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II2
Câmara Júnior, Wellington Bezerra
3
III
Consagro este trabalho à minha mulher, Abigail Câmara, que sempre me
incentivou e se constituiu no meu renovador de ânimo e inspiração, e à minha
mãe, Delegada Olga Câmara, que me ensinou, desde criança, que em uma
arma só se deve pegar quando se sabe atirar.
4
IV
Agradecimentos
Em geral a todos aqueles que incentivaram e não mediram esforços para
nos auxiliar no que precisamos;
5
V
Apresentação
O período de formação, sem dúvidas, é o mais importante em nossa vida
profissional, pois é nele que somos preparados para desempenharmos com o
máximo de eficiência a tarefa que nos dispomos a realizar: servir a Sociedade,
protegendo-a daqueles que seguem na contramão da legalidade.
Imaginemos o que seria de um enfermo que precisando se submeter a um
procedimento cirúrgico encontra pela frente um cirurgião sem muita perícia no
uso do bisturi; apenas um exemplo, no entanto se realizarmos um parâmetro
com os profissionais de polícia que têm como um dos seus principais
instrumentos de trabalho a arma de fogo, o que seria da sociedade com esse
profissional atuando nas ruas? Infelizmente, já verificamos, através dos meios
de comunicação, muitos cidadãos serem vitimados nas mãos de agentes
despreparados da lei, que por negligência, imprudência e até mesmo
imperícia, mal utilizam esses instrumentos que facilmente matam.
Em nossa época acadêmica, apesar dos competentes instrutores que
tivemos na área de Armamento, Munição e Tiro, os recursos didáticos quase
sempre eram insuficientes. Quando procurávamos nos aprofundar no estudo,
esbarrávamos na falta de acervo literário, tendo que quase sempre recorrer à
revistas de edição trimestral e semestral, como a Magnum e a Hunter.
Normalmente encontrávamos os assuntos procurados, depois de horas e horas
de pesquisa.
Este trabalho é um apanhado sobre Armamento, Munição e Tiro, tudo que
encontramos em revistas e livros, nacionais e importados. Em armamento
partimos do simples conceito de armas até o que dispomos de mais
sofisticado, dando ênfase ao que utilizamos em nossas polícias. No vasto
mundo das munições, o ponto alto é o estudo dos efeitos de projéteis no corpo
humano (interno e externo), já em tiro, mostramos, com diversas ilustrações e
fotos, as técnicas necessárias para a realização do mesmo com eficácia e
segurança.
O nosso objetivo é fazer com que os futuros alunos de cursos de formação
ou especialização, policiais em geral e incipientes instrutores, tenham ao seu
alcance uma trabalhada fonte de consulta, fruto de mais de um ano de
dedicada pesquisa, para que possamos ter, cada vez mais, competentes
profissionais.
VI6
Sumário
Armas ......................................................................................................13
1. Conceito......................................................................................................13
2. Classificação...............................................................................................13
2. Classificação:..............................................................................................14
a. Quanto ao calibre......................................................................................14
b. Quanto ao tipo...........................................................................................15
c. Quanto ao emprego...................................................................................16
d. Quanto à refrigeração................................................................................16
e. Quanto ao funcionamento.........................................................................16
f. Quanto ao princípio de funcionamento.....................................................17
g. Quanto ao sentido de alimentação............................................................18
h. Quanto ao raiamento.................................................................................19
i. Quanto à alimentação................................................................................20
j. Quanto ao carregamento...........................................................................20
3. Conceitos básicos........................................................................................20
Balística ...................................................................................................21
1. Conceito......................................................................................................21
2. Divisão........................................................................................................21
3. Trajetória de um projétil.............................................................................21
Munições .................................................................................................23
1. Conceito......................................................................................................23
VII7
d. Projétil.......................................................................................................27
- Diferentes tipos de projéteis........................................................................29
- Efeitos de alguns projéteis...................................................................31 a 48
Protegendo Munições .........................................................................49
VIII8
Submetralhadora 9mm MT-12/MT-12A .....................................86
1. Características.............................................................................................86
2. Classificação...............................................................................................86
3. Divisão Geral..............................................................................................86
4. Desmontagem.............................................................................................88
5. Montagem...................................................................................................88
6. Funcionamento...........................................................................................88
7. Manejo........................................................................................................90
IX 9
Fuzil 7,62mm M 964 SA/PARA-SA .............................................129
1. Características...........................................................................................129
2. Classificação.............................................................................................129
3. Divisão Geral............................................................................................129
4. Desmontagem...........................................................................................132
5. Montagem.................................................................................................132
6. Funcionamento.........................................................................................132
7. Manejo......................................................................................................137
Tiro .........................................................................................................176
- Regras de Segurança.................................................................................178
- Fundamentos do Tiro................................................................................181
Posição do atirador (armas de porte)......................................................182
- Posição para o Tiro de Precisão................................................................183
- Posição em Pé (WEAVER)......................................................................186
- Posição em Pé (ISÓSCELES)..................................................................187
- Posição Ajoelhado....................................................................................188
- Posição Sentado........................................................................................191
- Posição Deitado........................................................................................195
- Posicionamento para o tiro Barricado.......................................................197
Posição do atirador (armas portáteis).....................................................198
- Posição em Pé (Mtr MT-12).....................................................................198
- Posição Ajoelhado (Mtr MT-12)..............................................................200
- Posição Sentado (Mtr MT-12)..................................................................201
- Posição em Pé (Esping. Cal. 12)..............................................................202
- Posição Ajoelhado (Esping. Cal. 12).......................................................203
- Posição em Pé (Fuzil SA).........................................................................204
- Posição Ajoelhado (Fuzil SA)..................................................................205
- Posição Sentado (Fuzil SA)......................................................................205
- Posição Deitado (Fuzil SA)......................................................................206
Empunhadura (armas de porte)...............................................................207
- Empunhadura Dupla.................................................................................207
- Empunhadura Simples..............................................................................209
Empunhadura (armas portáteis).............................................................210
Aparelho de Pontaria...............................................................................211
- Alça de Mira.............................................................................................211
- Massa de Mira...........................................................................................212
Visada........................................................................................................213
- Fotografia..................................................................................................214
- Olho Diretor..............................................................................................214
Respiração................................................................................................215
Puxada do Gatilho....................................................................................217
XI11
Condicionamento Mental..........................................................................218
Bibliografia ..........................................................................................236
XII12
ARMAS
l. CONCEITO
2. CLASSIFICAÇÃO
13
ARMAMENTO LEVE
l. CONCEITO
É todo aquele de calibre inferior a 0,60 (l5,24 mm), com exceção dos lança-
rojões - 2,36 (59,9 mm) e 3,5 (89,9 mm).
2. CLASSIFICAÇÃO
14
O calibre pode ser expresso em milímetros (sistema decimal) ou centésimos
de polegadas e milésimos de polegadas.
Ex. Cal. 5,56 mm (munição utilizada no AR-15) = Cal .22
Cal. 7,62 mm (munição utilizada no fuzil FAL/SAR) = Cal .30
Cal. 9 mm = Cal. 380 = Cal .38
b. Quanto ao tipo:
PST. DESERT
REV. .38 EAGLE
AK - 47
15
3) Não portátil: Devido ao volume e peso, pode ser conduzido somente por
viatura ou dividido em fardos, por vários homens (Ex. Metralhadora
Hotkiss).
d. Quanto à refrigeração:
CARABINA
PUMA .38
16
2) Semi-automático: são aquelas que realizam automaticamente todas as
fases do funcionamento, com exceção do disparo (Ex. Pistola);
CZ 9mm
3) Automático: São aquelas que realizam automaticamente todas as fases do
funcionamento (Ex. Metralhadora de mão INA Cal 9 mm).
MTR. INA
ESP. CAL 12
AK-47
17
b) Ação dos gases sobre o ferrolho;
DESERT EAGLE
MP41/4
4
BERGMANN
MP28.II
AK - 47
OWEN
18
5) Retrocarga: Que se carrega pela culatra
HK PSG-1
h. Quanto ao raiamento:
19
i. Quanto à alimentação:
j. Quanto ao carregamento
3. CONCEITOS BÁSICOS
Número de disparos que pode ser feito por uma arma em um minuto, não
levando em conta o tempo necessário para a alimentação, pontaria,
incidentes de tiro etc., isto é, supondo-se a arma dotada de um carregador
de capacidade infinita.
3. Alcance máximo
4. Alcance útil/eficaz
2.DIVISÃO:
a. Interna - deslocamento do projétil dentro de uma arma;
b. Externa - deslocamento do projétil na trajetória;
c. Terminal - efeitos sobre o alvo.
3. TRAJETÓRIA DE UM PROJÉTIL:
a. Mecânica do disparo
As armas de fogo utilizam, para lançar o projétil à distância, a
pressão dos gases resultantes da combustão da pólvora contida no
cartucho.
Com o cartucho na câmara da arma, o atirador aperta o gatilho
e coloca em ação o mecanismo de disparo da arma:
21
RECUO
GASES
b. Velocidade inicial
Para efeito de estudo, consideraremos velocidade inicial (vo), a velocidade
linear, com que o projétil deixa o estojo após o disparo, se deslocando no
interior do cano da arma.
1) A força dos gases que lhe conferiram uma aceleração, fazendo com que, ao
cessar esta última, alcance uma determinada velocidade;
2) Efeito giroscópico: forçado pelas raias do cano, o projétil ganha uma
velocidade angular ou de giro sobre seu próprio eixo.
22
EM OPOSIÇÃO A ESTAS FORÇAS, ATUAM OUTRAS DUAS:
A W
R Vb
ALVO g
ARM
A
MUNIÇÕES
1. CONCEITO:
23
COMPOSIÇÃO DO CARTUCHO
ESTOJO
ESPOLETA
CARGA PROPELENTE
( PÓLVORA )
CARTUCHO
VISTA INTERNA
PROJÉTIL
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2. COMPOSIÇÃO DO CARTUCHO (MUNIÇÃO):
a. Estojo
Porção cilíndrica, cônica ou com a forma de “garrafa” do cartucho, na qual
se aloja a espoleta, o projétil e que contém o propelente. A sua base é chamada
culote, pode ter ou não diâmetro maior que o estojo. Nas armas de repetição
onde existe uma peça chamada extrator, para retirar o estojo vazio da câmara,
este exibe um sulco ou gola, entre o culote e o corpo do estojo.
CORPO DO ESTOJO
CORPO DO ESTOJO
SULCO
CULOTE
CULOTE
TIPOS DE ESCOVA
ORIFÍCIOS DE COMUNICAÇÃO
BIGORNA BIGORN
FULMINATO
FULMIN
CÁPSULA CÁPSUL
BOXER BERDAN
25
Na composição do misto iniciador da munição nacional, entram o clorato de
potássio, sulfureto de antimônio e o fulminato de mercúrio, havendo tendência
para substituir esse último pela azida de chumbo. Essa substância possui
melhores propriedades que o fulminato.
Tipos de espoleta:
a. Boxer (bigorna na própria espoleta);
b. Berdan (bigorna fica no culote do estojo).
Tamanhos de espoletas:
a. Small (para calibres menores ex. cal .38)
b. Large (para calibres maiores ex cal .45).
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d. Projétil
Parte vulnerante do cartucho, de forma cilíndrica com a parte anterior
cônica ou ogival; Existem ainda projéteis sem ogivas (canto vivo) e outras de
ogiva truncada. São confeccionados geralmente de chumbo e endurecido com
antimônio ( grande densidade, baixo ponto de fusão e maleabilidade).Existem
também projéteis revestidos (encamisados ou enjaquetados totalmente ou
parcialmente) e deformáveis. Vejamos alguns projéteis:
CHUMBO (CHUMBO+ANTI
MÔNIO+ESTANHO:DUREZA)
SEMI-ENCAMISADOS(DIMINUI CHUMBA-
MENTO DO CANO).
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PROJÉTEIS (VARIAÇÕES)
Proj. encamisado Proj. canto vivo
Garante maior penetração e bom Especial para competição, garante
funcionamento em armas semi-automáticas melhor precisão no tiro; o formato do
e automáticas. proj. produz furos bem definidos no
alvo, facilitando a contagem dos
pontos.
28
DIFERENTES TIPOS DE PROJÉTEIS
SEMI-ENCAMISADOS
Os projéteis semi-encamisados são aqueles em que a
jaqueta de cobre não chega a cobrir todo o projétil, mas
deixa a sua ponta de chumbo exposta.
Podem ser de ponta oca ou de ponta macia. As
primeiras produzem mais expansão e as segundas maior
penetração.
29
Esses projéteis, tanto os de ponta azul quanto os de ponta
preta, são muito leves e por esse motivo alcançam uma
velocidade muito maior que os mais convencionais.
Quando um projétil Glaser atinge um alvo, ele o penetra
espatifando-se em seu interior, em inúmeros fragmentos,
transmitindo toda sua força no impacto. Boa munição, com bom
“stopping power” e extremamente adequada para uso em locais
onde existam aglomerações. Já que esses projéteis não
atravessam um corpo e não ricocheteiam.
30
EFEITOS DE ALGUNS PROJÉTEIS
Aproveitamos esta seção para explorarmos a última fase do estudo da Balística, A
BALÍSTICA TERMINAL, aonde procuramos mostrar os efeitos causados por diversos
calibres e munições.
