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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS
ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO

CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS

PERÍODO BÁSICO

COLETÂNEA DE MANUAIS

TÉCNICAS MILITARES I

VOLUME I

2021
ÍNDICE DE ASSUNTOS

UNIDADE DIDÁTICA I - O EXÉRCITO BRASILEIRO - EB Pág


1.1. A Instituição.......................................................................................... 4
1.2. Missão do Exército............................................................................... 7
1.3. Características da profissão militar...................................................... 15
1.4. A Carreira militar.................................................................................. 19
1.5. Valores e Deveres militares................................................................. 20
1.6. As Armas, Quadros e Serviços............................................................ 25
1.7. Estrutura organizacional...................................................................... 31
1.8. Visão de futuro..................................................................................... 38
UNIDADE DIDÁTICA II – HIERARQUIA E DISCIPLINA
2.1. Da Hierarquia Militar e da Disciplina.................................................... 39
2.2. Das transgressões disciplinares.......................................................... 40
2.3. Postos e graduações........................................................................... 53
UNIDADE DIDÁTICA III – FUNÇÕES DO SARGENTO NO CORPO DE TROPA
3.1. Auxiliar do Oficial de Combate a Incêndio........................................... 56
3.2. Auxiliar do Oficial de Munições, explosivos e manutenção do
armamento........................................................................................... 70
3.3. Furriel da SU........................................................................................ 71
3.4. Auxiliar do Oficial de Treinamento Físico Militar.................................. 71
3.5. Auxiliar do Oficial de Prevenção de Acidentes na Instrução................ 72
3.6. Chefe de viatura................................................................................... 92
UNIDADE DIDÁTICA IV – SINAIS DE RESPEITO E CONTINÊNCIA
4.1. Generalidades...................................................................................... 97
4.2. Dos sinais de respeito.......................................................................... 97
4.3. Da continência..................................................................................... 98
4.4. Do procedimento normal...................................................................... 99
4.5. Do procedimento em outras situações................................................. 101
4.6. Da continência da tropa....................................................................... 104
4.7. Da continência da guarda.................................................................... 109
4.8. Da continência da sentinela................................................................. 109
UNIDADE DIDÁTICA V – ORDEM UNIDA
5.1. Generalidades e definições.................................................................. 110
5.2. Movimentos sem arma a pé firme........................................................ 118
5.3. Movimentos sem arma em deslocamentos.......................................... 127
5.4. Movimentos com arma a pé firme........................................................ 130
5.5. Movimentos com arma em deslocamentos.......................................... 148
REFERÊNCIAS................................................................................... 150

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 2/156)


UNIDADE DIDÁTICA 1
O EXÉRCITO BRASILEIRO – EB
TÍTULO 1.1 – A INSTITUIÇÃO

1.1.2 GENERALIDADES
(O Exército Brasileiro – EB20-MF-10.101)

O Exército Brasileiro surgiu da vontade da nação brasileira em defender sua soberania contra
invasores externos ainda no Brasil Colônia. Essa vontade foi legitimada a partir da nossa
independência, e da criação, de fato, do Exército Brasileiro (EB), na constituição de 1824.

Atualmente, a existência do EB, como instituição, é prevista na Constituição da República Federativa


do Brasil de 1988 (CF/88).

1.1.3 DEFINIÇÃO

A CF/88, no seu Artigo (Art) 142 define que: “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo
Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com
base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e
destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer
destes, da lei e da ordem”. Dessa definição, depreende-se que:

O Exército Brasileiro é uma instituição nacional permanente e regular,


organizada com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema
do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

Para o cumprimento de suas missões e tarefas, o EB se vale da Força Terrestre (F Ter), instrumento
de ação, que inclui todos os elementos da instituição com capacidades geradas para atuar no
ambiente operacional terrestre nas Operações no Amplo Espectro.

Dessa definição, depreendem-se as principais características do Exército como instituição, seus


pilares, sua subordinação e destinação.

1.1.4 CARACTERÍSTICAS INSTITUCIONAIS DO EXÉRCITO BRASILEIRO

1.1.4.1 INSTITUIÇÃO NACIONAL

Por ser integrado por cidadãos brasileiros de todas as regiões do território pátrio, por estar
comprometido com os valores da cultura brasileira e com os superiores interesses e aspirações da
sociedade nacional, e ainda, pelo âmbito nacional de sua atuação, o Exército pertence à Nação
Brasileira.

1.1.4.2 INSTITUIÇÃO PERMANENTE

Por força de preceito constitucional, que consagra sua presença ao longo de todo o processo
histórico brasileiro, que reafirma essa atitude no presente e a projeta
no futuro, definindo uma trajetória de dedicação, desprendimento e, não raro, de sacrifício, o Exército
está sempre voltado para a conquista e a manutenção dos valores e aspirações nacionais constantes
da Constituição Federal.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 3/156)


1.1.4.3 INSTITUIÇÃO REGULAR

Por possuir atribuições, organização, subordinação e efetivos definidos na Constituição Federal ou


em leis ordinárias especificas; por utilizar uniformes e equipamentos próprios e padronizados e de
caráter ostensivo, o Exército é uma instituição regular.

1.1.4.4 INSTITUIÇÃO ORGANIZADA COM BASE NA HIERARQUIA E DISCIPLINA

A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A autoridade e a


responsabilidade crescem com o grau hierárquico. O respeito à hierarquia é demonstrado pelo
espírito de acatamento à sequência de autoridades.

A disciplina, que é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis e regulamentos, preceito
fundamental e norteador do funcionamento da Instituição. É traduzida pelo perfeito cumprimento do
dever por parte de todos os integrantes da Força.

FIGURA 2-1 – Comemoração do Dia do Exército em Brasília

1.1.5 CONDICIONANTES GERAIS

O Exército Brasileiro, por meio dos elementos da Força Terrestre, é preparado, adestrado e
empregado de acordo com as seguintes condicionantes gerais:
a) a missão do Exército;
b) os objetivos, orientações e diretrizes estratégicas estabelecidas pela Política Nacional de Defesa;
c) os objetivos e diretrizes militares de defesa estabelecidas na Política Militar de Defesa;
d) as orientações contidas nas Estratégias Nacional de Defesa e Militar de Defesa;
e) a orientação estabelecida pela Política Militar Terrestre para o preparo e o emprego do Exército;
f) as diretrizes estabelecidas pelo Comandante do Exército;
g) a necessidade de geração de capacidades operativas compatíveis com as atribuições de garantia
da soberania e da integridade territorial, do patrimônio e dos interesses nacionais, e que respaldem
a projeção do Brasil no concerto das nações;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 4/156)
h) a conjuntura internacional e os compromissos assumidos, sempre de acordo com os interesses
nacionais;
i) a situação nacional, particularmente quanto aos aspectos referentes às ações de garantia da lei e
da ordem;
j) a constatação de que o País não está inteiramente livre de riscos e de ameaças e que, apesar de
conviver pacificamente com a comunidade internacional, pode ser compelido a envolver-se em
conflitos gerados externamente.
k) as distintas características fisiográficas do território nacional, que impõem condicionantes, nos
níveis estratégico, operacional e tático, à geração de capacidades que visam ao emprego dos
elementos da F Ter;
l) a necessária integração com o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) e com as
demais Forças Singulares.
m) o nível de capacitação científico-tecnológica das Forças Armadas;
n) em ações subsidiárias, no apoio aos órgãos governamentais; e
o) os recursos orçamentários.

FIGURA 2-2 – Quartel General do Exército

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 5/156)


1.2 - MISSÃO DO EXÉRCITO

1.2.1 MARCO LEGAL DA MISSÃO

1.2.1.1 CONSTITUIÇÃO FEDERAL (CF)

O Preâmbulo da Constituição Federal de 1988 expressa o conceito nacional – definição do Brasil


como País e aspirações da Nação. No título I (Art 1º, 3º, 4º e Parágrafo único) constam os princípios
e objetivos fundamentais que a Nação estabeleceu para concretizar suas aspirações. De sua
destinação constitucional, as FA têm como finalidade contribuir para a conquista e manutenção
dessas aspirações e objetivos, fazendo valer esses princípios.

1.2.1.2 LEI COMPLEMENTAR (LC)

A LC nº 97, de 9 de junho de 1999, alterada pela LC nº 117, de 2 de setembro de 2004, e pela LC nº


136, de 25 de agosto de 2010, dispõe sobre a organização, o preparo e o emprego das FA, bem
como sua atuação em ações subsidiárias.

1.2.1.3 POLÍTICA E ESTRATÉGIA NACIONAIS DE DEFESA

A Política Nacional de Defesa (PND) está voltada para as ameaças externas. É o documento
condicionante de mais alto nível do planejamento de defesa e tem por fim estabelecer objetivos e
diretrizes para o preparo e emprego da capacitação nacional, com o envolvimento dos setores militar
e civil, em todas as esferas do Poder Nacional.

A Estratégia Nacional de Defesa (END) é focada em ações estratégicas de médio e longo prazo,
objetivando modernizar a estrutura nacional de defesa, atuando na reorganização das FA,
reestruturação da Indústria Brasileira de Defesa e política de recomposição dos efetivos das FA.

1.2.1.4 POLÍTICA E ESTRATÉGIA MILITARES DE DEFESA

A Política Militar de Defesa (PMiD), decorrente da PND e da END, apresenta uma síntese da
conjuntura nos ambientes internacional e nacional, projeta cenários prospectivos para servirem de
referência aos estudos políticos e estratégicos, destinados ao preparo das FA, e estabelece os
objetivos e orientações para a formulação da Estratégia Militar de Defesa (EMiD) e dos
planejamentos estratégicos do preparo e emprego das FA.

A EMiD estabelece a concepção estratégico-militar brasileira, as capacidades desejadas e as ações


estratégicas orientadoras do planejamento das FA.

1.2.2 ENUNCIADO E DETALHAMENTO DA MISSÃO

As FA, constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica são instituições nacionais, permanentes e
regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do
Presidente da República e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e,
por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

Para o estabelecimento desse marco legal, o legislador considerou a História do Brasil, as tradições,
os princípios das relações internacionais, as necessidades de segurança e de defesa e os cenários
visualizados para o emprego das FA.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 6/156)


A missão do Exército é resultante dessa percepção do legislador – e, por conseguinte, da sociedade
brasileira – sobre todos esses aspectos. É institucional, tem caráter permanente e sempre é orientada
pelo marco legal. O enunciado é expresso sinteticamente, pela finalidade, para facilitar sua
compreensão. O detalhamento e as condicionantes possibilitam o entendimento comum por todos
os integrantes da Força. Em síntese, o marco legal consiste em:

Defender a pátria, garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem. Apoiar a


política exterior do país. Cumprir atribuições subsidiárias.

1.2.2.1 ENUNCIADO
- Contribuir para a garantia da soberania nacional, dos poderes constitucionais, da
lei e da ordem, salvaguardando os interesses nacionais, e cooperando com o
desenvolvimento nacional e o bem-estar social.
- Para isso, preparar a F Ter, mantendo-a em permanente estado de prontidão.

1.2.2.2 DETALHAMENTO DA MISSÃO


- Integrar-se permanentemente à Nação.
- Ser um vetor de segurança e coesão nacional, paz interna e harmonia social.
- Manter o Exército apto a atuar como um instrumento de dissuasão e de emprego
do poder nacional.
- Desenvolver a capacidade de projeção de poder, de forma a apoiar a inserção
internacional do Brasil.
- Assegurar um elevado nível de prontidão.

1.2.2.3 INTERPRETAÇÃO DA MISSÃO DAS FORÇAS ARMADAS PELO EXÉRCITO

De acordo com os marcos legais, a missão do Exército é interpretada como se segue:

Segundo a Constituição Federal:


A FIM DE ASSEGURAR A DEFESA DA PÁTRIA
- Contribuir para a dissuasão de ameaças extrarregionais aos interesses
nacionais.
- Realizar a campanha militar terrestre para derrotar o inimigo que agredir ou
ameaçar a soberania, a integridade territorial, o patrimônio e os interesses vitais
do Brasil.
A FIM DE GARANTIR OS PODERES CONSTITUCIONAIS,
A LEI E A ORDEM
- Manter-se em condições de ser empregado em qualquer ponto do território
nacional, por determinação do Presidente da República, de forma emergencial e
temporária, após esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, relacionados no Art 144
da Constituição Federal.

Segundo Leis Complementares:


PARTICIPAR DE OPERAÇÕES INTERNACIONAIS, DE ACORDO COM OS
INTERESSES DO PAÍS.
COMO AÇÃO SUBSIDIARIA GERAL, COOPERAR COM O DESENVOLVIMENTO
NACIONAL E A DEFESA CIVIL, NA FORMA DETERMINADA PELO PRESIDENTE
DA REPÚBLICA.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 7/156)


COMO ATRIBUIÇÃO SUBSIDIÁRIA, ATUAR, POR MEIO DE AÇÕES
PREVENTIVAS E REPRESSIVAS, NA FAIXA DE FRONTEIRA TERRESTRE,
CONTRA DELITOS TRANSFRONTEIRIÇOS E AMBIENTAIS.

Defender a pátria
Significa a preservação da independência, da soberania, da unidade, das
instituições e da integridade do patrimônio nacional, o qual abrange o território, os
recursos humanos, os recursos materiais e os valores histórico-culturais.

FIGURA 3-1 – Operações de Defesa da Pátria

Garantir os poderes constitucionais


Significa a preservação da existência e, principalmente, do livre exercício dos Poderes da República
– Executivo, Legislativo e Judiciário – de forma independente e harmônica, no quadro de um Estado
Democrático de Direito.

Garantir a lei e ordem


Significa assegurar o cumprimento da lei, dos direitos e deveres estabelecidos no ordenamento
jurídico vigente, assumindo por determinação do Presidente da República, o encargo principal da
manutenção da segurança pública, após esgotados os instrumentos destinados à preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, relacionados no Art 144 da CF/88.

FIGURA 3-2 – Operação de garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem

Cooperar com o desenvolvimento nacional

Significa cooperar, em caráter subsidiário, com os órgãos públicos federais, estaduais e


municipais na execução de obras e serviços de engenharia e ações de caráter geral, como a
participação em campanhas institucionais de utilidade pública ou de interesse social nacional.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 8/156)


FIGURA 3-3 – Cooperação com o desenvolvimento nacional

Cooperar com a defesa civil

Significa a atuação do Exército em cooperação com os órgãos do Sistema de Proteção e


Defesa Civil (SINPDEC), com ações estruturadas de resposta à ocorrência de desastre natural ou
antrópico, a fim de contribuir com o socorro às situações de emergência e de estado de calamidade
pública, atenuando os efeitos destes, ajudando na preservação da vida humana e do bem estar da
população atingida e cooperando com o restabelecimento da normalidade social.

FIGURA 3-4 – Cooperação com a Defesa Civil

Participar de operações internacionais

Significa o emprego do Exército no atendimento a compromissos internacionais do Estado


brasileiro, com a finalidade de cooperar em missões de paz ou de integrar uma Força Aliada, sob o
respaldo de Organizações Internacionais e de acordo com os interesses nacionais.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 9/156)


FIGURA 3-5 – Operação internacional

Atuação na faixa de fronteira


Significa atuar isoladamente ou em coordenação com outros Órgãos do poder Executivo,
executando, dentre outras, as seguintes ações na faixa de fronteira1: patrulhamento; revista de
pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves; e prisões em flagrante delito.

FIGURA 3-6 – Atuação em faixa de fronteira

Para o cumprimento da missão do Exército, a Força Terrestre deve ser mantida em permanente
estado de prontidão.

1.2.3 FUNDAMENTOS DA MISSÃO DO EXÉRCITO

A missão orienta todas as atividades do Exército e baseia-se no marco legal e condicionantes de


emprego.

A missão do Exército Brasileiro fundamenta-se também em suas tradições e vocações, definidas e


consolidadas ao longo da evolução histórica e formação sociocultural do Brasil.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 10/156)


Tradições de bravura, sacrifício, desprendimento e participação para conquistar e garantir a
soberania, a unidade e a integração nacionais e a paz social.

Tradições de culto e respeito à Pátria, aos seus símbolos, aos chefes militares do passado, aos heróis
nacionais e aos momentos históricos da formação, emancipação e afirmação da Pátria brasileira.

Vocação democrática, decorrente de sólida formação com base nos ideais de liberdade e de
dignidade da pessoa humana e repulsa aos extremismos, às ideologias e aos regimes autocráticos
de quaisquer origens ou matizes. A vocação democrática do Exército é reforçada por representarem
seus membros um todo homogêneo, sem se constituir em casta militar, composto por brasileiros
oriundos de diferentes etnias, classes sociais e credos religiosos, pela igualdade de oportunidades
de acesso à carreira militar e por sua fidelidade ao compromisso permanente com a liberdade e com
a democracia.

A vocação à solidariedade, manifestada, sobretudo, na assistência às populações mais carentes, em


especial àquelas situadas nas regiões mais longínquas, bem como em situações de calamidade
pública.

A vocação para sensibilizar-se e sintonizar-se com as mais legítimas aspirações nacionais,


mantendo-se imune e desvinculado da influência de qualquer organização político-partidária, por se
colocar acima de eventuais disputas entre grupos sociais, econômicos ou políticos. Caracteriza-se
por uma trajetória de atuação orientada por sua destinação constitucional e comprometida somente
com os interesses e aspirações vitais da sociedade brasileira.

A vocação ao respeito, à amizade, à solidariedade e cooperação com as demais Forças Armadas e


com as de outros países.

1.2.4 CONDICIONANTES PARA O CUMPRIMENTO DA MISSÃO DO EXÉRCITO

Comprometimento com os valores e a ética militares.

Coesão, alicerçada na camaradagem e no espírito de corpo, capaz de gerar sinergia para motivar e
movimentar a Força.

Liderança pelo exemplo, que motive direta e indiretamente o homem e as organizações militares para
o cumprimento, com determinação, da Missão do Exército.

Qualificação moral e profissional como fator de autoconfiança, autoestima e motivação, reforçando o


poder de dissuasão do Exército e contribuindo para a formação de cidadãos soldados úteis à Nação.

Tecnologia moderna e desenvolvida, buscando reduzir o hiato em relação aos exércitos mais
adiantados e a dependência bélica do exterior.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 11/156)


Equipamento adequado em qualidade e quantidade, principalmente de fabricação nacional.

Desenvolvimento de capacidades que possibilitem transformar homem, tropa e comando – desde os


escalões elementares - num conjunto harmônico, operativo e determinado no cumprimento de
qualquer missão.

Integração interforças nas operações conjuntas e atividades de cunho administrativo em tempo de


paz, compartilhando e otimizando recursos.

Integração interagências, em situações de guerra e não guerra, para a combinação de atitudes e


ações, simultânea e/ou sucessivamente, com a finalidade de conciliar interesses e coordenar
esforços para a consecução de objetivos e propósitos convergentes que atendam ao bem comum.

Planejamento Estratégico caracterizado pela contínua avaliação, atualização e melhoria da gestão,


otimizando resultados nos processos, produtos, serviços e no emprego de recursos disponibilizados
à Força.

Integração à Nação, identificando suas necessidades, interpretando seus anseios, comungando de


seus ideais e participando de suas realizações.

Compreensão pela Nação, sociedade e lideranças, da necessidade de Forças Armadas potentes


para a defesa dos interesses nacionais.

1.2.5 CONCEITO DO EXÉRCITO

Tendo a missão como um farol, o conceito do Exército reflete o perfil da Instituição para conhecimento
da Nação e da comunidade de nações e do público interno, bem como orienta a concepção da visão
de futuro, dos valores e objetivos da Política Militar Terrestre.

O EB participou, participa e continuará participando ativamente de todos os episódios decisivos de


nossa História, tendo a integração, o bem estar, a dignidade e a grandeza da Pátria sempre a nortear
sua presença na vida nacional. Instituição aberta a todos os segmentos étnicos e religiosos e a todas
as classes sociais, refletindo em seu seio as aspirações nacionais e a elas é sensível, o que se traduz
numa perfeita integração com a Nação brasileira.

O EB tem a confiança da Nação pelos exemplos que transmite ao cultuar a História da Pátria, as
tradições e os valores nacionais, morais e profissionais. Assim, entende ser uma de suas maiores
responsabilidades, partilhar da preservação e disseminação dessa mensagem em suas relações com
a sociedade, em prol do progresso moral da própria Nação.

A Instituição considera fundamental à segurança do Brasil ter, entre outras condições: um poder
militar compatível com a estatura geopolítica do País, o setor de defesa (vertente militar e civil)
inserido no núcleo decisório do Estado e o envolvimento da sociedade nos estudos, debates e
decisões de interesse da defesa. Considera, também, a defesa nacional uma das forças indutoras
do fortalecimento moral, político, econômico e social da Nação.

A missão de contribuir para a garantia da soberania nacional, além de esclarecer que a defesa da
Pátria não é exclusividade do Exército, orienta a articulação da Força Terrestre e reflete a priorização
dada pela EMiD. O Brasil ainda não concluiu a integração nacional e o Exército vê a contribuição a
esse processo como uma de suas principais finalidades, uma vez que é condição imprescindível à
defesa do País. Assim, a Amazônia, considerando a cobiça internacional e as vulnerabilidades

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 12/156)


nacionais, é a área estratégica prioritária, sendo a sua integração o fator de maior impacto na redução
das vulnerabilidades naquela região.

O conceito de prioridade não é entendido como exclusividade. Assim, a Força tem a devida atenção
com as outras áreas estratégicas do território; valoriza a pesquisa, a inovação e o desenvolvimento
científico-tecnológico e contribui para a recuperação da indústria nacional de material de defesa,
como vetores de projeção internacional do Exército e do País, com vistas a reduzir o hiato de poder
com relação às grandes potências; e, ainda, apoia as ações de governo na defesa civil e no
desenvolvimento nacional, principalmente as iniciativas voltadas para a infraestrutura de interesse
da defesa.

A capacidade de projeção de poder do Exército para operações de guerra e não guerra,


especificadas na Doutrina Militar de Defesa, cresce de importância, pois ao assumir a condição de
potência emergente, aumentaram as possibilidades de o País se envolver em conflitos na defesa de
seus interesses.

O Exército desenvolve capacidades para atender a três requisitos simultaneamente, atuando


integrado às demais Forças ou isoladamente: garantir a defesa do território; projetar poder a fim de
assegurar, também, outros interesses vitais e atender às demandas da política exterior em favor da
segurança, da paz internacional e da integração regional.

A Força prepara-se para a dissuasão de ameaças, buscando atingir o mais alto nível compatível com
os recursos disponibilizados. Implica em manter a Força Terrestre em permanente estado de
prontidão, mantendo forças prontas para uma resposta imediata, secundadas por outras já
preparadas e capazes para receberem completamento pela mobilização de recursos materiais e
humanos.

O propósito de médio prazo é alcançar um grau de dissuasão compatível com o exército de um país
com a condição de ator global, ao menos nas forças de ação estratégica e em algumas Grandes
Unidades, ampliando progressivamente esta capacidade, conforme o fortalecimento do poder
nacional.

O Exército, quando empregado, caracteriza-se pela flexibilidade, adaptabilidade, modularidade,


elasticidade e sustentabilidade (FAMES), além da pronta resposta, e, se necessário, pela letalidade.
Os pressupostos básicos para atender a estes requisitos são as mobilidades estratégica e tática,
fundamentos para a rápida concentração ou dispersão, a manobra e a projeção de forças.

O Exército, na execução de ações subsidiárias, reforça sua integração com a sociedade, contribuindo
para desenvolvimento, paz interna, segurança, harmonia e bem estar da Nação.

A Força prima pela permanente busca de atualização, melhoria contínua de seus processos de
gestão, moralidade e transparência na aplicação dos recursos recebidos, tendo como propósitos a
eficiência, a eficácia e a efetividade.

O Exército respeita a dignidade humana e considera seus recursos humanos e famílias, bens de
valor inestimável, tendo como objetivo de elevada prioridade o seu desenvolvimento profissional,
bem estar social e a valorização da profissão militar.

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FIGURA 3-7 – Objetivo: cumprimento da Missão do Exército

TÍTULO 1.3 - A PROFISSÃO MILITAR

1.3.1 CARACTERÍSTICAS DA PROFISSÃO MILITAR

1.3.1.1 RISCO DE VIDA


Durante toda a sua carreira, o militar convive com o risco. Seja nos treinamentos, na sua
vida diária ou na guerra, a possibilidade iminente de um dano físico ou da morte é um fato
permanente de sua profissão. Como consta do juramento do soldado, o exercício da atividade
militar, por natureza, exige o comprometimento da própria vida:
“Prometo cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver
subordinado, respeitar os superiores hierárquicos, tratar com afeição os
irmãos de armas e, com bondade os subordinados, e dedicar-me
inteiramente ao serviço da pátria, cuja honra, integridade e instituições
defenderei com o sacrifício da própria vida”.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 14/156)


FIGURA 4-1 – Risco de vida

1.3.1.2 SUJEIÇÃO A PRECEITOS RÍGIDOS DE DISCIPLINA E HIERARQUIA

Ao ingressar nas Forças Armadas, o militar tem de obedecer a severas normas disciplinares e a
estritos princípios hierárquicos, que condicionam toda a sua vida pessoal e profissional.

FIGURA 4-2 – Disciplina e hierarquia

1.3.1.3 DEDICAÇÃO EXCLUSIVA

O militar não pode exercer qualquer outra atividade profissional, o que o torna dependente de seus
vencimentos e dificulta o seu ingresso no mercado de trabalho, quando na inatividade.

1.3.1.4 DISPONIBILIDADE PERMANENTE

O militar se mantém disponível para o serviço ao longo das 24 horas do dia, sem direito a reivindicar
qualquer remuneração complementar, compensação de qualquer ordem ou cômputo de serviço
especial.

FIGURA 4-3 – Disponibilidade permanente

1.3.1.5 MOBILIDADE GEOGRÁFICA

O militar pode ser movimentado em qualquer época do ano, para qualquer região do país,
residindo, em alguns casos, em locais inóspitos e de restrita infraestrutura de apoio à família.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 15/156)


FIGURA 4-4 – Pelotões de Fronteira

1.3.1.6 VIGOR FÍSICO

As atribuições que o militar desempenha exigem-lhe elevado nível de saúde física e mental, não só
por ocasião de eventuais conflitos, para os quais deve estar sempre preparado, mas, também, no
tempo de paz.

O militar é submetido, durante toda a sua carreira, a periódicos exames médicos e testes de aptidão
física, que condicionam a sua permanência no serviço ativo.

FIGURA 4-5 – Vigor físico

1.3.1.7 RESTRIÇÕES A DIREITOS TRABALHISTAS

O militar não usufrui de alguns direitos trabalhistas, de caráter universal, que são assegurados
aos trabalhadores de outros segmentos da sociedade, dentre os quais se incluem:
- remuneração do trabalho noturno superior à do trabalho diurno;
- jornada de trabalho diário limitada a oito horas;
- obrigatoriedade de repouso semanal remunerado; e
- remuneração de serviço extraordinário, devido a trabalho diário superior a oito horas diárias.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 16/156)


1.3.1.8 FORMAÇÃO ESPECÍFICA E APERFEIÇOAMENTO CONSTANTE

O exercício da profissão militar exige uma rigorosa e diferenciada formação. Ao longo da vida
profissional, o militar de carreira passa por um sistema de educação continuada, que lhe permite
adquirir as competências específicas dos diversos níveis de exercício da profissão militar e realiza
reciclagens periódicas para fins de atualização e manutenção dos padrões de desempenho.

FIGURA 4-6 – Formação específica e aperfeiçoamento constante

1.3.1.9 VÍNCULO COM A PROFISSÃO

Mesmo na inatividade, o militar permanece vinculado à profissão. Os militares inativos,


quando não reformados, constituem a "reserva" de 1ª linha das Forças Armadas, devendo se
manterem prontos para eventuais convocações e retorno ao serviço ativo, conforme prevê a lei,
independente de estarem exercendo outra atividade, não podendo, por tal motivo, se eximirem dessa
convocação.

FIGURA 4-7 – Vínculo com a profissão

1.3.1.10 PROIBIÇÃO DE PARTICIPAR DE ATIVIDADES POLÍTICAS

O militar da ativa é proibido de filiar-se a partidos e de participar de atividades políticas,


especialmente as de cunho político-partidário. Isso busca caracterizá-lo como servidor do Estado
brasileiro.

1.3.1.11 PROIBIÇÃO DE SINDICALIZAR-SE E DE PARTICIPAR DE GREVES OU DE QUALQUER


MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO

O impedimento de sindicalização advém da rígida hierarquia e disciplina, cabendo ao


comandante a responsabilidade pelo bem estar de seus comandados. A proibição de greve decorre

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 17/156)


do papel do militar na defesa do País e de seus interesses. Em sua tarefa prioritária e essencial para
a Nação brasileira, o militar é insubstituível.

1.3.1.12 CONSEQUÊNCIAS PARA A FAMÍLIA

As exigências da profissão não ficam restritas à pessoa do militar, mas afetam, também, a
vida familiar, considerando que:
a) o núcleo familiar não estabelece relações duradouras e permanentes na cidade em que reside,
porque ali, normalmente, passa curto período de tempo;
b) formação do patrimônio familiar é extremamente dificultada;
c) a educação dos filhos é prejudicada;
d) o exercício de atividades remuneradas por cônjuge do militar fica comprometida.

FIGURA 4-8 – Consequência para a família

TÍTULO 1.4 – A CARREIRA MILITAR

1.4.1 GENERALIDADES

A carreira militar é estruturada de forma singular, pois tem características diferenciadas em vários
aspectos, que vão desde o tipo de promoção de seus profissionais, do modo peculiar de que se
reveste o exercício de suas funções, até a condição especial de seus inativos. Alterar os princípios
dessa estrutura, que são internacionalmente reconhecidos, significa correr o risco de inviabilizar tal
carreira para o fim maior a que se destina.

Os postos e as graduações dos militares são indispensáveis, não só na guerra, mas também em
tempo de paz, pois traduzem, dentro de uma faixa etária específica, responsabilidades funcionais,
competências e habilitações necessárias para o exercício dos cargos e das atribuições.

O militar exerce, ao longo de sua carreira, cargos e funções em graus de complexidade crescente, o
que faz da liderança fator imprescindível à Instituição. Esses aspectos determinam a existência de
um fluxo de carreira planejado, obediente a critérios definidos, que incluem a higidez, a capacitação
profissional e os limites de idade, influindo nas promoções aos postos e graduações subsequentes.

A definição de cargos segundo postos, graduações e habilitações e a renovação permanente,


possibilitada pela rotatividade nos cargos, é fator de manutenção da operacionalidade da Força.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 18/156)


As promoções são realizadas mediante planejamento de longo prazo, necessário para definir, com
exatidão, as vagas existentes em cada posto ou graduação e para administrar o fluxo de carreira nos
diferentes quadros de oficiais e de graduados.

1.5 – VALORES E DEVERES MILITARES

1.5.1 VALORES MILITARES

As Instituições Militares possuem referenciais fixos, fundamentos imutáveis e universais. São os


valores militares, que influenciam, de forma consciente ou inconsciente, o comportamento e, em
particular, a conduta pessoal de cada integrante da Instituição. A eficiência, a eficácia e mesmo a
sobrevivência das Forças Armadas decorrem de um fervoroso culto a tais valores.

FIGURA 4-10 Valores Militares

1.5.1.2 PATRIOTISMO

O patriotismo pode ser entendido como o amor incondicional à Pátria. Esse amor impele o militar a
estar pronto a defender sua soberania, integridade territorial, unidade nacional e paz social.

Caracteriza-se pela vontade inabalável do cumprimento do dever militar, mesmo que isto prescinda
o sacrifício da sua própria vida.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 19/156)
Pode ser resumido pelo lema:

"Servir à Pátria"
1.5.1.3 CIVISMO

Civismo é o culto aos símbolos nacionais, aos valores e tradições históricas, à História-Pátria, em
especial a militar, aos heróis nacionais e chefes militares do passado.

Deve ser exteriorizado com a participação em solenidades cívico-militares, nas comemorações de


datas históricas, no culto aos patronos e heróis, na preservação da memória militar e, sempre que
oportuno, na divulgação dos valores cívicos.

No culto desse valor, os militares são importantes vetores de disseminação da cultura nacional no
seio da sociedade brasileira.

1.5.1.4 FÉ NA MISSÃO DO EXÉRCITO

Advém da crença inabalável na missão do Exército Brasileiro, e das Forças Armadas, em defender
a Pátria, garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, cooperar com o desenvolvimento
nacional e a defesa civil e participar de operações internacionais.

Sintetiza-se em:

“Amar o Exército Brasileiro”

1.5.1.5 AMOR À PROFISSÃO

É a demonstração da satisfação por pertencer à Instituição, externada pela demonstração cotidiana


de culto de valores como o entusiasmo, a motivação profissional, a dedicação integral ao serviço, o
trabalho por prazer, a irretocável apresentação individual, a consciência profissional, o espírito de
sacrifício, o gosto pelo trabalho bem-feito, a prática consciente dos deveres e da ética militar e a
satisfação do dever cumprido.

Explica o jargão militar de: "Vibrar" com as "coisas" do Exército

1.5.1.6 ESPÍRITO DE CORPO

É o orgulho inato aos homens de farda por integrar o Exército Brasileiro, atuando em uma de suas
Organizações Militares, exercendo suas atividades profissionais, por meio de suas competências,
junto aos seus superiores, pares e subordinados. Deve ser entendido como um "orgulho coletivo",
uma "vontade coletiva".

O espírito de corpo reflete o grau de coesão da tropa e de camaradagem entre seus integrantes e se
exterioriza por meio de: canções militares, gritos de guerra e lemas evocativos; uso de distintivos e
condecorações regulamentares; irretocável apresentação e, em especial, do culto de valores e
tradições de sua Organização Militar.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 20/156)


1.5.1.7 APRIMORAMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL

Um exército moderno, operativo e eficiente exige de seus integrantes, cada vez mais, uma elevada
capacitação profissional.

Além de cumprir os programas institucionais de formação específica e aperfeiçoamento constante –


realizados na própria Instituição, nas demais Forças Armadas, outros exércitos ou em instituições
civis – o militar, por iniciativa própria, deve buscar seu continuado aprimoramento técnico-
profissional.

Esse aprimoramento contempla as áreas cognitiva, psicomotora e afetiva e é sedimentada com o


exercício profissional de suas atribuições.

1.5.1.8 CORAGEM

A coragem é o senso moral intenso diante dos riscos ou do perigo, onde o militar demonstra bravura
e intrepidez. É a capacidade de decidir e a iniciativa de implementar a decisão, mesmo com o risco
de vida ou o sacrifício de interesses pessoais, no intuito de cumprir o dever, assumindo a
responsabilidade por sua atitude.

A coragem motiva o militar ao cumprimento da missão, enfrentando os desafios com confiança e não
se preocupando com os riscos. Na profissão militar, o medo pode ser constante, mas o impulso ao
cumprimento do dever leva o militar a ir mais adiante.

“Há coisas na vida que foram feitas mais para serem sentidas do que explicadas”.
Por exemplo: ser soldado.
Pode-se perguntar:
“Que tipo de estímulo o leva a entregar-se aos sacrifícios sem a contrapartida e maior
recompensa senão sentir-se realizado com a missão cumprida?”
Ou então:
“Que o leva a saltar de paraquedas, escalar montanhas, embrenhar-se na selva e na
caatinga, cruzar pantanais, vadear os rios e atravessar os pampas, indo a toda parte que
a Pátria lhe ordenar, sem reclamar de nada?”
“... Vale a pena ser soldado!
Vale a pena ser do Exército Brasileiro!”
E ninguém tende entender! Melhor apenas sentir...”

FIGURA 4-11 – Soldado sentinela na fronteira.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 21/156)


1.5.2 DEVERES MILITARES

Os deveres militares emanam de um conjunto de vínculos morais e jurídicos que ligam o militar à
Pátria e à Instituição. Existem os deveres moral e legal.

Dever moral é o que se caracteriza por ser voluntariamente assumido, havendo ou não imposição
legal para o seu cumprimento.

Dever legal é o imposto por leis, regulamentos, normas, manuais, diretrizes, ordens, etc.

FIGURA 4-12 Deveres Militares

1.5.2.1 DEDICAÇÃO E FIDELIDADE À PÁTRIA

A profissão militar exige dedicação exclusiva ao serviço da Pátria, pressupondo que os interesses
nacionais sobrepujem os interesses pessoais ou de grupos sociais.

O militar deverá estar consciente de sua tarefa de defender a honra, a integridade e as instituições
pátrias.

A dimensão anímica deste fato é o orgulho de ser brasileiro, a fé no destino do país e o culto do
patriotismo e do civismo.

1.5.2.2 CULTO DOS SÍMBOLOS NACIONAIS

O culto dos Símbolos Nacionais, em especial da Bandeira e do Hino, é expressão básica de civismo
e dever de todos os militares.

O culto da Bandeira Nacional é exteriorizado, normalmente, mediante: honras e sinais de respeito a


ela prestados nas solenidades; o tradicional cerimonial de Guarda-Bandeira; a sua posição de
destaque nos desfiles; o seu hasteamento diário em Organizações Militares e, também, o modo de
guardá-la quando não estiver em uso.

O respeito ao Hino Nacional é traduzido: pelas honras que lhe são prestadas nas solenidades
militares; pelo seu canto, com entusiasmo e também pela postura que o militar toma quando ouve os
seus acordes.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 22/156)


1.5.2.3 PROBIDADE E LEALDADE

Probidade é a postura do homem dotado de integridade de caráter, honradez, honestidade e senso


de justiça.

Lealdade, intenção de não enganar, é traduzida pela sinceridade, franqueza, culto da verdade e
fidelidade aos compromissos.

Ambas as qualidades são essenciais para as relações profissionais e pessoais exitosas entre
superiores, pares e subordinados que trarão um ambiente de confiança e proficuidade à Instituição.

1.5.2.4 DISCIPLINA E RESPEITO À HIERARQUIA (Estatuto dos Militares)

Art. 14 A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A autoridade e a
responsabilidade crescem com o grau hierárquico.

§ 1° A hierarquia é a ordenação da autoridade em diferentes níveis, dentro da estrutura das


Forças Armadas. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou
graduação se faz pela antiguidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é
consubstanciado no espírito de acatamento à sequência de autoridade.

§ 2° A disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos,


normas e disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular
e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos
componentes desse organismo.

§ 3º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias da


vida entre militares da ativa, da reserva remunerada e reformados.
1.5.2.4 RIGOROSO CUMPRIMENTO DOS DEVERES E ORDENS

O cumprimento dos deveres e ordens fundamenta-se na aplicação da disciplina e da hierarquia.


Traduz-se pela manifestação da disciplina e por honrar o solene juramento de cumprir rigorosamente
as ordens das autoridades a que estiver subordinado.

1.5.2.5 TRATO DO SUBORDINADO COM DIGNIDADE

A obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade é a demonstração de bondade,


justiça e educação.

O militar deve exercitar a liderança autêntica, que privilegie a persuasão em lugar da coação e que
seja conquistada não pelo paternalismo, mas pela competência profissional, aliada à firmeza de
propósitos e à serenidade nas atitudes.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 23/156)


Ressalta-se a importância do exemplo pessoal, do desprendimento e do respeito ao próximo,
demonstrados pelos chefes em todos os escalões, como incentivo à prática de atitudes corretas por
parte de cada um.

O rigor não deve ser confundido com mau trato, nem bondade com fraqueza.

1.6 - AS ARMAS, QUADROS E SERVIÇOS

1.6.1 GENERALIDADES

Para cumprir sua missão, o Exército Brasileiro se faz integrar por diversas especializações que
abrangem os mais diversos campos de atividade relacionados ao combate, ao apoio ao combate, ao
apoio logístico e à administração. Dado o nível de capacitação exigida, dentro das várias
competências requeridas pela instituição, na maioria dos casos, a especialização do militar orienta
toda a sua carreira no Exército.

Os militares do Exército são distribuídos pelas principais especializações, em torno de


funcionalidades e competências específicas, que definem as Armas, Quadros ou Serviços a que
pertencem. Depositárias diretas das tradições do Exército, essas especializações conferem a tão
necessária identidade e espírito de corpo aos militares que as integram. Em geral, a opção pela
Arma, Quadro ou Serviço é feita pelo militar no início de sua carreira na Força.

As Armas, Quadros e Serviços englobam os combatentes por excelência, voltados para a geração
das capacidades dos elementos de emprego da Força Terrestre, assim como reúnem os militares
que prestam apoio nas atividades e tarefas com finalidades diversas, normalmente ligadas à
administração do Exército.

As Armas dividem-se em dois grupos: as Armas-Base – Infantaria e Cavalaria – e as Armas de Apoio


ao Combate – Artilharia, Engenharia e Comunicações.

Os Quadros compreendem o de Engenheiros Militares (QEM), o de Material Bélico (QMB),


Complementar de Oficiais (QCO), nas áreas gerais da administração (Administração, Direito,
Informática, Letras, Comunicação Social, dentre outras) e Auxiliar de Oficiais (QAO).

Dos Serviços, fazem parte o de Intendência, o de Saúde (médicos, dentistas e farmacêuticos) e o de


Assistência Religiosa.

1.6.2 AS ARMAS-BASE DO EXÉRCITO


(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 24/156)
1.6.2.1 ARMA DE INFANTARIA

É a arma vocacionada a realizar o combate a pé. Utiliza os mais diversos meios de transportes –
terrestres, aéreos ou aquáticos - para o seu deslocamento. Opera em qualquer tipo de terreno e sob
quaisquer condições de tempo e visibilidade. Seu modus operandi é o emprego do fogo, movimento
e o combate aproximado – uma ação militar, caracterizada pelo choque entre combatentes opostos,
no qual são empregados todos os tipos de armamento disponível, visando à destruição, captura,
repulsa ou expulsão do inimigo.

Pela variedade de missões e tarefas que cabem ao combatente de Infantaria, a Arma tem suas
especializações: blindada, mecanizada, paraquedista, leve, aeromóvel, de selva, de caatinga, de
montanha, de pantanal, de guardas e Polícia do Exército.

Os infantes brasileiros são encontrados na Amazônia, no sertão nordestino, nos


pampas, nas montanhas, no pantanal, em ambiente urbano ou rural, em qualquer
lugar, não importa quão longe estejam, basta que haja uma missão a cumprir. A
abnegação, o espírito de sacrifício, a iniciativa e a perseverança são virtudes
inerentes ao infante, cujo valor fundamenta-se na sua força moral e condição
física, as quais lhe torna capaz de superar situações adversas.

O Patrono da Infantaria é o Brigadeiro Antônio de Sampaio, herói da Guerra da


Tríplice Aliança.

1.6.2.2 ARMA DE CAVALARIA

É a arma vocacionada a realizar o combate sob diversas plataformas de combate. Emprega meios
blindados para cerrar sobre o inimigo com a finalidade de destruí-lo, neutralizá-lo ou desorganizá-lo,
valendo-se do fogo, da manobra e da ação de choque. Possui meios mecanizados que lhe conferem
a capacidade de realizar operações de reconhecimento e de segurança, bem como economizar
forças em frentes secundárias do combate.

Seus meios também proporcionam a capacidade de cerrar decisivamente sobre as formações


inimigas, desorganizando-as, cercando-as e destruindo-as, quando necessário. Essa capacidade
proporcionada pelas Forças Blindadas é um fator decisivo nas operações militares no extremo do
espectro dos conflitos.

