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PROTEÇÃO BALÍSITCA
COEsp
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PARTE I
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- MUNIÇÕES PARA ARMAMENTO LEVE -
Neste capítulo falaremos das munições feitas para armamentos de alma raiada,
empregadas no meio Policial e Militar, no tiro esportivo e/ou defesa pessoal. O estudo
será direcionado aos calibres fabricados para armamento leve, ou seja, até o .60’, pelo
fato de serem estes os atualmente utilizados nas Polícias do Brasil e de outros países,
ficando os de armamento pesado, ou acima de .60, limitados ao uso das Forças Armadas.
CAPÍTULO I
GENERALIDADES E CONCEITOS
BÁSICOS
ARTIGO I
1. CARTUCHOS DE PAPEL
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Seqüência de fabricação: 1- É confeccionado o tubo de papel ao redor de um pino de diâmetro
adequado ao calibre da arma; 2- O pino é retirado em parte, a fim de permitir fechar uma das extremidades
do tubo; O pino é totalmente retirado, o projétil é colocado e levado ao seu correto posicionamento com o
auxílio do próprio pino. O projétil é mantido em seu lugar com o auxílio de uma linha; 4- A carga de pólvora
é despejada no tubo; 5- O tubo é comprimido e é efetuada a primeira dobra; 6- É efetuada a segunda dobra;
7- É efetuada a terceira dobra; 8- O cartucho pronto.
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Houveram dois desenvolvimentos ocorridos na metade do século XIX, o papel
combustível e a espoleta, os quais possibilitaram a fabricação do que podemos chamar
verdadeiramente de “o primeiro cartucho”.
Embora bastante semelhante ao descrito anteriormente, já eram destinados ao
uso em armas de retro carga. O sistema de iniciação ainda não era incorporado ao
cartucho. Tinham que ser montados nos “ouvidos” das armas.
Os cartuchos eram fabricados com papel, linho, peles secas e outros materiais
combustíveis e devidamente tratados com nitrato de potássio e ácido sulfúrico para que
pudessem ser facilmente queimados.
Com esse material fabricava-se um tubo no diâmetro adequado ao calibre da
arma e uma bucha do mesmo material era colada no fundo do mesmo. Uma medida pré-
determinada de pólvora era colocada em seu interior, juntamente com um projétil, já
predominantemente cônico, que era colocado na extremidade.
Após a montagem, os tubos de papel combustível eram normalmente tratados
com verniz, de forma a torná-los mais resistentes à umidade.
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Alguns exemplos das mudanças criativas e engenhosas realizadas podem ser vistas a
seguir:
01- MARSTON E GOODELL (EUA): Patente nº 8.956 de 18 de maio de 1852, estojo em papel ou metal,
base em couro engraxado. 02- GILBERT SMITH (EUA): Patente 17.702 de 30 de junho de 1.857. Estojo
de borracha ou outro material impermeável e elástico. 03- THOMAS J. RODMAN E SILAS CRISPIN (EUA):
Patente nº 40.988 de 15 de dezembro de 1.863. Estojo em lâmina de latão muito fina, enrolada com o
auxílio de um disco ou pequeno copo no fundo do estojo. 04- AMBROSE E. BURNSIDE (EUA): Patente
14.491de 25 de março de 1.856. Estojo de latão. Na “bolsa” ao redor do projétil era colocado graxa para
lubrificação, de acordo com uma patente suplementar concedida George P. Foster em 10 de abril de 1860
(nº 27.291). 05- EDWARD MAYNARD (EUA): Patente nº 15.141 de 17 de junho de 1.856. Estojo de latão.
Um dico de papel parafinado era colocado sobre a base para proteger a pólvora da umidade. Como
proteção adicional para a base era fornecido um pequeno “copo” que lembra muito um moderno “gás
check”. 06- EDWARD MAYNARD (EUA): Conhecido como “Flop Ear” (cuja melhor tradução pode ser orelha
batida). Patente nº 40.112 de 29 de setembro de 1.863. É considerado um cartucho experimental e a
“orelha” servia para auxiliar na extração do estojo. 07- EDWARD MAYNARD (EUA): Conhecido como
modelo de 1.865. É o primeiro cartucho em latão a utilizar a dilatação do estojo para impedir o escape dos
gases para a culatra. Alguns milhões deste cartucho foram utilizados na guerra civil norte-americana. 8-
EDWARD MAYNARD (EUA): Patente nº 22.565 de 11 de Janeiro de 1859. Estojo de latão com disco
soldado para formar a base.
4. CARTUCHOS COMPLETOS
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Nestes modelos, as espoletas já eram montadas nos próprios cartuchos. As
tentativas para a fabricação destes podem ser divididas em dois grupos. No primeiro, a
característica principal era a total ausência de estojos, ficando a carga de pólvora e a
espoleta, acondicionadas em espaços nas bases dos projéteis.
Os exemplos clássicos desses desenvolvimentos são as patentes concedidas
em 1854, à Gaupillat na França, e à firma Volcanic nos EUA.
O segundo grupo é aquele conhecido como cartucho para “needle guns”, ou
seja, armas de agulha.
Nesses cartuchos o estojo era normalmente fabricado em papel, para que o
percussor da arma, com formato de uma longa agulha, pudesse facilmente perfurar a
base do mesmo, atravessar a camada de pólvora, para só então percutir a espoleta, em
geral montada à frente da carga de pólvora.
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Aqui encontramos os desenvolvimentos que antecederam os cartuchos até que
chegassem aos sistemas atuais.
Para efeito didático, podemos dividi-lo nos seguintes grupos:
ARTIGO II
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CONCEITOS BÁSICOS
1. DEFINIÇÕES
a. Calibre real
b. Calibre do projétil
c. Calibre Nominal
É o calibre que consta no nome dado pelo fabricante à munição, o qual pode
ou não estar relacionado com suas dimensões ou outras características.
d. Raiamento
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estabilização após sair do cano. As ranhuras, deixadas no projétil após este atrito,
poderão ser utilizadas em exames de balística.
