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E ORÇAMENTÁRIA
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AFO
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Conceitos
O estudo do Orçamento Público está vinculado ao estudo do Direito Financeiro, ramo do Direi-
to Público que disciplina a atividade financeira do Estado.
Principais Fontes:
•• CF/1988
•• Lei nº 4.320/1964 (Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos or-
çamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal)
•• Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal)
•• Doutrina
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Receita Pública
Em sentido amplo, as receitas públicas são todos os recursos financeiros que ingressam nos
cofres do Estado.
Existem duas formas básicas de ingressos nos cofres públicos:
Lei 4.320/1964
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédi-
to autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de credito por an-
tecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e
passivo financeiros.
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Crédito público
Crédito público é a capacidade de o governo cumprir obrigações financeiras com quem quer
que seja, inclusive e principalmente com os próprios cidadãos.
É a capacidade que tem os governos de obter recursos da esfera privada nacional ou de organi-
zações internacionais, por meio de empréstimos.
Considerando-se que o empréstimo terá que ser, um dia, amortizado, teoricamente, com as
receitas regulares, trata-se, na verdade, de antecipação de receita futura. O crédito público,
quando materializado em empréstimos, dá origem à dívida pública.
Crédito público é também conhecido como empréstimo público
Despesa Pública
É o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos para o funcionamento dos serviços
públicos.
Despesa pública é a aplicação do dinheiro arrecadado por meio de impostos ou outras fontes
para custear os serviços públicos (despesas correntes) prestados à sociedade ou para a realiza-
ção de investimentos (despesas de capital).
As despesas públicas, fixadas na LOA, representam os gastos autorizados para o governo nas
diversas atividades e programas que compõe o orçamento público. Nesse conjunto estão as
despesas com pessoal, educação, saúde, transporte, segurança, etc.
Orçamento Público
É um instrumento de planejamento governamental em que constam as despesas da adminis-
tração pública para um ano, em equilíbrio com a arrecadação das receitas.
Nele o governo aloca os recursos destinados a hospitais, manutenção das estradas, construção
de escolas, pagamento de professores etc.
Essa ferramenta estima as receitas que o Governo espera arrecadar, e fixa as despesas a serem
efetuadas com o dinheiro. Dessa forma, é possível controlar as finanças públicas e a execução
das ações governamentais em busca do objetivo estatal: o bem comum.
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Constituição Federal/1988
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.
•• Plano Plurianual – PPA – 4 anos
•• Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO – 1 ano
•• Lei Orçamentária Anual – LOA – 1 ano
Funções do Orçamento
Por meio do orçamento público, os governos desenvolvem funções que são fundamentais para
direcionar o desenvolvimento econômico e social do país. São três as funções do orçamento
público: alocativa, distributiva e estabilizadora.
Função Alocativa
A função alocativa direciona os recursos da economia para setores prioritários, tendo em vista
oferecer bens e serviços que o mercado não seja capaz de ofertar à sociedade, os chamados
bens públicos.
Busca promover ajustes na alocação de recursos quando o funcionamento do mecanismo de
mercado não garante a necessária eficiência na utilização desses recursos. A iniciativa privada
deixa de prover a sociedade de forma eficiente, seja por desinteresse econômico (demora do
retorno) ou por falta de capacidade de investimento.
Note que os recursos financeiros são sempre inferiores às possibilidades de gasto. Ao optar pelo
desenvolvimento de um setor, o governo acaba abrindo mão de outras escolhas possíveis. Ou
seja, é justamente nessa diversidade de escolhas que o governo materializa a sua função aloca-
tiva.
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Função Distributiva
A função distributiva combate os desequilíbrios e as desigualdades sociais e busca o desenvol-
vimento de regiões e classes menos favorecidas. Tem importância fundamental para o cresci-
mento equilibrado do país.
Busca promover ajustes na distribuição de renda.
