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UNISCED

UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

O DIREITO COMO NORMA

Edite do Ceu Canote Adolfo Boa

Licenciatura em Gestão Ambiental

Cadeira: Introdução Ao Estudo De Direito

Ano de frequência: 1º Ano

Tutor: Ilidio António Nhatende

Maio de 2023
Índice
1. Introdução.................................................................................................................................3

2. O direito como norma...............................................................................................................4

2.1. Norma...................................................................................................................................4

2.2. Características.......................................................................................................................4

2.3. Classificação.........................................................................................................................5

2.4. Sanção e classificação...........................................................................................................6

2.4.1. Sanção jurídica..................................................................................................................6

2.4.2. As Sanções Jurídicas Como Variedade Das Sanções Sociais..........................................6

2.4.3. Sanções Políticas..............................................................................................................7

2.5. Destinatários da norma jurídica............................................................................................7

3. Conclusão.................................................................................................................................8

4. Referencias Bibliográficas.......................................................................................................9

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1. Introdução

O presente trabalho versa sobre “O Direito como Norma”. O homem é, ao mesmo tempo,
indivíduo e ser social. Embora seja um ser independente, não deixa de fazer parte, por outro lado,
de um todo, que é a comunidade humana.

Com efeito, desde o nascimento o ser humano pertence a algum grupo. E em todos os grupos há
normas disciplinadoras do comportamento de seus membros. Neste caso, vemos que as normas
limitam as ações das pessoas que a compõe, definindo-lhes os direitos e deveres.

O Direito regula, assim, um conjunto de relações que poderíamos figurar num “triângulo
normativo” da seguinte forma: relações entre cidadãos (linha de base), que têm lugar num plano
de igualdade jurídico-social; relações entre os cidadãos e o Estado (linha ascendente),
determinando-se aquilo que os cidadãos devem à sociedade (Estado) como contribuição para o
bem comum; relações entre o Estado e os cidadãos (linha descendente), em que o primeiro
(Estado) aparece com obrigações face aos seus segundos (cidadãos).

Para a efectivação deste trabalho, pautou-se pela pesquisa bibliográfica que consistiu
basicamente na recolha de informações sobre o tema pesquisado. Estas informações foram
adquiridas em artigos científicos e livros.

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2. O direito como norma
2.1. Norma

O direito é, por certo ângulo, um manto protetor de organização e de direção dos


comportamentos sociais. O Direito tutela os comportamentos humanos, garantindo a paz social.
E para que esta garantia seja possível é que existem as normas de direito, para amparar a
convivência social.

Cada norma jurídica importa na qualificação típica (fato), lógica (norma) e axiológica (valor) de
uma situação ou evento que interesse ao Direito, ou seja, na definição de um fato jurídico
tipológico, com as respectivas consequências axiológicas e de regramento. Entre as normas que
dirigem o comportamento humano na vida coletiva, podemos citar:

 as normas morais, fundadas na consciência;


 as normas religiosas, fundadas na fé;
 as normas sociais, como usos e costumes – hábitos de convivência, recreação, esportes,
moda, estética, etiqueta, etc.;
 e as normas jurídicas, que, distinguindo-se das demais, constituem o campo do direito.

2.2. Características

Duas características fundamentais distinguem as normas jurídicas das demais regras sociais.

A primeira delas é a aplicação da força coercitiva do poder social. As normas penais, as leis
sobre impostos, salários, propriedade, família, etc., são obrigatórias não apenas no foro da
consciência, mas por uma imposição que pode ir até o emprego da força para sua execução.

A segunda característica se refere ao seu conteúdo ou matéria. Fundamentalmente, o direito


encontra seu conteúdo na noção de justo. É a justiça que dá sentido à norma jurídica.

Portanto, toda norma jurídica expressa um poder (ver direitos subjetivos) e um sentido (ver aulas
sobre a Justiça).