O passo de raia, que pode ser dextrógiro (da esquerda para a direita) ou
sinestrógiro (também conhecido como levógiro sendo da direita para a esquerda), é a
medida em polegadas que o raiamento percorre para dar uma volta completa no interior
do cano, ou seja, se o passo de raia é de 1 para 7, significa que o raiamento dá uma volta
completa em 7 polegadas de cano.
2. CONSERVAÇÃO DE MUNIÇÕES
a. Umidade
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As provas e exames têm por finalidade determinar o estado de conservação
das munições e pólvoras, permitindo desta forma, em qualquer época, retirá-las de uso
antes que suas condições anormais ofereçam graves perigos, tanto no armazenamento,
quanto no emprego. As pólvoras químicas estão sujeitas a um processo de
decomposição logo após sua fabricação, o qual é acelerado pela ação do do calor e
umidade. Essa decomposição é mais acentuada nas pólvoras de base dupla do que nas
de base simples. A presença da umidade do ar determina a formação de ácidos que
aceleram o processo de deterioração, o que pode provocar combustão espontânea da
pólvora, sendo extremamente perigoso o armazenamento desses explosivos neste
estado.
Há a necessidade de provas e exames periódicos para verificar o estado das
pólvoras e munições, verificando assim a estabilidade e funcionalidade das mesmas.
1) Provas de observação
Serão feitas nos próprios paióis de armazenamento, com a maior
constância possível. Sempre que houver indícios de decomposição, o encarregado dos
paióis de munição retirará uma amostra do lote correspondente e enviará para exame de
laboratório. O invólucro onde se constatou a alteração será isolado dos demais até que
o resultado permita providências definitivas. São indícios de decomposição:
b) Nas munições
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(c) Estado da munição e de sua embalagem – A munição ou
elementos de munição devem apresentar-se em condições satisfatórias
em relação às provas de observação já citadas anteriormente.
(d) Negas de iniciação – Neste teste deve ser tolerada apenas uma
nega por série prevista.
3) Tomada de amostra
Fazendo também uma analogia ao padrão adotado pelo Exército Brasileiro,
as amostras para teste devem ser retiradas dos lotes cujas condições e aspecto externo
demonstrarem ser os que contenham a munição em pior estado. As quantidades devem
ser as seguintes:
(a) No caso do responsável pelo teste decidir fazer os testes das cargas de
projeção:
Munição cal. 7,62mm e 5,56mm – 5% do lote existente;
Munição cal. .40 S&W, .357 Magnum, 9mm e .38 Special – 25% do
lote existente.
(b) Se for feito somente o exame de valor balístico, devem ser efetuados 11
(onze) disparos de cada calibre avaliado de cada lote.
ARTIGO III
PARTES DO CARTUCHO
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Os cartuchos são divididos, basicamente, em quatro partes: o estojo, que
acondiciona os demais componentes, a cápsula ou espoleta, que dá início ao disparo, o
projétil e finalmente a pólvora ou carga de projeção.
Alguns cartuchos trazem algumas nomenclaturas particulares, como podemos ver
abaixo:
1. ESTOJOS
a. Quanto a base:
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2. ESPOLETAS
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lado, se uma espoleta Pistol for utilizada em uma arma longa pode ocorrer a perfuração
do copo, o que é um efeito muito perigoso, pois haverá o escape dos gases para trás (em
direção ao rosto do atirador), tantos os resultantes da detonação da espoleta, como os
da carga propelente.
Existe ainda uma subdivisão entre as espoletas, que seriam as “small”(pequena)
e “large”(larga ou grande), tanto para as de armas curtas como longas, o que se refere
ao diâmetro do copo e, conseqüentemente da quantidade de explosivo que o preenche.
As espoletas conhecidas como “Magnum”, são aquelas com cargas mais potentes e são
destinadas também a cartuchos Magnum, como por exemplo o .357, que possuem
cargas de projeção mais elevadas e necessitam de uma melhor excitação para a queima
total. Uma curiosidade é que muitas pessoas já utilizaram espoletas Magnum em
munições convencionais e isto não trouxe nenhum ganho balístico, porém não gera
nenhum problema ou perigo ao usuário, somente o fato de que espoletas especiais
custam mais caro.
Os cartuchos de fogo circular não possuem uma cápsula à parte, sendo o misto
iniciador colocado num alojamento circular no interior do culote do estojo.
a. Sistema Boxer
b. Sistema Berdan
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d. Percussão anular ou fogo circular
3. PROJÉTEIS
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a. Quanto ao uso
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Múltiplo – São projéteis ainda em uso experimental.
Destinam-se a praticar ferimentos múltiplos, aumentando a
incapacidade temporária da vítima ou aumentar a
probabilidade de acerto de pessoas não treinadas;
c. Quanto à forma
1) Da ponta;
As pontas mais comuns são as seguintes:
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2) da base;
Figuras:
1- Plana
2- Convexa
3- Rebaixada
4- Côncava
5- Oca (hollow base)
6- Bisotada
7- Rebatida
8- “Boat Tail”
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3) Do Corpo;
Figuras:
1- Projéteis ogivais com base plana e convexa;
2- Projétil canto vivo com base oca;
3- Projétil semi-canto vivo com base convexa.
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d. Projéteis encamisados
Ex:
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3. PÓLVORA
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a. Generalidades
b. Pólvora negra
d. Características
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munição de armamento leve ficam sujeitas a uma deteriorização mais rápida do que os
de grãos grandes.
IMPORTANTE: Sempre que possível, é melhor utilizar pólvoras de base simples, porém,
em muitos casos, a necessidade de utilizar uma pólvora de base dupla se torna uma
exigência por motivos técnicos de funcionamento específicos de cada arma semi-
automática, ou ainda por motivos balísticos.
