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Armas On­Line

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O Tiro com Armas de Ar Comprimido – (Rev. 1)

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Munição farta e barata, ausência de estampido e de fumaça, entraves legais inexistentes, facilidade de
locais  para  praticar…  Só  essas  características  já  servem  para  fazer  do  tiro  com  armas  de  ar
comprimido uma diversão garantida, inclusive acessível a atiradores de tenra idade.

Historicamente  existem  relatos  de  armas  que  propeliam  algum  tipo  de  projétil,  via  ar  comprimido,
desde  o  século  XV.  Basicamente  se  resumiam  a  um  cano  ligado  a  um  reservatório  esférico,  feito  de
cobre  ou  latão,  no  qual  se  comprimia  ar  através  de  uma  bomba  rudimentar.  Um  mecanismo  de
disparo  simples  abria  um  tipo  de  válvula,  que  permitia  a  vazão  dessa  pressão  armazenada  para  o
interior do cano, impulsionando assim o projétil para fora. Porém, foi a partir do século XVIII que,
principalmente  na  Europa,  começaram  a  se  difundir  mais,  utilizadas  em  tiro  esportivo  tanto  em
ambientes fechados como para a caça de pequenas aves.

Uma das mais impressionantes armas desta época foi desenvolvida por Girandoni, na Áustria , em
1779. Constava de um reservatório cilíndrico de ar que podia ser destacável, podendo ser trocado por
outro,  devidamente  carregado,  de  forma  muito  rápida.  Cada  reservatório  podia  disparar  até  20
pesadas  esferas  de  chumbo,  com  cerca  de  13  mm  de  diâmetro  e  letalmente  eficientes  até  uma
distãncia de 100 metros. Sua cadência de tiro atingia cerca de 20 disparos por minuto, tudo isso sem
ruído  e  sem  fumaça.  Uma  guarnição  de  500  homens  armados  podiam  arremessar  mais  de  300.000
balotes em cerca de meia hora – coisa inimaginável numa época em que os fuzis militares eram de
retrocarga, um tiro por vez, e utilizavam o sistema de pederneira para disparar.

Fuzil de ar comprimido de Bartolomeu Girandoni, cerca de 1780, com seus acessórios: tubo de ar, ferramentas
de desmontagem e bomba para enchimento. (Foto: Beeman Gun Co.)

Já na Inglaterra do século XIX a popularidade era enorme, surgindo campeonatos de tiro específicos
para armas de ar comprimido em várias localidades. Desde então, essa modalidade de tiro virou uma
mania, extendendo‑se também para a América, onde se consolidou com o surgimento de inúmeros

fabricantes e modelos. Porém, nossa intenção neste artigo é nos dedicarmos mais aos tipos de armas e
fabricantes e modelos. Porém, nossa intenção neste artigo é nos dedicarmos mais aos tipos de armas e
modalidades de tiro praticadas a partir do século XX.

Desde as primeiras décadas, fabricantes europeus e norte‑americanos começaram a vender armas de
ar comprimido de boa qualidade, durabilidade, precisão e de custo acessível. Na Europa, fabricantes
como  BSA  da  Inglaterra  e  Diana  (hoje,  RWS)  da  Alemanha  dominaram  o  mercado  com  armas
excelentes, seguidas depois pela Gamo, da espanha. Nos USA, Crosman, Benjamin Sheridan, Daisy,
Remington e Beeman inundaram o país com uma variedade enorme de modelos e preços para todos
os  gostos.  No  Brasil,  a  partir  da  década  de  50  e  60  fabricantes  como  Rossi,  Urko  e  CBC  aderiram  à
esse nicho do mercado e venderam milhares dessas armas a preços bem mais acessíveis do que os das
carabinas esportivas em calibre .22 LR.

