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CADERNO DE INSTRUÇÃO DO

GRADUADO - CIGRA
CIGRA DE ARMAMENTO MUNIÇÃO E
TIRO II – VOL 3
O COMANDANTE DA ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS, COM
BASE NO INCISO III DO ARTO 6º DO REGULAMENTO DE PRECEITOS
COMUNS AOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO DO EXÉRCITO (R-126) E
INCISO III DO ARTO 7º DO REGULAMENTO DA EsSA (R-72), RESOLVE:

APROVAR, PARA FINS ESCOLARES, O CIGRA DE ARMAMENTO


MUNIÇÃO E TIRO II – VOL 3, EDIÇÃO DE 2007.

SOLICITA-SE AOS USUÁRIOS DESTE CIGRA A APRESENTAÇÃO DE


SUGESTÕES QUE TENHAM POR OBJETIVO APERFEIÇOÁ-LO OU QUE SE
DESTINEM À SUPRESSÃO DE EVENTUAIS INCORREÇÕES.

AS OBSERVAÇÕES APRESENTADAS, MENCIONANDO PÁGINA, O


PARÁGRAFO E A LINHA DO TEXTO A QUE SE REFEREM, DEVEM
CONTER COMENTÁRIOS APROPRIADOS PARA SEU ENTENDIMENTO OU
SUA JUSTIFICAÇÃO.
ÍNDICE

CAPÍTULO 1 – CARACTERÍSTICA E NOMENCLATURA...............................001


CAPÍTULO 2 – DESMONTAGEM E MONTAGEM............................................008
CAPÍTULO 3 – FUNCIONAMENTO E MUNIÇÃO.............................................010
CAPÍTULO 4 – APARELHO DE PONTARIA.......................................................016
CAPÍTULO 5 – MANEJO DOS MORTEIROS 60 E 81 mm..................................020
CAPÍTULO 6 – TÉCNICAS DE TIRO DO Mrt 60 E 81 mm..................................026
CAPÍTULO 7 – OBSERVADOR AVANÇADO.....................................................061

BIBLIOGRAFIA
- C 23-85 – Morteiro 60mm M2/M949;
- C 23-90 – Morteiro 81mm – 1º e 2º Vol.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 01

CAPÍTULO 1

CARACTERÍSTICA E NOMENCLATURA

ARTIGO 1 - MORTEIRO 60mm

1. APRESENTAÇÃO
Os morteiros 60 M2 e M949 são armas de alma lisa, de carregamento pela boca e de trajetória curva,
que atiram com grandes ângulos de tiro. Os Morteiros 60 M2 e M 949 compreendem:
a. Morteiro, que se divide em:
1) Tubo
2) Reparo

b. Reparo, que se divide em:


1) Bipé
2) Placa Base

2. DADOS GERAIS
a. Calibre.................................................... (milímetros) ............................................................ 60
b. Pesos:
Morteiro completo......................................(quilos)............................................................ 19,06
Tubo.......................................................... (quilos) .............................................................. 5,81
Reparo:
Bipé ...........................................................(quilos)............................................................... 7,44
Placa-base ..................................................(quilos) ............................................................. 5,81
c. Comprimento total ...................................(metros) ............................................................ 0,726
d. Elevação
Ângulo de elevação aproximado (graus)........................................................................ 40º a 85º
Uma volta da manivela de elevação aproximadamente (graus) .............................................0,5º
e. Direção:
Ângulo de tiro horizontal, para a direita e para esquerda aproximado (milésimos)................125
Uma volta da manivela de direção aproximadamente... (milésimos)........................................15
f. Cadência de tiro:
Máxima ......................................................(tiros por minuto)........................................ 30 a 35
Normal .......................................................(tiros por minuto) ................................................ 18
g. Alcance de utilização.............................. (metros) ............................................................ 1.000
h. Emprego tático:
Emprego.........................................................................................................................Coletivo
Fração onde se enquadra.............................................Grupo de Apoio do Pelotão de Fuzileiros
Fração apoiada............................................................................................Pelotão de Fuzileiros
i. Carregamento ................................................................................................................Anticarga

3. NOMENCLATURA
a. Tubo
1) O tubo tem alma lisa.
2) A culatra, aparafusada à parte posterior do tubo, é roscada internamente. Termina por um
munhão esférico, que se encaixa ao alvéolo da placa e aí fica preso pelo retém.
3) O percutor é atarraxado no alojamento que existe na culatra. O percutor depois de atarraxado
em seu alojamento fica fixo e sua ponta saliente no interior da culatra.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 02

Fig. 1 - Tubo e culatra do morteiro

b. Reparo
Compreende: O Bipé e a Placa-base.
1) Bipé - Compreende: as duas pernas, a armação, o mecanismo de direção, os amortecedores, a
braçadeira e a forquilha.
a) As pernas são tubos de aço articulados ao tubo guia do parafuso de elevação. O afastamento
das pernas é limitado por seu suporte. Elas são mantidas abertas e fixadas nesta posição por intermédio
de dois reténs, um para cada perna. As extremidades das pernas que se apóiam no solo são providas de
sapatas com garras.
- A perna direita não tem peças móveis. Em sua parte inferior há um punho de couro que
envolve completamente um trecho da parte metálica. Existe também uma correia para atar as pernas ao
tubo, quando o morteiro é transportado.
- Na perna esquerda está montado o mecanismo de nivelamento transversal do morteiro. O
mecanismo de nivelamento transversal dá ao atirador os meios necessários para colocar o parafuso de
direção na posição horizontal. Esta operação é realizada mantendo-se a posição do tubo guia. O
mecanismo de nivelamento transversal compreende: a travessa articulada, a sua luva-suporte, a manga
de fixação, a manga de chamada e o tubo liso, onde se encontram montadas todas as partes desse
mecanismo. O tubo-guia é acionado pela travessa articulada que desliza, por uma de suas
extremidades, sobre o tubo liso, ao qual está ligado por meio de sua luva-suporte. A manga de fixação
serve para imobilizar a luva-suporte da travessa articulada na posição desejada; a manga de chamada é
utilizada para os pequenos deslocamentos do tubo liso. Além disso a manga de chamada permite o
nivelamento do morteiro, com a inclinação registrada no aparelho de pontaria.
b) Armação - Compreendendo o mecanismo de elevação que é constituído essencialmente
por um parafuso que se desloca verticalmente, no interior do tubo-guia, acionado por uma porca. A
parte superior do parafuso de elevação é adaptada na parte inferior da porca do mecanismo de direção e
fixada por um contrapino. A porca do parafuso de elevação permanece no interior do tubo-guia quando
se gira a manivela. O que aparece acima do tubo-guia, quando se gira a manivela de elevação, é o
próprio parafuso de elevação.
c) Mecanismo de direção - Compreende um parafuso horizontal que opera em uma porca e é
acionado por manivela. A porca que serve para deslocar o morteiro lateralmente serve também para
estabelecer a conexão entre o conjunto do mecanismo de direção e o mecanismo de elevação.
d) Amortecedores - Servem para dar estabilidade durante o tiro. Eles permitem e amortecem
o deslocamento longitudinal do tubo da braçadeira sobre a forquilha. O amortecimento é feito pela
ação de duas molas montadas no interior do berço da braçadeira.
e) Braçadeira - Fixa o tubo ao reparo e se divide em duas partes: a inferior que se denomina
berço e onde se encontram os amortecedores com os respectivos parafusos; a superior é denominada
alça da braçadeira. Estas duas partes são articuladas uma a outra, por intermédio de ferrolho.
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Fig. 2 - Bipé

f) Na forquilha encontra-se montado o mecanismo de direção. Contém os mancais onde


trabalha o parafuso de direção; nela existe um entalhe, onde é adaptado o aparelho de pontaria,
(encaixe do aparelho de pontaria).
2) Placa-base - É de aço prensado e dispõe de garras e nervuras soldadas, em sua parte inferior.
Na face superior são encontrados o retém do munhão esférico, o alvéolo e o rebaixamento. O alvéolo
se destina a receber o munhão esférico; o rebaixamento destina-se ao apoio da culatra, quando o
morteiro é transportado como um só fardo e o retém do munhão esférico serve para prender o munhão
esférico dentro do alvéolo.

Fig. 3 - Placa-base
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 04

ARTIGO 2 - MORTEIRO 81mm

1. APRESENTAÇÃO
a. O morteiro de 81 mm (Fig. 1) é uma arma de alma lisa, de carregamento pela boca e de trajetória
curva. O tubo compõe-se de uma só peça e o reparo de duas: o bipé e a placa-base.

b. Estas três peças constituem partes separadas, cada uma das quais suficientemente leve para ser
transportada por um homem. O tubo prende-se ao bipé por meio de uma braçadeira, que pode ser solta
com rapidez, e firmar-se à placa-base introduzindo-se o munhão esférico da culatra em um dos seus
alvéolos e girando-se o tubo de 90º.

2. DADOS DE TIRO
a. Calibre.................................................... (milímetros) ............................................................ 81
b. Pesos:
Morteiro completo..........................................(quilos)...................................................... 61,689
Tubo.............................................................. (quilos) ...................................................... 20,185
Reparo:
Bipé ...............................................................(quilos)...................................................... 21,092
Placa-base ......................................................(quilos) ..................................................... 20,412
c. Comprimento total ...................................(metros) ............................................................ 1,256
d. Elevação
Ângulo de elevação aproximado(graus)......................................................................... 40º a 85º
Uma volta da manivela de elevação aproximadamente(graus) ..............................................0,5º
e. Direção:
Ângulo de tiro horizontal, para a direita e para esquerda aproximado (milésimos)................125
Uma volta da manivela de direção aproximadamente... (milésimos)........................................15
f. Cadência de tiro:
Máxima ......................................................(tiros por minuto)........................................ 30 a 35
Normal .......................................................(tiros por minuto) ................................................ 18
g. Alcance de utilização.............................. (metros) ............................................................. 2.000
h. Emprego tático:
Emprego...........................................................................................................................Coletivo
Fração onde se enquadra....................................................................................Pelotão de Apoio
Fração apoiada.......................................................................................Companhia de Fuzileiros
i. Carregamento .................................................................................................................Anticarga
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Fig. 1 - Morteiro de 81 mm.

3. NOMENCLATURA
a. Tubo
1) O tubo (fig. 2) consta de cano, culatra e percutor.
2) A alma do tubo é lisa e polida.
3) A culatra é oca e atarraxada à parte posterior do cano fechando a câmara, e termina em um
munhão esférico chanfrado em duas faces, que penetra e se fixa no alvéolo da placa-base.
4) O alojamento do percutor tem uma rosca onde se atarraxa firmemente o percutor contra um
batente, para evitar-se o escapamento de gases. Quando corretamente montado, o percutor fica fixo e
sua ponta projeta-se no interior do tubo, através da culatra.

b. Bipé M1
1) O bipé (Fig. 3) compreende as duas pernas, os mecanismos de elevação, de direção, e de
nivelamento transversal.
2) As pernas são dois tubos de aço articulados ao munhão da caixa de engrenagem e terminam
em sapatas com garras. A abertura das pernas é limitada por uma corrente ajustável. Entre a
extremidade direita da corrente e a perna direita, interpõe-se uma mola, para evitar vibrações das
pernas durante o tiro.

Legenda:
1 – cano;
2 – culatra;
3 – munhão esférico;
4 – percutor;
5 – tubo;
6 – boca.

Fig. 2 – Tubo do morteiro de 81 mm


Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 06

3) Na perna esquerda está montado o mecanismo de nivelamento transversal do morteiro. O


nivelamento transversal tem em vista colocar na horizontal o parafuso de direção. Esta operação coloca
o eixo do tubo no plano vertical que contém a linha de pontaria e corrige a inclinação inicial, quando
da instalação do morteiro. O mecanismo de nivelamento transversal consiste de um anel móvel
montado em um tubo liso e de uma manga de chamada. O anel móvel está ligado ao tubo guia por uma
travessa articulada. O deslocamento do anel móvel, para cima e para baixo, transmite-se ao tubo do
morteiro através da travessa articulada e dos mecanismos de elevação e de direção; assim, o morteiro
pode ser nivelado transversalmente, deslocando-se o anel móvel. Uma porca de trancamento prende o
anel móvel em qualquer posição. Finalmente, um nivelamento mais exato pode ser obtido mediante a
ação da manga de chamada colocada na parte superior da perna.
4) A perna direita não tem peças móveis.
5) O mecanismo de elevação consta de um parafuso vertical de elevação que trabalha no interior
do tubo guia. Este parafuso é acionado por uma engrenagem e um pinhão alojados na caixa de
engrenagem. O pinhão e a engrenagem movem-se por intermédio da manivela de elevação. A parte
superior da caixa de engrenagem dispõe de uma graxeira para lubrificação do parafuso de elevação, da
engrenagem e do pinhão.
6) O mecanismo de direção consta de um parafuso horizontal que trabalha dentro da armação e é
acionado por uma manivela de direção, dos amortecedores, da braçadeira e da armação. A armação
serve de união entre a braçadeira e o mecanismo de elevação e contém os mancais onde trabalha o
parafuso de direção, um nível de bolha e um entalhe onde se prende o aparelho de pontaria.

Legenda:

1 – perna direita;
2 – perna esquerda;
3 – mecanismo de elevação;
4 – mecanismo de direção;
5 – amortecedores;
6 – alça da braçadeira;
7 – sapatas com garras;
8 – correntes ajustáveis;
9 – tubo guia;
10 – travessa articulada;
11 – porca de trancamento;
12 – anel móvel da culatra articulada;
13 – manga de chamada;
14 – manivela do mecanismo de elevação;
15 – parafuso de elevação;
16 – cruzeta de ligação;
17 – parafuso de direção;
18 – manivela do mecanismo de direção;
19 – encaixe do aparelho de pontaria;
20 – parafuso da braçadeira.

Fig. 3 – Bipé M1
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 07

7) Os amortecedores são destinados a estabilizar o tubo e o reparo durante a execução do tiro;


além disso, permitem um certo movimento entre a armação e a braçadeira e são mantidos em equilíbrio
pela resistência de duas molas de compressão, montadas no berço da braçadeira.
8) A braçadeira que prende o tubo ao bipé se divide em duas partes; a inferior denomina-se berço
e contém os amortecedores com os parafusos de fixação; a parte superior chama-se alça. Estas duas
partes são articuladas e podem ser fixadas uma na outra por meio do parafuso da braçadeira, firmando
o tubo ao bipé.

c. Bipé M4
1) O bipé M4 difere do M1 apenas no mecanismo em direção, que é do tipo telescópico. Este
mecanismo é capaz de um maior período de serviço e aumenta o poder de combate do morteiro.
2) O mecanismo de direção consta de um parafuso que trabalha no interior de dois tubos. Ao ser
girada a manivela de direção, o tubo interior desloca-se de um lado para o outro dentro do tubo
exterior, ocasionando o deslocamento do tubo do morteiro.

d. Placa-base
A Placa-base (fig. 4) é um conjunto indeformável, que contém uma série de nervuras e garras,
bordo anterior, argolas para o transporte, alça de transporte e alvéolos.

Legenda:

1 – alça de transporte;
2 – argola para transporte;
3 – nervuras;
4 – garras;
5 – borda anterior;
6 – nervura da face superior;
7 – alvéolos;
8 – nervura (ou linha) de pontaria,
9 – borda esquerda.

Fig. 4 – Placa-base do Mrt 81 mm M936


Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 08

CAPÍTULO 2

DESMONTAGEM E MONTAGEM

ARTIGO 1 - Morteiro 60 mm

1. DESMONTAGEM
A única parte do morteiro que pode ser desmontada na tropa, é o percutor. Esta peça tem uma
cabeça com ranhura e é atarraxada na culatra. A desmontagem do percutor é simples e consiste apenas
em desparafusa-lo da culatra com a chave de fenda apropriada, existente no estojo de lona M6, para
ferramentas.

2. MONTAGEM
Para a montagem, o percutor deve ser atarraxado firmemente em sua posição, depois de ser
ligeiramente lubrificada a sua rosca.

3. ACESSÓRIOS E SOBRESSALENTES
a. Sobressalentes - As peças de qualquer morteiro tornam-se inservíveis com o tempo pela quebra
ou pelo desgaste resultante do emprego contínuo. Por esta razão, as peças sobressalentes são
distribuídas, com a arma, para as substituições que se fizerem necessárias. Tanto quanto possível os
conjuntos ou jogos de peças sobressalentes devem ser mantidos completos, em todas as ocasiões.
Quando uma peça sobressalente for utilizada, a peça substituída deve ser reparada ou trocada, para
recompletamento do jogo de sobressalentes.

b. Acessórios
1) Sacola M2, para munição (Dupla) - É feita de lona reforçada, com uma abertura central para
permitir a passagem da cabeça do Sd Aux At que a transporta. Possui, nas partes anterior e posterior,
bolsas para o transporte das granadas de morteiro.
2) Coifa da boca M 308, com bandoleira - Feita de couro, é empregada para cobrir a boca da
arma, protegendo o interior do tubo contra a umidade e corpos estranhos.
3) Almofada M2, - Consiste de duas almofadas, uma para cada ombro. Ligadas por uma cinta, e
servem para proteger os ombros dos homens da guarnição, durante o transporte a braços.
4) Escova para Limpeza, M6 - É utilizado para a limpeza do alojamento do percutor.
5) Haste de Limpeza, M9 - É um bastão comprido com um punho numa das extremidades e uma
fenda na outra, onde se prendem pequenas mechas de pano ou de estopa, para limpeza do percutor e do
interior do tubo.
6) Ferramenta para Limpeza do Orifício do Percutor - É utilizada para raspar depósitos de
pólvora que se acumulem na culatra quando não se consegue removê-los.

