Você está na página 1de 14

3º - Grupo:

Betinho João José


Belita Mutepa
Gamilo Manuel Gamilo
Gildo Tomas Jemussene
Isac Amade Abdala
Miguel Luís Brás
Vilma Da Graça Chico Parafino

Elaboração das leis

Licenciatura em Educação e Gestão de Educação

Noções de Direito

Universidade Licungo

Gurué, 2020
3º - Grupo:
Betinho João José
Belita Mutepa
Gamilo Manuel Gamilo
Gildo Tomas Jemussene
Isac Amade Abdala
Miguel Luís Brás
Vilma Da Graça Chico Parafino

Elaboração das leis

Trabalho de Investigação entregue ao departamento


de Educação Aberta a Distância, Faculdade Ciências
de Educação e Psicologia, delegação de Quelimane
para obtenção de grau académico de licenciatura em
Administração e Gestão de Educação.

Docente:

Dra. Júnia Nicolau de Jesus Maria

Noções de Direito

Iº - Semestre

Universidade Licungo

Gurué, 2020
Índice
Introdução....................................................................................................................................................1

Objectivos Gerais.........................................................................................................................................1

Objectivos específicos..................................................................................................................................1

O conceito de Lei.........................................................................................................................................2

Sentidos da lei..............................................................................................................................................2

Acepções diferentes do termo lei no campo do direito.................................................................................2

Hierarquia das leis........................................................................................................................................3

Elaboração das leis.......................................................................................................................................6

Hierarquia das leis na ordem jurídica moçambicana....................................................................................8

Ordem jurídica.............................................................................................................................................8

Conclusão...................................................................................................................................................10

Bibliografia................................................................................................................................................11
1

Introdução
Em suas origens, a palavra lei está ligada ao conceito de norma do comportamento humano, isto
é, à lei ética, moral ou humana e, especialmente, à lei jurídica. Todas, porém, são leis da natureza
e podem ser físicas ou morais. Entretanto, todo o comportamento humano está sujeito a
determinadas regras, criadas pelo próprio homem, para manter o equilíbrio das relações entre os
homens na sociedade. Tais regras ou obrigações são denominadas leis que, em seu conjunto,
formam a legislação.

Nesta ordem de ideias, dentro do presente trabalho, abordar-se-á sobre a elaboração das leis
dando a especial atenção no que diz respeito conceito e vários sentidos da lei, hierarquia das leis,
entrada em vigor e termo de vigência e hierarquia das leis na ordem jurídica moçambicana. Pois,
esses são os passos que fazem um todo referente a elaboração da lei, para garantir uma
implementação e execução do mesmo de modo a responder as necessidades das sociedades. Para
tal, o trabalho tem como objectivos:

Objectivos Gerais:
 Compreender a elaboração da lei.

Objectivos específicos:
 Conceituar e identificar os vários sentidos da lei;
 Identificar a hierarquia das leis;
 Descrever a sequência da elaboração da lei.
2

O conceito de Lei
Etimologicamente a palavra lei deriva-se de três vocábulos do verbo latino:
 Legere: que significa ler, ou seja, norma escrita, que se lê, em oposição às normas
costumeiras, que não são escritas.
 Ligare: que significa ligar, obrigar, vincular. A lei obriga ou liga a pessoa a uma certa
maneira de agir.
 Eligere: que significa eleger, escolher, porque a lei é a norma escolhida pelo legislador
como o melhor preceito para dirigir a actividade humana.

Segundo RAWLS (2009) as leis são diretrizes endereçadas a pessoas racionais para sua
orientação, dentro da estrutura básica da sociedade, supondo que esta seja bem ordenada. Neste
prisma, é somente às pessoas racionais que, de facto, cabe a obediência ou desobediência a uma
lei, seja ela injusta, ou não.

Tendo em conta que as partes na posição original, sob o véu da ignorância, deliberam acerca dos
princípios adequados para realizar a liberdade e a igualdade, a lei, como tal, deve estar em
consonância com as especificações dos princípios da justiça.

