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18.02.2021
1º capítulo – Retribuição
A lei diz-nos que esta obrigação de pagamento tanto pode resultar da lei,
como de um contrato de trabalho...etc. a sua origem pode ser variada. É
importante se o trabalhador tem direito, o empregador tem de proceder ao
pagamento obrigatoriamente. Isto significa que do lado do empregador há a
obrigação de pagar, essa prestação patrimonial assumira caracter retributivo.
A lei diz que para termos retribuição o trabalhador tem de ter direito, então o
empregador tem obrigação de prestar.
Como contrapartida do trabalho prestado: vamos supor que há um vendedor
que sempre que se desloca aos clientes, o empregador suporta as despesas de
alimentação, transportes etc. esse valor deve ser apresentado ao empregador
para ser reembolsado ao trabalhador. Estes valores dos transportes etc, não
constituem retribuição embora sejam prestações em dinheiro, não é
contrapartida do trabalho prestado. O empregador restitui um valor que o
trabalhador teve de suportar no seu trabalho, ele realizou aquela despesa e vai
ser reembolsado – ajudas de custo. Estas constituem prestações patrimoniais
pagas do empregador ao trabalhador, mas não são para remunerar o trabalho
prestados, são apenas despesas pagas. Ele não fica nem mais rico nem mais
pobre. Estas não terão natureza retributiva.
A lei presume que toda e qualquer prestação patrimonial tem natureza retributiva.
O empregador é que tem de provar que essa prestação não tem caracter do trabalho
prestado.
O art.258º fornece critérios de retribuição cumulativa.
Se a prestação patrimonial for qualificada como retributiva é lhe atribuída o regime de
proteção do nº4 do 258º. Na prática a qualificação de uma prestação é importante
para ambas as partes.
A lei além de fornecer estes critérios foi mais longe e no art.260 faz algumas aplicações
que nos ajudarão em situações concretas em qualificar uma situação como retribuição
ou não retribuição. Este 260º mais não faz do que aplicar os critérios que vem no 258º
nº1 nº2.
O art.260 nº1 a) diz-nos que por ex: vamos supor o caso do subsídio de refeição, este
por regra terá natureza não retributiva, no fundo é uma despesa que o trabalhador
tem de realizar pois não almoça em casa. A ideia do subsídio de refeição é uma ajuda
de custa, pois ele como foi trabalhar tem esta despesa. Sendo uma ajuda de custa ela
por regra não terá natureza retributiva.
As exceções são: quando se estabelece um valor, e esse valor será muito superior as
suas despesas. E aí já se considera que terá natureza retributiva.
Por regra as ajudas de custo não terão natureza retributiva, pois não são
contrapartida pelo trabalho prestado.
260 nº1 b) diz-nos que a gratificação de um premio pelo empregador não tem
natureza retributiva pois falta-lhe o caracter obrigatório. Estas gratificações só
acontecem às vezes, não sempre.
260 nº1 c) diz-nos que não estava contratualizado o pagamento desse prémio portanto
não terá caracter retributivo.
260 nº3 b) por regra esses prémios desde que não estejam garantidos não seriam
considerados como retribuição. A alínea vem dizer que esses prémios terão natureza
retributiva se esses prémios resultarem todos os anos ou regularmente.
Resolução de um caso pratico: tópicos a seguir
Nem toda a atribuição paga pelo empregador tem natureza retributiva;
A lei presume que todas elas terão o que significa que o empregador deve
utilizar o nº3 demonstrar que esta prestação não é retributiva.
Esta presunção é decisiva pois o regime só se aplica as prestações que se
considerem retributivas.
Critérios para se saber se é retribuição:
1. Tem de ser pecuniária ou não pecuniária;
2. Regulares e periódicas;
3. Em dinheiro ou em espécie
4. Como objeto de um dever jurídico
5. A retribuição tem de ser paga como contrapartida do trabalho prestado
Conclusão:
Não tendo natureza retributiva não vai beneficiar no regime de proteção.
A lei diz nos que para falar-nos de retribuição temos de ter direito a...
Se se tratar de uma prestação retributiva é lhe aplicado o regime de proteção
previsto no código.
