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2° Ano
Maxixe, 2021
Índice
1. Introdução...........................................................................................................................3
2. Despesas públicas...............................................................................................................7
3. Conclusão..........................................................................................................................13
3.1. Sugestões..................................................................................................................13
4. Bibliografia.......................................................................................................................15
1. Introdução
Segundo ANDRADE ﴾2002:27), a contabilidade pública é uma ciência que regista, controla e
estuda os actos e factos administrativos e económicos operados no património público duma
entidade, possibilitando a geração de informações, variações e resultados sobre a composição
deste, auferidos por sua administração e pelos usuários.
O controlo das despesas públicas desperta particular atênção, garantindo motivação aos
gestores e contabilistas públicos na concretização das metas traçadas duma forma eficaz,
eficiente e económica. Ainda no que diz respeito ao controlo interno, a contabilidade pública
deve ser também entendida à observação da legalidade dos actos de execução orçamental,
através do controlo e acompanhamento, que será prévio, concomitante e subsequente, além de
verificar a exacta observância dos limites das quotas trimestrais atribuídas a cada unidade
orçamental, dentro do sistema que for instituído para esse fim. Deve também verificar a
legalidade dos actos de execução orçamental, como sejam: se o empenho da despesa pública
obedece a legislação vigente, relativa a licitação, autorização competente, se não se trata de
despesa já realizada; se na liquidação da despesa foram atendidos todos aspectos da legislação
sobre o assunto; se a ordem do pagamento foi exarada em documentos processados pelo
serviço de contabilidade e se a determinação para o pagamento da despesa foi despachada
pela autoridade competente.
1.2. Objetivos do trabalho
Objetivos gerais:
Fazer uma análise da tendência das Despesas Públicas e sua evolução em Moçambique nos
últimos 10 anos (2010-2020)
Objetivos específicos:
Aliomar Baleeiro definiu despesas públicas, enxergando-as em seus sentidos amplo e restrito:
em latu sensu, é “o conjunto dos dispêndios do Estado, ou de outra pessoa jurídica de direito
público, para o funcionamento dos serviços públicos”; em strictu sensu, é a “aplicação de
certa quantia, em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro de
uma autorização legislativa, para execução de fim a cargo do governo.” A primeira definição
pode ser considerada como a despesa pública em seu significado abstrato, como a previsão,
em orçamento público, do emprego das receitas públicas em diversas atividades do Poder
Administrativo no cumprimento de suas atribuições. No segundo sentido, bem mais concreto,
trata-se da despesa pública decorrente de um pagamento específico para o custeio de
determinada atividade administrativa obrigatória, sendo o dispêndio de dinheiro elemento
essencial da despesa pública.
Os governantes não podem gastar à vontade, ou seja, não são livres para realizarem as
despesas públicas que desejarem. Existem limitações para estes gastos. A autorização para
efetivação das despesas públicas deve observar alguns requisitos:
1) autorização legislativa – todas as despesas devem estar aprovadas pelo
Congresso Nacional na Lei Orçamentária. A execução das despesas públicas,
pelo Poder Executivo, deve se submeter ao Poder Legislativo, tal como as
despesas do Poder Judiciário;
Não obstante, um corte explicativo deve ser feito acerca do requisito da autorização
legislativa para o caso de despesas públicas voltadas para a satisfação de direitos
fundamentais, inclusive do mínimo existencial. Os direitos fundamentais e os sociais, esses
em sua expressão de mínimo existencial, devem ser garantidos pelo Estado mesmo se não
contemplados por políticas públicas ou por qualquer outra previsão legal, podendo a execução
dos serviços públicos correspondentes ser imposta judicialmente. Na omissão do legislador
em estabelecer o dispêndio de recursos públicos para satisfação desses direitos fundamentais,
caberá ao Judiciário determinar a institucionalização das medidas necessárias para a fruição
desses direitos. A fundamentalidade desses direitos justificaria a judicialização da despesa
pública.
2. Despesas públicas
Pode-se observar dos dados que houve uma redução nas rubricas de Demais despesas com o
Pessoal que compõe (viagens, subsídios e ajudas de custo para dentro e fora do pais) e Bens e
Serviços. Estas medidas, para Castel-Branco (2017), deveriam ter enfoque nos cortes das
mordomias dos dirigentes públicos e em algumas despesas correntes do Estado, uma vez que
estas representariam medidas populares e simbólicas, que sinalizariam ser o governo sensível
e comprometido com as preocupações dos cidadãos. Ainda porque libertaria uma quantidade
de recursos para enfrentar a crise a escala da economia. Mas, claramente, esta medida isolada
não resolve o problema, no entanto, pode ajudar a credibilizar o governo e a moralizar a
sociedade.
pessoal do aparelho do Estado está em serviços públicos essenciais, como saúde, educação e
polícia. Cortes significativos neste pessoal teriam impactos relativos a redução de sua
cobertura e a deterioração da qualidade do serviço prestado, conduzindo a uma possível crise
severa nos serviços públicos. Tal crise teria um impacto negativo na qualidade de vida dos
cidadãos, sobretudo, dos grupos sociais de baixo rendimento, que constituem a maioria da
população, pois estes são os que mais dependem dos serviços públicos. Além disso, o Estado
é o maior empregador e há poucas opções alternativas de emprego. Portanto, outro impacto
imediato de cortes drásticos no pessoal do aparelho do Estado seria o desemprego.
