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INTRODUCAO

O presente trabalho da disciplina de finanças publicas busca apresentar na intrega os conceitos gerais da
conta geral do estado e formas de financiamento de défice orçamental e défice de tesouraria. Este
trabalho visa abordar sobre diversos assuntos relaccionados com a conta geral e formas de
financiamento ao défice orçamental e de tesouraria, dos quais de forma clara e objectiva, na forma mais
clara e simples da sua compreensão sera apresentado, os conceitos dos mesmos, seus princípios e
regras e vários outros aspectos com o objectivo de fazer conhecer e compreender os temas de conta
geral do estado e formas de financiamento ao défice de tesouraria e défice orçamental, temas esses de
grande importância e interesse ao estado e a sociedade em geral.
OBJECTIVO GERAL

 Apresentar na intrega nocoes sobre a conta geral e formas de financiamento ao défice


orçamental e de tesouraria.

OBJECTIVOS ESPECIFICOS

 Apresentar o conceito da conta geral do estado, seus princípios e regras;


 Definir défice orçamental e défice de tesouraria;
 Indicar as formas de financiamento ao défice orçamental e de tesouraria.

CONTA GERAL DO ESTADO


A conta geral do estado (CGE) e o principal documento de prestação de contas do estado. Este
documento encerra o ciclo orçamental anual e e apresentada a assembleia da republica ate 15 de maio
do ano seguinte aquele a que respeita.

AMBITO

Quanto ao âmbito, a conta geral do estado abrange as contas de todos os organismos do estado que
não tenham natureza, forma e designação de instituição autonoma, empresa publica e autarquia, que se
regem por legislação própria.

PRINCIPIOS DA CONTA GERAL DO ESTADO

Princípios supletivos

Porque nos termos da lei a conta geral do estado deve reflectir a observância do grau do cumprimento
dos princípios de regularidade financeira, legalidade, economicidade, eficiência e eficácia financeiras,
entende-se que deve ter uma estrutura idêntica a orçamento do estado e que deve para alem de
princípios próprios, observar os princípios orçamentais e os seguintes da contabilidade publica:

 Consistência
 Materialidade
 Comparabilidade
 Oportunidade
 Digráfico

Principios e regras especificas

A conta geral do estado deve, para alem dos princípios supletivos, ser elaborada com estrito respeito
aos princípios que lhe são específicos ou próprios, nomeadamente:

 Clareza
 Exactidao ; e
 Simplicidade.

PRAZOS

Os prazos referentes a aprovação da conta geral são as seguintes:

 A conta devera ser apresentada a assembleia da republica e ao tribunal administrativo ate 31 de


maio do ano seguinte ao que diz respeito.
 O relatório e parecer do tribunal administrativo sobre a conta geral do estado , por sua vez,
deverão ser enviados a assembleia da republica ate 30 de dezembro do ano seguinte aquele a
que a conta geral do estado respeite.
 Por ultimo, a apreciação e a aprovação da conta geral do estado pela assembleia da republica
devera ser feita, apos a recepcao do parecer do tribunal administrativo, na sessão seguinte a
entrega do relatório e parecer pelo tribunal administrativo.

CONTEUDO E ESTRUTURA
A conta geral do estado deve constituir uma informação completa relativa a:

 Receitas cobradas e despesas pagas pelo estado;


 Financiamento ao défice orçamental
 Fundos de terceiros
 Balanco de movimento de fundos entrados e saídos de caixa de estado;
 Activos e passivos financeiros e patrimoniais do estado; e
 Adiantamento e suas regularizações.

Para o efeito, a conta geral do estado sera estruturada de modo a conter os seguintes documentos de
natureza básica:

 Relatório do governo sobre a gestão do exercício;


 Financiamento global do orçamento;
 Balanco;
 Mapas de execução orçamental;
 Demonstração de resultados;
 Anexos as demonstraccoes financeiras;
 Mapa de activos e passivos financeiras;
 Mapa consolidado do património do estado; e
 Resumo de receitas, despesas e saldos discriminativos das instituições autónomas.

FORMAS DE FINANCIAMENTO DOS DEFICES DE TESOURARIA E ORCAMENTAL

Financiamento

São recursos financeiros utilizados para a execução de um determinado investimento.

ORCAMENTO

O orçamento do estado e o documento no qual estão previstas as receitas a arrecadar e estão fixadas as
despesas a realizar num determinado exercício económico e tem por objecto a prossecução da politica
financeira do estado.

