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PÚBLICO
AULA 4
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TEMA 2 – ORÇAMENTO: CONCEITOS, PRINCÍPIOS E HISTÓRIA
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transparência. O princípio da clareza exige que o orçamento seja bem
organizado e claro para atender à sua finalidade administrativa.
Já o princípio da flexibilidade estabelece que o orçamento possa se
adequar às necessidades do programa, não sendo excessivamente rígido. O
princípio da especificação firma que cada dispêndio do governo seja
discriminado. O princípio da não vinculação da receita descreve que nenhum
tributo deve ser associado a um nível de governo ou organismo, com exceção
do que está previsto na Constituição (Ávila, 2012).
O orçamento público é elaborado pelo Poder Executivo em cada nível
governamental, tentando atender às seguintes características: i) levantar as
prioridades da sociedade; ii) realizar um planejamento com a determinação de
objetivos, metas e diretrizes a seguir; iii) analisar as receitas à disposição; iv)
formular uma proposta de orçamento que deve ser submetida à apreciação do
Poder Legislativo; e v) implementar as ações previstas depois do orçamento ter
sido apreciado (Ávila, 2012).
O orçamento surgiu, em termos históricos, para controlar o poder dos
monarcas, em 1217, no Reino Unido. A ideia era a impedir que os tributos fossem
definidos de maneira unilateral e que passassem a ser determinados pelo
Conselho Comum, aumentando a legitimidade do documento (De Toni, 2008).
No século XIX, alguns Estados tinham um orçamento semelhante ao que
é adotado hoje, como era o caso da Inglaterra, que foi a primeira a adotar o
modelo de Relatório de Receitas e Despesas. Em 1921, os EUA já utilizavam o
orçamento público.
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economia e fornecer serviços com mais qualidade e eficiência, assinalando onde
os tributos serão utilizados.
A terceira forma de realizar o orçamento é denominada de orçamento
programa, que é adotado até hoje no Brasil, desde 1967. Esse orçamento
funciona como um “roteiro à execução coordenadora do programa anual do
governo” (De Toni, 2008, p. 28). e detalha cada etapa do Plano Plurianual. Esse
orçamento é um instrumento central para o planejamento econômico do governo
e para orientar as ações públicas. Existe nesse tipo de orçamento um vínculo
evidente entre o orçamento, a gestão das receitas e das despesas e o
planejamento governamental.
Segundo De Toni (2008), esse tipo de orçamento tem uma série
benefícios em comparação a outras formas, como: i) aprimoramento do
planejamento, assegurando uma eficiência maior da gestão pública; ii)
transferência sobre a administração financeira do Estado e a diminuição das
despesas; iii) mecanismos de fiscalização mais avançados; e iv) identificação do
real impacto do dispêndio público e não apenas o seu controle.
No Brasil, o orçamento programa passou a ser utilizado no final dos anos
1970, com o objetivo de tornar o planejamento mais detalhado, com a
possibilidade de verificar as metas e analisar os resultados (Polo, 2009).
Uma nova forma de gestão orçamentária é o orçamento participativo,
que já foi aplicado em mais de 2800 localidades no mundo todo, em diferentes
esferas do governo. De acordo com Oliveira (2013, p. 44), o orçamento
participativo é “uma política pública destinada a incluir a sociedade no processo
de alocação do orçamento público”. O orçamento participativo é uma técnica
considerada inovadora, por incorporar a população na tomada de decisão sobre
os recursos públicos. A vantagem dessa modalidade é que permite maior
legitimidade e participação democrática, reduzindo a chance de desvio dos
recursos públicos, a partir do monitoramento e da fiscalização.
No orçamento participativo, quem elabora e executa formalmente o
orçamento ainda são os poderes executivo e legislativo, porém a eleição das
prioridades de ação é discutida junto com a sociedade, que participa em
consultas públicas, apenas sendo consultada no processo.
O caso do orçamento participativo de Porto Alegre é um exemplo exitoso,
porque, conforme Graham (2009), aproximadamente 18 mil pessoas
participaram dos debates, destinando-se, como resultado, mais recursos para as
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regiões mais pobres. Essa inovação orçamentária em Porto Alegre passou a
influenciar outras cidades brasileiras e outras partes do mundo a adotarem essa
técnica. O modelo passou a ser emulado e copiado (Graham, 2009).
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mudanças na legislação tributária. A LOA engloba os orçamentos fiscal, de
seguridade e social e de investimento nas empresas públicas.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada em 2000, estabeleceu a
novas finalidades associadas à manutenção do equilíbrio entre os gastos e as
receitas, buscando controlar o endividamento público. Essa lei determina
também princípios para a apresentação do orçamento e das contas públicas,
como a transparência na difusão dos documentos, assegurando acesso a toda
população, por meio da apresentação, de dois em dois meses, de relatórios da
execução do orçamento, e de relatórios de gestão fiscal de 4 em 4 meses (De
Toni, 2008).
Um aspecto incorporado pela Lei de Responsabilidade Fiscal é a
“divulgação mensal por parte do Ministério da Fazenda, meio eletrônico, da
relação de entes que ultrapassaram limites máximos para a dívida” (De Toni,
2008, p. 31). O principal propósito dessa lei é permitir uma fiscalização sobre os
gastos, penalizando os entes que gastarem acima do previsto com sanções,
como a interrupção das transferências voluntárias e das operações de crédito.
No Congresso Nacional, que tem como uma de suas atribuições dispor
sobre tributação, existe uma Comissão Mista de Orçamento. Essa Comissão
deve legislar sobre tributação, arrecadação, distribuição de rendas etc.
A Comissão Mista de Orçamento tem como competências matérias
orçamentárias, em geral, análise de indícios de gastos irregulares, avaliação do
cumprimento das metas fiscais e de política monetária, como o controle da
inflação, além da elaboração de um parecer sobre as contas da União e da
deliberação sobre obras e serviços com sinais de irregularidades.
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pessoal, da seguinte forma: 40,9% com o Executivo, 6% com o Judiciário, 2,5%
com o Legislativo e 0,6% com o Ministério Público (Riani, 2014).
Uma análise crítica da LRF é a de que é elevada a proporção do
orçamento destinada aos gastos com funcionários, o que está associado ao
inchaço do Estado e aos salários elevados de vários cargos públicos.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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formulação, são o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei
Ordinária Anual.
Depois, discutimos a questão dos indicadores de avaliação financeira, que
indicam se as contas públicas estão saudáveis. O principal indicador de gestão
financeira dos gastos públicos é a Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada em
2000, que assinala os limites para a distribuição dos gastos entre as esferas e
em cada área, com vistas a controlar os gastos e o endividamento público.
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REFERÊNCIAS
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