4. DISPARO
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CAPÍTULO II
ARTIGO I
SISTEMAS DE NOMENCLATURA
Neste sistema, além do calibre, foram usados vários nomes, números, etc, os
quais sem nenhuma regra ou sistema ordenado.
Ex:
Uso de letras:
.22 BB (“Bullet breech”)
.22 CB (“Conucal bullet”)
.32 ACP (“Automatic Colt Pistol”)
.380 CAPH (“Colt Automatic Pistol – Hammerless (sem cão)
.45 AR (“Auto Rim”). É o calibre .45 para uso em revólveres
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Uso de nomes indicando fabricantes:
.270 Winchester
.223 Remington
Uso de nomes indicando as armas a que se destinam:
.303 Savage
.30 Luger
.30 Mauser
Uso de nomes puramente publicitários:
.218 Bee
.219 Zipper
.22 Hornet
.357 Magnum
.357 Maximum
3. SISTEMA INGLÊS
Ex:
.375 Holland & Holland
.416 Rigby
.303 British
4. SISTEMA CONTINENTAL EUROPEU
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É o mais simples dos sistemas de identificação de munições, sendo as
dimensões dadas todas em milímetros e constam, basicamente, de dois grupos de
números seguidos ou não de letras.
O primeiro grupo de números identifica o calibre e, o segundo, o comprimento do
estojo. A ausência de qualquer letra após o calibre, significa que o estojo é sem aro ou
gola (“rimless”). Caso o estojo não seja o retrocitado, será usado como sufixo a letra R
(“rimmed, ou com aro”). O uso das letras “SR” para “semi-rimmed” (semi-aro), “B” para
“belted” (cinturado) e “RB” para “rebated” (rebatido), embora válido, não é utilizado na
prática pelos fabricantes da Europa Continental.
Ex:
9mm Parabellum (9 x 19)
9,3 x 72 mm
7 x 57 mm
ARTIGO II
3. QUANTO À ESPOLETA
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- Fogo central
- Fogo circular
4. QUANTO À VELOCIDADE
a. .38 Special
Lançado pela Smith & Wesson em 1902 para substituir o então inadequado .38
Long Colt, acabou sendo o calibre oficial de inúmeros organismos policiais, não só
nos EUA como em vários outros países. Extremamente preciso, é um dos calibres
mais utilizados na prática de tiro ao alvo. Foi e é utilizado em diversas armas longas,
incluindo a brasileira Puma, fabricada pela Rossi. Também pode ser encontrado com
as designações .38 S&W Special e 9 x 29,5mm Revólver.
DIMENSÕES POL. mm
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Diâmetro do projétil .358 9,09
Comprimento do estojo 1.155 29,34
Diâmetro do aro .440 11,18
Diâmetro do corpo .379 9,63
Diâmetro da boca .379 9,63
Tipo da iniciação CENTRAL
ESTOJO CILÍNDRICO, COM ARO
b. .357 Magnum
Introduzido em 1935 pela Smith & Wesson para seu modelo 27. Foi
desenvolvimento conjunto entre a Smith & Wesson e a Winchester. É um .38 Special
no qual o estojo foi alongado em .14’’ (3,43 mm), de forma que não seja possível seu
uso em revólveres fabricados para esse cartucho. Também é encontrado com a
designação .357 S&W Magnum.
DIMENSÕES POL. mm
Diâmetro do projétil .357 9,07
Comprimento do estojo 1.290 32,77
Diâmetro do aro .440 11,18
Diâmetro do corpo .379 9,63
Diâmetro da boca .379 9,63
Tipo da iniciação CENTRAL
ESTOJO CILÍNDRICO, COM ARO
c. 9 mm Luger
Desenvolvido pela Alemanha para ser utilizado na pistola Luger. Foi utilizado
pela Marinha e Exército do país em 1904 e 1908, respectivamente. É calibre de
dotação da OTAN e de praticamente todos os países do bloco ocidental, inclusive o
Brasil. Também é bastante difundido como calibre de uso policial. Também é
encontrado com as designações 9 mm Parabellum e 9 x 19 mm.
DIMENSÕES POL. mm
Diâmetro do projétil .355 9,02
Comprimento do estojo .754 19,15
Diâmetro do aro .394 10,01
Diâmetro do corpo .391 9,93
Diâmetro da boca .380 9,65
Tipo da iniciação CENTRAL
ESTOJO CILÍNDRICO, SEM ARO
d. .40 S&W
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É um dos recentes desenvolvimentos na busca do calibre ideal para uso policial
e esportivo (nos EUA). Devido ao seu excelente poder de parada, é um dos calibres
que mais vem sendo adotado nos órgãos policiais do Brasil.
DIMENSÕES POL. mm
Diâmetro do projétil .400 10,16
Comprimento do estojo .850 21,59
Diâmetro do aro .424 10,77
Diâmetro do corpo .423 10,77
Diâmetro da boca .423 10,74
Tipo da iniciação CENTRAL
ESTOJO CILÍNDRICO, SEM ARO
e. .223 Remington
DIMENSÕES POL. mm
Diâmetro do projétil .224 5,69
Comprimento do estojo 1.760 44,70
Diâmetro do aro .378 9,60
Diâmetro do corpo .376 9,55
Diâmetro da boca .253 6,43
Tipo da iniciação CENTRAL
ESTOJO GARRAFA, SEM ARO
f. .308 Winchester
DIMENSÕES POL. mm
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Diâmetro do projétil .308 7,82
Comprimento do estojo 2.015 51,18
Diâmetro do aro .473 12,01
Diâmetro do corpo .470 11,94
Diâmetro da boca .343 8,71
Tipo da iniciação CENTRAL
ESTOJO GARRAFA, SEM ARO
CAPÍTULO V
32
O PODER DE INCAPACITAÇÃO DAS
MUNIÇÕES
ARTIGO I
BREVE HISTÓRICO
Algumas fontes apontam sua origem nas campanhas inglesas na Índia, no final do
século XIX. Os indianos eram oponentes muito resistentes, que continuavam a atacar os
soldados ingleses, mesmo após serem atingidos por diversos disparos.
