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OBJETIVOS:
>O que a LRF busca, na verdade, é reforçar o papel da atividade de planejamento e, mais especificamente, a vinculação
entre as atividades de planejamento e de execução do gasto público.
>Responsabilidade: O principal objetivo da Lei de Responsabilidade Fiscal, de acordo com o caput do art. 1º, consiste
em estabelecer “normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal”. O parágrafo primeiro
desse mesmo artigo procura definir o que se entende como:
“responsabilidade na gestão fiscal”, estabelecendo os seguintes postulados:
- Ação planejada e transparente. O planejamento envolve - planos previamente traçados e, no caso do serviço público,
sujeitos à apreciação e aprovação da instância legislativa, garantindo-lhes a necessária legitimidade, característica do
regime democrático de governo; os instrumentos usados para realizar o planejamento são: o Plano Plurianual - PPA, a
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Lei Orçamentária Anual – LOA. Em relação à transparência, ela será
alcançada através do conhecimento e da participação da sociedade, assim como na ampla publicidade que deve cercar
todos os atos e fatos ligados à arrecadação de receitas e à realização de despesas pelo poder público; para esse fim
diversos mecanismos estão sendo instituídos pela LRF, dentre eles: (1) a participação popular na discussão e
elaboração dos planos e orçamentos já referidos (artigo 48, parágrafo único), (2) a disponibilidade das contas dos
administradores, durante todo o exercício, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade, (3) a
emissão de relatórios periódicos de gestão fiscal e de execução orçamentária, igualmente de acesso público e ampla
divulgação.
- Prevenção de riscos e correção de desvios que afetem o equilíbrio das contas públicas. Para que haja prevenção, a
LRF preconiza a adoção de mecanismos para neutralizar o impacto de situações contingentes, tais como ações judiciais
e outros eventos não corriqueiros. Tais eventualidades serão atendidas com os recursos da reserva de contingência, a
ser prevista na LDO e incluída nos orçamentos anuais de cada um dos entes federados. Já as correções de desvios
requerem a adoção de providências com vistas à eliminação dos fatores que lhes tenham dado causa. Em termos
práticos, se a despesa de pessoal em determinado período exceder os limites previstos na lei, medidas serão tomadas
para que esse item de gasto volte a situar-se nos respectivos parâmetros, através da extinção de gratificações e cargos
comissionados, além da demissão de servidores públicos, nos termos já previstos na Constituição Federal.
- Garantia de equilíbrio nas contas, via cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas, com limites e
condições para a renúncia de receita e a geração de despesas com pessoal, seguridade, dívida, operações de crédito,
concessão de garantia e inscrição em restos a pagar. O equilíbrio a ser buscado é o equilíbrio auto-sustentável, ou seja,
aquele que prescinde de operações de crédito e, portanto, sem aumento da dívida pública. Nenhum ente público poderá
endividar-se (contratar operações de crédito) a partir da Lei de Responsabilidade Fiscal ? A
resposta é: certamente que pode. Entretanto, sabemos que a dívida pública é o principal problema de ordem
macroeconômica enfrentado pelo País nos últimos tempos, em todos os níveis de governo. O controle da dívida pública
é o principal motivo que podemos invocar para a elaboração de uma lei como a LRF.
- Operações de crédito correspondem a compromissos assumidos com credores situados no País ou no exterior, em
razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de
valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas,
inclusive com o uso de derivativos financeiros. Quanto à dívida consolidada líquida, corresponde à dívida pública
consolidada deduzidas as disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os demais haveres financeiros,
considerando-se ainda as obrigações a pagar que deverão ser deduzidas das disponibilidades financeiras.
- A Regra de Ouro: pretende coibir o financiamento, via operação de crédito, de despesas correntes. É matéria
orçamentária, ou seja, o limite das operações de crédito é o montante das despesas de capital previsto na lei
orçamentária anual. Ressalte-se que a partir da LRF, passou a ser também matéria financeira. O Supremo Tribunal
Federal – STF a partir do dia 9 de maio de 2002 tornou sem efeito alguns dispositivos da LRF, como por exemplo o § 2º
do artigo 12. Diz a citada norma: “O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior
ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária”. Percebe-se que no texto da LRF não havia, de
fato, a ressalva constitucional Certamente que, desde a publicação da LRF, tudo o que se refere à “regra de ouro” tem
por referência a Constituição Federal. De uma maneira geral, no que colidir com a Constituição, não apenas a LRF, mas
qualquer outro normativo legal, prevalecerá sempre a vontade da Lei Maior. A decisão do STF, portanto, em nosso
entendimento, não traz prejuízos à Responsabilidade Fiscal dos entes públicos.