ARTIGO 2 - Morteiro 81 mm

1. DESMONTAGEM E MONTAGEM
A única parte do morteiro que pode ser desmontada na tropa é o percutor. Essa peça tem uma
cabeça com ranhura e se atarraxa na culatra; sua retirada é feita com a chave de fenda apropriada, que
vem na caixa de acessórios. Para a montagem, o percutor é atarraxado firmemente em sua posição.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 09

2. ACESSÓRIOS E SOBRESSALENTES
a. Sobressalentes
São peças suplementares que acompanham os morteiros e os respectivos reparos para
substituição daquelas de mais fácil desgaste; podem ser empregados na execução de reparos de
pequena importância. O conjunto ou jogo de peças sobressalentes deve ser mantido completo.

b. Acessórios
1) Bolsa de munição M 2.
2) Escova M6 para limpeza da câmara.
É utilizada para a limpeza do alojamento do percutor.
3) Coifa M307
É de couro e destina-se à proteção da boca do tubo, contra corpos estranhos e umidade.
4) Almofada M2 para ombro.
São duas almofadas, uma para cada ombro, ligados por uma cinta e servem para proteger os
ombros dos homens, durante o transporte a braço.
5) Haste M4 para limpeza (de alumínio).
Tem na extremidade quatro pontas em forma de garfo, para prisão de pequenas mechas de
pano, algodão ou estopa para limpeza do percutor e do interior do tubo.
6) Haste M8 para limpeza (de madeira).
Semelhante à haste M4.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 010

CAPÍTULO 3

FUNCIONAMENTO E MUNIÇÃO

ARTIGO 1 - FUNCIONAMENTO

1. FUNCIONAMENTO
O tiro do morteiro é executado introduzindo-se uma granada completa pela boca do tubo. A
inclinação do tubo faz com que a granada deslize na direção da culatra. Ao chegar à culatra, a cápsula
do cartucho de projeção se choca contra a ponta do percutor localizada no seu interior. Este impacto
inflama a cápsula que, por sua vez faz explodir o cartucho de projeção. A chama da explosão do
cartucho inflama os suplementos. A força de expansão, dos gases de toda a carga de projeção impele a
granada para cima e para fora do tubo. Após abandonar o tubo, a espoleta da granada será armada. A
granada conduzirá consigo o cartucho de projeção deflagrado, deixando o morteiro pronto para realizar
um novo tiro (Fig. 1).

Fig. 1 - Funcionamento do morteiro (Esquema).


Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 011

ARTIGO 2 - MUNIÇÃO

1. GENERALIDADES
a. Para conhecermos um pouco sobre munição de Mrt, precisamos ter em mente a seguinte
definição:
1) Granada de Morteiro
É um corpo de aço ou de ferro onde encontramos, no seu interior, a carga de arrebentamento
e, na sua periferia, os elementos que proporcionam a estabilidade da trajetória.
2) Tiro do Morteiro
É a granada mais os elementos que ativam a carga de arrebentamento e proporcionam a
propulsão.

b. Elementos componentes de um tiro de Mrt


1) Cartucho de projeção
Elemento propelente da Gr.
2) Suplemento
Amplia o volume de gases, aumentando o alcance da Gr.
3) Detonador
Amplia a chama e a onda explosiva proveniente da espoleta.
4) Espoleta de Ogiva
Elemento iniciador do encadeamento explosivo da Gr.
5) Granada
É o engenho ofensivo arremessado pelo tubo. É constituído por um corpo de forma ogivo-
cilíndrico-cônica, com um intumescimento em forma de cinta na parte mais espessa que serve para
guiá-lo no interior do tubo, no seu percurso para lançamento; e uma empenagem para estabiliza-lo no
ar.

c. Partes da Granada
1) Externamente, as granadas do Mrt 81mm apresentam as seguintes partes:
a) ogiva;
b) cinta de turgência;
c) corpo;
d) empenagem.
2) Internamente, apresentam as seguintes partes:
a) ouvido roscador;
b) alojamento de carga;
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 012

c) alojamento de carga de projeção.

d. Função de cada parte


1) Ogiva
É a parte acima da turgência e cuja forma facilita o movimento do projétil no ar.
2) Cinta de Turgência
É composta de várias cintas de resistência aos gases para frenagem (prevenindo, praticamente,
o escape de gases), e servem para guiar o projétil durante seu movimento no interior do tubo. Tem um
acabamento de torno perfeito e as ranhuras são de perfil especial. A cinta da granada de grande
capacidade e da fumígena fica na parte posterior, devido ao seu comprimento e também para facilitar o
trabalho dos gases para lança-la para fora do tubo.
3) Corpo
Parte do projétil compreendida entre a cinta de turgência e a cauda. O corpo, sendo parte
integrante do projétil, tem a finalidade de dar ao mesmo, suas propriedades balísticas.
4) Empenagem
É a parte posterior do projétil atarraxada ao orifício roscado. É constituído de um tubo com
vários orifícios abertos na sua parte anterior e serve de alojamento para o cartucho de projeção co
estopilha. Nele é fixada a empenagem constituída de aletas munidas de rebordos para fixação dos
suplementos (Gr capacidade normal). Nas Gr de grande capacidade a empenagem é desdobrável,
mantendo-se assim, até sua saída do tubo. As aletas de empenagem são de metal; destinam-se a
assegurar a estabilidade do projétil durante o seu movimento no ar e receber os suplementos. Servem
para dar a máxima precisão e alcance. Os orifícios existentes na cauda das Gr destinam-se a dar
passagem ao fogo proveniente da queima do cartucho de projeção que irá provocar a queima dos
suplementos.
5) Ouvido Roscado
Recebe a espoleta de ogiva, ou o tarugo de projeção. A sua dimensão é função do tipo de
espoleta empregada segundo seu fabricante.
6) Alojamento da Carga
É a parte oca da Gr destinada à carga de arrebentamento.

Legenda:

1 – alojamento de carga;
2 – ouvido roscado;
3 – ogiva;
4 – cinta de turgência;
5 – corpo;
6 – empenagem;
7 – tubo de orifício;
8 – aletas.

2. CLASSIFICAÇÃO
A classificação mais usual da munição do morteiro em relação ao emprego da granada, é a seguinte:
a. Granada Explosiva (HE) - Empregada contra pessoal e contra alvos de material leve.
b. Granada Fumígena (fósforo branco) - Empregada para: cegar a observação inimiga, sinalização,
produzir perdas ou como agente incendiário.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 013

c. Granada Iluminada - Para iluminação do campo de batalha à noite.


d. Granada de Exercício - Para a instrução.
e. Granada de Manejo - Para a prática em áreas limitadas.

3. IDENTIFICAÇÃO - COR DAS GRANADAS


a. Granada explosiva - verde oliva (com inscrições em amarelo).
b. Granada fumígena - cinza com faixa amarela (com inscrições em amarelo).
c. Granada iluminativa - cinza (com inscrições em preto).
d. Granada de exercício - azul (com inscrições em branco).
e. Granada de manejo - preta (com inscrições em branco).

4. CARGA DE PROJEÇÃO
a. As cargas de projeção das granadas de morteiro são fracionadas para permitir o tiro nos vários
alcances.

b. O funcionamento da carga de projeção dá-se da seguinte maneira: ao se dar à percussão pela


queda do projétil sobre o percutor, o cartucho, disposto na empenagem da granada, inflama-se,
acarretando também a inflamação dos suplementos, graças aos orifícios existentes no canal cilíndrico
onde se aloja o cartucho; a força de expansão dos gases, provenientes desta inflamação, lança para fora
do tubo a granada que leva o cartucho vazio, deixando a arma pronta para receber nova granada.

c. As cargas de projeção são assim denominadas:


Carga 0 - um cartucho
Carga 1 - um cartucho e um suplemento
Carga 2 - um cartucho e dois suplementos
Carga 3 - um cartucho e três suplementos
Carga 4 - um cartucho e quatro suplementos
Carga 5 - um cartucho e cinco suplementos
Carga 6 - um cartucho e seis suplementos

5. PREPARAÇÃO PARA O TIRO


a. A munição de morteiro de 60mm é distribuída em tiros completos que são preparados da seguinte
maneira:
1) pelo ajustamento da carga de projeção, de acordo com o alcance desejado;
2) pela remoção do grampo de segurança da espoleta.

b. As granadas do Mrt 81mm são preparadas da seguinte maneira:


1) Colocar a carga de projeção correspondente ao alcance empregado (os suplementos devem ser
colocados simetricamente na empenagem). Nas granadas explosivas leves, de exercício, e lastradas,
com a parte côncava para o interior. Nas explosivas pesadas, com a parte plana para o interior, o
cartucho é introduzido no alojamento cilíndrico existente na empenagem.
2) Espoletar a granada, retirando previamente o tarugo que protege a rosca da ogiva.
3) Regular a espoleta para I (instantânea) ou R (retardo) de acordo com o que for determinado.

NOTA: Se a granada for distribuída à tropa já espoletada e com a carga de projeção colocada, basta
que se retire os suplementos desnecessários e que se regule a espoleta para a ação desejada.
4) Para atirar, introduzir a granada dentro do tubo, com a empenagem para baixo. Quando largar
a granada, para que deslize através do tubo, retirar rapidamente a mão da boca da arma.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 014

6. ESPOLETAS
Todas as espoletas usadas no tiro do Mrt 60/81mm, de acordo com sua colocação na Gr,
classificam-se como espoletas de ogiva.
Quanto ao funcionamento, as espoletas de ogiva classificam-se em:
a. Espoleta de Percussão
Funcionam ao se chocarem contra objetos resistentes. Conforme o tempo de detonação após o
impacto, classificam-se em:
1) espoleta de percussão instantânea (EOP M6A1);
2) espoleta de percussão de retardo.
3) espoleta de percussão regulável (EOP M3)

Fig. 1 - Espoletas em posição de repouso

Obs: - as espoletas EOP M6A1 e EOP M3 são as mais usadas na tropa nos tiros de Mrt 60/81mm,
respectivamente.
- o reforçador principal tem por finalidade ampliar a chama proveniente da queima do detonador
e reforçador primário.

b. Espoleta de Tempo
Funcionam automaticamente durante sua trajetória no ar. Existem dois tipos:
1) espoleta de tempo fixo
Funciona após um certo tempo de permanência no ar. Este tempo é pré-determinado pelo
fabricante e não pode ser alterado por quem utiliza.
2) espoleta de tempo variável
Possuem em anel móvel no seu corpo que permite a quem utiliza a munição, fazer variar o
tempo de arrebentamento da Gr para um ponto qualquer da trajetória.

c. Espoleta de Duplo Efeito


Quando adicionamos um dispositivo de percussão a uma espoleta de tempo.

7. CUIDADOS, MANEJO E CONSERVAÇÃO


a. As granadas são fabricadas e embaladas para suportar todas as condições, geralmente encontradas
em campanha. Não obstante, como a munição é afetada desfavoravelmente pela umidade e pela alta
temperatura, devemos protegê-las convenientemente dessas intempéries.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 015

b. As granadas completas, espoletas, devem ser manejadas com o máximo cuidado. Os elementos
explosivos das cápsulas e espoletas são muito sensíveis aos choques e às altas temperaturas.

c. O selo contra a umidade, existente no invólucro de fibra, não deve ser rompido a não ser no
momento em que a granada deva ser empregada. Se houver necessidade, antes de uma missão de
combate, de se preparar um maior número de tiros (15 ou mais por peça), as granadas podem ser
retiradas dos seus invólucros e os suplementos convenientemente ajustados. A seguir, a empenagem de
cada granada é introduzida no invólucro para proteger a carga de projeção.

d. São inteiramente proibidas as tentativas para a desmontagem de qualquer espoleta.

e. A munição deve ser cuidadosamente protegida lama, da terra, da poeira e da água; antes do tiro, a
granada deve estar completamente limpa e seca bem como livre de qualquer corpo estranho.

f. Não deve ser permitido que as granadas, particularmente os suplementos, fiquem expostos aos
raios solares diretos por qualquer espaço de tempo. Obtém se um tiro mais uniforme quando as
granadas estiverem à mesma temperatura.

g. O grampo de segurança da espoleta só deve ser retirado no momento do tiro, isto é, quando a
granada tiver de ser colocada no interior do tubo.

h. Se algumas granadas preparadas para o tiro não forem utilizadas imediatamente, seus grampos de
segurança devem ser recolocados. Essas granadas devem ser acondicionadas em seus invólucros
originais e marcadas convenientemente para serem usadas na primeira ocasião.

i. É expressamente proibido tocar nas granadas falhadas pois estas são extremamente perigosas
devido à espoleta que, estando armada, poderá causar, a qualquer movimento da granada, a explosão
desta. Nas áreas de instrução, as granadas falhadas são localizadas e assinaladas para que o oficial
encarregado da área possa providenciar a sua destruição.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 016

CAPÍTULO 4

APARELHO DE PONTARIA

1. APARELHO DE PONTARIA M4 (Mrt 60 mm M2 e Mrt 81 mm M1)


a. Descrição
Compõe-se de um colimador, mecanismos de elevação e de direção, níveis longitudinal e
transversal, tudo montado num bloco que dispõe de um suporte que se fixa no entalhe existente na
armação, onde fica preso por um retém. Por construção, quando os níveis estão em reparo, os ângulos
de elevação e deriva são lidos, respectivamente, nos plano vertical e horizontal verdadeiros. O
colimador, ou seja, o dispositivo de visada do aparelho de pontaria, consiste de uma pequena caixa
retangular por cujo campo opaco passe um feixe de luz vertical (linha de fé), visto quando se olha
através do orifício de visada. Quando o aparelho de pontaria estiver nivelado, o colimador apresenta
uma linha de fé vertical no campo visual, ficando então o plano de visada, com deriva 0, paralelo ao
plano de tiro. O colimador pode girar em torno de um eixo, de forma a permitir o movimento de
elevação necessário, para levar o campo visual até o ponto visado, sem afetar as indicações registradas
na alça. Sempre que o morteiro mudar de posição, o aparelho de pontaria deverá ser retirado e
guardado no estojo onde é conduzido.

b. Registro e leitura de ângulos


O ângulo de elevação em graus (alça) é registrado num setor graduado de 10 em 10 graus (setor
das alças), completado por um tambor graduado de 1/4 em 1/4 de grau (micrômetro). A deriva, em
milésimos, é registrada em um tambor graduado de 5 em 5 milésimos (tambor de derivas). As direções
dos movimentos em deriva para a direita ou para a esquerda estão indicadas respectivamente pelas
letras R e L e por setas situadas junto ao índice. A deriva é limitada a 150 milésimos, correspondendo a
deriva 0 a pontaria normal (plano de tiro paralelo ao plano de visada). O colimador e o visor colocado
imediatamente abaixo daquele possuem uma linha de referência vertical e podem ser colocados na
inclinação desejada. Movendo-se o colimador totalmente para trás e registrando-se no aparelho de
pontaria uma alça de 40º a linha de visada através da parte superior do visor passa 2º abaixo do eixo do
tubo; esta relação de construção serve para determinar aproximadamente a alça mínima necessária para
atirar por cima dos obstáculos próximos.

c. Manejo
1) Retirar o aparelho do seu estojo e introduzir seu suporte no entalhe da armação. Empurrá-lo
até que o retém chegue ao seu lugar e prenda o aparelho de pontaria. Verificar se este está na posição
correta, bem encaixado e firme.
2) Registrar os ângulos de alça e a deriva desejada. Os ângulos de alça correspondentes aos
diferentes alcances são obtidos na tabela de tiro e são medidos em graus; as derivas são registradas em
milésimos.
3) Acionar a manivela de elevação de modo a trazer a bolha do nível longitudinal em reparo;
mover então a manivela de direção de modo a colocar a linha vertical do colimador (linha de fé) sobre
o ponto de pontaria (baliza) e ao mesmo tempo mover, no mesmo sentido, a manga de chamada a fim
de obter o nivelamento da arma. O morteiro estará então corretamente apontado em alcance e direção.
NOTA: Quando estiver acionando a manivela de direção, o apontador deve ter o cuidado de verificar
se a linha de fé está na vertical. Se necessário, poderá guiar-se olhando a bolha do nível transversal,
que deverá permanecer em reparo.
4) O aparelho de pontaria deve ser retirado durante os três primeiros tiros ou até que a placa-base
esteja firmemente ancorada.
5) Para retirar o aparelho de pontaria, antes de qualquer deslocamento, comprimir o retém para
soltá-lo e puxar o aparelho para cima. Antes de guardá-lo no estojo, colocar a alça graduada em 40º.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 017

Legenda:

1- colimador;
2- visor;
3- suporte do colimador;
4- nível transversal;
5- nível longitudinal;
6- tambor das derivas;
7- escala das derivas em milésimos;
8- tambor das alças;
9- micrômetro;
10- setor das alças;
11- suporte do aparelho de pontaria;
12- retém de fixação no suporte do aparelho
de pontaria.

Fig. 1 - Aparelho de pontaria M4

2. APARELHO DE PONTARIA DO MORTEIRO 81 mm BRANDT (Mrt 60 mm M949)


a. Descrição sumária
O aparelho de pontaria do morteiro Brandt é rústico, de volume e peso reduzidos e deve ser
colocado à esquerda da armação (no entalhe do aparelho de pontaria), onde permanecerá durante o tiro.
Compõe-se de mecanismo de pontaria em direção e em alcance, corpo do aparelho e suporte do
conjunto.

b. O mecanismo de pontaria em direção destina-se ao registro das derivas e compreende:


1) O prato das derivas, que é parte integrante do corpo do aparelho, apresenta 32 dentes
graduados em centenas de milésimos e numerados de 0 a 64 (só números pares); esses números são
brancos, com exceção de 0 e do 32, que são vermelhos e inscritos numa circunferência da mesma cor; é
atravessado pela alavanca de comando.
2) O contra-prato, móvel, é destinado, com o prato, a registrar a deriva em centenas de
milésimos; é independente do suporte do colimador, porém é, com este, conjuntado, por intermédio da
alavanca de comando; nele se notam o suporte do tambor das derivas com índice, índice triangular em
vermelho, que serve de referência para as graduações do prato e 32 dentes que se engrazam nos dentes
do prato.
3) O tambor das derivas, montado no contraverto, é graduado de dois em dois milésimos, de 0 a
200; serve para o registro das dezenas e unidades de milésimos de deriva, completando o registro do
prato; o ¨0¨ em vermelho, situado em frente à graduação 100, serve para indicar a deriva normal.
4) O colimador, montado no respectivo suporte, acompanha os deslocamentos imprimidos ao
contra-prato ou ao tambor e pode, além disso, girar ao redor do eixo horizontal perpendicular ao plano
de pontaria; destina-se a execução da pontaria em direção; nele se notam, internamente, uma fenda de
visada (linha de fé) e, externamente, duas setas que indicam a direção da visada. Por construção, do
plano de pontaria é paralelo ao plano vertical, que contém o eixo do tubo do morteiro, quando se
registra no aparelho de pontaria ¨prato 32 e tambor 100¨ estando a bolha de nível transversal em reparo
(deriva normal).
5) O nível transversal, com reparo, é destinado a determinar a horizontalidade do parafuso de
direção; é fixado em um alojamento com fundo fosforescente.

c. O mecanismo de pontaria em alcance, destinado ao registro das alças compreende:


1) O setor das alças, graduado de grau em grau, de 40º a 90º, completado por um tambor
graduado de 1/2 em 1/2 grau (os aparelhos de fabricação nacional já são graduados em 1/4 de grau);
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 018

este tambor, acionado por um botão serrilhado, faz girar o corpo do aparelho que, deslocando o braço
com índice ao longo do setor das alças, permite registrar as alças, em graus, no setor e em fração de
graus no tambor.
2) O colimador de alça mínima, serve para determinar a alça mínima; está montado no setor das
alças e nele internamente, se nota a fenda de visada.
Legenda:

1 - setor das alças (em graus);


2 – tambor das alças;
3 – micrômero;
4 – alavanca de comando;
5 – nível transversal;
6 – nível longitudinal;
7 – prato das derivas;
8 – contra prato;
9 – colimador;
10 – suporte do colimador;
11 – tambor das derivas;
12 – alavanca de fixação do aparelho de
pontaria.

