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ORÇAMENTO DO ESTADO
É através do Orçamento de Estado que é fixada a utilização que será dada aos dinheiros
públicos. O Orçamento de Estado é uma previsão económica (ou plano financeiro) das receitas
e despesas do Estado para o período de um ano. É uma autorização política desse plano,
visando garantir, quer direitos fundamentais dos cidadãos, quer o equilíbrio e a separação de
poderes. Por fim, é uma limitação dos poderes financeiros da Administração para o período
orçamental.
O Orçamento de Estado é uma lei de valor reforçado, ou seja, prevalece sobre todas as
normas que estabeleçam regimes orçamentais particulares que a contrariem.
Embora seja o Governo a apresentar o OE, a verdade é que por falarmos de dinheiro público,
obrigatoriamente, essa previsão deverá merecer o consentimento dos representantes dos
cidadãos, ou seja, tem de ser aprovada pelo Parlamento ou AR sob pena de não entrar em
vigor. É uma previsão para determinado período de tempo.
Processo orçamental
Inicia-se com a elaboração da proposta de orçamento, logo no início do ano em janeiro. O OE
é uma lei com valor reforçado, publicado no Diário da República. Há uma fiscalização para
ver se há uma correspondência entre a previsão e a execução, fiscalização realizada pela
administração pública, pela AR e pelo Tribunal de Contas.
O processo orçamental é então dividido em 3 grandes fazes:
- Elaboração;
- Execução;
- Fiscalização.
É uma lei especial pois tem leis muito próprias, pois é apresentada pelo Governo, mas tem
forma de lei, que será aprovada pela AR e, além disso, é uma lei de valor reforçado pois é uma
lei que condiciona as demais leis, as leis que estiverem no orçamento acaba por prevalecer
sobre as restantes matérias com valor financeiro.
Quanto à despesa…
O Orçamento pode ser elaborado de duas formas alternativas:
sistema de gerência
sistema de exercício.
No Sistema de Gerência olha-se para o momento de efetivação da despesa, o que é relevante
não é quando a despesa nasce, mas sim o momento em que ela vai ser paga, ou seja, se o
orçamento seguir este modelo, a despesa só vai ser registada quanto ao que se prevê pagar
naquele ano. Contém o conjunto de cobrança e pagamento realizados num dado período.
No Sistema de Exercício vai se olhar para a fase inicial de nascimento do crédito ou da divida,
no fundo preveem-se as cobranças e pagamentos resultantes de créditos e dividas nascidos
num dado período. Reportando-se ao momento do aparecimento, ele engoba os créditos e as
dividas que irão surgir a favor e contra o Estado durante o ano, permitindo saber se os créditos
serão suficientes para cobrir as dividas e, consequentemente, ter uma visão global da situação
financeira do Estado.
No fundo o sistema de gerência é muito útil pois nos ajuda a criar uma gestão para saber o
quê e quando é que se tem que pagar. O sistema de exercício é muito mais rigoroso porque
faz com que, quem assume uma divida, tenha de assumir nesse próprio ano como deve pagar.
O sistema de gerência é num ponto de vista mais eficaz, mas no ponto de vista da situação
financeira do pais o sistema de exercício é mais eficaz.
Quanto à receita…
Sistema de gerência – o Estado está a prever receber 10 milhões de euros em IRS em 2020,
nós sabemos, no entanto, que uma parte não vai ser liquidada pelos contribuintes, alguma
dela só vai ser paga em anos seguintes. Os 10 milhões que se pretendem arrecadar, 1 milhão
desses 10 milhões só entrará no cofre em 2021.
Nesta situação, vamos ter o nascimento do crédito quando é gerado o rendimento, ou seja, em
2020. Destes 10 milhões, vai ser 9 mil vão ser cobrados em 2020, mas havia 1 milhão que era
retardada a sua entrada (que será em 2021).
Fenómeno da orçamentação – há uma legal e outra ilegal. Durante muitos anos, as regras que
regiam esta matéria permitiram que muitas receitas/despesas ficassem longe do orçamento,
significando que acabavam por gastar muito mais porque não havia qualquer controlo.
Orçamento do Estado
A primeira função do Orçamento de Estado é de relacionar as despesas com as receitas, ou
seja, tenho de fazer uma previsão onde todas as minhas despesas sejam correspondidas com
receitas.
