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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

EXTENSÃO DE GURÚÈ

LUÍS MUTONGUE FARISSE

EFEITOS ECONÓMICOS DAS DESPESAS E RECEITAS


PÚBLICAS

GURÚÈ, SETEMBRO, 2022


Índice

Resumo.......................................................................................................................................1

Abstract.......................................................................................................................................2

1. Introdução...............................................................................................................................3

2. Problematização......................................................................................................................4

3. Fundamentação Teórica..........................................................................................................6

3.1. Conceitualização..................................................................................................................6

4. Discussão................................................................................................................................6

4.1. Despesas públicas................................................................................................................6

4.2. Efeitos económico das despesas públicas............................................................................7

4.3. Receitas públicas..................................................................................................................8

4.4. Efeitos económicos das receitas públicas............................................................................9

4.5. A importância do Orçamento do Estado na intervenção económica e social......................9

4.6. Políticas económicas e sociais.............................................................................................9

4.7. Gestão das despesas e receitas públicas.............................................................................10

5. Conclusão..............................................................................................................................11

6. Referências Bibliográficas....................................................................................................12
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Resumo

Este artigo discute os efeitos económicos das despesas e receitas públicas, fruto da política
fiscal como um dos principais instrumentos de política económica. Deste modo, o objectivo
desse artigo é analisar os efeito das despesas e receitas públicas na económico. Dentre todas
as simulações realizadas, as despesas para sortir efeitos na economia, são destinadas para
assistência e previdência social, administração e planejamento, defesa nacional e segurança
pública, educação e cultura, agricultura, indústria e serviços. Verificou-se que as despesas que
mais contribuem com crescimento do produto interno bruto (PIB) são as aquelas com
assistência e previdência social, e indústria e serviços. As demais, como, educação e cultura,
segurança pública e despesas com agricultura, também apresentaram resultados significativos
e coerentes com a literatura económica por apresentarem efeitos positivos e significativos
sobre o crescimento da economia, motivados possivelmente, pela responsabilidade de se obter
uma infraestrutura social mais desenvolvida.

As Receitas Públicas resultam por meio da actividade de tributação, cuja essa actividade não é
a única forma do governo obter recursos para financiar suas actividades. Portanto, o governo
também possui património e pode obter receita por meio dele, quando vende, privatiza, faz
concessões, alienações, entre outras formas. As receitas públicas são o montante total em
recursos recolhidos pelo Tesouro Nacional e que serão incorporados ao património do Estado.
Essas receitas servem para custear as despesas públicas e as necessidades de investimentos
públicos. Pode-se entender que as receitas tem uma relação directa com as despesas, isto é,
existe despesas quando a receita justificar.

Palavras-chave: Economia, Despesas, Receitas, Efeitos.


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Abstract

This scientific article refers to the economic effects of public expenditures and revenues, as a
result of fiscal policy as one of the main instruments of economic policy. Thus, the aim of this
article is to analyze the effect of public expenditure and revenue on the economy. Among all
the simulations carried out, the expenses to have an effect on the economy are intended for
assistance and social security, administration and planning, national defense and public
security, education and culture, agriculture, industry and services. It was found that the
expenses that most contribute to the growth of the gross domestic product (GDP) are those
with assistance and social security, and industry and services. The others, such as education
and culture, public security and agricultural expenditures, also showed significant results that
are consistent with the economic literature because they have positive and significant effects
on economic growth, possibly motivated by the responsibility of obtaining a more sustainable
social infrastructure. developed.

Public Revenue results from taxation activity, whose activity is not the only way for the
government to obtain resources to finance its activities. Therefore, the government also owns
assets and can obtain revenue through it, when it sells, privatizes, makes concessions,
alienations, among other ways. Public revenues are the total amount of resources collected by
the National Treasury and which will be incorporated into the State's patrimony. These
revenues serve to defray public expenditures and public investment needs. It can be
understood that income has a direct relationship with expenses, that is, there are expenses
when the income justifies it.

Key-words: Economy, Expenses, Revenues, effects.


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1. Introdução

O presente artigo científico versa sobre efeitos económicos das Despesas Públicas e Receitas
Públicas: com o intuito descrever uma realidade sobre a questão das receitas e despesas
públicas, actualmente, constitui um campo muito discutido na componente das finanças
públicas para melhoria da vida das comunidades. Entretanto, interessa o autor, identificar as
formas de arrecadação de receitas fiscais, descrever a sua importância económica, bem como
avaliação na gestão das respectivas despesas e receitas públicas.