Visando solucionar o problema, os ingleses idealizaram munições para armas
longas, no arsenal da província de Dum-Dum. O objetivo era justamente ampliar o poder
destrutivo em tecido humano. Alguns autores afirmam que os testes com o chamado
conceito Dum-Dum deram origem aos projéteis encamisados. Foram experimentados
projéteis com corte em cruz, secionados e com diversos tipos de pontas, inclusive,
primitivas hollow point (ponta oca).
de Dum-dum.
2. EXÉRCITO NORTE-AMERICANO
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A partir de 1899, o exército norte-americano começou a realizar estudos nesta
área, pois também tiveram muitos problemas quando travaram batalhas com os fortes
guerreiros Moros, nas Filipinas, e as armas no calibre .38 Colt, que era o padrão das
tropas na época, não neutralizavam facilmente seus oponentes, nem após múltiplos
impactos.
O Major A. LaGarde, médico, e o Capitão John T. Thompson, o qual mais tarde
emprestaria seu nome a uma famosa submetralhadora, integraram a primeira comissão
de estudos sobre o poder de parada das munições sobre oponentes com compleição
física avantajada, influenciando diretamente o alto comando armamentista norte-
americano para a adoção do calibre .45 ACP.
Estes estudos foram publicados por volta dos anos 20, e concluíam em linhas
gerais, que as munições com projétil mais lento e mais pesado, tinham melhor poder de
parada em relação às mais leves e velozes.
Estes testes foram feitos utilizando-se cadáveres humanos e animais vivos (a
maioria com peso muito superior ao dos seres humanos), os quais resultaram no
desenvolvimento de tabelas de eficiência balística. Muitos estudiosos consideram
inconclusivos os resultados.
ARTIGO II
1. CAVIDADE TEMPORÁRIA
É a cavidade aberta em um ser vivo (animal), por impacto de projétil propelido por
uma arma de fogo, que é representada por uma expansão momentânea de tecidos, veias,
artérias e órgãos, os quais, por sua elasticidade natural, retornam quase totalmente ao
seu estado anterior, assim que cessa a pressão do choque hidráulico causado pela
penetração do projétil.
Nem todos os especialistas consideram este, como um bom parâmetro para os
estudos dos efeitos balísticos, pois devido à elasticidade já citada, inerente aos tecidos
dos corpos de todos os animais, estes podem não ser danificados por ocasião de um
impacto balístico.
2. CAVIDADE PERMANENTE
É o tamanho final do projétil, após ter perdido totalmente sua energia e parado
no interior do alvo.
ARTIGO III
ESTUDOS CIENTÍFICOS
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Ao longo do tempo, outros testes foram realizados, e com os estudos científicos
das últimas décadas, foi desenvolvida uma gelatina balística, com elasticidade e dureza
similares a do tecido humano, como uma média das diversas partes do corpo, como
ossos, cartilagens e músculos.
Levou-se em consideração também, a pressão hidrostática do corpo humano,
gerada pelo nível de líquidos no organismo. Os resultados, divulgados em 1975 pela NIJ
(National Institute of Justice) dos EUA e revisados em 1983 e 1985 para incluir novas
munições e projéteis, provocaram tanto interesse quanto controvérsia, como por
exemplo, a afirmação de que o 9 mm parabellum era duas vezes mais efetivo que o .45
ACP, quando ambos utilizavam projéteis ogivais totalmente jaquetados.
Os resultados oficiais deste estudo foram publicados de forma detalhada e
completa em 1.983, contendo 157 páginas. Foi desenvolvida a partir deles, uma tabela
que determinava o que os pesquisadores chamaram de RII (Relative Incapacitation
Index) Índice Relativo de Incapacitação.
Eles criaram um “Computador Balístico Humano” (Computer Man), que era uma
tela tridimensional de formato humanóide. Essa silhueta era dividida em pequenos
volumes ou fatias de 1’’ (2,54cm) de espessura, da cabeça aos pés. Cada uma dessas
partes foi dividida em cubos de .2’’ x .2’’ (5mm x 5mm), e a eles eram imputados valores
de 1 a 10, de acordo com sua importância vital.
Levou-se em consideração a possibilidade de acerto dos disparos, obtidos em
simulações de combate real realizadas por soldados qualificados atirando em silhuetas
humanóides. Essa probabilidade de acerto, aliada ao valor de incapacitação atribuído a
cada cubo, gerou um valor definido por VI (Vunerability Index) Índice de vulnerabilidade.
Utilizando esse valor juntamente com as medidas obtidas nos disparos em gelatina
balística com 20% de concentração, o computador calculou o volume de cavidade
temporária a cada centímetro ao longo do “Computer Man”, as quais foram somadas,
permitindo obter o valor RII para cada calibre e tipo de ponta.
Foram simulados mais de 10.000 disparos frontais, sendo, sem dúvida, o estudo
mais completo, realizado até então. Um dos pontos negativos desta pesquisa, foi o fato
de não determinar uma evidência palpável, definindo se a cavidade permanente (aquela
registrada perfeitamente no bloco de gelatina) seria melhor que a temporária (que diminui
após o impacto devido à elasticidade dos tecidos), para indicar se haveria incapacitação
ou não de um agressor.
Outra crítica a este estudo, é que somente foram considerados impactos frontais,
sendo que nas estatísticas policiais, que veremos a seguir no estudo realizado por
Marshall e Sanow, demonstra que em 70% das ocorrências, os impactos não eram
totalmente frontais. Também foi dada muita importância à velocidade dos projéteis, que
pode ser reduzida se o oponente estiver com vestes muito grossas e o projétil for muito
leve e macio, condenando assim calibres que, na prática, sempre tiveram bons
resultados no que tange ao poder de parada, como o .45 ACP.