Concentramos o nosso estudo nos efeitos causados especificamente em seres
humanos, e por esta razão nos voltamos um pouco para a Medicina Legal, aonde através
da Tanatologia ( ou estudo da morte ) somos capazes de analisar as lesões ( muitas vezes
fatais ) provocadas por esses pequenos projéteis.
HYDRA-SHOK
ESTARFIRE HOLLOW POINT
31
Os efeitos do projétil são explicados através de uma ação direta e por ação
indireta.
A ação direta é devida aos mecanismos conhecidos como “martelo e
cunha”. No mecanismo do martelo, o projétil “empurra” todas as estruturas
nas quais colide ( Figura 1A ) e no mecanismo de cunha o projétil “abre”
caminho entre os tecidos, deslocando-os (Figura 1B).
FIGURA 1A
FIGURA 1B
EC – Energia Cinética
Ec = m . V² m – Massa
2 V – Velocidade
33
Notamos que as estruturas biológicas são lesadas tanto nos locais atingidos
pelo projétil como em lugares distantes, neste último caso os ferimentos sendo
explicados pela ação indireta, ou seja, teorias que procuram explicar uma
ação à distância.
A ação indireta, também denominada de explosiva, é explicada através de
vários modelos, propostos por Reger, Kocher, Cosmino e Leo, entre outros.
A teoria da ação hidráulica de Reger e Kocher é baseada no
funcionamento de um pistão de bomba hidráulica, em que as forças são
transmitidas em todas as direções. Este modelo explica o rompimento
(estouro) de vísceras ocas contendo material líquido e pastoso, como o
estômago.
A teoria do movimento vibratório de Coscino é baseada no modelo de
transmissão da vibração do projétil às partículas e estruturas biológicas em
que colide, como o exemplo da queda de uma pedra num lago, a onda se
transmite a locais distantes do local de impacto. Este modelo explica as ações
á distância, isto é, estruturas biológicas lesadas porém não atingidas
diretamente pelo projétil, como um tiro no tórax (mediastino), local orgânico
com grande quantidade de líquidos (sangue), em que a vibração do projétil é
transmitida a locais distantes, causando deslocamento da retina e das
meninges, podendo levar à morte por lesão encefálica, sem que o projétil
tenha atingido diretamente a cabeça.
A teoria do Leo procura explicar a ação indireta baseada no modelo de
microprojéteis, isto é: o projétil, ao colidir com as estruturas orgânicas, se
transforma em múltiplos microprojéteis, semelhantes a um jogo de bilhar. Se
compararmos o projétil com a bola branca, no início observamos que esta ao
colidir com as outras, a elas transmite parte do seu movimento. Cada bola vai
atingir (colidir com) partes distintas da mesa (ação indireta), locais diferentes
do atingido pela bola branca (ação direta do projétil). Múltiplas variáveis e
modelos não foram aqui considerados.
No trajeto pelo organismo, o projétil pode apresentar fragmentação,
deformação e torções, modificando assim sua capacidade de vulnerar os
tecidos. Este mecanismo é evidente quando considerarmos a morfologia do
orifício de entrada, o trajeto e o orifício de saída. O fogo, a fumaça e a pólvora
também, cada um por si causam modificações nas estruturas biológicas.
De uma forma geral, mantendo arbitrariamente constantes algumas
variáveis, não considerando outras e de forma resumida, procuramos mostrar
os estudos recentes e a maneira da ação vulnerante dos projéteis em estruturas
biológicas nas quais colide e atravessa.
34
Dentro da Medicina Legal, a Tanatologia ( Estudo da Morte ) possui
fundamental importância, sendo justamente nessa parte que encontramos uma
subdivisão à respeito de lesões, a qual nos interessa mais diretamente. Uma parte
dessa subdivisão, aquela das lesões perfuro-contusas deve ser conhecida para que se
possa entender o que realmente significa um tiro para a Medicina Legal.
As lesões se subdividem em simples e compostas, as simples com 3 tipos de
agentes: 1) Agentes perfurantes, os quais agem por pressão em um determinado
ponto, como os estiletes e agulhas, provocando ferimentos punctórios; 2) Agentes
cortantes, agindo por pressão e deslizamento, tais como as facas e navalhas,
produzindo incisões (cortes), e 3) Agentes contundentes, estes agindo por pressão
e/ou deslizamento, como soco, paulada, queda entre outros, produzindo uma ferida
contusa, como laceração, equimose, hematoma, escoriações etc. Da associação das
feridas simples encontramos as compostas, tais como: 1) Perfuro-incisa, provocada
por faca ou punhal; 2) Corto-contusa, decorrente da ação de um machado, por
exemplo, e 3) Perfuro-contusa, como a produzida por um projétil de arma de fogo,
por exemplo.
Assim, o projétil de arma de fogo, a bala, é um agente perfuro-contundente, ou
seja, perfura, atravessa a pele e outras estruturas orgânicas e também contunde, bate,
machuca, esta ação podendo ser, grosso modo, comparada à de uma broca, com
altíssima velocidade de rotação e acoplada a uma furadeira de impacto. Juntamente
com o projétil, seguem também gases, resíduos de pólvora ainda em combustão e
outros elementos decorrentes da combustão da mesma, tal como a fumaça.
O ferimento (lesão) ocorre em decorrência da função de todos esses elementos
de forma isolada ou conjunta.
Após disparo da arma de fogo, um projétil
atinge o corpo humano empurrando a pele até um
ponto crítico onde ela se rompe, conforme
demonstrado na sequência da figura. Notamos,
então, que a lesão apresenta as bordas invertidas e
contundidas (machucadas) e, ao redor, um derrame
de sangue (equimose) devido à ruptura de pequenos
vasos sangüíneos da pele, características que
constituem a orla de contusão. Essa orla pode ser
circular ou elíptica, conforme o ângulo de
aproximação do projétil em relação à pele e é
encontrado em todos os tiros, independente da
distância.
35
Ao atravessar a pele a bala é limpa de todas as suas impurezas, como óleo,
fumaça, detritos, etc. Estas impurezas ficam depositadas ao redor do orifício
de entrada, constituindo a orla de enxugo, que – da mesma forma que a orla de
contusão – é encontrada em todos os tiros, independente da distância.
( Observe foto 1 ).
De forma geral, quando
encontramos somente estas
características, concluímos que o
disparo, o tiro, foi efetuado à distância,
não sabemos se média ou longa, pois
para essa definição são necessários
outros exames.
Na foto ao lado, nas duas
perfurações verificadas, observa-se a
formação da orla de contusão e de
enxugo.
36
As zonas de chamuscamento, tatuagem e de esfumaçamento são
elementos importantes na determinação da distância do disparo, ou seja,
indicar a proximidade do mesmo, por consequência do atirador. São
encontrados esses elementos nos disparos efetuados a distâncias inferiores a
70 cm, considerando armas de uso civil.
Estas zonas podem ser encontradas na pele e nas roupas, vindo daí a
denominação popular de “tiro à queima roupa”, tecnicamente, denominamos
este tipo de tiro de disparo à curta distância.
37
Esquema mostrando um tiro à
curta distância ( a queima roupa ).
38
Mostraremos agora os efeitos causados por projéteis de armas longas ( nestes
casos a espingarda cal. .12 ) nas três situações apresentadas anteriormente:
Tiro afastado, aproximado e encostado. ( obs.: Foi utilizado o cartucho 3T
vários bagos de chumbo ).
39
DISTÂNCIA DO DISPARO ENCOSTADO CURTA DISTÂNCIA OU Á À DISTÂNCIA
QUEIMA ROUPA
-Câmara de Mina; - Zona de tatuagem; - Orla de contusão;
-Queimadura, fuligem e - Zona de esfumaçamento; - Orla de enxugo.
CARACTERÍSTICAS pólvora no início do - Zona de chamuscamento;
trajeto. - Orla de contusão;
- Orla de enxugo.
40
MAPA TOPOGRÁFICO PARA LOCALIZAÇÃO DE LESÕES
CASO 1
ENTRADA II
2
2
41
FOTOS CASO 1
Pulmã
o
Fígad
o
42
Análise dos órgãos atingidos: Entrada do projétil 1 no
As setas mostram o trajeto do coração.
projétil 1 aonde verificamos o
ferimento causado no pulmão.
43
Projétil 2, perfuração também Fígado violentamente atingido
causada por disparo à pelo projétil 2.
distância.
44
MAPA TOPOGRÁFICO PARA LOCALIZAÇÃO DE LESÕES
CASO 2
ENTRADA SAÍDA
1
1
45
FOTOS CASO 2
PULMÃ
O
46
Início da saída do projétil Saída do projétil (vista externa)
(vista interna).
47
Observação aproximada da Projétil após haver sido
perfuração 2 (observe o projétil retirado (observe a
no local de repouso). deformação do mesmo).
48
PROTEGENDO MUNIÇÕES
É necessário ter zelo também com munições, não basta apenas cuidar das
armas.
49
Devemos ter especial cuidado com munições em processo de corrosão;
munição corroída em contato com munição nova pode transferir essa corrosão
para as últimas. Embora estojos niquelados sejam provavelmente, mais
imunes a esse tipo de corrosão por transferência, não são totalmente
resistentes. Não se deve mesmo juntar munição mais antiga com as mais
recentes. As diferentes munições deverão – sempre que possível – ser
guardadas em suas embalagens originais, pois com isso tem-se o controle de
sua época de aquisição, de seu calibre e da exata quantidade, sem ter que ficar
catalogando-as de tempo em tempos.
50
As munições nunca deverão ser colocadas
próximas de produtos químicos, mesmo que
estes estejam aparentemente com suas
embalagens fechadas. Idem para qualquer tipo
de material inflamável, mesmo removedor
doméstico ou querosene. Igualmente para a
exposição direta à luz do sol, ou em
temperatura ambiente superior, por longos
períodos, a 21o C.
O amoníaco (amônia), tíner, sal e mercúrio
podem destruir a ductibilidade do latão em
pouco tempo, enfraquecendo os estojos que
podem no tiro, sob pressão mínima,
fragmentarem-se de forma perigosa; tintas,
solventes e o gás de aerosóis podem
contaminar a pólvora e as espoletas,
eventualmente alterando sua composição
química. Não é necessário que essas
substâncias tenham contato direto com a
munição e eventualmente c/ o metal das armas;
apenas seu vapor ou os gases gerados por elas (e transportados pelo ar) são
suficientes para danificar.
O local onde as munições serão guardadas deverá ser seco, fresco,
ventilado ao extremo, sem muita incidência de luz solar e individualizado
quanto a guarda de qualquer tipo de produto químico, ou pelo menos bem
distante.
Muito cuidado com calor direto ou indireto, pois raios ultravioleta alteram
a composição química da pólvora e o calor concentrado a resseca,
possivelmente alterando a taxa de queima a níveis perigosos.
Veículos policiais que habitualmente transportam espingardas de calibre
12 devem ter essas armas completamente revisadas a cada mês (para detectar-
se pequenas partes soltas do mecanismo) e os cartuchos trocados a cada 2 ou 3
meses, no máximo, pois a constante vibração, os chacoalhos e os tremores
podem dilatar levemente as buchas, fazendo com que grãos de pólvora passem
entre elas e as paredes do cartucho, gerando explosões perigosíssimas.
51
STOPPING POWER ( PODER DE PARADA )
Até hoje não foi possível apontar com total segurança uma só arma, calibre
e munição capaz de parar um adversário com um só disparo, em 100% das
vezes. Isso acontece porque as variáveis são muitas, tantas quanto os seres
humanos são diferentes entre si. Uns, ao serem baleados, são capazes de ainda
lutar por horas a fio, e outros morrem gemendo baixinho em segundos. Existem
casos onde elementos baleados com sete tiros de pistola .45 ACP sobreviveram
e outros, atingidos com um disparo de .38 SPL ogival, caíram
instantaneamente.
52
Uma pesquisa que apresenta
importantes informações, foi a
realizada por um ex-Sargento da
especializada de homicídios da
Polícia de Detroit, Evan Marshall,
esse estudioso do Stopping Power
coletou centenas e centenas de casos
reais de tiroteios, dando destaque
para aqueles em que aconteceu o tão
falado “poder de parada”, onde o
elemento atingido caiu quase que
imediatamente após receber o tiro.
Todos esses casos foram
separados em calibre por calibre e
pelo tipo de munição empregada.
53
Outros fatores além do “stopping power” podem ser considerados na escolha do
calibre policial por excelência. Podemos levar em conta precisão prática,
capacidade de tiro, efetividade antiveículo, facilidade de porte, remuniciamento
rápido e alguns outros.
54
( Pesquisa extraída da revista Magnum, autoria de Victor Gardolinski Júnior –
Advogado Criminalista em Curitiba – PR)
55
Esta tabela compara os diversos calibres permitidos pela legislação brasileira
aos civis, tendo como base os estudos feitos pelo pesquisador norte-americano
Evan P. Marshal utilizando dados advindos de calibres bem maiores e mais
potentes do que os aqui permitidos.