Fig. 2 - Aparelho de pontaria do morteiro Brandt, 1936

3) O nível longitudinal com reparos serve para determinar a inclinação do tubo correspondente a
alça registrada; está fixado em um alojamento de fundo fosforescente.

d. Suporte do conjunto, é destinado a sustentar o corpo do aparelho e contém o dispositivo de


fixação do aparelho no morteiro; nele se nota a alavanca de fixação, com o retém.

e. Manejo do aparelho de pontaria.


1) Retirar o aparelho do estojo, introduzir seu suporte no entalhe da armação, fazendo deslizar
até que o retém chegue ao seu alojamento e fixe o aparelho de pontaria. Verificar se o aparelho está na
posição correta e bem firme (para isto fazer pequena pressão, de baixo para cima).
2) Para nivelar o aparelho, colocar as bolhas dos níveis longitudinal e transversal em reparo,
acionando a manivela de elevação e a manga de chamada.
3) Para estabelecer o paralelismo entre o eixo óptico do aparelho e o eixo de tiro, elevar e girar o
contra-prato até fazer a coincidência do índice triangular vermelho, com a graduação ¨32¨, em
vermelho no prato. Girar o tambor das derivas até fazer a coincidência da graduação ¨100¨ do tambor
com o índice, em vermelho, existente no suporte do tambor (deriva normal).
4) Para registrar a alça comandada, girar o botão das alças até fazer a coincidência do índice,
existente no braço do corpo do aparelho, com a graduação do setor das alças, correspondente ao
número de graus comandados; nivelar o aparelho. Se o número comandado tiver fração de graus (1/2
ou 1/4 de graus), acionar o botão como acima descrito, até fazer a coincidência do número inteiro de
graus com o índice do setor das alças (estando esta coincidência perfeita, uma das linhas de fé
existentes no tambor das alças, coincide com o índice existente no suporte do tambor); para registrar
1/2 grau, girar o botão um pouco mais para a direita, até fazer a coincidência da linha de fé seguinte
com o índice; para registrar 1/4 de grau, girar o botão um pouco mais para a direita e, por estimativa,
colocar o meio das duas linhas de fé consecutivas em frente ao índice. Nos aparelhos graduados em 1/4
de graus a 1a. linha (menor) corresponde a 1/4, a linha média a 1/2 e a 2a. linha (menor) a 3/4 de graus.
Após registrar a alça, nivelar o aparelho, acionando a manivela de elevação e a manga de chamada, se
necessário.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 019

5) Para registrar a deriva, o comando deve ser dado em primeiro lugar para o prato e depois para
o tambor; ao comando ¨PRATO TANTO¨, firmar o aparelho de pontaria por cima, com a mão
esquerda; segurar com os dedos polegar e indicador da mão direita a cauda serrilhada da alavanca de
comando; suspender e girar o contra-prato (pela alavanca de comando) no sentido do número
comandado, até que o índice triangular em vermelho, nele existente, coincida com a graduação
desejada do prato; isto feito, soltar a cauda serrilhada e verificar se ao engrazarem os dentes do contra-
prato nos do prato, o índice ficou em coincidência com a graduação desejada. Ao comando:
¨TAMBOR TANTO¨, girar o anel serrilhado do tambor das derivas, até que a graduação deste,
correspondente ao número comandado, coincida com índice triangular vermelho, existente no suporte
do tambor das derivas. Girar então a manivela de direção, dirigindo a seta do colimador para o ponto
de pontaria e colocando a linha de fé do colimador sobre o ponto de pontaria e, ao mesmo tempo,
nivelar a arma transversalmente, agindo na manga de chamada.
6) O aparelho de pontaria deve ser retirado durante os três primeiros tiros, ou até que a placa-
base esteja firmemente ancorada.
7) Para determinar a alça mínima, fazer pela parte superior do colimador de alça mínima, uma
visada tangenciando a crista; para isto, agir na manivela de elevação. Isto feito, agir no botão do
tambor das alças, de modo a colocar a bolha do nível longitudinal em reparo; ler a graduação no setor
das alças, em correspondência com o índice do braço do corpo do aparelho e somar mais um grau, para
obter o valor da alça mínima.
8) Antes de guardá-lo no estojo, colocar a alça em 40º, o prato em 32 e o tambor em 100.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 020

CAPÍTULO 5

MANEJO DOS MORTEIROS 60 E 81 mm

1. ARMAR E DESARMAR OS MORTEIROS 60/81mm


a. Para armar o Mrt, é preciso que esteja estabelecida a direção inicial de tiro. Esta direção é
definida pela posição relativa da baliza de pontaria e da baliza da placa-base.

Direção de Tiro

Baliza de Pontaria
Baliza da Placa-base

b. ARMAR O MORTEIRO 60 mm
1) Após determinar a direção de tiro, coloque a placa-base no solo de modo que seu canto
anterior esquerdo fique encostado na baliza da placa-base.
2) Deixe a placa-base perpendicular à linha formada pelas balizas.

No mínimo 25 metros

Baliza da Placa-Base
Baliza de Pontaria
Placa-Base

3) Agora, marque no chão o contorno da placa-base, retire a placa-base e cave um buraco. Faça
com que o fundo do buraco apresente uma inclinação de 45o.
4) Recoloque a placa-base em seu buraco, pegue o tubo e encaixe o munhão esférico no alvéolo
da placa-base.
5) Una o bipé ao tubo, leve as pernas do bipé para frente e abra as pernas até ouvir o ruído de
encaixe dos reténs. Solte dez voltas no parafuso de elevação.
6) Coloque o parafuso de direção no centro e o tubo guia na vertical.
7) Pegue o aparelho de pontaria e registre a deriva zero ou Pt 32 Tb 100, alça 62 graus e coloque
o aparelho no Mrt.
8) Aponte o Mrt na baliza de pontaria, colocando a linha de fé do colimador no bordo esquerdo
do aparelho de pontaria.
9) Coloque as bolhas em reparo.
10) Crave as sapatas no solo e novamente aponte e nivele o Mrt.

c. Erros Mais Comuns no Armar o Morteiro


1) O morteiro e o tubo-guia não estão no mesmo plano vertical; corrigir verificando a abertura
das pernas do bipé e a posição da manga de chamada.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 021

2) A placa-base não está no mesmo plano horizontal das sapatas, normalmente tal ocorre quando
o morteiro está em posição numa contra-encosta; cavar o terreno até obter o nivelamento desejado.
3) As sapatas ficarem muito afastados do bordo anterior da placa-base ou não estarem em
paralelismo com o mesmo; corrigir o paralelismo e aproximá-las para distância inferior a 50 cm.

d. ARMAR O MORTEIRO 81 mm
1) Seqüência das operações de pontaria inicial do Mrt:
a) Cravar baliza da placa-base;
b) Cravar baliza de pontaria;
c) Colocar a placa-base no terreno;
d) Retirar a baliza da placa base;
e) Armar o Mrt; e
f) Executar a pontaria propriamente dita.
2) Colocação das balizas
A baliza da placa-base define, dentro da zona de posição, o local exato da POSIÇÃO DE
TIRO.
A baliza da placa-base e a baliza de pontaria definem a direção inicial de tiro. Podemos
afirmar que as maiorias dos processos para determinar a direção inicial se reduzem ao
ALINHAMENTO DE DUAS BALIZAS AFASTADAS ENTRE SI DE 25m, NO MÍNIMO.
3) Colocação da placa-base
Para colocarmos a placa-base seguiremos a seguinte seqüência:
a) Colocar o bordo anterior encostado na baliza da placa-base e perpendicular a direção de
tiro. O prolongamento imaginário da NERVURA GUIA ESQUERDA, deve tangenciar o bordo
esquerdo da baliza da placa-base.

No mínimo 25 metros

Baliza da Placa-Base
Baliza de Pontaria
Placa-Base Nervura Guia Esquerda

b) Marque o contorno, cave o buraco, recoloque-a no chão.


c) É conveniente colocar sacos de terra sobre a placa-base.
d) Colocada à placa-base, sua baliza pode ser retirada.
e) A inclinação da placa-base é de, no máximo, 45o.
4) Colocação do tubo
Encaixar o munhão esférico no alvéolo central e girar 90o, para que o tubo fique solidário a
placa-base.
5) Colocação do Bipé
a) Sem abrir as pernas do bipé, coloque-o à frente da placa-base, afastada de 70 cm e no
prolongamento da nervura guia direita.
b) Abra as pernas do bipé; não deixe que a abertura seja maior que o bordo anterior da placa-
base. Mantenha a linha das sapatas paralelas ao bordo anterior.
c) Não esqueça que a perna direita fica do mesmo lado que a nervura guia direita e que a perna
esquerda é o lugar onde encontramos o mecanismo de nivelamento transversal.
d) Solte 23 (vinte e três) voltas do parafuso de elevação, abra a braçadeira e una o bipé ao
tubo.
e) A distância superior da braçadeira à boca do tubo, deve ser de aproximadamente 30 cm.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 022

6) Centralização dos mecanismos


a) Quando se arma o Mrt, uma providência muito importante é a centralização dos
mecanismos do bipé, de forma a termos condições de movimenta-los para ambos os lados, com os
mesmos recursos.
b) Parafuso de direção
Girando a manivela de direção, centralize o parafuso visualmente.
c) Tubo-guia e manga de chamada
Solte a porca de trancamento fazendo com que o tubo guia fique na vertical.
Gire a manga de chamada até que suas extremidades apresentem o mesmo afastamento da
parte superior da perna e do suporte do gancho da corrente.

7) Pontaria do Mrt
a) Pegue o aparelho de pontaria e registre a deriva zero ou Pt 32 Tb 100 e a alça 62o.
b) Coloque o aparelho de pontaria no Mrt.
c) Olhe no colimador e, movendo as pernas do bipé, traga a linha do colimador para o bordo
esquerdo da baliza de pontaria.
d) Agindo na manivela de nivelação ponha o nível longitudinal em reparo.
e) Solte a porca de trancamento e, mexendo no tubo-guia, coloque o nível transversal em
reparo e aperte a porca.
f) Olhe, novamente, no colimador e, com certeza, a linha do colimador terá saído do bordo
esquerdo da baliza de pontaria. Arrastando, novamente, as pernas do bipé, traga a linha do colimador
para o bordo esquerdo da baliza.
g) Crave as sapatas.
h) Novamente, coloque o nível longitudinal em reparo e depois o nível transversal. Para
colocar o nível transversal em reparo será necessário agir, simultaneamente, na manga de chamada e na
manivela de direção.

2. INCIDENTES DE TIRO
a. Generalidades
1) Freqüentemente, durante a instrução preparatória para o tiro, quando a peça estiver utilizando
granada de exercício ou de manejo, cujos cartuchos de projeção tenham sido retirados, o chefe de peça
anunciará: ¨INCIDENTE DE TIRO!¨, e determina que os homens da guarnição removam o incidente.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 023

2) Os principais incidentes de tiro ocorrem, quando a granada é introduzida no interior do tubo e


o tiro não parte. O caso mais geral é quando a granada bate no percutor e a carga de projeção não
funciona. Raramente a granada fica presa dentro do tubo sem bater no percutor.

b. Remoção da Granada Após o Incidente de Tiro


1) Quando houver dúvida sobre se o cartucho de projeção foi ou não percutido, o atirador bate
com o calcanhar no tubo, para facilitar o deslizamento da granada, se ela ainda estiver no interior deste.
Durante a instrução, ou quando as condições de combate permitirem, a guarnição do morteiro deverá
esperar, no mínimo, um minuto antes da retirada da granada, para evitar um acidente causado por um
possível retardo da inflamação do cartucho de projeção. Para retirar a granada, o atirador solta o tubo
da placa-base.
2) O atirador levanta a culatra do morteiro, até que a granada deslize lentamente para a boca. É
absolutamente proibido levar novamente a culatra do morteiro, abaixo da posição horizontal, enquanto
a granada não tiver sido retirada do tubo. Logo que a granada comece a deslizar para frente e nunca
antes desse momento, o Sd Aux At coloca ambos os polegares diante da boca da arma de maneira a
parar a granada logo que o capacete da espoleta começar a apontar na boca do tubo. Localiza, então, a
posição do pino de segurança, coloca um dos dedos na cabeça deste e, segurando-o, introduz nele o
grampo de segurança. Depois, retira a granada do tubo e a inspeciona, para determinar a causa do
incidente.
3) O atirador abaixa o tubo e tranca o munhão esférico no alvéolo e o tiro é reiniciado. Se houver
outro incidente, o atirador inspeciona o percutor, a fim de verificar se este está limpo e firmemente
atarraxado na culatra.

c. Causas de Incidentes de Tiro


A carga de projeção poderá falhar devido a:
1) Defeito da cápsula ou do cartucho de projeção.
2) Percutor defeituoso, quebrado ou frouxo.
3) Percutor sujo ou obstruído por detrito de tiros anteriores.
4) Interior do tubo sujo.
5) Excesso de óleo no interior do tubo.
6) Cartucho de projeção mal colocado em seu alojamento.
7) Desalinhamento da empenagem da granada.
8) Sujeira ou excesso de pintura na cinta da granada.

3. MANUTENÇÃO DOS Mrt 60 E 81 mm


a. Interior do tubo.
1) Na limpeza do interior do tubo, prendem-se pedaços de pano, ou estopa, na haste de limpeza
que é introduzida pela boca do tubo, e retira-se do interior deste os detritos, poeira e óleo sujo.
2) Substituem-se por várias vezes os panos ou estopas e continua-se a operação até que eles
saiam limpos.
3) A seguir, introduz-se no tubo um pano embebido em óleo fino lubrificante preventivo, para
obter-se uma leve camada cobrindo toda a superfície interna.

b. Percutor.
1) Retirar o percutor.
2) Feito isto, limpar e lubrificar o alojamento do percutor com um algodão limpo embebido em
óleo fino lubrificante.
3) Limpar o percutor e lubrificá-lo com um algodão limpo embebido com óleo fino lubrificante.
4) Verificar a ausência de resíduos na rosca do alojamento do percutor e no percutor.
5) Recolocar o percutor em seu lugar.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 024

c. Reparo.
Todas as partes do bipé e da placa-base devem ser mantidas limpas e livres de matérias
estranhas. Todas as partes móveis e superfícies polidas devem ficar cobertas com uma leve camada de
óleo.

4. CUIDADOS ANTES DO TIRO


Para obter-se perfeito funcionamento do morteiro, devem ser tomadas, antes do início do tiro, as
seguintes precauções:
a. Inspecionar o tubo, o bipé e a placa-base.

b. Limpar o tubo e o percutor com pequenos pedaços de pano seco ou estopa. Antes do tiro, estas
partes não devem ser lubrificadas.

c. Limpar cuidadosamente e lubrificar levemente todas as partes metálicas e móveis com óleo fino
lubrificante.

d. Instalar o morteiro para o tiro.

5. CUIDADOS APÓS O TIRO


a. Na mesma jornada em que for realizado o tiro, o tubo deve ser cuidadosamente limpo.

b. Limpar o interior do tubo e as partes móveis.

c. Retirar o percutor.

d. Limpar o percutor e seu alojamento, tal como foi descrito anteriormente.

e. Isto feito, lubrificar o interior do tubo com pano ou estopa, embebidas em óleo fino lubrificante
preventivo. Lubrificar o percutor e seu alojamento e recolocar o percutor em seu lugar.

f. Aplicar óleo fino lubrificante nas partes móveis e nas superfícies polidas.

g. Acionar as manivelas para que o óleo se distribua uniformemente sobre os parafusos, roscas e
engrenagens.

A limpeza completa do morteiro deve ser feita logo após a execução do tiro; se a arma não vai ser
usada dentro dos próximos dias, esta limpeza deverá ser repetida durante os três dias seguintes.

6. DESTRUIÇÃO DO ARMAMENTO NO CASO DE CAPTURA IMINENTE


a. Princípios Gerais
Podem ocorrer situações táticas, em que as limitações de tempo ou de transporte tornem
impossível a evacuação de todo o material. Em tais casos, é imperativo que seja destruído tudo o que
não possa ser evacuado, a fim de evitar sua captura intacta pelo inimigo, bem como sua utilização
contra nossas próprias tropas.

b. Processos de Destruição do Tubo de Morteiro


A destruição do tubo deve ser realizada, sempre que possível, pelo primeiro processo. Quando o
processo n.º 1 não puder ser empregado, a destruição deverá ser executada pelo processo n.º 2 ou 3,
nesta ordem.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 025

1) Processo n.º 1 - Introduzir, parcialmente, no tubo do morteiro uma granada completa, com
número excessivo de suplementos e sem que se retire o grampo de segurança. Calçar a granada nessa
posição com um graveto, colocado entre a granada e a parede de tubo do morteiro; a seguir, amarra-se
a ponta de uma corda ou de um barbante de 30 metros ao graveto. Tomar uma posição abrigada e puxa-
se a corda para libertar a granada fazendo com que ela deslize pelo tubo e seja posta em
funcionamento. O excesso de pressão, causado pelo grande número de suplementos provocará a
inutilização do tubo. A zona perigosa é de aproximadamente 100 metros.
2) Processo n.º 2 - Deixar cair duas granadas incendiárias dentro do tubo e provocar a
inflamação da última.
3) Processo n.º 3 - Tornar o tubo imprestável perfurando-o com tiros de FAL executados de uma
distância mínima de 25 metros.

