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POLÍCIA MILITAR DA BAHIA

INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA


CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS
ESTABELECIMENTO DE ENSINO CEL PM JOSÉ IZIDRO DE SOUZA
DIVISÃO DE ENSINO

CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS

ARMAMENTO E TIRO POLICIAL I

Atualização:
Subtenente Edson Gomes
1º Sgt PM Magno Augusto Césario Santana
Baseada na Ementa de Abril de 2018

ANO 2018
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 2

SUMÁRIO

1 TERMOS TÉCNICOS............................................................................................03
2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.................................................................................10
3 CLASSIFICAÇÃO...................................................................................................10
4 NORMAS DE SEGURANÇA..................................................................................14
5 LEGISLAÇÃO BÁSICA DO TIRO..........................................................................16
6 FUNDAMENTOS DO TIRO POLICIAL...................................................................19
7 ESTUDO DA PISTOLA TAURUS PT100...............................................................23
8 ESTUDO DA PISTOLA TAURUS PT840 ..............................................................43
9 ESTUDO DO BÁSICO DO REVÓLVER ................................................................52
10 ESTUDO DOS CARTUCHOS...............................................................................56
11 BIBLIOGRAFIA.....................................................................................................75
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TERMOS TÉCNICOS

No decorrer do curso, quando da apresentação dos mais diversos


armamentos utilizados pela nossa Instituição, utilizaremos durante as aulas diversos
termos técnicos, pelo que aqui vai à definição de cada um deles:

Ação Dupla: mecanismo que faz com que a arma seja disparada sem ser
necessário engatilhar o cão antecipadamente.

Ação Simples: mecanismo de funcionamento onde o cão deve ser engatilhado


antes que o primeiro tiro seja efetuado

Aço Inox: aço inoxidável. Termo utilizado incorretamente, uma vez que, o correto
seria “Stainless”, que significa “menos oxidável”, já que o aço inox é apenas menos
oxidável que os demais.

ACP: Abreviatura de Automatic Colt Pistol.

Alça de Mira: dispositivo situado na parte posterior de uma arma destinado a


permitir a visada ou pontaria a um alvo pré-determinado. É fixa, quando não pode
ser deslocada horizontal ou verticalmente, ou regulável, quando pode ser deslocada
horizontal ou verticalmente.

Alcance de Alça: é o maior alcance que pode ser registrado na alça de mira.

Alcance Máximo: distância maior que um determinado projétil pode alcançar ou em


que perde sua energia cinética. O alcance máximo depende das características
balísticas de cada cartucho, do cumprimento do cano da arma e do ângulo em que o
disparo foi efetuado.

Alcance Útil: é aquele em que realmente se utiliza a arma, aproveitando a primeira


parte da trajetória da “bala”, onde apresenta melhores qualidades balísticas, ou seja,
tensão na trajetória, menor dispersão. É a distância máxima em que o projétil
causará ferimentos de certa gravidade a um homem, ou em que ainda possuirá uma
energia equivalente a 13,6 Kgm, ou ainda, a distância em que um projétil ainda pode
ter eficácia.

Alimentar: é a colocação do carregador municiado na arma, ou do cartucho


diretamente em alojamento apropriado da arma sem, contudo, carregá-la.

Alinhamento: linha de visada entre a alça, massa de mira e o alvo.

Alma: face interna do cano de uma arma. A alma pode ser lisa quando a superfície
em questão é absolutamente polida, como por exemplo, no caso dos canos das
espingardas que calçam cartuchos com múltiplos projéteis de chumbo; a alma é
raiada quando a superfície em referência possui sulcos helicoidais, dispostos no
eixo longitudinal, destinados a forçar o projétil a um movimento de rotação.

Ambidestro (a): diz-se das armas e dispositivos de segurança que podem ser
operados indistintamente por destros e canhotos.
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Anodização: acabamento feito por banho eletrolítico em ligas leves de metais.

Antecarga: diz-se da arma que se carrega pela boca do cano.

Arma Automática: arma capaz de disparar todo o conteúdo do carregador com um


só acionamento do gatilho, bastando que este continue pressionado até o fim da
munição.

Backup Gun: arma de apoio, 2ª arma.

Bala: termo vulgar utilizado no quotidiano como sinônimo de cartucho, munição ou


até de projétil.

Baletão: termo já consagrado para cartucho de caça com projétil único. Eqüivale ao
termo em inglês “slug”, ou ainda, balote, hélice e bala ideal.

Balística: ciência que estuda os aspectos físicos relativos aos projéteis.

Balística Externa: estudo dos aspectos físicos relativos aos projéteis, depois que
estes deixam o interior do cano de uma arma.

Balística Interior: estudo dos aspectos físicos relativos aos projéteis, enquanto
estes ainda estão percorrendo o interior do cano de uma arma.

Banda Ventilada: fita metálica colocada sobre o cano de uma arma para evitar
reflexos, além de dar peso à arma e elevar a massa de mira a uma altura desejável.

Blue: azul. Sistema de escurecimento de partes metálicas de armas de fogo para


evitar a oxidação, através de um banho fervente de sais metálicos e água.

Bursts: rajadas curtas, normalmente de dois ou três disparos, visando economia de


munição.

Cadência de Tiro: velocidade de um disparo de uma arma. Em geral, esta variável é


usada para armas automáticas, definindo o número de projéteis disparados por
minuto. É assim chamado o tipo de tiro que a arma pode fazer, ou seja, intermitente
ou semi-automático e contínuo ou automático.

Calibre: é a medida do diâmetro entre os fundos do raiamento do cano de uma arma


(diâmetro do projétil) ou o diâmetro medido entre cheios, isto é, medido diretamente
na boca do cano desconsiderando-se a profundidade do raiamento (calibre real).
Algumas vezes o calibre pode ser expresso em milímetros e outras vezes em
centésimos de polegadas. Exemplo: 7,62 mm, que corresponde exatamente ao
.30.

Câmara: parte posterior do cano que recebe o cartucho completo e que o mantém
firme durante o disparo.

Cartucho: termo corretamente utilizado para designar o conjunto estojo / pólvora /


projétil / espoleta. Pode ser utilizado para identificar projéteis únicos ou múltiplos.

Carregador: depósito de cartuchos, colocados uns sobre os outros, de forma


monofilar ou bifilar
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Choke: termo em inglês que define uma constricção da boca dos canos das
espingardas de caça, a qual tem a finalidade de agrupar mais os múltiplos projéteis
de chumbo.

Coronha: peça de apoio ligada à caixa da culatra e mecanismos de armas longas,


geralmente feitas em madeira.

Culote: porção traseira do estojo de um cartucho onde estão localizadas a canaleta


de extração e a espoleta. Na base do culote são normalmente encontradas letras,
números e símbolos que identificam calibre, fabricante, validade, etc.

Custom: termo em inglês já praticamente adotado no tiro e que significa arma sob
encomenda, sob medida ou ainda modificada para determinado tipo de tiro ou
esporte.

Carregar: é a colocação do cartucho diretamente na câmara da arma, deixando a


arma pronta para o disparo.

Cheios: são nervuras entre as raias.

Die: ferramenta utilizada em recarga de munição.

Engatilhar: armar o cão ou o mecanismo de disparo de uma arma.

Escopeta: termo em castelhano para designar espingarda.

Espoleta: também conhecida como espoleta iniciadora é um pequeno copo


metálico, onde se localiza a substância química (mistura iniciadora) responsável pela
geração da chama inicial (quando percutida) e conseqüente combustão de
propelente no interior do estojo. As mais comuns em armas portáteis são as do tipo
berdan, boxer.

Extrator: peça metálica com uma espécie de garra em sua extremidade anterior
destinada a retirar o estojo da câmara.

Grain: unidade de peso no sistema norte-americano equivalente a 0,0648 de uma


grama. 7.000 grains eqüivale a 1 libra.

Guarda-Mato: proteção metálica ou de plástico, de forma recurva, que envolve o


gatilho das armas portáteis. O guarda-mato de algumas pistolas modernas tem uma
concavidade anterior para permitir melhor posicionamento da segunda mão no ato
do tiro.

Impacto: energia transmitida por um projétil ao chocar-se com determinado alvo.

Kevlar: material sintético utilizado para fabricar coletes a prova de balas, blindagens
e capacetes.

Magnum: indica carga mais forte num determinado cartucho, utilizado também em
armas especiais.
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Massa de Mira: parte do aparelho de pontaria de uma arma, que é normalmente


montada próxima à extremidade anterior do cano.

Mecanismos de armas automáticas ou semi-automáticas da atualidade:


a) Blowback - Simples recuo: identifica o sistema no qual o ferrolho e o cano
não são travados. A abertura do ferrolho ocorre tão logo a sua inércia e força da
mola recuperadora são vencidas. Tecnicamente só deve ser utilizado em Armas de
pequeno calibre (até .380 ACP).

b) Delayed blowback - Recuo retardado: identifica o sistema no qual o


ferrolho e o cano são travados por um determinado espaço de tempo após o
disparo, permitindo assim que a pressão interna caia para valores seguros antes que
o ferrolho se abra. Utilizado obrigatoriamente em armas de calibre acima do .380
ACP.
c) Gas Operated Bolt - Operado a gás: identifica o sistema no qual o
movimento do ferrolho é executado com o auxílio dos próprios gases oriundos da
queima do propelente. É geralmente utilizado em Armas Longas ou metralhadoras
modernas e sempre incorpora um sistema de retardamento da abertura do ferrolho.
Mecanismos de repetição de armas longas:

a) Bolt action: termo em inglês que significa ação por ferrolho.

b) Lever action: termo em inglês que significa ação por alavanca.

c) Pump action: termo em inglês que significa ação por bomba.

Municiar: é o ato de colocar cartuchos no carregador de uma arma.

Onça: medida de peso que equivale a 28,35 gramas.

Oxidação: colocação de uma película protetora azul ou preta em armas de fogo,


imergindo as peças metálicas a serem oxidadas em meio líquido fervente de sais
metálicos e água.

Parabellum: denominação dada à pistola Luger. Deriva do endereço telegráfico da


fábrica DWM. O termo tem sua origem na frase latina si vis pacem, para bellum,
que quer dizer se desejas a paz, prepara-te para a guerra.

Pistol Grip: ou empunhadura de pistola, parte da coronha de armas longas, logo


atrás do guarda-mato, similar a uma empunhadura de pistola.

Polegada: medida de comprimento que equivale a 25,4mm.

Provete: equipamento para disparo de munição, com o fim de medir a pressão


gerada pelos gases resultantes da queima da pólvora.

Raias: são sulcos helicoidais paralelos abertos na alma.

Velocidade Prática de Tiro: é o máximo de disparos que pode ser feito por uma
determinada arma, em 1 minuto, levando-se em consideração o tempo gasto para a
feitura da pontaria, ou seja, tudo aquilo que se fazem realmente quando se utiliza a
arma.
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Velocidade Teórica de Tiro: é o número de disparos ou tiros que pode ser feito por
uma arma, em 1 minuto, não levando em consideração o tempo gasto na
alimentação, na resolução de incidentes de tiro, ou seja, supõe-se que a arma é
dotada de um carregador de capacidade infinita, bem como, que não haja incidente
de tiro, não sendo feita pontaria.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Compreende-se por armas leves, aquelas que, possuem peso e volume


relativamente reduzidos, podendo ser transportadas, geralmente por um homem, ou
em fardos por mais de um, além de possuírem o seu calibre inferior ou igual a .50,
ou seja, 12,7mm. Daí chamar-se de armas leves, todas as armas de fogo, inclusive,
as automáticas que possuem calibre até 12,7mm.

