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Índice

1.Introdução.....................................................................................................................................2
2.Metodologia..................................................................................................................................2
3. Revisão da Literatura...................................................................................................................3
3.1. Os Reinos afro-islâmicos da costa............................................................................................3
3.4. O Sultanato de Angoche...........................................................................................................4
3.4.1. Origem...................................................................................................................................4
3.4.2. Base económica.....................................................................................................................5
3.4.3. Organização Política e Social................................................................................................5
3.4.4. Aparato Ideológico................................................................................................................5
3.4.5. Decadência.............................................................................................................................6
3.5. Xeicado de Sancul....................................................................................................................6
3.5.2. Base Económica.....................................................................................................................6
3.5.3. Organização Política e Social................................................................................................6
3.5.5. Decadência.............................................................................................................................7
3.6. Xeicado de Quitangonha...........................................................................................................7
3.6.1. Origem...................................................................................................................................7
3.6.2. Base Económica.....................................................................................................................7
3.6.3. Organização Política e Social................................................................................................7
3.6.4. Aparato Ideológica.................................................................................................................8
3.7. Xeicado de Sangage..................................................................................................................8
3.7.1. Origem...................................................................................................................................8
3.7.2. Base Económica.....................................................................................................................8
3.7.3. Organização Política e Social................................................................................................8
3.7.4. Aparato Ideológico................................................................................................................9
3.7.5. Decadência.............................................................................................................................9
3.8. O Xeicado de Tungue...............................................................................................................9
4. Consideraçõs Finais.....................................................................................................................9
5. Referências Bibliográficas.........................................................................................................10
1. Introdução

O presente trabalho de pesquisa tem como tema “Estado Afro-islâmico da Costa”, com vista aos
objectivos tem: Geral- compreender os Estados Afro-islâmico da Costa; Específicos- Localizar
geograficamente os Estado de Afro-islâmico da Costa; caracterizar actividade económicas,
organização política administrativa, aparatos ideológicos e a decadência dos Estado Afro-
islâmico da Costa.

Os Reinos Afro-Islâmicos são resultado da chegada dos Árabes a Moçambique no século IX,
provenientes do Golfo Pérsico e instalando-se progressivamente na costa moçambicana,
concretamente na Ilha de Moçambique e em Quelimane, numa primeira fase, e mais tarde, no
Vale de Zambeze e no Planalto do Zimbabwe, no século XIII.
Os reinos Islamizados tornaram-se influentes na costa de Moçambique assegurando esse
comercio, mesmo depois da sua abolição formal. Entre eles destacam-se: Xeicados de
Quitangonha, Sancul, Sangage e o sultanato de Angoche.

2. Metodologia
Para o trabalho foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica onde pesquisei várias obras com
objectivo de enriquecer o meu trabalho com informações verdadeiras. De salientar que todas as
fontes consultadas e citadas estão devidamente referenciadas na bibliografia final.
3. Revisão da Literatura

3.1. Os Reinos afro-islâmicos da costa


De acordo com SOUTO (1996:82-86), A estruturação de unidades política como Xeicados e os
Sultanatos, resulta do contacto entre os mercadores Árabes e as populações Moçambicanas e a
Islamização progressivas destas comunidades, principalmente no litoral onde surgiram núcleos
linguísticos como os Mwani, Nahara e Koti e a adopção por estes de modelos de organização
Social e político Arabizados.

No período do trafico de escravos, estes reinos Islamizados tornaram-se influentes na costa de


Moçambique assegurando esse comercio, mesmo depois da sua abolição formal. Entre eles
destacam-se: Xeicados de Quitangonha, Sancul, Sangage e o sultanato de Angoxe. Portanto, suas
influências no xadrez político da “macuana”, fez-se sentir quando o comércio de escravo
sobrepuhou o comércio de ouro, marfim e peles de leopardo. a partir do século XVIII.