Suas características a tornam, portanto, a Arma da mobilidade, da flexibilidade e da ação de choque


por excelência.

A audácia, a agressividade, a iniciativa e o sacrifício são virtudes inerentes ao


soldado de Cavalaria, herdeiro das tradições e do espírito da Cavalaria
brasileira. No Exército Brasileiro, essas tradições estão materializadas,
particularmente, nos Regimentos de Cavalaria.

O Patrono da Cavalaria é o Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Herval,


líder de competência inconteste que se destacou na Guerra da Tríplice Aliança,
entre outras campanhas.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 25/156)


1.6.3 AS ARMAS DE APOIO

1.6.3.1 ARMA DE ARTILHARIA

É a arma de apoio ao combate cuja missão é apoiar a manobra pelo fogo, destruir alvos estratégicos
com precisão e letalidade e prover a Defesa Antiaérea de Estruturas Estratégicas e meios da Força
Terrestre. Suas unidades podem ser de Campanha ou Antiaérea.

A Artilharia de Campanha (Art Cmp) é o principal meio de apoio de fogo da Força Terrestre. Suas
unidades e subunidades podem ser dotadas de canhões, obuses, morteiros, mísseis ou foguetes. No
cumprimento da sua missão, a Art Cmp apoia os elementos de manobra, realiza fogos contra a Art
inimiga e dá profundidade ao combate atuando sobre reservas e instalações de comando e logísticas
do inimigo.

Dentro da Artilharia, as unidades de Mísseis e Foguetes constituem-se em importante meio


estratégico da F Ter que se destina a dissuadir a concentração de forças hostis junto à fronteira
terrestre, às águas jurisdicionais e a intenção de invasão do espaço aéreo nacional. É um meio com
capacidade de prestar o apoio de fogo de longo alcance, com elevada precisão e letalidade. Suas
unidades são dotadas de sistemas de lançamento de mísseis, com alcance de até 300 quilômetros
e foguetes, com alcance de até 90 quilômetros.

A Artilharia Antiaérea, componente terrestre da defesa aeroespacial ativa,


realiza a proteção de forças, instalações e/ou áreas.

O artilheiro é, por excelência, o soldado da competência técnica, dedicado à


exatidão nos trabalhos e ao espírito de equipe que caracterizam as tarefas
executadas pela Arma.

O Patrono da Artilharia é o Marechal Emílio Luís Mallet, francês de nascimento


que se tornou cidadão brasileiro e oficial do Exército, também destacado líder
na Guerra da Tríplice Aliança.

1.6.3.2 ARMA DE ENGENHARIA

A Engenharia é a arma de apoio ao combate, que atua produzindo mudanças no terreno,


proporcionando mobilidade às Forças Amigas. Proporciona proteção às instalações e órgãos de
combate das Forças Amigas, mitigando riscos da ação das intempéries e do inimigo. Impõe, também,
às forças adversárias, restrições a seu movimento, dificultando-o, modificando-o ou canalizando-o.
Suas unidades podem ser de Combate ou de Construção.

A Engenharia de Combate apoia diretamente as armas-base, facilitando o deslocamento das tropas


amigas, realizando reconhecimentos técnicos, reparando estradas, pontes e realizando trabalhos de
fortificação de campanha e camuflagem.

A Engenharia de Construção realiza obras de infraestrutura, construindo estradas de rodagem,


ferrovias, pontes (construções horizontais) e açudes, barragens, poços artesianos e instalações
(construções verticais) em benefício da F Ter e apoio a instituições governamentais e civis.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 26/156)


O Engenheiro do Exército é um militar dotado de sólida formação técnica,
elevado espírito de sacrifício, iniciativa e tenacidade, capaz de manter sua
eficiência em quaisquer condições de terreno ou tempo.

O Patrono da Engenharia é o Tenente-Coronel João Carlos Villagran Cabrita,


herói, morto em combate, durante a Guerra da Tríplice Aliança, logo após uma
bem sucedida travessia do caudaloso rio Paraná.

1.6.3.3 ARMA DE COMUNICAÇÕES

A Arma de Comunicações é a arma de apoio ao combate que proporciona aos comandantes, nos
diversos escalões, os meios da ciência do controle, necessários à aplicação da arte do comando no
exercício da coordenação e do controle sobre seus elementos subordinados.

Seus integrantes podem se especializar nas capacidades necessárias ao controle das dimensões
eletromagnética e cibernética do Espaço de Batalha. Essas capacidades são essenciais para impedir
ou dificultar a liberdade de ação do opoente, facilitar a condução das operações da F Ter e apoiar a
obtenção de dados para a Inteligência.

O soldado das Comunicações possui formação técnica, altamente


especializada, e é capaz de cumprir variada gama de atividades e tarefas em
apoio aos comandantes dos elementos da F Ter.

O Patrono das Comunicações é o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon,


desbravador das fronteiras brasileiras e indigenista.

1.6.4 OS QUADROS

1.6.4.1 QUADRO DE MATERIAL BÉLICO (QMB)


O Quadro de Material Bélico é vocacionado para realizar o apoio logístico voltado para a manutenção
do material bélico, principalmente de armamento, de viaturas e de aeronaves da F Ter, incluindo o
suprimento de peças e conjuntos de reparação destinados a esses materiais. Cuida, ainda, do
suprimento de combustíveis, óleos, graxas e lubrificantes para motores e máquinas.

O integrante do Quadro de Material Bélico é um profissional com características


próprias de gestor de recursos materiais. É meticuloso e dedicado à manutenção
da operacionalidade de todos os sistemas que integram a F Ter.

Napion. Italiano de nascimento, foi incorporado ao Exército de D. João VI, trazendo


consigo uma vasta experiência na área de Engenharia de armamentos, que
permitiram lançar as bases da indústria bélica nacional, quando da vinda da família
real para o Brasil, a partir de 1808.

1.6.4.2 QUADRO DE ENGENHEIROS MILITARES (QEM)


O Quadro reúne oficiais formados no Instituto Militar de Engenharia (IME), uma das instituições de
ensino superior pioneiras no Brasil, nas diversas especialidades: cartografia, computação,
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 27/156)
comunicações, eletricidade, eletrônica, fortificação e construção, materiais, mecânica de automóvel,
armamento e química. O oficial do QEM realiza trabalhos técnicos, dentro de suas especialidades,
em diversos órgãos e instituições do Exército.

As atuais gerações de engenheiros militares buscam inspiração na tradição secular dessa atividade
no Exército Brasileiro, atuando como pesquisadores e irradiadores da cultura técnico-científica. São
responsáveis pela inovação e pelo desenvolvimento tecnológico no Exército.

O Patrono do QEM é o Coronel Ricardo Franco de Almeida Serra, engenheiro-


soldado, cartógrafo, geógrafo e astrônomo que se tornou um dos expoentes no
desbravamento e na defesa das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, ao
realizar, desde o mapeamento dessas áreas, às obras de engenharia e fortificação.

1.6.4.3 QUADRO COMPLEMENTAR DE OFICIAIS (QCO)


O QCO é integrado por oficiais possuidores de formação superior em diferentes áreas do
conhecimento e especializações técnicas necessárias à Força.
Essas especializações são requeridas para apoiar atividades administrativas do EB, notadamente
nas áreas de educação, administração, tecnologia da informação, comunicação
social, direito, dentre outras.

Como Patrono do QCO, foi escolhida Maria Quitéria de Jesus, mulher-soldado


nascida na antiga Província da Bahia. Em 1822, notabilizou-se por incorporar-se ao
Batalhão dos Voluntários do Príncipe D. Pedro I na Guerra da Independência do
Brasil.

1.6.4.4 QUADRO AUXILIAR DE OFICIAIS (QAO)

O QAO é formado por militares que atingiram o oficialato após uma carreira como sargentos e
subtenentes. É uma distinção que reconhece os méritos e as qualidades pessoais desses militares,
após anos de bons serviços prestados como graduados do Exército.

Esses oficiais exercem diferentes funções em atividades das áreas de


Administração Geral, Material Bélico, Saúde, Música e Topografia.

O Patrono do QAO é o Tenente Antônio João Ribeiro, mato-grossense, herói da


resistência brasileira, no ano de 1864, contra o invasor estrangeiro na Colônia
Militar de Dourados – hoje no Mato Grosso do Sul.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 28/156)


1.6.5 OS SERVIÇOS

1.6.5.1 SERVIÇO DE INTENDÊNCIA

As atividades e tarefas executadas pelo Serviço de Intendência visam a atender às necessidades


logísticas associadas ao planejamento e à condução das operações militares. Os intendentes
realizam um serviço cotidiano e ininterrupto, transportando, suprindo e alimentando, na paz ou na
guerra.

A Intendência forma especialistas que também assessoram os comandantes nos diversos escalões
no que concerne à administração financeira.

O intendente do Exército é organizado e meticuloso, emprega suas


competências de gestão para antever e planejar o atendimento às
necessidades logísticas da F Ter.

O Patrono da Intendência é o Marechal Carlos Machado Bitencourt, que se


destacou, como Ministro da Guerra do governo de Prudente de Morais, ao
reorganizar as áreas funcionais de suprimento, saúde e transporte em apoio às
forças que combatiam insurretos no Arraial de Canudos, fato determinante para
a vitória do Exército.

1.6.5.2 SERVIÇO DE SAÚDE

O Serviço de Saúde reúne os militares que executam atividades e tarefas destinadas a promover,
aumentar, conservar ou restabelecer a saúde física e mental dos recursos humanos da F Ter. Por
sua natureza, o suporte do Serviço de Saúde aos homens e mulheres do Exército é contínuo, flexível
e adaptado a cada situação de emprego e à natureza da força apoiada.

Abnegação e dedicação à missão do Exército Brasileiro são as marcas dos


integrantes do Serviço de Saúde.

O Patrono da Saúde no Exército é o alagoano General de Brigada médico João


Severiano da Fonseca, destaque na Campanha da Tríplice Aliança e Inspetor-
Geral do Serviço de Saúde do Exército, no final do século XIX.

1.6.5.3 SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA (SAREx)

O SAREx é integrado por ministros dos segmentos católicos e evangélicos. Para a formação militar,
os padres e pastores, integrantes do Quadro de Capelães Militares, submetem-se a um estágio de
adaptação que é iniciado na Escola de Formação Complementar do Exército e concluído nas
diversas organizações militares, onde prestarão o serviço de assistência religiosa.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 29/156)


O Ordinariato Militar constitui-se em verdadeira diocese, com bispo, catedral,
seminário, clero, cúria e pastorais próprias. Um acordo firmado entre a Santa
Sé e o Governo brasileiro regula o funcionamento da Arquidiocese Militar do
Brasil no âmbito das Forças Armadas e das Forças Auxiliares, sediada na
capital federal.

O Patrono do SAREx é o frei Orlando, mineiro de nascimento, e chamava-se


Antônio Álvares da Silva. Integrou a Força Expedicionária Brasileira (FEB), na
campanha da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, quando foi
mortalmente ferido.

1.7 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

1.7.1 GENERALIDADES

O cumprimento das missões constitucionais do Exército Brasileiro (EB) exige a sua organização em
uma estrutura hierarquizada e complexa. Tal estrutura visa a permitir, aos seus chefes militares,
realizarem o planejamento necessário à geração de capacidades requeridas ao emprego dos meios
da Força Terrestre, instrumento de ação, que inclui todos os elementos da instituição para atuar no
ambiente operacional terrestre nas Operações no Amplo Espectro.

A organização do Comando do Exército é denominada Organização Básica do Exército (OBE),


conforme organograma, e tem a seguinte estrutura:
a) Órgão de Direção Geral (ODG);
b) Órgãos de Assessoramento Superior (OAS);
c) Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao Comandante do Exército (OADI);
d) Órgãos de Direção Setorial (ODS);
e) Força Terrestre (F Ter); e
f) Entidades Vinculadas.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 30/156)


1.7.2 ÓRGÃOS DE DIREÇÃO GERAL (ODG)

O Órgão de Direção Geral do EB é o Estado-Maior do Exército (EME).

Compete ao EME elaborar a Política Militar Terrestre (PMT), o planejamento estratégico e a emissão
de diretrizes estratégicas que orientem o preparo e o emprego da Força Terrestre (F Ter), visando
ao cumprimento da destinação constitucional do EB.

Está organizado em Chefia, Vice-chefia, Gabinete, Subchefias e o Escritório de Projetos do Exército


(EPEx).

1.7.3 ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO SUPERIOR (OAS)

Os OAS são: o Alto Comando do Exército (ACE), Conselho Superior de Economia e Finanças
(ConSEF) e o Conselho Superior de Tecnologia da Informação (ConTIEx).

1.7.3.1 ALTO COMANDO DO EXÉRCITO (ACE)

Ao ACE compete:
a) analisar e deliberar, principalmente, sobre:

1) os assuntos relativos à PMT e às estratégias para sua consecução; e


2) as matérias de relevância dependentes de decisão do Cmt Ex, em particular as referentes
ao preparo e ao emprego da F Ter e ao Plano Diretor do Exército (PDE); e
b) selecionar os candidatos ao ingresso e à promoção nos quadros de oficiais-generais.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 31/156)


O ACE é integrado pelo Comandante do Exército, Chefe do EME, Chefe do DGP, Chefe do DECEx,
Chefe do DEC, Comandante do CoLog, Secretário de Economia e Finanças, Chefe do DCT,
Comandante de Operações Terrestres e Comandantes Militares de Área (C Mil A), exceto o(s) C Mil
A cujo(s) cargo(s) seja(m) privativo(s) do posto de General-de-Divisão.

FIGURA 6-1 – Reunião do Alto Comando do Exército

1.7.3.2 CONSELHO SUPERIOR DE ECONOMIA E FINANÇAS (ConSEF)

Ao CONSEF, compete assessorar o Cmt Ex:


a) na formulação da política econômico-financeira do Comando do Exército, em conformidade com
as diretrizes governamentais;
b) nos assuntos administrativo-financeiros da Força; e
c) na administração do Fundo do Exército (F Ex).

O CONSEF é integrado pelo Comandante do Exército, Chefe do EME, Chefe do DGP, Chefe do
DECEx, Chefe do DEC, Comandante do CoLog, Secretário de Economia e Finanças, Chefe do DCT
e Comandante de Operações Terrestres.

1.7.3.3 CONSELHO SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (ConTIEx)

Ao CONTIEx, compete assessorar o Cmt Ex:


a) na formulação da Política de Tecnologia da Informação do Comando do Exército, em conformidade
com as diretrizes governamentais; e
b) no planejamento, direção e controle das ações de Tecnologia da Informação da Força.

O CONTIEx é integrado pelo Comandante do Exército, Chefe do EME, Chefe do DGP, Chefe do
DECEx, Chefe do DEC, Comandante do CoLog, Secretário de Economia e Finanças, Chefe do DCT,
Comandante de Operações Terrestres.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 32/156)


1.7.4 ÓRGÃOS DE ASSISTÊNCIA DIRETA E IMEDIATA AO COMANDANTE DO EXÉRCITO
(OADI)

Os OADI são: o Gabinete do Comandante do Exército (Gab Cmt Ex), Centro de Comunicação Social
do Exército (CComSEx), Centro de Inteligência do Exército (CIE), Secretaria-Geral do Exército
(SGEx), Centro de Controle Interno do Exército (CCIEx) e Consultoria Jurídica Adjunta do
Comandante do Exército (CJACEx).

Ao Gab Cmt Ex compete:


a) assistir o Comandante do Exército em sua rotina diária, assegurando-o as ligações necessárias;
b) acompanhar a tramitação de projetos de interesse do EB em órgãos dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário e outros órgãos públicos ou não;
c) exercer outras competências inerentes à sua área de atuação; e
d) executar outras tarefas atribuídas pelo Cmt Ex.

Ao CComSEx, compete planejar, supervisionar, orientar, coordenar, controlar e promover as


atividades de comunicação social do Comando do Exército.

Ao CIE, compete assessorar o Cmt Ex nas atividades do Sistema de Inteligência do Exército, de


acordo com orientação geral e normativa do Estado-Maior do Exército.

À SGEx, encarregada de secretariar as reuniões do ACE, compete planejar, orientar, coordenar e


executar as atividades do cerimonial militar da Força na Capital Federal, da segurança do Quartel-
General do Exército, bem como elaborar os boletins do Exército.

1.7.5 ÓRGÃOS DE DIREÇÃO SETORIAL (ODS)

Os ODS são: Departamento Geral do Pessoal (DGP), Departamento de Educação e Cultura do


Exército (DECEx), Departamento de Engenharia e Construção (DEC), Comando Logístico (CoLog),
Secretaria de Economia e Finanças (SEF), Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), Comando
de Operações Terrestres (COTer).

1.7.5.1 DEPARTAMENTO GERAL DO PESSOAL (DGP)

Compete ao DGP executar as atividades de administração de pessoal que lhe são atribuídas pela
legislação específica, bem como realizar o planejamento, a orientação, a coordenação e o controle
das atividades relacionadas com a assistência à saúde, religiosa e social; avaliação, promoções,
cadastro e movimentação do pessoal; serviço militar e gestão do pessoal civil, inativos e pensionistas.

O DGP está organizado em: Chefia, Vice-chefia, Diretoria de Serviço Militar (DSM), Diretoria de
Controle de Efetivos e Movimentações (DCEM), Diretoria de Avaliação e Promoções (DAProm),
Diretoria de Civis, Inativos, Pensionistas e Assistência Social (DCIPAS), Diretoria de Saúde (DSau)
e Assessoria de Planejamento e Gestão (AGP).

1.7.5.2 DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO (DECEx)

Ao DECEx, compete:
a) dirigir as atividades relativas a assuntos culturais, educação física e desportos, ensino, pesquisa
científica e desenvolvimento nas áreas de doutrina, ensino militar e pessoal;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 33/156)


b) relacionar-se com entidades civis, de ensino e de pesquisa e desenvolvimento, estimulando sua
participação em trabalhos ligados às atividades afins no âmbito do Exército; e
c) participar das atividades de estudo, planejamento, preparo e execução de mobilização.

O DECEx está organizado em: Chefia, Vice-chefia, Diretoria de Educação Superior Militar (DESMil),
Diretoria de Educação Técnica Militar (DETMil), Diretoria de Educação Preparatória e Assistencial
(DEPA), Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército (DPHCEx) e Centro de Capacitação
Física do Exército/Fortaleza de São João (CCFEX/FSJ).

1.7.5.3 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO (DEC)

Ao DEC, compete realizar o planejamento, a orientação, a coordenação e o controle dos assuntos


relativos às atividades:
a) da função logística engenharia;
b) das ações subsidiárias de obras e serviços de engenharia de cooperação para o desenvolvimento
nacional; e
c) do patrimônio imobiliário.

Ao CCIEx, compete planejar, coordenar e executar as atividades de controle interno no âmbito do


Comando do Exército.

A CJACEx é um órgão da Advocacia-Geral da União, vinculada administrativamente ao Gab Cmt Ex


que tem a competência de assessoramento nos assuntos pertinentes ao exercício do direito.

O DEC está organizado em: Chefia, Vice-chefia, Diretoria de Obras de Cooperação (DOC), Diretoria
de Obras Militares (DOM), Diretoria de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente (DPIMA) e Diretoria
de Projetos de Engenharia (DGE).

1.7.5.4 COMANDO LOGÍSTICO (CoLog)

Ao COLOG, em conformidade com as políticas e as diretrizes estratégicas do Exército, compete:


a) orientar e coordenar o apoio logístico ao preparo e emprego da F Ter, prevendo e provendo, nos
campos dos grupos funcionais de Suprimento, Manutenção e Transporte, os recursos e serviços
necessários ao Exército e às exigências de mobilização dessas funções; e
b) coordenar as atividades de fiscalização de produtos controlados pelo Exército.

O CoLog está organizado em: Comando, Subcomando, Diretoria de Abastecimento (D Abst),


Diretoria de Material (D Mat), Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC), Diretoria de
Material de Aviação do Exército (D MAvEx) e Base de Apoio Logístico do Exército (Ba Ap Log Ex).

1.7.5.4 SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS (SEF)

À SEF compete:
a) superintender e realizar as atividades de planejamento, acompanhamento e execução
orçamentária, administração financeira e contabilidade, relativas aos recursos de qualquer natureza
alocados ao Comando do Exército;
b) efetuar o pagamento do pessoal do Comando do Exército;
c) integrar, como órgão complementar, o Sistema de Planejamento Administrativo do Exército;
d) administrar o Fundo do Exército; e
e) orientar e coordenar as atividades de registro patrimonial do Comando do Exército.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 34/156)


A SEF está organizada em: Chefia, Vice-chefia, Diretoria de Contabilidade (D Cont), Diretoria de
Gestão Orçamentária (DGO), Centro de Pagamento do Exército (CPEX), Diretoria de Gestão
Especial (DGE) e Assessoria Especial de Orçamento e Gestão (AOFIN).

1.7.5.5 DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA (DCT)

Ao DCT, compete:
a) planejar, organizar, dirigir e controlar as atividades científicas e tecnológicas no âmbito do Exército;
b) orientar, normatizar e supervisionar a pesquisa, o desenvolvimento e a implementação das bases
física e lógica do Sistema de Comando e Controle (SCC) e de Guerra Eletrônica do Exército;
c) desenvolver, aperfeiçoar e avaliar os sistemas e os programas corporativos de interesse do
Exército;
d) promover o fomento à indústria nacional, visando ao desenvolvimento e à produção de sistemas
e Materiais de Emprego Militar (MEM);
e) prever e prover, nos campos dos grupos funcionais de Suprimento e Manutenção do material de
Comunicações e Guerra Eletrônica, os recursos e serviços necessários ao Exército e às exigências
de mobilização dessas funções;
f) coordenar e integrar as atividades afetas ao Setor Cibernético;
g) coordenar as atividades, visando à governança de TI no EB; e
h) assessorar o EME na coordenação do CONTIEx.
Parágrafo único. As atividades científicas e tecnológicas de que trata este artigo compreendem:
i) a pesquisa, o desenvolvimento, a avaliação e a prospecção tecnológica relacionados a sistemas e
materiais de interesse do Exército e sua influência nas áreas de pessoal, logística e doutrina;
j) o ensino e a pesquisa dos órgãos da Linha de Ensino Militar Científico-Tecnológica;
k) a normalização técnica, a metrologia e a certificação de qualidade;
l) a fabricação, a revitalização, a adaptação, a transformação, a modernização e a nacionalização de
sistemas e MEM; e
m) a avaliação técnico-experimental de materiais sujeitos à fiscalização do Comando do Exército.

O DCT está organizado em: Chefia, Vice-chefia, Vice-Chefia de Tecnologia da Informação e


Comunicações (TIC), Diretoria de Serviço Geográfico (DSG), Diretoria de Fabricação (DF), Centro
de Avaliações do Exército (CAEx), Centro de Desenvolvimento de Sistemas (CDS), Centro Integrado
de Telemática do Exército (CITEX), Centro Tecnológico do Exército (CTEx), Instituto Militar de
Engenharia (IME), Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica (CComGEx) e Centro de Defesa
Cibernética do Exército (CD Ciber).

1.7.5.6 COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES (COTer)

Ao COTER, compete:
a) orientar e coordenar o preparo e o emprego da F Ter;
b) avaliar a instrução militar e a capacidade operacional da F Ter;
c) homologar o preparo de tropa destinada ao cumprimento de missão de paz;
d) gerenciar o Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do Exército; e
e) coordenar as atividades da competência e do interesse do Exército em relação às Polícias Militares
(PM) e aos Corpos de Bombeiros Militares (CBM).

O COTer está organizado em: Comando, Subcomando e Subchefias.

1.7.6 FORÇA TERRESTRE (F Ter)

A Força Terrestre (F Ter), instrumento de ação do Comando do Exército, é estruturada, em tempo


de paz, para o cumprimento de missões operacionais terrestres, em C Mil A, subordinados
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 35/156)
diretamente ao Comandante do Exército (Cmt Ex), que constituem o mais alto escalão de
enquadramento das organizações militares (OM).

1.7.6.1 COMANDO MILITAR DE ÁREA (C Mil A)

Aos C Mil A, compete o preparo, o planejamento e o emprego operacional da F Ter, desdobrada na


área sob sua jurisdição.

Estão distribuídos no território nacional em 8 (oito) sedes: MANAUS-AM (Comando Militar da


Amazônia - CMA), BELÉM-PA (Comando Militar do Norte - CMN), RECIFE-PE (Comando Militar do
Nordeste - CMNE), BRASÍLIA – DF (Comando Militar do Planalto - CMP), RIO DE JANEIRO-RJ
(Comando Militar do Leste - CML), SÃO PAULO-SP (Comando Militar do Sudeste - CMSE), CAMPO
GRANDE-MS (Comando Militar do Oeste - CMO) e PORTO ALEGRE – RS (Comando Militar do Sul
- CMS).

Os C Mil A estão organizados em: Comando, Grandes Comandos Operativos e Grandes Unidades.

FIGURA 6-2 – Mapa com a distribuição geográfica dos C Mil A

1.7.7 ENTIDADES VINCULADAS

1.7.7.1 FUNDAÇÃO HABITACIONAL DO EXÉRCITO (FHE)

A FHE é uma entidade vinculada ao Exército, que tem como missão promover melhor qualidade de
vida aos seus clientes, facilitando o acesso à casa própria e a seus produtos e serviços.

É responsável por gerir a Associação de Poupança e Empréstimo – POUPEX.

1.7.7.2 INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRASIL (IMBEL)

A IMBEL é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio do Comando do
Exército, com a missão de produzir e comercializar produtos de defesa e segurança, para clientes
institucionais, especialmente Forças Armadas, Forças Policiais e clientes privados.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 36/156)


A IMBEL tem sua origem em 1808, por ocasião da criação por D. João VI da Fábrica de Pólvora da
Lagoa Rodrigo de Freitas, no bairro Jardim Botânico, no Rio de Janeiro/RJ. Atualmente a empresa
tem sua sede instalada em Brasília/DF, e suas unidades de produção localizadas nas cidades de
Piquete/SP, Rio de Janeiro/RJ, Magé/RJ, Juiz de Fora/MG e Itajubá/MG.

1.7.7.3 FUNDAÇÃO OSÓRIO (Fund OSÓRIO)

A Fund OSÓRIO é um estabelecimento de ensino vinculado ao Comando do Exército que se situa


no RIO DE JANEIRO – RJ.

Sua criação atendeu a uma necessidade de amparar as órfãs de militares, da Marinha de Guerra e
do Exército que perderam a vida na Guerra da Tríplice Aliança.

1.8 - VISÃO DE FUTURO

1.8.1 VISÃO DE FUTURO DO EXÉRCITO

Ser uma Instituição compromissada, de forma exclusiva e perene, com o Brasil, o Estado, a
Constituição e a sociedade nacional, do modo a continuar merecendo confiança e apreço.

Ser um Exército reconhecido internacionalmente por seu profissionalismo, competência institucional


e capacidade de dissuasão; e respeitado na comunidade global pelo poder militar terrestre apto a
respaldar as decisões do Estado, que coopera para a paz mundial e fomenta a integração regional.
Ser constituído por pessoal altamente qualificado, motivado e coeso, que professa valores morais e
éticos, que identificam, historicamente, o soldado brasileiro, e tem orgulho de servir com dignidade à
Instituição e ao Brasil.
A Visão de Futuro do Exército é um desafio instigante e um farol que orienta a marcha da Instituição
e que pretende servir de motivação a todas as ações individuais e coletivas empregadas no
cumprimento da missão da Força.

Até 2022, o Processo de Transformação do Exército chegará a uma NOVA


DOUTRINA - com o emprego de produtos de defesa tecnologicamente
avançados, profissionais altamente capacitados e motivados - para que o Exército
enfrente, com os meios adequados, os desafios do século XXI, respaldando as
decisões soberanas do Brasil no cenário internacional.

FIGURA 7-3 – Viatura do sistema de armas GEPARD

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 37/156)


UNIDADE DIDÁTICA 2 – HIERARQUIA E DISCIPLINA
2.1 - DA HIERARQUIA MILITAR E DA DISCIPLINA

2.1.1 PRINCÍPIOS DA HIERARQUIA E DISCIPLINA


(Fonte: E1-80 - Estatuto dos Militares)

CAPÍTULO III
Da Hierarquia Militar e da Disciplina

Art. 14. A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A autoridade
e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.
§ 1º A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura
das Forças Armadas. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou
graduação se faz pela antiguidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é
consubstanciado no espírito de acatamento à sequência de autoridade.
§ 2º Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos,
normas e disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular
e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos
componentes desse organismo.
§ 3º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias da
vida entre militares da ativa, da reserva remunerada e reformados.
Art. 15. Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os militares da mesma
categoria e têm a finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem, em ambiente de estima e
confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.
Art . 16. Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica nas Forças Armadas, bem como a
correspondência entre os postos e as graduações da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, são
fixados nos parágrafos seguintes e no Quadro em anexo.
§ 1° Posto é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Presidente da República ou do
Ministro de Força Singular e confirmado em Carta Patente.
§ 2º Os postos de Almirante, Marechal e Marechal-do-Ar somente serão providos em tempo
de guerra.
§ 3º Graduação é o grau hierárquico da praça, conferido pela autoridade militar competente.
§ 4º Os Guardas-Marinha, os Aspirantes-a-Oficial e os alunos de órgãos específicos de
formação de militares são denominados praças especiais.
§ 5º Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Corpos, Quadros, Armas, Serviços,
Especialidades ou Subespecialidades são fixados, separadamente, para cada caso, na Marinha, no
Exército e na Aeronáutica.
§ 6º Os militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, cujos graus hierárquicos tenham
denominação comum, acrescentarão aos mesmos, quando julgado necessário, a indicação do
respectivo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço e, se ainda necessário, a Força Armada a que
pertencerem, conforme os regulamentos ou normas em vigor.
§ 7º Sempre que o militar da reserva remunerada ou reformado fizer uso do posto ou
graduação, deverá fazê-lo com as abreviaturas respectivas de sua situação.
Art. 17. A precedência entre militares da ativa do mesmo grau hierárquico, ou correspondente,
é assegurada pela antiguidade no posto ou graduação, salvo nos casos de precedência funcional
estabelecida em lei.
§ 1º A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da assinatura do
ato da respectiva promoção, nomeação, declaração ou incorporação, salvo quando estiver
taxativamente fixada outra data.
§ 2º No caso do parágrafo anterior, havendo empate, a antiguidade será estabelecida:

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 38/156)


a) entre militares do mesmo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, pela posição nas respectivas
escalas numéricas ou registros existentes em cada Força;
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou graduação anterior; se, ainda assim,
subsistir a igualdade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à data de
praça e à data de nascimento para definir a procedência, e, neste último caso, o de mais idade será
considerado o mais antigo;
c) na existência de mais de uma data de praça, inclusive de outra Força Singular, prevalece a
antiguidade do militar que tiver maior tempo de efetivo serviço na praça anterior ou nas praças
anteriores; e
d) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de militares, de acordo com o
regulamento do respectivo órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nas letras a, b e
c.
§ 3º Em igualdade de posto ou de graduação, os militares da ativa têm precedência sobre os
da inatividade.
§ 4º Em igualdade de posto ou de graduação, a precedência entre os militares de carreira na
ativa e os da reserva remunerada ou não, que estejam convocados, é definida pelo tempo de efetivo
serviço no posto ou graduação.
Art. 18. Em legislação especial, regular-se-á:
I - a precedência entre militares e civis, em missões diplomáticas, ou em comissão no País ou
no estrangeiro; e
II - a precedência nas solenidades oficiais.
Art. 19. A precedência entre as praças especiais e as demais praças é assim regulada:
I - os Guardas-Marinha e os Aspirantes-a-Oficial são hierarquicamente superiores às demais
praças;
II - os Aspirantes, alunos da Escola Naval, e os Cadetes, alunos da Academia Militar das
Agulhas Negras e da Academia da Força Aérea, bem como os alunos da Escola de Oficiais
Especialistas da Aeronáutica, são hierarquicamente superiores aos suboficiais e aos subtenentes;
III - os alunos de Escola Preparatória de Cadetes e do Colégio Naval têm precedência sobre
os Terceiros-Sargentos, aos quais são equiparados;
IV - os alunos dos órgãos de formação de oficiais da reserva, quando fardados, têm
precedência sobre os Cabos, aos quais são equiparados; e
V - os Cabos têm precedência sobre os alunos das escolas ou dos centros de formação de
sargentos, que a eles são equiparados, respeitada, no caso de militares, a antiguidade relativa.

TÍTULO 2.2 – DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

2.2.1 GENERALIDADES
(Fonte: RDE)
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção II
Dos Princípios Gerais do Regulamento

Art. 3o A camaradagem é indispensável à formação e ao convívio da família militar, contribuindo


para as melhores relações sociais entre os militares.
§ 1o Incumbe aos militares incentivar e manter a harmonia e a amizade entre seus pares e
subordinados.
§ 2o As demonstrações de camaradagem, cortesia e consideração, obrigatórias entre os
militares brasileiros, devem ser dispensadas aos militares das nações amigas.
Art. 4o A civilidade, sendo parte da educação militar, é de interesse vital para a disciplina
consciente.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 39/156)
§ 1o É dever do superior tratar os subordinados em geral, e os recrutas em particular, com
interesse e bondade.
§ 2o O subordinado é obrigado a todas as provas de respeito e deferência para com os seus
superiores hierárquicos.
Art. 5o Para efeito deste Regulamento, a palavra "comandante", quando usada
genericamente, engloba também os cargos de diretor e chefe.
Art. 6o Para efeito deste Regulamento, deve-se, ainda, considerar:
I - honra pessoal: sentimento de dignidade própria, como o apreço e o respeito de que é objeto
ou se torna merecedor o militar, perante seus superiores, pares e subordinados;
II - pundonor militar: dever de o militar pautar a sua conduta como a de um profissional correto.
Exige dele, em qualquer ocasião, alto padrão de comportamento ético que refletirá no seu
desempenho perante a Instituição a que serve e no grau de respeito que lhe é devido; e
III - decoro da classe: valor moral e social da Instituição. Ele representa o conceito social dos
militares que a compõem e não subsiste sem esse.

Seção IV
Da Competência para a Aplicação

Art. 10. A competência para aplicar as punições disciplinares é definida pelo cargo e não pelo
grau hierárquico, sendo competente para aplicá-las:
I - o Comandante do Exército, a todos aqueles que estiverem sujeitos a este Regulamento; e
II - aos que estiverem subordinados às seguintes autoridades ou servirem sob seus comandos,
chefia ou direção:
a) Chefe do Estado-Maior do Exército, dos órgãos de direção setorial e de assessoramento,
comandantes militares de área e demais ocupantes de cargos privativos de oficial-general;
b) chefes de estado-maior, chefes de gabinete, comandantes de unidade, demais comandantes
cujos cargos sejam privativos de oficiais superiores e comandantes das demais Organizações
Militares - OM com autonomia administrativa;
c) subchefes de estado-maior, comandantes de unidade incorporada, chefes de divisão, seção,
escalão regional, serviço e assessoria; ajudantes-gerais, subcomandantes e subdiretores; e
d) comandantes das demais subunidades ou de elementos destacados com efetivo menor que
subunidade.

DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES


Seção I
Da Conceituação e da Especificação

Art. 14. Transgressão disciplinar é toda ação praticada pelo militar contrária aos preceitos
estatuídos no ordenamento jurídico pátrio ofensiva à ética, aos deveres e às obrigações militares,
mesmo na sua manifestação elementar e simples, ou, ainda, que afete a honra pessoal, o pundonor
militar e o decoro da classe.
§ 1o Quando a conduta praticada estiver tipificada em lei como crime ou contravenção penal,
não se caracterizará transgressão disciplinar.
§ 7º É vedada a aplicação de mais de uma penalidade por uma única transgressão disciplinar.
§ 8º Quando a falta tiver sido cometida contra a pessoa do comandante da OM, será ela
apreciada, para efeito de punição, pela autoridade a que estiver subordinado o ofendido.
Art. 15. São transgressões disciplinares todas as ações especificadas no Anexo I deste
Regulamento.
Seção II
Do Julgamento

Art. 16. O julgamento da transgressão deve ser precedido de análise que considere:
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 40/156)
I - a pessoa do transgressor;
II - as causas que a determinaram;
III - a natureza dos fatos ou atos que a envolveram; e
IV - as consequências que dela possam advir.
Art. 17. No julgamento da transgressão, podem ser levantadas causas que justifiquem a falta
ou circunstâncias que a atenuem ou a agravem.
Art. 18. Haverá causa de justificação quando a transgressão for cometida:
I - na prática de ação meritória ou no interesse do serviço, da ordem ou do sossego público;
II - em legítima defesa, própria ou de outrem;
III - em obediência a ordem superior;
IV - para compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu dever, em caso de perigo,
necessidade urgente, calamidade pública, manutenção da ordem e da disciplina;
V - por motivo de força maior, plenamente comprovado; e
VI - por ignorância, plenamente comprovada, desde que não atente contra os sentimentos
normais de patriotismo, humanidade e probidade.
Parágrafo único. Não haverá punição quando for reconhecida qualquer causa de justificação.
Art. 19. São circunstâncias atenuantes:
I - o bom comportamento;
II - a relevância de serviços prestados;
III - ter sido a transgressão cometida para evitar mal maior;
IV - ter sido a transgressão cometida em defesa própria, de seus direitos ou de outrem, não
se configurando causa de justificação; e
V - a falta de prática do serviço.
Art. 20. São circunstâncias agravantes:
I - o mau comportamento;
II - a prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
III - a reincidência de transgressão, mesmo que a punição anterior tenha sido uma
advertência;
IV - o conluio de duas ou mais pessoas;
V - ter o transgressor abusado de sua autoridade hierárquica ou funcional; e
VI - ter praticado a transgressão:
a) durante a execução de serviço;
b) em presença de subordinado;
c) com premeditação;
d) em presença de tropa; e
e) em presença de público.

Seção III
Da Classificação

Art. 21. A transgressão da disciplina deve ser classificada, desde que não haja causa de
justificação, em LEVE, MÉDIA e GRAVE, segundo os critérios dos Arts. 16, 17, 19 e 20.
Parágrafo único. A competência para classificar a transgressão é da autoridade a qual couber
sua aplicação.
Art. 22. Será sempre classificada como "grave" a transgressão da disciplina que constituir ato
que afete a honra pessoal, o pundonor militar ou o decoro da classe.
PUNIÇÕES DISCIPLINARES
Seção I

Da Graduação, Conceituação e Execução.


Art. 23. A punição disciplinar objetiva a preservação da disciplina e deve ter em vista o
benefício educativo ao punido e à coletividade a que ele pertence.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 41/156)
Art. 24. Segundo a classificação resultante do julgamento da transgressão, as punições
disciplinares a que estão sujeitos os militares são, em ordem de gravidade crescente:
I - a advertência;
II - o impedimento disciplinar;
III - a repreensão;
IV - a detenção disciplinar;
V - a prisão disciplinar; e
VI - o licenciamento e a exclusão a bem da disciplina.
Parágrafo único. As punições disciplinares de detenção e prisão disciplinar não podem
ultrapassar trinta dias e a de impedimento disciplinar, dez dias.
Art. 25. Advertência é a forma mais branda de punir, consistindo em admoestação feita
verbalmente ao transgressor, em caráter reservado ou ostensivo.
§ 1º Quando em caráter ostensivo, a advertência poderá ser na presença de superiores ou no
círculo de seus pares.
§ 2º A advertência não constará das alterações do punido, devendo, entretanto, ser registrada,
para fins de referência, na ficha disciplinar individual.
Art. 26. Impedimento disciplinar é a obrigação de o transgressor não se afastar da OM, sem
prejuízo de qualquer serviço que lhe competir dentro da unidade em que serve.
Parágrafo único. O impedimento disciplinar será publicado em boletim interno e registrado,
para fins de referência, na ficha disciplinar individual, sem constar das alterações do punido.
Art. 27. Repreensão é a censura enérgica ao transgressor, feita por escrito e publicada em
boletim interno.
Art. 28. Detenção disciplinar é o cerceamento da liberdade do punido disciplinarmente, o qual
deve permanecer no alojamento da subunidade a que pertencer ou em local que lhe for determinado
pela autoridade que aplicar a punição disciplinar.
§ 1º O detido disciplinarmente não ficará no mesmo local destinado aos presos disciplinares.
§ 2º O detido disciplinarmente comparece a todos os atos de instrução e serviço, exceto ao
serviço de escala externo.
§ 3º Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicar a punição, o oficial ou aspirante-
a-oficial pode ficar detido disciplinarmente em sua residência.
Art. 29. Prisão disciplinar consiste na obrigação de o punido disciplinarmente permanecer em
local próprio e designado para tal.
§ 1º Os militares de círculos hierárquicos diferentes não poderão ficar presos na mesma
dependência.
§ 2º O comandante designará o local de prisão de oficiais, no aquartelamento, e dos militares,
nos estacionamentos e marchas.
§ 3º Os presos que já estiverem passíveis de serem licenciados ou excluídos a bem da
disciplina, os que estiverem à disposição da justiça e os condenados pela Justiça Militar deverão ficar
em prisão separada dos demais presos disciplinares.
§ 4º Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicar a punição disciplinar, o oficial ou
aspirante-a-oficial pode ter sua residência como local de cumprimento da punição, quando a prisão
disciplinar não for superior a quarenta e oito horas.
§ 5º Quando a OM não dispuser de instalações apropriadas, cabe à autoridade que aplicar a
punição solicitar ao escalão superior local para servir de prisão.
Art. 30. A prisão disciplinar deve ser cumprida com prejuízo da instrução e dos serviços
internos, exceto por comprovada necessidade do serviço.
Art. 31. O recolhimento de qualquer transgressor à prisão, sem nota de punição publicada em
boletim da OM, só poderá ocorrer por ordem das autoridades referidas nos incisos I e II do art. 10
deste Regulamento.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese do § 2º do art.12 deste
Regulamento, ou quando houver:
I - presunção ou indício de crime;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 42/156)
II - embriaguez; e
III - uso de drogas ilícitas.

