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AMAN

SEÇÃO DE TIRO

NOTA DE AULA

INTRUÇÃO DE OFICIAL DE TIRO

FUZIL E PISTOLA
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INTRODUÇÃO

Esta nota de aula tem por objetivo apresentar uma orientação aos instrutores
encarregados de conduzir a Instrução Preparatória para o Tiro (IPT) e uma sessão de instrução
de tiro, com fuzil ou pistola, para uma fração. Ela não substitui ou revoga a documentação
vigente sobre o assunto, que deverá ser sempre consultada, mas apresenta uma abordagem
atualizada, face a evolução dos conceitos e procedimentos relativos às técnicas de tiro.

Ela é fruto do trabalho desenvolvido pela Seção de Tiro da AMAN que, desde a sua
criação, vem aperfeiçoando a metodologia da Instrução de Tiro, na busca de um rendimento
cada vez maior e com resultados bastante satisfatórios.

Cabe ressaltar que os assuntos aqui tratados não esgotam os conhecimentos sobre
o Tiro de Instrução e de Combate, devendo, o militar, procurar, constantemente, o auto-
aperfeiçoamento e a sua atualização visando a um melhor rendimento na instrução.

Solicita-se aos usuários que apresentem sugestões que possam ampliar sua
clareza e exatidão. As observações feitas deverão ser remetidas à Seção de Tiro da AMAN com
referência ao texto e apresentando as justificativas para que possa ser feita uma correta
avaliação.

ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS


Seção de Tiro
Rodovia Presidente Dutra, Km 306
Resende - RJ
CEP 27534-970
Tel/Fax.: (24) 3358-4404
E-mail: tiro@resenet.com.br
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Índice

Cap 1 -GENERALIDADES pág. 04

Cap 2 - SEGURANÇA NA INSTRUÇÃO pág. 05

Cap 3 - FUNDAMENTOS DO TIRO pág. 06

Cap 4 - INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO pág. 12

Cap 5- EXERCÍCIOS DE TIRO pág. 16

Cap 6 - PRESCRIÇÕES DIVERSAS pág. 18

Anexos

Anexo “A” - Normas de Segurança


Anexo “B” - Posições de Tiro
Anexo “C” - Fundamentos de Tiro
Anexo “D” - Material de IPT e Exercícios de Tiro
Anexo “E” - Alvos e Borrão de Tiro
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GENERALIDADES
1. FONTES DE CONSULTA

1. Manual de Campanha: - Fundamentos do tiro


Tiro das Armas Portáteis (C 23-1) - IPT

2. PBIM - Plano Básico de Instrução Militar - Segurança na instrução ( Anexo “A” )

3. IG 20-03 / IGTAEx - Módulos didáticos de tiro


Instruções Gerais de - Necessidade de munição
Tiro com o Armamento do Exército - Classificação de resultados
- Diâmetro de escantilhão
- Modelos de alvos

4. Manual Técnico do Armamento - Dados sobre funcionamento


- Procedimentos para sanar incidentes de tiro

5. T9-1903 - Assuntos de interesse àqueles que


Armazenamento , Conservação, Transporte e manuseiam munição
Destruição de Munição , Explosivos e Artifícios

6. T9-2100 - Principais tipos de acidentes e incidentes e


Acidentes e Incidentes de Tiro suas causas

7. IP 10/DAM - Utilização da luneta do FAL


Instruções Provisórias para Luneta de Pontaria
para Fz M “OIP” 3,6x

2. TERMINOLOGIA

a. Mão que (não) atira - É a mão que (não) aciona o gatilho.


b. Mão auxiliar - o mesmo que mão que não atira.
b. Lado da mão que (não) atira - É todo o lado do corpo correspondente à mão que
(não) aciona o gatilho.
c. “V” da mão - É a parte da mão compreendida entre o polegar e o indicador.
d. Dedos da mão - Polegar, indicador, médio, anular e mínimo.
e. Falange - segmento dos dedos. Distal (da extremidade), medial (do meio) e
proximal (mais próximo à palma da mão).
f. Punho do atirador - parte do corpo que une a mão ao antebraço.
g. Punho da arma - parte da arma que é segura pela mão que atira.
h. Cavado do ombro - região côncava formada entre o ombro e o peitoral.
i. Atirador - instruendo que realiza os exercícios de tiro.
j. Auxiliar do atirador - Instruendo que forma dupla com o atirador, agindo,
eventualmente, como monitor.
l. Monitor - Oficial ou graduado que auxilia o instrutor na verificação e correção de
um determinado aspecto ou exercício de tiro, conferindo o trabalho do auxiliar do atirador.
m. Auxiliar de instrutor - Oficial ou Sargento com bom nível de conhecimento técnico
e que auxilia o instrutor na condução dos exercícios de tiro.
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SEGURANÇA NA INSTRUÇÃO
1. GENERALIDADES
a. Cabe aos envolvidos em qualquer instrução em que haja manuseio de
armamento e munição, cumprir rigorosamente o prescrito no Anexo “A“ do Plano Básico de Instrução
Militar (PBIM).
b. Na linha de tiro, o controle é fundamental, devendo ser simples e de fácil
observação visual. O comando das séries é feito por uma única pessoa.
c. As Normas de Segurança (Anexo “A”) devem ser lidas em voz alta e com boa
tonalidade antes de qualquer exercício de tiro.
d. Todas as ações são executadas mediante ordem, inclusive a movimentação da
linha de tiro.
2. ASPECTOS IMPORTANTES
Além das diretrizes e normas de segurança, gerais e específicas, devem ser
observados os seguintes aspectos:
a. Antes da instrução, todas as armas devem ser desmontadas em 1o escalão, para
verificação do estado geral do armamento. Verificar com atenção se há fuzis com ferrolho trocado.
Nunca permitir armas com peças com numeração diferente.
b. Especial atenção deverá ser dada aos percussores. Inspecionar todas as armas
antes do tiro ou da instrução. É comum encontrar fuzis com percussores quebrados durante as séries
de tiro. Este problema pode ocasionar disparo antes do trancamento e, em conseqüência,
rompimento do estojo e saída de gases pela câmara (acidente grave com exemplo no T9-2100
Acidentes e Incidentes de Tiro).
c. O instruendo deve ser orientado para informar, levantando o braço, qualquer caso
de incidente de tiro. O monitor deve sanar corretamente a pane, seguindo o que prescreve o manual
técnico do armamento utilizado. Dependendo do grau de adestramento e do objetivo que se deseja
atingir com o instruendo, este poderá sanar o incidente, mas sempre com o acompanhamento do
monitor.
d. Às vezes, no tiro com o FAL, por insuficiência de pressão durante a expansão dos
gases, o projetil para no interior do cano, não ocorrendo, desta forma, o recuo das peças móveis e o
estojo vazio permanece na câmara. Se o atirador realizar novo carregamento e acionar o gatilho,
haverá o choque entre os dois projetis, estufando o cano ou causando danos mais graves. Este
acidente pode acontecer por causa de munição vencida ou mal recarregada. Deve ser evitado o uso
de munição vencida, lotes suspeitos e munição utilizada nos serviços internos ou externos. Cuidado
com lotes de cartuchos recarregados (convém fazer uma rigorosa inspeção).
e. Usar e fazer com que todos usem sempre proteção auditiva. Embora não esteja
previsto nas normas de Segurança na Instrução, a exposição, desnecessária e constante, a elevados
níveis de ruído deve ser encarada como fator de risco e altamente prejudicial à saúde.
f. Cuidado ao utilizar munição de manejo. Ela pode soltar o projetil dentro do cano e,
se não for vista, poderá provocar um grave acidente quando da realização do tiro real. Um bom tipo
de munição de manejo pode ser feito utilizando-se munição de festim deflagrada. Basta fechar a
extremidade do cartucho com um alicate, retirar as rebarbas num esmeril e polir o estojo para não
danificar a câmara.
g. Nunca utilizar reforçador para tiro de festim nas instruções com tiro real.
h. Ao entrar na área do estande, todas as armas deverão estar abertas, travadas
(Fz) e sem o carregador.
i. Ao sair da área do estande, após a inspeção final, as armas deverão, estar
fechadas, desengatilhadas, com o carregador e travadas.
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FUNDAMENTOS DO TIRO