Meu estudo centralizou-se em torno dos 6 (seis) mais vendidos calibres
de Armas Curtas do Brasil: 6,35 mm; 22 LR; 32 S&W; 7,65 mm (ou .32
ACP); 380 ACP (ou 9 mm Curto) e .38 SPL, sendo que para este último- por
ser o calibre de maior uso- considerei 3 tipos diferentes de pontas, ou seja, a
ogival de chumbo e a oca semi-jaquetada, e uma que deliberei chamar de
“ponta oca canto-vivo”, que nada mais é do que um projétil canto-vivo
recarregado ao contrário, desta forma ficando com a extremidade oca para
cima, e com carga de pólvora de 5 (cinco) “grains”. A citada fonte deixa claro
que os calibres 6,35 mm; 22 LR e .32 S&W são impróprios para serem
utilizados com esse objetivo de incapacitação imediata e, portanto, em armas
de defesa pessoal, fazendo-se necessário vários disparos.
56
QUADRO DE EFICIÊNCIA REAL DAS MUNIÇÕES
TOTAL DE EFICIÊNCIA %
MUNIÇÃO CASOS COM UM SÓ DE
ANALISADOS TIRO (No DE EFICIÊNCIA
CASOS)
57
ARMAMENTO LEVE
58
PROCEDIMENTOS PRELIMINARES COM ARMAMENTO LEVE
1. Vistoria da arma:
a) Apontar a arma para uma direção segura;
b) Jamais levar o dedo ao gatilho;
c) Retirar o carregador;
d) Abrir a arma ( ferrolho a retaguarda ou liberar tambor );
e) Verificar o interior das câmaras, executando dois golpes de segurança
ou apertando a vareta do extrator;
f) Verificar o interior do cano da arma;
g) Verificar o mecanismo de disparo, bem como o percussor ou percutor;
h) Verificar o aspecto geral da arma, no que tange todas as partes
componentes.
2. Condução da arma:
a) No caso de armas de porte, conduzi-las abertas ou no coldre;
b) No caso de armas portáteis, conduzi-las em bandoleiras ou “de arma na
mão”, abertas.
3. Ações com comando:
Todas as ações em instrução ou no estande de tiro, só mediante ordem do
instrutor.
4. Preparação do armamento com munição:
a) Municiar revólver (colocar munição no tambor);
b) Carregar revólver (fechar o tambor);
c) Municiar carregador (colocar munição no carregador);
d) Alimentar Pst/Fz/Mtr (colocar carregador na arma);
e) Carregar Pst/Fz/Mtr (Inserir munição na câmara);
f) Travar a arma (acionar o dispositivo de segurança).
59
PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA COM ARMAMENTO LEVE
a) Jamais aponte uma arma contra alguém por brincadeira, mesmo sabendo
que ela não está municiada ou carregada;
b) Verifique se não há obstrução no cano antes de carregar;
c) Jamais deixe, fora do horário de utilização o armamento municiado ou
carregado, nem tão pouco engatilhado;
d) Jamais passe o armamento a alguém estando carregado. Sempre passe o
armamento desmuniciado e aberto;
e) Adquira o hábito de desmuniciar o armamento toda vez que o apanhar;
f) Desenvolva os hábitos de segurança todas as vezes que o armamento for
retirado do coldre ou bandoleira, ou quando forem guardados;
g) Fique com o dedo estendido do lado de fora do gatilho, até que esteja
pronto para atirar;
h) Em instrução, mantenha o armamento sempre aberto, quando não estiver
no coldre ou em bandoleira;
i) Conheça seu armamento e munição;
j) Mantenha seus dedos longe da boca do cano;
k) Saque rápido é perigoso em princípio a segurança;
l) Certifique-se que os cartuchos de festim, quando utilizados, não sejam
reais;
m) Seja zeloso com o armamento, mantendo limpo e bem conservado, visto
que em situações de emergência, sua vida dependerá de seu correto
emprego e, principalmente, de seu perfeito funcionamento.
60
Protejem da ferrugem e tornam mais macios seus diversos mecanismos,
vejamos alguns:
1. Óleo para limpeza do cano- antióxido que preserva temporariamente
a arma contra ferrugem. Deve ser empregado logo após o tiro, para
limpeza da alma do cano, a qual, depois deve ser protegida por uma
camada fina de óleo fluido protetor e lubrificante.
2. Composto semilíquido contra ferrugem- protege as partes metálicas
da arma durante longo período de tempo.
1. CARACTERÍSTICAS:
a) Calibre: .38”
b) Peso desmuniciado: 0,800kg (cano de 4 pol)
c) Peso municiado: 1,150 kg (cano de 4 pol)
d) Comprimento total: 0,235m (cano de 4pol)
e) Número de raias: 06 (esq. P/ dir.)
f) Número de câmaras do tambor: 05, 06 ,07 ou 08
g) Alcance útil: 50m
2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: de porte
b) Quanto ao emprego: individual
c) Quanto ao funcionamento: de repetição
d) Quanto ao princ. de funcion.: ação muscular do atirador
e) Quanto à refrigeração: a ar
f) Quanto ao raiamento: alma raiada (06 da esq. p/ dir.)
g) Quanto a alimentação: manual
h) Quanto ao sentido da alimentação: da esq. p/ dir.
61
3. DIVISÃO GERAL
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1 15
22
16
24
17
18
25
19
20 21 23
62
1
2
1- Parafuso de fixação do cabo
2- Cabo
3- Armação
TAMBOR DESMONTADO
3 4 6
1
8
5
2 7
63
PEÇAS DO MECANISMO DA ARMA
8
6 10
3
4
1 2 7 9
5
14
11
15 16 17 18
12 13
19 20 21
64
4. DESMONTAGEM:
a) Retirar o parafuso da coronha e as respectivas placas;
b) Retirar o parafuso da caixa do mecanismo, que se encontra próximo da
extremidade anterior do guarda-mato;
c) Empurrar para frente o botão serrilhado do ferrolho a fim de soltar o
tambor. Empurrar este para a esquerda e retirá-lo pela frente com o
conjunto do eixo suporte do tambor;
d) Desparafusar a vareta do extrator, retirando-a. Retirar o conjunto do eixo
suporte do tambor, a mola do extrator com seu anel, a haste central e sua
mola e finalmente o extrator. Observar com cuidado a posição dessas peças
para não haver engano na montagem;
e) Retirar os três parafusos restantes da placa da caixa do mecanismo para
removê-la. Não forçar a retirada da placa do seu alojamento. Com um cabo
de madeira de uma ferramenta, bater ligeiramente na armação até que a
placa se solte. Depois levantá-la do alojamento;
f) Retirar o parafuso regulador da mola real do respectivo alojamento na
extremidade da armação ( específico para revólveres que ainda o possui);
g) Retirar a mola real e a respectiva haste do seu alojamento no regulador da
mola real;
h) Retirar o impulsor do ferrolho;
i) Retirar o impulsor do gatilho e a sua mola, fazendo pressão para direita na
extremidade posterior do impulsor, até que ele se libere de seu pino.
OBS.: Manter o polegar sobre a extremidade posterior do impulsor do gatilho,
enquanto o retira do pino, a fim de não perder a mola;
j) Puxar para trás o ferrolho até que ele livre a parte posterior do cão. Em
seguida, puxando o cão também para trás, levantá-lo do seu eixo;
k) Fazer pressão sobre o gatilho para direita e retirá-lo do seu eixo;
l) Retirar o parafuso que se encontra na frente do guarda-mato, a mola e a
haste do retém do tambor;
m) Levantar o retém do tambor do respectivo eixo e removê-lo;
n) Desatarraxar o parafuso do botão serrilhado para retirá-lo;
o) Levar o ferrolho p/ a sua posição mais a retaguarda e removê-lo;
p) Retirar a mola do ferrolho do tambor.
5. MONTAGEM:
Na ordem inversa da desmontagem.
6. FUNCIONAMENTO
a) Durante o carregamento:
Empurrar para frente o botão serrilhado do ferrolho do tambor. A extremidade
do ferrolho do tambor faz pressão contra a extremidade da haste central da
vareta do extrator que, por sua vez, empurra a presilha-retém localizada no cano.
65
Empurrar para frente o botão Extremidade do ferrolho do
Serrilhado do ferrolho do tambor. tambor.
2
4
1
Pre
Presilha retém localizada no cano.
66
Esta operação liberta o tambor de modo que ele pode girar sobre seu suporte e
cair para a esquerda. O tambor pode então ser carregado.
Obs.: Esta ação jamais deverá ser executada com pancadas, pois estas poderão
avariar o suporte. Enquanto o tambor está aberto, o cão não pode levantar-se
uma vez que a pressão da mola do ferrolho do tambor o mantém para a frente.
Nesta posição, um ressalto, que se encontra na parte traseira do ferrolho, fica sob
a borda superior do cão, trancando por completo o seu funcionamento.
Quando o tambor girar para dentro da armação, a mola da haste central, que
possui uma pressão maior do que a mola do ferrolho do tambor, impele a ponta
da haste central encaixando-a na armação, ficando o tambor em seu lugar. O
alinhamento da câmara do tambor com o cano é assegurado pelo retém do
tambor, montado na armação logo abaixo do tambor. Um ressalto existente no
retém encaixa-se num dos entalhes existentes na parte posterior do tambor,
alinhando-se com o cano e impedindo qualquer movimento posterior. Temos,
nessa situação, a arma pronta para funcionar.
b) Durante o tiro:
Ao atirar em dupla ação, a pressão do dedo sobre o gatilho faz a borda
superior do mesmo empurrar a alavanca de armar, levantando o cão até que a
ponta do gatilho entre em contato com ele. Prosseguindo, continua a levantar o
cão até que fique próximo à posição do engatilhamento, ocasião em que,
escapando da ponta do gatilho, avança violentamente para percutir a cápsula, em
virtude da pressão da mola real. Puxando para trás o gatilho, o impulsor do
gatilho recua também, até o ponto onde uma saliência sobre o mesmo impulsor
( o ressalto travador do cão ), fica bastante atrás, para impedir que o ressalto de
segurança do cão entre em contato com ele; isso permite ao cão avançar a
distância necessária para ferir o culote do cartucho.
Ao atirar em ação simples, o cão é primeiro puxado pelo dedo polegar até
ficar na posição de engatilhamento. Nessa posição, um entalhe na ponta anterior
da parte inferior do cão prende-se à ponta do gatilho. Uma pressão sobre este
desprendendo-o do entalhe do cão, soltando-o, permite-lhe avançar o necessário
para ferir o cartucho. O cão avançará em virtude do impulsor do gatilho que está
para trás, mantido pela pressão exercida sobre o gatilho.
Obs.: Ao atirar, quer em ação simples quer em ação dupla, o gatilho deve
ficar atrás enquanto o cão avança, de sorte que o ressalto sobre a borda inferior
do cão não entrará em contato com a saliência sobre o impulsor do gatilho
(ressalto travador do cão). Se o gatilho retornar a sua posição normal durante o
tempo em que o cão avança, o ressalto existente sobre o impulsor impedirá ao
cão de avançar a distância necessária, impedindo-o de ferir o cartucho.
67
3 5
1- Gatilho;
4 6 2- Cão;
3- Alavanca de armar;
4- Barra de transferência;
2
5- Percussor;
6- Cartucho.
4
1- Gatilho;
2- Impulsor do gatilho e
sua mola;
3- Mola real e sua haste;
4- Conjunto cão e
alavanca de armar.
3
2
68
Igualmente, deve-se notar que o tambor não pode abrir enquanto o cão
permanecer engatilhado, porque o ressalto da ponta posterior do ferrolho é
mantido atrás pelo cão, impedindo a ação de abertura do tambor.
Ao fazer pressão no gatilho, este, por intermédio do impulsor do tambor,
aciona a trava automática que está alojada na tampa da armadura, fazendo-a
recolher-se totalmente para dentro de uma ranhura existente na placa do
mecanismo, liberando assim o cão e permitindo, deste modo, que haja a
percussão com o avanço suficiente para o ferimento da cápsula. Mesmo que o
revólver esteja com o cão armado, a trava automática continuará impedindo o
disparo casual somente se afastando para dentro de sua ranhura se o gatilho for
puxado para trás. Não há possibilidade de um disparo, a não ser que o gatilho
sofra pressão a ponto de deslocar-se para trás.
Simultaneamente ao movimento do gatilho, ao engatilhar o cão, um ressalto
sobre a borda dianteira e superior do gatilho prende-se na ranhura do retém do
tambor e o impele para baixo. Isto retira o ressalto do retém do tambor de um
encaixe que este tem em sua periferia, e permite assim que ele gire sob a ação do
impulsor. Este, acionado por um eixo ligado ao gatilho, prende-se à cremalheira
existente no extrator, fazendo girar o tambor.
Uma vez que o gatilho continua o seu movimento para trás, o retém do
tambor solta-se do gatilho, permitindo ao seu ressalto voltar ao encaixe existente
no tambor, alinhando-se a câmara com o cano ou pondo o tambor em posição de
tiro. Quando o cão recua, o impulsor e o retém do tambor, põem o tambor na
posição de tiro.
Obs.: O retém do tambor impede que o tambor faça um giro maior que um
sexto de revolução de cada vez.
Quando se solta o gatilho, o impulsor do gatilho sob pressão de sua mola,
impele para frente o gatilho. O ressalto existente sobre o impulsor entra em
contato com o ressalto do cão, fazendo com que a ponta do percussor seja
retirada; isso constitui uma segurança. Quando o gatilho está na posição normal,
uma pancada sobre o cão não pode fazê-lo ferir o cartucho em virtude não só da
ação da trava automática acima descrita como também a do ressalto existente no
impulsor que impedem o movimento do cão para frente.