Seção II
Da Aplicação

Art. 35. O julgamento e a aplicação da punição disciplinar devem ser feitos com justiça,
serenidade e imparcialidade, para que o punido fique consciente e convicto de que ela se inspira no
cumprimento exclusivo do dever, na preservação da disciplina e que tem em vista o benefício
educativo do punido e da coletividade.
§ 1º Nenhuma punição disciplinar será imposta sem que ao transgressor sejam assegurados
o contraditório e a ampla defesa, inclusive o direito de ser ouvido pela autoridade competente para
aplicá-la, e sem estarem os fatos devidamente apurados.
§ 2º Para fins de ampla defesa e contraditório, são direitos do militar:
I - ter conhecimento e acompanhar todos os atos de apuração, julgamento, aplicação e
cumprimento da punição disciplinar, de acordo com os procedimentos adequados para cada
situação;
II - ser ouvido;
III - produzir provas;
IV - obter cópias de documentos necessários à defesa;
V - ter oportunidade, no momento adequado, de contrapor-se às acusações que lhe são
imputadas;
VI - utilizar-se dos recursos cabíveis, segundo a legislação;
VII - adotar outras medidas necessárias ao esclarecimento dos fatos; e
VIII - ser informado de decisão que fundamente, de forma objetiva e direta, o eventual não
acolhimento de alegações formuladas ou de provas apresentadas.
§ 3º O militar poderá ser preso disciplinarmente, por prazo que não ultrapasse setenta e duas
horas, se necessário para a preservação do decoro da classe ou houver necessidade de pronta
intervenção.
Art. 37. A aplicação da punição disciplinar deve obedecer às seguintes normas:
I - a punição disciplinar deve ser proporcional à gravidade da transgressão, dentro dos
seguintes limites:
a) para a transgressão leve, de advertência até dez dias de impedimento disciplinar, inclusive;
b) para a transgressão média, de repreensão até a detenção disciplinar; e
c) para a transgressão grave, de prisão disciplinar até o licenciamento ou exclusão a bem da
disciplina;
II - a punição disciplinar não pode atingir o limite máximo previsto nas alíneas do inciso I deste
artigo, quando ocorrerem apenas circunstâncias atenuantes;
III - quando ocorrerem circunstâncias atenuantes e agravantes, a punição disciplinar será
aplicada conforme preponderem essas ou aquelas;
IV - por uma única transgressão não deve ser aplicada mais de uma punição disciplinar;
V - a punição disciplinar não exime o punido da responsabilidade civil;
VI - na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre si, a cada uma deve ser
imposta a punição disciplinar correspondente; e
VII - havendo conexão, a transgressão de menor gravidade será considerada como
circunstância agravante da transgressão principal.
Art. 38. A aplicação da punição classificada como "prisão disciplinar" somente pode ser
efetuada pelo Comandante do Exército ou comandante, chefe ou diretor de OM.
Art. 39. Nenhum transgressor será interrogado ou punido em estado de embriaguez ou sob a
ação de psicotrópicos, mas ficará, desde logo, convalescendo em hospital, enfermaria ou
dependência similar em sua OM, até a melhora do seu quadro clínico.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 43/156)


Art. 40. A punição disciplinar máxima, que cada autoridade referida no art. 10 deste
Regulamento pode aplicar ao transgressor, bem como aquela a que este está sujeito, são as
previstas no Anexo III.
§ 4º Quando uma autoridade, ao julgar uma transgressão, concluir que a punição disciplinar
a aplicar está além do limite máximo que lhe é autorizado, solicitará à autoridade superior, com ação
sobre o transgressor, a aplicação da punição devida.
Art. 45. A relevação de punição disciplinar consiste na suspensão de seu cumprimento e
poderá ser concedida:
I - quando ficar comprovado que foram atingidos os objetivos visados com a sua aplicação,
independentemente do tempo a cumprir; e
II - por motivo de passagem de comando ou por ocasião de datas festivas militares, desde
que se tenha cumprido, pelo menos, metade da punição disciplinar.
Art. 46. A atenuação da punição disciplinar consiste na transformação da punição proposta ou
aplicada em outra menos rigorosa, se assim recomendar o interesse da disciplina e da ação educativa
do punido, ou mesmo por critério de justiça, quando verificada a inadequação da punição aplicada.
Parágrafo único. A atenuação da punição disciplinar poderá ocorrer, a pedido ou de ofício,
mediante decisão das autoridades competentes para anulação.

DO COMPORTAMENTO MILITAR

Art. 51. O comportamento militar da praça abrange o seu procedimento civil e militar, sob o
ponto de vista disciplinar.
§ 1º O comportamento militar da praça deve ser classificado em:
I - excepcional:
a) quando no período de nove anos de efetivo serviço, mantendo os comportamentos "bom",
ou "ótimo", não tenha sofrido qualquer punição disciplinar;
b) quando, tendo sido condenada por crime culposo, após transitada em julgado a sentença,
passe dez anos de efetivo serviço sem sofrer qualquer punição disciplinar, mesmo que lhe tenha sido
concedida a reabilitação judicial, em cujo período somente serão computados os anos em que a
praça estiver classificada nos comportamentos "bom" ou "ótimo"; e
c) quando, tendo sido condenada por crime doloso, após transitada em julgado a sentença,
passe doze anos de efetivo serviço sem sofrer qualquer punição disciplinar, mesmo que lhe tenha
sido concedida a reabilitação judicial. Neste período somente serão computados os anos em que a
praça estiver classificada nos comportamentos "bom" ou "ótimo";
II - ótimo:
a) quando, no período de cinco anos de efetivo serviço, contados a partir do comportamento
"bom", tenha sido punida com a pena de até uma detenção disciplinar;
b) quando, tendo sido condenada por crime culposo, após transitada em julgado a sentença,
passe seis anos de efetivo serviço, punida, no máximo, com uma detenção disciplinar, contados a
partir do comportamento "bom", mesmo que lhe tenha sido concedida a reabilitação judicial; e
c) quando, tendo sido condenada por crime doloso, após transitada em julgado a sentença,
passe oito anos de efetivo serviço, punida, no máximo, com uma detenção disciplinar, contados a
partir do comportamento "bom", mesmo que lhe tenha sido concedida a reabilitação judicial;
III - bom:
a) quando, no período de dois anos de efetivo serviço, tenha sido punida com a pena de até
duas prisões disciplinares; e
b) quando, tendo sido condenada criminalmente, após transitada em julgado a sentença,
houver cumprido os prazos previstos para a melhoria de comportamento de que trata o § 7º deste
artigo, mesmo que lhe tenha sido concedida a reabilitação judicial;
IV - insuficiente:

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 44/156)


a) quando, no período de um ano de efetivo serviço, tenha sido punida com duas prisões
disciplinares ou, ainda, quando no período de dois anos tenha sido punida com mais de duas prisões
disciplinares; e
b) quando, tendo sido condenada criminalmente, após transitada em julgado a sentença,
houver cumprido os prazos previstos para a melhoria de comportamento de que trata o § 7º deste
artigo, mesmo que lhe tenha sido concedida a reabilitação judicial;
V - mau:
a) quando, no período de um ano de efetivo serviço tenha sido punida com mais de duas
prisões disciplinares; e
b) quando condenada por crime culposo ou doloso, a contar do trânsito em julgado da
sentença ou acórdão, até que satisfaça as condições para a mudança de comportamento de que
trata o § 7º deste artigo.
§ 3º Ao ser incorporada ao Exército, a praça será classificada no comportamento "bom".
§ 4º Para os efeitos deste artigo, é estabelecida a seguinte equivalência de punição:
I - uma prisão disciplinar equipara-se a duas detenções disciplinares; e
II - uma detenção disciplinar equivale a duas repreensões.
§ 5º A advertência e o impedimento disciplinar não serão considerados para fins de
classificação de comportamento.
§ 6º A praça condenada por crime ou punida com prisão disciplinar superior a vinte dias
ingressará, automaticamente, no comportamento "mau".
§ 7º A melhoria de comportamento é progressiva, devendo observar o disposto no art. 63
deste Regulamento e obedecer aos seguintes prazos e condições:
I - do "mau" para o "insuficiente":
a) punição disciplinar: dois anos de efetivo serviço, sem punição;
b) crime culposo: dois anos e seis meses de efetivo serviço, sem punição; e
c) crime doloso: três anos de efetivo serviço, sem punição;
II - do "insuficiente" para o "bom":
a) punição disciplinar: um ano de efetivo serviço sem punição, contado a partir do
comportamento "insuficiente";
b) crime culposo: dois anos de efetivo serviço sem punição, contados a partir do
comportamento "insuficiente"; e
c) crime doloso: três anos de efetivo serviço sem punição, contados a partir do comportamento
"insuficiente";
III - do "bom" para o "ótimo", deverá ser observada a prescrição constante do inciso II do § 1º
deste artigo; e
IV - do "ótimo" para o "excepcional", deverá ser observada a prescrição constante do inciso I
do § 1º deste artigo.
§ 8º A reclassificação do comportamento far-se-á em boletim interno da OM, por meio de "nota
de reclassificação de comportamento", uma vez decorridos os prazos citados no § 7º deste artigo,
mediante:
I - requerimento do interessado, quando se tratar de pena criminal, ao comandante da própria
OM, se esta for comandada por oficial-general; caso contrário, o requerimento deve ser dirigido ao
comandante da OM enquadrante, cujo cargo seja privativo de oficial-general; e
II - solicitação do interessado ao comandante imediato, nos casos de punição disciplinar.
§ 9º A reclassificação dar-se-á na data da publicação do despacho da autoridade responsável.
§ 10. A condenação de praça por contravenção penal é, para fins de classificação de
comportamento, equiparada a uma prisão.

Seção III
Das Recompensas

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 45/156)


Art. 64. As recompensas constituem reconhecimento aos bons serviços prestados por
militares.
Parágrafo único. Além de outras previstas em leis e regulamentos especiais, são
recompensas militares:
I - o elogio e a referência elogiosa; e
II - as dispensas do serviço.
Art. 65. O elogio é individual e a referência elogiosa pode ser individual ou coletiva.
§ 1º O elogio somente deverá ser formulado a militares que se tenham destacado em ação
meritória ou quando regulado em legislação específica.
§ 2º A descrição do fato ou fatos que motivarem o elogio ou a referência elogiosa deve precisar
a atuação do militar em linguagem sucinta, sóbria, sem generalizações e adjetivações desprovidas
de real significado, como convém ao estilo castrense.
§ 3º Os elogios e as referências elogiosas individuais serão registrados nos assentamentos
dos militares.
§ 4º As autoridades que possuem competência para conceder elogios e referências elogiosas
são as especificadas no art. 10 deste Regulamento obedecidos aos universos de atuação nele
contidos.
Art. 66. As dispensas do serviço, como recompensa, podem ser:
I - dispensa total do serviço, que isenta o militar de todos os trabalhos da OM, inclusive os de
instrução; ou
II - dispensa parcial do serviço, quando isenta de alguns trabalhos, que devem ser
especificados na concessão.
§ 1º A dispensa total do serviço, para ser gozada fora da guarnição, fica subordinada às
mesmas normas de concessão de férias.
§ 2º A dispensa total do serviço é regulada por período de vinte e quatro horas, contadas de
boletim a boletim e a sua publicação deve ser feita, no mínimo, vinte e quatro horas antes de seu
início, salvo por motivo de força maior.
Art. 67. A concessão de dispensa do serviço, como recompensa, no decorrer de um ano civil,
obedecerá à seguinte gradação:
I - o Chefe do Estado-Maior do Exército, os chefes dos órgãos de direção setorial e de
assessoramento e os comandantes militares de área: até vinte dias, consecutivos ou não;
II - os oficiais-generais, exceto os especificados no inciso I, e demais militares que exerçam
funções de oficiais-generais: até quinze dias, consecutivos ou não;
III - o chefe de estado-maior, o chefe de gabinete, o comandante de unidade, os comandantes
das demais OM com autonomia administrativa e os daquelas cujos cargos sejam privativos de oficial
superior: até oito dias, consecutivos ou não; e
IV - as demais autoridades competentes para aplicar punições: até quatro dias, consecutivos
ou não.

ANEXO I
RELAÇÃO DE TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

1. Faltar à verdade ou omitir deliberadamente informações que possam conduzir à apuração


de uma transgressão disciplinar;
2. Utilizar-se do anonimato;
3. Concorrer para a discórdia ou a desarmonia ou cultivar inimizade entre militares ou seus
familiares;
4. Deixar de exercer autoridade compatível com seu posto ou graduação;
5. Deixar de punir o subordinado que cometer transgressão, salvo na ocorrência das
circunstâncias de justificação previstas neste Regulamento;
6. Não levar falta ou irregularidade que presenciar, ou de que tiver ciência e não lhe couber
reprimir, ao conhecimento de autoridade competente, no mais curto prazo;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 46/156)
7. Retardar o cumprimento, deixar de cumprir ou de fazer cumprir norma regulamentar na
esfera de suas atribuições.
8. Deixar de comunicar a tempo, ao superior imediato, ocorrência no âmbito de suas
atribuições, quando se julgar suspeito ou impedido de providenciar a respeito;
9. Deixar de cumprir prescrições expressamente estabelecidas no Estatuto dos Militares ou
em outras leis e regulamentos, desde que não haja tipificação como crime ou contravenção penal,
cuja violação afete os preceitos da hierarquia e disciplina, a ética militar, a honra pessoal, o pundonor
militar ou o decoro da classe;
10. Deixar de instruir, na esfera de suas atribuições, processo que lhe for encaminhado,
ressalvado o caso em que não for possível obter elementos para tal;
11. Deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de subordinação e no mais curto
prazo, recurso ou documento que receber elaborado de acordo com os preceitos regulamentares, se
não for da sua alçada a solução;
12. Desrespeitar, retardar ou prejudicar medidas de cumprimento ou ações de ordem judicial,
administrativa ou policial, ou para isso concorrer;
13. Apresentar parte ou recurso suprimindo instância administrativa, dirigindo para autoridade
incompetente, repetindo requerimento já rejeitado pela mesma autoridade ou empregando termos
desrespeitosos;
14. Dificultar ao subordinado a apresentação de recurso;
15. Deixar de comunicar, tão logo possível, ao superior a execução de ordem recebida;
16. Aconselhar ou concorrer para que não seja cumprida qualquer ordem de autoridade
competente, ou para retardar a sua execução;
17. Deixar de cumprir ou alterar, sem justo motivo, as determinações constantes da missão
recebida, ou qualquer outra determinação escrita ou verbal;
18. Simular doença para esquivar-se do cumprimento de qualquer dever militar;
19. Trabalhar mal, intencionalmente ou por falta de atenção, em qualquer serviço ou instrução;
20. Causar ou contribuir para a ocorrência de acidentes no serviço ou na instrução, por
imperícia, imprudência ou negligência;
21. Disparar arma por imprudência ou negligência;
22. Não zelar devidamente, danificar ou extraviar por negligência ou desobediência das regras
e normas de serviço, material ou animal da União ou documentos oficiais, que estejam ou não sob
sua responsabilidade direta, ou concorrer para tal;
23. Não ter pelo preparo próprio, ou pelo de seus comandados, instruendos ou educandos, a
dedicação imposta pelo sentimento do dever;
24. Deixar de providenciar a tempo, na esfera de suas atribuições, por negligência, medidas
contra qualquer irregularidade de que venha a tomar conhecimento;
25. Deixar de participar em tempo, à autoridade imediatamente superior, a impossibilidade de
comparecer à OM ou a qualquer ato de serviço para o qual tenha sido escalado ou a que deva assistir;
26. Faltar ou chegar atrasado, sem justo motivo, a qualquer ato, serviço ou instrução de que
deva participar ou a que deva assistir;
27. Permutar serviço sem permissão de autoridade competente ou com o objetivo de obtenção
de vantagem pecuniária;
28. Ausentar-se, sem a devida autorização, da sede da organização militar onde serve, do
local do serviço ou de outro qualquer em que deva encontrar-se por força de disposição legal ou
ordem;
29. Deixar de apresentar-se, nos prazos regulamentares, à OM para a qual tenha sido
transferido ou classificado e às autoridades competentes, nos casos de comissão ou serviço
extraordinário para os quais tenha sido designado;
30. Não se apresentar ao fim de qualquer afastamento do serviço ou, ainda, logo que souber
da interrupção;
31. Representar a organização militar ou a corporação, em qualquer ato, sem estar
devidamente autorizado;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 47/156)
32. Assumir compromissos, prestar declarações ou divulgar informações, em nome da
corporação ou da unidade que comanda ou em que serve, sem autorização;
33. Contrair dívida ou assumir compromisso superior às suas possibilidades, que afete o bom
nome da Instituição;
34. Esquivar-se de satisfazer compromissos de ordem moral ou pecuniária que houver
assumido, afetando o bom nome da Instituição;
35. Não atender, sem justo motivo, à observação de autoridade superior no sentido de
satisfazer débito já reclamado;
36. Não atender à obrigação de dar assistência à sua família ou dependente legalmente
constituídos, de que trata o Estatuto dos Militares;
37. Fazer diretamente, ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias envolvendo
assunto de serviço, bens da União ou material cuja comercialização seja proibida;
38. Realizar ou propor empréstimo de dinheiro a outro militar visando auferir lucro;
39. Ter pouco cuidado com a apresentação pessoal ou com o asseio próprio ou coletivo;
40. Portar-se de maneira inconveniente ou sem compostura;
41. Deixar de tomar providências cabíveis, com relação ao procedimento de seus
dependentes, estabelecidos no Estatuto dos Militares, junto à sociedade, após devidamente
admoestado por seu Comandante;
42. Frequentar lugares incompatíveis com o decoro da sociedade ou da classe;
43. Portar a praça armamento militar sem estar de serviço ou sem autorização;
44. Executar toques de clarim ou corneta, realizar tiros de salva, fazer sinais regulamentares,
içar ou arriar a Bandeira Nacional ou insígnias, sem ordem para tal;
45. Conversar ou fazer ruídos em ocasiões ou lugares impróprios quando em serviço ou em
local sob administração militar;
46. Disseminar boatos no interior de OM ou concorrer para tal;
47. Provocar ou fazer-se causa, voluntariamente, de alarme injustificável;
48. Usar de força desnecessária no ato de efetuar prisão disciplinar ou de conduzir
transgressor;
49. Deixar alguém conversar ou entender-se com preso disciplinar, sem autorização de
autoridade competente;
50. Conversar com sentinela, vigia, plantão ou preso disciplinar, sem para isso estar
autorizado por sua função ou por autoridade competente;
51. Consentir que preso disciplinar conserve em seu poder instrumentos ou objetos não
permitidos;
52. Conversar, distrair-se, sentar-se ou fumar, quando exercendo função de sentinela, vigia
ou plantão da hora;
53. Consentir, quando de sentinela, vigia ou plantão da hora, a formação de grupo ou a
permanência de pessoa junto a seu posto;
54. Fumar em lugar ou ocasião onde seja vedado;
55. Tomar parte em jogos proibidos ou em jogos a dinheiro, em área militar ou sob jurisdição
militar;
56. Tomar parte, em área militar ou sob jurisdição militar, em discussão a respeito de assuntos
de natureza político-partidária ou religiosa;
57. Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de
assuntos de natureza político-partidária;
58. Tomar parte, fardado, em manifestações de natureza político-partidária;
59. Discutir ou provocar discussão, por qualquer veículo de comunicação, sobre assuntos
políticos ou militares, exceto se devidamente autorizado;
60. Ser indiscreto em relação a assuntos de caráter oficial cuja divulgação possa ser
prejudicial à disciplina ou à boa ordem do serviço;
61. Dar conhecimento de atos, documentos, dados ou assuntos militares a quem deles não
deva ter ciência ou não tenha atribuições para neles intervir;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 48/156)
62. Publicar ou contribuir para que sejam publicados documentos, fatos ou assuntos militares
que possam concorrer para o desprestígio das Forças Armadas ou que firam a disciplina ou a
segurança destas;
63. Comparecer o militar da ativa, a qualquer atividade, em traje ou uniforme diferente do
determinado;
64. Deixar o superior de determinar a saída imediata de solenidade militar ou civil, de
subordinado que a ela compareça em traje ou uniforme diferente do determinado;
65. Apresentar-se, em qualquer situação, sem uniforme, mal uniformizado, com o uniforme
alterado ou em trajes em desacordo com as disposições em vigor;
66. Sobrepor ao uniforme insígnia ou medalha não regulamentar, bem como, indevidamente,
distintivo ou condecoração;
67. Recusar ou devolver insígnia, medalha ou condecoração que lhe tenha sido outorgada;
68. Usar o militar da ativa, em via pública, uniforme inadequado, contrariando o Regulamento
de Uniformes do Exército ou normas a respeito;
69. Transitar o soldado, o cabo ou o taifeiro, pelas ruas ou logradouros públicos, durante o
expediente, sem permissão da autoridade competente;
70. Entrar ou sair da OM, ou ainda permanecer no seu interior o cabo ou soldado usando traje
civil, sem a devida permissão da autoridade competente;
71. Entrar em qualquer OM, ou dela sair, o militar, por lugar que não seja para isso designado;
72. Entrar em qualquer OM, ou dela sair, o taifeiro, o cabo ou o soldado, com objeto ou
embrulho, sem autorização do comandante da guarda ou de autoridade equivalente;
73. Deixar o oficial ou aspirante-a-oficial, ao entrar em OM onde não sirva, de dar ciência da
sua presença ao oficial-de-dia e, em seguida, de procurar o comandante ou o oficial de maior
precedência hierárquica, para cumprimentá-lo;
74. Deixar o subtenente, sargento, taifeiro, cabo ou soldado, ao entrar em organização militar
onde não sirva, de apresentar-se ao oficial-de-dia ou a seu substituto legal;
75. Deixar o comandante da guarda ou responsável pela segurança correspondente, de
cumprir as prescrições regulamentares com respeito à entrada ou permanência na OM de civis ou
militares a ela estranhos;
76. Adentrar o militar, sem permissão ou ordem, em aposentos destinados a superior ou onde
este se ache, bem como em qualquer lugar onde a entrada lhe seja vedada;
77. Adentrar ou tentar entrar em alojamento de outra subunidade, depois da revista do
recolher, salvo os oficiais ou sargentos que, por suas funções, sejam a isso obrigados;
78. Entrar ou permanecer em dependência da OM onde sua presença não seja permitida;
79. Entrar ou sair de OM com tropa, sem prévio conhecimento, autorização ou ordem da
autoridade competente;
80. Retirar ou tentar retirar de qualquer lugar sob jurisdição militar, material, viatura, aeronave,
embarcação ou animal, ou mesmo deles servir-se, sem ordem do responsável ou proprietário;
81. Abrir ou tentar abrir qualquer dependência de organização militar, fora das horas de
expediente, desde que não seja o respectivo chefe ou sem a devida ordem e a expressa declaração
de motivo, salvo em situações de emergência;
82. Desrespeitar regras de trânsito, medidas gerais de ordem policial, judicial ou
administrativa;
83. Deixar de portar a identidade militar, estando ou não fardado;
84. Deixar de se identificar quando solicitado por militar das Forças Armadas em serviço ou
em cumprimento de missão;
85. Desrespeitar, em público, as convenções sociais;
86. Desconsiderar ou desrespeitar autoridade constituída;
87. Desrespeitar corporação judiciária militar ou qualquer de seus membros;
88. Faltar, por ação ou omissão, com o respeito devido aos símbolos nacionais, estaduais,
municipais e militares;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 49/156)


89. Apresentar-se a superior hierárquico ou retirar-se de sua presença, sem obediência às
normas regulamentares;
90. Deixar, quando estiver sentado, de demonstrar respeito, consideração e cordialidade ao
superior hierárquico, deixando de oferecer-lhe seu lugar, ressalvadas as situações em que houver
lugar marcado ou em que as convenções sociais assim não o indiquem;
91. Sentar-se, sem a devida autorização, à mesa em que estiver superior hierárquico;
92. Deixar, deliberadamente, de corresponder a cumprimento de subordinado;
93. Deixar, deliberadamente, de cumprimentar superior hierárquico, uniformizado ou não,
neste último caso desde que o conheça, ou de saudá-lo de acordo com as normas regulamentares;
94. Deixar o oficial ou aspirante-a-oficial, diariamente, tão logo seus afazeres o permitam, de
apresentar-se ao comandante ou ao substituto legal imediato da OM onde serve, para cumprimentá-
lo, salvo ordem ou outras normas em contrário;
95. Deixar o subtenente ou sargento, diariamente, tão logo seus afazeres o permitam, de
apresentar-se ao seu comandante de subunidade ou chefe imediato, salvo ordem ou outras normas
em contrário;
96. Recusar-se a receber vencimento, alimentação, fardamento, equipamento ou material que
lhe seja destinado ou deva ficar em seu poder ou sob sua responsabilidade;
97. Recusar-se a receber equipamento, material ou documento que tenha solicitado
oficialmente, para atender a interesse próprio;
98. Desacreditar, dirigir-se, referir-se ou responder de maneira desatenciosa a superior
hierárquico;
99. Censurar ato de superior hierárquico ou procurar desconsiderá-lo seja entre militares, seja
entre civis;
100. Ofender, provocar, desafiar, desconsiderar ou procurar desacreditar outro militar, por
atos, gestos ou palavras, mesmo entre civis.
101. Ofender a moral, os costumes ou as instituições nacionais ou do país estrangeiro em que
se encontrar, por atos, gestos ou palavras;
102. Promover ou envolver-se em rixa, inclusive luta corporal, com outro militar;
103. Autorizar, promover ou tomar parte em qualquer manifestação coletiva, seja de caráter
reivindicatório ou político, seja de crítica ou de apoio a ato de superior hierárquico, com exceção das
demonstrações íntimas de boa e sã camaradagem e com consentimento do homenageado;
104. Aceitar qualquer manifestação coletiva de seus subordinados, com exceção das
demonstrações íntimas de boa e sã camaradagem e com consentimento do homenageado;
105. Autorizar, promover, assinar representações, documentos coletivos ou publicações de
qualquer tipo, com finalidade política, de reivindicação coletiva ou de crítica a autoridades
constituídas ou às suas atividades;
106. Autorizar, promover ou assinar petição ou memorial, de qualquer natureza, dirigido a
autoridade civil, sobre assunto da alçada da administração do Exército;
107. Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em área militar ou sob a jurisdição militar,
publicações, estampas, filmes ou meios eletrônicos que atentem contra a disciplina ou a moral;
108. Ter em seu poder ou introduzir, em área militar ou sob a jurisdição militar, armas,
explosivos, material inflamável, substâncias ou instrumentos proibidos, sem conhecimento ou
permissão da autoridade competente;
109. Fazer uso, ter em seu poder ou introduzir, em área militar ou sob jurisdição militar, bebida
alcoólica ou com efeitos entorpecentes, salvo quando devidamente autorizado;
110. Comparecer a qualquer ato de serviço em estado visível de embriaguez ou nele se
embriagar;
111. Falar, habitualmente, língua estrangeira em OM ou em área de estacionamento de tropa,
exceto quando o cargo ocupado o exigir;
112. Exercer a praça, quando na ativa, qualquer atividade comercial ou industrial, ressalvadas
as permitidas pelo Estatuto dos Militares;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 50/156)


113. Induzir ou concorrer intencionalmente para que outrem incida em transgressão
disciplinar.

ANEXO III
QUADRO DE PUNIÇÕES MÁXIMAS

Quadro de Punições Máximas, referidas no art. 40, que podem aplicar as autoridades definidas nos itens
I, II e § 1o do art. 10 e a que estão sujeitos os transgressores.
Chefe do EME, Comandante, Demais Comandante, Chefe de Subchefe de Comandante
chefes dos chefe ou diretor, ocupantes de chefe ou estado-maior, estado-maior, das demais
órgãos de cujo cargo seja cargos diretor de OM, chefe de Gab, comandante subunidades
direção setorial e privativo de privativos de cujo cargo não privativos de unidade ou de
de oficial-general oficial-general seja privativo de oficial- incorporada, elemento
POSTOS assessoramento de oficial general chefe de destacado
e comandante superior e Cmt divisão, com efetivo
outras punições a
militar de área das demais seção, menor que
E que estão sujeitos
OM com escalão subunidade
autonomia regional,
GRADUAÇÕES administrativa serviço e
assessoria,
ajudante-
geral, subcmt
e subdiretor

Oficiais de carreira
da ativa
20 dias de 30 dias de 15 dias de 25 dias de 20 dias de
30 dias de prisão
prisão detenção prisão detenção detenção repreensão o oficial da reserva
Oficiais da reserva, disciplinar
disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar não-remunerada,
convocados ou
quando convocado,
mobilizados
pode ser licenciado
a bem da disciplina
20 dias de 15 dias de
Oficiais da Res Rem 30 dias de prisão
prisão - prisão - - -
ou reformados disciplinar (3)
disciplinar (3) disciplinar (3)

Aspirantes-a-oficial 30 dias de 30 dias de 25 dias de 20 dias de 8 dias de


exclusão a bem da
e subtenentes da 30 dias de prisão disciplinar detenção prisão detenção detenção detenção
disciplina (2)
ativa disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar

30 dias de
prisão
Sargentos, taifeiros, 30 dias de prisão disciplinar ou 30 dias de 25 dias de 20 dias de 20 dias de
disciplinar ou exclusão a bem da
cabos e soldados da licenciamento a bem da disciplina detenção detenção detenção detenção
licenciamento disciplina (2)
ativa (1) disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar
a bem da
disciplina (1)

Aspirantes-a-oficial
30 dias de
e subtenentes da
30 dias de prisão disciplinar (3) - prisão - - -
Res Rem ou
disciplinar (3)
reformados

Sargentos, taifeiros,
30 dias de
cabos e soldados da
30 dias de prisão disciplinar (3) - prisão - - -
Res Rem ou
disciplinar (3)
reformados

Cadetes e alunos da - Exclusão a bem


EsPCEx da disciplina (2)
30 dias de licenciamento 25 dias de 20 dias de 8 dias de
licenciamento a bem da disciplina detenção a bem da detenção detenção detenção
Alunos de órgão de disciplinar disciplina disciplinar disciplinar disciplinar - Punições
formação de estabelecidas nos
sargentos regulamentos
específicos das
Alunos de órgão de organizações a que
formação de oficial pertencem
da reserva 30 dias de licenciamento 25 dias de
licenciamento a bem da disciplina detenção a bem da detenção repreensão
Alunos de órgão de disciplinar disciplina disciplinar
formação de
reservistas

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 51/156)


OBSERVAÇÕES: (1) Conforme possuam ou não estabilidade assegurada
(2) De acordo com a legislação concernente a conselho de disciplina
(3) Autoridades estabelecidas no § 1o do art. 10 deste Regulamento

2.3 – POSTOS E GRADUAÇÕES

2.3.1. POSTOS E GRADUAÇÕES


Quadro de Postos e Graduações das Forças Armadas

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 52/156)


(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 53/156)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 54/156)
UNIDADE DIDÁTICA 3 - FUNÇÕES DO SARGENTO NO CORPO DE TROPA
3.1 - AUXILIAR DO OFICIAL DE COMBATE À INCÊNDIO

3.1.1. GENERALIDADES
(Norma Técnica 02/2014 – Conceitos básicos de segurança contra incêndio)

3.1.1.2 DEFINIÇÕES

Os objetivos da prevenção são:


a) Proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio;
b) Dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao patrimônio;
c) Proporcionar meios de controle e extinção do incêndio;
d) Dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros; e
e) Proporcionar a continuidade dos serviços nas edificações e áreas de risco.

Esses objetivos são alcançados pelo:


a) Controle da natureza e da quantidade dos materiais combustíveis constituintes e contidos
no edifício;
b) Dimensionamento da compartimentação interna, da resistência ao fogo de seus elementos
e do distanciamento entre edifícios;
c) Dimensionamento da proteção e da resistência ao fogo da estrutura do edifício;
d) Dimensionamento dos sistemas de detecção e alarme de incêndio e/ou dos sistemas de
chuveiros automáticos de extinção de incêndio e/ou dos equipamentos manuais para combate;
e) Dimensionamento das rotas de escape e dos dispositivos para controle do movimento da
fumaça;
f) Controle das fontes de ignição e riscos de incêndio;
g) Acesso aos equipamentos de combate a incêndio;
h) Treinamento do pessoal habilitado a combater um princípio de incêndio e coordenar o
abandono seguro da população de um edifício;
i) Gerenciamento e manutenção dos sistemas de proteção contra incêndio instalado;
j) Controle dos danos ao meio ambiente decorrentes de um incêndio.

3.1.1.2 CONCEITOS GERAIS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

3.1.1.2.1 Propagação de fogo, fumaça e gases quentes no interior das edificações.

O fogo pode ser definido como um fenômeno físico-químico em que ocorre uma reação de oxidação,
emitindo luz e calor.
Devem coexistir quatro componentes para que ocorra o fenômeno do fogo:
1) Combustível;
2) Comburente (oxigênio);
3) Calor;
4) Reação em cadeia.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 55/156)


Figura 1 – Tetraedro do fogo

Figura 2 – Mecanismo de extinção do fogo

Os meios de extinção se utilizam deste princípio, pois agem através da inibição de um dos
componentes para apagar um incêndio.
O combustível pode ser definido como qualquer substância capaz de produzir calor por meio
da reação química.
O comburente é a substância que alimenta a reação química, sendo mais comum o oxigênio.
O calor pode ser definido como uma forma de energia que se transfere de um sistema para outro em
virtude de uma diferença de temperatura. Ele se distingue das outras formas de energia porque,
como o trabalho, só se manifesta num processo de transformação.
Podemos ainda definir incêndio como sendo o fogo indesejável, qualquer que seja sua
dimensão.
Como foi dito, o comburente é o oxigênio do ar e sua composição porcentual no ar seco é de
20,99%. Os demais componentes são o nitrogênio, com 78,03%, e outros gases (CO2, Ar, H2, He,
Ne, Kr), com 0,98%.
O calor, por sua vez, pode ter como fonte a energia elétrica, o cigarro aceso, os queimadores
a gás, a fricção ou mesmo a concentração da luz solar através de uma lente.
O fogo se manifesta diferentemente em função da composição química do material. De outra
maneira, um mesmo material pode queimar de modo diferente em função da sua superfície
específica, das condições de exposição ao calor, da oxigenação e da umidade contida.
A maioria dos sólidos combustíveis possui um mecanismo sequencial para sua ignição. O
sólido precisa ser aquecido, quando então desenvolve vapores combustíveis que se misturam com
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 56/156)
o oxigênio, formando a mistura inflamável (explosiva), à qual igniza-se na presença de uma pequena
chama (ou mesmo fagulha ou centelha) ou em contato com uma superfície aquecida acima de 500°C,
dando origem à chama na superfície do sólido, que fornece mais calor, aquecendo mais materiais e
assim sucessivamente.
Alguns sólidos pirofóricos (sódio, fósforo, magnésio etc.) não se comportam conforme o
mecanismo acima descrito.
Os líquidos inflamáveis e combustíveis possuem mecanismos semelhantes, ou seja, o líquido,
ao ser aquecido, vaporiza-se e o vapor se mistura com o oxigênio, formando a “mistura inflamável”
(explosiva) que ignizam-se na presença de uma pequena chama (ou mesmo fagulha ou centelha),
ou em contato com superfícies aquecidas acima de 500°C, dando origem à chama na superfície do
líquido, que aumenta a vaporização e a chama. A quantidade de chama fica limitada à capacidade
de vaporização do líquido.
Os líquidos são classificados pelo seu ponto de fulgor, ou seja, pela menor temperatura na
qual liberam uma quantidade de vapor que, ao contato com uma chama, produzem um lampejo (uma
queima instantânea).
Entretanto, existe outra classe de líquidos, denominados instáveis ou reativos, cuja
característica é de se polimerizar, decompor, condensar violentamente ou ainda de se tornar auto-
reativo sob condições de choque, pressão ou temperatura, podendo desenvolver grande quantidade
de calor.
A mistura inflamável vapor-ar (gás-ar) possui uma faixa ideal de concentração para se tornar
inflamável ou explosiva, e os limites dessa faixa são denominados limite inferior de inflamabilidade e
limite superior de inflamabilidade, expressos em porcentagem ou volume. Estando a mistura fora
desses limites, não ocorrerá a ignição.
Os materiais sólidos não queimam através de mecanismos tão precisos e característicos como
os dos líquidos e gases.
Nos materiais sólidos, a área específica é um fator importante para determinar sua razão de
queima, ou seja, a quantidade do material queimado na unidade de tempo, que está associado à
quantidade de calor gerado e, portanto, à elevação da temperatura do ambiente. Um material sólido
com igual massa e com área específica diferente, como exemplo de 1 m² e 10 m², queima em tempos
inversamente proporcionais; contudo, libera a mesma quantidade de calor. No entanto, a temperatura
atingida no segundo caso será bem maior.
Por outro lado, não se pode afirmar que isso é sempre verdade. No caso da madeira, observa-
se que, quando apresentada em forma de serragem, ou seja, com áreas específicas grandes, não
se queima com grande rapidez.
Comparativamente, a madeira em forma de pó pode formar uma mistura explosiva com o ar,
comportando-se, desta maneira, como um gás que possui velocidade de queima muito grande.
No mecanismo de queima dos materiais sólidos temos a oxigenação como outro fator de
grande importância.
Quando a concentração em volume de oxigênio no ambiente cai para valores abaixo de 14%,
a maioria dos materiais combustíveis existentes no local não mantém a chama na sua superfície.

3.1.1.2.2 Evolução de um incêndio

A evolução do incêndio em um local pode ser representada por um ciclo com três fases
características:
1) Fase inicial de elevação progressiva da temperatura (ignição);
2) Fase de aquecimento;
3) Fase de resfriamento e extinção;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 57/156)


Figura 3 – Curva temperatura tempo de um incêndio

A primeira fase inicia-se como ponto de inflamação inicial e caracteriza-se por grandes
variações de temperatura de ponto a ponto, ocasionadas pela inflamação sucessiva dos objetos
existentes no recinto, de acordo com a alimentação de ar.
Normalmente os materiais combustíveis (materiais passíveis de se ignizarem) e uma
variedade de fontes de calor coexistem no interior de uma
edificação.
A manipulação acidental destes elementos é, potencialmente, capaz de criar uma situação de
perigo.
Dessa maneira, os focos de incêndio originam-se em locais em que fonte de calor e materiais
combustíveis são encontrados juntos, de tal forma que, ocorrendo a decomposição do material pelo
calor, são desprendidos gases que podem se inflamar.
Considerando-se que diferentes materiais combustíveis necessitam receber diferentes níveis
de energia térmica para que ocorra a ignição, é necessário que as perdas de calor sejam menores
que a soma de calor proveniente da fonte externa e do calor gerado no processo de combustão.
Neste sentido, se a fonte de calor for pequena, ou a massa do material a ser ignizado for
grande, ou ainda sua temperatura de ignição for muito alta, somente irão ocorrer danos locais sem a
evolução do incêndio.
Se a ignição definitiva for alcançada, o material continuará a queimar desenvolvendo calor e
produtos de decomposição. A temperatura subirá progressivamente, acarretando a acumulação de
fumaça e outros gases e vapores junto ao teto.
Há, neste caso, a possibilidade de o material envolvido queimar totalmente sem proporcionar
o envolvimento do resto dos materiais contidos no ambiente ou dos materiais constituintes dos
elementos da edificação. De outro modo, se houver
caminhos para a propagação do fogo, através de convecção ou radiação, em direção aos materiais
presentes nas proximidades, ocorrerá simultaneamente a elevação da temperatura do recinto e o
desenvolvimento de fumaça e gases inflamáveis.
Nesta fase, pode haver comprometimento da estabilidade da edificação devido à elevação da
temperatura nos elementos estruturais.
Com a evolução do incêndio e a oxigenação do ambiente, através de portas e janelas, o
incêndio ganhará ímpeto; os materiais passarão a ser aquecidos por convecção e radiação,
acarretando um momento denominado de “inflamação generalizada – flashover”, que se caracteriza
pelo envolvimento total do ambiente pelo fogo e pela emissão de gases inflamáveis através de portas
e janelas, que se queimam no exterior do edifício.
Neste momento torna-se impossível a sobrevivência no interior do ambiente.
O tempo gasto para o incêndio alcançar o ponto de inflamação generalizada é relativamente
curto e depende, essencialmente, dos revestimentos e acabamentos utilizados no ambiente de
origem, embora as circunstâncias em que o fogo comece a se desenvolver exerçam grande
influência.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 58/156)


Figura 4 – Fase anterior ao flashover – grande desenvolvimento de fumaça e gases, acumulando-se no nível do
teto

A possibilidade de um foco de incêndio extinguir ou evoluir para um grande incêndio depende


basicamente dos seguintes fatores:
1) Quantidade, volume e espaçamento dos materiais combustíveis no local;
2) Tamanho e situação das fontes de combustão;
3) Área e locação das janelas;
4) Velocidade e direção do vento;
5) Forma e dimensão do local.
Pela radiação emitida por forros e paredes, os materiais combustíveis que ainda não
queimaram são pré-aquecidos à temperatura próxima da sua temperatura de ignição. As chamas são
bem visíveis no local.
Se estes fatores criarem condições favoráveis ao crescimento do fogo, a inflamação
generalizada irá correr e todo o compartimento será envolvido pelo fogo.
A partir disso, o incêndio irá se propagar para outros compartimentos da edificação, seja por
convecção de gases quentes no interior da casa ou através do exterior, na medida em que as chamas
que saem pelas aberturas (portas e janelas) transferem fogo para o pavimento superior, quando este
existir, principalmente através das janelas superiores.
A fumaça, que já na fase anterior à inflamação generalizada pode ter-se espalhado no interior
da edificação, se intensifica e se movimenta perigosamente no sentido ascendente, estabelecendo,
em instantes, condições críticas para a sobrevivência na edificação.
Caso a proximidade entre as fachadas da edificação incendiada e as adjacentes possibilitem
a incidência de intensidade crítica de radiação, o incêndio poderá se propagar (por radiação) para
outras habitações, configurando uma conflagração.
A proximidade ainda maior entre habitações pode estabelecer uma situação ainda mais crítica
para a ocorrência da conflagração na medida em que o incêndio se alastrar muito rapidamente por
contato direto das chamas entre as fachadas.
No caso de habitações agrupadas em bloco, a propagação do incêndio entre unidades poderá
se dar por condução de calor via paredes e forros, por destruição destas barreiras, ou ainda através
da convecção de gases quentes que venham a penetrar por aberturas existentes.
Com o consumo do combustível existente no local ou decorrente da falta de oxigênio, o fogo
pode diminuir de intensidade, entrando na fase de resfriamento e consequente extinção.

3.1.1.2.3 Formas de propagação de incêndio

O calor e o incêndio se propagam por três maneiras fundamentais:


1) Por condução, ou seja, através de um material sólido de uma região de temperatura elevada
em direção a outra região de baixa temperatura;
2) Por convecção, ou seja, por meio de um fluido líquido ou gás, entre dois corpos submersos
no fluido, ou entre um corpo e o fluido;
3) Por radiação, ou seja, por meio de um gás ou do vácuo, na forma de energia radiante.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 59/156)
Num incêndio, as três formas geralmente são concomitantes, embora em determinado
momento uma delas seja predominante.

3.1.1.2.4 A influência do conteúdo combustível (carga de incêndio)

O desenvolvimento e a duração de um incêndio são influenciados pela quantidade de


combustível a queimar.

Figura 5 – Propagação por condução (contato direto das chamas)

Figura 6 – Propagação por convecção, em que gases quentes fazem com que ocorram focos de incêndio
em andares distintos

Figura 7 – Radiação de calor de um edifício para outro

Através do combustível, a duração decorre dividindo-se a sua quantidade pela taxa ou


velocidade de combustão.
Portanto, pode-se definir um parâmetro que exprime o poder calorífico médio da massa de
materiais combustíveis por unidade de área de um local, que se denomina carga de incêndio
específica (ou térmico) unitário e corresponde à carga de incêndio específica (fire load density).

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 60/156)


Figura 8 – Material de acabamento interno e móveis de um escritório

Na carga de incêndio estão incluídos os componentes de construção, tais como revestimentos


de piso, forro, paredes, divisórias etc. (denominada carga de incêndio incorporada), além de todo o
material depositado na edificação, tais como peças de mobiliário, elementos de decoração, livros,
papéis, peças de vestiário e materiais de consumo (denominada carga de incêndio temporal).

