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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO

DESPESAS PÚBLICAS

ANA MARIA JORGE


EMÍLIA FELISBERTO CELESTINO CORELA
FÁUSIA CATARINA DE JESUS
FELIZARDA ANTÓNIO DA SILVA FILIPE
LETÍCIA ARTUR JOSÉ SILVESTRE

NAMPULA
2021
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO

DESPESAS PÚBLICAS

ANA MARIA JORGE


EMÍLIA FELISBERTO CELESTINO CORELA
FÁUSIA CATARINA DE JESUS
FELIZARDA ANTÓNIO DA SILVA FILIPE
LETÍCIA ARTUR JOSÉ SILVESTRE

O presente trabalho é de carácter


avaliativo e natureza cientifica, elaborado
no âmbito da licenciatura em direito,
segundo ano, laboral, turma A, na cadeira
de Finanças Públicas e Direito
Financeiro.

NAMPULA

2021
Índice
Introdução ......................................................................................................................... 1

1.Despesas públicas: Conceito ......................................................................................... 2

2. Classificação das despesas públicas: Critérios ............................................................. 3

2.1 Atendendo à qualidade económica, temos diferentes tipos de despesas: ................... 3

2.2 Quanto à natureza das despesas de transferência, elas podem ser: ............................ 4

2.3 Despesas Produtivas e Despesas Reprodutivas: ......................................................... 5

3. Classificação das despesas públicas: ............................................................................ 5

5. O Aumento das despesas públicas ................................................................................ 7

5.1 Aumento real e aumento aparente das despesas públicas........................................... 7

5.1.1 Causas do aumento real das despesas públicas ....................................................... 8

5.1.2 Cortes nas despesas públicas ................................................................................... 8

Conclusão ....................................................................................................................... 10

Bibliografia ..................................................................................................................... 11
Introdução
No trabalho em alusão, cujo tema é Despesas Pública, é de carácter
avaliativo pertencente a cadeira de Finanças Públicas e Direito Financeiro com o tema
se pretende tocar em alguns tópicos onde iremos nos cingir, principalmente em definir,
classificar e enumerar os tipos de despesas sem deixar para trás fazer o enquadramento
legal da despesa pública. Como objectivo pretende-se dar a conhecer noções seguras e
credíveis sobre o tema em causa. Por hora, realçamos a tamanha pertinência em se
estudar temas como este, pois sendo um tema estritamente ligado ao Direito Publico, o
estudante, a comunidade e os demais leitores poderão munir-se de conhecimentos que
tratem desta matéria.

Assim, podemos definir Despesa Pública, como o gasto ou no dispêndio


de dinheiro e outros recursos por parte dos entes públicos para criarem ou adquirirem
bens ou prestarem serviços susceptíveis de satisfazer necessidades públicas; elas
concretizam o próprio fim da actividade financeira do Estado satisfação de
necessidades.
Objectivo geral:
 Analisar as despesas públicas.
Objectivos específicos:
 Trazer o conceito de despesas públicas;
 Dar conhecer os diferentes critérios usados para a classificação das despesas
públicas;
 Descrever a forma pela qual poderão se verificar factores de aumento das
despesas públicas;
 Compreender o dinamismo das despesas públicas;
 Fazer uma na análise em torno do nosso País.
Quanto aos métodos usados na pesquisa é o método dedutivo, uma vez
que visa descobrir conhecimentos particulares através do conhecimento geral, é um
processo de análise de informação que nos leva a uma conclusão. E, para melhor
compreensão do trabalho este obedece a seguinte estrutura: Introdução,
Desenvolvimento, Conclusão e Bibliografia. Em relação, a metodologia usada para
aquisição do conteúdo para posterior elaboração do trabalho, fez-se uma leitura
esgotada de manuais e documentos relativos ao tema.

