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RESERVADO

COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA PREPARATÓRIA DE CADETES DO AR
CORPO DE ALUNOS
INSTRUÇÃO MILITAR

COLETÂNEA DE ARMAMENTO MUNIÇÃO E TIRO

✔ INSTRUÇÃO GERAL DE TIRO – IGT


✔ CARABINA DE PRESSÃO
✔ FUZIL HK-33
✔ PST-92 TAURUS
✔ INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO - IPT

O ALUNO DEVERÁ DEVOLVER ESTA COLETÂNEA EM BOM ESTADO AO FINAL DO 3º ANO OU


EM CASO DE DESLIGAMENTO DURANTE O CURSO.

RESERVADO
Instrução Militar RESERVADO Armamento, Munição e Tiro CPCAR

SUMÁRIO

- CAPÍTULO I ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------02
INSTRUÇÃO GERAL DE TIRO - IGT

- CAPÍTULO II ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------10
OCORRÊNCIAS COM ARMAMENTO E MUNIÇÃO

- CAPÍTULO III -------------------------------------------------------------------------------------------------- 12


CARABINA DE PRESSÃO

INSTRUÇÃO GERAL DE TIRO

I – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conhecer os tipos, características, princípios de funcionamento e aplicação das armas individuais adotadas na
FAB (Cn);
Compreender as fases do ciclo de funcionamento das armas de fogo (Cn);
Identificar as peças de uma arma de fogo (Cn);
Definir munição, cartucho, estojo, cápsula, eventos, projétil e carga propulsora (Cn);
Conhecer os termos técnicos do armamento (Cn);
Conhecer a classificação das armas de fogo (Cn);
Compreender as operações essenciais para utilização de uma arma (Cp);

CARABINA DE PRESSÃO

II - OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS

Identificar o funcionamento da carabina de pressão 4.5 mm (Cn);


identificar as principais características da carabina de pressão 4.5 mm (Cn);
enumerar os cuidados que devem ser tomados para o manuseio da carabina de pressão 4.5 mm (Cn);
demonstrar interesse em conhecer as características, as normas de segurança e o funcionamento da carabina de
pressão 4.5 mm (Va);
identificar as operações essenciais para a utilização segura da carabina de pressão 4.5 mm (Cn);
demonstrar interesse em conhecer a nomenclatura necessária ao emprego seguro e eficiente da carabina de
pressão 4.5 mm (Va);
valorizar o treinamento feito com a arma de ar comprimido, tendo em vista a execução de um tiro preciso (Va);
executar os procedimentos de inspeção e os manejos de “alimentar e carregar” a carabina 4.5 mm (Rm);
executar o tiro com a máxima precisão tomando os cuidados quanto à empunhadura da arma, à pontaria, à
respiração e a posição de descanso do gatilho (Rm);
executar os procedimentos corretos, previstos para o caso de incidente de tiro (Rm); e
executar os procedimentos corretos, previstos para o encerramento da série de tiro (Rm).

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CAPÍTULO I

INSTRUÇÃO GERAL DE TIRO – IGT

1 TIPOS DE ARMAMENTO

1.1 CARABINA
Arma longa, portátil, de cano com alma raiada. Classifica-se quanto ao funcionamento, como de
repetição ou semiautomática. Acomoda os cartuchos em carregador ou diretamente na própria caixa de
mecanismo da arma.

1.2 ESPINGARDA
Arma longa, portátil, de cano com alma lisa. Classifica-se quanto ao funcionamento, como de tiro
simples. Acomoda os cartuchos diretamente na câmara.

1.3 FUZIL
Arma longa, portátil, de cano com alma raiada. Classifica-se quanto ao funcionamento, como de
repetição, semiautomático ou automático. Acomoda os cartuchos em carregador ou diretamente na própria caixa
de mecanismo da arma.

1.4 GARRUCHA
Arma curta, de um ou dois canos, de alma raiada e baixíssima autonomia de fogo.

1.5 METRALHADORA
Define-se como arma longa, não portátil, de cano com alma raiada, para uso exclusivo militar. Acomoda
os cartuchos em carregador ou fita, que ficam guardados em caixas especiais (cofres).

1.6 PISTOLA
Arma curta de cano com alma raiada. Possui grande autonomia de fogo e classifica-se quanto ao
funcionamento como semiautomático, podendo, também, em alguns casos, ser classificada de automática.
Acomoda os cartuchos em carregador.

1.7 REVÓLVER
Arma curta de cano com alma raiada. Possui baixa autonomia de fogo, acomoda o cartucho em um
tambor giratório, instalado atrás do cano e que serve de carregador, o qual contém perfurações paralelas e
equidistantes do seu eixo e que recebem a munição, servindo, também, de câmara.

1.8 SUBMETRALHADORA
Define-se como arma híbrida, portátil, de cano com alma raiada, normalmente com comprimento do
cano superior a 7 polegadas (177,8 mm) e inferior a 16 polegadas (406,4 mm).

2 FASES DO CICLO DE FUNCIONAMENTO DAS ARMAS DE FOGO

2.1 MUNICIAR
É o ato de introduzir os cartuchos no carregador.

2.2 ALIMENTAR
É o ato de introduzir o carregador municiado na arma.

2.3 CARREGAR
É o ato de introduzir um cartucho na câmara, ficando o armamento pronto para o disparo.
2.4 ARMAR
É o ato de comprimir a mola do mecanismo de disparo deixando o percussor retraído ou, se for o caso, é
acionar o cão para a sua posição recuada.

2.5 CARREGAMENTO
É o ato de levar um cartucho para a câmara, ao mover-se à frente qualquer peça ou conjunto de peças da
arma.

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2.6 DESARMAR
É o ato de controlar, mecanicamente, a mola do mecanismo de disparo, por intermédio do cão, punho de
manejo ou outra peça com essa finalidade, fazendo-a distender, sem que haja o disparo.

2.7 DESCARREGAR
É o ato de retirar o cartucho da câmara.

2.8 DESTRAVAR
É o ato de acionar o mecanismo de segurança, de modo a permitir um livre funcionamento da arma.

2.9 EJETAR
É o ato de liberar o estojo ou cartucho das garras extratoras, lançando-o para fora da arma.

2.10 EXTRAÇÃO
É o ato de retirar da câmara do cano o estojo ou o cartucho.

2.11 TRANCAMENTO
É o ato de bloquear a parte posterior da câmara, acionando e trancando as peças necessárias para este
fim.

2.12 TRAVAR
É o ato de acionar o mecanismo de segurança da arma, para que seja impedido o disparo.

3 PEÇAS DE ARMAMENTO

3.1 ALÇA DE MIRA


Dispositivo situado na parte superior e intermediária ou posterior de uma arma. Destina-se a
complementar a linha de visada.

3.2 BANDOLEIRA
Peça de arma longa, feita de couro, lona ou nylon. É fixada à arma pela parte posterior da coronha e
pela parte anterior do cano ou do guarda-mão. Serve para transporte da arma e/ou apoio no tiro.

3.3 PEÇA DE TRANCAMENTO


Peça de arma curta ou longa, peculiar a cada armamento, que se destina a trancar o ferrolho ou a culatra.

3.4 BOCA DO CANO


É a parte anterior do cano.

3.5 CAIXA DE MECANISMO


É a parte principal das armas longas, onde se alojam todos os componentes do mecanismo.

3.6 CÂMARA
É a parte reforçada posterior do cano, responsável em alojar o cartucho e resistir às pressões da
deflagração. No revólver, as câmaras fazem parte do tambor rotativo.

3.7 CANO
É um tubo inteiriço de aço especial que tem a finalidade de conter o cartucho, resistir a deflagração e as
pressões da carga propulsora, dirigir convenientemente o projétil da câmara até a boca do cano da arma e
orientar o projétil em seu movimento de rotação (nos canos raiados), proporcionando uma maior estabilidade na
trajetória até atingir o alvo.

3.8 CÃO
Peça que se destina a percutir direta ou indiretamente a espoleta do cartucho.

3.9 CARREGADOR
Peça de metal ou plástico, escamoteável, que se destina a alojar os cartuchos que serão levados à
câmara. Pode ser monofilar quando acomoda os cartuchos em fila única ou bifilar quando acomoda os cartuchos
em fila dupla. Também pode ser parte integrante da estrutura da arma.

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3.10 COMPENSADOR
É um dispositivo que, acoplado na boca do cano de armas de fogo, destina-se a reduzir a elevação da
arma, por ocasião do disparo.

3.11 CORONHA
Peça de arma longa, feita de madeira, metal ou material sintético, que se destina a ser conectada à caixa
de mecanismo e cano, servindo seu extremo posterior ao apoio no atirador. A coronha pode ser fixa, retrátil ou
dobrável.

3.12 DELGADO
É a parte anterior, superior e afinada da coronha. Em armas longas de combate, o delgado é
independente da empunhadura. Em outras armas longas, o delgado confunde-se com a empunhadura. Tomando-
se por base o gatilho e o guarda-mato, situa-se na parte posterior.

3.13 EJETOR
Peça que se destina a expulsar o estojo ou o cartucho da arma, após serem extraídos da câmara pelo
extrator. Pode estar instalado no tambor, armação ou caixa de mecanismo.

3.14 EXTRATOR
Peça metálica e dentada que, fixada ao ferrolho ou a culatra, extrai o estojo ou o cartucho da câmara nas
armas de fogo.

3.15 FERROLHO/CULATRA
Peça encontrada nas armas de repetição, semiautomática e automática, responsável pela extração, ejeção
e carregamento.

3.16 GATILHO
Peça que libera o cão ou percussor para que seja efetuado o tiro.

3.17 GUARDA-MÃO
Peça de arma longa que protege a mão de apoio do atirador do aquecimento do cano causado pelos
disparos.

3.18 GUARDA-MATO
Peça curva, de metal ou plástico, que envolve e protege o gatilho das armas de fogo.

3.19 MASSA DE MIRA


Dispositivo situado na parte superior e anterior de uma arma. Destina-se a complementar uma linha de
visada.

3.20 MOLA RECUPERADORA


Peça que, por ação mecânica, impele o ferrolho ou a culatra à frente, até ocorrer o trancamento.

3.21 PERCUSSOR
Peça de extremidade abaulada que, por força de mola ou cão, atinge a espoleta de um cartucho,
percutindo-a, provocando a deflagração.

3.22 PUNHO DE MANEJO


Peça peculiar às armas de funcionamento automático e semiautomático, que recua a culatra.