3.1.1.2.5 A influência da ventilação

Durante um incêndio, o calor emana gases dos materiais combustíveis, que podem ser mais
ou menos densos que o ar, em decorrência da variação de temperatura interna e externa da
edificação.
Essa diferença de temperatura provoca um movimento ascensional dos gases que são
paulatinamente substituídos pelo ar que adentra a edificação por meio das janelas e portas. A partir
disso ocorre uma constante troca entre o ambiente interno e externo, com a saída dos gases quentes
e fumaça e a entrada de ar.
Em um incêndio ocorrem dois casos típicos, que estão relacionados com a ventilação e com
a quantidade de combustível em chama. No primeiro caso, no qual a vazão de ar que adentra ao
interior da edificação incendiada for superior à necessidade da combustão dos materiais, temos um
fogo aberto, aproximando-se a uma queima de combustível ao ar livre, cuja característica será de
uma combustão rápida.
No segundo caso, no qual a entrada de ar é controlada, ou deficiente em decorrência de
pequenas aberturas externas, temos um incêndio com duração mais demorada, cuja queima é
controlada pela quantidade de combustível, ou seja, pela carga incêndio, na qual a estrutura da
edificação estará sujeita a temperaturas elevadas por um tempo maior de exposição, até que ocorra
a queima total do conteúdo do edifício.
Em resumo, a taxa de combustão de um incêndio pode ser determinada pela velocidade do
suprimento de ar, estando implicitamente relacionada com a quantidade de combustível e sua
disposição da área do ambiente em chamas e das dimensões das aberturas. Deste conceito decorre
a importância da forma e quantidade de aberturas em uma fachada.

3.1.1.2.6 Mecanismos de movimentação dos gases quentes

Quando se tem um foco de fogo num ambiente fechado, como exemplo em uma sala, o calor
destila gases combustíveis do material e ainda há a formação de outros gases devido à combustão
dos gases destilados.
Esses gases podem ser mais ou menos densos de acordo com a sua temperatura, à qual é
sempre maior do que a do ambiente e, portanto, possuem uma força de flutuação com movimento
ascensional bem maior que o movimento horizontal.
Os gases quentes vão-se acumulando junto ao forro e se espalhando por toda a camada
superior do ambiente, penetrando nas aberturas existentes no local.
Os gases quentes, assim como a fumaça, gerados por uma fonte de calor (material em
combustão), fluem no sentido ascendente com formato de cone invertido. Esta figura é denominada
"plume".
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 61/156)
Figura 10 – Processo de formação de gases e fluxo básico do ar

De acordo com a quantidade de materiais combustíveis, de sua disposição, área e volume do


local e das dimensões das aberturas, a taxa de queima pode ser determinada pela velocidade de
suprimento do ar.
Entretanto, quando a vazão do ar for superior às necessidades da combustão, então a taxa
de queima não será mais controlada por este mecanismo, aproximando-se, neste caso, à combustão
do material ao ar livre.
No incêndio, devido ao alto nível de energia em que ficam expostos, os materiais destilam
gases combustíveis que não queimam no ambiente por falta de oxigênio. Estes gases
superaquecidos que saem pelas aberturas com temperaturas muito superiores às de sua auto-
ignição, encontram o oxigênio do ar externo ao ambiente e se ignizam formando grandes labaredas.
As chamas assim formadas são as responsáveis pela rápida propagação vertical nos atuais
edifícios que não possuem sistemas de evitá-las.

3.1.1.2.7 A fumaça (Efeitos da fumaça)

Associadas ao incêndio e acompanhando o fenômeno da combustão, em geral aparecem


quatro causas determinantes de uma situação perigosa:
1) Calor;
2) Chamas;
3) Fumaça;
4) Insuficiência de oxigênio.
Do ponto de vista da segurança das pessoas, entre os quatro fatores considerados, a fumaça
é, sem dúvida, a causa de danos mais graves e, portanto, deve ser o fator mais importante a ser
considerado.
A fumaça pode ser definida como uma mistura complexa de sólidos em suspensão, vapores
e gases, desenvolvida quando um material sofre o processo de pirólise (decomposição por efeito do
calor) ou combustão.
Os componentes desta mistura, associados ou não, influem diferentemente sobre as pessoas,
ocasionando os seguintes efeitos:
1) Diminuição da visibilidade devido à atenuação luminosa do local;
2) Lacrimejamento e irritações dos olhos;
3) Modificação de atividade orgânica pela aceleração da respiração e batidas cardíacas;
4) Vômitos e tosse:
5) Medo;
6) Desorientação;
7) Intoxicação e asfixia.
A redução da visibilidade do local impede a locomoção das pessoas, fazendo com que fiquem
expostas por tempo maior aos gases e vapores tóxicos. Estes, por sua vez, causam a morte se
estiverem presentes em quantidade suficiente e se as pessoas ficarem expostas durante o tempo
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 62/156)
que acarreta esta ação. Por isso a importância de se entender o comportamento da fumaça em uma
edificação.
A propagação da fumaça está diretamente relacionada com a taxa de elevação da
temperatura. Portanto, a fumaça desprendida por qualquer material, desde que exposta à mesma
taxa de elevação da temperatura, gerará igual propagação.
Se conseguirmos determinar os valores de densidade ótica da fumaça e da toxicidade na
saída de um ambiente sinistrado, poderemos estudar o movimento do fluxo de ar quente e, dessa
forma, será possível determinar o tempo e a área do edifício que se tornará perigosa devido à
propagação da fumaça.
Dessa maneira, se conseguirmos determinar o valor de Q e se utilizarmos as características
do "plume" (V, g, Q, y, Cp, T), prognosticando a formação da camada de fumaça dentro do ambiente,
será possível calcular o tempo em que este ambiente se tornará perigoso. De outro modo, se o
volume V de fumaça se propagar em pouco tempo por toda a extensão do forro e se fizermos com
que Q seja uma função de tempo, o cálculo do valor de Z pode ser obtido em função do tempo, e
esta equação diferencial pode ser resolvida. Isto permitirá determinar o tempo necessário para
evacuar o ambiente, antes que a fumaça atinja a altura de um homem.
A movimentação da fumaça através de corredores e escadas dependerá principalmente das
aberturas existentes e da velocidade do ar nestes locais. Entretanto, se o mecanismo de
locomoção for considerado em relação às características do "plume", pode-se estabelecer uma
correlação com o fluxo de água. Em casos em que exista um exaustor de seção quadrada menor
que a largura do corredor; e se a fumaça vier fluindo em sua direção, parte desta fumaça será
exaurida e grande parte passará direta e continuará fluindo para o outro lado. No entanto, se o fluxo
de fumaça exaurir-se através de uma abertura que possua largura igual à do corredor, a fumaça será
retirada totalmente.
Foi verificado que quanto mais a fumaça se alastrar, menor será a espessura de sua camada,
e que a velocidade de propagação de fumaça na direção horizontal, no caso dos corredores, está
em torno de 1 m/s e, na direção vertical, no caso das escadas, está entre 2 m/s e 3 m/s.

3.1.1.3 INSTALAÇÕES PREVENTIVAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO

3.1.1.3.1 Sinalização
A sinalização de emergência utilizada para informar e guiar os ocupantes do edifício,
relativamente a questões associadas aos incêndios, assume dois objetivos:
1) Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio;
2) Indicar as ações apropriadas em caso de incêndio.

O primeiro objetivo tem caráter preventivo e assume as funções de:


1) Alertar para os riscos potenciais;
2) Requerer ações que contribuam para a segurança contra incêndio;
3) Proibir ações capazes de afetar a segurança contra incêndio.

O segundo objetivo tem caráter de proteção, e assume as funções de:


1) Indicar a localização dos equipamentos de combate;
2) Orientar as ações de combate;
3) Indicar as rotas de fuga e os caminhos a serem seguidos.

A sinalização de emergência deve ser dividida de acordo com suas funções em seis
categorias:
1) Sinalização de alerta, cuja função é alertar para áreas e materiais com potencial de risco;
2) Sinalização de comando, cuja função é requerer ações que proporcionem condições
adequadas para a utilização das rotas de fuga;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 63/156)
3) Sinalização de proibição, cuja função é proibir ações capazes de conduzir ao início do
incêndio;
4) Sinalização de condições de orientação e salvamento, cuja função é indicar as rotas de
saída e ações necessárias para o seu acesso;
5) Sinalização dos equipamentos de combate, cuja função é indicar a localização e os tipos
dos equipamentos de combate.

Figura 38 – Sinalização de extintores

3.1.1.3.2 Meios de Combate a Incêndio

a) Extintores portáteis e Extintores sobre rodas (carretas)

O extintor portátil é um aparelho manual, constituído de recipiente e acessório, contendo o


agente extintor destinado a combater princípios de incêndio.
O extintor sobre rodas (carreta) também é constituído em um único recipiente com agente
extintor para extinção do fogo, porém com capacidade de agente extintor em maior quantidade.
As previsões destes equipamentos nas edificações decorrem da necessidade de se efetuar o
combate ao incêndio imediato, após a sua detecção em sua origem, enquanto são pequenos focos.
Esses equipamentos primam pela facilidade de manuseio, de forma a serem utilizados por
homens e mulheres, contando unicamente com um treinamento básico.
Além disso, os preparativos necessários para o seu manuseio não consomem um tempo
significativo e, consequentemente, não inviabilizam sua eficácia em função do crescimento do
incêndio.
Os extintores portáteis e sobre rodas podem ser divididos em cinco tipos, de acordo com o
agente extintor que utilizam:
1) Água;
2) Espuma mecânica;
3) Pó químico seco;
4) Dióxido de carbono;
5) Halon.
Esses agentes extintores se destinam a extinção de incêndios de diferentes naturezas.
A quantidade e o tipo de extintores portáteis e sobre rodas devem ser dimensionados para
cada ocupação em função:
1) Da área a ser protegida;
2) Das distâncias a serem percorridas para alcançar o extintor;
3) Os riscos a proteger (decorrente de variável “natureza da atividade desenvolvida ou
equipamento a proteger”).
Os riscos especiais, como casa de medidores, cabinas de força e depósitos de gases
inflamáveis, devem ser protegidos por extintores, independentemente de outros que cubram a área
em que se encontram os demais riscos.
Os extintores portáteis devem ser instalados de tal forma que sua parte superior não
ultrapasse a 1,60 m de altura em relação ao piso acabado, e a parte inferior fique acima de 0,20 m
(podem ficar apoiados em suportes apropriados sobre o piso); Deverão ser previstas no mínimo duas

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 64/156)


unidades extintoras, sendo destinadas para proteção de incêndio em sólidos e equipamentos
elétricos energizados, independentemente da área, do risco a proteger e da distância a percorrer.
Os parâmetros acima descritos são definidos de acordo com o risco de incêndio do local.
Quanto aos extintores sobre rodas, estes podem substituir até a metade da capacidade dos
extintores em um pavimento, não podendo, porém, ser previstos como proteção única para uma
edificação ou pavimento.
Tanto os extintores portáteis como os extintores sobre rodas devem possuir selo ou marca de
conformidade de órgão competente ou credenciado, e ser submetidos a inspeções e manutenções
frequentes.

Figura 39 – Detalhe de instalação de extintores em áreas sujeitas à obstrução

b) Sistema de hidrantes

É um sistema de proteção ativa, destinado a conduzir e distribuir tomadas de água, com


determinada pressão e vazão em uma edificação, assegurando seu funcionamento por determinado
tempo. Sua finalidade é proporcionar aos ocupantes de uma edificação um meio de combate para os
princípios de incêndio no qual os extintores manuais se tornam insuficientes.

Figura 40 – Hidrante

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 65/156)


c) Sistema de mangotinhos

Um outro sistema que pode ser adotado no lugar dos tradicionais hidrantes internos são os
mangotinhos.
Os mangotinhos apresentam a grande vantagem de poder serem operados de maneira rápida
por uma única pessoa. Devido a vazões baixas de consumo, seu operador pode contar com grande
autonomia do sistema.
Por estes motivos, os mangotinhos são recomendados pelos bombeiros, principalmente nos
locais em que o manuseio do sistema é executado por pessoas não-habilitadas (Ex.: uma dona de
casa em um edifício residencial).
O dimensionamento do sistema de mangotinhos é idêntico ao sistema de hidrantes.

Figura 44 – Sistema de mangotinhos

d) Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”)

O sistema de chuveiros automáticos é composto por um suprimento d’água em uma rede


hidráulica sob pressão, em que são instalados, em diversos pontos estratégicos, dispositivos de
aspersão d’água (chuveiros automáticos), contendo um elemento termo-sensível que se rompe por
ação do calor proveniente do foco de incêndio, permitindo a descarga d’água sobre os materiais em
chamas.
O sistema de chuveiros automáticos possui grande confiabilidade para extinção a incêndios,
e se destina a proteger diversos tipos de edifícios.

Figura 45 – Chuveiro automático

Deve ser utilizado em situações:


1) Quando a evacuação rápida e total do edifício é impraticável e o combate ao incêndio é
difícil;
2) Quando se deseja projetar edifícios com pavimentos com grandes áreas sem
compartimentação.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 66/156)
Pode-se dizer que, via de regra, o sistema de chuveiros automáticos é a medida de proteção
contra incêndio mais eficaz quando à água for o agente extintor mais adequado.
De sua performance, espera-se que:
1) Atue com rapidez;
2) Extinga o incêndio em seu início;
3) Controle o incêndio no seu ambiente de origem, permitindo aos bombeiros a extinção do
incêndio com relativa facilidade.

e) Sistema de espuma mecânica

A espuma mecânica é amplamente aplicada para combate em incêndio em líquidos


combustíveis e inflamáveis.
O tipo da espuma, forma e componentes para sua aplicação estão detalhados a seguir.

f) A espuma

A espuma destinada à extinção do incêndio é um agregado estável de bolhas, que tem a


propriedade de cobrir e aderir aos líquidos combustíveis e inflamáveis, formando uma camada
resistente e contínua que isola o ar e impede a saída para a atmosfera os vapores voláteis desses
líquidos.
Sua atuação se baseia na criação de uma capa de cobertura sobre a superfície livre dos
líquidos, com a finalidade de:
1) Separar combustível e comburente;
2) Impedir e reduzir a liberação de vapores inflamáveis;
3) Separar as chamas da superfície dos combustíveis;
4) Esfriar o combustível e superfícies adjacentes.

g) Sistema fixo de CO2

O sistema fixo de baterias de cilindros de CO² consiste de tubulações, válvulas, difusores,


rede de detecção, sinalização, alarme, painel de comando e acessórios, destinados a extinguir o
incêndio por abafamento, através da descarga do agente extintor.
Seu emprego visa a proteção de locais em que o emprego de água é desaconselhável, ou
locais cujo valor agregado dos objetos e equipamentos é elevado nos quais a extinção por outro
agente causará a depreciação do bem pela deposição de resíduos.
Normalmente é recomendado nos locais em que se busca economia e limpeza, e naqueles
em que o custo agente/instalação é inferior do que outro agente extintor empregado.
Possui uma efetiva extinção em:
1) Fogos de classes “B” e “C” (líquidos inflamáveis e gases combustíveis, e equipamentos elétricos
energizados de alta tensão), em:
a) Recintos fechados, por inundação total, em que o sistema extingue pelo abafamento,
baixando-se a concentração de oxigênio do local necessária para a combustão, criando uma
atmosfera inerte;
b) Recintos abertos, mediante aplicação local sob determinada área.
2) Fogos de Classe “A” (combustíveis sólidos):
a) Decorrente de seu efeito de resfriamento nos incêndio em sólidos, em que o fogo é pouco
profundo e o calor gerado é baixo;
b) Nos usos de inundação total, aliados a uma detecção prévia, a fim de evitar a formação de
brasas profundas;
c) Nos usos de aplicação local, leva-se em conta o tipo e disposição do combustível, uma vez
que a descarga do CO² impedirá a extinção nas regiões não acessíveis diretamente pelo sistema.
O sistema não é capaz de extinguir:
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 67/156)
1) Fogos em combustíveis (não-pirofóricos), que não precisam de oxigênio para a sua
combustão, pois permitem uma combustão anaeróbia;
2) Fogos em combustíveis de classe “D” (materiais pirofóricos);
Os tipos de sistema são:
1) Inundação total, em que a descarga de CO² é projetada para uma concentração em todo o
volume do risco a proteger;
2) Aplicação local, em que o CO2 é projetado sobre elementos a proteger não confinados;
3) Modulares, que consiste em um pequeno sistema de inundação total instalado no interior
dos compartimentos dos equipamentos a proteger.

h) Brigada de incêndio
O dimensionamento da Brigada de Incêndio deve atender às especificações contidas nas
instruções adotadas pelo Corpo de Bombeiros, por meio de Norma Técnica.
A população do edifício deve estar preparada para enfrentar uma situação de incêndio, quer
seja adotando as primeiras providências no sentido de controlar o incêndio, quer seja abandonando
o edifício de maneira rápida e ordenada.
Para isso ser possível, é necessário como primeiro passo a elaboração de planos para
enfrentar a situação de emergência que estabeleçam em função dos fatores determinantes de risco
de incêndio, as ações a serem adotadas e os recursos materiais e humanos necessários. A formação
de uma equipe com este fim específico é um aspecto importante deste plano, pois permitirá a
execução adequada do plano de emergência.
Essas equipes podem ser divididas em duas categorias, decorrente da função a exercer:
1) Equipes destinadas a propiciar o abandono seguro do edifício em caso de incêndio.
2) Equipe destinada a propiciar o combate aos princípios de incêndio na edificação.
Em um edifício podemos encontrar uma equipe distinta para cada função, ou que as exerça
simultaneamente.
Tais planos devem incluir a provisão de quadros sinóticos em distintos setores do edifício
(aqueles que apresentem parcela significativa da população flutuante, como em hotéis) que indiquem
a localização das saídas, do quadro sinótico com o texto "você está aqui" e a dos equipamentos de
combate manual no setor.
Por último deve-se promover o treinamento periódico dos brigadistas e de toda a população
do edifício.

i) Planta de Risco

É fundamental evitar qualquer perda de tempo quando os bombeiros chegam ao edifício em


que ocorrer o incêndio. Para isto, é necessário existir em todas as entradas do edifício (cujo porte
pode incidir em dificuldades nas ações dos bombeiros) informações úteis ao combate, fáceis de
entender, e que localizam por meio de plantas os seguintes aspectos:
1) Ruas de acesso;
2) Saídas, escadas, corredores e elevadores de emergência;
3) Válvulas de controle de gás e outros combustíveis;
4) Chaves de controle elétrico;
5) Localização de produtos químicos perigosos;
6) Reservatórios de gases liquefeitos, comprimidos e de produtos perigosos.
7) Registros e portas corta-fogo, que fecham automaticamente em caso de incêndios e
botoeiras para acionamento manual destes dispositivos;
8) Pontos de saídas de fumaça;
9) Janelas que podem ser abertas em edifícios selados;
10) Painéis de sinalização e alarme de incêndio;
11) Casa de bombas do sistema de hidrantes e de chuveiros automáticos;
12) Extintores etc;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 68/156)
13) Sistema de ventilação e localização das chaves de controle;
14) Sistemas de chuveiros automáticos e respectivas válvulas de controle;
15) Hidrantes internos e externos e hidrantes de recalque e respectivas válvulas de controle.

TÍTULO 3.2 - SARGENTO AUXILIAR DE MUNIÇÕES, EXPLOSIVOS E MANUTENÇÃO DE


ARMAMENTO

3.2.1 AUXILIAR DO OFICIAL DE MUNIÇÕES EXPLOSIVOS E MANUTENÇÃO DE ARMAMENTO


(FONTE: Regulamento Interno e dos Serviços Gerais)

Seção XXVII
Do Sargento Auxiliar de Munições, Explosivos e Manutenção de Armamento

Art. 88. O Sgt Aux Mun Expl Mnt Armt, pertencente à 4ª seção do EM da unidade, é o principal auxiliar
do O Mun Expl Mnt Armt, cabendo-lhe as seguintes tarefas:
I - manter-se atualizado com relação aos manuais técnicos em vigor e às orientações da RM;
II - colaborar, como monitor, nas instruções de manutenção de armamento, instrumentos
óticos e manuseio de munição e explosivo;
III - controlar, diariamente, a temperatura e a umidade dos paióis ou depósitos, elaborando os
mapas termo-higrométricos;
IV - orientar a manutenção de 2º escalão do armamento da unidade e o emprego do
ferramental, suprimento e pessoal especializado;
V - realizar, quando determinado, a remoção e a destruição dos engenhos falhados nos
campos de instrução;
VI - manter organizados e atualizados os arquivos de documentos referentes a armamento,
munição e explosivo;
VII - realizar a armazenagem do suprimento Classe V, de forma a permitir a utilização
prioritária dos lotes mais antigos;
VIII - adotar as medidas de segurança que se fizerem necessárias, quanto a reservas, paióis
ou depósitos e ao manuseio por parte do pessoal autorizado;
IX - organizar mostruários e meios auxiliares de suprimento Classe V para serem utilizados
na instrução da unidade;
X - destruir, quando determinado, os elementos da munição e do explosivo condenados em
prova de exame;
XI - auxiliar o O Mun Expl Mnt Armt nos exames e averiguações, nas sindicâncias e nos
pareceres, bem como nas inspeções mensais do estado da munição e do explosivo;
XII - manter o controle físico e do estado de conservação da munição e do explosivo da
unidade, organizando e mantendo em dia um fichário do movimento desse suprimento por lotes de
fabricação e elemento de munição ou explosivo;
XIII - fiscalizar a área do paiol, no tocante à limpeza e conservação;
XIV - entregar, mediante recibo, a munição e/ou o explosivo, necessários à instrução, ao
adestramento, ao emprego da unidade ou subunidade ou por motivos administrativos, por
determinação e sob a supervisão do O Mun Expl Mnt Armt;
XV - receber e conferir a munição e/ou explosivo que tenha que dar entrada no paiol, inclusive
nos dias e horários sem expediente;
XVI - preparar o paiol para receber visitas ou inspeções, conforme orientação do O Mun Expl
Mnt Armt;
XVII - rubricar/assinar todos os documentos que lhe forem confiados elaborar, salvo ordem
em contrário;
XVIII - controlar o pessoal auxiliar, necessário aos trabalhos no paiol; e

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 69/156)


XIX - confeccionar, em modelo próprio, o mapa diário de munição e explosivo, assinando-o e
entregando-o ao O Mun Expl Mnt Armt, para que seja enviado ao SCmt U e permitir a liberação da
tropa ao final do expediente.
Art. 89. A critério do Cmt U, o Sgt Aux Mun Expl Mnt Armt não concorre aos serviços externos
à OM, para melhor cumprir suas tarefas.

3.3 – FURRIEL DA SU

3.3 FURRIEL DA SU
(FONTE: Regulamento Interno e dos Serviços Gerais)

Art. 121. O furriel é o encarregado das atividades relativas ao pagamento do pessoal e ao


arraçoamento da SU.
Art. 122. Ao furriel incumbe:
I - auxiliar no preparo da documentação referente aos vencimentos das praças da SU,
baseando-se nas alterações fornecidas pelo Sgte, já publicadas em BI;
II - organizar e assinar, diariamente, os vales de ração das praças e os de forragem dos
animais da SU, remetendo-os após a aposição do visto pelo Cmt SU;
III - executar os trabalhos de escrituração que lhe forem atribuídos, rubricando-os ou
assinando-os, salvo ordem em contrário; e
IV - manter-se em condições de prestar quaisquer informações relativas ao pagamento do
pessoal da SU.

3.4 – AUXILIAR DO OFICIAL DE TREINAMENTO FÍSICO MILITAR

3.4.1 AUXILIAR DO OFICIAL DE TREINAMENTO FÍSICO


(FONTE: EB20-MC-10.350)

Oficial de Treinamento Físico Militar (OTFM)


a) Planejar, organizar e supervisionar o TFM da OM, garantindo a correta execução da
atividade física planejada, realizando o seu treinamento físico individual em horário alternativo, se
necessário.
b) Adequar, se for o caso, o programa anual de TFM às particularidades de sua OM.
c) Elaborar, em conjunto com o médico, os programas de desenvolvimento de padrões para
os militares com índice não suficiente, nos casos em que não seja
possível a execução do programa anual de TFM.
d) Avaliar se a carga de trabalho físico está adequada à aptidão física dos militares.
e) Acompanhar o TFM dos militares com índice não suficiente, em conjunto com o médico.
f) Elaborar o relatório de avaliação do desempenho físico da OM.
g) Compor a comissão de aplicação do TAF.
h) Compor a comissão de planejamento do TFM alternativo, se para isso for
habilitado.
i) Planejar e dirigir as competições desportivas no âmbito da OM.
j) Planejar, organizar e supervisionar o treinamento das equipes desportivas da OM.
k) Ministrar instruções sobre treinamento físico.
l) Organizar e dirigir atividades desportivas de caráter recreativo com a participação dos
públicos externo e interno.
m) Orientar os demais instrutores e guias quanto aos princípios do TFM.
n) Atentar para que seja respeitada a individualidade biológica dos militares das SU durante a
prática do TFM, mesmo que em detrimento da padronização dos movimentos.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 70/156)
Sargento Auxiliar do OTFM
a) Preparar instalações e material necessários à prática do TFM.;
b) Guardar, conservar materiais desportivos e zelar pelas instalações.;
c) Escriturar a documentação relativa ao TFM;
d) Auxiliar o OTFM em todas as suas atribuições.

TÍTULO 3.5 - AUXILIAR DO OFICIAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA INSTRUÇÃO

3.5.1 AUXILIAR DO OFICIAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA INSTRUÇÃO (OPAI)


(CI 32/1 – Prevenção de Acidentes na Instrução)

a. Introdução
Os tópicos a seguir foram elaborados com base em lições aprendidas. Deverão servir de
referência para a adoção de medidas preventivas por todos os peritos responsáveis, sem o descuido
de outras prescrições relativas à segurança contidas em manuais específicos, ou fundamentadas em
outras experiências bem sucedidas.

b. Emprego de munições, explosivos e artifícios

1) Técnicas de manuseio e manipulação


a) Da responsabilidade
A responsabilidade pela direção do preparo, colocação e acionamento de cargas de
explosivos deve ser atribuída a apenas um militar, no nível de comando adequado.
b) Procedimentos para a atividade de manuseio e manipulação de explosivos:
- afastar dessa atividade os militares com problemas físicos e(ou) psíquicos;
- selecionar e cadastrar o pessoal perito;
- escolher áreas abertas e distantes de instalações (edifícios, residências, etc) e de
equipamentos (viaturas, etc);
- avisar a população próxima da área utilizada, se for o caso (SFC);
- controlar adequadamente o material utilizado, impossibilitando desvios;
- verificar as condições do material, incluindo os respectivos prazos de exames previstos no
T9-1903 (Armazenamento, Conservação, Transporte e Destruição de Munições, Explosivos e
Artifícios) e outros documentos específicos;
- não expor o material ao tempo e à umidade, nem deixá-lo sob a ação dos raios solares por
período maior do que o absolutamente necessário ao transporte;
- empregar ferramentas que não produzam faíscas, tais como as confeccionadas em cobre,
madeira, etc;
- não fumar enquanto estiver manipulando explosivos;
- empregar apenas o pessoal estritamente necessário à atividade, mantendo os demais
participantes além da distância de segurança;
- observar silêncio para não prejudicar a concentração do pessoal envolvido na atividade;
- acionar as cargas somente após a constatação de que a área envolvida esteja sob total
segurança;
- tratando-se de substâncias químicas venenosas, lavar as mãos após manusear o TNT,
dinamites ou outros explosivos, particularmente aqueles exudados e destinados à destruição;
- não inspirar os gases venenosos resultantes da explosão, por serem danosos à saúde;
- não alterar as características de um engenho para utilizá-lo de maneira diferente daquela
para a qual foi projetado. Por exemplo: transformar espoletas comuns em elétricas; e
- na instrução, não usar explosivos, nem manuseá-los ou ficar próximo a eles durante a
aproximação ou no curso de uma tempestade com descargas elétricas.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 71/156)


c) Quanto mais sensível for o explosivo, menor deve ser a quantidade manuseada ou
manipulada e maiores as preocupações com a segurança.

2) Técnicas para emprego de explosivos na simulação de tiros de artilharia, morteiros e


bombas de aviação:
a) A simulação dos efeitos dos tiros de artilharia, de morteiro e de bombas de aviação deverá
ser feita, em princípio, com fogos de artifícios e simulacros de granada.
b) O emprego de petardos de TNT, para tais simulações, poderá ser feito somente em casos
especiais, em área interditada ao trânsito de pessoas, animais e viaturas, e quando autorizado pelo
Cmt OM.
c) Quando autorizado o emprego de petardos de TNT para a simulação supracitada, deverá
ser confeccionado um plano de segurança, com croqui indicando a localização das cargas, dos
acionadores, da área de perigo, da linha de segurança e do pessoal participante.
d) É vedado o acionamento nos seguintes casos:
- em terrenos pedregosos, rochosos ou sujos, que dificultem o balizamento;
- quando o agente acionador não tiver visão sobre o local de detonação;
- em um mesmo ponto, de mais de quatro cargas;
- para o lançamento de fogo com retardo e o emprego de cargas enterradas a menos de 40
(quarenta) cm; e
- para o lançamento de fogo instantâneo com redutores de comprimento inferiores a 100 (cem)
m.
3) Providências quando houver um acidente com munição
a) Caso haja ferido(s), providenciar socorro imediato.
b) Verificar, inicialmente, indícios de imperícia, imprudência ou negligência no emprego do
material ou da munição.
c) Isolar a área e guarnecê-la, deixando-a intacta, para não comprometer prováveis
levantamentos periciais, principalmente se houver vítima(s) fatal(is).
d) Reunir todos os elementos materiais e informativos que possam contribuir para o
esclarecimento do acidente.
e) Suspender o emprego da munição afetada.
f) No mais curto prazo, informar à autoridade imediatamente superior e ao Oficial de Munição
da OM sobre a anormalidade ocorrida.
g) Participar a ocorrência, por escrito, à autoridade imediatamente superior, descrevendo,
pormenorizadamente, as circunstâncias, a área, a data, as testemunhas, as causas prováveis do
acidente, os danos causados e outros detalhes que possam facilitar o esclarecimento do fato.
4) Procedimentos para a destruição de engenhos falhados e limpeza de área
a) Sempre que sejam usados explosivos ou munição real, deve ser previsto o emprego de
uma equipe de destruição de engenhos falhados para proceder à limpeza das áreas, assegurando,
desta forma, a destruição da totalidade dos engenhos falhados.
b) Colocar placas indicativas nos campos de instrução, alertando para o perigo e para a
proibição de entrada de pessoal não autorizado.
c) Sinalizar as áreas onde possam existir engenhos falhados, como granadas de mão, de
bocal, rojões, Gr Can / Mrt, e proibir o trânsito no seu interior.
d) Durante a execução do tiro, o Cmt da tropa encarregada da destruição da munição falhada
deve controlar e, se possível, definir a localização aproximada dos engenhos que não explodiram,
para orientação das futuras atividades de sua equipe.
e) Nas áreas destinadas ao tiro de lança-rojão, de artilharia, de morteiro e de carro de
combate, bem como de mísseis e de foguetes, a limpeza deve ser efetuada após o término dos
referidos exercícios. Nessas áreas, é proibido o trânsito de pessoal não autorizado.
f) A recomendação anterior aplica-se, igualmente, aos exercícios de tiro e de lançamento de
granadas de mão e de bocal, em áreas não destinadas, especificamente, para tal fim.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 72/156)


g) Por ficarem com grande sensibilidade, as munições e os componentes que falharem não
podem ser tocados, devendo ser destruídos por petardos no próprio local. As munições que, devido
a problemas com a carga de projeção, não tenham o seu lançamento consumado, poderão ser
manuseadas com segurança, após a retirada das espoletas.
h) Após os exercícios de tiro, deverá, sempre, ser preparado um relatório a respeito da
destruição dos engenhos falhados.
i) Quando for impossível a destruição total de tais engenhos, o relatório deve indicar as
quantidades e a provável localização daqueles não destruídos, e as razões que impediram a sua
destruição.
j) Na destruição de munição falhada, é proibido(a):
- retardar a destruição de engenhos falhados;
- a tentativa de remoção, desde que a destruição possa ser feita no próprio local;
- a presença de pessoas não habilitadas no local de destruição;
- a tentativa de retirada da escorva ou a desmontagem do engenho falhado por qualquer meio
ou processo;
- a aproximação de pessoal, antes de decorridos trinta minutos, se no processo pirotécnico, a
partir do momento que, normalmente, deveria ter ocorrido a explosão;
- o recolhimento de munição falhada para qualquer finalidade não especificada neste
documento, bem como o seu transporte para o aquartelamento;
- a tentativa de desmontagem de munição falhada; e
- o emprego de pessoal na destruição em número maior do que o estritamente necessário ao
preparo e à execução da destruição, ou à remoção da munição falhada.
k) Os civis residentes nas áreas de instrução, ou próximo a elas, devem ser constantemente
alertados sobre os perigos da munição falhada e orientados quanto à necessidade de informarem à
autoridade militar mais próxima sobre qualquer munição encontrada.
l) Nos campos de instrução, onde possivelmente existam engenhos falhados (“tijolos
quentes”), as OM responsáveis deverão colocar placas indicativas proibindo a entrada de estranhos
e informando à população dos perigos.
5) Transporte de munição
a) A munição deverá ser transportada em cunhetes, cofres, bolsas e porta-carregadores
apropriados. Seus elementos devem estar nos respectivos acondicionamentos e separados de
acordo com sua natureza.
b) Os iniciadores (espoletas, etc) devem ser transportados separadamente das cargas
explosivas, se possível em outra Vtr.
c) Nenhum explosivo ou componente de munição pode ser transportado nos bolsos dos
uniformes.
d) As viaturas destinadas ao transporte de munições e explosivos devem ser vistoriadas antes
de sua utilização, para exame de seus circuitos elétricos, freios, tanques de combustível, estado da
carroceria e dos extintores de incêndio, além da verificação do cano de descarga e da ligação, por
corrente metálica, da carroceria com o solo.
e) Os motoristas devem ser instruídos quanto aos cuidados a serem observados, bem como
sobre o manejo dos extintores de incêndio.
f) As munições e os explosivos devem ser fixados firmemente à viatura e cobertos com
encerado impermeável, não podendo ultrapassar a altura da carroceria.
g) Em quaisquer circunstâncias, é proibido o transporte de cargas escorvadas ou de estopim
armado.
h) Nenhum material e pessoal pode ser transportado na carroceria da viatura, quando esta
estiver transportando munições e explosivos.
i) Quando em comboio, as viaturas deverão manter a distância interveicular de 80 (oitenta) m.
j) Durante a carga ou a descarga de explosivos e munições, as viaturas devem ser
conservadas freadas, engrenadas, calçadas e com motores desligados, a uma distância mínima de
60 (sessenta) m das demais.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 73/156)
k) As cargas e as próprias viaturas devem ser inspecionadas durante os altos previstos para
os comboios e viaturas isoladas; tais altos devem ser realizados em locais afastados de habitações
ou de trânsito de pessoal.
l) Tabuletas visíveis devem ser afixadas nos lados e na parte traseira das viaturas, com os
dizeres “CUIDADO! EXPLOSIVOS”, além de bandeirolas vermelhas na frente e atrás.
m) As viaturas transportando munições ou explosivos não podem ser rebocadas. Quando
necessário, deve ser realizado o transbordo da carga e, durante essa operação, deve ser colocada
uma sinalização, na estrada, a uma distância adequada.
n) Em caso de acidente ou colisão com a viatura que transporta munições e explosivos, a
primeira providência é a retirada da carga para uma área a uma distância mínima de 60 (sessenta)
m das viaturas e de habitações, essas últimas SFC.
o) Em caso de incêndio em viaturas que transportam munições e explosivos, o tráfego deve
ser imediatamente interrompido e estabelecido o isolamento da área em dimensões adequadas à
carga transportada.
p) Para o transporte de munições e explosivos em viaturas com carroceria metálica deve-se
colocar um estrado de madeira sobre a carroceria.
q) O transporte de munição e explosivo em aeronave da Aviação do Exército dar-se-á de
acordo com as normas operacionais do Comando de Aviação do Exército (C Av Ex).

c. Emprego de Armamento Leve

1) Recomendações Gerais
a) O armamento destinado à execução do tiro real, durante o transporte, deve estar
descarregado.
b) Antes ou após a instrução, ou o serviço que empregue quaisquer tipos de cartuchos, deve
ocorrer uma inspeção de armas, munições e equipamentos relacionados com a atividade. A inspeção
deve ser executada no local da atividade pelo instrutor. Nas duas oportunidades indicadas, deve ser
verificada a existência de cartuchos ou corpos estranhos na câmara ou no cano das armas
inspecionadas. A inspeção após a atividade deve incluir o recolhimento de todos os cartuchos e
estojos existentes. O processo para a execução dessas inspeções, quando não previsto nos manuais
técnicos correspondentes, deve ser estabelecido pelos comandos responsáveis.
c) Os comandantes de guarda, por ocasião dos serviços, em reunião com seu pessoal, devem
relembrar, demonstrar e praticar as regras de segurança relativas ao manejo do armamento a ser
empregado.
d) As inspeções de armamento do pessoal de serviço devem ser realizadas em locais
previamente designados, de forma a proporcionar as melhores condições de segurança, seja pelo
isolamento e pela proteção ao pessoal não participante, seja pelo dispositivo de proteção aos
participantes da atividade.
e) O pessoal participante de atividades que incluam a execução de tiro real, mesmo na
condição de assistente, deve usar capacete balístico.
f) Os incidentes de tiro devem ser sanados com a aplicação das regras próprias de cada arma,
e da cautela necessária.
g) O emprego do armamento com munição de festim exige o reforçador apropriado; mesmo
com ele, a arma nunca deve ser apontada e disparada na direção de pessoas a distâncias inferiores
a 10 (dez) metros.
h) O armeiro de cada reserva de armamento deve executar uma rigorosa inspeção na câmara
e nos carregadores de cada arma proveniente de instrução de tiro ou de serviço, independente de
qualquer outra medida anterior de segurança.
i) Após a instrução ou a conclusão de serviço, o armamento deve ser conduzido pelo pessoal,
em forma, diretamente para a respectiva sala d’armas ou reserva, onde, após manutenido, será
guardado.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 74/156)


2) Medidas de prevenção à incidência de ricochetes e de tiros acidentais para fora do estande
de tiro
a) É vedado o uso de alvos com caixilhos metálicos.
b) O responsável pela execução do tiro deverá:
- recomendar previamente a disciplina de tiro, haja vista que o estande não apresenta proteção
total;
- não permitir a execução de tiro pelo pessoal que não tenha atingido o Objetivo Individual de
Instrução (OII) relativo ao Teste da Instrução Preparatória (TIP);
- comandar e controlar o manuseio do armamento, visando a evitar disparos acidentais;
- não permitir que tiros sejam realizados fora da linha de tiro;
- empregar o mínimo de atiradores por monitor (ideal: 3 por 1);
- alertar os atiradores quanto ao controle que devem ter sobre a direção e a horizontalidade
da arma, evitando-se, assim, a realização de “tiros altos”, “tiros baixos” e “tiros laterais”; e
- registrar ao final do tiro, no LIVRO REGISTRO DO ESTANDE, a identificação da OM,
subunidade ou fração que atirou, o nome do Oficial de Tiro e dos monitores, o exercício de tiro
realizado e as anormalidades ocorridas, entre elas a quantidade e a provável localização de projéteis
atirados para fora do estande, reclamações da população, e outras.

3) Encargos de manutenção do estande de tiro


a) Confecção e substituição das armações de madeira dos alvos.
b) Conservação da vegetação, principalmente da grama que reveste o piso e(ou) as laterais
do campo de tiro.
c) Recomposição da altura e da inclinação das bermas, de modo que, da linha de tiro, não se
possa ver os trechos horizontais do terreno da berma até os alvos.
d) Umedecimento periódico das bermas e do talude frontal, de modo a mantê-los fofos,
facilitando a absorção dos projéteis.
e) Proibição de que se ande por cima das bermas, pois sua compactação facilita a ocorrência
de ricochetes.
f) Substituição periódica do madeirame e do isopor dos pára-balas.
g) Pintura periódica das chapas metálicas das bases dos pára-balas, para evitar corrosão.
h) Reparo imediato dos danos causados por impactos nas partes de alvenaria e de concreto.
i) Recolhimento dos alvos e limpeza do campo de tiro imediatamente após a sua utilização.
j) Recomposição do piso do campo de tiro, das bermas intermediárias e do talude frontal,
evitando-se a formação de sulcos e nichos que facilitem a ocorrência de ricochetes.

d. Emprego de canhões, obuseiros e engenhos de lançamento

1) Observações quanto ao tiro com CSR e L Rj


a) Limpeza de campos de tiro à frente das posições de CSR.
b) Para o tiro com o CSR 84mm, no uso de Gr iluminativa, a área posterior ao ponto de
iluminação deverá ser isolada, pois a empenagem da mesma, prosseguindo em sua trajetória, poderá
causar dano na área de impacto.
c) Escolha de alvos e áreas de impacto que não possibilitem o ricochete.
d) Escolha de direção de tiro que, na ocorrência de ricochete, não ofereça risco ao pessoal ou
ao material.
e) Delimitação e isolamento da área de tiro.
f) Delimitação e limpeza da área a ser atingida pelo sopro de retaguarda.
g) Exclusão de posições de tiro próximas a redes de alta tensão.
h) Uso de capacete balístico pelo pessoal participante ou assistente, e afastamento das áreas
consideradas perigosas.
i) Utilização dos dispositivos de segurança das armas e munições.
j) Utilização do protetor auricular para a realização de tiro.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 75/156)
k) Manipulação cuidadosa da munição para o tiro e da munição após nega do disparo.