1
1.Despesas públicas: Conceito
Segundo Teixeira é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes
públicos para o funcionamento e manutenção dos serviços públicos prestados a
sociedade.1
Constitui despesa pública todo o dispêndio de recursos monetários ou em
espécie, seja qual for a sua proveniência ou natureza, feito pelo Estado, com ressalva
daqueles em que o beneficiário se encontra obrigado à sua reposição. Nenhuma despesa
deve ser assumida, ordenada ou realizada sem que, sendo legal, se encontre inscrita no
Plano Económico e Social e Orçamento do Estado aprovado, tenha cabimento na
correspondente verba orçamental e seja justificada quanto à sua economicidade,
eficiência, eficácia e resultados. As despesas só devem ser assumidas durante o ano
económico para o qual tiverem sido planificadas e orçamentadas. As dotações
orçamentais constituem o limite máximo a utilizar na realização de despesas públicas,
no correspondente exercício.2
Segundo Gama Júnior é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes
públicos para custear os serviços públicos (despesas correntes) prestados a sociedade ou
para a realização de investimentos (despesas de capital).
O conceito de despesa pública tem, de resto, de ser construído em termos
de poder abranger realidades tao distintas como, por exemplo, o pagamento de um
funcionário publico, a construção de uma estrada, a concessão de um subsídio a uma
empresa, a amortização de um empréstimo anteriormente contraído pelo Estado, a
aquisição de material de guerra, a atribuição de uma bolsa de estudo. As despesas
públicas devem ser autorizadas pelo poder legislativo, por meio de um acto
administrativo chamado de orçamento geral do estado.3 As despesas públicas devem
obedecer aos seguintes requisitos:
 Utilidade: atender a um número significativo de pessoas;
 Legitimidade: atender a uma necessidade pública real;
 Discussão pública: ser discutida e aprovada pelo poder legislativo.

1
TEXEIRA, Ribeiro e JOAQUIM, José, Lições de Finanças Públicas, 5ª edição, Coimbra editora, 2004
pág 112-114
2
REPÚBLICA DE MOCAMBIQUE, lei número Lei n.º 14/2020 de 23 de Dezembro: cria o Sistema de
Administração Financeira do Estado, in Boletim da República.
3
SOUSA FRANCO, António, Finanças públicas e Direito Financeiro, 4ª edição, Almeida
Coimbra,1999, pág. 97-98

2
Regra da especificação esta regra traduz-se numa exigência em que as
recitas e as despesas devem estar especificadas, ou, seja, têm de haver códigos. As
receitas aparecem discriminadas sob a forma de classificação económica corrente e de
capital, enquanto as despesas surgem discriminadas sob a forma de classificação
orgânica, funcional, económica corrente e de capital.4
2. Classificação das despesas públicas: Critérios
2.1 Atendendo à qualidade económica, temos diferentes tipos de despesas:
 Despesas de Investimento, são as que contribuem para a formação de capital
técnico do Estado5. Ex: barragem.
 Despesa de Funcionamento, consubstanciam os gastos necessários ao normal
funcionamento da “máquina” administrativa, ou seja, da estrutura administrativa
pública. Ou seja, correspondem ao pagamento de encargos de funcionamento da
estrutura administrativa pública6. Ex: salário mínimo.
 Despesas em Bens e Serviços, são as que asseguram a criação de utilidades,
através da aquisição de bens ou serviços prestados pelo Estado; Ex: salário de
um funcionário público.7
 Despesas de Transferências, limitam-se a redistribuir recursos públicos a novas
entidades, quer do sector público, quer do sector privado, para a criação ou o
estabelecimento de equilíbrios económicos ou sociais. Ex: subsídio de
desemprego. As despesas de transferência podem ser de vários tipos:8
 Investimentos, dotações para o planeamento e a execução de obras, inclusive as
destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas
últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de
instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do
capital de empresas que não sejam de carácter comercial ou financeiro.
Quanto ao modo como se efectivam as despesas de transferência podem ser:

 Transferências directas - despesas que aumentariam directamente os

4
CATARINO,João Ricardo, Princípios de Finanças Públicas, Almedina, Coimbra, 2011. Pág. 228.
5
TEXEIRA, Ribeiro e JOAQUIM, José, Lições de Finanças Públicas, 5ª edição, Coimbra editora, 2004
pág. 118.
6
TEXEIRA, Ribeiro e JOAQUIM, José, Lições de Finanças Públicas, 5ª edição, Coimbra editora, 2004
pág 112-114.
7
CATARINO, João Ricardo, Princípios de Finanças Públicas, Almedina, Coimbra, 2011. Pág. 228.
8
SOUSA FRANCO, António, Finanças públicas e Direito Financeiro, 4ª edição, Almeida
Coimbra,1999, pág. 97-98

3
rendimentos disponíveis. Ex: pagamento de um salário ou o pagamento de uma
pensão a um aposentado.
 Transferências indirectas – como é o caso dos incentivos financeiros, pelos
quais, de forma indirecta, se procede ao apoio de uma actividade económica
considerada relevante para receber apoios públicos, ou seja, benefício indirecto,
traduzido num aumento de possibilidades de consumo. Ex: subsídios a preços.
2.2 Quanto à natureza das despesas de transferência, elas podem ser:
Transferências de capital – são as que modificam o património duradouro
do Estado, como é o caso de uma despesa na subscrição ou aumento do capital social
numa empresa do Estado. Ex: Auxílio do Estado para a construção de um imóvel
particular ou para investimento de uma empresa pública.9
Transferências de rendimentos – consistem nas que modificam o
património duradouro do Estado, como é o caso do pagamento de uma pensão. Ex:
Bolsas de estudo. Quanto aos destinatários das despesas de transferência, elas
podem ser:10
Transferência para o sector público – aquelas cujo destinatário seja um
ente público ou de direito privado criadas pelo Estado para a prossecução de fins
públicos.11
Transferências para o sector privado – aquelas que têm como destinatário
sujeitos de direito privado, como é o caso de empresas, associações de direito privado
ou entes privados. Quanto ao espaço económico que beneficia das despesas de
transferência, elas podem ser:
 Transferências para o exterior – é o caso de pagamentos feitos pelo Estado ao
exterior, afectando o rendimento nacional, ou seja, beneficiam economias
externas e diminuem o rendimento nacional.
 Transferência internas – beneficiando entes a operar no espaço económico
nacional, que não afectam aquele rendimento, ou seja, não alteram o rendimento
nacional. Para o sector público: beneficiam entidades públicas; para unidades
produtivas: beneficiam principalmente empresas; Para particulares e entidades

9
TEXEIRA, Ribeiro e JOAQUIM, José, Lições de Finanças Públicas, 5ª edição, Coimbra editora, 2004
pág 112-114
10
SOUSA FRANCO, António, Finanças públicas e Direito Financeiro, 4ª edição, Almeida
Coimbra,1999, pág. 100.
11
TEXEIRA, Ribeiro e JOAQUIM, José, Lições de Finanças Públicas, 5ª edição, Coimbra editora, 2004
pág . 121.

4
privadas não lucrativas: beneficiam particulares e entidades privadas não
lucrativas.12
2.3 Despesas Produtivas e Despesas Reprodutivas:
Despesas Produtivas - criam directamente utilidade, como é o caso da
defesa nacional. Ex: contribuição para militares, polícia, museus, etc13.
Despesas Reprodutivas - contribuem para o aumento da capacidade
produtiva, gerando, pois, utilidades acrescidas, mas no futuro, 14 como é o caso do
investimento em infra-estruturas ou em bens imateriais, como a investigação científica.
Ex: Investimento em estradas, transportes, meios de comunicação, educação, saúde, etc.
3. Classificação das despesas públicas:
Despesas Ordinárias - são as que, com grande verosimilhança, se
repetirão em todos os períodos financeiros. Ex: os salários dos funcionários públicos.15
Despesas Extraordinárias - são as que não se repetem todos os anos,
são difíceis de prever, não se sabendo quando voltarão a repetir-se. Ex: a construção de
uma estrada.
Despesas extraordinárias recorrentes - aquelas que não se repetem em
espécie, mas cujo montante se repete em todos os períodos financeiros. Ex: manutenção
de espaços de lazer públicos.
Despesas Correntes - são as que o Estado faz, durante um período
financeiro, em bens consumíveis, (por exemplo, salários e aquisição de bens que se
gastarão durante o período financeiro), ou que vão traduzir na compra de bens
consumíveis;
Despesas de Capital - são as realizadas em bens duradouros, (por
exemplo, na construção de edifícios públicos), e no reembolso de empréstimos.
Despesas efectivas - são as que se traduzem, sempre, numa diminuição
do património monetário do Estado, quer se trate de despesas em bens de consumo, quer

