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localizado no sudeste do continente Africano, banhado pelo oceano Índico a leste e que
faz fronteira com a Tanzânia ao norte; Maláui e Zâmbia a noroeste; Zimbábue a oeste
e Essuatíni e África do Sul a sudoeste. A capital e maior cidade do país é Maputo,
anteriormente chamada de Lourenço Marques, durante o domínio português.
Entre o primeiro e o século V, povos bantus migraram de regiões do norte e oeste para
essa região. Portos comerciais suaílis e, mais tarde, árabes, existiram no litoral
moçambicano até a chegada dos europeus. A área foi reconhecida por Vasco da
Gama em 1498 e em 1505 foi anexada pelo Império Português. Depois de mais de quatro
séculos de domínio português, Moçambique tornou-se independente em 25 de Junho de
1975, transformando-se na República Popular de Moçambique pouco tempo depois. Após
apenas dois anos de independência, o país mergulhou em uma guerra civil intensa e
prolongada que durou de 1977 a 1992. Em 1994, o país realizou as suas primeiras
eleições multipartidárias e manteve-se como uma república presidencial relativamente
estável desde então.
Moçambique é dotado de ricos e extensos recursos naturais. A economia do país é
baseada principalmente na agricultura, mas o sector industrial, principalmente na
fabricação de alimentos, bebidas, produtos químicos, alumínio e petróleo, está crescendo.
O sector de turismo do país também está em crescimento. A África do Sul é o principal
parceiro comercial de Moçambique e a principal fonte de investimento directo
estrangeiro. Portugal, Brasil, Espanha e Bélgica também estão entre os mais importantes
parceiros económicos do país. Desde 2001, a taxa média de crescimento económico anual
do produto interno bruto (PIB) moçambicano tem sido uma das mais altas do mundo. No
entanto, as taxas de PIB per capita, índice de desenvolvimento
humano (IDH), desigualdade de renda e expectativa de vida de Moçambique ainda estão
entre as piores do planeta,[4] enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) considera
Moçambique um dos países menos desenvolvidos do mundo.[6]
A única língua oficial de Moçambique é o português, que é falado principalmente
como segunda língua por cerca de metade da população. Entre as línguas nativas mais
comuns estão o macua, o tsonga, ndau, chuabo e o sena. A população de cerca de 30
milhões de pessoas é composta predominantemente por povos bantus. A religião com o
maior número de adeptos em Moçambique é o cristianismo (a denominação católica é a
que reúne maior número de adeptos), mas há uma presença significativa de seguidores
do islamismo. O país é membro da União Africana, da Commonwealth Britânica,
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da União Latina,
da Organização da Conferência Islâmica, da Comunidade para o Desenvolvimento da
África Austral e da Organização Internacional da Francofonia.