A segunda função é a fixação da despesa pública. Apesar de se tratar de uma previsão, essa
previsão tem de ter alguma rigidez, de forma a estabelecer o melhor possível aquilo que se irá
traduzir na realidade. Para o orçamento funcionar a despesa deve ser fixa, ou seja, as receitas
fixadas no orçamento devem ser as únicas despesas que efetivamente se devem angariar, pois,
se assim não for, não haverá receita que cubra a despesa efetuada “a mais” do que o que era
suposto. Nada me impede que possa gastar menos do que o previsto, mas não posso gastar
mais do que o previsto.
Esta lei consagra um conjunto de regras e princípios que disciplinam o Orçamento do Estado e
estabelece os procedimentos relativos à sua elaboração e organização, discussão e aprovação,
execução e alteração, bem como ao correspondente controlo.
Contém princípios e regras orçamentais importantes a saber, que mais à frente serão
explicadas:
Anualidade;
Plenitude (unidade e universalidade);
Equilíbrio (formal e material);
Discriminação orçamental (especificação, não compensação e não consignação);
Publicidade;
Equilíbrio.
Como a totalidade desta lei 151/2015 não está em vigor, a lei que está em vigor é a lei
91/2001, mas não é utilizada a versão de 2001, visto que já foi revista e atualizada muitas
vezes, por isso, a versão que é utilizada é a de 2014. Ou seja, utilizamos a lei 41/2014 de 10 de
outubro, que é a lei 91/2001. A maior parte da matéria utilizada é a de 2014.
Princípios e regras orçamentais
A unidade e a universalidade integram a regra da Plenitude. A especificação, a não
compensação e a não consignação integram a discriminação orçamental. As regras da
plenitude e da discriminação orçamental integram as chamadas regras clássicas.
Recentemente, foram criados os novos princípios que foram acrescentados a estes. Atuam
como instrumento político de controlo dos orçamentos públicos.
Os princípios clássicos do Estado Liberal tinham a função de assegurar a manutenção das
funções governamentais do modelo liberal imposto ao Estado.
A Magna Carta de 1215 em Inglaterra, representa o marco formal desta tendência ao
estabelecer que qualquer tributo ou subsídio somente poderia ser instituído no Reino
mediante aprovação do Conselho do Reinado, ou seja, Parlamento.
O artigo 2 da lei 151/2015 fala do âmbito institucional. O artigo 3 ainda não está em vigor. O
artigo 4 atribui o valor reforçado à lei do orçamento. Artigo 6, 7 e 8 pertencem à lei nova e
estão em vigor.
A elaboração dos orçamentos deve ser enquadrada na perspetiva plurianual, que for
determinada pelas exigências da estabilidade financeira e pelas resultantes das obrigações
decorrentes do Tratado da União Europeia.
Equilíbrio formal – temos de olhar para o que é o logico. O orçamento relaciona despesas com
receitas e o total de despesas terá cobertura com as receitas, esse equilíbrio do ponto de vista
formal, o orçamento estará sempre equilibrado, não podendo falar de défice orçamental ou
superávite do ponto de vista formal, aqui a despesa total = receita total
Equilíbrio material ou substancial – significa que ao falar de equilíbrio falamos de igualdade
entre despesas e receitas, mas neste equilíbrio falamos de despesas e receitas especificas.
Aqui a igualdade não se verifica na totalidade, mas sim entre certas e determinadas despesas e
certas e determinadas receitas.
Artigo 20 da LEO de 2015 (não é um artigo vigente) – redução da divida e conceito de saldo
estrutural, artigo 12, b, c, etc., da lei antiga.
Défice orçamental – o défice não deve ultrapassar 3% do valor do PIB. Como se calcula esse
défice? Ao longo dos tempos houve várias concessões de equilíbrio. A definição que era
utilizada era o equilíbrio do orçamento efetivo, ou seja, o DE=RE, haveria défice quando
DE>RE, mas se aquela despesa efetiva não encontra cobertura em receita efetiva, então terá
que encontrar cobertura em receita não efetiva, ou seja, empréstimos. Despesa efetiva é
despesa que diminui o património do Estado, a receita efetiva é a que aumenta o património
do Estado. A despesa e receita não efetiva não alteram o património do Estado. Ao utilizar uma
receita não efetiva para cobrir uma despesa efetiva, estaríamos a prejudicar o património do
Estado. Vimos que o Orçamento de Estado engloba o Serviço de Administração Central, a S.
Social e Administração Regional e Local.
Embora existam várias concessões de equilíbrio, o grosso dos serviços está sujeito ao saldo
primário. O problema do saldo primário tem a caraterística que implica sempre o aumento da
divida.