CLASSIFICAÇÃO

Para fins de estudo, o armamento leve é classificado, segundo suas


características em:

►QUANTO AO TIPO

a) de porte: quando pelo seu pouco peso e dimensões reduzidas pode ser
conduzido em um coldre. Exemplos: Revólver, Pistola;

b) portátil: quando apesar de possuir um peso relativo pode ser conduzido por um
só homem, sendo para facilidade de transporte, dotado de uma bandoleira.
Exemplos: Mosquetão, Carabina, Submetralhadora, Espingarda, Metralhadora
Madsen.

c) não-portátil: quando pelo seu grande peso e volume, só pode ser conduzido em
viatura ou dividido em fardos, para serem transportados por vários homens.
Exemplo: Metralhadora a gás.

►QUANTO AO EMPREGO

a) individual: quando se destina à proteção daquele que a conduz, não exigindo


para sua perfeita utilização mais que um indivíduo.

b) coletivo: quando se destina à proteção de um grupo de homens ou fração de


tropa, sendo ainda necessário mais de um homem para sua perfeita utilização.
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►QUANTO AO FUNCIONAMENTO

a) de repetição: é aquela em que o princípio motor é a força muscular do atirador,


decorrendo daí a necessidade de se repetir à ação para cada disparo. Exemplos:
Revólver, Mosquetão, Carabina Puma, Espingarda de Repetição.

b) semi-automáticas: são aquelas que realizam automaticamente todas as


operações do funcionamento, com exceção do disparo. Exemplos: Pistolas,
Carabina Taurus/FAMAE, Fuzil IMBEL MD2A1.

c) automáticas: são aquelas que realizam automaticamente todas as operações de


funcionamento. Exemplos: Metralhadora Madsen, PARAFAL, FAL, FAP.

►QUANTO AO PRINCÍPIO DO FUNCIONAMENTO

a) Armas que utilizam a força muscular do atirador: caracteriza-se pela utilização


da força muscular do atirador, através do manuseio da arma, que desenvolve os
mecanismos responsáveis pela realização do tiro. Exemplos: Mosquetão, Revólver,
Carabina Puma.

b) Armas que utilizam as pressões dos gases resultantes da queima da carga


de projeção: caracteriza-se pelo aproveitamento da pressão gasosa decorrente da
explosão do propelente existente no interior do cartucho, que aciona os mecanismos
responsáveis pelo do tiro a tiro, podendo ocorrer este aproveitamento de três
formas:

- Ação dos gases sobre o ferrolho: caracteriza-se pela expansão dos gases
decorrentes da deflagração, que impulsiona o projétil para frente e a cápsula para
trás, com este movimento da cápsula, o ferrolho também é recuado e desta forma, a
cápsula deflagrada é ejetada e o cão novamente armado. Em seguida, a mola
recuperadora impulsiona o ferrolho para frente que, por sua vez, coloca uma nova
munição na câmara. Exemplos: Submetralhadoras, Pistolas.

- Ação dos gases sobre o êmbolo: caracteriza-se pela expansão dos gases, após a
deflagração, que impulsiona o projétil para frente, iniciando o seu percurso dentro do
cano da arma, contudo, em certo ponto do cano existe um pequeno orifício que se
comunica ao receptáculo do êmbolo, quando parte dos gases penetra por este
orifício e empurra o êmbolo para trás. Por sua vez, o êmbolo aciona o ferrolho, que
então, produz os processos de ejetar e colocar outro cartucho na câmara. Este
sistema foi desenvolvido com o principal objetivo de causar um retardamento
mecânico no funcionamento automático, com vistas a diminuir a velocidade teórica
de tiro de armas que devido ao seu peso e dimensões seriam de difícil controle se
disparassem 800 tiros por minuto, a exemplos: FAL, PARAFAL, AK 47.

- Ação dos gases fazendo recuar o cano: caracteriza-se pela expansão dos gases,
após a deflagração, que impulsiona o projétil para frente, proporcionando o recuo do
cano. Este recuo provoca o acionamento das partes mecânicas responsáveis pela
ejeção da cápsula deflagrada e apresentação de um novo cartucho à câmara de
explosão. Exemplo: Metralhadora Madsen.
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►QUANTO À ALIMENTAÇÃO

a) manual: Revólver, Espingarda, Carabina;

b) com carregador
- de pano do tipo fita: Metralhadora a gás - MAG
- metálico do tipo lâmina: Mosquetão ou do tipo cofre: Pistola, Submetralha-
dora.

►QUANTO AO SENTIDO DA ALIMENTAÇÃO

- da direita para a esquerda: Submetralhadoras Thompson.


- da esquerda para a direita: Metralhadoras com carregadores de pano, tipo fita.
- de cima para baixo: Metralhadora Madsen.
- de baixo para cima: Pistolas, Fuzis, Submetralhadoras.
- antecarga: Espingardas de socar.
- retrocarga: Revólver, Carabina Puma.

►QUANTO AO RAIAMENTO

a) alma raiada: Revólver, Pistola, Submetralhadoras, Fuzis.


b) alma lisa: Espingardas

►QUANTO AO CALIBRE

a) Sistema Métrico ou Sistema Europeu: 5,56 mm; 6,35 mm; 7 mm; 7,62 mm; 9
mm; 10 mm;

b) Sistema Inglês ou Norte - Americano: .22; .25; .30; .32; .38; .40; .45; .50;

c) Convencionada (utilizados em espingardas): 12; 16; 20; 28; 36.

NORMAS DE SEGURANÇA

O manuseio de qualquer arma de fogo deve sempre ser precedido de alguns


cuidados relativos à segurança. Por conhecermos vários exemplos de policiais
militares que se acidentaram ou até mesmo perderam a vida, devido a falta de
observação a esses cuidados. Relacionamos a seguir, algumas normas de
segurança que deverão ser devidamente observadas no trato com armas de fogo,
senão vejamos:

a) Antes de tocar em uma arma que não conheça, obtenha informações sobre
o seu manuseio, antes de utilizá-la. Seja humilde;

b) Nunca pergunte se uma arma está carregada, verifique você mesmo;


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c) Trate uma arma de fogo como se ela estivesse permanentemente


carregada;

d) Nunca deixe uma arma carregada, de forma descuidada;

e) Ao receber ou passar uma arma para alguém, proceda com a arma aberta
e descarregada;

f) Não permita que pessoa não preparada manipule sua arma;

g) Sempre que descarregar uma arma, conte os cartuchos e verifique a(s)


câmara(s), carregadores ou depósitos;

h) Sempre que for carregar ou descarregar sua arma, o faça com o cano
apontado para uma direção segura e com o dedo fora da tecla do gatilho;

i) Sempre que for sacar ou colocar a arma ao coldre, o faça com o dedo fora
da tecla do gatilho;

j) Ao municiar o carregador ou quando for alimentar manualmente uma arma,


certifique-se que os cartuchos a serem utilizados, correspondem ao calibre da
mesma;
k) Mantenha o dedo fora da tecla do gatilho, até que você esteja realmente
pronto para o disparo e apontando para o local desejado;

l) Não aponte uma arma para algo, que você não pretenda acertar, nem por
brincadeira;

m) Antes de proceder a manutenção de uma arma, certifique-se de que esteja


descarregada;

n) Ao guardar uma arma em sua residência, escolha um lugar seguro, longe


do alcance dos olhos, principalmente, das crianças;

o) Drogas, álcool e armas NÃO se combinam;

p) Não corra, não ultrapasse obstáculos, não execute esforço físico com o
dedo na tecla do gatilho. Seu acionamento é natural e inconsciente.

q) Lembre-se que o sistema de segurança de uma arma é apenas um


dispositivo mecânico e não um substituto do bom senso;

r) Sempre que estiver portando ou manuseando uma arma, concentre-se no


que está fazendo e pense em segurança, antes, durante e depois do uso;

s) Segurança é prevenção e prevenção é treinamento. Antecipe-se sempre ao


inesperado, caso contrário, só restará arrependimento e responsabilização pelo ato.
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LEGISLAÇÃO BÁSICA DO TIRO POLICIAL

Neste capítulo trataremos de questões especificas relativas ao registro,


autorização para aquisição e porte de arma de fogo, baseadas na Lei 10.826
(Estatuto do Desarmamento) e na Portaria 035/2005 do Comando Geral da PMBA,
onde constam a seguir as principais regulamentações publicadas nesta Portaria,
visando proporcionar ao policial um conhecimento básico da legislação de tiro, que o
habilite a intervir com segurança em ocorrências envolvendo arma de fogo.

Da Aquisição de Armas de Fogo, Munições e Coletes

Artigo 45 (Portaria 35 CG) - O militar estadual, respeitado o limite de 06 (seis)


armas de fogo de uso permitido, poderá ter a propriedade:
I - duas armas de porte;
II - duas armas de caça de alma raiada ou duas de tiro ao alvo;
III - duas armas de caça de alma lisa.

Artigo 47 (Portaria 35 CG) - Ao assinar o pedido de autorização para adquirir arma


e/ou munições ou colete, o militar estadual deverá formalizar, também, o seu pleno
conhecimento do contido nesta Portaria.
Parágrafo único - O militar estadual inativo poderá solicitar autorização para
aquisição de armas ao DA.
I - os Oficiais, Subtenentes e Sargentos, atendidas as prescrições legais e
respeitado o limite estabelecido no artigo 46 desta Portaria, poderão solicitar
autorização para adquirir, bienalmente, na indústria:
a) uma arma de porte (arma curta ou de defesa pessoal): revólver ou pistola;
b) uma arma de caça de alma raiada (para caça ou esporte): carabina ou rifle;
c) uma arma de caça de alma lisa (para caça ou esporte): espingarda ou toda arma
congênere de alma lisa de qualquer modelo, calibre ou sistema.
II - os Soldados, com 02 (dois) ou mais anos de serviço na PMBA e, no mínimo, no
comportamento “Bom”, poderão solicitar autorização para adquirir, na indústria,
apenas 01 (uma) arma de porte e munição para uso exclusivo em sua segurança
pessoal; (vide Portaria do Comandante do Exercito nº 967, de 08 de agosto de
2017).

Da Expedição do Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF)


O CRAF é um documento expedido pela DAL/UEE (Mediante autorização do
exercito no caso de arma restrita), onde consta o registro de arma de fogo de uso
permitido ou restrito, pertencente ao policial militar estadual, adquirida no comercio
ou diretamente na indústria.

O CRAF será expedido com base no cadastro da UEE e deverá conter os


seguintes dados:

I - do cadastro da arma de fogo:


a) número sequencial do formulário;
b) número do cadastro;
c) denominação do documento;
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d) data da emissão;
e) validade (três anos da data de emissão);
f) posto, nome e assinatura da autoridade militar estadual competente para a
expedição;
g) BGR que publicou a aquisição.