Neste caso, a intervenção do governo pode ser importante no sentido de proteger a economia
de flutuações bruscas, caracterizadas pelo alto nível de desemprego e alto nível de inflação.
Para isso, os principais instrumentos macro-económicos à disposição do governo são as
políticas fiscais e monetárias. Estes recursos quando alocados de maneira eficiente,
promovem benefícios como aumento da qualidade de vida, desenvolvimento de novas
tecnologias, infraestrutura para criação e atração de novos investidores, aumento do nível de
emprego, dentre outros com vista a acelerar a economia e produzindo efeitos para a mesma
por via de despesas e receitas. Dessa forma, é possível afirmar que, na realidade, o orçamento
público possui duas faces de uma mesma moeda, na qual de um lado figuram as Receitas, e,
de outro, as Despesas (CARVALHO; CECCATO, 2011).

Por outro lado, as políticas fiscais que resultam despesas ou gastos públicas por via de
receitas, exerce uma influência positiva sobre a economia, destacando que gastos do governo
promovem o crescimento da demanda agregada e, consequentemente, afetará o nível de
produto, desde que os impostos cobrados sejam inferiores ao nível de gastos realizados. Deste
modo, torna-se importante o conhecimento dos gastos públicos quanto ao seu impacto no
crescimento, por serem estes os promotores de bem-estar social na economia.

Para além da Introdução, o trabalho contém, Resumo, Justificativa, Fundamentação teórica


Discussão, Conclusão, e finalmente Referências Bibliográficas.
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2. Problematização

Os orçamentos documentam expressivamente a vida financeira de um país ou de uma


circunscrição política em determinado período, geralmente de um ano, porque contêm o
cálculo das receitas e despesas autorizadas para o funcionamento dos serviços públicos ou
para outros fins projectados pelos governos (BALEEIRO, 2010, p. 521). Deste modo, o
orçamento público é estruturado de modo a agrupar as despesas segundo determinados
critérios, definidos com o objectivo de atender às necessidades sociais, (Módulo 2 Receita e
Despesa Públicas Brasília - 2017).

Em outras palavras, a despesa pública viabiliza o alcance de resultados das políticas públicas
planejadas pelos governos, sendo necessária autorização legal para a sua execução. As
despesas previstas no orçamento servem para gerar produtos, como rodovias, e serviços,
como atendimento médico. Nesses casos, o orçamento também prevê a quantidade de
produtos que serão entregues à sociedade. O orçamento, mais do que definir os valores das
despesas, aponta o que, onde e em que quantidade o cidadão e a sociedade receberão de bens
e serviços oferecidos pelo Estado em retribuição aos tributos pagos.

Existem dois pontos de vista que podem ser fundamentais para as Finanças Públicas. O
primeiro é definido como disciplina de estudo focada no conhecimento, em que está inserido
o estudo das receitas, das despesas, do orçamento e da dívida pública. O segundo ponto está
relacionado com as Finanças Públicas, no contexto das actividades financeiras do Estado,
com a necessidade de satisfazer os interesses públicos. Os gestores públicos, no exercício das
actividades financeiras, executam acções em favor da sociedade relacionadas a bens e
serviços, como saúde pública, educação, segurança e outros, (Finanças Públicas,
Florianópolis Nazareno Nesi 2010).

As Receitas Públicas representam os recursos que o governo obtém por meio da actividade
de tributação, mas é importante ressaltar que essa actividade não é a única forma do governo
obter recursos para financiar suas actividades. O governo também possui património e pode
obter receita por meio dele, quando vende, privatiza, faz concessões, alienações, entre outras
formas. Neste caso, as receitas públicas são o montante total em recursos recolhidos pelo
Departamento de Tesouro e que serão incorporados ao património do Estado. Essas receitas
servem para custear as despesas públicas e as necessidades de investimentos públicos.

Daí podemos compreender que existe uma relação entre as receitas e despesas, ou seja, as
despesas para existirem dependem exclusivamente de disponibilidade de receitas. Suportando
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com Albuquerque, Medeiros e Silva (2008) afirmam que o termo receita orçamentária está
ligado ao ingresso de recursos financeiros que possam financiar a realização de despesas
orçamentárias. Porém, os dois elementos, receitas e despesas orçamentárias, devem estar
previstos no orçamento público e se processar segundo normas do direito financeiro e do
direito tributário. O confronto entre essas receitas e despesas é capaz de revelar o impacto da
execução orçamentária nas disponibilidades da entidade considerada, permitindo uma análise
sobre seu fluxo de recursos.

