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António Alexandre Sitoe

Ednólia Inocêncio

Emílio Carlos Vasco Sitoe

A Penetração Mercantil Portuguesa em Moçambique

Objectivos, Intervenientes e Características da Penetração.

Licenciatura em Geografia

Universidade Save

Chongoene

2022

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António Alexandre Sitoe

Ednólia Inocêncio

Emílio Carlos Vasco Sitoe

A Penetração Mercantil Portuguesa em Moçambique

Objetivos, Intervenientes e Características da Penetração.

Trabalho de pesquisa, a ser apresentado na


Faculdade de Ciências Naturais e Exatas,
Universidade Save, Extensão de Chongoene,
para efeitos de avaliação na cadeira de História
de Moçambique, sob orientação do Msc. Victor
Simões.

Universidade Save

Chongoene

2022
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Índice
0.0 Introdução..................................................................................................................3
1.0. Objetivos...................................................................................................................4
1.1.1. Objetivo Geral.......................................................................................................4
1.1.2. Objetivos específicos.............................................................................................4
1.1.3 Metodologias..........................................................................................................4
2.0. Penetração Mercantil Portuguesa.............................................................................5
2.1. Comércio de Marfim.................................................................................................6
2.2. Intervenientes da Penetração Mercantil Portuguesa.................................................7
2.3. Objetivos da Penetração Mercantil Portuguesa........................................................7
2.4. Características Políticas da Penetração Mercantil Portuguesa.................................7
2.5 Características Socioeconómicas da Penetração.......................................................7
2.6. Características Ideológico e Cultural........................................................................8
2.7 Características sociais................................................................................................8
3.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................9
4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................10

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0.0 Introdução.
No inicio do seculo XVI existiam provavelmente alguns milhares de mouros, o termo com
que os portugueses designados swahili, no império dos mueneputapa. Não comerciavam
apenas: passaram também a trabalhar cobre e ferro. No mesmo período, cerca de 400
mouros estavam estabelecidos em Sofala. O ouro constituía o principal artigo de comércio:
com efeito, já muito antes da chegada do, mercadores portugueses os swahili-arabes
controlavam o ouro vindo do império de Mwenemutapa (CARLOS SERRA 2000).

Importa-nos referir que o objectivo do presente trabalho é apresenta uma visão geral acerca
de penetração mercantil portuguesa em Moçambique, seus intervenientes, objectivos e
características económicas, sociais, politicas e culturas.

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1.0. Objetivos
1.1.1. Objetivo Geral
 Trazer a concepção da penetração mercantil Portuguesa em Moçambique.

1.1.2. Objetivos específicos


 Identificar os intervenientes da penetração mercantil Portuguesa em Moçambique;
 Descrever os objetivos da penetração mercantil Portuguesa em Moçambique;
 Descrever as características da penetração económica, sociais, politicas e culturais
da mercantil Português em Moçambique.

1.1.3 Metodologias
Segundo HEGEMBERG citado por MARCONI e LAKATOS (2000) ‘método é o caminho
pelo qual se chega a determinado resultado ainda que esse caminho não tenha sido fixado
de antemão de modo reflectido e deliberado’. Para elaboração deste trabalho recorreu-se a
observação indirecta, através das consultas e leituras bibliográficas, levantamento de
referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como
livros, artigos científicos, obras que versam sobre a penetração mercantil portuguesa em
Moçambique dados cujas referências estão patentes na última página deste trabalho.