1. GENERALIDADES

a. O TIRO, justo e preciso, é um conjunto de ações muito simples e interligadas.


Chamamos de Fundamentos do Tiro, aos aspectos básicos que devem ser perfeitamente
compreendidos neste processo. São apresentados na seqüência natural das ações para realização
de um disparo, com o fuzil ou a pistola. Se o atirador for capaz de executá-los corretamente, terá
maior êxito na realização de tiros em alvos de instrução e no combate.

b. Os Fundamentos do Tiro são:


- Posição Estável
- Pontaria
- Controle da Respiração
- Acionamento do Gatilho

c. Alguns fatores podem dificultar a aplicação desses fundamentos, como o medo


do armamento ou o susto causado pelo estampido e o recuo da arma, provocando, em alguns
atiradores, a antecipação de suas reações, a contração indesejável de músculos ou até mesmo o
fechamento dos olhos antes do disparo. Outro motivo de insucesso é a ansiedade em acertar,
levando o atirador a desconcentrar-se na aplicação dos fundamentos e acionar bruscamente o
gatilho. Caberá ao Instrutor eliminar estes fatores dos seus instruendos conhecendo perfeitamente os
fundamentos, conduzindo os instruendos a praticá-los intensivamente, atuando na área afetiva e
estimulando o auto-domínio, a confiança e a decisão.

2. POSIÇÃO ESTÁVEL

É o sistema formado pela empunhadura e a posição de tiro, objetivando a menor


oscilação do conjunto arma-atirador.
Sempre que possível, o atirador deverá procurar utilizar qualquer tipo de apoio
(sacos de areia, árvores, troncos, pneus, colunas, etc.) para a realização do tiro, pois, além de
permitir uma posição mais estável, poderá servir também de abrigo.
Em algumas situações, o atirador não contará com apoios. Para manter uma boa
estabilidade, qualquer que seja a posição de tiro, é necessário eliminar ou diminuir ao máximo a força
muscular exercida para sustentar o peso da arma, utilizando sua estrutura óssea como apoio.

a. Empunhadura
É o ajuste das mãos do atirador à arma, proporcionando firmeza ao conjunto,
facilitando a realização da pontaria e o correto acionamento do gatilho.

1) Fuzil
- A mão que não atira apoia o guarda-mão com o “ V” e a palma da mão,
segurando-o sem esforço. O cotovelo do lado da mão que não atira é colocado o mais embaixo
possível da arma, com o antebraço tocando o carregador, procurando sempre o apoio ósseo com a
superfície de apoio, diminuindo com isso, o emprego, desnecessário e prejudicial à estabilidade, de
grupos musculares (Fig. 6) . Na posição de pé, a mão que não atira apoia a base do carregador pelo
“V” e a palma da mão. O cotovelo é apoiado sobre o osso ilíaco e o mais próximo possível do
abdômen. Desta maneira, o braço exercerá pouco ou nenhum esforço lateral ou de sustentação;
- Chapa da soleira no cavado do ombro, podendo variar em altura de acordo
com a posição ou o biotipo do atirador;
- Em seguida leva-se a mão que atira ao punho da arma, tocando a palma da
mão na sua parte posterior e buscando colocar o “V” da mão o mais acima possível no mesmo. Os
dedos médio, anelar e mínimo fecham-se sobre a parte anterior do punho da arma, exercendo
pressão sobre o mesmo com as falanges mediais em direção ao “V” e a palma da mão. O polegar
deve ser colocado de maneira natural e relaxada, sem exercer pressão lateral na arma. O dedo
indicador toca a tecla do gatilho com a região entre a parte média da falange distal e a sua interseção
com a falange medial.
2) Pistola

a) Empunhadura com uma das mãos: a arma é segura pela mão que não
atira, envolvendo o ferrolho à frente do guarda-mato, deixando o punho da arma voltado para o
atirador, em condições de ser empunhado. Em seguida leva-se a mão que atira ao punho da arma,
tocando a palma da mão na sua parte posterior e buscando colocar o “V” da mão o mais acima
possível no mesmo (Fig. 7). O ferrolho deve ficar o mais alinhado possível com o antebraço. Os
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dedos médio, anelar e mínimo fecham-se sobre a parte anterior do punho da arma, exercendo
pressão sobre o mesmo com as falanges mediais em direção ao “V” e a palma da mão . O polegar
deve ser colocado de maneira natural e relaxada, sem exercer pressão lateral na arma . O dedo
indicador toca a tecla do gatilho com a região entre a parte média da falange distal e a sua interseção
com a falange medial (Fig. 8).