ANTECIPAÇÕES DE RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS – ARO’S
De uso bastante difundido, esse tipo de operação está agora mais restrito, devendo restringir-se unicamente ao
atendimento de insuficiência de caixa durante o exercício e, ainda, atender a todas as normas relativas às operações de
crédito constantes do art. 32. As operações de aro’s somente poderão ser realizadas a partir do décimo dia do início do
exercício, devendo ser saldadas, com os respectivos juros e encargos, até 10 de dezembro 66 de cada ano. Quanto aos
encargos, estão limitados à taxa de juros da operação, que deverá ser prefixada ou indexada à taxa básica financeira
estipulada pelo governo (art. 38). Além disso, não poderão ser realizadas no último ano do mandato do Chefe do Poder
Executivo, nem tampouco se operações anteriores da mesma natureza não estiverem totalmente saldadas. Todas as
operações de aro’s serão feitas através de abertura de crédito na instituição financeira que for vencedora de processo
licitatório promovido pelo Banco Central, que fará também o seu acompanhamento e controle, aplicando as sanções
cabíveis em caso de inobservância de limites, pela instituição credora. As aro’s não estão incluídas no saldo devedor que
comporá o limite de endividamento dos entes públicos. Trata-se de dívida flutuante, de curto prazo, devendo ser paga
dentro do exercício em que for contratada.
RENÚNCIA FISCAL
Neste contexto, a renúncia refere-se à desistência do ente público de seu direito de cobrar um crédito tributário total
ou parcialmente.
- Anistia: ocorre o cancelamento da multa, via de regra, sob a condição do pagamento do tributo. Significa que o
crédito não se extingue, e sim a multa gerada pelo não cumprimento da norma de tributação. Assim, o que
desaparece (é anistiado) é o direito de punir. Porém, é facultada às infrações cometidas antes da vigência da lei que
concede a Anistia.
- Isenção é concedida a: apenas uma parcela da população; uma categoria econômica e não a todas; alguns
profissionais e não a todos; algumas pessoas (devido suas características ou aos fatos praticados) e não a todas. Por
essa razão, é considerada de caráter não geral, já que não é concedida indistintamente para todos.
- Remissão: o perdão do crédito tributário total ou parcialmente, ou seja, a extinção do dever do contribuinte de pagar
o tributo. Para ser concedida, a remissão depende de ato fundamentado e de legislação específica.
De qualquer maneira, a remissão pode abranger: todo o crédito ou parte dele; o crédito referente ao tributo ou o
crédito referente à penalidade; somente os juros ou inclusive esses; somente a correção monetária ou inclusive essa.
Da mesma maneira que a anistia, a remissão não é um direito adquirido. Por essa razão, pode ser revista ou cassada
se comprovado o não atendimento à legislação ou o uso de subterfúgios para poder usufruir do benefício.
- Alteração de alíquotas ou de base de cálculo : A base de cálculo e a alíquota possuem relação direta com o valor do
tributo devido. A primeira é a medida econômica e a segunda, normalmente instituída através de percentual, atua
sobre a base de cálculo. Dessa maneira, suas minorações influenciam o valor do tributo.
- Subsídios: trata-se da transferência de recursos do governo para particulares, no intento de corrigir distorções do
mercado, facilitar a concorrência ou incentivar a produção e consumo de determinados bens. Em resumo, a função do
subsídio é propiciar a intervenção do Estado na economia para influenciar na formação dos preços dos produtos e
incentivar a manufatura. A concessão de subsídios não provoca queda na arrecadação dos tributos, mas pode
prejudicar o equilíbrio das contas públicas, o cumprimento das metas e das obrigações constitucionais e legais por, de
forma indireta, diminuir a receita corrente líquida. Por este motivo é que consta na Lei de Responsabilidade Fiscal,
pois assim sua concessão terá de observar uma das duas condições exigidas para a renúncia de receita pública.
- Crédito presumido: uma das espécies de incentivo fiscal. É uma forma indireta de redução do montante do tributo a
ser pago, mediante a permissão de um ressarcimento (crédito) correspondente ao valor total do tributo a ser apurado.
Assim como os subsídios, é de natureza não tributária, mas por influenciar na arrecadação e, portanto, na receita,
também é regido pela LRF, de forma que sua concessão precisa ocorrer conforme os requisitos exigidos pela Lei.
- Outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado: relaciona-se ao ato cooperativo. Às cooperativas são
concedidos benefícios tributários ou de incentivos fiscais, subvenções, subsídios, créditos presumidos que, igualmente
aos demais, devem ser quantificados por relatórios de impacto e atender às condições exigidas para a renúncia fiscal na
LRF. Também ingressam nesse conceito: as restituições; as subvenções; e outros incentivos financeiros, como
restituição de tributo a título de incentivo. A renúncia de receita pode ser um benefício ou uma despesa. Depende do
propósito quando são feitas as concessões.
QUESTÃO DA PROVA ANTERIOR: 3,5: Os elementos essenciais para a formação do Estado é – território, população,
governo/soberania. 6: forma de intervenção do governo devido às externalidades – produção de bens e serviços que
geram externalidades positivas, imposição de multas para desest external negativas, soncessão de subsídios tributários
para estimul ativi q gera externa positiva, regulamentações específicas.