3.23 REGISTRO OU TECLA DE SEGURANÇA


Peça que se destina a travar ou destravar o mecanismo de disparo. Atualmente, apresenta-se o conceito
de trava ambidestra, ou seja, registro à esquerda e à direita.

3.24 RETÉM DO CARREGADOR


Peça que retém ou libera o carregador da arma.

3.25 RETÉM DO FERROLHO


Peça que retém ou libera o ferrolho.

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4 MUNIÇÕES

4.1 MUNIÇÃO
Material acionado por carga explosiva ou propelente cuja utilização implica em seu consumo. Quando
aplicado contra um objetivo, produz efeito destrutivo ou, em caso de treinamento, simula este efeito.

4.2 CARTUCHO
É a reunião de todos os componentes necessários para completar a cadeia do fenômeno tiro. São eles:
estojo, cápsula ou espoleta, eventos, projétil e carga propulsora.

4.3 ESTOJO
É um recipiente de latão especial, com formato próprio, onde os demais componentes do cartucho se
reúnem.

4.4 CÁPSULA OU ESPOLETA


É o ignitor da carga propulsora. Aloja-se no culote e a composição explosiva usado atualmente pela
CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) é o estifinato de chumbo, o trissulfeto de antimônio e o tetrazeno de
alumínio. Essas substâncias químicas são chamadas de iniciador, responsável pela chama inicial.

4.5 EVENTOS
São orifícios existentes no alojamento da cápsula ou do estojo por onde passam as chamas ignitoras
provenientes da espoleta, que irão provocar a deflagração da carga propulsora.

4.6 PROJÉTIL
É o componente do cartucho que deve ser impulsionado por ocasião do disparo. Seu núcleo
normalmente é de chumbo endurecido com antimônio, é geralmente revestido por uma camisa metálica de cobre,
cuja missão é se engrasar no raiamento, fornecendo um movimento de rotação para maior estabilidade na
trajetória.

4.7 CAMISA OU JAQUETA


É a capa de metal especial que envolve determinados tipos de projéteis.

4.8 CARGA PROPULSORA


É a porção de pólvora que fica dentro do estojo, cuja deflagração transforma a energia química em
energia mecânica, impulsionando o projétil. Normalmente se apresenta em grãos.

4.8 CARTUCHO REAL


Cartucho completo para a execução de tiro real.

4.9 CARTUCHO DE MANEJO


Cartucho sem carga propulsora, utilizado para o manejo da arma.

4.10 CULOTE
É a porção traseira de um cartucho onde estão localizadas a canaleta de extração e a espoleta.

Esquema geral de composição interna de um cartucho.

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5 TERMOS TÉCNICOS

5.1 ACESSÓRIO
Item não essencial ao funcionamento da arma, mas que aumenta a sua eficácia.

5.2 ACIDENTE DE TIRO


É o acontecimento indesejável, por falha de funcionamento ou falha de operação por parte do atirador,
que causa danos materiais ao armamento, tornando necessária uma manutenção corretiva, com troca de itens, ou
que causa danos a pessoas ou outros equipamentos.

5.3 AGRUPAMENTO DE TIRO


Define-se, no alvo, como sendo a área cujo centro geométrico contém mais de 100% dos impactos
previstos, resultado de tiros efetuados.

5.4 ALCANCE MÁXIMO


É a distância máxima atingida por um projétil.

5.5 ALCANCE ÚTIL


É a distância na qual o projétil atinge com precisão um alvo de dimensões predeterminadas.

5.6 ALMA
É a face interna do cano de uma arma de fogo, podendo ser lisa ou raiada.

5.7 ALVO
Todo e qualquer ser ou objeto, animado ou inanimado, para o qual se aponta uma arma de fogo e que se
pretenda acertar.

5.8 ARMA DE FOGO


É um instrumento que emprega a força expansiva dos gases gerados pela combustão da pólvora do
cartucho, para lançar projéteis por meio de um cano.

5.9 CADÊNCIA PRÁTICA DE TIRO


É a velocidade ideal de disparo de uma arma, praticada por um atirador.

5.10 CADÊNCIA TEÓRICA DE TIRO


É o número de tiros disparados por uma arma no tempo de um minuto.
5.11 CALIBRE
É o diâmetro interno do cano tomado entre dois cheios opostos, medido na boca do cano. Pode ser
expresso em milímetros (exemplo: 7,62mm; 5,56mm) ou centésimos da polegada (exemplo: .30”; .22”).

5.12 CHEIOS
São os espaços compreendidos entre duas raias consecutivas.

5.13 DEFLAGRAÇÃO
É a queima rápida e progressiva da carga propulsora, numa ação mais lenta que a detonação.

5.14 FOTOGRAFIA DA LINHA DE VISADA


É a imagem formada e vista pelo atirador, resultado do enquadramento correto da alça e massa de mira e
alvo.

5.15 GAUGE (POPULAR GÁUGIO)


É o número de esferas de chumbo puro, de diâmetro igual ao da boca do cano, que perfazem uma libra
de peso (453,6 g).

5.16 INCIDENTE DE TIRO


É o acontecimento indesejável sem vítima(s) ou dano(s) material (materiais) no armamento, com o
comprometimento de seu funcionamento, sem ser necessário uma manutenção que ocasione a troca de peças.

5.17 LINHA DE MIRA


Linha imaginária que vai do olho do atirador até a massa de mira, passando pela alça de mira da arma.
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5.18 LINHA DE TIRO


Linha demarcada no solo que limita a posição mais avançada do atirador, durante a execução do tiro.
Esta linha, nos boxes, é pintada no piso com a cor vermelha.

5.19 LINHA DE VISADA


Linha imaginária que vai do olho do atirador até o plano vertical do alvo, passando pelo aparelho de
pontaria.

5.20 LINHA DE ATIRADORES


Linha imaginária que vai de um atirador a outro, delimitando os espaços necessários para o tiro.
5.21 MÃO FORTE
É aquela que oferece maior força muscular para a empunhadura. Para o atirador destro, a mão forte será
a direita, para o atirador canhoto, a mão forte será a esquerda.

5.22 MÃO FRACA


É aquela que oferece menor força muscular para a empunhadura. Para o atirador destro, a mão fraca
será a esquerda, para o atirador canhoto, a mão fraca será a direita.

5.23 MIRAS
São dispositivos instalados em armas de fogo, que permitem a visada ou pontaria a um alvo pré-
determinado. Destinam-se a dar à arma a direção conveniente ao tiro. Podem ser mecânicas, ópticas ou
eletrônicas.

5.24 PERCUSSÃO
É o ato de atingir a cápsula ou espoleta do cartucho com o percussor.

5.25 POSIÇÃO DE ALVOS


Define-se como sendo o local onde são colocados os alvos, à frente do talude.

5.26 RAIAS
São sulcos helicoidais no interior do cano, que tem a finalidade de imprimir ao projétil um movimento
de rotação dando estabilidade no deslocamento até atingir o alvo.

5.27 RETROCARGA
Define-se como sendo a arma de fogo que se carrega pela parte posterior e final do cano.

5.28 TIRO BARRICADO


Disparo efetuado de forma que o atirador fique totalmente protegido.

5.29 TIRO DUPLO


É o ato de disparar rapidamente dois tiros consecutivos sobre o alvo, utilizando a mesma linha de
visada.

5.30 TIRO DE VISADA


É o tiro elaborado e realizado sem rapidez. O atirador utiliza intensamente o aparelho de pontaria.

5.31 STOCK WELD


É o contato do rosto, do lado da mão forte, na altura da bochecha, com a parte superior da coronha,
próxima ao delgado da arma.

5.32 TRAJETÓRIA
É o percurso do projétil entre a boca do cano e o alvo.

5.33 VELOCIDADE INICIAL


É a velocidade do projétil tomada na saída da boca do cano de uma arma.

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6 CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO

6.1 QUANTO AO FUNCIONAMENTO

6.1.1 Tiro Simples


Arma que precisa ser aberta para carregamento e fechada para o disparo. O atirador manuseia os
cartuchos para o carregamento, e em algumas armas, a ejeção dos estojos.

6.1.2 Mecânico
Arma cujo acionamento do gatilho, para cada disparo, recua o cão e alinha o tambor giratório
posicionado atrás do cano, e que serve de carregador. Contém câmaras paralelas e equidistantes do seu eixo
central e que recebem a munição. Exemplo: revólveres.

6.1.3 Repetição
São armas que o atirador, após a realização de cada disparo, necessita empregar sua força física sobre
um componente do mecanismo para deixá-la pronta para o disparo seguinte.

6.1.4 Semiautomático
Arma que realiza, automaticamente, todas as operações de funcionamento, com exceção do disparo, o
qual requer o acionamento do gatilho. É a arma que carrega e dispara tiros a cada acionamento do gatilho.
Exemplo: pistolas; carabinas.

6.1.5 Automático
Arma em que o carregamento, disparo e todas as operações de funcionamento ocorrem continuamente
enquanto o gatilho estiver sendo acionado. É a arma que carrega e dispara continuamente tiros com um único
acionamento de gatilho. Exemplo: metralhadoras; submetralhadoras; fuzis.

6.2 QUANTO AO EMPREGO

6.2.1 Individual
Arma cujo transporte e manuseio são realizados por um só indivíduo. O efeito esperado de sua
utilização é em proveito da defesa de um indivíduo. Exemplo: armas curtas e armas longas.

6.2.2 Coletivo
Arma cujo transporte e manuseio são realizados por dois ou mais indivíduos. O efeito esperado de sua
utilização é em proveito da defesa de um grupo de indivíduos. Exemplo: metralhadoras.

6.3 QUANTO À ALIMENTAÇÃO

6.3.1 De antecarga
Arma que se carrega pela boca do cano.

6.3.2 De retrocarga
Arma que se carrega pela parte final posterior do cano.

6.4 QUANTO AO TIPO

6.4.1 De porte
Arma de dimensões e peso reduzidos, que pode ser portada por um indivíduo em um coldre e disparada,
comodamente e com eficácia, somente com uma das mãos. Exemplo: revólveres; pistolas; garruchas.

6.4.2 Portátil
Arma de dimensões e peso não reduzidos, que pode ser transportada por um só indivíduo com o auxílio
de bandoleira e disparada, comodamente e com eficácia, com duas mãos. Exemplo: fuzis; carabinas;
espingardas; submetralhadoras.