2) Observações quanto ao tiro com canhões, obuseiros e morteiros


a) Cálculo da flecha máxima e solicitação oportuna, quando for o caso, de interdição do
espaço aéreo.
b) Delimitação e isolamento da área de tiro.
c) Uso de capacete balístico pelo pessoal participante ou assistente.
d) Para o tiro com Mrt 81 mm BRANDT, no cálculo da flecha (tempo/distância) para utilização
de Gr iluminativa, devem ser acrescidos 200 (duzentos) m, porque a empenagem da granada, caindo
na vertical do ponto de iluminação, pode causar dano físico à tropa na área iluminada.
e) Designação de um Oficial de Segurança (OS) por bateria de obuses empenhada no
exercício, para desempenhar as atribuições previstas no Cap 25 do C 6-40 (2º Vol).
f) Atribuição, a um dos OS, da missão de verificar se a área de impactos está livre de pessoal.
e. Emprego de granadas de mão e de bocal
1) A área de lançamento deve ser delimitada e isolada.
2) O lançamento de granada real deve ser precedido de exercícios com granadas inertes.
3) O lançamento exige o uso de capacete balístico para todos os participantes e assistentes.
4) O dispositivo de segurança da granada só deve ser removido no momento do lançamento.
5) Granadas reais não devem ser manuseadas ou manipuladas em ambientes fechados.
6) A verificação de falhas é incumbência obrigatória dos instrutores.
7) No ponto de lançamento, preferentemente em abrigo para dois homens, devem permanecer
apenas o instrutor e um instruendo; os demais participantes permanecem abrigados, observando-se
a distância de segurança mais de 30 (trinta) metros.
8) Antes do lançamento de granadas de bocal, o fuzil deve ser examinado pelo responsável
pela atividade ou por militar competente designado por ele, para a constatação da colocação do
obturador do cilindro de gases na posição Gr.
9) A limpeza das áreas destinadas ao lançamento de granadas de mão e de bocal deve ser
feita ao término de cada jornada de instrução, por equipe selecionada especificamente para essa
atividade.
10) As granadas falhadas devem ser destruídas de acordo com as normas estabelecidas.
f. Emprego do simulacro de granada
1) O simulacro de granada não deve ser empregado como uma granada de
mão, destinando-se apenas a simular o arrebentamento deste tipo de granada, das granadas de Art
e de Mrt.
2) O emprego de simulacro, por isso mesmo, deve ser feito por pessoal selecionado e instruído
para tal atividade.
3) A instrução do pessoal encarregado do lançamento de simulacro de granada deve incluir
as seguintes prescrições:
a) o simulacro não pode ser arremessado sobre pessoas, animais, telhados ou qualquer
material que possa fragmentar-se;
b) deve ser considerado o raio mínimo de segurança de dez metros, a contar do ponto de
explosão;
c) em caso de falha, o simulacro não pode ser recolhido para novo lançamento;
d) o simulacro falhado deve ser destruído com a justaposição de outro, decorridos mais de
três minutos de seu lançamento;
e) após o acendimento do estopim, não deve haver troca de mãos pelo lançador, ou a entrega
do simulacro a outro lançador;
f) o estopim não pode ser encurtado para provocar menor retardo na detonação;
g) não devem ser lançados simulacros acoplados; e
h) não podem ser empregados simulacros com dispositivos de retardo na detonação.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 76/156)


g. Deslocamentos motorizados

1) Quadros das velocidades máximas e distâncias das viaturas operacionais


a) Viaturas sobre rodas isoladas

b) Viaturas sobre rodas em comboio

c) Viaturas sobre lagartas

d) Observações complementares
- Quando os reboques não dispuserem de freio acionado pela viatura tratora, dos valores da
velocidade acima devem ser abatidos em 10 (dez)
Km/h.
- Observar a sinalização de trânsito.
- A velocidade máxima a ser desenvolvida por viaturas não operacionais, em deslocamento
isolado, é determinada pela regulamentação de tráfego civil.
- É obrigatória, quando em deslocamentos, a existência de sinalização nos reboques (lanterna
e luz do freio “PARE”).

2) Dos procedimentos
a) As velocidades constantes dos quadros indicam o máximo permitido em cada situação.
Caberá a quem autorizar a saída da viatura, ou o deslocamento do comboio, fi xar a velocidade
máxima a ser desenvolvida, levando em consideração os seguintes fatores:
(1) experiência do(s) motorista(s);
(2) condições da(s) viatura(s);
(3) características da estrada, tais como piso, desenvolvimento do traçado, número de pistas
e sinalização;
(4) densidade do tráfego civil;
(5) condições atmosféricas;
(6) prescrições legais na área urbana e nas estradas;
(7) situação tática, se for o caso;
(8) peculiaridades da região, como a natureza das obras de arte, a poeira e as travessias de
cursos d’água por meios descontínuos;
(9) determinações do escalão superior; e
(10) outros fatores pertinentes ou constantes do C 25-10.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 77/156)


b) Os comandantes militares de área devem baixar normas reguladoras, atendendo às
peculiaridades das respectivas áreas.
c) Deverá ser afixado no painel da Vtr, em frente ao assento do chefe da Vtr, uma cópia do
quadro de velocidades máximas e das distâncias entre viaturas.
d) A velocidade máxima de um comboio deve constar no documento (Ordem de Movimento,
Ordem de Serviço, Ordem de Instrução, e outros) que autorizar o deslocamento.
e) As viaturas administrativas e as operacionais sobre rodas, quando trafegando isoladas, não
podem se deslocar, nas rodovias, com velocidade abaixo da metade permitida à categoria das
viaturas, expressa pela placa indicadora de velocidade, respeitando-se as condições atmosféricas, a
densidade do tráfego civil e as imposições do policiamento no trecho considerado. A mesma
velocidade mínima deverá ser observada por essas viaturas no acostamento e nas faixas de
aceleração/desaceleração, por ocasião da sua entrada ou saída da pista de rolamento de uma
rodovia.
f) O Regulador de Marcha de um comboio, deslocando-se na primeira viatura da primeira
unidade de marcha, controla a velocidade do deslocamento de todas as viaturas do comboio.
g) As viaturas ambulância, operacionais ou não, em deslocamento isolado, além de prioridade,
gozam de livre trânsito e estacionamento, quando identificadas por dispositivos de alarme sonoro, de
luz intermitente e pelo distintivo de identificação, caso estiverem em serviço de urgência. Quando
não ocorrer o previsto neste subitem, prevalecem os limites máximos estabelecidos nos quadros das
velocidades máximas das viaturas operacionais.
h) A fiel observância dos limites máximos autorizados e do respeito às leis do trânsito é da
responsabilidade dos seguintes elementos:
- do Cmt do comboio, ou de quem for por ele designado para marchar à testa da coluna, e dos
chefes de viaturas; e
- do próprio motorista, quando estiver sozinho.
i) Nenhum responsável poderá alegar, como explicação ou justificativa, o desconhecimento
dos limites máximos autorizados, das ordens particulares do G Cmdo ou da U e das leis de trânsito
em vigor.
j) Nos deslocamentos de viaturas operacionais, em comboio ou isoladas, o chefe da viatura,
obrigatoriamente um oficial ou graduado mais antigo que o motorista, deve deslocar-se na cabine,
ao lado do motorista, e fiscalizar a observância das normas de segurança.
k) Quando em viagens para fora da guarnição, o comandante da missão deverá elaborar um
plano do qual constarão os seguintes detalhes, dentre outros:
(1) telefones de sua OM, de hospitais e de postos da Polícia Rodoviária Federal e(ou) Estadual
ao longo do itinerário;
(2) localização dos principais pontos de parada e disponibilidade de telefones para contatos
com a OM;
(3) relação de itens pertinentes à manutenção da Vtr a serem verificados nos altos-horários e
técnicos;
(4) condutas a serem adotadas em caso de acidentes, tais como:
- socorro aos feridos e pessoas em estado de choque;
- balizamento/isolamento da área para evitar outros acidentes;
- evacuação dos feridos para os hospitais mais próximos; e
- informar à OM, à Polícia Rodoviária Federal e (ou) Estadual e à OM de
PE mais próxima.
l) É impositivo o uso do cinto de segurança nas Vtr Adm.
m) Ao estacionar em terreno inclinado, além dos freios de estacionamento, as Vtr deverão ser
calçadas com cunhas de madeiras entre as rodas de apoio.
n) O Regulador de Marcha de um comboio e o chefe da última Vtr desse comboio devem
portar meios de comunicações para facilitar o controle desse deslocamento e demais providências,
caso ocorra qualquer anormalidade.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 78/156)


3) Habilitação dos motoristas
a) As viaturas não podem ser dirigidas por motoristas que não possuam a Carteira Nacional
de Habilitação e Carteira de Motorista Militar correspondentes às suas classes ou categorias.
b) O uso de reboque exige motorista mais experiente, com treinamento especial e conhecedor
de todas as indicações técnicas e recomendações de conduta auto decorrentes da tração de um
reboque.

h. Deslocamento e instrução com viaturas blindadas

1) Partida, movimento e estacionamento


a) Antes de dar partida na Vtr Bld, o motorista deverá verificar a situação dos trens de
rolamento, de vazamentos e se existe pessoal à frente ou em outra posição de risco.
b) Ao dar partida para o deslocamento da viatura, toda a guarnição deverá estar usando o
capacete.
c) É proibido aos motoristas dirigir Vtr Bld sobre lagartas com a cabeça para fora da escotilha,
sem que esta esteja travada.
d) Durante os deslocamentos, a guarnição de Vtr Bld deve manter a maior parte do corpo no
interior da viatura. Tal procedimento visa à proteção do pessoal caso a Vtr tombe. Duas condutas
servem de orientação:
- caso a Vtr vire, o procedimento mais correto é proteger-se no interior do Bld e, quando em
segurança, procurar sair; e
- em caso de incêndio ou submersão, sair imediatamente do Bld; no primeiro caso, acionar o
sistema contra incêndio.
e) Em locais perigosos ou de difícil acesso, pouco iluminados ou em terrenos sujos e
alagadiços, utilizar guias e balizadores. Em tal situação, não descuidar da segurança desses guias e
balizadores.
f) Em terrenos acidentados, cruzando fossos, tocas ou buracos, reduzir a velocidade a níveis
seguros.
g) O balizamento das viaturas blindadas deve, sempre que possível, ser realizado por dois
elementos, sendo um posicionado na lateral e à frente, e outro na mesma lateral e à retaguarda. A
distância mínima para balizar uma viatura é de 10 (dez) metros.
h) Ao atravessar depressões profundas, o motorista deve assegurar-se de que o canhão não
toque o terreno, a fim de evitar danos ao tubo e, consequentemente, provocar riscos para a
guarnição, por ocasião do tiro.
i) Quando se estacionar nos terrenos inclinados, utilizar, além dos freios de estacionamento,
cunhas de madeira entre as rodas de apoio.
j) Nos estacionamentos, é proibido o pernoite de militares à frente, debaixo ou à retaguarda
das Vtr Bld sobre lagartas ou sobre rodas.
k) Durante a execução de manobras de força, o pessoal deve afastar-se dos cabos de aço,
devido à possibilidade de se romperem.
l) Durante a realização de tiros, além do capacete, a Gu deverá usar protetores auriculares, a
fi m de evitar lesões no tímpano.
m) Evitar manobras de pivoteamento de Vtr BId de lagartas, sempre que possível, bem como
curvas de pequenos raios.

2) Procedimentos das guarnições de VBC


a) O Cmt deverá certificar-se de que todo o pessoal está em posição segura antes de
determinar a partida da Vtr, elevar o canhão ou girar a torre.
b) A torre de VBC somente deve ser girada após prévio aviso do Cmt e do entendimento de
toda a guarnição, o mesmo acontecendo com o fechamento e manipulação de tampas, escotilhas,
rampas e portas.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 79/156)
c) Não ligar a chave geral da torre, a chave da estabilização, nem operar os controles de torre,
até que todo o pessoal esteja em posições seguras e preparado para o movimento da torre ou do
canhão.
d) A cremalheira da torre deve ser verificada antes do giro, para evitar acidentes pessoais e
materiais.
e) Quando o sistema de estabilização for ligado pela primeira vez, podem ocorrer movimentos
na torre e no canhão. Por isso, todo o pessoal deve estar em posição que permita o movimento
inesperado da torre e do canhão, sem provocar acidentes. Durante a operação em sistema
estabilizado, não tente entrar ou sair do compartimento do motorista ou da torre.
f) Os militares da guarnição fora dos seus compartimentos, com o sistema estabilizado, correm
grande risco de vida. O Cmt deve desligar a força da torre antes de permitir que o pessoal da
guarnição deixe os seus compartimentos.
g) Todo combatente blindado deve conhecer as possibilidades e as limitações da sua Vtr.
Deste modo, torna-se inteiramente familiarizado com todos os controles, indicadores, instrumentos e
mudanças de marcha.
h) A guarnição deverá tomar cuidado com os estojos ejetados pelo canhão, tanto por causa
do choque, quanto pela temperatura elevada.
i) O pessoal deverá estar atento para um possível disparo acidental causado pela alta
temperatura das Mtr. Após o tiro, manter as armas abertas.
j) Toda a guarnição da Vtr deverá conhecer o funcionamento das armas e estar em condições
de sanar quaisquer incidentes.
k) Na realização de disparos com granadas fumígenas, as escotilhas devem estar fechadas.

3) Manutenção de blindados
a) Para as atividades rotineiras de manutenção devem ser utilizadas escadas para subir e
descer dos blindados, evitando saltos que podem trazer danos às articulações.
b) Observações quanto ao manejo de solventes, dentre outras:
- uso obrigatório de óculos de proteção e luvas;
- empregá-los em locais ventilados;
- evitar respirar ou permitir o contato com a pele, olhos e roupas;
- não usá-los próximo ao fogo ou a calor excessivo;
- no caso de tonteiras ao manejar solventes, afastar-se imediatamente para local ventilado e
procurar auxílio médico; e
- se o solvente atingir os olhos, lavá-los imediatamente com água limpa e procurar o médico.
c) Tudo deve ser mantido limpo. Sujeira, graxa, óleo e lixo acumulado podem provocar
acidentes e causar sérios problemas.
d) As partes metálicas do veículo devem ser inspecionadas, atentando-se para a ferrugem e
corrosão.
e) Todos os conjuntos devem ser inspecionados quanto a faltas, afrouxamentos, quebras ou
empenamentos, inclusive de rebites, porcas e parafusos.
f) O BId deve ser inspecionado quanto a pinturas rachadas, ferrugem, folgas ou faltas de peças
soldadas.
g) Devem ser verificados o desgaste e sinais de vazamento em mangueiras hidráulicas e de
ar comprimido, certificando-se de que todos os conectores estão apertados.
h) A guarnição da viatura deve conhecer o plano de manutenção de sua OM. A experiência
mostra que muitos acidentes decorrem da falta de observação a regras simples de segurança.
i) As Vtr Bld não devem ter suas superfícies enceradas ou lubrificadas, pois as possibilidades
de acidentes por quedas aumentam.

4) Emprego de equipamentos e uniformes


a) A guarnição de Vtr Bld não deve permanecer no interior do veículo portando cintos com
equipamentos, suspensórios, coldre axilar, anéis, relógios, cordões e correntes de pescoço ou de
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 80/156)
pulso e outros apetrechos que possam prender em partes do chassis, possibilitando a ocorrência de
acidentes de trabalho.
b) O uniforme utilizado deve ser o macacão.

5) Escola da guarnição
a) A guarnição somente embarca na viatura pela frente da mesma e mediante ordem do mais
graduado. Exceção para a realização do tiro real, quando o embarque deverá ser feito pela lateral e
após ordem do mais graduado da viatura.
b) É proibida a passagem de pessoal, a uma distância menos que 5 (cinco) m, entre viaturas
paradas ou em movimento, tanto pelas laterais quanto pela frente ou retaguarda.

6) Comunicações
a) Em locais onde há, em baixa altura, grande quantidades de cabos energizados, as antenas
dos equipamentos de comunicações (Eqp Com) devem ser mantidas abaixadas.
b) A transmissão rádio em dias de tempestade deve ser restrita, em virtude de a possibilidade
de descargas elétricas atingirem os radio operadores.
c) A guarnição não deve tocar as antenas durante a operação dos equipamentos de alta
potência.
d) A correta instalação do Eqp Com deve ser verificada, para que sejam evitados danos ao
material e ao pessoal no transcurso das atividades.
e) Não desconectar ou conectar qualquer equipamento elétrico com a força ligada.

7) Emprego dos equipamentos laser e infravermelho


a) O manuseio de equipamentos laser deve ser feito com o máximo de cuidado e segundo as
normas de utilização.
b) Não se deve olhar para o feixe ou apontá-lo para superfícies espelhadas. O laser é perigoso
e pode causar cegueira, tanto diretamente quanto refletido. Para minimizar a possibilidade de
qualquer acidente, a guarnição deve ser treinada antes de operar o equipamento. É terminantemente
proibida a adaptação de apontadores laser nas armas durante os exercícios de dupla ação.
c) O laser só pode ser usado em locais aprovados e designados para sua operação.
d) As precauções requeridas para o emprego das armas de fogo devem ser reforçadas quando
operando o laser.
e) Os operadores de laser devem atirar apenas em alvos preparados para o tiro e não em
superfícies espelhadas ou compostas por vidros planos.
f) Para garantir a segurança do pessoal contra as reflexões difusas, o laser não pode ser
disparado em alvos a menos de 10 (dez) m.
g) Instrumentos ópticos, tais como lunetas, periscópios e binóculos, não devem ser utilizados
para observar a área de alvos de laser, a menos que todas as superfícies espelhadas tenham sido
removidas dos alvos, ou que sejam utilizados filtros de segurança para laser.
h) Não se deve olhar para faróis de infravermelho, devido à possibilidade de danos à visão.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 81/156)


8) Cuidados com o monóxido de carbono
a) O monóxido de carbono é um gás incolor, inodoro e venenoso que pode levar à morte
quando aspirado, pois causa sufocamento. A exposição ao monóxido de carbono causa os seguintes
sintomas: dor de cabeça, tontura, perda do controle muscular e coma. A exposição ao gás pode
resultar em danos permanentes ao cérebro e até em morte.
b) O monóxido de carbono está presente nos gases de exaustão de queima de combustível,
nos motores de combustão interna, e nos gases provenientes do tiro. O gás pode tornar-se
perigosamente concentrado sob condições de ventilação inadequada. As precauções a seguir,
dentre outras, devem ser observadas para garantir a segurança do pessoal no tiro e sempre que o
motor for operado, para fins de manutenção ou no seu uso tático.
(1) Nunca operar o motor em área fechada sem que esteja adequadamente ventilada.
(2) Nunca manter o motor em marcha lenta sem que haja ventilação no interior do veículo. Se
a situação tática permitir, abra as escotilhas.
(3) Nunca atirar com o canhão ou com a metralhadora coaxial sem ligar o exaustor ou abrir a
escotilha do comandante.
(4) Manter-se alerta durante a operação da viatura blindada para a existência de odores de
exaustão e para sintomas de exposição ao monóxido de carbono. Se alguns deles estiverem
presentes, ventilar imediatamente os compartimentos de pessoal. Se os sintomas persistirem,
remover o pessoal afetado da viatura, tratando-o como se segue:
- colocá-lo em local arejado;
- não permitir esforços físicos; e
- realizar a respiração artificial, se necessário.
c) A melhor defesa contra o envenenamento por monóxido de carbono é a ventilação
adequada.

9) Reabastecimento
a) Não permita chamas ou centelhas na área de reabastecimento e designe um homem com
extintor de incêndio para ficar em condições de sanar qualquer problema.
b) Nunca entre em um veículo em chamas para tentar combater o fogo ou desligar o motor;
isto pode resultar em mortes ou ferimentos graves.
c) Todos os Cmb BId devem ter os procedimentos de combate a incêndio de sua viatura
memorizados e treinados.

10) Munições
a) Só utilize munições específicas para o armamento de sua viatura.
b) Munições explosivas ou partes contendo explosivos devem ser manuseadas
cuidadosamente.
c) Elementos como explosivos, estopilhas e espoletas são particularmente sensíveis ao
choque e à alta temperatura.
d) A munição ou suas partes não devem ser derrubadas, jogadas, tombadas ou arrastadas.
e) As munições APDS-T, TPDS-T e HEAT-T não podem ser atiradas por sobre tropas amigas,
a menos que estas estejam protegidas por cobertura adequada. As tropas poderão ser atingidas
pelas partes desconectadas. A área de perigo se estende até 1 000 (mil) m à frente do canhão e 70
(setenta) m para cada lado da trajetória. O tiro de APFSDS-T não pode ser disparado por sobre a
tropa amiga, em caso algum.
f) Ao carregar a munição no canhão, evite atingir a estopilha no estojo. Mantenha a munição
fora do alcance do recuo da culatra. Se alguma munição for atingida pelo recuo da culatra, não deverá
ser utilizada em hipótese alguma.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 82/156)


i. Operações com helicópteros

1) Normas para o emprego da Aviação do Exército


a) Apoio médico em missões com a Av Ex
(1) A OM que solicitar missões aéreas deverá tomar as providências abaixo, a vigorarem
desde a chegada das aeronaves ao local preestabelecido e até o início do seu deslocamento de
regresso:
(a) manter uma ambulância ECD ser acionada, no caso de ocorrência de emergência
aeronáutica; e
(b) manter uma equipe composta de um Oficial Médico, um Sargento Enfermeiro e um Cabo
Padioleiro, em prontidão permanente, durante o desenrolar das operações aéreas.
(2) A ambulância deverá permanecer equipada, com pessoal e material para atendimento de
urgência e(ou) emergência, durante todo o tempo em que houver atividade aérea.
(3) A equipe médica deverá estar bem familiarizada com as técnicas de atendimento a
politraumatizados e a pacientes queimados, além de ficar em condições de deslocar-se, a qualquer
momento, para o atendimento do acidentado aeronáutico.
(4) A Seção de Saúde da OM solicitante deverá possuir uma relação de organizações de
saúde, civis e militares, da região onde ocorrerá a missão aérea, constando:
- nome do hospital;
- endereço completo e telefone;
- capacidade em leitos;
- especialidades médicas;
- se há ou não CTI/UTI;
- bloco cirúrgico e cirurgiões; e
- se há condições de atender queimados.
(5) A Seção de Saúde da OM solicitante deverá elaborar um Plano de Evacuação Médica, por
via terrestre, e outro para Evacuação Aeromédica (EVAM), para organizações hospitalares mais
distantes que possuam maior capacidade técnico-científica.
(6) O Plano de EVAM deverá ser debatido com o comandante da missão aérea, na primeira
oportunidade antes do início do emprego, para sanar eventuais dúvidas.
(7) Sempre que houver um acidente aeronáutico, tal fato deverá ser comunicado ao COTER
e aos C Mil A, logo que possível, obedecendo à cadeia de comando, para as providências que se
fizerem necessárias.
b) Ação inicial em caso de sinistro com aeronaves. Com vistas à preservação das evidências
necessárias ao processo de investigação de acidente aeronáutico a ser conduzido por elementos
especializados, as OM deverão estar em condições de tomar as providências abaixo relacionadas,
por ocasião da ação inicial em sinistros envolvendo aeronaves da AvEx ou outras, quando solicitado:
(1) caso necessário, adotar as medidas possíveis para o salvamento das vítimas do acidente
e as que possam evitar um mal maior, independentemente da preservação dos indícios;
(2) adotar as medidas de combate a incêndio e de proteção às cargas perigosas. Caso
necessário o destanqueamento de combustível para evitar focos de incêndio, reservar pequena
parcela de cada tanque, aproximadamente três litros, em recipiente próprio devidamente identificado;
(3) isolar o local do acidente e a área dos destroços da(s) Anv, evitando a aproximação de
estranhos;
(4) evitar a remoção de cadáveres e de componentes da Anv. Na impossibilidade, fotografá-
los antes da remoção e, posteriormente, demarcar o local onde se encontravam;
(5) proteger e preservar as marcas de impacto feitas pela Anv em qualquer superfície;
(6) relacionar as testemunhas, registrando o seu posicionamento no momento do acidente, e
os respectivos endereços;
(7) proteger os destroços da(s) Anv contra as intempéries; e
(8) executar ampla cobertura fotográfica do ambiente do acidente e dos destroços, bem como
a filmagem dos mesmos.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 83/156)
2) Procedimentos básicos
a) Os militares que forem embarcar em helicóptero deverão estar dês cobertos ou de capacete
e jugular; posicionados a uma distância mínima de 15 (quinze) m do ponto de toque da aeronave; e
com os equipamentos individuais perfeitamente ajustados.
b) Deverá ser evitada a circulação de pessoas ou veículos nas áreas de pouso e decolagem.
Estas deverão ser mantidas livres de objetos soltos, como latas vazias, caixotes ou placas diversas.
c) Os militares armados deverão manter suas armas travadas, mesmo em exercício ou
empregando munição de festim.
d) As ferramentas, as antenas, o armamento e outros objetos compridos deverão ser
conduzidos na posição horizontal e abaixo da linha da cintura.
e) Caso o embarque seja efetuado com os rotores em funcionamento, a aproximação para a
aeronave deverá ser efetuada pelo campo de visão dos pilotos. Além disso, se em terreno inclinado,
pelo lado mais baixo do terreno, mantendo-se, sempre, afastado do rotor de cauda.

f) É proibido fumar no interior do helicóptero ou em suas proximidades.


g) O material a ser transportado deverá estar perfeitamente acondicionado, impedindo-se
transtornos diversos, como vazamentos ou perfurações na estrutura da aeronave.
h) Ao embarcar numa aeronave, coloque de imediato o cinto de segurança, mantendo-o
afivelado até o desembarque; mantenha junto de si o material ou o equipamento que esteja
conduzindo; e evite tocar nos pára-brisas e nas alavancas de travamento das portas e carenagens.
i) Antes de fechar a porta da aeronave, certifique-se da inexistência de cintos de segurança
para fora da mesma.
j) O desafivelamento do cinto de segurança, a abertura da porta da aeronave e o seu
abandono só deverão ser executados após a aquiescência da tripulação.
k) Quando do desembarque de uma aeronave com os rotores em funcionamento, afaste-se
da mesma dentro do campo de visão dos pilotos e com o tronco levemente inclinado para baixo.
l) Ao desembarcar de um helicóptero com os rotores em funcionamento, fazê-lo de maneira
cautelosa, mesmo estando com pressa.
m) Com a finalidade de atenuar o nível de ruído existente no interior do helicóptero em
funcionamento, é imprescindível a utilização de proteção auditiva como algodão, abafadores de ruído
ou outros dispositivos.
n) Em qualquer situação deve-se estar atento às orientações da tripulação.

3) Outros procedimentos
a) Em qualquer situação de emergência, manter-se calmo, com o cinto de segurança afivelado
e atento às orientações da tripulação.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 84/156)
b) No caso de pouso forçado, permanecer a bordo até a parada completa dos rotores.
c) No caso de pouso forçado na água, a fi m de facilitar a orientação por ocasião do abandono
do helicóptero, voltar-se para o local de saída; segurar com uma das mãos a fivela do cinto e, com a
outra, qualquer parte do aparelho; aguardar a imersão da aeronave e a parada total dos rotores,
caracterizada pela ausência de ruídos; soltar o cinto de segurança e abandonar o aparelho.
d) A tropa deverá ser instruída sobre aspectos de segurança nas operações com helicópteros,
antes de executá-las. Caso isso não tenha sido possível, o comandante da fração de helicópteros
deverá ser informado.
e) Na instrução de embarque/desembarque de tropa, antes da prática em vôo, a tropa deverá
receber uma instrução preliminar junto ao helicóptero, ministrada pela tripulação da aeronave.
f) Quando em missões administrativas, os passageiros deverão ser previamente instruídos
quanto aos procedimentos de segurança durante o vôo.
g) É da responsabilidade da tropa que aguarda o pouso de helicópteros em locais públicos
prover a segurança necessária do local de aterragem, evitando a aproximação de pessoas enquanto
a aeronave estiver em funcionamento.
h) O militar que for escalado para orientar o pouso de um helicóptero do Exército deverá
possuir um dos seguintes pré-requisitos:
(1) possuir o Estágio de Operações Aeromóveis; ou
(2) ter recebido instrução prática de orientação de helicópteros ministrada por elementos da
Aviação do Exército ou por militares possuidores do Estágio de Operações Aeromóveis.
i) A tarefa de enganchamento de carga externa deverá ser feita por militar especialista da
Aviação do Exército. Na impossibilidade, o enganchador deverá receber instruções específicas
ministradas por elementos da Aviação do Exército.
j) Para o transporte de munição e explosivos em aeronaves da Aviação do Exército, devem
ser atendidas as normas operacionais específicas baixadas pelo Comando de Aviação do Exército.

j. Defesa química

1) O emprego de qualquer agente químico em atividade de instrução individual ou de


adestramento deve ser precedido de um exame completo de suas características, efeitos e,
particularmente, dos cuidados especiais para não colocá-lo em contato com outras substâncias
capazes de transmudar tais características e efeitos, criando perigo para o pessoal participante.
2) As instruções de Defesa Química, no caso de utilização do agente
ortoclorobenzilmalononitrilo-CS, não devem ser ministradas, em caso de mau tempo, a céu aberto,
pois a mistura de CS com água produz o ácido clorídrico, altamente vesicante.
3) Nenhum produto químico pode ser passado sobre a pele.
4) A utilização de câmara de gás na instrução exige:
- uso exclusivo de CS, sem associá-lo a fumígenos;
- utilização obrigatória de máscara contra gases;
- presença de instrutor ou monitor no interior das câmaras, durante a passagem dos
instruendos;
- controle da densidade do gás no interior das câmaras, de acordo com os limites de
segurança previstos;
- presença de uma equipe de primeiros socorros; e
- desinfecção de todo equipamento e material empregados, após a sua utilização.
5) Está proibida a passagem de instruendos em túneis de gás.
6) Severo controle dos produtos químicos utilizados deve ser observado, a fim de se evitar
desvios de material.

k. Marchas e estacionamentos

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 85/156)


1) Na seleção do itinerário de marcha de qualquer tipo, deve-se evitar, sempre que possível,
as vias de tráfego intenso ou difícil. Não sendo possível essa medida, cuidados especiais devem ser
observados.
2) Em princípio, quando não houver determinação específica, as unidades de valor batalhão
devem executar as marchas centralizadas, tendo como unidades de marcha as subunidades.
3) Ligações devem ser estabelecidas entre todos os integrantes da coluna de marcha, de
modo que seu comandante, continuamente, seja informado da situação existente.
4) As marchas noturnas exigem cuidados especiais, como o emprego de equipamentos de
sinalização à distância.
5) O estacionamento de uma OM ou de seus elementos deve manter-se em ligação com o
seu aquartelamento ou, na sua impossibilidade técnica, com o local mais próximo de onde possam
ser providenciados socorros adequados em caso de acidentes.
6) Escolta de órgãos especializados (Polícia Rodoviária Federal e(ou) Polícia Rodoviária
Estadual) deve, sempre que possível, ser solicitada.
7) Em qualquer estacionamento deve ser mantida uma equipe de primeiros socorros. Essa
equipe deve dispor de soro antiofídico e de medicamentos específicos contra mordedura ou picada
de animais peçonhentos existentes na região.
8) Em função das condições climáticas, da vegetação existente na região, de atividades da
tropa e das características dessas atividades, devem ser adotadas medidas adequadas de prevenção
e de combate a incêndio.

l. Pontagem e embarcações

1) Grande número de acidentes durante as manobras de pontagem e de aparelhos de força


decorre, na realidade, da inobservância das regras técnicas constantes dos manuais.
2) Antes do lançamento, os bujões de escoamento das embarcações de manobra devem ser
abertos para o escoamento da água dos porões, praças de máquinas, etc.
3) Coletes salva-vidas (em bom estado e dentro do prazo de validade) devem ser
obrigatoriamente empregados pelo pessoal em pontões, portadas, pontes, botes e lanchas.
4) Todo bote deverá possuir uma bóia de sinalização.
5) Cabos e amarras das portadas e partes de pontes e embarcações não podem permanecer
arrastando na superfície da água.
6) Deve ser designada uma turma de salvamento e segurança, localizada à jusante da ponte.
Essa turma deve estar equipada com um bote a motor e com uniforme diferente do pessoal
empregado. Seus integrantes devem ser bons nadadores e estar convenientemente equipados para
salvamento.
7) O operador de motor de popa deve estar apto a efetuar pequenos reparos, principalmente
a troca de pino da hélice.
8) Toda embarcação deverá navegar sob as ordens de um chefe, que é o responsável pela
disciplina e pela segurança.
9) As portadas não devem ser sobrecarregadas. Quando operam em água rasa ou de
correnteza veloz, a capacidade regulamentar das portadas deve ser reduzida, obedecendo aos
dados técnicos constantes dos manuais específicos.
10) A água no interior dos suportes flutuantes deve ser continuamente baldeada, para mantê-
los sempre vazios.
11) As portadas devem ser ligadas aos empurradores e às embarcações de manobras com
amarras de boa qualidade e de diâmetro igual ou superior a 3/4”.
12) As portadas devem ser equipadas com motores de popa de potência suficiente para sua
operação, de acordo com as especificações constantes do manual técnico de cada equipagem.
13) Os motores de popa devem ser amarrados aos verdugos.
14) As âncoras devem estar sempre armadas e preparadas para o lançamento em caso de
emergência.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 86/156)
15) Toda portada ou parte de ponte deve ser equipada com motores sobressalentes, de
potência suficiente para evitar que se desgarre.
16) Na correnteza de velocidade igual ou superior a 5 (cinco) pés/s [1,5 (um e meio) m/s] e
em águas turbulentas, as portadas devem ter a capacidade reduzida, e as amarras e os cabos de
âncora retesados fortemente aos pontos de ancoragem ou em embarcações de manobra, durante
os embarques, os desembarques e a navegação.
17) Os embarques e desembarques em portadas, por se constituírem em momentos críticos
da navegação, devem receber especial atenção dos responsáveis pelas portada.

m. Técnicas especiais de combate

1) Recomendações iniciais
a) Os acidentes na execução de técnicas especiais de combate acarretam, normalmente,
consequências graves para seus agentes. Essa constatação impõe, assim, uma cuidadosa
preparação das atividades que envolvam a execução dessas técnicas, incluindo um
acompanhamento cerrado das mesmas pelo pessoal da segurança.
b) A execução de técnicas para a transposição de obstáculos exige medidas de segurança
adequadas, em face da possibilidade de quedas.
c) As atividades na água, onde houver a possibilidade de afogamento do pessoal participante,
exigem o emprego de coletes salva-vidas. A inexistência deste equipamento obriga os responsáveis
a adotar medidas preventivas envolvendo botes, bóias e pessoal de salvamento, em condições de
prestar o socorro necessário. Os instruendos não nadadores deverão ser identificados e os cuidados
com a sua segurança deverão ser redobrados.
d) Em atividades como montanhismo e paraquedismo, devem ser empregados os
equipamentos necessários e indicados à execução das técnicas. Além disso, devem ser adotadas
medidas especiais e adequadas de segurança e de primeiros socorros aos acidentados.

2) Patrulhas
a) Preferentemente deverão ser realizadas em campos de instrução. A autorização para
utilizar áreas particulares será encargo do Cmdo da Gu, que regulará o assunto.
b) Caso seja autorizado o uso de áreas particulares, deve-se contactar com o proprietário, ou
responsável pela área, com bastante antecedência, e informar ao mesmo o tipo do exercício, data,
horários e as providências relativas à segurança. Na oportunidade, informar aos moradores próximos
aos locais onde possam ocorrer ações, principalmente se forem à noite, bem como informar aos
vigias, capatazes, empregados, guardas ou rondantes, a fim de evitar mal entendidos.
c) Os itinerários devem ser minuciosamente reconhecidos pelos instrutores, antes dos
lançamentos de patrulhas noturnas, quanto aos seguintes aspectos, dentre outros:
- cursos d´água, lagos, pântanos ou outros obstáculos interpostos à tropa e que possam
redundar em riscos para as patrulhas;
- cisternas, poços ou suspiros de minas subterrâneas;
- passagens em rodovias movimentadas, povoados, passagens sob ferrovia; e
- locais onde possam existir engenhos falhados (polígonos de tiro). Esses locais perigosos
devem ser balizados ou mesmo interditados, conforme o grau de risco.
d) Restringir ao máximo o contato físico entre tropas e figuração, de modo a impedir incidentes
que resultem em quaisquer prejuízos à integridade física ou moral dos participantes.
e) Evitar encostar-se em cercas de arame ou abrigar-se sob árvores altas e isoladas, durante
tempestades com descargas elétricas.

3) Pistas de cordas
a) Na execução do cabo aéreo ou tirolesa (Cap 9 do C 21-78) deverão ser observados os
seguintes aspectos, dentre outros:
- os instrutores e monitores deverão testar o dispositivo antes dos instruendos;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 87/156)
- prever segurança alternativa para o caso da roldana travar durante o percurso;
- verificar se estão em boas condições o “cabo trilho”, a roldana e o mosquetão; e
- prever segurança embaixo, caso o instruendo tenha que saltar na água.

b) Para o cabo submerso:


- escolher um local adequado para realizar o exercício (margens suaves, pouca correnteza,
fundo firme);
- passar um instruendo de cada vez;
- treinar os instruendos em um local raso antes de levá-los ao ponto de passagem; e
- tracionar o cabo adequadamente, de maneira a facilitar a passagem dos instruendos.
c) Para a falsa baiana:
- tracionar o cabo inferior (de preferência cabo-de-aço) e a corda superior;
- dimensionar a altura de tal maneira que todos os instruendos consigam passar; e
- prever segurança para evitar a queda do instruendo na água. O mesmo procedimento deverá
ser observado para o “comando crawl”.

4) Navegação em botes
a) Todas as embarcações empregadas em qualquer deslocamento fluvial, inclusive as
voadeiras, deverão:
- ter um chefe, responsável pela disciplina, emprego e segurança da mesma;
- estar com pelo menos 03 (três) militares da tropa embarcados;
- manter sua guarnição sempre vigilante e atenta à aproximação de embarcações;
- observar a segurança individual - como o uso de coletes salva-vidas por todos os
embarcados, inclusive o piloto, e todos com os coturnos amarrados com soltura rápida;
- empregar cordões longos para fixar o Armt às embarcações, de modo a não prejudicar a sua
pronta utilização e evitar o seu extravio;
- manter amarrados, ao centro da mesma, as mochilas e demais Eqp; e
- manter, também amarrados, o motor, inclusive o reserva se houver, o tanque de combustível,
etc.
b) Não empregar um motor mais potente que o recomendado pelo fabricante.
c) Não ficar em pé em embarcação pequena, em movimento, e não permitir que os
passageiros também o façam.

d) Caso ocorra um acidente com a embarcação, permanecer na margem, próximo ao local do


sinistro, até a chegada do socorro.
e) Conhecer a capacidade de carga da embarcação e não sobrecarregá-la. O peso dos
passageiros e da carga, incluindo o equipamento, e não o número de lugares, determina a
capacidade segura de carga para a embarcação.
f) Deixar em sua unidade um plano de navegação ou itinerário detalhado para onde você está
indo e quando você estima retornar.
g) Verificar a previsão meteorológica; ter cuidado com a aproximação de tempestades e voltar
para a margem ao primeiro sinal de águas revoltas.
h) Carregar no mínimo 02 (dois) remos no interior da embarcação.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 88/156)
i) Não permitir o uso de fumo no interior da embarcação.
j) Conduzir uma bolsa de primeiros socorros.
k) Não ultrapassar a capacidade da embarcação.
l) Escolher, para o caso de desembarque de tropas em exercícios, praias ou locais rasos.
Estes locais deverão ser selecionados e balizados durante o reconhecimento.
m) Alertar os ocupantes do bote que o desembarque deverá ser feito após a abicagem e após
o comando subsequente.
n) Redobrar os cuidados para a navegação à noite.

5) Transposição de cursos d’água


Na utilização de meios de fortuna, verificar os seguintes aspectos:
- separar os não-nadadores e treiná-los individualmente em local raso, antes da passagem
propriamente dita;
- reforçar as medidas de segurança, inclusive destinando-lhes coletes salva-vidas; e
- em caso de evidente dificuldade do instruendo em realizar atividades na água, não obrigá-lo
a passar. Para que ele atinja esse OII, poderá ser adestrado progressivamente, durante o seu tempo
de serviço militar.

6) Ocupação de postos de bloqueio e controle de estradas (PBCE)


a) Em exercícios, ou mesmo em operações apoiando órgãos públicos federais ou estaduais,
os Cmt, em todos os níveis, devem lembrar à tropa os seguintes cuidados:
- não apontar armas diretamente para as pessoas abordadas ou transeuntes pacíficos;
- as armas deverão estar travadas e não se deve admitir disparos acidentais, mesmo com
festim; e
- não empregar violência contra eventuais tentativas de desbordamento com emprego de
“esperteza”. Deixar para os órgãos de segurança pública a ação repressiva.
b) À noite, quanto mais movimentadas as rodovias, maiores serão os cuidados com a
sinalização preventiva. Poderão ser usadas: lanternas rotatórias, placas de alerta pintadas com tinta
fosforescente, lamparinas com querosene ou diesel, lanternas com luz intermitente (pisca-pisca),
cones de sinalização, e outros.
Colocar a sinalização a uma distância tal que o motorista tenha possibilidade física de reduzir a
velocidade e parar o veículo antes de submeter-se à revista.
c) Os locais escolhidos para os PBCE deverão estar em boas condições de visibilidade para
os motoristas, mesmo à noite, com a finalidade de se evitar acidentes.
d) As revistas em caminhões ou outros veículos serão realizadas em desvios fora da rodovia.
Não realizar revistas em acostamentos ou na própria rodovia, a fim de não provocar colisões.
e) Prever, para a tropa empregada, coletes de identificação fosforescentes, lanternas e outros
dispositivos similares.
f) Em exercícios, escolher de preferência estradas pouco movimentadas. Solicitar sempre o
concurso da Polícia Militar e Rodoviária.

n. Instrução militar fora de áreas pertencentes ao Exército Brasileiro

1) A utilização de áreas não pertencentes ao Exército para atividades de instrução militar exige
cuidados e providências específicas por parte dos comandos responsáveis.
2) A ligação prévia com os proprietários ou com seus representantes legais, para o
recebimento de autorização, é uma providência imprescindível. A autorização deve ser dada com o
conhecimento completo do tipo de atividade a ser executada pela tropa. As restrições impostas pelos
proprietários devem ser rigorosamente cumpridas.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 89/156)


3) Equipes especiais, preferentemente com a participação dos proprietários, devem percorrer
a região destinada às atividades; as recomendações e as observações devem ser anotadas, para
influírem na condução das atividades e nas providências de responsabilidade do Exército.
4) O emprego de tiro real ou de explosivos e munições de qualquer espécie exige um plano
especial de segurança, contendo, dentre outros aspectos julgados necessários, os seguintes:
- um calco definindo a área onde será realizado o tiro real, ou onde serão empregados
explosivos e munições, com todos os detalhes planimétricos e com áreas de posição do armamento
e de alvos, outras áreas perigosas e limites de segurança; e
- uma relação especificando o efetivo e a missão dos postos de segurança. Tais postos devem
ser convenientemente instruídos para assegurar a interdição das áreas perigosas e dos itinerários
que lhes dão acesso, bem como para alertar a direção do exercício ou o comando das atividades
sobre quaisquer anormalidades que ocorram nos setores respectivos, através de meios de
comunicação adequados.
5) Os moradores da área devem ser alertados e esclarecidos sobre a atividade que será
executada; além disso, caso a atividade exija, devem receber uma clara orientação sobre os
procedimentos a serem adotados durante e após a realização do exercício, particularmente sobre
eventuais encontros de munições falhadas, de equipamentos e de material.
6) Deverão ser adotadas medidas de prevenção e de combate a incêndios na vegetação.
7) A limpeza da área deve ser executada imediatamente após a conclusão das atividades com
tiro real, munição e explosivos.
8) A munição, os explosivos e os artifícios falhados devem ser destruídos no local, de acordo
com as normas previstas, não podendo permanecer na área quaisquer desses artefatos.

o. Outras prescrições de segurança

1) Em função do número significativo de acidentes registrados em outras atividades de rotina


da OM, correlatas à instrução militar, os quais, na maioria das vezes, poderiam ter sido evitados caso
fossem seguidas as medidas de segurança, recomenda-se aos Cmt, Ch e Dir, em todos os níveis, a
adoção das seguintes medidas, dentre outras:
- planejamento de instruções específicas sobre segurança no trânsito (direção defensiva) e
no trabalho;
- criação ou manutenção, junto aos subordinados, do hábito da utilização dos equipamentos
de segurança em qualquer atividade de risco; e
- permanente supervisão quanto ao cumprimento das medidas de segurança por parte dos
subordinados.