PRINCIPIOS

Na sua preparação e execução, o orçamento do estado observa, de entre outros, os seguintes princípios
e regras:

 Anualidade: nos termos dos quais o orçamento tem um período de validade e de execução
anual, sem prejuízo da existência de programas que impliquem encargos plurianuais.
 Unidade: na base do qual o orçamento e apenas um.
 Universalidade: pelo qual todas as receitas e todas as despesas que determinem alterações ao
património do estado, devem nele ser obrigatoriamente inscritas.
 Especificação: segundo o qual cada receita e cada despesa deve ser suficientemente
individualizada.
 Não compensação: através do qual as receitas e as despesas devem ser inscritas de forma
ilíquida.
 Não consignação: por forca do qual o produto de quaisquer receitas receitas não pode ser
afectado a cobertura de determinadas despesas especificas, ressalvadas as excepcoes previstas.
 Equilíbrio: com fundamento no qual todas as despesas previstas no orçamento devem ser
efectivamente cobertas por receitas nele inscritas.
 Publiciadade: em conformidade com o qual a lei orçamental, as tabelas de receitas e as tabelas
de despesas e bem assim as demais informações económicas e financeiras julgadas pertinentes
devem ser publicadas em boletim da republica.

Exceptuam-se do principio da não consignação os casos em que:

 Por virtude de autonomia administrativa e financeira, as receitas tenham de ser afectadas a


determinado fim especifico ou a determinada instituicacao ou instituições;
 Os recursos financeiros sejam provenientes de operações especificas de credito publico;
 Os recursos provenientes decorram de donativos, heranças, ou legados a favor do estado com
destino especifico;
 Os recursos tenham, por lei especial, destino especifico.

Constitui excepcao ao principio da especificação a inscrição no orçamento do estado de uma dotação


provisional, sob gestão do ministro que superintende a área das finanças, por forma a permitir a sua
afectacao, em momento oportuno e atempado, a realização de despesas não previsíveis e inadiáveis.

COMPOSICAO DO ORCAMENTO

O orçamento do estado pode ser dividido em três componentes:

Receitas: este componente diz respeito a todos os recursos financeiros cujo beneficiário e o estado, e
tem em vista o financiamento de despesa publica. No sentido restrito são consideradas receitas do
estado obtidas através do pagamento de impostos ou de obrigações ao estado pela provisão de
determinados bens e serviços, vendas patrimoniais, portanto todos os recursos resultantes da própria
actividade do estado. No sentido mais amplo, as receitas publicas incluem para alem deste itens os
recursos provenientes de donativos e empréstimos.

Despesa: esta e a componente dos gastos do governo e também se designam por “despesa publica’ ou
“gastos publicos’. Governos podem gastar seus recursos, por exemplo, no procurement (aquisições) de
bens e provisão de serviços, para pagar o serviço de dividas, fazer investimento, e outras despesas com
vista a satisfazer as necessidades publicas.

Saldo orçamental: este poderá ser um superavit ou um deficit. O superavit orçamental ocorre quando
as receitas do estado são maiores que as despesas. Um deficit no orçamento ocorre quando as despesas
do governo são maiores que as receitas, e neste caso deverão ser encontradas alternativas de
financiamento as despesas não cobertas.

DEFICE ORCAMENTAL
Muitos governos, especialmente dos países em vias de desenvolvimento como Moçambique,
apresentam défices orçamentais. Como vimos antes isso significa que o governo planeia gastar mais do
que espera arrecadar das receitas fiscais.

Quando as despesas planeadas excedem as receitas a recolher, o governo deve procurar fontes
adicionais de receitas para financiar as suas despesas. Isso envolve pedir emprestado dinheiro e, desse
modo, aumentar a divida publica. A divida publica e, portanto, consequência do credito concedido ao
governo que e reportado no orçamento anual como défice orçamental. Constitui o total do saldo
passivo financeiro do sector publico, com o ónus sobre o governo a reembolsar o montante emprestado,
incluindo juros.

Quando existe um défice orçamental, o governo pode arrecadar fundos para financia-lo através de:

 Emissão de novas notas: esta opção vai aumentar a moeda em circulação.

Numa economia robusta e feita de maneira prudente, esta opção pode ser sustentável. No entanto, em
países em vias de desenvolvimento enfrentando turbulências económicas, esta opção pode resultar em
inflação em espiral.

 Empréstimos externos: esta opção adiciona ao existente ónus da divida externa do governo.
Embora esta opção permita libertar fundos para financiamento de curto prazo, o pagamento da
divida pode levar uma boa proporção dos orçamentos futuros se os fundos recebidos não forem
usados para investimentos produtivos. Isto pode conduzir ao caso de armadilha de divida com
impacto perpetuo sobre o défice orçamental.
 Empréstimos domésticos: esta opção também aumenta o ónus da divida do governo e deixa
poucos recursos para as despesas sociais. Nesta opção, o governo compete com o sector
privado pelo acesso a finanças, deste modo reduzindo o montante de finanças disponível para o
sector privado. Isto chama-se “crowding out” do investimento privado. O governo tem a
vantagem pois pode oferecer uma taxa de juro alta ou outras formas de pagamento, assim
como garantias de pagamento.