II - do militar estadual:
a) nome;
b) posto / graduação e matrícula;
c) Registro Geral (RG), órgão expedidor e Unidade da Federação (UF).

III - da arma de fogo:


a) espécie (tipo);
b) marca;
c) modelo;
d) calibre;
e) número;
f) comprimento do cano;
g) capacidade de cartuchos;
h) número do cadastro.

IV – a inscrição: “De acordo com a Lei Federal n.º 10.826, de 22/12/03, e com o
Decreto Federal n.º 5.123, de 01/07/04”.

Da Autorização de Carga Pessoal de Arma de Fogo Pertencente ao


Patrimônio da PMBA

A critério do seu respectivo Comandante em cada Unidade, no qual o policial


militar poderá fazer carga pessoal de arma de fogo, (ACAF), caso tenha quantitativo
disponível, armamento pertencente ao patrimônio da PMBA, que ficará sob total
responsabilidade do policial militar, inclusive, respondendo por qualquer dano ou fato
que envolva o armamento.

Para isso será necessário que o PM formule um requerimento fundamentando tal


pleito e atenda aos requisitos previstos na legislação especifica, tais como:

- Estar no bom comportamento;


- Ter cumprido o estagio probatório;
- Não estar matriculado em curso de formação;
- Não ser investigado em sindicância ou inquérito por extravio ou dano a arma de
fogo, inclusive de caráter particular, dentre outros;

Em sendo deferido o pleito, o PM deverá assinar o Termo de responsabilidade


e enquanto durar a concessão, será responsável pela guarda, zelo, incluindo a
manutenção de 1º escalão e em caso de dano ou extravio responderá por tais
acontecimentos.
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A concessão da ACAF será publicada em BIR e o nº deste deverá constar


naquele documento, tendo o militar a obrigatoriedade de portar a cédula de
identidade da PMBA. A critério da Autoridade que concedeu, será a ACAF revogada
a qualquer tempo.

Do Porte de Arma de Fogo por Militares Estaduais

Artigo 15 (Portaria 35 CG) - O porte de arma de fogo de uso permitido, bem como a
de uso restrito pertencente à PMBA, é inerente ao militar estadual do serviço ativo,
restrito aos limites territoriais do Estado, mediante apresentação da Cédula de
Identidade Funcional, observando-se, obrigatoriamente, as seguintes regras:

1. Militar de serviço com arma da PMBA


- Deverá portar a Cédula de Identidade Funcional.

2. Militar de folga com arma da PMBA


- Deverá portar a Cédula de Identidade Funcional e a Autorização de Carga
de Arma de Fogo.

3. Oficial de serviço ou de folga com arma particular


- Deverá portar a Cédula de Identidade Funcional e o CRAF.

4. Praça de serviço ou de folga com arma particular


- Deverá portar a Cédula de Identidade Funcional e o CRAF.

O uso de arma particular em serviço, tanto para oficiais quanto para praças, só será
permitido mediante autorização de autoridade competente, devidamente
publicada em BIR, desde que, esta corresponda aos padrões e características das
armas de fogo de uso permitido constantes da dotação prevista para a PMBA. Para
tal, basta solicitar por escrito ao Comando da Unidade.

Atenção:

Diversos acontecimentos estão ocorrendo pela falta de comprometimento do


policial militar com esta norma. Muitas vezes o policial tem sua arma toda
legalizada, contudo, não solicitou nem foi autorizado a portá-la em serviço, o
que lhe trás transtorno de grande monta, inclusive, processual e
administrativo.
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O Coordenador, Coordenador, Comandante, Diretor ou Chefe de OPM é a


autoridade policial-militar competente para autorizar:

I - a carga de arma de fogo pertencente à PMBA;


II - a utilização da arma particular em serviço;.

A Praça, fora de serviço, não poderá portar arma de fogo em locais onde haja
aglomeração de pessoas, em virtude de evento de qualquer natureza, salvo
mediante autorização expressa do Comandante-Geral

Art.17. Ao titular de autorização de porte de arma de fogo
é vedado conduzí-Ia ostensivamente e com ela
permanecer em clubes, caças de diversão,
estabelecimentos educacionais e locais onde se realizem
competições esportivas ou reunião, ou haja aglomeração
de pessoas.

Parágrafo único. A infringência do disposto neste artigo


implicará o recolhimento do porte e apreensão da arma
pela autoridade competente, que adotará as medidas
legais pertinentes. (D
Dec. n.º 2.222/97 - art 17)

Note que a liberação do uso de armas de fogos pelos agentes da Polícia Civil,
em estabelecimentos com aglomeração de pessoas NÃO se aplica aos
Policiais Militares do Estado da Bahia.

Para aprofundamento dos conhecimentos relativos à matéria, sugiro que


sejam feitas consultas e estudos da legislação especifica, constante nos
seguintes documentos:

- Lei nº 10.826 – Estatuto do Desarmamento.


- Lei nº 10.867 - Altera o Art. 6º da Lei nº 10.826.
- Lei nº 10.884 - Altera a Lei nº 10.826.
- Decreto nº 5.123 (Regulamenta a Lei 10.826)
- Portaria nº 812, de 07 de novembro de 2005 e Portaria nº 968 do Exercito
Brasileiro.
- R – 105 – Regulamento para fiscalização de produtos controlados.
- Portaria 035/2005 do Comando Geral da PMBA.
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FUNDAMENTOS DO TIRO POLICIAL

1. EMPUNHADURA: constitui-se de Altura, Envolvimento e Pressão.

a) Altura - é fácil entender-se que se empunharmos a coronha do revólver muito alto,


estaremos prejudicando o trabalho do cão à retaguarda, e ainda dificultando a ação
do dedo indicador ao acionarmos a tecla do gatilho durante a ação dupla,
favorecendo assim, a chamada pane de dedo, tudo pelo mau posicionamento da
mão. Entretanto, se empunharmos a coronha do revólver muito baixo, originar-se-ão
tiros para o alto. Daí o ideal é que o início da mão (região entre o dedo polegar e o
indicador) comece juntamente com o início da coronha do revólver.

b) Envolvimento - o polegar, como os demais dedos, envolve a coronha da arma. A


parte de trás da coronha é colocada na palma da mão, o dedo polegar se posiciona
abaixo do botão serrilhado e os dedos médio, anular e mínimo se fecham em torno
da mesma, sob o guarda-mato, envolvendo-a totalmente. O dedo indicador não faz
parte do envolvimento, indo se posicionar sobre a tecla do gatilho, entre a primeira e
a segunda falange.

c) Pressão da mão que dispara a arma - deve-se dar grande atenção para o
detalhe da pressão da mão sobre a coronha, de forma que, em hipótese alguma,
uma vez feita a pegada, esta não deve ser desfeita, o que, em ocorrendo, mostrará
que a arma não estava suficientemente firme, afrouxando-se a mão. Pressione
somente os dedos anular, médio, mínimo e polegar até avermelharem-se as unhas,
relaxe um pouco, e não mais modifique. Lembre-se de que, se a cada disparo a
empunhadura for refeita, é um sinal claro de que sua pegada está frouxa. A
empunhadura deve ter uma pressão natural, como um aperto de mão.

d) Envolvimento e Pressão da mão que auxilia - os dedos da mão que auxilia, em


forma de concha deverá envolver os dedos da mão que atira logo abaixo do guarda-
mato e a palma deverá fixar-se na placa da armação, na parte não alcançada pelos
dedos da mão que atira; o dedo polegar deverá fixar-se na armação na armação
ficando paralelo e abaixo do ferrolho nas pistolas, ou junto do dedo polegar da mão
que atira quando se tratar de revólver. A pressão exercida pela mão que auxilia,
deverá ser o suficiente apenas para ajustar a mão que atira na arma. É esta mão
que segura o conjunto arma/mão facilitando o controle do recuo.

2. POSIÇÃO: em princípio é necessário que se esclareça que, em combate, o


atirador deverá tomar a posição que melhor convier ao momento, objetivando
sempre o melhor aproveitamento para seu disparo. Por isso são ensinadas diversas
posições reais de combate, com o respectivo emprego mais favorável, para que o
homem aplique ao máximo sua criatividade, adaptando-se rapidamente, por reflexo,
ao melhor posicionamento, considerando a possível utilização de proteção (relevo,
viatura, muros, etc.).

3. VISADA: é o enquadramento do aparelho de pontaria, dividido em dois momentos


distintos e subseqüentes, ou seja:
a) Linha de Mira: linha imaginária que parte do olho aberto do atirador enquadrando
alça e massa de mira;
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 16

b) Linha de Visada: linha imaginária que se estende do aparelho de pontaria


enquadrado (linha de mira) até o centro do alvo.

Especialmente em tiros de curta distância, onde se exige rapidez de ação, na


maioria das vezes, não tem o atirador, tempo para um perfeito enquadramento de
miras. Deve o atirador, portanto, apontar a arma na direção do alvo, com ambos os
olhos abertos, procurando colocar a massa de mira no centro do alvo, efetuando o
tiro. Faz a visada como se apontasse o dedo indicador para o alvo. Somente procure
enquadrar alça e massa, se o tempo de que dispõe para ação e reação, o permitir,
ou caso esteja abrigado ou distanciado do alvo. O enquadramento perfeito da alça e
massa só se torna essencial, para tiros a maiores distâncias, tiros além de 20
metros, onde a possibilidade de erro é maior e, então, o atirador já não é alvo tão
fácil ao opositor. No tiro policial deve o atirador efetuar os tiros com os dois olhos
abertos.

APARELHO DE PONTARIA

4. RESPIRAÇÃO: nos tiros em ação dupla deve-se fazer uma pequena inspiração e
bloqueá-la durante o acionamento. Expira-se logo após o disparo, e inicia-se outro
ciclo, mas, mesmo assim, em ação dupla isto não é rígido. A rapidez da ação exige
apenas que o atirador prenda a respiração no exato momento do disparo. Porém é
necessária uma pequena pausa respiratória.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 17

5. ACIONAMENTO DA TECLA DO GATILHO: constitui-se no fator crucial do


aprendizado. Deve ser usada sempre a ação dupla, uma vez que esta é a
verdadeira ação de combate. Na ação dupla, a dobra do dedo entre as falanges
deve coincidir com a quina direita da tecla, e a ação deste dedo indicador deve ser
para trás, no sentido do eixo do antebraço, e não em diagonal, o que provocaria tiros
em linha, à esquerda, para os destros, e à direita, para os sinistros.

Com calma procure combater um outro fenômeno que cedo ocorrerá: o homem
afrouxa a pegada e, ao acionar a tecla, conjuga a pegada dos quatro dedos com o
movimento do dedo indicador na tecla do gatilho. Assim, ao invés de comandar a
ação somente para o dedo indicador, o faz para todos os dedos, o que impede a
ação correta do dedo indicador, não conseguindo este realizar o acionamento,
originando a pane de dedo.

Muito comum será também o acionamento brusco da tecla do gatilho, a chamada


gatilhada, por prevenção contra o estampido do revólver. Inicia-se o movimento do
cão à retaguarda e o mesmo termina bruscamente, e muitas vezes, já se inicia um
movimento único e repentino, o que provocará tiros enterrados, isto é, abaixo da
silhueta, e muitas vezes no chão, isto a uma distância de 10 metros.