Os portugueses tentaram, regularmente, ganhar o seu apoio na luta contra os chefes Makua,
outorgando-lhes cargos administrativos militares subalternos, como os de Capitão-mor (tal como
tinham feito com a nobreza escravocrata dos Estados militares do vale do Zambeze), bem como
remunerações pelo exercício desses cargos. Mas, os Xeiques e os Sultões encararam essas
remunerações como tributos que lhes eram devidos pelos portugueses.

3.2. Relações Entre os Reinos Afro-Islâmicos e Portugal


Analisando a relação destes com os Portugueses, repete-se o que se passava com os Estados
Militares: Portugal procurou aliciar os sultões e xeiques, dando-lhes cargos administrativos
militares como os de Capitão-mor. Agindo assim, garantia, pelo menos teoricamente, que os
sultanatos e Xeicados se subordinassem à administração portuguesa. Na prática, esta
subordinação era feitiça, pois existia enquanto os Portugueses não interferissem contra os seus
interesses.
Os Reinos Afro-Islâmicos continuaram autónomos porque os Portugueses não possuíam recursos
humanos, financeiros e militares para consegui-los dominar, embora quisessem convencer o
mundo de que efectivamente ocupavam Moçambique.
3.3. Aspectos Comuns dos Reinos Afro-Islâmicos
Os Reinos Afro-Islâmicos da Costa tinham muitos aspectos em comum, a saber:
 Praticavam o comércio de escravos;
 Tornaram-se muito importantes na região da Makuana;
 Praticavam a religião islâmica;
 Teoricamente encontravam-se subordinados aos Portugueses, mas, na prática, eram
autónomos.

3.4. O Sultanato de Angoche

3.4.1. Origem
Segundo Mello Machado, citado por Souto (1996:99), a História de Angoche pode dividir-se em
três períodos:
1. Período do domínio nativo, anterior à chegada dos muçulmanos;
2. Período do domínio muçulmano que começa com a chegada dos árabes à conta de
Moçambique e se estende até à conquista e Angoche, em 1861, por João Bonifácio, Chefe
do Estado militar de Maganja da Costa;
3. Período do domínio Português, que começa com as campanhas de pacificação e se estendem
até à derrota final de Angoche, no início do século XX.
Segundo a tradição ʺoralʺ, a origem deste sultanato no fim do século XIX, esta ligado com a
fixação em Angoxe de refugiados de Quiloa já estabelecidos em Quelimane e ilha de
Moçambique antes da chegada dos portugueses. E, O primeiro sultão de Angoxe teria sido o
Xosa, filho de tal Hassane que viveu em Quelimane por ter constatado que Angoxe reunia
melhores condições para o comercio.
Os dirigentes das expedições eram conhecidos por Mussa e Hassani, que se fixaram,
respectivamente, na ilha de Moçambique em Quelimane. O segundo veio a falecer numa viagem
de barco, tendo sido enterrado na ilha de Mafamane, a Sudoeste de Angoche. Visitando o túmulo
de Hassane e reconhecendo que Angoche tinha melhores condições do que Quelimane, mussa
estalou Xosa, que era filho do falecido Hassane que era sultão de Angoxe.
3.4.2. Base económica
A principal actividade económica era o comércio de escravos, praticando-se em menor escala o
comércio de marfim e do ouro. Angoche transformou-se num importante comercial quando a
capita dos Estados dos Mwenemutapa mudou para próximo do rio Zambeze e a abertura de rotas
comerciais seguindo os rios Mazoe e Luenha. Mantinha relações comerciais com Melinde,
Mombaça, Quíloa e outras regiões. Atingiu a sua maior prosperidade entre os séculos XVIII e
XIX, quando se transformou num importante centro do comércio de escravos.
Durante longos anos havia sido Sofala o entreposto que controlava todo o comércio com o
interior.
Porém, com a fixação portuguesa neste ponto em 1505, esta perdeu a sua importância. Os
Árabes-Swahilli, em defesa do monopólio comercial de há anos, desviaram a rota do ouro com
términos em Angoche donde continuaram a comerciar. Isto significa que Angoche adquiriu o
lugar de entreposto comercial do ouro proveniente do Mwenemutapa.
No século XIX, com o comércio de escravos o sultanato de Angoche recupera a sua importância
transformando-se num grande centro exportador de escravos para Zanzibar, Comores e Ilha de
Moçambique fugindo mesmo ao patrulhamento naval luso-britânico.