Hoje, com o endurecimento das leis que regulam aquisição, posse e porte de armas de fogo no Brasil
e em outros países como Canadá, Inglaterra e Austrália, as armas de ar comprimido estão cada vez
mais  ganhando  adeptos  devido  à  vários  fatores:  facilidade  de  aquisição,  pelo  fato  de  não  serem
consideradas armas de fogo e, portanto, livres de embaraços e limitações legais; munição facilmente
obtida e de preço muito mais acessível do que o mais acessível calibre de arma de fogo, que é o .22
LR; trata‑se de uma forma de tiro, digamos, ecológico: não polui o ar com queima de propelente e o
ruído gerado é infinitamente menor que os estampidos de armas de fogo.

Resumidamente  falando,  as  atuais  armas  de  ar  comprimido,  sejam  elas  curtas  (pistolas)  ou  longas
(carabinas), se encaixam basicamente nestes seguintes sistemas:

Tipos de armas de ar comprimido

Pistão impulsionado por mola:

É  um  dos  mais  usados,  baratos  e  simples  dos  sistemas.  Geralmente  a  arma  possui  seu  cano
basculante,  articulado  em  um  eixo  que,  ao  ser  rebatido,  impulsiona  através  de  uma  alavanca,  um
êmbolo  no  interior  de  um  tubo  de  aço.  O  êmbolo  comprime  uma  mola  helicoidal  bem  forte  e
resistente, e fica retido em seu curso final, pelo mecanismo de disparo. Com o cano ainda rebatido,
coloca‑se o projétil. Ao se fechar o cano, um um anel de borracha age como elemento de vedação para
evitar escape de ar pelas juntas entre cano e o tubo de ar. Ao se puxar o gatilho, liberta‑se o êmbolo
que, fortemente arremessado para a frente pela força da mola, gera uma compressão instantânea no
interior do tubo. O ar então passa através de um orifício, alinhado com o cano, e arremessa o projétil
para  fora  da  arma.  Em  alguns  modelos  mais  sofisticados,  o  cano  não  bascula  e  sim,  uma  alavanca
posicionada  abaixo  dele  é  usada  para  comprimir  a  mola,  como  nas  Gamo  Stu杗en,  ou  mesmo
lateralmente,  como  nos  antigos  modelos  da  Feinwerkebau.  É,  de  longe,  o  sistema  mais  popular
utilizado no mundo. A velocidade máxima do projétil desses tipos de carabinas se situam em torno
de 380 m/s.

Carabina Gamo modelo Stu杗en, cano fixo e ação de armar por alavanca posicionada abaixo do cano. (Foto:
Industrias El Gamo, SA)
Pneumática de múltipla ação ou de ação única:

Neste sistema, existe um êmbolo no interior de um tubo estanque, similar aos das armas com mola,
porém sem essa última. Através de uma alavanca externa, o ar é comprimido dentro desse tubo pelo
êmbolo,  em  uma  só  ação  (bombada)  ou  em  várias  delas.  Neste  caso,  quanto  mais  vêzes  a  bomba  é
acionada,  mais  pressão  vai  se  acumulando  no  interior  do  tubo  e  consequentemente,  mais  disparos
com  uma  mesma  carga  de  ar,  ou  mais  potência,  podem  ser  obtidos.  Alguns  modelos  possuem  um
dispositivo  de  regulagem  de  saída  do  ar,  onde  se  pode  ajustar  a  potência  da  arma.  As  vantagens
desse sistema é que se pode disparar vários tiros sem a necessidade de se armar todas as vezes. Na
maioria  dos  casos,  o  cano  dessas  armas  é  fixo  ao  cilindro  de  ar  e  isso  evita  vazamentos  e  perda  de
potência.

Gas e CO² :

