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PROCEDIMENTOS BÁSICOS

COM ARMAMENTO E MUNIÇÃO E


TÉCNICAS DE TIRO POLICIAL

WELLINGTON BEZERRA CÂMARA JÚNIOR

II2
Câmara Júnior, Wellington Bezerra

Procedimentos Básicos com Armamento


e Munição e Técnicas de Tiro Policial
/ Wellington Bezerra Câmara Júnior
1a. edição - Recife – edição do autor, 2007.

3
III
Consagro este trabalho à minha mulher, Abigail Câmara, que sempre me
incentivou e se constituiu no meu renovador de ânimo e inspiração, e à minha
mãe, Delegada Olga Câmara, que me ensinou, desde criança, que em uma
arma só se deve pegar quando se sabe atirar.

4
IV
Agradecimentos
Em geral a todos aqueles que incentivaram e não mediram esforços para
nos auxiliar no que precisamos;

Em especial aos que se seguem:

- Ao Sr. Ten Cel PM Walter Benjamin de Medeiros Filho, estudioso da área


de armamento, possui uma imensa biblioteca particular e não hesitou em
nos fornecer seus preciosos fascículos, bem como em esclarecer algumas
dúvidas;
- Aos Sr’s Cel RRPM Roberto de Carvalho, Cel RRPM Romero Queiroz,
Cel PM Luiz Aureliano, Cel PM José Carlos e Ten Cel PM Antônio Flávio
Tavares Vieira, competentes instrutores de Armamento, Munição e Tiro,
nos ensinaram os primeiros passos e muito contribuíram para a nossa
formação e especialização, a todos o meu sincero respeito e admiração;
- Ao Sr. Cap PM Marcone Feliciano de Moura e ao Sr. José Pereira de Lira
Filho (o Júnior), pelo auxilio na diagramação do livro;
- Ao Sr. Ten Cel PM Fernando Aníbal, instrutor da cadeira de Armamento e
Munição, pelas apostilas cedidas;
- Ao Sr. Maj PM Jamerson Pereira de Lira, Sgt PM Félix Sena, Sgt Renato
Azevedo, Cb Jair Saraiva, modelos vivos da maioria das fotos do livro;
- Ao Sr. José Damião, pelo inestimável apoio na realização das fotos;
- Aos Sr’s Dr. Alberes Bezerra de Oliveira, Dr. William Amaral, Antônio
Alves dos Santos e Almir Gomes da Silveira de Sá Filho, Médicos Legistas
e Técnicos do Instituto Médico Legal, pelo incentivo, dedicação e
disposição para auxiliar-me quando das pesquisas “ in loco”

A todos o meu muito obrigado!

5
V
Apresentação
O período de formação, sem dúvidas, é o mais importante em nossa vida
profissional, pois é nele que somos preparados para desempenharmos com o
máximo de eficiência a tarefa que nos dispomos a realizar: servir a Sociedade,
protegendo-a daqueles que seguem na contramão da legalidade.
Imaginemos o que seria de um enfermo que precisando se submeter a um
procedimento cirúrgico encontra pela frente um cirurgião sem muita perícia no
uso do bisturi; apenas um exemplo, no entanto se realizarmos um parâmetro
com os profissionais de polícia que têm como um dos seus principais
instrumentos de trabalho a arma de fogo, o que seria da sociedade com esse
profissional atuando nas ruas? Infelizmente, já verificamos, através dos meios
de comunicação, muitos cidadãos serem vitimados nas mãos de agentes
despreparados da lei, que por negligência, imprudência e até mesmo
imperícia, mal utilizam esses instrumentos que facilmente matam.
Em nossa época acadêmica, apesar dos competentes instrutores que
tivemos na área de Armamento, Munição e Tiro, os recursos didáticos quase
sempre eram insuficientes. Quando procurávamos nos aprofundar no estudo,
esbarrávamos na falta de acervo literário, tendo que quase sempre recorrer à
revistas de edição trimestral e semestral, como a Magnum e a Hunter.
Normalmente encontrávamos os assuntos procurados, depois de horas e horas
de pesquisa.
Este trabalho é um apanhado sobre Armamento, Munição e Tiro, tudo que
encontramos em revistas e livros, nacionais e importados. Em armamento
partimos do simples conceito de armas até o que dispomos de mais
sofisticado, dando ênfase ao que utilizamos em nossas polícias. No vasto
mundo das munições, o ponto alto é o estudo dos efeitos de projéteis no corpo
humano (interno e externo), já em tiro, mostramos, com diversas ilustrações e
fotos, as técnicas necessárias para a realização do mesmo com eficácia e
segurança.
O nosso objetivo é fazer com que os futuros alunos de cursos de formação
ou especialização, policiais em geral e incipientes instrutores, tenham ao seu
alcance uma trabalhada fonte de consulta, fruto de mais de um ano de
dedicada pesquisa, para que possamos ter, cada vez mais, competentes
profissionais.

VI6
Sumário

 Armas ......................................................................................................13
1. Conceito......................................................................................................13

2. Classificação...............................................................................................13

 Armamento Leve .................................................................................14


1. Conceito......................................................................................................14

2. Classificação:..............................................................................................14
a. Quanto ao calibre......................................................................................14
b. Quanto ao tipo...........................................................................................15
c. Quanto ao emprego...................................................................................16
d. Quanto à refrigeração................................................................................16
e. Quanto ao funcionamento.........................................................................16
f. Quanto ao princípio de funcionamento.....................................................17
g. Quanto ao sentido de alimentação............................................................18
h. Quanto ao raiamento.................................................................................19
i. Quanto à alimentação................................................................................20
j. Quanto ao carregamento...........................................................................20

3. Conceitos básicos........................................................................................20

 Balística ...................................................................................................21
1. Conceito......................................................................................................21

2. Divisão........................................................................................................21

3. Trajetória de um projétil.............................................................................21

 Munições .................................................................................................23
1. Conceito......................................................................................................23

2. Composição do cartucho (Munição).....................................................24e25


a. Estojo........................................................................................................25
b. Cápsula de espoletamento.........................................................................25
c. Carga de projeção, propelente e pólvora...................................................26

VII7
d. Projétil.......................................................................................................27
- Diferentes tipos de projéteis........................................................................29
- Efeitos de alguns projéteis...................................................................31 a 48
 Protegendo Munições .........................................................................49

 Stopping Power ( Poder de parada).......................................................52


- Conceito......................................................................................................52

 Procedimentos Preliminares com Armamento Leve ..............59


1. Vistoria da arma
2. Condução da Arma
3. Ações com Comando
4. Preparação do Armamento

 Procedimentos de Segurança com Armamento Leve ...............60

 Manutenção de Armamento Leve ..........................................60 e 61

 Revólver Cal .38 Taurus ...................................................................61


1. Características.............................................................................................61
2. Classificação...............................................................................................61
3. Divisão Geral..............................................................................................62
4. Desmontagem.............................................................................................65
5. Montagem...................................................................................................65
6. Funcionamento............................................................................................65
7. Manejo........................................................................................................71

 Pistola Taurus de Dupla Ação .........................................................74


1. Características.............................................................................................74
2. Classificação...............................................................................................74
3. Divisão Geral..............................................................................................74
4. Desmontagem.............................................................................................77
5. Montagem...................................................................................................77
6. Funcionamento...........................................................................................78
7. Manejo........................................................................................................81

VIII8
 Submetralhadora 9mm MT-12/MT-12A .....................................86
1. Características.............................................................................................86
2. Classificação...............................................................................................86
3. Divisão Geral..............................................................................................86
4. Desmontagem.............................................................................................88
5. Montagem...................................................................................................88
6. Funcionamento...........................................................................................88
7. Manejo........................................................................................................90

 Metralhadora 9mm INA ....................................................................96


1. Características.............................................................................................96
2. Classificação...............................................................................................96
3. Divisão Geral..............................................................................................96
4. Desmontagem.............................................................................................99
5. Montagem...................................................................................................99
6. Funcionamento...........................................................................................99
7. Manejo......................................................................................................102

 Metralhadora MT 40 Taurus/Famae .....................................107


1. Características.......................................................................................... 107
2. Classificação............................................................................................ 107
3. Divisão Geral........................................................................................... 107
4. Desmontagem...........................................................................................109
5. Montagem.................................................................................................112
6. Funcionamento..........................................................................................112
7. Manejo......................................................................................................112

 Fuzil 7,62mm (Mosquefal) ..............................................................118


1. Características............................................................................................118
2. Classificação..............................................................................................118
3. Divisão Geral............................................................................................118
4. Desmontagem...........................................................................................120
5. Montagem.................................................................................................121
6. Funcionamento.........................................................................................121
7. Manejo......................................................................................................123

IX 9
 Fuzil 7,62mm M 964 SA/PARA-SA .............................................129
1. Características...........................................................................................129
2. Classificação.............................................................................................129
3. Divisão Geral............................................................................................129
4. Desmontagem...........................................................................................132
5. Montagem.................................................................................................132
6. Funcionamento.........................................................................................132
7. Manejo......................................................................................................137

 Espingarda de Repetição Cal. 12 CBC.......................................142


1. Características..........................................................................................142
2. Classificação............................................................................................142
3. Divisão Geral...........................................................................................142
4. Desmontagem..........................................................................................144
5. Montagem................................................................................................144
6. Funcionamento........................................................................................144
7. Manejo.....................................................................................................147
 Alguns Procedimentos Legais com Armas ...............................151
- SINARM.....................................................................................................151
Do porte...................................................................................................152
Dos Crimes e das Penas...........................................................................153
Disposições Finais....................................................................................154
Elementos da Infração..............................................................................155
Pessoas Isentas de Licença.......................................................................156
Cautelas que o Policial deverá tomar.......................................................156

 Armas Modernas ...............................................................................157


- Pistola Taurus PT-45................................................................................158
- Pistola IMBEL STI/GC .45 ACP.............................................................159
- Pistola CZ-75............................................................................................160
- Pistola CZ-100..........................................................................................161
- Pistola HK USP 9mm...............................................................................162
- Pistola Glock-19.......................................................................................163
- Pistola S & W Sigma .40..........................................................................164
- Pistola Desert Eagle..................................................................................165
- Espingarda Cal. 12 SPAS-15...................................................................166
- Submetralhadora UZI......................................................................167 e 168
- Submetralhadora HK-MP5.......................................................................169
- Submetralhadora MGP-84........................................................................170
10
X
- Fuzil Colt AR-15......................................................................................171
- Fuzil M-16 A1..........................................................................................172
- Fuzil AK-47..............................................................................................173
- Fuzil Valmet M76F..................................................................................174
- Fuzil STEYER AUG................................................................................175

 Tiro .........................................................................................................176
- Regras de Segurança.................................................................................178
- Fundamentos do Tiro................................................................................181
Posição do atirador (armas de porte)......................................................182
- Posição para o Tiro de Precisão................................................................183
- Posição em Pé (WEAVER)......................................................................186
- Posição em Pé (ISÓSCELES)..................................................................187
- Posição Ajoelhado....................................................................................188
- Posição Sentado........................................................................................191
- Posição Deitado........................................................................................195
- Posicionamento para o tiro Barricado.......................................................197
Posição do atirador (armas portáteis).....................................................198
- Posição em Pé (Mtr MT-12).....................................................................198
- Posição Ajoelhado (Mtr MT-12)..............................................................200
- Posição Sentado (Mtr MT-12)..................................................................201
- Posição em Pé (Esping. Cal. 12)..............................................................202
- Posição Ajoelhado (Esping. Cal. 12).......................................................203
- Posição em Pé (Fuzil SA).........................................................................204
- Posição Ajoelhado (Fuzil SA)..................................................................205
- Posição Sentado (Fuzil SA)......................................................................205
- Posição Deitado (Fuzil SA)......................................................................206
Empunhadura (armas de porte)...............................................................207
- Empunhadura Dupla.................................................................................207
- Empunhadura Simples..............................................................................209
Empunhadura (armas portáteis).............................................................210
Aparelho de Pontaria...............................................................................211
- Alça de Mira.............................................................................................211
- Massa de Mira...........................................................................................212
Visada........................................................................................................213
- Fotografia..................................................................................................214
- Olho Diretor..............................................................................................214
Respiração................................................................................................215
Puxada do Gatilho....................................................................................217

XI11
Condicionamento Mental..........................................................................218

 Tiro Instintivo .....................................................................................222


- Diferentes Técnicas de Tiro Instintivo......................................................223

 Erros mais comuns durante a execução do tiro real ..............226

 Incidentes e Acidentes de Tiro .......................................................227


1. Definições.................................................................................................228
2. Causas Gerais de Acidentes e Incidentes de Tiro.....................................230
3. Prevenção de Acidentes e Incidentes de Tiro...........................................230
Tabelas de Procedimentos em caso de Incidentes com:...........................232
a. Revólver Cal .38......................................................................................232
b. Pistolas 380 ACP/ 9mm/ 7,65mm.............................................................233
c. Submetralhadoras 9mm MT-12/ .45 ACP INA.........................................233
d. Fuzil SA/PARA SA ..................................................................................234
e. Espingarda de repetição Cal. 12...............................................................235

 Bibliografia ..........................................................................................236

XII12
ARMAS

l. CONCEITO

Todo instrumento ou objeto concebido pelo homem com a finalidade específica


de ser utilizada como meio de ataque ou de defesa, para ferir, matar ou causar danos
diversos.

2. CLASSIFICAÇÃO

a. Brancas: Geralmente produzidas com metal, atuando de forma perfurante,


contundente ou cortante.

Ex. faca, espada, baioneta, punhal, foice...

b. Impulsivas: Caracterizam-se geralmente por utilizarem meios manuais ou


mecânicos para lançamento de seus projéteis.

Ex. arco, besta, catapulta, zarabatana...

c. de fogo: Aquelas que utilizam a força expansiva dos gases de combustão da


pólvora para expelir seus projéteis. Ex. revólver, pistola, espingarda, morteiro...

13
ARMAMENTO LEVE

l. CONCEITO

É todo aquele de calibre inferior a 0,60 (l5,24 mm), com exceção dos lança-
rojões - 2,36 (59,9 mm) e 3,5 (89,9 mm).

2. CLASSIFICAÇÃO

a. Quanto ao calibre: Quando se fabrica um cano de arma – longa ou curta –


a parte interna do mesmo (alma) é furada, alargada, polida e lapidada até um
pré-determinado diâmetro. Este diâmetro, antes de ser efetuado o raiamento, é
denominado de CALIBRE REAL, CALIBRE NOMINAL ou DIÂMETRO
ENTRE CHEIOS. A seguir, o raiamento, constituído por um certo número de
ranhuras de pequena profundidade, será usinado de forma helicoidal ao longo
do cano. A distância entre os fundos opostos do raiamento é chamada de
DIÂMETRO ENTRE FUNDOS e é igual ao diâmetro ou calibre efetivo do
projétil. Conclui-se, portanto, que o calibre efetivo de um projétil será sempre
maior do que o calibre real do cano e essa diferença para maior é que irá fazer
com que o mesmo seja “forçado” contra os cheios do raiamento, adquirindo
assim a rotação necessária à sua estabilização durante a trajetória.

14
O calibre pode ser expresso em milímetros (sistema decimal) ou centésimos
de polegadas e milésimos de polegadas.
Ex. Cal. 5,56 mm (munição utilizada no AR-15) = Cal .22
Cal. 7,62 mm (munição utilizada no fuzil FAL/SAR) = Cal .30
Cal. 9 mm = Cal. 380 = Cal .38

Nas armas de alma lisa, o calibre é expresso nominalmente. Sua referência


equivale ao número de projéteis esféricos de chumbo, de diâmetro igual ao da
alma do cano da arma em questão, necessário para se atingir o peso de 453,6 g
( l libra ). Ex. Calibre 12 – 18,5 mm

b. Quanto ao tipo:

1) De porte: pelo pouco peso e dimensões reduzidas pode ser conduzida no


coldre (Ex. Revólver e Pistola);

PST. DESERT
REV. .38 EAGLE

2) Portátil: apesar do peso relativamente grande, pode ser conduzido por um


só homem, sendo dotado de uma bandoleira, para facilidade e comodidade
de transporte (Ex. Mosquefal e Submetralhadora MT – 12);

AK - 47

15
3) Não portátil: Devido ao volume e peso, pode ser conduzido somente por
viatura ou dividido em fardos, por vários homens (Ex. Metralhadora
Hotkiss).

Mtr XM-214 Six


Pak
c. Quanto ao emprego:

1) Individual: destinado à proteção daquele que a conduz;

2) Coletiva: se destina ao emprego em benefício de um grupo de homens


ou fração de tropa.

d. Quanto à refrigeração:

1) A água: quando o cano é envolvido por uma camisa dágua;


Ex. Mtr. 30M917A1 (Browning pesada)

2) A ar: quando é o próprio ar ambiente que produz o resfriamento;

3) A ar e água: quando o cano está em contato com o ar atmosférico e


recebe, periodicamente, jatos dágua para ajudar o resfriamento.(Ex. Mtr. 7
mm M934 Madsen).

e. Quanto ao funcionamento: A forma de funcionamento

1) De repetição: são aquelas em que se emprega a força muscular do


atirador para executar as diferentes fases do funcionamento (carregamento,
trancamento, ejeção etc), decorrendo daí a necessidade de se repetir a ação
para cada disparo (Ex. Mosquefal, Revólver etc);

CARABINA
PUMA .38
16
2) Semi-automático: são aquelas que realizam automaticamente todas as
fases do funcionamento, com exceção do disparo (Ex. Pistola);

CZ 9mm
3) Automático: São aquelas que realizam automaticamente todas as fases do
funcionamento (Ex. Metralhadora de mão INA Cal 9 mm).

MTR. INA

f. Quanto ao princípio de funcionamento: especifica sob qual sistema a


arma funciona; como ela opera o seu mecanismo. Existem duas
diferentes formas:
1. Armas que utilizam a força muscular do atirador;

ESP. CAL 12

2. Armas que utilizam a pressão dos gases resultantes da queima da carga de


projeção:

a) Ação dos gases sobre o êmbolo;

AK-47

17
b) Ação dos gases sobre o ferrolho;

DESERT EAGLE

g. Quanto ao sentido de alimentação: especifica o sentido que a munição


chega para a arma.

1) Da direita para a esquerda;

MP41/4
4

2) Da esquerda para a direita (Ex. Bergmann MP28.II – Alemanha,


Vollmer –Erna- Alem.);

BERGMANN
MP28.II

3) De baixo para cima;

AK - 47

4) De cima para baixo (Owen – austrália);

OWEN

18
5) Retrocarga: Que se carrega pela culatra

HK PSG-1

h. Quanto ao raiamento:

1) Alma raiada: ranhuras helicoidais que irão


fornecer o movimento giratório aos projéteis:
 Podem ser em dois sentidos:
a. da esquerda para direita
b. da direita para a esquerda

2) Alma lisa: ausência de raiamento, os projéteis deixam o interior do cano


da arma sem um movimento definido.

19
i. Quanto à alimentação:

1) Manual (levo os cartuchos manualmente para a arma)


2) Com carregador (metálico; tipo lâmina; tipo cofre; tipo fita de elos
metálicos).

j. Quanto ao carregamento

1) Antecarga: que se carrega pela boca do cano;

2) Retrocarga: que se carrega pela culatra.

3. CONCEITOS BÁSICOS

1. Velocidade teórica de tiro

Número de disparos que pode ser feito por uma arma em um minuto, não
levando em conta o tempo necessário para a alimentação, pontaria,
incidentes de tiro etc., isto é, supondo-se a arma dotada de um carregador
de capacidade infinita.

2. Velocidade prática de tiro

Número de disparos em um minuto, levando-se em conta o


tempo necessário à pontaria, à alimentação, incidentes de tiro, etc.

3. Alcance máximo

Distância maior que um projétil pode alcançar ou em que perde sua


energia cinética. Depende das características balísticas de cada cartucho,
do comprimento do cano da arma e do ângulo em que o disparo foi
efetuado.

4. Alcance útil/eficaz

Distância em que um projétil ainda pode ter eficácia.


20
BALÍSTICA
1. CONCEITO:
Ciência que estuda o movimento dos projéteis.

2.DIVISÃO:
a. Interna - deslocamento do projétil dentro de uma arma;
b. Externa - deslocamento do projétil na trajetória;
c. Terminal - efeitos sobre o alvo.

3. TRAJETÓRIA DE UM PROJÉTIL:
a. Mecânica do disparo
As armas de fogo utilizam, para lançar o projétil à distância, a
pressão dos gases resultantes da combustão da pólvora contida no
cartucho.
Com o cartucho na câmara da arma, o atirador aperta o gatilho
e coloca em ação o mecanismo de disparo da arma:

1. O percussor golpeia a espoleta;


2. A matéria detonante é violentamente
comprimida provocando uma labareda;
3. A labareda é transmitida à carga de
pólvora por intermédio de um ou mais
eventos;

4. A chama da espoleta dá início à quei-


ma da pólvora;
5. Durante a queima da pólvora são pro-
duzidos gases, os quais aumentam a
pressão no cartucho;
6. O estojo se dilata liberando o projétil;

7. O projétil impulsionado pelos gases,


vez que os mesmos não podem se ex -
pandir para os lados nem para trás, ini -
cia um movimento para adiante e ganha
rotação ao atravessar o cano de alma
raiada;

21
RECUO

8. O projétil abandona o cano e o


atirador experimenta o retrocesso ou
recuo da arma.

GASES

b. Velocidade inicial
Para efeito de estudo, consideraremos velocidade inicial (vo), a velocidade
linear, com que o projétil deixa o estojo após o disparo, se deslocando no
interior do cano da arma.

c. Forçamento nas raias


O projétil, impulsionado pelos gases , uma vez que possui um calibre efetivo
maior do que o calibre real do cano da arma, será forçado contra os cheios do
raiamento, adquirindo, assim, a rotação necessária à sua estabilização na
trajetória. Tal forçamento produzirá um atrito capaz de causar a transferência
de energia do projétil para o cano da arma, transformando energia cinética em
térmica, o que resultará na diminuição da velocidade do projétil, vez que a sua
massa continuará praticamente a mesma.

d. Velocidade na boca do cano


Consideraremos velocidade na boca do cano (Vb) a velocidade linear com que
o projétil deixa a boca do cano da arma, iniciando a trajetória propriamente dita
em direção ao alvo. Vez que houve o forçamento do projétil nas raias, “Vb”
será inferior a “Vo”.

e. Fatores que atuam na trajetória de um projétil


Logo que o projétil se encontra fora do cano, passa a sofrer a ação de uma série
de forças:

1) A força dos gases que lhe conferiram uma aceleração, fazendo com que, ao
cessar esta última, alcance uma determinada velocidade;
2) Efeito giroscópico: forçado pelas raias do cano, o projétil ganha uma
velocidade angular ou de giro sobre seu próprio eixo.

22
EM OPOSIÇÃO A ESTAS FORÇAS, ATUAM OUTRAS DUAS:

3) Reação ou resistência das capas de ar atmosférico;


4) Força da gravidade terrestre, que atrai o projétil para o solo.

A W
R Vb

ALVO g
ARM
A

Vb – Velocidade Linear W – Veloc. Angular


g – Gravidade AR – Resistência do ar

Obs.: A Balística terminal estudaremos quando tratarmos do item “Efeitos de


alguns projéteis” dentro do assunto “Munições”.

MUNIÇÕES

1. CONCEITO:

Munição é o conjunto formado por estojo, projétil, propelente e


espoleta, destinado a armas de retrocarga de pequeno ou médio calibre. O
mesmo que cartucho. Em armas de grandes calibres (canhões, obuses, etc)
podem ainda existir outros componentes e até itens não montados.

23
COMPOSIÇÃO DO CARTUCHO

ESTOJO

ESPOLETA

CARGA PROPELENTE
( PÓLVORA )
CARTUCHO
VISTA INTERNA

PROJÉTIL
24
2. COMPOSIÇÃO DO CARTUCHO (MUNIÇÃO):
a. Estojo
Porção cilíndrica, cônica ou com a forma de “garrafa” do cartucho, na qual
se aloja a espoleta, o projétil e que contém o propelente. A sua base é chamada
culote, pode ter ou não diâmetro maior que o estojo. Nas armas de repetição
onde existe uma peça chamada extrator, para retirar o estojo vazio da câmara,
este exibe um sulco ou gola, entre o culote e o corpo do estojo.

CORPO DO ESTOJO
CORPO DO ESTOJO

SULCO

CULOTE
CULOTE

b. Cápsula de espoletamento (espoleta)


Tem como finalidade produzir a queima da carga de projeção. A espoleta que
é montada no culote do estojo, consiste num invólucro de metal mole, um
misto iniciador e uma bigorna. Um choque do percussor de encontro a
espoleta, comprime o misto iniciador de encontro à bigorna, promovendo a
transformação daquele, passando a chama através dos eventos, promovendo a
queima da carga de projeção.

TIPOS DE ESCOVA

ORIFÍCIOS DE COMUNICAÇÃO

BIGORNA BIGORN
FULMINATO
FULMIN
CÁPSULA CÁPSUL
BOXER BERDAN

25
Na composição do misto iniciador da munição nacional, entram o clorato de
potássio, sulfureto de antimônio e o fulminato de mercúrio, havendo tendência
para substituir esse último pela azida de chumbo. Essa substância possui
melhores propriedades que o fulminato.

Tipos de espoleta:
a. Boxer (bigorna na própria espoleta);
b. Berdan (bigorna fica no culote do estojo).

Tamanhos de espoletas:
a. Small (para calibres menores ex. cal .38)
b. Large (para calibres maiores ex cal .45).

c. Carga de projeção, propelente ou pólvora

As pólvoras são misturas ou compostos químicos que quando queimam


geram em velocidade muito alta, uma grande quantidade de gases. Esses gases
ocupam um volume muito maior do que os sólidos que o geraram. Esse
aumento de volume gera, por sua vez, um enorme aumento de pressão.
Embora extremamente rápido, o aumento de pressão é gradual e é suportado
pelo conjunto cartucho/câmara/ferrolho, segundo o princípio de Pascal, isto é,
a pressão é exercida igualmente em todas as direções. Este aumento excessivo
de pressão atinge valores que podem causar a explosão da arma, o que só não
ocorre porque alguma coisa cede antes, o projétil.
As pólvoras são chamadas de propelentes (queimam progressivamente) e
não de explosivos (detonam), apesar de que, quando totalmente confinadas, os
propelentes também explodem.
As pólvoras podem ser divididas em dois grandes grupos: pólvoras negras e
pólvoras sem fumaça.

