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SEGURANÇA E SAÚDE Data da edição 2019-02-10
DO TRABALHO Elaborado por Manuel Alvito
Edição N.º V1
RISCOS PARA A SAÚDE DE FUMOS E GASES DAS MAÇARICAGENS E OU DAS SOLDADURAS

O QUE SÃO OS FUMOS PROVENIENTES DAS MAÇARICAGENS E DAS SOLDADURAS?

 Os fumos que se libertam quando de trabalhos a fogo com maçaricos e ou da

execução de soldaduras são uma mistura complexa de óxidos metálicos, silicatos
e fluoretos.
 Estes fumos, que podem ser seriamente perigosos para a saúde das pessoas a
eles expostas, formam-se quando um metal é aquecido até ao seu ponto de
fusão e os seus vapores se condensam em partículas sólidas muito finas.

A COMPOSIÇÃO DOS FUMOS PODE VARIAR?

 Sim, claramente, os fumos contêm essencialmente óxidos dos metais em corte

ou soldadura. Exemplos:
Os fluxos e as proteções dos eletrodos contêm sílica ou fluoretos que produzem
fumos de sílica (amorfa), de silicatos metálicos e de fluoretos.
Os fumos do aço macio contêm maioritariamente ferro com pequenas
quantidades de metais aditivos (crómio, níquel, manganês, molibdénio, vanádio,
titânio, cobalto, cobre, etc.).
Os fumos dos aços inoxidáveis contêm grandes quantidades de crómio e de
níquel e de menores quantidades de ferro.
Os fumos das ligas com níquel possuem um teor muito elevado de níquel e muito
pequeno de ferro.

AS PROTEÇÕES METÁLICAS ALTERAM A COMPOSIÇÃO DOS FUMOS?

 A combustão de proteções que se aplicam nas superfícies metálicas ou de

resíduos que existam na superfície dos metais em causa, libertam quantidades
apreciáveis de vapores ou fumos.
 Desses vapores ou fumos destacamos os originados pela combustão de:
Óleos ou resíduos oleosos, resíduos combustíveis ou similares.
Inibidores da corrosão.
Zinco, metais galvanizados ou pintados com tinta contendo zinco (vaporizam e
libertam fumos de óxido de zinco).
Chapas de cádmio (libertam óxidos de cádmio).
Compostos de chumbo de tintas primárias.
Algumas proteções contendo material plástico.

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O CASO PARTICULAR DAS TINTAS DE PROTEÇÃO – UMA FONTE DE FUMOS MUITO

PERIGOSOS

 Os vapores que se libertam da combustão de tintas e solventes são muito

perigosos para a saúde.
Será o caso bem mais grave que por vezes, se tem que enfrentar na reparação de
aços protegidos com tintas especiais para esse efeito.
Principalmente quando se opta por queimar a maçarico a tinta, os fumos que se
libertam são muito perigosos.
Por essa razão os ditos fumos têm que ser extremamente bem ventilados e
removidos e as pessoas expostas têm que usar proteção respiratória adequada
aos riscos.

QUAIS SÃO OS GASES PROVENIENTES DO AQUECIMENTO, QUEIMA OU CORTES

COM MAÇARICOS E DAS SOLDADURAS?

 Os gases usados nos processos com o envolvimento e utilização de maçaricos e

de soldaduras podem incluir os seguintes:
Acetileno, propano e oxigénio usados nas combustões em maçaricos.
Dióxido de carbono, árgon, hélio e outros usados como gases de proteção em
soldadura.
 Os gases que são produzidos nas operações com uso de maçaricos ou de
soldadura, incluem os seguintes:
Dióxido de carbono por decomposição dos fluxos.
Monóxido de carbono na decomposição do dióxido de carbono nas operações de
soldadura.
Monóxido de carbono devido à decomposição do acetileno em monóxido de
carbono e hidrogénio (C2H2> 2CO+H….) durante o aquecimento, queima ou
cortes com maçaricos. Como atrás se referiu esta é uma situação muito perigosa
quando se queimam tintas a maçarico (e ainda noutras situações).
Ozónio que se forma a partir da interação do arco elétrico e do oxigénio do ar
atmosférico.
Óxidos de nitrogénio (NO+NO2) que se formam a partir do aquecimento do
oxigénio e do azoto que existe no ar atmosférico.
Cloreto de hidrogénio e fosgénio que se produzem pela reação entre a radiação
ultravioleta e os vapores de hidrocarbonetos clorados (caso de solventes
contendo cloro, como por exemplo o tricloroetileno).
 Gases que se formam da decomposição de proteções.

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As proteções em poliuretano podem produzir cianeto de hidrogénio,

formaldeído, dióxido de carbono, monóxido de carbono, óxidos de nitrogénio e
vapores de isocianatos.
Os petróleos brutos e outras sustâncias químicas podem conter enxofre. Durante
trabalhos a fogo com superfícies contaminadas com compostos de enxofre é
produzido o anidrido sulfuroso.
As tintas epoxídicas podem produzir óxido e monóxido de carbono.
As tintas vinílicas podem produzir cloreto de hidrogénio.
As tintas antiferrugem com fosfato podem desenvolver fosfinas (reação com a
radiação do arco da soldadura).

QUAIS SÃO AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA RECOMENDADAS?