Etimologia
O nome Moçambique, primeiramente utilizado para a ilha de Moçambique, primeira capital
da colónia, teria derivado do nome de um comerciante árabe que ali viveu, Musa Al
Bik, Mossa Al Bique ou Ben Mussa Mbiki.[7]
História
Ver artigo principal: História de Moçambique
Primeiros povos
Ver artigo principal: Império de Gaza
Gungunhana, o último imperador de Gaza
Os primeiros povos que habitaram o território do atual Moçambique
eram bosquímanos caçadores e recolectores.[8] Entre o primeiro e o século V, ondas
migratórias de povos de línguas bantas vieram de regiões do oeste e do norte de África
através do vale do rio Zambeze e depois, gradualmente, seguiram para o planalto e áreas
costeiras do país. Esses povos estabeleceram comunidades ou sociedades agrícolas
baseadas na criação de gado.[9]
Eles trouxeram com eles a tecnologia para extração e produção de utensílios de ferro, um
metal que eles usaram para fazer armas para conquistar povos vizinhos. As cidades
moçambicanas durante a Idade Média (século V ao XVI) não eram muito robustas e pouco
restou delas, como o porto de Sofala.[9]
O comércio costeiro de Moçambique primeiramente foi dominado por árabes e persas, que
tinham estabelecido assentamentos até o sul da Ilha de Moçambique. Assentamentos
comerciais suaílis, árabes e persas existiram ao longo da costa do país durante vários
séculos. Vários portos comerciais suaílis pontilhavam a costa do país antes da chegada
dos árabes, que comercializavam com Madagáscar e com o Extremo Oriente.[9]
Domínio português
Ver artigo principal: África Oriental Portuguesa
Estátua de Vasco da Gama na praça em frente ao antigo Palácio dos Capitães-Generais, na Ilha de
Moçambique, uma pequena ilha de coral na entrada da Baía de Mossuril, na costa de Nampula
Traficantes de escravos árabes e seus cativos ao longo do rio Rovuma
Movimento de independência
Ver artigos principais: Guerra da Independência de Moçambique e Guerra Colonial
Portuguesa
Guerra civil
Ver artigo principal: Guerra Civil Moçambicana
Uma das primeiras ações do novo governo, sob a presidência de Samora Machel, foi
estabelecer um Estado unipartidário baseado em princípios marxistas. Cuba e União
Soviética foram as primeiras nações a estender os laços diplomáticos ao novo país,
ajudando-o também com forças militares, como forma de manter a independência e
reprimir a oposição.[16][20] Logo após a independência, o país foi assolado por uma guerra
civil longa e violenta entre forças oposicionistas da anticomunista Resistência Nacional
Moçambicana (RENAMO) e o regime marxista da Frente de Libertação de Moçambique
(FRELIMO). Este conflito, combinado com as disputas diplomáticas e envolvimento do
governo com movimentos guerrilheiros em países vizinhos,[21] como a Rodésia (em que o
governo moçambicano apoiou o grupo guerrilheiro organizado pelo Exército Africano para
a Libertação Nacional do Zimbábue (ZANLA)[21] e a África do Sul do regime
de apartheid (na qual o governo moçambicano proveu ajuda ao grupo capitaneado
por Nelson Mandela[22]) além do excesso de planeamento central e implementação de
políticas socialistas ineficazes[23] que resultaram nas severas dificuldades econômicas que
caracterizaram as primeiras décadas de independência de Moçambique, resultado das
práticas adotadas pelo então regime vigente no país.[16]
Este período também foi marcado pelo êxodo de cidadãos portugueses,[24] do colapso da
infraestrutura nacional, da falta de investimentos em ativos produtivos e da nacionalização,
pelo governo, de indústrias de propriedade privada, além de várias crises de fome
generalizadas. Durante a maior parte da guerra civil, o governo central comandado pela
FRELIMO foi incapaz de exercer controle efetivo fora das áreas urbanas do país, muitas
das quais eram controladas a partir da capital, Maputo. Estima-se que a Resistência
Nacional Moçambicana (RENAMO) tenha exercido controle em áreas que incluíam até
50% das partes rurais de várias províncias, e os serviços de assistência médica de
qualquer tipo foram interrompidos por anos. O problema se agravou quando o governo
cortou gastos em assistência médica.[25] A guerra civil foi marcada por diversas violações
dos direitos humanos cometidas por ambos os lados do conflito, cenário que se tornou
ainda pior quando a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) começou a usar
táticas terroristas e a atacar civis indiscriminadamente.[26][27] O governo central executou
dezenas de milhares de pessoas ao tentar estender seu controle por todo o país e mandou
