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Lucas Fernando Fundi

A expansão marítima europeia e a presença portuguesa em Moçambique


Curso de Licenciatura em Ensino Básico 1º semestre 4º Ano

Universidade Pedagógica

Nampula

2018
Lucas Fernando Fundi

A expansão marítima europeia e a presença portuguesa em Moçambique

Curso de Licenciatura em Ensino Basico 1º semestre 4ºAno

Trabalho de carácter avaliativo da Cadeira de Historia


de Educação do curso de Licenciatura em ensino
Básico 4º ano

Leccionado por: MA: Eusébio Pedro José Cwembe

Universidade pedagógica

Nampula

2018

Índice

Introdução ………………….…………………………………………..…………...…...3

A expansão marítima europeia e a presença portuguesa em Moçambique…………..….4


Chegada dos portugueses a Moçambique………………………………..….….………..6

Factores que contribuíram para a expansão marítima europeia em


Moçambique…………………………………………..………….………….…………..7

A procura de ouro, marfim e escravos………………......…………..…………..…….....8

As razoes da prioridade da expansão por parte de Portugal…………………………….8

Conclusão……………………………….…………………………………….…………9
Referencias bibliográficas ……….…….…….…….…………………………………..10

Introdução

O presente trabalho visa dar uma visão mais profunda sobre o tema a expansão marítima
europeia e a presença portuguesa em Moçambique que teve seu início pela conquista da
cidade de Ceuta localizada no norte da África, que é o importante centro comercial, lá
eram negociadas vários tipos de mercadorias: seda, marfim, ouro e escravos.

Por volta de 1600, Portugal começou a enviar para Moçambique colonos, muitos de
origem indiana, que queriam fixar-se naquele território. Esses colonos, muitas vezes
casavam com as filhas de chefes locais e estabeleciam linhagens que, entre o comércio e
a agricultura, podiam tornar-se poderosas.

Em meados do século XVII, o governo português decide que as terras ocupadas por portugueses
em Moçambique pertenciam à coroa e estes passavam a ter o dever de arrendá-las a prazos que
eram definidos por 3 gerações e transmitidos por via feminina

Os europeus chegaram pela primeira à costa oriental de África em 1498, a caminho da


índia. Pode se dizer que a penetração mercantil se iniciou aí e termino no século XIX,
altura em que se iniciou a dominação colonial.

A expansão marítima europeia e a presença portuguesa em Moçambique.


De entre (1385-1433), o governo português era forte, tornou-se o primeiro país europeu
a constituir um Estado Moderno, dedicado à actividade comercial marítima, assumindo
práticas mercantilistas.

Expansão marítima Teve seu início com a conquista da cidade de Ceuta. Localizada no
norte da África, importante centro comercial, lá eram negociadas vários tipos de
mercadorias: seda, marfim, ouro e escravos. (Além do interesse comercial, significava
também a continuidade da reconquista cristã, pois ajudou a libertar a navegação
comercial europeia dos piratas marroquinos, donos da conquista de Ceuta.)

O reino português possuía uma tradição marítimo-comercial em função de sua


localização geográfica: estava voltado para o oceano Atlântico. No século XIV, ao
tornar-se o primeiro Estado moderno da Europa com o apoio de sua burguesia
mercantil, Portugal reunia condições necessárias para entrar na grande aventura da
expansão marítima. Ao longo do século XV, os portugueses foram conquistando
posições na costa oeste da África. Em 1498, o navegador português Vasco da Gama
contornou o continente africano e, navegando através do oceano Indico, atingiu a Índia,
no Oriente. A partir desse momento, os interesses da burguesia portuguesa voltaram-se
para a organização de um Império Colonial no Oriente, que lhe garantisse o monopólio
do comércio de especiarias frente a outros concorrentes e em substituição aos
mercadores italianos.

Por volta de 1600, Portugal começou a enviar para Moçambique colonos, muitos de
origem indiana, que queriam fixar-se naquele território. Esses colonos, muitas vezes
casavam com as filhas de chefes locais e estabeleciam linhagens que, entre o comércio e
a agricultura, podiam tornar-se poderosas.

Em meados do século XVII, o governo português decide que as terras ocupadas por
portugueses em Moçambique pertenciam à coroa e estes passavam a ter o dever de
arrendá-las a prazos que eram definidos por 3 gerações e transmitidos por via feminina.
Esta tentativa de assegurar a soberania na colónia recente, não foi muitos êxitos porque,
de facto, os "muzungos" e as "donas" já tinham bastante poder, mesmo militar, com os
seus exércitos de "xicundas", e muitas vezes se opunham à administração colonial, que
era obrigada a responder igualmente pela força das armas.
Não só estes senhores feudais não pagavam renda ao Estado português, como
organizaram um sistema de cobrar o "mussoco" (um imposto individual em espécie,
devido por todos os homens válidos, maiores de 16 anos) aos camponeses que
cultivavam nas suas terras. Além disso, minoravam ouro, marfim e escravos, que
comerciavam em troca de panos e missangas que recebiam da Índia e de Lisboa. Até
1850, Cuba foi o principal destino dos escravos provenientes da Zambézia.