Mais uma vez repetimos que o cartucho só pode ser ferido quando o gatilho é
puxado para trás e mantido nessa posição, enquanto o cão é impelido para frente
pela mola real
Após o tiro abre-se o tambor e os estojos ou cápsulas gastas, são ejetados do
tambor pela pressão do dedo sobre a cabeça da vareta do extrator, em cuja
extremidade está a cremalheira. O deslocamento do tambor para trás, quando a
vareta é acionada, é impedido por um ressalto existente no lado esquerdo da
armação.
69
FUNCIONAMENTO DO REVÓLVER .38
70
7. Manejo do Revólver .38
a) Municiar o tambor;
b) Alimentar e carregar a arma;
c) Disparar;
d) Abrir a arma;
e) Extrair os estojos.
a) Municiar o tambor
71
b) Alimentar e carregar a arma
c) Disparar a arma
72
d) Abrir a arma
e) Extrair os estojos
73
PISTOLA TAURUS DE DUPLA AÇÃO
1. CARACTERÍSTICAS:
a) Calibre: 380 ACP
b) Peso c/ carregador desmuniciado: 800g
c) Peso c/ carregador municiado: 900g
d) Comprimento: 180mm
e) Número de raias: 06 (esq. p/ dir.)
f) Capacidade do carregador: 12 – 15 - 19
g) Alcance útil: 50 m
2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: de porte
b) Quanto ao emprego: individual
c) Quanto ao funcionamento: semi-automático
d) Quanto ao princ. de func.: ação dos gases
e) Quanto à refrigeração: a ar
f) Quanto ao raiamento: alma raiada
g) Quanto à alimentação: com carregador
h) Quanto ao sentido da alimentação: de baixo p/ cima
3. DIVISÃO GERAL:
10 6 7 1
1- Armação
8 2- Ferrolho
3- Cano
4- Mola recuperadora
5- Guia da mola recuperadora
6- Placas do punho
7- Parafusos das placas do punho
11 8- Corpo do carregador
9 9- Fundo do carregador
10- Mola do carregador
11- Chapa da mola do carregador
12- Transportador
12 2 3 4 5
74
1 3
DESMONTAGEM DO CARREGADOR
2
4 1 – Fundo do carregador
2 – Mola do carregador
3 – Lâmina da mola do carregador
1
4 – Transportador
3 5 – Corpo do carregador
75
76
1
1 – Trava de segurança 3
2 – Alavanca de desmontagem
3 – Retém do ferrolho 4
4 – Retém do carregador
4. DESMONTAGEM:
a) Retirar o carregador:
Com a mão direita empunhar a arma; com a mão esquerda pressionar o retém
do carregador (localizado à esquerda da arma na parte anterior do punho)
liberando-o;
b) Retirar o ferrolho:
Com a mão direita empunhar a arma; com a mão esquerda segurar a
parte superior do ferrolho, e ainda, com o dedo indicador da mão direita,
comprimir o retém da alavanca de desmontagem e simultaneamente com o
dedo polegar da mão esquerda, girar a alavanca de desmontagem de 90 o no
sentido horário.
Deslizar o ferrolho para frente, até separá-lo da armação. Juntamente
com o ferrolho saem as peças que compõem o grupo do ferrolho e que são:
Cano, haste guia e mola recuperadora;
c) Retirar a haste guia e mola recuperadora:
Comprimir a haste guia e mola recuperadora para frente e levantá-las,
deixando que se distenda vagarosamente;
d) Retirar o cano:
Empurrar o cano um pouco à frente e puxá-lo à retaguarda,
separando-o do ferrolho;
e) Retirar as placas da coronha:
Retirar os parafusos existentes nas placas da coronha, soltando.
f) Desmontar o carregador:
Com o auxílio de uma chave de fenda comprimir o retém do fundo do
carregador retirando-o, e liberando o transportador, sua chapa e mola
5. MONTAGEM:
Na ordem inversa da desmontagem.
77
6. FUNCIONAMENTO:
a) Recuo do ferrolho:
A pressão desenvolvida pela deflagração da carga de pólvora agindo
em todos os sentidos, força o projétil para frente e o ferrolho para trás. Graças
a massa do ferrolho, seu recuo se efetua após a saída do projétil do cano.
1. Extração – A pressão que empurra o estojo contra seu alojamento
no ferrolho obriga-o a recuar. A função do extrator consiste em manter o
estojo no seu alojamento no ferrolho, a fim de evitar que ele tombe no
mecanismo antes da ejeção. O extrator servirá, também para extrair um
cartucho ou estojo que tenha provocado um incidente de tiro.
2. Ejeção – No momento em que o alojamento do culote do cartucho
do ferrolho se encontra aproximadamente na altura da parte posterior da janela
de ejeção, o estojo entra em contato com o ejetor que sobressaindo no
alojamento do culote, obriga-o a girar em torno da garra do extrator e o projeta
para fora da arma.
3. Apresentação do cartucho – Continuando seu movimento para
retaguarda o ferrolho ultrapassa o carregador. Os cartuchos do carregador não
estando mais seguros pelo ferrolho se elevam pela ação da mola do carregador
no transportador até que o cartucho de cima, limitado pelas abas do carregador
se apresenta.
b) Avanço do ferrolho:
1. Engatilhamento – Após o fim do curso de recuo do ferrolho, a
mola recuperadora o empurra para frente.
2. Desengatilhamento – A ação do dedo sobre o gatilho abaixa a parte
posterior da armadilha liberando o cão.
3. Carregamento – Após um percurso para frente, a parte inferior do
ferrolho entra em contato com o culote do cartucho de cima do carregador e o
empurra para frente. Em seu movimento a ogiva do projétil encontra a rampa
de acesso existente no cano. Esta orienta o projétil para câmara desprendendo
assim o cartucho das abas do carregador. O ferrolho continua empurrando o
culote do cartucho, introduzindo-o completamente na câmara, dando-se então
o carregamento.
4. Percussão – Com o desengatilhamento, o percussor percute a
espoleta do cartucho, provocando a deflagração da carga de pólvora.
78
ILUSTRAÇÃO DEMONSTRATIVA
79
FUNCIONAMENTO DA PISTOLA DE DUPLA AÇÃO
80
7. Manejo da Pistola Taurus 380 ACP
Sete etapas:
a) Municiar o carregador;
b) Alimentar a arma;
c) Carregar e engatilhar a arma;
d) Travar a arma;
e) Destravar a arma;
f) Disparar a arma;
g) Retirar o carregador.
a) Municiar o carregador
81
b) Alimentar a arma
e) Destravar a arma
83
Obs.: Nas pistolas atualmente fabricadas pela Taurus, o registro de
segurança faz algo a mais além de travar e destravar a arma, é o
procedimento que chamamos de “decocking lever” ( alavanca de desarmar
o cão) que consiste em abaixar o citado registro até o seu limite, este
procedimento fará com que o gatilho avance até o seu descanso (1 º estágio)
deixando a arma completamente em segurança (ver figura).
84
f)f) Disparar
Disparar aa arma
arma
g) Retirar o carregador
Botão liberador do
carregador
85
SUB-METRALHADORA 9mm MT-12/MT-12A
1. CARACTERÍSTICAS:
a) Calibre: 9mm
b) Peso c/ carregador municiado: 3,800Kg
c) Peso com carregador desmuniciado: 3,000Kg
d) Comprimento com coronha aberta: 645mm
e) Comprimento com coronha rebatida: 418mm
f) Capacidade do carregador: 30 ou 40 munições
g) Alcance útil: 200 m
2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: portátil
b) Quanto ao emprego: individual
c) Quanto ao funcionamento: automático e semi
automático
d) Quanto ao princípio de funcionamento: ação
dos gases
e) Quanto ao raiamento: alma raiada (06 esq. p/
dir.)
f) Quanto a refrigeração: a ar
g) Quanto a alimentação: carregador metálico
h) Quanto ao sentido da alimentação: de baixo p/
cima
3. DIVISÃO GERAL:
1 2 3 4 5 6 7 8
1- Bandoleira
2- Carregador
3- Tampa da caixa da culatra
4- Mola recuperadora
5- Ferrolho
6- Cano
7- Luva de fixação do cano
9
8- Punho posterior
9- Cavilha do tubo de fixação
do punho posterior
10- Caixa da culatra
10 86
CARREGADOR DESMONTADO
1
1- Copo do carregador
2- Conjunto mola e
lâmina do carregador
3- Fundo do carregador
87
1- Retém da luva de fixação do
cano
2- Alavanca de manejo
3- Retém do carregador
4- Conjunto gatilho e guarda-mato
5- Tecla do dispositivo de
segurança
6- Registro de tiro e segurança
7- Coronha dobrável 1 2 3 4 5 6 7
4. DESMONTAGEM:
a) Retirar a bandoleira;
b) Retirar o carregador;
c) Recuar o ferrolho a fim de inspecionar a câmara;
d) Levar o ferrolho à frente;
e) Liberar a tampa da caixa da culatra, comprimindo seu retém.
Desatarraxá-la, retirando-a com a mola recuperadora;
f) Liberar a luva de fixação do cano, abaixando seu retém. Desatarraxar
a luva e retirar o ferrolho do cano. Separar a luva de fixação do cano,
girando-a de ¼ de volta, para qualquer dos lados. Separar o ferrolho do
cano, levantando a parte posterior do cano, trazendo-o para retaguarda;
g) Retirar a cavilha do tubo de fixação do punho posterior,
comprimindo suas extremidades e empurrando-a para o lado oposto.
Forçar, com pequenos golpes, o punho para trás e para baixo,
retirando-o.
5. MONTAGEM:
É feita na ordem inversa da desmontagem.
6. FUNCIONAMENTO:
Com exceção do engatilhamento que ocorre durante o avanço do
ferrolho, onde o mesmo é retido logo no início do seu curso pela
armadilha se o registro de tiro estiver na posição intermitente ou
recomeça o ciclo se estiver na posição de rajada, o funcionamento da
MTR MT 12/ MT 12A é idêntico ao da pistola.
88
Funcionamento da Metralhadora MT – 12 A
89
7. Manejo da Mtr MT - 12/MT - 12A
Sete etapas:
a) Municiar o carregador;
b) Alimentar a arma;
c) Engatilhar a arma;
d) Travar a arma (MT – 12/ MT – 12A);
e) Selecionar o regime de tiro (MT – 12/ MT – 12A);
f) Disparar a arma;
g) Retirar o carregador;
h) Estender e rebater a coronha dobrável.
a) Municiar o carregador
90
b) Alimentar a arma
c) Engatilhar a arma
Segurar com a mão
direita o punho posterior
exercendo pressão na tecla
do dispositivo de segurança;
puxar para trás a alavanca de
manejo, fazendo com que o
ferrolho fique preso a
retaguarda. (Obs.: nesta
situação a arma estará pronta
para o tiro). Para
desengatilhar, retira-se o
carregador e leva-se o
ferrolho à frente apertando-
se a tecla do dispositivo de
segurança e no gatilho.
91
d) Travar a arma (MT – 12A)
92
d1) Travar a arma (MT – 12)
Tiro intermitente:
Pressionar o botão posterior (mais pró-
ximo do atirador) da direita para a esquer -
da, estando o anterior pressionado da es -
querda para a direita.
Tiro em rajada:
Pressionar ambos os botões da direita
para a esquerda.
93
f) Disparar a arma
g) Retirar o carregador
94
h) Estender e rebater a coronha dobrável (MT – 12/MT – 12A)
Estender a coronha:
Rebater a coronha:
Metralhadora MT – 12
Metralhadora MT – 12A
95
METRALHADORA 9mm INA
1. CARACTERÍSTICAS
a) Calibre: 9mm
b) Peso c/ carregador municiado: 4,306kg
c) Peso c/ carregador desmuniciado: 3,625kg
d) Comprimento c/ coronha aberta: 865mm
e) Comprimento c/ coronha rebatida: 606mm
f) Capacidade do carregador: 30 munições
g) Alcance útil: 200 m
2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: portátil
b) Quanto ao emprego: individual
c) Quanto ao funcionamento: automático e semi-automát.
d) Quanto ao princípio de funcionamento: ação dos gases
e) Quanto ao raiamento: alma raiada (06 esq. p/ dir.)
f) Quanto a refrigeração: a ar
g) Quanto a alimentação: carregador metálico
h) Quanto ao sentido da alimentação: de baixo p/ cima
3. DIVISÃO GERAL
1
1- Registro de tiro e segurança
2- Coronha dobrável
3- Alavanca de segurança e
2
retém do carregador
4- Guarda-mato
5- Charneira inferior
5 4 3
96
REGISTRO DE SEGURANÇA TRAVA DE SEGUR /RETÉM
DO CARREGADOR
1 5 7
2 4
97
1- Culatra móvel
2- Pino do registro de segurança
3- Guia da mola recuperadora
4- Mola amortecedora
5- Mola recuperadora
6- Haste da mola recuperadora
7- Conjunto cano e luva do cano
3
4
CARREGADOR DESMONTADO
1- Corpo do carregador
2- Transportador
3- Conjunto mola e lâmina do carregador
4- Fundo do carregador
98
4. DESMONTAGEM:
a) Retirar o carregador;
b) Inspecionar a câmara, trazendo o ferrolho à retaguarda e engatilhando;
c) Desengatilhar a arma ( a culatra não irá inteiramente a frente);
d) Deslocar o registro de segurança p/ posição “segurança”;
e) Dobrar a coronha para o lado direito;
f) Desatarraxar a luva do cano, completamente, retirando-a;
g) Deitar a arma sobre a face direita;
h) Firmar o cano sobre a face direita, com a mão esquerda;
i) Simultaneamente, com a mão direita, levantar a face esquerda da arma,
rebatendo-a em torno das charneiras;
j) Retirar o cano do seu semi-alojamento direito;
k) Recuar a culatra ligeiramente, e simultaneamente comprime-se a tecla da
alavanca de segurança e leva-se a culatra inteiramente à frente;
l) Com os dedos indicador e médio da mão direita, comprime-se a mola
recuperadora no interior da culatra, ao mesmo tempo que levanta-se a base
do guia da mola, livrando-a do fundo da caixa da culatra;
m) Retirar a mola recuperadora e seu guia;
n) Puxar a haste da mola recuperadora para fora da culatra;
o) Empurrar o botão do registro de segurança para frente, retirando-o para
fora da caixa da culatra;
p) Retirar a culatra.