Não muito comuns hoje em dia, em virtude do processo ser de manufatura dispendiosa. Consiste de
um  cilindro  de  metal  previamente  prenchido  com  dióxido  de  carbono  (CO²)  ou  nitrogênio  a  baixa
pressurização.  Uma  vez  a  arma  engatilhada,  geralmente  por  uma  alavanca  auxiliar,  um  êmbolo
aumenta  a  pressão  interna  consideravelmente  antes  do  disparo.  Uma  das  grandes  vantagens  deste
tipo de arma é a ausência de recuo, ruído e de vibração, uma vez que não existem peças internas, de
massa  elevada,  se  movimentando,  como  ocorre  com  os  modelos  de  pistão.  Além  disso,  evita‑se  o
impacto e a parada repentina do êmbolo de mola chegando ao final de seu curso, responsável pela
trepidação  muito  comum  naquelas  armas.  Os  modelos  que  utilizam  CO²  ainda  se  mantém  em
razoável  utilização,  principalmente  em  pistolas  de  competição.  Possuem  a  vantagem  de  ter  seus
cilindros facilmente removidos, de forma que o atirador poderá transportá‑la com dois ou mais deles,
pré  carregados,  e  substituí‑los  rápidamente.  O  CO²  tem  uma  boa  característica  que  é  a  de  poder
manter  constante  por  mais  tempo,  a  pressão  interna  do  cilindro,  de  forma  que  a  maior  parte  dos
disparos é feita com a mesma potência, fator de grande importância em provas e competições. Porém,
há uma característica negativa: dependendo da temperatura ambiente, a velocidade inicial do projétil
pode  variar.  Mas,  assim  mesmo,  é  um  propelente  barato  e  de  fácil  aquisição.  Esse  sistema  é  ainda
muito  utilizado  em  armas  direcionadas  ao  tiro  de  diversão  (plinking),  pois  permite  facilmente  a
fabricação  de  armas  semi‑automáticas,  utilizando  carregadores  para  vários  projéteis,  algumas  delas
simulando armas de fogo reais em peso e dimensões. Aqui no Brasil, deve‑se tomar um certo cuidado
com essas armas pois elas podem ser legalmente interpretadas como simulacros (cópias idênticas mas
não funcionais, de armas reais), o que é proibido por lei.

Pneumática pré­carregada (PCP):

Atualmente é o sistema mais bem elaborado, cômodo e confortável, principalmente para a atividade
de tiro de competição. São equipadas com cilindros de ar que podem ser facilmente trocados através
de  uma  montagem  rosqueada.  Em  tese,  são  muito  similares  às  descritas  acima,  com  a  diferença
somente no tipo de propelente usado, no caso, ar puro. O custo operacional das armas deste tipo é
bem mais baixo do que as de CO², pois torna qualquer atirador, em sua própria casa, munido de uma
bomba manual, de pedal ou um mini‑ compressor elétrico usado para encher pneus de bicicleta ou
automovel, apto a carregar seus cilindros, de forma muito simples e sem custo algum. Quase todos os
fabricantes  de  carabinas  e  pistolas,  utilizadas  hoje  para  tiro  olímpico  e  de  competição,  usam  esse
sistema, tais como Anschü杗, Walther, Feinwerkebau, Steyr, Morini, FAZ Domino e muitas outras.
Reservatório:

Atualmente  em  desuso,  mas  historicamente  foram  as  primeiras  armas  de  ar  comprimido  a  serem
desenvolvidas. Basicamente são similares às pneumáticas de acão única ou múltipla, mas geralmente
seus reservatórios são embutidos e não conseguem ser destacados da arma. Isso facilita a construção
e  a  manutenção  mas  perdem  em  flexibilidade  pois  a  própria  arma  deve  estar  no  local  da  recarga,
quando necessária.

GAS Ram:

Trata‑se de um sistema elaborado inicialmente pela empresa SMS Airguns, visando a substituição da
mola de aço comum, nas carabinas de ar comprimido, por um cilindro (uma espécie de pistão a gás).
Já  existem  kits  de  substituição  à  venda  no  Brasil  para  diversas  carabinas  nacionais  e  estrangeiras.
Possui uma boa vantagem sobre o sistema de mola devido ao fato de eliminar a vibração natural das
molas ao se expandirem e na “batida” final do êmbolo, bem como maior durabilidade e inexistência
da fadiga que ocorre, inveitavelmente, nas molas tradicionais.

Tipos de projéteis

Resumidamente,  as  armas  de  ar  comprimido  disparam  projéteis  de  chumbo  esféricos,  conhecidos
como “BB guns”, em armas providas de canos de alma lisa (sem raiamento), as setas metálicas, muito
usadas  para  tiro  de  diversão,  geralmente  em  alvos  de  madeira,  e  os  projéteis  de  chumbo
desenvolvidos para canos raiados, os populares chumbinhos, de longe os mais utilizados no mundo.