3.4.3. Organização Política e Social


A sociedade de Angoche era fundamentalmente patrilinear. Os filhos de Xosa e sua esposa
macua Mwana Moapeta deram origem a quatro linhagens angocheanas: Inhanandare,
Inhamilala, Mbilinzi e Inhaitide.
A linhagem dominante era inicialmente, a do Inhanandare. Durante três gerações a sucessão do
sutanato seguiu o modelo patrilinear. A situação mudou quando o quarto sultão morreu sem
deixar filhos varões. Sucedeu-lhe a sua irmã Milidi de linhagem Inhamilala o que por morte da
sultana sem filhos levou ao que esta linhagem (Inhamilala) tomasse o poder expulsando toda a
linhagem Inhanandare de Angoche. E as restantes linhagens patrilineares partilharam entre si os
cargos.

3.4.4. Aparato Ideológico


A religião dominante era o Islão, que os angocheanos souberam utilizar para manter unida e
coesa a sociedade de Angoche.
3.4.5. Decadência
São várias as causas que, associadas, explicam a decadência deste Sultanato:
 Enfraquecimento político ocasionado pela morte do sultão, que não deixou um sucessor
masculino;
 As rivalidades internas e as lutas entre linhagens;
 O declínio d comércio de escravos;
 As campanhas de ocupação e de conquista levadas a cabo pelos portugueses a partir de
1885.
Nestas campanhas, destacaram-se os sultões Ibrahimo, Farelay e Mussa Quanto, que
ofereceram uma tenaz resistência à presença portuguesa. Só em 1910 é que Angoche foi
dominada.

3.5. Xeicado de Sancul

3.5.1. Origem
Este Xeicado forma se no século XVI, por imigrantes oriundos da ilha de Moçambique, onde
parecem ter reinado ate serem desalojados pelos portugueses. Em Sancul parece ter tido um
sistema de sucessão alternada, como compromisso para contentar famílias rivais. Deste facto e o
que acontecia em outros Xeicados e sultanato de Angoxe, que observou se durante todo século
XIX uma tremenda estabilidade na sucessão. SERRA (2000:117).
O Xeicado de Sancul situa se na costa entre Lumbo e Mongicoal, onde existiam numerosos
braços do mar de fácil acesso, mantinham considerável intercambio com o exterior . neles
existiam pequenos veleiros que navegavam e traficavam no indico ocidental.

3.5.2. Base Económica


A principal actividade económica era o comércio de escravos.

3.5.3. Organização Política e Social


No Xeicado de Sancul, a sucessão do poder fazia-se por alternância de linhagens, para evitar
conflitos entre estas. Tal situação trouxe uma certa estabilidade ao Xeicado, pelo menos até ao
século XIX.
3.5.4. Aparato Ideológico
A religião dominante era o Islamismo.

3.5.5. Decadência
O Xeicado de Sancul manteve uma certa lealdade à coroa portuguesa, pelo menos até 1753,
altura em que o Xeique de Sancul é assassinado por um comandante português. A partir de então
as relações tornaram-se azedas, o que terá contribuído para a decadência do Xeicado no fim do
século XIX e no princípio do século XX. A partir de 1885, Portugal levou a cabo campanhas de
conquista e ocupação, em cumprimento das decisões da Conferência de Berlim, encontrando
uma forte resistência dirigida por Suali Bin Ibrahimo, também chamada Marave.
3.6. Xeicado de Quitangonha

3.6.1. Origem
Tal como o Xeicado de Sancul, este Xeicado foi formado no século XVI, por imigrantes da ilha
de Moçambique. Uma aliança com os portugueses que perdurou ate ao último quarto do século
XVIII, permitiu o florescimento do comércio de escravo em Quitangonha.

3.6.2. Base Económica


A principal actividade económica era o comércio de escravos. A aristocracia de Quitangonha
monopolizava toda actividade esclavagista na zona compreendida entre a Baía de Nacala e a de
Condúcia, estendendo-se até ao interior macua. Mantinha relações comerciais com Comores,
Zanzibar e Madagáscar.