A receita total é composta pela receita efetiva e pela receita não efetiva, a despesa total é
composta pela despesa efetiva e pela despesa não efetiva, a receita total e despesa total dão
origem ao equilíbrio formal. A principal receita não efetiva é o empréstimo, a principal despesa
não efetiva é o reembolso dos empréstimos, os juros são despesa efetiva.
O equilíbrio formal vem no artigo 9º da LEO da lei antiga
Equilíbrio substancial artigo 23º, 25º e 28º da LEO antiga
O saldo primário é menos racional que o saldo efetivo, mas por outro lado permite que os
juros possam ser pagos com novos empréstimos e não com receita efetiva.
Ao contrair empréstimos contraímos uma situação difícil e quem nos emprestou o dinheiro
colocou-nos juros muitos altos, então nós vamos contrair novos empréstimos para pagar os
empréstimos antigos, mas com taxas de juro mais baixos. Então a substituição de um
empréstimo por um menos oneroso vai fazer com que um dia os juros a pagar sejam menores
e por isso a divida reduza.
Processo Orçamental
Inicia-se no inico do ano. Vai ser elaborado durante o ano, é apresentado em outubro à AR
para ser promulgado e em janeiro é apresentado ao Presidente da República.
É uma lei cuja competência pertence em exclusivo ao Governo, carece de ser aprovada
pelo Parlamento, se não for aprovada a lei do orçamento não pode vigorar.
O crescimento económico é decisivo, a base das previsões de orçamento é feita com base nele.
Regra da especificação – as despesas e receitas não devem ser vistas de forma global, mas sim
devem estar descritas de forma especificada, com classificação por programas, orgânica,
funcional e etc.
Elaboração do Orçamento
O OE é elaborado de harmonia com as Grandes Opções do Plano Anual (diretrizes votadas pela
AR – artigo 91 da CRP) e tem em conta as obrigações decorrentes de lei ou de contrato.
O OE, começa a ser preparado pelo Gabinete do Ministro das Finanças, em colaboração com as
Secretarias de Estado do Orçamento, dos Assuntos Fiscais e do Tesouro, a partir dos objetivos
e prioridades constantes dos programas macroeconómicos plurianuais, do Quadro Plurianual
de Programação Orçamental e das imposições resultantes do Pacto de Estabilidade e
Crescimento, processo que ocupa vários meses.
Quando concluído, assume a forma de proposta aprovada pelos secretários de Estado que irá
posteriormente para o Conselho de Ministros, para discussão neste órgão e seguinte
aprovação, depois de aprovado no Conselho de Ministros, assume a forma de proposta de lei
do orçamento de Estado, vai dar-se a concretização de um valor para cada um dos ministérios
e será esta proposta de lei que irá para a AR.
Direito de emenda parlamentar – significa que a AR pode aprovar, mas com alterações, apesar
de que essas alterações não podem ser totalmente o contrário da proposta apresentada pelo
Governo, podem haver alterações, mas que sejam do mesmo âmbito, não é um direito
absoluto pois está condicionado à proposta.
Execução orçamental
O conjunto de atos e operações materiais de administração financeira levados a efeito para
cobrar as receitas e realizar as despesas previstas, ou para realizar os necessários
ajustamentos orçamentais.
As despesas estão sujeitas à execução por duodécimos, ou seja, em cada mês ele só vai poder
gastar o duodécimo correspondente aquele mês, ou seja, se por exemplo tiver 1 milhão, em
cada mês só posso gastar 100 mil, mas se num mês só gastar 80 mil, no mês seguinte posso
usar os 100 mil correspondente a esse mês, mais 20 mil correspondente ao que sobrou do mês
anterior. O principio da execução por duodécimos tem como fundamentos duas razoes: 1º
evitar que quando esta prevista a verba anual, que logo no inicio do ano se concentrem muitas
despesas quando ainda não entrou receita, então é preciso que se faça uma distribuição
mensal dos recursos para não sobrecarregar os primeiros meses na tesouraria que ainda não
tem receita; 2º - evitar que se chegue ao fim do ano sem verba disponível para gastar
Se se tratar de uma despesa que tem uma receita articulada, não posso realizar a despesa se
não cobrar a receita.
Por exemplo, há um imposto da AR que está previsto no OE, a AR não pode eliminar esse
imposto pois estaria a comprometer a execução do OE. É verdade que o parlamento pode
introduzir alterações chamados de orçamentos retificativos, mas nunca de modo a diminuir a
receita e a aumentar a despesa, apenas pode aumentar a receita e diminuir a despesa.