PISTOLAS TAURUS
São armas semiautomáticas, ou seja, aproveitam a força expansiva dos
gases, para o seu carregamento, dependendo cada tiro do acionamento da tecla do
gatilho, por parte do atirador. Possui um raiamento formado por seis raias orientadas
à direita (6D). Todas se apresentam com o percussor flutuante. O acabamento das
pistolas fabricadas em aço carbono é em grande parte oxidada. As pistolas nos
calibres 9mm, .380 ACP e .40 S&W, podem ser fabricadas, também, em aço
inoxidável. Dentre os vários modelos fornecidos pelas FORJAS TAURUS, a
PMBA adota em sua maioria 2 modelos a PT100 e a PT 840, falaremos sobre
elas:
ESTUDO DA PT 100

DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA

Visando evitar disparos acidentais, foram adicionadas modificações em peças


e no dispositivo de segurança das Pistolas Taurus, a seguir descrito:

1) A trava do percussor fica permanentemente bloqueando o percussor, impedindo


o seu deslocamento à frente, o que poderia ocasionar tiros acidentais, caso
ocorresse uma queda da arma;
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 18

(Figura 01 – Catálogo Forjas Taurus)

2) A trava do percussor somente é liberada no estágio do acionamento do gatilho,


permitindo que o percussor desloque-se à frente, tão logo receba a energia
proveniente do impacto do cão. A liberação se faz através da cadeia de movimentos
constituída pelo gatilho, tirante do gatilho, impulsor da trava do percussor e trava do
percussor.

(Figura 02 – Catálogo Forjas Taurus)

3) O registro de segurança ao ser acionado para cima, trava simultaneamente o


cão e a armadilha. Foi projetado para permitir o uso ambidestro e possibilita uma
rápida passagem da posição de segurança para a de disparo;

(Figura 03 – Catálogo Forjas Taurus)


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 19

4) Quando um cartucho está alojado na câmara, a extremidade do extrator fica


saliente, revelando uma marca vermelha. Assim é possível controlar visualmente ou
pelo tato, a existência de cartucho na câmara, sem necessidade de recuar o
ferrolho.

(Figura 04 – Catálogo Forjas Taurus)


5) Desarmador do Cão - ao mover a tecla de segurança para baixo, o cão
desconectará o tirante do gatilho, então a conexão entre o gatilho e a armadilha será
interrompida. O movimento de avanço do cão será parado pelo retém do cão.

(Figura 05 – Catálogo Forjas Taurus)

FUNCIONAMENTO

Objetivando o correto funcionamento das Pistolas Taurus, observe as seguintes


instruções:
1) Comprima, com o polegar, o botão do retém do carregador, localizado próximo ao
guarda-mato e retire o carregador;
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 20

(Figura 06 – Catálogo Forjas Taurus)

2) Com uma das mãos segure o carregador e com a outra introduza os cartuchos
um a um, pressionando-os para baixo e para trás. Uma vez municiado, introduza o
carregador na pistola (alimente) até que fique preso pelo retém do carregador.

(Figura 07 – Catálogo Forjas Taurus)

3) Segure a pistola com uma das mãos, mantendo o dedo longe do gatilho. Com a
outra mão puxe o ferrolho para trás até o batente, soltando-o a seguir. O ferrolho irá
então para frente, impulsionado pela mola recuperadora, introduzindo um cartucho
na câmara.

(Figura 08 – Catálogo Forjas Taurus)


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 21

4) A pistola está engatilhada e pronta para disparar, através do acionamento do


gatilho. Após o disparo, o ferrolho, impulsionado pela pressão dos gases,
retrocederá para expulsar o estojo e carregar um novo cartucho. Novamente a
pistola estará pronta para disparar. Após a detonação do último cartucho, o ferrolho
ficará recuado e imobilizado pela ação do retém do ferrolho sobre o mesmo. Para
que volte a sua posição normal, pressione para baixo o retém do ferrolho localizado
na zona imediatamente acima da placa do punho.

(Figura 09 – Catálogo Forjas Taurus)

5) Em caso de interrupção dos tiros antes do último cartucho ser disparado,


desengatilhe a arma e coloque-a na condição travada, bastando acionar o registro
de segurança para cima. Para desengatilhar a pistola mantenha-a empunhada, sem
o dedo no gatilho e destrave-a. Com o polegar e o indicador da outra mão segure
firmemente o cão.

Em seguida acione o gatilho e deixe o cão avançar lentamente até o seu batente. No
caso das pistolas que dispõem da função desarmador do cão, para desengatilhar, é
necessário tão somente pressionar o registro de segurança para baixo. Para reiniciar
os disparos, basta acionar o gatilho, pois, as Pistolas Taurus são dotadas de
mecanismo de disparo de ação dupla.

(Figura 10 – Catálogo Forjas Taurus)


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 22

6) Para descarregar a pistola, retire o carregador e puxe o ferrolho até o seu batente
para extração do cartucho que se encontra na câmara. Em seguida, libere o ferrolho,
até que volte à sua posição de repouso. Sempre que o atirador tiver a intenção de
desengatilhar e/ou descarregar a pistola, deverá apontar o cano sempre para uma
direção segura e preferencialmente para o solo.

DESMONTAGEM E MONTAGEM

A) Desmontagem - para efetuar a desmontagem da pistola, devem-se efetuar as


operações a seguir indicadas:

1) Premer o botão localizado próximo ao guarda-mato e retirar o carregador,


assegurando-se que não existe cartucho na câmara.

(Figura 11 – Catálogo Forjas Taurus)

2) Com o dedo indicador da mão esquerda, premer o botão do retém da alavanca de


desmontagem e ao mesmo tempo, com o dedo polegar, girar a alavanca, no sentido
horário.

(Figura 12 – Catálogo Forjas Taurus)


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 23

3) Deslizar o grupo ferrolho / cano para frente até liberá-lo da armação.

(Figura 13 – Catálogo Forjas Taurus)

4. Comprimir levemente a guia da mola recuperadora com sua respectiva mola,


levantando o conjunto e retirando-o cuidadosamente.

(Figura 14 – Catálogo Forjas Taurus)

5. Comprimir o mergulhador do bloco de trancamento (somente nas PT 92 AF, PT 99


AF, PT 100 e PT 101).

(Figura 15 – Catálogo Forjas Taurus)


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 24

6. Retirar o grupo cano / bloco de trancamento do ferrolho.

(Figura 16 – Catálogo Forjas Taurus)

B) Montagem - Para proceder à montagem, fazer de forma inversa à


desmontagem:

1. O impulsor da trava do percussor deve estar abaixado no momento de montar o


ferrolho na armação.

(Figura 17 – Catálogo Forjas Taurus)

2. Antes de girar a alavanca de desmontagem, o ferrolho deve estar perfeitamente


alinhado com a parte posterior da armação.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 25

(Figura 18 – Catálogo Forjas Taurus)

ADAPTAÇÃO DAS PISTOLAS PARA USO DOS CANHOTOS

As Pistolas Taurus podem ser adaptadas para o uso por canhotos, mediante os
procedimentos a seguir:

1. Com um saca-pino pressionar o botão serrilhado do retém do carregador e, ao


mesmo tempo, desenroscar o retém do carregador.

(Figura 19 – Catálogo Forjas Taurus)

2. Remontar o conjunto com o botão voltado para o lado direito da arma.

(Figura 20 – Catálogo Forjas Taurus)


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 26

NÚMERO DE SÉRIE EM PISTOLAS TAURUS

A partir do mês de outubro de 1987, as Pistolas Taurus foram dotadas com


numeração de série alfanumérica composta por três letras e cinco algarismos. Foi
adotado para as pistolas o mesmo sistema de numeração que será usado nos
revólveres, sendo que a letra inicial indicará o calibre, a segunda letra o ano de
fabricação e a terceira letra o mês de fabricação da cada pistola.
As letras que indicarão os calibres são os seguintes:
Cal. 22 L.R. -------------- A
Cal. 6,35mm ------------- D
Cal. 7,65mm ------------- F
Cal. 9mm ----------------- T (com exceção das Forças Armadas Brasileira)
Cal. 380 ACP ------------ K
Cal. 40 S&W ------------- S
Cal. 45 ACP -------------- N

Critério para correspondência de ano e mês:

As letras indicativas do ano e mês de fabricação são idênticas às usadas na


numeração dos revólveres. Atualmente, as Pistolas Taurus têm o seu número de
série gravado a laser, com exceção do modelo PT 22, que é produzida nos Estados
Unidos, na qual a gravação é manual.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 27

PROCEDIMENTOS QUE O USUÁRIO DEVERÁ ADOTAR


VISANDO INSPECIONAR A PISTOLA ANTES DE EFETUAR
CAUTELA EM SALA DE ARMAS

Considerando que poucas são as Unidades Operacionais que dispõem de


mecânico de armas servindo na sala de meios, prejudicando dessa forma a
aplicação da manutenção preventiva e corretiva, abordaremos a seguir, alguns
procedimentos básicos, porém vitais, que o PM deverá observar, no momento em
que estiver efetuando a cautela de uma pistola em sua Unidade, haja vista, que a
rotina no desempenho das atividades policiais, bem como, o desconhecimento
desses procedimentos, tem colaborado para a vulnerabilidade do PM, caso a arma
escolhida para o serviço não esteja em plenas condições de funcionamento. Vale
ressaltar que, esses cuidados devem ser constantes, ou seja, o PM deverá repeti-los
a cada turno de serviço, tendo em vista que essas armas são utilizadas por diversos
policiais, em períodos contínuos.

PISTOLAS TAURUS - Calibre .40


(Procedimentos básicos visando a inspeção do armamento)

1º PASSO: retirar o carregador da pistola


Procedimento: segurando a pistola com a mão forte, deverá acionar o retém do
carregador com o dedo polegar da referida mão, aparando-o com a outra.
Finalidade: verificar se a arma encontrava-se alimentada.

2º PASSO: proceder à abertura da pistola, mantendo-a aberta.


Procedimento: segurando a pistola com a mão forte, deverá com a outra mão
abraçar o ferrolho pela parte serrilhada deste, trazendo-o completamente a
retaguarda e, em seguida, com o dedo polegar da mão forte deverá acionar o retém
do ferrolho de baixo para cima, mantendo desta forma a arma aberta.
Finalidade: verificar se a pistola encontrava-se com cartucho na câmara, ou seja,
carregada.

3º PASSO: Verificar a desobstrução do cano da pistola.


Procedimento: estando a arma ainda aberta, deverá observar o interior do cano,
constatando a inexistência de projétil ou de qualquer corpo estranho.
Finalidade: certificar a inexistência de corpo estranho no interior do cano.

4º PASSO: Proceder ao fechamento da pistola.


Procedimento: segurando a pistola com a mão forte, deverá acionar com o dedo
polegar desta o retém do ferrolho de cima para baixo, permitindo desta forma, o
avanço do ferrolho.
Finalidade: fazer com que a pistola permaneça fechada e na ação simples

5º PASSO: Testar as condições de funcionamento do desarmador do cão


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 28

Procedimento: deverá acionar para baixo a tecla de segurança, cuja função é


caracterizada como desarmador do cão, utilizando para tanto o dedo polegar,
momento em que certificará se o cão estacionou diretamente na trava de queda
(pequeno intervalo existente entre o cão em relação ao fundo do percussor);
Finalidade: verificar se o desarmador do cão ao ser acionado está parando
diretamente na trava de queda.