Sentidos da lei
Os três sentidos da palavra lei:
 A lei em sentido universal, ou lei cósmica: que se aplica a todos os sectores da natureza.
 A lei humana, ética ou moral: que regulam o uso e o abuso de liberdade (respeito à
dignidade humana, dever de não mentir, solidariedade, etc.).
 A lei jurídica: constituída pelas normas de conduta impostas pela autoridade social.

Segundo FRANÇA (1977) em sentido jurídico, lei assume especial significado no universo do
direito, quando indica uma de suas formas de expressão, a mais importante fonte do direito na
civilização ocidental.

Acepções diferentes do termo lei no campo do direito


A lei tem três acepções diferentes no campo do direito:
 Em sentido amplíssimo: como sinônimo de norma jurídica, incluindo quaisquer regras
escritas ou costumeiras.
3

 Em sentido amplo: a palavra lei ou legislação é empregada para indicar quaisquer normas
jurídicas escritas, sejam as leis propriamente ditas, oriundas do Poder Legislativo, sejam
elas decretos, medidas provisórias, regulamentos, resoluções, portarias, ou outras normas
baixadas pelo Poder Executivo.
 Em sentido estrito ou próprio: lei é apenas a norma jurídica aprovada regularmente pelo
Poder Legislativo, poder competente.

Hierarquia das leis


Segundo MORGAN (1996) hierarquia é a autoridade do superior sobre o subordinado caminha
do topo para a base da organização, essa cadeia que é resultante do princípio de comando deve
ser usada como canal de comunicação e de tomada de decisão.

A hierarquia das normas resulta basicamente da posição que as normas ocupam, com uma reação
de superioridade e inferioridade entre elas. Assim, as leis são válidas porque se apoiam em outras
que lhe são hierarquicamente superiores. Essa disposição hierárquica das normas prevê em
princípio três planos:
 O constitucional composto da Constituição e leis complementares à Constituição;
 O ordinário com as leis ordinárias e;
 O terceiro plano com os regulamentos;

A hierarquia das leis resulta basicamente da posição de superioridade e inferioridade entre elas,
assim, a hierarquia das leis é:
 Leis complementares à Constituição;
 Leis ordinárias;
 Leis delegadas;
 Decreto legislativo
 Medida provisória;
 Resolução;
 Portaria;
 Sentenças.
4

O constitucional composto da Constituição


A Constituição é a lei suprema, estabelecida pelo povo em virtude de sua soberania para servir
de base à sua organização política, dispor sobre os modos de criação de outras leis e estabelecer
direitos e deveres de seus membros.

Leis complementares à Constituição


São as que se destinam a desenvolver os princípios constitucionais que não sejam autoaplicáveis,
dependendo de regulamentação que elas consubstanciam. Ou seja, são as que versam sobre
matéria de natureza não constitucional, embora devam obedecer aos preceitos constitucionais.
Ex. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Leis ordinárias
As leis ordinárias são normas elaboradas pela autoridade investida de poder legislativo, ou seja,
referem-se a qualquer matéria e sua iniciativa segue o preceito constitucional.
Ex. Código Civil, Código Penal, Lei do Exercício da Enfermagem, etc.

Os regulamentos e resoluções
Os regulamentos e resoluções são regras ou disposições estabelecidas para que se executem as
leis, e são elaboradas por autoridades que recebem das leis constitucionais e ordinárias a
competência ou o poder Administrativo. Existem ainda os regimentos que dispõem sobre a
organização e funcionamento interno de um órgão público ou privado.

Leis delegadas
Eventualmente o Congresso Nacional pode delegar sua função legislativa a uma comissão
composta de seus membros ou até mesmo ao presidente da República, sem a participação do
5

plenário. A lei assim elaborada chama-se lei delegada. A delegação ao presidente da República é
feita por resolução, especificando seu conteúdo e os termos do seu exercício.

Decreto legislativo
É um acto que visa regular matéria de competência do Legislativo, sem a sanção do chefe do
Poder Executivo.

Medida provisória
Acto do presidente da República com força de lei, mas que deve ser submetida imediatamente ao
Congresso. Se a medida provisória não for convertida em lei no prazo de 30 dias, perde a
eficácia, mas o presidente pode reapresentá-la, com ou sem modificações.