Importa referir que, o governo deve credibilizar o orçamento do Estado e impor um controlo
rigoroso na despesa pública. As finanças públicas buscam prover, por meio das autoridades
públicas, os bens e serviços públicos, ou colectivos, que as pessoas não podem adquirir em
pequenas quantidades, como educação, saúde pública, justiça, segurança pública, entre outros.
Neste caso, as despesas e receitas públicas devem produzir impacto económico na vida dos
beneficiados. E, diante deste cenário coloca-se a seguinte questão de partida: Quais são os
efeitos económicos das Despesas e Receitas Públicas?

Como perguntas orientadoras da pesquisa proposta no presente trabalho, consideram-se:

1. O que são as despesas e receitas públicas?


2. Qual a importância económica das despesas e receitas públicas?
3. Como que se procede a gestão das despesas e receitas públicas?
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3. Fundamentação Teórica

3.1. Conceitualização

 Despesas Públicas

De acordo com o nº.1 do Artigo 27 da Lei n.º 14/2020 de 23 de Dezembro, constitui despesa
pública todo o dispêndio de recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua
proveniência ou natureza, feito pelo Estado, com ressalva daqueles em que o beneficiário se
encontra obrigado à sua reposição.

Por outro lado, (SCHIER, 2009, p.15) define a despesa públicas como o bem ou serviço
consumido directa ou indirectamente para obtenção de receitas.

 Receitas Públicas

De acordo com o nº.1 do Artigo 26 da Lei n.º 14/2020 de 23 de Dezembro, constituem


receitas públicas, todos os recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua fonte ou
natureza, postos à disposição do Estado, com ressalva daquelas em que o Estado seja mero
depositário temporário.

Dada a definição acima, (Ηendriksen e Van Breda 1999, p 224) enfatiza que receitas públicas
são entradas ou outros aumentos de activos de uma entidade, ou liquidações de seus passivos
ou (ambos), decorrentes da entrega ou produção de bens, prestação de serviços, ou outras
actividades correspondentes a operações normais ou principais da entidade.

4. Discussão

4.1. Despesas públicas

Partindo do pressuposto que as despesas são o uso ou consumo de bens e serviços no processo
de geração de receitas, o Estado proporciona aos cidadãos inúmeros serviços que satisfazem
necessidades colectivas. Naturalmente, a prestação desses serviços de utilidade pública requer
a realização de gastos com pessoal, instalações, material, etc. Estes gastos representam as
despesas públicas. Dada a impossibilidade de satisfazer todas as necessidades colectivas, o
Estado, antes de efectuar despesas, deverá averiguar a utilidade pública de cada despesa, no
sentido de realizar aquelas que satisfazem necessidades prioritárias.

Deste modo, a realização de qualquer despesa exige o conhecimento aprofundado das


necessidades de carácter social e a ponderação das alternativas possíveis para a sua satisfação,
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de forma a que se atinjam os objectivos pretendidos, com o mínimo dispêndio de recursos,


isto é, de modo a maximizar a utilidade social das despesas efectuadas.

De acordo com o nº. 2 do Artigo 30 da Lei n.º 14/2020 de 23 de Dezembro, estabelece que a
classificação económica, tanto da receita como da despesa, compreende as seguintes
categorias: a) corrente; b) de capital.

4.1.1. Despesas correntes: são aquelas que não contribuem directamente para a formação ou
aquisição de um bem de capital.

4.1.2. Despesas de capital: são aquelas que correspondem a contraprestação directa em bens
e serviços e que contribuem directamente para a formação ou aquisição de um bem de capital.

Portanto, ainda com a lei n.º 14/2020 de 23 de Dezembro no Artigo 27 estabelece que:

 Nenhuma despesa deve ser assumida, ordenada ou realizada sem que, sendo legal, se
encontre inscrita no Plano Económico e Social e Orçamento do Estado aprovado,
tenha cabimento na correspondente verba orçamental e seja justificada quanto à sua
economicidade, eficiência, eficácia e resultados.
 As despesas só devem ser assumidas durante o ano económico para o qual tiverem
sido planificadas e orçamentadas.
 As dotações orçamentais constituem o limite máximo a utilizar na realização de
despesas públicas, no correspondente exercício

4.2. Efeitos económico das despesas públicas

As despesas públicas têm uma enorme importância na actividade económica, porque ajudam o
Estado a atingir os objectivosdeterminados por si na prossecução das suas funções
económicas e sociais.