(Figura 21 – Catálogo Forjas Taurus)

6º PASSO: Testar as condições de funcionamento do registro de segurança.

Procedimento: inicialmente o usuário deverá acionar para cima a tecla de


segurança, mantendo a partir deste momento a pistola travada e, em seguida,
deverá acionar a tecla do gatilho a fim de confirmar o bloqueio da ação da tecla do
gatilho, onde este não lhe é permitido chegar ao final do seu curso. Para tanto, a
arma deverá estar fechada, travada e descarregada, momento em que o usuário
acionará o gatilho, certificando se o mesmo atingirá o seu curso total, ou seja, se
haverá o disparo em seco mesmo nas condições em que a arma se encontra;
Finalidade: verificar se o mecanismo de segurança da pistola está perfeito.

(Figura 22 – Catálogo Forjas Taurus)

7º PASSO: Proceder à desmontagem da pistola.


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 29

Procedimento: segurando a pistola com a mão direita, o usuário deverá com o dedo
indicador desta, acionar o retém da alavanca de desmontagem, o qual está
localizado do lado direito da arma, no sentido da direita para a esquerda, onde em
ato contínuo, acionará a asa da alavanca de desmontagem para baixo, a qual está
localizada no lado oposto do seu retém. Ao final desse procedimento, o usuário
notará que o conjunto ferrolho/cano/haste e mola recuperadora deslizará para frente,
momento em que deverá separá-lo da armação da pistola. De posse do conjunto,
pressionará a mola recuperadora, através da sua haste, retirando-os obliquamente.
Também de forma obliqua separará o cano do ferrolho.
Finalidade: dar prosseguimento aos demais procedimentos de inspeção.

8º PASSO: Verificar as condições gerais do ejetor.


Procedimento: segurando a armação da pistola com a mão forte, observar
atentamente o perfeito estado físico do ejetor, certificando a sua existência, que não
se encontra quebrado, gasto ou empenado.
Finalidade: certificar se o ejetor encontra-se em perfeitas condições de uso.

(Figura 23 – Catálogo Forjas Taurus)

9º PASSO: Verificar as condições gerais do impulsor da trava do percussor.


Procedimento: segurando a armação da pistola com a mão forte, observar
atentamente o perfeito estado físico do impulsor da trava do percussor, certificando
a sua existência, que não se encontra quebrado, gasto ou empenado. Em seguida,
deverá acionar a tecla do gatilho, a fim de constatar a elevação do impulsor da trava
do percussor.
Finalidade: certificar se o impulsor da trava do percussor encontra-se em perfeitas
condições de uso.

(Figura 24 – Catálogo Forjas Taurus)


10º PASSO: Verificar as condições gerais da trava do percussor.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 30

Procedimento: de posse do ferrolho e utilizando-se de um bocal de uma caneta,


deverá pressionar o fundo do percussor, a fim de constatar que não houve o
afloramento do mesmo, haja vista que, a função da trava do percussor é manter o
percussor permanentemente bloqueado, até que aja o acionamento da tecla do
gatilho.
Finalidade: certificar se a trava do percussor encontra-se em perfeitas condições de
uso.

(Figura 25 – Catálogo Forjas Taurus)

11º PASSO: Verificar as condições gerais do percussor.


Procedimento: de posse do ferrolho, deverá com o dedo polegar pressionar o fundo
da trava do percussor e, utilizando-se de um bocal de uma caneta, deverá
pressionar o fundo do percussor, a fim de constatar o seu perfeito estado,
mobilidade e o devido afloramento.
Finalidade: certificar se o percussor encontra-se em perfeitas condições de uso.

(Figura 26 – Catálogo Forjas Taurus)

12º PASSO: Verificar se o transportador do carregador está atingindo a altura ideal.


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 31

Procedimento: segurando a armação da pistola com a mão forte, o usuário deverá


introduzir corretamente o carregador desmuniciado em seu alojamento.
Finalidade: certificar se os lábios do carregador não estão amassados, ou seja,
impedindo que o transportador atinja a sua altura ideal, de modo a proporcionar a
ocorrência de falha no carregamento.

(Figura 27 – Catálogo Forjas Taurus)

13º PASSO: Finalmente, proceder à montagem da pistola.

Procedimento: o usuário deverá seguir a ordem inversa da desmontagem,


atentando para o momento da colocação do ferrolho na arma, momento em que
certificará se o impulsor da trava do percussor está totalmente voltado para baixo,
evitando dessa forma que o mesmo seja quebrado ou empenado, no momento em
que o ferrolho estiver deslizando para trás. Ao perceber que a extremidade do
ferrolho estiver alinhada com a parte final das guias da armação, o usuário deverá
trazer de volta a asa da alavanca de desmontagem para a sua posição inicial.
Finalidade: mantê-la pronta para uso.

PISTOLA TAURUS 838 E 840


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 32

MASSA RETÉM DO VÉRTICE DE


FERROLHO CANO
DE MIRA FERROLHO MIRA

CÃO

TRAVA
MANUAL
E
DESARMADOR
DO CÃO

SISTEMA DE SEGURANÇA
®
TAURUS
( OPCIONAL ) ALAVANCA DE
DESMONTAGEM
GATILHO BACKSTRAP
( modelos standard )

RETÉM DO
CARREGADOR

PUNHO

CARREGADOR

MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE SUA ARMA

INTRODUÇÃO:
Sua pistola, assim como qualquer outra máquina, deve receber
manutenção adequada para garantir seu funcionamento e
preservar sua vida útil. Este manual irá explicar como desmontar,
limpar, lubrificar e realizar a manutenção de sua Taurus.
Frequência de manutenção:
As pistolas Taurus são resistentes a condições adversas.
Mesmo assim, sua pistola deve ser limpa e lubrificada para
prevenir a corrosão e remover partículas indesejadas que podem
prejudicar o funcionamento.
A manutenção deve ser feita respeitando a frequência abaixo:
1.Quando nova, antes de utilizá-la pela primeira vez;
2.No mínimo uma vez por mês;
3. Após cada utilização;
4. Após cada 200 disparos.
5. Sempre que necessário. A necessidade de manutenção está
ligada à exposição da arma a intempéries como – mas não
restritas a – chuva, neve, água salina, poeira e areia.

Qualquer arma deve ser inspecionada e receber manutenção


sempre que sofrer uma queda ou houver qualquer suspeita de mau funcionamento.

PROCEDIMENTO DE MANUTENÇÃO
Desmontagem de primeiro escalão:
Para a manutenção de sua arma Taurus é necessário realizar a
desmontagem em primeiro escalão. Sempre que for realizar a
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 33

desmontagem,
Para descarregar sua arma siga os seguintes passos:
1. Aponte sua arma em uma direção segura;
2. Mantenha o dedo fora do gatilho;
3. Pressione o botão liberador do carregador;
4. Remova o carregador;

5. Com o dedo fora do gatilho, puxe o ferrolho para trás, abrindo mecanismo e
mostrando a câmara vazia. Levante o retém do ferrolho fazendo com que ele pare
na posição aberta;
6. Após aberta a arma, inspecione visualmente e fisicamente se a câmara e o
alojamento do carregador estão vazios.

Retirando o ferrolho e cano:


1.Com a arma apontada em uma direção segura, segurar a pistola de acordo com a
figura abaixo, manter o ferrolho para trás aproximadamente 3 mm.
Simultaneamente, com o polegar e o indicador da outra mão deslocar a alavanca de
desmontagem para baixo. Deslocar o ferrolho para frente antes de soltar a alavanca
de desmontagem.

2. Remova o ferrolho do punho.


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 34

4. Retire o conjunto mola recuperadora de sua posição na parte inferior do cano.


5. Remova o cano do ferrolho puxando-o para cima e para trás.

Carregador:

Não é necessário limpar o carregador em todas as vezes que você limpar sua pistola
TAURUS.

Os intervalos de desmontagens e limpeza do carregador podem ser maiores que os


da pistola, podendo ser feitos a cada 3 ou 4 meses. Porém, o carregador deve ser
desmontado e limpo caso ele fique sujeito a intempéries ou entre em contato com
poeira, lama, areia ou qualquer material que possa prejudicar seu funcionamento.

Desmontagem do Carregador:
1. Com um punção, pino ou chave que acompanha o produto, pressionar a chapa da
mola do carregador pelo orifício no fundo do carregador.

2. Empurre a base do carregador para frente conforme imagem.


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 35

3. Certificar-se que a mola do carregador esteja montada de maneira correta,


posicionada na guia do transportador.

Obs.: Observe a posição da mola e demais componentes.

Monte na ordem reversa. Certificar-se que a mola do carregador esteja montada de


maneira correta, posicionada na guia do transportador.

LIMPANDO SUA ARMA

Cano:
Uma vez desmontada a arma, o cano e a câmara podem ser facilmente limpos
usando uma escova apropriada. Solventes específicos para armas de fogo podem
ser utilizados para a limpeza. A parte interna do cano e câmara devem ser secos
após a limpeza.

Ferrolho:
O ferrolho deve ser limpo, de forma a retirar quaisquer partículas estranhas. Para a
limpeza do ferrolho deve-se utilizar uma escova apropriada. A face da culatra e a
área abaixo do dente do extrator devem ser cuidadosamente limpas com uma
escova e ficar completamente livres de partículas e detritos.

Armação:
A armação deve ser limpa externamente com o uso de um pano macio. As partes
internas devem ser limpas utilizando uma escova macia. Solventes específicos para
armas de fogo podem ser utilizados. Os solventes devem ser retirados
completamente e a armação seca e limpa.

Carregador:
Quando necessário, o carregador pode ser limpo com uma escova macia. A mola e
o transportador podem ser limpos com um pano limpo. Caso sejam utilizados
solventes, eles devem ser completamente retirados das peças antes da montagem
para evitar a contaminação das munições.

Lubrificação
Para uma correta lubrificação de sua arma, utilize óleo apropriado para armas de
fogo com o auxilio de um pano macio. Lubrifique a parte externa do cano, incluindo a
parte externa da câmara;

Lubrifique as guias corrediças do ferrolho e da armação da sua pistola.


Deve-se lubrificar o mecanismo do gatilho.

Lubrifique sua arma nos pontos demonstrados acima.


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 36

Deste modo sua arma estará lubrificada adequadamente.


NÃO UTILIZE lubrificantes em demasia, pois isto pode provocar mau funcionamento
do mecanismo.

