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=Catandica=
Disciplina: História
Disciplina: História
Filipe Salomão
João António
Juvencia Horácio
Teresa João
Docente:
dr. Portugal
2. Objectivos..................................................................................................................3
2.1. Geral....................................................................................................................3
2.2. Específicos..........................................................................................................3
3. Metodologia de Trabalho...........................................................................................3
6. Conclusão.................................................................................................................12
7. Referencias Bibliográficas.......................................................................................13
1. Introdução
O presente trabalho visa falar dos Estados de Moçambique e a penetração Mercantil Estrangeira
desde a definição e tipos de penetração mercantil que ocorreram em Moçambique e o tipo de
impacto que as penetrações tiveram a nível sócio-economico, político e cultural, também iremos
fazer o estudo de alguns estados que se formaram em Moçambique, vamos fazer um relance
sobre a natureza e origem do estado bem como das suas características.
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2. Objectivos
2.1. Geral:
Falar de estado de Moçambique e penetração mercantil estrageira.
2.2. Específicos:
Analisar duas etapas fundamentais da penetração estrangeira em Moçambique;
Analisar as características dos estados;
Mencionar as teorias de estado.
3. Metodologia de Trabalho
O presente trabalho de pesquisa, envolveu inicialmente a obtenção de informações teóricas
através de estudo exploratório, seguido do estudo formal descritivo, calcado numa pesquisa
bibliográfica junto a autores consagrados na abordagem do tema tratado, além da leitura de
artigos específicos sobre o assunto abordado através da internet.
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4. O estado de Moçambique e penetração mercantil estrageira
Foram estes povos que entraram em contacto comercial com os povos africanos, formando-se
intermediários no comércio entre África oriental e Ásia. Esta actividade levou a criação de
entrepostos comerciais ao longo da costa oriental, dando origem a grandes cidades como
Mogadíscio, Melinde, Mombaça, Kílwa, zanzibar e mais tarde a sul da costa de Moçambique
em Angoche e Sofala. Entre os séculos IX e VIII encontramos evidências de uma progressiva
e lenta fixação de povos provenientes principalmente do Golfo Pérsico, com objectivos
meramente comerciais.
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Os mercadores asiáticos traziam consigo missangas, porcelanas, tecidos, vidros, banana,
câmaras, perfumes e em troa recebiam ouro, marfim e escravos e em menor escala Âmbar,
Cerra, etc
Em Moçambique a influência árabe é visível pelo surgimento de uma nova língua o Swahili,
que surgiu do contacto entre os moçambicanos e os árabes e os Koti em Angoche. É também
assistida uma forte influência da religião islâmica. O uso dos Cofiós e o Mwalide são reflexos
da cultura árabe. Outra influência foi a formação ou delimitação dos grupos etnolinguísticos
em Moçambique.
No início do século XVI, o interesse dos portugueses pelo comércio levou-os a iniciar o
processo da sua fixação no território. Pelo que em 1505 fixam -se em Sofala e em 1507 na
Ilha de Moçambique.
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A fixação dos portugueses em Sofala e Ilha de Moçambique tinha por finalidade assegurar o
controlo das rotas comerciais.
Esta fixação provocou tensão entre os árabes e os próprios portugueses pelo controlo do
comércio, mas até finais do século XVI os árabes detêm a supremacia no comércio com os
shona.
Até 1530 os mercadores portugueses tentaram, sem êxito, lutar, não só contra o bloqueio que
lhes foi movido pelos árabes que transformaram Angoche num novo centro de escoamento de
ouro, mas também contra o bloqueio de certas dinastias shona à passagem das mercadorias da
costa para o interior. Só a partir desta data é que os portugueses decidiram penetrar no vale do
Zambeze a fim de ir ao encontro das fontes de produção, construindo feitorias em Tete e Sena
(1530) e Quelimane em 1544. Tratava-se, agora, não da tentativa de controlo das vias de
escoamento de ouro, mas do acesso as zonas produtoras.
Neste período, inicial, a penetração portuguesa no interior tinha em vista montar um sistema
de alianças com as classes dominantes locais, de forma a criar condições favoráveis da
actuação do capital mercantil.
Numa primeira fase a aliança visava eliminar a concorrência dos mercadores árabes e
conseguir o reconhecimento do capital mercantil português como único parceiro no comércio.