26
d. Projétil
Parte vulnerante do cartucho, de forma cilíndrica com a parte anterior
cônica ou ogival; Existem ainda projéteis sem ogivas (canto vivo) e outras de
ogiva truncada. São confeccionados geralmente de chumbo e endurecido com
antimônio ( grande densidade, baixo ponto de fusão e maleabilidade).Existem
também projéteis revestidos (encamisados ou enjaquetados totalmente ou
parcialmente) e deformáveis. Vejamos alguns projéteis:

CHUMBO (CHUMBO+ANTI
MÔNIO+ESTANHO:DUREZA)

ENCAMISADOS (MAIS VELOZ,


LIMPEZA DO CANO).

EXPANSIVO(PARTE FRON- SÓLIDO(PARTE FRONTAL


TAL ABERTA, COM FUNDO FECHADA, COM FUNDO
FECHADO). ABERTO).

SEMI-ENCAMISADOS(DIMINUI CHUMBA-
MENTO DO CANO).

EXPANSIVO (PARTE FRON – SÓLIDO (PARTE FRON -


TAL ABERTO COM FUNDO - TAL FECHADO COM FUN-
FECHADO). DO FECHADO).

DIFERENTES TIPOS DE BALOTES


PARA CARTUCHOS CAL 12

27
PROJÉTEIS (VARIAÇÕES)
Proj. encamisado Proj. canto vivo
Garante maior penetração e bom Especial para competição, garante
funcionamento em armas semi-automáticas melhor precisão no tiro; o formato do
e automáticas. proj. produz furos bem definidos no
alvo, facilitando a contagem dos
pontos.

Proj. encamisado ponta oca Semi encamisado ponta oca


Para uso onde a boa expansão é necessária Projetada para maior expansão após a
penetração.

Proj. de chumbo Semi encamisado ponta de chumbo


Proj. para propósitos gerais mais comuns à Para uso onde a penetração e boa
maioria dos revólveres; expansão são necessários.

PARTES INTEGRANTES DE UM PROJÉTIL

DIFERENTES TIPOS DE PROJÉTEIS

28
DIFERENTES TIPOS DE PROJÉTEIS

Os projéteis de formato ogival são os mais comuns,


DE CHUMBO mas não possuem facilidade de expansão e, como são feitos
de chumbo, sua penetração deixa a desejar. São os tipos de
projéteis que menos transmitem impacto contra o alvo. São
considerados os tipos menos adequados à defesa. Muito
mais eficazes são os projéteis tipo canto-vivo, graças ao
formato de seus projéteis, provocam ferimentos terríveis. A
mais eficaz munição em cal .38 é a SPL +P, semi-canto-
vivo de ponta oca.

Seu desenho, geralmente ogival, permite uma boa


penetração, mas o choque traumático é pequeno porque
JAQUETADOS
esses projéteis furam a carne sem deformar-se, deixando
apenas um canal de ferida estreito. Existem munições
jaquetadas cujas pontas são furadas para proporcionar a
expansão do projétil e aumentar o impacto. O projétil ao
expandir-se cria um maior estrago no alvo, transmitindo
simultaneamente uma maior energia. As mais confiáveis,
nesse sentido, parecem ser as Silvertip da Winchester. A
Hidra-Shock possui uma grande cavidade em sua ponta,
sendo que no centro dela existe um pino. Quando um
disparo com essa munição atinge alguém, acontece uma
boa expansão aliada a uma penetração adequada.

SEMI-ENCAMISADOS
Os projéteis semi-encamisados são aqueles em que a
jaqueta de cobre não chega a cobrir todo o projétil, mas
deixa a sua ponta de chumbo exposta.
Podem ser de ponta oca ou de ponta macia. As
primeiras produzem mais expansão e as segundas maior
penetração.

Existem certas munições de armas leves que por suas


particularidades únicas merecem um estudo à parte. São as
ESPECIAIS de fragmentação e as perfurantes. A mais conhecida
munição fragmentária, é a Glaser. Seu projétil é constituido
apenas por uma jaqueta de cobre oca, em cujo interior
existem pequenos grãos de chumbo. Isso selado por uma
capinha plástica cuja cor é uma indicação do poder da
munição. As de ponta azul são carregadas com pressão
normal e as de ponta preta são mais potentes.

29
Esses projéteis, tanto os de ponta azul quanto os de ponta
preta, são muito leves e por esse motivo alcançam uma
velocidade muito maior que os mais convencionais.
Quando um projétil Glaser atinge um alvo, ele o penetra
espatifando-se em seu interior, em inúmeros fragmentos,
transmitindo toda sua força no impacto. Boa munição, com bom
“stopping power” e extremamente adequada para uso em locais
onde existam aglomerações. Já que esses projéteis não
atravessam um corpo e não ricocheteiam.

Munição Perfurante, uma munição desenvolvida para dar o


máximo de penetração possível quando disparada de uma arma
curta.
Essa munição tem seus projéteis constituídos em aço muito
duro, cobertos com uma capa fina de Terflon, para reduzir sua
fricção no cano durante o disparo. Seu poder de perfuração é muito
bom e é capaz de atravessar sem problema latarias de automóveis e
outros obstáculos leves.
Munições perfurantes não transmitem muito choque contra um
alvo, pois parte de sua energia se perde ao atravessar um corpo.

30
EFEITOS DE ALGUNS PROJÉTEIS
Aproveitamos esta seção para explorarmos a última fase do estudo da Balística, A
BALÍSTICA TERMINAL, aonde procuramos mostrar os efeitos causados por diversos
calibres e munições.
Concentramos o nosso estudo nos efeitos causados especificamente em seres
humanos, e por esta razão nos voltamos um pouco para a Medicina Legal, aonde através
da Tanatologia ( ou estudo da morte ) somos capazes de analisar as lesões ( muitas vezes
fatais ) provocadas por esses pequenos projéteis.

HOLLOW POINT COM


PINO NO CENTRO
(HYDRA-SHOK)
(SILVERTIP)
GRANDE PODER DE DEFORMAÇÃO
COM TRANSMISSÃO DE ENERGIA

HYDRA-SHOK
ESTARFIRE HOLLOW POINT

31
Os efeitos do projétil são explicados através de uma ação direta e por ação
indireta.
A ação direta é devida aos mecanismos conhecidos como “martelo e
cunha”. No mecanismo do martelo, o projétil “empurra” todas as estruturas
nas quais colide ( Figura 1A ) e no mecanismo de cunha o projétil “abre”
caminho entre os tecidos, deslocando-os (Figura 1B).

FIGURA 1A

FIGURA 1B

Como observamos na figura 1A, este mecanismo pode ser comparado à


ação de uma broca de furadeira elétrica ao atravessar uma chapa de madeira
ou o da ponta de um espeto ao transfixar um pedaço de carne, ocasionando (ou
levando) a formação de um túnel. Já na figura 1B, temos o mecanismo da
cunha que representa, por exemplo, as características de uma lancha em alta
velocidade a qual, ao deslizar pela água, a empurra para os lados. Da mesma
forma a cunha vem empurrar as estruturas biológicas para os lados, no caso do
projétil.
A ação direta é função do tipo de projétil, com ou sem camisa, tipo de
material e morfologia. A velocidade do projétil também é fator determinante e
significativo do tipo de ferimento.
Callender e French, em 1935, encontraram algumas velocidades críticas, a
partir das quais os ferimentos apresentavam modificações radicais,
provavelmente relacionadas à velocidade do som nos tecidos e sua ação
vulnerante.
32
Fig. 2 Fig. 3

Os projéteis de alta velocidade causam cavitações no organismo, estas


responsáveis por muitas e graves lesões.
Na figura 2, temos o ferimento em túnel causado por projétil de baixa
velocidade e, na figura 3, temos maiores lesões chamadas externas, cavitárias
(ou em cavidades), causadas por projéteis de alta velocidade ( Para
aumentarmos a energia cinética do sistema, componente que vai originar
maior eficiência e mais capacidade para produzir lesões, podemos aumentar a
massa ou a velocidade do projétil. Sabemos que a energia cinética é função
linear da massa e quadrática da velocidade, ou seja, quando dobramos a
massa, dobramos a energia cinética. Entretanto, se dobramos a velocidade,
quadruplicamos a energia e se a triplicarmos obteremos um aumento de
energia da ordem de 9 vezes.

EC – Energia Cinética
Ec = m . V² m – Massa
2 V – Velocidade

Afirmamos, de maneira bem conclusiva, que quanto maior a energia


dissipada, maior a lesão no organismo. O perfil de dissipação de energia é
função de muitas características do projétil e dos tecidos atingidos, como
densidade, elasticidade e resistividade, fatores que explicam muitas diferenças
entre os ferimentos nos diversos tipos de estruturas biológicas atingidas e
atravessadas pelos projéteis.

33
Notamos que as estruturas biológicas são lesadas tanto nos locais atingidos
pelo projétil como em lugares distantes, neste último caso os ferimentos sendo
explicados pela ação indireta, ou seja, teorias que procuram explicar uma
ação à distância.
A ação indireta, também denominada de explosiva, é explicada através de
vários modelos, propostos por Reger, Kocher, Cosmino e Leo, entre outros.
A teoria da ação hidráulica de Reger e Kocher é baseada no
funcionamento de um pistão de bomba hidráulica, em que as forças são
transmitidas em todas as direções. Este modelo explica o rompimento
(estouro) de vísceras ocas contendo material líquido e pastoso, como o
estômago.
A teoria do movimento vibratório de Coscino é baseada no modelo de
transmissão da vibração do projétil às partículas e estruturas biológicas em
que colide, como o exemplo da queda de uma pedra num lago, a onda se
transmite a locais distantes do local de impacto. Este modelo explica as ações
á distância, isto é, estruturas biológicas lesadas porém não atingidas
diretamente pelo projétil, como um tiro no tórax (mediastino), local orgânico
com grande quantidade de líquidos (sangue), em que a vibração do projétil é
transmitida a locais distantes, causando deslocamento da retina e das
meninges, podendo levar à morte por lesão encefálica, sem que o projétil
tenha atingido diretamente a cabeça.
A teoria do Leo procura explicar a ação indireta baseada no modelo de
microprojéteis, isto é: o projétil, ao colidir com as estruturas orgânicas, se
transforma em múltiplos microprojéteis, semelhantes a um jogo de bilhar. Se
compararmos o projétil com a bola branca, no início observamos que esta ao
colidir com as outras, a elas transmite parte do seu movimento. Cada bola vai
atingir (colidir com) partes distintas da mesa (ação indireta), locais diferentes
do atingido pela bola branca (ação direta do projétil). Múltiplas variáveis e
modelos não foram aqui considerados.
No trajeto pelo organismo, o projétil pode apresentar fragmentação,
deformação e torções, modificando assim sua capacidade de vulnerar os
tecidos. Este mecanismo é evidente quando considerarmos a morfologia do
orifício de entrada, o trajeto e o orifício de saída. O fogo, a fumaça e a pólvora
também, cada um por si causam modificações nas estruturas biológicas.
De uma forma geral, mantendo arbitrariamente constantes algumas
variáveis, não considerando outras e de forma resumida, procuramos mostrar
os estudos recentes e a maneira da ação vulnerante dos projéteis em estruturas
biológicas nas quais colide e atravessa.

34
Dentro da Medicina Legal, a Tanatologia ( Estudo da Morte ) possui
fundamental importância, sendo justamente nessa parte que encontramos uma
subdivisão à respeito de lesões, a qual nos interessa mais diretamente. Uma parte
dessa subdivisão, aquela das lesões perfuro-contusas deve ser conhecida para que se
possa entender o que realmente significa um tiro para a Medicina Legal.
As lesões se subdividem em simples e compostas, as simples com 3 tipos de
agentes: 1) Agentes perfurantes, os quais agem por pressão em um determinado
ponto, como os estiletes e agulhas, provocando ferimentos punctórios; 2) Agentes
cortantes, agindo por pressão e deslizamento, tais como as facas e navalhas,
produzindo incisões (cortes), e 3) Agentes contundentes, estes agindo por pressão
e/ou deslizamento, como soco, paulada, queda entre outros, produzindo uma ferida
contusa, como laceração, equimose, hematoma, escoriações etc. Da associação das
feridas simples encontramos as compostas, tais como: 1) Perfuro-incisa, provocada
por faca ou punhal; 2) Corto-contusa, decorrente da ação de um machado, por
exemplo, e 3) Perfuro-contusa, como a produzida por um projétil de arma de fogo,
por exemplo.
Assim, o projétil de arma de fogo, a bala, é um agente perfuro-contundente, ou
seja, perfura, atravessa a pele e outras estruturas orgânicas e também contunde, bate,
machuca, esta ação podendo ser, grosso modo, comparada à de uma broca, com
altíssima velocidade de rotação e acoplada a uma furadeira de impacto. Juntamente
com o projétil, seguem também gases, resíduos de pólvora ainda em combustão e
outros elementos decorrentes da combustão da mesma, tal como a fumaça.
O ferimento (lesão) ocorre em decorrência da função de todos esses elementos
de forma isolada ou conjunta.
Após disparo da arma de fogo, um projétil
atinge o corpo humano empurrando a pele até um
ponto crítico onde ela se rompe, conforme
demonstrado na sequência da figura. Notamos,
então, que a lesão apresenta as bordas invertidas e
contundidas (machucadas) e, ao redor, um derrame
de sangue (equimose) devido à ruptura de pequenos
vasos sangüíneos da pele, características que
constituem a orla de contusão. Essa orla pode ser
circular ou elíptica, conforme o ângulo de
aproximação do projétil em relação à pele e é
encontrado em todos os tiros, independente da
distância.

35
Ao atravessar a pele a bala é limpa de todas as suas impurezas, como óleo,
fumaça, detritos, etc. Estas impurezas ficam depositadas ao redor do orifício
de entrada, constituindo a orla de enxugo, que – da mesma forma que a orla de
contusão – é encontrada em todos os tiros, independente da distância.
( Observe foto 1 ).
De forma geral, quando
encontramos somente estas
características, concluímos que o
disparo, o tiro, foi efetuado à distância,
não sabemos se média ou longa, pois
para essa definição são necessários
outros exames.
Na foto ao lado, nas duas
perfurações verificadas, observa-se a
formação da orla de contusão e de
enxugo.

Além do projétil, atingem a pele: fogo, pólvora e fumaça. O fogo causa


uma queimadura ao redor das orlas de contusão e de enxugo, de aspecto
escuro, denominada orla ou zona de chamuscamento ou de queimadura.
Os resíduos de pólvora em combustão ou a altas temperaturas atingem a
pele causando múltiplas queimaduras de aspecto puntiforme e geralmente
escuro ou marrom-avermelhado, constituindo a zona de tatuagem, elemento
importante na determinação da distância.
O depósito de fumaça ( fuligem ) ao redor do orifício de entrada constitui
a zona de esfumaçamento, ou de falsa tatuagem, pois pode ser facilmente
removida com uma lavagem.

Na foto ao lado observamos a orla de


chamuscamento, caracterizada pela
intensa queimadura ao redor do orifício;
A zona de tatuagem, aonde podemos
verificar os pequenos pontos escuros
provocados pela queima da pólvora em
alta temperatura; e por fim a zona de
esfumaçamento (visível no orifício da
esquerda).

36
As zonas de chamuscamento, tatuagem e de esfumaçamento são
elementos importantes na determinação da distância do disparo, ou seja,
indicar a proximidade do mesmo, por consequência do atirador. São
encontrados esses elementos nos disparos efetuados a distâncias inferiores a
70 cm, considerando armas de uso civil.
Estas zonas podem ser encontradas na pele e nas roupas, vindo daí a
denominação popular de “tiro à queima roupa”, tecnicamente, denominamos
este tipo de tiro de disparo à curta distância.

Nos disparos à curta distância, além das zonas de chamuscamento,


esfumaçamento e tatuagem, também encontramos as orlas de contusão e
enxugo.
Esquema mostrando os
componentes do orifício de
entrada:
A – Orla de contusão;
B – Orla de enxugo;
C – Zona de tatuagem;
D – Zona de esfumaçamento.

Disparo à distância, presente: Disparo à curta distância, presente:


orla de contusão e orla de Orla de contusão, orla de enxugo, zona
enxugo. de tatuagem e de chamuscamento.

37
Esquema mostrando um tiro à
curta distância ( a queima roupa ).

Um tipo diferente, entretanto comum, de tiro, é o denominado tiro


encostado.
Neste caso, encontramos um ferimento estrelado, com as bordas
intensamente contundidas, apresentando ainda deslocamento dos tecidos,
como o couro cabeludo, muito semelhante a uma lesão na testa decorrente de
queda sobre superfície de quina ( ver foto ).

Esquema mostrando um tiro com o


cano da arma encostado no alvo.

Esta lesão pode apresentar o


aspecto de uma cratera de mina,
sendo por isso tecnicamente
denominada de câmara de mina
de Hoffman. Em seu trajeto,
encontramos depósitos de fuligem e
de pólvora e queimaduras que
eventualmente chegam até planos
ósseos ou mais profundos.

38
Mostraremos agora os efeitos causados por projéteis de armas longas ( nestes
casos a espingarda cal. .12 ) nas três situações apresentadas anteriormente:
Tiro afastado, aproximado e encostado. ( obs.: Foi utilizado o cartucho 3T
vários bagos de chumbo ).

Disparo efetuado na região


torácica; observe a grande
dispersão dos bagos de
chumbo característica do tiro à
distância.

Disparo aproximado; Disparo encostado; a


devido a pouca distância energia aqui dissipada, devido a
houve uma considerável proximidade do disparo,
concentração dos bagos de provocou, como podemos
chumbo na área atingida. observar, destruidoras lesões.

39
DISTÂNCIA DO DISPARO ENCOSTADO CURTA DISTÂNCIA OU Á À DISTÂNCIA
QUEIMA ROUPA
-Câmara de Mina; - Zona de tatuagem; - Orla de contusão;
-Queimadura, fuligem e - Zona de esfumaçamento; - Orla de enxugo.
CARACTERÍSTICAS pólvora no início do - Zona de chamuscamento;
trajeto. - Orla de contusão;
- Orla de enxugo.

Vimos então que, em função da distância, os disparos podem ser


classificados em: encostados, à curta distância ou à queima roupa e à distância
( geralmente mais de 70 cm), como observamos no resumo acima.
Notamos ainda que as orlas e zonas podem ser circulares quando o disparo
é perpendicular,ou elípticas quando são oblíquos. Observamos também que os
orifícios de entrada são menores que as dimensões (secção transversal) dos
projéteis em função da elasticidade da pele, ou seja, a pele apresenta retração
das fibras que a constituem após a passagem do projétil.
Após ultrapassar o obstáculo inicial, a pele, o projétil e os gases
atravessam órgãos e estruturas orgânicas, lesando-as, furando-as em vários
estágios que podem chegar até a explosão de vísceras passando por diversos
graus de hemorragia interna, a qual é o principal mecanismo da morte. Estas
lesões apresentam um aspecto de túnel, mais precisamente um tronco de cone.
Após atravessar todas as estruturas internas, ou seja, atingir a pele do
outro lado do corpo, empurrando-a até o rompimento, o projétil novamente
retorna ao meio, até o repouso. A pele apresenta um comportamento diferente
ao ser perfurada de dentro para fora e, além disso, o projétil perde parte de sua
energia, geralmente estando deformado, constituindo-se numa “broca” de
menor precisão. Em função disso, o orifício de saída apresenta bordas
invertidas, irregulares e geralmente maiores que o orifício de entrada,
semelhante à cratera de um vulcão. Ao redor do orifício de saída não notamos
as orlas e zonas que observamos no de entrada. Encontramos apenas, na maior
parte dos casos, uma zona de equimose (sangramento). As características do
orifício de saída não dependem da distância do tiro, porém, são em função da
energia do sistema (arma-munição-projétil), ou seja, quanto mais forte a arma,
maior o diâmetro do orifício de saída.
Apresentaremos agora algumas fotos detalhando o trajeto de projéteis ao
atingir órgãos, desde o momento em que atingem o corpo até o instante em
que o deixam (tiro transfixante). Nesta situação todas as perfurações foram
provocadas por projéteis cal. .38 SPL+P Hollow Point. Observe o mapa
topográfico para localização de lesões, aonde mostramos os locais exatos das
perfurações e em seguida as fotos.

40
MAPA TOPOGRÁFICO PARA LOCALIZAÇÃO DE LESÕES
CASO 1

ENTRADA II

2
2

Projétil 1 – Região dorsal Projétil 1 – Região torácica


Projétil 2 – Região lombar Projétil 2 – Região do hipo-
Projétil 3 – Região glútea côndrio
Projétil 4 – Terço superior
da coxa

41
FOTOS CASO 1

Entrada de dois projéteis Projétil 1, observe que


as características da
perfuração indicam que se
trata de um disparo à
distância.

Pulmã
o
Fígad
o

Corte realizado em torno da Corte realizado na região


perfuração para que torácica para que pudéssemos
pudéssemos verificar a direção observar internamente a direção
tomada pelo projétil 1 (observe tomada pelo projétil (observe
a pequena vareta de metal mais uma vez a vareta de metal,
refazendo o trajeto do projétil). agora internamente).

42
Análise dos órgãos atingidos: Entrada do projétil 1 no
As setas mostram o trajeto do coração.
projétil 1 aonde verificamos o
ferimento causado no pulmão.

Saída do projétil 1 do Repouso do projétil 1, observe


coração. que o mesmo não chegou a
transfixar totalmente, ele se
alojou sob a pele vindo a
rompê-la parcialmente.

43
Projétil 2, perfuração também Fígado violentamente atingido
causada por disparo à pelo projétil 2.
distância.

Repouso do projétil 2, Total de projéteis encontrados


verificamos que o mesmo, no corpo analisado; observe
conforme o projétil 1, que quase não houve
também alojou-se sob a pele. deformação dos mesmos,
apesar de terem sido criados
para isto.

44
MAPA TOPOGRÁFICO PARA LOCALIZAÇÃO DE LESÕES
CASO 2

ENTRADA SAÍDA

1
1

Projétil 1 – Região dorsal Projétil 1 – Entre a região torá-


Projétil 2 e 3 – Região glútea cica e dorsal (abaixo
da axila e paralelo ao
mamilo).

45
FOTOS CASO 2

Perfuração característica de Observação interna da


disparo a distância (vista perfuração anterior, o projétil
externa) região dorsal. atingiu uma das costelas e
continuou seu deslocamento.

PULMÃ
O

Aqui podemos observar a Observação aproximada do


perfuração que o projétil ferimento causado no pulmão.
causou no pulmão.

46
Início da saída do projétil Saída do projétil (vista externa)
(vista interna).

Duas perfurações na região Análise da perfuração dois


glútea. ( observe o projétil).

47
Observação aproximada da Projétil após haver sido
perfuração 2 (observe o projétil retirado (observe a
no local de repouso). deformação do mesmo).

48
PROTEGENDO MUNIÇÕES

É necessário ter zelo também com munições, não basta apenas cuidar das
armas.

Munições modernas podem durar


muitíssimos anos, se forem tratadas e
guardadas convenientemente! Apesar
desse ser um assunto negligenciado nos
cursos de tiro, nas instruções das
academias policiais e militares ( e
mesmo tratado com descaso pela
grande maioria), é necessário atentar
para sua importância, que é grande. As
munições de nossos policiais não são
frequentemente renovadas e teremos a
“típica economia perigosa”, pois vidas humanas irão depender de seu
perfeito funcionamento e – para que o mesmo ocorra em condições ideais – é
necessário seguir regras básicas e ter conhecimentos mínimos sobre como
diversos fatores interferem em sua vida útil.

Classicamente, existem 4 componentes básicos na munição: cápsula, ou


estojo; espoleta; pólvora e projétil. Qualquer um deles pode apresentar
defeitos de fabricação. Dos 4 componentes, 2 são mais sujeitos a falhas: a
espoleta e a pólvora. Podemos dizer que o mais comum problema atribuído
como origem de falhas na munição é a contaminação química; entende-se por
esse tipo de contaminação numa munição, sua desnecessária exposição a
corantes, solventes, lubrificantes, gases e as intempéries, do principalmente a
umidade.
Assim, fica claro que a
lubrificação de uma arma
deve prever cuidados com o uso
dos lubrificantes, de modo que
eles nunca se depositem em
excesso, escorrendo para a
munição, existindo a
possibilidade de se infiltrar em
espoletas e cargas de pólvora.

49
Devemos ter especial cuidado com munições em processo de corrosão;
munição corroída em contato com munição nova pode transferir essa corrosão
para as últimas. Embora estojos niquelados sejam provavelmente, mais
imunes a esse tipo de corrosão por transferência, não são totalmente
resistentes. Não se deve mesmo juntar munição mais antiga com as mais
recentes. As diferentes munições deverão – sempre que possível – ser
guardadas em suas embalagens originais, pois com isso tem-se o controle de
sua época de aquisição, de seu calibre e da exata quantidade, sem ter que ficar
catalogando-as de tempo em tempos.

Para a guarda de munições é importante que elas nunca sejam


acondicionadas em embalagens que possam reter umidade e gases, os quais
irão interferir com o metal e com os componentes de pólvora e espoleta.
Genericamente, devem ser evitadas embalagens de madeira, papelão
grosso, ou qualquer outro material que tenha propriedades higroscópicas ( de
absorção de umidade ), ou que seja, por sua vez, de alguma forma afetado por
esses mesmos elementos. O ideal é usar-se embalagens de papelão fino, metal,
plástico, isopor, etc.
É conveniente, presumindo-se o uso de uma embalagem de razoáveis
dimensões e que vá abrigar diversas outras embalagens menores, colocar-se
pastilhas de sílica-gel entre uma e outra caixinha, ou mesmo polvilhar o fundo
da caixa com a própria sílica-gel, tendo-se sempre o cuidado de secá-la no
forno ou ao sol assim que se torne de coloração alaranjada ou rósea.