5. MONTAGEM: na ordem inversa da desmontagem.
6. FUNCIONAMENTO:
As operações de funcionamento são reunidas em duas fases:
Operações realizadas durante o recuo: abertura, extração, ejeção e
compressão da mola.
Operações realizadas durante o avanço: distensão da mola,
engatilhamento, carregamento e fechamento.
Estando a arma alimentada, destravada e corretamente empunhada para o
tiro, a posição relativa de suas peças será:
Carregador: Introduzido no receptor e preso pelo retém;
Tecla da alavanca de segurança: comprimida pelo polegar esquerdo e,
portanto, a alavanca de segurança abaixada, deixando livre o caminho a ser
percorrido pela culatra;
Culatra: retraída, presa pela alavanca de disparo;
Mola recuperadora: comprimida no interior da culatra e apoiada na parte
posterior da caixa da culatra.
99
DISPARO:
(1) Acionando-se a tecla do gatilho, este gira em torno do seu eixo,
e sua extremidade anterior vai forçar para baixo a alavanca de disparo, que se
acha entrosada com o entalhe da culatra;
(2) A culatra fica livre e a mola recuperadora se distende, jogando
a culatra para frente;
(3) No percurso, a culatra encontra um cartucho, apresentado pelo
transportador, e o introduz na câmara;
(4) Ao fim desta operação, o percutor fere a espoleta do cartucho,
ocasionando o disparo;
(5) A força de expansão dos gases produzidos pela carga de
projeção do cartucho impulsiona o projétil para frente rumo ao alvo, ao
mesmo tempo que empurra a culatra para trás, iniciando o ciclo de
funcionamento da arma.
RECUO:
(1) A culatra, ao recuar, arrasta consigo o estojo vazio, preso pela
garra do extrator. Ocorre a abertura e a extração;
(2) Prosseguindo em seu movimento para trás, a culatra vai
comprimindo a mola recuperadora;
(3) O ejetor é fixo à face esquerda da caixa e passa no interior de uma
fenda existente na culatra. Quando o estojo está alinhado com a janela de
ejeção, recebe forte pancada do ejetor e, como está empolgado pelo extrator
do lado direito, a garra móvel deste, faz com que o estojo seja lançado para
fora da arma. Ocorre a ejeção;
(4) A culatra ainda recua, o quanto lhe permite a fenda de passagem
da alavanca de manejo.
AVANÇO:
100
Funcionamento da Metralhadora INA
101
7. Manejo da Mtr INA 9mm
Oito etapas
a) Municiar o carregador;
b) Alimentar a arma;
c) Engatilhar a arma;
d) Desengatilhar a arma;
e) Fechar a arma;
f) Travar a arma;
g) Disparar a arma;
h) Retirar o carregador.
a) Municiar o carregador
Introduzir a munição no
carregador; adotar o mesmo
procedimento realizado no
municiamento da Mtr Mt 12 A.
102
b) Alimentar a arma
c) Engatilhar a arma
Puxar a alavanca de
manejo para trás deixando a
arma totalmente aberta e
pronta para atirar.
103
d) desengatilhar a arma
e) Fechar a arma
104
f) Travar a arma
g) Disparar a arma
105
h) Retirar o carregador
106
METRALHADORA PORTÁTIL MT-40
1. CARACTERÍSTICAS:
a) Calibre: .40 S&W
b) Peso c/ carregador Municiado:
3,705Kg
c) Peso c/ carregador desmuniciado:
3,200Kg
d) Comprimento c/ coronha aberta:
677mm
e) Comprimento c/ coronha rebatida:
421mm
f) Capacidade do carregador: 30
cartuchos
g) Alcance útil: 200m
2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: portátil
b) Quanto ao emprego: individual
c) Quanto ao Funcionamento.: automático; tiro a tiro; rajada
limitada
d) Quanto ao Princípio de Funcionamento.: ação dos gases
e) Quanto ao raiamento: alma raiada (06 da esq. p/ dir.)
f) Quanto à refrigeração: a ar
g) Quanto à alimentação: carregador metálico
h) Quanto ao sentido da alimentação: de baixo para cima
3. DIVISÃO GERAL
107
108
CARREGADOR DESMONTADO
1. Corpo do carregador
1 2. Mesa de apresentação
3. Fundo do carregador
4. Lâmina e mola
2 3
4. DESMONTAGEM:
a) Pinos de união
Os pinos de união para serem retirados é necessário pressioná-los (fig. 1 e
2), retirando primeiro o pino posterior e depois o anterior. Uma vez retirados,
a caixa do mecanismo se desconectará da caixa da culatra, separando a arma
em duas partes (fig. 3).
Fig. 1 Fig. 2
Fig. 3
109
b) Guarda - mãos
Primeiro retira-se o guarda – mão inferior puxando-o para trás e para
baixo, logo após, o guarda-mão superior, deslocando-o para cima (fig. 4 e 5).
Fig. 4 Fig. 5
fig. 6 fig. 7
fig. 8 110
fig. 9
fig. 10 fig. 11
fig. 12 fig. 13
111
5. MONTAGEM
6. FUNCIONAMENTO
7. MANEJO DA Mtr. MT - 40
Dez etapas:
a) Municiar o carregador;
b) Alimentar a arma;
c) Carregar a arma;
d) Travar a arma;
e) Selecionar o regime de tiro;
f) Disparar a arma;
g) Retirar o carregador;
h) Descarregar a arma;
i) Reter o ferrolho à retaguarda (arma aberta);
j) Estender e rebater a coronha dobrável
a) Municiar o carregador
Consiste em introduzir a mu -
nição no carregador empur -
rando os cartuchos de encon -
tro à mesa de transporte.
112
b) Alimentar a arma
c) Carregar a arma
113
d) Travar a arma
114
f) Disparar a arma
g) Retirar o carregador
115
h) Descarregar a arma
116
j) Estender e rebater a coronha dobrável
1. Para estender: Segurar a arma com a mão esquerda e com a mão direita
puxar a coronha até ocorrer o trancamento final.
ATENÇÃO: Esta operação JAMAIS deverá ser feita com o ferrolho armado.
117
FUZIL 7,62mm (MOSQUEFAL)
2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: portátil
1. CARACTERÍSTICAS: b) Quanto ao emprego: individual
a) Calibre: 7,62mm c) Quanto ao funcionamento: de repetição
b) Peso sem baioneta: 3,910kg d) Quanto ao princ. de funcionamento: força
c) Peso com baioneta: 4,410kg muscular do atirador
d) Comprimento: 1115mm (baioneta: 306mm) e) Quanto a refrigeração: a ar
e) Capacidade do depósito de munição: 05 cart f) Quanto ao raiamento: 04 da esquerda para
f) Alcance útil: 600 m direita
g) Quanto a alimentação: carregador
metálico tipo lâmina
h) Quanto ao sentido da alimentação: de
cima para baixo
1 3. DIVISÃO GERAL:
2
9
10
3 4 5 6 7 8
118
4
3 1- Vareta
2- Cilindro do ferrolho
5 3- Receptor guia do cão
4- Componentes do receptor
2
6 guia do cão
5- Percussor
6- Mola do percussor
1
3
1- Receptor guia do cão
5 2- Cão
3- Registro de segurança
4- Retém do receptor guia do
cão
4 5- Mola do retém do receptor
guia do cão
1
2
119
4. DESMONTAGEM:
120
5. MONTAGEM:
Na ordem inversa da desmontagem
6. FUNCIONAMENTO:
1. No recuo:
a) Destrancamento – Imprimi-se à alavanca de manejo uma rotação de 90º
para a esquerda, neste momento ocorre o destrancamento;
b) Retração do percussor - No momento em que a alavanca de manejo está
sendo levantada e chega a posição vertical há o recuo do percussor;
c) Abertura – Estando a alavanca de manejo na posição vertical, o ferrolho,
liberado, desliza facilmente agindo-se na alavanca de manejo para
retaguarda, neste ponto estará aberto o depósito de cartucho ;
d) Extração – Quando o ferrolho recua, o extrator arrasta o estojo que
abandona a câmara;
e) Apresentação do cartucho – Aberto o depósito de cartuchos
completamente, a mola do transportador eleva um novo cartucho;
f) Ejeção - Um pouco antes do final do curso do ferrolho, o estojo recebe
da esquerda para direita e pela base do culote, um choque do ejetor que o
projeta para fora.
2. No avanço:
a) Carregamento – Levando-se à frente a alavanca de manejo, o ferrolho no
seu movimento empurra o cartucho apresentado à sua frente, o qual é
encaminhado para a câmara;
b) Fechamento – Ocorre o fechamento no momento em que a parte anterior
do ferrolho, entra em contato com a parte posterior do cano;
c) Trancamento – Após o fechamento, ao ser rebatida para baixo a
alavanca de manejo, ocorre o trancamento;
d) Engatilhamento – Ao rebatermos a alavanca de manejo para a direita, o
ferrolho é ligeiramente deslocado para frente ficando o cão e o percussor
presos ocorrendo o engatilhamento;
e) Desengatilhamento e percussão – Acionando-se a tecla do gatilho, ao
mesmo tempo em que ocorre o desengatilhamento há a percussão.
121
Funcionamento do Mosquefal 7,62mm
122
7. Manejo do Fuzil Mosquefal 7,62mm
Oito etapas
a) Municiar o carregador;
b) Alimentar o carregador;
c) Carregar e engatilhar;
d) Travar a arma;
e) Destravar;
f) Disparar;
g) Desmuniciar;
h) Desengatilhar.
a) Municiar o carregador
123
b) Alimentar a arma
c) Carregar e engatilhar
FOTO 1
124
FOTO 2
d) Travar a arma
Consiste em girar a alça do
registro de segurança
completamente para a direita.
Isto só é possível quando a arma
está engatilhada
Obs.: As vezes ocorre desta
alça apresentar resistência no
giro, ou seja, emperrar, isto
ocorre por falta de lubrificação
(sujeira), resolve-se o problema
aplicando uma pequena pancada
numa superfície de madeira (ex.
a quina de uma mesa) e claro,
realizando a necessária
manutenção do armamento.
125
e) Destravar
f) Disparar a arma
h) Desengatilhar
1. CARACTERÍSTICAS:
a) Calibre: 7,62mm
b) Peso c/ carregador municiado:
4,930 kg
c) Peso c/ carregador desmuniciado:
4,450kg
d) Comprimento: 1100mm
e) Número de raias: 04 (esq. p/ dir.)
f) Capacidade do carregador: 20 cart.
g) Alcance útil: 600 m
2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: portátil e) Quanto a refrigeração: a ar
b) Quanto ao emprego: individual f) Quanto ao raiamento: alma raiada
c) Quanto ao funcionamento: semi-automático g) Quanto a alimentação: carreg. metálico tipo cofre
d) Quanto ao princ. de funcion.: ação dos gases h) Quanto ao sentido da alimentação: de baixo p/ cima
3. DIVISÃO GERAL:
3 4 5 6 7 8 9
1- Carregador
2- Bandoleira
2 3- Conjunto tampa da caixa da
culatra e mola recuperadora
4- Impulsor do ferrolho
1
5- Ferrolho
6- Obturador do cilindro de
gases
7- Êmbolo
8- Mola do êmbolo
10
9- Placas do guarda-mão
10- Armação
129
1
7
1- Alça de transporte
6 2- Carregador
3- Retém do carregador e do
ferrolho
5
4- Conj. gatilho e guarda-mato
3 5- Alavanca de desmontagem
4 6- Registro de segurança
7- Alça de mira
2
4
3
1- Placas de guarda-mão
2- Armação parte 1 (anterior)
3- Armação parte 2 (posterior)
4- Cavilha e parafuso de fixação da armação (união das partes)
130
5 1- Tampa da caixa da culatra do
8
SA
3 2- Tampa da caixa da culatra do
1
PARA-SA
7 3- Impulsor do ferrolho do SA
4- Impulsor do ferrolho do PARA-
SA
5- Ferrolho
6- Obturador do cilindro de gases
7- Êmbolo
8- Mola do êmbolo
2 6 Obs.: Observe que a mola
recuperadora do PARA-SA está
presente na tampa da caixa da culatra
e não na coronha como no SA ;
Observe também que o impulsor do
4
ferrolho do SA possui uma haste para
impulsionar a mola recuperadora.
