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Introdução........................................................................................................................................2
Objectivos específicos.....................................................................................................................3
Metodologia usada...........................................................................................................................3
Conclusão......................................................................................................................................12
Referencias Bibliográficas.............................................................................................................13
Introdução
O presente trabalho da cadeira de Evolução de Pensamento Histórico, tem como tema: A
Historiografia Africana e Moçambicana, dentro deste tema pretende-se também fundamentar o
papel dos árabes e da igreja católica para a história de Moçambique.
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Objectivo geral do trabalho
Descrever a historiografia africana e moçambicana;
Objectivos específicos
Explicar a historiografia africa e moçambicana;
Explicar o papel dos árabes na história de Moçambique;
Explicar o papel da igreja católica na história de Moçambique.
Metodologia usada
Para efectivação do presente trabalho pautou-se pela pesquisa bibliográfica.
Segundo Ader-Egg (1978:28), citado por LAKATOS, é “um procedimento reflexivo sistemático,
controlado e crítico que permite descobrir novos factos ou dados, relações ou leis em qualquer
campo de conhecimentos”.
Esta metodologia foi usada para a colecta de dados referentes ao tema do presente trabalho.
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A Historiografia Africana e Moçambicana
Um dos primeiros e mais importantes historiadores da África foi Ibn Khaldun (1332-1406).
Estudou a África e suas relações com o Mediterrâneo e o Próximo oriente, introduziu na história
de África o modelo de ciclo e tentou chegar à verdade histórica através da crítica e da
comparação. Estudou igualmente o Mali com base na tradição oral da época.
Quando o islão, e com ele a escrita, chegaram à África oriental, os negros africanos começaram a
conservar a sua história através de textos escritos. Foi assim que surgiram os ta’rikh al-Sudan,
ta’rikh al-Fattash, a crónica de Kano, a crónica de Kilwa, etc.
Entre os séculos XV e XVIII o mundo vive a época da chamada primeira expansão europeia, que
leva os europeus à África, Ásia e América. Neste contexto iniciou o contacto dos europeus com a
costa ocidental africana e, consequentemente surgiram alguns escritos sobre a costa da Guiné e
outras regiões de África produzidos, especialmente por missionários europeus envolvidos na
referida expansão.
A terceira fase de evolução da historiografia africana é a que vai desde finais do século XVIII até
princípios do século XX.
Hegel foi muito claro a este respeito ao afirmar que: “A África não é um continente histórico ela
não demonstra nem mudança nem desenvolvimento” .
A última fase da historiografia africana inicia nos meados do século XX com a emergência de
uma nova História da África, produto de historiadores profissionais que fizeram dela o objecto
do seu ensino e dos seus escritos. Este período corresponde ao período da África independente e
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que começa a evoluir em termos de escolarização com um notável aumento da rede escolar e de
graduados a todos os níveis. Um pouco por toda a África há cada vez mais quadros africanos
formados que irão dar corpo a uma nova tendência historiográfica.
Neste período, intelectuais africanos começam a definir a sua própria concepção em relação ao
passado africano buscando nele as fontes de uma identidade cultural negada pelo colonialismo.
Tenta-se já uma História livre de mitos e de preconceitos subjectivos. Procura-se dar a produção
histórica um novo impulso elevando-a ao nível da história de qualquer outra parte do mundo.
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Depois de uma guerra de libertação que durou cerca de 10 anos, Moçambique tornou-se
independente em 25 de Junho de 1975.
Moçambique tem longos laços históricos com o mundo muçulmano. Inicialmente por meio de
comerciantes Iêmen, e séculos depois, através de um sistema mais organizado de cidades
comerciais costeiras, influenciados pelos muçulmanos Ibadi de Omã, ao longo da costa oriental
da África .A chegada do comércio árabe em Moçambique data do quarto século islâmico, quando
os muçulmanos estabeleceram pequenos emirados na costa da África Oriental. As ligações entre
o Islão e os principais clãs em Moçambique existem desde o século VIII, quando os muçulmanos
invadiram a costa moçambicana setentrional tornando-os associados às elites governantes xirazi.
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Desde a fundação do Sultanato de Kilwa, no século XI, por Ali ibn al-Hassan Shirazi, o Islão se
tornou uma grande religião na região. A antiga cidade portuária de Sofala, que se tornou famosa
pelo seu comércio de marfim, madeira, escravos, ouro (através do Grande Zimbabwe) e ferro
com o Oriente Médio e a Índia, foi um dos centros comerciais mais importantes da costa de
Moçambique.[5] Sofala e grande parte do resto da costa de Moçambique fazia parte do Sultanato
de Kilwa desde a chegada dos árabes. até à conquista portuguesa em 1505. Acredita-se que quase
todos os habitantes das cidades eram muçulmanos antes da chegada dos portugueses no século
XVI.
O Islamismo enfrentou sérios desafios em Moçambique durante a era colonial. Durante o período
do Estado Novo (1926-1974), o catolicismo romano se tornou a religião dominante após uma
aliança entre a Igreja e o governo. Somente com o início da Guerra de Libertação o Estado
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diminuiu sua oposição ao Islão e tentou uma aproximação, a fim de evitar uma aliança entre os
muçulmanos e o movimento de libertação dissidente.