b) Empunhadura com as duas mãos: Deve ser usada sempre que possível,
pois permite maior firmeza e absorção do recuo da arma. Primeiramente, empunhar com uma das
mãos. Levar o punho da mão que não atira de encontro ao outro, ocupando o espaço vazio sobre a
placa do punho. Colocar os dedos da mão auxiliar, com exceção do polegar, envolvendo os três
dedos da mão que atira, pressionando a parte inferior do guarda-mato através da falange proximal do
dedo indicador. Fechar a mão que não atira de forma que o polegar fique distendido junto ao da outra
mão. Por último, para manter o controle da arma durante os disparos, o atirador deve pressionar a
mão auxiliar sobre a que atira, com o forçamento de um punho contra o outro e dos cotovelos para
dentro (Figs. 9 e 10).

b. Posições de Tiro
Qualquer que seja a posição de tiro, o atirador deverá sentir-se estável e
confortável, permitindo uma correta empunhadura e uma boa pontaria, contribuindo assim para um
bom acionamento.
As posições de tiro aqui apresentadas são básicas e partem sempre da Posição
Inicial e com a empunhadura já realizada. O emprego e as características de cada posição estão
descritos no Manual de Campanha: Tiro das Armas Portáteis (C23-1).
A escolha da melhor posição de tiro, ou uma variação, será feita em função da
situação do terreno, do inimigo ou dos meios disponíveis para apoio e abrigo. Da mesma forma,
pequenos ajustes e variações podem ser feitos, de acordo com as características individuais de cada
atirador. No entanto, em qualquer caso, os princípios básicos não devem ser negligenciados.

1) Posição Inicial
É a posição utilizada para o início dos exercícios de tiro no estande.

a) Fuzil (Fig. 4):


- Atirador de frente para o alvo, com os pés afastados entre si à distância
correspondente à largura dos ombros (opção para o pé do lado da mão que não atira, um pouco à
frente);
- Mão que não atira segura o guarda-mão;
- Mão que atira segura o punho do fuzil, na altura da cintura, cano voltado para
frente.

b) Pistola (Fig. 5):


- Atirador de frente para o alvo, com os pés afastados entre si à distância
correspondente à largura dos ombros (opção para o pé do lado da mão que não atira, um pouco à
frente);
- Mão que atira empunha a pistola, cano voltado para a frente, cotovelos ao
lado do corpo, antebraços na horizontal.

2) Posição Deitado

a) Fuzil (Figs. 11 e 12):


- Deitar de frente, com o corpo em ângulo de aproximadamente 30o em
relação a direção de tiro, para o lado da mão que atira;
- Perna do lado da mão que atira ligeiramente flexionada, aliviando o
movimento do diafragma na respiração e proporcionando ao lado da mão que não atira, um maior
contato com o solo;
- Perna do lado da mão que não atira naturalmente estendida no
prolongamento da coluna vertebral;
- Cotovelo do lado da mão que não atira apoiado o mais embaixo da arma
possível e antebraço tocando o carregador;
- Chapa da soleira no cavado do ombro;
- Cotovelo do lado da mão que atira apoiado naturalmente ao lado do corpo;
- Mão que atira empunha o fuzil trazendo-o, firmemente, de encontro ao
atirador sem exercer pressão demasiada;
- Cabeça na vertical, apoiar a bochecha sobre a coronha e descontrair a
musculatura do pescoço.

b) Pistola - Frontal (empunhadura com duas mãos) (Fig. 13):


- Deitado de frente para o alvo;
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- Corpo no prolongamento da direção de tiro;


- Pernas estendidas;
- Pés tocando o solo com afastamento aproximadamente igual à largura dos
ombros;
- Os dois cotovelos apoiados ao solo ligeiramente afastados;
- As mãos apoiadas no solo ou numa posição mais elevada, dependendo da
altura do alvo ou em função do terreno;
- Cabeça permanece na vertical ou inclinada para o lado da mão que atira.

c) Pistola - Lateral (empunhadura com duas mãos) (Fig. 14):


- Corpo deitado formando um ângulo que pode variar até quase 90o em
relação à direção de tiro, buscando o melhor aproveitamento do abrigo e uma boa visada sobre o
alvo;
- Perna do lado da mão auxiliar flexionada, com o lado interno do joelho
tocando o solo;
- Braço da mão que atira estendido e apoiado no solo;
- Braço da mão auxiliar ligeiramente dobrado e apoiado a partir do cotovelo;
- Cabeça inclinada e apoiada no braço da mão que atira;
Obs.: Os cotovelos podem ser flexionados e a cabeça levemente levantada,
de acordo com o terreno e a altura do alvo.

3) Posição Ajoelhado

a) Fuzil (Fig. 15):


- Girar aproximadamente 450 em relação à direção de tiro, para o lado da mão
que atira;
- Dar um passo à frente com a perna do lado da mão que não atira,
ajoelhando-se sobre a perna do lado da mão que atira;
- Sentar no calcanhar encaixando-o no vão entre as nádegas, mantendo a
ponta ou o peito do pé no chão;
- Perna do lado da mão que não atira exatamente na vertical ou com o pé um
pouco à frente, mantendo-o paralelo à outra perna;
- Peso do corpo distribuído igualmente pelos três pontos de apoio do conjunto
(joelho e pé do lado da mão que atira e pé do lado da mão que não atira), formando uma boa base
(triângulo equilátero);
- Cotovelo do lado da mão que não atira apoiado no joelho, ultrapassando-o
ligeiramente e antebraço tocando o carregador;
- Terço inferior da chapa da soleira colocado no cavado do ombro;
- Mão que atira empunha o fuzil trazendo-o, firmemente, de encontro ao
cavado do ombro;
- Cabeça na vertical, apoiar a bochecha sobre a coronha e descontrair a
musculatura do pescoço.

b) Pistola (empunhadura com duas mãos) (Figs. 16, 17 e 18):


- Girar aproximadamente 450 em relação à direção de tiro, para o lado da mão
que atira, dar um passo à frente com a perna do lado da mão que não atira, ajoelhando-se;
- Sentar no calcanhar encaixando-o no vão entre as nádegas, mantendo a
ponta ou o peito do pé no chão;
- Perna do lado da mão que não atira exatamente na vertical ou com o pé um
pouco à frente, mantendo-o paralelo à outra perna;
- Peso do corpo distribuído igualmente pelos três pontos de apoio do conjunto
(joelho e pé do lado da mão que atira e pé do lado da mão que não atira), formando uma boa base
(triângulo equilátero);
- Cotovelo do lado da mão que não atira apoiado no joelho, ultrapassando-o
ligeiramente;
Obs.: Existem ainda duas variações: A primeira consiste em simplesmente
não utilizar o apoio do cotovelo à frente do joelho, mantendo o tronco ereto, os braços estendidos,
cotovelos forçados para dentro e colocando a ponta do pé chapado ao solo na direção do alvo. Na
segunda, além do que foi descrito anteriormente, o atirador não senta sobre o calcanhar e mantém o
tronco ereto em uma posição mais elevada.