7. DESTRUIÇÃO DE MUNIÇÃO
a. Reunir a munição em pequenas pilhas. Colocar em torno dessas pilhas latas ou tambores
contendo gasolina. Jogar às pilhas todo o material inflamável que houver, como estopas e gravetos.
Derramar a gasolina restante sobre as pilhas. Deve ser usado bastante material inflamável a fim de
obter-se uma temperatura elevada. Atear fogo e abrigar-se.

b. As granadas de morteiro podem ser destruídas, por detonação induzida, empregando-se o TNT.
Para isso, colocar a munição em duas pilhas separadas de 10 centímetros, com as espoletas de cada
pilha voltadas umas para as outras. Colocar a carga de TNT entre as pilhas empregando 1/2 quilo de
TNT para cada 10 granadas. Detonar, simultaneamente, todas as cargas de TNT, de uma posição
abrigada.

8. DESTRUIÇÃO DO MATERIAL DE CONTROLE DE TIRO


O material de controle de tiro, inclusive aparelho de pontaria e binóculos, é de difícil substituição, e
por conseguinte, deve ser destruído em último lugar. Quando a evacuação desse material não for
possível, todos os artigos inflamáveis, tais como: tabelas de tiro e escalas de milésimos, devem ser
queimados; e todo o material ótico, como aparelho de pontaria, binóculos e bússolas, devem ser
inteiramente quebrados.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 026

CAPÍTULO 6

TÉCNICAS DE TIRO DO Mrt 60 E 81 mm

1. ENTRADA EM POSIÇÃO
Tem por finalidade estabelecer uma seqüência cronológica para a realização do tiro, desde o
momento que a peça ou seção recebe o comando inicial de tiro, até o inicio do fogo.
Essa seqüência é necessária para criar reflexos à guarnição, permitindo dessa forma que o morteiro
fique preparado para atirar o primeiro tiro rapidamente.

a. Pontaria em Alcance
Realizar a pontaria em alcance, é permitir que a granada percorra a distância de tiro (DT) que vai
da peça até o alvo.
Estabelece-se a pontaria em alcance através da execução de duas tarefas:
- determinar a alça e a carga para um alcance dado; e
- apontar o Mrt em alcance.
1) Determinação da alça e da carga
Para a determinação da alça e da carga, há necessidade de conhecimento da “tabela de tiro” e
de seu manuseio, cuja finalidade é converter os alcances (distâncias) em ângulos de elevação
(alça).
2) Execução da pontaria em alcance
a) Medir, calcular ou estimar a distância morteiro-alvo;
b) Com o auxílio da tabela de tiro, escolher a carga e determinar a alça correspondente;
c) Registrar no aparelho de pontaria do Mrt a alça determinada;
d) Girar a manivela do parafuso de elevação até que o nível longitudinal do aparelho de
pontaria entre em reparo.

b. Pontaria em Direção
A finalidade da pontaria em direção é colocar o Mrt, precisamente, na direção do objetivo. Para
isso, é necessário que a pontaria seja executada sempre do mesmo modo, para cada tiro, e que o Mrt,
terminada a pontaria, esteja rigorosamente nivelado. Executar a pontaria sempre do mesmo modo
significa que, para cada tiro, a visada feita pelo colimador deve incidir sobre o mesmo lado da baliza
(por convenção deve-se sempre visar a aresta esquerda da baliza).
1) Execução da pontaria em direção:
Para isso, consideramos que uma baliza de pontaria foi colocada na linha morteiro-alvo, a
uma distância de 25 m da peça, indicando a direção do objetivo.
Para executar a pontaria em direção, procede-se do seguinte modo:
a) registra-se a deriva, Pt 32 Tb 100.
b) Gira-se a manivela de direção até conciliar a linha de fé do colimador com a aresta
esquerda da baliza, simultaneamente, atua-se na manga de chamada do reparo, no sentido conveniente,
a fim de que o nível transversal entre em reparo.
c) Com essas operações, o Mrt estará apontado em direção para o objetivo.

c. Marcar a Baliza de Vigilância


1) Determinação da Baliza de Vigilância:
Quando o Mrt está em posição, tem, normalmente, mais de um alvo a bater. A fim de facilitar
o transporte de tiro para novos alvos, há necessidade de determinar uma direção que seja a origem para
os deslocamentos em direção. Essa origem dos deslocamentos pode ser a direção do primeiro alvo,
sobre o qual foi ajustado o tiro, ou direção de um ponto bem nítido e inconfundível, nas proximidades
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 027

do centro do setor de tiro, sobre o qual a peça entrou em vigilância (Ponto de Vigilância). A baliza que
indica a direção do ponto de vigilância ou do primeiro alvo, é chamada “Baliza de Vigilância”. É
interessante lembrar que nos Mrt 60/81 mm a deriva normal de vigilância é “Pt32 – Tb 100”.
2) Marcar a Vigilância
Para se localizar essa baliza de vigilância, é necessário que após a ajustagem do tiro seja
comandado “Marcar Vigilância”. Ora, é natural que, uma vez terminada a ajustagem, o aparelho de
pontaria não esteja registrando a deriva normal (Pt 32 – Tb 100), muito embora o tubo esteja
apontando para o alvo.
Uma vez seja dado o comando de “Marcar Vigilância”, procede-se da seguinte maneira:
a) sem modificar a direção do tubo, registra-se a deriva normal do aparelho de pontaria (Pt 32
– Tb 100);
b) retira-se a baliza sobre a qual se procedeu a ajustagem. Coloca-se a mesma a cerca de 25
metros à frente da peça, na direção para qual está orientando o colimador de pontaria.
Realizada a operação, a peça fica em condições de deslocar o tubo com afastamento igual para
a esquerda e para a direita, pois a deriva normal representa o meio do tambor das derivas no aparelho
de pontaria.
Se ao término da ajustagem, a porca de direção estiver sensivelmente afastada do centro do
parafuso, é aconselhável que, acionando-se a manivela de direção, centre-se a porca e em seguida, por
um deslocamento do reparo, vire-se novamente para a baliza de vigilância, através do colimador de
pontaria.

d. Balizas Suplementares
Estando a peça apontada com a deriva normal, o maior deslocamento em direção que se pode
fazer, sem que se tenha que alterar a posição do prato das derivas, é de 100 milésimos.
A fim de que a peça, mais facilmente, atire em objetivos que estejam fora desse limite,
colocam-se balizas suplementares, de um e de outro lado da baliza de vigilância.
A colocação de balizas suplementares permite que o Mrt seja manejado mais rapidamente e
facilita os comandos, pois, com elas não há necessidade de modificar a graduação do prato (32).
1) Tendo sido marcado a vigilância e estando o Mrt apontado para a abaliza de vigilância,
com a deriva normal, o atirador registra Pt 32 Tb 0 e, sem modificar a direção do tubo, orienta o Aux
At ma colocação de uma nova baliza a 25 m e na direção indicada pelo colimador de pontaria, que será
a “Baliza Centro Esquerdo” (BCE).
2) Registrando em seguida Pt 32 – Tb 200 e, sem modificar a direção do tubo, orienta da
mesma forma o Aux At na colocação de uma baliza, que será a “Baliza Centro Direita” (BCD).
3) Registra agora Pt 32 – Tb 100, aponta para a baliza do centro esquerdo (BCE), desloca o
reparo e marca no terreno a nova posição dos pés do reparo.
4) Partindo da BCE, como no caso do nº 1), acima, orienta o Aux At na colocação da “Baliza
Esquerda” (BE).
5) Como no nº 3), acima, marca no terreno a nova posição dos pés do reparo para a “Baliza
Centro Direita” (BCD).
6) Registra, novamente, Pt 32 – Tb 100 e aponta para a “Baliza Centro Direita” (BCD);
partindo da BCD orienta o Aux At na colocação da baliza, como no nº 2), que será a “Baliza Direita”
(BD).
Exemplo: se desejarmos atirar em alvos que estejam a 170’’’ à direita da baliza de vigilância,
o comando para a pontaria em direção será “Diminuir 70 – Baliza Centro Direita (BCD)”. Então,
verifica-se que, em lugar de se comandar uma deriva maior que 100’’’, utilizou-se uma menor, apenas
empregando, como ponto de pontaria uma das balizas suplementares.
É lógico que apontando o tubo para o ponto que esteja a 70’’’ a direção da baliza centro
direita, estaremos apontando o mesmo para o alvo que está 170’’’ à direita da baliza de vigilância.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 028

BV Alvo
BCD
BCE

BE
100’’’ BD
70’’’

170’’’

Pç Mrt 60/81 mm

2. TÉCNICA DE TIRO
a. Tabela de Tiro
São documentos que possibilitam combinar a carga e a alça, a fim de obter o alcance desejado.
Cada tipo de munição tem a sua tabela de tiro uma vez que o peso da Gr e outras características
influem na organização da mesma. Normalmente os cunhetes trazem tabelas para a munição
respectiva.

b. Réguas de Tiro
As réguas de tiro apresentam uma série de linhas horizontais, sendo a superior relativa às alças e
as demais relativas aos alcances que podemos obter com as cargas de 0 a 6.
A linha das alças é graduada em quartas partes de grau, e numerada de grau em grau. Cresce da
direita para a esquerda.
As linhas dos alcances são graduadas por pequenos traços verticais, numerados de 100 em 100
metros ou jardas (caso particular da régua de Mrt 60 mm). Entre cada dois traços numerados
encontramos 4 subdivisões de tamanhos desiguais, correspondendo cada uma a 25 m (ou jardas).
Crescem em valor, da esquerda para a direita.
Para relacionarmos um alcance a uma alça, procuramos alinhar a graduação correspondente ao
alcance considerado com uma graduação da linha das alças, utilizando uma régua, um lápis ou um
bordo reto de qualquer objeto.
Encontramos como exceção, na régua da granada explosiva leve de Mrt 81 mm, algumas
divisões de 100m apresentando, ao invés de quatro, três ou até mesmo duas subdivisões. Isto acontece
para facilitar a consulta da régua, evitando subdivisões muito pequenas. No entanto, mesmo nestes
casos, o valor de cada subdivisão ainda é de 25m, sendo o problema das subdivisões omitidas,
solucionado pela colocação de sinais (+) ou (-) sob determinadas graduações. Estes sinais indicam que
a alça correspondente à graduação assinalada vale para ela e para mais 25 metros, no caso do sinal
positivo, e para ela e para menos 25 metros, no caso do sinal negativo.
Para que possamos interpretar corretamente estas exceções, vejamos os casos que podem
acontecer.

1º Caso: divisão que vai de 400m a 500m, na linha da carga 5


Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 029

4 + 5

400m 425 e 450 475m 500m

2º Caso: divisão que vai de 500m a 600m, na linha da carga 5.

5 6

500m 525m 550m 575 e 600m

3º Caso: divisão que vai de 1300 a 1400 m, na linha da carga 6.

13 + 14

1300m 1375m e 1400m


1325m a 1350m

3. UTILIZAÇÃO DAS RÉGUAS DE TIRO


a. Encontramos, nas réguas, diversas cargas e alças, que combinadas entre si permitem bater um
mesmo alcance. No entanto, para cada missão de tiro, devemos selecionar uma carga adequada e
mantê-la, sempre que possível, até o fim da missão, variando a alça de acordo com os alcances que
pretendemos atingir. Esta medida visa diminuir os efeitos da dispersão. Devemos, então, atender a duas
imposições para a escolha da carga:
1ª - A carga escolhida deve permitir, sem que se mude para outra, um aumento ou uma
diminuição de:
- 100 metros (ou jardas) se a distância de tiro for igual ou menor que 1000 metros (ou jardas).
- 200 metros (ou jardas) se a distância de tiro for superior a 1000 m (ou jardas).
Observação: essas grandezas de 100 e 200 metros (ou jardas), não são arbitrárias; correspondem ao
lanço inicial que deve ser dado no alcance, para ser obtido, durante a regulação do tiro, o
enquadramento do objetivo.
2ª - Entre as cargas que permitam um aumento ou diminuição de 100 ou 200 metros (ou jardas),
conforme o alcance considerado, deve-se escolher a menor. Desta forma, a alça correspondente será a
que proporcionará menor duração da trajetória da granada e, conseqüentemente, menor retângulo de
dispersão.

b. Exemplos: Determinar a carga e a alça a serem utilizadas para as missões de tiro especificadas
abaixo:
1) Alcance: 1100 m
Munição: Gr Expl Leve Nac de Mrt 81 mm
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 030

Solução : Com o auxílio da régua, notamos que a menor carga que atira a 1100m é a carga
1. Entretanto, ela não permite atirar a 1300 m. Escolhemos, então, a carga 2, sendo a alça 71 3/4.
Resposta: Carga 2, Alça 71 3/4.
2) Alcance: 600 m
Munição: Gr Expl Leve Nac de Mrt 81 mm
Solução: Na régua, verifica-se que a menor carga que atira a 600 metros é a carga 1. Essa
carga, como se pode observar, permite um aumento ou diminuição de 100 metros no alcance, podendo
atirar a 500 m ou a 700 m. Logo, devemos escolher a carga 1, atirando com um ângulo de elevação de
74º.
Resposta: Carga 1, Alça 74

4. DETERMINAÇÃO DOS DADOS INICIAIS DE TIRO


a. Generalidades
Para executar o tiro com o Mrt, é necessário determinar o que chamamos de dados iniciais de
tiro. Tais dados são determinados, no caso da Pç atuando isolada, pelo observador (função
desempenhada pelo próprio Ch Pç). Na Sec Mrt 81 mm, há um elemento com essa atribuição
específica: o 3º Sgt Observador Avançado.
A obtenção dos dados iniciais deve caracterizar-se pela rapidez e simplicidade. Por esta razão,
para a obtenção destes dados num tempo mínimo, o PO deve, sempre que possível, estar bem próximo
das Pos Tir, a fim de que o observador possa ver, ao mesmo tempo, o alvo e a Pç.
Lembre-se: pelas características de emprego do Mrt, da posição da Peça não se avista o alvo.

b. Dados Iniciais
Os dados iniciais de tiro consistem numa direção inicial e num alcance inicial.

Alcance Inicial

Avaliação pela Avaliação por Avaliação pela Avaliação pela


vista instrumentos carta ou fórmula do
ópticos fotografia aérea milésimo
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 031

Direção inicial

PO na linha PO fora da
Pç - Alvo linha Pç - Alvo

Processo do Processo do Processo da Processo da


Azimute alinhamento linha Paralela Bússola e Fórmula
direto do Milésimo

Posição do Posição do
Mrt não Mrt
determinada determinada

Processo Normal Processo Rápido

c. Determinação da Direção Inicial


1) PO sobre a linha Pç-alvo
a) Processo do Alinhamento Direto
Usado quando o Mrt e o alvo podem ser vistos pelo observador de um ponto próximo da
Pos Tir.
(1) Posição do Mrt não determinada.
- Processo Normal
O Ch Pç determina uma zona de posição (sem no entanto fixar a posição exata) para a
peça, e desloca-se para um ponto de onde possa ver o morteiro e o alvo, colocando-se sobre a linha Pç-
Alvo.
Crava então uma baliza de pontaria M10 sobre esta linha. Usando o bordo reto da
alidade, faz uma visada para o alvo, Sem mover a baliza, coloca-se ao lado oposto da mesma, fazendo
então uma visada para a zona de posição anteriormente escolhida. No alinhamento desta visada e sobre
a zona de posição, manda que seja cravada outra baliza. Esta determina a posição da placa-base.
Se a baliza M 10 estiver a uma distância tal que não possa ser vista da posição da peça,
uma terceira baliza deve ser cravada sobre a linha Pç-Alvo, aproximadamente a 25 m da placa-base.
Isto feito, o morteiro é instalado e apontado sobre a baliza de pontaria.
Na falta de uma baliza M10, usar uma baliza comum, utilizando como alidade um lápis,
uma régua, etc..
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 032

- Processo Rápido
Quando a situação não permitir o alinhamento das balizas e o morteiro tiver que ser
colocado rapidamente em posição, o Ch Pç deve estabelecer a direção inicial de tiro da seguinte
maneira: escolhe qualquer acidente nítido (o tronco de uma árvore, por exemplo) situado na direção
geral de tiro, e comanda a entrada em posição com o morteiro apontado na direção do ponto escolhido,
com a deriva normal (Pt 32 Tb 100) registrada no aparelho de pontaria.
Se a linha Pç-Alvo não for referenciada por nenhum acidente notável, o Ch Pç escolhe
um acidente próximo a ela para servir de pontaria, e procede do seguinte modo:
- Avalia a distância angular em milésimos entre o ponto escolhido e a linha Pç-Alvo.
- Soma ou subtrai o ângulo avaliado à deriva normal, caso o ponto escolhido esteja
respectivamente à direita ou esquerda da linha Pç-Alvo, comandando então a deriva resultante.
- Desta forma, o tubo do morteiro ficará apontado para a linha Pç-Alvo, embora o
colimador esteja aponta para um ponto que não se encontra nesta linha.
(2) Posição do Mrt determinada
Quando a placa-base já foi ancorada por tiro anterior, e uma nova direção de tiro deve
ser estabelecida, o Ch Pç desloca-se até um ponto de onde possa ver a posição do Mrt e o alvo. Coloca-
se sobre aquilo que julga ser a linha Pç-Alvo e crava a baliza M10 sobre esta linha, com a alidade
rebatida, visando o alvo. Se a visada em sentido contrário não cair exatamente sobre a posição da Pç,
desloca lateralmente a baliza, até que obtenha uma posição que permita uma visada sobre o alvo e
outra sobre a Pç.
Se for necessário, para facilitar a pontaria, deve colocar uma segunda baliza à distância
de aproximadamente 25 metros da Pç.
2) Processo do Azimute
Usado quando o observador (Ch Pç) está situado num PO que, embora localizado sobre a
linha Pç-Alvo, não lhe permite ver a posição do Mrt. Sendo assim, a direção inicial é determinada de
acordo com a seqüência abaixo:
a) O observador (Ch Pç), com o auxílio de uma bússola, determina o azimute da direção
inicial de tiro - que é a própria direção PO-Alvo e o transmite ao Sd At da peça.
b) O At fixa, então, uma baliza no local onde ficará a placa-base, e coloca uma bússola
apoiada na parte superior dessa baliza, certificando-se que nenhum objeto metálico se encontra a
menos de 10 metros da mesma.
c) Registra em seguida o azimute comandado, na bússola.
d) Na direção desse azimute, determina que se finque uma baliza a cerca de 25 m à frente.
e) O Mu conduz a placa-base para o local onde está a primeira baliza e a coloca no solo, de
modo a ficar com o bordo anterior da placa-base perpendicular à direção inicial de tiro.
f) O Mrt é então apontado sobre o bordo esquerdo da baliza que se acha a 25 m da peça, com a
deriva normal (Pt 32 Tb 100) registrada no aparelho de pontaria.
3) PO fora da linha Pç-Alvo
a) Processo da Linha Paralela (Fig. 1)
(1) O observador (Ch Pç) estima a menor distância que vai da sua posição à linha Pç-Alvo,
utilizando uma perpendicular para tal.
(2) Escolhe um ponto à sua frente que esteja do mesmo lado da linha Pç-Alvo, e a uma
distância perpendicular a ela sensivelmente igual à distância estimada.
(3) Com uma bússola, mede o azimute da sua posição ao ponto escolhido. Como essa
direção é paralela à direção Pç-Alvo, deduz-se que o azimute medido será o mesmo a ser enviado para
a posição, a fim de que o Mrt seja apontado para o alvo.
(4) Transmite ao At o azimute com o qual o Mrt será apontado. A partir de então, o At
procede como vimos no Processo do Azimute, para apontar a Pç.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 033

