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11-02-2016

O ORÇAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO
CENTRAL: O ORÇAMENTO DE ESTADO

CONCEITO DE ORÇAMENTO
Previsão, em regra anual, das despesas a
realizar pelo Estado e dos processos de as
cobrir, incorporando a autorização
concedida à Administração Financeira para
cobrar receitas e realizar despesas e
limitando os poderes financeiros da
Administração em cada período anual
(Sousa Franco).

CONCEITO DE ORÇAMENTO
O Orçamento Geral do Estado é o
documento onde são previstas e
computadas as receitas e as
despesas anuais, competentemente
autorizadas (Teixeira Ribeiro).

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O Orçamento de Estado é um documento fundamental para


a Administração Financeira do Estado uma vez que é em
torno dele que toda a actividade financeira do Estado se
desenrola, do qual se salienta os seguintes aspectos:

- O Orçamento do Estado abrange, por relações de


subordinação ou de dependência, o Orçamento dos
Serviços Integrados, dos Serviços e Fundos Autónomos, e
das Instituições da Segurança Social, mas exclui o
Orçamento das Regiões Autónomas e das Autarquias Locais
que dispõem de orçamento próprios e independentes.
- O Orçamento de Estado tem de ser elaborado em
consonância com as Grandes Opções do Plano as quais
precedem a própria aprovação do Orçamento.
- Na elaboração do Orçamento de Estado têm que nele ser
incluídos os encargos já assumidos, designadamente, os
vencimentos do pessoal ao serviço do Estado, a dívida
pública, e as contribuições financeiras impostas ao Estado,
por lei ou por convenção internacional.

A Lei do Enquadramento Orçamental (LEO),


constitui a Lei Quadro Orçamental de onde se
salienta os princípios e as regras que orientam a
elaboração do Orçamento de Estado, como tendo
reflexo na sua própria execução.
Princípios e regras:
- Anualidade
- Integridade (unidade e universalidade)
- Discriminação orçamental (regras da
especificação, da não compensação e da não
consignação)
- Publicidade
- Equilíbrio

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A anualidade – traduz-
traduz-se no facto
do orçamento de Estado ter um
período de validade correspondente
ao ano civil o que implica uma
votação anual do Orçamento pela
Assembleia da República.

Integridade ou plenitude – o Estado deve


elaborar em cada período apenas um orçamento,
o qual integra as componentes do orçamento da
administração central e o orçamento da
segurança social. É a este princípio que se
designa de unidade orçamental, o que implica
não só a elaboração de um único documento
como nele deverão estar previstas todas as
receitas a cobrar e todas as despesas a pagar,
pelo que não podem existir despesas e receitas
fora ou à margem do orçamento.

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Discriminação orçamental – no que


respeita à forma como são inscritas as
receitas e despesas no orçamento, quanto
à sua efectivação, há necessidade de
referir as seguintes regras de
discriminação orçamental:
- regra da especificação
- regra da não compensação
- regra da não consignação

Regra da especificação – corresponde à individualização de


cada receita e de cada despesa.
De acordo com a Lei do Enquadramento Orçamental, as
despesas são fixadas segundo uma classificação orgânica,
económica e funcional.
A classificação orgânica estrutura
estrutura--se por códigos que
identificam os Ministérios, Secretarias de Estado, capítulos,
divisões e subdivisões orçamentais.
A classificação económica das receitas procede à sua
especificação por capítulos, grupos e artigos enquanto que
a classificação económica das despesas públicas procede à
sua especificação por agrupamentos, subagrupamentos e
rubricas da classificação orçamental.
A classificação funcional das despesas dividem-
dividem-se nas
funções gerais de soberania, funções sociais, funções
económicas e outras funções.

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Regra de não compensação – as receitas e


despesas devem ser inscritas no
orçamento de forma bruta e não de forma
líquida, o mesmo é referir, sem qualquer
compensação ou desconto. De outro modo
não se conheceriam as diversas fontes de
onde o Estado irá tirar os seus recursos,
nem os diversos gastos que o serviço
público irá realizar.

Regra da não consignação – esta


regra define que, para além da regra
da universalidade, as receitas
públicas devem ser
indiscriminadamente destinadas à
cobertura das despesas, e não
quaisquer receitas afectas à
cobertura de despesas em especial.
(Embora a LEO admita a possibilidade de existirem receitas
consignadas a certos fins, nomeadamente financiamentos
comunitários e PIDDAC).

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Regra da publicidade – é
obrigatório a publicação do
Orçamento do Estado em Diário da
República, após a sua aprovação pela
Assembleia da República sob pena da
sua ineficácia jurídica.

Regra do equilíbrio orçamental –


traduz--se na necessidade de todas
traduz
as despesas previstas no orçamento
terem de ser efectivamente cobertas
por receitas.

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Preparação dos Orçamentos


De acordo com a Constituição da República
Portuguesa, cabe ao Governo a preparação do
Orçamento do Estado. Neste contexto cabe à
Direcção Geral do Orçamento (DGO) a
superintendência na elaboração e execução do
Orçamento do Estado.
Cada organismo recebe indicações da DGO e
procede à elaboração do seu projecto de
orçamento. A DGO faz a integração dos
orçamentos de que resulta a proposta de
orçamento entregue à Assembleia da República.

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