DIREITO DO TRABALHO

Boletim Trabalhista n° 12 - 2ª Quinzena. Publicado em: 23/06/2021

 Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.

GRATIFICAÇÃO E PRÊMIO
Conceitos, Recebimento, Obrigatoriedade, Bonificação, Modalidades, Incidências, eSocial

Roteiro 

1. Introdução
2. Conceito de Gratificação
2.1. Gratificação Legal e Ajustada
3. Conceito de Prêmio
3.1. Pagamento do Prêmio
3.2. Histórico e Integrações após Reforma Trabalhista, MP n° 808/2017 e MP n° 905/2019
4. Recebimento da Gratificação e do Prêmio
5. Diferenças Entre Gratificação e Prêmio
6. Obrigatoriedade
7. Modalidades de Gratificação
8. Gratificação “Versus” Bonificação
9. Integração ao Salário
10. Incidências de INSS e FGTS
11. eSocial
11.1. Rubricas

1. Introdução
Na esfera trabalhista, a gratificação paga ao empregado é caracterizada como uma forma de reconhecimento ou recompensa pelos seus serviços prestados,
a qual poderá ser concedida por liberalidade do empregador ou por meio de um Acordo ou Convenção Coletiva.

Com relação aos valores pagos a título de prêmio, a referida verba poderá ser concedida aos empregados, pelo empregador, em forma de dinheiro, bens ou
serviços, em virtude do seu desempenho no exercício de suas atividades.

A legislação não prevê limites máximos ou mínimos com relação aos valores pagos a título de gratificação e prêmio, como também, não estipula
procedimentos a serem adotados para realização dos referidos pagamentos.

Importante esclarecer que, a gratificação e o prêmio são regidos pelo artigo 457 da
CLT, em seus parágrafos 1° e 2°.

Assim, a gratificação ou o prêmio concedido aos empregados deverão ser combinados, por meio de contrato de trabalho, entre as partes, salvo previsão
expressa em Acordo ou Convenção Coletiva.

Nesta matéria serão abordadas previsões e conceitos referentes a tais verbas.

2. Conceito de Gratificação
A gratificação é o valor pago ao empregado com a finalidade de incentivá-lo, ou até mesmo, uma forma de reconhecer e recompensar pelos serviços
prestados ao empregador.

A gratificação não depende de motivos específicos para que o pagamento ocorra, tal qual não detém de um limite mínimo ou máximo para pagamento.

Diante disso, a empresa poderá acordar diretamente com o empregado as regras de pagamento.

2.1. Pagamento da Gratificação

Estabelece o artigo 457,
§ 1° da
CLT que, a gratificação legal, paga de forma habitual, incorpora no salário do empregado, a qual é sujeita a incidência de
INSS e FGTS, bem como, será base de cálculo para demais verbas, tais como, férias, 13° salário, entre outras.

Conceitua-se gratificações legais aquelas previstas em Lei, com, por exemplo, a gratificação de cargo de confiança, a qual está prevista no parágrafo único
do
artigo 62 da
CLT.

Constata-se:
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 Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.

Artigo 457. Compreende-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo
empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
§ 1° Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e de função e as comissões pagas pelo empregador.
(…)

Art. 62. Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo
(…)
Parágrafo único. O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do
cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40%
(quarenta por cento).

Importante ressaltar que, o artigo 457 da

CLT, não expressa o reconhecimento das gratificações ajustadas, ou seja, as gratificações não consideradas legais,
promovendo assim, discussões no ordenamento jurídico no que diz respeito as verbas salariais.

Desse modo, diante da ausência de previsão em Lei, existem dois entendimentos doutrinários a respeito do tema:

O primeiro entendimento aponta que qualquer gratificação paga ao empregado, a título de reconhecimento ou recompensa pelo serviço prestado ao
empregador, será considerada verba salarial, isto é, as gratificações ajustadas, ou seja, as não consideradas legais, concedidas de forma espontânea pelo
empregador, irão integrar no salário do empregado.