PERIGOS ADVINDOS DA FALTA DE PROTEÇÃO

Sem dúvida alguma , o mais frequente é o tiro suspenso (ou “hangfire”),


onde há um atraso entre o tempo em que a agulha “pica” a espoleta e a
detonação da carga de pólvora. Isto pode ocorrer por diversos fatores:
espoletas ou carga úmidas, espoletas defeituosas, pólvoras com composição
química muita instável, etc. O importante é saber ( e guardar muito bem! ) que
quando isso acontecer, a arma deverá ser apontada para lugar seguro por
– PELO MENOS – 30 segundos! Só então poderá ser aberta e verificada.

50
As munições nunca deverão ser colocadas
próximas de produtos químicos, mesmo que
estes estejam aparentemente com suas
embalagens fechadas. Idem para qualquer tipo
de material inflamável, mesmo removedor
doméstico ou querosene. Igualmente para a
exposição direta à luz do sol, ou em
temperatura ambiente superior, por longos
períodos, a 21o C.
O amoníaco (amônia), tíner, sal e mercúrio
podem destruir a ductibilidade do latão em
pouco tempo, enfraquecendo os estojos que
podem no tiro, sob pressão mínima,
fragmentarem-se de forma perigosa; tintas,
solventes e o gás de aerosóis podem
contaminar a pólvora e as espoletas,
eventualmente alterando sua composição
química. Não é necessário que essas
substâncias tenham contato direto com a
munição e eventualmente c/ o metal das armas;
apenas seu vapor ou os gases gerados por elas (e transportados pelo ar) são
suficientes para danificar.
O local onde as munições serão guardadas deverá ser seco, fresco,
ventilado ao extremo, sem muita incidência de luz solar e individualizado
quanto a guarda de qualquer tipo de produto químico, ou pelo menos bem
distante.
Muito cuidado com calor direto ou indireto, pois raios ultravioleta alteram
a composição química da pólvora e o calor concentrado a resseca,
possivelmente alterando a taxa de queima a níveis perigosos.
Veículos policiais que habitualmente transportam espingardas de calibre
12 devem ter essas armas completamente revisadas a cada mês (para detectar-
se pequenas partes soltas do mecanismo) e os cartuchos trocados a cada 2 ou 3
meses, no máximo, pois a constante vibração, os chacoalhos e os tremores
podem dilatar levemente as buchas, fazendo com que grãos de pólvora passem
entre elas e as paredes do cartucho, gerando explosões perigosíssimas.

51
STOPPING POWER ( PODER DE PARADA )

Combinação ideal entre


calibre e munição com a
capacidade de interromper as
ações ofensivas de um
adversário com um só disparo.
Se tal disparo pode ocasionar
a morte (ou não) não é levado
em consideração. O que é
significativo é o poder de
interromper as ações de um
adversdário antes que alguém
mais seja ferido.

Até hoje não foi possível apontar com total segurança uma só arma, calibre
e munição capaz de parar um adversário com um só disparo, em 100% das
vezes. Isso acontece porque as variáveis são muitas, tantas quanto os seres
humanos são diferentes entre si. Uns, ao serem baleados, são capazes de ainda
lutar por horas a fio, e outros morrem gemendo baixinho em segundos. Existem
casos onde elementos baleados com sete tiros de pistola .45 ACP sobreviveram
e outros, atingidos com um disparo de .38 SPL ogival, caíram
instantaneamente.

Um projétil, ao atravessar um corpo, provoca dois tipos diferentes de


ferimentos. O primeiro, chama-se de canal de ferida temporário, seria
produzido pelo choque provocado pela velocidade com que o projétil cava seu
caminho dentro de um corpo. Isso acontece durante seu trajeto interno que dura
milésimos de segundo. O outro tipo de ferimento é o que permanece após a
saída do projétil, e foi batizado de “canal de ferida permanente”. É o estrago
causado pelo disparo. Esse ferimento pode ser visto e analisado durante a
autópsia.

52
Uma pesquisa que apresenta
importantes informações, foi a
realizada por um ex-Sargento da
especializada de homicídios da
Polícia de Detroit, Evan Marshall,
esse estudioso do Stopping Power
coletou centenas e centenas de casos
reais de tiroteios, dando destaque
para aqueles em que aconteceu o tão
falado “poder de parada”, onde o
elemento atingido caiu quase que
imediatamente após receber o tiro.
Todos esses casos foram
separados em calibre por calibre e
pelo tipo de munição empregada.

Essas informações e esses dados colhidos foram colocados em um


computador. E os resultados dessas pesquisas favorecem os projéteis leves, de
ponta oca e de alta velocidade.
Os resultados conseguidos por Evan Marshall, com o estudo e análise de
casos reais, indicam que o calibre 9 mm Parabellum bate, ou no mínimo
iguala (conforme a munição), o .45 ACP, que havia sido tão favorecido nos
testes de Thompson e La Garde e na fórmula de Hatcher.
Vamos mostrar uma tabela que exibe resultados conseguidos por Evan
Marshal em suas pesquisas relacionadas à efetividade de cada principal (ou
mais comum ) calibre de arma de porte. Procuraremos mencionar somente as
menos e mais efetivas munições de cada calibre.
Esses resultados são parciais – as pesquisas de Marshal incluíram uma
variedade muito maior de calibres e munições – mas demonstraram o
desempenho de alguns calibres comuns nos meios policiais.
Apesar de toda variedade, os resultados dessa pesquisa não devem ser
considerados verdades irrefutáveis. Devemos levar em consideração que
certas médias foram conseguidas com o estudo de apenas doze casos como,
por exemplo, a 7,65 mm Silvertip. Em doze tiroteios diferentes, onde essa
munição foi empregada, foram sete as vezes onde houve o “poder de parada”
instantâneo. Daí surge a média de efetividade de 58%. Outros calibres e
munições foram analisados com um número de exemplos, como o .38 SPL
Para e o .45 ACP.

53
Outros fatores além do “stopping power” podem ser considerados na escolha do
calibre policial por excelência. Podemos levar em conta precisão prática,
capacidade de tiro, efetividade antiveículo, facilidade de porte, remuniciamento
rápido e alguns outros.

TABELA DE EVAN MARSHALL


Calibres 7,65 mm .380 ACP .38 SPL 9 mm Luger .357 Magnum .45 ACP
(9 x 19 mm)
Munição Ogival Ogival Ogival de chumbo Ogival Semijaquetada Jaquetada
menos Jaquetada jaquetada de 158 “grains” jaquetada de Ponta de chumbo de
efetiva 71 “grains” 95 “grains” (55%) 123 “grains” de 158 “grains” 230 “grains”
(52%) (55%) (60%) (67%) (63%)
Munição Winchester Winchester Chumbo de ponta Jaquetada Semijaquetada Jaquetada
mais Silvertip Silvertip oca de 158 ponta oca de ponta oca de Ponta oca de
efetiva 60 “grains” 85 “grains” “grains” 147 “grains” 125 “grains” 200 “grains”
(58%) (61%) (65%) (80%) (91%) (74%)

54
( Pesquisa extraída da revista Magnum, autoria de Victor Gardolinski Júnior –
Advogado Criminalista em Curitiba – PR)

“Com o objetivo de fornecer informações complementares sobre as causas


e efeitos de Armas de Fogo, já que os compêndios de Medicina Legal só
tratam de assuntos relativos à morte e/ou ferimentos ocasionados por estes
projéteis perfuro-contusos, bem como com o intuito de analisar o aspecto do
excesso doloso na legítima defesa, mesmo quando utilizados apenas calibres
permitidos pela legislação vigente no Brasil, foi que realizei extensa pesquisa
iniciada ao final de 1988, na qual usei como fonte de informações:
 Entrevistas com policiais civis e militares do Estado do Paraná que tiveram
ações utilizando armas;
 Entrevistas com pacientes e médicos que estiveram em contato direto com
projéteis e seus resultados;
 Acompanhamento de cerca de 70 necrópsias nos Estados de Paraná e Santa
Catarina, pelo período de 1 ano e meio.
A partir do estudo realizado, foi organizada uma tabela que visa, de
forma sucinta, informar sobre todos os dados colhidos durante a pesquisa, bem
como outros que chegaram ao autor até o final do trabalho.

* Munição recarregada com projétil canto vivo invertido.

55
Esta tabela compara os diversos calibres permitidos pela legislação brasileira
aos civis, tendo como base os estudos feitos pelo pesquisador norte-americano
Evan P. Marshal utilizando dados advindos de calibres bem maiores e mais
potentes do que os aqui permitidos.
Meu estudo centralizou-se em torno dos 6 (seis) mais vendidos calibres
de Armas Curtas do Brasil: 6,35 mm; 22 LR; 32 S&W; 7,65 mm (ou .32
ACP); 380 ACP (ou 9 mm Curto) e .38 SPL, sendo que para este último- por
ser o calibre de maior uso- considerei 3 tipos diferentes de pontas, ou seja, a
ogival de chumbo e a oca semi-jaquetada, e uma que deliberei chamar de
“ponta oca canto-vivo”, que nada mais é do que um projétil canto-vivo
recarregado ao contrário, desta forma ficando com a extremidade oca para
cima, e com carga de pólvora de 5 (cinco) “grains”. A citada fonte deixa claro
que os calibres 6,35 mm; 22 LR e .32 S&W são impróprios para serem
utilizados com esse objetivo de incapacitação imediata e, portanto, em armas
de defesa pessoal, fazendo-se necessário vários disparos.

Passaremos a seguir a apresentar dados sobre a eficiência real de algumas


munições conhecidas em nosso país;

Obs.: 1 Esta tabela foi compilada parcialmente do livro “Handgun Stopping


Power “;
Obs.: 2 Somente foram utilizados casos em que houve um disparo atingindo o
tronco da vítima e/ou atacante;
Obs.: 3 Os dados compilados foram escolhidos nas tabelas apresentadas no
livro buscando destacar as munições mais eficientes e aquelas de maior
conhecimento do público brasileiro;
Obs.: 4 A porcentagem de eficiência indicada como determinada munição
funciona com um disparo. Assim, se um calibre obtém 52% de eficiência, por
exemplo, isso significa dizer que, na somatória de todos os casos em que foi
empregada, essa munição obteve aquela porcentagem de eficiência em
“stopping power “.

TERMINOLOGIA: Fed = Federal; W-W= Winchester; R-P= Remington


Peters; STHP= Silver Tip ponta oca; LHP= Ponta oca de chumbo; JHP=
Encamisado ponta oca; S-JHP= Semi-encamisado ponta oca; FMJ=
Totalmente encamisado; SWC= Semi-canto vivo.

56
QUADRO DE EFICIÊNCIA REAL DAS MUNIÇÕES

TOTAL DE EFICIÊNCIA %
MUNIÇÃO CASOS COM UM SÓ DE
ANALISADOS TIRO (No DE EFICIÊNCIA
CASOS)

57
ARMAMENTO LEVE

58
PROCEDIMENTOS PRELIMINARES COM ARMAMENTO LEVE

Ao recebermos uma arma de fogo, seja no momento em que assumimos um


serviço, em instrução ou até mesmo pelo simples fato de normalmente
estarmos em contato com elas, devemos adotar alguns procedimentos:

1. Vistoria da arma:
a) Apontar a arma para uma direção segura;
b) Jamais levar o dedo ao gatilho;
c) Retirar o carregador;
d) Abrir a arma ( ferrolho a retaguarda ou liberar tambor );
e) Verificar o interior das câmaras, executando dois golpes de segurança
ou apertando a vareta do extrator;
f) Verificar o interior do cano da arma;
g) Verificar o mecanismo de disparo, bem como o percussor ou percutor;
h) Verificar o aspecto geral da arma, no que tange todas as partes
componentes.
2. Condução da arma:
a) No caso de armas de porte, conduzi-las abertas ou no coldre;
b) No caso de armas portáteis, conduzi-las em bandoleiras ou “de arma na
mão”, abertas.
3. Ações com comando:
Todas as ações em instrução ou no estande de tiro, só mediante ordem do
instrutor.
4. Preparação do armamento com munição:
a) Municiar revólver (colocar munição no tambor);
b) Carregar revólver (fechar o tambor);
c) Municiar carregador (colocar munição no carregador);
d) Alimentar Pst/Fz/Mtr (colocar carregador na arma);
e) Carregar Pst/Fz/Mtr (Inserir munição na câmara);
f) Travar a arma (acionar o dispositivo de segurança).

59
PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA COM ARMAMENTO LEVE

Qualquer armamento é potente, preciso e de fácil manejo, mas deve ser


manejado de forma que o poder letal nunca seja usado acidentalmente. Muitos
acidentes envolvendo armamento, poderiam ser evitados se fossem observadas
as seguintes regras de segurança, que o atirador deve praticar até que elas se
tornem hábito fixo:

a) Jamais aponte uma arma contra alguém por brincadeira, mesmo sabendo
que ela não está municiada ou carregada;
b) Verifique se não há obstrução no cano antes de carregar;
c) Jamais deixe, fora do horário de utilização o armamento municiado ou
carregado, nem tão pouco engatilhado;
d) Jamais passe o armamento a alguém estando carregado. Sempre passe o
armamento desmuniciado e aberto;
e) Adquira o hábito de desmuniciar o armamento toda vez que o apanhar;
f) Desenvolva os hábitos de segurança todas as vezes que o armamento for
retirado do coldre ou bandoleira, ou quando forem guardados;
g) Fique com o dedo estendido do lado de fora do gatilho, até que esteja
pronto para atirar;
h) Em instrução, mantenha o armamento sempre aberto, quando não estiver
no coldre ou em bandoleira;
i) Conheça seu armamento e munição;
j) Mantenha seus dedos longe da boca do cano;
k) Saque rápido é perigoso em princípio a segurança;
l) Certifique-se que os cartuchos de festim, quando utilizados, não sejam
reais;
m) Seja zeloso com o armamento, mantendo limpo e bem conservado, visto
que em situações de emergência, sua vida dependerá de seu correto
emprego e, principalmente, de seu perfeito funcionamento.

MANUTENÇÃO DE ARMAMENTO LEVE

Os armamentos, para que tenham longa durabilidade, necessitam de


alguns cuidados, principalmente depois de serem utilizados, pois os resíduos
deixados pela queima da carga de projeção, com o tempo corroem o aço que
os compõem:
Lubrificantes e antióxidos:

60
Protejem da ferrugem e tornam mais macios seus diversos mecanismos,
vejamos alguns:
1. Óleo para limpeza do cano- antióxido que preserva temporariamente
a arma contra ferrugem. Deve ser empregado logo após o tiro, para
limpeza da alma do cano, a qual, depois deve ser protegida por uma
camada fina de óleo fluido protetor e lubrificante.
2. Composto semilíquido contra ferrugem- protege as partes metálicas
da arma durante longo período de tempo.

Passaremos a seguir a apresentar os armamentos atualmente utilizados pela


maioria das corporações policiais militares, detalhando características,
classificação, divisão geral, desmontagem, montagem, funcionamento e manejo
de cada um deles:

REVÓLVER CALIBRE .38” TAURUS

1. CARACTERÍSTICAS:
a) Calibre: .38”
b) Peso desmuniciado: 0,800kg (cano de 4 pol)
c) Peso municiado: 1,150 kg (cano de 4 pol)
d) Comprimento total: 0,235m (cano de 4pol)
e) Número de raias: 06 (esq. P/ dir.)
f) Número de câmaras do tambor: 05, 06 ,07 ou 08
g) Alcance útil: 50m

2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: de porte
b) Quanto ao emprego: individual
c) Quanto ao funcionamento: de repetição
d) Quanto ao princ. de funcion.: ação muscular do atirador
e) Quanto à refrigeração: a ar
f) Quanto ao raiamento: alma raiada (06 da esq. p/ dir.)
g) Quanto a alimentação: manual
h) Quanto ao sentido da alimentação: da esq. p/ dir.

61
3. DIVISÃO GERAL

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

1 15
22
16
24

17

18

25
19

20 21 23

1- Placas do cabo 21-Armação


2- Parafuso do cabo 22- Botão serrilhado
3- Parafusos da placa da armação 23- Parafuso do botão serrilhado
4- Suporte do tambor 24- Ferrolho
5- Tambor 25- Mola e pino (mergulhador) do
6- Extrator ferrolho
7- Mola do extrator
8- Mola do ejetor
9- Ejetor
10- Vareta do extrator
11- Placa da caixa do mecanismo
12- Trava automática
13- Haste da mola real
14- Mola real
15- Pino suporte da haste da mola real
16- Impulsor do gatilho
17- Mola do impulsor do gatilho
18- Cão
19- Conjunto gatilho e impulsor do tambor
20- Retém do tambor
MECANISMO INTERNO DO REV .38

62
1
2
1- Parafuso de fixação do cabo
2- Cabo
3- Armação

TAMBOR DESMONTADO

3 4 6
1
8

5
2 7

1- Conjunto mola e impulsor do retem do tambor


2- Tambor
3- Vareta do extrator
4- Ejetor
5- Mola do ejetor
6- Extrator
7- Suporte do tambor
8- Mola do extrator

63
PEÇAS DO MECANISMO DA ARMA

Nesta foto mostramos algumas diferenças existentes nos mecanismos


dos revólveres mais modernos, neste caso temos um Taurus modelo 889

8
6 10
3

4
1 2 7 9
5

14

11
15 16 17 18
12 13

19 20 21

1- Parafusos da armação 11- Cão


2- Placa da armação 12- Gatilho
3- Pino suporte da haste da mola real 13- Barra de transferência
4- Mola real 14- Retém do tambor
5- Haste da mola real 15- Parafuso do botão serrilhado
6- Pino suporte do impulsor do gatilho 16- Botão serrilhado
7- Mola do impulsor do gatilho 17- Ferrolho
8- Impulsor do gatilho 18- Mergulhador e mola do gatilho
9- Impulsor do tambor 19- Pino retém do percussor
10-Mola e pino (mergulhador) do 20- Mola do percussor
impulsor do tambor 21- Percussor

Notamos as seguintes diferenças: inexistência da trava automática;


impulsor do tambor diferenciado; existência do mergulhador no impulsor
do tambor; existência da barra de transferência; existência do percussor
(flutuante).

64
4. DESMONTAGEM:
a) Retirar o parafuso da coronha e as respectivas placas;
b) Retirar o parafuso da caixa do mecanismo, que se encontra próximo da
extremidade anterior do guarda-mato;
c) Empurrar para frente o botão serrilhado do ferrolho a fim de soltar o
tambor. Empurrar este para a esquerda e retirá-lo pela frente com o
conjunto do eixo suporte do tambor;
d) Desparafusar a vareta do extrator, retirando-a. Retirar o conjunto do eixo
suporte do tambor, a mola do extrator com seu anel, a haste central e sua
mola e finalmente o extrator. Observar com cuidado a posição dessas peças
para não haver engano na montagem;
e) Retirar os três parafusos restantes da placa da caixa do mecanismo para
removê-la. Não forçar a retirada da placa do seu alojamento. Com um cabo
de madeira de uma ferramenta, bater ligeiramente na armação até que a
placa se solte. Depois levantá-la do alojamento;
f) Retirar o parafuso regulador da mola real do respectivo alojamento na
extremidade da armação ( específico para revólveres que ainda o possui);
g) Retirar a mola real e a respectiva haste do seu alojamento no regulador da
mola real;
h) Retirar o impulsor do ferrolho;
i) Retirar o impulsor do gatilho e a sua mola, fazendo pressão para direita na
extremidade posterior do impulsor, até que ele se libere de seu pino.
OBS.: Manter o polegar sobre a extremidade posterior do impulsor do gatilho,
enquanto o retira do pino, a fim de não perder a mola;
j) Puxar para trás o ferrolho até que ele livre a parte posterior do cão. Em
seguida, puxando o cão também para trás, levantá-lo do seu eixo;
k) Fazer pressão sobre o gatilho para direita e retirá-lo do seu eixo;
l) Retirar o parafuso que se encontra na frente do guarda-mato, a mola e a
haste do retém do tambor;
m) Levantar o retém do tambor do respectivo eixo e removê-lo;
n) Desatarraxar o parafuso do botão serrilhado para retirá-lo;
o) Levar o ferrolho p/ a sua posição mais a retaguarda e removê-lo;
p) Retirar a mola do ferrolho do tambor.
5. MONTAGEM:
Na ordem inversa da desmontagem.
6. FUNCIONAMENTO
a) Durante o carregamento:
Empurrar para frente o botão serrilhado do ferrolho do tambor. A extremidade
do ferrolho do tambor faz pressão contra a extremidade da haste central da
vareta do extrator que, por sua vez, empurra a presilha-retém localizada no cano.
65
Empurrar para frente o botão Extremidade do ferrolho do
Serrilhado do ferrolho do tambor. tambor.

2
4
1

1- Conjunto botão serrilhado e ferrolho; 3- Haste central da vareta


2- Extremidade do ferrolho; 4- Extremidade da haste central

Pre
Presilha retém localizada no cano.

66
Esta operação liberta o tambor de modo que ele pode girar sobre seu suporte e
cair para a esquerda. O tambor pode então ser carregado.
Obs.: Esta ação jamais deverá ser executada com pancadas, pois estas poderão
avariar o suporte. Enquanto o tambor está aberto, o cão não pode levantar-se
uma vez que a pressão da mola do ferrolho do tambor o mantém para a frente.
Nesta posição, um ressalto, que se encontra na parte traseira do ferrolho, fica sob
a borda superior do cão, trancando por completo o seu funcionamento.
Quando o tambor girar para dentro da armação, a mola da haste central, que
possui uma pressão maior do que a mola do ferrolho do tambor, impele a ponta
da haste central encaixando-a na armação, ficando o tambor em seu lugar. O
alinhamento da câmara do tambor com o cano é assegurado pelo retém do
tambor, montado na armação logo abaixo do tambor. Um ressalto existente no
retém encaixa-se num dos entalhes existentes na parte posterior do tambor,
alinhando-se com o cano e impedindo qualquer movimento posterior. Temos,
nessa situação, a arma pronta para funcionar.

b) Durante o tiro:
Ao atirar em dupla ação, a pressão do dedo sobre o gatilho faz a borda
superior do mesmo empurrar a alavanca de armar, levantando o cão até que a
ponta do gatilho entre em contato com ele. Prosseguindo, continua a levantar o
cão até que fique próximo à posição do engatilhamento, ocasião em que,
escapando da ponta do gatilho, avança violentamente para percutir a cápsula, em
virtude da pressão da mola real. Puxando para trás o gatilho, o impulsor do
gatilho recua também, até o ponto onde uma saliência sobre o mesmo impulsor
( o ressalto travador do cão ), fica bastante atrás, para impedir que o ressalto de
segurança do cão entre em contato com ele; isso permite ao cão avançar a
distância necessária para ferir o culote do cartucho.
Ao atirar em ação simples, o cão é primeiro puxado pelo dedo polegar até
ficar na posição de engatilhamento. Nessa posição, um entalhe na ponta anterior
da parte inferior do cão prende-se à ponta do gatilho. Uma pressão sobre este
desprendendo-o do entalhe do cão, soltando-o, permite-lhe avançar o necessário
para ferir o cartucho. O cão avançará em virtude do impulsor do gatilho que está
para trás, mantido pela pressão exercida sobre o gatilho.

Obs.: Ao atirar, quer em ação simples quer em ação dupla, o gatilho deve
ficar atrás enquanto o cão avança, de sorte que o ressalto sobre a borda inferior
do cão não entrará em contato com a saliência sobre o impulsor do gatilho
(ressalto travador do cão). Se o gatilho retornar a sua posição normal durante o
tempo em que o cão avança, o ressalto existente sobre o impulsor impedirá ao
cão de avançar a distância necessária, impedindo-o de ferir o cartucho.
67
3 5

1- Gatilho;
4 6 2- Cão;
3- Alavanca de armar;
4- Barra de transferência;
2
5- Percussor;
6- Cartucho.

4
1- Gatilho;
2- Impulsor do gatilho e
sua mola;
3- Mola real e sua haste;
4- Conjunto cão e
alavanca de armar.
3
2

68
Igualmente, deve-se notar que o tambor não pode abrir enquanto o cão
permanecer engatilhado, porque o ressalto da ponta posterior do ferrolho é
mantido atrás pelo cão, impedindo a ação de abertura do tambor.
Ao fazer pressão no gatilho, este, por intermédio do impulsor do tambor,
aciona a trava automática que está alojada na tampa da armadura, fazendo-a
recolher-se totalmente para dentro de uma ranhura existente na placa do
mecanismo, liberando assim o cão e permitindo, deste modo, que haja a
percussão com o avanço suficiente para o ferimento da cápsula. Mesmo que o
revólver esteja com o cão armado, a trava automática continuará impedindo o
disparo casual somente se afastando para dentro de sua ranhura se o gatilho for
puxado para trás. Não há possibilidade de um disparo, a não ser que o gatilho
sofra pressão a ponto de deslocar-se para trás.
Simultaneamente ao movimento do gatilho, ao engatilhar o cão, um ressalto
sobre a borda dianteira e superior do gatilho prende-se na ranhura do retém do
tambor e o impele para baixo. Isto retira o ressalto do retém do tambor de um
encaixe que este tem em sua periferia, e permite assim que ele gire sob a ação do
impulsor. Este, acionado por um eixo ligado ao gatilho, prende-se à cremalheira
existente no extrator, fazendo girar o tambor.
Uma vez que o gatilho continua o seu movimento para trás, o retém do
tambor solta-se do gatilho, permitindo ao seu ressalto voltar ao encaixe existente
no tambor, alinhando-se a câmara com o cano ou pondo o tambor em posição de
tiro. Quando o cão recua, o impulsor e o retém do tambor, põem o tambor na
posição de tiro.
Obs.: O retém do tambor impede que o tambor faça um giro maior que um
sexto de revolução de cada vez.
Quando se solta o gatilho, o impulsor do gatilho sob pressão de sua mola,
impele para frente o gatilho. O ressalto existente sobre o impulsor entra em
contato com o ressalto do cão, fazendo com que a ponta do percussor seja
retirada; isso constitui uma segurança. Quando o gatilho está na posição normal,
uma pancada sobre o cão não pode fazê-lo ferir o cartucho em virtude não só da
ação da trava automática acima descrita como também a do ressalto existente no
impulsor que impedem o movimento do cão para frente.
Mais uma vez repetimos que o cartucho só pode ser ferido quando o gatilho é
puxado para trás e mantido nessa posição, enquanto o cão é impelido para frente
pela mola real
Após o tiro abre-se o tambor e os estojos ou cápsulas gastas, são ejetados do
tambor pela pressão do dedo sobre a cabeça da vareta do extrator, em cuja
extremidade está a cremalheira. O deslocamento do tambor para trás, quando a
vareta é acionada, é impedido por um ressalto existente no lado esquerdo da
armação.
69
FUNCIONAMENTO DO REVÓLVER .38

70
7. Manejo do Revólver .38

Consiste basicamente em cinco etapas:

a) Municiar o tambor;
b) Alimentar e carregar a arma;
c) Disparar;
d) Abrir a arma;
e) Extrair os estojos.