muitas pessoas para campos de reeducação, onde milhares foram mortos.[26]
Durante a guerra, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) propôs um acordo de
paz baseado na secessão dos territórios do norte e oeste do país, que passariam a ser a
república independente da Rombésia. A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO)
recusou-se a negociar e reivindicou a soberania sobre todo o território do país. Estima-se
que um milhão de moçambicanos tenham morrido durante a guerra civil no país, com
cerca de outros 1,7 milhão buscando refúgio em países vizinhos e vários outros milhões
tendo que se deslocar internamente por conta do conflito.[28] O regime da Frente de
Libertação de Moçambique (FRELIMO) também deu abrigo e apoiou movimentos rebeldes
africanos, como o Congresso Nacional Africano (da África do Sul) e a União Nacional
Africana do Zimbábue. Enquanto isso, os governos da Rodésia e da África do Sul (na
época sob o regime do apartheid) apoiavam as forças da Resistência Nacional
Moçambicana (RENAMO).[28]
Em 19 de outubro de 1986, Samora Machel voltava de uma reunião internacional
na Zâmbia em um Tupolev Tu-134, quando o avião presidencial caiu nos Montes
Libombos, perto da localidade sul-africana de Mbuzini. Dez pessoas sobreviveram, mas o
presidente Machel e trinta e três outros tripulantes morreram, incluindo ministros e
funcionários do governo moçambicano. A delegação soviética das Nações Unidas divulgou
um relatório alegando que a sua visita tinha sido prejudicada pelos sul-africanos. Os
representantes da União Soviética avançaram com a teoria de que o avião tinha sido
desviado intencionalmente por um sinal VOR, usando uma tecnologia fornecida por
agentes de inteligência militar do governo sul-africano.[29]
Período multipartidário
Geografia
Clima
Demografia
Ver artigo principal: Demografia de Moçambique
De acordo com os resultados do Censo de 2017, Moçambique tem 27 909 798 habitantes,
um aumento de 7 330 533 ou 35,6% em relação aos 20 579 265 registados no Censo de
2007.[2] As províncias da Zambézia e Nampula são as mais populosas do país e
concentram cerca de 39% da população moçambicana.
Composição étnica
Urbanização
Ver também: Lista de cidades de Moçambique
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Cidades mais populosas de Moçambique
Censo 2007
Idiomas
Ver artigos principais: Português moçambicano e Línguas de Moçambique
Religiões
Ver artigos principais: Religião em Moçambique e Igreja Católica em Moçambique
Religião em Moçambique (2007)
Religião Porcentagem
Cristianismo 56,1%
Sem religião 18,7%
Islamismo 17,9%
Animismo 1,2%
Governo e política
Ver artigo principal: Política de Moçambique
Direitos humanos
O conceito de direitos humanos em Moçambique é uma questão permanente para o país.
Durante mais de quatro séculos, Moçambique foi governado pelos portugueses. Após a
independência de Moçambique de Portugal, seguiram-se 17 anos de guerra civil, entre a
RENAMO e a FRELIMO, até 1992, quando a paz foi por fim alcançada. [65] Armando
Guebuza foi então eleito presidente em 2004 e reeleito em 2009, apesar das críticas de
que lhe faltava honestidade, transparência e imparcialidade. [66][67] Isso desencadeou uma
série de incidentes de direitos humanos, incluindo assassinatos ilegais, prisões arbitrárias,
condições prisionais desumanas e julgamentos injustos. Também houve muitas questões
relacionadas com as liberdades de expressão e mídia, liberdade na Internet, liberdade de
reunião pacífica e discriminação e abuso de mulheres, crianças e pessoas com deficiência.
Muitas destas questões continuam em curso.[68]
Em 2018, uma reportagem publicada no jornal português Público alegava que as terras
mais férteis de Moçambique, especialmente no corredor de Nacala, estão a deixar de ser
exploradas pelos moçambicanos e milhares de camponeses ficam sem terra, e lançados
na pobreza, a troco de falsas promessas de multinacionais do sector agrário. Portugal,
com a Portucel Moçambique à cabeça, é o país da Europa que mais área explora nesta
zona.[69]
Relações internacionais
Ver também: Missões diplomáticas de Moçambique
Subdivisões
Ver artigo principal: Subdivisões de Moçambique
Ver também: Lista de postos administrativos de Moçambique
Economia
Ver artigo principal: Economia de Moçambique
A moeda oficial é o metical, que substituiu a moeda antiga a uma taxa de mil para um. O
metical antigo foi retirado de circulação pelo Banco de Moçambique até o final de 2012.