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2. MARSHALL E SANOW
37
cabeça. Assim, definiu como incapacitação os casos em que a vítima atingida entrou em
colapso antes de realizar um disparo ou outra reação, ou ainda, se não se deslocou mais
que três metros antes de cair.
Através de suas conclusões, foram elaboradas tabelas, definindo percentuais de
efetividade para cada calibre estudado, elencando ainda, o tipo e o peso do projétil
utilizado nas situações estudadas. Estas tabelas serão demonstradas nos anexos deste
trabalho.
Além dos estudos com ocorrências reais, esses dois pesquisadores testaram o
desempenho de muitas das munições utilizadas nas mesmas, em gelatina balística com
10% de concentração. Isto permitiu prever o desempenho real (prático) de novas
munições. As fórmulas desenvolvidas por Marshall e Sanow são as seguintes:
3. TESTES DE STRASBOURG
São considerados os testes mais confiáveis já realizados nessa área. Foram feitos
por uma equipe de dezoito pessoas, incluindo médicos, legistas, veterinários,
especialistas em computação e outros.
Foram abatidas 611 cabras alpinas francesas. Dos testes, 580 foram considerados
válidos. Os animais (todos machos, com peso entre 156 e 164 libras) foram escolhidos
por possuírem caixa torácica, capacidade pulmonar e peso, semelhantes aos seres
humanos. Foi inserido na carótida de cada animal um aparelho (transdutor) especial,
capaz de medir a pressão sangüínea à razão de 2000 vezes por segundo.
Foi instalado também um aparelho para a produção do eletro encefalograma, para
que os disparos só fossem efetuados quando o animal estivesse fora do estado de alerta,
sem o efeito da adrenalina, e também acompanhava os sinais cerebrais antes e durante
a execução.
Os disparos foram efetuados em um círculo de duas polegadas de diâmetro,
marcado no lado esquerdo do peito dos animais, quando estes estavam sendo
alimentados em uma manjedoura cônica especial, que os mantinha sempre na mesma
posição frente ao atirador. Os animais eram considerados incapacitados quando não
conseguiam levantar após serem atingidos e, caso permanecessem vivos por mais de
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um minuto, eram definitivamente abatidos com um disparo de .22 LR na nuca, para evitar
o sofrimento.
O som dos disparos acionava cronômetros, fonte de luz estroboscópica com a
velocidade de um (1) flash por segundo e abria os diafragmas de duas máquinas
fotográficas de 35 mm, registrando todas as etapas dos testes. Após a morte, era
realizada a autópsia, onde eram verificados todos os dados como trajetória do projétil,
danos nos tecidos e órgãos, existência de fragmentos (principalmente de costelas que
porventura fossem atingidas) e outros dados que pudessem ser comparados aos aferidos
pelos aparelhos que eram instalados nos animais e as fotos.
Os resultados foram escalonados por ordem crescente do tempo médio de
incapacitação (AIT – Average Incapacitation Time) e tabulados em função do peso do
projétil, calibre, velocidade, momento e energia, mas separados entre os que atingiram
ou não uma costela na entrada, pois essa ocorrência mostrou ser a causa de grande
variação nos resultados.
Em resumo, os testes indicaram como melhores (menor AIT) os projéteis
fragmentáveis (Glaser e Magsafe), os expansivos que não transfixaram os animais
(hydra-shok, Silvertip e outros com princípio de funcionamento semelhante) e
condenaram o emprego de projéteis ogivais em calibre inferior ao .45 e todos aqueles
que transfixaram os animais.
Um detalhe muito importante a ser observado, é que os resultados dos testes de
Strassbourg aproximam-se muito dos que foram pesquisados por Marshall e Sanow nos
confrontos reais, inclusive os mesmos calibres e projéteis.
4. OUTROS TESTES
Vários outros testes, sem caráter científico ou não tão aprofundado como os retro-
citados, já foram apresentados. Alguns em forças de segurança como o FBI,
NAVY/CRANE (Marinha dos EUA), Polícia Montada do Canadá, entre outras, e também
por outros órgãos de pesquisa.
Estes testes possuem resultados aceitáveis, porém, não foram aqui descritos, pelo
fato de não tratarem especificamente do poder de incapacitação das munições.
ARTIGO IV
39
A partir destas conclusões, os fabricantes passaram a desenvolver munições das
mais variadas formas, utilizando muitos tipos de materiais, com a promessa de cada vez
mais aumentarem a transmissão de energia ao corpo atingido.
Nos últimos vinte anos, muitos tipos de projéteis especiais foram criados por vários
fabricantes, cada um defendendo sua tese de maximização dos efeitos de transmissão
de energia cinética ao alvo ou aumento das lesões e possibilidades de incapacitação
imediata de um agressor, ou, ainda, a perfuração de obstáculos e/ou blindagens.
Atualmente, podemos dividir as “munições especiais" feitas para ampliar o poder
de parada em expansivas, que se deformam, aumentando assim a cavidade temporal e
a energia do impacto; fragmentáveis, que transmitem sua energia através da
fragmentação de seus componentes; e híbridas, que atuam pela fusão dos dois
princípios de funcionamento retro-citados. Os modelos confeccionados para ampliar o
poder de perfuração, são conhecidos como “armour piercing” ou perfurantes de
blindagem.
Para a escolha da melhor munição a ser utilizada por órgãos de segurança,
acredito ser necessário, antes da compra de um grande lote, que estas sejam testadas
nas armas a que se destinam, verificando a sua correta ciclagem, bem como se os efeitos
balísticos são os desejáveis para a modalidade de policiamento a que se destinam.