Alvo

B C

D E

PO

Peça

Fig. 1 - Processo da Linha Paralela

4) Processo da Bússola e Fórmula do Milésimo (Fig. 2)


a) Ler o azimute da linha PO-Alvo (y na Fig. 2).
b) Estimar a distância perpendicular do PO à linha de tiro (BO na Fig. 2) e, em seguida, a
distância do ponto de interseção da perpendicular com a linha de tiro, ao alvo (BA, Fig. 2).
c) De posse dos elementos acima, calcular no triângulo BAO, pela fórmula do milésimo, o
valor do ângulo n.
d) O valor do azimute a ser comandado para a entrada em posição da Pç, é igual ao azimute de
observação (y na Fig. 2) acrescido do ângulo n1. O ângulo n1, é igual ao ângulo n (já calculado pela
fórmula do milésimo), pois n e n1 são alternos internos. Podemos ver a figura que y + n1 = x1, e como
x1 = x, temos assim o azimute desejado.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 034

A
n = 1000 F (Fórmula do Milésimo)
D

D = BA; F = 80
n
∴ n = 1000 BO
N x1 BA

n1 x1 = y + n1
B y
x n1 = n (alt internos)
N O
∴ x1 = y + n

x1 = x
M
x=y+n

Fig. 2 - Processo da Bússola e Fórmula do Milésimo

e) Caso o PO esteja à esquerda da linha Pç-Alvo, ângulo ^n deverá ser subtraído do azimute
de observação, como podemos verificar pela figura abaixo:
A
x1 = y - n1

n1 = n ∴
n

∴ x1 = y - n
Y
N x1
x1 = x ∴
n1

O B x =y-n
N

x Para maior rapidez:

M n = 1000 . BO
OA

Fig. 3 - Processo de Bússola e Fórmula do Milésimo: PO à esquerda da linha Pç-Alvo.

f) Observação - Ao empregar a fórmula do milésimo, pode-se embora com prejuízo para a


precisão, utilizar para D, ao invés da distância BA, a própria distância de observação OA. Tal medida
visa facilitar o trabalho do observador, quando a rapidez for fator preponderante.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 035

g) Exemplos
Determinar o azimute a comandar para a Pç, por um observador que obteve os seguintes
dados:
- Az da Linha de Observação: 300'''
- Estimativa da distância perpendicular do PO à linha Pç-Alvo: 200 m.
- Distância BA (estimativa): 400 m
- PO à direita da linha Pç-Alvo.

Solução

A
n = 1000 F (Fórmula do Milésimo)
D

∴ n = 1000 x 200 = 5000 '''


n 400

N x1

n1
B y
x
O
N

- Como o PO está à direita da linha de tiro, o Az a comandar será:

x=y+n ∴

∴ x = 300 + 500 = 800'''

- Determinar o azimute a comandar a Pç, por um observador que obteve os seguintes dados:
- Az da Linha de Observação : 1800'''
- Estimativa da distância perpendicular do PO à linha Pç-Alvo: 200 m.
- Distância de observação: 800 m
- PO à esquerda da linha Pç-Alvo
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 036

Solução
A

x1
n1 n

N Y

O B

x
N

- Pela Fórmula do Milésimo:


n = 1000f
D
∴ n = 1000 x 200 = 250'''
800
- Como o PO está à esquerda da linha de tiro, o Az a comandar será:
x=y-n
∴ x = 1800 - 250 = 1550'''

d. DETERMINAÇÃO DO ALCANCE INICIAL


1) Entre os diversos processos usados para a determinação do alcance inicial, destaca-se o da
avaliação pela vista, normalmente feita do PO, pelo observador (Ch Pç). Quando o PO está situado
entre a Pç e o alvo, a avaliação do alcance inicial é o resultado da soma de duas outras: à distância da
Pç ao PO, e a distância do PO ao alvo. Esta avaliação deve ser a mais precisa possível para facilitar a
regulação do tiro.
2) Processos mais precisos são aqueles que utilizam instrumentos óticos, como o telêmetro, que
nos fornece diretamente à distância, com um grau de precisão apreciável.
O binóculo, uma vez utilizado em combinação com a fórmula do milésimo, é também de uma
boa precisão.
3) Outro processo bastante preciso é o da medida da distância Peça-Alvo na carta ou fotografia
aérea, quando delas dispomos. A possibilidade de erro surge na determinação incorreta dos pontos na
carta ou fotografia aérea.
4) Finalmente, temos o processo da fórmula do milésimo, utilizado em combinação com o duplo
decímetro, ou mesmo com avaliações do ângulo n e da frente linear F. Este processo, embora
impreciso, pode ser utilizado em situações de emergência.

e. DETERMINAÇÃO DOS DADOS INICIAIS PELA SEÇÃO


Na Sec Mrt 81 mm, os dados iniciais são determinados da mesma forma como o foram para a Pç
atuando isolada. Normalmente, tais dados são levantados pelo OA, podendo também qualquer outro
componente da Sec determiná-los, a critério de seu Cmt (Cb, Obs, Ch Pç ou o próprio Cmt Sec).
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 037

Os dados são obtidos por qualquer dos processos já conhecidos, cabendo ressaltar que o processo
mais utilizado para obtenção do alcance é o da avaliação pela vista. Tais dados são normalmente
determinados para a Pç-base (1ª Pç), bastando introduzir pequenas correções para que sejam também
utilizados pelo restante da Sec.

5. COMANDOS DE TIRO
a. Generalidades
1) Chama-se comando de tiro a uma ordem enviada pelo Cmt da Linha de Fogo (CLF) às
guarnições das frações (Pç ou Sec), destinada à preparação e execução do tiro. Os comandos contêm
todos os dados necessários para habilitar a guarnição a apontar a Mrt corretamente, iniciar,
interromper, continuar ou finalizar o tiro.
2) Um comando de tiro correto deve ser breve, claro e conter todos os dados necessários ao
cumprimento da missão de tiro. Eles devem ser transmitidos às frações (Pç ou Sec) o mais rapidamente
possível, isto é, tão logo os dados constantes do comando sejam determinados. Sempre que possível, os
comandos de tiro são emitidos verbalmente, porém, quando isto não for possível, podem ser utilizados
mensageiros, telefones ou sinais convencionados. À medida que os elementos do comando são
enunciados, o At os repete em voz alta, para cientificar ao Ch Pç de que foram bem entendidos.

b. Números
Todos os números constantes de um comando de tiro são enunciados algarismo por algarismo,
exceção feita aos milhares puros.
Exemplo:
3 - três
5.5 - cinco - ponto - cinco
6 - meia dúzia
9 1/4 - nove - e - um - quarto
10 - um - zero
25 - dois - cinco
66 1/2 - meia dúzia - meia dúzia e um - meio
600 - meia dúzia - zero - zero
1400 - um - quatro - zero - zero
1670 - um - meia dúzia - sete - zero
1925 - um - nove - dois - cinco
2000 - dois mil

c. Tipos
Há dois tipos de comandos de tiro: o INICIAL e os SUBSEQUENTES. Em ambos, os elementos
de tiro que os constituem obedecem à mesma seqüência. No comando inicial são transmitidos os dados
necessários ao início da missão de tiro; nos comandos subseqüentes são transmitidos somente os
elementos que tenham sofrido alterações, exceto a ALÇA (ou ALCANCE), que é sempre transmitida.

d. MEMENTO DOS COMANDOS DE TIRO


Todos os comandos seguem a seqüência abaixo; entretanto, os elementos desnecessários são
omitidos.
- Peças que seguem o comando
- Tipo de granada e espoleta
- Deriva
- Ponto de pontaria
- Peças que atiram
- Processo de tiro
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 038

- Controle
- Carga
- Tempo ALCANCE
- Alça

Obs.: Quando se tratar de Seção, os três últimos elementos normalmente são substituídos pelo alcance.

e. Significado dos Elementos do Comando


1) Peças que seguem o comando
Este elemento tem duas finalidades: alertar as guarnições dos Mrt, e designar quais as peças
que seguirão os comandos.
Quando somente uma peça vai executar as instruções contidas no comando, o comando é
¨TAL PǨ. Quando ambas as Pç vão executar as instruções, o comando é ¨SEÇÃO¨.
2) Tipo de granada e espoleta
Neste elemento é especificado o tipo de granada e a espoleta a serem usadas.
a) Quando a espoleta é a instantânea, o tipo de espoleta é omitido.
b) Quando a granada for a explosiva leve, basta que se transmita: ¨EXPLOSIVA¨.
c) Exemplos:
¨EXPLOSIVA RETARDO¨
¨EXPLOSIVA PESADA¨
¨FUMÍGENA¨
¨ILUMINATIVA TEMPO¨
3) Deriva
Enunciada exatamente como deve ser registrada no aparelho de pontaria: ¨ Pt (Prato) TANTO
Tb (Tambor) TANTO¨. A deriva inicial é um ângulo, arbitrariamente fixado em 3300 milésimos (Prato
32 - Tambor 100), que indica a direção inicial de tiro.
4) Ponto de pontaria
É o ponto sobre o qual será dirigida a visada do aparelho de pontaria. Deve-se adotar o ponto
de pontaria amais próximo da direção inicial e, sempre que possível, deve-se usar o mesmo ponto
durante uma missão de tiro. Poderá ser uma baliza ou qualquer acidente nítido do terreno.
Exemplo: ¨BALIZA¨
¨ARVORE COPADA¨
5) Peças que atiram
Por meio deste elemento, são designadas as peças que vão atirar. No caso da Seç, se ambas as
peças vão atirar, omite-se este elemento. Se uma Pç estiver atuando isolada, ao comando do Ch Pç, este
elemento também será omitido.
6) Processo de tiro
a) Tiro de rajada - É o processo no qual as peças designadas executam um determinado
número de tiros, independentemente uma da outra. Cada peça atira tão rápido quanto a segurança o
permite.
(1) O tiro de rajada é normalmente utilizado nas regulações e é também utilizado na
eficácia, devido à rapidez com que pode ser desencadeada.
(2) O comando para o tiro de rajada é: ¨TANTOS TIROS¨. Numa regulação, o comando
normal será: ¨UM TIRO¨.
b) Tiro de salva - É o processo no qual as peças atiram sucessivamente, com um intervalo de
tempo fixado (normalmente 5 segundos). O tiro pode ser iniciado pela Pç da direita ou pela Pç da
esquerda, conforme seja designado.
(1) O tiro de salva é normalmente executado quando toda a Sec atira na regulação, quando
a Sec está regulando o feixe ou quando é feita a regulação de uma missão fumígena.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 039

(2) O comando para o tiro de salva a ser iniciado pela Pç da direita (esquerda), com
intervalo de 5 segundos entre cada disparo, é: ¨SALVA PELA DIREITA (ESQUERDA)¨. Ao comando
de ¨FOGO¨, as peças irão atirando sucessivamente, pela direita (esquerda), sob o comando do Chefe de
Peça.
(3) O comando para um tiro de salva será ¨SALVA PELA DIREITA (ESQUERDA) -
TANTOS SEGUNDOS¨, quando o intervalo for diferente de 5 segundos. Quando uma peça, chegada a
sua vez, não puder atirar ou houver uma nega, o Ch Pç avisará à peça seguinte em voz alta: ¨TAL
PEÇA NÃO ATIROU¨; a peça seguinte guardará o intervalo, como se a peça anterior tivesse atirado,
de modo que deixe perceber a sua falta no conjunto. Esse aviso é enviado ao OA.
c) Tiro contínuo - É o processo no qual uma série de salvas é realizada, independentemente de
comandos adicionais, e que só termina ao comando de ¨CESSAR FOGO¨.
(1) O tiro contínuo é geralmente empregado na criação de cortinas de fumaça e na
iluminação noturna.
(2) O comando para o tiro contínuo é: ¨TIRO CONTÍNUO PELA DIREITA
(ESQUERDA)¨. As peças atirarão sucessivamente pela direita (esquerda), com o intervalo de 5
segundos, a não ser que seja especificado outro intervalo. Se tal processo de tiro vai ser executado por
uma única peça, é omitida a informação PELA DIREITA (ou ESQUERDA).
(3) As mudanças nos dados de tiro são introduzidas nas peças, de tal modo que o tiro não
seja interrompido e seja mantida a continuidade na sua execução. Depois de iniciada a missão, as
mudanças de deriva ou de alça são feitas, normalmente, por meio de voltas nos mecanismos de
pontaria em direção ou elevação, respectivamente.
d) Tiro sobre zona - É um tiro em profundidade, usando para lançar rapidamente sobre uma
área um fogo devastador, com o fim de obter-se a máxima neutralização do alvo.
O comando para o tiro sobre zona poderá ser emitido de três modos:
(1) ¨ Tantos tiros - Ceifar - Carga tal ¨, seguido de três alças, como por exemplo: ¨9 TIROS
- CEIFAR - CARGA 1 - 60 1/2 - 57 - 51 1/2¨.
(2) ¨ Tantos tiros - Ceifar tanto ¨. Exemplo: ¨3 TIROS - CEIFAR 900 - 800¨.
(3) ¨ Tantos tiros - Ceifar - Abaixo (Acima) tantas voltas - Carga tal - Alça ¨. Exemplo: ¨9
TIROS - CEIFAR - ABAIXO 9 VOLTAS - CARGA 1 - 60 1/2¨.
e) Tiro ceifante - É aquele em que um determinado número de tiros é disparado e, entre um
tiro e outro, é registrado um certo número de voltas no parafuso do mecanismo de pontaria em direção.
(1) Quando o alvo é muito largo e não pode ser batido eficazmente empregando-se o feixe
paralelo, deve-se bate-lo abrindo o feixe e empregando-se o tiro ceifante. Esse tiro é executado por
meio rajadas, a um alcance constante. O observador especifica o número de tiros que devem ser
disparados e o número de voltas que devem ser registrados na manivela de direção, entre um tiro e
outro.
(2) O comando para obter o tiro ceifante é: ¨TANTOS TIROS - CEIFA PARA A DIREITA
(ESQUERDA) - TANTAS VOLTAS¨. Ao comando de ¨FOGO¨, ambas as peças executam um tiro;
giram o parafuso do mecanismo de pontaria em direção, registrando o número especificado de voltas;
executam outro tiro; e assim continuam sucessivamente, até que o número de tiros determinado no
comando tenha sido executado. Se for necessário, o tiro pode ser repetido. Para isso, basta repetir o
comando, devendo-se, no entanto, mudar a direção da ceifa.
(3) NOTA: A Pç, quando estiver atuando isolada, não utilizará os tiros de salva e contínuo.
7) Controle
a) Quando o observador desejar que as peças não atirem, tão logo estejam prontas, enviará,
imediatamente após o processo de tiro, o controle: ÄO MEU COMANDO¨.
b) se o observador quiser fazer o controle individual das peças, enviará o comando: ¨AO MEU
COMANDO, POR PEÇA¨.
c) Assim que as peças estejam prontas, o observador é avisado. Nesse caso, cabe-lhe emitir e
comando de ¨FOGO¨, após ter recebido o ¨PRONTO¨ enviado pelas peças.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 040

d) O Cmt da Linha de Fogo (CLF), normalmente, fará o controle ¨AO MEU COMANDO¨. A
ele cabe o comando de ¨FOGO¨, após as peças terem enviado o ¨PRONTO¨.
8) Carga, Tempo e Alça
a) Esses elementos são função do alcance. Os dois primeiros são transmitidos como:
¨CARGA TAL¨, ¨TEMPO TANTO¨. A alça é transmitida omitindo-se a palavra ¨ALÇA¨.
b) O tempo será omitido se a espoleta a ser usada não for a de tempo.
c) Esses elementos serão normalmente determinados pelo Ch Pç. Quando se tratar de Sec,
serão substituídos pelo ALCANCE, e o mesmo será expresso em metros, sem que se utilize as palavras
ALCANCE e METROS. Ex.: ¨UM - DOIS - CINCO - ZERO¨.
d) Se nenhuma restrição tiver sido feita, o At, após receber a ALÇA, poderá comandar:
¨FOGO¨, assim que a peça estiver pronta. Caso contrário, dirá: ¨TAL PEÇA, PRONTO¨, e aguardará o
comando de ¨FOGO¨. Em ambos os casos, assim que a Pç tenha atirado, o At comunicará: ¨TAL
PEÇA ATIROU¨.

f. Exemplos de Comandos de Tiro Iniciais


1) Para uma peça isolada e para uma peça (atirando no âmbito da Seção)
EXEMPLO
MEMENTO PEÇA (isolada) SEÇÃO
Peças que seguem o comando 1a. Pç Sec
Tipo de granada e espoleta EXPLOSIVA EXPLOSIVA PESADA-
RETARDO
Deriva Pt 32 Tb 100 Pt 32 Tb 100
Ponto de pontaria BALIZA BALIZA
Peças que atiram -- 1a. - Pç
Processo de tiro 1T 1T
Controle -- --
Carga Cg 2 --
Tempo ALCANCE -- 800
Alça 70 --