O dólar estadunidense, o rand sul-africano e, recentemente, o euro também são moedas
amplamente aceitas e utilizadas em transações comerciais no país. O salário mínimo legal
é de cerca de 60 dólares por mês. Moçambique é membro da Comunidade para o
Desenvolvimento da África Austral (SADC — sigla em inglês). O protocolo de livre
comércio da SADC visa tornar a região da África Austral mais competitiva, ao eliminar
tarifas e outras barreiras comerciais. Em 2007, o Banco Mundial falou sobre o "ritmo de
crescimento económico inflado" de Moçambique e um estudo conjunto do governo e de
doadores internacionais no mesmo afirmou que "Moçambique é geralmente considerado
como uma história de sucesso na ajuda humanitária". Também em 2007, o Fundo
Monetário Internacional (FMI) disse que "Moçambique é uma história de sucesso na África
subsaariana." No entanto, apesar deste aparente sucesso, tanto o Banco Mundial quanto
a UNICEF usaram a palavra "paradoxo" para descrever o aumento da desnutrição infantil
crónica em face ao crescimento do PIB moçambicano. Entre 1994 e 2006, o crescimento
médio do PIB foi de aproximadamente 8% ao ano, no entanto, o país continua sendo um
dos mais pobres e subdesenvolvidos do mundo. Em uma pesquisa de 2006, três quartos
dos moçambicanos afirmaram que nos últimos cinco anos a sua situação económica
permaneceu a mesma ou tornou-se pior.[80]
O reassentamento de refugiados da guerra civil e reformas económicas bem sucedidas
levaram a uma alta taxa de crescimento: o país teve uma recuperação económica notável,
atingindo uma taxa média anual de crescimento do PIB de 8% entre os anos de 1996 e
2006 e entre 6% e 7% no período entre 2006 e 2011.[81] As devastadoras inundações do
início de 2000 desaceleraram o crescimento económico para 2,1%, mas uma recuperação
completa foi alcançada em 2001, com um crescimento de 14,8%. Uma rápida expansão no
futuro dependia de vários grandes projectos de investimento estrangeiro, o
prosseguimento das reformas económicas e a revitalização dos sectores
de turismo, agricultura e transportes. Em 2013, cerca de 80% dos habitantes do país
estava empregada no sector agrícola, a maioria dos quais dedicados à agricultura
de subsistência em pequena escala,[82] que ainda sofre com uma infraestrutura, redes
comerciais e níveis de investimento inadequados. Apesar disso, em 2012, mais de 90%
das terras cultiváveis de Moçambique ainda não tinham sido exploradas.[83] Em 2013, um
artigo da BBC informou que, desde 2009, portugueses estão a voltar para Moçambique por
causa do crescimento da economia local e pela má situação económica de Portugal,
devido a crise da dívida pública da Zona Euro.[84]
Infraestrutura
Saúde
Segurança alimentar
Estima-se que 64% da população de Moçambique sofre de insegurança alimentar. Este
problema prevalece principalmente na região sul do país, onde cerca de 75% da
população sofre desse mal. Moçambique está entre os 16 países com “mais alto risco de
apresentar níveis crescentes de fome aguda”, diante de um cenário global, onde novos
recordes nos níveis de fome no país apenas aumentam.[95][96][97][98]
A saúde em Moçambique, é fortemente afetada pela insegurança alimentar do país. De
acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2009 do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento, cerca de 55% da população de Moçambique vive na
pobreza, quase metade é analfabeta, 40% é subnutrida, apenas 47% têm acesso a água
potável e existe uma expectativa de vida ao nascer de apenas 59 anos. Moçambique
classificou-se em 180º lugar entre 188 países no Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH). Muito disso é resultado da insegurança alimentar no país.[99][100][101]
O país tem uma das taxas de prevalência de AIDS mais altas do mundo. A prevalência do
vírus em Moçambique é mais um ponto de vulnerabilidade para as famílias de baixa renda
da zona rural do país; o mesmo agrava níveis de pobreza e malnutrição extremos. Esses
fatores colocam em risco a produção agrícola do país. Cerca de 15% de mulheres
grávidas entre os 15 e 49 anos de idade estão infetadas pelo vírus. A epidemia tem um
carácter heterogêneo em termos geográficos e socioeconômicos. A principal via de
transmissão continua a ser sexual em cerca de 90% dos casos em adultos.[102]
A agricultura familiar no país, constitui a atividade econômica de grande parte da
população, podendo alcançar mais de 75% dos cidadãos. Sendo assim com mais de
metade da sua população dependente da agricultura para viver, a segurança alimentar de
Moçambique pode ser extremamente volátil e descontrolada. 90% das terras são
compostas por fazendas de 10 hectares ou menos e a produção agrícola em grande
escala é praticamente inexistente. O país sofre de múltiplas pragas. A mais devastadora
de longe para a agricultura é o gafanhoto vermelho, que é endêmico na bacia do rio
Púnguè.[103][104]
A geografia de Moçambique é particularmente vulnerável a desastres naturais,
como secas e enchentes, com um total de 15 nos últimos 25 anos. Esses eventos
prejudicaram muito o setor rural e a economia geral do país. As inundações de 2000, por
exemplo, afetaram cerca de 2 milhões de pessoas, enquanto as secas de 1994 e 1996
afetaram 1,5 milhão nas partes sul e centro do país. Embora o país e o restante
do continente africano estejam longe de ser os maiores emissores de gases de efeito
estufa, são os que mais têm sofrido e estão entre os mais vulneráveis aos impactos
das mudanças climáticas globais. Além disso, poderão ser os mais afetados pela
degradação da terra que tem acontecido em diferentes partes do mundo. Os pobres são
particularmente vulneráveis aos riscos induzidos pelo clima simplesmente em virtude de
sua pobreza. Os praticantes da agricultura familiar têm poucos bens para vender e o seu
consumo já é baixo, por isso, em tempos de escassez, não têm muito para os proteger
da insegurança alimentar. Moçambique tem um sistema relativamente bem desenvolvido
de planos de preparação para desastres a nível distrital. Projetos financiados por doadores
e pelo Sistema Nacional de Alerta Rápido ajudam o governo a lidar com os problemas no
país.[105][106]
Educação
Transportes
Ver também: Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique
Existem mais de 30 000 km de estradas, mas grande parte da rede não é pavimentada.