MONTAGEM
Para montar a pistola, realize o inverso do procedimento
de desmontagem observando os seguintes detalhes:
Monte o cano no ferrolho. Insira o conjunto da mola
recuperadora no ferrolho, abaixo do cano, comprimindo-a
levemente para encaixa-la em sua posição.
O ferrolho deve ser montado na armação e totalmente
empurrado para trás e o retém do ferrolho deve ser
movimentado para cima para manter o ferrolho na parte
de trás.
O retém do ferrolho pode ser
então pressionado para baixo,
o que permite que o ferrolho
deslize para frente.
Você deve ciclar o ferrolho
diversas vezes, sem
carregador inserido e nenhum
cartucho na câmara, de forma
a garantir que a relação
cano/ferrolho/armação esteja
correta.
DISPOSITIVOS DE
SEGURANÇA
Como qualquer outro
instrumento de precisão de pequeno porte, sua pistola
pode ser danificada caso seja utilizada de maneira
incorreta ou por uma queda.
Para manter a segurança de sua arma, cumpra rigorosamente os avisos deste
manual. O cumprimento das condutas descritas anteriormente, juntamente com os
dispositivos de segurança presentes em sua arma garantirão o bom funcionamento
e diminuirão consideravelmente as chances de ocorrer um acidente.
Trava do Percussor
A trava do percussor fica permanentemente bloqueando o deslocamento do mesmo
para a frente, impedindo disparos, caso ocorra uma queda da arma. A trava do
percussor somente é liberada no estágio final do acionamento do gatilho, liberando o
deslocamento do percussor.

Indicador de Cartucho na Câmara (alerta de segurança)


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 37

Quando um cartucho está a l o j a d o n a c â m a r a , a extremidade do alerta de


segurança fica saliente, visualizando-se uma marca vermelha. Este dipositivo lhe
alertará sobre os cuidados indispensáveis ao manuseio de sua arma.
Obs.: Mantenha limpa a indicação vermelha.

Trava Manual Externa (Registro de Segurança) e Desarmador do Cão


Mantenha o dedo fora do gatilho, o que fará com que o gatilho retorne a sua posição
mais avançada. Nesta posição, você pode acionar a Trava Manual Externa (Registro
de Segurança), movendo a alavanca até colocá-la na posição de segurança.

O gatilho ficará bloqueado e permanecerá na sua posição para a frente.


Para disparar a pistola, retorne a alavanca para a sua posição horizontal.
Você também pode acionar o Desarmador do Cão movendo a alavanca para baixo.
O cão será desarmado e então a alavanca retornará à posição de tiro.
A pistola estará, então, pronta para disparar, com o primeiro tiro em ação dupla.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 38

VISTA EXPLODIDA SÉRIE 800

1.01 FERROLHO 1.02 PARAFUSO DA MASSA DE MIRA 1.03 MASSA DE MIRA


1.04 VÉRTICE DE MIRA 1.05 EXTRATOR 1.06 MOLA DO EXTRATOR 1.07 PINO
DO EXTRATOR 1.08 ALERTA DE SEGURANÇA 1.09 MOLA DO ALERTA DE
SEGURANÇA 1.11 MOLA DO PERCUSSOR 1.12 PERCUSSOR 1.14 BATENTE DO
PERCUSSOR 1.16 TRAVA DO PERCUSSOR 1.17 MOLA DA TRAVA DO
PERCUSSOR 1.18 PARAFUSO DO VÉRTICE DE MIRA 1.21 PARAFUSO TRAVA
(opcional) 1.22 MOLA DO PARAFUSO TRAVA (opcional) 1.23 ESFERA DO
PARAFUSO TRAVA (opcional) 1.24 PINO DA ARMADILHA 1.25 PINO DE FIX. DA

TRAVA DO PERCUSSOR
CANO 2.01 MOLA DE RECUO DO CANO (somente modelo 838) 3.01 GUIA
INTERNO DA MOLA RECUPERADORA 3.02 GUIA EXTERNO DA MOLA
RECUPERADORA 3.03 MOLA RECUPERADORA INTERNA 3.04 MOLA
RECUPERADORA EXTERNA 3.05 PRESILHA DA GUIA DA MOLA RECUPERADO
3.06 GUIA DA MOLA RECUPERADORA (**) 3.07 MOLA RECUPERADORA (**)
4.07 IMPULSOR DA TRAVA DO PERCUSSOR 4.11 TIRANTE DO GATILHO 4.13
TECLA DIREITA RETÉM DO FERROLHO (*) 4.14 MOLA DO RETÉM DO
FERROLHO 4.15 GATILHO 4.17 MOLA DO GATILHO 4.18 EIXO DO GATILHO 4.24
REGISTRO DE SEGURANÇA DIREITA (*) 4.26 REGISTRO DE SEGURANÇA
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 39

ESQUERDA 4.30 SUPORTE CENTRAL 4.34 ARMADILHA 4.35 MOLA DA


ARMADILHA 4.38 ESFERA DO REGISTRO DE SEGURANÇA 4.39 ANEL SEEGER
4.40 MOLA DA ESFERA DO REGISTRO DE SEGURANÇA 4.41 APOIO DA MOLA
DO REGISTRO DE SEGURANÇA 4.42 MERGULHADOR DO TIRANTE 4.43 MOLA
DO MERGULHADOR DO TIRANTE 4.44 PINO DO PARAFUSO TRAVA 4.45
RETÉM DO FERROLHO 5.01 PUNHO 5.03 RETÉM DO CARREGADOR 5.04 MOLA
DO RETÉM DO CARREGADOR 5.07 BUCHA DO RETÉM DO CARREGADOR 5.08
TECLA DO RETÉM DO CARREGADOR 5.09 EIXO DO RETÉM DO CARREGADOR
5.10 PINO DE FIXAÇÃO DO BACKSTRAP 5.11 BACKSTRAP MÉDIO (*) 5.12
BACKSTRAP GRANDE (*) 5.13 BACKSTRAP PEQUENO (*) 5.14 ALAVANCA DE
DESMONTAGEM 5.15 PINO DA MOLA DA ALAVANCA DE DESMONTAGEM 5.16
MOLA DA ALAVANCA DE DESMONTAGEM 6.01 CORPO DO CARREGADOR 6.02
TRANSPORTADOR 6.03 MOLA DO CARREGADOR 6.04 CHAPA DA MOLA DO
CARREGADOR 6.05 FUNDO DO CARREGADOR 6.06 EXTENSOR DO
CARREGADOR (opcional) (**) 7.04 MOLA DO CÃO 7.08 CÃO 7.11 PINO DO
SUPORTE DO CÃO 7.12 MOLA DO RETÉM DO CÃO 7.13 GUIA DA MOLA DO
CÃO 7.14 BUCHA DO CÃO 7.15 RETÉM DO CÃO 7.16 SUPORTE DO CÃO

ESTUDO DOS RÉVOLVERES TAURUS

Falaremos também sobre os revolveres, que embora esteja sendo poucos usados
pelas forças policiais, são muito usados pelos meliantes e são bastante apreendidos
e seria importante conhecermos um pouco sobre eles, então veremos:

Compostos de 4 partes principais: armação, cano, tambor e mecanismo, o revolver é


uma arma de facil manuseio e manutenção que pode ser utilizada como segunda
arma para a defesa policial, veremos rapidamente como funciona essa arma:
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 40

OPERAÇÕES DE MANEJO.

1. É conjunto de operações simples, necessárias ao emprego da arma no tiro.

2. Abertura da arma – Pressiona-se para frente o dedal serrilhado existente na face


esquerda da armação e, ao mesmo tempo, pressiona-se lateralmente o tambor,
rebatendo-o à esquerda.

3. Alimentação – com o cano apontado para baixo e mantendo o tambor aberto,


colocam-se os cartuchos nas câmaras existentes, manualmente ou com o
emprego de acessórios, denominados comercialmente de carregadores rápidos
(jet loader’s ou speed loader’s);

4. Carregamento – o revólver estará carregado e pronto para o disparo, no


momento em que um dos cartuchos colocados nas câmaras estiver devidamente
alinhado com o cano;

5. Disparo – pressionando-se o gatilho, em ação simples ou dupla, o cartucho será


deflagrado;

6. Extração e Ejeção - Pressionando-se para frente o dedal serrilhado existente na


face esquerda da armação, rebatendo o tambor para o lado esquerdo da arma e,
em seguida, pressionando a vareta do extrator, visando à retirada e expulsão dos
estojos ou cartuchos, proporcionando condições para um novo ciclo das
operações de manejo.

MECANISMOS DE SEGURANÇA

• No primeiro mecanismo de segurança, a trava estava alojada na face interna


da placa ou tampa da caixa de mecanismo. O movimento da trava era
controlado por um pino que se deslocava mediante pressão sofrida pelo
impulsor do tambor, quando este era acionado pelo gatilho.

O sistema proporcionava uma interferência entre cão e batente, na armação,


de apenas cerca da metade da superfície de contato.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 41

• O segundo tipo de mecanismo de segurança apresentava uma trava


articulada com o impulsor do gatilho, através de um pino existente nessa
última peça, localizado na face da externa da mesma. O movimento da trava
processava-se ao ocorrer o deslocamento do impulsor do gatilho.

• O terceiro tipo do mecanismo de segurança era composto de duas peças,


sendo uma acionada pelo impulsor do gatilho e a outra, a trava propriamente
dita, acionada pela primeira peça.

Esses três primeiros tipos de mecanismo de segurança apresentavam


inconveniente de não serem acionados pelo gatilho, o que é a peça primordial
para que se faça o acionamento da arma.

 O quarto tipo de mecanismo de segurança foi introduzido a partir de 1977. A


trava, nesse mecanismo, possui três reentrâncias em sua região inferior, nas
quais se encaixam os três dentes da cremalheira da trava. Essa peça não se
articula mais com o impulsor do gatilho, mas diretamente com o gatilho, através
do impulsor do tambor. O fato de a cremalheira apresentar três dentes dá mais
segurança ao correto funcionamento, pois mesmo que ocorra a quebra de um
dos dentes, o mecanismo de segurança continua funcionando.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 42

 O quinto tipo de mecanismo de segurança foi introduzido em 1981 e é


utilizado nos revólveres de modelo .38 - 5 tiros e todos os seus derivados de
calibre .22 e .32 com seis tiros. Este sistema de travamento é automático e
diferente do introduzido em 1977, sendo ainda mais aperfeiçoado e eficiente.

Utilizou-se, nesses modelos, o sistema de barra de transferência ou de


percussão, acionada diretamente pelo gatilho. Neste sistema, quando a arma
está em repouso o cão está em permanente contato com a armação e
devidamente distanciado do percussor. Somente através do acionamento do
gatilho é que a barra de transferência se interpõe entre o cão e o percussor,
possibilitando a detonação e a deflagração do cartucho.

• Dentro de cada calibre, os diversos modelos possuem uma numeração de


série sequenciada e independente.

• Podemos estabelecer o seguinte critério de correspondência de ano e mês.


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 43

Para ficar mais inteligível este sistema de numeração, daremos dois


exemplos:
1º) Revólver nº BB 50005: é uma arma fabricada em 1982, no mês de
fevereiro.
2º) Revólver nº CG 12304: é uma arma fabricada em 1983, no mês de
julho.

ESTUDO DOS CARTUCHOSOS CARTUCHOS


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Ao acionar o gatilho de uma arma, seu percussor atinge a espoleta, esmagando


violentamente a mistura iniciadora. Esta, ao ser detonada, produz centelhas
(chamas) de alto poder calorífico que passam por orifício(s), também chamados de
evento(s), existente(s) no fundo do alojamento da espoleta e dão início à combustão
da pólvora.