CARREGADOR DESMONTADO
1
1- Fundo do carregador
2- Conjunto mola e lâmina do
carregador
3- Corpo do carregador
2
131
4. DESMONTAGEM:
a) Retirar o carregador;
b) Dar dois golpes de segurança:
c) Travar a arma, girando o registro de tiro e segurança p/ posição “S”;
d) Retirar a bandoleira ;
e) Abrir a caixa da culatra, agindo no retém da armação;
f) Retirar o conjunto tampa da caixa da culatra, mola recuperadora,
ferrolho – retém do ferrolho;
g) Retirar o conjunto ferrolho – retém do ferrolho do conjunto tampa da
caixa da culatra - mola recuperadora;
h) Desmontar o conjunto ferrolho – retém do ferrolho, puxando p/ baixo
a parte dianteira do ferrolho;
i) Desatarraxar o obturador do cilindro de gases, dando um giro de ¼ de
volta, no sentido horário;
j) Puxar o êmbolo e sua mola do alojamento do cilindro de gases,
separando-os;
k) Retirar as placas do guarda-mão.
5. MONTAGEM:
É feita na ordem inversa da desmontagem.
6. FUNCIONAMENTO:
1. Ação dos gases:
O projétil percorre o cano e ultrapassa o evento de admissão.
Os gases atravessam o evento de admissão e atingem o obturador
do cilindro de gases que está ligado ao bloco do cilindro de gases. Caso o
obturador esteja fechado (“Gr p/ cima) os gases não penetram no cilindro
de gases e a arma funciona como arma de repetição.
Com o obturador aberto (“A”p/ cima), os gases atravessam o evento de
admissão e entram em contato com a cabeça do êmbolo.
132
2. Recuo das peças móveis:
a) Destrancamento e abertura – Quando o impulsor do ferrolho recua, as
suas rampas de destrancamento entram em contato com os ressaltos de
destrancamento do ferrolho, e fazem com que a parte posterior do ferrolho
erga-se e abandone o seu apoio na caixa da culatra.
b) Extração – O batente do ferrolho no impulsor entra em contato com o
ferrolho e este é levedo para retaguarda. Neste momento, a garra do
extrator extrai o estojo da câmara, conservando-o preso ao ferrolho.
c) Ejeção – Quando a face anterior do ferrolho se acha próxima do defletor
da janela de ejeção, o estojo choca-se contra o ejetor que o obriga a girar e
sair para cima e para a direita. Durante o recuo houve compressão das
molas recuperadoras, por intermédio da haste do impulsor do ferrolho.
133
e) Trancamento – Como o ferrolho não pode avançar mais, o impulsor do
ferrolho, por intermédio de sua rampa de impulso que age sobre a rampa de
impulso do ferrolho, obriga este a baixar.
As rampas de trancamento do impulsor do ferrolho e do ferrolho
entram em contato e impelem este último para baixo. O ferrolho coloca-se,
então, diante do apoio do ferrolho. Deu-se o trancamento da arma.
134
Funcionamento do Fuzil SA 7,62mm
135
EXEMPLOS DE ALGUNS FUZIS COM SISTEMA DE
FUNCIONAMENTO SEMELHANTE OU IGUAL AO DO SA
HK – G 3
a) Municiar o carregador;
b) Alimentar a arma;
c) Carregar a arma;
d) Travar a arma;
e) Destravar a arma;
f) Disparar a arma;
g) Retirar o carregador;
h) Descarregar a arma;
i) Rebater a coronha do Para SA.
a) Municiar o carregador
cc
137
b) Alimentar a arma
c) Carregar a arma
Consiste em introduzir a
munição na câmara puxando-se a
alavanca de manejo
completamente à retaguarda e
soltando-a.
Obs.: A alavanca de manejo
deve ser solta de imediato e não
conduzida à frente, pois assim
procedendo a arma não fecharia
completamente, em consequência
não ocorreria o carregamento.
138
d) Travar a arma
e) Destravar a arma
139
f) Disparar a arma
g) Retirar o carregador
RETÉM DA CORONHA
141
ESPINGARDA DE REPETIÇÃO CAL .12” CBC
1. CARACTERÍSTICAS:
a) Calibre: 12”
b) Peso: 3,35kg
c) Comprimento: 1055mm
d) Capacidade do depósito de
munição: 7+1
e) Alcance útil: 30 m
2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: portátil e) Quanto ao raiamento: alma lisa
b) Quanto ao emprego: individual f) Quanto a refrigeração: a ar
c) Quanto ao funcionamento: de repetição g) Quanto a alimentação: manual
d) Quanto ao princ. de funcion.: ação musc. do atir. h) Quanto ao sent. da alimen.: de baixo p/ cima
3. DIVISÃO GERAL:
6 5 4
2
1- Bujão do depósito
3 2- Mola do depósito
3- Cano
1 4- Base do bujão do depósito
5- Telha c/haste da corrediça
6- Conjunto ferrolho
7 7- Conj. Coronha, culatra e
depósito
1- Soleira
2 3 4 5 2- Coronha
3- Receptáculo
4- Ferrolho
5- Cano
1 6- Guarda-mato
7- Transportador
8- Telha
6 7 8 9 10 9- Tubo do depósito
10- Bujão do depósito
142
MODELO DE ESP CAL 12 C/ CORONHA DOBRÁVEL
1- Coronha dobrável
2- Registro de segurança
3- Acionador da trava da
corrediça
4- Acionador do localizador
direito
4 3
2
1- Bujão do depósito
7 2- Mola do depósito
3- Base do bujão do
1
depósito
5 4- Cano
5- Telha c/ haste da
3 6 corrediça
6- Ferrolho
2 7- Conj. Coronha,
culatra e depósito
4
143
4. DESMONTAGEM:
a) Inspecionar a arma;
b) Fechar a arma, deixando-a engatilhada;
c) Travar a arma;
d) Remover o pino de fixação do conjunto do guarda-mato;
e) Remover o conjunto do guarda-mato;.
f) Retirar o bujão do tubo do depósito de munições;
g) Retirar a base do bujão do tubo do depósito de munições;
h) Retirar a mola do bujão do depósito de munições;
i) Retirar a corrediça;
j) Retirar a telha com a haste da corrediça;
k) Retirar o cano;
l) Retirar o conjunto do ferrolho.
5. MONTAGEM:
6. FUNCIONAMENTO:
a) Abertura:
Estando a arma fechada, ao se pressionar o acionador da trava da
corrediça, libera-se a mesma, possibilitando que a telha seja movimentada
à retaguarda; movendo na mesma direção o conjunto-ferrolho, que baixa
o transportador,o mesmo aciona o localizador direito (que é o retém de
munições), deixando o transportador alinhado com o depósito de
munições, onde pela pressão da mola do êmbolo do depósito de munições,
é empurrada a munição sobre o transportador.
b) Fechamento e carregamento:
Estando a arma aberta (com a telha recuada e a munição no
transportador), ao levar a telha à frente, o transportador levanta-se e se
alinha ao cano, ao mesmo tempo que o ferrolho é levado à frente,
interceptando a munição pelo culote e empurrando-a para a câmara, onde
ocorre o fechamento, trancamento e carregamento da arma, deixando-a
assim pronta para disparar.
c) Travamento:
Estando a arma fechada, trancada e carregada, ao se acionar a tecla do
registro de segurança (trava de segurança), o mecanismo impede que a
tecla do gatilho seja posta em ação, pelo bloqueamento da alavanca de
disparo; porém, não impede que a trava da corrediça seja acionada,
144
permitindo que a arma seja aberta, fechada, trancada e carregada; só não
permite o disparo.
d) Disparo:
Estando a arma fechada, trancada, carregada e travada, ao destravá-la, a
mesma encontra-se pronta para disparar, pois a munição encontra-se na
câmara, alinhada ao cano e, pelo simples acionamento da tecla do gatilho,
a alavanca de disparo é liberada, impulsionando o percussor à frente, por
intermédio de sua mola, indo percutir a espoleta.
e) Abertura, extração e ejeção:
Efetuando o tiro, o próprio mecanismo de disparo mantém a trava da
corrediça destravada, permitindo que, sem acioná-la, possa o atirador
recuar a telha à retaguarda, executando a abertura da arma ao mesmo
tempo que ocorre a extração da munição percutida da câmara, através do
extrator, localizado no ferrolho.
Ao recuar totalmente a telha, extraindo o estojo, este vem topar no ejetor,
que apresenta-se saliente quando o ferrolho está totalmente à retaguarda,
ejetando-o. Neste momento, o ferrolho tem baixado o transportador, que
captura outra munição (se existir no depósito de munições), podendo
recomeçar todo o processo, caso o atirador leve à frente a telha, fechando,
trancando e carregando a arma.
145
Funcionamento da Espingarda Cal .12
146
7. Manejo da Espingarda Cal. 12
Seis etapas
147
Fechar e travar a arma
Pressiona-se a trava de
segurança da esquerda para a
direita.
b) Alimentar a arma
Estando a arma
preferencialmente fechada,
pressiona-se a munição
contra o êmbolo do
depósito, uma a uma.
148
c) Carregar a arma
d) Disparar a arma
f) Descarregar a arma
Deve-se:
Apontar a arma p/ uma direção
segura;
Travar a arma;
Empurrar p/ cima o acionador
da trava da corrediça;
Puxar vagarosamente a telha até
que a parte da frente do cartucho esteja rente com a janela de ejeção;
Levantar a frente do cartucho p/ fora retirando-o pela janela;
Puxar a telha completamente para trás até que o próximo cartucho esteja
fora do depósito;
Inclinar a arma de lado para permitir que o cartucho saia pela janela de
ejeção;
Fechar e abrir o mecanismo até que todos os cartuchos sejam removidos.
150
ALGUNS PROCEDIMENTOS LEGAIS
COM ARMAS
DO PORTE
Art. 7º A autorização para portar arma de fogo terá eficácia temporal limitada,
nos termos de atos regulamentares e dependerá de o requerente comprovar
idoneidade, comportamento social produtivo, efetiva necessidade, capacidade
técnica e aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo.
152
Art. 8º A autorização federal para o porte de arma de fogo, com validade em
todo o território nacional, somente será expedida em condições especiais, a
serem estabelecidas em regulamento.
Art. 10º Possuir, deter, portar, fabricar, adquirir, vender, alugar, expor à venda
ou fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda e ocultar
arma de fogo, de uso permitido, sem a autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar.
153
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de
identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características da arma de fogo, de forma a torná-la
equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito;
III – possuir, deter, fabricar ou empregar artefato explosivo e/ou
incendiário sem autorização;
IV – possuir condenação anterior por crime contra a pessoa, contra o
patrimônio e por tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
DISPOSIÇÕES FINAIS
154
Art.16 Caberá ao Ministério do Exército autorizar, excepcionalmente, a
aquisição de armas de fogo de uso proibido ou restrito.
1 – trazer consigo;
2 – fora da casa ou suas dependências;
155
3 – falta de licença da autoridade competente.
156
Armas Modernas
157
Pistola Taurus PT – 45
Taurus PT – 945
158
IMBEL STI/GC .45 ACP
159
Pistola CZ - 75
CZ – 75
160
Pistola CZ – 100
Pistola CZ – 100
161
Pistola Heckler e Koch USP 9mm Para
Derivada do modelo 17, esta nova pistola pode ser entendida como a
versão mais prática de um incrível avanço tecnológico.
A pistola de polímero da Smith Wesson, que por ser tão parecida com a
pioneira Glock, é quase que confundida.
PST Desert Eagle .357 Magnum PST Desert Eagle .50 AE Magnum
165
Espingarda Calibre .12 Franchi SPAS 15
Franchi SPAS 15
166
Submetralhadora UZI 9mm
UZI Micro-UZI
167
Mini-UZI UZI-Pistol
168
Submetralhadora Heckler e Koch MP5
HK MP5
Tipo: submetralhadora
Operação: Delayd Blowback
Calibre: 9mm
Capacidade: 15 ou 30 cartuchos, em carregador bifilar
Regime de fogo: semi ou totalmente automático; efetua também rajadas de
três tiros
Pesos:
Vazia: 2.670 gramas
Alimentada: 2,970 gramas ( c/ carregador de 30 cartuchos)
Miras: massa fixa; alça regulável em 04 posições
Coronha: do tipo retrátil
Raias: 06 à direita
Veloc. Proj. Boca Cano: 354 mps
Cadência de Tiro: 800 tpm
Acabamento: pintura eletrostática negra
Fabricação: alemã
169
Submetralhadora MGP-84
MGP-84 Mini
Tipo: submetralhadora
Operação: Blowback, tiro seletivo
Calibre: 9mm
Capacidade: carregador tipo cofre vertical, 20 ou 32 cartuchos
Peso:
Sem carregador: 2,31 Kg
C/ carregador municiado 32 cart. : 2,90 Kg
Miras: massa com regulagem lateral e alça com regulagem micrométrica
Raias: 12 microrraias destrógeras
Veloc. Inicial: 410 m/s
Cadência Cíclica (teórica) de disparo: 650-700 tpm
Acabamento: corpo – polímero preto; caixa da culatra – pintura epóxi preta,
semi-fosca
Fabricação: peruana
170
Fuzil Colt AR-15
Apenas uma boa arma longa, não um “mito” como imaginam alguns.