Obs.: Lembramos que qualquer etapa do manuseio, com todas as armas


aqui apresentadas, deve ser feita em local seguro que não exponha outros a
riscos.

a) Municiar o tambor

Consiste em introduzir as munições nas câmaras, conforme a foto


acima.

71
b) Alimentar e carregar a arma

Consiste em fechar a arma girando o tambor para a direita (ver foto)

c) Disparar a arma

Sem muitas novidades, é o ato de trazer (puxar) o gatilho a retaguarda.

72
d) Abrir a arma

Consiste em pressionar o botão serrilhado do tambor com o polegar da


mão esquerda e empurrar o tambor com os dedos da mão direita para a
esquerda (destro) (ver foto).

e) Extrair os estojos

Pressionando-se a vareta do extrator com o polegar da mão esquerda,


este (extrator) retira os estojos das câmaras do tambor (ver foto).

73
PISTOLA TAURUS DE DUPLA AÇÃO

1. CARACTERÍSTICAS:
a) Calibre: 380 ACP
b) Peso c/ carregador desmuniciado: 800g
c) Peso c/ carregador municiado: 900g
d) Comprimento: 180mm
e) Número de raias: 06 (esq. p/ dir.)
f) Capacidade do carregador: 12 – 15 - 19
g) Alcance útil: 50 m

2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: de porte
b) Quanto ao emprego: individual
c) Quanto ao funcionamento: semi-automático
d) Quanto ao princ. de func.: ação dos gases
e) Quanto à refrigeração: a ar
f) Quanto ao raiamento: alma raiada
g) Quanto à alimentação: com carregador
h) Quanto ao sentido da alimentação: de baixo p/ cima

3. DIVISÃO GERAL:

10 6 7 1
1- Armação
8 2- Ferrolho
3- Cano
4- Mola recuperadora
5- Guia da mola recuperadora
6- Placas do punho
7- Parafusos das placas do punho
11 8- Corpo do carregador
9 9- Fundo do carregador
10- Mola do carregador
11- Chapa da mola do carregador
12- Transportador

12 2 3 4 5

74
1 3

Pistola Taurus 9mm desmontada


notamos que há uma pequena
diferença com relação à 380 ACP, a
4
existência do bloco de trancamento.
2
5 1- Ferrolho
2- Guia da mola recuperadora
3- Mola recuperadora
4- Bloco de trancamento
5- Cano
6- Armação

DESMONTAGEM DO CARREGADOR

2
4 1 – Fundo do carregador
2 – Mola do carregador
3 – Lâmina da mola do carregador
1
4 – Transportador
3 5 – Corpo do carregador

75
76
1

1 – Trava de segurança 3
2 – Alavanca de desmontagem
3 – Retém do ferrolho 4
4 – Retém do carregador

4. DESMONTAGEM:

a) Retirar o carregador:
Com a mão direita empunhar a arma; com a mão esquerda pressionar o retém
do carregador (localizado à esquerda da arma na parte anterior do punho)
liberando-o;
b) Retirar o ferrolho:
Com a mão direita empunhar a arma; com a mão esquerda segurar a
parte superior do ferrolho, e ainda, com o dedo indicador da mão direita,
comprimir o retém da alavanca de desmontagem e simultaneamente com o
dedo polegar da mão esquerda, girar a alavanca de desmontagem de 90 o no
sentido horário.
Deslizar o ferrolho para frente, até separá-lo da armação. Juntamente
com o ferrolho saem as peças que compõem o grupo do ferrolho e que são:
Cano, haste guia e mola recuperadora;
c) Retirar a haste guia e mola recuperadora:
Comprimir a haste guia e mola recuperadora para frente e levantá-las,
deixando que se distenda vagarosamente;
d) Retirar o cano:
Empurrar o cano um pouco à frente e puxá-lo à retaguarda,
separando-o do ferrolho;
e) Retirar as placas da coronha:
Retirar os parafusos existentes nas placas da coronha, soltando.
f) Desmontar o carregador:
Com o auxílio de uma chave de fenda comprimir o retém do fundo do
carregador retirando-o, e liberando o transportador, sua chapa e mola
5. MONTAGEM:
Na ordem inversa da desmontagem.

77
6. FUNCIONAMENTO:
a) Recuo do ferrolho:
A pressão desenvolvida pela deflagração da carga de pólvora agindo
em todos os sentidos, força o projétil para frente e o ferrolho para trás. Graças
a massa do ferrolho, seu recuo se efetua após a saída do projétil do cano.
1. Extração – A pressão que empurra o estojo contra seu alojamento
no ferrolho obriga-o a recuar. A função do extrator consiste em manter o
estojo no seu alojamento no ferrolho, a fim de evitar que ele tombe no
mecanismo antes da ejeção. O extrator servirá, também para extrair um
cartucho ou estojo que tenha provocado um incidente de tiro.
2. Ejeção – No momento em que o alojamento do culote do cartucho
do ferrolho se encontra aproximadamente na altura da parte posterior da janela
de ejeção, o estojo entra em contato com o ejetor que sobressaindo no
alojamento do culote, obriga-o a girar em torno da garra do extrator e o projeta
para fora da arma.
3. Apresentação do cartucho – Continuando seu movimento para
retaguarda o ferrolho ultrapassa o carregador. Os cartuchos do carregador não
estando mais seguros pelo ferrolho se elevam pela ação da mola do carregador
no transportador até que o cartucho de cima, limitado pelas abas do carregador
se apresenta.
b) Avanço do ferrolho:
1. Engatilhamento – Após o fim do curso de recuo do ferrolho, a
mola recuperadora o empurra para frente.
2. Desengatilhamento – A ação do dedo sobre o gatilho abaixa a parte
posterior da armadilha liberando o cão.
3. Carregamento – Após um percurso para frente, a parte inferior do
ferrolho entra em contato com o culote do cartucho de cima do carregador e o
empurra para frente. Em seu movimento a ogiva do projétil encontra a rampa
de acesso existente no cano. Esta orienta o projétil para câmara desprendendo
assim o cartucho das abas do carregador. O ferrolho continua empurrando o
culote do cartucho, introduzindo-o completamente na câmara, dando-se então
o carregamento.
4. Percussão – Com o desengatilhamento, o percussor percute a
espoleta do cartucho, provocando a deflagração da carga de pólvora.

78
ILUSTRAÇÃO DEMONSTRATIVA

79
FUNCIONAMENTO DA PISTOLA DE DUPLA AÇÃO

80
7. Manejo da Pistola Taurus 380 ACP

Sete etapas:

a) Municiar o carregador;
b) Alimentar a arma;
c) Carregar e engatilhar a arma;
d) Travar a arma;
e) Destravar a arma;
f) Disparar a arma;
g) Retirar o carregador.

a) Municiar o carregador

Consiste em colocar a munição no carregador: O cartucho deve ser


colocado comprimindo-se a parte anterior do transportador com a sua parte
posterior (cartucho).

81
b) Alimentar a arma

Consiste em introduzir o carregador municiado na arma até que o mesmo


seja preso pelo seu retém.

c) Carregar e Engatilhar a arma

Segura-se a parte posterior do ferrolho trazendo-o totalmente a


retaguarda, em seguida solta-se o mesmo.
Para desengatilhar a arma, segura-se o cão com uma das mãos, e com a
outra puxa-se o gatilho levando o cão lentamente à frente ou utiliza-se o
decocking lever. Para descarregar a arma retira-se o carregador e procede-se
como para carregar.
82
d) Travar a arma

Consiste em levantar o registro de segurança (ver figura).

e) Destravar a arma

Consiste em abaixar o registro de segurança (ver figura).

83
Obs.: Nas pistolas atualmente fabricadas pela Taurus, o registro de
segurança faz algo a mais além de travar e destravar a arma, é o
procedimento que chamamos de “decocking lever” ( alavanca de desarmar
o cão) que consiste em abaixar o citado registro até o seu limite, este
procedimento fará com que o gatilho avance até o seu descanso (1 º estágio)
deixando a arma completamente em segurança (ver figura).

84
f)f) Disparar
Disparar aa arma
arma

Consiste em comprimir a tecla do gatilho (ver figura).

g) Retirar o carregador

Botão liberador do
carregador

Pressiona-se o botão liberador do carregador, localizado na parte


anterior do punho no lado esquerdo da arma, liberando-o.

85
SUB-METRALHADORA 9mm MT-12/MT-12A

1. CARACTERÍSTICAS:
a) Calibre: 9mm
b) Peso c/ carregador municiado: 3,800Kg
c) Peso com carregador desmuniciado: 3,000Kg
d) Comprimento com coronha aberta: 645mm
e) Comprimento com coronha rebatida: 418mm
f) Capacidade do carregador: 30 ou 40 munições
g) Alcance útil: 200 m

2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: portátil
b) Quanto ao emprego: individual
c) Quanto ao funcionamento: automático e semi
automático
d) Quanto ao princípio de funcionamento: ação
dos gases
e) Quanto ao raiamento: alma raiada (06 esq. p/
dir.)
f) Quanto a refrigeração: a ar
g) Quanto a alimentação: carregador metálico
h) Quanto ao sentido da alimentação: de baixo p/
cima

3. DIVISÃO GERAL:

1 2 3 4 5 6 7 8

1- Bandoleira
2- Carregador
3- Tampa da caixa da culatra
4- Mola recuperadora
5- Ferrolho
6- Cano
7- Luva de fixação do cano
9
8- Punho posterior
9- Cavilha do tubo de fixação
do punho posterior
10- Caixa da culatra

10 86
CARREGADOR DESMONTADO

1
1- Copo do carregador
2- Conjunto mola e
lâmina do carregador
3- Fundo do carregador

87
1- Retém da luva de fixação do
cano
2- Alavanca de manejo
3- Retém do carregador
4- Conjunto gatilho e guarda-mato
5- Tecla do dispositivo de
segurança
6- Registro de tiro e segurança
7- Coronha dobrável 1 2 3 4 5 6 7

4. DESMONTAGEM:
a) Retirar a bandoleira;
b) Retirar o carregador;
c) Recuar o ferrolho a fim de inspecionar a câmara;
d) Levar o ferrolho à frente;
e) Liberar a tampa da caixa da culatra, comprimindo seu retém.
Desatarraxá-la, retirando-a com a mola recuperadora;
f) Liberar a luva de fixação do cano, abaixando seu retém. Desatarraxar
a luva e retirar o ferrolho do cano. Separar a luva de fixação do cano,
girando-a de ¼ de volta, para qualquer dos lados. Separar o ferrolho do
cano, levantando a parte posterior do cano, trazendo-o para retaguarda;
g) Retirar a cavilha do tubo de fixação do punho posterior,
comprimindo suas extremidades e empurrando-a para o lado oposto.
Forçar, com pequenos golpes, o punho para trás e para baixo,
retirando-o.

5. MONTAGEM:
É feita na ordem inversa da desmontagem.

6. FUNCIONAMENTO:
Com exceção do engatilhamento que ocorre durante o avanço do
ferrolho, onde o mesmo é retido logo no início do seu curso pela
armadilha se o registro de tiro estiver na posição intermitente ou
recomeça o ciclo se estiver na posição de rajada, o funcionamento da
MTR MT 12/ MT 12A é idêntico ao da pistola.

88
Funcionamento da Metralhadora MT – 12 A

89
7. Manejo da Mtr MT - 12/MT - 12A

Sete etapas:
a) Municiar o carregador;
b) Alimentar a arma;
c) Engatilhar a arma;
d) Travar a arma (MT – 12/ MT – 12A);
e) Selecionar o regime de tiro (MT – 12/ MT – 12A);
f) Disparar a arma;
g) Retirar o carregador;
h) Estender e rebater a coronha dobrável.

a) Municiar o carregador

Consiste em introduzir a munição no carregador; adotar o mesmo


procedimento empregado no municiamento da PST 380 ACP ou
simplesmente empurrar os cartuchos de encontro a mesa de transporte.

90
b) Alimentar a arma

Consiste em introduzir o carregador municiado na arma até que o


mesmo fique preso pelo seu retém. Não devemos proferir pancadas no
carregador, pois este errôneo procedimento, com o tempo, danifica as suas
bordas, dificultando ou não permitindo o seu municiamento. ( Obs.: esta
operação deve ser feita com a arma fechada, ou seja, com o ferrolho
estando completamente à frente).

c) Engatilhar a arma
Segurar com a mão
direita o punho posterior
exercendo pressão na tecla
do dispositivo de segurança;
puxar para trás a alavanca de
manejo, fazendo com que o
ferrolho fique preso a
retaguarda. (Obs.: nesta
situação a arma estará pronta
para o tiro). Para
desengatilhar, retira-se o
carregador e leva-se o
ferrolho à frente apertando-
se a tecla do dispositivo de
segurança e no gatilho.
91
d) Travar a arma (MT – 12A)

Liberar a tecla do dispositivo de segurança, localizada no punho


posterior, e girar o seletor de tiro para a posição “S” (ver foto).

e) Selecionar o regime de tiro (MT – 12A)

Girar o seletor de tiro para a posição “I” (disparo intermitente) ou “R”


(disparo em rajada).

92
d1) Travar a arma (MT – 12)

Pressionar o botão posterior (o mais próximo do corpo do atirador) da


esquerda para a direita.

e1) Selecionar o regime de tiro (MT – 12)

Tiro intermitente:
Pressionar o botão posterior (mais pró-
ximo do atirador) da direita para a esquer -
da, estando o anterior pressionado da es -
querda para a direita.

Tiro em rajada:
Pressionar ambos os botões da direita
para a esquerda.

93
f) Disparar a arma

Pressionar a tecla do dispositivo de segurança e acionar a do gatilho


(ver foto).

g) Retirar o carregador

Pressionar o retém do carregador e retirá-lo do seu alojamento.

94
h) Estender e rebater a coronha dobrável (MT – 12/MT – 12A)

 Estender a coronha:

Em ambas as metralhadoras deslo-


cá-la da direita para a esquerda até o li-
mite.

 Rebater a coronha:

Metralhadora MT – 12

Pressionar o retém e rebater a coro-


nhá para a direita.

Metralhadora MT – 12A

Puxar a coronha de encontro ao corpo


e rebatê-la para a direita

95
METRALHADORA 9mm INA

1. CARACTERÍSTICAS
a) Calibre: 9mm
b) Peso c/ carregador municiado: 4,306kg
c) Peso c/ carregador desmuniciado: 3,625kg
d) Comprimento c/ coronha aberta: 865mm
e) Comprimento c/ coronha rebatida: 606mm
f) Capacidade do carregador: 30 munições
g) Alcance útil: 200 m

2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: portátil
b) Quanto ao emprego: individual
c) Quanto ao funcionamento: automático e semi-automát.
d) Quanto ao princípio de funcionamento: ação dos gases
e) Quanto ao raiamento: alma raiada (06 esq. p/ dir.)
f) Quanto a refrigeração: a ar
g) Quanto a alimentação: carregador metálico
h) Quanto ao sentido da alimentação: de baixo p/ cima

3. DIVISÃO GERAL
1
1- Registro de tiro e segurança
2- Coronha dobrável
3- Alavanca de segurança e
2
retém do carregador
4- Guarda-mato
5- Charneira inferior
5 4 3

96
REGISTRO DE SEGURANÇA TRAVA DE SEGUR /RETÉM
DO CARREGADOR

ESTRUTURA DA ARMA ABERTA APÓS


A DESMONTAGEM

1 5 7

2 4

PEÇAS INTERNAS DA ARMA

97
1- Culatra móvel
2- Pino do registro de segurança
3- Guia da mola recuperadora
4- Mola amortecedora
5- Mola recuperadora
6- Haste da mola recuperadora
7- Conjunto cano e luva do cano

3
4

CARREGADOR DESMONTADO

1- Corpo do carregador
2- Transportador
3- Conjunto mola e lâmina do carregador
4- Fundo do carregador

98
4. DESMONTAGEM:
a) Retirar o carregador;
b) Inspecionar a câmara, trazendo o ferrolho à retaguarda e engatilhando;
c) Desengatilhar a arma ( a culatra não irá inteiramente a frente);
d) Deslocar o registro de segurança p/ posição “segurança”;
e) Dobrar a coronha para o lado direito;
f) Desatarraxar a luva do cano, completamente, retirando-a;
g) Deitar a arma sobre a face direita;
h) Firmar o cano sobre a face direita, com a mão esquerda;
i) Simultaneamente, com a mão direita, levantar a face esquerda da arma,
rebatendo-a em torno das charneiras;
j) Retirar o cano do seu semi-alojamento direito;
k) Recuar a culatra ligeiramente, e simultaneamente comprime-se a tecla da
alavanca de segurança e leva-se a culatra inteiramente à frente;
l) Com os dedos indicador e médio da mão direita, comprime-se a mola
recuperadora no interior da culatra, ao mesmo tempo que levanta-se a base
do guia da mola, livrando-a do fundo da caixa da culatra;
m) Retirar a mola recuperadora e seu guia;
n) Puxar a haste da mola recuperadora para fora da culatra;
o) Empurrar o botão do registro de segurança para frente, retirando-o para
fora da caixa da culatra;
p) Retirar a culatra.
5. MONTAGEM: na ordem inversa da desmontagem.
6. FUNCIONAMENTO:
As operações de funcionamento são reunidas em duas fases:
Operações realizadas durante o recuo: abertura, extração, ejeção e
compressão da mola.
Operações realizadas durante o avanço: distensão da mola,
engatilhamento, carregamento e fechamento.
Estando a arma alimentada, destravada e corretamente empunhada para o
tiro, a posição relativa de suas peças será:
Carregador: Introduzido no receptor e preso pelo retém;
Tecla da alavanca de segurança: comprimida pelo polegar esquerdo e,
portanto, a alavanca de segurança abaixada, deixando livre o caminho a ser
percorrido pela culatra;
Culatra: retraída, presa pela alavanca de disparo;
Mola recuperadora: comprimida no interior da culatra e apoiada na parte
posterior da caixa da culatra.

99
DISPARO:
(1) Acionando-se a tecla do gatilho, este gira em torno do seu eixo,
e sua extremidade anterior vai forçar para baixo a alavanca de disparo, que se
acha entrosada com o entalhe da culatra;
(2) A culatra fica livre e a mola recuperadora se distende, jogando
a culatra para frente;
(3) No percurso, a culatra encontra um cartucho, apresentado pelo
transportador, e o introduz na câmara;
(4) Ao fim desta operação, o percutor fere a espoleta do cartucho,
ocasionando o disparo;
(5) A força de expansão dos gases produzidos pela carga de
projeção do cartucho impulsiona o projétil para frente rumo ao alvo, ao
mesmo tempo que empurra a culatra para trás, iniciando o ciclo de
funcionamento da arma.
RECUO:
(1) A culatra, ao recuar, arrasta consigo o estojo vazio, preso pela
garra do extrator. Ocorre a abertura e a extração;
(2) Prosseguindo em seu movimento para trás, a culatra vai
comprimindo a mola recuperadora;
(3) O ejetor é fixo à face esquerda da caixa e passa no interior de uma
fenda existente na culatra. Quando o estojo está alinhado com a janela de
ejeção, recebe forte pancada do ejetor e, como está empolgado pelo extrator
do lado direito, a garra móvel deste, faz com que o estojo seja lançado para
fora da arma. Ocorre a ejeção;
(4) A culatra ainda recua, o quanto lhe permite a fenda de passagem
da alavanca de manejo.
AVANÇO:

(1) Suponha-se que o gatilho foi solto imediatamente após o primeiro


disparo;
(2) Nesse caso a alavanca de disparo ficará livre da ação do gatilho
elevando-se no interior da caixa;
(3) A mola recuperadora, comprimida durante o recuo, distende-se e
obriga a culatra a avançar;
(4) Esta avança e seu entalhe se prende à alavanca de disparo. Ocorre
o engatilhamento.
OBS: Se o gatilho permanecer comprimido, a alavanca de disparo continuará
abaixada; a culatra encontrará livre o seu percurso para frente e realizará as
operações já descritas anteriormente

100
Funcionamento da Metralhadora INA

101
7. Manejo da Mtr INA 9mm

Oito etapas

a) Municiar o carregador;
b) Alimentar a arma;
c) Engatilhar a arma;
d) Desengatilhar a arma;
e) Fechar a arma;
f) Travar a arma;
g) Disparar a arma;
h) Retirar o carregador.

a) Municiar o carregador

Introduzir a munição no
carregador; adotar o mesmo
procedimento realizado no
municiamento da Mtr Mt 12 A.

102
b) Alimentar a arma

Introduzir o carregador municiado na arma ficando preso pelo seu retém


(sem pancadas).

c) Engatilhar a arma

Puxar a alavanca de
manejo para trás deixando a
arma totalmente aberta e
pronta para atirar.

103
d) desengatilhar a arma

Estando a arma sem o carregador, segurar a alavanca de manejo com a


mão esquerda (destro) e, sem acionar a tecla de segurança, apertar o gatilho
levando a alavanca de manejo lentamente à frente, deixando a arma
parcialmente aberta.

e) Fechar a arma

Estando a arma sem o carregador, segurar a alavanca de manejo com a


mão direita (destro) e, sem puxar o gatilho, acionar a tecla de segurança,
levando a alavanca de manejo lentamente à frente, fechando totalmente a
arma.

104
f) Travar a arma

Girar o seletor de tiro e segurança colocando-o na posição “S”.

g) Disparar a arma

Estando a arma alimentada, engatilhada, destravada e, apertando a


tecla de segurança, acionar o gatilho.

105
h) Retirar o carregador

Segurar o corpo do carregador, acionar para a retaguarda a tecla do seu


retém e puxá-lo (carregador) para baixo.

106
METRALHADORA PORTÁTIL MT-40

1. CARACTERÍSTICAS:
a) Calibre: .40 S&W
b) Peso c/ carregador Municiado:
3,705Kg
c) Peso c/ carregador desmuniciado:
3,200Kg
d) Comprimento c/ coronha aberta:
677mm
e) Comprimento c/ coronha rebatida:
421mm
f) Capacidade do carregador: 30
cartuchos
g) Alcance útil: 200m

2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: portátil
b) Quanto ao emprego: individual
c) Quanto ao Funcionamento.: automático; tiro a tiro; rajada
limitada
d) Quanto ao Princípio de Funcionamento.: ação dos gases
e) Quanto ao raiamento: alma raiada (06 da esq. p/ dir.)
f) Quanto à refrigeração: a ar
g) Quanto à alimentação: carregador metálico
h) Quanto ao sentido da alimentação: de baixo para cima

3. DIVISÃO GERAL

107
108
CARREGADOR DESMONTADO

1. Corpo do carregador
1 2. Mesa de apresentação
3. Fundo do carregador
4. Lâmina e mola
2 3

4. DESMONTAGEM:

a) Pinos de união
Os pinos de união para serem retirados é necessário pressioná-los (fig. 1 e
2), retirando primeiro o pino posterior e depois o anterior. Uma vez retirados,
a caixa do mecanismo se desconectará da caixa da culatra, separando a arma
em duas partes (fig. 3).

Fig. 1 Fig. 2

Fig. 3

109
b) Guarda - mãos
Primeiro retira-se o guarda – mão inferior puxando-o para trás e para
baixo, logo após, o guarda-mão superior, deslocando-o para cima (fig. 4 e 5).

Fig. 4 Fig. 5

c) Guia e mola recuperadora


Pressionar o guia pela abertura da caixa da culatra (fig. 6), retirar o pino
de retenção na extremidade anterior (fig. 7) e descomprimir a mola
recuparadora (fig. 8 e 9).

fig. 6 fig. 7

fig. 8 110
fig. 9

d) Retirada do ferrolho (culatra)


O ferrolho sairá pela parte posterior da caixa da culatra (fig. 10 e 11),
para tal deve-se desconectar o preparador pressionando-se o retém do mesmo
(fig. 12 e 13).

fig. 10 fig. 11

fig. 12 fig. 13

111
5. MONTAGEM

A montagem é realizada na ordem inversa da desmontagem.

6. FUNCIONAMENTO

A Metralhadora MT – 40 possui a peculiaridade de possibilitar o disparo em


rajada limitada, “BUST”, o que é possível acionando-se o registro de tiro e
segurança colocando-o na posição “ L”, com exceção deste importante detalhe
e de a culatra sempre trabalhar fechada como condição primordial para o
disparo, as demais operações de funcionamento são idênticas a da
Metralhadora MT – 12/MT – 12A.

7. MANEJO DA Mtr. MT - 40

Dez etapas:
a) Municiar o carregador;
b) Alimentar a arma;
c) Carregar a arma;
d) Travar a arma;
e) Selecionar o regime de tiro;
f) Disparar a arma;
g) Retirar o carregador;
h) Descarregar a arma;
i) Reter o ferrolho à retaguarda (arma aberta);
j) Estender e rebater a coronha dobrável

a) Municiar o carregador

Consiste em introduzir a mu -
nição no carregador empur -
rando os cartuchos de encon -
tro à mesa de transporte.

