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CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO (CASP)

Professor: MSc Uniran Lemos da Cruz


APRESENTAÇÃO

Uniran Lemos da Cruz

 Graduado em Ciências Contábeis pela Faculdade Mackenzie Rio;


 Pós Graduado em Controladoria e Finanças pela Universidade Cândido
Mendes;
 Pós Graduado em Finanças e Gestão Empresarial pela Universidade
Cândido Mendes;
 Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ).

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INFORMAÇÕES IMPORTANTES

 Presenças;
 Avaliações;
 Disponibilidade dos materiais semanais;
 Metodologia das aulas;
 Participação;
 Grupo no whatsapp.

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CONCEITO

Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência contábil que aplica, no


processo gerador de informações, os Princípios de Contabilidade e as normas contábeis
direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público.

O objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é fornecer aos usuários


informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária,
econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor público e suas mutações,
em apoio ao processo de tomada de decisão; a adequada prestação de contas; e o
necessário suporte para a instrumentalização do controle social.

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OBJETO E OBJETIVO

O objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o patrimônio público.

A função social da Contabilidade Aplicada ao Setor Público deve refletir,


sistematicamente, o ciclo da administração pública para evidenciar
informações necessárias à tomada de decisões, à prestação de contas e à
instrumentalização do controle social.

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CAMPO DE APLICAÇÃO

O campo de aplicação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público abrange todas as entidades do setor
público.

As entidades abrangidas pelo campo de aplicação devem observar as normas e as técnicas próprias da
Contabilidade Aplicada ao Setor Público, considerando-se o seguinte escopo:

(a) integralmente, as entidades governamentais, os serviços sociais e os conselhos profissionais;

(b) parcialmente, as demais entidades do setor público, para garantir procedimentos suficientes de prestação
de contas e instrumentalização do controle social.

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LEI 4.320/64 X LC 101/00 X MCASP

O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, que se encontra na 8a.


edição, (MCASP) visa colaborar com o processo de elaboração e execução do
orçamento, além de contribuir para resgatar o objeto da contabilidade como
ciência, que é o patrimônio. Com isso, a contabilidade poderá atender a
demanda de informações requeridas por seus usuários, possibilitando a
análise de demonstrações contábeis adequadas aos padrões internacionais,
sob os enfoques orçamentário e patrimonial, com base em um Plano de
Contas Nacional.

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LEI 4.320/64 X LC 101/00 X MCASP

O Manual das Demonstrações Contábeis do Setor Público tem como objetivo


padronizar os conceitos, as regras e os procedimentos relativos às
demonstrações contábeis do setor público a serem observados pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, permitindo a evidenciação e a
consolidação das contas públicas em nível nacional, em consonância com os
procedimentos do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público - PCASP.

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LEI 4.320/64 X LC 101/00 X MCASP

Para cumprimento do objetivo de padronização dos procedimentos contábeis,


este manual observa os dispositivos legais que regulam o assunto, como a Lei
nº 4.320, de 17 de março de 1.964, a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio
de 2000, e também as disposições do Conselho Federal de Contabilidade
relativas aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem como as
Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCT 16).

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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Os princípios orçamentários constituem um conjunto de regras


jurídicas que deve ser observado na elaboração, aprovação,
execução e controle do orçamento, bem como da contabilidade
pública.

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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

PRINCÍPIO DA UNIDADE OU TOTALIDADE:


O orçamento deve ser unificado em uma só peça (lei orçamentária anual – LOA).
Logo haverá um único orçamento que consolida todos os poderes e órgão públicos
do ente governamental. Isso significa que cada ente da federação (União, Estado,
Distrito Federal e Municípios) deve elaborar o seu próprio orçamento.

PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE
O orçamento público deve conter todas as receitas e despesas previstas para o
exercício.

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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO BRUTO


As receitas e despesas devem constar no orçamento pelos seus valores globais,
sem quaisquer deduções.

PRINCÍPIO DA ANUALIDADE OU PERIODICIDADE


O orçamento público tem vigência para o período de um ano. No Brasil sua vigência
coincide com o ano civil que vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro.

