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Existem apenas dois tipos de programas:

 Programas Temáticos: aquele que expressa e orienta a ação


governamental para a entrega de bens e serviços à sociedade;
 Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: aquele que
expressa e orienta as ações destinadas ao apoio, à gestão e
à manutenção da atuação governamental.

Por exemplo, quando o IPHAN objetiva a realização de ações visando à proteção


e valorização do patrimônio cultural tem como objetivo entregar benefícios à
sociedade como um todo. Não é uma atividade-meio, como aquelas
desenvolvidas pelos Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado.
Logo, trata-se de um Programa Temático.

OBS: Cuidado com os Programas Finalísticos e os de Apoio às Políticas Públicas


e Áreas Especiais. São nomenclaturas antigas, não mais adotadas pelo MTO.

O Plano Plurianual (PPA) compõe-se basicamente de dois grandes módulos:

1. Base estratégica, que deve conter:


 A análise da situação econômica e social do ente público: avaliação das
potencialidades, oportunidades, vantagens, tendências e obstáculos,
como embasamento para a definição do cenário almejado;
 As diretrizes, objetivos e prioridades do PPA: orientação estratégica
acerca da seleção dos problemas sobre os quais o Governo tem
capacidade de atuação;
 Previsão dos recursos disponíveis: compatibilização das metas com os
recursos efetivamente disponíveis, sendo necessário, para tanto, o
conhecimento acurado do custo das realizações a que se propõe;
 Estabelecimento das diretrizes, objetivos e prioridades dos
órgãos setoriais (análise setorial prospectiva das ações de governo):

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ajuste dos objetivos e metas governamentais aos recursos, capacidade de
execução, visão de futuro e desafios de cada área de atuação.
2. Programas:
 Definição dos problemas que se tem por objetivo solucionar;
 Conjunto de ações que deverão ser empreendidas para atingir os
objetivos estabelecidos.

Lei de Diretrizes Orçamentárias


É um instrumento de planejamento operacional que, devido ao seu prazo de
duração (inferior a dois anos) e por servir de ligação entre a LOA e o PPA, é
considerada um plano de curto prazo.

Anexo de metas fiscais


O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será integrado pelo Anexo de Metas
Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e
constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e
montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois
seguintes. Esse anexo deverá conter:
 Avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;
 Demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia
de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com
as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência
delas com as premissas e os objetivos da política econômica;
 Evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios,
destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação
de ativos;
 Avaliação da situação financeira e atuarial dos regimes geral de
previdência social e próprio dos servidores públicos, do Fundo de Amparo
ao Trabalhador (Fundo de Amparo ao Trabalhador), dos demais fundos
públicos e programas estatais de natureza atuarial;

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 Demonstrativo da estimativa e compensação dos incentivos fiscais de que
resulte renúncia de receita e da margem de expansão das despesas
obrigatórias de caráter continuado.

Caso seja verificado, ao final de um bimestre, que a realização (ganhos) da


receita podem não ser suficientes para cumprir as metas de resultado primário
ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério
Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, em trinta
dias, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios
fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. A LRF determina nesse sentido:

A LDO vai cumprir com o disposto na na CF/88, além de tratar de:


1. Equilíbrio entre receitas e despesas;
2. Critério formas de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses
previstas na própria LRF;
3. Normas para controle de gastos (custos) e avaliação dos resultados dos
programas financiados com recursos públicos (dos orçamentos);
4. Demais condições e exigências para transferência de recursos a entidades
públicas e privadas.

O calendário das matérias orçamentárias nos traz problemas em virtude da não


edição da lei complementar sobre o assunto. Temos que no 1° ano do mandato
do Executivo a LDO deve ser aprovada até o final da 1ª parte da sessão
legislativa (17 de julho). Já o PPA será elaborado para iniciar sua vigência no
exercício seguinte, devendo ser enviado para aprovação até 31 de agosto.
Assim, no primeiro ano de mandato, não há integração PPA - LDO. A LDO
elaborada no primeiro ano de mandato não é baseada em PPA previamente
aprovado.

Lei Orçamentária Anual

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A LOA conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a
política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos
os princípios de unidade, universalidade e anualidade. A Lei do Orçamento não
pode ter ativos, passivos, obrigações, nada disso. Somente previsão de receitas
e fixação das despesas.

Dentro da LOA, constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços


subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações
próprias. Em casos excepcionais, serão consignadas dotações a unidades
administrativas subordinadas ao mesmo órgão.
As receitas de operações de crédito por antecipação da receita orçamentária -
ARO são receitas extra orçamentárias e, portanto, não constam na LOA. O que
pode estar na LOA é a autorização para a contratação de operações de crédito,
inclusive a autorização para contratação de ARO.