112
b) Alimentar a arma

Consiste em introduzir o carregador municiado na arma até que o


mesmo fique preso pelo seu retém. Não devemos proferir pancadas no
carregador, pois este errôneo procedimento, com o tempo, danifica as suas
bordas, dificultando ou não permitindo o seu municiamento. ( Obs.: esta
operação deve ser feita com a arma fechada, ou seja, com o ferrolho
estando completamente à frente).

c) Carregar a arma

Puxar o ferrolho, através do preparador, fortemente para trás até o final do


curso e soltá-lo bruscamente. Com isso o ferrolho posicionará um cartucho na
câmara e a arma estará pronta para atirar, bastando apenas posicionar o seletor
na modalidade de tiro desejada.

113
d) Travar a arma

Girar o registro de tiro e segurança para a posição “S”.

e) Selecionar o regime de tiro

Girar o registro de tiro e segurança pra a posição “1” (tiro intermitente),


pra a posição “L” (rajada limitada, “BUST”) ou para a posição “F” (rajada
total).

114
f) Disparar a arma

Estando a arma carregada e destravada, simplesmente acionar a tecla do


gatilho.

g) Retirar o carregador

Pressionar o retém do carregador e retirá-lo do seu alojamento.

115
h) Descarregar a arma

Estando a arma sem o carregador, apontá-la para uma direção segura e


através do preparador deslocar fortemente o ferrolho para trás, tal
procedimento extrairá o cartucho da câmara fazendo com que o mesmo,
através do ejetor, seja expelido da arma.

i) Reter o ferrolho à retaguarda

Deslocar o ferrolho para a retaguarda até o limite final e acionar o seu


retém, desta forma a arma permanecerá aberta.

116
j) Estender e rebater a coronha dobrável

1. Para estender: Segurar a arma com a mão esquerda e com a mão direita
puxar a coronha até ocorrer o trancamento final.
ATENÇÃO: Esta operação JAMAIS deverá ser feita com o ferrolho armado.

2. Para rebater: Segurar a arma com a mão esquerda e com a direita


pressionar fortemente o tubo superior da coronha contra o tubo inferior e
rebater. A pressão no tubo deve ser exercida próxima a caixa do mecanismo.

117
FUZIL 7,62mm (MOSQUEFAL)

2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: portátil
1. CARACTERÍSTICAS: b) Quanto ao emprego: individual
a) Calibre: 7,62mm c) Quanto ao funcionamento: de repetição
b) Peso sem baioneta: 3,910kg d) Quanto ao princ. de funcionamento: força
c) Peso com baioneta: 4,410kg muscular do atirador
d) Comprimento: 1115mm (baioneta: 306mm) e) Quanto a refrigeração: a ar
e) Capacidade do depósito de munição: 05 cart f) Quanto ao raiamento: 04 da esquerda para
f) Alcance útil: 600 m direita
g) Quanto a alimentação: carregador
metálico tipo lâmina
h) Quanto ao sentido da alimentação: de
cima para baixo
1 3. DIVISÃO GERAL:

2
9

10

3 4 5 6 7 8

1- Conjunto coronha, culatra, telha e cano


2- Vareta
3- Cilindro do ferrolho
4- Mola do percussor
5- Percussor
6- Receptor guia do cão
7- Cão
8- Registro de segurança
9- Retém do receptor guia do cão
4. Mola
10- DESMONTAGEM:
do retém do receptor guia do cão

118
4
3 1- Vareta
2- Cilindro do ferrolho
5 3- Receptor guia do cão
4- Componentes do receptor
2
6 guia do cão
5- Percussor
6- Mola do percussor
1

3
1- Receptor guia do cão
5 2- Cão
3- Registro de segurança
4- Retém do receptor guia do
cão
4 5- Mola do retém do receptor
guia do cão
1
2

119
4. DESMONTAGEM:

a) Retirar a vareta de limpeza:


Deslocá-la no sentido longitudinal do cano;
b) Retirada do ferrolho:
 Levantar e rebater a alavanca de manejo para a direita;
 Colocar na vertical a asa do registro de segurança;
 Rebater a alavanca de manejo para a esquerda;
 Afastar lateralmente o retém do ferrolho e retirar o ferrolho da arma.
c) Desmontagem do ferrolho:
 Desatarraxar o receptor guia do cão, para isto, segura-se o cilindro do
ferrolho com a mão esquerda e com a mão direita, polegar disposto
sobre a cabeça do retém, comprimi-lo no início do movimento e obrigá-
lo a deixar o entalhe de segurança:
 Girar o receptor guia do cão à esquerda;
 Retirar o dispositivo de percussão que se desprende do cilindro;
Obs.: É necessário cuidado para não alterar a posição do registro de
segurança a fim de manter comprimida a mola do percussor sem o que não
seria possível desmontar ou montar o ferrolho.
d) Desmontagem do dispositivo de percussão:
 Apoia-se a ponta do percussor sobre uma superfície de madeira;
 Com a mão esquerda sobre o receptor guia do cão envolvendo-o, dispor
o polegar sobre a asa do registro de segurança e calçar o conjunto para
baixo, até que o talão da noz do cão deixe a sua corrediça, existente no
receptor, ao mesmo tempo com a direita, imprimir ao cão um giro de ¼
de ciclo para qualquer dos lados e retirar o cão;
 Amparar o receptor que sobe pela ação da distensão da mola;
Obs: Cuidado p/ que o receptor não seja lançado à distância.
 Separar o percussor de sua mola.
e) Retirar o registro de segurança:
Deve-se girar a asa do registro de segurança à direita e puxá-lo para a
retaguarda liberando-o facilmente do seu alojamento;
f) Retirar o retém do receptor guia do cão:
Comprimir o retém do receptor, dando-lhe simultaneamente uma pequena
rotação à direita, de modo a por o braço do retém fora da abertura que lhe
dá passagem. A mola do retém impulsionará esta peça para cima.

120
5. MONTAGEM:
Na ordem inversa da desmontagem

6. FUNCIONAMENTO:
1. No recuo:
a) Destrancamento – Imprimi-se à alavanca de manejo uma rotação de 90º
para a esquerda, neste momento ocorre o destrancamento;
b) Retração do percussor - No momento em que a alavanca de manejo está
sendo levantada e chega a posição vertical há o recuo do percussor;
c) Abertura – Estando a alavanca de manejo na posição vertical, o ferrolho,
liberado, desliza facilmente agindo-se na alavanca de manejo para
retaguarda, neste ponto estará aberto o depósito de cartucho ;
d) Extração – Quando o ferrolho recua, o extrator arrasta o estojo que
abandona a câmara;
e) Apresentação do cartucho – Aberto o depósito de cartuchos
completamente, a mola do transportador eleva um novo cartucho;
f) Ejeção - Um pouco antes do final do curso do ferrolho, o estojo recebe
da esquerda para direita e pela base do culote, um choque do ejetor que o
projeta para fora.

2. No avanço:
a) Carregamento – Levando-se à frente a alavanca de manejo, o ferrolho no
seu movimento empurra o cartucho apresentado à sua frente, o qual é
encaminhado para a câmara;
b) Fechamento – Ocorre o fechamento no momento em que a parte anterior
do ferrolho, entra em contato com a parte posterior do cano;
c) Trancamento – Após o fechamento, ao ser rebatida para baixo a
alavanca de manejo, ocorre o trancamento;
d) Engatilhamento – Ao rebatermos a alavanca de manejo para a direita, o
ferrolho é ligeiramente deslocado para frente ficando o cão e o percussor
presos ocorrendo o engatilhamento;
e) Desengatilhamento e percussão – Acionando-se a tecla do gatilho, ao
mesmo tempo em que ocorre o desengatilhamento há a percussão.

121
Funcionamento do Mosquefal 7,62mm

122
7. Manejo do Fuzil Mosquefal 7,62mm

Oito etapas

a) Municiar o carregador;
b) Alimentar o carregador;
c) Carregar e engatilhar;
d) Travar a arma;
e) Destravar;
f) Disparar;
g) Desmuniciar;
h) Desengatilhar.

a) Municiar o carregador

Consiste em colocar a munição no carregador metálico tipo lâmina. Os


cartuchos são encaixados pelo sulco existente entre seu corpo e culote (ver
foto).

123
b) Alimentar a arma

Abrir o depósito (trazendo o ferrolho a retaguarda) introduzir o carregador


municiado no receptor e com o polegar da mão direita, comprimir o cartucho
superior, exercendo uma pressão no sentido oblíquo, próximo ao culote, até
que o cartucho que estiver na posição mais elevada atinja a borda direita do
depósito, em seguida, retirar o carregador do receptor.

c) Carregar e engatilhar

FOTO 1

124
FOTO 2

Deve-se levar a alavanca de manejo à frente e rebatê-la completamente


para direita.
Obs.: Em caso de, após o disparo, o cartucho não deflagrar (NEGA), basta
trazer a alavanca de manejo a posição vertical e rebatê-la novamente; se mais
uma vez o cartucho não deflagrar, retire-o e substitua-o.

d) Travar a arma
Consiste em girar a alça do
registro de segurança
completamente para a direita.
Isto só é possível quando a arma
está engatilhada
Obs.: As vezes ocorre desta
alça apresentar resistência no
giro, ou seja, emperrar, isto
ocorre por falta de lubrificação
(sujeira), resolve-se o problema
aplicando uma pequena pancada
numa superfície de madeira (ex.
a quina de uma mesa) e claro,
realizando a necessária
manutenção do armamento.

125
e) Destravar

Consiste em girar a alça do registro de segurança completamente para a


esquerda.

f) Disparar a arma

Acionar a tecla do gatilho para a retaguarda.


126
Considerações sobre o registro de segurança:

 Registro de segurança para a


direita: Arma engatilhada,
travada, não podendo ser
disparada e nem aberta;
 Registro para a esquerda:
Arma destravada podendo
ser movimentados o gatilho
e a alavanca de manejo;
 Registro voltado para cima:
Posição necessária para a
desmontagem, pode-se
manejar livremente a
alavanca de manejo e abrir
a arma, não permitindo o
disparo.

Registro voltado para cima.


127
g) Desmuniciar

Abre-se a arma, extraindo-se


o cartucho que fora carregado, e
mantendo-se a arma aberta retira-
se os cartuchos que encontram-se
no depósito com o auxílio de uma
pequena chave de fenda ou até
mesmo de uma tampa de caneta;
retira-se um a um exercendo
pressão com o instrumento (tampa
de caneta) em baixo dos mesmos.

h) Desengatilhar

Deve-se trazer a alavanca de manejo para a posição vertical (como se


fosse abrir a arma) mantendo a arma fechada, e nesta situação comprime-se o
gatilho, mantendo-o assim (comprimido); e em seguida retorna-se a alavanca
de manejo para a sua posição anterior. A arma será desengatilhada sem que
ocorra o disparo.
128
FUZIL 7,62 mm M 964 (SA / PARA – SA)

1. CARACTERÍSTICAS:
a) Calibre: 7,62mm
b) Peso c/ carregador municiado:
4,930 kg
c) Peso c/ carregador desmuniciado:
4,450kg
d) Comprimento: 1100mm
e) Número de raias: 04 (esq. p/ dir.)
f) Capacidade do carregador: 20 cart.
g) Alcance útil: 600 m

2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: portátil e) Quanto a refrigeração: a ar
b) Quanto ao emprego: individual f) Quanto ao raiamento: alma raiada
c) Quanto ao funcionamento: semi-automático g) Quanto a alimentação: carreg. metálico tipo cofre
d) Quanto ao princ. de funcion.: ação dos gases h) Quanto ao sentido da alimentação: de baixo p/ cima

3. DIVISÃO GERAL:

3 4 5 6 7 8 9
1- Carregador
2- Bandoleira
2 3- Conjunto tampa da caixa da
culatra e mola recuperadora
4- Impulsor do ferrolho
1
5- Ferrolho
6- Obturador do cilindro de
gases
7- Êmbolo
8- Mola do êmbolo
10
9- Placas do guarda-mão
10- Armação

129
1
7

1- Alça de transporte
6 2- Carregador
3- Retém do carregador e do
ferrolho
5
4- Conj. gatilho e guarda-mato
3 5- Alavanca de desmontagem
4 6- Registro de segurança
7- Alça de mira
2

4
3

1- Placas de guarda-mão
2- Armação parte 1 (anterior)
3- Armação parte 2 (posterior)
4- Cavilha e parafuso de fixação da armação (união das partes)

130
5 1- Tampa da caixa da culatra do
8
SA
3 2- Tampa da caixa da culatra do
1
PARA-SA
7 3- Impulsor do ferrolho do SA
4- Impulsor do ferrolho do PARA-
SA
5- Ferrolho
6- Obturador do cilindro de gases
7- Êmbolo
8- Mola do êmbolo
2 6 Obs.: Observe que a mola
recuperadora do PARA-SA está
presente na tampa da caixa da culatra
e não na coronha como no SA ;
Observe também que o impulsor do
4
ferrolho do SA possui uma haste para
impulsionar a mola recuperadora.

CARREGADOR DESMONTADO
1

1- Fundo do carregador
2- Conjunto mola e lâmina do
carregador
3- Corpo do carregador
2

131
4. DESMONTAGEM:

a) Retirar o carregador;
b) Dar dois golpes de segurança:
c) Travar a arma, girando o registro de tiro e segurança p/ posição “S”;
d) Retirar a bandoleira ;
e) Abrir a caixa da culatra, agindo no retém da armação;
f) Retirar o conjunto tampa da caixa da culatra, mola recuperadora,
ferrolho – retém do ferrolho;
g) Retirar o conjunto ferrolho – retém do ferrolho do conjunto tampa da
caixa da culatra - mola recuperadora;
h) Desmontar o conjunto ferrolho – retém do ferrolho, puxando p/ baixo
a parte dianteira do ferrolho;
i) Desatarraxar o obturador do cilindro de gases, dando um giro de ¼ de
volta, no sentido horário;
j) Puxar o êmbolo e sua mola do alojamento do cilindro de gases,
separando-os;
k) Retirar as placas do guarda-mão.

5. MONTAGEM:
É feita na ordem inversa da desmontagem.

6. FUNCIONAMENTO:
1. Ação dos gases:
O projétil percorre o cano e ultrapassa o evento de admissão.
Os gases atravessam o evento de admissão e atingem o obturador
do cilindro de gases que está ligado ao bloco do cilindro de gases. Caso o
obturador esteja fechado (“Gr p/ cima) os gases não penetram no cilindro
de gases e a arma funciona como arma de repetição.
Com o obturador aberto (“A”p/ cima), os gases atravessam o evento de
admissão e entram em contato com a cabeça do êmbolo.

Sobre a pressão dos gases, o êmbolo retrocede e deixa livre o evento de


escape de gases.
O evento de escape de gases tem abertura variável, segundo a graduação
em que se ache o anel regulador do escape de gases.
O êmbolo, em seu recuo, obriga o impulsor do ferrolho a retroceder. A
mola do êmbolo, que foi comprimida, distende-se e torna a levar o êmbolo
para a sua posição avançada.

132
2. Recuo das peças móveis:
a) Destrancamento e abertura – Quando o impulsor do ferrolho recua, as
suas rampas de destrancamento entram em contato com os ressaltos de
destrancamento do ferrolho, e fazem com que a parte posterior do ferrolho
erga-se e abandone o seu apoio na caixa da culatra.
b) Extração – O batente do ferrolho no impulsor entra em contato com o
ferrolho e este é levedo para retaguarda. Neste momento, a garra do
extrator extrai o estojo da câmara, conservando-o preso ao ferrolho.
c) Ejeção – Quando a face anterior do ferrolho se acha próxima do defletor
da janela de ejeção, o estojo choca-se contra o ejetor que o obriga a girar e
sair para cima e para a direita. Durante o recuo houve compressão das
molas recuperadoras, por intermédio da haste do impulsor do ferrolho.

3. Avanço das peças móveis:


a) Ação das molas recuperadoras – As molas recuperadoras em certo
momento de sua compressão impedem que o conjunto ferrolho-impulsor do
ferrolho prossiga em seu recuo. A seguir, impelem tal conjunto para diante,
por intermédio da haste do impulsor do ferrolho. As rampas do impulso
existentes no impulsor do ferrolho entram em contato com o ferrolho e este
é impelido para diante.

b) Apresentação – Durante a última parte dos movimentos das peças para


trás, os cartuchos existentes no carregador, sobre o impulso da mola do
transportador sobem, e o que está mais acima apresenta seu culote de
maneira a ser empurrado pelo ferrolho, quando este avançar.
Quando o ferrolho avançar, a parte inferior de sua face anterior entra
em contato com o culote do estojo e leva-o para frente. A ponta do projétil
ao avançar encontra a rampa de acesso, que eleva e orienta aquela ponta
para que haja a introdução na câmara de carregamento. Neste momento o
cartucho está liberado, parcialmente, das abas do carregador.

c) Carregamento e fechamento – O ferrolho avançando mais liberta o


cartucho das abas do carregador e o introduz completamente na câmara.
Está realizado o carregamento.
O ferrolho terminou seu avanço e a arma está fechada, embora ainda
não esteja trancada.
d) Extração – No momento em que termina o carregamento, dá-se a
primeira fase da extração, pois o ferrolho procurando avançar mais, obriga
o extrator a erguer-se e empolgar, por sua garrafa, o culote do estojo.

133
e) Trancamento – Como o ferrolho não pode avançar mais, o impulsor do
ferrolho, por intermédio de sua rampa de impulso que age sobre a rampa de
impulso do ferrolho, obriga este a baixar.
As rampas de trancamento do impulsor do ferrolho e do ferrolho
entram em contato e impelem este último para baixo. O ferrolho coloca-se,
então, diante do apoio do ferrolho. Deu-se o trancamento da arma.

134
Funcionamento do Fuzil SA 7,62mm

135
EXEMPLOS DE ALGUNS FUZIS COM SISTEMA DE
FUNCIONAMENTO SEMELHANTE OU IGUAL AO DO SA

HK – G 3

7. Manejo do Fuzil SA/Para SA


136
Nove etapas:

a) Municiar o carregador;
b) Alimentar a arma;
c) Carregar a arma;
d) Travar a arma;
e) Destravar a arma;
f) Disparar a arma;
g) Retirar o carregador;
h) Descarregar a arma;
i) Rebater a coronha do Para SA.

a) Municiar o carregador

cc

Os cartuchos deverão ser


colocados c/ os projéteis
voltados p/ o pequeno
entalhe que prende o
carregador a arma.

Consiste em introduzir os cartuchos no carregador.


Os cartuchos deverão ser pressionados diretamente
sobre a mesa de apresentação do carregador.

137
b) Alimentar a arma

Consiste em introduzir o carregador na arma prendendo-o pelo seu retém;


Observe a forma correta de colocação do mesmo (foto).

c) Carregar a arma

Consiste em introduzir a
munição na câmara puxando-se a
alavanca de manejo
completamente à retaguarda e
soltando-a.
Obs.: A alavanca de manejo
deve ser solta de imediato e não
conduzida à frente, pois assim
procedendo a arma não fecharia
completamente, em consequência
não ocorreria o carregamento.

138
d) Travar a arma

Consiste em girar o registro de tiro e segurança para a posição “S”.

e) Destravar a arma

Consiste em girar o registro de tiro e segurança para a posição “F”.

139
f) Disparar a arma

Consiste em acionar (trazer para trás) a tecla do gatilho.

g) Retirar o carregador

Aperta-se o retém do carregador liberando-o.


140
h) Descarregar a arma

Como primeira e necessária providência, retiramos o carregador e em


seguida procedemos como se quiséssemos carregar a arma; o cartucho será
automaticamente extraído da câmara e ejetado; a arma estará descarregada.

i) Rebater a coronha do Para-SA

RETÉM DA CORONHA

Devemos adotar três procedimentos:


1) Acionar o retém da coronha existente em baixo de sua parte anterior;
2) Pressionar a coronha para baixo, com uma considerável força, fazendo com
que ela desprenda-se do seu encaixe;
3) Dobrá-la para a direita.

141
ESPINGARDA DE REPETIÇÃO CAL .12” CBC

1. CARACTERÍSTICAS:
a) Calibre: 12”
b) Peso: 3,35kg
c) Comprimento: 1055mm
d) Capacidade do depósito de
munição: 7+1
e) Alcance útil: 30 m

2. CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto ao tipo: portátil e) Quanto ao raiamento: alma lisa
b) Quanto ao emprego: individual f) Quanto a refrigeração: a ar
c) Quanto ao funcionamento: de repetição g) Quanto a alimentação: manual
d) Quanto ao princ. de funcion.: ação musc. do atir. h) Quanto ao sent. da alimen.: de baixo p/ cima

3. DIVISÃO GERAL:
6 5 4

2
1- Bujão do depósito
3 2- Mola do depósito
3- Cano
1 4- Base do bujão do depósito
5- Telha c/haste da corrediça
6- Conjunto ferrolho
7 7- Conj. Coronha, culatra e
depósito

1- Soleira
2 3 4 5 2- Coronha
3- Receptáculo
4- Ferrolho
5- Cano
1 6- Guarda-mato
7- Transportador
8- Telha
6 7 8 9 10 9- Tubo do depósito
10- Bujão do depósito

142
MODELO DE ESP CAL 12 C/ CORONHA DOBRÁVEL

1- Coronha dobrável
2- Registro de segurança
3- Acionador da trava da
corrediça
4- Acionador do localizador
direito
4 3
2

1- Bujão do depósito
7 2- Mola do depósito
3- Base do bujão do
1
depósito
5 4- Cano
5- Telha c/ haste da
3 6 corrediça
6- Ferrolho
2 7- Conj. Coronha,
culatra e depósito
4

143
4. DESMONTAGEM:

a) Inspecionar a arma;
b) Fechar a arma, deixando-a engatilhada;
c) Travar a arma;
d) Remover o pino de fixação do conjunto do guarda-mato;
e) Remover o conjunto do guarda-mato;.
f) Retirar o bujão do tubo do depósito de munições;
g) Retirar a base do bujão do tubo do depósito de munições;
h) Retirar a mola do bujão do depósito de munições;
i) Retirar a corrediça;
j) Retirar a telha com a haste da corrediça;
k) Retirar o cano;
l) Retirar o conjunto do ferrolho.

5. MONTAGEM:

É feita na ordem inversa da desmontagem

6. FUNCIONAMENTO:
a) Abertura:
Estando a arma fechada, ao se pressionar o acionador da trava da
corrediça, libera-se a mesma, possibilitando que a telha seja movimentada
à retaguarda; movendo na mesma direção o conjunto-ferrolho, que baixa
o transportador,o mesmo aciona o localizador direito (que é o retém de
munições), deixando o transportador alinhado com o depósito de
munições, onde pela pressão da mola do êmbolo do depósito de munições,
é empurrada a munição sobre o transportador.
b) Fechamento e carregamento:
Estando a arma aberta (com a telha recuada e a munição no
transportador), ao levar a telha à frente, o transportador levanta-se e se
alinha ao cano, ao mesmo tempo que o ferrolho é levado à frente,
interceptando a munição pelo culote e empurrando-a para a câmara, onde
ocorre o fechamento, trancamento e carregamento da arma, deixando-a
assim pronta para disparar.
c) Travamento:
Estando a arma fechada, trancada e carregada, ao se acionar a tecla do
registro de segurança (trava de segurança), o mecanismo impede que a
tecla do gatilho seja posta em ação, pelo bloqueamento da alavanca de
disparo; porém, não impede que a trava da corrediça seja acionada,
144
permitindo que a arma seja aberta, fechada, trancada e carregada; só não
permite o disparo.
d) Disparo:
Estando a arma fechada, trancada, carregada e travada, ao destravá-la, a
mesma encontra-se pronta para disparar, pois a munição encontra-se na
câmara, alinhada ao cano e, pelo simples acionamento da tecla do gatilho,
a alavanca de disparo é liberada, impulsionando o percussor à frente, por
intermédio de sua mola, indo percutir a espoleta.
e) Abertura, extração e ejeção:
Efetuando o tiro, o próprio mecanismo de disparo mantém a trava da
corrediça destravada, permitindo que, sem acioná-la, possa o atirador
recuar a telha à retaguarda, executando a abertura da arma ao mesmo
tempo que ocorre a extração da munição percutida da câmara, através do
extrator, localizado no ferrolho.
Ao recuar totalmente a telha, extraindo o estojo, este vem topar no ejetor,
que apresenta-se saliente quando o ferrolho está totalmente à retaguarda,
ejetando-o. Neste momento, o ferrolho tem baixado o transportador, que
captura outra munição (se existir no depósito de munições), podendo
recomeçar todo o processo, caso o atirador leve à frente a telha, fechando,
trancando e carregando a arma.

145
Funcionamento da Espingarda Cal .12

146
7. Manejo da Espingarda Cal. 12

Seis etapas

a) Inspecionar e travar a arma;


b) Alimentar a arma;
c) Carregar a arma;
d) Disparar a arma;
e) Ejetar o cartucho da câmara;
f) Descarregar a arma.

a) Inspecionar e travar a arma

Destravar a arma Apertar a trava da corrediça

Pressiona-se a trava de segurança Pressiona-se a tecla da trava da


da direita para a esquerda. corrediça, puxando a telha a re-
taguarda abrindo a arma e então
inspeciona-se a câmara e o de-
pósito de munições.

147
Fechar e travar a arma

Leva-se a telha completamente à frente.

Pressiona-se a trava de
segurança da esquerda para a
direita.

b) Alimentar a arma

Estando a arma
preferencialmente fechada,
pressiona-se a munição
contra o êmbolo do
depósito, uma a uma.