4) De Pé
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a) Fuzil (Fig. 19):


- Girar aproximadamente 90o para o lado da mão que atira. Pernas estendidas
e com abertura aproximadamente igual à largura dos ombros;
- Mão que não atira segura a base do carregador, com o “V” e a palma da
mão, mantendo o braço o mais na vertical possível e o cotovelo encaixado sobre o osso ilíaco;
- Tronco inclinado para trás e lateralmente, a fim de compensar o peso da
arma;
- Peso do conjunto arma-atirador igualmente distribuído pelas duas pernas;
- Mão que atira empunha o fuzil puxando-o, firmemente, com o terço inferior
da chapa da soleira de encontro ao cavado do ombro;
- Cotovelo do lado da mão que atira relaxado;
- Cabeça na vertical, apoiar a bochecha sobre a coronha e descontrair a
musculatura do pescoço.

b) Fuzil - De Pé Modificado (Fig. 20):

- Dar um passo à frente com a perna do lado da mão que não atira e flexioná-
la ligeiramente;
- A perna de trás estendida;
- Tronco lançado para a frente, no prolongamento da perna estendida;
- Mão que não atira segura o guarda-mão com o braço estendido e mantém o
dedo indicador no sentido do cano;
- Cotovelo do braço que atira projetado para cima, salientando o cavado do
ombro;
- Mão que atira empunha o fuzil puxando-o, firmemente, com o terço inferior
da chapa da soleira de encontro ao cavado do ombro;
- Cabeça na vertical, apoiar a bochecha sobre a coronha e descontrair a
musculatura do pescoço.
- Esta posição é utilizada também para o tiro não visado (alvo muito próximo
ou tiro noturno). Ocorre uma pequena variação, onde o atirador, olhando para o alvo, com os dois
olhos abertos, coloca a cabeça numa posição mais alta, usando como referência o toque da parte
inferior do queixo sobre o delgado da coronha.

c) Pistola (empunhadura com uma das mãos) (Fig. 21):


- Girar o corpo aproximadamente 45o para o lado da mão que não atira;
- Braço da mão que atira estendido, com o cotovelo não flexionado;
- Arma sustentada na altura dos olhos;
- Cabeça na vertical, gira na direção do ombro do braço que sustenta a arma
de maneira a permitir a visada das miras;
- Corpo relaxado, mantendo as pernas estendidas sem enrijecê-las;
- Mão que não atira relaxada, pendurada no bolso, no cinto à frente do corpo
ou em qualquer parte do equipamento.

d) Pistola (empunhadura com duas mãos) (Fig. 22):


- Pequena inclinação do corpo para frente (opção para o pé do lado da mão
que não atira ligeiramente à frente);
- Cabeça na vertical;
- Braços com os cotovelos estendidos e ligeiramente voltados para dentro.
- Arma sustentada na altura dos olhos;

5) Posições apoiadas (Figs. 23, 24, 25 e 26)


Como já visto anteriormente, a utilização correta de qualquer tipo de apoio
(sacos de areia, árvores, troncos, pneus, colunas, paredes, etc.) para a realização do tiro, além de
permitir uma posição mais estável, poderá servir também de abrigo.
Procurar não encostar partes da arma nos apoios para evitar mal
funcionamento da mesma ou diminuição do campo de tiro.
Dependendo da situação, apoiar-se com o antebraço, costas da mão e partes
do corpo, tudo do lado da mão que não atira, sem modificar detalhes da posição.

3. PONTARIA

a. Consiste em colocar a arma na direção do alvo, utilizando um aparelho de


pontaria, de forma a atingir o ponto desejado. Para tal, é importante compreender os seguintes
conceitos:
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1) Linha de mira: linha imaginária que une o olho à maça de mira, passando pela
alça. Ela é responsável pelo alinhamento do armamento com a direção de tiro. Qualquer erro irá
provocar um desvio angular do ponto de impacto (alvo) em relação ao ponto visado.

2) Linha de visada: linha imaginária que se constitui no prolongamento da linha


de mira até o alvo (Figs. 27 e 29).

3) Fotografia: Imagem obtida quando se realiza a pontaria (Figs. 28 e 30).


- Fuzil: Com o olho a uma distância aproximada de 4 (quatro) dedos da alça
de mira, focalizar o topo da maça de mira, através do centro do visor da alça e colocá-lo no centro do
alvo.
- Pistola: Focalizar o topo da maça de mira no centro e em mesmo nível do
entalhe da alça de mira e colocá-lo no centro do alvo.

4) Foco na maça: O olho humano não consegue focalizar, ao mesmo tempo,


objetos em planos diferentes. Portanto, durante a pontaria, só se pode focalizar, nitidamente, um dos
três planos da fotografia: a alça, a maça ou o alvo.
Para uma perfeita fotografia, deve-se focalizar com clareza (nitidamente) a maça
de mira. Nesta situação ela se encontrará naturalmente centrada em relação à alça, obtendo-se a
linha de mira. A partir daí, basta direcionar o topo do pino da maça de mira para o centro do alvo, que
permanecerá embaçado até o momento do disparo. Focando a alça ou o alvo, a maça ficará
embaçada permitindo que um mínimo desvio seja imperceptível, mas provoque uma grande
dispersão. O atirador tem que acreditar que o mais importante é focar a maça de mira.