171
Fuzil M-16 A1
Fuzil M 16 A1
172
Fuzil AK-47
FZ AK-47
173
Fuzil Valmet M76F 5,56mm
Valmet M76F
174
STEYER AUG 5,56mm
175
T I R O
176
TIRO POLICIAL
TÉCNICA SEGURANÇA
177
REGRAS DE SEGURANÇA
As armas de fogo, de forma geral, são muito potentes e de grande poder de
destruição. Sua utilização requer alguns cuidados e cautelas de forma a se
evitar possíveis incidentes e acidentes que muitas vezes causam resultados
indesejados. As utilizamos como instrumentos de trabalho visando a
segurança da sociedade e não podemos permitir que um ato imprudente mude
este quadro; a seguir apresentamos algumas regras de segurança que deverão
ser atendidas por todos aqueles que lidam com armas de fogo:
07 - Nunca aponte a arma, a não ser que seja para atirar, intimidar
ou deter um suspeito ou agressor;
178
08 - Desenvolva os hábitos de segurança todas as vezes que o
revólver for retirado do coldre ou quando ambos forem
guardados;
179
TIRO POLICIAL
Posição do atirador;
Empunhadura;
Visada;
Respiração;
Puxada do gatilho;
Condicionamento mental.
180
FUNDAMENTOS DO TIRO
1. POSIÇÃO DO ATIRADOR
2. EMPUNHADURA
3. VISADA
4. RESPIRAÇÃO
5. PUXADA DO GATILHO
6. CONDICIONAMENTO MENTAL
90
80
70
60
50 Leste
40
Oeste
30
20 Norte
10
0
1° 2° 3° 4°
Trim. Trim. Trim. Trim.
181
POSIÇÃO DO ATIRADOR
O atirador poderá tomar diferentes posições para efetuar o tiro; a mesma
será definida pela situação que se apresentar no momento seja ela uma
ocorrência policial ou não, pois no caso de uma troca de tiros, quanto mais
estiver reduzida a silhueta do atirador, mais ele estará seguro, livre de
impactos de projéteis, então por que tomar a posição em pé quando a de
joelhos seria a mais apropriada para a ocasião ? O posicionamento correto do
corpo representa 5% de um tiro perfeito. As posições são basicamente cinco;
A seguir explicaremos cada uma delas, bem como o que muda nos diferentes
armamentos, sejam eles de porte ou portáteis:
EM PÉ AJOELHADO SENTADO
DEITADO BARRICADO
182
ARMAS DE PORTE (PISTOLA – REVÓLVER)
POSIÇÃO PARA O TIRO DE PRECISÃO
183
O corpo deverá estar ereto naturalmente; a coluna vertebral acomodada pelos músculos
de sustentação, evitando possíveis inclinações desnecessárias.
1 – Errado
2 – Errado
1 3 3 – Errado
4 - Certo
2 4
Lembre-se: a arma sempre é levada a altura dos olhos. Não se deve fazer pontaria com
armas curtas abaixando-se a cabeça, pois se isto ocorrer estaremos forçando grupos
musculares do pescoço os quais irão cansar-se, provocando o desvio da concentração do
atirador ao sentir algum incômodo naqueles músculos.
184
Levantamos agora nosso braço estendido com ambos os olhos fechados na direção
correta do centro do alvo. Caso não tenha caído, muda-se um pouco a posição dos
pés, sempre mantendo o braço distendido, sem movimentá-lo independentemente do
corpo, nem mudar a posição da mão flexionando o pulso (“desmunhecando”).
Sentindo que se está com o aparelho de pontaria corretamente posicionado,
fecha-se os olhos novamente e, por mais duas ou três vezes, levante-se o braço para
verificar se a direção está perfeita.
O braço esquerdo (direito para os canhotos), onde deverá se postar ? Não deverá
estar solto, pois qualquer oscilação irá afetar o braço que sustenta a arma.
Modernamente, usa-se prender o braço solto no cinto que sustenta as calças, ou no
bolso das mesmas, de tal forma que este braço deve ficar completamente relaxado.
185
POSIÇÃO EM PÉ (WEAVER)
90
º
45º
186
POSIÇÃO EM PÉ (ISÓSCELES)
187
POSIÇÃO AJOELHADO
188
O contato deve ser realizado entre o tríceps e o joelho
( músculo com osso ) nunca cotovelo com joelho ( osso com osso ).
189
Com o pé da mão forte formando um ângulo de 90 o com o da
mão fraca e o atirador sentado sobre ele ( ponta do pé voltada para o
interior do atirador.)
190
Com a ponta do pé da mão forte em sentido contrário ao da mão
fraca estando a planta do mesmo em completo contato com o solo.
POSIÇÃO SENTADO
191
O atirador estando sentado, empunha a arma e abraça o joelho da mão
fraca devendo a perna da mão forte permanecer estendida sobre o solo; o
atirador nesta posição deverá ficar completamente relaxado deixando que seu
corpo (tronco) caia livremente.
192
Nesta variação, no lugar dos braços
envolverem o joelho do atirador, estes
(joelhos) envolverão os braços e as pernas
ficarão cruzadas à frente, devendo, mais
uma vez, deixarmos o corpo cair
livremente.
193
Aqui o atirador realiza o apoio
dos braços (utilizando os cotovelos)
sobre o terço inferior da coxa (parte
interna); as pernas são recolhidas e os
pés ficam cruzados em forma de “X”.
194
POSIÇÃO DEITADO
195
Os pés deverão estar paralelos ao solo;
30o
196
POSICIONAMENTO PARA O TIRO BARRICADO
197
ARMAS PORTÁTEIS
(Posição em pé Mtr MT –12)
198
A coronha deve estar bem encaixada no cavado do ombro do atirador para
que o forte recuo do armamento, provocado pela queima da carga de projeção
(“coice”), seja bem absorvido pelo mesmo.
199
Posição Ajoelhado (Mtr MT-12)
200
Posição Sentado (Mtr MT-12)
Nesta posição mantém-se a empunhadura apresentada na anterior e
apóia-se ambos os braços nos joelhos; o braço da mão forte ficará apoiado
na parte interna do joelho (joelho do mesmo lado da mão forte) atentando-
se para o detalhe de que o contato deve sempre ser de músculo com osso.
201
ESPINGARDA CAL. 12
Posição em pé
202
Nesta posição (Pos. em pé c/ Esp Cal 12) o atirador também poderá efetuar o
disparo com a arma a altura da cintura (tiro instintivo).
Posição Ajoelhado
- Contato do atirador com o solo idêntico ao já visto;
- A empunhadura do armt. é a mesma realizada no tiro em pé;
- Apoio braço-joelho (músculo com osso).
203
FUZIL 7,62 mm SA
Posição em pé
204
Posição Ajoelhado
Procedimento idêntico ao realizado com a espingarda cal. 12; o apoio efetuado pela
mão fraca deverá ser nas placas de guarda-mão do fuzil.
Posição Sentado
205
Posição Deitado
206
EMPUNHADURA
207
A empunhadura deverá ser dupla (com as duas mãos) aonde a mão fraca
servirá de apoio. O atirador deverá utilizar-se de forças contrárias a fim de
estabilizar a arma deixando-a o máximo possível parada; tal procedimento
deve ser feito da seguinte forma: ao mesmo tempo que leva-se a arma para
frente apontando-a para o alvo com a mão forte, deve-se com a mão fraca
trazer todo o conjunto para trás, desta forma o braço da mão forte ficará
totalmente retesado, distendido à frente, e o da mão fraca ligeiramente
flexionado atuando como uma alavanca. Uma boa empunhadura representa
20% de um tiro perfeito.
208
EMPUNHADURA SIMPLES
209
ARMAS PORTÁTEIS
CAVADO DO OMBRO
210
APARELHO DE PONTARIA
ALÇA DE MIRA
211
MASSA DE MIRA
MASSA ALÇA DE
DE MIRA MIRA
212
VISADA
A visada é um dos fundamentos mais importantes na execução do tiro, pois
é aonde procuramos atingir nosso alvo com o máximo de precisão, ela exerce
15% de um tiro preciso. Consta de duas fases:
A realização da linha de mira; e
A realização da linha de visada.
MASSA
ALÇA
Linha de visada – é o
prolongamento da linha de mira
ao alvo.
213
FOTOGRAFIA
ALVO
MASSA
ALÇA
Ao se realizar a visada entre a alça, massa e alvo, forma-se uma figura que chamamos de
fotografia, uma figura de três pontos posicionados em diferentes distâncias; a visão humana (aonde
estaremos usando o nosso olho diretor) não permite a focalização nítida ao mesmo tempo de objetos
posicionados desta maneira; deve o atirador concentrar a mesma na massa, ficando a alça e o alvo
embaçados.
OLHO DIRETOR
A tomada da linha de mira deverá ser vista apenas por um dos olhos. Podemos atirar com os dois
olhos abertos ( o que é ideal), porem só um dos nossos olhos é que dirigirá a pontaria. Para isso
façamos como está na figura: formemos o símbolo norte-americano para “OK” com a mão que
normalmente empunhamos a arma, e dirigindo-a para o espelho do alvo ou para um ponto qualquer
de referência, olhemos através do orifício com um dos olhos e depois com o outro. Sentiremos
naturalmente qual dos olhos teve predominância (melhor acuidade visual) para dirigir a pontaria.
214
RESPIRAÇÃO
CAVIDADE
PULMÃO
TORÁXICA
A respiração é uma combinação de processos
que determinam a condição geral física do atirador.
Nela observamos uma expansão e uma diminuição
do volume do tórax, causando movimentação de
ombros e consequentemente da arma. O diafragma é
o principal músculo responsável pela inspiração e
expiração, entrada e saída de ar dos pulmões, que
provoca uma certa oscilação do tronco podendo vir
a interferir no disparo. Todas as vezes que você
constatar o ritmo do coração mais acelerado do que
o normal (principalmente quando ele for
transmitido ao braço e à arma) ou quando sentir
diminuições da acuidade visual, nos intervalos entre
um e outro tiro, faça exercícios respiratórios
moderados, até que seja sanado o inconveniente
notado.
Durante a inspiração, os
pulmões se enchem de ar e
tendem a deslocar os ombros
para cima.
215
O ideal para que se obtenha um bom disparo, é que ao se iniciar a
expiração, suspenda-se a respiração; esta pausa deve coincidir com o
momento da visada e o acionamento do gatilho. É um erro comum
atirarmos com os pulmões cheios de ar; devemos ter o cuidado para não
procedermos desta forma. Recomenda-se que o controle da respiração seja
sempre exercitado, mas que atiradores iniciantes procurem mantê-la normal
e com o tempo, treinamento e ganho de experiência passem a controlá-la.
O controle da respiração tem 5% de participação no tiro preciso.
216
PUXADA DO GATILHO
O gatilho deverá ser acionado lenta e progressivamente de forma ao atirador
ser surpreendido pelo disparo, ou seja, jamais deve-se comandar, determinar o
momento da deflagração do cartucho, pois isto ocorrendo haveria o que
denominamos de gatilhada e certamente o resultado obtido não seria o
desejado.
Agora bem sabemos que numa situação de defesa, numa ocorrência em que
há troca de tiros, logicamente não iremos estar acionando o gatilho lentamente,
progressivamente, no entanto para conseguirmos obter bons resultados numa
situação de acionamento rápido do mesmo, é necessário que tenhamos
completo domínio sobre o seu funcionamento, o que só conseguimos com o
constante treinamento.
Um detalhe, também muito importante, na puxada do gatilho, ao qual deve o
atirador estar atento é quanto ao posicionamento do dedo no mesmo, que nem
deve ser de mais nem de menos; observando-se os diferentes procedimentos
para disparos em ação dupla e em ação simples, que neste último deve ser
apenas com a ponta do dedo; deve-se ter o cuidado de ao colocar o dedo no
gatilho, sempre deixar um espaço mínimo (luz) entre ele e a armação da arma,
isto sendo muito necessário, pois – caso uma parte dele esteja encostada na
lateral – esta será movida em conjunto, ocasionando desvio do cano e, em
consequência, do ponto de impacto do projétil (observar figura). O
acionamento correto do gatilho significa 25% da possibilidade de um tiro
certeiro.
Posicionamentos corretos do
dedo no gatilho.
O da esquerda disparo em
ação simples;
O da direita disparo em ação
dupla.
217
CONDICIONAMENTO MENTAL
Área motora
Via de informação
visual ( nervo óptico)
218
Em qualquer movimento executado pelo corpo há necessariamente a
participação do Sistema Nervoso Central, responsável pela produção de
impulsos eletroquímicos que vão atuar sobre os músculos, causando sua
contração. O Sistema Nervoso Central é também responsável pela
manutenção do equilíbrio do corpo, tanto parado quanto em movimento;
O Sistema Nervoso Central acessa todo o corpo através das
ramificações compreendidas pelo Sistema Nervoso Periférico.
Após estas rápidas observações no âmbito neurológico vamos aplicá-
las em um Atirador que se propõe a competir numa prova de fogo central,
por exemplo. Esse atirador já possui alguma experiência em competições e
vem treinando há algum tempo.