148
c) Carregar a arma

Como a arma foi anteriormente aberta e fechada (quando da inspeção) a


mesma encontra-se engatilhada não permitindo uma nova abertura, neste caso
teremos que pressionar o acionador da trava da corrediça liberando assim a
movimentação da telha para que possamos proceder com o carregamento. O
carregamento será efetuado quando deslocarmos completamente a telha para a
retaguarda, aonde um cartucho será apresentado pelo transportador, e
levarmos completamente à frente introduzindo-o na câmara.

d) Disparar a arma

Deve-se destravar a arma e acionar a tecla do gatilho trazendo-o para


retaguarda.
149
e) Ejetar o cartucho da câmara

Deve-se puxar a telha completamente para trás, desta forma o cartucho


será extraído e ejetado.

f) Descarregar a arma

Deve-se:
 Apontar a arma p/ uma direção
segura;
 Travar a arma;
 Empurrar p/ cima o acionador
da trava da corrediça;
 Puxar vagarosamente a telha até
que a parte da frente do cartucho esteja rente com a janela de ejeção;
 Levantar a frente do cartucho p/ fora retirando-o pela janela;
 Puxar a telha completamente para trás até que o próximo cartucho esteja
fora do depósito;
 Inclinar a arma de lado para permitir que o cartucho saia pela janela de
ejeção;
 Fechar e abrir o mecanismo até que todos os cartuchos sejam removidos.

150
ALGUNS PROCEDIMENTOS LEGAIS
COM ARMAS

Durante o serviço policial, são diversas as ocorrências em que os PPMM se


deparam com situações irregulares quanto à utilização de armas de fogo ou
não, em que a questão exige providências imediatas que não venham
posteriormente trazer transtornos administrativos para os mesmos, em
decorrência de procedimentos errôneos ou até ilegais. A seguir apresentamos
algumas considerações e Leis que regulam a correta utilização das armas:

SISTEMA NACIONAL DE ARMAS( SINARM)

O SINARM ( Lei no. 9.437 de 20 de fevereiro de 1997) estabelece


condições para o registro e para o porte de armas de fogo, define crimes e dá
outras providências.

Art. 1º Fica instituído o Sistema Nacional de Armas – no Ministério da Justiça,


no âmbito da Polícia Federal, com circunscrição em todo o território nacional.
Art. 2º Ao SINARM compete:
I - Identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante
cadastro;
II – Cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no país;
III – Cadastrar as transferências de propriedades, o extravio, o furto, o roubo e
outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais;
IV – Identificar as modificações que alterem as características ou o
funcionamento de arma de fogo;
V – Integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VI – Cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a
procedimentos policiais e judiciais.

Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo


das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus
registros próprios.
Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente,
excetuadas as consideradas obsoletas.
151
Parágrafo único. Os proprietários de arma de fogo de uso restrito ou proibido
deverão fazer seu cadastro como atiradores, colecionadores ou caçadores no
Ministério do Exército.

Art. 4º O Certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o


território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo
exclusivamente no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda,
no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou responsável legal do
estabelecimento ou empresa.

Parágrafo único. A expedição do certificado de registro de arma de fogo será


precedida de autorização do SINARM.

Art. 5º O proprietário, possuidor ou detentor de arma de fogo tem o prazo de


seis meses, prorrogável por igual período, a critério do Poder Executivo, a
partir da data da promulgação desta Lei, para promover o registro da arma
ainda não registrada ou que teve a propriedade transferida, ficando dispensado
de comprovar a sua origem, mediante requerimento, na conformidade do
regulamento.

Parágrafo único. Presume-se de boa fé a pessoa que promover o registro de


arma de fogo que tenha em sua posse.

DO PORTE

Art. 6º O porte de arma de fogo fica condicionado à autorização da autoridade


competente, ressalvados os casos expressamente previstos na legislação em
vigor.

Art. 7º A autorização para portar arma de fogo terá eficácia temporal limitada,
nos termos de atos regulamentares e dependerá de o requerente comprovar
idoneidade, comportamento social produtivo, efetiva necessidade, capacidade
técnica e aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo.

Parágrafo único. O porte estadual de arma de fogo registrada restringir-se-á


aos limites da unidade da federação na qual esteja domiciliado o requerente,
exceto se houver convênio entre Estados limítrofes para recíproca validade
nos respectivos territórios.

152
Art. 8º A autorização federal para o porte de arma de fogo, com validade em
todo o território nacional, somente será expedida em condições especiais, a
serem estabelecidas em regulamento.

Art. 9º Fica instituída a cobrança de taxa pela prestação de serviços relativos à


expedição de Porte Federal de Arma de Fogo, nos valores constantes do
Anexo a esta Lei.

Parágrafo único. Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e manutenção


das atividades do Departamento de Polícia Federal.

DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 10º Possuir, deter, portar, fabricar, adquirir, vender, alugar, expor à venda
ou fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda e ocultar
arma de fogo, de uso permitido, sem a autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar.

Pena – detenção de um a dois anos e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:


I – omitir as cautelas necessárias para impedir que menor de dezoito
anos ou deficiente mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua
posse ou que seja de sua propriedade, exceto para a prática do desporto
quando o menor estiver acompanhado do responsável ou instrutor;
II – utilizar arma de brinquedo, simulacro de arma capaz de atemorizar
outrem, para o fim de cometer crimes;
III – disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou
em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que o fato
não constitua crime mais grave.

§ 2º A pena é de reclusão de dois anos a quatro anos e multa, na


hipótese deste artigo, sem prejuízo da pena por eventual crime de
contrabando ou descaminho, se a arma de fogo ou acessórios forem de uso
proibido ou restrito.

§ 3º Nas mesmas penas do parágrafo anterior incorre quem:

153
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de
identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características da arma de fogo, de forma a torná-la
equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito;
III – possuir, deter, fabricar ou empregar artefato explosivo e/ou
incendiário sem autorização;
IV – possuir condenação anterior por crime contra a pessoa, contra o
patrimônio e por tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.

§ 4º A pena é aumentada da metade se o crime é praticado por servidor


público.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 11 A definição de armas, acessórios e artefatos de uso proibido ou


restrito será disciplinada em ato do Chefe do Poder Executivo Federal,
mediante proposta do Ministério do Exército.

Art.12 Armas, acessórios e artefatos de uso restrito e de uso permitido são


os definidos na legislação pertinente.

Art.13 Excetuadas as atribuições a que se refere o art.2º desta Lei, compete


ao Ministério do Exército autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de
armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte
de tráfego de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

Art.14 As armas de fogo encontradas sem registro e/ou sem autorização


serão apreendidas e, após elaboração do laudo pericial, recolhidas ao
Ministério do Exército, que se encarregará de sua destinação.

Art.15 É vedada a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de


brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se
possam confundir.

Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros


destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário
autorizado, nas condições fixadas pelo Ministério do Exército.

154
Art.16 Caberá ao Ministério do Exército autorizar, excepcionalmente, a
aquisição de armas de fogo de uso proibido ou restrito.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às aquisições dos


Ministérios Militares.
Art.17 A classificação legal, técnica e geral das armas de fogo e demais
produtos controlados, bem como a definição de armas de uso proibido ou
restrito são de competência do Ministério do Exército.

Art.18 É vedado ao menor de vinte e um anos adquirir arma de fogo.

Tendo em vista que determinados “instrumentos de trabalho” podem ser


considerado “armas” em função das circunstâncias e do local onde estão
sendo portados, entre outros: facas peixeiras, estrovengas, facões,
trinchetes, navalhas, foices, enxadas, etc; que o habitante do interior, em
sua grande maioria trabalhadores rurais, se desloca na área onde atua
levando consigo tais instrumentos, principalmente no percurso casa-
trabalho-casa; devemos atentar para algumas observações:

 Que a apreensão de “instrumentos de trabalho” que possam ser


considerados “armas brancas” somente será procedida:

- Nos casos de prisão em flagrante delito.


- Quando portados em feiras livres, pelos compradores ou transeuntes,
respeitando-se o feirante que ali se encontra utilizando o instrumento
em seu trabalho (talhadores, açougueiros, etc).
- Quando portados por elementos embriagados.
- Quando portados em Bares, Boites, Zonas de Meretrício, Festas de Rua,
Danças, Forrós e similares, ou em locais onde estejam ocorrendo
libações alcoólicas.
- Quando portados em Repartições Públicas, Bancos, Lojas e em vias
públicas, na área urbana das cidades.

DO PORTE DE ARMA SÃO ELEMENTOS DA INFRAÇÃO

1 – trazer consigo;
2 – fora da casa ou suas dependências;
155
3 – falta de licença da autoridade competente.

O porte é conduzir uma arma de modo que possa usá-la de imediato.

“para configurar o porte, pouco importa o fato de estarem desmontadas, uma


vez que possa ser rapidamente compostas”

Não se concebe em estender o conceito de casa ao veículo, levando-se em


conta que este é móvel, enquanto casa é o oposto.

Há que se distinguir o porte do transporte, ou levar arma para determinado


local. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que, “não constitui infração
punível o transporte de arma em envoltório impeditivo de seu uso imediato.

O que caracteriza o porte de arma, distinguindo-o do mero transporte, é a


circunstância de tê-la o agente em condições de uso fácil e imediato”.

PESSOAS ISENTAS DE LICENÇA

a- Oficiais das FFAA e Polícias Militares, uniformizados ou em trajes civis;


b- As praças das mesmas Corporações, quando em serviço, ou mediante
ordem escrita dos respectivos Comandantes de Unidade;
c- Autoridades do Poder Judiciário e seus agentes;
d- Os membros do Ministério Público;
e- As autoridades policiais e seus agentes (Polícia Civil, Federal);
f- Os agentes fiscais Federais e Estaduais e os de fiscalização de caça e pesca.

COM RELAÇÃO AO PORTE DE ARMA, O PM DEVERÁ TOMAR AS


SEGUINTES CAUTELAS:

- Respeitar as imunidades diplomáticas e parlamentares;


- Respeitar o privilégio de que gozam as pessoas isentas de licença;
- Em um ou outro caso, quando abordar o cidadão armado e este lhe
provar que é isento de licença ou tem imunidades, agradecer-lhes a
atenção;
- Não confundir porte ilegal de arma com a condução de ferramenta e
instrumento destinados ao trabalho;
- Precaver-se contra os suspeitos e marginais, capazes de uma reação
inesperada.

156
Armas Modernas

Após o estudo que realizamos sobre as armas de fogo que equipam a


grande maioria das Corporações Policiais, apresentaremos a seguir o que
os tempos atuais têm para nos oferecer em matéria de sofisticação e
modernidade;
Armamentos que por seus avanços tecnológicos se aproximam em
muito do ideal, e que infelizmente a criminalidade já tem a sua
disposição; nos limitaremos a uma breve apresentação, expondo
principalmente as suas fichas técnicas (principais características).

157
Pistola Taurus PT – 45

A primeira pistola em calibre .45 ACP de projeto totalmente brasileiro.

Taurus PT – 945

Tipo: pistola semi-automática


Sistema de Operação: Browning modificado
Calibre: .45 ACP
Capacidade: 8+1 cartuchos
Pesos:
Vazia: 850 gramas
Alimentada: 1005 gramas
Comprimento total: 19,3cm
Comprimento do cano: 3,93”
Miras: fixas com “dots” brancos
Empunhadura: plástica de alto impacto
Raias: 06 à direita
Velocidade do projétil na boca do cano: 750 fps
Acabamento: oxidado e aço inoxidável
Fabricação: brasileira

158
IMBEL STI/GC .45 ACP

Pistola STI/GC .45 ACP

Tipo: pistola de ação simples


Sistema de Operação: Colt-Browning
Calibre: .45 ACP
Capacidade: 14+1 cartuchos
Comprimento do cano: 5”
Comprimento total: 216,1mm
Pesos:
Vazia: 912 gramas
Alimentada: 1.337 gramas
Miras: fixas
Empunhadura: em polímero, preta, integral
Raias: 06 à direita
Velocidade do projétil na boca do cano: aprox. 830fps
Acabamento: ferrolho com pintura epóxi, curada a fogo, na cor negra
Fabricação: brasileira

159
Pistola CZ - 75

Considerada pelos especialistas como a melhor pistola em calibre 9mm do


mundo.

CZ – 75

Tipo: pistola de ação dupla


Sistema de operação: travamento à massa
Calibre: 9mm Para
Capacidade: 15+1 cartuchos
Carregador: bifilar, tipo caixa
Comprimento total: 20,24cm
Comprimento do cano: 4¾ polegadas
Miras: alça e massa fixas
Peso: 992,25 gramas (vazia)
Construção: toda em aço
Cabos: plástico negro
Acabamento: oxidada
Fabricação: tcheca

160
Pistola CZ – 100

Representa a entrada da célebre marca Tcheca na era dos chassis de


polímero.

Pistola CZ – 100

Tipo: pistola semi-automática


Sistema de operação: ação dupla
Calibre: 9mm Para
Capacidade: 13+1 cartuchos
Carregador: bifilar
Miras: alça e massa fixas
Peso: 680 gramas (vazia)
Construção: chassis de polímero, ferrolho em aço
Acabamento: oxidada
Fabricação: tcheca

161
Pistola Heckler e Koch USP 9mm Para

Considerada por profissionais de Forças Armadas e Policiais, como a


melhor Pistola de serviço do mundo.

PST HK USP 9mmP

Tipo: semi-automática de ação dupla/simples


Sistema de operação: Colt-Browning modificado
Calibre: 9mm Para
Capacidade: 15+1 e 10+1 (versão civil) cartuchos
Pesos:
Vazia: 747 gramas
Alimentada: 1011 gramas (carregador de 15)
Comprimento total: 194mm
Comprimento do cano: 4¼”
Miras: fixas
Empunhadura: polímero, incorporada à armação
Raias: 06 à direita
Velocidade do projétil na boca do cano: 1.286fps
Acabamento: estrutura em polímero (armação), oxidada (ferrolho e outras
partes metálicas externas).
Fabricação: germany (alemã).
162
Pistola Glock-19 9mm Para

Derivada do modelo 17, esta nova pistola pode ser entendida como a
versão mais prática de um incrível avanço tecnológico.

PST Glock-19 Compact

Tipo: PST semi-automática de ação dupla


Sistema de operação: Blowback com trava de ferrolho
Calibre: 9mm Para
Capacidade: 15+1 cartuchos (17 cart. Opcional)
Pesos:
Vazia: 650 gramas
Alimentada: 836 gramas
Comprimento do cano: 4,2”
Miras: fixas, apenas regulagem lateral
Empunhadura: polímero de alta resistência
Raias: 06 à direita
Velocidade do projétil na boca do cano: 360 mps
Acabamento: partes metálicas oxidadas e revestidas com exclusiva película
de polímero
Fabricação: austríaca
163
Pistola Smith & Wesson Sigma .40

A pistola de polímero da Smith Wesson, que por ser tão parecida com a
pioneira Glock, é quase que confundida.

Pistola S & W Sigma .40

Tipo: pistola semi-automática


Sistema de operação: Colt-Browning modificado
Calibre: .40 S & W
Capacidade: 15+1 Cartuchos
Pesos:
Vazia: 737,1 gramas
Alimentada: 980 gramas
Comprimento do cano: 114mm
Miras: fixas, com ajuste lateral da massa
Empunhadura: polímero
Raias: 06 à esquerda
Velocidade do projétil na boca do cano: 300 m/s
Acabamento: polímero negro no chassi; partes metálicas oxidadas
Fabricação: americana (E.U.A.)
164
Pistola Desert Eagle .357 Magnum - .50 AE Magnum

A pequena arma com força de canhão!

PST Desert Eagle .357 Magnum PST Desert Eagle .50 AE Magnum

Tipo: pst semi-automática Tipo: pst semi-automática


Calibre: .357 Magnum Calibre: .50 AE Magnum
Capacidade: 9+1 cartuch. Capacidade: 7+1 cartuchos
Compr. total: 26,7 cm Compr. Total: 26,7 cm
Peso: 1.790 gramas Compr. Cano: 6”
Raias: 06 à direita Peso:
Sist. de func.: tomada de gás Vazia: 2.050 gramas
Veloc. Proj. Boca Cano: 440 m/s Alimentada: 2.680 gramas
Miras: fixas Raias: 06 à direita
Fabricação: israelense Sist. de func.: tomada de gás
Veloc. Proj. Boca Cano: 1.500 fps
Miras: Fixas
Empunhadura: talas em polímero
Fabricação: israelense

165
Espingarda Calibre .12 Franchi SPAS 15

SPAS – Sporting Purpose Automatic Shotgun (Espingarda Automática


para Propósito Esportivo) ou Special Purpose Assault Shotgun
(Espingarda de Assalto para Propósito Especial)

Franchi SPAS 15

Tipo: espingarda semi-automática


Sistema de Operação: alimentação automática ou por ação de bomba
Calibre: .12
Capacidade: 06+1 cartuchos, carregador monofilar removível
Pesos:
Vazia: 3.900 gramas
Alimentada: 4.580 gramas
Miras: regulável em azimute
Massa: regulável em elevação
Empunhadura: em polímero integral
Raiamento: alma lisa
Acabamento: fosfatização (nas peças metálicas – cano cromado
internamente)
Empunhadura: do tipo “pistol grip” e gurda-mão em polímero
Fabricação: italiana

166
Submetralhadora UZI 9mm

Bem equilibrada, robusta e firme, a UZI transmite a sensação de confiança.

UZI Micro-UZI

Tipo: submetralhadora Tipo: submetralhadora:


Operação: “Blowback”, Operação: “Blowback”,
c/ tiro seletivo e de ferrolho aberto c/ tiro seletivo e de ferrolho aberto
Calibre: 9mm Calibre: 9mm e .45 ACP
Capacidade: 25 e 32 cartuchos Capacidade: 20 cartuchos 9mm
Compr. Cano: 260mm Compr. Cano: 117mm
Compr. Total: 650mm coronha Compr. Total: 460mm coronha
aberta e 470mm fechada aberta e 250mm fechada
Peso: 3,7 Kg Peso: 1,95 Kg
Cadência de tiro: 600 tpm Cadência de tiro: 1.250 tpm
Veloc. Proj. Boca Cano: 400 m/s Veloc. Proj. Boca Cano: 350 m/s
Raias: 04 à direita 9mm e 240 m/s .45 ACP
Miras: alça com abertura e Raias: 04 à direita
regulagem de 100 e 200 mts; Miras: alça com abertura e
massa de mira tipo poste regulagem de 100 e 200 mts
Fabricação: israelense massa de mira tipo poste
Fabricação: israelense

167
Mini-UZI UZI-Pistol

Tipo: submetralhadora Tipo: pistola


Operação: “Blowback”, Operação: “Blowback”,
c/ tiro seletivo de ferrolho aberto s/ tiro seletivo e de ferrolho fechado
Calibre: 9mm Calibre: 9mm
Capacidade: 20,25 e 32 cartuchos Capacidade: 20 cartuchos
Compr. do Cano: 197mm Compr. do Cano: 115mm
Compr. Total: 600mm coronha Compr. Total: 240mm
aberta e 360 fechada Peso: 1,65 Kg
Peso: 2,7 Kg Veloc. Proj. Boca Cano: 350 m/s
Cadência de Tiro: 950 tpm Raias: 04 à direita
Veloc. Proj. Boca Cano: 352 m/s Miras: alça com abertura e
Raias: 04 à direita regulagem de 100 e 200 mts.
Miras: alça c/ abertura e massa de mira tipo poste
regulagem de 100 e 200 mts. Efetividade: 60 mts.
massa de mira tipo poste Fabricação: israelense
Fabricação: israelense

168
Submetralhadora Heckler e Koch MP5

HK MP5

Tipo: submetralhadora
Operação: Delayd Blowback
Calibre: 9mm
Capacidade: 15 ou 30 cartuchos, em carregador bifilar
Regime de fogo: semi ou totalmente automático; efetua também rajadas de
três tiros
Pesos:
Vazia: 2.670 gramas
Alimentada: 2,970 gramas ( c/ carregador de 30 cartuchos)
Miras: massa fixa; alça regulável em 04 posições
Coronha: do tipo retrátil
Raias: 06 à direita
Veloc. Proj. Boca Cano: 354 mps
Cadência de Tiro: 800 tpm
Acabamento: pintura eletrostática negra
Fabricação: alemã

169
Submetralhadora MGP-84

MGP-84 Mini

Tipo: submetralhadora
Operação: Blowback, tiro seletivo
Calibre: 9mm
Capacidade: carregador tipo cofre vertical, 20 ou 32 cartuchos
Peso:
Sem carregador: 2,31 Kg
C/ carregador municiado 32 cart. : 2,90 Kg
Miras: massa com regulagem lateral e alça com regulagem micrométrica
Raias: 12 microrraias destrógeras
Veloc. Inicial: 410 m/s
Cadência Cíclica (teórica) de disparo: 650-700 tpm
Acabamento: corpo – polímero preto; caixa da culatra – pintura epóxi preta,
semi-fosca
Fabricação: peruana

OBS.: Pode ser equipada com supressor de ruídos (“silenciador”).

170
Fuzil Colt AR-15

Apenas uma boa arma longa, não um “mito” como imaginam alguns.

Colt AR-15 A2 Sporter Match

Tipo: fuzil semi-automático


Operação: a gás
Calibre: 5,56mm (.223 Remington)
Capacidade: 5+1 cartuchos em carregador bifilar (podendo utilizar
carregadores maiores)
Pesos:
Vazio: 3.200 gramas
Alimentado: 3.600 gramas
Miras: regulagem lateral na alça e 4 posições fixas de massa e alça p/
regulagem de elevação
Coronha: fibra sintética de alto impacto, com compartimento p/ guarda de
pequenos acessórios
Veloc. proj. Boca Cano: 908,5 m/s
Acabamento: “parkerização” cinza
Fabricação: americana (E.U.A.)

171
Fuzil M-16 A1

O fuzil de assalto padrão dos E.U.A.

Fuzil M 16 A1

Tipo: fuzil de combate


Calibre: 5,56mm (.223 pol)
Cartucho: 5,56mm X 45mm (normal M193, traçante M196)
Alcance de utilização: 460 metros
Alcance máximo: 2.653 metros
Alimentação: carregadores tipo cofre metálico p/ 20 e 30 cartuchos
Aparelho de pontaria:
Massa de mira: tipo “poste” cilíndrico, ajustável
Alça de mira: tipo “flip” em “L” com abertura para 0-300 e de 300-460 m
Obs.: Para uso noturno o M 16 possui, como acessório, uma massa de mira
com inserto fluorescente de PROMETHIUM 147 (radioativo)
Funcionamento: ação direta dos gases (não possui êmbolo)
Peso: 3,6 Kg c/ carregador p/ 20 cartuchos e 3,6 Kg c/ carregador p/ 30 cart.
Raias: 04 à direita
Veloc. Proj. Boca do Cano: 988 m/s
Veloc. Teórica de Tiro: 800 tpm
Veloc. Prática de Tiro:
semi-automático: 45-65 tpm
automático: 150-200 tpm
Fabricação: americana (E.U.A.)

172
Fuzil AK-47

O fuzil de assalto mais produzido do mundo; O volkswagen dos fuzis de


assalto.

FZ AK-47

Tipo: fuzil de assalto


Operação: a gás
Calibre: 7,62 X 39mm
Capacidade: carregador com 30 cartuchos
Peso: 5,13 Kg (com carregador municiado)
Comprimento total: 880 mm
Regime de fogo: semi ou totalmente automático
Coronha: de madeira ou metálica dobrável
Veloc. Teórica de Tiro: 600 tpm
Veloc. Prática de Tiro:
em tiro automático: 100 tpm
em tiro semi-automático 40 tpm
Veloc. Proj. Boca do Cano: 693 mps
Máximo Alcance Útil: 400 m
Fabricação: russa e chinesa

173
Fuzil Valmet M76F 5,56mm

O irmão próximo do AK-47 em calibre 5,56mm – a evolução.

Valmet M76F

Tipo: fuzil de assalto


Operação: reaproveitamento de gases
Calibre: 5,56 X 45mm ( .223 Rem. )
Capacidade: 30 cartuchos
Regime de fogo: auto e semi-automático
Pesos:
Vazio: 3.600 gramas
Alimentada: 4.354 gramas
Miras: alça do tipo “peep”, ajustável; massa c/ proteção rebatível
Coronha: rebatível em aço
Raias: 04 à direita
Veloc. Proj. Boca Cano: 3.100 fps
Cadência de Tiro: 650 tpm
Acabamento: “parkerizado” (oxidado fosco)
Obs.: Coronha em madeira ( Mod. M76W) e plástico ( Mod. M76P)
Fabricação: Finlandesa

174
STEYER AUG 5,56mm

A arma do futuro já disponível nos dias de hoje!

STEYR AUG ( Armeé Universal Gewehr ou Fuzil de Assalto Universal )

Tipo: fuzil de assalto


Operação: a gás, via pistão, em ferrolho fechado e aberto quando aplicado
“KIT”.
Sistema de construção: “Bullpup” ( mecanismo alojado na parte traseira )
Calibres: 5,56 X 45mm ( .223 Remington ) / 9mm ( em “kit”)
Regime de fogo: seletivo, em três opções: somente semi; semi e auto; semi e
“burst” ( rajadas de três tiros ). O seletor de tiro é o próprio gatilho, de dois
estágios.
Cadência de tiro: de 680 a 850 disparos por minuto
Opção de carregadores: 30 e 42 cartuchos
Coronha: totalmente em ZYTEL ( material plástico aeroespacial), com 3
opções de cores: negro, verde-oliva e areia; possuindo alojamento para kit de
limpeza;
Miras: telescópica fixa, com aumento de 1,5X com sistema de miras abertas (
ou mecânicas ) construído acima dela;
Peso: 3.578 gramas (vazio)
Raias: 06 à direita
Veloc. Proj. Boca Cano: 970 mps
Fabricação: austríaca

175
T I R O

176
TIRO POLICIAL

Após o estudo que realizamos sobre armamento e munição, onde


conhecemos e aprendemos um pouco sobre as armas e munições que equipam,
atualmente, nossa corporação, passaremos a seguir, a apresentar todos os
procedimentos práticos e teóricos necessários para executarmos o tiro com os
mesmos com resultados satisfatórios, de forma que quando surja a necessidade
da sua utilização em ocorrências policiais, que façamos com segurança e
precisão.
Constantemente acompanhamos nos diversos meios de comunicação
(imprensa escrita, falada e televisionada) o resultado de procedimentos
errôneos quanto à utilização de armas de fogo, onde muitas vezes, cidadãos
inocentes são alvejados por projéteis em ocorrências, daí a preocupação e a
necessidade de estarmos sempre preparados tecnicamente para a sua
utilização.