2) Alguns exemplos de atividades de risco:


- deslocamento em motocicleta;
- troca de lâmpadas em postes;
- limpeza de telhados;
- conserto e manutenção de redes elétricas; e
- pintura de pavilhões e de mastros de bandeira.

3) Acidentes de trânsito
Cuidados especiais devem ser dirigidos à prevenção de acidentes de trânsito, maior causador
de danos pessoais à instituição. Nesse sentido, recomenda-se os seguintes procedimentos, dentre
outros:
a) emprego ostensivo de patrulhas (PE, ou não) pelos Cmt de Gu, nos itinerários e nos
horários de início e término de expediente dos quartéis, a fim de coibir, principalmente, o desrespeito
quanto às regras de trânsito;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 90/156)


b) intensificação da fiscalização no Corpo da Guarda das OM quanto ao uso dos
equipamentos obrigatórios pelos condutores de veículos e seus ocupantes e da documentação
prevista no Código Brasileiro de Trânsito; e
c) empenho de oficiais e graduados no auxílio à fiscalização das regras de trânsito quando
dos deslocamentos externos.

3.6 - CHEFE DE VIATURA

3.6.1 ATRIBUIÇÕES DO CHEFE DE VIATURA


(FONTE: Normas Gerais de Ação da ESA – 2017, Ficha de Serviço de Viatura)

1. Conferir com o motorista, antes da missão, a situação de combustível da viatura, já que o


abastecimento normal de viaturas somente é realizado no horário de expediente, com autorização
do Fiscal Administrativo da OM (Fisc Adm). Em situações excepcionais, com autorização prévia do
Fisc Adm, o abastecimento pode ocorrer em horários sem expediente, acompanhado do Oficial de
Dia ou do Adjunto, que lançará no livro de partes os dados pertinentes e o motivo do abastecimento.
2. Conferir com o motorista o correto preenchimento da ficha de serviço da viatura. O itinerário
deve estar claro e definido, sendo vedado o uso de expressões vagas como: “cidade”, “campo”,
“selva” e, outras. Ainda, conferir se a ficha de serviço da viatura está assinada pelo S-4 / Fisc Adm,
pelo Cmt SU Ap (Cia C Ap, Esqd C Ap ou Bia C Ap) e pelo encarregado da manutenção da viatura.
Qualquer assinatura ou rubrica nos campos previstos na ficha deve estar acompanhada pelo
posto/graduação e nome de guerra de quem assinou, em letra de forma.
3. Checar o estado de conservação da ficha de serviço da viatura, que não pode estar rasurada.
Em caso de erro de preenchimento, colocar a expressão a ser anulada entre parênteses cortada por
um único traço horizontal, acompanhada da correção, da rubrica e do nome de guerra de quem a
efetuou.
4. Conferir com o motorista o check-list da manutenção preventiva de 1° escalão da viatura. Pneus
carecas, luzes e/ou piscas queimados, equipamentos de segurança ausentes, estepe faltando,
limpador de para-brisas danificado, falta de extintor de incêndio; devem ser lançados na ficha, o que
impedirá sua utilização até o conserto ou a substituição da viatura e ficha, salvo ordem expressa por
escrito do Comando da OM.
5. Assinar a ficha de serviço de viatura após sua utilização, nos campos destinados à pessoa que
utilizou a viatura, conferindo o preenchimento correto pelo motorista dos horários e odômetro.
6. Fiscalizar a limpeza da viatura pelo motorista após a utilização. A viatura só pode ser recolhida
às garagens após a lavagem.
7. Certificar-se de que o motorista é mais moderno que o chefe de viatura.
8. Não utilizar ambulâncias para o cumprimento de missões que não sejam de transporte e/ou
remoção de pacientes, salvo ordem expressa por escrito do Comando da OM.
9. Não utilizar viaturas operacionais para o cumprimento de missões administrativas, salvo ordem
expressa por escrito do Comando da OM.
10. O Ch da Vtr que chegar ao quartel depois do término do expediente deve informar ao Oficial
de Dia de imediato. O Ch da Vtr deve entregar a chave da Vtr ao Adjunto, que lançará o evento no
livro de partes.
11. Não realizar deslocamentos com viaturas operacionais fora do período compreendido entre o
ICMN e o FCVN, salvo ordem expressa por escrito do Comando da OM. Quando da ocorrência de
neblina (nevoeiros), aguardar a abertura do tempo e condições ideais de visibilidade para iniciar o
deslocamento.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 91/156)


3.6.2 DAS GENERALIDADES
(FONTE: Portaria 039/2010)
Art. 1º Ao Exército Brasileiro (EB) compete, no caso de acidentes de trânsito envolvendo
viaturas militares e/ou veículos de terceiros, apurar a responsabilidade administrativa pelos danos
causados à Fazenda Nacional e, nos casos em que haja vítima e/ou indício de crime militar, instaurar
o devido Inquérito Policial Militar (IPM).
§ 1º A responsabilidade administrativa será apurada por uma sindicância, prevista nestas
Instruções Gerais (IG).
§ 2º O IPM, caso instaurado, terá por objeto não o acidente em si, mas somente o(s) indício(s)
do crime militar, podendo, no entanto, haver acúmulo de causas pretéritas e atuais.
Art. 2º Deverá ser observada, pelos diversos comandos, direções e chefias, a destinação das
viaturas do Exército, regulada em legislação específica.
§ 1º Viaturas operacionais – são viaturas destinadas às atividades táticas ou logísticas
diretamente ligadas a exercícios de instrução e a operações militares, observado o art. 26 destas IG.
§ 2º Viaturas administrativas – são viaturas utilizadas nas atividades de rotina, nos serviços
de natureza sigilosa e no apoio logístico a exercícios de instrução e a operações militares,
transportando material, suprimento e pessoal militar ou servidor civil a serviço e, eventualmente,
pessoal civil diretamente envolvido em atividade militar.

DA FINALIDADE

Art. 3º As presentes IG têm por finalidade estabelecer normas administrativas que propiciem
a rápida apuração das causas e responsabilidades dos acidentes de trânsito envolvendo viaturas
pertencentes ao EB e/ou veículos de terceiros, bem como, regular as indenizações de danos
causados.

DA APURAÇÃO DOS FATOS

Art. 4º Quando houver acidente de trânsito, sem vítimas, envolvendo viaturas pertencentes ao
EB, deverá ser instaurada uma sindicância e elaborado um Parecer Técnico (PT), com os seguintes
objetivos:
I - Sindicância – procedimento que visa concluir sobre o fato, na esfera administrativa, tendo
como base:
- o Parecer Técnico;
- o Laudo Pericial, quando existente;
- as investigações complementares realizadas pelo sindicante; e
- a vistoria do local e a reconstituição do acidente, caso necessário.
II - Parecer Técnico – documento que visa:
- analisar a(s) viatura(s) militar(es) envolvida(s) no acidente em seus aspectos funcionais;
- orçar os valores necessários à reparação dos veículos envolvidos, inclusive os civis;
- quando for o caso, avaliar orçamento executado por terceiros; e
- concluir se houve indícios de falhas pessoais e/ou técnicas que causaram o acidente.
Parágrafo único. A adoção dos procedimentos previstos neste artigo dispensam a abertura de
Inquérito Técnico.
Art. 5º Quando houver acidente de trânsito, com vítima ou indício de crime, envolvendo
viaturas pertencentes ao EB, deverá ser instaurado o competente IPM.
§ 1º A solicitação de instauração de IPM poderá partir do sindicante à autoridade que a
determinou.
§ 2º Se no transcurso da sindicância surgirem indícios de crime, a mesma deverá ser
transformada em IPM.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 92/156)


§ 3º Mesmo após a remessa do IPM à Justiça Militar, os procedimentos visando à solução da
questão na esfera administrativa deverão ter continuidade, na forma da legislação vigente.
Art. 6º Quando o acidente a ser apurado envolver viaturas de mais de uma OM, a
responsabilidade pela instauração da sindicância será do comandante da guarnição em cuja
jurisdição ocorrer o fato.
Parágrafo único. Caso as viaturas sejam da mesma OM, a responsabilidade pela apuração
será de seu Comandante.
Art. 7º Quando o acidente a ser apurado envolver veículo civil, a responsabilidade pela
instauração da sindicância será do Comandante da OM à qual pertencer a viatura militar.
§ 1º Caso o acidente envolvendo veículo civil ocorra fora da guarnição à qual pertença a
viatura militar, a responsabilidade citada no caput deste artigo será do comandante da guarnição em
cuja jurisdição ocorrer o fato.
§ 2º Caso o acidente envolvendo veículo civil ocorra em localidade onde não haja OM do
Exército, a responsabilidade pela instauração da sindicância será do comandante da guarnição mais
próxima.
Art. 8º Quando o acidente a ser apurado envolver viaturas de outras Forças, singulares ou
auxiliares, a responsabilidade pela instauração da sindicância será do Comandante da Guarnição
onde ocorreu o fato, obedecidas as normas vigentes relativas às ligações entre as Forças.

DOS PROCEDIMENTOS
DOS ACIDENTES COM VÍTIMA(S)

Art. 9º Em caso de acidente com vítima(s), o militar mais antigo na viatura, que esteja em
condições de coordenar as ações, deverá providenciar:
I - a sinalização do local e a adoção de outras medidas necessárias a evitar outro acidente
como consequência;
II - a prestação dos primeiros socorros possíveis à(s) vítima(s);
III - o contato com sua OM, ou com a mais próxima, para: informar sobre o fato e o local onde
ele ocorreu; e solicitar apoio médico.
IV - a preservação do local do acidente com a finalidade de permitir a posterior realização da
perícia, a menos que isso venha atentar contra a segurança;
V - se houver outro(s) veículo(s) envolvido(s) no acidente, anotar seus dados (marca, cor e
placa), bem como os dados de identificação de seu(s) condutor(es);
VI - o arrolamento de testemunhas, preferencialmente não envolvidas diretamente no
acidente, anotando nome, identidade, endereço e/ou local de trabalho e telefones de contato; e
VII - em nenhum momento, a viatura militar deverá ser abandonada ou desguarnecida.
§1º Por vítima, é entendido o espectro que vai da lesão corporal levíssima até a morte.
§2º As vítimas, quando inconscientes ou presas nas ferragens do acidente ou em outros
locais, devem merecer cuidados especiais, principalmente no caso de socorro e remoção por parte
de pessoas não qualificadas.
§ 3º Caso venha a ocorrer, em qualquer situação, a remoção de vítimas por leigos, o fato deve
ser relatado à autoridade que vier atender ao acidente e oficializado por escrito na primeira
oportunidade, para que conste da sindicância.
Art. 10. Assim que tomar conhecimento do acidente, o comandante, chefe ou diretor (Cmt/
Ch/Dir) da OM à qual pertença a viatura ou, quando for o caso, o comandante da guarnição onde
tenha ocorrido o sinistro deverá providenciar:
I - o apoio médico para o local do acidente;
II - a segurança para o local do acidente;
III - a comunicação do fato à OM de Polícia do Exército (PE) da área, caso haja condições de
realização da perícia militar pela mesma;
IV - a comunicação do fato à Polícia Civil, Militar e/ou Rodoviária, solicitando a perícia do
acidente, o registro da ocorrência e outras providências cabíveis; e
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 93/156)
V - o acompanhamento de todo o desenvolvimento das operações até a solução dos
problemas imediatos.
§ 1º Caso o acidente tenha ocorrido fora de sua guarnição, o Cmt/Ch/Dir da OM, ao tomar
conhecimento do mesmo, comunicará de imediato ao comandante da guarnição mais próxima ao
local do sinistro, a fim de que sejam tomadas as medidas previstas no presente artigo.
§ 2º Na ausência do respectivo Cmt/Ch/Dir, o militar mais antigo presente ou de serviço na
OM tomará as medidas previstas no presente artigo, comunicando àquela autoridade na primeira
oportunidade.

DOS ACIDENTES SEM VÍTIMA

Art. 11. Os procedimentos para os acidentes sem vítima são idênticos, no que couber, aos
dos acidentes com vítima(s).

DA SINDICÂNCIA

Art. 12. A sindicância obedecerá, observadas as peculiaridades destas IG, ao previsto em


legislação específica sobre o assunto.
Art. 13. Dentre outros, a sindicância deverá ser instruída, obrigatoriamente, com os seguintes
documentos:
I - cópia do Registro da Ocorrência expedido pela autoridade policial da circunscrição do local
do acidente;
II - Ficha de Serviço de Viatura e Ficha de Acidente de Viatura, devidamente preenchidas;
III - Parecer Técnico;
IV - cópia da Carteira Nacional de Habilitação do(s) condutor(es) envolvido(s) no acidente.
V - cópia das folhas de alterações do militar condutor da viatura envolvida, ou do Boletim
Interno (BI), onde conste estar o mesmo autorizado para a sua condução;
VI - orçamentos para a reparação do(s) veículo(s), preferencialmente três; e
VII - cópia dos documentos das viaturas administrativas e veículos de terceiros envolvidos
(Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo e Seguro Obrigatório).
Parágrafo único. Sempre que possível, além dos documentos citados no art. 13 destas IG,
deverão instruir a sindicância os seguintes documentos:
I - Laudo Pericial do acidente expedido pela PE ou por outro órgão do EB com competência
para tal;
II - Laudo Pericial expedido por peritos oficiais competentes;
III - no caso de acidente envolvendo animal, dados que identifiquem o seu proprietário;
IV - cópia da apólice de seguro, ou de seus dados (companhia seguradora, número da apólice
com o respectivo valor e data da vigência), se houver;
V - avaliação do valor de mercado do (s) veículo(s); e
VI - avaliação do valor do salvado (material aproveitável), em caso de perda total de viaturas
pertencentes ao EB e/ou veículos de terceiros envolvidos no acidente.
Art. 14. Se, em qualquer momento da apuração, algum dos condutores ou proprietários dos
veículos envolvidos assumir a responsabilidade pela causa do acidente, bem como pelos danos
causados, tal fato deverá constar da sindicância, por meio de Termo de Reconhecimento de Dívida
(Anexo B ou C), assinado pelo responsável e por duas testemunhas, fazendo-se sua juntada aos
autos.
1º A perícia, se for o caso, e o PT não sofrerão interrupção em seu curso.
2º A contagem do prazo da sindicância será suspenso, até que seja realizada a juntada dos
documentos citados no § 1º do art. 14 destas IG.
Art. 15. Na solução da sindicância deverão constar as seguintes informações:
I - imputação dos prejuízos, seja ao(s) responsável(is) ou à Fazenda Nacional, quando for o
caso;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 94/156)
II - indícios de transgressão disciplinar ou crime;
III - valor dos danos apurados, correspondente ao menor dos orçamentos apresentados;
IV - procedimentos para a indenização dos danos causados à União ou a terceiros, se já
tiverem sido adotados na forma das presentes IG.

DO PARECER TÉCNICO

Art. 16. O PT obedecerá, observadas as peculiaridades destas IG, ao previsto em legislação


específica sobre o assunto.
§ 1º A vistoria de veículo(s) pertencente(s) ao EB, envolvido(s) em acidente, deverá ser
acompanhada, sempre que possível, pelo militar ou servidor civil que na ocasião o(s) conduzia(m).
§ 2º Caso envolva bens de terceiros, seu proprietário deverá ser notificado pelo encarregado
do PT para acompanhar a execução da vistoria, pessoalmente ou por intermédio de um
representante

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 95/156)


UNIDADE DIDÁTICA 4 - SINAIS DE RESPEITO E CONTINÊNCIA
4.1 - GENERALIDADES

(Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças


Armadas – R-2)

Art. 2º Todo militar, em decorrência de sua condição, obrigações, deveres, direitos e


prerrogativas, estabelecidos em toda a legislação militar, deve tratar sempre:
I - com respeito e consideração os seus superiores hierárquicos, como tributo à autoridade
de que se acham investidos por lei;
II - com afeição e camaradagem os seus pares;
III - com bondade, dignidade e urbanidade os seus subordinados.
§ 1º Todas as formas de saudação militar, os sinais de respeito e a correção de atitudes
caracterizam, em todas as circunstâncias de tempo e lugar, o espírito de disciplina e de apreço
existentes entre os integrantes das Forças Armadas.
§ 2º As demonstrações de respeito, cordialidade e consideração, devidas entre os membros
das Forças Armadas, também o são aos integrantes das Polícias Militares, dos Corpos de
Bombeiros Militares e aos Militares das Nações Estrangeiras.
Art. 3º O militar manifesta respeito e apreço aos seus superiores, pares e subordinados:
I - pela continência;
II - dirigindo-se a eles ou atendendo-os, de modo disciplinado;
III - observando a precedência hierárquica;
IV - por outras demonstrações de deferência.
§ 1º Os sinais regulamentares de respeito e de apreço entre os militares constituem reflexos
adquiridos mediante cuidadosa instrução e continuada exigência.
§ 2º A espontaneidade e a correção dos sinais de respeito são índices seguros do grau de
disciplina das corporações militares e da educação moral e profissional dos seus componentes.
§ 3º Os sinais de respeito e apreço são obrigatórios em todas as situações, inclusive nos
exercícios no terreno e em campanha.

4.2 - DOS SINAIS DE RESPEITO

Art. 4º Quando dois militares se deslocam juntos, o de menor antiguidade dá a direita ao


superior.
Parágrafo único. Se o deslocamento se fizer em via que tenha lado interno e lado externo, o
de menor antiguidade dá o lado interno ao superior.
Art. 5º Quando os militares se deslocam em grupo, o mais antigo fica no centro, distribuindo-
se os demais, segundo suas precedências, alternadamente à direita e à esquerda do mais antigo.
Art. 6º Quando encontrar um superior num local de circulação, o militar saúda-o e cede-lhe
o melhor lugar.
§ 1º Se o local de circulação for estreito e o militar for praça, franqueia a passagem ao
superior, faz alto e permanece de frente para ele.
§ 2º Na entrada de uma porta, o militar franqueia-a ao superior; se estiver fechada, abre-a,
dando passagem ao superior e torna a fechá-la depois.
Art. 7º Em local público onde não estiver sendo realizada solenidade cívico-militar, bem como
em reuniões sociais, o militar cumprimenta, tão logo lhe seja possível, seus superiores hierárquicos.
Parágrafo único. Havendo dificuldade para aproximar-se dos superiores hierárquicos, o
cumprimento deve ser feito mediante um movimento de cabeça.
Art. 8º Para falar a um superior, o militar emprega sempre o tratamento “Senhor” ou
“Senhora”.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 96/156)


§ 1º Para falar, formalmente, a um oficial-general, o tratamento é “Vossa Excelência”,
“Senhor Almirante”, “Senhor General” ou “Senhor Brigadeiro”, conforme o caso. Nas relações
correntes de serviço, no entanto, é admitido o tratamento de “Senhor”.
§ 2º Para falar, formalmente, ao Comandante, Diretor ou Chefe de Organização Militar, o
tratamento é “Senhor Comandante”, “Senhor Diretor”, “Senhor Chefe”, conforme o caso; nas
relações correntes de serviço, é admitido o tratamento de “Comandante”, ”Diretor” ou “Chefe”.
§ 3º No mesmo posto ou graduação, poderá ser empregado o tratamento “você”, respeitadas
as tradições e peculiaridades de cada Força Armada.
Art. 9º Para falar a um mais moderno, o superior emprega o tratamento “você”.
Art. 10. Todo militar, quando for chamado por um superior, deve atendê-lo o mais rápido
possível, apressando o passo quando em deslocamento.
Art. 11. Nos refeitórios, os oficiais observam, em princípio, as seguintes prescrições:
I - aguardam, para se sentarem à mesa, a chegada do Comandante, Diretor ou Chefe, ou da
mais alta autoridade prevista para a refeição;
II - caso a referida autoridade não possa comparecer à hora marcada para o início da
refeição, esta é iniciada sem a sua presença; à sua chegada, a refeição não é interrompida,
levantando-se apenas os oficiais que tenham assento à mesa daquela autoridade;
III - ao terminar a refeição, cada oficial levanta-se e pede permissão ao mais antigo para
retirar-se do recinto, podendo ser delegada ao mais antigo de cada mesa a autorização para
concedê-la;
IV - o oficial que se atrasar para a refeição deve apresentar-se à maior autoridade presente
e pedir permissão para sentar-se;
V - caso a maior autoridade presente se retire antes que os demais oficiais tenham terminado
a refeição, apenas se levantam os que tenham assento à sua mesa.
§ 1º os refeitórios de grande frequência e os utilizados por oficiais de diversas Organizações
Militares podem ser regidos por disposições específicas.
§ 2º Nos refeitórios de suboficiais, subtenentes e sargentos, deve ser observado
procedimento análogo ao dos oficiais.
Art. 12. Nos ranchos de praças, ao neles entrar o Comandante, Diretor ou Chefe da
Organização Militar ou outra autoridade superior, a praça de serviço, o militar mais antigo presente
ou o que primeiro avistar aquela autoridade comanda: “Rancho Atenção!” e anuncia a função de
quem chega; as praças, sem se levantarem e sem interromperem a refeição, suspendem toda a
conversação, até que seja dado o comando de “A vontade”.
Art. 13. Sempre que um militar precisar sentar-se ao lado de um superior, deve solicitar-lhe
a permissão.

4.3 - DA CONTINÊNCIA

Art. 14. A continência é a saudação prestada pelo militar e pode ser individual ou da tropa.
§ 1º A continência é impessoal; visa a autoridade e não a pessoa.
§ 2º A continência parte sempre do militar de menor precedência hierárquica; em igualdade
de posto ou graduação, quando ocorrer dúvida sobre qual seja o de menor precedência, deve ser
executada simultaneamente.
§ 3º Todo militar deve, obrigatoriamente, retribuir a continência que lhe é prestada; se
uniformizado, presta a continência individual; se em trajes civis, responde-a com um movimento de
cabeça, com um cumprimento verbal ou descobrindo-se, caso esteja de chapéu.
Art. 15. Têm direito à continência:
I - a Bandeira Nacional:
a) ao ser hasteada ou arriada diariamente em cerimônia militar ou cívica;
b) por ocasião da cerimônia de incorporação ou desincorporarão, nas formaturas;
c) quando conduzida por tropa ou por contingente de Organização Militar;

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d) quando conduzida em marcha, desfile ou cortejo, acompanhada por guarda ou por
organização civil, em cerimônia cívica;
e) quando, no período compreendido entre 08:00 horas e o pôr-do-sol, um militar entra a
bordo de um navio de guerra ou dele sai, ou, quando na situação de “embarcado”, avista-a ao entrar
a bordo pela primeira vez, ou ao sair pela última vez;
II - o Hino Nacional, quando executado em solenidade militar ou cívica;
III - o Presidente da República;
IV - o Vice-Presidente da República;
V - o Presidente do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal
Federal;
VI - os Ministros de Estado;
VII - os Governadores de Estado, de Territórios Federais, e do Distrito Federal, nos
respectivos territórios, ou em qualquer parte do País em visita de caráter oficial;
VIII - os Ministros do Superior Tribunal Militar;
IX - os militares da ativa das Forças Armadas, mesmo em traje civil; neste último caso,
quando for obrigatório o seu reconhecimento em função do cargo que exerce ou, para os demais
militares, quando reconhecidos ou identificados;
X - os militares da reserva ou reformados, quando reconhecidos ou identificados;
XI - a tropa quando formada;
XII - as Bandeiras e os Hinos das Nações Estrangeiras, nos casos dos incisos I e II deste
artigo;
XIII - as autoridades civis estrangeiras, correspondentes às constantes dos incisos III a VIII
deste artigo, quando em visita de caráter oficial;
XIV - os militares das Forças Armadas estrangeiras, quando uniformizados e, se em trajes
civis, quando reconhecidos ou identificados;
XV - os integrantes das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, Corporações
consideradas forças auxiliares e reserva do Exército.
Art. 16. O aperto de mão é uma forma de cumprimento que o superior pode conceder ao
mais moderno.
Parágrafo único. O militar não deve tomar a iniciativa de estender a mão para cumprimentar
o superior, mas se este o fizer, não pode se recusar ao cumprimento.
Art. 17. O militar deve responder com saudação análoga quando, ao cumprimentar o
superior, este, além de retribuir a continência, fizer uma saudação verbal.

4.4 - DO PROCEDIMENTO NORMAL

Art. 18. A continência individual é a forma de saudação que o militar isolado, quando
uniformizado, com ou sem cobertura, deve aos símbolos, às autoridades e à tropa formada,
conforme estabelecido no Art. 15.
§ 1º A continência individual é, ainda, a forma pela qual os militares se saúdam mutuamente,
ou pela qual o superior responde à saudação de um mais moderno.
§ 2º A continência individual é devida a qualquer hora do dia ou da noite, só podendo ser
dispensada nas situações especiais regulamentadas por cada Força Armada.
§ 3º Quando em trajes civis, o militar assume as seguintes atitudes:
I - nas cerimônias de hasteamento ou arriamento da Bandeira, nas ocasiões em que esta se
apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, o militar deve
tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, com a cabeça descoberta;
II - nas demais situações se estiverem de cobertura, descobre-se e assume atitude
respeitosa;
III - ao encontrar um superior fora de organização Militar, o subordinado faz a saudação com
um cumprimento verbal, de acordo com as convenções sociais.

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Art. 19. São elementos essenciais da continência individual: a atitude, o gesto e a duração,
variáveis conforme a situação dos executantes:
I - atitude - postura marcial e comportamento respeitoso e adequado às circunstâncias e ao
ambiente;
II - gesto - conjunto de movimento do corpo, braços e mãos, com ou sem armas;
III - duração - o tempo durante o qual o militar assume a atitude e executa o gesto acima
referido.
Art. 20. O militar, desarmado, ou armado de revólver ou pistola, de sabre-baioneta ou espada
embainhada, faz a continência individual de acordo com as seguintes regras:
I - mais moderno parado e superior deslocando-se:
a) posição de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à do deslocamento do
superior;
b) com cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado da cobertura, tocando
com a falangeta do indicador a borda da pala, um pouco adiante do botão da jugular, ou lugar
correspondente, se a cobertura não tiver pala ou jugular; a mão no prolongamento do antebraço,
com a palma voltada para o rosto e com os dedos unidos e distendidos; o braço sensivelmente
horizontal, formando um ângulo de 45º com a linha dos ombros; olhar franco e naturalmente voltado
para o superior. Para desfazer a continência, baixa a mão em movimento enérgico, voltando à
posição de sentido;
c) sem cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado direito da fronte,
procedendo similarmente ao descrito na alínea “b”, no que couber;
d) a continência é feita quando o superior atinge a distância de três passos do mais moderno
e desfeita quando o superior ultrapassa o mais moderno de um passo;
Il - mais moderno deslocando-se e superior parado, ou deslocando-se em sentido contrário:
- se está se deslocando em passo normal, o mais moderno mantém o passo e a direção do
deslocamento; se em acelerado ou correndo, toma o passo normal, não cessa o movimento normal
do braço esquerdo; a continência é feita a três passos do superior, como prescrito no inciso I,
alíneas “b” e “c”, encarando-o com movimento vivo de cabeça; ao passar por este, o mais moderno
volta a olhar em frente e desfaz a continência;
III - mais moderno e superior deslocando-se em direções convergentes:
- o mais moderno dá precedência de passagem ao superior e faz a continência como
prescreve o inciso I, alíneas “b” e “c”, sem tomar a posição de sentido;
IV - mais moderno, deslocando-se, alcança e ultrapassa o superior que se desloca no mesmo
sentido:
- o mais moderno, ao chegar ao lado do superior, faz-lhe a continência como prescrito no
inciso I, alíneas “b” e “c”, e o encara com vivo movimento de cabeça; após três passos, volta a olhar
em frente e desfaz a continência;
V - mais moderno deslocando-se, é alcançado e ultrapassado por superior que se desloca
no mesmo sentido:
- o mais moderno, ao ser alcançado pelo superior, faz-lhe a continência, como prescrito no
inciso I, alíneas “b” e “c”, desfazendo-a depois que o superior tiver se afastado um passo;
VI - em igualdade de posto ou graduação, a continência é feita no momento em que os
militares passam um pelo outro ou se defrontam.
Art. 21. O militar armado de espada desembainhada faz a continência individual, tomando a
posição de sentido e em seguida perfilando a espada.
Parágrafo único. Na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos incisos I a
VIII e XII do Art. 15 e a oficiais-generais, abate a espada.
Art. 22. o militar, quando tiver as duas mãos ocupadas, faz a continência individual tomando
a posição de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à do deslocamento do superior.
§ 1º Quando apenas uma das mãos estiver ocupada, a mão direita deve estar livre para
executar a continência.

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§ 2º O militar em deslocamento, quando não puder corresponder à continência por estar com
as mãos ocupadas, faz vivo movimento de cabeça.
Art. 23. O militar, isolado, armado de metralhadora de mão, fuzil ou arma semelhante faz
continência da seguinte forma:
I - quando estiver se deslocando:
a) leva a arma à posição de “Ombro Arma”, à passagem do superior hierárquico;
b) à passagem de tropa formada, faz alto, volta-se para a tropa e leva a arma à posição de
“Ombro Arma”;
c) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma a posição de sentido, com sua frente voltada
para a direção perpendicular à do deslocamento do superior.
II - quando estiver parado:
a) na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos incisos I a VIII do Art. 15 e
a oficiais-generais, faz “Apresentar Arma”;
b) para os demais militares, faz “Ombro Arma”;
c) à passagem da tropa formada, leva a arma à posição de “Ombro Arma”;
d) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma apenas a posição de sentido.
Art. 24. Todo militar faz alto para a continência à Bandeira Nacional, ao Hino Nacional e ao
Presidente da República.
§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia religiosa, o militar participante da
cerimônia não faz a continência individual, permanecendo em atitude de respeito.
§ 2º Quando o Hino Nacional for cantado, a tropa ou militar presente não faz a continência,
nem durante a sua introdução, permanecendo na posição de “Sentido” até o final de sua execução.
Art. 25. Ao fazer a continência ao Hino Nacional, o militar volta-se para a direção de onde
vem a música, conservando-se nessa atitude enquanto durar sua execução.
§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia à Bandeira ou ao Presidente da
República, o militar volta-se para a Bandeira ou para o Presidente da República.
§ 2º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia militar ou cívica, realizada em
ambiente fechado, o militar volta-se para o principal local da cerimônia e faz a continência como
estipulado no inciso I do Art. 20 ou nos Arts. 21, 22 ou 23, conforme o caso.
Art. 26. Ao fazer a continência para a Bandeira Nacional integrante de tropa formada e
parada, todo militar que se desloca, faz alto, vira-se para ela e faz a continência individual,
retomando, em seguida, o seu deslocamento; a autoridade passando em revista à tropa observa o
mesmo procedimento.
Art. 27. No interior das Organizações Militares, a praça faz alto para a continência a oficial-
general e às autoridades enumeradas nos incisos III a VIII, inclusive, do Art. 15.
Art. 28. O Comandante, Chefe ou Diretor de Organização Militar tem, diariamente, direito à
continência prevista no artigo anterior, na primeira vez que for encontrado pelas suas praças
subordinadas, no interior de sua organização.
Art. 29. Os militares em serviço policial ou de segurança poderão ser dispensados dos
procedimentos sobre continência individual constantes deste Regulamento.

4.5 - DO PROCEDIMENTO EM OUTRAS SITUAÇÕES

Art. 30. O militar em um veículo, exceto bicicleta, motocicleta ou similar, procede da seguinte
forma:
I - com o veículo parado, tanto o condutor como o passageiro fazem a continência individual
sem se levantarem;
II - com o veículo em movimento, somente o passageiro faz a continência individual.
§ 1º Por ocasião da cerimônia da Bandeira ou da execução do Hino Nacional, se no interior
de uma Organização Militar, tanto o condutor como o passageiro saltam do veículo e fazem a
continência individual; se em via pública, procedem do mesmo modo, sempre que viável.

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§ 2º Nos deslocamentos de elementos transportados por viaturas, só o Comandante e o
Chefe de cada viatura fazem a continência individual. Os militares transportados tomam postura
correta e imóvel enquanto durar a continência do Chefe da viatura.
Art. 31. O militar isolado presta continência à tropa da seguinte forma:
I - tropa em deslocamento e militar parado:
a) militar a pé - qualquer que seja seu posto ou graduação, volta-se para a tropa, toma
posição de “Sentido” e permanece nessa atitude durante a passagem da tropa, fazendo a
continência individual para a Bandeira Nacional e, se for mais antigo do que o Comandante da
tropa, corresponde à continência que lhe é prestada; caso contrário, faz a continência individual ao
Comandante da tropa e a todos os militares em comando de frações constituídas que lhe sejam
hierarquicamente iguais ou superiores;
b) militar em viatura estacionada - desembarca e procede de acordo com o estipulado na
alínea anterior;
II - tropa em deslocamento e militar em movimento, a pé ou em veículo:
- o militar, sendo superior hierárquico ao Comandante da tropa, para, volta-se para esta e
responde à continência que lhe é prestada; caso contrário, para, volta-se para aquela e faz a
continência individual ao Comandante da tropa e a todos os militares em comando de frações
constituídas que lhe sejam hierarquicamente iguais ou superiores; para o cumprimento à Bandeira
Nacional, o militar a pé para e faz a continência individual; se no interior de veículo, faz a continência
individual sem desembarcar;
III - tropa em forma e parada, e militar em movimento:
- procede como descrito no inciso anterior, parando apenas para a cumprimento à Bandeira
Nacional.
Art. 32. O oficial ao entrar em uma Organização Militar, em princípio, deve ser conduzido ao
seu Comandante, Chefe ou Diretor, ou, conforme as peculiaridades e os procedimentos específicos
de cada Força Armada, à autoridade militar da Organização para isso designada, a fim de participar
os motivos de sua ida àquele estabelecimento. Terminada a missão ou o fim que ali o levou, deve,
antes de se retirar, despedir-se daquela autoridade.
§ 1º Nos estabelecimentos ou repartições militares onde essa apresentação não seja
possível, deve o militar apresentar-se ou dirigir-se ao de maior posto ou graduação presente, ao
qual participará o motivo de sua presença.
§ 2º Quando o visitante for do mesmo posto ou de posto superior ao do Comandante, Diretor
ou Chefe, é conduzido ao Gabinete ou Câmara do mesmo, que o recebe e o ouve sobre o motivo
de sua presença.
§ 3º A praça, em situação idêntica, apresenta-se ao Oficial-de-Dia ou de Serviço, ou a quem
lhe corresponder, tanto na chegada quanto na saída.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos não se aplica às organizações médico-
militares, exceto se o militar estiver em visita de serviço.
Art. 33. Procedimento do militar em outras situações:
I - o mais moderno, quando a cavalo, se o superior estiver a pé, deve passar por este ao
passo; se ambos estiverem a cavalo, não pode cruzar com aquele em andadura superior;
marchando no mesmo sentido, ultrapassa o superior depois de lhe pedir autorização; em todos os
casos, a continência é feita como prescrita no inciso II do Art. 20 deste regulamento.
II - O militar a cavalo apeia para falar com o superior a pé, salvo se este estiver em nível
mais elevado (palanque, arquibancada, picadeiro, ou similar) ou ordem em contrário;
III - se o militar está em bicicleta ou motocicleta, deverá passar pelo superior em marcha
moderada, concentrando a atenção na condução do veículo;
IV - o portador de uma mensagem, qualquer que seja o meio de transporte empregado, não
modifica a sua velocidade de marcha ao cruzar ou passar por um superior e informa em voz alta:
“serviço urgente”;
V - a pé, conduzindo ou segurando cavalo, o militar faz a continência como prescrito no Art.
22.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 101/156)
VI - quando um militar entra em um recinto público, percorre com o olhar o local para verificar
se há algum superior presente; se houver, o militar, do lugar em que está, faz-lhe a continência;
VII - quando um superior entra em um recinto público, o mais moderno que aí está levanta-
se ao avistá-lo e faz-lhe a continência;
VIII - quando militares se encontrarem em reuniões sociais, festas militares, competições
desportivas ou em viagens, devem apresentar-se mutuamente, declinando posto e nome, partindo
essa apresentação do de menor hierarquia;
IX - seja qual for o caráter - oficial ou particular da solenidade ou reunião, deve o militar,
obrigatoriamente, apresentar-se ao superior de maior hierarquia presente, e ao de maior posto entre
os oficiais presentes de sua Organização Militar;
X - quando dois ou mais militares, em grupo, encontram-se com outros militares, todos fazem
a continência individual como se estivessem isolados.
Art. 34. Todo militar é obrigado a reconhecer o Presidente e o Vice-Presidente da República,
o Ministro da sua Força, os Comandantes, Chefes ou Diretores da cadeia de comando a que
pertencer a sua organização e os oficiais de sua Organização Militar.
§ 1º Os oficiais são obrigados a reconhecer também os Ministros Militares, assim como os
Chefes dos Estados-Maiores de suas respectivas Forças.
§ 2º Todo militar deve saber identificar as insígnias dos postos e graduações das Forças
Armadas.
Art. 35. O militar fardado descobre-se ao entrar em um recinto coberto.
§ 1º O militar fardado descobre-se, ainda, nas reuniões sociais, nos funerais, nos cultos
religiosos e ao entrar em templos ou participar de atos em que este procedimento seja pertinente,
sendo-lhe dispensada, nestes casos, a obrigatoriedade da prestação da continência.
§ 2º A prescrição do “caput” deste artigo não se aplica aos militares armados de metralhadora
de mão, fuzil ou arma semelhante ou aos militares em serviço de policiamento, escolta ou guarda.
Art. 36. Para saudar os civis de suas relações, o militar fardado não se descobre,
cumprimentando-os pela continência, pelo aperto de mão ou com aceno de cabeça.
Parágrafo único. Ao se dirigir a uma senhora para cumprimentá-la, o militar fardado, exceto
se do sexo feminino, descobre-se, colocando a cobertura sob o braço esquerdo; se estiver
desarmado e de luvas, descalça a luva da mão direita e aguarda que a senhora lhe estenda a mão.
Art. 37. O militar armado de espada, durante solenidade militar, não descalça as luvas, salvo
ordem em contrário.
Art. 38. Nos refeitórios das Organizações Militares, a maior autoridade presente ocupa o lugar
de honra.
Art. 39. Nos banquetes, o lugar de honra situa-se, geralmente, no centro, do lado maior da
mesa principal.
§ 1º Se o banquete é oferecido a determinada autoridade, deve sentar-se ao seu lado direito
o Comandante da Organização Militar responsável pela homenagem; os outros lugares são
ocupados pelos demais participantes, segundo esquema previamente dado a conhecer aos mesmos.
§ 2º Em banquetes onde haja mesa plena, o homenageante deve sentar-se em frente ao
homenageado.
Art. 40. Em embarcação, viatura ou aeronave militar, o mais antigo é o último a embarcar e o
primeiro a desembarcar.
§ 1º Em se tratando de transporte de pessoal, a licença para início do deslocamento é
prerrogativa do mais antigo presente.
§ 2º Tais disposições não se aplicam a situações operacionais, quando devem ser obedecidos
os Planos e Ordens a elas ligados.

Da Apresentação

Art. 41. O militar, para se apresentar a um superior, aproxima-se deste até a distância do
aperto de mão; toma a posição de “Sentido”, faz a continência individual como prescrita neste
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Regulamento e diz, em voz claramente audível, seu grau hierárquico, nome de guerra e Organização
Militar a que pertence, ou função que exerce, se estiver no interior da sua Organização Militar; desfaz
a continência, diz o motivo da apresentação, permanecendo na posição de “Sentido” até que lhe seja
autorizado tomar a posição de “Descansar’ ou de “À Vontade”.
§ 1º Se a superior estiver em seu Gabinete de trabalho ou outro local coberto, o militar sem
arma ou armado de revólver, pistola ou espada embainhada tira a cobertura com a mão direita. Em
se tratando de boné ou capacete, coloca-o debaixo do braço esquerdo com o interior voltado para o
corpo e a jugular para a frente; se de boina ou gorro com pala, empunha-o com a mão esquerda, de
tal modo que sua copa fique para fora e a sua parte anterior voltada para a frente. Em seguida, faz a
continência individual e procede à apresentação.
§ 2º Caso esteja armado de espada desembainhada, fuzil ou metralhadora de mão, o militar
faz alto à distância de dois passos do superior e executa o “Perfilar Espada” ou “Ombro Arma”,
conforme o caso, permanecendo nessa posição mesmo após correspondida a saudação; se o
superior for Oficial-General ou autoridade superior, o militar executa o manejo de “Apresentar Arma”,
passando, em seguida, à posição de “Perfilar Espada” ou “Ombro Arma”, conforme o caso, logo após
correspondida a saudação.
§ 3º Em locais cobertos, o militar armado nas condições previstas no parágrafo anterior, para
se apresentar ao superior, apenas toma a posição de “Sentido”.
Art. 42. Para se retirar da presença de um superior, o militar faz-lhe a continência individual,
idêntica à da apresentação, e pede permissão para se retirar; concedida a permissão, o oficial retira-
se normalmente, e a praça, depois de fazer “Meia Volta”, rompe a marcha com o pé esquerdo.

4.6 - DA CONTINÊNCIA DA TROPA

SEÇÃO I
Generalidades

Art. 43. Têm direito à continência da tropa os símbolos e autoridades relacionadas nos incisos
I a IX e XI a XIV do Art. 15.
§ 1º Os oficiais da reserva ou reformados e os militares estrangeiros só têm direito à
continência da tropa quando uniformizados.
§ 2º As autoridades estrangeiras, civis e militares, são prestadas as continências conferidas
às autoridades brasileiras equivalentes.
Art. 44. Para efeito de continência, considera-se tropa a reunião de dois ou mais militares
devidamente comandados.
Art. 45. Aos Ministros de Estado, aos Governadores de Estado e do Distrito Federal e aos
Ministros do Superior Tribunal Militar, são prestadas as continências previstas para Almirante-de-
Esquadra, General-de-Exército ou Tenente-Brigadeiro.
Parágrafo único. Os Ministros da Marinha, Exército, Aeronáutica, Chefe do Estado-Maior das
Forças Armadas, Ministros do Superior Tribunal Militar, Chefe da Casa Militar da Presidência da
República, nesta ordem, terão lugar de destaque nas solenidades cívico-militares.
Art. 46. Aos Governadores de Territórios Federais são prestadas as continências previstas
para Contra-Almirante, General-de-Brigada ou Brigadeiro.
Art. 47. O Oficial que exerce função do posto superior ao seu, tem direito à continência desse
posto apenas na Organização Militar onde a exerce e nas que lhe são subordinadas.
Art. 48. Nos exercícios de marcha, inclusive nos altos, a tropa não presta continência; nos
exercícios de estacionamento, procede de acordo com o estipulado nas Seções II e III deste Capítulo.
Art. 49. A partir do escalão subunidade, inclusive, toda tropa armada que não conduzir
Bandeira, ao regressar ao Quartel, de volta de exercício externo de duração igual ou superior a 8
(oito) horas e após as marchas, presta continência ao terreno antes, de sair de forma;
§ 1º A voz de comando para essa continência é “Em continência ao terreno - Apresentar
Arma!”
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 103/156)
§ 2º Os militares não Integrantes, da formatura, fazem a continência individual.
§ 3º Por ocasião da Parada Diária, a tropa o os militares não integrantes da formatura prestam
a “Continência ao Terreno”, na forma estipulada pelos parágrafos 1º e 2º deste artigo.
§ 4º Estas disposições poderão ser ajustadas às peculiaridades de cada Força Armada.
Art. 50. A continência de uma tropa para outra está relacionada à situação de conduzirem, ou
não, a Bandeira Nacional o ao grau hierárquico dos respectivos comandantes.
Parágrafo único. Na continência, toma-se como ponto de referência, para início da saudação,
a Bandeira Nacional ou a testa da formatura, caso a tropa não conduza Bandeira.
Art. 51. No período compreendido entre o arriar da Bandeira e o toque de alvorada no dia
seguinte, a tropa apenas presta continência à Bandeira Nacional, ao Hino Nacional, ao Presidente
da República, às bandeiras e hinos de outras nações e a outra tropa.
Parágrafo único. Excetuam-se as guardas de honra que prestam continência à autoridade a
que a homenagem se destina.