Por exemplo, um incremento das despesas públicas terá uma repercussão positiva na procura
Consumo e Investimento, porque vai ter um impacto no consumo das famílias que desfrutarão
de maior rendimento disponível, no consumo público e no investimento das empresas. Porém,
os efeitos de um acréscimo das despesas públicas variam com o tipo de despesa pública
realizada. O aumento dos gastos com pessoal e as transferências correntes de pensões de
reforma e outros subsídios têm efeitos na redistribuição de rendimentos e no consumo
privado, enquanto que um incremento nas despesas de capital tem consequências no
investimento e na produção.
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4.3. Receitas públicas

Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder
público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas.
Dessa forma, todo o ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como
finalidade atender às despesas públicas. Daí que Carvalho e Ceccato (2011) refere que, um
dos objectivos do planejamento orçamentário, seja ele referente a uma entidade pública ou
privada é optimizar e priorizar a aplicação das receitas, as quais são sempre limitadas em
função das demandas. Condição necessária para a execução do orçamento, a previsão e a
efetiva arrecadação das receitas públicas possui notável importância no processo orçamentário
governamental, uma vez que, para que o Poder Público possa planejar, a cada ano.

Deste modo, as receitas públicas são arrecadadas pelo Estado para financiar as suas despesas.
As receitas públicas são constituídas pelas receitas patrimoniais ou voluntárias, pelas receitas
coactivas, coercivas ou obrigatórias e pelas receitas creditícias.

Suportando com o Lledó e Ferreira (1997) focando com a teoria da curva de Laffer, indica
que se não houvesse cobrança de impostos de nenhuma natureza, logicamente, nenhuma
receita seria destinada aos cofres do governo. Neste âmbito, as receitas públicas de acordo
Artigo 30 da mesma lei podem ser classificadas em: corrente e de capital.

4.3.1. Receitas correntes: são receitas tributária, de contribuições, patrimonial,


agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender
despesas classificáveis em despesas correntes.

4.3.2. Receitas de capital: são as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos


de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos
de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis
em despesas de capital e, ainda, o saldo do orçamento corrente.

Deste modo, o Artigo 26 ainda da lei n.º 14/2020 de 23 de Dezembro, ressalva que, a
efectivação de receitas estabelece seguintes critérios:

 Nenhuma receita pode ser estabelecida, inscrita no Plano Económico e Social e


Orçamento do Estado ou cobrada senão em virtude de lei.
 Os montantes de receita inscritos no Plano Económico e Social e Orçamento do
Estado constituem limites mínimos a serem cobrados no correspondente exercício.
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4.4. Efeitos económicos das receitas públicas

Os impostos progressivos sobre o rendimento são um importante instrumento que o Estado


utiliza para diminuir as desigualdades sociais e promover a equidade. Por exemplo, ao fazer
com que as famílias mais favorecidas paguem de IRS uma maior fatia do seu rendimento, o
Estado está a redistribuir o rendimento e a promover uma maior equidade. Em relação aos
impostos com carácter regressivo, os impostos indirectos os seus efeitos nas famílias são
diferentes. Como vimos anteriormente, as famílias que adquirem um determinado bem no
mercado pagam a mesma parcela de IVA. Ora, o mesmo valor de IVA terá um maior peso no
rendimento das famílias com menor rendimento.

4.5. A importância do Orçamento do Estado na intervenção económica e social

O Orçamento do Estado constitui um importante instrumento de intervenção económica e


social. As despesas públicas e as receitas públicas produzem efeitos na actividade económica
do país e na redistribuição do rendimento, como vimos anteriormente.

Daí que, os gastos públicos e o investimento público dinamizam a economia. A criação de


emprego no sector público, o aumento dos vencimentos dos funcionários do Estado, as
transferências sociais para as famílias também estimula a procura. Por outro lado, o Estado
prossegue políticas de redistribuição de rendimentos para diminuir as assimetrias na
repartição do rendimento, através da fixação de impostos progressivos sobre o rendimento das
classes mais favorecidas e de transferências sociais para as famílias de menores recursos
como, por exemplo, o subsídio de desemprego ou o rendimento mínimo garantido.