TÉCNICA SEGURANÇA

177
REGRAS DE SEGURANÇA
As armas de fogo, de forma geral, são muito potentes e de grande poder de
destruição. Sua utilização requer alguns cuidados e cautelas de forma a se
evitar possíveis incidentes e acidentes que muitas vezes causam resultados
indesejados. As utilizamos como instrumentos de trabalho visando a
segurança da sociedade e não podemos permitir que um ato imprudente mude
este quadro; a seguir apresentamos algumas regras de segurança que deverão
ser atendidas por todos aqueles que lidam com armas de fogo:

01 - Jamais aponte uma arma contra alguém por brincadeira;

02 - Verifique se não há obstrução no interior do cano antes de


carregar a arma;

03 - Jamais deixe uma arma engatilhada;

04 - Não deixe a arma carregada em locais onde pessoas sem


capacitação técnica possam apanhá-la;

05 - Ao passar a arma para outra pessoa, faça-o com ela


descarregada;

06 - Adquira o hábito de fazer movimento de descarregar seu


revólver todas as vezes que apanhá-lo;

07 - Nunca aponte a arma, a não ser que seja para atirar, intimidar
ou deter um suspeito ou agressor;

178
08 - Desenvolva os hábitos de segurança todas as vezes que o
revólver for retirado do coldre ou quando ambos forem
guardados;

09 - Ao sacar a arma, fique com o dedo indicador estendido do lado


de fora do guarda-mato, até que esteja pronto para atirar;

10 - Mantenha seus dedos longe da “boca” do cano da arma;

11 - Conheça seu revólver, munição e coldre;

12 - Mantenha sempre o tambor aberto quando o revólver estiver


fora do coldre;

13 - Saque-rápido é perigoso – em primeiro lugar a segurança;

14 - Certifique-se de que os cartuchos de festim (quando for utilizá-


los) não sejam reais;

15 - Só use munição específica para o tipo da arma.

179
TIRO POLICIAL

Para executarmos o tiro com o mínimo de técnica e precisão, alguns


procedimentos são essenciais; estes procedimentos nós denominamos de
fundamentos do tiro e os dividimos em:

 Posição do atirador;
 Empunhadura;
 Visada;
 Respiração;
 Puxada do gatilho;
 Condicionamento mental.

A seguir passaremos a estudar cada um deles:

180
FUNDAMENTOS DO TIRO

1. POSIÇÃO DO ATIRADOR

2. EMPUNHADURA

3. VISADA

4. RESPIRAÇÃO

5. PUXADA DO GATILHO

6. CONDICIONAMENTO MENTAL
90
80
70
60
50 Leste
40
Oeste
30
20 Norte
10
0
1° 2° 3° 4°
Trim. Trim. Trim. Trim.

181
POSIÇÃO DO ATIRADOR
O atirador poderá tomar diferentes posições para efetuar o tiro; a mesma
será definida pela situação que se apresentar no momento seja ela uma
ocorrência policial ou não, pois no caso de uma troca de tiros, quanto mais
estiver reduzida a silhueta do atirador, mais ele estará seguro, livre de
impactos de projéteis, então por que tomar a posição em pé quando a de
joelhos seria a mais apropriada para a ocasião ? O posicionamento correto do
corpo representa 5% de um tiro perfeito. As posições são basicamente cinco;
A seguir explicaremos cada uma delas, bem como o que muda nos diferentes
armamentos, sejam eles de porte ou portáteis:

EM PÉ AJOELHADO SENTADO

DEITADO BARRICADO

182
ARMAS DE PORTE (PISTOLA – REVÓLVER)
POSIÇÃO PARA O TIRO DE PRECISÃO

Começaremos falando da posição para a realização do tiro de precisão,


básico para as diversas modalidades de tiro.

Devemos adotar o seguinte procedimento:


Com os pés separados na largura aproximadamente a mesma dos ombros
afastados em ângulo de aproximadamente 40o (ver figura), equilibre bem o
corpo, tendo o centro de gravidade projetado entre os dois pés. Não se deve
juntar os pés, nem separar demais as pernas, pois isto proporcionará um fácil
desequilíbrio (balanço do corpo).
As pernas deverão estar estendidas, mas não enrijecidas, com a
musculatura naturalmente contraída, apenas para a manutenção do corpo na
posição em pé de relativo relaxamento.

183
O corpo deverá estar ereto naturalmente; a coluna vertebral acomodada pelos músculos
de sustentação, evitando possíveis inclinações desnecessárias.

1 – Errado

2 – Errado

1 3 3 – Errado

4 - Certo

2 4

O alvo encontra-se à frente, e, suponhamos o


atirador com os dois pés separados na largura dos
ombros, quase que paralelos à direção de tiro.
Vamos girar em torno do pé direito (o oposto para
os canhotos), deslocando principalmente o
esquerdo, até formar um ângulo de,
o
aproximadamente, 45 em relação à linha que une os
dois pés e um ângulo de cerca de 40o entre eles.
A cabeça deve estar naturalmente equilibrada
sobre o pescoço, mas não ser inclinada nem para a
frente nem para a retaguarda.

Lembre-se: a arma sempre é levada a altura dos olhos. Não se deve fazer pontaria com
armas curtas abaixando-se a cabeça, pois se isto ocorrer estaremos forçando grupos
musculares do pescoço os quais irão cansar-se, provocando o desvio da concentração do
atirador ao sentir algum incômodo naqueles músculos.

184
Levantamos agora nosso braço estendido com ambos os olhos fechados na direção
correta do centro do alvo. Caso não tenha caído, muda-se um pouco a posição dos
pés, sempre mantendo o braço distendido, sem movimentá-lo independentemente do
corpo, nem mudar a posição da mão flexionando o pulso (“desmunhecando”).
Sentindo que se está com o aparelho de pontaria corretamente posicionado,
fecha-se os olhos novamente e, por mais duas ou três vezes, levante-se o braço para
verificar se a direção está perfeita.
O braço esquerdo (direito para os canhotos), onde deverá se postar ? Não deverá
estar solto, pois qualquer oscilação irá afetar o braço que sustenta a arma.
Modernamente, usa-se prender o braço solto no cinto que sustenta as calças, ou no
bolso das mesmas, de tal forma que este braço deve ficar completamente relaxado.

185
POSIÇÃO EM PÉ (WEAVER)

O afastamento dos pés deve ser


proporcional a largura dos ombros do
atirador, bem como deve formar um ângulo
entre o de 45o e 90o com relação ao centro
do alvo. A posição deve ser a mais
confortável possível para o atirador .

O afastamento dos pés deve formar um


ângulo entre o de 45o e 90o ( com relação ao
centro do alvo ).

90
º

45º

186
POSIÇÃO EM PÉ (ISÓSCELES)

Recebe este nome por assemelhar-se a um


triângulo isósceles (dois lados iguais); nesta posição
o atirador fica com os dois braços distendidos à frente
e mantém um afastamento lateral das pernas,
proporcional a largura dos seus ombros.

A posição vista por cima


mostra o porquê do nome que
recebe.

O afastamento lateral das


pernas assemelha-se à base que
realizamos ao montarmos sobre um
cavalo.

187
POSIÇÃO AJOELHADO

Estando ajoelhado, o braço que


serve de apoio ( mão fraca ) e que
também empunha a arma (apoia), faz
base no joelho contrário à mão forte,
devendo este contato ser realizado entre
o tríceps e o joelho, ou seja músculo
com osso.

188
O contato deve ser realizado entre o tríceps e o joelho
( músculo com osso ) nunca cotovelo com joelho ( osso com osso ).

Na posição de joelhos, o contato que o atirador irá realizar


com o solo poderá ser das seguintes maneiras :

189
Com o pé da mão forte formando um ângulo de 90 o com o da
mão fraca e o atirador sentado sobre ele ( ponta do pé voltada para o
interior do atirador.)

Com apenas a ponta do pé da mão forte mantendo contato com o


solo e o atirador sentado sobre ele ( o calcanhar ).

190
Com a ponta do pé da mão forte em sentido contrário ao da mão
fraca estando a planta do mesmo em completo contato com o solo.

POSIÇÃO SENTADO

Existem diferentes maneiras que poderemos adotar para a realização do


tiro nesta posição, vejamos algumas:

191
O atirador estando sentado, empunha a arma e abraça o joelho da mão
fraca devendo a perna da mão forte permanecer estendida sobre o solo; o
atirador nesta posição deverá ficar completamente relaxado deixando que seu
corpo (tronco) caia livremente.

Empunhado-se a arma, deve-se abraçar


completamente o joelho da mão fraca
tendo-se o cuidado de não encostá-la no
joelho, pois isto poderá interferir na visada.

192
Nesta variação, no lugar dos braços
envolverem o joelho do atirador, estes
(joelhos) envolverão os braços e as pernas
ficarão cruzadas à frente, devendo, mais
uma vez, deixarmos o corpo cair
livremente.

Semelhante a 1ª variação, só que


neste caso o atirador deverá abraçar
ambos os joelhos (as duas pernas ficarão
recolhidas).

Com uma observação mais aproximada,


verificamos com detalhe a forma correta do
envolver dos joelhos pelos braços,
enfatizando que a arma não deve encostar
nos joelhos.

193
Aqui o atirador realiza o apoio
dos braços (utilizando os cotovelos)
sobre o terço inferior da coxa (parte
interna); as pernas são recolhidas e os
pés ficam cruzados em forma de “X”.

No detalhe procuramos mostrar o


contato realizado entre os cotovelos e o
músculo interno da coxa; aonde
devemos atentar (já falamos
anteriormente) que este contato sempre
deve ser entre OSSO e MÚSCULO.

194
POSIÇÃO DEITADO

Nesta posição, todo o corpo do atirador deverá estar em contato com o


solo com os braços distendidos à frente, podendo ser utilizado um apoio
(sacos de areia) em baixo dos mesmos.

195
 Os pés deverão estar paralelos ao solo;

 O atirador deverá estar ligeiramente


inclinado formando um ângulo
aproximado de 30o com relação ao
centro do alvo

30o

196
POSICIONAMENTO PARA O TIRO BARRICADO

Este tipo de tiro procura simular uma situação em que haja a


necessidade de se efetuar disparos apoiando-se em uma edificação qualquer
(parede, muro, etc), proporciona grande estabilidade à arma e
consequentemente maior precisão; o atirador irá utilizar a sua mão fraca
para realizar o apoio sobre a barricada. É um ótimo procedimento para
treinamento quando da execução de disparos com a mão fraca.

197
ARMAS PORTÁTEIS
(Posição em pé Mtr MT –12)

O posicionamento do atirador é o mesmo quando da utilização de


arma de porte, diferindo apenas na empunhadura do armamento onde a
mão fraca fará apoio no punho anterior e a forte (que acionará o gatilho)
no posterior; a coronha deve ser apoiada no cavado do ombro da mão
forte, o atirador poderá encostar a sua face na mesma (coronha).

198
A coronha deve estar bem encaixada no cavado do ombro do atirador para
que o forte recuo do armamento, provocado pela queima da carga de projeção
(“coice”), seja bem absorvido pelo mesmo.

O tiro com a Mtr MT – 12, no


regime de tiro em rajada, também
pode ser feito com a mesma a
altura da cintura; esta posição
proporcionará uma maior
estabilidade ao atirador.

199
Posição Ajoelhado (Mtr MT-12)

 Contato do atirador com o solo idêntico ao já visto;


 Empunhadura do armamento idêntica à realizada na posição anterior;
 Apoio braço-joelho (músculo com osso ).

200
Posição Sentado (Mtr MT-12)
Nesta posição mantém-se a empunhadura apresentada na anterior e
apóia-se ambos os braços nos joelhos; o braço da mão forte ficará apoiado
na parte interna do joelho (joelho do mesmo lado da mão forte) atentando-
se para o detalhe de que o contato deve sempre ser de músculo com osso.

Os pés do atirador deverão ficar cruzados à frente

201
ESPINGARDA CAL. 12
Posição em pé

Com este armamento a diferenciação, com relação aos outros já vistos,


está também na empunhadura, onde com a mão fraca o atirador fará apoio na
telha do sistema de bombeamento, e no punho com a forte (que aciona o
gatilho). A soleira da coronha deverá estar apoiada no cavado do ombro da
mão forte.

202
Nesta posição (Pos. em pé c/ Esp Cal 12) o atirador também poderá efetuar o
disparo com a arma a altura da cintura (tiro instintivo).

Posição Ajoelhado
- Contato do atirador com o solo idêntico ao já visto;
- A empunhadura do armt. é a mesma realizada no tiro em pé;
- Apoio braço-joelho (músculo com osso).

203
FUZIL 7,62 mm SA
Posição em pé

 Contato do atirador com o solo


idêntico ao já visto;
 Na empunhadura é recomendável que
o armamento seja apoiado, pela mão
fraca, por baixo do carregador,
podendo, desta forma, o atirador
encostar o cotovelo em seu abdômen e
estabilizar melhor a arma; a mão forte
fará o apoio pelo punho, e a coronha
deverá estar encaixada no cavado do
ombro da mesma. (Obs.: o atirador
poderá encostar sua face na coronha).

204
Posição Ajoelhado
Procedimento idêntico ao realizado com a espingarda cal. 12; o apoio efetuado pela
mão fraca deverá ser nas placas de guarda-mão do fuzil.

Posição Sentado

A posição é idêntica a adotada para o tiro sentado com a Mtr MT 12/MT 12 A ; a


empunhadura é a mesma realizada no tiro ajoelhado.

205
Posição Deitado

Estando o atirador deitado, irá empunhar a arma da mesma forma quando da


realização do tiro ajoelhado e sentado, diferindo apenas no contato que efetuará com
os cotovelos, que deverá ser no solo.

206
EMPUNHADURA

EMPUNHADURA DUPLA (ARMAS DE PORTE)

Ao se empunhar qualquer tipo de armamento, deve-se fazer da forma mais firme


possível, sem no entanto utilizar-se de força ao envolvê-lo com as mãos. Em armas de
porte, apenas os dedos polegar e médio da mão forte seguram o armamento, os demais
são depositados sobre ele sem exercer qualquer tipo de pressão (o anular e o mínimo
na coronha e o indicador distendido ao lado do guarda-mato), pois isto causaria um
pequeno tremor em toda arma, bem como deslocamento da arma para baixo ou para
cima indevidamente. Para um tiro preciso é necessário completar a correta
empunhadura com a colocação do dedo indicador, aonde acredita-se que isto
represente os 50% restantes de todo o processo.

A falange distal (antigamente denominada falangeta)


do dedo indicador e, no máximo, a distância até a
falange medial, é a porção que deve ser colocada sobre
o gatilho para acioná-lo.

207
A empunhadura deverá ser dupla (com as duas mãos) aonde a mão fraca
servirá de apoio. O atirador deverá utilizar-se de forças contrárias a fim de
estabilizar a arma deixando-a o máximo possível parada; tal procedimento
deve ser feito da seguinte forma: ao mesmo tempo que leva-se a arma para
frente apontando-a para o alvo com a mão forte, deve-se com a mão fraca
trazer todo o conjunto para trás, desta forma o braço da mão forte ficará
totalmente retesado, distendido à frente, e o da mão fraca ligeiramente
flexionado atuando como uma alavanca. Uma boa empunhadura representa
20% de um tiro perfeito.

Devemos procurar formar uma


alavanca ( Braço forte – Braço fraco )

208
EMPUNHADURA SIMPLES

Ainda utilizando-se arma de porte, existe a empunhadura simples, com


uma só mão, que é utilizada quando do treinamento do tiro de precisão, muito
importante no estudo dos fundamentos do tiro, pois por ser um tipo de tiro que
apresenta uma certa dificuldade, prepara com grande eficácia o policial para a
execução do tiro com ambas as mãos.
Esta empunhadura difere da anterior apenas na sustentação da arma, que
passa a ser com uma mão apenas; o detalhe do posicionamento dos dedos na
arma (mão forte), permanece o mesmo, conforme mostra a figura.
A posição de utilizar apenas uma mão para empunhar a arma é válida em
competições. Numa situação de defesa, o quanto possível, ambas as mãos
deverão ser utilizadas, mas, mesmo assim, uma correta empunhadura é
necessária.

209
ARMAS PORTÁTEIS

Difere da anterior apenas na maneira pela


qual segura-se no armamento, pois a maioria
possui duplos punhos, (anterior e posterior),
(Mtr MT 12, Mt 12 A) ou punho e placas de
guarda-mão(Fz 7,62mm) e com esses
armamentos não existirá o detalhe da
alavanca formada pelo braço da mão fraca; a
preocupação maior do atirador deverá ser a de
bem encaixar a coronha no cavado do ombro.

CAVADO DO OMBRO

210
APARELHO DE PONTARIA

Todos os armamentos que nos possibilitam realizarmos uma visada (o que


alguns chamam de realizar pontaria) são compostos de duas peças básicas para
tal: a alça de mira e a massa de mira; basicamente este aparelho de pontaria é o
mesmo em todos os armamentos, diferindo nos diversos modelos das armas e
fabricantes ( observe as figuras).

ALÇA DE MIRA

211
MASSA DE MIRA

MASSA ALÇA DE
DE MIRA MIRA

212
VISADA
A visada é um dos fundamentos mais importantes na execução do tiro, pois
é aonde procuramos atingir nosso alvo com o máximo de precisão, ela exerce
15% de um tiro preciso. Consta de duas fases:
 A realização da linha de mira; e
 A realização da linha de visada.

Linha de Mira – É a distância, partindo-


se do olho do atirador, compreendida
entre a alça de mira e a massa de mira.
MASSA
ALÇA DE Para uma perfeita visada a massa deverá
MIRA
DE MIRA estar no centro do entalhe da alça e na
mesma altura.

MASSA

ALÇA

Linha de visada – é o
prolongamento da linha de mira
ao alvo.

213
FOTOGRAFIA

ALVO

MASSA

ALÇA

Ao se realizar a visada entre a alça, massa e alvo, forma-se uma figura que chamamos de
fotografia, uma figura de três pontos posicionados em diferentes distâncias; a visão humana (aonde
estaremos usando o nosso olho diretor) não permite a focalização nítida ao mesmo tempo de objetos
posicionados desta maneira; deve o atirador concentrar a mesma na massa, ficando a alça e o alvo
embaçados.

OLHO DIRETOR

A tomada da linha de mira deverá ser vista apenas por um dos olhos. Podemos atirar com os dois
olhos abertos ( o que é ideal), porem só um dos nossos olhos é que dirigirá a pontaria. Para isso
façamos como está na figura: formemos o símbolo norte-americano para “OK” com a mão que
normalmente empunhamos a arma, e dirigindo-a para o espelho do alvo ou para um ponto qualquer
de referência, olhemos através do orifício com um dos olhos e depois com o outro. Sentiremos
naturalmente qual dos olhos teve predominância (melhor acuidade visual) para dirigir a pontaria.

Normalmente, para quem é destro, a vista direita é o


olho diretor e, para quem é sinistro ou canhoto, o olho
será o esquerdo. Porém por características visuais de
cada indivíduo, poderá haver uma troca: o olho diretor
do destro poderá ser a vista esquerda e vice-versa. No
caso de armas curtas, não haverá tanto problema, pois
basta girarmos um pouco mais a cabeça. Contudo, para o
tiro com armas longas, haverá um problema a ser
resolvido. Os dois olhos totalmente abertos permitem
que a musculatura facial fique completamente relaxada,
evitando que ao se fechar um dos olhos mantendo o
outro aberto, dependendo do atirador, logo ele estará
com a pálpebra do olho diretor tentando fechar-se ou a
do outro tentando abrir-se, provocando tremores faciais.

214
RESPIRAÇÃO

CAVIDADE
PULMÃO
TORÁXICA
A respiração é uma combinação de processos
que determinam a condição geral física do atirador.
Nela observamos uma expansão e uma diminuição
do volume do tórax, causando movimentação de
ombros e consequentemente da arma. O diafragma é
o principal músculo responsável pela inspiração e
expiração, entrada e saída de ar dos pulmões, que
provoca uma certa oscilação do tronco podendo vir
a interferir no disparo. Todas as vezes que você
constatar o ritmo do coração mais acelerado do que
o normal (principalmente quando ele for
transmitido ao braço e à arma) ou quando sentir
diminuições da acuidade visual, nos intervalos entre
um e outro tiro, faça exercícios respiratórios
moderados, até que seja sanado o inconveniente
notado.

Durante a inspiração, os
pulmões se enchem de ar e
tendem a deslocar os ombros
para cima.

215
O ideal para que se obtenha um bom disparo, é que ao se iniciar a
expiração, suspenda-se a respiração; esta pausa deve coincidir com o
momento da visada e o acionamento do gatilho. É um erro comum
atirarmos com os pulmões cheios de ar; devemos ter o cuidado para não
procedermos desta forma. Recomenda-se que o controle da respiração seja
sempre exercitado, mas que atiradores iniciantes procurem mantê-la normal
e com o tempo, treinamento e ganho de experiência passem a controlá-la.
O controle da respiração tem 5% de participação no tiro preciso.

GRÁFICO DO CONTROLE DA RESPIRAÇÃO NO


MOMENTO DO DISPARO

216
PUXADA DO GATILHO
O gatilho deverá ser acionado lenta e progressivamente de forma ao atirador
ser surpreendido pelo disparo, ou seja, jamais deve-se comandar, determinar o
momento da deflagração do cartucho, pois isto ocorrendo haveria o que
denominamos de gatilhada e certamente o resultado obtido não seria o
desejado.
Agora bem sabemos que numa situação de defesa, numa ocorrência em que
há troca de tiros, logicamente não iremos estar acionando o gatilho lentamente,
progressivamente, no entanto para conseguirmos obter bons resultados numa
situação de acionamento rápido do mesmo, é necessário que tenhamos
completo domínio sobre o seu funcionamento, o que só conseguimos com o
constante treinamento.
Um detalhe, também muito importante, na puxada do gatilho, ao qual deve o
atirador estar atento é quanto ao posicionamento do dedo no mesmo, que nem
deve ser de mais nem de menos; observando-se os diferentes procedimentos
para disparos em ação dupla e em ação simples, que neste último deve ser
apenas com a ponta do dedo; deve-se ter o cuidado de ao colocar o dedo no
gatilho, sempre deixar um espaço mínimo (luz) entre ele e a armação da arma,
isto sendo muito necessário, pois – caso uma parte dele esteja encostada na
lateral – esta será movida em conjunto, ocasionando desvio do cano e, em
consequência, do ponto de impacto do projétil (observar figura). O
acionamento correto do gatilho significa 25% da possibilidade de um tiro
certeiro.

Durante a puxada do gatilho o


atirador deve ter a preocupação de
ir aumentando a pressão lenta e
continuamente, com bastante
suavidade e manter a todo custo as
miras alinhadas, perfeitamente
enquadradas no alvo.

Posicionamentos corretos do
dedo no gatilho.
 O da esquerda disparo em
ação simples;
 O da direita disparo em ação
dupla.
217
CONDICIONAMENTO MENTAL

Uma das propriedades fundamentais


dos seres vivos é a excitabilidade. Todo
organismo recebe estímulos do meio que o
rodeia e responde aos mesmos com reações
que o relacionam com o meio exterior.
Nos organismos multicelulares
superiores a reação entre a zona onde recai
a excitação e o órgão correspondente é de
responsabilidade do Sistema Nervoso:
penetrando com suas ramificações em
todos os órgãos e tecidos, este sistema une
todas as regiões do corpo em um todo,
consequentemente efetuando sua
integração.

EIXO MOTOR DO SISTEMA NERVOSO

Área motora
Via de informação
visual ( nervo óptico)

Nervos motores para


os músculos

Músculo extensor radial

Músculo flexor dos


dedos

218
Em qualquer movimento executado pelo corpo há necessariamente a
participação do Sistema Nervoso Central, responsável pela produção de
impulsos eletroquímicos que vão atuar sobre os músculos, causando sua
contração. O Sistema Nervoso Central é também responsável pela
manutenção do equilíbrio do corpo, tanto parado quanto em movimento;
O Sistema Nervoso Central acessa todo o corpo através das
ramificações compreendidas pelo Sistema Nervoso Periférico.
Após estas rápidas observações no âmbito neurológico vamos aplicá-
las em um Atirador que se propõe a competir numa prova de fogo central,
por exemplo. Esse atirador já possui alguma experiência em competições e
vem treinando há algum tempo.
Iniciada a prova, Raul (é o nome do nosso atirador) faz um ensaio
espetacular – 49 pontos em 50. Ele já começa a se sentir um pretenso
vencedor. Terminada a primeira série de cinco tiros, com 50 pontos,
alguns “luminosos” já começam a se acender em sua cabeça... “1 º lugar-
Campeão”... e por ai vai. DESCONCENTRA-SE. Começa a Segunda
série. Primeiro tiro, um 7 à direita. Raul toma um susto, não compreende o
que aconteceu. Parte para o segundo tiro e sai um 8 à esquerda. “Mas o
que é isso”, pensa Raul ? Não consegue mais fazer o que vinha fazendo,
tanto em treinamento como no início da prova. POR QUE ?

SISTEMA
NERVOSO
CONCENTRAÇÃO – Falta de concentração é o que motiva determinadas reações que vão
influenciar o Sistema Nervoso Central e o Sistema Nervoso Periférico.
Em tudo o que fizermos na vida, se não nos concentrarmos perfeitamente naquilo que desejamos, o
resultado não será o pretendido. Isto se aplica, em muito no Tiro ao Alvo, pois a qualquer instante que
nos desconcentrarmos teremos as surpresas mais negativas. Ao analisarmos o que ocorreu com nosso
atirador, Raul, veremos que, no instante em que ele começou a se imaginar vencedor da prova, deixou
de se concentrar e outros pensamentos vieram distrair sua atenção. Isso é suficiente para que seu
Sistema Nervoso Central entre em tensão, causando o descontrole no Sistema Nervoso Periférico.
“A CONCENTRAÇÃO É TIDA COMO SENDO ALGO EXCEPCIONAL SOMENTE PORQUE
NINGUÉM PROCURA ALCANÇÁ-LA E, NESTE PONTO, COMO EM MUITAS OUTRAS COISAS DA
VIDA, AS PESSOAS AS VEZES FALHAM A UM PASSO DA VITÓRIA”. O CONDICIONAMENTO
MENTAL REPRESENTA 30% DE UM TIRO PERFEITO.