Já o segundo entendimento, trazido pela legislação trabalhista, define que as gratificações ajustadas não irão incorporar no salário do empregado, pelo fato
de não estarem previstas no parágrafo 1° do
artigo 457 da
CLT.

Desta forma, havendo pagamento de uma possível verba, paga a título de gratificação ajustada, cabe o empregador analisar o caráter do pagamento e adotar
uma das correntes determinadas pelo entendimento doutrinário, ainda, aconselha-se o empregador consultar o posicionamento do Sindicato representativo
da Categoria, o qual poderá trazer regras pré- determinadas que poderão ser adotadas.

3. Conceito de Prêmio
Conceitua-se prêmio, o valor atribuído aos empregados com o objetivo de reconhecer o trabalhado prestado, podendo estar elencado ao aumento de
produção (peças ou tarefas), qualidade em virtude da excelência do serviço prestado, entre outros, considerados estes como salário condição.

A expressão "salário condição", é considerada uma soma de valores salariais, pagos ao empregado, em razão do exercício contratual em situações
específicas, o qual poderá ser retirado a qualquer momento ao longo do contrato de trabalho.

Para melhor compreensão, um exemplo de salário condição é o pagamento do adicional de insalubridade e o adicional de periculosidade, os quais são pagos
aos trabalhadores que prestam serviço em área de agente nocivo.

Assim, cumpre mencionar que, o prêmio é regido pelo artigo 457 da

CLT, parágrafo 2°, vejamos:

Art. 457. Compreende-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, alem do salário devido e pago diretamente pelo
empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber
(…)
§ 2° As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para
viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de
incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.

3.1. Pagamento do Prêmio

Como visto anteriormente, o prêmio é uma condição de pagamento, concedido ao empregado a título de reconhecimento pelos seus serviços prestados.

Nesse mesmo sentido, o artigo 457, parágrafo 4° da

CLT, conceitua o prêmio como sendo um pagamento concedido por liberalidade do empregador, na
forma de serviço, bens ou em dinheiro, a um único empregado ou a um grupo de empregados.

Inexiste uma previsão expressa na legislação trabalhista que determina as regras quanto à forma de pagamento do prêmio.

Desse modo, o empregador poderá estipular regras e condições para o recebimento, que se cumpridas, o empregado fará jus ao referido valor.

Ainda, cumpre mencionar que, tanto os Acordos como as Convenções Coletivas podem prever regras específicas de pagamento e, se mais benéficas,
deverão ser adotadas pelo empregador.
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Da mesma forma que a gratificação, inexiste previsão expressa na legislação quanto ao pagamento de um valor mínimo ou máximo, ainda assim, poderá o
empregador acordar com o trabalhador o pagamento em uma única parcela ou em várias parcelas durante perdurar o acordo.

Assim, considerando que o prêmio não está associado diretamente com a contraprestação do trabalho do empregado, a verba será de caráter indenizatório,
a qual não incorporará no salário do trabalhador, não terá incidência de INSS e de FGTS, como também não fará base para cálculo em demais verbas. (artigo
457, parágrafo 2° da
CLT)

3.2. Histórico e Integrações após Reforma Trabalhista, MP n° 808/2017e MP n° 905/2019

Conforme já mencionado, o prêmio tem o propósito de reconhecer o serviço prestado do empregado.

No entanto, cumpre salientar que, a referida verba passou por várias alterações desde a publicação da Reforma Trabalhista - Lei n° 13.467/2017.

Antes da publicação da Reforma Trabalhista, o prêmio era considerado verba salarial, ou seja, o referido pagamento incorporava no salário do empregado,
bem como, era sujeito a incidência de INSS e FGTS sobre o referido valor, com base na interpretação do artigo 28, inciso I da
Lei n° 8.212/91 , artigo 15 da
Lei
n° 8.036/90 e IN SIT n° 144/2018, artigo 9°.