12
SOUSA FRANCO, António, Finanças públicas e Direito Financeiro, 4ª edição, Almeida
Coimbra,1999, pág. 101.
13
TEXEIRA, Ribeiro e JOAQUIM, José, Lições de Finanças Públicas, 5ª edição, Coimbra editora, 2004
pág 121.
14
SOUSA FRANCO, António, Finanças públicas e Direito Financeiro, 4ª edição, Almeida
Coimbra,1999, pág. 121.
15
TEXEIRA, Ribeiro e JOAQUIM, José, Lições de Finanças Públicas, 5ª edição, Coimbra editora, 2004
pág 122.

5
em bens duradouros, implicam sempre uma saída efectiva e definitiva de dinheiros da
tesouraria. Ex: importação de bens.16
Despesas Não Efectivas - são as que, embora representem uma
diminuição do património da tesouraria, têm, como contrapartida, o desaparecimento de
uma verba de idêntico valor do passivo patrimonial.17
Despesas Plurianuais - são aquelas cuja efectividade se prolonga por
mais de um ano.18
Despesas Anuais - são as que se não prolongam por mais de um ano.19
4. Classificação orçamental das despesas:
Orgânica: as despesas repartem-se por departamentos da Administração;
por serviços, etc. as despesas são ordenadas de acordo com a estrutura orgânica do
Estado.
Económica: distingue-se as despesas correntes e de capital, umas e
outras descriminadas por agrupamentos, subagrupamentos e rubricas.20

Funcional: as despesas são aqui agrupadas de acordo com a natureza das


funções exercidas pelo Estado, tendo-se adoptado para o efeito o modelo do Fundo
Monetário Internacional.
De acordo com este critério, é possível analisar o aumento tendencial da
despesa em cada uma das funções desempenhadas pelo Estado, aferindo-se aquelas a
que é atribuída maior importância, de acordo com a opção política realizada Esta
classificação resulta das despesas segundo a natureza das funções exercidas pelo Estado,
seguindo o esquema utilizado pelo Fundo Monetário Internacional, dá-nos as despesas
previstas de acordo com o desempenho de cada função.
Despesas por Programas: um programa de despesas é um conjunto de
verbas destinadas à realização de determinado objectivo, abrangendo um ou vários
projectos.21

16
Idem, pág. 122.
17
CATARINO,João Ricardo, Princípios de Finanças Públicas, Almedina, Coimbra, 2011. Pág. 228.
18
TEXEIRA, Ribeiro e JOAQUIM, José, Lições de Finanças Públicas, 5ª edição, Coimbra editora, 2004
pág 123.
19
Idem. pág 123.
20
SOUSA FRANCO, António, Finanças públicas e Direito Financeiro, 4ª edição, Almeida
Coimbra,1999, pág. 123.
21
TEXEIRA, Ribeiro e JOAQUIM, José, Lições de Finanças Públicas, 5ª edição, Coimbra editora, 2004
pág . 138.