Veremos abaixo, algumas das mais famosas munições especiais existentes no
mercado mundial:
1. SILVERTIP
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2. HYDRA-SHOK
Foi desenvolvida no início dos anos 70, pelo conhecido projetista norte-
americano Tom Burczynski e inicialmente fabricados por uma companhia com o mesmo
nome, como sendo a munição que apresentava “a melhor e mais rápida expansão já
produzida”. Foram relançados no mercado em 1988, após os direitos de sua fabricação
terem sido adquiridos pela empresa norte-americana Federal, com o intuito de fazer
frente ao grande sucesso da Silver Tip da Winchester.
Constitui-se de uma modificação do projétil ponta oca comum, no qual foi
introduzida uma pequena haste metálica na cavidade frontal do projétil, para aumentar e
redirecionar a pressão dos fluidos no interior da mesma. A haste centraliza a pressão
dentro da cavidade, facilitando a expansão do projétil, pois com o impacto, os fluídos
existentes nos tecidos humanos penetram na cavidade frontal, causando um choque
hidrostático e fazendo com que a velocidade de entrada, somada à pressão destes
líquidos, deformem, expandam e fragmentem o mesmo com maior eficiência.
3. STARFIRE
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Desenvolvida pelo mesmo projetista da Hydra-Shok, e levada ao mercado pela
PMC dos EUA. Produzida também pela norte americana Eldorado, este projétil apresenta
características especiais na cavidade frontal, para forçar a expansão. Possui o interior da
cavidade frontal especialmente construído, de forma que a pressão dos fluidos dos
tecidos do alvo expanda o projétil em cinco linhas de "stress", resultando em um projétil
expandido na forma de uma estrela de cinco pontas. A cavidade frontal aprofunda-se
quase na totalidade do comprimento do projétil, o que permite uma expansão de
praticamente o dobro do tamanho original.
4. GLASER
42
toda sua energia. É ideal para confrontos urbanos, uma vez que não produz ricochetes e
na maioria dos casos não transfixa o objetivo.
5. MAGSAFE
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QUADRO COMPARATIVO
Magsafe Glaser
44
6. GOLDEN SABER
45
utilizada por órgãos policiais nos EUA, devido a sua característica de não separação do
núcleo e da jaqueta, mesmo a altas velocidades, mantendo sua expansão em obstáculos
como o vidro.
É uma HP com camisa de cobre, revestida por uma camada de Teflon negro.
A base do projétil é aberta, e a camisa, mais grossa na ponta, assegurando maior
retenção de material, mesmo em deformações extremas.
Funciona como uma ponta oca comum, mas graças ao seu serrilhado na ponta
e ao desenho da abertura frontal, somado à espessura diferenciada da jaqueta, ao
deformar-se, o projétil se expande, abrindo-se seis "pétalas" que funcionam, segundo o
fabricante, "como dentes de uma serra circular", aumentando os efeitos traumáticos. A
camisa metálica que penetra da cavidade frontal do projétil, rompe-se deixando-se à
mostra.
A black Talon foi a primeira munição desenvolvida, na qual a jaqueta é de suma
importância para aumentar as lesões provocadas no alvo, notando-se tal fato pelo
formato extremamente agressivo do projétil, após sua expansão.
46
9. "THV"
Criado pela empresa francesa SFM, a sigla THV ( abreviatura de "Très Haute
Vitesse", ou munição de alta velocidade) propõe-se a aumentar os efeitos lesivos através
do impacto do projétil em altíssimas velocidades.
Devido à leveza e ao formato do projétil, o mesmo atinge velocidades altíssimas,
porém tal velocidade cai rapidamente pelo mesmo motivo, sendo esta munição indicada
somente para curtas distâncias. Causa intensa cavidade temporária no alvo e
conseqüentemente excelente poder de parada.
A THV, ao contrário das munições JHP, expande-se da base para a ponta,
possuindo pouco poder de perfuração, porém causando um ferimento bem maior.
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10. "Metal Piercing" ou "Armour Piercing"
48
UTILIZADO NA SUBMETRALHADORA FN – P 90
Atravessa blindagem nível III-A a 200m
MUNIÇÃO KTW
49
12. NYCLAD
50
fragmenta o projétil em três pedaços iguais. Cada fragmento toma uma direção separada
em uma trajetória cônica de dispersão, penetrando no alvo de 9 a 11 polegadas. Ela
transfere energia mais rapidamente do que outras munições especiais, tendo em vista a
fragmentação de seu projétil, causar intensa desrupção de tecidos. É considerada uma
munição híbrida, funcionando primeiramente como expansiva e posteriormente como
fragmentável, guardando bem mais a última característica citada.
Possui também um projétil híbrido, criada em 1994 por Rick Dixon. O projétil
se assemelha a uma JHP comum, mas a metade superior de seu núcleo é composta de
chumbo de caça nº 2 e 4, prensados em um bloco solidamente agregado.
Ao expandir, as bordas da jaqueta também atuam como as garras da Black
Talon; no impacto, expande como uma JHP comum. Após o impacto e a expansão inicial,
libera sua carga de chumbos no interior do alvo a partir da parte frontal do núcleo. Os
chumbos penetram no alvo cerca de cinco polegadas.
Esta é uma das mais modernas e eficientes munições High Tech, sendo que
além do excelente poder de parada, ocasionado pela produção de larga cavidade
temporária, múltiplas lesões causadas pelos chumbos e a rápida transferência de
energia, ainda mantém precisão, alcance, facilidade em ciclar em armas semi
automáticas e penetração profunda.
51
52
PARTE II
CALIBRES DE CAÇA
53
- CALIBRES DE CAÇA -
As armas de caça, representadas pelo Calibre 12 ou Gauge 12(termo em inglês
que significa medida ou bitola, bastante utilizado com armas de caça), estão sendo
utilizadas nas forças policiais e militares do mundo todo, há muitos anos. Com as devidas
adaptações (principalmente encurtamento de cano), a espingarda GA 12 demonstra até
os dias de hoje ser uma excelente arma, principalmente se utilizada com munições
adequadas ao combate urbano.