6.4.3 Não portátil


Arma que, devido às suas grandes dimensões ou ao seu peso elevado, não pode ser operada ou
transportada por um só indivíduo, ou seja, necessita de mais de uma pessoa à operação de tiro e transporte.
Exemplo: metralhadoras.

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6.5 QUANTO À AÇÃO

6.5.1 Somente de Ação Simples (S.A.S.)


Arma cujo cão ou mecanismo percussor deve ser engatilhado antes do primeiro tiro.

6.5.2 Somente de Ação Dupla (S.A.D.)


Arma cujo cão ou mecanismo percussor não precisa ser engatilhado antes do primeiro tiro.

6.5.3 De Ação Simples e Dupla


Armas que possuem os sistemas S.A.S. e S.A.D.

6.6 QUANTO À DIMENSÃO

6.6.1 Arma curta


Arma que não possui coronha e é classificada como de porte.

6.6.2 Arma longa


Arma que possui coronha e é classificada como portátil ou não portátil.

6.6.3 Arma híbrida


Arma que possui ou não coronha e é classificada de porte ou portátil.

6.7 QUANTO AO PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

6.7.1 Curto recuo do cano


Arma que necessita, para seu funcionamento, decorrente de ação muscular, de mola e/ou deflagração do
cartucho, de um curto recuo do cano, para que haja destrancamento e abertura da arma.

6.7.2 Ação mecânica


Arma cujo sistema mecânico de funcionamento permite o tiro, o trancamento ou o destrancamento, sem
que haja movimentação do cano.

6.8 QUANTO AO TIPO DE TIRO

6.8.1 Tiro tenso ou reto


Arma que, após o disparo, o seu projétil atinge o alcance letal sem curvatura na sua trajetória. Ex.:
pistolas; fuzis; revólveres; submetralhadoras; espingardas; metralhadoras.

6.8.2 Tiro curvo


Arma que, após o disparo, o seu projétil apresenta curvatura na sua trajetória, porém sem formar ângulo.
Ex.: granadas de bocal, morteiro 80mm.

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CAPÍTULO II

OCORRÊNCIAS COM ARMAMENTO E MUNIÇÃO

As causas do extravio, dano ou inutilização de arma e/ou munição pertencente(s) ao acervo


do Comando da Aeronáutica e fornecida para uso individual em objeto de serviço, deverão ser
apuradas através de sindicância.
Se, durante a realização da sindicância ou na sua conclusão, forem encontrados indícios de que
houve crime na inutilização, dano ou extravio da arma e/ou munição, deverá ser aberto um Inquérito
Policial Militar (IPM).
Se, na constatação da ocorrência, forem identificados indícios de furto, roubo ou outro tipo de
crime, deverá ser instaurado diretamente um IPM.
A solução da sindicância ou do IPM deverá ser publicada em Boletim da OM detentora do
material, que dará conhecimento à Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico - DIRMAB - para fins
de controle de estoque e reposição, se for o caso.
Na solução da sindicância ou do IPM deverá constar se o extravio, dano ou inutilização foi
culposo, doloso, ou em circunstâncias que eximam o indivíduo de responsabilidade. Uma sindicância
que conclua um caráter doloso, obrigatoriamente deverá originar um IPM. Se a conclusão for de
caráter culposo, poderá originar ou não um IPM.

As seguintes formas de indenização serão aplicadas, obrigatoriamente, nos casos de extravio,


dano ou inutilização:

Culposo
Pelo triplo do valor atual da arma e/ou munição, sem prejuízo da punição disciplinar (caráter
culposo concluído em sindicância) ou ação penal (caráter culposo concluído em IPM) aplicável ao
caso.
Doloso
Pelo quíntuplo do valor atual da arma e/ou munição, sem prejuízo da ação penal (caráter
doloso concluído em IPM) que o caso comportar.

As quantias indenizadas pelos infratores serão recolhidas à DIRMAB sob o título “Reposição
de Estoque - DIRMAB”.
A DIRMAB organizará o controle e registro das armas extraviadas para possíveis consultas,
em caso de apreensão por autoridade competente, ou livre devolução, caso este em que será deduzida a
quantia necessária aos reparos e, em seguida, realizará a devolução do saldo remanescente. Será
mantida a punição disciplinar ou ação penal aplicável ao caso.

CAPÍTULO III

CARABINA DE PRESSÃO

I – FUNCIONAMENTO

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A arma é carregada normalmente, introduzindo-se o chumbinho na câmara.


Após o disparo, com a abertura da arma a mesma está apta para receber outro chumbinho.
Um dispositivo de segurança automático impede o fechamento acidental do cano, caso o gatilho seja
apertado com o cano em face de abertura.

II – APRESENTAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

1 Apresentação:

A carabina de precisão CBC 4. 5 mm M3 45M é de tipo singular, com cano articulado.

2 Características:

As principais características da carabina de pressão CBC 4. 5 mm M3 45 A são:

calibre .........................................................4,5 mm;


destino..........................................................treinamento;
funcionamento.............................................tiro singular;
alimentação ................................................manual;
peso ............................................................2, 5 Kg;
comprimento ..............................................1,095 mm;
comprimento do cano .................................461 mm;
comprimento da coronha ............................602 mm;
aparelho de pontaria tipo fixo com alça de mira fixa ao cilindro e massa de mira composta de
túnel com elemento de mira fixo na dianteira do cano.

3 Segurança Específica da Carabina de Pressão

Foram relacionados a seguir alguns cuidados que devem ser tomados ao se manusear a carabina de
pressão:
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a) não colocar o dedo no gatilho no instante de armar a mesma, para que o dedo não seja esmagado;
b) não acionar a tecla do gatilho com a arma aberta;
c) a carabina de pressão, apesar de não ser uma arma de fogo, oferece o mesmo grau de perigo; e
d) toda instrução de tiro será sempre comandada, cabendo ao Aluno, aguardar sempre as ordens do
instrutor.

4 Carregar e Travar

Execute os movimentos necessários para que um cartucho seja levado à câmara e a culatra fique
fechada. A seguir, com a mão esquerda, leve o dispositivo de segurança do cão para sua posição levantada
(pistola) ou verifique o registro de segurança que deverá estar na posição “S” (HK 5. 56 mm) ou em “SAFE”
(carabina. 30).

5 Posição do Atirador

Empunhe corretamente a arma, assuma a postura e adequada posição de acordo com o armamento
usado, tome a linha de mira e de visada respirando pausadamente. Procure controlar os movimentos do corpo
reduzindo-os ao máximo. Relaxe.

6 Destravar a Arma

Leve o dispositivo de segurança do cão para sua posição baixa (pistola) ou coloque a asa do registro de
segurança na posição “E” (tiro a tiro), “F” (rajada) ou “FIRE” (carabina. 30).

7 Iniciar a Série de Tiro

Acione o gatilho observando o previsto para a respiração.

IMPORTANTE: Na hipótese de ocorrer algum incidente de tiro durante a execução ou em qualquer


etapa do exercício de tiro, o instruendo deverá TRAVAR OU COLOCAR A ARMA EM SEGURANÇA
(registro em “S” ou SAFE) e levantar o braço esquerdo para chamar atenção do Instrutor. A arma deverá
sempre estar apontada na direção dos alvo e o dedo indicador do atirador fora da tecla do gatilho.

8 Término da Série

Após o último tiro da série o Aluno procederá conforme a sequência abaixo:


1º - Retire o dedo do gatilho;
2º - Trave a arma;
3º - Retire o carregador;
4º - Abra a arma e verifique se há cartucho na câmara;
5º - Coloque a arma sobre a lona no solo ou sobre a bancada com a janela de ejeção voltada para
cima (HK e carabina) e o cano apontado para o alvo;
6º - Recue dois passos (este é o indicativo da série terminada);e
7º- Aguarde na posição de descansar.

9 Alvos Livres

Somente após esse comando o estande estará livre para verificação dos alvos e colagem dos mesmos.

Se eventualmente for dado o comando de CESSAR FOGO o instruendo IMEDIATAMENTE,


interrompe os disparos, nenhum tiro a mais será admitido.
Trave IMEDIATAMENTE sua arma ou coloque-a em segurança (registro em “ S” ou “safe”),
mantenha a arma voltada para o alvo e aguarde novo comando do instrutor.

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BIBLIOGRAFIA

Apostila de armamento, munição e tiro – CIAAR – 2010.


MCA 50-1 – Manual de instrução de tiro com armamento terrestre no âmbito do Comando da
Aeronáutica – 2005.

EXPEDIENTE

ATUALIZAÇÃO: 1S SGS TEIXEIRA, em setembro de 2014.

REVISÃO PEDAGÓGICA: 2º Ten QCON Ped VIVIANE AVELINO

DIGITALIZAÇÃO: 1S SGS TEIXEIRA

ERICK MARTINS SOARES ZECA Maj Av


Chefe da CAIM

ROBERTO CARLOS FERNANDES Ten Cel Av


Comandante do Corpo de Alunos

Brig Ar CELESTINO TODESCO


Comandante da EPCAR

13
Instrução Militar Armamento, Munição e Tiro CPCAR

SUMÁRIO

- CAPÍTULO IV---------------------------------------------------------------------------------------------------02
FUZIL HK-33

- CAPÍTULO V ---------------------------------------------------------------------------------------------------15
INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO – IPT

I – OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS – FUZIL HK-33

Identificar os diversos modelos do Fuzil HK-33 e seus grupos de montagem (Cn);


enunciar os dados técnicos do Fuzil HK-33 (Cn);
descrever os grupos de montagem do Fuzil HK-33 (Cp);
descrever as características do registro de segurança do Fuzil HK-33 (Cp);
identificar os procedimentos a serem adotados para o tiro de granada com o Fuzil HK-33 (Cn);
aplicar os procedimentos a serem utilizados para a montagem e desmontagem do Fuzil HK-33 (Cp);
interessar-se pela montagem e desmontagem correta do Fuzil HK-33 (Va);
desmontar e montar o Fuzil HK-33, usando todos os procedimentos de segurança previstos (Rm);
executar com precisão o manejo, municiamento, alimentação e carregamento do fuzil com cartucho de
manejo (Rm);
valorizar a execução precisa do tiro real com o Fuzil HK-33 como meio e defesa para o combate (Va);
e
executar, com aproveitamento de pelo menos 60%, o tiro de instrução básica com o Fuzil HK-33 (Ro).

II - OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS – INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO - IPT

Aplicar as técnicas adquiridas na IPT, a fim de executar uma boa instrução de tiro (Ap);
aplicar as regras de segurança previstas para o manuseio e utilização com armas de fogo (Ap); e
identificar os cinco Fundamentos do Tiro como fator de influência decisiva na precisão dos disparos efetuados
(Ro).

1
Instrução Militar Armamento, Munição e Tiro CPCAR
CAPÍTULO IV

FUZIL AUTOMÁTICO HK-33

1 Introdução
Tendo em vista o progresso tecnológico e o constante aperfeiçoamento das armas de guerra,
viu-se a FORÇA AÉREA BRASILEIRA impulsionada a reequipar-se em determinados setores.
Após longos estudos e testes, foi decidida a aquisição do fuzil automático HK-33, destinado a
substituir com êxito o mosquetão, tendo em vista sua grande eficiência, reforçando desta forma a
segurança de suas Unidades.
O fuzil automático HK-33, calibre 5,56mm x 45 (.223) é uma arma de origem alemã, portátil e
individual, cuja construção obedece aos princípios tecnológicos mais modernos. Ele permite com a
culatra fechada, dar tiro a tiro e rajada, qualquer que seja a posição do atirador. O fuzil HK-33 é uma
arma carregada pelo recuo, com cano fixo e uma culatra móvel de roletes; é dotada de bandoleira para
transporte e pode receber baioneta para uso eventual.

2 Modelos do Fuzil HK

2.1 Arma com a coronha fixa, para uso eventual com baioneta

2.2 Arma com coronha retrátil

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2.3 Arma com bipé

2.4 Arma para tiros de precisão, com mira telescópica

3 Grupos de Montagem
O fuzil automático HK-33 apresenta os seguinte grupos de montagem:
1) caixa de mecanismos com cano, mecanismo carregador, e dispositivo de pontaria;
2) culatra;
3) empunhadura com mecanismo de disparo;
4) coronha;
5) guarda-mão;
6) carregador;
7) bandoleira;
8) reforçadora para tiro de festim; e
9) mira telescópica.

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4 Dados Técnicos do Fuzil HK-33


a) Calibre............................................................................................5,56 x 45 (.223)
b) Comprimento do Fuzil com coronha fixo......................................920 mm
c) Comprimento do Fuzil com coronha retrátil..................................750 mm
d) Comprimento da linha de mira......................................................480 mm
e) Comprimento do cano....................................................................390 mm
f) Peso do Fuzil com coronha fixa s/ carregador...............................3,350 kg
g) Peso do Fuzil com coronha retrátil s/ carregador..........................4,0 kg
h) Peso do sabre.................................................................................0,250 kg
i) Peso do carregador de metal leve, vazio para 20 cartuchos...........0,115kg
j) Peso do carregador de metal leve, vazio, para 40 cartuchos..........0,160 kg
k) Peso do cartucho completo............................................................0,011 kg
l) Cadência de tiro aproximadamente ...............................................750 tiro por minuto
m) Velocidade inicial = VO.aprox....................................................980 m/seg
n) Energia de disparo na boca do cano = EO.aprox..........................170 mkp
o) Graduação da alça.........................................................................200, 300 e 400 m
p) Número de raias....................................................6 raias à direita (da esquerda para a direita)

5 Descrição dos Grupos de Montagem


Grupo 1 – Caixa de mecanismos com cano, mecanismo carregador e dispositivo de pontaria
A caixa de mecanismos une o cano com o mecanismo carregador e o dispositivo de pontaria e
abriga todos os demais grupos de montagem. O cano é embutido sob pressão na peça de travamento e
é fixado com um pino. O quebra-chama, aparafusado na boca do cano, serve ao mesmo tempo de guia
para a granada de fuzil. O mecanismo carregador encontra-se em cima do cano. Ele serve para
carregar a arma e para fixar a culatra na sua posição mais recuada. O dispositivo de pontaria consiste
da massa de mira e da alça de mira. A alça de mira consta de três orifícios e de um entalhe aberto. O
dispositivo de pontaria pode ser ajustado para uma distância de 200, 300 e 400 metros. A alça de mira
é ajustável tanto em altura como lateralmente.

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Grupo 2 – Culatra
A culatra consiste das seguintes peças:

a) suporte da culatra com tubo da mola recuperadora e tranca;


b) vareta com mola recuperadora;
c) cabeça da culatra com roletes, extrator e mola do extrator;
d) peça de trancamento da culatra;
e) mola do percutor; e
f) percutor.
A culatra, que é conduzida por dentro da caixa de mecanismos, serve, juntamente com a mola
recuperadora, para admitir e percutir o cartucho, para extrair e ejetar o cartucho vazio, depois de dado
o tiro, e para armar o cão.

Grupo 3 – Empunhadura com Mecanismo de Disparo


A empunhadura é rebatível e pode ser desmontada da caixa de mecanismos. Ela abriga o
alojamento do gatilho com as peças de disparo e do mecanismo de segurança. A empunhadura abriga
o alojamento do gatilho com as peças de disparo e do mecanismo de segurança. A empunhadura está
unida ao alojamento do gatilho pelo pino do registro de segurança.
O conjunto do mecanismo de disparo não deve ser desmontado, a não ser por escalão superior
de manutenção.

Grupo 4 – Coronha Fixa e Coronha Retrátil


Coronha Fixa
A coronha fixa fecha a caixa e mecanismos por trás. Ela está unida à caixa por intermédio de
um pino de fixação. O suporte da bandoleira está fixado na coronha, por meio de rebites tubulares,
onde se guardam os pinos de fixação, enquanto se desmonta o fuzil.
Coronha Retrátil
Em caso de necessidade, a coronha fixa pode ser substituída pela coronha retrátil. Os tubos de
guia, montados dos 2 (dois) lados, correm ao longo da caixa de mecanismos. Eles são fixados com
uma alavanca, tanto em estado estirado como encaixado. A caixa de fixação apresenta uma alça para
fixar a bandoleira.

Grupo 5 – Guarda-mão
O guarda-mão desmontável envolve o cano por baixo. Ele está unido à arma por meio de um
pino de fixação. Uma alça no guarda-mão serve para enganchar a bandoleira.

Grupo 6 – Carregador
Pode-se usar, à escolha, um carregador com 20 cartuchos ou um para 40 cartuchos.
O carregador consiste das seguintes peças.
a) caixa de carregador;
b) tampa do carregador; e
c) transportador com mola e chapa de segurança.

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Grupo 7 – Bandoleira
A bandoleira serve para transportar o fuzil, e o atirador estará pronto para atirar, qualquer que
seja a posição que assuma.

Grupo 8 – Reforçador para Tiro de Festim


O reforçador permite atirar com cartucho de festim. Ele é aparafusado na boca do cano em
lugar do quebra chama. A passagem dos gases pode ser ajustada, girando-se o pino regulador com o
fundo de um cartucho.

Grupo 9 – Mira Telescópica


A mira telescópica está montada no suporte da mira por meio de dois parafusos. A caixa de
mecanismo é concebida da tal maneira, que permite montar a mira telescópica em qualquer fuzil, sem
necessidade de preparação.

6 Características do Registro de Segurança


A asas do registro de segurança encontra-se do lado esquerdo da empunhadura. Ela pode ser
ajustada em três posições:“S” - travado; “E” - tiro a tiro; “F” - rajada.
As letras S, E e F também encontram-se no lado direito da empunhadura, permitindo
reconhecer imediatamente o estado em que a arma se encontra. Um traço marcador no pino do registro
indica a posição da asa.

6.1 Travar
Coloque a asa do registro de segurança na posição “S” . Não é possível acionar o gatilho. A
arma pode ser carregada em estado travado.

6.2 Atirar

6.2.1 – Tiro a Tiro


Coloca-se a Asa na Posição “E”.

6.2.2 – Rajada

Coloca-se a Asa na Posição “F”.

7 Colocar e Tirar o Carregador


Trave o fuzil, coloque o carregador na abertura em frente do guarda-mato. O porta-carregador
deve encaixar audivelmente. Para tirar o carregador, aperte o pino do porta-carregador.

8 Carregar o Fuzil
Trave o fuzil, puxe o punho de manejo para trás com a mão esquerda, e engate-o no rebaixo do
tubo. Coloque o carregador cheio na abertura, de tal maneira que o suporte encaixe audivelmente.
Deixe o punho de manejo saltar para frente da sua posição mais recuada. O fuzil agora está carregado
e travado.

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9 Tiro com Granadas de Fuzil

Para o tiro com granadas de fuzil os seguinte procedimentos devem ser obedecidos:

a) trave o fuzil;
b) tire o carregador;
c) puxe o punho de manejo e engate-o no rebaixo do tubo;
d) coloque o cartucho propulsor com a mão;
e) deixe saltar o punho de manejo da posição mais recuada para frente; e
f) coloque a granada e a alça de mira correspondente.

10 Desmontagem do Fuzil
Para a desmontagem do fuzil HK-33 os seguintes procedimentos devem ser seguidos:
a) trave o fuzil;
b) tire o carregador;
c) descarregue a arma; puxe o punho de manejo, certifique-se de que a câmara do cartucho
está vazia, depois deixe saltar a culatra para frente;
d) tire o sabre e a bainha;
e) desenganche a bandoleira;
f) tire a coronha;
g) abaixe ou tire a empunhadura;
h) puxe a culatra com a mola recuperadora por meio do punho de manejo e tire-a da caixa de
mecanismo; e
i) tire o guarda-mão.

11 Montagem do Fuzil
Para a montagem do fuzil HK-33 os seguintes procedimentos devem ser seguidos:
a) monte o guarda-mão;
b) coloque a culatra montada, com a mola recuperadora, na caixa de mecanismo;
c) monte ou fixe a empunhadura, (coloque a asa de registro na empunhadura (“S”);
d) monte a coronha fixa ou retrátil na caixa de mecanismo e aperte o pino de fixação;
e) enganche a bandoleira;
f) enganche o sabre e recoloque a bainha;
g) verifique a montagem correta do fuzil, acionando várias vezes o punho de manejo; e
h) recoloque o carregador.

Carregue o fuzil com o punho de manejo e inicie o tiro. Se o fuzil não disparar, trave-o tire o
carregador, descarregue o fuzil e procure o defeito.