A Igreja Católica chegou a Moçambique por intermedio de Vasco da Gama, apontando-se como
data desse facto o dia 11 de Março de 1498. Nessa data, na Ilha de São Jorge, frente à Ilha de
Moçambique, foi celebrada a primeira Missa em território moçambicano.
Há vários séculos que a Igreja Católica se tem destacado através do seu trabalho missionário
junto dos países em vias de desenvolvimento (PVD). Por detrás da doutrina social da Igreja, há
quem reconheça esta instituição como um dos principais agentes/parceiros da cooperação para o
desenvolvimento com os países mais pobres. Sempre presente até mesmo nos tempos mais
difíceis, a Igreja desempenha funções importantes na resolução dos problemas locais incidindo
nas áreas da saúde e educação muitas vezes através de instituições que ela própria gere (ver
quadro I e II em anexo).
O seu papel na cooperação para o desenvolvimento passa também por uma intervenção junto das
populações de forma a criar uma consciencialização sobre os princípios éticos e humanos.
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Antes da independência, quase um terço da população se denominava cristã e um pequeno
número era muçulmano. Em 25 de junho de 1975, Moçambique se tornou um país independente,
resultando em uma mudança radical nas relações Igreja-Estado. O governo de
libertação, FRELIMO, permaneceu crítico da Igreja, atitudes típicas de regimes
socialistas. Durante o governo de Samora Machel, o presidente nacionalizou os bens da igreja e
cortou os subsídios estatais. Padres foram expulsos de suas residências, seminários fechados e
escolas e hospitais assumidos pelo estado. A Rádio Pax, fundada em 1953 na Beira, foi fechada.
Quatro bispos renunciaram e centenas de funcionários da igreja deixaram o país no final de 1976.
Sob a nova constituição, Moçambique tornou-se um estado secular, embora a liberdade religiosa
fosse garantida. A atitude do governo socialista em relação à Igreja acabou melhorando após a
Igreja ganhar mais admiração do partido pela Igreja, especialmente na caridade, particularmente
diante da guerra civil que se seguiria. Em 1982, as relações entre a Igreja e o Estado melhoraram
ainda mais, após alguns prédios serem devolvidos para a Igreja, e os seminários serem
autorizados a reabrir. Antes de sua morte em um acidente de avião em 1986, o Presidente Machel
disse aos líderes da Igreja: "Vamos cooperar em diálogo sem preconceitos de ambos os lados.
Vamos discutir, se necessário, mas não sobre assuntos de importância secundária". O estado
finalmente decretou que as instituições da igreja anteriormente nacionalizadas fossem
devolvidas. Esse fato gerou uma discussão entre os católicos: alguns defendiam o retorno à
infraestrutura altamente institucionalizada da era pré-guerra civil, enquanto outros pediam uma
abordagem enraizada em pequenas comunidades cristãs locais, com respeito pelas línguas e
culturas nativas e maior inculturação da fé.
O bispo de Nampula publicou um documento pedindo uma nova visão pastoral, mais próxima da
realidade local, e não unicamente baseada nos moldes europeus, além de afirmar que a
mentalidade colonial e burguesa deveria mudar para uma consciência e solidariedade com os
povos nativos, e que a Igreja não deveria defender seus interesses materiais acima de seu
principal interesse, a salvação das pessoas. Em março de 1975, os dois primeiros bispos nativos
do país foram ordenados: Alexandre José Maria dos Santos e Januário Machaze Nhangumbe.
Dois anos depois, a primeira Assembleia Pastoral Nacional desenvolveu programas práticos de
mudança que enfatizavam ministérios leigos; a segunda Assembleia, realizada em 1991, revisaria
esses programas à luz da guerra civil.
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O papel da Igreja Católica no processo de democratização em Moçambique é indissociável do
processo de negociação e de implementação dos respetivos acordos de paz. Importa, desde já,
mencionar que a Igreja conseguiu emergir como instituição autónoma nos dois países após a
independência; isto é, num contexto difícil de regimes independentes inspirados por ideologias
marxistas-leninistas, a braços com um conflito armado dentro do seu território, e que não viam
com bons olhos a Igreja devido à sua ligação com o regime colonial português.
Os bispos moçambicanos, por sua vez, faziam menos referências à democracia e concentravam
mais os seus apelos na paz ou no fim do conflito armado.
A Igreja tem um papel particularmente activo na educação, tendo mais de duzentas mil escolas
espalhadas pelo mundo inteiro. Se o principal objectivo da Igreja é a evangelização (que também
está integrada na educação), e se as suas escolas são reconhecidas pela sua qualidade, sendo um
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pólo de atracção para as elites, então a Igreja desempenha um papel relevante na formação de
elites. Encontramos aqui um elo de ligação entre a Igreja e o domínio económico, no qual as
elites ocupam posições estratégicas. É criada uma abertura para uma intervenção directa da
Igreja junto das populações, accionando uma educação que se associa aos princípios do
desenvolvimento alternativo, ou seja, “um desenvolvimento alternativo que se centra no povo e
no seu ambiente, ao invés de se centrar na produção e nos lucros”.