Se o défice não poder ser financiado ou se as opções acima não forem sustentáveis para o governo,
assim o governo deveria considerar as outras alternativas possíveis abaixo:

 Reduzir as despesas: por exemplo, pode optar por reduzir os fundos alocados a algumas
rubricas, referentes a salários ou cancelar investimento planeado ou reduzir os salários do
sector publico.
 Intensificar esforços para cobrar mais impostos: por exemplo através da introdução de novos
impostos, aumentar as taxas de impostos, melhorar a capacidade da administração fiscal.

IMPORTANCIA DE ORCAMENTAR

O foco do banco mundial e fundo monetário internacional (FMI) e usar o orçamento como instrumento
de disciplina e eficiência na politica e sistema orçamental. O banco e FMI referem-se sempres a
disciplina fiscal e eficiência alocativa e eficiência operacional.

O orçamento pretende atingir os seguintes resultados económicos e sociais:


 Estimulo: um bom orçamento deve ser capaz de estimular o crescimento económico, a criação
de emprego e investimento;
 Desenvolvimentista: o orçamento deve ser direcionado para sectores estratégicos, grupos de
população e assuntos que permitam maximizar o papel desenvolvimentista do retorno das
despesas realizadas.
 Equidade: o orçamento opera no sentido de reduzir as qualidades (por exemplo desigualdade
de género) através de acções que procuram alocar o orçamento para favorecer os excluídos ou
desfavorecidos.
 Estabilidade: o orçamento tem a função de estabilizar a economia como um todo. Isso pode
significar o ajustamento das receitas e despesas para influenciar mudanças no comportamento
dos agentes económicos e sociais. Inclui também que as despesas e receitas devem ser mais
racionais e previsíveis.

TESOURARIA

Conceito de tesouraria

O tesouro publico, subsistema que integra o SISTAFE, e um conjunto de órgãos e instituições do estado
que intervem nas normas e processos de progamacao, captação de recursos e gestão de meios de
pagamento. Esta e uma acepcao essencialmente orgânica que se extrai do artigo 51 da lei do SISTAFE.

Numa acepcao objectiva, e também com o recurso a mesma lei, artigo 53, o tesouro publico pode ser
definido como uma instituição financeira instrumental que tem por objecto a elaboração da
programação financeira, os desembolsos e os pagamentos relativos a execução orçamental e financeira.

Funções do tesouro

O tesouro publico, por intermedio das entidades que constituem o subsistema, nomeadamente a rede
de cobranças do estado (RCE), tem as seguintes funções:

 Proceder a gestão e movimentação dos fundos públicos;


 Assegurar a cobrança dos fundos públicos e o pagamento das despesas publicas;
 Assegurar a antecipação das receitas devidamente previstas;
 Processar os descontos retidos por conta de terceiros; e
 Aplicar as eventuais disponibilidades de tesouraria.

Podemos então, dizer que ao tesouro, na sua actividade cabe realizar operações orçamentais que se
destinguem de operações de tesouro, por darem origem a inscrição definitiva na conta geral do estado e
estão previstas no orçamento.

As operações de tesouraria, diversamente, são realizadas a margem do orçamento do estado embora


possam ser geradoras de fundos que revertem na afectacao normal da execução do orçamento.

As operações de tesouraria que devem ser documentadas, podem ser passivas e activas, são passivas as
que correspondem a entrada de fundos da tesouraria do estado ou a operações escriturais; as
operações activas correspondem a saída de fundos ou a operações escriturais de natureza idêntica.

Princípios e regras especificas


o tesouro funciona em observância de seguintes princípios e regras

 Anualidade: este principio deve ter a compreensão de idêntico principio orçamental e decorre
da previsão legal no sentido de as operações de tesouraria deverem ser feitas e regularidades
no ano económico em que tem lugar e por conta das dotações orçamentais.
 Unidade: este principio de unidade de tesouraria significa que todos os recursos públicos de
origem fiscal, extra-fiscal, ou creditícia, devem ser canalizados ao tesouro, com vista a uma
maior capacidade de gestão, dentro dos princípios de eficácia, eficiência e economicidade.
 Equilíbrio: o principio do equilíbrio de tesouraria preconiza que as entradas devem ser iguais ou
superiores as saídas de recursos.
 Uniformidade: com este principio pretende-se que a cobrança de receitas seja uniforme em
toda a rede de cobranças do estado, em termos de objectivos, registros, fluxo de informação a
disponibilizar, deposito em contas bancarias e controlo.
 Descentralização: o principio da descentralização assegura que o tesouro, apesar de dever ser
um so (principio da unidade), pode funcionar descentralizadamente, através das caixas
subsidiarias do tesouro, cujos responsáveis se constituem em exactores da fazenda, com
dependência hierárquica e funcional dos serviços ou unidades orgânicas do estado onde estão
integradas a relação funcional directa com o órgão coordenador do STP.
 Indispensabilidade de informação: por este principio os serviços ou unidades orgânicas do
estado devem desenvolver um circuito de informaco oportuno e fiável sobre os pagamentos,
assente na estrutura tecnológica desenvolvida para as formas de pagamento do tesouro e
informação pertinente da conta única do tesouro