Trata‑se  de  projéteis  feitos  de  chumbo,  normalmente  ôcos  e  abertos  na  parte  posterior,  e  com  uma
infinidade  de  tipos  de  “cabeças”:  cônicas,  arredondadas  e  chatas.  O  projeto  de  chumbinho  mais
utilizado  mundialmente  é  o  chamado  diabolô,  seu  desenho  foi  idealizado
tendo  em  mente  manter  a  estabilidade  em  sua  tragetória.  Os  calibres  são,
basicamente,  o  4,5mm  ou  .177  na  nomenclatura  norte‑americana  e  o  5,5mm
(.22). O calibre 6,35mm (.25) também é oferecido por alguns fabricantes, mas
ainda  não  tão  popular  como  os  demais.  Não  só  a  variedade  de  formatos  ,  o
preço e também a qualidade dos projéteis oferecidos ao redor do mundo, são
enormes.

De modo geral, e pelo relativo baixo valor de aquisição, a munição importada
é  sempre  mais  indicada  do  que  a  de  fabricação  nacional,  essa,  na  quase
totalidade é de péssimo acabamento e precisão. Pode‑se encontrar no Brasil,
ou em lojas do ramo ou nos meios de atiradores, munição importada de alta
qualidade a preços baixos. Uma lata de 250 chumbos da Gamo, por exemplo,
importada pela Taurus, custa em média de R$ 13,00 a R$ 15,00.
Dois dos melhores “chumbinhos” para tiro de precisão existentes no mundo: o RWS Meisterkugeln e o
Haendler & Natermann Finale Match.

Latas  com  500  chumbos  de  fabricação  alemã,  utilizados  por  atiradores  em  competições  olímpicas,
como os da RWS ou da Haendler & Natermann, ficam em torno de R$ 35,00 a R$ 40,00. Mesmo assim,
há de se convir que o custo de R$ 0,08 por tiro é bastante acessível. A título de comparação, a preços
médios de mercado, um cartucho de calibre .22 LR custa em torno de R$ 0,60 cada.

O  acabamento  perfeito,  polido,  sem  rebarbas  e  com  precisão  de  medidas  em  todos  os  chumbinhos,
principalmente  no  diâmetro,  é  algo  que  não  se  obtém  facilmente.  Daí  a  necessidade  de  se  utilizar
munição de boa qualidade principalmente se o atirador deseja praticar seriamente o esporte do tiro.
Para tiros casuais, com o intuito de diversão, não é premissa se utilizar de munição mais dispendiosa.

O tiro de ar comprimido no Brasil

Como já citado anteriormente, após a entrada em vigor do Estatuto do Desarmamento em outubro de
2004, as leis em vigor começaram a dificultar em muito a atividade dos atiradores esportivos que se
utilizam de armas de fogo que, hoje, sofrem para se adequarem às exigências legais no que se refere à
aquisição de armas, munições, registros e seu transporte aos locais de treino e de competição. Além
disso, a alta carga tributária que o governo impôs sobre armas, munições e acessórios, infelizmente
transforma a prática desse esporte em uma atividade elitizada, onde somente pessoas com razoável
poder aquisitivo conseguem praticar. Devido à isso, nota‑se uma grande migração de atiradores de
tiro  esportivo  para  as  armas  de  ar  comprimido,  onde  os  entraves  burocráticos  e  percalços  legais
“ainda” não afetaram.

Resumidamente pode‑se praticar no Brasil as seguintes modalidades de tiro, utilizando‑se de armas
de ar comprimido: pistola de ar a 10m (olímpica), carabina de ar a 10 metros (olímpica) e carabina de
ar  mira  aberta,  10  metros,  a  mais  popular  e  acessível  das  modalidades.  Na  pistola  de  ar,  o  alvo  é
posicionado a 10 metros e possui o diâmetro central de 11,5 mm (mosca). Na modalidade carabina, o
alvo se situa também a 10 metros mas possui o diâmetro interno de 5,0 mm (mosca).