Em 1870, era apenas em Quelimane (sem conseguir penetrar no "Estado da Maganja da


Costa") onde Portugal exercia alguma autoridade, cobrando o "mussoco", instituído e
cobrado pelos braseiros. Isto, apesar de, em 1854, o governo português ter "extinguido"
os Prazos (pela segunda vez, a primeira tinha sido em 1832). Outros decretos do mesmo
ano extinguiam a escravatura (oficialmente, uma vez que os "libertos" eram levados à
força para as ilhas francesas do Oceano Índico (Maurícia ou "ilha de França" e Reunião
ou "ilha Bourbon", com o estatuto de "contratados") e o imposto individual,
substituindo-o pelo imposto de palhota, uma espécie de contribuição predial.

Mas a agricultura familiar não produzia as quantidades desejadas, era necessário


organizar plantações. É nessa altura que o governador da "província ultramarina",
Augusto de Castilho, cuja administração estava desejosa de ter uma base tributária para
manter a ocupação do território, emite em 1886 uma "portaria provincial" regulando a
cobrança do "mussoco" nos Prazos (que tinham sido "extintos" pela terceira vez seis
anos antes), que incluía a obrigatoriedade dos homens válidos pagarem aquele imposto,
se não em produtos, então em trabalho; é dessa forma que começam a organizar-se as
grandes plantações de coqueiros e, mais tarde, de sisal e cana sacarina.

Em 1890, o futuro "Comissário Régio" António Enes decreta, numa revisão do Código
de Trabalho Rural de 1875 (que estabelecia apenas a obrigação "moral" dos colonos
(leia-se camponeses indígenas) de produzirem bens para comercialização), que o
camponês já não tem a opção de pagar o "mussoco" em géneros: "…O arrendatário
[dos Prazos] fica obrigado a cobrar dos colonos em trabalho rural, pelo menos metade
da capitação de 800 réis, pagando esse trabalho aos adultos na razão de 400 réis por
semana e aos menores na de 200 réis."

Esse decreto impunha ainda aos prazeiros a ocupação efectiva das terras arrendadas e o
pagamento à autoridade colonial da respectiva renda. Mas os prazeiros não tinham
conseguido converter a sua actividade de simples fornecedores de escravos ou de
pequenas quantidades de produtos na de organização das plantações, não só por falta de
preparação (ou de vocação), mas também por falta de capital. O resultado foi terem sido
obrigados a subarrendar ou vender os seus prazos, terminando assim a fase feudal desta
porção de Moçambique.

Chegada dos portugueses a Moçambique

Inicialmente, os Portugueses fixaram-se no litoral onde construíram as fortalezas de


Sofala (1505), Ilha de Moçambique(1507). Só mais tarde através de processos de
conquistas militares apoiadas pelas actividades missionárias e de comerciantes,
penetraram para o interior onde estabelecerem algumas feitorias como a de Sena (1530),
Quelimane (1544).

O propósito, já não era o simples controlo do escoamento do ouro, mas sim de dominar
o acesso às zonas produtoras do ouro. Esta fase da penetração mercantil é designada de
fase de ouro. As outras duas últimas por fase de marfim e de escravos na medida em que
os produtos mais procurados pelo mercantilismo eram exactamente o marfim e os
escravos respectivamente.

O escoamento destes produtos acabou sendo efectivado através do sistema de Prazos do


vale do Zambeze que teriam constituído a primeira forma de colonização portuguesa em
Moçambique. Os prazos eram uma espécie de feudos de mercadores portugueses que
tinham ocupado uma porção de terra doada, comprada ou conquistada.

A abolição do sistema prazeiro pelos decretos régios de 1832 e 1854 criou condições
para a emergência dos Estados militares do vale do Zambeze que se dedicaram
fundamental ao tráfego de escravos, mesmo após a abolição oficial da escravatura em
1836 e mais tarde em 1842.

No contexto moçambicano as populações macúa-lómué foram as mais sacrificadas pela


escravatura. Muitos deles foram exportadas para as ilhas Mascarenhas, Madagáscar,
Zanzibar, Golfo Pérsico, Brasil e Cuba. Até cerca de 1850, Cuba constituía o principal
mercado de escravos Zambezianos.
Com o advento da conferência de Berlim (1884/1885), Portugal foi forçado a realizar a
ocupação efectiva do território moçambicano. Dada a incapacidade militar e financeira
portuguesa, a alternativa encontrada foi o arrendamento da soberania e poderes de
várias extensões territoriais a companhias majestáticas e arrendatárias.

Companhia de Moçambique e a Companhia do Niassa são os exemplos típicos das


companhias majestáticas. Companhia da Zambézia, Boror, Luabo, sociedade do Madal,
Empresa agrícola do Lugela e a Sena Sugar Estates perfazem o exemplo des de
companhias arrendatárias.