12 Funcionamento
Estando o fuzil HK-33 engatilhado, carregado e destravado, puxando-se o gatilho, o cão é
liberado e bate no percutor. O cartucho é percutido. Os gases da pólvora impelem o projétil para
frente.
Ao mesmo tempo, os gases exercem uma pressão sobre o cartucho vazio. As forças que assim agem,
sobre a base da cabeça da culatra, são transmitidas através dos roletes em parte à caixa de mecanismo
e em parte, por intermédio da peça de trancamento da culatra, ao suporte da culatra, enquanto a
configuração angular da peça de trancamento da culatra e da peça de travamento do cano causa um
movimento de recuo retardado da cabeça da culatra.

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Instrução Militar Armamento, Munição e Tiro CPCAR

Isso faz com que a culatra realize a oclusão do cano, até que no projétil tenha deixado a boca
deste.
Após o destrancamento, quando os roletes entram completamente na cabeça da culatra, a
culatra pode deslizar mais para trás. Ao mesmo tempo, o cartucho vazio é extraído e ejetado durante a
abertura. O cão é recuado e a mola recuperadora comprimida desde o início do movimento de
recuo.
A mola recuperadora, que fez o amortecimento da culatra no recuo, distende-se fazendo a culatra
avançar, dando início à fase do avanço.
No avanço, o cão é armado, e a culatra retira o cartucho da mesa de alimentação para introduzi-lo na
câmara, fazendo o carregamento. O extrator encaixa-se na gola do cartucho quando a cabeça da culatra
termina seu movimento de avanço, fechando a arma. O suporte da culatra continua avançando para
realizar o trancamento e, consequentemente, o engatilhamento.
No trancamento, os roletes de trancamento da culatra são apertados sobre as faces de apoio da peça do
travamento do cano, por intermédio das faces oblíquas da peça de trancamento da culatra. O fuzil está
pronto para o tiro seguinte, quando selecionado em “intermitente”.

Com fuzil selecionado em “intermitente”, no final do avanço do suporte da culatra, este age na
alavanca do comutador de tiro, para liberar o cão do comutador e deixá-lo preso pelo armador.

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Com fuzil selecionado em “rajada”, o armador ficará fora de alcance do entalhe de


engatilhamento do cão. Enquanto o atirador não aliviar a pressão sobre o gatilho, o cão só é retido pelo
comutador de tiro e liberado no trancamento, através da alavanca do comutador.

CAPÍTULO V
INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO - IPT
1 INTRODUÇÃO
Habilitar tecnicamente o atirador na desmontagem, montagem, limpeza, manutenção orgânica,
manejo da arma, tomada de posições de tiro para cada uma das armas empregadas pelo Comando da
Aeronáutica. Enfatizar todos os procedimentos adotados no estande de tiro e, principalmente, as
normas de segurança, dando-lhe as necessárias condições para iniciar, de forma segura, os exercícios
de tiro real programados.

1.1 TIRO MILITAR BÁSICO - TMB


Aplicar as técnicas adquiridas na IPT, executando o tiro com habilidade, desenvolvendo a
confiança na utilização da arma de fogo e os conceitos de emprego do armamento nos serviços diários,
de campanha e demais atividades de rotina das OM da Aeronáutica.
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1.2 TIRO MILITAR AVANÇADO - TMA


Desenvolver a eficácia do tiro individual, simulando situações que se aproximem, ao
máximo, das condições de emprego nas atividades inerentes ao militar, preparando-o para uma pronta
resposta, em situações de grande pressão psicológica, respeitando sempre as normas de segurança.
Estará habilitado a executar o TMA, o militar que atingir o padrão mínimo de desempenho na
instrução do TMB, e não ter permanecido por mais de 2 anos sem realizar instrução de tiro.

2 REGRAS DE SEGURANÇA

2.1 REGRAS BÁSICAS DE SEGURANÇA COM ARMAS DE FOGO


2.1.1 Jamais aponte sua arma para alguém. Esteja carregada ou não. Imagine que a qualquer momento
um tiro poderá sair do cano.
2.1.2 Jamais pergunte se uma arma está carregada. Verifique você mesmo.
2.1.3 Jamais inspecionar uma arma pela boca do cano.
2.1.4 Sempre inspecionar a arma antes do manuseio ou transporte.
2.1.5 Mantenha a arma perfeitamente limpa. Verifique, antes do tiro, se o cano está desobstruído
(verifique a câmara visualmente).
2.1.6 Conheça o funcionamento de toda arma que for manusear.
2.1.7 Manter a arma em perfeitas condições de uso.
2.1.8 Evitar queda da arma.
2.1.9 Manter a arma fora do alcance de pessoas não habilitadas.
2.1.10 Jamais utilizar arma ou munição descaracterizadas.
2.1.11 Atire em alvos apropriados e nunca em objetos que possam causar ricochete.
2.1.12 Ao passar uma arma para alguém, execute a verificação de segurança, mantenha a arma aberta e
gire a mesma de forma a apontar o cano para si, no ato da entrega.

2.2 REGRAS DE SEGURANÇA APLICADA AOS ATIRADORES


2.2.1 São proibidos gritos, conversas paralelas, brincadeiras e comentários entre os atiradores.
2.2.2 É expressamente proibido manusear, alimentar ou carregar uma arma fora do posto de tiro ou
outra posição prevista.
2.2.3 É proibida a livre iniciativa, todo e qualquer procedimento ou manuseio de armas no estande de
tiro deverá ser a comando do Instrutor.
2.2.4 Todos os envolvidos na instrução devem notificar, imediatamente ao Instrutor de Tiro - IT,
qualquer situação que possa ser atentatória à segurança.
2.2.5 Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, são de uso obrigatório.
2.2.6 Todo manuseio da arma deverá ser feito com o cano apontado para o plano de tiro.
2.2.7 O atirador deverá manter sempre o dedo fora do guarda-mato até o momento da execução do
disparo.
2.2.8 encerrada a série de tiros, o atirador procede a verificação de segurança e deixa a arma aberta,
coma a janela de ejeção voltada para cima.
2.2.9 Em caso de acidente, todos os atiradores deverão permanecer em seus lugares com as armas
travadas.

3 FUNDAMENTOS DO TIRO
Consideram-se Fundamentos do Tiro os conjuntos de fatores de responsabilidade do atirador
que tem influência decisiva na precisão dos disparos efetuados
Cabe ressaltar que o tiro de precisão é a base para a instrução do tiro militar.
São cinco os fundamentos do tiro de precisão: (PEVRA)

• Posição de tiro: situação adotada pelo corpo do atirador para a realização do disparo;
• Empunhadura: maneira de sustentar a arma para o disparo;

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• Visada: alinhamento entre o olho do atirador, o aparelho de pontaria e o alvo;
• Respiração: forma de efetuar os movimentos de ventilação durante a execução do disparo; e
• Acionamento do gatilho: ação do dedo indicador sobre a tecla do gatilho.

3.1 POSIÇÃO DE TIRO


A adoção da correta posição de tiro visa a maior estabilidade do corpo durante a realização do
disparo.
A correta posição de tiro envolve a adoção de uma postura adequada, com vistas a evitar o
desconforto e a fadiga oriundos da tensão desnecessária, com influência negativa sobre a precisão dos
disparos.
São consideradas básicas para o tiro militar as posições deitado, de joelho e de pé, embora
sejam
admitidas outras posições, tidas como secundárias.

3.1.1 POSIÇÕES DE TIRO PARA ARMAS LONGAS


3.1.1.1 Posições Básicas

• Posição Deitado (D)


a) deitado, com o corpo distendido em ângulo de aproximadamente 20º em relação à linha de
tiro;
b) pernas afastadas confortavelmente;
c) cotovelo do lado da mão fraca colocado debaixo da arma ou ligeiramente para fora; o
antebraço deve formar um ângulo de 90º com o braço;
d) guarda-mão apoiado na palma da mão fraca, sem que os dedos exerçam qualquer pressão
sobre ele;
e) soleira da coronha apoiada no cavado do ombro, ficando o ombro solto e descontraído; e
f) cotovelo do braço da mão forte afastado do corpo e apoiado ao solo de modo que não
interfira na posição da arma.

Posição Deitado

• Posição de Joelho (J)

a) joelho do lado da mão fraca posicionado em ângulo de aproximadamente 90º com o plano de tiro;
b) a extremidade distal do braço do lado da mão fraca apoiada no joelho;
c) o guarda-mão apoiado na palma da mão fraca, sem que os dedos exerçam qualquer pressão sobre ele;
d) joelho do lado da mão forte apoiado no solo, posicionado em ângulo de, aproximadamente 90º com a
linha de tiro;
e) o pé do lado da mão forte serve de base no solo, devendo o atirador estar sentado sobre o mesmo; e
f) cabeça posicionada de forma que permita fazer a visada confortavelmente.

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Instrução Militar Armamento, Munição e Tiro CPCAR

Posição de Joelho

• Posição de Pé (P)

a) de lado para o alvo, com os pés afastados confortavelmente (aproximadamente a mesma largura dos
ombros);
b) tronco inclinado ligeiramente para trás a fim de equilibrar o peso da arma;
c) quadril projetado ligeiramente para frente;
d) perna do lado da mão forte sustenta o peso da arma ficando completamente distendida; e
e)coronha apoiada no cavado do ombro.

Posição de Pé

3.2 EMPUNHADURA

3.2.1 EMPUNHADURA PARA ARMAS LONGAS

Na empunhadura das armas longas, a colocação correta da cabeça sobre a


coronha proporciona o estabelecimento de firme contato com a face do atirador,
denominado Stockweld, o que possibilita que recuem como um bloco, após o disparo, e
permite a manutenção da pontaria. Esse firme contato permite, ainda, a manutenção da
distância constante entre o olho e a alça de mira (eye relief).
A arma deve ser apoiada pelo “V” formado pelo polegar e demais dedos da mão
fraca e repousar sobre a palma da mão. Não deve haver contração muscular. O apoio é
fornecido à altura do guarda-mão. O pulso é mantido tão reto quanto possível. O apoio
deve ser ósseo e não muscular e, para tanto, é imprescindível que o cotovelo fique
embaixo da arma. Quanto mais afastado estiver o cotovelo desta posição, maior é o
esforço muscular.
A soleira deve ser colocada no cavado do ombro, de tal forma que a posição
diminua o efeito do recuo e auxilie a firmar a arma.
A mão forte segura a arma pelo punho ou delgado da arma, com firmeza, mas
sem rigidez excessiva e exerce pressão para a retaguarda, a fim de manter a parte
posterior da coronha no cavado do ombo. O dedo indicador é colocado sobre o gatilho,
sem que haja contato com o lado da tecla, a armação ou o lado do punho.
A situação do cotovelo do lado da mão forte dá equilíbrio à posição de tiro.
Quando corretamente colocado, ajuda a acentuar o cavado do ombro que se adapta à
parte posterior da coronha. Sua colocação exata varia com as posições de tiro.
3.3 VISADA

Ao apontar a arma, o atirador deve posicioná-la de tal maneira que o projétil orientado pelo cano no
início da trajetória atinja o alvo. É necessário que a alça, a massa de mira e o alvo estejam alinhados ( linha de
visada) conforme as características do aparelho de pontaria de cada arma.