Nessas  modalidades,  as  marcas  Anschu杗,  Feinwerkebau  e  Walther  para  as  carabinas  e  Steyr,  FAZ,
Morini e Pardini para as pistolas, são as mais utilizadas.
A fantástica carabina da Anschü杗, modelo 8002, uma obra prima da engenharia alemã, com coronha de
alumínio e cilindro com capacidade para cerca de 300 tiros. (Foto: Anschü杗, AG)

No tiro de carabina de ar mira aberta utiliza‑se o mesmo alvo direcionado para tiros com pistola, com
centro  de  11,5mm  e  também  posicionado  à  10  metros.  Como  se  trata  de  armas  com  aparelhos  de
pontaria bem mais simples e geralmente não contam com gatilhos reguláveis em sensibilidade, torna‑
se claro o porque do não uso dos alvos de carabina olímpica nessa modalidade.

A pistola de ar comprimido Morini, de fabricação suíça, modelo CM 162 EI, dotada de sistema de gatilho
eletrônico e cilindro de ar com capacidade de até 200 disparos. (Foto: Morini Competition Arms)

A CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos), a Boito, a Rossi e a Urko são as empresas no Brasil que
ainda  se  dedicam  à  fabricação  dessas  armas.  A  Taurus,  tradicional  fabricante  de  armas  de  fogo,
decidiu optar pela importação, através de um acordo com o fabricante espanhol El Gamo, possuidor
de  uma  vasta  linha  de  produtos  onde  a  qualidade  é  mantida  em  um  nível  muito  bom,  apesar  do
preço acessível. Nas décadas passadas a gaúcha Rossi teve uma participação muito mais acentuada
neste  mercado  e  mesmo  a  Industrias  El  Gamo  chegou  a  se  instalar  no  Brasil,  na  década  de  70,  no
estado da Bahia, lançando na época uma excelente carabina, porém situada na época em uma faixa de
preço mais elevada que a média do mercado.

Encontra‑se  também  nas  lojas  especializadas  uma  gama  razoável  de  armas  importadas,  como  a
Hatsan,  trazida  da  Turquia  pela  Rossi,  a  alemã  Krico  e  a  argentina  Menaldi,  para  citar  algumas.  A
própria  CBC,  a  exemplo  da  Rossi,  está  importando  alguns  modelos  de  carabinas  da  República
Popular da China, a preços muito convidativos.
Atiradores de carabina à ar a postos em competições pré‑olímpicas.

A modalidade de carabina de ar com mira aberta é, de longe, a mais acessível e largamente praticada
no  Brasil,  em  vários  clubes  e  estandes  de  tiro.  Como  nas  outras  modalidades  de  tiro  já  vistos  aqui,
muitos  desses  clubes  oferecem  instalações  adequadas  tanto  à  modalidade  olímpica  como  nessa
última, em alguns casos se utilizando de ambientes fechados e climatizados. A maioria deles oferece
um sistema mecanizado de transporte dos alvos, via a utilização de motores elétricos, o que resulta
em  muito  conforto  e  praticidade  para  os  praticantes,  que  não  precisam  lançar  mão  de  dispositivos
óticos para a verificação de seus impactos.

(Foto) Carabina de ar
comprimido da CBC,
modelo Montenegro
Super, em calibre 4,5 mm
(.177), lançada
recentemente no mercado.
A CBC possui uma
versão similar, modelo F‑
22, em calibre 5,5mm.
Uma opção interessante
para competição “mira
aberta”. (Foto: CBC)