SEÇÃO II
Da Continência da Tropa a Pé Firme

Art. 52. A tropa em forma e parada, à passagem de outra tropa, volta-se para ela e tona a
posição de sentido.
Parágrafo único. Se a tropa que passa conduz Bandeira, ou se seu Comandante for de posto
superior ao do Comandante da tropa em forma e parada, esta lhe presta a continência indicada no
Art. 53; quando, do mesmo posto e a tropa que passa não conduz Bandeira, apenas os Comandantes
fazem a continência.
Art. 53. Uma tropa a pé firme presta continência aos símbolos, às autoridades e a outra tropa
formada, nas condições mencionadas no Art. 15, executando os seguintes comandos:
I - na continência a oficial subalterno e Intermediário: - Sentido!”
II - na continência a oficial-superior: - “Sentido! Ombro Arma!”
III - na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos incisos I a VIII do Art. 15, a
Oficiais-Generais ou autoridades equivalentes: “Sentido! Ombro Arma! Apresentar Arma! Olhar a
Direita (Esquerda)!”.
§ 1º Para Oficial-General estrangeiro, só é prestada a continência em caso de visita oficial.
§ 2º No caso de tropa desarmada, ao comando de “Apresentar Arma!” todos os seus
integrantes fazem continência individual e a desfazem ao Comando de “Descansar Arma!”.
§ 3º Os Comandos são dados a toque de corneta ou clarim até, o escalão Unidade, e à viva
voz, no escalão Subunidades; os Comandantes de pelotão (seção) ou de elementos inferiores só
comandam a continência quando sua tropa não estiver enquadrada em subunidades; nas formações
emassadas, não são dados comandos nos escalões inferiores a Unidade.
§ 4º Em formação não emassada, os comandos a toque de corneta ou clarim são dados sem
a nota de execução, sendo desde logo executados pelo Comandante e pelo porta-símbolo da
Unidade; a banda é comandada à viva voz pelo respectivo mestre; o estado-maior, pelo oficial mais
antigo; a Guarda-Bandeira, pelo oficial Porta-Bandeira.
§ 5º Os comandos são dados de forma a serem executados quando a autoridade ou a
Bandeira atingir a distância de dez passos da tropa que presta a continência.
§ 6º A continência é desfeita aos comandos de “Olhar em Frente!”, “Ombro Arma!” e
“Descansar!”, conforme o caso, dados pelos mesmos elementos que comandaram sua execução e
logo que a autoridade ou a Bandeira tenha ultrapassado de cinco passos a tropa que presta a
continência.
§ 7º As Bandas de Música ou de Corneteiros ou clarins e Tambores permanecem em silêncio,
a menos que se tratem de honras militares prestadas pela tropa, ou de cerimônia militar de que a
tropa participe.
Art. 54. A tropa mecanizada, motorizada ou blindada presta continência da seguinte forma:

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 104/156)


I - estando o pessoal embarcado, o Comandante e os oficiais que exercem comando até o
escalão pelotão, inclusive, levantam-se e fazem a continência; se não for possível tomarem a posição
em pé no veículo, fazem a continência na posição em que se encontram; os demais oficiais fazem,
sentados, a continência individual, e as praças conservam-se sentadas, olhando à frente, sem prestar
continência.
II - estando o pessoal desembarcado, procede da mesma maneira como na tropa a pé firme,
formando à frente das viaturas.
Parágrafo único. Quando o pessoal estiver embarcado e os motores das viaturas desligados,
o Comandante desembarca para prestar a continência; os demais militares procedem como no inciso
I.
Art. 55. A autoridade civil ou militar estrangeira, que passar revista à tropa postada em sua
honra, são prestados esclarecimentos relativos ao modo de proceder.

SEÇÃO III
Da Continência da Tropa em deslocamento

Art. 56. A tropa em deslocamento faz continência aos símbolos, às autoridades e a outra tropa
formada, relacionados nos incisos I, III a IX e XI a XV do Art. 15, observado o disposto pelo Art. 58,
executando os seguintes comandos:
I - “Sentido! - Em Continência á Direita (Esquerda)!”, repetido por todas as unidades, até o
escalão batalhão, inclusive;
II os Comandantes de subunidades, ao atingirem a distância de vinte passos da autoridade
ou da Bandeira, dão a voz de: “Companhia Sentido! Em Continência à Direita (Esquerda)!”;
III os Comandantes de pelotão (seção), à distância de dez passos da autoridade ou da
Bandeira, dão a voz de: “Pelotão (Seção) Sentido! Olhar à Direita (Esquerda)!”; logo que a testa do
pelotão (seção) tenha ultrapassado de dez passos a autoridade ou a Bandeira, seu Comandante,
independente, de ordem superior, comanda “Pelotão (seção) Olhar em Frente!”.
§ 1º Nas formações emassadas de batalhão e de companhia, só é dado o comando de
execução da continência - “Batalhão (Companhia) Sentido! - Olhar à Direita (Esquerda)!”, por toque
de corneta ou à viva voz dos respectivos comandantes.
§ 2º Durante a execução da continência, são observadas as seguintes prescrições:
a) a Bandeira não é desfraldada, exceto para outra Bandeira; a Guarda-Bandeira não olha
para a direita (esquerda);
b) o estandarte não é abatido, exceto para a Bandeira Nacional, o Hino Nacional ou o
Presidente da República;
c) os oficiais de espada desembainhada, no comando de pelotão (seção), perfilam espada e
não olham para a direita (esquerda);
d) os oficiais sem espada ou com ela embainhada, fazem a continência individual sem olhar
para a direita (esquerda), exceto o Comandante da fração;
e) o Porta-Bandeira, quando em viatura, levanta-se, e a Guarda permanece sentada;
f) os oficiais em viaturas, inclusive Comandantes de unidades e subunidades, fazem a
continência sentados sem olhar para a direita (esquerda);
g) os músicos, corneteiros e tamboreiros, condutores, porta-símbolos e porta-flâmulas, os
homens da coluna da direita (esquerda) e os da fileira da frente, não olham para a direita (esquerda),
e, se sentados não se levantam.
Art. 57. Na continência a outra tropa, procede-se da seguinte forma:
I - se as duas tropas não conduzem a Bandeira Nacional, a continência é iniciada pela tropa
cujo Comandante for de menor hierarquia; caso sejam de igual hierarquia, a continência deverá ser
feita por ambas as tropas;
II - se apenas uma tropa conduz a Bandeira Nacional, a continência é prestada à Bandeira,
independente da hierarquia dos Comandantes das tropas;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 105/156)


III - se as duas tropas conduzem a Bandeira Nacional, a continência é prestada por ambas,
independente da hierarquia de seus comandantes.
Art. 58. A tropa em deslocamento faz alto para a continência ao Hino Nacional e aos Hinos
das Nações Estrangeiras, quando executados em solenidade militar ou cívica.
Art. 59. A tropa em deslocamento no passo acelerado ou sem cadência faz continência às
autoridades e a outra tropa formada, relacionadas nos incisos III a IX, XI e XIII a XV do Art. 15, ao
comando de “Batalhão (Companhia, Pelotão, Seção) Atenção!”, dado pelos respectivos
comandantes.
Parágrafo único. Para a continência à Bandeira Nacional e às Bandeiras das Nações
Estrangeiras, a tropa em deslocamento no passo acelerado ou sem cadência retoma o passo
ordinário e procede como descrito no Art. 56.

SEÇÃO IV
Da Continência da Tropa em Desfile

Art. 60. Destile é a passagem da tropa diante da Bandeira Nacional ou da maior autoridade
presente a uma cerimônia a fim de lhe prestar homenagem.
Art. 61. A tropa em desfile faz continência à Bandeira ou à maior autoridade presente à
cerimônia, obedecendo às seguintes prescrições:
I - a trinta passos aquém do homenageado, é dado o toque de “Sentido! - Em Continência à
Direita (Esquerda)!”, sendo repetido até o escalão batalhão, inclusive (esse toque serve apenas para
alertar a tropa);
Il - a vinte passos aquém do homenageado:
a) os Comandantes de unidade e subunidade, em viaturas, levantam-se;
b) os Comandantes de subunidades comandam à viva voz:
“Companhia - Sentido! - Em Continência à Direita (Esquerda)!”;
c) os oficiais com espada desembainhada perfilam espada, sem olhar para a direita
(esquerda).
III - a dez passos aquém do homenageado:
a) os Comandantes de pelotão (seção) comandam: “Pelotão (seção) - Sentido! - Olhar à
Direita (Esquerda)!”;
b) a Bandeira é desfraldada, e o estandarte é abatido;
c) os Comandantes de unidade e subunidade, em viatura, fazem a continência individual e
encaram a Bandeira ou a autoridade;
d) os Comandantes de unidade e subunidade abatem espada e encaram a Bandeira ou a
autoridade; quando estiverem sem espada ou o ela embainhada, fazem a continência individual é
encaram a Bandeira ou a autoridade; os demais oficiais com espada desembainhada perfilam
espada;
e) os oficiais sem espada ou com ela embainhada ou portando outra arma fazem a continência
individual e não encaram a autoridade;
f) os componentes da Guarda-Bandeira, músicos, corneteiros e tamboreiros, condutores e
porta-símbolos não fazem continência nem olham para o lado.
IV - a dez passos depois do homenageado:
a) os mesmos elementos que comandaram “Olhar à Direita (Esquerda)!” comandam: “Pelotão
(seção) - olhar em Frente!”;
b) a Bandeira e o estandarte voltam à posição de Ombro Arma;
c) os Comandantes de unidade e subunidade, em viaturas, desfazem a continência individual;
d) os Comandantes de unidade e subunidade perfilam espada;
e) os oficiais sem espada, com ela embainhada ou portando outra arma, desfazem a
continência.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 106/156)
V - a quinze passos depois do homenageado, independente de qualquer comando:
a) os Comandantes de unidade e subunidade, em viaturas, sentam-se;
b) os oficiais a pé, com espada desembainhada trazem a espada à posição de marcha.
§ 1º Os comandos mencionados nos incisos II, III e IV são dados à viva voz ou por apito.
§ 2º Quando a tropa desfilar em linha de companhia, ou formação emassada de batalhão, o
primeiro comando de “Sentido! Em Continência à Direita (Esquerda)!” é dado a vinte passos aquém
do homenageado pelo Comandante superior, e o comando de “Olhar à Direita (Esquerda)!” pelo
Comandante de batalhão, a dez passos aquém do homenageado.
§ 3º Quando a tropa desfilar em linha de pelotões ou formação emassada de companhia, o
comando de “Olhar à Direita (Esquerda)!” é dado pelo Comandante de subunidade a dez passos
aquém do homenageado.
§ 4º Nas formações emassadas de batalhão ou companhia, o comando de “Olhar em Frente!”
é dado pelos mesmos Comandantes que comandaram Olhar à Direita (Esquerda)!”, quando a cauda
de sua tropa ultrapassar de dez passos o homenageado.
Art. 62. A tropa a pé desfila em Ombro Arma, com a arma cruzada ou em bandoleira; nos dois
primeiros casos, de baioneta armada.
Art. 63. A autoridade em homenagem à qual é realizado o desfile responde às continências
prestadas pelos oficiais da tropa que desfila; os demais oficiais que assistem ao desfile fazem
continência apenas à passagem da Bandeira.

SEÇÃO V
Do Procedimento da Tropa em Situações Diversas

Art. 64. Nenhuma tropa deve iniciar marcha, embarcar, desembarcar, montar, apear, tomar a
posição à vontade ou sair de forma sem licença do mais antigo presente.
Art. 65. Se uma tropa em marcha cruzar com outra, a que for comandada pelo mais antigo
passa em primeiro lugar.
Art. 66. Se uma tropa em marcha alcançar outra deslocando-se no mesmo sentido, pode
passar-lhe à frente, em princípio pela esquerda, mediante licença ou aviso do mais antigo que a
comanda.
Art. 67. Quando uma tropa não estiver em formatura e se encontrar em instrução, serviço de
faxina ou faina, as continências de tropa são dispensáveis, cabendo, entretanto, ao seu Comandante,
Instrutor ou Encarregado, prestar a continência a todo o superior que se dirija ao local onde se
encontra essa tropa, dando-lhe as informações que se fizerem necessárias.
Parágrafo único. No caso do superior dirigir-se pessoalmente a um dos integrantes dessa
tropa, este lhe presta a continência regulamentar.
Art. 68. Quando uma tropa estiver reunida para instrução, conferência, preleção ou atividade
semelhante, e chegar o seu Comandante ou outra autoridade de posto superior ao mais antigo
presente, este comanda “Companhia (Escola, Turma, etc.) - Sentido!” Comandante da Companhia
(ou função de quem chega)!’’. A esse Comando, levantam-se todos energicamente e tomam a
posição ordenada; correspondido o sinal de respeito pelo superior, volta a tropa à posição anterior,
ao comando de “Companhia (Escola, Turma, etc.) - À vontade!”. O procedimento é idêntico quando
se retirar o comandante ou a autoridade em causa.
§ 1º Nas reuniões de oficiais, o procedimento é o mesmo usando-se os comandos: “Atenção!
Comandante de Batalhão (ou Exmo. Sr. Almirante, General, Brigadeiro Comandante de ...)! À
vontade!, dados pelos instrutor ou oficial mais antigo presente.
§ 2º Nas Organizações Militares de ensino, os alunos de quaisquer postos ou graduações
aguardam nas salas de aula, anfiteatros ou laboratórios a chegada dos respectivos professores ou
instrutores. Instruções internas estabelecem, em minúcias, o procedimento a ser seguido.
Art. 69. Quando um oficial entra em um alojamento ou vestiário ocupado por tropa, o militar
de serviço ou o que primeiro avistar aquela autoridade comanda “Alojamento (Vestiário) - Atenção!
Comandante da Companhia (ou função de quem chega)!”. As praças, sem interromperem suas
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 107/156)
atividades, no mesmo local em que se encontram, suspendem toda a conversação e assim se
conservam até ser comandado “À vontade!”.

4.7 - DA CONTINÊNCIA DA GUARDA

Art. 70. A guarda formada presta continência:


I - aos símbolos, às autoridades e à tropa formada, referidos nos incisos I a VIII, XI e XII do
Art. 15;
II - aos Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército e Tenentes-Brigadeiros, nas sedes dos
Ministérios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, respectivamente;
III - aos Oficiais-Generais, nas sedes de Comando, Chefia ou Direção privativos dos postos
de Oficial-General;
IV - aos Oficiais-Generais, aos Oficiais Superiores e ao Comandante, Chefe ou Diretor,
qualquer que seja o seu posto, nas Organizações Militares;
V - aos Oficiais-Generais e aos Oficiais Superiores das Forças Armadas das Nações
Estrangeiras, quando uniformizados, nas condições estabelecidas nos incisos anteriores;
VI - à guarda que venha rendê-la.
§ 1º - As normas para a prestação de continência, pela guarda formada, a Oficiais de qualquer
posto, serão reguladas pelo Cerimonial de cada Força.
§ 2º - A continência é prestada por ocasião da entrada e saída da autoridade.
Art. 71. Para a continência à Bandeira e ao Presidente da República, a guarda forma na parte
externa do edifício, à esquerda da sentinela do portão das armas (sentinela da entrada principal),
caso o local permita;. o corneteiro da guarda ou de serviço dá o sinal correspondente (“Bandeira” ou
“Presidente da República’), e o Comandante da guarda procede como estabelecido no inciso III do
Art.53.
Art. 72. A guarda forma para prestar continência à tropa de efetivo igual ou superior a
subunidade, sem Bandeira, que saia ou regresse ao quartel.
Art. 73. Quando em uma Organização Militar entra ou sai seu Comandante, Chefe ou Diretor,
acompanhado de oficiais, a continência da guarda formada é prestada apenas ao oficial de maior
posto, ou ao Comandante, se de posto igual ou superior ao dos que o acompanham.
Parágrafo único. A autoridade a quem é prestada a continência destaca-se das demais para
corresponder à continência da guarda; os acompanhantes fazem a continência individual, voltados
para aquela autoridade.
Art. 74. Quando a continência da guarda é acompanhada do Hino Nacional ou da marcha
batida, os militares presentes voltam a frente para a autoridade, ou à Bandeira, a que se presta a
continência, fazendo a continência individual no início do Hino ou marcha batida e desfazendo-a ao
término.
Art. 75. Uma vez presente em,uma Organização Militar autoridade cuja insígnia esteja
hasteada no mastro principal, apenas o Comandante, Diretor ou Chefe da organização e os que
forem hierarquicamente superiores à referida autoridade têm direito à continência da guarda formada.

4.8 - DA CONTINÊNCIA DA SENTINELA

Art. 76. A sentinela de posto fixo, armada, presta continência:


I - apresentando arma:
- aos símbolos e autoridades referidos no Art. 15;
II - tomando a posição de sentido:
- aos graduados e praças especiais das Forças Armadas nacionais e estrangeiras;
III - tomando a posição de sentido e, em seguida, fazendo Ombro Arma:
- à tropa não comandada por Oficial.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 108/156)


§ 1º O militar que recebe uma continência de uma sentinela faz a continência individual para
respondê-la.
§ 2º A sentinela móvel presta continência aos símbolos, autoridades e militares constantes do
Art. 15, tomando apenas a posição de sentido.
Art. 77. Os marinheiros e soldados, quando passarem por uma sentinela, fazem a continência
individual, à qual a sentinela responde tomando a posição de “Sentido”.
Art. 78. No período compreendido entre o arriar da Bandeira e o toque de alvorada do dia
seguinte, a sentinela só apresenta armas à Bandeira Nacional, ao Hino Nacional, ao Presidente da
República, às bandeiras e hinos de outras nações e a tropa formada, quando comandada por oficial.
Parágrafo único. No mesmo período, a sentinela toma a posição de “Sentido” à passagem de
um superior pelo seu posto ou para corresponder à saudação militar de marinheiros e soldados.
Art. 79. Para prestar continência a uma tropa comandada por oficial, a sentinela toma a posição
de “Sentido”, executando o “Apresentar Arma” quando a testa da tropa estiver a 10 (dez) passos,
assim permanecendo até a passagem do Comandante e da Bandeira; a seguir faz “ombro Arma” até
o escoamento completo da tropa, quando volta às posições de “Descansar Arma” e “Descansar”.

UNIDADE DIDÁTICA 5 - ORDEM UNIDA


5.1 – GENERALIDADES E DEFINIÇÕES

5.1.1 GENERALIDADES

a) FINALIDADE DO MANUAL
A finalidade deste Manual é estabelecer normas que padronizem a execução dos exercícios
de Ordem Unida (OU), tendo em vista os objetivos deste ramo da instrução militar.

b) HISTÓRICO
a. Desde o início dos tempos, quando o homem se preparava para combater, ainda com armas
rústicas e formações incipientes, já estava presente a Ordem Unida, padronizando procedimentos,
movimentos e formas de combate, disciplinando homens, seja nas falanges, seja nas legiões.
b. FREDERICO II, Rei da PRÚSSIA, governante do século XVIII, dava grande importância à
Ordem Unida, e determinava que diariamente seus súditos executas sem movimentos a pé firme e
em marcha com a finalidade de desenvolver, principalmente, a disciplina e o espírito de corpo. Dizia
FREDERICO II: “A prosperidade de um Estado tem por base a disciplina dos seus Exércitos".
c. O Exército Brasileiro, historicamente, teve seus primeiros movimentos de Ordem Unida
herdados do Exército Português. Além disso, sofreu também duas grandes influências, no início do
século passado: a germânica, antes da 1ª Guerra Mundial, com a Missão Militar de Instrução de
brasileiros na ALEMANHA; e a francesa, no início dos anos 20, com a participação de militares
daquele País em missão no Brasil. Como exemplo, dessa influência, pode-se citar o apresentar
armas com espada, que se identifica com o juramento feito pelos militares gauleses. O 1º tempo,
com a espada na vertical e com o copo na altura da boca, significava o juramento pela própria
HONRA, no 2º tempo, o juramento por DEUS, apontando para o céu, e no 3º tempo, o juramento
pela PÁTRIA, apontando a espada para o solo.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 109/156)


Fig 1-1. Exército Brasileiro - Garbo e tradição

c) CONCEITO BÁSICO DA ORDEM UNIDA


A Ordem Unida se caracteriza por uma disposição individual e consciente altamente motivada,
para a obtenção de determinados padrões coletivos de uniformidade, sincronização e garbo militar.
Deve ser considerada, por todos os participantes – instrutores e instruendos, comandantes e
executantes – como um significativo esforço para demonstrar a própria disciplina militar, isto é, a
situação de ordem e obediência que se estabelece voluntariamente entre militares, em vista da
necessidade de eficiência na guerra.

d) OBJETIVOS DA ORDEM UNIDA


a. Proporcionar aos homens e às unidades, os meios de se apresentarem e de se deslocarem
em perfeita ordem, em todas as circunstâncias estranhas ao combate.
b. Desenvolver o sentimento de coesão e os reflexos de obediência, como fatores
preponderantes na formação do soldado.
c. Constituir uma verdadeira escola de disciplina.
d. Treinar oficiais e graduados no comando de tropa.
e. Possibilitar, consequentemente, que a tropa se apresente em público, quer nas paradas,
quer nos simples deslocamentos de serviço, com aspecto enérgico e marcial.

e) DIVISÃO DA INSTRUÇÃO DE ORDEM UNIDA


a. Instrução individual - na qual se ministra ao militar a prática dos movimentos individuais,
preparando-o para tomar parte nos exercícios de instrução coletiva.
b. Instrução coletiva - na qual é instruída a fração, a subunidade e a unidade, segundo
planejamento específico.

5.1.2 DEFINIÇÕES

a) TERMOS MILITARES
Os termos militares têm um sentido preciso, em que são exclusivamente empregados, quer
na linguagem corrente, quer nas ordens e partes escritas. Daí a necessidade das definições que se
seguem:

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 110/156)


(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 111/156)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 112/156)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 113/156)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 114/156)
b) COMANDOS E MEIOS DE COMANDO

Na Ordem Unida, para transmitir sua vontade à tropa, o comandante poderá empregar a voz,
o gesto, a corneta (clarim) e/ou apito.
a. Vozes de comando - são formas padronizadas, pelas quais o comandante de uma fração
exprime verbalmente a sua vontade. A voz constitui o meio de comando mais empregado na Ordem
Unida. Deverá ser usada, sempre que possível, pois permite execução simultânea e imediata.
(1) As vozes de comando constam geralmente de:
(a) Voz de advertência - é um alerta que se dá à tropa, prevenindo a para o comando que será
enunciado. Exemplos: “PRIMEIRO PELOTÃO!” ou “ESCOLA!” ou “ESQUADRÃO!”.
1) A voz de advertência pode ser omitida, quando se enuncia uma sequência de comandos.
Exemplo: “PRIMEIRA COMPANHIA! - SENTIDO! OMBRO-ARMA! - APRESENTAR-ARMA! - OLHAR
A DIREITA! – OLHAR FRENTE!”.
2) Não há, portanto, necessidade de repetir a voz de advertência antes de cada comando.
(b) Comando propriamente dito - tem por finalidade indicar o movimento a ser realizado pelos
executantes. Exemplos: “DIREITA!”, “ORDINÁRIO!”, ”PELA ESQUERDA!”, “ACELERADO!”, “CINCO
PASSOS EM FRENTE!”.
1) Às vezes, o comando propriamente dito, impõe a realização de certos movimentos, que
devem ser executados pelos homens antes da voz de execução. Exemplo: (tropa armada, na posição
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 115/156)
de “Sentido”) “ESCOLA! DIREITA (os homens terão de fazer o movimento de “Arma Suspensa”),
VOLVER!”.
2) A palavra “DIREITA” é um comando propriamente dito e comporta-se, neste caso, como
uma voz de execução, para o movimento de “Arma Suspensa”.
3) Torna-se, então, necessário que o comandante enuncie estes comandos de maneira
enérgica, definindo com exatidão o momento do movimento preparatório e dando aos homens o
tempo suficiente para realizarem este movimento, ficando em condições de receberem a voz de
execução.
4) É igualmente necessário que haja um intervalo entre o comando propriamente dito e a voz
de execução, quando os comandantes subordinados tiverem que emitir vozes complementares.
5) O comando propriamente dito, em princípio, deve ser longo. O Comandante deve esforçar-
se para pronunciar correta e integralmente todas as palavras que compõem o comando. Tal esforço,
porém, não deve ser enunciado, porque isto comprometerá a uniformidade de execução pela tropa.
Este cuidado é particularmente importante em comandos propriamente ditos que correspondem à
execução de movimentos preparatórios, como foi mostrado acima.
(c) Voz de execução - tem por finalidade determinar o exato momento em que o movimento
deve começar ou cessar.
1) A voz de execução deve ser curta, viva, enérgica e segura. Tem que ser mais breve que o
comando propriamente dito e mais incisivo.
2) Quando a voz de execução for constituída por uma palavra oxítona (que tem a tônica na
última sílaba), é aconselhável um certo alongamento na enunciação da(s) sílaba(s) inicial(ais),
seguido de uma enérgica emissão da sílaba final. Exemplos: “PER-FI-LAR!” - “CO-BRIR!” - “VOL-
VER!” “DESCAN-SAR!”.
3) Quando, porém, a tônica da voz de execução cair na penúltima sílaba, é imprescindível
destacar esta tonicidade com precisão. Nestes casos, a(s) sílaba(s) final(ais) praticamente não se
pronuncia(m). Exemplos: “MAR-CHE!”, “AL-TO!”, “EM FREN-TE!”, “OR-DI-NÁ-RIO”, “AR-MA!”, “PAS-
SO!”.
(2) As vozes de comando devem ser claras, enérgicas e de intensidade proporcional ao efetivo
dos executantes. Uma voz de comando emitida com indiferença só poderá ter como resultado uma
execução displicente.
(3) O comandante deverá emitir as vozes de comando na posição de “Sentido”, com a frente
voltada para a tropa, de um local em que possa ser ouvido e visto por todos os homens.
(4) Nos desfiles, o comandante dará as vozes de comando com a face voltada para o lado
oposto àquele em que estiver à autoridade (ou o símbolo) a quem será prestada a continência.
(5) Quando o comando tiver de ser executado simultaneamente por toda a tropa, os
comandantes subordinados não o repetirão para suas frações. Caso contrário, repetirão o comando
ou, se necessário, emitirão comandos complementares para as mesmas.
(6) As vozes de comando devem ser rigorosamente padronizadas, para que a execução seja
sempre uniforme. Para isto, é necessário que os instrutores de Ordem Unida as pratiquem
individualmente, antes de comandarem uma tropa, seguindo as instruções constantes do CI 22-5/1 -
ORDEM UNIDA - CONSELHO AOS INSTRUTORES.
c. Emprego da corneta (ou clarim) - os toques de corneta (clarim) serão empregados de acordo
com o C 20-5 - MANUAL DE TOQUES DO EXÉRCITO. Quando uma “Escola” atingir certo progresso
na instrução individual, deverão ser realizadas sessões curtas e frequentes de Ordem Unida, com os
comandos executados por meio de toques de corneta (clarim). Consegue-se, assim, familiarizar os
homens com os toques mais simples, de emprego usual. O homem deve conhecer os toques
correspondentes às diversas posições, aos movimentos das armas e os necessários aos
deslocamentos.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 116/156)


5.2 – MOVIMENTOS SEM ARMA A PÉ FIRME

5.2.1 POSIÇÕES

a. Sentido - nesta posição, o homem ficará imóvel e com a frente voltada para o ponto
indicado. Os calcanhares unidos, pontas dos pés voltadas para fora, de modo que formem um ângulo
de aproximadamente 60 graus. O corpo levemente inclinado para frente com o peso distribuído
igualmente sobre os calcanhares e as plantas dos pés, e os joelhos naturalmente distendidos. O
busto aprumado, com o peito saliente, ombros na mesma altura e um pouco para trás, sem esforço.
Os braços caídos e ligeiramente curvos, com os cotovelos um pouco projetados para frente e na
mesma altura. As mãos espalmadas, coladas na parte exterior das coxas, dedos unidos e
distendidos, sendo que, o médio deverá coincidir com a costura lateral da calça. Cabeça erguida e o
olhar fixo à frente. (Fig 2-1 e 2-2)

Fig 2-1. Posição de Sentido (frente) Fig 2-2. Posição de Sentido (perfil)

Para tomar a posição de “Sentido”, o homem unirá os calcanhares com energia e vivacidade,
de modo a se ouvir esse contato; ao mesmo tempo, trará as mãos diretamente para os lados do
corpo, batendo-as com energia ao colá-las às coxas. Durante a execução deste movimento, o homem
afastará os braços cerca de 20 cm do corpo, antes de colar as mãos às coxas. O calcanhar esquerdo
deverá ser ligeiramente levantado para que o pé não arraste no solo. O homem tomará a posição de
“Sentido” ao comando de “SENTIDO!”.
b. Descansar - estando na posição de “Sentido”, ao comando de “DESCANSAR!”, o homem
deslocará o pé esquerdo, a uma distância aproximadamente igual a largura de seus ombros, para a
esquerda, elevando ligeiramente o corpo sobre a ponta do pé direito, para não arrastar o pé esquerdo.
Simultaneamente, a mão esquerda segurará o braço direito pelo pulso, à mão direita fechada
colocada às costas, pouco abaixo da cintura. Nesta posição, as pernas ficarão naturalmente
distendidas e o peso do corpo igualmente distribuído sobre os pés, que permanecerão num mesmo
alinhamento. Esta é a posição do militar ao entrar em forma, onde permanecerá em silêncio e imóvel.
(Fig 2-3 e 2-4)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 117/156)


Fig 2-3. Posição de Descansar (frente) Fig 2-4. Posição de Descansar (costas)

c. À Vontade - o comando de “À VONTANDE” deverá ser dado quando os homens estiverem


na posição de “Descansar”. Estando os homens na posição de “Sentido”, deverá ser dado primeiro
o comando de “DESCANSAR!” e, em seguida, o de “À VONTADE!”. A este comando, o homem
manterá o seu lugar em forma, de modo a conservar o alinhamento e a cobertura. Poderá mover o
corpo e falar. Para cessar a situação de “À Vontade”, o comandante ou instrutor dará uma voz ou
sinal de advertência: “ATENÇÃO!”. Os homens, então, individualmente, tomarão a posição de
“DESCANSAR”. O Comandante (ou instrutor) poderá, de acordo com a situação, introduzir restrições
que julgue necessárias ou convenientes, antes de comandar “À VONTADE!”. Tais restrições, porém,
não devem fazer parte da voz de comando.
d. Em Forma - ao comando de “ESCOLA (GRUPO, PELOTÃO etc.) – BASE TAL HOMEM -
FRENTE PARA TAL PONTO - COLUNA POR UM (DOIS, TRÊS, etc.), ou LINHA EM UMA FILEIRA
(DUAS ou TRÊS)" seguido da voz de execução “EM FORMA!”, cada homem deslocar-se-á
rapidamente para o seu lugar e, com o braço esquerdo distendido para a frente, tomará a distância
regulamentar. Se posicionado na testa da fração, tomará o intervalo regulamentar conforme descrito
no Capítulo 4, parágrafo 4-13. Depois de verificar se está corretamente coberto e alinhado, tomará a
posição de “Descansar”.
e. Cobrir – Para que uma tropa retifique a cobertura, ser-lhe-á dado o comando de “COBRIR!”.
A este comando, que é dado com a tropa na posição de “Sentido”, o homem estenderá o braço
esquerdo para frente, com a palma da mão para baixo e os dedos unidos, até tocar levemente com
a ponta do dedo médio, a retaguarda do ombro (ou mochila) do companheiro da frente; colocar-se-
á, então, exatamente atrás deste, de forma a cobri-lo e, em seguida, posicionar-se-á na mesma linha
em que se encontrem os companheiros à sua direita, alinhando-se por eles (Fig 4-7). A mão direita
permanece colada à coxa. Os homens da testa, com exceção do da esquerda (que permanecerá na
posição de “Sentido”), estenderão os braços esquerdos para o lado, palmas das mãos para baixo,
dedos unidos, tocando levemente o lado do ombro direito do companheiro à sua esquerda. A mão
direita permanece colada à coxa. (Fig 7 e 8)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 118/156)


Fig 7. Cobrir - Tropa desarmada - (testa)

Fig 8. Cobrir - Tropa desarmada (coluna)

Se a tropa estiver armada, ao comando de “COBRIR!”, os homens farão “Arma Suspensa” e,


a seguir, procederão como descrito anteriormente. (Fig 9 e 10)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 119/156)


Fig 9. Cobrir - Tropa armada (testa).

Fig 10. Cobrir - Tropa armada (coluna)

Se o comandante desejar reduzir o intervalo entre os homens, logo após enunciar a fração,
comandará “SEM INTERVALO, COBRIR!”. Neste caso, os homens procederão como descrito
anteriormente, com exceção dos homens da testa, que colocarão as mãos esquerdas fechadas nas
cinturas, punhos no prolongamento dos antebraços, costas das mãos para frente, cotovelos para a
esquerda, tocando levemente o braço direito do companheiro à sua esquerda. (Fig 11 e 12)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 120/156)


Fig 11. Sem Intervalo, cobrir - Tropa desarmada (testa)

Fig 12. Sem Intervalo, cobrir - Tropa armada (testa)

A cobertura estará correta quando o homem, olhando para frente, ver somente a cabeça do
companheiro que o precede (a distância deverá ser de um braço).
O alinhamento estará correto quando o homem, conservando a cabeça imóvel, olha para a
direita e verificar se ele encontra-se no mesmo alinhamento que os demais companheiros de sua
fileira. O intervalo será de um braço (braço dobrado, no caso de “Sem intervalo”).
Verificada a cobertura e o alinhamento, o comandante da tropa comandará “FIRME!”. A este
comando, os homens descerão energicamente o braço esquerdo, colando a mão à coxa com uma
batida e, ao mesmo tempo, quando for o caso, abaixarão a arma, em dois tempos (idênticos aos 4º
e 5º tempos do “Descansar Arma” partindo de “Ombro-Arma”), permanecendo na posição de
“Sentido”.

f. Perfilar -

a. Estando a tropa em linha, para retificar o seu alinhamento, será dado o comando de “BASE
TAL HOMEM (FRAÇÃO), PELA DIREITA (ESQUERDA OU CENTRO)! PERFILAR!”. Após enunciar
“BASE TAL HOMEM!”, o comandante aguardará que o homem-base se identifique e prosseguirá
comandando: “PELA DIREITA (ESQUERDA! ou PELO CENTRO!)”. Fará nova pausa, esperando que
os homens tomem a posição de “Sentido”, se desarmados, ou tomem esta posição e realizem o
movimento de “Arma Suspensa”, se armados. Em seguida, comandará “PERFILAR!”.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 121/156)


b. À voz de execução “PERFILAR!”, os homens da testa e os da coluna do homem-base
procederão como no movimento de “Cobrir”. Ao mesmo tempo, todos os homens voltarão vivamente
o rosto para a coluna do homem-base. Em seguida, tomarão os intervalos e distâncias, sem erguer
o braço esquerdo. Se a tropa estiver armada, os homens, com exceção do homem-base, farão “Arma
Suspensa”. (Fig 4-13).
c. Se o comandante desejar reduzir os intervalos, comandará “BASE TAL HOMEM!
(FRAÇÃO!) SEM INTERVALO! PELA DIREITA! PELA ESQUERDA! ou PELO CENTRO!
PERFILAR!”. Os homens da testa, com exceção do da esquerda (que permanecerá na posição de
“Sentido”), colocarão a mão esquerda fechada na cintura, punho no prolongamento do antebraço,
costas da mão para frente, cotovelo para a esquerda, até tocar levemente o braço direito do
companheiro à sua esquerda. Os homens da coluna do homem-base estenderão o braço esquerdo
à frente, até tocarem levemente à retaguarda do ombro direito do companheiro da frente. Todos os
homens voltarão vivamente o rosto para a coluna do homem-base. (Fig 13 e 14)

Fig 13. Pela Direita - Perfilar Fig 14. Sem Intervalo - Pelo Centro Perfilar

f. Fora de Forma - ao comando de “FORA DE FORMA, MARCHE!”, os homens romperão a


marcha com o pé esquerdo e sairão de forma com rapidez. Quando necessário, o comando será
precedido da informação “NAS PROXIMIDADES”, a qual não fará parte da voz de comando. Neste
caso, os homens deverão manter a atenção no seu comandante, permanecendo nas imediações.
g. Olhar à Direita (Esquerda) - Tropa a pé firme - na continência a pé firme, ao comando de
“OLHAR À DIREITA (ESQUERDA)!“, cada homem girará a cabeça para o lado indicado, olhará
francamente a autoridade que se aproxima e, à proporção que esta se deslocar, acompanhará com
a vista, voltando naturalmente a cabeça, até que ela tenha atingido o último homem da esquerda
(direita). Ao comando de “OLHAR, FRENTE!", volverá a cabeça, energicamente, para frente.
h. Olhar à Direita (Esquerda) - Tropa em deslocamento - Quando no passo ordinário, a última
sílaba do comando de “SENTIDO! OLHAR À DIREITA!" deverá coincidir com a batida do pé esquerdo
no solo; quando o pé esquerdo voltar a tocar o solo, com uma batida mais forte, deverá ser executado
o giro de cabeça para o lado indicado, de forma enérgica e sem desviar a linha dos ombros. Para
voltar a cabeça à posição normal, será dado o comando de “OLHAR, FRENTE!“ nas mesmas
condições do “OLHAR À DIREITA (ESQUERDA)".
i. Olhar à Direita (Esquerda) - Tropa em desfile - na altura da primeira baliza vermelha, será
dado o comando de “SENTIDO! OLHAR À DIREITA!", que deverá coincidir com a batida do pé
esquerdo no solo; quando o pé esquerdo voltar a tocar o solo, com uma batida mais forte, deverá ser
executado o giro de cabeça para o lado indicado, de forma enérgica e sem desviar a linha dos

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 122/156)


ombros. Ao comando de “OLHAR, FRENTE!“, que será dado quando a retaguarda do grupamento
ultrapassar a segunda baliza vermelha, a tropa girará a cabeça no pé esquerdo seguinte ao comando.
j. Apresentar arma - O comando de “APRESENTAR ARMA!” deverá ser dado quando os
homens estiverem na posição de “Sentido”. Estando os homens na posição de “Descansar”, deverá
ser dado primeiro o comando de “SENTIDO!” e, em seguida, o de “APRESENTAR ARMA!”. A este
comando o homem irá prestar a continência.
(1) Sem cobertura - em movimento enérgico, leva a mão direita, tocando com a falangeta do
dedo médio o lado direito da fronte, procedendo similarmente ao descrito acima. (Fig 2-5)
(2) Com cobertura - em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado da cobertura, tocando
com a falangeta do indicador a borda da pala, um pouco adiante do botão da jugular, ou lugar
correspondente, se a cobertura não tiver pala ou jugular; a mão no prolongamento do antebraço, com
a palma voltada para o rosto e com os dedos unidos e distendidos; o braço sensivelmente horizontal,
formando um ângulo de 45º com a linha dos ombros; olhar franco e naturalmente voltado para o
superior. Para desfazer a continência, abaixa a mão em movimento enérgico, voltando à posição de
sentido. (Fig 2-6)

Fig 2-5. Apresentar arma sem cobertura Fig 2-6. Apresentar arma com cobertura

l. Sentado (Ao solo) - Partindo da posição de descansar, ao comando de “SENTADO UM-


DOIS!” o militar dará um salto, em seguida, sentará com as pernas cruzadas (perna direita à frente
da esquerda), envolvendo os joelhos com os braços, e com a mão esquerda deverá segurar o braço
direito pelo pulso mantendo a mão direita fechada. Para retornar a posição de descansar, partindo
da posição sentado, deve-se comandar “DE PÉ UM-DOIS!”. (Fig 2-7)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 123/156)


Fig 2-7. Posição sentado

5.2.2 POSIÇÕES SEM COBERTURA

Nas situações em que o militar tiver que retirar a cobertura, segurando-a com a mão deverá
proceder da seguinte forma:
a. Sentido - O militar deverá tomar a posição de sentido, de forma semelhante ao descrito na
letra “a.” do parágrafo 2-2, porém, deverá segurar a boina (gorro ou quepe) com a mão esquerda
empunhando-os pela lateral esquerda, braços conforme descrito na letra "a." do parágrafo 2-2,
mantendo a parte interna da cobertura voltada para o corpo e a pala voltada para frente (Fig 2- 8 e
2-9). No caso do capacete, a parte interna ficará voltada para o solo, tendo a preocupação de fixar a
jugular no dedo anular.

Fig 2-8. Posição sentido (boina na mão) Fig 2-9. Posição sentido (gorro na mão)

b. Descansar - O militar deverá tomar a posição de descansar, de forma semelhante ao


descrito na letra “b.” do parágrafo 2-2, porém, deverá segurar a boina (gorro ou quepe) com a mão
esquerda empunhando-os pela lateral esquerda, mantendo a parte interna da cobertura voltada para
o corpo e a pala voltada para frente (Fig 2-10 e 2-11). O braço direito deverá estar caído ao lado do
corpo, com o dorso da mão voltado para frente, mantendo o polegar da mão direita por trás dos
demais dedos. No caso do capacete, a parte interna ficará voltada para o solo, tendo a preocupação
de fixar a jugular no dedo anular. (Fig 2-12)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 124/156)


Fig 2-10. Posição descansar (boina na mão) Fig 2-11. Posição descansar (gorro na mão)

Fig 2-12. Posição descansar (capacete na mão)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 125/156)


5.3 – MOVIMENTOS SEM ARMA EM DESLOCAMENTOS

5.3.1 PASSOS

a. Generalidades
(1) Cadência - é o número de passos executados por minuto, nas marchas em passo ordinário
e acelerado.
(2) Os deslocamentos poderão ser feitos nos passos: ordinário, sem cadência, de estrada e
acelerado.
b. Passo Ordinário - é o passo com aproximadamente 75 centímetros de extensão, calculado
de um calcanhar a outro e numa cadência de 116 passos por minuto. Neste passo, o homem
conservará a atitude marcial (ver parágrafo 2-5, letra "b.").
c. Passo sem Cadência - é o passo executado na amplitude que convém ao homem, de acordo
com a sua conformação física e com o terreno. No passo sem cadência, o homem é obrigado a
conservar a atitude correta, a distância e o alinhamento.
d. Passo de estrada - é o passo sem cadência em que não há a obrigação de conservar a
mesma atitude do passo sem cadência, propriamente dito, embora o homem tenha que manter seu
lugar em forma e a regularidade da marcha (ver C 21-18 - MARCHAS A PÉ).
e. Passo Acelerado - é o passo executado com a extensão de 75 a 80 centímetros, conforme
o terreno e numa cadência de 180 passos por minuto.