Só Parlamento tem o direito de emenda parlamentar, direito que deve ser exercido durante a
discussão do Orçamento, sendo proibida qualquer iniciativa parlamentar, que incida sobre
aumento de despesas e diminuição de receitas, durante a vigência do Orçamento.
Controlo Administrativo
- É realizado pela própria administração pública, sendo que vão proceder à execução do
orçamento. Esse controlo é feito previamente e também à posteriori
- Além da AP o conselho de finanças públicas é um órgão que foi criado, independente do
Governo, AR, etc., que faz uma análise das previsões e que vai emitindo relatórios sobre todos
os atos que vão ser apresentados pelo Governo. Este Conselho apesar de ser um órgão público
tem como garantir a transparência da política orçamental.
Controlo jurisdicional
- É efetuado pelo Tribunal de Conta, este acumula funções jurisdicionais e não jurisdicionais.
Compete-lhe julgar como os restantes tribunais, tem funções jurisdicionais pelo controlo da
fiscalização, e tem funções não jurisdicionais, como quando emite pareceres sobre as contas
do Estado.
O controlo jurisdicional vai incidir pelo documento elaborado pelos serviços administrativos
onde compara o orçamento elaborado e a conta. O tribunal de contas audita a legalidade das
contas e é um consultor qualificado da AR, ele tem uma classificação técnica especial. O
parecer emitido pelo tribunal de contas vai ser o documento de análise do controlo por parte
da AR.
Controlo político
Para a AR se poder pronunciar, vai receber o parecer do tribunal de contas a conta geral do
Estado, que vai permitir à AR analisar, e determinar as modificações políticas necessárias a
realizar.
O controlo político é exercido pela AR.
A conta é apreciada pela AR, após parecer emitido pelo Tribunal de Contas.
Julgamento de contas;
Efetivação de responsabilidades financeiras.
Política, em geral, é a atividade social e arte dos homens para governar, com o objetivo de
alcançar o bem-estar coletivo de uma comunidade, de um grupo social ou de uma organização
humana.
Política económica
É a atividade social que os Governos exercem sobre os recursos humanos e materiais da nação
para, através dos instrumentos da ciência económica, satisfazerem as necessidades coletivas
da sociedade. A política económica visa a resolução de problemas económicos e sociais
concretos, verificados em determinado tempo, lugar e contexto, através de determinados
instrumentos e atuações.
Dentro da política económica temos:
Política Monetária;
Política Cambial;
Política Orçamental/Fiscal.
A política monetária e cambial deixou de pertencer aos países que fazem parte da UEM,
deixando de ter soberania sobre as mesmas, passando esta a pertencer ao BCE. Desta forma, a
política económica só constitui, atualmente, a política orçamental/fiscal, ainda assim com
muitas restrições, pois tem que cumprir as regras da EU.
Política Monetária
- Tem se em vista controlar a massa monetária, ou seja, a oferta de moeda na economia, pois
quando há muita moeda em circulação na economia há uma maior tendência para a inflação.
Estamos a ver o instrumento em que o ente público responsável por essa política vai manusear
a quantidade de moeda em circulação. Estamos a falar, na prática, em controlar a oferta de
moeda na economia
Política Cambial
- Tem a haver com o valor relativo das moedas. Em alturas de crise utiliza-se muitas vezes a
desvalorização económica da moeda. A política cambial facilita as exportações e dificulta as
importações, pois ao desvalorizar a moeda, é mais fácil a exportar pois os nossos bens são
mais baixos e não importamos pois é mais caro.
Política Orçamental/fiscal
- É o principal instrumento de política económica do setor público, concretizada através da
elaboração e organização do Orçamento do Estado, o qual demonstra quais as despesas
públicas e as receitas públicas a efetuar num determinado período de tempo.
- O exercício da política orçamental/fiscal classicamente está habitualmente dividido em 3
grandes funções:
Eficiência alocativa – tem por objeto o fornecimento de bens públicos, financiado por
um sistema de contribuições pago ao longo do tempo de acoro com um orçamento de
despesa pré-estabelecido.
Distribuição equitativa – visa corrigir os efeitos decorrentes dos custos e dos
benefícios obtidos de acordo com as regras do mercado.
Estabilização – visa, juntamente com a política monetária, a estabilização
macroeconómica.