DISCIPLINA MENTAL – Fundamentos – O controle da mente tornou-se fundamental ao tiro


avançado, pois somente o domínio das habilidades de ordem física não produz o desempenho exato e
uniforme para competir nos elevados escalões dos campeonatos internacionais. Muita pouca ênfase é
reservada ao ensino de “como pensar e o que pensar”.
A Disciplina Mental produz a “chave” que o atirador deve possuir para manter sua confiança,
pensamento positivo e capacidade de produzir uma “performance” vitoriosa. Além disso, produz um
interesse continuado que é estimulado pela vontade de melhorar sempre e pela capacidade de orientar e
manter um esforço mental; auxiliará a formação do pensamento e ação, evitando a super confiança, o
pessimismo e a exposição a certas condições que desmoronam a tranqüilidade mental.
219
A disciplina mental produz a estabilidade emocional tão necessária ao desenvolvimento do atirador.
Confiança em sua capacidade e domínio dos fundamentos básicos se combinam para produzir um
resultado seguro sob todos os tipos de tensão emocional.

MOTIVAÇÃO – Para conseguir altos resultados, torna-se necessário um controle exato de todos
os fundamentos, sob uma profunda concentração mental.
O seu pensamento deverá estar totalmente focalizado em planejar e executar uma série perfeita;
Você deverá auto-motivar-se para melhorar sempre seus resultados; deverá ficar de sobreaviso contra o
relaxamento de sua auto-determinação em empregar os fundamentos ao limite total de sua capacidade.
DESENVOLVIMENTO DA DISCIPLINA MENTAL – Uma aproximação gradual e completa
de todos os fundamentos planejados para antes de cada tiro irá aos poucos desenvolvendo sua
capacidade de obter disciplina mental.

A confiança reúne todos os fatores para criar condições de efetuar um bom tiro, com plena
convicção. Pensamento e ação positiva são o resultado da confiança: de ações e pensamentos positivos
antes do disparo e após o mesmo, aceitando-o sem lamentações, resultarão tiros consecutivos, livres de
ansiedade e angústia. O atirador não deverá se preocupar com os resultados, mas apenas com a
seqüência de ações e pensamentos necessários a um bom disparo. Conhecer sua habilidade, gerará a
confiança de que um bom desempenho poderá ser reproduzido à sua vontade. O pensamento positivo é
seguido da ação positiva. A confiança é gerada pelo sucesso obtido ao empregar com regularidade os
fundamentos básicos. Esta regularidade de execução da teoria é obtida em experiência prática intensiva
nos treinamentos. A repetição dos fundamentos básicos cria interesse e promessa de melhora constante;
O treinamento regular e continuado dá ao Atirador oportunidade de repetir muitas vezes um bom
resultado, o que o convencerá de sua capacidade; o desejo de melhorar estimula o interesse do
treinamento regular.
O atirador deve dirigir o seu esforço mental para combater a
tendência da mente em vagar sem rumo durante o período em que
uma forte concentração é indispensável ao perfeito controle de
alinhamento das miras. Dirija o esforço mental, item por item, até o
ato final, necessário à aplicação de força sobre o gatilho, soltando o
mecanismo de disparo SEM DESVIAR A LINHA DE MIRA.
Durante um curto espaço de tempo, torna-se necessário desligar-se
dos pensamentos alheios à concentração, afim de realizar o disparo do
tiro de modo controlado. Uma pré-determinação da sequência-padrão
de ação, necessária ao disparo de um bom tiro no alvo, permite ao
atirador manter a concentração por um período maior.
O planejamento meticuloso da sequência a executar bloqueia a
GRANDE CONDICIONAMENTO
mente a outros pensamentos indesejáveis.
MENTAL

OBS.:
1. Evite condições que o atirador sabe (ou deve saber) serem destrutivas à sua tranqüilidade e
controle emocional.
2. Evite contrariedades emocionais como: raiva, preocupação, desespero diante de condições
adversas, reclamar contra maus tiros, basear-se em falsas informações ou mesmo deixar-se
levar por comentários alheios.
3. Ignore resultados alheios, nunca espionando outros alvos.

220
4. Resista à tentação de se preocupar com seu resultado final.
5. Evite computar os tiros individualmente, antecipando seu resultado final.

A importância da confiança em si mesmo – Há muito tempo as pessoas lhe asseguram


que você deve ter confiança para atirar bem. CONFIANÇA EM QUE? Como se
consegue isso? Como conservá-la depois de obtê-la?
1. Principalmente e acima de tudo, deve-se ter confiança nos fundamentos que se
emprega;
2. Nada pode ser mais prejudicial do que tentar qualquer tarefa com idéias incertas
de como conseguir executá-la. Você deverá ACREDITAR e, de preferência, provar
a si mesmo que a linha de mira é mais importante do que a linha de visada.
Acreditar na cadência correta e na sua capacidade em executá-la constitui o maior
remédio para curar a ansiedade, angústia e “apavoramento”.
3. Confiança em si mesmo e em sua capacidade para executar estes fundamentos
corretamente.
4. Pense em termos otimistas e confiantes “posso fazê-lo!”. Entretanto, no
momento em que influenciar sua mente com qualquer derrotismo que impeça de
aplicar toda sua energia em sua tarefa, seu sucesso tornar-se-á duvidoso.
5. Já foi dito inúmeras vezes que um atirador deverá ter mente aberta, no sentido
de que devemos ter a capacidade para aceitar idéias novas. O que queremos é uma
concepção totalmente receptiva a pensamentos positivos e absolutamente
bloqueada a idéias negativas. “Não dê gatilhada!” Por mais verdadeiro que este
axioma seja, encerra uma idéia de fracasso, pois ocupa sua mente com uma coisa
que não deve fazer ao invés de dar uma idéia do que deve fazer. Será mais
construtivo pensar: “devo aplicar pressão firme e uniforme sobre o gatilho, sem
prejudicar a linha de mira, pois sempre que assim faço, obtenho um bom tiro”. Este
é o aspecto positivo da questão.

“Limpe sua cabeça de uma vez por todas, substituindo os


pensamentos negativos por idéias positivas”.

221
TIRO INSTINTIVO

É aquele que é disparado sem o uso das miras das armas. Pode ser feito
com a arma à altura da cintura ou do ombro, mas o atirador, em ambos os
casos está com a sua atenção voltada para o alvo e a arma é disparada
como quem aponta um dedo, isto é, instintivamente. Esse tipo de tiro deve
ser praticado à curta distância, já que sua aplicação prática é em situações de
defesa onde a ameaça está próxima e iminente, dificultando (ou não existindo)
o uso das miras.
Esse tipo de tiro não faz bonito nos “stands”, mas salva a vida de quem
o pratica. Ele não vence competições, mas lembre-se que as condições
encontradas em um combate armado são muito diferentes das circunstâncias
em que se desenvolve uma prova, onde é pouco provável que o alvo dispare
contra nós: é bem diferente atirar para ganhar medalhas e atirar para
sobreviver !
Os arquivos do F.B.I. indicam que cerca de 80% dos incidentes com
armas ocorrem a distâncias de um a dois metros entre os opositores e com
tempo de duração de 2,7 a 2,8 segundos; é óbvio que nestas distâncias de em
tão curto espaço de tempo se torna supérfluo o uso das miras.
O mais comum é que, ao se sentir ameaçado, o indivíduo atire sem olhar
as miras, pois sua atenção está totalmente concentrada no que o ameaça. O
Tiro Instintivo deve ser praticado por todos que estão preocupados em
desenvolver uma eficiente forma de defesa armada.

Apresentaremos a seguir algumas técnicas utilizadas para a execução do


Tiro Instintivo:

222
Diferentes técnicas de Tiro Instintivo

O método de Fayrbain e Sykes consiste em


efetuar o disparo com uma mão empunhando a
arma e levando-a até a altura do ombro, com o
braço estendido, corpo reto e pernas semi-
dobradas. A arma era disparada rapidamente sem
o auxílio de miras. Se o alvo estivesse a
distâncias maiores, as duas mãos podiam ser
usadas para segurar a arma. Essa posição é
adotada com as pernas e o corpo semi-curvados,
porque Fayrbain e Sykes sentiam que essa é uma
reação natural do corpo em situação de ameaça
iminente.
SYKES E FAYBAIN

D.B. – Déuxième Bureau, a elite da polícia francesa, desenvolveu um


sistema de tiro instintivo semelhante ao de Sykes e Fayrbain, com as pernas e o
corpo semi-arqueados e o braço que empunha a arma estendido à altura do
ombro. A mais notável diferença é que o braço esquerdo, no caso de um atirador
destro, é estendido com o dedo indicador da mão esquerda também apontando o
alvo. A precisão do disparo poderá ser maior já que ambas as mãos apontam na
mesma direção.

223
F.B.I. – POLÍCIA FEDERAL
norte-americana, adotou na década
de 30 uma forma de tiro instintivo
onde a arma era disparada à altura
dos quadris com o corpo e as pernas
semi-curvados e o braço esquerdo
cruzado sobre o peito, de forma a
“proteger” o coração. Proteção
pouco eficaz contra o disparo de um
adversário, convenhamos.

As três possibilidades que mostramos acima


foram extraídas da revista Magnum, realizamos o
tiro instintivo empregando todas elas e em seguida
procedendo conforme a foto ao lado, empunhando
a arma com ambas as mãos e levando a mesma a
altura dos olhos de modo que pudéssemos
visualizar a massa alinhada com o alvo; realizamos
várias sessões e em todas, empregando o saque-
rápido, a uma distância de 05m, conseguimos
efetuar 05 disparos no centro de 05 diferentes
alvos em 2,8 seg. Como podemos observar, é uma
boa técnica de tiro instintivo.

224
Observe que o atirador saca
sua arma com a sua mão forte, e a
outra, que lhe fornecerá uma
melhor empunhadura, já
posiciona-se à frente a espera da
mesma (arma).

Realizada a empunhadura, o
atirador conduzirá todo o conjunto
a altura dos olhos visualizando
massa e alvo.

225
ERROS MAIS COMUNS DURANTE A EXECUÇÃO
DO TIRO REAL

ESTRANGULAMENTO: O atirador que empunha a


arma com excesso de força, fará com que o cano
desloque-se para baixo e para direita.

GATILHADA: É o ato de puxar o gatilho para trás


depressa demais, o que fará com que os tiros atinjam a
parte inferior do alvo.

EXCESSO DE DEDO NO GATILHO: Ao


introduzir demasiadamente o dedo no guarda-mato,
ocorre uma pequena torção no momento do disparo, do
cano da arma para a direita.

ANTECIPAÇÃO DO COICE (RECUO): Quando


aperta-se o gatilho a espera do recuo, provocando
alteração no enquadramento das miras.

226
INCIDENTES E ACIDENTES DE TIRO

Quando lidamos com materiais e


equipamentos, estes por sua própria
natureza apresentam uma certa
possibilidade de ocorrerem problemas;
para os mesmos e para quem os utiliza.
Problemas esses que podem ser desde a
destruição do equipamento a graves
lesões físicas em quem o manuseia. É
de fundamental importância o estudo
de como reduzir ao máximo ou
extirpar a probabilidade dessas
ocorrências.

No nosso caso, esses equipamentos são as armas de fogo que utilizamos em


treinamentos e em “situação” no atendimento de ocorrências. Muitas vezes, ocorrem
falhas durante o uso dessas armas impedindo o seu funcionamento, bem como, por uso
indevido das mesmas (por imperícia, negligência ou imprudência) ocasionam lesões ou
até mesmo a morte de quem a utilizou ou de terceiros.
O estudo a que nos referimos, se traduz na observância dos procedimentos de
segurança em geral, e no correto uso dessas armas. O assunto a seguir, “acidentes e
incidentes de tiro e avarias suas causas e correções”, trata desta questão e mostra
alguns procedimentos quando da ocorrência de falhas em alguns armamentos.

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1 - DEFINIÇÕES:

a) INCIDENTE DE TIRO:

É a interrupção do tiro da arma resultante de uma ação imperfeita de


uma peça, ou de falha da munição, ou ainda de imperícia do atirador.

b) ACIDENTE DE TIRO:

É toda ocorrência de que resulte dano ou avaria da arma, material


estranho a arma ou de pessoas, em consequência de funcionamento anormal
da arma ou munição, provocado ou não por imprudência, imperícia ou
negligência de um ou mais agentes.

c) AVARIA:

É o resultado de uma ação prejudicial à arma, podendo ser oriunda de


um acidente durante o tiro ou de qualquer outra causa fortuita.

d) MANUTENÇÃO PREVENTIVA:

É o conjunto de cuidados e serviços realizados, com a finalidade de


manter o armamento em satisfatórias condições de operações, de
periódicas inspeções e averiguações, e de correção de incipientes
falhas antes de ocorrerem (ou evoluírem) para defeitos ou avarias mais
graves.

e) DEFLAGRAÇÃO RETARDADA:

É o resultado de uma falha temporária ou atraso na ação de uma


espoleta ou carga de projeção. Durante alguns segundos não se pode
distingui-la de uma nega.

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f) NEGA:

É uma falha no tiro de uma arma, quando o gatilho é apertado e há o


funcionamento normal do percussor.

g) SUBSTITUIÇÃO:

É a operação que consiste em trocar peças defeituosas por outras em


boas condições de funcionamento.

h) REPARAÇÃO:

É a operação que consiste em colocar em boas condições de


funcionamento as peças, sem necessitar de trabalhos de rebitagem pesada,
ou usinagem de precisão, ou ajustagem mecânica, ou alinhamento ou
centragem ou balanceamento.

i) RECUPERAÇÃO:

É a operação que consiste em colocar em estado de novo – quanto ao


aspecto e ao funcionamento – as peças ou armas, compreendendo
desmontagem completa, trabalhos necessários a fazer o material voltar à
situação de perfeito funcionamento, montagem e verificação.

j) REGULAGEM:

É a operação que consiste em colocar peças, com as folgas, cursos,


medidas ou indicações prescritas pelos manuais técnicos para armas e
serviços.

l) AJUSTAGEM:

É a operação que consiste em adaptar, entre si, as superfícies que


trabalham em contato, a fim de obter as melhores condições de

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funcionamento, de acordo com as prescrições para os órgãos de Material
Bélico.
2 – CAUSAS GERAIS DE ACIDENTES E INCIDENTES DE TIRO:

a) MATERIAL:

A manutenção preventiva – que inclui também a lubrificação correta e a


inspeção para verificação de partes gastas, frouxas ou danificadas –
realizada de maneira deficiente ou imprópria, é a causa da maior parte de
acidentes ou de incidentes de tiro, ou avarias.

b) PESSOAL:

A imperícia, a imprudência, a negligência, são na maioria das vezes, as


causas do mau funcionamento das armas.

3 – PREVENÇÃO DE ACIDENTES E INCIDENTES DE TIRO E OUTRAS


OCORRÊNCIAS:

a) Usar sempre o armamento, a munição, o equipamento etc, somente


para as finalidades para as quais foram produzidos originalmente;

b) Examinar todo o seu material diariamente para descobrir qualquer


irregularidade ou peças perdidas;

c) Cumprir todas as prescrições aplicáveis ao material;

d) Participe, na forma da legislação vigente, com urgência, ao superior


hierárquico imediato, toda e qualquer irregularidade ocorrida com o material
bélico;

e) Não realize alterações ou reparos que não seja autorizado ou


especificado, pelo órgão competente a fazê-los, salvo quando existam
condições excepcionais e urgentes que exijam que se adote todas as
medidas possíveis para manter sua arma em funcionamento.

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f) Os mecanismos das diversas armas devem ser adequadamente
lubrificados. Avarias tem ocorrido pelo continuado uso de armas sem
lubrificação adequada de suas partes em funcionamento.

g) A contínua falta de lubrificação das partes em funcionamento resulta


aquecimento à fricção, que é suficiente para aumentar danosamente o
desgaste das peças, para vencer a força de expansão da mola antes dos ciclos
de trancamento estarem terminados. O trancamento ou o fechamento parcial
produz freqüentes falhas ou negas. Evitar a lubrificação excessiva.

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a) Revólver calibre .38:

Incidentes Causas Correção ou ação imediata


Há percussão mais não há 1) Munição defeituosa  Esperar 30 segundos
disparo 2) Percussão incompleta  Substituir munição
Não há percussão 1) Percussor deformado  Substituição das peças gastas
2) Mola real gasta ou deformada ou defeituosas
Quando o tambor não 1) Vareta do extrator frouxa  Apertar vareta do extrator
abre 2) Resíduo de chumbo na antecâmara  Limpeza do armamento
3) Projétil preso entre o cano e uma das  Retirada do projétil preso
câmaras  Folgar parafuso do suporte
4) Parafuso do eixo do suporte do tambor do tambor
muito apertado  Substituir ferrolho do
5) Ponta do ferrolho curta tambor
Quando o tambor não 1) Vareta do extrator frouxa  Apertar a vareta do extrator
fecha 2) Espoleta alta  Substituir a munição
3) Cartucho mal colocado na câmara  Ajustar a munição
4) Suporte do tambor fora do lugar  Ajustar o suporte do tambor
5) Sujeira entre a dobradiça e a armação  Limpeza do armamento
Quando o acionamento do 1) Sujeira no mecanismo  Limpeza do armamento
gatilho está muito pesado 2) Falta de lubrificação  Lubrificação do armamento
3) Acionamento imperfeito do gatilho  Destreza no manuseio
4) Resíduo de chumbo na antecâmara  Ajuste da mola real
5) Mola real muito apertada  Substituição da munição
6) Espoleta alta  Ajuste da munição
7) Cartucho não penetrado totalmente na 
Ajuste do tambor
câmara
8) Tambor não fechado totalmente
Quando o tambor não 1) Resíduo de chumbo na antecâmara.  Limpeza do armamento
gira 2) Espoleta alta  Substituição da munição
3) Cartucho não penetrado totalmente na  Ajuste da munição
câmara  Substituição do eixo do
4) Eixo do impulsor do tambor quebrado tambor
5) Projétil parado entre o cano e uma  Retirada do projétil
câmara do tambor  Destreza no manuseio
6) Acionamento imperfeito do gatilho
Quando o cão não arma – 1) Mola da alavanca de armar quebrada  Substituir mola da alavanca
ação simples 2) Mola real apertada demais de armar
 Ajustar mola real
Quando o tambor gira 1) Inexistência da mola do retém do  Colocação da mola do retém
livremente tambor do tambor
2) Retém do tambor fora do lugar ou  Substituição do retém do
quebrado tambor
3) Alojamento do tambor com folga  Ajuste do alojamento do
4) Desgaste do retém do tambor tambor
 Substituição do retém do
tambor
Quando há dificuldade de 1) Existência de resíduo de chumbo na  Limpeza do armamento
colocar o cartucho na câmara  Calibragem do cartucho
câmara 2) Cartucho descalibrado  Substituição da munição
3) Rebarba de chumbo do projétil na
borda do cartucho

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b) Pistola 380 ACP (Taurus) / 9mm (Bereta) / 7,65mm (Taurus):
Incidentes Causas Correções ou ação imediata
Falha na 1) Carregador sujo ou defeituoso  Limpar, substituir
apresentação 2) Munição defeituosa carregador
3) O ferrolho não extrai ou ejeta  Substituir a munição
 Substituir o ferrolho
Falha no 1) Câmara suja  Limpeza do armamento
carregamento 2) Arma suja  Substituir a munição
3) Cartucho defeituoso
4) Ruptura do estojo
Falha na percussão 1) Cartucho defeituoso  Substituir a munição
2) Defeito no trancamento da arma por  Limpeza no armamento
sujeita  Substituir percussor ou mola
3) Percussor ou mola defeituoso
Falha na extração 1) Câmara suja  Limpeza no armamento
2) Estojo defeituoso  Substituir a munição
3) Extrator defeituoso  Substituir o extrator
Falha na ejeção 1) Ejetor defeituoso  Substituir ejetor
2) Estojo defeituoso  Substituir munição
Falha no retém do 1) Transportador defeituoso  Substituir transportador
ferrolho 2) Dente da chaveta de fixação do cano  Limpeza do armamento
gasto ou com rebarba  Substituir carregador
3) Carregador defeituoso

c) Submetralhadora 9mm MT-12/MT-12A e Metralhadoras MT 40 S&W


e .45 INA.
Incidentes Causas Correção ou ação imediata
Falha na 1) Arma suja e mal lubrificada  Limpar e lubrificar a arma
apresentação ou no 2) Carregador danificado  Substituir o carregador
carregamento 3) Cartucho não entra na câmara  Substituir a munição
impedindo o fechamento
4) Ruptura do estojo
Falha na percussão 1) Ferrolho não fecha perfeitamente  Retirar munição da câmara
2) Munição defeituosa  Substituir a munição
Falha na extração 1) Câmara suja  Limpeza do armamento
2) Munição suja  Limpeza da munição
3) Extrator rompido ou mola defeituosa  Substituir extrator ou mola
Rajada de 2 ou 3 tiros 1) Registro de disparo sujo ou gasto  Limpeza ou substituição do
com registro registro de disparo
intermitente
Falha na segurança 1) Peças defeituosas  Substituir peças
Ferrolho não avança 1) Peças gastas  Substituir peças danificadas
ao acionar o gatilho 2) Molas quebradas  Limpeza do armamento
3) Corpos estranhos

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d) Fuzil 7,62mm M(964) FAL / Fuzil 7,62mm SA – PARA SA :
Incidentes Causas Correção ou ação imediata
Falha na apresentação ou 1) falta de recuo ou  Ajustar escape de gases
no carregamento insuficiência de gás  Limpeza ou substituição do
2) Excesso de gás carregador
3) Carregador sujo/defeituoso
Falha no carregamento 1) Câmara suja  Limpar armamento
2) Arma suja  Substituir munição
3) Cartucho defeituoso
4) Ruptura do estojo
Falha na percussão 1) Cartucho defeituoso  Substituir munição
2) Defeito no trancamento da  Limpeza do armamento
arma por sujeira  Substituir percussor
3) Percussor defeituoso
Falha na extração 1) Insuficiência de gás  Regular o escape de gases
2) Câmara suja  Limpeza da arma e munição
3) Estojo sujo  Substituir o extrator
4) Extrator defeituoso
Falha na ejeção 1) Insuficiência de gás  Regular o escape de gases
2) Caixa da culatra suja  Limpeza do armamento
3) Ejetor defeituoso  Substituir carregador
Falha no retém do 1) Insuficiência de gás  Regular escape de gás
ferrolho 2) Retém do ferrolho sujo  Limpeza do armamento
3) Carregador defeituoso  Substituir carregador

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e) Espingarda de repetição cal. 12 CBC:
Incidentes Causas Correção ou ação imediata
Falha na percussão 1) Munição defeituosa  Substituir munição
2) Percussor quebrado  Substituir percussor
Falha na extração 1) Câmara suja  Limpeza no armamento
2) Estojo defeituoso  Substituir a munição
3) Extrator defeituoso  Substituir o extrator
Falha na ejeção 1) Extrator defeituoso  Substituir o extrator
2) Ejetor quebrado  Substituir o ejetor
Emperramento 1) Sujeira no mecanismo  Limpeza do armamento
2) Falta de lubrificação  Lubrificação do armamento
Falha na apresentação do 1) Mola do êmbolo defeituosa  Substituir mola
cartucho 2) Munição defeituosa  Substituir munição
3) Transportador defeituoso  Substituir transportador
4) Corrediça quebrada  Substituir corrediça
5) Mola do localizador direito  Substituir a mola
quebrada
Falha no carregamento 1) Câmara suja  Limpeza do armamento
2) Cartucho defeituoso  Substituir munição
3) Ferrolho defeituoso  Substituir o ferrolho
4) Corrediça quebrada  Substituir a corrediça
Não há fechamento e/ou 1) Ferrolho com defeito  Substituir ferrolho
trancamento 2) Trava da corrediça  Substituir trava
quebrada

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Bibliografia

 Toda a obra da revista trimestral Magnum;


 Alguns fascículos da revista mensal Hunter;
 Alguns Manuais de Armas do Exército;
 Alguns fascículos da obra Armas Ligeiras de Fogo;
 Catálogo de armas da Heckler Koch;
 Apostilas fornecidas no período acadêmico (CFO);
 Alguns livros e revistas de armas americanos;
 Consulta à INTERNET.

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O autor, Wellington Bezerra Câmara Jr.,
é Oficial da Polícia Militar de
Pernambuco e exerce a atividade de
instrutor de armamento, munição e tiro já
há alguns anos, no Curso de Formação de
Oficiais (APMP), no Centro de Formação
e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP) e
diversos cursos isolados de
especialização, tais como o de Operações
Policiais Especiais, o Intensivo de
Operações e Sobrevivência em Área de
Caatinga e outros; possui os cursos de
Operações Policiais Especiais (COPE), o
de Patrulhamento Policial de Alto Risco e
Sniper Policial, ambos pela TEES Brazil,
e os Estágios de Atualização de
Instrutores - PMPE e de Segurança de
Autoridades – Ministério do Exército;
exerce a atividade de Desportista do Tiro
Prático, onde já representou a Corporação
em diversas provas, tendo sido Campeão
em seu Estado (1999), Vice – Campeão
na Região Norte-Nordeste (1999), 4º
colocado geral no Campeonato Brasileiro
de Saque Rápido 1999 (1º lugar entre os
Policiais participantes) e 3o. colocado
individual e Campeão por equipe no
Campeonato brasileiro de Tiro policial
2001; serve atualmente na 1 ª Companhia
Independente de Operações Especiais (1ª
CIOE), grupamento especializado para
atuar como último recurso do Estado no
combate à criminalidade.

F- (81) xx 34292887
(81) 9252 3844

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