A missão de Lichinga, situada a norte de Moçambique na província de Niassa, uma das regiões
mais pobres e isoladas de Moçambique, é um dos locais onde a intervenção da Igreja provou ser
crucial. Em 1993, os jesuítas decidem construir uma escola secundária a fim de suprir a ausência
do 11º e 12º ano nas escolas estatais.
Percebemos então que o papel supostamente complementar da igreja revela-se afinal sucedâneo
ao do Estado, que não consegue dar resposta aos problemas sociais e educativos do país.
Paralelamente, foram criados outros projectos: Projecto de Alfabetização de Adultos, Biblioteca,
Centro de Formação em Informática onde leccionam cursos básicos de informática e formação
de formadores e Projecto Escolinhas Comunitárias do Niassa. Este último revela uma particular
sensibilidade da parte dos jesuítas, que visam a promoção do ensino pré-primário, de forma a
preparar suavemente a transição das crianças para o ensino primário, nomeadamente na
preparação das crianças para o domínio da língua portuguesa, que aliás é a língua oficial em
Moçambique.
As barreiras linguísticas foram e continuam a ser apontadas, como um dos principais factores
responsável pelo insucesso escolar de muitas crianças. Também na área da saúde, através do
envio de voluntários (médicos, enfermeiros e fisioterapeutas) para o Hospital Distrital de
Lichinga e postos de saúde da região, é prestado auxílio à população. Existe ainda um projecto
de combate à SIDA coordenado pelos Leigos para os Desenvolvimento, que visa essencialmente
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a sensibilização das populações sobre o problema da SIDA, promovendo a divulgação de
conhecimentos sobre a doença e a sua prevenção.
A missão de Fonte Boa na Angónia, ocupada pelos jesuítas tal como referimos anteriormente no
início do século XX e retomada posteriormente em 1941, foi transformada após a independência
em quartel-general, sendo apenas recuperada pelos jesuítas depois da assinatura dos acordos de
paz. Após a restauração da missão reiniciam-se as actividades escolares, promovendo
paralelamente um ensino profissional através de cursos de carpintaria e escultura.
À semelhança de outras missões existe ainda uma biblioteca, uma ludoteca, um centro de
informática, um incentivo à prática de vários desportos quer para os alunos, quer para a
comunidade. Outra área de intervenção que merece a nossa atenção prende-se com a promoção
feminina. Muitas missões promovem cursos de Promoção Feminina, apostando na formação das
mulheres em diversas áreas, nomeadamente em economia doméstica, higiene e saúde, costura,
culinária e alfabetização funcional.
Esta actividade demonstra que a Igreja Católica reconhece a relevância do papel da mulher no
desenvolvimento. A mulher desempenha funções de gestão no seio da família africana. É ela que
providencia os alimentos, que trata dos filhos e da sua higiene, e que muitas vezes garante o
sustento da família. Por conseguinte, uma mulher educada e mais informada pode conduzir à
melhoria de condições de vida dos seus filhos e gerações futuras. A diversidade das áreas de
intervenção e a metodologia utilizada, revelam a preocupação que os jesuítas têm em
desenvolver uma abordagem multidimensional. Cientes de que a educação pode conduzir a um
maior desenvolvimento humano, ou seja, ao empowerment de cada indivíduo, os jesuítas
consideram essencialmente três dimensões na sua abordagem educative.
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Conclusão
Com efeito, a Igreja Católica desempenhou um papel crucial na pomoção dos ideais políticos do
Estado Novo através do seu desempenho no domínio da educação e evangelização, de forma a
garantir uma maior integração das populações das excolónias na economia e cultura portuguesa.
Este estreito vínculo entre estas duas instituições serviu os interesses de ambas. Apesar da Igreja
nem sempre concordar com algumas das práticas do sistema colonial, cumpriu as suas funções
até ao período pós colonial. Após a independência de Moçambique, a Igreja Católica teve de
renegociar a sua intervenção naquele território, perdendo nos primeiros anos de independência
muitas das regalias sociais, económicas e políticas de que usufruíra no passado.
Ultrapassados alguns momentos de tensão, a Igreja restabelece o pleno funcionamento das suas
missões, retomando muitos dos seus objectivos iniciais, sendo o principal a evangelização. No
entanto, é de se salientar uma maior consciência por parte dos missionários acerca da
problemática do desenvolvimento e do papel da Igreja Católica na redução da pobreza. As
missões continuam a ser importantes pólos de acção através da dinamização de pequenas
economias, criação de postos de trabalho e infraestruturas (saneamento, água, electricidade,
transportes), encaradas como centros de recursos para as comunidades locais confinadas ao
isolamento.
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Referencias Bibliográficas
VENÂNCIO, José Carlos (1997), “O Desafio Africano”, Edições Vega e Universidade da Beira
Interior, Lisboa.
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