12
Instrução Militar Armamento, Munição e Tiro CPCAR
A correta focalização do conjunto alça, massa e alvo é importante, pois o olho deve estar focado sobre o
topo da massa de mira que, por sua vez, deve estar centrada e alinhada com a alça de mira, no momento do
disparo. Enquanto comprime a tecla do gatilho, o atirador deve manter a focalização sobre o conjunto alça-massa
(linha de mira), com o alvo ligeiramente embaçado, e assim permanece até o disparo.
Para o tiro de precisão, recomenda-se que no fundamento Visada, seja empregado o olho diretor, ou
seja, o olho de maior acuidade visual.
Ao realizar a visada, o atirador deve levar a arma (aparelho de pontaria) à altura do olho, nunca o
contrário, o que prejudicaria a postura.

3.4 RESPIRAÇÃO

Os movimentos ventilados (inspiração e expiração) tem importância relevante na precisão do tiro


devido à extensão e a contração do tórax, que podem transferir oscilação vertical para a arma.
Não há uma regra geral a ser seguida pelo atirador; alguns inspiram profundamente ao levantarem a
arma enquanto outros mantém cheios os pulmões ao iniciar a pontaria e a ação sobre o gatilho.

3.5 ACIONAMENTO DO GATILHO

O correto acionamento da tecla do gatilho é realizado pressionando-a diretamente para a retaguarda,


com aumento gradativo da pressão, até que seja liberado o mecanismo de disparo da arma (desengatilhamento).
O dedo deve ter contato com o gatilho em qualquer ponto entre a ponta da falange distal e a articulação
desta com a falange medial. O guarda-mato ou o lado do punho não devem ser tocados, para evitar a formação
de uma tração lateral, que, embora mínima, tende a alterar a posição dos elementos de pontaria em relação ao
ponto visado.

BIBLIOGRAFIA

1 - Apostila de armamento, munição e tiro – CIAAR – 2010.


2 - MCA 50-1 – Manual de instrução de tiro com armamento terrestre no âmbito do Comando da
Aeronáutica – 2005.

EXPEDIENTE

Revisão em julho de 2014 pela 2º Ten QOCON Ped VIVIANE AVELINO

Elaboração e digitalização em julho de 2014 pelo 1S SGS TEIXEIRA.

ERICK MARTINS SOARES ZECA Maj Av


Chefe da CAIM

ROBERTO CARLOS FERNANDES Ten Cel Av


Comandante do Corpo de Alunos

Brig Ar CELESTINO TODESCO


Comandante da EPCAR

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Instrução Militar RESERVADO Armamento, Munição e Tiro CPCAR

SUMÁRIO

- CAPÍTULO VI --------------------------------------------------------------------------------------------------------------03
PISTOLA TAURUS 9mm - PT 92
- CAPÍTULO VII--------------------------------------------------------------------------------------------------------------09
INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO – IPT

1
Instrução Militar RESERVADO Armamento, Munição e Tiro CPCAR

I - OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS - PST TAURUS

Identificar as operações essenciais para utilização da Pistola TAURUS 9mm (Cn);


Enunciar a sequência de desmontagem e montagem da Pistola TAURUS 9mm (Cn);
Desmontar e montar a Pistola TAURUS 9mm observando as regras de segurança (Rm);
Descrever as operações essenciais para a utilização da Pistola TAURUS 9mm (Cp);
Descrever o funcionamento geral da Pistola TAURUS 9mm e as peças que compõem o seu mecanismo disparo
(Cp);
Interessar-se pelo conhecimento das partes componentes com a respectiva nomenclatura da Pistola TAURUS
9mm (Cn);
Interessar-se em conhecer a nomenclatura necessária ao emprego seguro e eficiente da arma, seu funcionamento
geral e o mecanismo de disparo, a fim de que possa realizar o tiro militar básico (Va).
Conhecer as regras básicas para manutenção e limpeza da Pst Taurus 9mm;
Compreender o funcionamento da Pistola TAURUS 9mm (Cp);
Executar o Tiro de Instrução Básica - TBM - com a Pst Taurus 9mm (Ap); e
Compreender como são realizadas as formas de indenização para armas e/ou munições avariadas, extraviadas ou
inutilizadas (Cp).

II - OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS – INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO - IPT

Aplicar as técnicas adquiridas na IPT, a fim de executar uma boa instrução de tiro (Ap);
Aplicar as regras de segurança previstas para o manuseio e utilização com armas de fogo (Ap);
Identificar os cinco Fundamentos do Tiro como fator de influência decisiva na precisão dos disparos efetuados
(Ro).

2
Instrução Militar RESERVADO Armamento, Munição e Tiro CPCAR

CAPÍTULO VI

PISTOLA TAURUS 9mm - PT 92

1 INTRODUÇÃO

A PISTOLA (Pst) TAURUS modelo 92 calibre 9mm "parabellum" é uma arma de tiro semiautomático,
com trancamento realizado por um bloco oscilante na vertical, e com o destrancamento realizado pelo recuo do
cano. Este sistema reduz a velocidade de retrocesso da massa recuante, com a consequente diminuição do recuo
da arma durante o disparo. Seu princípio de funcionamento é o curto recuo do cano.
Não obstante pelo seu peso limitado (0,950Kg), a Pst Taurus foi projetada para utilizar aço e ligas
especiais e os mesmos cartuchos empregados pela Submetralhadora de mão Taurus 9mm MT l2/AD.
Em condições normais de ação, a velocidade inicial, e a correspondente energia cinética de ação, proporcionam
um alto poder de impacto até 200 metros.
Ressalta-se ainda que adotando o sistema de dupla ação, pelo simples acionamento do dedo no gatilho,
possibilita uma maior rapidez de manuseio, mesmo com o cão desarmado.
Um carregador do tipo bifilar com capacidade para 15 (quinze) cartuchos, proporciona uma dupla
autonomia de fogo em relação aos carregadores comuns de mesmo comprimento.

2 DADOS NUMÉRICOS DA PST TAURUS PT-92

2.1 CANO
a) Calibre 9mm.
b) Comprimento 125mm.
c) Raiamento 6 raias à direita.
d)

2.2 ARMA
a) Comprimento 217mm.
b) Sistema de refrigeração a ar.
c) Classificação quanto ao tipo: de porte.
quanto ao emprego: individual.
quanto ao funcionamento: semiautomático.
d) Altura máxima 137mm.
e) Espessura 37mm
f) Peso com o carregador vazio 0,950 kg.
g) Peso com o carregador completo 1,138 kg.
h) Capacidade do carregador 15 cartuchos.
i) Alcance de utilização 50m.
j) distância normal de utilização 25m.
k) Comprimento da linha de mira 155mm.
l) Princípio de funcionamento curto recuo do cano, com trancamento por meio do bloco oscilante.

2.3 BALÍSTICA EXTERNA


a) Velocidade inicial 401 m/s.
b) Velocidade teórica de tiro 275 tiros/min.
c) Alcance máximo 1800m.
d) Alcance útil 155 a 220m.

3 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA DA PST TAURUS 9mm - PT 92

O principal dispositivo de segurança foi estudado para funcionar tanto com o cão armado como
desarmado, pois trava o cão e armadilha, simultaneamente, pelo simples acionamento do registro de segurança
para cima. Tal dispositivo foi ainda projetado para possibilitar uma rápida passagem da posição de segurança
para a posição de disparo.
A arma apresenta, ainda, outro recurso de modo a não permitir um disparo imprevisto. Referimo-nos ao
dente de segurança do cão, que age no momento em que este é puxado acidentalmente, não alcançando a
posição de disparo, bloqueando o cão num estágio intermediário, evitando assim, a percussão do cartucho.
O modelo PT-92 AFDO possui um terceiro dispositivo chamado retém do percussor , o qual impede o

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avanço do percussor sem o acionamento do gatilho. O referido dispositivo impede o tiro acidental no caso de
queda da arma.

4 SEQUÊNCIA DE DESMONTAGEM DA Pst TAURUS 9mm - PT 92

4.1 RETIRE O CARREGADOR


Empunhe a arma com a mão direita e, com o polegar da mão esquerda, comprima o botão do retém do
carregador. Este, uma vez livre, desce por distenção de sua mola e, em seguida, retire-o com a mão esquerda.

4.2 RETIRE O FERROLHO


Empunhe arma com a mão direita e com a mão esquerda., segure na parte superior do ferrolho e
comprima com o dedo indicador o retém da alavanca de desmontagem e, simultaneamente, gire a alavanca de
desmontagem, com o dedo polegar, no sentido horário, até completar o seu curso (90°). Mantenha firme a
armação, deslize o conjunto carro-ferrrolho para a frente até libertá-lo da armação.
Ao ferrolho são conjugadas as seguintes partes:
a) Percussor e mola do percussor;
b) bloco com entalhe de mira; e
c) extrator, com pino do extrator e mola do extrator.

4.3 RETIRE A HASTE-GUIA E A MOLA RECUPERADORA


Segure o conjunto carro-ferrolho com a mão esquerda. Com o dedo polegar direito pressione para a
frente a cabeça da guia da mola recuperadora e, ao mesmo tempo, levante-a. Logo que a cabeça se desalojar de
sua sede, deixar que a mola se distenda, acompanhando-a.

4
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Esta operação deve ser realizada com atenção a fim de evitar o salto da mola recuperadora, pois a cabeça da guia
da mola montada sob pressão no rebaixo do ressalto do bloco de trancamento.

4.4 RETIRE O CANO


Empurre a parte posterior do mergulhador para frente, até que as asas do bloco de trancamento sejam
desalojadas das suas sedes no ferrolho. Retire do interior do ferrolho o conjunto cano-bloco de trancamento
levantando a sua parte posterior.

4.5 RETIRE O BLOCO DE TRANCAMENTO


Segure o cano com uma das mãos e com a outra levante a parte posterior do bloco de trancamento,
retire-o lateralmente.