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2.3. Classificação

Entendida a norma jurídica como conceito mais amplo do que a lei em sentido estrito, nos
prenderemos agora na análise da lei neste último sentido, para melhor compreendermos o
conceito de lei e suas características, para só depois classificarmos definitivamente todas as
normas jurídicas, onde de fato as leis e as normas jurídicas serão exemplificadas.

Conceito de lei em sentido estrito: É uma regra de direito geral, abstrata e permanente,
proclamada obrigatória pela vontade da autoridade legislativa competente e expressa de forma
escrita.

Três elementos integram esse conceito:

1. Elemento material – a norma jurídica é, em regra, uma norma de direito “geral”, “abstrata” e
“permanente”.

Norma geral - A generalidade da norma jurídica consiste em que ela obriga a todos os membros
da sociedade que se achem igual situação jurídica. É dirigida a todos os homens residentes no
País, a todos os cidadãos de uma cidade, a todos os funcionários públicos, a todos os pais, a
todos os vereadores, enfim, é geral para alcançar todas as pessoas de um mesmo grupo.

Abstrata – não é destinada a um determinado caso concreto, mas sim, define normas de "dever-
ser", "dever-fazer", ou "dever-deixar-de-fazer" para o futuro, para várias situações possíveis.
Dispõe sobre ações ou situações definidas “abstratamente”, alcançando todos os eventos da
mesma espécie que ocorrerem no futuro. Exemplo: Art. 121 do Código Penal: Matar alguém,
pena: 6 a 20 anos.

Permanente – A lei é uma norma permanente, isto é, tem continuidade no tempo e se aplica
indefinidamente aos casos ocorrentes, enquanto não for revogada ou não se esgotar o tempo de
sua vigência.

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2. Elemento formal – é ainda necessário que esse preceito seja declarado obrigatório por
decisão do órgão legislativo competente. É esse, na terminologia jurídica usual, o aspecto
“formal” ou “orgânico” da lei.

3. Elemento Instrumental – sua forma escrita. A lei é sempre formulada num texto escrito
dividido em artigos, parágrafos e incisos e, muitas vezes, em capítulos, títulos, seções, etc.

Por ser escrita, distingue-se a lei do “costume jurídico”, que também é norma jurídica, mas não
escrita. Veremos mais adiante o que são os costumes jurídicos.

2.4. Sanção e classificação


2.4.1. Sanção jurídica
Sanção jurídica é o meio competente estabelecido pelas normas jurídicas para forçar seus
violadores (violadores possíveis ou violadores prováveis) a cumprir o que elas mandam, ou a
reparar o mal causado pela violação, ou a se submeter às penas legais

O termo sanção possui duas acepções ou sentidos. Tal fato pode ser explicado pela etimologia do
termo: "sancire" significa "tornar inviolável através de um ato solene de natureza religiosa".
Afastado o sentido religioso, passou a significar "tornar inviolável através de um ato formal".
Assim "sanção" pode "tornar algo inviolável" no sentido de ratificar ou confirmar (por exemplo,
sanção presidencial) ou no sentido de tornar algo punível.

2.4.2. As Sanções Jurídicas Como Variedade Das Sanções Sociais


Numa primeira acepção, de uso mais comum, "aplicar sanções" significa aplicar penalidades por
determinadas condutas que violem disposições legais, regulamentos, usos ou costumes, ou criar
a) Sanções morais são aquelas que se traduzem na reprovação da formação moral do transgressor
e na condenação do mesmo sob o anátema da má reputação. Aplicam-se em virtude da violação
das normas morais que, como já vimos, regulam o comportamento do indivíduo em função
daquilo que se considera o Bem e o Mal;
b) Sanções religiosas - são aquelas que se aplicam em virtude da violação das normas religiosas
que, como as sabe, têm por função regular as condutas humanas com base na Fé em Deus.
c) As sanções jurídicas - são aquelas que visam sancionar a violação das normas jurídicas que,
como sabemos, são as regras de conduta gerais, abstractas e obrigatórias que regulam os aspectos

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mais relevantes da vida em sociedade, distinguindo-se das demais normas da ordem restrições e
proibições que cerceiam a liberdade de conduta.