FORMAS DE FINANCIAMENTO AO DEFICE DE TESOURARIA

As fontes de Financiamentos a curto prazo

Segundo Nabais & Nabais (2005), as fontes de financiamento a curto prazo decorrem da existência
de défices de tesouraria que se necessita cobrir revorrendo a capitais alheios, as selecção de fontes
de financiamento a escolher depende dos gastos a suportar e da exigibilidade das garantias .

Este pode ser através de:

 Credito bancário de curto prazo- e uma operação bancaria através da qual uma instituição
bancaria coloca a disposição de um cliente, determinado montante através de um empréstimo
ou de uma operação de desconto de títulos, e este se compromete a reembolsar a instituição na
data fixada antecipadamente acrescido de juros
 Credito de fornecedores: fonte de financiamento com benefícios para a gestão de tesouraria de
curto prazo, contudo e fundamental relacionar o PMR e o PMP, de modo a estabelecer uma
situação de tesouraria sem dificuldades imediatas.
 Factoring: o factoring e a tomada por um intermediário financeiro, os créditos a curto prazo que
os fornecedores de bens ou serviços constituem sobre os seus clientes. O factoring permite
transformar as vendas a prazo em vedas a pronto pagamento, podendo ser um factor positivo
para a tesouraria. E uma forma de financiamento a curto prazo, mas com gastos que devem ser
ponderados. As principais vantagens são: a cobrança e gestão dos créditos concedidos,
reduzindo os gastos administrativos do aderente e possibilidade de mobilização antecipada de
fundos.
 Créditos documentários: dizem respeito a créditos bancários, geralmente em divisas que
possibilitam o recebimento antecipado de uma exportação. E um instrumento de credito, em
que uma instituição de credito, através de uma ordem de uma empresa, se responsabiliza por
colocar um determinado montante a disposição de um vendedor (beneficiário), normalmente
por intermediário de uma instituição bancaria.
 Papel comercial: são títulos de dividas emitidas por empresas a instituições governamentais a
curtos prazos. O papel comercial constitui uma forma das empresas de terem acesso mais
directo aos fundos dos investidores e com isso, de pouparem nos custos de intermediação
bancaria.
 Sociedades para aquisição de créditos: são intermediários financeiros que exercem actividade
parabancária de financiamento de aquisição de credito ao consumo de bens e serviços. Tem por
objectivo o financiamento a aquisição de credito de bens e serviços, nomeadamente, sobre as
formas de concessão de credito ao fornecedor, desconto de títulos e a prestação de garantias.

Formas de financiamentos a medio e longo prazo

Paralelamente, existem diversas formas de financiamento a medio e longo prazo. Nomeadamente:

Capitais proprios

 Autofinanciamento: meios financeiros obtidos e retidos na empresa que deverão permitir o


reembolso de dividas de medio e longo prazo, assegurar a manuntencao da actividade produtiva
da empresa ( amortizacoes, provisões e reservas de investimento) e garantir o seu crescimento
(resultados líquidos retidos para pagamento de dividas).
 Cessões de activos: forma de financiamento segundo a qual a empresa procede a alienação de
activos considerados não indispensáveis ao regular funcionamento da sua actividade.
 Reforço dos capitais próprios: através de operações diversas de reforços da estrutura do capital
próprio, as empresas poderão aumentar os meios financeiros a sua disposição. Nesta forma de
financiamento incluem-se os aumentos de capital, as prestações suplementares de capital, a
criação de reservas de reavaliação, a diminuição da distribuição de resultados ou a emissão de
títulos de participação.

Capitais alheios

 Capital de risco: participação( normalmente, temporária e minoritária) no capital próprio da


empresa com pptencial de expansão e viabilidade, permitindo a partilha de risco de negocio.
 Capitais alheios estáveis: emprrestimos de sócios ou (suprimentos), empréstimos bancários,
empréstimos obrigacionistas (como por exemplo, operações de junk bonds- emissões de
obrigações de alheios de que a empresa se poderá recorrer.
 Leasing: financiamento, por parte de intermediários financeiros, da aquisição de bens e
respectiva cedencia em locação, mantendo, no entanto, estes intermediários a propriedades do
bem em questão como garantia.

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