4. CONTROLE DA RESPIRAÇÃO

É impossível manter a posição estável e realizar corretamente a pontaria enquanto se


respira. No momento do acionamento, a respiração deve ser bloqueada até que ocorra o disparo.
Durante o ciclo respiratório, entre uma expiração e a próxima inspiração, existe uma
pausa respiratória natural, momento em que o diafragma está totalmente relaxado.
Nos tiros de precisão o atirador deverá prender a respiração nesta pausa respiratória
natural, prolongando-a enquanto realiza o acionamento (Fig. 31). É importante, para a realização de
um bom disparo, que o prolongamento da pausa respiratória não ultrapasse, em média, 10
segundos. Caso contrário, prejudicará a oxigenação do organismo, provocando tremores musculares,
vista embaçada e lacrimejamento. Além de prejudicar o aspecto físico, aumenta a ansiedade e a
tensão no atirador que, por fim, acabará executando um mau acionamento do gatilho. Neste caso,
quando o tempo for suficiente, o atirador deverá ser orientado para que, não conseguindo realizar o
disparo neste intervalo, desfaça a pontaria, volte a respirar e reinicie todo o processo. Com o
treinamento, deverá aprender a realizar o disparo antes de começar a sentir-se incomodado com a
pausa respiratória.
Já para alvos inopinados, que exigem o tiro rápido, o ciclo respiratório é interrompido
em qualquer ponto, no momento do disparo, e reiniciado em seguida (Fig. 32).

5. ACIONAMENTO DO GATILHO
É o fundamento mais importante pois encerra as ações para a realização do disparo.
Durante o acionamento, o atirador deve ter em mente: manter a posição estável, focalizar a maça,
procurar colocá-la no centro do alvo, prender a respiração e aumentar, progressivamente, a pressão
na tecla do gatilho até após ocorrer o disparo (Fig. 33).
a. Posição do dedo:
O dedo indicador toca a parte central da tecla do gatilho com a região entre a
parte média da falange distal e a sua interseção com a falange medial.
b. Intensidade e sentido da força:
A pressão deve ser exercida de forma progressiva, sem movimentos bruscos,
para a retaguarda e na mesma direção do cano da arma, sem vetores laterais. É importante não
alterar a empunhadura durante a compressão do gatilho, ou seja, o movimento do indicador deve ser
totalmente independente da empunhadura, mantendo-se, em conseqüência, a posição estável e sem
desfazer a pontaria.
c. Erros de acionamento:
Ao executar a pontaria é desejo do atirador que as miras permaneçam
completamente imóveis sobre o ponto visado. No entanto, sempre há uma pequena oscilação, mais
sentida quanto maior a distância do alvo, maior a instabilidade da posição e menor o treinamento.
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Esta situação, aliada à ansiedade de acertar, faz com que o atirador cometa erros no acionamento,
obtendo maus resultados.
1) Gatilhada:
O atirador “comanda” o disparo, acionando bruscamente o gatilho quando
julga visualizar a fotografia ideal. Com isso, ao invés de atingir o alvo no ponto desejado, pode deixar
de acertá-lo.
2) Antecipação:
Outra conseqüência de comandar o tiro é a antecipação de reações ao
disparo. O atirador pode ser levado a aumentar a pressão da empunhadura e a forçar o punho para
baixo como para compensar o recuo da arma.
3) Esquiva:
Pode ainda ocorrer a esquiva, na qual o atirador projeta o ombro para trás
procurando fugir do recuo. Muitas vezes, o atirador chega a fechar os olhos antes do disparo,
perdendo a fotografia.
d. Acompanhamento:
Após o disparo, o atirador deverá se acostumar a manter a posição, a pontaria e
continuar acionando o gatilho por mais alguns segundos. Esta prática facilitará o atirador a não
cometer erros de acionamento ou a percebê-los e corrigi-los.
O disparo não é a última ação do acionamento.
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INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO

1. GENERALIDADES

Os exercícios da IPT de fuzil e de pistola são similares. Cada oficina deverá ter, como
responsável, um instrutor ou monitor que será o encarregado de conduzir o exercício. A quantidade
de material e pessoal, bem como a distribuição sugeridos, dependerão do grau de adestramento dos
instrutores e monitores, devendo o Oficial de Tiro ajustar-se à sua disponibilidade.

2. OFICINAS
a. Exercício Nr 1 - Tomar a Linha de Mira e a Linha de Visada
1) Condições de Execução:
a) Trabalho com Barra de pontaria:
Cada instruendo realiza o alinhamento de miras, o monitor verifica a fotografia e , de acordo
com o resultado, pode ou não determinar que o atirador monte novamente o aparelho.
O exercício é executado individualmente.
b) Trabalho com arma:
Semelhante ao trabalho com a barra de pontaria.
A articulação do fuzil em altura é feita pelo suporte móvel que é fixado através do parafuso e da
porca tipo borboleta (Fig. 36).
A articulação da pistola, em altura, é feita pela cunha que regula a parte posterior do cunhete
(Fig. 36.
O cartão de pontaria (Figs. 38 e 39) deve ser utilizado segundo o julgamento do monitor. Com
ele podemos verificar se o instruendo entendeu como formar a fotografia correta.
2) Material Necessário:
- 01 (um) conjunto da Fig. 34 para cada 02 (dois) instruendos;
- 01 (um) conjunto da Fig. 36 para cada 02 (dois) instruendos;
- 01 (um) cartão de pontaria (Fig. 38 ou 39) para cada 05 (cinco) instruendos.
3) Pessoal Empregado:
Utilizar 01 (um) monitor para cada grupo de 30 (trinta) instruendos.

b. Exercício Nr 2 - Manejo da Arma


1) Condições de Execução:
Para o início do exercício as armas estarão travadas (Fz), abertas e sem o carregador,
condição inicial para o ingresso no estande de tiro.
Seguir as seguintes operações:
- Registrar alças variadas (Fz);
- Registrar alça 2 (Fz);
- Municiar um carregador com dois cartuchos de manejo;
- Alimentar;
- Carregar, agindo no retém do ferrolho;
- Travar (Pst);
- Destravar; preparar para o tiro contínuo (Fz);
- Preparar para o tiro de repetição (Fz);
- Disparar;
- Simular incidentes de tiro: mostrar aos instruendos que devem levantar o braço e aguardar a
presença do monitor, quando então, segundo a orientação e supervisão deste, irão sanar o incidente.
Os instruendos vão executar as operações previstas para sanar incidentes de tiro peculiares àquele
tipo de armamento (ver no manual técnico);
- Colocar em segurança (Fz);
- Retirar o carregador;
- Executar dois golpes de segurança;
- Abrir a arma, prendendo o ferrolho à retaguarda;
- Inspecionar a câmara;
- Alimentar;
- Carregar, agindo na alavanca de manejo (Fz) ou no ferrolho (Pst);
- Destravar (Fz);
- Disparar;
- Abrir a arma, simulando o último disparo;
- Retirar o carregador;
- Inspecionar a câmara: mostrar aos instruendos que esta é a situação da arma após o término
de cada série de tiro;
- Colocar o carregador;
- Fechar a arma;
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- Desengatilhar;
- Travar: mostrar aos instruendos que esta é a situação da arma após a inspeção final, para sair
do estande de tiro;
- Retornar às condições iniciais da arma dentro do estande.
2) Material Necessário:
- 02 (dois) cartuchos de manejo por atirador;
- 01 (um) carpete , capichama ou cobertor para cada instruendo.
3) Pessoal Empregado:
Utilizar 01 (um) monitor para cada grupo de 30 (trinta) instruendos.