Resolução
É um ato da administração de um colegiado (ex. Conselho Nacional de Saúde, Conselho Federal
de Enfermagem) ou uma assembleia, contendo esclarecimentos, solução, deliberação,
regulamentação ou determinação sobre algum assunto.

Portaria
É um ato escrito por meio do qual uma autoridade qualquer na esfera dos três Poderes
(ministérios, secretarias de Estado, tribunais regionais, autarquias), tais como ministro de Estado,
juiz, reitor de universidade, diretor de hospital, diretor de escola e de outra instituição qualquer,
determina providências de caráter administrativo, dá instruções sobre a execução de leis ou
serviços, nomeia ou designa funcionários e aplica medidas de ordem disciplinar a subordinados
que incidam em falta.

Portanto, a hierarquia das normas mostra que existe uma ordem de grandeza condicionando
inclusive o espaço de aplicação, a menor ou maior abrangência da generalidade dos cidadãos.
Nesse caso na base dessa pirâmide podem ser incluídos os contratos que têm força de lei entre as
partes contratantes e também as sentenças judiciais que tem menor abrangência de todas as
normas por serem aplicadas pelo juiz a um determinado cidadão.

Acima de todas, está a lei constitucional, vigente nos limites totais do Estado, para todos os
indivíduos, acima de todos os órgãos da soberania e sobre todos os seus titulares. Portanto, pela
sistemática jurídica, a Constituição é depositária da soberania. Não pode o Congresso Nacional,
6

mediante lei ordinária, contrariar dispositivo constitucional. A revogação de um inciso da Carta


Magna deverá seguir o rito complexo da própria elaboração constitucional.

Elaboração das leis


O processo ou ritual, que deve ser seguido na elaboração da lei ou norma jurídica, aplica-se nos
casos de emendas à Constituição, leis complementares à Constituição, leis ordinárias, leis
delegadas.

Para que uma lei (ou qualquer norma jurídica) tenha existência material, há todo um processo
legislativo ou de produção normativa, que inclui várias etapas. Distinguem-se, nesse processo, as
seguintes etapas principais:
 Iniciativa legislativa;
 Aprovação;
 Assinatura;
 Promulgação;
 Publicação;
 Entrada em vigor e;
 A Validade.

Iniciativa legislativa
É precedida, normalmente, da constatação da necessidade social de adopção ou alteração do
quadro legal, a iniciativa legislativa consiste na faculdade de apresentação ao órgão competente
propostas ou projectos de lei para efeitos de apreciação e aprovação por esse órgão.

Aprovação
Pressupondo discussão prévia (na generalidade e na especialidade) do projecto ou proposta de
diploma pelos membros do órgão competente, a aprovação consiste no assentimento ou
concordância desse órgão em relação à iniciativa. A aprovação do diploma obedece a certas
formalidades, como as que decorrem da observância da maioria necessária de votos para essa
aprovação (maioria simples, maioria absoluta, maioria qualificada).

Assinatura
Os diplomas legais devem ser assinados pelos membros dos órgãos de soberania que a
Constituição (ou a lei) prescreve. Assim, por exemplo, uma Lei da Assembleia que não tenha
7

sido assinada pelo Presidente da Assembleia estará ferida de inexistência jurídica nos termos da
Constituição.

Promulgação
É o acto pelo qual o Presidente da República (PR) manifesta a sua concordância para que
determinado diploma legal entre na ordem jurídica, atestando, desta forma, que o diploma foi
aprovado segundo os procedimentos e as regras de direito aplicáveis.

Se o PR não concorda com a promulgação, ele pode fazer uso do Veto Político, que consiste em
devolver o diploma ao órgão que o aprovou, solicitando-lhe, em mensagem fundamentada, que
proceda a nova apreciação desse diploma.

No caso de diploma da Assembleia, esta pode, no prazo de 120 dias, superar o veto presidencial,
isto é, confirmar a sua posição por maioria absoluta dos deputados em efectividade de funções,
caso em que o PR é obrigado a promulgar o diploma no prazo de 8 dias.