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2.0. Penetração Mercantil Portuguesa
Foi fundamentalmente o ouro que trouxe os Portugueses a Moçambique. O ouro permitia-
lhes comprar entre outras coisas as especiarias asiáticas com as quais a burguesia mercantil
portuguesa penetrava no mercado europeu de produtos exótico. Moçambique passou a
constituir uma espécie de reserva de meios de pegamentos das especiarias e essa foi a razão
por que os portugueses se fixaram no país, primeiros como mercadores e, só mias tarde,
como colonizadores efetivos (CARLOS SERRA 1885).
A fixação fez se inicialmente no litoral, particularmente em Sofala em 1505 e na ilha
Moçambique em 1507. Com a fixação em Sofala esperavam os portugueses controlar as
vias de escoamento de ouro do interior, e em menor escala, de marfim, as tinham em Sofala
o seu término.
Até 1530 os mercadores portugueses tentaram lutar sem êxito contra a concorrência que
fizeram os Swahili-arabes, que transformaram Angoxe no novo centro escoador de ouro,
tornando, assim estratégica a via fluvial do Zambeze, bem como contra o bloqueio de certas
dinastias Karanga-chona á passagem das mercadorias da costa-tecidos e missangas-para o
interior. E exemplo deste ultimo caso o soberano Inhamunda, do estado de e Quiteve, em
aliança com os Changamire do Butua, dificultou durante muitos anos os contactos com o
Mwenemutapa. O ouro do mesmo tipo de bloqueio encontrava se na dinastia de Chicanga
de Manica (CARLOS SERRA 1885).
A partir de 1530, os portugueses decidiram penetrar no vale do Zambeze. Como corolário,
Tete e Sena são fundados em 1530 e Quelimane em 1544. Tratava se agora, já não da
tentativa de controlo das vias de escoamento de outro, mas dos próprios acesso as zonas
produtoras. Os Swahile-arabes foram gradualmente substituídos como intermediários
comerciantes em Zimbabwe e no Vale, não sem intensa luta.
O Mwenemutapa lutava na altura para manter sobre a sua tutela não apenas os restantes
membros da aristocracia do Mwenemutapa, como, também o estrato dominante dos estados
satélites. E neste contesto de luta intra e interdinastias que os mercadores portugueses que
se introduzem na capital de Mwenemutapa, tornando aqueles crescentemente dependentes
do auxílio militar portuguesa (CARLOS SERRA 1885).
A penetração mercantil fez se acompanhar do fluxo de tecidos adquiridos na Índia e de
missangas compradas em Veneza, destinados ao estrato dominante do Mwenemutapa.
Esses tecidos de missangas perdiam a sua qualidades de mercadorias ao entrarem no estado
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e transformavam se em bens de prestígio, suporte de realidade política e de submissão. Por
outras palavras os canais por que passavam a circular não eram mais os mercantis, os de
poder e parentesco.
Foi a necessidade de um suprimento regular de tecido e de missanga cuja a missão era
politica e não económico, que conduziu o Mwenemupata a fazer concessões crescentes aos
mercadores portugueses e alienar virtualmente o território. A alienação expressou se na
cedência ou na venda de terras ricas em meios de ouro ou em ouro fluvial.

2.1. Comércio de Marfim


De acordo com (CARLOS SERRA 1885). Ao norte do Zambeze nos territórios situados
entre o rio Luangua e Quelimane fazia se bastante comercio de marfim e a sua produção
bem como a comercialização -troca por tecidos e por missangas, eram organizadas em
regime de monopólio pela aristocracia Phiri, especialmente pelos Phiri Carona e Lundu.
Tal como o ouro para aristocracia Karanga-Chona, o marfim representava para os Phiri uma
das mais principais fontes de reprodução. Dai que a divisão social doe trabalho estados
Marave, sobre tudo nos estados de Caronga e Lundu, contemplasse com meticulosidade e
organização da caça ao elefante.
Eram frequentes as rivalidades entre os Caronga e os Lundu para obtenção de panos e de
missanga, bens de prestígio e garantiam lealdades políticas e uma corte de aderentes
numerosas.
2.2. Principais Intervenientes
Segundo BOHAEN 1991. Na penetração mercantil portuguesa havia vários
intervenientes. E no comércio de marfim envolveu os estados de Marave, mercadores
Swahili e árabes, as sociedades makuanas, os portugueses, os prazos, os comerciantes
baneanes ou indianos e algumas comunidades afro-islâmicas da costa oriental
moçambicana, cada povo assumia diferentes funções, na obstante os conflitos que
pautavam as suas relações comercias.
2.3. Comércio de escravos
Na segunda metade do seculo XVIII, a procura de escravos ultrapassou a procura do
ouro e do marfim. Agora, não se tratava tanto de adquirir uma matéria-prima de origem
mineral (ouro) ou animal (marfim) quanto de comprar ou de captar aquele que tirava o

