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O direito financeiro pode ser definido como o conjunto de normas que regula a atividade
financeira do Estado, incluindo a arrecadação de receitas, a administração e gestão desses
recursos, bem como a despesa pública. Ele tem como objetivo garantir a sustentabilidade das
finanças públicas e a efetividade dos serviços públicos prestados à população.
O direito financeiro está relacionado a outras áreas do direito, como o direito tributário, o
direito administrativo e o direito constitucional. Ele se preocupa em estabelecer regras e
limites para a atuação do Estado na gestão dos recursos públicos, bem como em garantir a
transparência e a accountability no uso desses recursos.
Aplicação: Uma aplicação desse princípio no Direito Financeiro é a exigência de que o Estado
apresente e cumpra um plano de metas fiscais, que estabelece limites para as despesas e
receitas públicas, assim como os objetivos a serem alcançados em relação ao superávit
primário (a diferença positiva entre as receitas e as despesas, excluindo os juros da dívida
pública).
Princípio da Publicidade: O princípio da publicidade estabelece que as contas públicas devam
ser transparentes e acessíveis a todos os cidadãos. Isso significa que o Estado deve prestar
contas de sua gestão financeira de forma clara e objetiva. O orçamento é fixado em lei e para
ser alterado, criado ou extinguir direitos e deveres, de forma que obrigue a todos, deve ser
publicada.
Aplicação: Uma das principais aplicações desse princípio é a obrigatoriedade de divulgação das
contas públicas por meio de portal eletrônico de transparência. Esse portal deve ser de fácil
acesso ao público e deve conter informações atualizadas e precisas sobre a execução
orçamentária e financeira do Estado, tais como receitas, despesas, dívidas e investimentos.
Princípio da Unidade: O princípio da unidade estabelece que cada ente da federação deve
possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira uniforme, apresentando todas as
receitas e despesas numa só conta, visando apurar o resultado: equilíbrio, déficit ou superávit.
Aplicação: Uma aplicação prática desse princípio no direito financeiro seria a adoção do
orçamento público como uma ferramenta de gestão integrada e holística. Isso significa que
todas as receitas e despesas do governo, independentemente da origem ou do destino, devem
ser incluídas no orçamento.
Princípio da Exclusividade: O princípio da exclusividade objetiva impedir a prática de inclusão
de dispositivos de natureza diversa de matéria orçamentária, não se incluindo a abertura de
créditos suplementares e a contratação de operações de créditos.
Aplicação: Pode-se fazer uma aplicação desse princípio no campo tributário, por exemplo,
quando analisamos a competência tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. De acordo com a Constituição Federal, a União possui competência para instituir
impostos sobre renda, produtos industrializados, operações financeiras, propriedade territorial
rural, entre outros. Já os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm competência para
instituir impostos sobre circulação de mercadorias e serviços, propriedade de veículos
automotores, transmissão causa mortis e doação, entre outros.
Aplicação: Uma aplicação prática desse princípio é a elaboração do orçamento público, que é
um instrumento de planejamento financeiro utilizado pelos governos para definir as receitas e
despesas que serão realizadas ao longo de um determinado período, geralmente um ano. Ao
elaborar o orçamento, o Estado deve levar em conta as suas receitas e despesas, de forma a
garantir que as despesas previstas sejam compatíveis com as receitas estimadas, de modo a
não gerar um déficit orçamentário que comprometa a capacidade de pagamento do Estado no
futuro.