Os termos da qualificação vai depender de como é que foi acordado entre as partes o
cumprimento e vai depender da situação em concreto, ou seja, caso a caso.
Saber se um automóvel pode ser ou não retirado ao trabalhador vai depender do
caso em concreto.
22.02.2021
Retomando a aula passada, vimos o conceito de retribuição, esta não esta na lei, mas a
lei faculta critérios no art.258º que ajudam a qualificar as prestações como retributivas
ou não retributivas.
O art.260º é um complemento ao art.258º. Toda e qualquer prestação patrimonial
prevê-se que seja retribuição, o trabalhador é que tem de provar.
258º4 garantias de que beneficiam a retribuição só se aplicara às prestações
patrimoniais que sejam consideradas retributivas, se não forem consideradas não se
aplica esse regime.
O artigo 262º também é muito importante, é uma norma supletiva. É uma norma
supletiva é uma norma que se aplica supletivamente, nada impede que se afaste este
regime. Esta norma foi introduzida em 2003, não existia antes. Cada vez mais o salário
é composto por variadas parcelas, as quais por vezes nem sequer têm natureza
retributiva. Por ex: um trabalhador pode ter uma retribuição base, mas se trabalhar
em regime de isenção de horário terá direito a um subsídio próprio de horário. No
fundo o salário do empregador não vai ser constituído por uma única prestação de
base, mas por várias prestações diversificadas. São acrescentados um conjunto de
componentes salariais.
Quando a lei fala no art.271º o valor que é considerável é o valor que resulta da
aplicação supletiva do art.262º.
O legislador quando vem determinar o subsídio de férias toma uma posição distinta.
Artigo 264nº1 e nº2.
Por regra: Se o trabalhador estivesse em serviço efetivo receberia pelo menos a
isenção de horário de trabalhador, nos dias de feriado não se paga o subsídio de
refeição, no caso de férias em princípio também não será pago o subsídio de
refeição, pois essa esta dependente do trabalho. O subsídio de refeição tem natureza
de ajuda de custo, esta dependente de trabalho efetivo. Neste caso há um
afastamento do 262 pois temos uma disposição legal em contrário.
O nº2 estabelece o subsídio de férias, como se calcula. Pode haver situações em que
o subsídio de férias é inferior à retribuição de férias. Aqui a lei diz que no caso do
subsídio de férias, a retribuição de isenção de horário é paga em contrapartida do
modo de execução de trabalho.
25.02.2021
Princípio de trabalho igual, salario igual – art.59º da crp e 270º do CT este artigo 270º
mais não é do que uma repetição da norma constitucional do art.59º este artigo 59º é
uma norma imperativa e esta no âmbito dos direitos liberdades e garantias do qual se
aplica o art.18º da crp.
O que implica o princípio da igualdade? Significa por um lado uma afirmação positiva e
negativa, tratar igual o que é igual, e proibir a descriminação. Significa que é preciso
saber se as situações são efetivamente iguais.
O artigo 270º afirma o principio mas os seus conceitos estão no art.23º em que o
legislador dedicou esta parte do codigo à regra da igualdade.
Art.25 nº5 – deve indicar qual é o trabalhador referente ao qual se sente descriminado
e alegar o porquê.
Casos Práticos:
Resposta: em termos gerais deveremos começar por: no art.258 nº4 afirma que o
regime de garantias previsto no código se aplica as prestações retributivas. A decisão
desta questão saber se lhe poderia ou não retirar o automóvel dependeria se esta
fosse retributiva ou não, sabemos que de acordo com o 258 nº3 a lei presume que
toda a prestação paga terá natureza retributiva. Ao empregador cabe lhe demonstrar
que a viatura não tinha natureza retributiva. Nesta questão é fundamental a
presunção. O empregador q retirou a viatura é que tem de fazer a prova que aquela
prestação não tinha natureza retributiva. Esta para a ter tinha de ser uma prestação
patrimonial ou em espécie, depois tinha de ser regular ou periódica e também tinha
de ser obrigatória em contrapartida do trabalho prestado. O que estava estipulado
no contrato era que a viatura seria utilizada no desempenho das suas funções, mas
aqui se o empregador a retirasse em relação ao uso profissional aí existiria uma
redução ilícita pois isso estava previsto contratualmente. 258 nº1. Mas aqui temos
de distinguir q o empregador não a retirou para o uso profissional. Nesta situação do
enunciado no fundo quando lhe facultava a viatura era apenas um ato de mera
tolerância. Temos de saber também se a viatura era contrapartida do trabalho
prestado, na verdade a utilização da viatura do trabalha não é contrapartida, mas
essa benéce que ele poderia ser algo que remuneraria o trabalho prestado.
