nos Estados Unidos, durante a Guerra Civil.
Uma quantidade enorme de revólveres e pistoletes usando a munição de Lefaucheux foi
fabricada, apesar de suas desvantagens quanto à segurança. Entretanto, era inegável ser um
sistema de carregamento muito mais rápido e fácil do que uma arma de percussão,
principalmente se contasse com capacidade de vários disparos.

Outra solução interessante, mas pouco utilizada pelos frequentes problemas de falha foi o
cartucho utilizado nas pistolas Volcanic, fabricadas nos Estados Unidos a partir de 1855,
cartucho este denominado de “rocket ball“, ou algo como “bala foguete”. O cartucho,
desenvolvido na época pela Smith & Wesson e baseado na invenção de Walter Hunt, era na
verdade um projétil auto-propulsado, com uma espoleta na parte posterior. Ao ser detonada por
um percussor, a espolela incendiava a pólvora contida dentro do projétil, e a peça toda saía pelo
cano. Na verdade, não havia um cartucho mas sim, só um projétil.

Esse sistema possuía vários problemas de falha no disparo e a sua potência, devido à pouca
quantidade de pólvora no projétil, era muito fraca comparada à outras armas da época.
Entretanto, independente do fato do cartucho ter falhas, foi por causa desta arma e de seu
engenhoso sistema de repetição por ação de alavanca e carregador tubular que, mais tarde,
viríamos a conhecer uma das mais importantes armas da história dos Estados Unidos da
América: os famosos rifles Winchester.

Um sistema muito pouco difundido mas que tinha seu mérito era o chamado “tape-primer“. Um
revólver a tambor inventado por um dentista de Washington, Edward Maynard, em 1845, utilizava
um sistema muito similar ao de percussão tradicional mas, ao invés de utilizar uma espoleta de
metal que teria que ser colocada uma a uma em cada ouvido, usava uma fita de papel com
fulminato depositado em forma de grandes gotas.
A tira de papel era enrolada e colocada numa cavidade dentro da armação do revólver. Na
medida que se disparava a arma, a fita era empurrada para fora e posicionava uma nova
“espoleta” sobre o ouvido, disparando a carga. Todos se lembram daqueles revólveres de
espoleta de fita de papel, com os quais brincávamos de “cowboys” na infância; pelo menos os
leitores com mais de 50 anos certamente se recordarão deles.

(Foto: uma pistola militar de percussão norte-americana Springfield, de 1855, utilizando o


interessante sistema de tape-primer)

O sistema denominado de “rim-fire” surgiu nos idos de 1845, baseado numa patente oriunda de
1831. Ao invés de se utilizar uma espoleta como um elemento em separado, o anel ou o aro
posterior do cartucho, que também serve, em alguns casos, como retém para que o cartucho
não trespasse o orifício da camara, era recheado de fulminato. Quando o percussor ou o cão da
arma atingia essa borda, ela era esmagada contra si mesma, detonando assim o fulminato. Não
havia, pois, a necessidade de se usar um anteparo qualquer como a bigorna que se utiliza até
hoje nos cartuchos de fogo-central modernos. Com o tempo, apesar de terem sido usados em
calibres altos como o .44 Winchester, usado no rifle modelo 1866, hoje em dia o sistema ficou
relegado ao calibre .22, popularíssimo e de muito baixo custo, mas não possibilitando a recarga,
tal como é possível nos cartuchos de fogo-central.

O sistema de cartucho de fogo-central, em uso até os dias de hoje, surgiu nos Estados Unidos.
Em 1866, o norte-americano Hiram Berdan patenteou um cartucho de metal com uma espoleta
embutida em sua parte posterior, originando assim os cartuchos de fogo-central da atualidade.
Algum tempo depois, o oficial britânico Edward Boxer (1823-1898) desenvolveu um cartucho de
metal com espoleta embutida, similar ao de Berdan mas com a diferença de que o de Boxer
utilizava uma bigorna separada, enquanto que no sistema de Berdan a bigorna fazia parte
integrante do cartucho.

A chamada bigorna é a peça contra a qual ocorre o esmagamento do fulminato quando a


espoleta é atingida pelo percussor. As idéias de Berdan e de Boxer ditaram até os dias atuais
toda a base em que se apoiam os cartuchos metálicos, exceto para os de calibre .22, como já
dito acima.

Em 1873, surgiu nos Estados Unidos uma de suas armas curtas mais importantes: o revólver
Colt Single Action que utilizava um potente cartucho de metal de fogo-central, em calibre .45. É
desnecessário falar da importância histórica desta arma, apesar de que os revólveres Colt já
faziam história naquele país desde o modelo Paterson de 1836.