De entre os tipos de sanção social, em sentido restrito ou negativo, destacam-se:

Sanção Social pelo facto de poderem ser aplicadas coercivamente pelo Estado quando não são
acatadas de forma voluntária. Partes integrantes das sanções sociais, as sanções jurídicas
apresentam diversas modalidades, destacando-se as seguintes:
✓ Sanções civis - têm por fim impor o cumprimento das obrigações e ou o ressarcimento de
danos morais e materiais causados por quem age em violação das normas a que está obrigado.
✓ Sanções criminais (ou penais) – visam responsabilizar o criminoso perante a sociedade em
virtude de actos ou omissões que violem normas imperativas de convivência social, podendo as
penas revestir-se as mais diversas formas: pena de multa, privação da liberdade (pena de prisão),
imposição de medidas de segurança, indemnizações (nalguns casos), etc.;
Sanções disciplinares - traduzem-se na aplicação de sanções a indivíduos pela violação de
normas que disciplinam a conduta no seio de organizações a que pertençam esses mesmos
indivíduos.
2.4.3. Sanções Políticas
Uma categoria especial de sanções sociais é constituída pela Sanções Políticas. Efectivamente,
com a emergência, a partir das sociedades primárias, da chamada sociedade civil ou política e,
com ela, do Poder Político, cujo exercício obedece a regras que, como quaisquer outras requerem
cumprimento obrigatório, mas são, por natureza, igualmente violáveis, torna-se necessária a
existência das Sanções Políticas, para “premiar” ou “penalizar” o desempenho dos indivíduos
investidos nos mais diversos cargos políticos.
2.5. Destinatários da norma jurídica.

Podem-se classificar os destinatários da norma jurídica em: mediatos, que são os tribunais,
órgãos estatais e organismos internacionais; e imediatos, são todas as pessoas que estiverem na
situação prevista pela norma.

O destinatário geral da norma jurídica é o homem, todavia é possível que a norma jurídica pode-
se dirigir também a outras normas jurídicas. É possível destacar, a partir deste critério, o alcance

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da norma jurídica. Assim, as normas jurídicas podem abranger grupos muito amplos ou
determinados indivíduos ou situações especificas.

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3. Conclusão

Feito o trabalho, dizer que o direito é, por certo ângulo, um manto protetor de organização e de
direção dos comportamentos sociais. O Direito tutela os comportamentos humanos, garantindo a
paz social. E para que esta garantia seja possível é que existem as normas de direito, para
amparar a convivência social.

Cada norma jurídica importa na qualificação típica (fato), lógica (norma) e axiológica (valor) de
uma situação ou evento que interesse ao Direito, ou seja, na definição de um fato jurídico
tipológico, com as respectivas consequências axiológicas e de regramento.

O Direito regula uma enorme e crescente gama de relações humanas e rege-se, em todo o mundo
civilizado, por numerosos princípios e regras cuja validade é imposta e aceite como condição da
própria sobrevivência social.

O destinatário geral da norma jurídica é o homem, todavia é possível que a norma jurídica pode-
se dirigir também a outras normas jurídicas. É possível destacar, a partir deste critério, o alcance
da norma jurídica.

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4. Referencias Bibliográficas

1. BOBBIO, Norberto. Teoria da Norma Jurídica., trad. Fernando Pavan Baptista e Ariani
Bueno Sudatti. Bauru, SP: EDIPRO, 2011
2. Diniz, Maria Helena. Dicionário Jurídico. São Paulo: Saraiva: 2005 e MONTORO,
André Franco. Introdução à ciência do direito. (23ª ed.). São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 1995
3. MACHADO, J. Baptista (1997) - Introdução ao Estudo do Direito e ao Discurso
Legitimador, Almedina, Coimbra;
4. TELLES, Inocêncio Galvão, Introdução ao Estudo do Direito, 11ª Edição, Coimbra
Editora, 2010.

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