A pólvora em combustão tem a função de produzir, em curtíssimo espaço de


tempo, milésimos de segundo, um volume de gases superior àquele ocupado
anteriormente, quando ainda em estado sólido. Como o cartucho está alojado na
câmara da arma e a única saída livre é o seu cano, a pressão desenvolvida pelos
gases acaba por impelir através desta saída: o cano da arma.

Um cartucho é composto, normalmente, por quatro elementos, são eles:


- estojo
- espoleta
- pólvora
- projétil
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 44

SISTEMAS DE IGNIÇÃO

Quando a percussão ocorre em uma espoleta que está colocada no centro de um


estojo (alojamento próprio da espoleta), caracterizamos o cartucho como de fogo
central. Existem três tipos de cartuchos de fogo central, identificados pelo tipo de
espoleta que utilizam: Boxer, Berdan e Bateria.

No sistema berdan, a bigorna faz parte do fundo do alojamento da espoleta, o qual


possui dois orifícios (eventos) para a passagem da centelha.

No sistema boxer, a bigorna faz parte da espoleta e o fundo do alojamento desta,


possui um único orifício (evento) central para a passagem da centelha.

No sistema bateria, a espoleta é completamente independente do estojo, possuindo


até o próprio alojamento. Estas espoletas são utilizadas exclusivamente nos
cartuchos de papel ou plástico, destinados às armas de alma lisa (espingardas).

Quando a mistura iniciadora permanece contida na borda interna do culote,


constituindo um anel, afirmamos que o cartucho é de fogo circular. Neste caso, a
mistura e a pólvora estão em contato direto e o esmagamento da mistura é feito pelo
contato do percussor da arma que, assim, comprime o culote contra a câmara da
arma. Um exemplo de cartucho de fogo circular, é o da família do calibre .22 .

CARTUCHOS DE FOGO CENTRAL


(Componentes e Características)
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 45

Estojo - fabricado em latão, liga de cobre e zinco, produzido dentro dos limites de
tolerância que proporcionam total segurança e perfeito funcionamento.

Espoleta - existem diversos tamanhos de espoletas para armas de fogo central.


As mais comuns são as conhecidas como Small Pistol 1 ½, destinadas a calibres
pequenos de armas curtas, do .25 Auto ao .38 Special e Large Pistol 2 ½,
destinadas a calibres maiores de armas curtas, .45 . As espoletas possuem mistura
iniciadora não corrosiva e não mercúrica, Antioxid, com sensibilidade adequada para
garantir perfeito funcionamento em qualquer tipo ou marca.

Pólvora - nitrocelulósica de base simples, em formato de disco ou tubular. São de


queima progressiva e as cargas são desenvolvidas em laboratórios balísticos,
visando assegurar características como pressão, velocidade e precisão.

Projétil - impulsionado pela ação dosa gases resultantes da queima da pólvora.


Ao percorrer o cano da arma, em função do raiamento nele existente, adquire a
rotação necessária para sua estabilização no deslocamento até o alvo. Existem
vários tipos de projéteis no mercado, diferentes formatos, pesos, e ligas, visando
atender as mais variadas exigências dos usuários. A seguir, exemplos de projéteis
para armas de fogo central:

CARTUCHOS DE FOGO CIRCULAR


(Componentes e características)

Estojo - fabricado em latão de baixa dureza e espessura adequada para permitir


o seu “amassamento’’ pelo percussor. E em função desta dureza, e conseqüente
baixa resistência que os cartuchos de fogo circular são restritos aos calibres de
baixa potência”.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 46

Espoleta - o cartucho de fogo circular não tem espoleta, sendo a mistura


iniciadora, contida ao longo ao longo de toda a extensão interna do culote.

Projétil - os projéteis de fogo circular são usualmente fabricadas, exclusivamente,


em liga de chumbo e quase sempre com projétil ogival.

Pólvora – nitrocelulósica de base simples em formato de disco.

CARTUCHOS DE CAÇA
(Componentes e Características)

O cartucho de caça é um tipo de munição de fogo central destinado ao uso em


espingardas, ou armas de alma lisa. Embora possam ser carregadas com projéteis
singulares (balotes), são mais freqüentemente carregadas com projéteis múltiplos,
constituídos de esferas de chumbo, que são disponíveis em diversos diâmetros.

Tamanhos de chumbos dos cartuchos CBC para espingarda


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 47

Os componentes de um cartucho de caça são:

Estojo - composto de uma base de aço, com acabamento latonado e de um tubo


de plástico ou de papelão. O fechamento do cartucho com tubo de plástico é do tipo
estrela de seis pontas. São fabricadas nos calibres 12, 16, 20, 28 (CBC). Já os
cartuchos com tubo de papelão possuem fechamento do tipo orlado.

Espoletas - As espoletas utilizadas no carregamento dos cartuchos de caça com


tubo de plástico são do tipo Bateria, n 209. Nos cartuchos com tubo de papelão são
do tipo Bateria 5, 45 n50.

Buchas - As esferas de chumbo são impelidas pela carga de pólvora com o


auxílio de uma bucha. Os cartuchos de caça de plástico ou de papelão são
carregados com bucha de serragem prensada e disco de papelão. Os de
competição, com tubo de plástico, são carregados com bucha plástica.

Chumbo - Os tamanhos dos chumbos (balins) dos cartuchos de caça variam de


acordo a seu número, variando também a quantidade de projéteis em cada cartucho.
Veja o quadro abaixo.

Pólvora - nitrocelulósica de base simples em formato de disco.


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 48

TIPOS DE CHOKE EM ESPINGARDAS

PROJÉTEIS DE CHUMBO

São aqueles fabricados exclusivamente com ligas desse metal, embora seja
possível encontrar projéteis de chumbo com um pequeno copo metálico (de cobre
ou latão), na sua base, chamado de “gas check”. Sua função é proteger a base dos
projéteis quando são usadas cargas pesadas (alta velocidade) tanto em armas
curtas como em armas longas. Sem essa proteção, o chumbo do projétil pode fundir,
e as partículas fundidas irão acarretar o “chumbamento do cano”. Este
chumbamento, além de difícil remoção, afeta de maneira extremamente adversa a
precisão do tiro.

Os projéteis de chumbo de formato “OGIVAL“ são os mais comuns, mas não


possuem facilidade de expansão e, como são feitos de chumbo, sua penetração
deixa a desejar. São os tipos de projéteis que menos transmitem impacto contra o
alvo. São considerados os tipos menos adequados à defesa.

Muito mais eficazes são os projéteis de chumbo de formato “CANTO-VIVO“.


Esses projéteis são muito usados para tiro ao alvo, mesmo sendo de pouca
velocidade, graças ao seu formato, provocam ferimentos terríveis. Como possuem
pequena penetração, não servem para uso contra qualquer marginal que esteja por
trás de obstáculos leves.

Os projéteis de chumbo de formato “SEMI-CANTO-VIVO“, por sua vez, procuram


unir as qualidades de penetração ao corte largo deixado pelos canto-vivo. A princípio
foram muitos empregados no esporte da caça, mas cada vez mais têm sido
utilizados no serviço policial.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 49

As formas construtivas mais usuais para projéteis de chumbo e seus respectivos


usos, em armas curtas, são os seguintes: Ogival; canto-vivo; semi-canto-vivo;
ogival ponta plana; cone truncado; semi ogival; ponta oca; ponta cônica.

1 - .45 Auto com projétil CSCV de 200 grains


2 - .38 Super Auto com projétil CHOG de 125 grains + P
3 - .32 S & W com projétil CHCV de 98 grains
4 - .357 Magnum com projétil CSCV de 158 grains

PROJÉTEIS ENCAMISADOS

São aqueles constituídos de uma capa metálica externa e um enchimento,


normalmente feito de chumbo. A função dessa capa metálica é permitir uma maior
velocidade a ser desenvolvida pelo projétil, sem que haja chumbamento do cano.

A capa metálica externa é atualmente constituída de uma liga (metálica) não


ferrosa. Exemplos: cobre e níquel; cobre, níquel e zinco; cobre e zinco; cobre, zinco
e estanho.
A função do enchimento serve para dar ao projétil o peso que ele necessita para
desenvolver uma adequada energia.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 50

1 - .45 com projétil ETOG de 230 grains


2 - .45 com projétil ESCV de 230 grains
3 - .38 Super Auto com projétil ETOG de 125 grains + P
4 - 9 mm Luger com projétil ETOG de 115 grains
5 - .25 Auto com projétil ETOG de 50 grains
6 - 7,62 x 39 mm com projétil ETPT de 122 grains
7 - 7,62 x 51 mm com projétil ETPT de 150 grains
8 – 7,62 x 63 mm com projétil ETPT de 150 grains

Os projéteis encamisados podem ser divididos em dois grandes grupos:

SÓLIDOS - nos quais a capa metálica externa é fechada na ponta e aberta na


base. Podem ser utilizados a nível militar, policial, defesa e competições esportivas.

EXPANSIVOS - nos quais a ponta da camisa é aberta e a base é fechada. Desde


que impulsionados a uma velocidade adequada, ao ocorrer o impacto com o alvo, a
parte exposta na ponta recua para dentro da camisa, rompendo-a e transformando-a
no formato de um cogumelo, cujo diâmetro é, na maioria das vezes, o dobro do
diâmetro original do projétil. Esse aumento de diâmetro causa uma maior
transferência de energia do projétil para o alvo, dilacerando uma maior quantidade
de tecidos e/ou órgãos, aumenta a cavidade do ferimento e do sangramento e,
consequentemente, a probabilidade de morte ou incapacitação imediata.

PROJÉTEIS SEMI-ENCAMISADOS

São aqueles em que a jaqueta de cobre não chega a cobrir todo o projétil, mas
deixa a sua ponta de chumbo exposta. Podem ser de ponta oca ou de ponta macia.
As primeiras produzem mais expansão e as segundas maiores penetrações. As
munições semi-encamisadas são, costumeiramente empregadas em revólveres,
principalmente aqueles em calibre Magnum. Essa jaqueta de cobre faz com que, por
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 51

maior que seja a velocidade, o projétil não suje o cano, como pode acontecer com
os de chumbo.

1 - .38 SPL + P com projétil EXPO de 125 grains


2 - .38 SPL + P com projétil EXPO de 158 grains
3 - .357 Magnum com projétil EXPP de 158 grains
4 - .357 Magnum com projétil EXPO de 158 grains
5 - .44 Magnum com projétil EXPP de 240 grains

PROJÉTEIS ESPECIAIS

São assim chamados porque têm utilização quase exclusiva para defesa,
tentando obter o máximo em poder de parada. São aqueles que possuem um
objetivo:

HIDRA SHOCK: é um projétil desenvolvido a partir de hollow point comum, e tem


como característica um pino de metal endurecido no centro da cavidade. Esse pino
eleva-se do núcleo de chumbo e aumentam, de maneira drástica, a expansão e
fragmentação do projétil. Em resumo, a HIDRA SHOCK funciona da seguinte
maneira: no impacto com o corpo, os fluidos existentes no mesmo penetram na
cavidade e são direcionados pelo pino para as paredes do projétil, acelerando a
abertura deste. Por esse sistema a HIDRA SHOCK tem expansão mais violenta que
a ponta oca, pois neste projétil os fluidos entram de forma uniforme e golpeiam
somente o fundo da cavidade.