Até pouco tempo atrás, as policias brasileiras utilizavam uma munição que não
atendia tão bem a este quesito. Era a conhecida 3T ou TTT, que possui bagos de chumbo
consideravelmente pequenos (5,50mm), o que causava uma dispersão acentuada,
aumentando o risco de serem atingidos inocentes por ocasião de um disparo, além da
perda rápida de energia pela leveza dos balins, o que restringia o uso da arma para curtas
distâncias.
Além de muitos outros detalhes, veremos principalmente que, com a escolha
acertada da munição e o uso judicioso desta arma, a espingarda Gauge 12 é uma das
mais eficientes e indispensáveis ao serviço policial.
CAPÍTULO I
ARTIGO I
GENERALIDADES
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CALIBRE DIÂMETRO EM mm
10 19,3 –19,7
12 18,2 – 18,6
16 16,8 – 17,2
20 15,6 – 16,0
24 14,7 – 15,1
28 14,0 – 14,4
32 12,75 – 13,15
36 410 ou 10,414
1. PARTES DO CARTUCHO
2. CÂMARA
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Existem dois tamanhos de câmaras nas espingardas de caça: 70 mm (2 ¾ “) e
75 mm (3”). A maioria das espingardas possui câmara 70mm, mas as adotadas para
alvos distantes, têm câmara mais extensa, capaz de alojar os cartuchos Magnum, que
possuem maior carga de projeção.
Normalmente as armas vêm com uma inscrição no cano, definindo o tamanho
da câmara, que é um detalhe a ser observado, pois os cartuchos de caça não ocupam
todo o espaço interno das câmaras, havendo uma pequena folga para o cartucho, o que
permite a expansão do mesmo por ocasião do disparo. Sendo assim, não devemos tentar
utilizar uma munição de 3’’ numa arma que não a comporte, pois são grandes as chances
de um acidente de tiro, podendo ferir o usuário.
b. “BALOTE” OU “SLUG”
CALIBRES
CHOQUE 12 16 20 24 28 32 36
PLENO 1,00mm 0,85mm 0,75mm 0,75mm 0,65mm 0,55mm 0,45mm
¾ 0,75mm 0,65mm 0,55mm 0,55mm 0,45mm 0,45mm 0,30mm
½ 0,50mm 0,45mm 0,35mm 0,35mm 0,30mm 0,20mm 0,20mm
¼ 0,25mm 0,25mm 0,20mm 0,15mm 0,15mm 0,10mm 0,10mm
CILIND. - - - - - - -
SKEET 0,20mm 0,17 0,15mm 0,12mm 0,10mm 0,10mm -
GRUPAMENTO
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O grupamento da chumbada depende do tamanho do choke utilizado. É
determinado pelo número de impactos que atingem um alvo padrão de 75cm de diâmetro
a uma distância pré-determinada de 35 metros.
A porcentagem de impactos que atingem o alvo deve variar pouco se
disparados com uma mesma arma, sendo fatores determinantes o tamanho do cartucho,
a carga de pólvora e o tamanho e o número de bagos de chumbo que compõem a
munição.
Mais importante do que o número de impactos, é a sua distribuição uniforme
no alvo, pois isto demonstra se a carga de pólvora está coerente em relação à chumbada.
Caso tenhamos excesso de chumbo em relação à carga de projeção, termos um tiro
grupado, porém com pouca eficiência. Já no caso contrário, muita pólvora em relação à
chumbada, teremos uma dispersão maior e irregular.
Quanto mais fechado for o choke da arma, maior será o alcance desta.
Podemos exemplificar dizendo que o grupamento de um determinado calibre, utilizando
o choke pleno a uma distância de 35m, será muito semelhante ao conseguido com o
“meio choke” a 30m e com ¼ de choke a 25m.
58
afastam da arma, e como vimos anteriormente, o choke utilizado determina a maior ou
menor dispersão.
Diâmetro em mm
Nº do chumbo
DEFINIÇÕES
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1. BALÍSTICA FORENSE
É uma disciplina, integrante da Criminalística, que estuda as armas de fogo, sua
munição e os efeitos dos tiros por elas produzidos, sempre que tiverem uma relação
direta ou indireta com infrações penais, visando esclarecer e provar sua ocorrência.
A Balística Forense, por meio dos exames, das perícias, objetiva provar a
ocorrência de infrações penais, mas, também, e principalmente, esclarecer o modo, a
maneira como ocorreram tais infrações. Seu conteúdo é, por natureza, eminentemente
técnico, mas sua finalidade específica é jurídica e penal, motivo pelo qual recebe tal
denominação.
2. DIVISÃO DA BALÍSTICA
a. Balística
É a ciência e arte que estuda integralmente as armas de fogo, o alcance e a
direção dos projéteis por elas expelidos e os efeitos que produzem.
62
MOVIMENTOS QUE INFLUENCIAM NA TRAJETÓRIA DO PROJÉTIL:
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d. Balística dos Efeitos ou Balística Terminal
Pode ainda ser chamada de balística do ferimento. Estuda os efeitos
produzidos pelo projétil desde que abandona o cano da arma até atingir o alvo. Além de
estudar em especial as lesões traumáticas, que liga a balística de forma direta com a
medicina legal, incluem-se nesta área possíveis ricochetes, impactos, perfurações e
lesões externas ou internas de qualquer corpo atingido.
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PROTEÇÕES BALÍSTICAS
a. PRINCÍPIOS BÁSICOS
IMPACTO BALÍSTICO
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COMO AGEM AS FIBRAS BALÍSTICAS?
Quando um projétil disparado por uma arma de fogo
se impacta contra uma proteção balística flexível
(colete nível II, por exemplo), ele se engaja num
emaranhado de fibras muito resistentes. Estas fibras
absorvem e dispersam a energia do impacto, fazendo
com que o projétil se deforme, normalmente ficando
como um “cogumelo”. A energia adicional é absorvida
nas camadas subseqüentes do material, até que o
projétil tenha parado.