Função Estabilizadora
Por fim, a função estabilizadora busca, na elaboração do orçamento, tomar decisões que têm
impacto na economia, visando à manutenção de elevado nível de emprego, o desenvolvimento
do setor produtivo (empresas, indústrias, etc.) e o equilíbrio e estabilidade de preços (controle
da inflação) para o crescimento sustentável.
Busca promover a manutenção da estabilidade econômica.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
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•• Todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem inte-
grar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária Anual
(LOA).
•• ATENÇÃO: O fato da LOA ser dividida em três partes não contraria o princípio orçamentário
da unidade!
Princípio da Universalidade
•• Determina que o orçamento (LOA) de cada ente federado deverá conter todas as receitas e
despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e manti-
das pelo Poder Público.
•• Indispensável para o controle parlamentar, pois possibilita :
•• conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para
respectiva arrecadação e realização;
•• impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e de despesa sem
prévia autorização Legislativa; e
•• conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autori-
zar a cobrança de tributos estritamente necessários para atendê-las.
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A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito au-
torizadas em lei.
A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da ad-
ministração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto
no artigo 2º.
Unidade x Universalidade
•• Princípio da Unidade → UNO! Um só orçamento!
•• Princípio da Universalidade → UNIVERSO! Todas as receitas e despesas de todos os poderes
e órgãos!
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Princípio da Exclusividade
•• Estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa.
•• Ressalvam-se dessa proibição a autorização para abertura de crédito suplementar e a con-
tratação de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita (ARO).
•• Impedimento para que o legislativo faça uso de um processo com tramitação mais rápida
para conseguir a aprovação de medidas estranhas à matéria financeira.
Princípio da Legalidade
•• Mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública, segundo
o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressa-
mente autorizar.
•• Ou seja, a administração pública subordina-se aos ditames da lei. O orçamento somente
será executado após aprovado e transformado em lei.
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II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orça-
mento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacio-
nal, na forma do regimento comum.
Princípio da Publicidade
•• Princípio básico da atividade da Administração Pública no regime democrático, está previs-
to no caput do art. 37 da CF/1988.
•• O conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) nos veículos oficiais de comunica-
ção para conhecimento do público e para eficácia de sua validade.
CF/1988, art. 37
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalida-
de, moralidade, publicidade e eficiência ...
Princípio da Transparência
•• Aplica-se também ao orçamento público pelas disposições contidas nos arts. 48, 48-A e 49
da LRF, que determinam ao governo, por exemplo:
•• divulgar o orçamento público de forma ampla à sociedade;
•• publicar relatórios sobre a execução orçamentária e a gestão fiscal;
•• disponibilizar, para qualquer pessoa, informações sobre a arrecadação da receita e a
execução da despesa.
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Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Fede-
ração disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes
a:
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução
da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referen-
tes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa
física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório
realizado;
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras,
inclusive referente a recursos extraordinários.
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo
o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração,
para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Princípio da Especificação/Especialização/Discriminação
•• As receitas e as despesas devem aparecer de forma discriminada, de tal forma que se pos-
sa saber, pormenorizadamente, as origens dos recursos e a sua aplicação.
•• Na lei orçamentária anual não pode haver dotações globais para atender despesas genéri-
cas.
•• Da mesma forma, Na lei orçamentária anual não pode haver concessão de créditos ilimita-
dos.
•• Tem por objetivo facilitar o acompanhamento e o controle do gasto público, proibindo a
concessão de autorizações inespecíficas, dando mais segurança ao contribuinte e ao Legis-
lativo.
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Lei 4.320/1964, art. 5º
A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a
despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressal-
vado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.
Exceções
Princípio do Equilíbrio
•• A LOA deve assegurar o equilíbrio orçamentário. O valor das despesas fixadas não deve ul-
trapassar o das receitas previstas para o exercício financeiro.
•• Atualmente não se busca apenas o equilíbrio formal, e sim o equilíbrio das finanças públicas
como um todo.
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QUESTÕES
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Gabarito: 1. D 2. D 3. D 4. D 5. B 6. D
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