Praticamente podemos afirmar que, desta época até os nossos dias, o cartucho em si não se
alterou, pelo menos em sua concepção básica. Evidentemente, houve a importante evolução da
pólvora negra para a pólvora sem fumaça, algo que ocorreu nos anos finais do século XIX e a
fabricação de espoletas não corrosivas a partir das décadas de 30-40. No início do século XX, o
uso de pólvora negra, pelo menos militarmente, foi quase que totalmente eliminado. Os
cartuchos de caça ainda mantiveram o uso desta pólvora por algum tempo até que por volta das
décadas de 20 a 30, pelo menos nos países desenvolvidos, seu uso acabou de vez. Ficou
relegada a segundo plano, para uso em armas obsoletas, armas antigas que não suportariam o
aumento da pressão das novas pólvoras, espingardas antigas de ante-carga e pistoletes de dois
canos (como as famosas garruchas, muito comuns por aqui). Com a pólvora sem fumaça
surgiram centenas de formulações o que alavancou a indústria de cartuchos e a criação de
novos calibres, cada vez mais potentes sem comprometer a portabilidade da arma.

Os projéteis também sofreram várias transformações, sendo produzidos tanto para uso militar
como para uso civil em diversas modalidades, específicas para a utilidade a que eram
destinados. Este site pretende, em breve, disponibilizar um artigo onde trataremos o assunto
cartuchos e projéteis com muito mais profundidade.

ATENÇÂO: Identificação e/ou avaliações de armas, leia


primeiro a Política de Avaliações, no final do menu de Artigos.
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Carlos F P Neto em 29/09/2017 às 20:35

Edézio, a grosso modo o alcance efetivo era de 20 a 30 metros com relativa precisão.

Edezio Silva em 29/09/2017 às 18:16

Texto maravilhoso. Tenho muita curiosidade em saber mais a respeito de qual era o
alcance do tiro de uma pistola pederneira ali pelos anos de 1700.

Carlos F P Neto em 28/02/2017 às 19:25

Saulo, sim, é possível deixar uma arma de pederneira, ou de percussão, engatilhada por
bastante tempo. No caso das pederneiras, a tampa da cassoleta é mantida fechada para
que a pólvora ali contida não escape. Mas como disse, dependendo do estado de
conservação, pode ter havido falha mecânica.

Saulo Dourado em 27/02/2017 às 16:22

Carlos, muito obrigado pela resposta. O detalhe do cavalo parece se somar pela força do
impacto. A descrição é que Castro Alves teria pulado um córrego e assim a arma
disparou. Não imaginei que a força de um salto a pé pudesse causar o disparo acidental.
O fato de estar à cintura é a resolução de um mistério: como poderia o cano estar
voltado para baixo a ponto de atingir seu tornozelo? Sim, ficam as suposições. Eu tenho
então uma dúvida técnica, se me permite: é possível deixar uma espingarda de
pederneira engatilhada por muito tempo? Digo, o poeta pode ter engatilhado a
espingarda e deixado passar bastante tempo, distraído, enquanto caminhava, ou ela
desengatilharia? Agradeço.
Carlos F P Neto em 27/02/2017 às 12:17

Saulo, realmente ele se feriu com um tiro no pé durante caçada na várzea do Brás, em
São Paulo. Uma espingarda na cintura eu não consigo aceitar, a não ser que fosse uma
pistola. O tiro no pé deve ter sido caminhando, provavelmente. Fosse a arma de
percussão ou ignição por pederneira, não seria de tão impossível. Alguns fechos, de
fabricação não tão esmerada, algumas até artesanais, sofriam desgaste prematuro e
muitas vezes soltavam-se com pequeno golpe. O mais estranho mesmo seria o poeta
caminhar com uma arma engatilhada, a não ser que já estava prestes a disparar. Enfim,
só suposições.

Saulo Dourado em 25/02/2017 às 10:28

Olá, Carlos Neto. Muito bom o seu texto. Sou um pesquisador da área de Letras e
professor. Estou buscando entender um pouco mais do acidente com o poeta Castro
Alves, em 1868, na cidade de São Paulo, que o acertou no pé e o levou depois à morte.
Segundo as descrições, ele estaria a cavalo com uma espingarda na cintura e, ao saltar
um córrego, a arma teria disparado sozinha em seu tornozelo direito. Eu desconfio que o
modelo seja uma espingarda de percussão, por ser mais sensível ao disparo, e por ser
mais popular à época. No entanto, não consigo entender como a ignição foi acionada
apenas pelo impacto, se o sistema é de gatilho. O senhor teria mais informações?
Agradeço desde já.