SILVER TIP: desenvolvida pela Winchester, ao contrário do que muitos pensam,


não é constituída de prata, é na realidade uma ponta oca (hollow point) com o
núcleo de chumbo e jaqueta de alumínio, de dureza controlada, específica para cada
calibre, inclusive, por dentro da cavidade.

GLASER: é o projétil mais recente em matéria de desenvolvimento, e o seu


Relative Stopping Power supera todas as outras munições, inclusive a de usos
especiais. O projétil GLASER tem três componentes: o primeiro é uma jaqueta de
cobre, em aparência muito semelhante a uma ponta oca jaquetada. O segundo
componente são balins de chumbo fino, que ficam no interior da jaqueta e
constituem o núcleo do projétil. O último componente é uma capa de plástico que
fecha a abertura da jaqueta. O projétil GLASER tem três características essenciais
para o uso no combate de ruas: primeiro, não produz ricochetes, mesmo quando
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 52

disparados em muros ou pavimentos, pois em impactos com ângulo a jaqueta se


abre e os balins são dispersos, tornando o projétil inofensivo. Segundo, a munição,
ao contrário do que aparenta, tem capacidade de penetração em superfícies duras
tais como vidros e portas de carro, mantendo-se intactas para agir somente em
contato com superfícies macias. A terceira característica é a total ausência de
transfixação no corpo humano, detalhe importante quando se combate elementos
com reféns.

EXPLODER: trata-se de uma munição que emprega elementos explosivos dentro


da cavidade normal de uma ponta oca, que aumenta o impacto e o Relative
Stopping Power. Usualmente se utiliza uma ponta Silver Tip, onde se coloca uma
pequena carga de pólvora de queima rápida e uma espoleta do tipo Magnum
sensibilizada para maior efeito.

FORMATOS DE PROJÉTEIS DE CHUMBO E ENCAMISADOS

01 - .25 Auto com projétil ETOG de 50 grains


02 - .32 Auto com projétil ETOG de 71 grains
03 - .32 Auto com projétil EXPO de 71 grains
04 - .32 S&W com projétil CHOG de 98 grains
05 - .32 S&W com projétil CHCV de 98 grains
06 - .32 S&W com projétil EXPO de 98 grains
07 - .380 Auto com projétil ETOG de 95 grains
08 - .380 Auto com projétil EXPO de 95 grains
09 - 9 mm Luger com projétil ETOG de 115 grains

10 - 9 mm Luger com projétil ETOG de 124 grains


11 - 9 mm Luger com projétil EXPO de 115 grains
12 - 9 mm Luger com projétil EXPP “flat” de 95 grains
13 - 9 mm Luger com projétil CHOG de 124 grains
14 - .38 SPL com projétil CHOG de 158 grains
15 - .38 SPL com projétil CHOG-TP de 158 grains
16 - .38 SPL com projétil CHCV de 148 grains
17 - .38 SPL com projétil CSCV de 158 grains
18 - .38 SPL com projétil de 125 grains
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 53

19 - .38 SPL com projétil EXPO de 158 grains


20 - .357 Magnum com projétil EXPP de 158 grains
21 - .357 Magnum com projétil EXPO de 158 grains
22 - .38 Super Auto com projétil CHOG de 160 grains
23 - .38 Super Auto com projétil ETOG de 125 grains
24 - .40 S&W com projétil EXPO de 180 grains
25 - .40 S&W com projétil ETPP de 180 grains
26 - .40 S&W com projétil CSCV de 160 grains
27 - .45 Auto com projétil ETOG de 230 grains

28 - .45 Auto com projétil CSCV de 200 grains


29 - .45 Auto com projétil ESCV de 230 grains
30 - .223 com projétil ETPT de 55 grains
31 - .223 com projétil EXPT de 55 grains
32 - .243 com projétil EXPT de 100 grains
33 - .264 com projétil ETPT “Boat Tail” de 143 grains
34 - .308 com projétil ETOG de 110 grains
35 - .308 com projétil ETPT de 150 grains
36 - .308 com projétil ETPT “Boat Tail” de 150 grains
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 54

37 - .308 com projétil ETPT “Boat Tail” de 162 grains


38 - .308 com projétil EXPT de 150 grains
39 - .44-40 com projétil CHPP de 200 grains
40 - .44 Magnum com projétil EXPP de 240 grains
41- 12 (Balote) Chumbo de 390 grains

MODELOS DE ESTOJOS

01 – 9 mm Luger
02 - .45 Auto
03 - .40 S&W
04 - .32 Auto
05 - .25 Auto
06 - .38 Super Auto
07 - .380 Auto
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 55

08 - .44 Magnum
09 - .32 S&WL
10 - .38 SPL
11 - .32 S&W
12 - .357 Magnum
13 - .38 SPL + P
14 - .38 SPL Curto

15 - .44-40 Winchester
16 - .30 M1
17 - .30-06
18 - .308 Winchester
19 - .243 Winchester
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 56

20 - 6,5 x 55 mm
21 - .22-250 Remington
22 - 7,62 x 39 mm
23 - .223 Remington

24 - 12 / 70 mm Plástico
25 - 9,1 mm L Presidente
26 - 28 Presidente
27 - 36 / 63,5 mm Plástico
28 - 20 / 70 mm Plástico
29 - 24 Presidente
30 - 16 Presidente
31 - 32 / 63,5 mm Plástico
32 - 36 Longo Presidente
33 - 16 / 70 mm Plástico
34 - 32 Presidente
35 - 12 Presidente
36 - 28 / 70 mm Plástico
37 - 20 Presidente

TIPOS DE PÓLVORAS CBC


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 57

PÓLVORA 102
Pólvora BS destinada aos cartuchos de fogo central para armas raiadas de canos
longos (rifles e fuzis) em calibres tais como o .223 Remington, .22-250, .30-30, 7x57
mm, .380 Win, .30-06 e outros.

PÓLVORA 207
Pólvora BS destinada aos calibres de Arma Curta com características balísticas
elevadas tais como o 9 mm Luger, .38 Super Auto, .40 S&W e .38 SPL +P.

PÓLVORA 216
Pólvora BS destinadas aos calibres convencionais de Armas Curtas tais como o
.25 Auto até o .38 SPL. Pode ser utilizada em cartuchos de caça calibre 12.

PÓLVORA 219
Pólvora BS para cartuchos de caça em todos os calibres. Pode ser utlizada
também nos calibres .45 Auto e .44-40 Win.

PÓLVORA 220
Pólvora BS destinada ao calibre .357 Magnum com projéteis de 158 grains ou
mais pesados.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 58

TIPOS DE ESPOLETAS CBC

SMALL PISTOL 1 ½ - Tipo Boxer


Utilização: Cartuchos para Armas Curtas do calibre .25 Auto ao .38 SPL.

LARGE PISTOL 2 ½ - Tipo Boxer


Utilização: Cartuchos para Armas Curtas nos calibres .44 e .45. Cartuchos para
Armas Longas que utilizam munição .38-40 e .44-40.

SMALL PISTOL MAGNUM 5 ½ - Tipo Boxer


Utilização: .357 Magnum. Também recomendada para o .22 Hornet, .30 M1 e .223
Remington.

SMALL RIFLE 7 ½ - Tipo Boxer


Utilização: Cartuchos para Armas Longas de pequeno calibre, em especial o 5,56
x 45 mm na versão militar (OTAN).
LARGE RIFLE 9 ½ - Tipo Boxer
Utilização: Cartuchos para Armas Longas, tais como, .30-06, 6,5 x 55 mm, 7 x 57
mm, .308, etc.

209 - Tipo Bateria


Utilização: Cartuchos de caça de plástico em calibres 12, 16, 20 e 28.

5,45 mm (nº 50) - Tipo Bateria


Utilização: Cartuchos de caça de papelão em calibres 32 e 36.

6,45 mm (nº 56 Tupan) - Tipo Berdan


Utilização: Cartucho Presidente.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 59

COMO ESCOLHER O CARTUCHO APROPRIADO PARA DEFESA PESSOAL

Quando o assunto é defesa pessoal e existe a necessidade de se portar uma


arma curta, a escolha do cartucho é extremamente importante, pois deve possuir
energia e projétil adequados para garantir a rápida incapacitação de um oponente.

Os cartuchos que melhor se enquadram, são aqueles que possuem projéteis do


tipo expansivos pontas ocas - EXPO. No momento do impacto, esses projéteis
expandem seu diâmetro tomando a forma de um cogumelo, causando um choque
traumático superior ao dos projéteis convencionais.

Citando como exemplo de cartuchos destinados à defesa pessoal, abordaremos


os .38 SPL +P e o .38 SPL +P+. Esses cartuchos são conhecidos por possuírem
“mais pressão”, “mais potência”, “mais força”, implicando em maior velocidade,
energia, impacto, deformação do projétil e, consequentemente, maior poder de
incapacitação.

Visando facilitar a identificação desses cartuchos, que vêm com a inscrição .38
SPL +P ou .38 SPL +P+ gravada no culote e possuem os seus estojos com
acabamento niquelado.

A utilização dos cartuchos SPL +P ou +P+, devem ser restritos a armas de


fabricação recente e de boa procedência, projetadas para resistir ao aumento de
pressão.

CUIDADOS QUE O PM DEVERÁ TER COM CARTUCHOS

Determinados Policiais Militares cometem graves erros no que tange a


conservação dos cartuchos de arma de fogo, onde as consequências desses erros
podem levar a acidentes irreparáveis, vejamos alguns exemplos:

a) Guardar os cartuchos em porta-luvas ou porta-malas de carro;

b) Guardar os cartuchos em locais úmidos ou abafados;

c) Jogar os cartuchos em fogueiras para ver se explodem;

d) Aquecer os cartuchos em forno de fogão, microondas, ou colocá-los


expostos ao sol;

e) Colocar os cartuchos em locais em que possam cair ao chão;

f) Lubrificar ou polir os cartuchos com óleos ou pastas;

g) Usar cartuchos de calibres diferentes na mesma arma;

h) Colocar produtos químicos nos projéteis;

i) Utilizar cartuchos recarregados para defesa;

j) Modificar a forma original dos projéteis.


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 60

Para que o Policial Militar conserve melhor os seus cartuchos e não concorra para
a consecução de novos acidentes, deve adotar as seguintes orientações:

a) Jamais aqueça cartuchos, nem os deixe passar por temperaturas elevadas;

b) Nunca lubrifique os cartuchos ou passe verniz, eles têm que estar sempre
secos;

c) Não jogue cartuchos negados em fogueira;

d Nunca utilize cartuchos de calibres variados na mesma arma;

e) Nunca acrescente materiais ou produtos químicos nos projéteis;

f) Não recarregue cartuchos com cargas além do normal;

g) Evite deixar cartuchos caírem ao solo;

h) Para melhor guardar e conservar seus cartuchos coloque-os em caixas de


isopor ou plástico, deixando-os em locais secos e ventilados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Juarez Giffone. Apostila Tiro Policial I.

MANUAL da Pistola Taurus.

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