Mesmo após a resistência árabe ter sido neutralizada, a aliança com a aristocracia shona, se
bem que tenha sido num contexto diferente, permaneceu uma necessidade estratégica. Para
atingir os seus objectivos, os portugueses adoptaram um sistema de alianças com a
aristocracia shona, mas em finais do século XVI a aliança não era ainda suficiente para pôr
em causa a autoridade do Mwenemutapa. Pelo contrário a aristocracia possuía uma margem
de manobra e de iniciativa bastante lata daí que os agentes portugueses subordinam-se aos
imperativos sociais e ideológicos dos Shona.
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4.2.1. Impacto da penetração mercantil portuguesa em Moçambique
Quando se constitui um estado a sociedade fica organizada de tal modo que ficam claramente
patentes algumas formas de relacionamento, entre elas:
A monopolização do poder (centralização) – em qualquer estado todos os diferentes
aspectos da vida social e política estão sob a alçada de um único centro de poder,
neutralizando todos os outros focos de poder que possam eventualmente competir com o
estado.
A institucionalização da hierarquia política – no estado deve existir uma clara
hierarquia política ou seja uma diferenciação entre dominantes e dominados. Significa que
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num estado é sempre criado um corpo de pessoas cuja função é governar e que, enquanto
tal, se contrapõe à maioria - os governados.
A legitimação racional e o reconhecimento - O estado para existir com um só centro de
poder e com uma hierarquia em que uns governam e outros são governados é importante
que funcione com racionalidade e que seja aceite (legítimado) aos olhos da sociedade.
Assim, a razão de ser do estado pressupõe a direcção do funcionamento da vida social e a
procura das leis a que tal funcionamento obedece. A razão de ser do estado reside na
constituição ou na sua lei fundamental. A lei define as normas e os limites do exercício do
poder, mas sobretudo a garantia ou eficácia do poder exercido por aqueles que estão em
posição de mandar. O estado torna-se legítimo na medida em que se oriente em
observância a lei.
Como Surge o Estado
Existe uma estreita ligação entre estado e sociedade, na medida que o estado é a forma que
atinge a vida social numa fase adiantada do seu desenvolvimento, uma vez diferenciadas,
autonomizadas e tornadas complexas as suas funções.
As funções governativas de organização e gestão da vida social adquirem um papel crescente
e decisivo.
Ao longo do tempo elas tornam-se necessárias e imprescindíveis, nas consciências de toda a
sociedade, o que consolidou a mais a ideia da necessidade de existência do Estado.
Portanto o estado surge como resultado de um processo de evolução da sociedade e não como
imposição vinda do exterior dela.
Nem todas as sociedades organizadas, ou mesmo politicamente organizadas, constituem um
estado.
O estado é uma forma secular de organização social, que ao longo dos tempos foi assumindo
formas e interpretações diversas Daí a existência de diferentes teorias sobre o estado. Veja, a
seguir, como nas diversas fases de evolução das sociedades foi entendido o estado.
a) Teoria Teocrática - considera-se o estado como manifestação duma razão ou duma
vontade transcendente e como algo absolutamente necessário à manutenção da existência
social.
Os governantes são considerados como mandatários de Deus, e como Se eles exercessem o
poder em seu nome.
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b) Teoria Liberal
Séculos XVII e XVIII Expressão ideológica e política dos interesses económicos da
Burguesia em expansão.
O estado já não é considerado como expressão duma vontade ou inteligência transcendental,
mas como expressão duma racionalidade imanente à própria sociedade, ou seja, como a
expressão da vontade geral dos indivíduos humanos racionais e livres. Como tal, o estado
deve garantir a segurança da vida social, deve estimular e possibilitar o máximo
desenvolvimento das potencialidades dos indivíduos.
De maneira alguma a sua acção deve ser de domínio ou repressão, mas ao contrário deve
proporcionar a segurança, a liberdade, defender a propriedade dos cidadãos.
Historicamente o liberalismo opõe-se ao absolutismo.
c) Teoria Romântica ou Idealista
O estado não tem a sua razão de ser numa ordem transcendente à história nem tão pouco
resulta da vontade arbitrária dos indivíduos que o compõem. Ele exprime uma lei da natureza
e surge na história como uma forma superior de organização da vida exterior dos homens.
Cada povo ou cada sociedade está chamado a organizar-se racionalmente em estado de modo
que cada um dos seus membros se integre organicamente no todo e o esrado se preocupe com
a existência de cada um dos seus membros.
Ao estado é, deste modo, atribuída uma missão ética e espiritual:
Ele está ao serviço da espécie humana, da humanidade, ao serviço das ideias superiores que a
humanidade se propõe.