Ou seja o empregador poderia retirar a viatura sem que corresse no principio da
irredutibilidade da retribuição.
Resposta: Neste caso, a primeira questão o artigo 260 não é uma resposta
absoluta, em todas as suas alíneas ele diz o principio mas nada impede que esse
principio seja afastado. Em primeiro lugar devemos identificar o que esta em
causa é saber se este premio pago aos trabalhadores se tem caracter retributivo ou
não, pois de acordo com o art.258 nº4 so se aplicara a prestações com caracter
retributivo. Se for qualificada como retribuição eles poderiam reclamar, se não for
qualificada como restribuição não levaria necessariamente ao direito dos
trabalhadores reclamarem. Para sabermos se são consideradas como retribuição
vamos ao art.258º, em bom rigor quer a contrapartida do trabalho prestado quer o
facto de ser prestação em dinheiro não levantaria problemas. Consequentemente
temos o art.260º nº1 b) que nos falam das gratificações, é verdade que de acordo
com esta norma poderíamos pensar que não seria dada como retribuição, mas
dada o caso nada diz que isso seria estipulado pelo empregador.
Em princípio não seria retribuição, mas nada afastaria isto a luz do nº3 do
art.260º. no fundo aplicamos o artigo 260º, mas devemos falar sempre do artigo
258 nº3 e 4. Se qualificasse-mos como não retribuição não poderíamos reclamar.
Se qualificássemos como retribuição sustentando a resposta, o empregador estava
vinculado ao seu cumprimento.
Artigos para a resolução destes casos: 258 nº1, 258 nº3 e 258 nº1 e depois
eventualmente 260...
Resposta: quanto é que ele receberia de subsidio de natal? Em media este trabalhadro
poderia fazer 2780 eur e o premio semestral deveriam ser atribuído nos meses
combinados. Quanto ao subsidio de natal, o art.263 regula o subsidio de natal, dai
resulta que ele tem igual a um valor mês de retribuição, o que significa que esta
disposição legal não afastou o regime do 262, então a retribuição do subsidio de natal
devera ser calculada pelo nº1 do 262º. Então ele receberia 2000 eur.
Na retribuição de férias iriamos incluir os 2000 eur os 600 eur e os 400 eur a titudo de
comissões. Excluiríamos o premio pois esse tinha natureza semestral e o subsidio de
refeição.
Quanto ao subsidio de férias de acordo com o art.264 nº2 deve ser considerado a
retribuição base – 2000 eur, a isenção de horário – 600 eur, os premios, comissões etc
nunca entram do subsidio de férias.
4. Suponha que a IHT acordada vem a cessar por acordo das partes? Deverá
o empregador manter o pagamento do subsídio de IHT?
Resposta: esta é aquela remuneração adicional que sendo acordada vem aferir ao
trabalhador uma prestação adicional. Muitas vezes podem ser so estabelecidos num
determinado período. Ele devera manter ou não o artigo 265º? De facto aquilo é
retribuição, o trabalhador a suspender o pagamento da iht estaria a violar o principio
da irredutibilidade. Ainda que o empregador suspendesse não cairia na violação
deste principio pois o trabalhador receber aquela prestação pelo facto da isenção de
horário. Se o trabalhador deixa de prestar trabalho nas circunstancias em que foi
acordado a iht, então não faz sentido o empregador continuar a pagar, e então deve
cessar esse pagamento sem que o empregador incorra na violação do principio da
retribuição. A iht por regra tem de cessar por acordo das partes, se não for acordada
não cessa a retribuição.