Como nos seus vizinhos da Commonwealth, o sentido de circulação de tráfego em
Moçambique é pela esquerda com os condutores do lado direito dos automóveis, sendo
portanto um dos únicos dois países lusófonos a possuir esta característica (o outro
é Timor-Leste). Existe um aeroporto internacional em Maputo, 21 outros aeroportos
pavimentados e mais de 100 pistas de aterragem com pistas não pavimentadas.[44]
Na costa do Oceano Índico existem vários grandes portos marítimos,
incluindo Nacala, Beira e Maputo. Existem 3 750 km de vias navegáveis interiores, assim
como ligações ferroviárias que servem as principais cidades e ligam o país ao Maláui,
ao Zimbabué e à África do Sul. O sistema ferroviário moçambicano foi desenvolvido ao
longo de mais de um século a partir de três portos diferentes no Oceano Índico que
serviram como terminais para linhas separadas para o interior. As estradas de ferro foram
os principais alvos durante a Guerra Civil Moçambicana, foram sabotadas pela RENAMO e
estão a ser reabilitadas. Uma autoridade paraestatal, a Portos e Caminhos de Ferro de
Moçambique, supervisiona o sistema ferroviário e os seus portos conectados, mas a
gestão tem sido largamente terceirizada. Cada linha tem seu próprio corredor de
desenvolvimento.[44]
Em 2005, havia 3 123 km de via férrea, consistindo de 2 983 km de bitola de 1 067 mm (3
pés e 6 polegadas), compatível com sistemas ferroviários vizinhos e uma linha de 140 km
de bitola de 762 mm (2 pés e 6 polegadas), a Ferrovia de Gaza.[44] A rota central da
Corporação Ferroviária da Beira liga o porto da Beira aos países sem litoral do
Maláui, Zâmbia e Zimbabué. A norte deste, o porto de Nacala também está ligado por via
férrea ao Maláui e, ao sul, Maputo está ligado ao Zimbabué e à África do Sul. Essas redes
interconectam-se apenas através de países vizinhos. Uma nova rota para o transporte de
carvão entre Tete e Beira estava planeada para entrar em serviço em 2010[108] e, em
agosto de 2010, Moçambique e Botsuana assinaram um memorando de entendimento
para desenvolver uma estrada de ferro de 1 100 km através do Zimbabué, para transportar
carvão de Serule até um porto de águas profundas na vila de Techobanine, em
Moçambique.[109]
Cultura
Moçambique é reconhecido pelos seus artistas plásticos: escultores (principalmente da
etnia Makonde) e pintores (inclusive em tecido, técnica batik). Artistas como Malangatana,
Gemuce, Naguib, Ismael Abdula, Samat e Idasse destacam-se na área de pintura.
A música vocal moçambicana também impressiona os visitantes. A timbila chope foi
considerada Património Mundial.
Artes
Ver artigo principal: Música de Moçambique
Literatura
Culinária
Ver também: Gastronomia de Portugal, Culinária da África e Culinária do Brasil
Depois de quase 500 anos de colonização, os portugueses impactaram significativamente
a cozinha moçambicana. Culturas como a mandioca (raiz amido de
origem brasileira), castanha de caju (também de origem brasileira, embora Moçambique já
tenha sido o maior produtor deste produto) e o pãozinho, que são pães franceses trazidos
pelos portugueses. O uso de especiarias e temperos,
como cebola, louro, alho, coentro, páprica, pimenta, pimentão vermelho e vinho foram
introduzidos também pelos portugueses, assim como cana de
açúcar, milho, milheto, arroz, sorgo (um tipo de grama) e batatas. Prego (rolo de
carne), rissole, espetada (kebab), pudim e o popular Inteiro com piripiri (frango inteiro com
molho da planta piri piri), são todos os pratos portugueses comumente consumidos pela
população atual de Moçambique.[114]
Comunicações
Desportos
O jogador português Eusébio (nascido em Moçambique antes da independência) foi
avançado da selecção Portuguesa no Campeonato do Mundo de 1966,
levando Portugal às semifinais. A atleta Maria de Lurdes Mutola ganhou duas medalhas
olímpicas nos 800 metros, uma medalha de bronze nas Olimpíadas de 1996, em Atlanta e
uma medalha de ouro, nas Olimpíadas de 2000, na Austrália. Os desportos mais
populares de Moçambique são basquetebol, futebol e atletismo. A jogadora
de basquetebol Clarisse Machanguana jogou na WNBA. A selecção moçambicana de
futebol disputou quatro vezes a Copa das Nações Africanas, mas nunca disputou uma taça
do mundo.
Feriados
Data Nome em português Notas
3 de
Dia dos heróis moçambicanos Em homenagem a Eduardo Mondlane
fevereiro
7 de abril Dia da Mulher Moçambicana Em homenagem a Josina Machel
Proclamação da independência em
25 de junho Dia da Independência Nacional
1975 (de Portugal)
7 de Em homenagem à assinatura
Dia da Vitória
setembro dos Acordos de Lusaka
25 de
Dia da Família Natal
dezembro