4.6 DESMONTE O CARREGADOR


Com o auxílio de um tocapino ou chave de fenda, comprima o ressalto da placa retém do fundo do
carregador, em seguida desloque para fora o fundo do carregador. Com o polegar, ampare a placa retém do fundo
carregador, a fim de evitar descompressão violenta da mola:
Sairão do interior do carregador:
• placa retém do fundo carregador; e
• mola do carregador e transportador.

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4.7 ARMAÇÃO
A armação da Pistola Taurus PT-92 é uma só peça de liga especial leve, estampada, servindo de base
ao grupo ferrolho e cano, constituindo-se também como empunhadura.

À armação, na fase de montagem da arma, serão conjugadas as seguintes partes:

Gatilho, eixo do gatilho e mola do gatilho;


Tirante do gatilho e mola do tirante do gatilho;
Armadilha, mola da armadilha e eixo da armadilha.
Cão, bucha do cão, eixo do registro de segurança, guia da mola do cão, mola do cão apoio da mola do
cão e pino de apoio da mola do cão;
Registro de segurança, pino do registro de segurança, mergulhador do registro de segurança e
mola do mergulhador do registro de segurança;
Retém do ferrolho e mola do retém do ferrolho;
Ejetor e pinos (dois) do ejetor;
Alavanca de desmontagem, retém da alavanca de desmontagem e mola do retém da alavanca de
desmontagem;
Retém do carregador, mola do retém do carregador, bucha do retém do carregador e pino do retém do
carregador; e
Placas do punho esquerda e direita que estão fixadas à armação com buchas (quatro) das placas do
punho e parafusos das placas do punho.

Obs.: As peças marcadas em negrito interessam mais ao aluno, por se tratar de montagem e
desmontagem nível 1º escalão.

5 SEQÜÊNCIA DE MONTAGEM DA Pst TAURUS 9mm - PT 92

A seqüência de montagem da Pst TAURUS será a seguinte:


a) monte o carregador;
b) monte o bloco de trancamento do cano;
c) monte o conjunto cano-bloco de trancamento no ferrolho;
d) monte a haste guia e a mola recuperadora;
e) unir o conjunto armação-ferrolho e bloco de trancamento; e
f) coloque o carregador.

6 OPERAÇÕES ESSENCIAIS PARA UTILIZAÇÃO DA ARMA.

6.1 ALIMENTAR

Introduzir o carregador municiado pela parte inferior do punho, forçando-o para dentro, até que fique
preso pelo seu retém e se ouça o estalido característico.

6.2 CARREGAR

Após alimentar a pistola, puxar o ferrolho para trás, deixando-o avançar, em seguida, com essa

6
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operação o primeiro cartucho do carregador será levado à câmara pelo ferrolho.

6.3 EXTRAIR e EJETAR

Estando a arma carregada, para extrair e ejetar, puxar o ferrolho para trás. O cartucho que se encontra na
câmara será extraído pelo extrator e, a seguir, ejetado pelo lado direito do ferrolho. Para aumentar a segurança,
essa operação só deve ser realizada após a retirada do carregador da arma, para evitar que a arma seja novamente
carregada.

6.4 ARMAR

6.4..1 Primeiro processo


Puxar o Cão para trás, até que fique preso.

6.4.2 Segundo processo


Puxar o ferrolho para trás e soltá-lo; o cão será levado para trás pelo ferrolho, ficando preso.

6.5 TRAVAR

Levar o dispositivo de segurança do cão para o estágio intermediário, não alcançando com isso a
posição de disparo.
Acionar o registro de segurança, levantando-o para. cima, que funciona com o cão armado ou
desarmado, pois trava o cão e a armadilha.

6.6 DESTRAVAR

Colocar o dispositivo de segurança do cão na sua posição baixa.


Colocar o registro de segurança na posição inicial (original), ou seja, abaixar o registro de segurança.

6.7 DISPARAR

Estando a pistola carregada e destravada, para disparar é necessário comprimir a tecla do gatilho.

6.8 AVISO DE CARREGADOR VAZIO

Disparado e expulso o último cartucho, o transportador do carregador vazio levanta o retém do ferrolho
bloqueando este último na sua posição de recuo máximo.
A arma permanece na posição "aberta", alertando o atirador do término da disponibilidade de tiros.
Para carregar a arma é suficiente extrair o carregador vazio, substituindo-o por outro cheio e puxar o
retém do ferrolho para baixo, liberando o ferrolho que volta à posição "fechada", ao mesmo tempo em que, um
cartucho é retirado do carregador e levado à câmara. Assim, a arma encontra-se novamente em condições de
disparo.

7 FUNCIONAMENTO

7.1 GENERALIDADES
Empunha-se a arma com a mão direita (ou esquerda) e com a esquerda (ou direita) introduz-se o
carregador, empurrando-o até que seja agarrado pelo retém do mesmo.
Agarra-se o ferrolho, pela parte recartilhada, puxando-o vigorosamente para trás e largando-o
bruscamente (dar o golpe). Essa operação será facilitada se o cão for armado antes. A pistola está carregada e
pronta para o tiro.
Premendo-se o gatilho, este, através do tirante, faz girar a armadilha. O cão, que com seu dente estava
preso à armadilha, está agora livre e empurrado pelo guia da mola comprimida, avança chocando-se
violentamente sobre o percussor, determinando o disparo do cartucho.
Caso a arma já tenha um cartucho na câmara e o cão esteja desarmado, será suficiente, graças à dupla
ação, o acionamento do gatilho para que o tirante agindo diretamente sobre o cão, provoque o seu recuo, o
destravamento simultâneo da armadilha e o consequente impacto no percussor, disparando-o. Tal sistema permite
também a imediata repetição da percussão do mesmo cartucho, admitindo-se uma eventual falha de percussão.

7
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Também nesse modelo de arma, o cão é dotado de dois dentes. O primeiro, denominado dente de
segurança, trava o cão, no caso de este ser largado antes de completamente armado, impedindo a percussão. O
segundo é chamado dente de disparo. Depois do disparo, a pressão exercida pelos gases, agindo sobre o fundo do
cartucho, faz com que este e também o grupo ferrolho-cano retrocedam. Isto ocorre porque o cano está preso ao
ferrolho através do bloco de trancamento.
Ao recuar cerca de 7mm, o mergulhador do bloco de trancamento, alojado na parte posterior do cano,
bate no plano trabalhado na armação e com a sua parte anterior age no bloco oscilante de trancamento, obrigando
este último a abaixar, livrando as asas que estavam alojadas no ferrolho. A partir deste ponto, o cano interrompe
o seu movimento ao mesmo tempo em que o ferrolho prossegue o seu curso de recuo, extraindo e ejetando o
estojo ( ou cartucho).
O tempo do movimento efetuado pelo conjunto cano-ferrolho, quando rigidamente unidos, é suficiente
para permitir a saída do projétil e do gás pela boca da arma, antes mesmo do desligamento do referido conjunto.
Isso possibilita um menor solavanco da arma durante a ação.
Durante todo o recuo do ferrolho realiza-se a compressão da mola recuperadora e, ao mesmo tempo, o
cão é obrigado a girar para trás e a agarrar-se, com o próprio dente de disparo, à armadilha, permanecendo
armado. Terminado o movimento de recuo, a ação da mola recuperadora faz retornar o ferrolho à frente, o qual
retira um novo cartucho do carregador, introduzindo-o na câmara.
O cano, por sua vez, também é transportado à frente pelo ferrolho, retornando à sua posição inicial, ao
mesmo tempo em que o bloco oscilante de trancamento, pela ação de um plano inclinado, é obrigado a subir
recolocando as suas asas no alojamento do ferrolho.
Por outro lado, durante o retrocesso do ferrolho, o tirante do gatilho é obrigado por aquele a abaixar-se
fazendo com que a armadilha volte à sua posição normal. Permanece impedindo o disparo contínuo (rajada),
ainda que o atirador permaneça pressionando o gatilho.
Imediatamente após relaxado o gatilho, o tirante, levantando-se, entra em contato com a armadilha
deixando a arma pronta para o disparo subsequente.
Renovando-se sucessivamente a pressão sobre o gatilho, repetem-se todas as operações e movimentos
acima mencionados até o término dos cartuchos contidos no carregador.

7.2 AVISO DE CARTUCHO NA CÂMARA


Quando o cartucho encontra-se alojado na câmara, a extremidade do extrator fica saliente, revelando
uma marca vermelha; tal sinal do extrator é perceptível também com o tato, o que permite este tipo de controle
também às escuras.

8 MANUTENÇÃO E LIMPEZA

8.1 MANUTENÇÃO
As principais regras a observar, objetivando o correto uso da arma, são as seguintes:
Realizar o procedimento de segurança.
Inspecionar o interior do cano. Verificar o funcionamento dos diversos dispositivos.
Verificar se o carregador não apresenta deformações nos lábios e se o transportador está funcionando
regularmente.
Depois de disparar em seco, proceder a desmontagem parcial, a limpeza e a lubrificação.

8.2 LIMPEZA
Para proceder a limpeza da arma, quando esta não está por demais suja, é suficiente tirar o cano, o
ferrolho, a mola recuperadora e respectiva guia e remover as sujidades com rustilo DW 1062 (querosene ou água
quente).
Por outro lado, é importante lembrar que, depois do uso, o cano deve ser sempre limpo e, em seguida,
enxuto e lubrificado com óleo leve de armamento (WD 40).

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CAPÍTULO VII

INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO - IPT

1 INTRODUÇÃO

Habilitar tecnicamente o atirador na desmontagem, montagem, limpeza, manutenção orgânica, manejo


da arma, tomada de posições de tiro para cada uma das armas empregadas pelo Comando da Aeronáutica.
Enfatizar todos os procedimentos adotados no estande de tiro e, principalmente, as normas de segurança, dando-
lhe as necessárias condições para iniciar, de forma segura, os exercícios de tiro real programados.

1.1 TIRO MILITAR BÁSICO - TMB

Aplicar as técnicas adquiridas na IPT, executando o tiro com habilidade, desenvolvendo a confiança na
utilização da arma de fogo e os conceitos de emprego do armamento nos serviços diários, de campanha e demais
atividades de rotina das OM da Aeronáutica.