Uma política fiscal expansionista tem como objetivo estimular a procura global, sendo
utilizada, nomeadamente, quando a economia viver um momento recessivo e se mostrar
necessário estimular o seu crescimento. Tendo assim por objetivo, aumentar a produção e
reduzir o desemprego, recorrendo-se para o efeito a um aumento das despesas públicas ou a
uma descida dos impostos, que aumentam o rendimento disponível e estimulam o consumo.
Uma política fiscal contracionista tem como objetivo travar o crescimento da procura global,
devendo ser usada em períodos de expansão excessiva da economia, com valores da inflação a
escapar ao controlo. Está normalmente associada a superávite orçamentais. Ao diminuir a
procura global, a política fiscal restritiva reduz o emprego e produz um excesso de oferta de
bens, criando assim uma pressão deflacionária na moeda.
Em que consiste o orçamento da EU? Que tipo de receitas e despesas devem estar nele
previstas?
O Orçamento da União Europeia é o documento que traça as receitas e despesas da União
Europeia e é elaborado anualmente. É o Conselho de Ministro, órgão de formação colegial que
reúne os ministros das finanças dos EM, que deliberando por unanimidade, após consulta ao
Parlamento Europeu, quem adota uma decisão que “estabelece as disposições aplicáveis ao
sistema de recursos próprios da União, em votação por unanimidade pelo Conselho Europeu
(artigo 311 e 312 do TFUE)
Há uma grande preocupação neste processo do orçamento que a decisão não seja apenas do
conselho de ministros, mas também aos cidadãos do EM – artigo 312 do TFUE
Orçamento da EU
A EU utiliza as administrações publicas de todos os EM para implementar as suas despesas. Daí
o orçamento da EU não é um orçamento pesado. Diferentemente do que acontece com os EM
a despesa da EU não é uma despesa com máquina administrativa da EU, a despesa é
sobretudo intervencionista.
Despesas
As despesas da União Europeia:
Recursos tradicionais
Atualmente representam uma pequena parte. Os recursos tradicionais são cobrados por
operadores económicos pelos EM, por conta da EU e abrangem:
Direitos aduaneiros – provêm da pauta aduaneira comum, essa verba será canalizada pelo EM
para a EU, pois é um recurso próprio da EU, a titularidade pertence à EU, embora quem os
cobre são os EM.
Direitos niveladores agrícolas – para garantir o escoamento da produção agrícola europeia era
necessário estabelecer um nivelamento dos preços, para que estes não fossem muito mais
baixos do que os importados de outros Estados. A ideia é fazer com que no mercado agrícola a
produção agrícola europeia não estivesse muito penalizada relativamente à dos outros EM.
Quotizações sobre o açúcar e ISO glicose – direito sobre o açúcar, a isoglicose e o xarope de
inulina.
Recursos Novos
Recurso ao IVA – contribuição dos EM correspondente ao montante do IVA cobrado sobre
uma base harmonizada do IVA nos países da EU, com uma taxa de 0.5% desde 2004. A base do
IVA tomada em conta para cada EM, foi estabelecida em 50% do seu PIB a partir de 1999. O
IVA deixou de ser o principal recurso da EU, passando a representar 9.45% dos recursos
próprios em 2013.
Recurso RNB – imposto sobre o Rendimento Nacional Bruto de cada EM cuja taxa é uma
percentagem fixada anualmente pelo Orçamento da União.
Caraterísticas do Orçamento da EU
Orçamento operativo ou de intervenção, reflexo do exercício de funções próprias
transferidas pelos EM;
Orçamento que desde de 1970 é financiado com recursos próprios;
Orçamento de dimensão relativamente pequena;
Orçamento que não pode incorrer em défice;
Orçamento em que a autoridade orçamental é partilhada entre o Conselho de Ministros
e o Parlamento;
Instrumento de análise imprescindível para o conhecimento da evolução do processo de
integração e compreensão de algumas políticas comunitárias.
Processo Orçamental
Processo de decisão – o Comité de Conciliação trabalha com base nas posições do Conselho e
do PE, e decide por maioria qualificada dos membros da delegação do Conselho e por maioria
absoluta dos membros da delegação do PE (artigo 314, nº5 do TFUE).
Execução Orçamental
A execução é assegurada pela Comissão e o orçamento pode ser alterado após a sua
aprovação. E m circunstâncias excecionais, a Comissão pode apresentar projetos de orçamento
retificados.
O controlo da execução faz-se a dois níveis:
Interno – por cada instituição com competência para gastar;
Externo – cabe ao Tribunal de Contas (quanto a aspetos legais) e ao Parlamento (quanto a
aspetos políticos)