2) Para a Sec atirar (com feixe paralelo)


RAJADA SALVA ZONA CEIFANTE CONTÍNUO
Sec Sec Sec Sec Sec
Explosiva Explosiva Explosiva Fumígena Fumígena
Pt 32 Tb 100 Pt 32 Tb 100 Pt 32 Tb 100 Pt 32 Tb 100 -
Baliza Baliza Baliza Baliza Baliza
- - - - -
3T S/D 6 T –Abaixo 9 V 3 T–Ceifar E – 2V TC/D
AMC AMC - - -
Cg 2 Cg 2 Cg 3 Cg 2 3
- - - - -
69 69 1/4 61 3/4 67 63

g. Comando de Tiro Subseqüente


1) Os comandos de tiro subseqüentes incluem somente os elementos que tenham sofrido
alteração, exceto a ALÇA (ALCANCE), que é sempre transmitida. Tais comandos possibilitam a
execução simultânea da regulação em direção e alcance, modificando o comando anterior apenas no
que for necessário, até que a regulação esteja terminada. Os comandos subseqüentes são também
utilizados para interromper o fogo.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 041

2) Quando nenhuma alteração se verifica na alça (alcance), é emitido o comando: ¨REPITA


ALÇA¨ (RA).
3) Quando é feita uma mudança nas ¨ Peças que atiram ¨ ou no ¨ Processo de tiro ¨ e ¨ Controle ¨,
o comando subseqüente inclui os três elementos. A mudança somente no ¨ Número de Tiros ¨ não é
considerada como mudança no ¨ Processo de tiro ¨ e no ¨ Controle ¨.
4) Quando a deriva e o ponto de pontaria não sofrem alteração, são omitidos no comando
subseqüente. Quando há alteração na deriva, transmite-se a nova deriva a ser registrada no aparelho de
pontaria, bem como o ponto de pontaria.
5) Interrupção e continuação do fogo
Para interromper o tiro, transmite-se ¨CESSAR FOGO¨ ou ¨SUSPENDER FOGO¨.
a) O comando ¨CESSAR FOGO¨ indica o término de uma missão de tiro, mas não implica em
suspensão da atenção das peças para nova missão. Esta surgindo, deve começar por novo comando de
tiro inicial.
b) ¨SUSPENDER FOGO¨ designa uma interrupção temporária do tiro e faculta o reinicio
deste com os mesmos elementos, bastando, para isso, transmitir o comando: ¨REINICIAR FOGO¨, ou
transmitir um comando de tiro subseqüente.
c) A fim de que as guarnições possam relaxar um pouco a atenção, o fim do alerta é anunciado
pelo comando ¨CESSAR FOGO, MISSÃO CUMPRIDA¨. A esse comando, os At fazem suas peças
voltarem a apontar para o centro da zona de ação (CZA), com uma alça de 62º.
6) Exemplos de comandos subseqüentes:
SEQÜÊNCIA COMANDO
1) Houve alteração na direção, nas peças que Pt 32 Tb 100
atiram no processo de tiro e no alcance
. Baliza
Sec
S Dr
1700
2) Houve alteração na direção, nas peças que Pt 32 Tb 80
atiram no processo de tiro e no controle. Baliza
Sec
4T - AMC
RA
3) Não houve alteração RA
4) Houve alteração no alcance (alça) mas não na 1800
carga.
5) Houve alteração na direção e no número de Pt 32 Tb 90
tiros (tiro de rajada). Baliza
5T
RA

h. Repetição de Comando e Correções


1) Repetição de comandos
Se um servente não tiver entendido um elemento qualquer do comando de tiro, poderá pedir
sua repetição, dizendo: ¨DIGA NOVAMENTE A DERIVA (A ALÇA, etc.)¨. Para evitar confusão,
toda vez que um elemento deva ser repetido, ele é precedido da frase: ¨O COMANDO FOI ...¨.
2) Correções
a) Num COMANDO DE TIRO INICIAL, quando um elemento qualquer foi transmitido com
erro, a sua correção é feita anunciando-se: ¨ERRO¨, e transmitindo-se em seguida somente o elemento
corrigido; continua-se normalmente, a partir de então o comando.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 042

b) Num COMANDO SUBSEQÜENTE, o elemento transmitido erradamente é corrigido,


anunciando-se: ¨ERRO ¨, e repetindo-se em seguida todo o comando subseqüente. O termo ERRO,
nesse caso, cancela todo o comando anterior.

i. Comandos Modificados de Tiro


1) Os comandos modificados diferem dos comandos normais somente na deriva e alcance dos
comandos subseqüentes. Eles são transmitidos em voltas e meias voltas a serem introduzidas nas
manivelas dos mecanismos de elevação e direção. Esses comandos facilitam o trabalho do At. Para
usar esse processo, o observador deve ter em mente que uma volta na manivela do mecanismo de
direção equivale, aproximadamente, a 15 milésimos.
2) O At registra na peça a alça e a deriva fornecidas no comando de tiro inicial.
3) Para determinar o número de voltas da manivela do mecanismo de elevação, a ser registrado
entre duas alças, o observador verifica, na tabela de tiro, a diferença obtida em graus (abandonando as
frações) por dois (uma volta é igual a meio grau). O observador, uma vez obtido o enquadramento do
alvo, não necessita utilizar mais a tabela de tiro, e as correções em alcance são enviadas em número de
voltas (a carga não deve sofrer alteração).
4) Para determinar o número de voltas da manivela do mecanismo de direção, o observador
divide a correção do desvio em direção por 15.
5) Exemplo
Suponhamos que o observador tenha estimado o alcance inicial em 1100 m (66 1/2, carga 2),
que o primeiro arrebentamento tenha sido curto e 66''' à direita, e que o próximo deva ser disparado
para o alcance de 1300 m. O observador está junto à Pç.
Solução:
a) Cálculo do número de voltas do mecanismo de elevação.
A alça para 1300 m, sem mudança na carga, é 60º. Para calcular, o número de voltas a ser
comandado, o observador faz o cálculo (66 - 60) 2 = 12, e envia o comando: ¨ABAIXO DOZE
VOLTAS¨. Se o segundo tiro fosse longo, o comando seguinte seria: ¨ACIMA MEIA DÚZIA
VOLTAS¨.
b) Cálculo do número de voltas do mecanismo de direção.
O tiro caiu 60 ''' à direita. Para calcular o número de voltas a ser comandado, o observador
faz o cálculo: 60 : 15 = 4, e envia o comando: ¨ESQUERDA QUATRO VOLTAS¨. Se o segundo tiro
caísse 30 ''' à esquerda, teríamos: 30 : 15 = 2, e o comando seria : ¨DIREITA DUAS VOLTAS¨.
Enquanto um tiro não caísse na linha Pç-alvo, seriam feitos os cálculos.
c) Comando inicial
Para o início da missão de tiro do exemplo, o comando seria:
- PRIMEIRA PEÇA
- EXPLOSIVA
- PRATO TRÊS-DOIS, TAMBOR UM-ZERO-ZERO
- BALIZA
- UM TIRO
- CARGA DOIS
- MEIA DÚZIA - MEIA DÚZIA - E - UM - MEIO
d) Comandos subseqüentes
NORMAL MODIFICADO
Prato três - dois, Tambor um meia dúzia - zero Esquerda quatro voltas
Baliza Abaixo doze voltas
Um - três - zero - zero (60º)
Prato três - dois, Tambor um - três - zero
Baliza Direita duas voltas
Um - dois - zero - zero (63º 1/2) Acima meia dúzia voltas
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 043

j. Estudo da Dispersão
1) Generalidades
As condições de tiro de uma granada de determinado tipo em um Mrt, nunca são, rigorosamente,
idênticas de um disparo para outro, sejam quais forem às precauções adotadas para assegurar tal
identidade. Desta forma, sob condições aparentemente idênticas, as trajetórias diferem entre si pela
influencia de vários fatores. Esta diferença irá fazer com que os impactos relativos à tiros disparados
com registros iguais no aparelho de pontaria do Mrt se espalhem no terreno, sendo este fato
denominado DISPERSÃO.
2) Causas da Dispersão
As causas da dispersão relacionam-se com a arma, a munição e as condições atmosféricas.
a) Arma
Poderá influenciar a trajetória da granada devido:
(1) Ao tubo estar com a alma suja, com resíduo de pólvora, particularmente em tempo
úmido;
(2) Aos mecanismos de elevação e direção do bipé apresentarem folga;
(3) Ao aparelho de pontaria apresentar folga e conseqüente imprecisão nos mecanismos que
acionam as escalas;
(4) Ao tubo estar com a alma suja por resíduos de óleo ou antióxido.
b) Munição
Poderá influenciar na trajetória da Gr, pela variação da velocidade inicial, devido:
(1)Variação do peso das Gr;
(2)As diferentes quantidades de pólvora na carga de projeção;
(3)A variação no diâmetro da cinta de turgência, permitindo um maior ou menor
escapamento de gases entre o diâmetro e a parede do tubo;
(4)A ação da umidade sobre as cargas de projeção.
c) Condições Atmosféricas
Poderão influenciar na trajetória da Gr devido:
(1) A maior ou menor densidade do ar;
(2) As variações de temperatura;
(3) Ao movimento irregular do ar.
3) Área Retangular de Dispersão
É uma área coberta por uma série de tiros disparados pela mesma deriva e alça, por um
mesmo Mrt. O eixo maior do retângulo dispõe-se ao longo da linha de tiro.

CENTRO
DOS
IMPACTOS

Direção de Tiro
Área Retangular de Dispersão

Distribuição de 100 tiros


Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 044

4) Conclusão
a) A dispersão é maior em alcance que em direção, estando a mais densa concentração de
pontos de impactos perto do centro do grupo. Este ponto é denominado Centro de Impactos. Tendo o
observador determinado o Centro de Impactos, poderá ser aumentado o rendimento dos tiros de
eficácia.
b) Quanto menor for a duração da trajetória, menos o projétil sofrerá os efeitos das condições
atmosféricas. Em conseqüência, sempre que possível, deve-se usar a menor carga de projeção que
permita bater um determinado alvo.

6. REGULAÇÃO DO TIRO
a. Generalidades
Regulação do tiro é o processo que permite ao Obs. através de sucessivas correções de
arrebentamento observados, obter a coincidência do centro de impactos com o alvo. A regulação é
necessária devido a uma série de fatores, tais como: erros fortuitos cometidos na determinação dos
dados iniciais de tiro, imprecisão dos instrumentos ação dos elementos causadores da dispersão, etc..
Um tiro é considerado regulado quando se obtém, no decorrer da regulação, um impacto sobre o alvo
(NA), ou tão próximo do mesmo que a ação de estilhaçamento tenha sobre ele efeito plenamente
destrutivo. A partir de então, se não for alterada a pontaria em direção e alcance obtida, e for disparada
uma série de tiros, haverá boas probabilidades de obter a maioria dos impactos com efeitos destruidor
na região do objetivo.
A regulação pode ser desdobrada em regulação em direção e regulação em alcance, apesar das
duas etapas se processarem simultaneamente. Para fins didáticos, serão estudadas separadamente.

b. Regulação em Direção
A finalidade da regulação em direção é colocar os arrebentamentos sobre a linha Pç-alvo, pela
correção dos desvios observados.
A melhor localização do PO, para a observação em direção, é junto à posição de tiro. Neste caso,
os desvios vistos pelo Obs. são iguais às correções a fazer. Entretanto, nem sempre o Obs. poderá
utilizar um PO nestas condições, pois imposições do terreno, de ordem tática e outras, muitas vezes
farão com que o PO escolhido esteja afastado da posição de tiro, e até mesmo fora da linha Pç-alvo.
NOTA: É comum encontrar, em algumas fontes de consulta, o termo ajustagem em lugar de regulação.
As duas expressões podem ser consideradas, no caso dos Mrt 60 e 81 mm, sinônimas (a técnica de tiro
do Mrt 4.2'' estabelece uma pequena diferença entre elas), pois o vocabulário militar corrente as
emprega, indistintamente, com o mesmo significado.
1) Tipos de observação
Podem ser esquematizados conforme vemos abaixo:
- PO junto à Pç Distância PO - Pç 100 m
- PO sobre a linha Pç-alvo (observação axial) Distância Po - Pç 100 m
- PO fora da Linha Pç-alvo (observação Unilateral) Distância perpendicular PO-Linha de
Tiro 1/10 da Distância de Observação
a) PO junto à Pç (Fig. 4)
Um Obs colocado junto à Pç vê o desvio (AÔY) como ele realmente acontece (AMY), pois
a posição do PO não origina distorções na observação.
Neste caso, a correção do impacto, é muito fácil de ser feita, pois o Obs. simplesmente terá
que trazer o próximo impacto para a direita ou para a esquerda, conforme o anterior tenha caído à
esquerda ou à direita do alvo, de um ângulo em milésimos igual ao que ele observou.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 045

### Y

AOY = AMY

Fig. 4 - PO junto à Pç

Isto será feito pela determinação de uma nova deriva, que uma vez registrada no aparelho
de pontaria do Mrt, imporá um deslocamento do tubo igual e em sentido contrário ao desvio
observado. Para a obtenção desta nova deriva, é usada uma regra prática, que pode ser expressa pela
forma mneumônica EADD (Esquerda Aumenta, Direita Diminui). Assim, utilizando a regra, quando o
tiro deve ser conduzido para a esquerda, é aumentada a deriva anterior, e quando deve ser conduzido
para a direita, é diminuída a deriva anterior.
Exemplo:
- Deriva do 1º tiro: Pt 32 Tb 100
- Observação do tiro: D 30 (direita, 30''') - Correção: Esquerda, 30'''
- Deriva para o 2º tiro: (Pt 32 Tb 100) + (30''') = Pt 32 Tb 130 (Pela regra EADD).
b) PO sobre a linha Pç-alvo (Observação Axial)
(1) Distância PO - Pç 100 m (Fig. 5)
Neste caso, a posição do PO acarreta uma distorção na obs. sendo diferentes o desvio
real (N) e o observado (n) . No entanto, essa diferença é bem pequena, podendo ser desprezada, sem
prejuízo sensível para o tiro.
Em conseqüência, recaímos no caso anterior, e a correção será igual e de sentido
contrário à observação. A nova deriva será determinada também da mesma forma vista anteriormente,
pelo emprego da regra EADD.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 046

M PO - Pç ≤ 100 m

Fig. 5 - Observação axial; Distância

M PO - Pç ≥ 100 m

Fig. 6 - Observação axial; Distância


Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 047

(2) Distância PO - Pç 100 m (Fig. 6)


Estando o PO sobre a linha Pç-alvo, porém a mais de 100 m da posição da Pç, haverá
uma distorção apreciável.
O ângulo segundo o qual o Obs. vê o desvio (^n), é bem diferente daquele que veria se
estivesse junto à Pç (^N). Há, portanto, necessidade de estabelecer uma relação entre os dois ângulos,
para o Obs. possa saber que correção deverá introduzir na deriva do tiro anterior.
A determinação dessa relação é bem simples. Consideremos a Fig. 9, onde:
M - Pç Y - Impacto
O - PO n - Desvio, como é visto do PO
A - Alvo N - Desvio, como seria visto da Pos da Pç
Sabemos, pela fórmula aos ângulos N e n, da Fig. 9, temos :
N = 1000 AY e n = 1000 AY
MA OA

Dividindo membro a membro estas igualdades, obtemos:


N = 1000 AY x OA ∴ N = OA ∴ N = n x OA, onde:
m MA 1000AY n MA MA

OA = Distância de observação
MA = Distância de tiro
OA = RELAÇÃO DE REDUÇÃO (R)
MA

Vemos, então, que a correção a ser introduzida na deriva do próximo tiro (N), é igual e
de sentido contrário ao desvio observado (n) multiplicado pela relação de redução. A nova deriva será
obtida pela aplicação (em relação à correção) da regra EADD.
NOTA: Quando o PO estiver à frente da Pç, a relação de redução será menor que 1
(um), pois a distância de observação (OA) será menor que a distância de tiro (MA); quando o PO
estiver à retaguarda da posição da Pç, acontecerá o inverso e, neste caso, a relação de redução será um
número maior que 1 (um).
Exemplo 1
- Distância de observação: 1000 m
- Distância de tiro: 2000 m
- Deriva do tiro observado : Pt 32 Tb 70
- Desvio (visto do PO): D 25 (Direita, 25''')
Vemos que, neste exemplo, o PO está à frente da Pç, a uma distância de 1000 m da
mesma. Desta forma, teremos que empregar a relação de redução. Assim, temos:
R = OA ∴ R = 1000 = 0,5
MA 2000

N = n x R ∴ N = 25 x 0,5 = 12,5'''

Como o tambor das derivas é graduado de 2 em 2 ''', devemos aproximar o resultado


para 12''' e, em conseqüência, N = 12'''.
Se o tiro foi observado à direita, a correção deverá ser feita para a esquerda. Pela regra
EADD, Esquerda Aumenta e, neste caso:
Deriva para o próximo tiro = (Pt 32 Tb 70) + (12''') = Pt 32 Tb 82
Exemplo 2
- Distância de observação: 1500 m
- Distância de tiro: 1000 m
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 048

- Deriva do tiro observado: Pt 32 Tb 150


- Desvio (visto do PO): ES 20 (Esquerda, 20''')
Neste exemplo, o PO está à Rg da Pç, a uma distância de 500 m desta. Empregando a
relação de redução, temos:
R = OA ... R = 1500 = 1,5
MA 1000

N = n x R ∴ N = 20 x 1,5 = 30 '''