5.3.2 MARCHAS

a. Generalidades
(1) O rompimento das marchas é feito sempre com o pé esquerdo partindo da posição de
“Sentido” e ao comando de, ”ORDINÁRIO (SEM CADÊNCIA, PASSO DE ESTRADA ou
ACELERADO) MARCHE!”. Estando a tropa na posição de “Descansar”, ao comando de
“ORDINÁRIO (SEM CADÊNCIA, PASSO DE ESTRADA ou ACELERADO)!”, os homens tomarão a
posição de “Sentido” e romperão a marcha, à voz de “MARCHE!”.
(2) Para fim de instrução, o instrutor poderá marcar a cadência. Para isso, contará “UM!”,
“DOIS!”, conforme o pé que tocar no solo: “UM!”, o pé esquerdo; “DOIS!”, o pé direito.
(3) As marchas serão executadas em passo ordinário, passo sem cadência, passo de estrada
e passo acelerado.
b. Marcha em “Passo Ordinário”
(1) Rompimento - ao comando de “ORDINÁRIO, MARCHE!”, o homem levará o pé esquerdo
à frente, com a perna naturalmente distendida, batendo no solo com o calcanhar esquerdo, de modo
natural e sem exageros ou excessos; Levará também à frente o braço direito, flexionando-o para
cima, até a altura da fivela do cinto, com a mão espalmada (dedos unidos) e no prolongamento do
antebraço. Simultaneamente, elevará o calcanhar direito, fazendo o peso do corpo recair sobre o pé
esquerdo e projetará para trás o braço esquerdo, distendido, com a mão espalmada e no
prolongamento do antebraço, até 30 centímetros do corpo. Levará, em seguida, o pé direito à frente,
com a perna distendida naturalmente, batendo com o calcanhar no solo, ao mesmo tempo em que
inverterá a posição dos braços.
(2) Deslocamento - o homem prossegue, avançando em linha reta, perpendicularmente à linha
dos ombros. A cabeça permanece levantada e imóvel; os braços oscilam, conforme descrito
anteriormente, transversalmente ao sentido do deslocamento. A amplitude dos passos é
aproximadamente 40 centímetros para o primeiro e de 75 centímetros para os demais. A cadência é
de 116 passos por minuto, marcada pela batida do calcanhar no solo.
(3) Alto - o comando de “ALTO!” deve ser dado quando o homem assentar o pé esquerdo no
solo; ele dará, então, mais dois passos, um com o pé direito e outro com o pé esquerdo, unindo, com
energia, o pé direito ao esquerdo, batendo fortemente os calcanhares, ao mesmo tempo em que,

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 126/156)


cessando o movimento dos braços, irá colar as mãos às coxas, com uma batida, conforme prescrito
para a tomada da posição de “Sentido”.
(4) Marcar Passo - o comando de “MARCAR PASSO!” deverá ser dado nas mesmas
condições que o comando de “ALTO!”. O homem executará o alto e, em seguida, continuará
marchando no mesmo lugar, elevando os joelhos até que os pés fiquem à altura de 20 centímetros
do solo, mantendo a cadência do passo ordinário. Os braços não deverão oscilar. As mãos ficam
espalmadas (dedos unidos), como durante o deslocamento. O movimento de “Marcar Passo” deve
ser de curta duração. Será empregado com finalidades variadas, tais como: manter a distância
regulamentar entre duas unidades (frações) consecutivas de uma coluna; retificar o alinhamento e a
cobertura de uma fração, antes de se lhe dar o comando de “ALTO!”, entre outras.
(5) Em Frente - o comando de “EM FRENTE!” deverá ser dado quando o pé esquerdo assentar
no solo; o homem dará, ainda, um passo com o pé direito, rompendo, em seguida, com o pé
esquerdo, a marcha no passo ordinário.
(6) Trocar Passo - ao comando de “TROCAR PASSO!”, o homem levará o pé, que está atrás,
para a retaguarda do que acabar de tocar o solo e, dando logo em seguida um pequeno passo com
o que estava à frente, prosseguirá naturalmente a marcha. Este movimento deverá ser feito com
vivacidade e executado independentemente de ordem e sempre que for necessário acertar o passo
com os demais homens. Este comando será dado somente a título de aprendizagem.
c. Marcha em “Passo sem Cadência”
(1) Rompimento da marcha - ao comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!”, o homem
romperá a marcha em passo sem cadência, devendo conservar-se em silêncio durante o
deslocamento.
(2) Passagem do “Passo Ordinário” para o “Passo sem Cadência” - estando o homem em
marcha no passo ordinário, ao comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!”, iniciará a marcha em
passo sem cadência. A voz de execução deverá ser dada quando o pé esquerdo tocar o solo, de tal
forma que a batida seguinte do calcanhar esquerdo no solo seja mais acentuada, quando então, o
homem iniciará o passo sem cadência. Para voltar ao passo ordinário, bastará comandar
“ORDINÁRIO, MARCHE!”. Ao comando de “ORDINÁRIO!”, o homem-base iniciará a marcha no
passo ordinário e os demais homens irão acertando o passo por este. Após um pequeno intervalo de
tempo, será dada a voz de “MARCHE!”, quando o pé esquerdo tocar o solo.
(3) Alto - estando em passo sem cadência, ao comando de “ALTO!” (com a voz alongada), o
homem dará mais dois passos e unirá o pé que está atrás ao da frente, voltando à posição de
“Sentido”.
d. Marcha em “Passo de estrada”
(1) Nos deslocamentos em estradas e fora das localidades, para proporcionar maior
comodidade à tropa, ser-lhe-á permitido marchar em passo de estrada. Ao comando de “PASSO DE
ESTRADA, MARCHE!”, o homem marchará no passo sem cadência podendo, no deslocamento,
falar, cantar, fumar, beber e comer. Para fazer com que a tropa retome o passo ordinário, ser-lhe-á
dado, primeiro, o comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!” e, somente então, se comandará
“ORDINÁRIO, MARCHE!”.
(2) Os passos sem cadência ou de estrada não têm amplitude e cadência regulares, devendo-
se, porém, evitar o passo muito rápido e curto, que é por demais fatigante. O aumento da velocidade
deverá ser conseguido com o aumento da amplitude do passo e não com a aceleração da cadência.
Uma tropa, no passo sem cadência, ou no passo de estrada, deverá percorrer 80 metros por minuto,
ou seja, cerca de 106 passos de 75 centímetros.
(3) Alto - estando a tropa em “Passo de estrada”, comandar-se-á “SEM CADÊNCIA,
MARCHE!”, antes de se comandar “ALTO!”. A este último comando, a tropa procederá conforme a
letra "c." item (3) anterior.
e. Marcha em “Passo Acelerado”
(1) No rompimento da marcha, partindo da posição de “sentido” – ao comando de
“ACELERADO!”, o homem levantará os antebraços, encostando os cotovelos com energia ao corpo
e formando com os braços ângulos aproximadamente retos; as mãos fechadas, sem esforço e
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 127/156)
naturalmente voltadas para dentro, com polegar para cima, apoiado sobre o indicador. À voz de
“MARCHE”, levará o pé esquerdo com a perna ligeiramente curva para frente, o corpo no
prolongamento da perna direita e correrá cadenciadamente, movendo os braços naturalmente para
frente e para trás sem afastá-los do corpo. A cadência é de 180 passos por minuto. Em
“ACELERADO”, as pernas se dobram, como na corrida curta.
(2) Passagem do “passo ordinário” para o “passo acelerado”- estando a tropa marchando no
passo ordinário, ao comando de “ACELERADO!”, levantará os antebraços, conforme descrito no item
(1) acima, no momento em que o próximo pé esquerdo tocar ao solo; a voz de “MARCHE!” deverá
ser dada ao assentar o pé esquerdo ao solo; o homem dará mais três passos, iniciando, então, o
acelerado com o pé esquerdo de acordo com o que está escrito para o início do “acelerado“, partindo
da posição de “sentido“
(3) Passagem do “passo sem cadência” para o “passo acelerado” – se a tropa estiver
marchando no passo sem cadência, antes do comando de “ACELERADO, MARCHE!”, comandar-
se-á “ORDINÁRIO, MARCHE!”.
(4) Alto - o comando deverá ser dado quando o homem assentar o pé esquerdo no solo; ele
dará mais quatro passos em acelerado e fará alto, unindo o pé direito ao esquerdo e, abaixando os
antebraços, colocará as mãos nas coxas, com uma batida. A união dos pés e a batida das mãos nas
coxas, deverão ser executadas simultaneamente.
(5) Passagem do “passo acelerado” para o “passo ordinário” – estando em acelerado, a voz
de execução deverá ser dada quando o pé esquerdo assentar no solo; o homem dará mais três
passos em acelerado, iniciando, então, o passo ordinário com a perna esquerda.
f. Deslocamentos curtos - poderão ser executados ao comando de “TANTOS PASSOS EM
FRENTE! MARCHE!”. O número de passos será sempre ímpar. À voz de “MARCHE!”, o homem
romperá a marcha no passo ordinário, dando tantos passos quantos tenham sido determinados e
fará alto, sem que para isso seja necessário novo comando.

5.3.3 VOLTAS

a. A pé firme - todos os movimentos serão executados na posição de “Sentido”, mediante os


comandos abaixo:
(1) “DIREITA (ESQUERDA), VOLVER!” - à voz de execução “VOLVER!”, o homem voltar-se-
á para o lado indicado, de um quarto de círculo, sobre o calcanhar do pé direito (esquerdo) e a planta
do pé esquerdo (direito), e, terminada a volta, assentará a planta do pé direito (esquerdo) no solo;
unirá depois o pé esquerdo (direito) ao direito (esquerdo), batendo energicamente os calcanhares.
(2) “MEIA VOLTA, VOLVER!”- será executada como “Esquerda Volver”, sendo a volta de 180
graus.
(3) “OITAVO À DIREITA (ESQUERDA), VOLVER!”. Será executado do mesmo modo
que ”DIREITA (ESQUERDA) VOLVER”, mas, a volta é de apenas 45 graus.
(4) Em campanha e nas situações em que seja difícil à tropa executar voltas a pé firme (Ex.:
tropa portando material ou equipamento pesado), deverá ser comandado “FRENTE PARA A
DIREITA (ESQUERDA, RETAGUARDA)!”, para que seja mudada a frente e uma fração. A este
comando, o homem volverá, por meio de um salto, para o lado indicado com energia e vivacidade.
Tal comando deverá ser dado com a tropa na posição de “Descansar”. Após executá-lo, permanecerá
nesta posição.
b. Em marcha - as voltas em marcha só serão executadas nos deslocamentos
no passo ordinário.
(1) “DIREITA, VOLVER!” - A voz de execução “VOLVER!” deverá ser dada no momento em
que o pé direito assentar no solo; com o pé esquerdo, ele dará um passo mais curto e volverá à
direita, marcará um passo no mesmo lugar com o pé direito e romperá a marcha com o pé esquerdo.
(2) “ESQUERDA, VOLVER!” - A voz de execução “VOLVER” deverá ser dada no momento
em que o pé esquerdo assentar no solo; com o pé direito, ele dará um passo mais curto e volverá à

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 128/156)


esquerda, marcará um passo no mesmo lugar com o pé esquerdo e romperá a marcha com o pé
direito.
(3) “OITAVO À DIREITA (ESQUERDA), VOLVER!” - será executado do mesmo modo que
“Direita (Esquerda), Volver”, porém, a rotação será apenas de 45 graus.
(4) “MEIA VOLTA, VOLVER!” - a voz de execução “VOLVER!” deverá ser dada ao assentar o
pé esquerdo no solo; o pé direito irá um pouco à frente do esquerdo, girando o homem vivamente
pela esquerda sobre as plantas dos pés, até mudar a frente para a retaguarda, rompendo a marcha
com o pé direito e prosseguindo na nova direção.
(5) Estando a tropa em passos sem cadência e sendo necessário mudar a sua frente, o
comandante da fração poderá comandar “FRENTE PARA A DIREITA (ESQUERDA,
RETAGUARDA)!”. A este comando, os homens se voltarão rapidamente para a frente indicada, por
meio de um salto, prosseguindo no passo sem cadência.

5.4 - MOVIMENTOS COM ARMA A PÉ FIRME

5.4.1 MOVIMENTOS COM ARMA A PÉ FIRME, À VIVA VOZ E À CORNETA

a) Generalidades
Desde que se tenha obtido certo desembaraço na instrução de ordem unida sem arma, será
iniciada a instrução com arma (estas instruções poderão ser alternadas).
O presente capítulo tratará apenas da ordem unida para homens armados de fuzil automático
leve (FAL), PÁRA-FAL, Mosquetão 7,62 mm 968, pistola, metralhadora de mão e espada. Nos
treinamentos de ordem unida, nas revistas, nos desfiles e outras atividades, as armas coletivas
(metralhadoras, morteiros, lança-rojões etc.), normalmente, não serão conduzidas a braço e sim nos
meios de transportes orgânicos. Da mesma forma, tendo em vista o peso do Fz Mtz 7.62 mm 964
(FAP) e a consequente dificuldade de executar movimentos com esta arma, ela, normalmente, não
deverá ser conduzida a braço na Ordem Unida.
Os homens armados de FAL, PÁRA-FAL, Mosquetão, pistola, metralhadora de mão e espada,
entrarão em forma, inicialmente, na posição de “Descansar”.
As armas de fogo acima deverão ser conduzidas descarregadas e desengatilhadas. Mediante ordem
especial, as armas poderão ser conduzidas carregadas, porém, neste caso, deverão estar travadas.
Nas sessões de ordem unida, nas formaturas e desfiles em que se utilize o FAL, a bandoleira
deve permanecer complemente esticada, passando por trás do pomo da alavanca de manejo, com
suas partes metálicas voltadas para a frente e o grampo inferior tangenciando o respectivo zarelho.
No PÁRA-FAL a bandoleira deve ser ajustada de forma a permitir os movimentos com o armamento.
(Fig 15)

Fig 15 Zarelho

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 129/156)


5.4.2 FUZIL 7,62 M 964 (FAL) – Posições

a. Sentido - Nesta posição, o fuzil ficará na vertical, ao lado do corpo e encostado à perna
direita, chapa da soleira no solo junto ao pé direito, pelo lado de fora, com o bico na altura da ponta
do pé. Os braços deverão estar ligeiramente curvos, de modo que os cotovelos fiquem na mesma
altura. A mão direita segurará a arma, com o polegar por trás, os demais dedos unidos e distendidos
à frente, apoiados sobre o guarda-mão. A mão esquerda e os calcanhares ficarão como na posição
de “Sentido”, sem arma. Para tomar a posição de “Sentido”, o homem unirá os calcanhares com
energia, ao mesmo tempo em que, afastando a mão esquerda, no máximo 20 cm, a colará na coxa,
com uma batida. (Fig 16 e 17)

Fig 16. Posição de sentido (frente) Fig 17. Posição de Sentido (perfil)

b. Descansar - Para tomar esta posição, o homem deslocará o pé esquerdo a uma distância
aproximadamente igual a largura de seus ombros para a esquerda, ficando as pernas distendidas e
o peso do corpo igualmente distribuído sobre os pés, que permanecerão no mesmo alinhamento. A
mão direita segurará a arma da mesma forma que na posição de “Sentido”. A mão esquerda ficará
caída naturalmente, ao lado do corpo, junto à costura da calça, com o seu dorso voltado para frente,
polegar por trás dos demais dedos. (Fig 18)

Fig 18. Posição de Descansar

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 130/156)


Movimentos com arma a pé firme

a. Nos movimentos com arma a pé firme, somente os braços e as mãos entrarão em ação; a
parte superior do corpo ficará perfilada e imóvel. Os diversos tempos de que se compõem os
movimentos deverão ser executados com rigorosa precisão e uniformidade, seguindo-se uns aos
outros na cadência correspondente a 116 passos por minuto. A arma estará com o carregador,
podendo estar de baioneta armada ou não. É proibido bater com a soleira da arma no solo.
b. Ombro-Arma, partindo da posição de “Sentido”
(1)1º Tempo - o homem erguerá a arma na vertical, empunhando-a com a mão direita, cotovelo
junto ao corpo e para baixo; a arma ficará colada ao corpo com seu punho voltado para a frente. A
mão esquerda, abaixo da direita, segurará a arma pelo guarda-mão, de modo que o dedo polegar
fique sobre a 2ª janela de refrigeração, os demais dedos devem estar unidos. O antebraço esquerdo
deverá ficar, então, na horizontal e colado ao corpo. (Fig 19 e 20)
(2) 2º Tempo - ao mesmo tempo que a mão esquerda traz o fuzil inclinado à frente do corpo,
com o punho para baixo, a mão direita abandonará a posição inicial, indo empunhar a arma pelo
delgado, o dedo polegar por trás e os demais dedos unidos à frente da arma. Nesta posição, a mão
esquerda deverá estar na altura do ombro e a direita na altura do cinto. O cotovelo esquerdo colar-
se-á ao corpo e o direito projetar-se-á para a frente. A arma ficará colada ao corpo, formando um
ângulo de 45º com a linha dos ombros. (Fig 21)
(3) 3º Tempo - a mão direita erguerá o fuzil, girando-o, até que venha se colocar num plano
vertical, perpendicular à linha dos ombros, e fique apoiado no ombro esquerdo pela alavanca de
manejo e com o punho voltado para a esquerda. Simultaneamente, a mão esquerda soltará o guarda-
mão e virá empunhar a arma por baixo da soleira, de modo que esta, fique apoiada na palma da
mão, os dedos
unidos e distendidos ao longo da coronha e voltados para a frente, dedo polegar sobre o bico da
soleira. O braço esquerdo ficará colado ao corpo, com o antebraço na horizontal e de forma que a
coronha da arma fique afastada do corpo. (Fig 22) (4) 4º Tempo - o homem retirará a mão direita da
arma, fazendo-a recair com vivacidade, rente ao corpo, até à coxa, e colando à costura lateral da
calça, com uma batida. (Fig 23 e 24)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 131/156)


Fig 19. Ombro-Arma 1º Tempo Fig 20. Ombro - Arma 1º Tempo
(frente) (perfil)

Fig 21. Ombro-Arma Fig 22. Ombro-Arma partindo


partindo da 1º posição de da 1º posição de “Sentido” 3º
“Sentido” 2º Tempo Tempo

Fig 23. Ombro-Arma Fig 24. Ombro-Arma partindo


partindo da 1º posição de da 1º posição de “Sentido” 4º
“Sentido” 4º Tempo (frente) Tempo (perfil)

c. Apresentar-Arma, partindo da posição de “Sentido”


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo de “Ombro-Arma” partindo da posição de “Sentido”. (Fig 25)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 132/156)


2º Tempo - o homem, energicamente, trará a arma com a mão esquerda para a posição
vertical, à frente do corpo, cobrindo a linha de botões do blusão, punho voltado para frente, ao mesmo
tempo em que a mão direita colocar-se-á abaixo do punho, costa da mão para cima, dedos unidos e
distendidos encostados à parte posterior do punho da arma, polegar tocando o botão do cursor da
alça de mira que, sempre, deverá estar com a alça em branco. A mão esquerda empunha a arma
com os dedos unidos e o polegar distendido sobre a segunda janela de refrigeração. Nesta posição,
a massa de mira deverá estar na altura da boca do homem. Os cotovelos se projetam para frente e
o antebraço esquerdo fica na horizontal.

Fig 25. Apresentar-Arma Fig 26. Apresentar-Arma


partindo da 1º posição de partindo da 1º posição de
“Sentido” 1º Tempo “Sentido” 2º Tempo

Fig 27. Apresentar-Arma partindo da 1º posição de “Sentido” 2º Tempo

d. Descansar-Arma, partindo da posição de “Ombro-Arma”


1º Tempo - a mão direita subirá vivamente e irá empunhar a arma pelo delgado, retomando,
desse modo, ao 3º Tempo de “Ombro-Arma”. Esse movimento deverá ser marcado por uma batida
da mão direita na arma. (Fig 28)
2º Tempo - a mão direita trará a arma para frente do corpo, enquanto a mão esquerda soltará
a coronha e irá empunhar o guarda-mão, à altura do ombro esquerdo, retomando, assim, ao 2º
Tempo de “Ombro-Arma”. (Fig 29)
3º Tempo - a mão esquerda trará a arma para a vertical e para o lado direito do corpo,
enquanto a direita soltará o delgado e, com uma batida forte na arma, empunhará o guarda-mão,
colocando-se acima da mão esquerda como no 1º Tempo de “Ombro-Arma”. (Fig 30)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 133/156)


4º Tempo - ao mesmo tempo em que a mão esquerda solta à arma e desce rente ao corpo,
até se juntar à coxa, com uma batida, a mão direita levará a arma para baixo na vertical, até que o
antebraço forme um ângulo aproximadamente de 45 graus com a linha dos ombros, braço direito
colado ao corpo, antebraço ligeiramente afastado, arma sem tocar o solo. (Fig 31)
5º Tempo - a mão direita trará a arma para junto do corpo, sem bater com a coronha no chão,
retomando, assim, à posição de “Sentido”.

Fig 28. Descansar - Arma partindo da Fig 29. Descansar - Arma partindo da posição
posição de “Ombro-Arma” 1º Tempo de “Ombro-Arma” 2º Tempo

Fig 30. Descansar - Arma partindo da Fig 31. Descansar - Arma partindo da
posição de “Ombro-Arma” 3º Tempo posição de “Ombro-Arma” 4º Tempo (frente)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 134/156)


Fig 31. “Descansar-Arma” partindo da Fig 30. Descansar -Arma partindo da
posição de “Ombro-Arma” 4º Tempo (perfil) posição de “Ombro-Arma” 5º Tempo

e. Descansar-Arma, partindo da posição de “Apresentar-Arma”


1º Tempo - enquanto a mão esquerda leva a arma para o lado direito do corpo, a mão direita
sairá de sua posição abaixo do punho e, dando uma batida forte na arma, irá empunhar o guarda-
mão, colocando-se acima da mão esquerda como no 1º Tempo de “Apresentar-Arma”. (Fig 31)
2º Tempo - idêntico ao 4º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”. (Fig 32)
3º Tempo - idêntico ao 5º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”. (Fig 33)

Fig. 31. Descansar-Arma, Fig. 32. Descansar-Arma, Fig. 33. Descansar-Arma,


partindo da posição de partindo da posição de partindo da posição de
“Apresentar-Arma” 1º “Apresentar-Arma” 2º “Apresentar-Arma” 3º
Tempo Tempo Tempo

f. Apresentar-Arma, partindo da posição de “Ombro-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”. (Fig 34)
2º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Descansar-Arma” partindo do “Ombro-Arma”. (Fig 35)
3º Tempo - idêntico ao 3º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”. (Fig 36)
4º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Apresentar-Arma”, partindo da posição de “Sentido”. (Fig
37)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 135/156)


Fig 34 Apresentar- Fig 35 Apresentar-
Arma, partindo da posição de Arma, partindo da posição de
“Ombro-Arma” 1º Tempo “Ombro-Arma” 2º Tempo

Fig 36 Apresentar- Fig 37 Apresentar-


Arma, partindo da posição de Arma, partindo da posição de
“Ombro-Arma” 3º Tempo “Ombro-Arma” 4º Tempo

g. “Ombro-Arma”, partindo da posição de “Apresentar-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Apresentar-Arma”. (Fig
36)
2º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de “Sentido”. (Fig 37)
3º Tempo - idêntico ao 3º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de “Sentido”. (Fig 38)
4º Tempo - idêntico ao 4º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de “Sentido”. (Fig 39)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 136/156)


Fig 36. “Ombro – Arma”, partindo da Fig 37. “Ombro – Arma”, partindo da
posição de “Apresentar - Arma” 1º posição de “Apresentar - Arma” 2º
Tempo Tempo

Fig 38. “Ombro – Arma”, partindo da Fig 39. “Ombro – Arma”, partindo da
posição de “Apresentar - Arma” 3º posição de “Apresentar - Arma” 4º
Tempo Tempo

h. Cruzar-Arma, partindo da posição de “Sentido”


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de “Sentido”. (Fig 40)
2º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de “Sentido”. (Fig 41)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 137/156)


Fig 40. “Cruzar – Arma”, partindo da Fig 41. “Cruzar – Arma”, partindo da
posição de “Sentido” 1º Tempo posição de “Sentido” 2º Tempo

i. Cruzar-Arma, partindo da posição de “Ombro-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”. (Fig 42)
2º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”. (Fig 43)

Fig 42. “Cruzar–Arma”, partindo da Fig 43. “Cruzar–Arma”, partindo da


posição de “Ombro-Arma” 1º Tempo posição de “Ombro-Arma” 2º Tempo

j. Descansar-Arma, partindo da posição de “Cruzar-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 3º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”. (Fig 44)
2º Tempo - idêntico ao 4º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”. (Fig 45)
3º Tempo - idêntico ao 5º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”. (Fig 46)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 138/156)


Fig 44. “Descansar–Arma”, Fig 45. “Descansar–Arma”, Fig 46. “Descansar–Arma”,
partindo da posição de partindo da posição de partindo da posição de
“Cruzar-arma” 1º Tempo “Cruzar-arma” 2º Tempo “Cruzar-arma” 3º Tempo

k. Ombro-Arma, partindo da posição de “Cruzar-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 3º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de “Sentido”. (Fig 47)
2º Tempo - idêntico ao 4º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de “Sentido”. (Fig 48)

Fig 47. “Ombro-Arma”, partindo da Fig 48. “Ombro-Arma”, partindo da


posição de “Cruzar-arma” 1º Tempo posição de “Cruzar-arma” 2º Tempo

l. Arma Suspensa - Este comando será sempre seguido da voz de “ORDINÁRIO, MARCHE!”.
O comando será, portanto, “ARMA SUSPENSA-ORDINÁRIO, MARCHE!”, e o deslocamento com a
arma nesta posição deverá ser sempre curto. Ao comando de “ARMA SUSPENSA - ORDINÁRIO!”,
dado com o homem na posição de “Sentido”, este suspenderá a arma na vertical e, com uma batida
enérgica, apoiará o cotovelo direito no quadril, mantendo o antebraço na horizontal e conservando o
pulso ligeiramente flexionado para cima, a fim de que a arma permaneça na vertical. Nesta posição,
a arma deverá ficar no mesmo plano vertical do antebraço e braço, a mão direita segurará a arma.
Durante o deslocamento, que se inicia ao comando de “MARCHE!”, o braço esquerdo oscila como
na marcha no passo ordinário. Para abaixar a arma, ao comando de “ALTO!”, o homem realiza o
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 139/156)
movimento em dois tempos, idênticos aos 4º e 5º Tempos do “Descansar Arma”, partindo do “Ombro-
Arma”. A tropa tomará, também, a posição de “Arma Suspensa” para realizar voltas a pé firme; ou
quando lhe for comandado “COBRIR!” ou “PERFILAR!”; ou “TANTOS PASSOS EM FRENTE!”. No
primeiro caso, abaixará a arma após concluída a volta; no segundo, ao comando de “FIRME!”; no
terceiro, romperá a marcha ao comando de “MAR-CHE!” e fará alto independentemente do comando,
ao completar o número de passos determinados. Em todos estes casos, abaixará a arma como
descrito acima. (Fig 49, 50, 51 e 52)

Fig 49. Arma Fig 50. Arma Fig 51. Descansar- Fig 52 Descansar-
Suspensa (frente) Suspensa (perfil) Arma, partindo da Arma, partindo da
posição de Arma posição de Arma
Suspensa 1º Tempo Suspensa 2º Tempo

m. Arma na Mão
Partindo da posição de “Sentido”, ao comando de “ARMA NA MÃO, SEM CADÊNCIA!”, o
homem fará o movimento de “Arma na Mão” em três tempos:
1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de “Sentido”; (Fig 53)
2º Tempo - a mão esquerda permanecerá segurando a arma e a direita levantará a alça de
transporte, segurando-a, em seguida, com firmeza; (Fig 54 e 55)
3º Tempo - a mão esquerda abandonará a arma e, descendo rente ao corpo, irá colar-se à
coxa com uma batida; ao mesmo tempo, a mão direita girará a arma para a frente e o braço direito
se distenderá, ficando a arma na posição horizontal, ao lado do corpo, com o cano voltado para a
frente. (Fig 56 e 57)
À voz de “MARCHE!”, o homem romperá a marcha no passo sem cadência. Ao comando de
“ALTO!”, o homem fará alto e, em seguida, voltará a posição de “Sentido”, realizando os movimentos
em quatro tempos:
1º Tempo - a mão direita levantará a arma, de modo que esta fique na vertical, ao lado do
corpo. Simultaneamente, a mão esquerda segurará o guarda-mão, de modo que o dedo polegar fique
sobre a segunda janela de refrigeração; (Fig 58 e 59)
2º Tempo - a mão esquerda permanecerá segurando a arma; a mão direita abaixará a alça de
transporte e virá empunhar a arma pelo guarda-mão, acima da mão esquerda; (Fig 60)
3º e 4º Tempos - idênticos aos 4º e 5º Tempos do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-
Arma”, respectivamente. (Fig 61 e 62)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 140/156)


Fig 53. Arma na Mão 1º Tempo Fig 54. Arma na Mão 2º Fig 55. Arma na Mão 2º Tempo
Tempo (frente) (perfil)

Fig 56. Arma na Mão 3º Tempo (frente) Fig 57. Arma na Mão 3º Tempo (perfil)

Fig 58. “Descansar-Arma”, Fig 59. “Descansar-Arma”,


partindo da posição de “Armas partindo da posição de “Armas na
na Mão” - 1º Tempo Mão” - 1º Tempo

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 141/156)


Fig 60. Descansar- Fig 61. Descansar- Fig 62. Descansar-
Arma, partindo da Arma, partindo da Arma, partindo da
posição de “Armas na posição de “Armas na posição de “Armas na
Mão” 2º Tempo Mão” 3º Tempo Mão” 4º Tempo

n. Em Bandoleira-Arma
O comando de “EM BANDOLEIRA-ARMA!”, será dado estando a tropa na posição de
“Descansar”. À voz de “ARMA!”, o homem suspenderá a arma com a mão direita e, ao mesmo tempo,
segurará a bandoleira com a mão esquerda. Em seguida, colocará o braço direito entre a bandoleira
e a arma. A bandoleira ficará apoiada no ombro direito e segura pela mão direita à altura do peito,
de modo que a arma se mantenha ligeiramente inclinada (coronha para a frente). O polegar da mão
direita ficará distendido, por baixo da bandoleira e os demais dedos, unidos, a envolverão. O
antebraço direito permanecerá na posição horizontal. (Fig 63, 64 e 65)
Caso a bandoleira não tenha sido previamente alongada, ao comando de “EM
BANDOLEIRA!”, o homem se abaixará ligeiramente e, com ambas as mãos, dará à bandoleira a
extensão necessária mexendo no zarelho superior (Fig 66). Isto feito, voltará à posição de
“Descansar” e aguardará o comando de “ARMA!”, quando, então, procederá conforme descrito no
item (1) acima.

Fig 63. Em Bandoleira-Arma, Fig 64. Em Bandoleira-Arma


tomada da posição (frente)

Descansar-Arma, partindo da posição, de “Em Bandoleira-Arma” este movimento será


executado com a tropa na posição de “Descansar”. Ao comando de “DESCANSAR-ARMA!”, o
homem procederá de maneira inversa ao descrito no item (1) acima.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 142/156)


Fig 65. Em Bandoleira-Arma Fig 66. Em Bandoleira-Arma
(perfil) (alongamento da bandoleira)

o. Tiracolo-Arma
O comando de “A TIRACOLO-ARMA!”, será dado com a tropa na posição de “Descansar”. À
voz de “ARMA!”, o homem suspenderá a arma com a mão direita e, ao mesmo tempo, segurará a
bandoleira com a mão esquerda. Em seguida, colocará o braço direito entre a bandoleira e a arma.
A mão direita irá empunhar a arma pela coronha e a forçará para trás e para cima, enquanto a
esquerda fará com que a bandoleira passe sobre a cabeça, indo apoiar-se no ombro esquerdo. O
fuzil ficará de encontro às costas, com o cano para cima e esquerda, a coronha para a direita e a
alavanca de manejo para o lado de fora. (Fig 67, 68 e 69)
Mediante ordem e somente em exercícios de campo ou em situações excepcionais, poderá a
arma ser conduzida com o cano voltado para a direita e/ou para baixo.
Caso a bandoleira não tenha sido previamente alongada, ao comando de “A TIRACOLO” o
homem procederá conforme descrito na letra "o." item (2).
Descansar-Arma, partindo de “A Tiracolo-Arma” - ao comando de “DESCANSAR-ARMA!”, o
homem procederá de maneira inversa ao descrito no item (1) acima.

Fig 67. A Tiracolo- Fig 68. A Tiracolo- Fig 69. A Tiracolo-


Arma (tomada da Arma (frente) Arma (costas)
posição)

p. Ao Solo-Arma
Quando se deseja que uma tropa saia de forma deixando as armas no local em que se
encontrava formada, o comando de “FORA DE FORMA, MARCHE!”, será precedido pelo comando

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 143/156)


de “AO SOLO-ARMA!”. Este comando será dado com a tropa na posição de “Sentido” e o homem o
executará em dois tempos, descritos a seguir:
(a) 1º Tempo - o homem dará um passo à frente com o pé esquerdo e se abaixará, colocando
a arma sobre o solo, ao lado direito do corpo, com o cano voltado para a frente, alavanca de manejo
para baixo e chapa da soleira na altura da ponta do pé direito. A mão esquerda, espalmada, deverá
dar uma batida com energia sobre a coxa, imediatamente acima do joelho esquerdo. O homem,
durante todo este tempo, permanecerá olhando para a arma. O joelho direito não toca o solo. (Fig 70
e 71)
(b) 2º Tempo - o homem larga a arma e volta à posição de “Sentido”. (Fig 72)
De preferência, depois do comando de “AO SOLO-ARMA!”, a tropa deverá realizar um
pequeno deslocamento, no passo sem cadência, a fim de que o comando de “FORA DE FORMA,
MARCHE!” possa ser dado fora do local em que foram deixadas as armas.
Para apanhar as armas, será dado o comando de “APANHAR-ARMA! na posição de “Sentido”.
A este comando, o homem executará o movimento em dois tempos, na ordem inversa do descrito
para colocar a arma no solo.
De preferência, a tropa entrará em forma à retaguarda do local daquele em que as armas
foram deixadas. Executará, a seguir, um deslocamento no passo sem cadência, cada homem
fazendo alto quando atingir o local em que se encontre sua arma. E, na posição de “Sentido”,
aguardará o comando de “APANHAR-ARMA!”.

Fig 70. Ao Solo-Arma Fig 71. Ao Solo-Arma Fig 72. Ao Solo-


1º Tempo (perfil) 1º Tempo (frente) Arma 2º Tempo

q .Em Funeral-Arma
Esta posição, utilizada quando o homem se encontra na função de sentinela em câmara
ardente, é tomada em três tempos:
1º Tempo - idêntico ao 1º tempo de “Apresentar-Arma”, partindo da posição de “Sentido”; (Fig
73)
2º Tempo - a mão direita abandonará o guarda-mão e empunhará o delgado; (Fig 74)
3º Tempo - enquanto a mão direita faz a arma girar de 180 graus plano vertical, a mão
esquerda soltará a arma e virá juntar-se à coxa como na posição de “Sentido”. Nesta posição, a boca
da arma deverá ficar junto ao pé direito apoiada no solo. (Fig 75 e 76)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 144/156)


Fig 73. Em Funeral-Arma 1º Fig 74. Em Funeral-Arma 2º
Tempo Tempo

Fig 75. Em Funeral-Arma 3º Fig 76. Em Funeral-Arma 3º


Tempo (frente) Tempo (perfil)

r. Armar-Baioneta na posição de Cruzar-Arma


Os comandos de “ARMAR (DESARMAR)-BAIONETA!” deverão ser dados com a tropa na
posição de “Cruzar-Arma”. Sua execução processar-se-á aos comandos de “TEMPO UM!”, “TEMPO
DOIS!” e “TEMPO TRÊS!” (ou mediante três toques breves de corneta).
OBSERVAÇÃO: A tropa estando com baioneta armada não deve usar o intervalo reduzido
(“Sem intervalo”).
Armar-Baioneta
(a) 1 º Tempo ao comando de “ARMAR-BAIONETA - TEMPO UM!”, o homem levará a mão
direita ao guarda-mão, imediatamente abaixo da mão esquerda, enquanto esta irá segurar o punho
da baioneta, com as costas da mão voltada para a frente, polegar por trás do referido punho,
permanecendo a arma cruzada à frente do corpo. O homem permanecerá olhando para a frente. (Fig
77 e 78)
(b) 2º Tempo - ao comando de “TEMPO DOIS!”, o homem, com a mão esquerda, retirará a
baioneta da bainha num movimento natural, colocando-a no quebra chamas, prendendo-a até ouvir
o "clic do retém, acompanhando este movimento com o olhar, ao mesmo tempo que girará a cabeça
para esquerda. (Fig 79)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 145/156)


(c) 3º Tempo - ao comando de “TEMPO TRÊS!”, a mão esquerda, abandonará a baioneta
após o "clic", olhará para frente e segurará a arma pelo guarda-mão, enquanto a mão direita voltará
a segurá-la pela coronha. O homem ficará então, na posição de “CRUZAR-ARMA”. (Fig 80)

Fig 77. Armar-Baioneta Fig 78. Armar-Baioneta


1º Tempo (início) 1º Tempo (final)

Fig 79. Armar-Baioneta Fig 80. Armar-Baioneta


2º Tempo 3º Tempo

s. Desarmar-Baioneta.
1º Tempo - ao comando de “DESARMAR-BAIONETA -TEMPO UM!”, o homem levará a mão
direita ao guarda-mão, imediatamente abaixo da mão esquerda, enquanto esta, com as costas da
mão voltada para a esquerda, pressionará com o polegar e o indicador o retém da baioneta, soltando-
a com uma pequena torção. O homem olhará para a baioneta. (Fig 81 e 82)
2º Tempo - ao comando de “TEMPO DOIS!”, o homem com um movimento natural, retirará a
baioneta do quebra-chamas, indo introduzir a sua ponta na bainha, acompanhando este movimento
com o olhar, com a inclinação da cabeça. O homem permanecerá olhando a baioneta. (Fig 83)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 146/156)


Fig 81. Desarmar-Baioneta 1º Fig 82. Desarmar-Baioneta 1º
Tempo (início) Tempo (final)

3º Tempo - ao comando de “TEMPO TRÊS!”, o homem introduzirá completamente a baioneta


na bainha e retomará à posição de “Cruzar-Arma”. (Fig 84 e 85)

Fig 83. Desarmar- Fig 84. Desarmar- Fig 85. Desarmar-


Baioneta 2º Tempo Baioneta 3º Tempo Baioneta 3º Tempo (final)
(início)

TÍTULO 5.5 - MOVIMENTOS COM ARMA EM DESLOCAMENTOS

MOVIMENTOS COM ARMA EM DESLOCAMENTO, À VIVA VOZ E À CORNETA.

a. Deslocamentos curtos - Nos pequenos deslocamentos, o instrutor poderá utilizar a posição


de “Arma Suspensa”, em vez da de “Ombro-Arma”.
b. Deslocamentos longos - Em deslocamentos de maior extensão, quando estiver marchando
no passo ordinário, a tropa, normalmente, conduzirá o fuzil na posição de “Ombro-Arma”. Poderá
fazê-lo, também, nas posições de “Cruzar-Arma”, “Em Bandoleira-Arma” e “A Tiracolo-Arma”.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 147/156)


c. Deslocamentos no passo acelerado - Ao comando de “ACELERA-DO!”, o homem executará
o “Cruzar-Arma”, partindo das posições de “Sentido” ou de “Ombro-Arma”. À voz de “MARCHE!”, o
homem iniciará o deslocamento no passo acelerado.
d. Deslocamentos no passo sem cadência
Nos deslocamentos no passo sem cadência, a arma, normalmente, será conduzida nas posições de
“Arma na mão” ou de “Em Bandoleira-Arma”.
Quando uma tropa, deslocando-se em passo ordinário, em “Ombro-Arma”, “Cruzar-Arma” ou
“Arma Suspensa”, tiver de atravessar trechos em que haja restrição de espaço ou de outra natureza
que impeça a manutenção da cadência, poderá ser comandado “SEM CADÊNCIA, MARCHE!”,
seguindo-se os comandos necessários às mudanças de formação, se for o caso. Nesta situação, o
homem fará o deslocamento no passo sem cadência, sem alterar a posição em que vinha conduzindo
a arma, até que a restrição seja ultrapassada, quando, então, será comandado “ORDINÁRIO
MARCHE!”.
Caso a tropa esteja em passo sem cadência, na posição de “Em Bandoleira-Arma”, ao
comando de “ALTO!”, o homem fará alto e permanecerá com a arma na posição em que a estava
conduzindo. Então, será dado o comando de “DESCANSAR!” e, logo a seguir, “DESCANSAR-
ARMA!”.
e. Voltas a pé firme - Nas voltas a pé firme, será tomada a posição de “Arma Suspensa”,
quando for dado o comando propriamente dito de “DIREITA (ESQUERDA ou MEIA VOLTA)!”. O
homem fará a volta para o lado indicado à voz de “VOLVER!”, abaixando a seguir a arma, conforme
descrito no parágrafo 3-3, letra "m.".
f. Voltas em marcha - Nas voltas em marcha, o homem procederá conforme descrito na letra
"b." do parágrafo 2-5 do Capítulo 2.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 148/156)


REFERÊNCIAS

- BRASIL. Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988

- PORTARIA Nº 012 - EME, DE 29 DE JANEIRO DE 2014. Manual de Fundamentos EB20-MF-


10.101 O Exército Brasileiro, 1ª Edição, 2014.

- LEI Nº 6.880, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1980, Estatuto dos Militares

- DECRETO Nº 4.346, DE 26 DE AGOSTO DE 2002, Regulamento Disciplinar do Exército (R-4)

- Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, NORMA TÉCNICA 02/2014, CONCEITOS BÁSICOS DE


SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

- PORTARIA Nº 816, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2003, Regulamento Interno e dos Serviços


Gerais (R-1)

- PORTARIA Nº 354-EME, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2015, Manual de Campanha EB20-MC-


10.350 Treinamento Físico Militar, 4ª Edição, 2015

- Caderno de Instrução PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE INSTRUÇÃO 1ª Edição - 2002

- INSTRUÇOES GERAIS PARA A PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS NAS


ORGANIZAÇÕES MILITARES DO EXÉRCITO IG-10-15)

- PORTARIA Nº 039-CMT EX, DE 28 DE JANEIRO DE 2010, Instruções Gerais para apuração


de Acidentes envolvendo Viaturas pertencente ao EB

- PORTARIA NORMATIVA Nº 660-MD, DE 19 DE MAIO DE 2009, Regulamento de Continências,


Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças Armadas.

- PORTARIA Nº 079-EME, DE 13 DE JULHO DE 2000, Aprova o Manual de Campanha C 22-5


- Ordem Unida, 3ª Edição, 2000

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 149/156)

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