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A formação de Curitiba sempre destacou a valorização dos imigrantes Cerca de 80 anos depois, e 16 anos após o fim da Escola de Samba Colorado,
europeus do século XIX como símbolo e razão de seu progresso, enquanto em 2000, nasce, neste mesmo local, o primeiro bloco afro de Curitiba. Em 2017, o
subestimou a contribuição da população negra em sua história. Este viés histórico Bloco Afro Pretinhosidade se estabelece na região com o objetivo de promover a
ressalta a necessidade de uma análise mais inclusiva e abrangente da diversidade cultura do samba reggae em Curitiba. Contando com o apoio da comunidade, a
cultural e étnica que moldou a cidade ao longo do tempo. iniciativa busca a descentralização das festas, movimentando a economia local e
mostrando que o carnaval e a cultura popular "é coisa de preto".
Entretanto, ainda que haja o esforço na negação das contribuições dos
negros na memória e patrimônio cultural da cidade, a participaçao desta Dadas as proporções atuais do Bloco, com mais de 50 membros ativos em
comunidade na capital paranaense se faz notável e indebitável. sua bateria e dança, e do adensamento construtivo na Vila, é notavel a falta de
espaços com capacidade para alocação, tantos de seus integrantes, quanto dos
É sob este contexto que se observa a necessidade de espaços de ação foliões e apoiadores. Por isso, em análise aos ao redores da Vila, um terreno de
cultural com enfoque na valorização das manifestações culturais afro-brasileiras, cerca de 13.300m2 se destaca a 210m de distância da atual sede. Este terreno
sejam elas musicais, artísticas, religiosas, etc., assegurando-lhes infraestrutura conta com as características ideais para dispor à comunidade negra curitibana e
fundamental para que se sucedam, ou seja, espaços multifuncionais, com região um espaço de qualidade, fácil acesso e segurança das suas atividades. A
mobilidade e fácil acesso (centralizados), com gratuidade e, principalmente, nova sede recebe o nome de Ilé Ęwa Oduua, “Casa dos Preciosos Descendentes”,
segurança. filhos de Odùduwà, a divindade a qual se origina o povo negro de asé.
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mapa de contexto
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musicalidade e religiosidade. Nos anos 1930 e 1940, quando ainda era conhecida do
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como Vila Tassi, os residentes desse território deram origem à primeira escola de ar C
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alta
de
R. B
samba da capital, a lendária Escola de Samba Colorado. Segundo Roberto
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Fonseca (FREITAS, 2009), a escola era formada 90% por negros, quase todos
moradores da comunidade Vila Tassi - que posteriormente, após 1949, deixou de
existir e a Vila Capanema (atual Vila Torres), na mesma região, tornou-se a nova mapa de situação
sede da Escola.
multifuncional / religioso
cultural
administrativo público
Em se tratando de um terreno com Como uma das premissas do BAP é a A setorizaçao, a partir da definição dos Por fim, a via se propõe a ser um boulevard, apenas
caráter triangular, primeiramente descentralização do carnaval, alinhamos principais programas de atuação do com acesso aos pedestres, onde acontecem as
buscamos o eixo principal para nortear o a direção do eixo paralelamente a R. BAP, se dispõe ao longo da via, gerando principais atividades do Bloco com a comunidade, se
melhor uso do espaço, direcionando a Manoel Martins de Abreu, onde espaços de acesso privados, público e portando como uma extensão das saídas na Vila.
travessia até os dois pontos de acontecem as saídas do bloco na de recolhimento.
dominuição dos fluxos de carros. comunidade.
blocos
layout
implantação
marquise 1:500
A concepção do espaço se inspira A partir do eixo, o primeiro kraal é Na entrada do quilombo, a trança A via do eixo principal Os pilotis que sustentam Ao centro do pátrio principal, se
nos assentamento multifamiliares disposto sobre um formato com de Esú se apresenta como portal mergulha nas referências nos parcialmente a marquise, também destaca uma grande escultura
africanos, conhecidos como kraal, dois núcleos, concebendo assim a gerado pela maquise que se patterns do artista visual trazem referências à Iansã. Além vertical, para romper o gabarito
onde as habitações não buscam a forma de cabaça, o que na estende a todo o complexo de nigeriano, de origem étnica da função estrutural, a disposição horizontalizado das edificações.
monumentalidade dos iniciação do candomblé se edificações, e, através dela, se faz iorubá, Laolu Senbanjo, e destes elementos, sempre em Essa torre referencia o poder da
monoblocos, mas distribuir conhece como igbá-orí – uma o contato entre "nós" e os orixás. assim, gera o fator de maior frente aos prédios, representa o nação de asé, buscando
espacialmente as atividade na cabaça construída durante a Para mais, representa também o impacto visual no projeto. véu de Oyá que cobre as fachadas inspiração no também iorubano
implantaçao, através de iniciação que contém elementos exú do Bloco, o Seu Tranca Rua, Além disso, os tons de e as proteje. Olowe se Ise, um dos mais
edificações monofuncionais. Um individuais da pessoa (unhas, quem auxilia na abertura dos vermelho marcam a via como importantes artistas iorubás do
conjunto de kraal forma um cabelos etc.). Assim, este espaço caminhos. um presente dedicado a Oyá, século 20.
kilombo, ou seja, um aldeamento. se propõe a ser para a comunicade Iansã, a orixá do Bloco Afro
Neste quilombo há dois kraals: um negra a sua conexão com o divino Pretinhosidade, a quem
para as atividades e serviços; outro ancestral. pedimos permissão.
dedicado há um terreiro de
candomblé e suas instalações.
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planta 1° pav. 10•
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1• acesso 1 / portal de Exú
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laje nervurada
treliça metálica
painel reverberação acústica
forro madeira
viga concreto
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elevação 01
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2.5 10
elevação 02
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6m
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BARRACÃO
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16,5m
1•
1 • coroa de Iansã
10,5m
2• patamar ogãs
2•
barracão
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TERREIRO