O Projeto de Lei Orçamentária será acompanhado de demonstrativo


regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções,
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e
creditícia.

É vedada previsão na LOA de ajuda financeira (repasses), a empresa de fins


lucrativos, salvo quando tal concessão tenha sido expressamente autorizada em
lei especial.

Alguns dispositivos legais podem afetar o comportamento da receita ou da


despesa pública prevista no projeto de lei orçamentária anual (LOA). Com vistas
a dar ao Poder Legislativo uma visão desse efeito, a CF determina que, junto ao
projeto de LOA, seja encaminhado ao Poder Legislativo um demonstrativo dos
efeitos (sobre despesas e receitas) das isenções, anistias, remissões, subsídios
e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

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Modificações na LOA
A LOA poderá autorizar modificações que ultrapassem 10% da dotação inicial,
por meio da autorização de abertura de créditos suplementares às dotações já
existentes. A LOA também poderá sofrer autorização para novas despesas, não
planejadas inicialmente, por meio abertura de créditos especiais, por meio de
lei específica, ou extraordinários, em caso de despesas imprevisíveis e
urgentes, por meio de Medida Provisória, no caso da União, ou Decreto do
Poder Executivo.

Emendas
As emendas à PLOA ou aos projetos que a modifiquem somente podem ser
aprovadas caso:
1. Sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias;
2. Indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de
anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:

 Dotações para pessoal e seus encargos;


 Serviço da dívida;
 Transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e o
Distrito Federal; ou
3. Sejam relacionadas:
 com a correção de erros ou omissões; ou
 com os dispositivos do texto do projeto de lei.

Orçamento autorizativo e limitação de empenho segundo a LRF


Após a sanção e publicação da lei orçamentária, o Poder executivo tem um
prazo máximo de trinta dias para estabelecer a programação financeira e o
cronograma de execução mensal de desembolso, nos termos em que dispuser a
lei de diretrizes orçamentárias. Porém, se verificado que:

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 A arrecadação foi maior a maior: as despesas podem aumentar via
créditos adicionais (excesso de arrecadação)
 A arrecadação foi menor: cada um dos Poderes (e não apenas o
executivo isoladamente) e o MP promovem a limitação de empenho.

Estrutura do Projeto da LOA


I. Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da situação
econômico-financeira, documentada com demonstração da dívida fundada
e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros
compromissos financeiros exigíveis; exposição e justificação da política
econômico-financeira do Governo; justificação da receita e despesa,
particularmente no tocante ao orçamento de capital;
II. Projeto de Lei de Orçamento;
III. Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receita e
despesa, constarão, em colunas distintas e para fins de comparação:
 A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em
que se elaborou a proposta;
 A receita prevista para o exercício em que se elabora a proposta;
 A receita prevista para o exercício a que se refere a proposta;
 A despesa realizada no exercício imediatamente anterior;
 A despesa fixada para o exercício em que se elabora a proposta; e
 A despesa prevista para o exercício a que se refere a proposta.
IV. Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por
dotações globais, em termos de metas visadas, decompostas em
estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar,
acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e
administrativa.

Estrutura da LOA
1. Instrumentos responsáveis por reduzir desigualdades inter-regionais,
segundo critério populacional

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 Orçamento fiscal: Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, incluindo ESTATAIS DEPENDENTES;
 Orçamento de investimento: empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto
(ESTATAIS INDEPENDENTES).

2. Orçamento da seguridade: abrange todas as entidades e órgãos a ela


vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Classificação do orçamento por estrutura programática

Para saber em qual orçamento uma despesa se encontra devemos fazer as


seguintes perguntas abaixo. Caso a resposta seja sim, a despesa se enquadra
naquele orçamento, senão, faça a próxima pergunta:
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a. Pertence às despesas de investimento de empresas estatais
independentes?
b. Pertence às despesas com seguridade social (saúde, assistência social
e/ou previdência)?
c. A resposta vai ser o orçamento fiscal, pois esse é orçamento que vai
abarcar as despesas não incluídas nos outros tipos de orçamento.

No corpo da (integrando) LOA:


 Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do
Governo;
 Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias
Econômicas;
 Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;
 Quadro das dotações por órgãos do Governo e da Administração.

Acompanham (anexos) a LOA os quadros demonstrativos:


 Da receita e planos de aplicação dos fundos especiais;
 Da despesa;
 Do programa anual de trabalho do Governo, em termos de realização de
obras e de prestação de serviços.

É vedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,


ressalvadas:
 A repartição do produto da arrecadação dos impostos (IPI e Imposto de
Renda);
 Destinação de recursos para saúde, educação e administração tributária;

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 Prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita
(vinculação das receitas próprias geradas pelos impostos para a prestação
de garantia, contragarantia ou débitos a outros entes).

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