c. Exercício Nr 3 - Verificação da Constância da Pontaria


1) Condições de Execução:
- É realizado em duplas, com o atirador na posição deitado;
- O atirador ajusta a posição da arma mexendo no suporte (Fig. 36) de modo a colocar a linha
de visada no centro do cunhete de anteparo (Fig. 35). O armamento permanece na mesma posição
até o final do exercício. Usar uma das mãos como apoio da cabeça e a outra para direcionar a
silhueta móvel;
- O auxiliar senta-se no cunhete de anteparo (Fig. 35), à distância de 10m (Fz) ou 6m (Pst), fixa
o verso do borrão de tiro no centro do cunhete, coincidindo-o com a linha de visada do atirador;
- Movimenta a silhueta móvel (A-10 para o Fz e A-7 para a Pst), partindo de uma das
extremidades do cunhete, de acordo com a orientação do atirador até receber o sinal positivo para
fazer a marcação do impacto;
- Realiza três marcações e fica de pé para que o monitor possa avaliar o resultado;
- Cada atirador tem que obter um grupamento de três impactos circunscritos em uma
circunferência de um centímetro (01 cm) de diâmetro.
Obs.: No caso de utilizar alvos ou distâncias diferentes, obedecer as proporções entre alvo,
distância e gabarito.
2) Material Necessário:
- 01 (um) conjunto da Fig. 35 para cada 02 (dois) instruendos;
- 01 (um) conjunto da Fig. 36 para cada 02 (dois) instruendos ;
3) Pessoal Empregado:
Utilizar 01 (um) monitor para cada grupo de 30 (trinta) instruendos.

d. Exercício Nr 4 - Posições de Tiro


1) Condições de Execução:
a) Demonstração:
Um monitor demonstra, enquanto o outro detalha a tomada das posições de tiro, ressaltando as
características de cada uma delas.
b) Exercício prático:
Os instruendos executam as posições à medida que vão sendo demonstradas. A correção é
feita pelo monitor.
2) Material Necessário:
- 01 (um) tablado;
- Capichama ou carpete para cada instruendo;
- Alvos para as três posições (Fig. 43);
- Pode ser colocado um conjunto de alvos para até cada três atiradores.
3) Pessoal Empregado:
Utilizar 02 (dois) monitores para cada 30 (trinta) instruendos.

e. Exercício Nr 5 - Controle do Gatilho e Indicação do Tiro


1) Condições de Execução:
- São dois exercícios para pistola e um para fuzil, sempre em duplas;
- Usando estojo de 9mm ou .32 equilibrado sobre uma vareta plana colocada no cano da arma,
o atirador realiza o disparo em “seco” (Fig. 37). Se o estojo permanecer sobre a vareta, significa que
foi um bom acionamento. Este exercício serve tanto para fuzil como para pistola.
- O segundo exercício só é executado para pistola. Um lápis com borracha é colocado no
interior do cano e o atirador realiza três disparos, em cada uma das três posições, na silhueta
respectiva (Fig. 37). O padrão mínimo é obtido quando o instruendo acerta três impactos inscritos
numa circunferência de 3mm de diâmetro, na silhueta branca, para cada posição de tiro.
2) Material Necessário:
- 30 (trinta) estojos de .32 ou 9mm;
- 30 (trinta) lápis com borracha;
- 30 (trinta) percevejos.
3) Pessoal Empregado:
Utilizar 02 (dois) monitores para cada grupo de 30 (trinta) instruendos.
f. Exercício Nr 6 - Manutenção da Arma
1) Condições de Execução:
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a) Antes do tiro:
- Peças móveis com uma fina camada de óleo;
- Cano e cilindro de gases (Fz) secos.
b) Depois do tiro:
- Limpeza geral com O.N.L.A.;
- Passar fina camada de O.N.L.A.;
- Explicar que a manutenção deve ser repetida, ainda, durante os três dias seguintes.
2) Material Necessário:
- 01 (um) carpete , capichama ou cobertor para cada instruendo;
- 10 (dez) recipientes com óleo neutro para limpeza de armamento;
- 10 (dez) recipientes com querosene desidratado;
- 10 (dez) varetas de limpeza;
- 10 (dez) escovas de náilon para cano;
- 10 (dez) escovas de latão para cano;
- 15 (quinze) cordéis de limpeza;
- 10 (dez) pincéis pequenos (01 cm);
- 10 (dez) escovas de dentes;
- Retalhos de pano.
3) Pessoal Empregado:
Utilizar 1 (um) monitor para cada grupo de 30 (trinta) instruendos.