6
5. O Aumento das despesas públicas
Desde finais do seculo XIX, a partir da obra do financeiro alemão Adolfo
Wagner, se fala numa tendência para aumentar que as despesas publicas revelariam nas
sociedades modernas, designa – se essa tendência por lei de Wagner.22
Wagner partiu para a formulação desta lei de um estudo empírico, que os
acontecimentos posteriores viriam confirmar amplamente: ele baseava-se nos dados que
conseguira recolher. A sua lei foi formulada apenas em relação as sociedades onde se
dera uma revolução industrial e em que se afirma, no plano pratico, o liberalismo
político económico. Configura-se como uma tendência de longo prazo, compatível, pois
com oscilações de curto prazo, determinadas, por exemplo, pela alteração das forcas
politicamente dominantes num dado pais; os conservadores ou os liberais tendem a
gastar menos, os progressistas ou os socialistas mais.23
Aumento da despesa nominal (preços correntes), isto é, aumento da
despesa que não atende a eventuais períodos de desvalorização da moeda ou à alta do
nível geral dos preços. Nestes casos, impõe-se a correcção da despesa real (preços
constantes), mediante divisão da despesa pública pelo coeficiente de desvalorização da
moeda;
O Aumento mais do que proporcional ao crescimento da população
(recorde-se que cada Estado deve satisfazer as necessidades colectivas da sua
comunidade nacional). Verifica-se aqui um fenómeno de capitação das despesas
públicas, que corresponde à divisão das despesas públicas em cada ano pelo número de
habitantes; O Aumento mais do que proporcional ao aumento do Produto Nacional
Bruto (PNB) ou soma dos bens e serviços finais produzidos mediante utilização de
factores produtivos nacionais num determinado período de tempo.
5.1 Aumento real e aumento aparente das despesas públicas
A circunstância de os quadros utilizados se referirem em regra a
percentagens das despesas públicas em relação ao Produto Nacional Bruto serve para
ilustrar uma preocupação que tem de ser elevada em conta: a de distinguir aquilo que
pode ser chamado aumento real das despesas públicas, em confronto com o seu aumento
aparente.24

22
SOUSA FRANCO, António, Finanças públicas e Direito Financeiro, 4ª edição, Almeida
Coimbra,1999, pág. 122.
23
Idem, pág. 123.
24
SOUSA FRANCO, António, Finanças públicas e Direito Financeiro, 4ª edição, Almeida
Coimbra,1999, pág. 125.

7
Podem apontar-se, segundo FRANCO, como factores de crescimento
aparente das despesas públicas, entre outros menos importantes:25
 Desvalorização monetária;
 Aumento da população;
 Crescimento do produto nacional bruto.
5.1.1 Causas do aumento real das despesas públicas
Para determinar as razoes por que aumentaram as despesas públicas,
pode-se seguir uma de duas vias: procurar uma explicação global, forçosamente
dependente de um posicionamento ideológico ou doutrinário; ou determinar, a partir da
análise detalhada da própria natureza das despesas públicas, factores concretos que
influenciaram o crescimento. As causas do aumento real das despesas públicas são:26
 Modificações demográficas;
 Alteração do papel do Estado;
 A influência das guerras;
 Transformações dos sistemas e da estrutura económica e social implicariam a
existência de mais funções ao Estado.
 O progresso técnico e a acumulação de capital;
 A transformação dos sistemas socias;
 Causas instrumentais.
Embora menos importante do que estas, outra causas se tem feito sentir:
 O aumento do custo dos serviços públicos;
 Corrupção.
5.1.2 Cortes nas despesas públicas
É a diminuição da quantidade ou da dimensão das despesas do governo.
A redução ou cortes na despesa pública correspondem a conjuntura económica
desfavorável. O governo moçambicano efectuou cortes nas despesas públicas, citado
pelo jornal O Pais, o ministro das finanças Maleiane afirmou que a medida faz parte de
um plano de austeridade e inclui ainda cortes nos gastos com combustíveis, viagens dos
quadros do Estado ao estrangeiro e noutras áreas sem impacto relevante na vida dos
cidadãos e das instituições públicas. O Ministro das finanças moçambicano adiantou

25
TEXEIRA, Ribeiro e JOAQUIM, José, Lições de Finanças Públicas, 5ª edição, Coimbra editora, 2004
pág, 131.
26
CATARINO, João Ricardo, Princípios de Finanças Públicas, Almedina, Coimbra, 2011. Pág. 228.