4.6. Políticas económicas e sociais

A observação do funcionamento das economias reais mostra que em todas elas, de uma
forma mais directa nuns casos e mais indirecta noutros, o Estado intervém na esfera
económica:

 regulando, fiscalizando e dinamizando a actividade económica;


 produzindo, através do Sector Empresarial do Estado, bens e serviços essenciais;
 planificando a actividade económica de uma forma mais imperativa ou indicativa,
consoante o modelo político do país.

As políticas económicas e sociais são acções que os Estados intervencionistas desenvolvem


para atingirem determinados objectivos. Para a prossecução desses objectivos, os Estados
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promovem várias medidas e utilizam instrumentos macroeconómicos. Estes afectam a


economia na globalidade e podem ser controlados directa ou indirectamente pelo Estado.

Deste modo, as múltiplas formas de intervenção do Estado pretendem prevenir e corrigir os


desequilíbrios inerentes ao funcionamento das economias como, por exemplo, a inflação, o
desemprego e os défices da Balança Corrente ou da Balança de Capitais, procedendo a uma
mais eficaz afectação dos recursos, comparativamente à que resultaria, apenas, dos
mecanismos do mercado, regulando a actividade económica e redistribuindo os rendimentos,
que obedecem as seguintes políticas:

4.6.1. As políticas conjunturais ou de estabilização: têm como objectivo promover a


estabilização da economia, corrigindo os desequilíbrios existentes no curto prazo, num
período inferior a um ano. Definem um conjunto de objectivos, relativamente aos
indicadores de conjuntura, a atingir num curto período de tempo.

4.6.2. As políticas estruturais: têm como objectivo uma alteração do funcionamento e das
estruturas em que assenta a economia. Os seus efeitos fazem-se sentir a médio e longo prazo.

4.7. Gestão das despesas e receitas públicas

De acordo com Matias-Pereira (2010) destaca que a actividade económica de um país se


caracteriza pela gestão eficiente e eficaz dos recursos escassos da sociedade humana e este
modelo de gestão deve levar em consideração os interesses e as necessidades dos
consumidores; o lucro, que obriga o empresário a se guiar pela demanda dos consumidores e a
autoridade, pela qual o Estado impõe determinadas normas sobre o quê produzir e para quem.

Nesse sentido, MATIAS-PEREIRA, (2010) refere que: sendo a actividade financeira parte
integrante da economia do Estado, sua importância e dimensão são estabelecidas pela forma
como se integram num sistema económico as decisões da autoridade e do mercado, p.2.

Para Bastos (2002), citado por Matias-Pereira (2010), enfatiza que: a actividade financeira
normalmente é realizada a partir da obtenção de receitas, pela gestão dos produtos da
arrecadação e pela efetivação dos dispêndios e despesas estatais, p.115.

Portanto as Finanças Públicas de um país estão orientadas para a gestão das operações
relacionadas com a receita, a despesa, o orçamento e o crédito público. Dentre as suas
preocupações principais estão a obtenção, distribuição, utilização e o controle dos recursos
financeiros do Estado.
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5. Conclusão

Cocluimos que, para cumprir com as finalidades de prestar serviços à população, o Estado
necessita da obtenção de recursos denominados receitas para realizar as despesas necessárias.
Esse processo é denominado actividade financeira do Estado. A receita pública é o ingresso
de recursos que integra ao património público de forma permanente, enquanto as receitas
orçamentárias são aquelas pertencentes ao ente público, arrecadadas exclusivamente para
aplicação em programas e acções governamentais.

Estudamos também o conceito e diferentes classificações sobre despesa pública, como


correntes e de capital na qual está estruturada e agrupada em determinados critérios, definidos
com o objectivo de atender às necessidades de criar efeitos económicos para agentes públicos,
ou por qualquer cidadão que participe do processo orçamentário, bem como pela sociedade
organizada.

Em suma, as receitas dos governos provêm de tributos que incidem sobre diferentes factos
económicos: a produção e a circulação de mercadorias, a geração de rendas, a transferência de
propriedades, operações financeiras entre outras. As despesas são como custeio da máquina
burocrática, investimentos em infra-estrutura, subsídios, como também juros da dívida
pública. Portanto, as despesas e receitas públicas são executadas numa perspectiva de criar
efeitos económicos que garantam o bem-estar da economia de um Estado.
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6. Referências Bibliográficas

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