O tiro foi observado à esquerda. Pela regra EADD, como devemos conduzi-lo para a
direita, temos:
Deriva para o próximo tiro = (Pt 32 Tb 150) - (30''') = (Pt 32 Tb 120)
c) PO fora da linha Pç-alvo (Observação Unilateral)
Caso o PO, por alguma imposição, esteja localizado fora da linha Pç-alvo, é necessário
estimar (ou medir na carta) duas distâncias, antes de começar a observação: a distância de observação e
a distância perpendicular do PO à linha de tiro.
Determinadas às distâncias, o Obs. terá condições de classificar o seu tipo de observação
de acordo com um dos dois casos seguintes:
(1) Distância perpendicular PO-Linha de Tiro ≤ 1/10 da Distância de Observação.
Neste caso, a distorção ocorrida na observação é pequena e, por esta razão, considera-se
a observação como sendo axial.
Após recairmos no processo da Observação Axial, devemos considerar a distância PO-
Pç, conforme fizemos no estudo do referido processo. Caso a distância seja maior que 100 m,
empregaremos a relação de redução.
(2) Distância perpendicular PO-Linha de Tiro > 1/10 da Distância de Observação.
Neste caso, o PO estará bastante afastado da linha pç-alvo, ocasionando
conseqüentemente grandes distorções na observação dos desvios.
O recurso utilizado para transformar o desvio (linear) em desvio real, é a Tabela de
Conversão de Derivas, também chamada de Tabela de Conversão de Desvios.
A Tabela possui dupla entrada: a primeira coluna, à esquerda, diz respeito ao alcance
(Distância de Tiro), que o Obs. obterá pela carta ou avaliação pela vista; a linha horizontal superior é
relativa aos desvios lineares (em metros), observados do PO. O encontro de uma linha vertical com
outra horizontal nos fornecerá o desvio, em milésimos, conforme seria visto se o Po estivesse junto
à Pç.
Verificamos, neste processo, que a observação deve ser feita de forma a avaliar a frente,
em metros, correspondente ao desvio, ou seja, a distância perpendicular do arrebentamento à Linha de
Tiro. Verificamos, ainda, que não é considerada a distância PO-Pç, de vez que os desvios são referidos
à distância de tiro.
Tão logo seja obtido o desvio angular real, na Tabela, a correção da deriva será feita
utilizando a regra EADD.
Exemplo 1
- Distância de observação: 500 m
- Distância de tiro: 1200 m
- Distância perpendicular PO-Linha de Tiro : 60 m
- Deriva do Tiro observado: Pt 32 Tb 50
- Desvio linear (visto do PO): D 50 (Direita, 50 m)
Como a distância perpendicular PO-Linha de Tiro é maior que 1/10 da distância de
observação, concluímos que a observação é unilateral e, por conseguinte, teremos que recorrer à
Tabela. Nela verificamos que, para uma distância de tiro de 1200 m, uma frente linear de 50 m
corresponde a um desvio angular de 42'''.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 049

- Correção: Esquerda 42'''


Aplicando a regra EADD, temos:
Deriva para o próximo tiro = (Pt 32 Tb 50) + (42''') = Pt 31 Tb 92

7. REGULAÇÃO EM ALCANCE
A regulação em alcance tem por objetivo reduzir ao mínimo, em uma missão de tiro, as diferenças
de alcance apresentadas pelos impactos em relação ao alvo. Tais diferenças decorrem de vários fatores,
dentre os quais se destacam os elementos causadores da dispersão.
São utilizados 2 (dois) processos para esta regulação: o Enquadramento e a Regulação Regressiva.

a. Processo do Enquadramento
Consiste em enquadrar o alvo entre tiros curtos e longos, diminuindo progressivamente a
distância de enquadramento, até que esta seja tão pequena que o centro de impactos possa ser
considerado coincidente com o alvo. Nesta situação, o tiro estará regulado em alcance.
A eficácia deverá ser desencadeada com a alça correspondente ao último disparo executado par
obter o Enquadramento. Ao utilizar o Processo de Enquadramento, o Obs. deverá:
- Observar a incidência do primeiro impacto, determinando se foi longo ou curto.
- Determinar o alcance para o próximo tiro, alongando-o se o primeiro foi curto, ou encurtando-o
se foi longo, de:
- 100 m, se o alcance utilizado para o tiro inicial for até 1000 m;
- 200 m, se o alcance utilizado para o tiro inicial for superior a 1000 m.
Este lanço inicial deverá ser suficiente para obter o primeiro enquadramento (em 100 ou 200 m).
Se isto não acontecer, continuar alongando ou encurtando o alcance da mesma distância, até obtê-lo.
- Obtido o enquadramento inicial, ¨quebrá-lo¨ pela metade, ou seja, determinar que o terceiro tiro
seja disparado com um alcance mais curto (se o segundo tiro foi longo) ou mais longo (se o segundo
tiro foi curto), da metade do lanço inicial, de forma a obter outro enquadramento menor.
- Prosseguir ¨quebrando¨ sucessivamente os enquadramentos obtidos, até enquadrar o alvo entre
um tiro curto e outro longo distanciados de 25 m, ou então obter um tiro NA. Nesta situação, o tiro
pode ser considerado regulado em alcance.
Exemplo 1
Consideremos uma missão de tiro na qual vai-se fazer a regulação em alcance pelo processo
do enquadramento. O alcance inicial foi estimado, pelo Obs., em 700 m.
NOTA: Para facilitar a compreensão, é omitida a regulação em direção, que na realidade seria
desencadeada simultaneamente. Admite-se, portanto, que todos os impactos incidiram com boa direção
(BD).
1º TIRO 2º TIRO 3º TIRO 4º TIRO 5º TIRO
ALCANCE 700 m 800 m 900 m 850 m 825 m
OBSERVAÇÃO
C C L L L
DO TIRO
EVOLUÇÃO NÃO HOUVE
INICIAL Enq 100 m Enq 50 m Enq 25 m
DO TIRO Enq
ALCANCE
PARA O
PRÓXIMO 88 m 900 m 850 m 825 m 825 m
TIRO

Alcance inicial: 2000 m (estimado)


Processo de regulação: Enquadramento
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 050

1º TIRO 2º TIRO 3º TIRO 4º TIRO 5º TIRO 6º TIRO


ALCANCE 2000 m 1800 m 1600 m 1700 m 1650 m 1625 m
OBSERVAÇÃO
L L C L L NA
DO TIRO
EVOLUÇÃO Não houve NA - Enq
INICIAL Enq 200 m Enq 100 m Enq 50 m
DO TIRO Enq 25 m
ALCANCE
PARA O
PRÓXIMO 1800 m 1600 m 1700 m 1650 m 1625 m 1625 m
TIRO

1) Regras particulares do Enquadramento


a) Quando o primeiro tiro da regulação atinge o alvo, ou cai tão próximo que este fica dentro
do raio de ação da granada, um segundo tiro deve ser disparado com os mesmos dados. Se esse
segundo tiro confirmar o primeiro, a eficácia pode ser desencadeada. Caso contrário, caindo nas
proximidades do alvo, executar o terceiro tiro com um lanço inicial de apenas 50 m, qualquer que seja
o alcance inicial.
b) Quando o primeiro tiro da regulação cai próximo do objetivo, mas não o suficiente para ter-
se a certeza de que tem sobre ele pleno efeito destruidor, simplifica-se a regulação, executando logo o
segundo lanço do enquadramento, isto é, procurando o enquadramento em 100 m se o alcance for
maior que 1000 m, e em 50 m se este for menor ou igual a 1000 m.
c) Quando, em uma regulação por Enquadramento, na qual o processo vem se desenvolvendo
normalmente, um tiro apresenta incidência anormal devido a defeito da munição ou outra causa
qualquer, esse tiro deve ser desprezado e outro deve ser disparado com os mesmos dados, a fim de
evitar uma correção errônea.
NOTA: Como vimos, o Processo do Enquadramento consiste na execução alternada de tiros
curtos e longos. Desta forma, não é aconselhável sua utilização, quando a tropa amiga, por cima da
qual se atira, estiver muito próximo do objetivo. A margem de segurança mínima é de 400 m, ou seja,
se a distância entre a tropa amiga e o objetivo for igual ou inferior a 400 m, não devemos utilizar o
Processo do Enquadramento para a regulação em alcance.

b. Processo da Regulação Regressiva


É o processo utilizado quando a tropa amiga está muito próxima do objetivo a bater (menos de
400 m), situação em que há necessidade, como medida de segurança, de iniciar a regulação do tiro com
um alcance sensivelmente maior. Assim sendo, os demais lanços da regulação devem ser executados
de maneira a jamais obter um tiro curto.
Ao utilizar o Processo de Regulação Regressiva, o Obs., deverá:
- Calcular (ou estimar) a distância Pç-alvo e acrescentar-lhe 200 m, sendo o primeiro tiro
disparado com a alça correspondente a este alcance.
- Observar o arrebentamento, determinando a distância (no sentido do alcance) entre o mesmo e
o Obj.
- Determinar que o segundo tiro seja disparado com o alcance anterior diminuído da metade do
afastamento avaliado entre o arrebentamento e o Obj., ou seja, aplicar a regra:
Alcance para o tiro seguinte = Alcance anterior - Afastamento
- Continuar com o mesmo procedimento para os demais tiros, até que seja obtido um tiro longo, à
distância de 25 m do Obj. Nesta situação, o tiro pode ser considerado regulado em alcance.
Exemplo 1
Suponhamos uma Pç Mrt 81 mm que deve regular o tiro sobre um determinado Obj., situado a
1200 m da posição da Pç, atirando por cima de tropa amiga. Sabe-se que os elementos amigos mais
avançados encontram-se a 300 m da posição Inicial.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 051

Solução
- PROCESSO DE REGULAÇÃO: Pela situação apresentada, obrigatoriamente temos que
optar pela REGULAÇÃO REGRESSIVA.
- ALCANCE INICIAL: De acordo com a regra, devemos acrescentar à distância de tiro
determinada pelo Obs. a segurança inicial (200 m).
Assim: Alcance inicial = 1200 + 200 = 1400 m

1º TIRO 2º TIRO 3º TIRO 4º TIRO


ALCANCE 1400 m 1300 m 1250 m 1225 m
Obs. do TIRO/2 100 m 50 m 25 m --
EVOLUÇÃO DO
Reg. Reg. Reg. Reg. In EFIC.
TIRO
ALCANCE
PARA O
1300 m 1250 m 1225 m 1225 m
PRÓXIMO TIRO

Gráfico

1400 m (1º)

200 m
1300 m (2º)

1250 m (3º)
100 m
1225 m (4º) 50 m
25 m
1200 m PV

c. Comparação entre os processos de regulação em alcance


1) A experiência provou que o Processo do Enquadramento é o mais econômico quanto ao
consumo de munição, e o mais eficaz nas condições normais de observação em combate.
2) No Processo do Enquadramento não há necessidade da avaliação de distâncias do
arrebentamento ao Obj., existente no Processo da Regulação Regressiva, a essa avaliação, como
sabemos, é geralmente imprecisa.
3) No Processo do Enquadramento, somente é observado se o tiro é curto ou longo.

8. TIPOS DE FEIXE
a. Generalidades
O angulo formado, no PV ou no objetivo, pelos planos de tiro dos Mrt são chamados de
“FEIXE”.
As vezes é necessário o OA ajustar o feixe da seção (os planos de tiro dos Mrt) para corrigir
qualquer erro cometido na pontaria da seção em paralelo, ou obter um feixe especial.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 052

A largura do feixe é o intervalo entre o centro dos arrebentamentos laterais, e a frente coberta por
qualquer tipo de feixe é igual a largura do feixe mais a largura de um arrebentamento.

b. Tipos de feixe
Há quatro tipos de feixe que podem ser executados pela seção: paralelo, convergente, aberto e
fechado.
1) Feixe paralelo:
É o feixe obtido quando os morteiros são apontados em paralelo sobre o mesmo azimute.
2) Feixe Convergente:
É o feixe obtido quando o tiro de ambos os Mrt bate um mesmo ponto.
3) Feixe Aberto:
É o feixe que é mais largo que o intervalo entre os dois Mrt.
4) Feixe Fechado:
É o feixe mais estreito que o intervalo entre os dois Mrt, mas mais largo que o feixe
convergente.

Paralelo Convergente Aberto Fechado

9. TIRO DE EFICÁCIA
a. Generalidades
1) Os tiros desencadeados sobre determinado objetivo, após realizada a regulação, visando a
destruição do alvo ou outro efeito tático desejado, são chamados “Tiros de Eficácia”.
2) Uma eficácia é obtida disparando-se uma série de tiros (o nº varia conforme o efeito desejado)
sobre o objetivo, a partir do momento em que se considere o tiro regulado. A série pode ser repetida
tantas vezes quantas forem necessárias para o cumprimento da missão.
3) A eficácia se caracteriza pela combinação de dois fatores: rapidez e volume de fogo. Em
conseqüência, para que o intervalo entre os disparos seja menor possível, os tiros de uma mesma série
não são corrigidos.
4) Para bater o objetivo, são utilizados dois tipos de eficácia: o Tiro Concentrado e o Tiro com
Ceifa.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 053

b. Tiro Concentrado
É a modalidade de eficácia na qual os tiros tendem a concentrar-se em uma área, distribuídos de
acordo com o retângulo de dispersão. O tiro concentrado é utilizado para bater alvos de pequena
dimensões, cuja localização no terreno é bem conhecida, particularmente, os localizados em posições
desenfiadas.
Normalmente, são usados 3 (três) tiros neste tipo de eficácia, e os mesmos são disparados com os
mesmos dados. Estas quantidades de tiro são suficientes para bater o alvo, devido a combinação de
dois fatores: a dispersão e o raio de ação das granadas. Se necessário, mais três tiros serão disparados.
Se o alcance for superior a 2500 metros, deve-se disparar mais de três tiros, pois esta quantidade
de tiros torna-se ineficaz, devido a grande dispersão.
Usando o tiro concentrado, a peça cobre uma área de aproximadamente de 50 x 50 metros, na
qual se consegue a destruição do objetivo pela ação dos impactos nela distribuídos.
Se, ao término da série, o Chefe de Peça notar que o centro de impactos apresentou erro
significativo em relação ao objetivo, deve introduzir no comando da série seguinte as correções que se
fizerem necessárias.

c. Tiro com Ceifa


E a modalidade de eficácia na qual os tiros são distribuídos em uma seqüência linear no terreno.
O tiro com ceifa é utilizado para bater alvos de largura e/ou profundidade externa.
Existem os seguintes tipos de ceifa:
CEIFA EM DIREÇÃO: - NORMAL,
- CONCENTRADA;
CEIFA EM PROFUNDIDADE;
CEIFA COMBINADA.
Antes de iniciar qualquer dos tiros de ceifa, é necessário que o tiro esteja regulado sobre uma das
extremidades do objetivo, o ponto de origem.
1) Ceifa em Direção Normal
a) Observações
Neste tipo de ceifa, uma série de granadas é distribuída em direção sobre o objetivo,
conforme se observa na figura abaixo:

1 2 3 4 - Ceifa em
direção normal

Utilizando este tipo de ceifa, a peça pode bater alvos de pequena profundidade, com um
máximo de 100 metros de largura. Esta dimensão é estabelecida tendo em vista as limitações do
mecanismo de direção do Mrt.
O nº de tiro a ser disparado varia com a extensão da frente a bater e com as características
do terreno na região do objetivo.
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 054

Genericamente, pode-se estabelecer que que uma peça, utilizando 04 (quatro) granadas
igualmente espaçadas no terreno, cobre, com efeito causador de baixas, uma frente de 100 metros. Se
for utilizada a granada explosiva pesada, o nº de tiro pode ser reduzido a 03 (três), ainda numa frente
de 100 metros.
Em terreno acidentado, no qual se deseja maior densidade de fogo, o nº de tiros, pode ser
aumentado. Este aumento aplica-se, também, às barragens na defensiva.
Em frentes menores, o nº de tiro a ser utilizado varia numa proporção aproximada à que foi
estabelecida para 100 metros.
b) Execução da ceifa
Inicialmente, é necessário que o tiro esteja regulado sobre uma das extremidades do
objetivo, o ponto de origem. Em seguida, são feitos os cálculos relativos à ceifa, de modo que o
comando de tiro expresse o nº de voltas que deve ser registrado após cada disparo.
Para determinar o nº de voltas que o atirador deve registrar na manivela de direção, deve-
se:
- medir a largura do alvo em milésimos;
- calcular o nº de voltas para cobrir toda a frente; e
- calcular o nº de voltas por intervalo.
Caberá ao atirador manter o Mrt nivelado antes de cada disparo, como única providência
em relação à portaria.
2) Ceifa em direção concentrada
É um caso especial de ceifa em direção, no qual, em cada ponto de impacto, são disparados
três tiros ao invés de apenas um. Obtém-se desta forma, o efeito combinado dos tiros com ceifa e
concentrado. A dispersão verificada neste tipo de ceifa nos permite utilizá-lo contra alvos mais
profundos, com até 50 metros de profundidade.
Os cálculos dos dados para a execução da ceifa seguem o mesmo raciocínio utilizado para a
ceifa em direção normal.
No comando de tiro para a execução da ceifa, é sempre expresso o número de pontos de
impactos, basta dividir por três o número de tiro expresso no comando.
3) Ceifa em profundidade
a) Observação
Neste tipo de ceifa, uma série de granadas é distribuída em profundidade sobre o objeto, e
cada tiro corresponde a um novo alcance.
Utilizando este tipo de ceifa, a peça pode bater alvos com profundidade de até 100 metros.

1
CEIFA EM
2 PROFUNDIDADE
3
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 055

O número de tiros a ser disparado varia com a profundidade do alvo e com as


características do terreno na região do objetivo. Genericamente, pode-se estabelecer que uma peça,
utilizando quatro granadas explosivas igualmente espaçadas no terreno, cobre, com efeito causador de
baixas, uma profundidade de 100 metros. Se for utilizada a granada explosiva pesada, o número de
tiros pode ser reduzido a três, para a mesma profundidade.
b) Execução de ceifa
Inicialmente, é necessário que o tiro esteja regulado sobre uma das extremidades do alvo, o
ponto de origem.
Em seguida, são feitos os cálculos relativos à ceifa, de modo que o comando de tiro
expresse o número de voltas que deve ser registrado após cada disparo.
Para determinar o número de voltas que o atirador deve registrar na manivela de elevação,
deve:
- calcular a diferença de alças;
- calcular o número de voltas para cobrir todo o objetivo;
- calcular o número de voltas por intervalos.
Caberá ao atirador manter o Mrt nivelado antes do primeiro disparo, como única
providência em relação à pontaria.
Obs:
- é importante lembrar que, abaixando o tubo, o alcance aumenta e elevando o tubo, o
alcance diminui.
- Nem sempre serão encontrados valores inteiros para diferença de alça. Para facilitar os
cálculos, deve ser utilizada uma aproximação mínima de 0,5º. Assim, aproximaremos, por exemplo, o
valor de 2º ¼ para 2º, 2º ¾ para 3º e 2º ½ não sofrerá aproximação alguma. Desta forma, o valor
mínimo de voltas por intervalos é de ½ volta.
4) Ceifa combinada
Neste tipo de ceifa, uma série de granadas é distribuída em direção e em profundidade sobre o
objetivo, conforme se observa na figura abaixo, constituindo-se uma combinação de ceifa em direção
com profundidade. O traçado da ceifa no terreno assemelha-se à letra “S”, em sua posição normal ou
invertida.