8
ainda que o governo vai proceder a cortes nas verbas que canaliza as empresas públicas,
como parte do esforço de contestação orçamental.
Dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas
de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação
directa em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições,
segundo derivem directamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior,
bem como as dotações para amortização da dívida pública.
Despesa efectiva: reduzem a situação líquida patrimonial (SLP) do
Estado, provocando um fato contábil modificativo diminutivo. Exemplos: pessoal e
encargos; juros e encargos da dívida interna e externa; outras despesas correntes, salvo
aquelas de material de consumo para estoque.
Despesa não efectiva - (ou por mudança patrimonial): não provocam alteração na
Situação Líquida Patrimonial (SLP) do Estado. Exemplo: investimentos, inversões
financeiras, amortização da dívida interna e externa, outras despesas de capital, salvo
aquelas destinadas a auxílios e contribuições de capital bem como os investimentos em
bens de uso comum do povo; despesa corrente para formação de estoque de material de
consumo.

9
Conclusão
Chegando a este ponto, apos uma esgotada e exaustiva abordagem do
tema proposto para esta senda- a Despesa Publica, realçamos a importância do mesmo
para o desenvolvimento do nosso pais, e não só na promoção da democracia pois
comeste tema a comunidade em geral se pode se inteirar de como é gerida a “coisa
publica” Podemos definir Despesa Pública, como o gasto ou no dispêndio de dinheiro e
outros recursos por parte dos entes públicos para criarem ou adquirirem bens ou
prestarem serviços susceptíveis de satisfazer necessidades públicas; elas concretizam o
próprio fim da actividade financeira do Estado. A realização de despesas, pressupões
que o Estado tem recursos que as financiam, ou seja, que tem receitas. Receita define-se
como sendo qualquer recurso, mediante o qual um sujeito (neste caso público, pois
estamos mediante receitas públicas), pode cobrir as suas necessidades. Três elementos
da receita: a receita constitui a atribuição definitiva (pelo menos no período orçamenta)
de uma soma de numerário (ou bem equivalente); É feita em benefício de um sujeito
público ou a ele equiparado; Tem a finalidade de servir a cobertura das despesas
públicas.
Sendo que se pode concluir que as receitas públicas podem assim,
genericamente, ser definidas como qualquer recurso obtido durante um determinado
período financeiro, mediante o qual o sujeito público pode satisfazer as despesas
públicas que estão a seu cargo.
Despesas orçamentárias: correspondem ao desembolso de recursos
que não possuem correspondência com ingressos anteriores, fixados na lei orçamentária
e que serão utilizados para pagamento dos gastos públicos Em outras palavras, são
fixadas e especificadas na lei do orçamento e/ou na lei de créditos adicionais. A
classificação por categoria económica em despesas correntes e de capital, que será vista
adiante, faz parte das despesas orçamentárias, isto é, daquelas que fazem parte do
orçamento. Despesas extra orçamentárias: saída de recursos transitórios anteriormente
obtidos sob a forma de receitas-extra-orçamentárias.
Contudo, Despesa pública é o conjunto de dispêndios realizados pelos
entes públicos a fim de saldar gastos fixados na lei do orçamento ou em lei especial,
visando à realização e ao funcionamento dos serviços públicos. A despesa faz parte do
orçamento e corresponde às autorizações para gastos com as várias atribuições
governamentais

10
Bibliografia
Legislação:
REPÚBLICA DE MOCAMBIQUE, lei número Lei n.º 14/2020 de 23 de Dezembro:
cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, in Boletim da República.
Doutrina:
FRANCO, António Sousa, Finanças Públicas e Direito Financeiro, Volumes I e II,
Reimpressão da 4ª edição, Almedina, 2015
CATARINO, João Ricardo, Princípios de Finanças Públicas, Almedina, Coimbra,
2011
SOUSA, Domingos Pereira de, Finanças Públicas e Direito Financeiro, Volumes I e
II, Quid Juris, 2017.
TEXEIRA, Ribeiro e JOAQUIM, José, Lições de Finanças Públicas, 5ª edição,
Coimbra editora, 2004.

11

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