O  investimento  para  essa  modalidade  de  tiro  é  relativamente  baixo.  Uma  boa  carabina  de  ar
comprimido, do tipo de cano basculante e mira aberta, como prescreve o regulamento da CBTE, custa
nas lojas a partir de R$ 500,00, podendo atingir mais de R$ 1.300,00 nos modelos mais sofisticados. O
aparelho de pontaria é um fator preponderante e também responsável pelo aumento do preço. Alças
de  mira  (miras  traseiras)  com  regulagens  micrométricas,  tanto  laterais  como  em  elevação,  são
indispensáveis.  As  massas  de  mira  (miras  dianteiras)  dotadas  de  túneis,  são  permitidas  pelo
regulamento.  Não  existe  uma  especificação  sobre  a  regulagem  mínima  permitida  de  pressão  dos
gatilhos,  uma  vez  que  nessas  armas,  pela  simplicidade  de  construção,  por  mais  esforço  que  se  faça
para  amenizar  a  carga,  não  se  atinge  um  índice  preocupante  a  ponto  de  favorecer  um  ou  outro

atirador em uma prova. Há miras onde se utiliza, inclusive, pequenos pontos de fibra ótica colorida,
atirador em uma prova. Há miras onde se utiliza, inclusive, pequenos pontos de fibra ótica colorida,
como  em  alguns  modelos  da  Gamo,  com  o  intuito  de  facilitar  a  visualização  em  ambientes  pouco
iluminados.

O tiro com armas de ar comprimido é, além de acessível, a opção ideal para jovens que não estão na
faixa de idade, que é de 25 anos , que permite a aquisição de sua arma de fogo. Já na tenra idade, a
partir de 12 anos, o jovem pode praticar com essas armas nos estandes de tiro e, quando devidamente
assistidos e instruídos por pessoas experientes, têm a chance de vivenciar todo o ambiente dos clubes,
dos  participantes,  das  competições,  as  normas  de  conduta  e  de  segurança  em  estandes,  além  de
experimentar  uma  modalidade  de  tiro  que  lhe  permitirá  escolher,  posteriormente,  o  que  pretende
praticar como modalidade de tiro. Não há nada que impeça a oportunidade real que os jovens desta
faixa etária possam ter praticando o esporte do tiro, da mesma forma que os adultos, e muitas vezes,
de igual para igual.

De  acordo  com  a  Portaria  n°  36‑DMB,  de  09  de  dezembro  de  1999,  que  é  a  norma  que  regula  o
comércio de armas e munições aprovada pelo Ministério da Defesa e Exército Brasileiro,  as armas de
ar comprimido com calibre igual ou inferior a 6mm, não são consideradas armas de fogo e portanto
não necessitam de registro nem na Policia Federal nem no Exército. Porém, a sua venda em lojas só é
permitida  a  maiores  de  18  anos  com  a  devida  comprovação  da  idade  e  da  autorização  dos
responsáveis; essas armas também não necessitam de guia de tráfego para transporte e deslocamento,
sendo aconselhável somente levar‑se a nota fiscal de compra.

Assim diz a Portaria n° 36‑DMB/99:

CAPÍTULO VII

Da Venda de Armas de Pressão

Art.  16.  As  armas  de  pressão,  por  ação  de  mola  ou  gás  comprimido,  não  são  armas  de  fogo,  atiram  setas
metálicas, balins ou grãos de chumbo, com energia muito menor do que uma arma de fogo.

Art. 17. As armas de pressão por ação de mola, com calibre menor ou igual a 6 (seis) mm, podem ser vendidas
pelo  comércio  não  especializado,  sem  limites  de  quantidade,  para  maiores  de  18  (dezoito)  anos,  cabendo  ao
comerciante a responsabilidade de comprovar a idade do comprador.

Carabina Gamo mod. 400, fabricada na Espanha e importada pela Taurus. Possui opção de regulagem de
pressão do gatilho, mira milimétrica com pontos de fibra ótica. Ótima arma para tiro de competição “mira
aberta”. (Foto: Industrias El Gamo, SA) – veja mais detalhes no nosso artigo, aqui no site. 
Jovem competindo em estande, em prova de carabina de ar “mira aberta”. Note o dispositivo mecanizado, dotado
de motor elétrico, fixo sobre a bancada, para o transporte do alvo da sua distância regulamentar (10 metros) até
o posto do atirador, para avaliação dos impactos. (Foto: do autor)

A seguir disponibilizamos um resumo do Regulamento Oficial da CBTE para as provas de Tiro de
Carabina de Ar Mira Aberta:

1. Distância : 10 (dez) metros.
2. Alvo: de pistola de ar da ISSF.
3. Posição : de pé, sem nenhum tipo de apoio ou suporte. A sustentação da arma se dará com ambas
as mãos e o ombro. Um dos cotovelos poderá estar apoiado apoiar no quadril.
4. Arma: Todas as armas longas de características esporte serão permitidas desde que contenham as
seguintes especificações:
Calibre 4,5mm;
Miras abertas, sem nenhum tipo de aparelho ótico.A maça de mira poderá ter o túnel de
proteção, desde que acompanhe a arma de fábrica.
Cano dobrável.
Não será permitido:

Uso de armas olímpicas, mesmo que tenham sido adaptadas;
Acessórios de armas olímpicas tais como garfo e champignon;
Modificação que altere as características da arma, tais como compensadores, freio de boca,
contra‑pesos de cano e apoio do rosto;
Armas com peso superior a 5,5 (cinco virgula cinco) Kg, incluindo as miras.
5. Equipamento:
É permitida a utilização de botas de tiro;
Não será permitido o uso de casaco de tiro, calça de tiro, bandoleira, luva ou qualquer outro
tipo de vestimenta que possa facilitar o tiro;
6. Competição:
Ensaio – Um alvo de ensaio com número livre de tiros.
Prova: 6 (seis) séries de 5 (cinco) tiros em 6(seis) alvos de prova.
7. Tempo: 35 (trinta e cinco) minutos para o ensaio e prova.
Wriꮃen by Carlos F P Neto
Wriꮃen by Carlos F P Neto

05/08/2009 às 18:28

54 Respostas

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Ademir, de brinquedo não. O que pode gerar um ruído quase idêntico são as pistolas de partida,
usadas em competição esportiva, que usam cartuchos de festim, ou alguns tipos de pistolas para
fixação de rebites.

Carlos F P Neto

06/10/2016 at 19:53

O que desejo é uma informação: Hpá, no mercado, alguma arma de brinquedo que faça um
barulho de tiro capaz de afugentar um ladrão?

ademirferraz

04/10/2016 at 5:32

Prezado Carlos,

Pelas razões expostas no primeiro parágrafo de seu texto, sou um grande adepto do tiro com ar
comprimido. Gostaria de aproveitar o espaço para indicar um modelo de pistola e um de
carabina.

Uma carabina nacional de excelente qualidade que não está tendo a devida atenção é o modelo
lançado pela Boito em 2007, nos calibres 4,5mm e 5,5mm. O diferencial dessa arma em relação às
outras nacionais (e mesmo à maioria das importadas de fabricação recente) é a total ausência de
peças plásticas, um grande atrativo para os mais tradicionalistas. Para quem quer uma carabina
“puro aço e madeira” é a arma indicada. É um pouco grande e pesada (1,10m e 3 kg), mas não é
difícil de engatilhar.

Treinei por muito tempo com uma pistola Urko Tiger. Acabei substituindo‑a pela pistola Webley
Tempest (originalmente fabricada na Inglaterra, sendo produzida atualmente na Turquia pela
Hatsan), pois queria uma pistola que tivesse o máximo de semelhança de manejo (peso da arma e
do gatilho, tamanho, miras) com uma arma de fogo. O pistão que funciona ao contrário produz
algum recuo, o que contribui mais para dar a sensação de tiro com uma arma de fogo. Creio que a
Tempest seja a pistola de ar que melhor atende a esse quesito.

Erick Tamberg

03/10/2016 at 17:31

Márcio, a pistola que o Wu usou nas provas é uma Morini CM162EI Titanium. Mesmo na versão
não Titanium (a arma é a mesma, muda só o acabamento) você acha por aqui, usada, na faixa de 5
a 6 mil. Importar é complicado, é mais fácil ir buscar se tiver chance. Muitos atiradores compram
lá na própria fábrica e escolhem o tamanho correto da empunhadura. Pela CBTE você tem certas
facilidades na importação, despachantes, etc.
Carlos F P Neto
Carlos F P Neto

08/08/2016 at 14:00

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