Carlos F P Neto em 09/06/2016 às 9:15

Sérgio, orgulho tê-lo como leitor e muito me honra pela citação em sua obra. Grande
abraço.

Sergio Albuquerque em 09/06/2016 às 4:53

Caro Carlos:
Estou a traduzir um conto de Kipling e ele emprega este termo: matchlock. Eu sei o que
são os “matchlocks”, (tenho 61 anos e lembro dos “Lanceiros de Bengala”) mas
“mosquete” não serve como tradução. “Mosquete sistema de mecha” é muito longo. Só
me resta “mosquete matchlock”. Com uma nota de rodapé a este excelente blog e sua
explicação. Parabéns pelo blog. Vou citá-lo na publicação.

Carlos F P Neto em 18/03/2016 às 11:32

Cristiano, infelizmente a lista de referências bibliográficas é extensa para listar aqui, mas
100% dos livros são, infelizmente, importados, a maioria escritos em ingles e alemão.

Cristiano de jesus em 16/03/2016 às 14:59

Bom dia Você tem as referencia bibliográficas sobre o uso das pederneiras?

Carlos F P Neto em 28/02/2016 às 17:57

Ivo, as furações normalmente fazem parte ou de dispositivos de choque regulável ou


dos chamados compensadores de recuo, que permitem o escape de gases como auxílio
no controle de recuo e desvios da arma.

Ivo Marçal em 28/02/2016 às 12:51

Bom dia Carlos

Notei que várias espingardas de caça importadas apresentam diversas furações laterais
na extremidade dos canos, pesquisei na internet qual a finalidade mas nada encontrei.
Poderia me dar esta informação, bem como qual termo técnico para este detalhe ?

Ivo Marçal

Erick Tamberg em 22/10/2015 às 18:46

Sobre o disparo em seco: as armas em que mais presenciei quebra de percussor devido
a esse procedimento foram espingardas “pump” calibre 12. Em praticamente todas as
transferências de unidade por que passei eu encontrava uma “pump” com percussor
quebrado quando chegava na delegacia. Na falta de “snap cap”, costumo desmontar o
cano e fazer o disparo em seco com um pedaço de madeira apoiado sobre a face do
ferrolho. Já vi um cão de revólver Rossi também se quebrar dessa forma. Porém, era
uma arma já desativada usada exclusivamente para exercícios de manejo.
Carlos F P Neto em 22/07/2015 às 15:56

Claudio, realmente os revólveres de Jean Alexander LeMat eram curiosíssimos. Os


modelos de percussão chegaram a ser usados pelos Confederados na Guerra Civil
americana, em calibres .36 ou .42 (9 tiros) e um cano central calibre 20 Gauge. Como o
diâmetro do cano calibre 20 chega ao redor dos .600 de polegada, não estranho o fato
de que o Zatti cita o uso do cartucho .577, apesar de que não creio que alguém teria
coragem de usar esse cartucho naquela arma, mesmo sendo o cano de alma lisa.

Claudio Marcio Salvador em 16/07/2015 às 21:27

Enveredando ainda pelo livro do Zatti, ele menciona um revolver Lemat que foi comprado
de um padre, 1 tiro cal. 5,77 e 9 tiros cal. 45. Aguçou minha curiosidade essa arma, pois
no livro não tinha foto dela.

Carlos F P Neto em 02/05/2015 às 20:32

Vitor, infelizmente não temos informações sobre isso. Ficamos devendo. Um abraço.

Vítor em 02/05/2015 às 0:47

Ola Sr. Carlos.


Gostaria de saber onde consigo fazer essas molas tipo em v dessas garruchas Laport !?
Eu possuo uma mola dessas porem ela perdeu o efeito de mola.
Teria algum jeito de recupera-la ?
Desde já, muito obrigado e parabéns pelo site do senhor !

Carlos F P Neto em 11/02/2015 às 8:51

Prezada Ivalderina, respondido por e-mail. Obrigado.