g. Exercício Nr 7 - Procedimentos no Estande


1) Condições de Execução:
- Nesta oficina deve-se procurar reproduzir toda a rotina de trabalho executada durante
qualquer exercício de tiro. Mostrar ao instruendo o que o atirador deve fazer desde o momento da
iinspeção inicial até a manutenção do armamento depois do tiro.
- Utilizar sempre que possível o próprio estande (a viabilidade disto pode depender da distância
do estande ao quartel).
- Dispor no terreno (Fig. 42) o pessoal empregado (monitores, Sgt Mun, municiadores, Cb Mec
Armt L, etc). Se algum elemento não estiver disponível, pode ser utilizado outro como representação.
- Explicar, demonstrar e executar os procedimentos para a inspeção: “Preparar para
inspeção!” e “Para inspeção, posição!”.
- Fuzil: Travado, aberto, sobre o ombro esquerdo, empunhado pela mão esquerda, cano na
horizontal e voltado para a retaguarda, carregadores na palma da mão direita com o transportador
para a frente (Fig. 2);
- Pistola: Aberta, empunhada com a mão direita, com o antebraço formando um ângulo de 450
acima da linha horizontal, carregadores na palma da mão esquerda com o transportador para a frente
(Fig. 3).
- Ler, explicar e exemplificar as Normas de Segurança procurando ilustrar cada tópico através
de situações criadas e de casos reais ocorridos nas instruções de tiro sem, contudo, transmitir medo
e insegurança ao atirador.
- Dispor no terreno os atiradores da primeira e da segunda série, à “espera” (Fig. 42).
- Explicar e demonstrar com os próprios instruendos (atiradores da primeira série) a seqüência
e comandos para o tiro real, de acordo com o previsto no Cap. 5 - INSTRUÇÃO DE TIRO, desta Nota
de Aula. Os instruendos que aguardam na posição “em forma” (Fig. 42) se aproximam da linha de tiro
para observar as ordens transmitidas.
- Explicar e demonstrar medidas para sanar incidentes de tiro, apresentando os mais comuns e
importantes com suas causas e conseqüências (reforço para o que já foi ensinado no exercício Nr
02).
- Pode ser usada munição de festim para simular o tiro real;
- Realizar a inspeção final.
2) Material Necessário:
- Material previsto na Fig. 42:
- Cartuchos de festim ( a quantidade suficiente para demonstrar um exercício para uma série
completa).
3) Pessoal Empregado:
- 01 (um) instrutor;
- 03 (três) monitores;
- 01 (um) Cb armeiro;
- 02 (dois) Soldados auxiliares.

h. Observações
1) Os exercícios Nr 1, Nr 3 e Nr 4 devem ser realizados antes dos demais, por todos os
instruendos.
2) Os exercícios Nr 1 e Nr 3, assim como os exercícios Nr 2 e Nr 6 podem ser
ministrados, cada conjunto, numa mesma oficina.
3) O Quadro Horário pode ser assim distribuído:
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Uma jornada completa para cada Subunidade dividida da seguinte forma:


- Teoria dos Fundamentos de Tiro- os dois primeiros tempos
- Exercícios Nr 1, Nr 3 e Nr 4 - dividem o restante do tempo da manhã
- Exercícios Nr 2, Nr 5 e Nr 6 - dividem os três primeiros tempos da tarde
- Exercício Nr 7 - o último tempo
4) As sugestões apresentadas nos itens 2) e 3) otimizam o tempo da instrução e o
emprego de pessoal, mas não estão previstas em manual. Sendo assim, o Oficial que desejar
ministrar sua IPT desta forma deverá solicitar autorização ao S/3 da OM.
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EXERCÍCIOS DE TIRO

1. GENERALIDADES

a. Todos os módulos de tiro estão previstos na IGTAEx e devem ser cumpridos na


sua íntegra.

b. Como sugestão, para os módulos de fuzil, pode ser montada, à parte, no próprio
estande, observando sempre as Normas de Segurança, uma linha de tiro de ar comprimido onde
outro instrutor (pode ser um Sgt) realizará séries com os atiradores deficientes (com resultado I),
enquanto estes estiverem à espera (Fig. 43).

c. Dependendo da disponibilidade de pessoal, ainda podemos executar


treinamentos de ”tiro em seco” e de posições de tiro (exercícios Nr 04 e Nr 05 da IPT) com os
instruendos que estiverem aguardando para realizar o módulo correspondente.

d. Convém que os atiradores mais fracos sejam postos nas primeiras séries de tiro.
Desta forma, caso obtenham resultado insuficiente, poderão ser recuperados na mesma jornada.

e. Se possível, realize as sessões de tiro iniciais, intercalando munição real com


munição de manejo. Este procedimento auxilia a identificação de erros de acionamento.

2. DESENVOLVIMENTO

a. Seqüência e Comandos de Tiro


1) Inspeção inicial : Dispor a tropa em coluna por dois, com intervalo de 03 (três)
metros, frente para o interior; “Preparar para inspeção!” e “Para inspeção, posição!”;
2) Ambientação com o estande ( se for o caso), explicação da rotina de trabalho,
do exercício e leitura das Normas de Segurança;
3) Organizar as séries;
4) Dispor a tropa conforme a Fig. 42;
5) “Atiradores, armas ao solo ( ou em local determinado), travadas (fz),
abertas e sem carregador; janela de ejeção para cima e carregador com o transportador
voltado para a retaguarda. Sentados!”;
6) “Identifiquem seus alvos!”;
7) “Preencham os borrões de tiro!”. Explicar como preencher;
8) “A partir de agora, cinco minutos de treinamento de tiro em seco e das
posições de tiro!”. Ressaltar as características de cada posição enquanto estiver corrigindo os
instruendos;
9) “Treinamento encerrado. Todos sentados!”. Descrever o exercício a ser
realizado;
10) “ Municiar ____ carregador(es), cada um com _____cartuchos!”;
11) “Tomar a posição ______!”;
12) “Alimentar, carregar e travar!”;
13) “Atiradores prontos?”. Neste momento, os monitores levantam o braço,
sinalizando para o Comandante da linha de tiro, abaixando-o somente quando todos estiverem
prontos;
14) “Destravar as armas!”;
15) “Atenção!”. Apitar ou comandar: “Fogo a vontade!”;
16) Apitar para terminar ou comandar “Cessar fogo!”;
17) “Falhas?”. Sanar os incidentes (se houver) para prosseguir com os
exercícios;
18) Quando não houver mais falhas: “Exercício de tiro terminado, armas
travadas (fz), abertas e sem o carregador. Monitores verifiquem a segurança da linha de tiro!”;
19) Após o sinal positivo dos monitores: “Linha de tiro em segurança!
Atiradores de pé! À frente verificar os resultados!”;
20) Depois de encerrado o último exercício de tiro, de cada série de atiradores, o
instrutor faz a inspeção final na própria linha de tiro;

b. Verificação dos resultados


Durante a verificação dos impactos, um monitor anota o desempenho dos
atiradores. Os resultados E, MB, B e R à caneta e o insuficiente (I) à lápis. Os resultados insuficientes
têm que ser recuperados (sempre que possível, ao término da instrução). O(s) monitor(es) que
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permanecem na linha de tiro organizam o próximo rodízio. A série de espera recolhe os estojos
vazios e em seguida, senta-se à retaguarda das capichamas, de frente para o alvo sem tocar no
armamento, enquanto que outra série ocupa a posição de espera (Fig. 42). O Cb Mec Armt L anota o
número das armas com as respectivas quantidades de tiros, além de registrar, se for o caso, as
panes, incidentes ou problemas apresentados. Os Soldados auxiliares obreiam os alvos.
Após o término dos exercícios de tiro previstos, os atiradores irão para a
manutenção do armamento que poderá ser coordenada pelo Cb Mec Armt L.