Entretanto, com a chegada da Reforma Trabalhista no dia 11.11.2017, o prêmio passou a ser reconhecido como uma verba indenizatória (artigo 457,
parágrafo 1° da
CLT)

Contudo, logo após a publicação da Reforma Trabalhista, prevendo as novas regras de pagamento, foi publicada, no dia 14.11.2017, a Medida Provisória n°
808/2017, a qual passou a reafirmar que o prêmio pago, permanecia sem incorporar no salário, bem como, sem as respectivas incidências, desde que pago
duas vezes por ano.

Contudo, a MP n° 808/2017 perdeu sua vigência a partir do dia 23.04.2018, passando novamente a valer as regras previstas pela Reforma Trabalhista, a qual
não determinava limitações quanto ao pagamento.

No dia 12.11.2019, foi publicada uma nova MP n° 905/2019, a qual determinou novas regras para pagamento do prêmio, sendo determinado que o prêmio
não teria incidência de impostos, bem como não incorporaria no salário do empregado se pago quatro vezes no ano civil, e no máximo de uma vez no
mesmo trimestre civil.

Porém, a MP n° 905/2019 foi revogada no dia 19.04.2019, passando assim prevalecer as regras trazidas pela Reforma Trabalhista, a qual está vigente até o
referido momento.

Sendo assim, os prêmios pagos ao empregado nas condições estabelecidas pela legislação, não integrarão o salário do empregado, bem como, não servirão
de base de cálculo para fins da contribuição previdenciária e trabalhista.

Para melhor compreensão quanto ao histórico, segue tabela abreviada:

PRÊMIOS

Natureza da
Período Limitação de Pagamento Base legal
Parcela

Até 10.11.2017 Salarial - IN SIT n° 144/2018, art. 9°

De 11.11.2017 a
Não Salarial Sem limite de pagamento Lei n° 13.467/2017
13.11.2017

De 14.11.2017 a
Não Salarial 2 vezes ao ano MP n° 808/2017
23.04.2018

De 24.04.2018 a
Não Salarial Sem limite de Pagamento Lei n° 13.467/2017
11.11.2019

De 12.11.2019 a 4 vezes no ano civil, e no máximo de 1 no

Não Salarial Medida Provisória n° 905/2019
19.04.2020 mesmo trimestre civil.

Lei n° 13.467/2017 e artigo 457, § 2°, da

De 20.04.2020 em diante Não Salarial Sem limite de Pagamento
CLT

Para um melhor estudo sobre o tema, indica-se a área especial Reforma Trabalhista

4. Recebimento da Gratificação e do Prêmio

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 Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.

Como já visto nos itens anteriores, o pagamento da gratificação ou do prêmio são maneiras adotadas pelo empregador ou por meio de acordo ou convenção
coletiva, de agradecer ou reconhecer os serviços prestados pelo empregado.

As referidas verbas podem ser concedidas ao trabalhador enquadrado na condição de empregado, de acordo com as regras do artigo 3° da
CLT, no qual, o
preceito do pagamento deverá ser formalizado diretamente pelo empregador, salvo previsão expressa em Acordo ou Convenção Coletiva.

5. Diferenças entre Gratificação e Prêmio

Cumpre ressaltar que, a gratificação e o prêmio não se confundem, visto tratar-se de duas verbas distintas.

A gratificação não depende de razões específicas ligadas ao esforço do empregado, enquanto o prêmio, para que o empregado tenha direito, o mesmo
deverá se esforçar para usufruir o referido valor.

Ainda, cumpre ressaltar que, a gratificação poderá ser concedida pelo empregador a qualquer momento, de forma liberal. Já o prêmio está vinculado a
condições relacionadas ao seu esforço.

6. Obrigatoriedade
Inexiste previsão expressa em lei determinando a obrigação do pagamento da gratificação ou do prêmio.

Ocasionalmente, essas verbas poderão ser concedidas por meio do acordo ou convenção coletiva, regulamento interno, como também por liberalidade do
empregador.

Desta forma, por inexistir definição expressa em Lei, as diretrizes para a concessão devem ser apresentadas em documento, de forma que não gere
questionamentos futuros, isto é, devem estar claras no contrato de concessão.