Publicação
Consiste em tornar do conhecimento público, através do Jornal da República (Boletim Oficial) o
acto legislativo (da Assembleia e do Governo), a fim de o mesmo poder ter validade e efeitos
jurídicos.

Entrada em vigor e termo de vigência


Consiste na produção dos efeitos de uma lei. Em regra, só depois de publicada é que uma lei
produz efeitos ou entra em vigor na ordem jurídica, tornando-se, assim aplicável.

Frequentemente, a data de entrada em vigor é fixada no próprio texto de diploma, variando as


formulações desde a entrada “imediatamente em vigor” (ou seja, no dia imediato ao da
publicação) à previsão de uma data determinada.

A Validade
A Validade de uma norma jurídica pode ser vista sob três aspectos:
 Técnico formal (vigência);
 Social (eficácia) e;
 Ético (fundamento).
8

Vigência
 É a executoriedade compulsória de uma norma jurídica, por haver preenchido os requisitos
essenciais à sua feitura ou elaboração. Ocorre após a publicação do ato normativo,
transcorrido, se previsto, o prazo da vacatio legis.

Eficácia
 É o reconhecimento e vivência do Direito pela sociedade.

Fundamento
 É o elemento valorativo da norma.

Hierarquia das leis na ordem jurídica moçambicana


Ordem jurídica
A ordem jurídica é a ordem social regulada ou constituída pelo Direito, ou seja, por um conjunto
de normas gerais, abstractas e imperativas, cuja observância pode ser assegurada de forma
coerciva pelo Estado.

Normalmente, o regime jurídico estabelece em que circunstâncias se considera constituído um


determinado direito, os procedimentos que devem ser observados para o efeito, as instituições,
sendo o caso, competentes para garantir a eficácia do direito, bem como as garantias que o
Direito proporciona ao cidadão para assegurar os seus direitos subjectivos ou interesses
legalmente protegidos.

Vistas as coisas nesta perspectiva, qualquer regime jurídico pode ser sistematizado a partir de
três categorias de normas, nomeadamente:
 As normas substantivas: definem os pressupostos da existência do direito.
 As normas institucionais: compreendendo o conjunto de normas que conferem atribuições
e competências às instituições e órgãos cuja missão é assegurarem a eficácia dos direitos e
interesses dos cidadãos, bem como salvaguardar o interesse público conexo.
 As normas procedimentais: definem os mecanismos processuais por que o titular do
direito ou interesse legalmente protegido deve passar para o exercício das faculdades
inerentes.
9

A norma deve integrar-se ao ordenamento social e ao ordenamento jurídico, quer pela sua
substância, quer pela sua forma. A hierarquia de ordenamento jurídico moçambicano, encontra-
se na ordem decrescente de importância ou prevalência:
 As Leis Constitucionais;
 As Leis Complementares;
 As Leis Ordinárias;
 Os Regulamentos;
 As chamadas Decisões normativas;
 As Normas individuais ou singulares.

Fig.: Exemplo de ordenamento jurídico.


10

Conclusão
Chegou-se ao fim do trabalho, e concluiu-se que, as leis são diretrizes com o intuito de orientar
pessoas racionais, os tribunais devem preocupar-se com a aplicação e o cumprimento dessas leis
de maneira apropriada. Noutros termos, há a implicação na existência de um sistema jurídico,
que garanta a aplicação de tais leis do mesmo modo que assegure as bases para as expectativas
legítimas no contexto de esquema social justo.

Portanto, para que uma lei ou qualquer norma jurídica tenha existência material, há todo um
processo legislativo ou de produção normativa, que inclui várias etapas hierárquicas mostrando
que existe uma ordem de grandeza condicionando inclusive o espaço de aplicação, a menor ou
maior abrangência da generalidade dos cidadãos.
11

Bibliografia
FRANÇA, R. L. Enciclopédia Saraiva do Direito. São Paulo, Saraiva, 1977.

MORGAN, G. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1996.

RAWLS, John. A Theory of Justice. Revised Edition, Cambridge, Harvard University Press,
2000.

Você também pode gostar