3. CONTROLE DO RENDIMENTO DA INSTRUÇÃO


É importante que o instrutor acompanhe, durante e após o tiro, o trabalho de todos
os seus auxiliares, a fim de que possa preencher corretamente a documentação exigida segundo o
Manual de Campanha C 23-1 - Tiro das Armas Portáteis, quanto aos resultados, a quantidade de
munição utilizada e o controle do armamento através das Fichas de Registro das Alterações do
Armamento Leve - FRAAL. Para facilitar o preenchimento dos mapas e documentos previstos o
oficial poderá utilizar uma ficha semelhante ao modelo da figura 41, a fim de transcrever os rascunhos
das suas anotações.
Para a IPT utilize o Borrão de Tiro do anexo “E” (Fig. 45). Os borrões de tiro para as
demais instruções devem seguir as orientações constantes do mesmo anexo.
Determine e verifique o controle do consumo da munição. Como sugestão utilize o
modelo da figura 40. Esta ficha deve ser preenchida durante a execução do exercício de tiro pelo
graduado que estiver centralizando a distribuição dos cartuchos.
Ao término de todo o exercício de tiro, é feita a crítica do mesmo, procurando
mostrar os pontos a serem melhorados e ressaltando-se os aspectos positivos.

4. SEGURANÇA NO TIRO NOTURNO


Dividir a série em grupos de, no máximo, quatro atiradores, separados pelo intervalo
de um alvo.
Ao comando de “Carregar!”, os instrutores/monitores acendem lanternas com filtro
vermelho, acompanhando os tiros do seu setor.
Ao término do exercício, inspecionam o setor que estiver sob sua responsabilidade
e, quando terminarem, sinalizam piscando a lanterna para o comandante da linha de tiro.
Antes da verificação dos impactos as armas serão inspecionadas pelos monitores
(armas ao solo, travadas (fz), abertas, sem o carregador e com a janela de ejeção voltada para cima).
Ao término do módulo e depois da última série, realizar a inspeção final.
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PRESCRIÇÕES DIVERSAS
1. MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
a. Previsão de Consumo de Munição
Conciliar a quantidade prevista para o consumo segundo a IGTAEx e a
disponibilidade de cartuchos pela Dotação da OM.
As Dotações de Munição são regulamentadas por portarias específicas e convém
consultá-las junto à 4a seção.
b. Pedido de Munição
Normalmente é feito através da SU ao Fiscal Administrativo da OM (4a seção).
c. Pedido de Apoio Médico
Normalmente é feito através da SU ao Fiscal Administrativo da OM (4a seção).
d. Pedido de Estande
Normalmente é feito através da SU ao Oficial de Operações da OM (3a seção).
e. Aquisição de Alvos e Obréias (Fig. 44)
Os alvos e obréias podem ser adquiridos no EGGCF ou em gráficas
especializadas. Na impossibilidade de comprá-los, os alvos poderão ser confeccionados de maneira
artesanal, usando-se papel rascunho e tinta preta. Pintam-se várias folhas para depois cortá-las nas
medidas desejadas. O alvo tipo A-2 pode ser pintado sobre papel pardo, o mesmo usado em quadro
mural de instrução.
O alvo padrão é o alvo A2, que representa a silhueta de um homem em pé.
Como objetivo operacional, os instruendos deverão se acostumar a realizar a pontaria no alvo A2 a
200m, para as instruções de Fuzil, e 25m, para as instruções de Pistola. Desta maneira terão
facilidade em utilizar o aparelho de pontaria para avaliar distâncias.
Em estandes reduzidos, bem como para a confecção dos meios auxiliares de
instrução, é recomendável a utilização de alvos com as dimensões reduzidas em escala,
proporcionais à distância operacional, possibilitando ao instruendo sempre a mesma fotografia.
As obréias ideais são as do tipo adesivas, pela facilidade de manuseio,
agilizando o trabalho de trincheira. São limpas e de custo relativamente baixo. Podem também ser
confeccionadas de papel picotado com cola à base de farinha de trigo.

2. OUTRAS ATIVIDADES

a. Ensaio da instrução
Cabe ao Oficial de Tiro reunir todos os seus auxiliares antes da IPT para fazer
um nivelamento de conhecimento, procurando ensinar, atualizar e corrigir os fundamentos de tiro,
bem como padronizar os procedimentos corretos para ministrar as instruções.
b. Competições desportivas
Regras para competições de tiro podem ser encontradas no S/3 da OM, no E/3
da GU ou ainda, em Entidades Civis de Tiro Desportivo da região. As competições civis de tiro, mais
populares, são regulamentadas pela União Internacional de Tiro (UIT) e Confederação Internacional
de Tiro Prático (IPSC), e as militares pelo Conselho Internacional dos Esportes Militares (CISM).
Nada impede, no entanto, que determinadas provas, especialmente as militares, tenham suas
próprias diretrizes e regras específicas, face a restrições e imposições como: dimensões do estande,
restrições de alvo ou munição. Convém, antes de qualquer prova de tiro, com uma antecedência
oportuna, realizar uma reunião preparatória, com os representantes de cada equipe, onde são
discutidas as dúvidas e informadas as peculiaridades da competição.
c. Teste de Aptidão no Tiro
O TAT é realizado anualmente por todos os oficiais, subtenentes e sargentos.
Está regulado na Portaria 51-EME, de 01 Out 81.
d. Manutenção preventiva
Além da manutenção prevista no Exercício Nr 6 - Manutenção da Arma, da IPT,
uma rigorosa manutenção, três dias consecutivos, deverá ser feita no âmbito das reservas de
armamento.
Existe uma série de calibradores para o cano do FAL. Eles servem para
analisarmos a eficiência e a segurança do armamento. A prática, entretanto, tem mostrado que
algumas armas, apesar de apresentarem condições satisfatórias de uso, quando analisadas com os
calibradores, dispersam muito o tiro, por estarem com o cano corroído ou ovalado (manutenção
deficiente ou vida útil vencida). Isto é importante porque o mau grupamento poderá ser atribuído ao
atirador, levando-o a desacreditar na técnica de tiro, realizando mudanças no que talvez já esteja
certo.

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