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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

PRINCÍPIO DA NÃO AFETAÇÃO DA RECEITA DE IMPOSTOS


É vedada a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo
exceções estabelecidas pela própria Constituição Federal.

PRINCÍPIO DA DISCRIMINAÇÃO OU ESPECIALIZAÇÃO


Na lei orçamentária anual não podem ser consignadas dotações globais para
entender despesas genéricas.

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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE
O orçamento público deve contemplar apenas matérias que diz respeito à previsão
de receita e fixação de despesa.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Peças orçamentárias PPA, LDO e LOA, bem como os créditos adicionais são
criadas através de lei.

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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO
A lei orçamentária anual deve assegurar que o valor da despesa fixada não seja
superior ao valor da receita prevista.

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
As disposições contidas nas peças orçamentárias só têm validade após a sua
publicação oficial. Isso garante que as informações orçamentárias estarão
disponíveis a todos os interessados.

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RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS

Disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício


orçamentário e constituem elemento novo para o patrimônio público,
incorporando-se definitivamente a este. São fonte de recursos por meio do
qual se viabiliza a execução das políticas públicas.

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RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS

CORRENTES
Tributárias
Contribuições
Patrimonial
Agropecuária
Industrial
Serviços
Transferências correntes
Outras receitas correntes

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RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS

CAPITAL
Operações de créditos
Alienações de bens
Amortização de empréstimos
Transferência de capital
Outras receitas de capital

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RECEITAS QUANTO A PROCEDÊNCIA

- DERIVADA = Deriva do poder de império do Estado (ex. impostos)


- ORIGINÁRIA = Deriva de transações com terceiros (ex. aluguéis)

QUANTO A AFETAÇÃO PATRIMONIAL

-RECEITA EFETIVA = Deixa o ente público mais rico


- RECEITA NÃO EFETIVA = Não deixa o ente mais rico

QUANTO A CATEGORIA ECONÔMICA

-RECEITAS CORRENTES
-RECEITAS DE CAPITAL
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QUANTO A CLASSIFICAÇÃO

-RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS
-RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIA

RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS
São ingressos de recursos financeiros que não se incorporam definitivamente ao
patrimônio, pois não pertencem à entidade que o recebe.

EXEMPLOS: cauções e garantias em dinheiro; depósitos judiciais e retenções de folha de


pagamento.
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Estágios ou Fases da Receita Pública

A realização da receita pública se dá mediante uma sequência de atividades, cujo resultado


é o recebimento de recursos financeiros pelos cofres públicos. Os estágios são os
seguintes:

P LA R

Previsão
O estágio de previsão, conforme artigo 51 da Lei 4.320, de 1964, é a estimativa de quanto
se espera arrecadar durante determinado exercício financeiro.

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Estágios ou Fases da Receita Pública

A realização da receita pública se dá mediante uma sequência de atividades, cujo resultado


é o recebimento de recursos financeiros pelos cofres públicos. Os estágios são os
seguintes:

P LA R

Previsão
O estágio de previsão, conforme artigo 51 da Lei 4.320, de 1964, é a estimativa de quanto
se espera arrecadar durante determinado exercício financeiro.

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Estágios ou Fases da Receita Pública

Lançamento
De acordo com o artigo 53 da Lei 4.320, de 1964, consiste no procedimento
administrativo, “o lançamento da receita, o ato da repartição competente, que verifica a
procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta”.

Arrecadação
Conforme o artigo 56 da Lei 4.320, de 1964, incide no recolhimento pelo contribuinte ao
agente arrecadador a uma instituição financeira oficial.

Recolhimento
Consiste no repasse da instituição financeira oficial ao cofre do tesouro nacional, conforme
o artigo 56 da Lei 4.320, de 1964.
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DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS

Despesa pública é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos a fim de saldar
gastos fixados na lei do orçamento ou em lei especial, visando à realização e
ao funcionamento dos serviços públicos. A despesa faz parte do orçamento e corresponde
às autorizações para gastos com as várias atribuições governamentais.

Despesa pública também pode ser definida como o conjunto de gastos realizados pelos
entes públicos para custear os serviços públicos (despesas correntes) prestados à
sociedade ou para a realização de investimentos (despesas de capital).