COMO SE DEVE FAZER A REMOÇÃO DAS PROTEÇÕES METÁLICAS?

 Como medida de prevenção e segurança para a saúde do pessoal exposto as

proteções de superfícies metálicas devem ser adequadamente limpas e ou
removidas, antes de nelas se efetuarem cortes a maçarico ou soldaduras
elétricas.
 A remoção destas proteções representa uma melhoria acentuada na prevenção
de problemas de saúde e também da qualidade do trabalho.
 O método correto deverá ser equacionado, definido e levado a cabo antes de
trabalhos envolvendo o uso de maçaricos ou de soldadura.
 O processo que consiste na prévia queima das tintas, principalmente dentro de
espaços confinados, deve ser sempre equacionada e substituída pelas
escovagens, picagens ou métodos afins, as quais embora incorrendo noutros
riscos, os mesmos são bem mais fáceis de controlar.

COMO SE DEVE GARANTIR O CONTROLO DA ATMOSFERA COM A REMOÇÃO DOS

FUMOS E DOS GASES?

 A medida mais eficaz de remoção dos fumos e gases, de dentro de espaços

confinados para o exterior, recai na ventilação mecânica geral ou localizada, por
insuflação ou por extração.
Essa ventilação é conseguida através de ventiladores e de despoeiradores e uma
quantidade elevada de acessórios e mangueiras de ventilação adequados a esse
fim.
Deve haver pessoal treinado nos métodos corretos de montagem e da
manutenção destes equipamentos.

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O caso pontual do problema dos fumos gerados pela queima de tinta dentro de
espaços confinados é um exemplo prático muito positivo do que se afirma.
O método de ventilação mais adequado depende muito de fatores variados.
Cada caso pode ser um caso particular.
O que mais interessa é que antes se faça uma avaliação local detalhada, se façam
medições do desenvolvimento dos gases/fumos e se garanta a eficácia da
segurança de pessoas e bens.

 Dado que a proteção individual respiratória contra o monóxido de carbono,

usando-se filtros químicos não é eficaz, torna-se particularmente muito
importante saber qual a sua concentração no ar respirado pelo trabalhador e
deste modo confirmar se a ventilação é a adequada e suficiente ou não para
manter a concentração do monóxido de carbono abaixo do seu valor limite de
exposição (25ppm).

QUE MÁSCARAS RESPIRATÓRIAS OS TRABALHADORES EXPOSTOS DIRETA OU

INDIRETAMENTE DEVEM USAR?

 A proteção respiratória deve ser usada quando os riscos respiratórios não

possam ser eliminados ou substancialmente diminuídos.
 Na prática, sempre que aja ou seja previsível haver uma concentração de fumos
e gases acima dos valores limites de exposição, devem ser implementadas
medidas de prevenção e segurança coletivas que garantam a segurança de
pessoas e bens.
 Quando tal prioridade não for possível de atingir, o que acontece muitas vezes, e
como medida adicional às medidas coletivas, deve ser introduzido o uso
obrigatório de proteção respiratória individual.
 Nestes casos e na maior parte das situações, a proteção individual respiratória
adequada passa pela utilização sustentada de meias máscaras com filtros da
classe ABE (vapores orgânicos + ácidos) e filtro contra partículas, fumos e
poeiras, P2/P3.
Isto significa que as meias máscaras simples e descartáveis contra poeiras não
são adequadas para o conjunto de fumos e vapores orgânicos e ácidos que se
libertam dos cortes a maçarico e ou de soldaduras elétricas em geral.
Como mais atrás se referiu também a proteção individual respiratória contra o
monóxido de carbono, usando-se filtros químicos não é eficaz.
Nestas condições, o trabalhador exposto não está eficazmente protegido contra
o monóxido de carbono, gases orgânicos ou ácidos e a sua saúde pode estar em
perigo.

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 Podem portante haver situações pontuais de risco bem mais específico e

objetivamente de maior gravidade, nestas ocasiões, para além da ventilação
mecânica o mais eficaz possível, deve ser usada proteção respiratória autónoma
ou de alimentação de ar à distância.
 Compete então às chefias e aos técnicos de segurança avaliar e assegurar a
monitorização destas situações e decidir-se pela proteção coletiva e respiratória
mais eficaz.

OUTROS RISCOS POTENCIAIS

 Este trabalho teve como objetivo disponibilizar um alerta para os riscos

respiratórios nos trabalhos que envolvam o uso de maçaricos e as soldaduras.
 Contudo estas duas operações, como se sabe, desenvolvem outros riscos que
neste trabalho não foram considerados.
 Para uma mais alargada identificação de perigos e das medidas de segurança
aplicáveis, devem ser consideradas as avaliações de riscos elaboradas para este
tipo de atividades e tarefas a elas associadas.

Nota final:

Este trabalho, disponibilizado aqui somente para fins informativos, teve como base
para a sua elaboração o recurso a:

Documentação de cursos sobre SST tirados pelo autor;

Documentação (variadíssima), sobre o assunto em referência, existente na
internet e de leitura livre.
Monitorizações levadas a cabo, a condições do ar ambiente, durante trabalhos
de queima e cortes a maçarico e de soldaduras elétricas.
Experiência do autor como Técnico de Segurança do Trabalho.

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