Combinando o desemprego e a deterioração dos serviços sociais, esta medida conduziria ao
aumento significativo da pobreza. Esta é uma questão que preocupa o FMI e os mercados
financeiros e é alvo de resistências, tanto da classe dos trabalhadores como do governo, por
causa das suas implicações políticas, sociais e económicas.
Contenção das rúbricas de bens e serviços com particular enfoque para combustíveis,
comunicações e viagens,
A contenção das rúbricas com Outras Despesas com o Pessoal, com enfoque para
ajudas de custo dentro e fora do país;
Contenção de novas admissões de pessoal para o aparelho do Estado, salvaguardando
os sectores de Educação, Saúde e Agricultura, privilegiando a mobilidade dos
funcionários do Estado;
A gestão rigorosa da dívida pública incluindo a sua restruturação, de modo a assegurar
a sustentabilidade; e
O adiamento de projectos de apoio Institucional Administrativo, projectos de
reabilitação e construção de Edifícios Públicos e de novos projectos de investimento
ainda não iniciados.
Castel-Branco (2017), no que toca a esta rúbrica, sugere cortes nos projectos sem impacto na
economia real, libertando recursos existentes para opções mais adequadas do ponto de vista
económico e social e travando as tendências de endividamento público descontrolado, que
significa efectuar cortes drásticos no investimento público (suspensão ou, mesmo,
cancelamento de projectos). Tais cortes poderão ter seguintes implicações imediatas:
Neste caso, as pressões da crise advindas da dívida sobre o mercado doméstico de capitais,
particularmente em um contexto de elevada concentração bancária, uma base produtiva
afunilada, o sistema financeiro doméstico expande-se em torno dos serviços em redor do
núcleo extractivo da economia, e o capital torna-se escasso e caro para as pequenas e médias
empresas,
dificultando não só a sua emergência e desenvolvimento mas, até, a formação de ligações
entre estas empresas e os megaprojectos. Assim, embora a renegociação parcial ou total da
dívida seja um caminho, reestruturando-a ou transferindo o problema para o futuro, aliviando
a pressão de curto e médio prazo sobre o serviço da dívida, pois o capital só será amortizado
no fim do período, o acordo de reestruturação torna este empréstimo mais caro. Ainda que se
conserve a expectativa de que os rendimentos futuros dos megaprojectos de hidrocarbonetos
permitam reembolsar estas dívidas até 2023. Esta renegociação da dívida (cancelamento
parcial e reestruturação) só será útil se for para libertar recursos para uma estratégia de
diversificação e articulação económica com alargamento da base social de desenvolvimento.
Se o seu objectivo for limitado a estabilização fiscal, o risco será o agravamento da
dependência externa e consolidação do ciclo e do vício da dívida.
3. Conclusão
E pode-se considerar que a Administração Pública moçambicana passou a ter nova dinâmica
na gestão financeira do Estado ao aprovar o SISTAFE (Sistema de Administração Financeira
do Estado). Contudo, a Contabilidade de Gestão na actualidade globalizada, ostenta um papel
cada vez mais determinante na adequada gestão dos gastos públicos. Neste sentido, a reforma
da Contabilidade Pública, iniciada nos ano 90 veio tornar este sistema obrigatório nas várias
entidades públicas no Mundo, caso particular Moçambique. Para que se possa perceber
exaustivamente o SISTAFE, é preciso que a contabilidade pública moçambicana tenha
consistência, comparabilidade, materialidade e oportunidade.
Numa outra versão é notável ver que cada vez mais, há uma necessidade de os gastos públicos
aumentarem progressivamente não se conseguindo alcançar ao nível ou meta das necessidades
colectivas a responsabilidade do sector público.
3.1. Sugestões
Arndt et. al. (2006). Aid and Development: The Mozambican Case. Maputo: Ministry of
Planing and Development.
BOBBIO, Norberto. (2007). Estado, Governo, Sociedade, para uma Teoria Geral da
Política, 14a Edição. São Paulo. Editora PAZ E TERRA S/A.
<http://www.ufjf.br/virgilio_oliveira/files/2014/10/Texto-21-Bobbio-2007.pdf
COSTA, Carlos Baptista da; Alves, Gabriel Correia (2008). Contabilidade Financeira. 7a
Edição. Rei dos Livros: Lisboa