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Quanto à Natureza

*DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS: correspondem ao desembolso de recursos que não possuem


correspondência com ingressos anteriores, fixados na lei orçamentária e que serão utilizados para
pagamento dos gastos públicos. Em outras palavras, são fixadas e especificadas na lei do
orçamento e/ou na lei de créditos adicionais. A classificação por categoria econômica em despesas
correntes e de capital, que será vista adiante, faz parte das despesas orçamentárias, isto é, daquelas
que fazem parte do orçamento.

*DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS: saída de recursos transitórios anteriormente obtidos


sob a forma de receitas-extraorçamentárias. Exemplo: restituição de depósitos, restituição de
cauções, pagamento de restos a pagar, resgate de operações de crédito por Antecipação da Receita
Orçamentária (ARO), entre outros. Estas despesas não precisam de autorização orçamentária para
se efetivarem, pois não pertencem ao órgão público, mas caracterizam-se por um serem uma
devolução de recursos financeiros pertencentes a terceiros. 25
Quanto à Categoria Econômica

Despesas Correntes

*Despesas de custeio: dotações destinadas à manutenção de serviços anteriormente criados,


inclusive para atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis (Art. 12, Lei
4.320). Exemplos: pagamento de serviços terceiros, pagamento de pessoal e encargos,
aquisição de material de consumo, entre outras.

*Transferências correntes: dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação


direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à
manifestação de outras entidades de direito público ou privado. Exemplos: transferências de
assistência e previdência social, pagamento de salário-família, juros da dívida pública.

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Despesas de capital

*Investimentos: dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas


à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para
os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material
permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter
comercial ou financeiro (Art. 12, § 4º, Lei 4.320)).

*Inversões financeiras: Conforme Art. 12, § 5º, Lei 4.320, são as dotações destinadas para:

I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;


II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie,
já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;
III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos
comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
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*Transferências de capital: dotações para investimentos ou inversões financeiras que
outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de
contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios
ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei
especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.

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Quanto á Afetação Patrimonial

*Despesa efetiva: reduzem a situação líquida patrimonial (SLP) do Estado, provocando um fato
contábil modificativo diminutivo. Exemplos: pessoal e encargos; juros e encargos da dívida
interna e externa; outras despesas correntes, salvo aquelas de material de consumo para estoque.

*Despesa não efetiva (ou por mudança patrimonial): não provocam alteração na Situação Líquida
Patrimonial (SLP) do Estado. Exemplo: investimentos, inversões financeiras, amortização da
dívida interna e externa, outras despesas de capital, salvo aquelas destinadas a auxílios e
contribuições de capital bem como os investimentos em bens de uso comum do povo; despesa
corrente para formação de estoque de material de consumo.

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ETAPAS DAS DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS

Fixação
Empenho
Liquidação
Pagamento

FELP

FIXAÇÃO
Compreende a adoção de medidas em direção a uma situação idealizada, tendo em vista
os recursos disponíveis e observando as diretrizes e prioridades traçadas pelo governo. A
criação ou expansão da despesa requer adequação orçamentária e compatibilidade com a
LDO e o PPA.
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EMPENHO
Empenho, segundo o artigo 58 da Lei 4.320, de 1964, é o ato emanado de autoridade competente que cria
para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

LIQUIDAÇÃO
Conforme dispõe o artigo 63 da Lei 4.320, de 1964, a liquidação consiste na verificação do direito adquirido
do credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito e tem por objetivo
apurar:

- A origem e o objeto do que se deve pagar;


- A importância exata a pagar;
- A quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

PAGAMENTO
O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por meio de cheque nominativo, ordens de
pagamento ou crédito em conta e só pode ser efetuado após a regular liquidação da despesa.

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RESTOS A PAGAR

" Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de
dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas.”
Deste modo, a despesa orçamentária empenhada que não for paga até o dia 31 de
dezembro, final do exercício financeiro, será considerada como Restos a Pagar, para fins
de encerramento do correspondente exercício financeiro. Uma vez empenhada, a despesa
pertence ao exercício financeiro em que o empenho ocorreu, onerando a dotação
orçamentária daquele exercício.

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