1.2 TIRO MILITAR AVANÇADO - TMA

Desenvolver a eficácia do tiro individual, simulando situações que se aproximem, ao máximo, das
condições de emprego nas atividades inerentes ao militar, preparando-o para uma pronta resposta, em situações
de grande pressão psicológica, respeitando sempre as normas de segurança. Estará habilitado a executar o TMA,
o militar que atingir o padrão mínimo de desempenho na instrução do TMB, e não ter permanecido por mais de 2
anos sem realizar instrução de tiro.

2 REGRAS DE SEGURANÇA

2.1 REGRAS BÁSICAS DE SEGURANÇA COM ARMAS DE FOGO

2.1.1 Jamais aponte sua arma para alguém. Esteja carregada ou não. Imagine que a qualquer momento um tiro
poderá sair do cano.
2.1.2 Jamais pergunte se uma arma está carregada. Verifique você mesmo.
2.1.3 Jamais inspecionar uma arma pela boca do cano.
2.1.4 Sempre inspecionar a arma antes do manuseio ou transporte.
2.1.5 Mantenha a arma perfeitamente limpa. Verifique, antes do tiro, se o cano está desobstruído (verifique a
câmara visualmente).
2.1.6 Conheça o funcionamento de toda arma que for manusear.
2.1.7 Manter a arma em perfeitas condições de uso.
2.1.8 Evitar queda da arma.
2.1.9 Manter a arma fora do alcance de pessoas não habilitadas.
2.1.10 Jamais utilizar arma ou munição descaracterizadas.
2.1.11 Atire em alvos apropriados e nunca em objetos que possam causar ricochete.
2.1.12 Ao passar uma arma para alguém, execute a verificação de segurança, mantenha a arma aberta e gire a
mesma de forma a apontar o cano para si, no ato da entrega.

2.2 REGRAS DE SEGURANÇA APLICADA AOS ATIRADORES

2.2.1 São proibidos gritos, conversas paralelas, brincadeiras e comentários entre os atiradores.
2.2.2 É expressamente proibido manusear, alimentar ou carregar uma arma fora do posto de tiro ou outra posição
prevista.
2.2.3 É proibida a livre iniciativa, todo e qualquer procedimento ou manuseio de armas no estande de tiro deverá
ser a comando do Instrutor.
2.2.4 Todos os envolvidos na instrução devem notificar, imediatamente ao Instrutor de Tiro - IT, qualquer
situação que possa ser atentatória à segurança.
2.2.5 Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, são de uso obrigatório.
2.2.6 Todo manuseio da arma deverá ser feito com o cano apontado para o plano de tiro.
2.2.7 O atirador deverá manter sempre o dedo fora do guarda-mato até o momento da execução do disparo.
2.2.8 encerrada a série de tiros, o atirador procede a verificação de segurança e deixa a arma aberta, coma a
janela de ejeção voltada para cima.
2.2.9 Em caso de acidente, todos os atiradores deverão permanecer em seus lugares com as armas travadas.

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3 FUNDAMENTOS DO TIRO

Consideram-se Fundamentos do Tiro os conjuntos de fatores de responsabilidade do atirador que tem


influência decisiva na precisão dos disparos efetuados
Cabe ressaltar que o tiro de precisão é a base para a instrução do tiro militar.
São cinco os fundamentos do tiro de precisão: (PEVRA)

• Posição de tiro: situação adotada pelo corpo do atirador para a realização do disparo;
• Empunhadura: maneira de sustentar a arma para o disparo;
• Visada: alinhamento entre o olho do atirador, o aparelho de pontaria e o alvo;
• Respiração: forma de efetuar os movimentos de ventilação durante a execução do disparo; e
• Acionamento do gatilho: ação do dedo indicador sobre a tecla do gatilho.

3.1 POSIÇÃO DE TIRO

A adoção da correta posição de tiro visa a maior estabilidade do corpo durante a realização do disparo.
A correta posição de tiro envolve a adoção de uma postura adequada, com vistas a evitar o desconforto e
a fadiga oriundos da tensão desnecessária, com influência negativa sobre a precisão dos disparos.
São consideradas básicas para o tiro militar as posições deitado, de joelho e de pé, embora sejam
admitidas outras posições, tidas como secundárias.

3.1.1 POSIÇÕES DE TIRO PARA ARMAS CURTAS

3.1.1.1 Posições Básicas

• Posição Deitado (D)

a) deitado, com o corpo distendido em ângulo de aproximadamente 20º em relação à linha de tiro;
b) pernas afastadas confortavelmente; e
c) cotovelos afastados do corpo e apoiados no solo, de modo que não permita aproximar a arma do
rosto.

Posição Deitado

• Posição de Joelho (J)

a) joelho do lado da mão fraca posicionado em ângulo de aproximadamente 90º com o plano de tiro;
b) joelho do lado da mão forte apoiado no solo, posicionado em ângulo de 90º com a linha de tiro;
c) pé do lado da mão forte serve de base no solo, devendo o atirador estar sentado sobre o mesmo;
d) a extremidade distal do braço do lado da mão fraca deve estar apoiada no joelho; e
e) cabeça posicionada de forma que permita fazer a visada confortavelmente, sem aproximar a arma do
rosto

Posição de Joelho

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• Posição de Pé “Weaver” (W)

a) ângulo de aproximadamente 60º com o plano de tiro;


b) pernas afastadas na largura dos ombros e os pés, paralelos;
c) o atirador deve manter o tronco ereto e a cabeça posicionada de forma que seja possível fazer a
visada confortavelmente; e
d) a mão fraca deve forçar para trás a mão que empunha a arma, e o braço do lado da mão fraca é
ligeiramente flexionado, enquanto o braço do lado da mão forte fica distendido, formando um sistema de força
que mantém a arma imóvel.

Posição Weaver

• Posição de Pé “Isósceles” (I)

a) frente para o alvo, com os braços distendidos, a arma deve estar empunhada
com as duas mãos, à altura dos olhos, sendo que a mão fraca deve envolver a mão forte
e forçá-la de encontro à arma;
b) pernas afastadas na largura dos ombros e os pés, paralelos; e
c) o atirador deve manter o tronco ereto e a cabeça posicionada de forma que
permita fazer a visada confortavelmente.

Posição Isósceles

3.2 EMPUNHADURA

3.2.1 EMPUNHADURA PARA ARMAS CURTAS

A posição da mão na arma é tratada com certo destaque, face à importância que a
empunhadura representa na obtenção de um bom disparo. Empunhadura é, portanto, a
posição correta da mão na arma, o que resulta em:
a) perfeito alinhamento pulso arma;
b)firmeza no momento do disparo e, consequentemente, controle do recuo;
c) maior facilidade na consecução do disparo seguinte;
d) posicionamento correto do dedo indicador no gatilho;
e) facilidade no enquadramento do aparelho de pontaria; e
f) diminuição da fadiga.
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A boa empunhadura deve ser feita com as duas mãos, sendo que a mão forte
empunha a arma, ficando esta envolvida pela mão fraca.
A empunhadura deve ser firme para minimizar os movimentos causados pelo
recuo sem , porém, causar tensão ou fadiga na musculatura dos braços e das mãos. Se o
braço do lado da mão forte estiver tremendo, é sinal que a pressão na arma está
excessiva.
Não deve haver na empunhadura nenhuma pressão lateral, pois isto faria a arma
girar no momento do disparo. O dedo polegar da mão forte deve apenas encostar na
placa do punho, porém, sem que aí exerça a menor pressão. A pressão exercida na
empunhadura deve ser a mais uniforme possível.
Se a arma, quando apontada naturalmente para o alvo, não exigir nenhum esforço
excessivo do pulso, isto significa que a empunhadura está correta.
Quando utilizando a pistola, o atirador deve ter o cuidado para não deixar o
polegar da mão fraca atrás do ferrolho, a fim de evitar ferimentos. A pistola deve ser
empunhada o mais alto possível na mão, sem, contudo, ultrapassar o limitador da
armação.

Empunhadura com arma curta

3.3 VISADA

Ao apontar a arma, o atirador deve posicioná-la de tal maneira que o projétil orientado pelo cano no
início da trajetória atinja o alvo. É necessário que a alça, a massa de mira e o alvo estejam alinhados (linha de
visada) conforme as características do aparelho de pontaria de cada arma.
A correta focalização do conjunto alça, massa e alvo é importante, pois o olho deve estar focado sobre o
topo da massa de mira que, por sua vez, deve estar centrada e alinhada com a alça de mira, no momento do
disparo. Enquanto comprime a tecla do gatilho, o atirador deve manter a focalização sobre o conjunto alça-massa
(linha de mira), com o alvo ligeiramente embaçado, e assim permanece até o disparo.
Para o tiro de precisão, recomenda-se que no fundamento visada, seja empregado o olho diretor, ou
seja, o olho de maior acuidade visual.
Ao realizar a visada, o atirador deve levar a arma (aparelho de pontaria) à altura do olho, nunca o
contrário, o que prejudicaria a postura.

3.4 RESPIRAÇÃO

Os movimentos ventilados (inspiração e expiração) tem importância relevante na precisão do tiro divido
à extensão e a contração do tórax, que podem transferir oscilação vertical para a arma.
Não há uma regra geral a ser seguida pelo atirador; alguns inspiram profundamente ao levantarem a
arma enquanto outros mantém cheios os pulmões ao iniciar a pontaria e a ação sobre o gatilho.

3.5 ACIONAMENTO DO GATILHO

O correto acionamento da tecla do gatilho é realizado pressionando-a diretamente para a retaguarda, com
aumento gradativo da pressão, até que seja liberado o mecanismo de disparo da arma (desengatilhamento).
O dedo deve ter contato com o gatilho em qualquer ponto entre a ponta da falange distal e a articulação
desta com a falange medial. O guarda-mato ou o lado do punho não devem ser tocados, para evitar a formação

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de uma tração lateral, que, embora mínima, tende a alterar a posição dos elementos de pontaria em relação ao
ponto visado.

BIBLIOGRAFIA

Apostila de armamento, munição e tiro – CIAAR – 2010.


MCA 50-1 – Manual de instrução de tiro com armamento terrestre no âmbito do Comando da
Aeronáutica – 2005.

EXPEDIENTE

Elaboração e digitalização em maio de 2013 por 1S SGS TEIXEIRA


Revisado e atualizado em setembro de 2014 por 1S SGS TEIXEIRA

ERICK MARTINS SOARES ZECA Maj Av


Chefe da CAIM

ROBERTO CARLOS FERNANDES Ten Cel Av


Comandante do Corpo de Alunos

Brig Ar CELESTINO TODESCO


Comandante da EPCAR

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