O sistema de companhias foi usado no Norte do rio Save. E, estas dedicaram-se


principalmente a uma economia de plantações e um pouco do tráfego de mão de obra
para alguns Países vizinhos. O Sul do Rio Save (províncias de Inhambane, Gaza e
Maputo) ficaram sob administração directa do Estado colonial.

Nesta região do País foi desenvolvida basicamente uma economia de serviços assente na
exportação da mão de obra para as minas sul-africanas e no transporte ferro-portuário
via Porto de Maputo.Estada divisão económica regional explica a razão da actual
simetria de desenvolvimento entre o Norte e o Sul do País.

A ocupação colonial não foi pacífica. Os moçambicanos impuseram sempre lutas de


resistência com destaque para as resistências chefiadas por Mawewe, Muzila,
Ngungunhane, Komala, Kuphula, Marave, Molid-Volay e Mataca. Na prática a
chamada pacificação de Moçambique pelos portugueses só se deu no já no séc. XX.

Os europeus chegaram pela primeira à costa oriental de África em 1498, a caminho da


índia. Pode se dizer que a penetração mercantil se iniciou aí e termino no século XIX,
altura em que se iniciou a dominação colonial.

Factores que contribuíram para a expansão marítima europeia em Moçambique.

 Era a solução para o fortalecimento dos Estados nacionais europeus e de sua


burguesia;
 O conhecimento de novas técnicas (astrolábio, bússola, caravelas, mapas,
imprensa, pólvora);
 A necessidade de um novo caminho marítimo para as índias;
 Com o renascimento do comércio houve falta de metais preciosos e de matérias-
primas;

A procura de ouro, marfim e escravos

De entre os produtos procurados pelos europeus, os mais importantes eram o ouro, o


marfim e, mais tarde, os escravos.

O ouro foi transportado para a Europa e usado como moeda de troca na Índia, para a
compra de especiarias. O marfim também serviu para produzir objectos de adorno.

Os escravos foram usados massivamente nas plantações agrícolas da América do sul, a


partir de finais do século XVI, como adiante iras estudar.

A busca destas mercadorias levou os europeus a penetrarem, gradualmente, no interior,


e a estabelecerem relações com os chefes africanos, interferindo muitas vezes na
política dos estados africanos, como foi o caso do estado de Muenemutapa em
Moçambique.

As razoes da prioridade da expansão por parte de Portugal.

Situação geográfica favorável – a longa extensão da costa Portuguesa fez com que
desde muito cedo, os Portugueses adquirissem experiência marítima. Desde o século
XII que aventurava do comércio marítimo de longa distância, entre a península Ibérica e
o norte da Europa.

Condições científicas e técnicas – dominavam a navegação astronómica, fazendo uso do


astrolábio, do quadrante e da bússola. Possuíam ainda o conhecimento acumulado de
outros povos marinheiros nas cartas de marear (italianos, muçulmanos e catalães).
Construíam embarcações rápidas e versáteis, adequadas a navegação no Oceano.

Condições políticas e sócias – a crise do século XIV tinha feito sentir a falta de metais
preciosos, cereais, mão-de-obra e matérias-primas. Todos os grupos sociais (clero,
nobreza, e povo) eram favoráveis a expansão e viam-na como a solução dos problemas
económicos. A coroa Portuguesa pretendia agradar ao papa com a conquista de novos
territórios para a igreja cristã, espalhando a fé e lutando contra os inimigos muçulmanos
do norte de África.
Conclusão

Na conclusão deste trabalho o estudante apresenta uma atitude mais activa e


participativa no conhecimentos da expansão marítima europeia e a presença portuguesa
em Moçambique, a ocupação colonial não foi pacífica. Os moçambicanos impuseram
sempre lutas de resistência com destaque para as resistências chefiadas por Mawewe,
Muzila, Ngungunhane, Komala, Kuphula, Marave, Molid-Volay e Mataca. Na prática a
chamada pacificação de Moçambique pelos portugueses.

Desta forma concluímos que maior parte dos moçambicano as populações macúa-lómué
foram as mais sacrificadas pela escravatura. Muitos deles foram exportadas para as ilhas
Mascarenhas, Madagáscar, Zanzibar, Golfo Pérsico, Brasil e Cuba. Até cerca de 1850,
Cuba constituía o principal mercado de escravos Zambezianos.
Bibliografia

Marques, A. H. Oliveira, Breve História de Portugal, Lisboa, Editorial Presença, 2006.

Rodrigues, António Simões (coordenador), História de Portugal em Datas, Lisboa,


Temas e Debates, 2000 (3ª edição).

FRENTE DE LIBERTAÇÃO DE MOÇAMBIQUE. História de Moçambique. Porto,


Afrontamento, 1971. Disponível em (Consultado em 27 de Fevereiro de 2010)

HEDGES, David (coord.). História de Moçambique: Moçambique no auge do


colonialismo 1930-1961. Vol.2, 2.ª edição, Maputo, Livraria Universitária,
Universidade Eduardo Mondlane, 1999.

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