LIMITE BALÍSTICO
E.C. do projétil
Variáveis Configuração do material do projétil
Forma, posição e material do alvo
MEDIDA DO TRAUMA
66
TRAUMA
44mm
Protegem contra disparos de armas mais potentes, como os fuzis. São placas rígidas
que podem ser anexadas nos coletes nível III e IV, colocadas em bolsos feitos sob
medida, somente na parte frontal. São confeccionadas em cerâmica especial, na parte
mais externa, para fragmentação e dissipação de energia, a qual fixa-se em um apoio de
aramida.
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EFEITOS POSSÍVEIS DO IMPACTO NO PROJÉTIL
ALTERAÇÃO NA MASSA (DEFORMAÇÃO)
FRENAGEM
DEFLEXÃO
FRAGMENTAÇÃO
ENERGIA TÉRMICA
FUSÃO
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TESTE EM PASTA DE ALGODÃO
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E.C. = m . v²
2
E.C. = Energia Cinética
m = Massa (peso do projétil em Kg)
v = velocidade em metros por segundo
NÍVEIS DE PROTEÇÃO
Os níveis da tabela a seguir valem para todos os equipamentos de proteção balística.
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N
í
Massa Nominal do
vMunição de Teste Velocidade exigida do projétil
Projétil
e
l
.38 Special Chumbo RN 10,2 g (158 gr) 259 m/s (850 pés/s)
I
.22 LRHV Chumbo 2,6 g (40 gr) 320 m/s (1.050 pés/s)
I. 357 Magnum JSP 10,2 g (158 gr) 381 m/s (1.250 pés/s)
I
9 mm FMJ 8,0 g (124 gr) 332m/s (1.090 pés/s)
A
I. 357 Magnum JSP 10,2 g (158 gr) 425 m/s (1.395 pés/s)
I 9 mm FMJ 8,0 g (124 gr) 358 m/s (1.175 pés/s)
. 44 Mag. Chumbo SWC Gas 15,55 g (240 gr) 426 m/s (1.400 pés/s)
III A
9 mm FMJ 8,0 g (124 gr) 426 m/s (1.400 pés/s)
III 7,62 FMJ (Win .308) 9,7 g (150 gr) 838 m/s (2.750 pés/s)
IV .30-06 AP 10,8 g (166 gr) 868 m/s (2.850 pés/s)
DADOS IMPORTANTES
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. 38 SPL+P EXPO 266 362
9 MM LUGER 335 450
. 40 S&W 347 605
. 45 ACP 255 480
7.62 MM (.308 WIN) 856 3561
. 223 REM 988 1738
. 357 MAG 376 724
b. COLETE BALÍSTICO
1) Nível II
Normalmente utilizado nas rádio-patrulhas, rondas táticas e serviço velado,
pois devido à leveza e compacidade, não prejudicam os movimentos e também são
relativamente confortáveis se comparados a níveis superiores. Tendo em vista a duração
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dos turnos de serviço, seria impraticável (com os materiais que existem atualmente) a
utilização de um colete com nível de proteção maior, pois o peso e o volume, além de
prejudicarem a mobilidade do policial, com o passar do tempo poderiam trazer problemas
na coluna vertebral.
2) Nível III / IV
Estes coletes são confeccionados em nível III-A, e a parte anterior pode ser
reforçada pela placa de cerâmica, tornando-os nível III ou IV (dependendo do nível da
placa). Este modelo de colete é indicado para equipes táticas, e são bastante eficientes
em confrontos a curta distância em ambientes confinados, devido a absorver muito bem
o impacto balístico, possibilitando uma reação rápida do policial, mesmo após ser
alvejado.
c. ESCUDO BALÍSTICO
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muito próxima (tiro encostado), caso contrário, adotando o procedimento já citado, dois
operadores devem sair de trás do escudo, um para cada lado em diagonal ao alvo,
formando sempre duas frentes de tiro (técnica básica).
A maioria das situações, inclusive envolvendo reféns, pode ser resolvida sem o
escudo, pois ele tira a velocidade das ações. Em contrapartida, existem situações em
que se torna impossível a execução sem seu emprego, como progressão em alguns tipos
de escadas, corredores muito longos e galerias de presídios. Diferente das demais
proteções balísticas individuais, o escudo sempre vai estar protegendo mais de um
policial, porém sob a responsabilidade de apenas um. Sendo assim, quem possui este
equipamento deve treinar freqüentemente com sua equipe.
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d. CAPACETE BALÍSTICO
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É a proteção que recobre a área vital que abriga nosso principal órgão, o cérebro.
O capacete balístico deve possuir um pequeno espaço interno, para que possíveis
deformações do material no momento do impacto não atinjam a cabeça.
É contra-indicado para utilização prolongada por ser consideravelmente pesado.
É normalmente empregado por tropas de choque ou equipes táticas.
Pode ser utilizado com a viseira balística ou com óculos tático anti-fragmentação.
O primeiro acessório torna praticamente impossível a execução de um disparo preciso
com armas longas, pois dificulta a visada, o segundo possibilita o uso de armas longas,
porém não oferece proteção balística na área do rosto, mas somente contra estilhaços
de ricochetes. O comandante deve definir a forma de utilização de acordo com a missão.
O padrão PMPR para o policiamento convencional é o nível II.
CORTE LONGITUDINAL
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COPOSIÇÃO DO MATERIAL DO ESCUDO E CAPACETE
e. ACESSÓRIOS BALÍSTICOS
Existem equipamentos opcionais para a proteção balística de outras partes do
corpo, como ombreiras (artérias braquiais e coração), peças em formato triangular (ou
formato similar) que são encaixadas nos coletes e protegem a virilha e parte da coxa
(artéria femural), caneleiras balísticas para proteger as pernas que nos dão a
sustentação.
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