Iniciada a prova, Raul (é o nome do nosso atirador) faz um ensaio
espetacular – 49 pontos em 50. Ele já começa a se sentir um pretenso
vencedor. Terminada a primeira série de cinco tiros, com 50 pontos,
alguns “luminosos” já começam a se acender em sua cabeça... “1 º lugar-
Campeão”... e por ai vai. DESCONCENTRA-SE. Começa a Segunda
série. Primeiro tiro, um 7 à direita. Raul toma um susto, não compreende o
que aconteceu. Parte para o segundo tiro e sai um 8 à esquerda. “Mas o
que é isso”, pensa Raul ? Não consegue mais fazer o que vinha fazendo,
tanto em treinamento como no início da prova. POR QUE ?
SISTEMA
NERVOSO
CONCENTRAÇÃO – Falta de concentração é o que motiva determinadas reações que vão
influenciar o Sistema Nervoso Central e o Sistema Nervoso Periférico.
Em tudo o que fizermos na vida, se não nos concentrarmos perfeitamente naquilo que desejamos, o
resultado não será o pretendido. Isto se aplica, em muito no Tiro ao Alvo, pois a qualquer instante que
nos desconcentrarmos teremos as surpresas mais negativas. Ao analisarmos o que ocorreu com nosso
atirador, Raul, veremos que, no instante em que ele começou a se imaginar vencedor da prova, deixou
de se concentrar e outros pensamentos vieram distrair sua atenção. Isso é suficiente para que seu
Sistema Nervoso Central entre em tensão, causando o descontrole no Sistema Nervoso Periférico.
“A CONCENTRAÇÃO É TIDA COMO SENDO ALGO EXCEPCIONAL SOMENTE PORQUE
NINGUÉM PROCURA ALCANÇÁ-LA E, NESTE PONTO, COMO EM MUITAS OUTRAS COISAS DA
VIDA, AS PESSOAS AS VEZES FALHAM A UM PASSO DA VITÓRIA”. O CONDICIONAMENTO
MENTAL REPRESENTA 30% DE UM TIRO PERFEITO.
MOTIVAÇÃO – Para conseguir altos resultados, torna-se necessário um controle exato de todos
os fundamentos, sob uma profunda concentração mental.
O seu pensamento deverá estar totalmente focalizado em planejar e executar uma série perfeita;
Você deverá auto-motivar-se para melhorar sempre seus resultados; deverá ficar de sobreaviso contra o
relaxamento de sua auto-determinação em empregar os fundamentos ao limite total de sua capacidade.
DESENVOLVIMENTO DA DISCIPLINA MENTAL – Uma aproximação gradual e completa
de todos os fundamentos planejados para antes de cada tiro irá aos poucos desenvolvendo sua
capacidade de obter disciplina mental.
A confiança reúne todos os fatores para criar condições de efetuar um bom tiro, com plena
convicção. Pensamento e ação positiva são o resultado da confiança: de ações e pensamentos positivos
antes do disparo e após o mesmo, aceitando-o sem lamentações, resultarão tiros consecutivos, livres de
ansiedade e angústia. O atirador não deverá se preocupar com os resultados, mas apenas com a
seqüência de ações e pensamentos necessários a um bom disparo. Conhecer sua habilidade, gerará a
confiança de que um bom desempenho poderá ser reproduzido à sua vontade. O pensamento positivo é
seguido da ação positiva. A confiança é gerada pelo sucesso obtido ao empregar com regularidade os
fundamentos básicos. Esta regularidade de execução da teoria é obtida em experiência prática intensiva
nos treinamentos. A repetição dos fundamentos básicos cria interesse e promessa de melhora constante;
O treinamento regular e continuado dá ao Atirador oportunidade de repetir muitas vezes um bom
resultado, o que o convencerá de sua capacidade; o desejo de melhorar estimula o interesse do
treinamento regular.
O atirador deve dirigir o seu esforço mental para combater a
tendência da mente em vagar sem rumo durante o período em que
uma forte concentração é indispensável ao perfeito controle de
alinhamento das miras. Dirija o esforço mental, item por item, até o
ato final, necessário à aplicação de força sobre o gatilho, soltando o
mecanismo de disparo SEM DESVIAR A LINHA DE MIRA.
Durante um curto espaço de tempo, torna-se necessário desligar-se
dos pensamentos alheios à concentração, afim de realizar o disparo do
tiro de modo controlado. Uma pré-determinação da sequência-padrão
de ação, necessária ao disparo de um bom tiro no alvo, permite ao
atirador manter a concentração por um período maior.
O planejamento meticuloso da sequência a executar bloqueia a
GRANDE CONDICIONAMENTO
mente a outros pensamentos indesejáveis.
MENTAL
OBS.:
1. Evite condições que o atirador sabe (ou deve saber) serem destrutivas à sua tranqüilidade e
controle emocional.
2. Evite contrariedades emocionais como: raiva, preocupação, desespero diante de condições
adversas, reclamar contra maus tiros, basear-se em falsas informações ou mesmo deixar-se
levar por comentários alheios.
3. Ignore resultados alheios, nunca espionando outros alvos.
220
4. Resista à tentação de se preocupar com seu resultado final.
5. Evite computar os tiros individualmente, antecipando seu resultado final.
221
TIRO INSTINTIVO
É aquele que é disparado sem o uso das miras das armas. Pode ser feito
com a arma à altura da cintura ou do ombro, mas o atirador, em ambos os
casos está com a sua atenção voltada para o alvo e a arma é disparada
como quem aponta um dedo, isto é, instintivamente. Esse tipo de tiro deve
ser praticado à curta distância, já que sua aplicação prática é em situações de
defesa onde a ameaça está próxima e iminente, dificultando (ou não existindo)
o uso das miras.
Esse tipo de tiro não faz bonito nos “stands”, mas salva a vida de quem
o pratica. Ele não vence competições, mas lembre-se que as condições
encontradas em um combate armado são muito diferentes das circunstâncias
em que se desenvolve uma prova, onde é pouco provável que o alvo dispare
contra nós: é bem diferente atirar para ganhar medalhas e atirar para
sobreviver !
Os arquivos do F.B.I. indicam que cerca de 80% dos incidentes com
armas ocorrem a distâncias de um a dois metros entre os opositores e com
tempo de duração de 2,7 a 2,8 segundos; é óbvio que nestas distâncias de em
tão curto espaço de tempo se torna supérfluo o uso das miras.
O mais comum é que, ao se sentir ameaçado, o indivíduo atire sem olhar
as miras, pois sua atenção está totalmente concentrada no que o ameaça. O
Tiro Instintivo deve ser praticado por todos que estão preocupados em
desenvolver uma eficiente forma de defesa armada.
222
Diferentes técnicas de Tiro Instintivo
223
F.B.I. – POLÍCIA FEDERAL
norte-americana, adotou na década
de 30 uma forma de tiro instintivo
onde a arma era disparada à altura
dos quadris com o corpo e as pernas
semi-curvados e o braço esquerdo
cruzado sobre o peito, de forma a
“proteger” o coração. Proteção
pouco eficaz contra o disparo de um
adversário, convenhamos.
224
Observe que o atirador saca
sua arma com a sua mão forte, e a
outra, que lhe fornecerá uma
melhor empunhadura, já
posiciona-se à frente a espera da
mesma (arma).
Realizada a empunhadura, o
atirador conduzirá todo o conjunto
a altura dos olhos visualizando
massa e alvo.
225
ERROS MAIS COMUNS DURANTE A EXECUÇÃO
DO TIRO REAL
226
INCIDENTES E ACIDENTES DE TIRO
227
1 - DEFINIÇÕES:
a) INCIDENTE DE TIRO:
b) ACIDENTE DE TIRO:
c) AVARIA:
d) MANUTENÇÃO PREVENTIVA:
e) DEFLAGRAÇÃO RETARDADA:
228
f) NEGA:
g) SUBSTITUIÇÃO:
h) REPARAÇÃO:
i) RECUPERAÇÃO:
j) REGULAGEM:
l) AJUSTAGEM:
229
funcionamento, de acordo com as prescrições para os órgãos de Material
Bélico.
2 – CAUSAS GERAIS DE ACIDENTES E INCIDENTES DE TIRO:
a) MATERIAL:
b) PESSOAL:
230
f) Os mecanismos das diversas armas devem ser adequadamente
lubrificados. Avarias tem ocorrido pelo continuado uso de armas sem
lubrificação adequada de suas partes em funcionamento.
231
a) Revólver calibre .38:
232
b) Pistola 380 ACP (Taurus) / 9mm (Bereta) / 7,65mm (Taurus):
Incidentes Causas Correções ou ação imediata
Falha na 1) Carregador sujo ou defeituoso Limpar, substituir
apresentação 2) Munição defeituosa carregador
3) O ferrolho não extrai ou ejeta Substituir a munição
Substituir o ferrolho
Falha no 1) Câmara suja Limpeza do armamento
carregamento 2) Arma suja Substituir a munição
3) Cartucho defeituoso
4) Ruptura do estojo
Falha na percussão 1) Cartucho defeituoso Substituir a munição
2) Defeito no trancamento da arma por Limpeza no armamento
sujeita Substituir percussor ou mola
3) Percussor ou mola defeituoso
Falha na extração 1) Câmara suja Limpeza no armamento
2) Estojo defeituoso Substituir a munição
3) Extrator defeituoso Substituir o extrator
Falha na ejeção 1) Ejetor defeituoso Substituir ejetor
2) Estojo defeituoso Substituir munição
Falha no retém do 1) Transportador defeituoso Substituir transportador
ferrolho 2) Dente da chaveta de fixação do cano Limpeza do armamento
gasto ou com rebarba Substituir carregador
3) Carregador defeituoso
233
d) Fuzil 7,62mm M(964) FAL / Fuzil 7,62mm SA – PARA SA :
Incidentes Causas Correção ou ação imediata
Falha na apresentação ou 1) falta de recuo ou Ajustar escape de gases
no carregamento insuficiência de gás Limpeza ou substituição do
2) Excesso de gás carregador
3) Carregador sujo/defeituoso
Falha no carregamento 1) Câmara suja Limpar armamento
2) Arma suja Substituir munição
3) Cartucho defeituoso
4) Ruptura do estojo
Falha na percussão 1) Cartucho defeituoso Substituir munição
2) Defeito no trancamento da Limpeza do armamento
arma por sujeira Substituir percussor
3) Percussor defeituoso
Falha na extração 1) Insuficiência de gás Regular o escape de gases
2) Câmara suja Limpeza da arma e munição
3) Estojo sujo Substituir o extrator
4) Extrator defeituoso
Falha na ejeção 1) Insuficiência de gás Regular o escape de gases
2) Caixa da culatra suja Limpeza do armamento
3) Ejetor defeituoso Substituir carregador
Falha no retém do 1) Insuficiência de gás Regular escape de gás
ferrolho 2) Retém do ferrolho sujo Limpeza do armamento
3) Carregador defeituoso Substituir carregador
234
e) Espingarda de repetição cal. 12 CBC:
Incidentes Causas Correção ou ação imediata
Falha na percussão 1) Munição defeituosa Substituir munição
2) Percussor quebrado Substituir percussor
Falha na extração 1) Câmara suja Limpeza no armamento
2) Estojo defeituoso Substituir a munição
3) Extrator defeituoso Substituir o extrator
Falha na ejeção 1) Extrator defeituoso Substituir o extrator
2) Ejetor quebrado Substituir o ejetor
Emperramento 1) Sujeira no mecanismo Limpeza do armamento
2) Falta de lubrificação Lubrificação do armamento
Falha na apresentação do 1) Mola do êmbolo defeituosa Substituir mola
cartucho 2) Munição defeituosa Substituir munição
3) Transportador defeituoso Substituir transportador
4) Corrediça quebrada Substituir corrediça
5) Mola do localizador direito Substituir a mola
quebrada
Falha no carregamento 1) Câmara suja Limpeza do armamento
2) Cartucho defeituoso Substituir munição
3) Ferrolho defeituoso Substituir o ferrolho
4) Corrediça quebrada Substituir a corrediça
Não há fechamento e/ou 1) Ferrolho com defeito Substituir ferrolho
trancamento 2) Trava da corrediça Substituir trava
quebrada
235
Bibliografia
236
O autor, Wellington Bezerra Câmara Jr.,
é Oficial da Polícia Militar de
Pernambuco e exerce a atividade de
instrutor de armamento, munição e tiro já
há alguns anos, no Curso de Formação de
Oficiais (APMP), no Centro de Formação
e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP) e
diversos cursos isolados de
especialização, tais como o de Operações
Policiais Especiais, o Intensivo de
Operações e Sobrevivência em Área de
Caatinga e outros; possui os cursos de
Operações Policiais Especiais (COPE), o
de Patrulhamento Policial de Alto Risco e
Sniper Policial, ambos pela TEES Brazil,
e os Estágios de Atualização de
Instrutores - PMPE e de Segurança de
Autoridades – Ministério do Exército;
exerce a atividade de Desportista do Tiro
Prático, onde já representou a Corporação
em diversas provas, tendo sido Campeão
em seu Estado (1999), Vice – Campeão
na Região Norte-Nordeste (1999), 4º
colocado geral no Campeonato Brasileiro
de Saque Rápido 1999 (1º lugar entre os
Policiais participantes) e 3o. colocado
individual e Campeão por equipe no
Campeonato brasileiro de Tiro policial
2001; serve atualmente na 1 ª Companhia
Independente de Operações Especiais (1ª
CIOE), grupamento especializado para
atuar como último recurso do Estado no
combate à criminalidade.
F- (81) xx 34292887
(81) 9252 3844
237