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ouro a te a terra e presa ao elefante: homem, o próprio produtor, a mateira prima
humana.
Já no seculo XVII tinham saído escravos do país. Mas os objetivos nem os efetivos
coincidiram com os do seculo XVIII em diante: algumas dezenas, talvez centenas, de
mulheres que iam geralmente para as casas de portugueses e indianos em Goa e India.
A partir dos meados do seculo XVIII, a situação muda radicalmente.
Em um documento de 1762, um anonimo escreveu terem saído 1100 escravos de
Moçambique, sem 30n de Sena, 200 de Sofala, 400 de Inhambane e 200 das Ilhas
Quirimbas. Ma s em 1790 um escritor português observa que a costa de Moçambique
lançava de si quatro, a cinco mil, e mas por ano.
Numa primeira fase, desde cerca de 1740, os escravos eram adquiridos pelos franceses
que os levavam para trabalhar nas suas plantações de açúcar e de café nas Ilha da
Mascarenhas do indico (CARLOS SERRA 1885).
Na segunda fase e dadas as solicitações em mão-de-obra da América do Sul, sobretudo
do Brasil – para assegurar a produção nas plantações de açúcar, café, cacau e algodão,
entre outras, e nas minas de ouro e diamantes - mercadores brasileiros, no norte-
americano e centro-americano começaram a parecer na costa moçambicana e, nos
primórdios do seculo XIX, o trafico para as américas predominava sobre o trafico para
as Mascarenhas.
Na terceira fase, sobretudo apos a abolição oficial do tráfico em 1836e em 1842, a saída
clandestina de escrevo fazia se essencialmente através dos xeicados de Quitagonha,
Sancul, Sangage e do Sultanato de Angoxe, bem como dos prazos.
A atividade mercantil dos escravos traficantes de escravos não era alheia ao
desenvolvimento industrial europeu. Através do trabalho escravo, as indústrias
europeias recebiam produtos como o café, o cacau e o açúcar. Porem o capital
indústrias não era ainda dominante nesse período, o q uso acontecera generalizadamente
a partir dos meados do seculo passado.
Ad duas áreas onde, por

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2.3. Objetivos da Penetração Mercantil Portuguesa
 A procura de ouro profundamente trouxe os Portugueses a Moçambique, pois com
ele permitia-lhes comprar os produtos orientais, as especiarias, as especiarias
asiáticas com as quais a burguesia mercantil portuguesa penetrava no mercado
europeu de produtos exóticos. Moçambique passou a constituir uma espécie de
reserva de meios pagamentos de especiarias por essa razão os portugueses fixaram
primeiros como mercadores e só mais tardes como colonizadores efetivos. ROCHA,
(2006).

2.4. Características Políticas da Penetração Mercantil Portuguesa.


Umas das características políticas foram:

 Livre circulação dos Portuguese no Império com isenção de tributos;

 Obrigatoriedade do Mwenemutapa consultar o capitão português antes de tomar


qualquer decisão;

 50 soldados portugueses passam a residir na capital do Império. Enfim, a presença


portuguesa significou o fim da Autoridade e soberana de Mwenemutapa.
2.5 Características Socioeconómicas da Penetração
 A erosão da economia natural das Mushas tornou se tao evidente nos meados do
seculo XVII que milhares de camponeses passaram a dedicar menos tempo a
agricultura e a minerar quer directamente para os portugueses quer para o
Mwenemutapa.
 O incremento do comércio do ouro obriga as Mushas a dedicarem muito tempo a
mineração;
 A renda em géneros passa a ser paga em trabalho na mineração. Assim, regista-se a
destruição da economia natural das Mushas.
2.6. Características Ideológico e Cultural
 desrespeito das normas do Estado (descalçar e tirar o chapéu perante o Rei);

 Autorização da construção de Igrejas e evangelização.

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2.7 Características sociais
 O processo do trabalho nas minas era geralmente organizado no quadro das
relações de parantestico e a divisão das tarefas no decorrer do processo produtivo
fazia se de acordo com esse quadro;
 Era sobre tudo mulheres e crianças que trabalhavam nas minas ou, pelógenos,

cabiam-lhes as tarefas mais duras e perigosas, nomeadamente a de penetrar nas

escuras galerias a procura de ouro.

3.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A penetração mercantil portuguesa quanto a sua fixação, fez se inicialmente no litoral,


particularmente em Sofala em 1505 e na Ilha Moçambique em 1507. Com a fixação em
Sofala esperavam os portugueses controlar as vias de escoamento de ouro do interior, e em
menor escala, de marfim, as tinham em Sofala o seu término (CARLOS SERRA 1885).
Finda da realização do trabalho foi possível perceber que a penetração mercantil fez se
acompanhar do fluxo de tecidos adquiridos na índia e de missangas compradas em Veneza,
destinados ao estrato dominante do Mwenemutapa. Esses tecidos de missangas perdiam a
sua qualidades de mercadorias ao entrarem no estado e transformavam se em bens de
prestígio, suporte de realidade política e de submissão. Por outras palavras os canais por
que passavam a circular não eram mais os mercantis, os de poder e parentesco.

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4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 SERRA, CARLOS. História de Moçambique. Penetração mercantil portuguesa em
Moçambique. Maputo- volume I. 2000.

 ROCHA, AURÉLIO. Moçambique. História e cultura. Maputo. Textos Editores,


2006.

 BOHAEN, A. ADU(ed)- História geral da África: Africa sob dominação


colonial, 1880-1935. Vol II. Paris, Unesco/Ática, 1991.

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