3.6.3. Organização Política e Social


A sociedade de Quitangonha era essencialmente patrilinear e a sucessão era hereditária.

3.6.4. Aparato Ideológica


A religião dominante era o Islamismo, que garantia a unidade e a coesão desta sociedade.

3.6.5. Decadência
Tal como os restantes reinos atrás referidos, Quitangonha mantinha relações amistosas com
autoridades portuguesas, desde que estas não interferissem na sua estrutura económica, política e
ideológica. Quando foram impostos na região os decretos anti-esclavagistas de 1836 e 1842, os
portugueses passaram a ser hostilizados pelas aristocracias de Quitangonha.
Quitangonha manteve a sua autonomia e resistiu à dominação portuguesa até ao século XX.
Nesta resistência destacou-se Muhamud Amade, que se opôs à penetração portuguesa.

3.7. Xeicado de Sangage

3.7.1. Origem
Nominalmente dependente do Sultanato de Angoche, estabeleceu a sua autonomia no primeiro
quartel do século XIX na base de aliança com a administração portuguesa, com os dirigentes de
Sancul e com comerciantes baneanes da Ilha de Moçambique

3.7.2. Base Económica


A principal actividade económica era o comércio de escravos.

3.7.3. Organização Política e Social


A sucessão dos Xeiques de Sangage era definida por via matrilinear, o que garantiu o
estabelecimento de fortes laços económicos e de parentesco entre um número reduzido de
famílias do Xeicado. Graças ao apoio português contra os seus vizinhos de Sancul e Angoche,
Sangage possuía uma certa independência e prosperidade no comércio de escravos.
3.7.4. Aparato Ideológico
A religião dominante era o Islamismo, que garantia a unidade e a coesão desta sociedade.
3.7.5. Decadência
No prosseguimento da sua campanha de conquista e ocupação, na primeira década do século XX,
as terras do Xeicado foram ocupadas por portugueses e transformadas num regulado. Nesta
campanha, encontraram uma forte resistência dirigida por Mussa-Phiri, derrotado em 1912.
3.8. O Xeicado de Tungue
Surgiu nos meados do século XVIII. No início do século XIX, os xeiques mandaram construir
um pequeno palácio no qual ainda hoje sobrevivem ruínas importantes na Península de Cabo
Delgado, e mais, sobrevivem restos de cerâmica importada da França por volta de 1850 a 1855,
devido ao tráfico de escravos com este país.
4. Consideraçõs Finais
Findo a pesquisa considera se que, um dos resultados dos contactos entre mercadores árabes e
populações moçambicanas foi a islamização progressiva destas comunidades principalmente no
litoral onde surgiram como consequência núcleos linguísticos como os Mwani, Naharra e Koti e
a adopção por estas de modelos de organização social e política arabizados. Em resultado disso
estruturam-se comunidades políticas moçambicanas como os Xeicados e Sultanatos.
Com o fim do primeiro período de prosperidades de Angoxe, foi marcada provavelmente pela
fixação dos portugueses no vale do Zambeze, mais também outros factores contribuíram como:
as rivalidades internas e as decisões entre as linhagens foi assim Inhanandare, filho de Xosa, que
deu inicio ao domínio da sua linhagem com os restantes filhos do fundador com e sua esposa
Makua, Mwenemo deram origem as outras três linhagem como: Inhamilala, M‟beilinzi e
Inhaitide. Os membros destas quatro linhagens receberam colectivamente a designação de
Inhapaco, clã matrilinear de Moanamutapa. E quanto ao Xeicado de Tangage conheceu o seu
declínio pouco depois quando o sultão de Zanzibar consiguiu impor o seu domínio.
5. Referências Bibliográficas
1. SERRA, Carlos. História de Moçambique: primeiras sociedades sedentárias e o impacto
dos Mercadores-200-300-1885.
2. SOUTO, Amélia Neves De. Guia bibliográfico do estudante para História de
Moçambique. CEA/UEM, Maputo.1996.

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