IVALDERINA em 10/02/2015 às 17:55

Boa tarde!
Olá tenho uma arma artesanal antiga acredito ser do tempo miguelet, gostaria por
gentileza que avaliasse a mesma mandei fotos no e-mail armasoline@gmail.com,
aguardo retorno…

Att,

Ivalderina Barbosa

Carlos F P Neto em 26/08/2014 às 13:44

Darci, recebemos as fotos mas, infelizmente, não há como fazermos uma identificação
da arma em questão, somente baseando-nos em seu fecho. Ao que parece seria mesmo
um fuzil ou carabina de caça Sauer, de percussão, meados do século XIX. Sinto não
podermos ajudar mais.

Carlos F P Neto em 22/08/2014 às 12:20

Darci, mande-nos boas fotos pelo e-mail armasonline@gmail.com e vamos ver no que
podemos ajudar.

Darci Brondani em 22/08/2014 às 0:08

Tenho um fecho antigo, muito bonito e tamanho grande, uma perfeição de construção. É
do lado direito, de
uma carabina, ignição por espoleta, está estampada a palavra Sauer. Gostaria de saber
de que modelo
de carabina que era , pois procurei muito e não encontrei. Vou providenciar para mandar
foto. Seria possível
encontra-lo? Aguardo uma resposta sua, pela qual fico agradecido.
Darci Brondani

Carlos F P Neto em 04/06/2014 às 17:58

Sofia, leia a nossa Política de Avaliações e Identificações. Um abraço.

sofia louro em 04/06/2014 às 16:53


ola tenho uma arma mto antiga que me foi doada mas não sei se é replica ou mesmo
verdadeira como me foi dito por quem me dou… será que me poderia ajudar???

Carlos F P Neto em 17/10/2013 às 8:39

Thor, exatamente isso; só não sei quem está vendendo Snap Caps aqui em SP.

THOR em 16/10/2013 às 21:58

Carlos, muito obrigado pela pronta resposta, sempre muito esclarecedora.


Nesse caso, seria o correto treinar com aquelas munições que tem uma borracha no
local da espoleta?
(Snap Caps se não me engano…)

Carlos F P Neto em 16/10/2013 às 9:08

Thor, esse é um caso bem polêmico, que divide opiniões. Eu acredito que tudo depende
do sistema, e cada caso é um caso. Armas com percussores inerciais, como grande
parte das pistolas de cão externo hoje em dia, não vejo problema. Nos revólveres
também não vejo problema. Os percussores internos creio serem mais suscetíveis à
impactos, como em armas longas de ferrolho ou pistolas como as “mochas”. Enfim, são
suposições. Já li muita coisa mas nunca vi um manual original de qualquer arma onde
está, explícito, que o fabricante não recomenda o disparo em seco.

THOR em 15/10/2013 às 18:54

Olá Carlos.
Gostaria de saber se o disparo a seco em armas curtas (com fogo central) danifica o
percursor. Eu sei que em armas de fogo circular não é recomendado, mas em algumas
pistolas de fogo central alguns recomendam o treinamento de visada e disparo a seco,
mas tenho medo de danificar o mecanismo tenho a Glock G25).
Obrigado!

Carlos F P Neto em 19/09/2012 às 17:00


Jorge, infelizmente não fazemos avaliações sem ter a peça em mãos. Grato pelo
contato.

jorge em 18/09/2012 às 20:28

meu avo tem uma sauer 3 aneis,sao 3 canos eu queria saber quanto vale,ela é antiga, diz
ele que é pos 2 guerra é uma espingarda muito linda,o terceiro cano é para bala nao me
lembro o calibre

Carlos F P Neto em 31/08/2012 às 12:02

Meu prezado Clécio, suas palavras gentis muito me orgulham e servem como grande
estímulo a que eu continue melhorando cada vez mais. O tempo é meio curto mas,
dentro do possível, vamos elaborando mais textos, felizmente.

Clécio M. Galinari em 30/08/2012 às 19:26

Sr. Carlos Neto, não posso deixar de dar os meus parabéns ao senhor após descobrir
essa página repleta de textos de tão alta qualidade em nossa lingua sobre tema tão
interessante. Foi uma grata surpresa descobri-lo durante minhas garimpagens pela
internet dentro de assunto tão prazeroso quanto armas e munições. Realmente
excelente o texto sobre sistemas de ignição, juntou duas de minhas paixões em uma
coisa só, armas e história. È realmente uma pena em nosso país sermos tão limitados
por uma legislação preconceituosa e discriminatória sobre armas e munições que
simplesmente proibe, quando não dificulta ao extremo o acesso a esse mundo. Desejo
que o senhor continue nos presenteando com textos tão bem elaborados sobre o tema.

Um abraço e parabéns.

Clécio M. Galinari

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