A integração dos indivíduos no estado não deve ser exterior, mecânica, por imposição mas
deve ser pelo reconhecimento e pela consciencialização; Daí o papel atribuído à educação.
d) Teoria Anarquista
Surgiu na época moderna (sec. XIX) e teve em Montaigne, La Boetil, Max Sticner, Bakunine.
O Anarquismo consiste na rejeição de qualquer princípio do poder ou de autoridade sobretudo
se entendida em termos de instituição estatal.
A razão de tal rejeição reside no facto de o estado se apresentar sempre como uma máquina de
opressão e de coersão, como impeditivo da realização da plena liberdade dos homens e das
verdadeiras potencialidades humanas.
No lugar da organização estatal o anarquismo propõe uma organização social baseada na livre
união dos indivíduos e grupos excluindo-se qualquer tipo de coação e de obrigação exteriores
(leis, polícia, exército).
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Anarquismo: Utopia ou a voz da razão?
Anarquismo é considerado pelas demais concepções políticas (marxismo, liberalismo,
fascismo) como uma utopia irrelevante, sobre a realidade da vida social e a incapacidade de
organização baseada na força e na violência.
e) Teoria Marxista
O estado encontra a sua razão de ser no desenvolvimento da sociedade (no processo histórico)
interpretado como sendo o resultado do desenvolvimento das forças produtivas materiais.
Com o desenvolvimento das forças produtivas e das técnicas de produção surge um novo tipo
de economia- a economia de produção: os homens passam a produzir por si próprios aquilo de
que necessitam para viver.
Passa a existir um excedente de produção que não é investido imediatamente no consumo. É
neste momento que, de entre os membros do grupo social, até aí em plena igualdade, se
destaca um sector que se apropria desse excedente de produção e dos meios que o garantem: a
terra os rebanhos, o trabalho alheio.
Este processo conduz ao surgimento da propriedade privada e, com ela, a desigualdade social
e consequentemente o antagonismo no corpo social- a divisão da sociedade em classes com
interesses antagónicos. Neste conjunto de circunstâncias é que surge o Estado como forma de
manter constante esse antagonismo e de permitir o domínio do grupo detentor dos meios de
produção sobre a restante parte da sociedade.
Segundo Lénine, grande seguidor teórico de Marx pode-se definir Estado como "uma
máquina destinada a manter a dominação de uma classe sobre uma outra."
Cárácter de classe- O estado constitui, a nível político, o reflexo do poder da classe
economicamente dominante.
Carácter repressivo - O Estado é a organização que assegura a ordem.
Constitui uma unidade de repressão; uma violência exercida contra uma parte da sociedade
em favor de uma outra.
Carácter alienante: Estado é "um aparelho desligado e posto a cima da sociedade" _ assim se
destaca um grupo de homens especializados em governar, enquanto os outros estão sempre
condenados a ser governados.
Segundo a teoria Marxista o estado assume diferentes formas, conforme se avança na
história:
Estado Esclavagista;
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Estado capitalista;
Estado Socialista.
f) Teoria Fascista e Corporativista
O estado fascista é o antípoda do estado liberal, uma vez que:
Afirma o carácter absoluto do estado;
Nega o princípio do liberalismo – o princípio do indivíduo;
Nega o princípio da democracia e de igualdade entre os homens.
O estado fascista supõe uma teoria das elites ou dos homens providenciais chamados a
conduzir a massa (Duce; Fuhrer)
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6. Conclusão
Findo do trabalho conclui-se que a reacção dos árabes à fixação portuguesa em Sofala e Ilha
de Moçambique foi a abertura de uma nova rota comercial dos Mwenemutapa para Angoche,
o que levou, em 1511, a um ataque português, mal sucedido, que não foi capaz de pôr termo
às actividades árabes no sultanato, continuando a fazer comércio com os Mwenemutapa.
O estado é um fenómeno histórico, que nos remete a diferentes teorias entre elas a teocrática,
liberal, romântica ou idealista, anarquista, marxista e fascista.
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7. Referencias Bibliográficas
CABAÇO, José Luís de Oliveira. Moçambique identidades, colonialismo e
libertação.Universidade, São Paulo, 2007.
Departamento da Historia Universidade Eduardo Mondlane. História de Moçambique.
Livraria Universitária, Maputo, 1982;HEDGES, David. Moçambique no auge do
colonialismo 1930-1961. Livraria Universitária Eduardo Mondlane, volume 2, Maputo,
1999.
José Luis Barbosa Pereira, pré-universitário Historia 12 classes, Longman Moçambique,
1ª edição, Maputo 2010.
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