1 2 3

6 4
5

7 8 9

7 8 9

4
6 5
CEIFA COMBINADA

1 2 3
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 056

10. BOLETINS DE TIRO


Os boletins de tiro são documentos utilizados para o controle do tiro, constituindo-se em valiosos
auxiliares para o cumprimento das missões impostas à Pç e à Sec. São empregados na escrituração de
todos os dados que dizem respeito a uma missão de tiro, facilitando a regulação e permitindo a
obtenção de dados para o desencadeamento da eficácia.
a. Boletim de Tiro da Peça
1) No canto superior esquerdo, o Ch Pç anotará os dados referentes à sua fração (Pç, Cia Fzo e
BI).
2) No canto superior direito, o Ch Pç anotará o local da posição de tiro da Pç e a data.
3) No centro do Boletim, o Ch Pç anotará os dados iniciais de tiro, bem como alguns outros
dados que dizem respeito ao processo de regulação que será utilizado.
4) Na parte inferior, que se destina a auxiliar o Ch Pç na formulação dos comandos de tiro,
encadeando seu raciocínio, bem como a registrar a Obs. dos diversos tiros da regulação, devem ser
preenchidas as várias colunas existentes:
a) No. do tiro - refere-se ao número de ordem do tiro, na regulação.
b) Deriva - refere-se à deriva com a qual será disparado o tiro em questão. Com exceção do
primeiro tiro, é obtida após a aplicação da regra EADD na deriva do tiro anterior, atendendo-se à
observação do mesmo.
c) Distância de tiro - refere-se ao alcance, em metros, com o qual será disparado o tiro. É
obtido de acordo com o processo de regulação utilizado, respeitadas as regras específicas de cada
processo.
d) Alcance a comandar (Carga e Alça) - refere-se à carga e alça, obtidas na tabela ou régua de
tiro, que serão utilizadas para bater o alcance considerado.
e) Comando - refere-se ao comando que deve ser emitido para a execução do tiro. É
preenchido de forma abreviada, de acordo com os dados obtidos nas colunas anteriores, de forma a
poupar tempo e espaço.
f) Observação do tiro (Direção e Alcance) - refere-se ao registro do que foi observado pelo Ch
Pç, com relação ao tiro considerado, em direção e alcance.
g) Evolução de tiro - esta coluna possibilita ao Ch Pç saber a qualquer momento, que estágio
de regulação foi atingido. Será preenchida à medida que os tiros forem observados, de acordo com as
expressões e abreviaturas adiante:
ESTÁGIO ATINGIDO NA EXPRESSÃO A SER
MISSÃO DE TIRO ESCRITURADA NO
BOLETIM
TIRO INICIAL Primeiro tiro da regul. Inicial
REGULAÇÃO PELO Enquadramento ainda não obtido Regulação
PROCESSO DO
ENQUADRAMENTO
Obtido o enquadramento Enq ..................... m
em............ metros
Objetivo enquadrado em 25 Enq. 25 m.
metros. Pç em condições de In Eficácia
iniciar a eficácia.
REGULAÇÃO REGRESSIVA Tiro ainda não regulado Regulação
Tiro Regulado. Pç em condições Regulou
de iniciar a eficácia. In Eficácia
AMBOS OS PROCESSOS Tiro com características Anormal
anormais
Tiro no alvo. Pç em condições de NA
iniciar a eficácia. In Eficácia
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 057

5) No verso do Boletim, há vários quadros com dados que visam auxiliar o raciocínio do Ch Pç,
quais sejam:
a) Gráficos - onde constam a Pos Tir e o PV, devendo o Ch Pç localizar as posições relativas
dos diversos impactos, visando facilitar o controle da missão de tiro.
b) Memento do Comando de Tiro.
c) Evolução do tiro - onde consta a maneira correta de escriturar esta coluna do Boletim, de
acordo com o processo utilizado para a regulação em alcance.
d) Quadros com espaços a serem completados conforme o processo utilizado para a regulação
em alcance (Enquadramento e Regulação Regressiva), que visam auxiliar os cálculos.

BOLETIM DE TIRO

Pç/ Sec Mrt 81 mm Pel Ap POSIÇÂO:


Cia Fzo/ ______________ BI DATA:

DADOS INICIAIS
AZIMUTE DA LT
ALCANCE INICIAL
DISTÃNCIA DE
OBSERVAÇÃO
TIPO DE OBSERVAÇÃO
DISTÂNCIA
PERPENDICULAR DO OA
À LT
PROCESSO DE REGUL.

No. DERIVA DISTÂN ALCANCE A COMAN CORREÇÃO EVO


CIA DE COMANDAR DO DO TIRO LUÇÃO
DO (EADD) TIRO DO
TIRO
CARGA ALÇA DIRE- AL
TIRO ÇÃO CAN-
CE

EFICÁ-
CIA
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 058

COMANDO DE TIRO - MEMENTO

1. PEÇAS QUE SEGUEM COMANDO


2. TIRO DE GRANADA E ESPOLETA
3. DERIVA
4. PONTO DE PONTARIA
5. PEÇAS QUE ATIRAM
6. PROCESSO DE TIRO
- Tiro de Rajada
- Tiro de Salva
- Tiro Contínuo
- Tiro sobre Zona
- Tiro Ceifante
7. CONTROLE
8. CARGA
9. TEMPO
10. ALÇA

EVOLUÇÃO DO TIRO

ESCRITURAÇÃO
1º Tir Inicial
Enquadr Regulação
amento
Enq .............. m
Enq. 25 m In Eficácia
Reg. Regulação
Regr. Regulou. In Eficácia
Ambos Anormal
os
Proces
NA. In Eficácia
Eficácia

ENQUADRAMENTO

1º T 2º T 3º T 4º T
Alcance
Obs. do tiro
Evolução do tir
Alcance para o
próximo tiro

REGULAÇÃO REGRESSIVA

1º T 2º T 3º T 4º T
Alcance
Obs. do tiro/2
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 059

Evolução do tir
Alcance para o
próximo tiro

TABELA DE CONVERSÃO DE DERIVAS

Alcance
(em m DERIVA (em metros ou jardas)
ou jd)
1 10 20 30 40 50 75 100 125 150 175 200 300 400 500
500 2.0 20 41 61 81 192 152 201 250 297 343 388 550 687 800
600 1.7 17 34 51 68 85 127 168 209 250 289 328 472 599 708
700 1.5 15 29 44 58 73 109 145 180 215 250 284 412 529 632
800 1.3 13 25 38 51 64 95 127 158 189 219 250 365 472 569
900 1.1 11 22 34 45 57 85 113 141 168 195 223 328 426 517
1000 1.0 10 20 31 41 51 76 102 127 152 176 201 297 388 473
1100 .93 9 18 28 37 46 69 92 115 138 161 183 271 355 435
1200 .85 8 17 25 34 42 64 85 106 127 148 168 249 328 402
1300 .79 8 16 23 31 39 59 78 98 117 136 155 231 304 374
1400 .73 7 15 22 29 36 55 73 91 109 127 145 215 285 349
1500 .68 7 14 20 27 34 51 68 85 102 118 135 201 265 329
1600 .65 6 13 19 25 32 48 64 80 95 111 127 189 250
1700 .60 6 12 18 24 30 45 60 75 90 104 119 178 235
1800 .57 6 11 17 23 28 42 57 71 85 99 113 168 223
1900 .54 5 11 16 21 27 40 54 67 80 94 107 160 211
2000 .51 5 10 15 20 25 38 51 64 76 89 102 152 201
2100 .49 5 10 15 19 24 36 48 61 73 85 97 145 192 238
2200 .46 5 9 14 19 23 35 46 58 69 81 92 138 183 228
2300 .44 4 9 13 18 22 33 44 55 66 77 88 132 178 218
2400 .43 4 8 13 17 21 32 42 53 63 74 85 127 168 209
2500 .41 4 8 12 16 20 31 41 51 61 71 81 122 162 201
2600 .39 4 8 12 16 20 29 39 49 59 68 76 117 155 194
2700 .38 4 8 11 15 19 28 38 47 57 66 75 113 150 187
2800 .37 4 7 11 15 18 27 36 45 55 64 73 109 145 180
2900 .35 4 7 11 14 18 26 35 44 53 61 70 105 140 174
3000 .34 3 7 10 14 17 25 34 42 51 59 68 102 135 168
3100 .33 3 7 10 13 16 25 33 41 49 57 66 98 131 163
3200 .32 3 6 10 13 16 24 32 40 48 56 64 95 127 158
3300 .31 3 6 9 12 15 23 31 39 46 54 62 92 123 153
3400 .30 3 6 9 12 15 22 30 37 45 52 60 90 119 149
3500 .30 3 6 9 12 15 22 29 36 44 51 58 87 116 145
3600 .29 3 6 8 11 14 21 28 35 42 49 57 85 113 141
3700 .28 3 6 8 11 14 21 28 34 41 48 55 82 110 137
3800 .27 3 5 8 11 13 20 27 33 40 47 54 80 107 133
3900 .27 3 5 8 10 13 20 26 33 39 46 52 78 104 130
4000 .26 3 5 8 10 13 19 26 32 38 45 51 76 102 127
4100 .24 2 5 7 10 12 19 25 31 37 43 50 74 99 124
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 060

4200 .24 2 5 7 10 12 18 24 30 36 42 48 73 97 121


4300 .23 2 5 7 9 12 18 24 30 36 41 47 71 94 118
4400 .23 2 5 7 9 12 17 23 29 35 40 46 70 92 115
4500 .22 2 5 7 9 11 17 23 28 34 39 45 68 90 113
Armamento Munição e Tiro II – Vol 3 – Pag 061

CAPÍTULO 7

OBSERVADOR AVANÇADO

1. GENERALIDADES
a. À medida que uma fração de Mrt executa uma missão de tiro, seu Cmt precisa saber como estão
incidindo os impactos em relação ao objetivo, a fim de poder trazê-los para o mesmo, fazendo as
correções que se impuseram.
Como o Mrt, por suas características de emprego, normalmente ocupa posições desenfiadas, não é
possível fazer destas posições a condução do tiro, sendo necessário que um integrante da fração, o OA
(ou simplesmente Obs.), se desloque até um ponto que ofereça boas condições de observação sobre o
alvo (Posto de Observação - PO) e de lá conduza o tiro.
No caso da Pç Mrt 60 mm, ou ainda da Pç Mrt 81 mm atuando isolada da Sec, quem desempenha a
função de Obs. é o próprio Ch Pç.
Quando a Sec atua em conjunto, executando o tiro com todas as Pç, é utilizado um elemento com
essa função específica: o 3º Sgt OA. O Cmt Sec pode ainda, dependendo da posição dos objetivos a
bater, designar mais um ou dois observadores, recorrendo neste caso aos Ch Pç.

b. Atributos desejáveis para o Observador


O Obs deve ser um elemento perfeitamente capacitado para essa função, uma vez que a
experiência adquirida em Cmb ensina que a sua habilidade é o fator mais importante na obtenção do
fogo eficaz. É importante que possua boas noções de:
- Topografia: leitura de cartas, emprego de bússolas, coordenadas polares, etc..
- Emprego de instrumentos óticos: binóculos, telêmetro, etc..
- Avaliação de distâncias.
- Técnicas do Material e Técnica de Tiro de Mrt.
É também necessário que adquira o que comumente é chamado de sentimento de observação, ou
seja, a habilidade em determinar, com a maior rapidez possível, a posição do ponto de arrebentamento
de um tiro com relação ao objetivo. Para tal, é necessário que se acostume a fazer sua observação sobre
o arrebentamento enquanto o mesmo ainda está diante dos seus olhos, evitando fazê-la sobre a fumaça,
pois o vento pode afastá-la, induzindo-o a erro.

c. Condições necessárias a um PO
Um PO para a condução do tiro de Mrt deve, tanto quanto possível, satisfazer as seguintes
condições:
1) Estar o mais próximo possível da Pos Tir, a fim de facilitar a ligação pela voz e por gestos, do
Obs. Com a mesma. Se não for possível tal proximidade, a ligação deve ser feita pelos meios de Com
disponíveis.
2) Localiza-se sobre a linha Pç-Alvo (na Sec, linha Pç-base-alvo) ou o mais próximo possível
desta.
3) Ter ótimo campo de vista sobre a R do Obj.
4) Dispor de cobertas e abrigos naturais contra as vistas e fogos do Ini.

2. CONDUTA DA OBSERVAÇÃO
a. Sempre que possível, a Obs. Do tiro deve ser feita com o auxílio do binóculo, pois observando a
olho nu estaremos sujeitos a imprecisões, que acarretarão uma sensível queda no rendimento da
missão.
O conceito de observar um impacto não consiste simplesmente em ver sua incidência no terreno,
mas sim em determinar sua posição em relação ao alvo. Assim, é importante a noção de desvio, ou
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seja, a diferença em direção apresentada pelo impacto em relação ao alvo. O desvio pode ser expresso
linearmente (em metros) ou angularmente (em milésimos). As Fig. 7 e 8 nos fornecem uma idéia do
que seja um desvio e de como medí-lo, com o auxílio do retículo do binóculo.

desvio linear

alvo impacto

desvio angular

Fig. 7 - Desvios
Observação 40''' à direita

50
40 impacto
30
20
10
10 20 30 40 50

alvo

Fig. 8 - Observação de um impacto com o binóculo, e medida do desvio.

b. Regras práticas
1) Inicialmente observar o tiro a olho nu, e só depois utilizar o binóculo. O campo visual é bem
maior que o da objetiva do binóculo.
2) Não cansar os olhos usando o binóculo muito cedo. Lembrar da duração da trajetória.
3) Nunca usar o binóculo duas vezes para observar o mesmo tiro.
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4) Procurar fazer a observação sobre o impacto, e não sobre a fumaça, pois o vento pode induzir
a erro.
5) Lembrar que a observação do primeiro tiro é sempre devido e quanto ao alcance, pois a placa-
base do morteiro ainda não está ancorada.
6) Colocar o centro do retículo sobre o alvo, pois facilita a leitura do desvio.
7) Estudar minuciosamente o terreno na região do alvo, particularmente nas proximidades deste.

c. Terminologia
É importante que haja normas padrão de conduta para a observação e a correção do tiro, bem
como uma terminologia única, a fim de possibilitar um perfeito entendimento entre o Obs. E a Pos Tir,
e assegurar a eficiência no cumprimento da missão.
O Obs procede da seguinte maneira:
1) Observa a incidência dos impactos em relação ao objetivo, registrando suas observações em
um Boletim de Tiro.
2) Corrige os impactos que incidirem fora da posição do objetivo, através de um Comando de
Tiro. No caso da Sec Mrt 81 mm, atuando em conjunto, o OA corrige os impactos através de uma
Mensagem de Tiro para o elemento que se encontra junto à fração, no comando direto da mesma.
O quadro abaixo esquematiza a terminologia do observador, tanto para a observação como para a
correção.

3. TERMINOLOGIA DO OBSERVADOR
OBSERVAÇÃO CORREÇÃO
(Registro no Boletim de Tiro) (Enunciada nas Msg subseqüentes de tiro,
no caso da Sec Mrt 81 mm).
EXPRESSÃO SIGNIFICADO EXPRESSÃO SIGNIFICADO
Curto (C) Arrebentamento situado Alongue (A1) TANTO Atire com um
entre o objetivo e a peça alcance TANTOS
metros maior que o
anterior.
Longo (L) Arrebentamento situado Encurte (Enc) TANTO Atire com um
além do objetivo. alcance TANTOS
metros menor que o
anterior.
Bom Alcance (BA) Arrebentamento que tem Repita Alcance (RA) Atire com o mesmo
o mesmo alcance do alcance do tiro
objetivo, porém anterior.
necessita ser corrigido
em direção.
OBSERVAÇÃO CORREÇÃO
REPRESENTAÇÃO DO (Na mente do OA) (Transmitida pelo OA)
RETÍCULO DO BINÓCULO

CURTO ALONGUE TANTO

#
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LONGO ENCURTE TANTO

# BOM ALCANCE REPITA ALCANCE

# DIREITA ESQUERDA TANTO

# ESQUERDA DIREITA TANTO

BOA DIREÇÃO REPITA DIREÇÃO

NÃO OBSERVADO REPITA ALCANCE


(ALÇA)

NÃO VISTO REPITA ALCANCE


(ALÇA)
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REPITA DIREÇÃO
# NÃO ALVO REPITA ALCANCE

Corrija a deriva
TANTOS milésimos
Arrebentamento
Esquerda (E) p/ esquerda ou,
situado à direita da
TANTO aumente a der.
DIREITA (D) linha Peça-objetivo
anterior TANTOS
milésimos.
Corrija a deriva
Arrebentamento TANTOS milésimos
Direita (D)
situado à esquerda da p/ direita ou, diminua
TANTO
ESQUERDA (E) linha Peça-objetivo a der. anterior
TANTOS milésimos.
Arrebentamento que se
produz sobre a linha
Repita Direção Atire com a mesma
Peça-objetivo, mas
(RD) deriva do tiro anterior
Boa Direção (BD) necessita ser corrigido
em alcance.
Quando o
Repita Dir.
arrebentamento é visto Atire com os mesmos
Não Observado Repita Alc.
mas não se tem certeza dados do tiro anterior.
(NO) (RD - RA)
de sua localização
Quando não se vê o
Repita Dir.
arrebentamento e não Atire com os mesmos
Repita Alc.
Não Visto (NV) se tem indicações do dados do tiro anterior.
(RD-RA)
impacto
Quando os efeitos
Repita Dir.
destruidores são
Repita Alc. O tiro está regulado.
nitidamente
No alvo (NA) Eficácia Desencadear eficácia.
observados no
(RD - RA - Efic.)
objetivo

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