7. Modalidades de Gratificação
A legislação trabalhista detém de mais de uma modalidade de gratificação, as mais usuais são:

- Gratificação por Produtividade:

A gratificação por produção poderá ser concedida ao empregado para incentivá-lo a aumentar a sua produção.

O empregador poderá formalizar com o empregado as regras de concessão, como também, metas a serem cumpridas.

Assim, cumpridas pelo empregado as prescrições exibidas pelo empregador, o empregado passa a receber o referido valor.

Gratificação de Função:

Regida pelo artigo 62, parágrafo único da

CLT, a gratificação de função deverá ser concedida ao empregado quando o mesmo passa a exercer uma função
de confiança na empresa.

Frisa-se que o pagamento da gratificação de função deverá ser paga ao empregado, no mínimo 40% a mais do salário normal.

Orienta-se ao empregador, destacar o valor acrescido (40%) no recibo de pagamento do trabalhador, com o propósito de evitar o salário complessivo (quando
não dá para identificar todos os valores do recibo de pagamento), visto que, é proibido pela jurisprudência trabalhista de acordo com a Súmula n° 91 do
TST.

Ainda, para mais esclarecimentos à respeito do tema, sugere-se a seguinte matéria para consulta:

Cargo de Confiança Boletim n° 11/2020

Gratificação por assiduidade:

A gratificação paga a título de assiduidade é concedida pelo empregador aos empregados que possuem frequência ao trabalho, isto é, não se ausentam,
como também, não se atrasam de forma injustificada.

Assim, desde que formalizada as regras pelo empregador, o empregado que não se ausentar ou não se atrasar fará jus ao referido valor.

Gratificação por tempo de serviço;

A gratificação por tempo de serviço poderá ser concedida ao trabalhador que mantêm seu vínculo com o mesmo empregador durante um determinado
período. O período poderá ser ajustado pelo empregador.

Ainda, o referido pagamento detêm de entendimentos de que se reveste de natureza salarial, com base na Súmula n° 203 do
TST, conforme abaixo:
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 Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.

SÚMULA TST n° 203 - GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. NATUREZA SALARIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.A
gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais. Histórico: Redação original - Res. 9/1985, DJ 11, 12 e 15.07.1985

8. Gratificação “Versus” Bonificação

A nomenclatura dita como bonificação não é prevista pela legislação trabalhista.

Diante disso, o empregador deverá analisar o caráter do referido pagamento, isto é, averiguar se a verba será com o intuito de reconhecer o serviço prestado
do empregado (gratificação) ou se pagamento está ocorrendo mediante regras formalizadas em acordo de trabalho ou por meio da convenção coletiva
(prêmio).

Assim, depois de identificado o caráter do pagamento, o empregador deverá averiguar além do conceito das verbas, as determinações quanto a incorporação
do referido valor no salário do empregado.

Será visto nos próximos itens, o entendimento quanto à incidência e incorporação das verbas no salário do trabalhador.

9. Integração ao Salário
A gratificação e o prêmio são duas verbas diferentes, conforme mencionado nos itens anteriores, as quais detêm conceitos diferentes e apresentam regras
diferenciadas quanto à incorporação no salário do empregado.

A gratificação legal, concedida de forma fixa e habitual, incorpora no salário do empregado, fazendo assim base para todas as demais verbas trabalhistas,
tais como, férias, 13° salário, horas extras, aviso prévio, entre outras. (artigo 457, parágrafo 1° da
CLT)

Já o prêmio, diferente da gratificação, é reputado como uma verba indenizatória, a qual não incorpora no salário do empregado, como também não servirá
para base de cálculo para demais verbas trabalhistas. (artigo 457,
parágrafo 1° da
CLT)

10. Incidências de INSS e FGTS

Com relação as incidências Trabalhistas e Previdenciárias sobre as verbas exibidas nesta matéria, observa-se:

Incidências
Rubricas
INSS FGTS

Sim.
Sim.

Gratificação Legal
Artigo 28 da Lei n° 8.212/91 e Artigo 457, § 1° da CLT Artigo 15 da Lei n° 8.036/90

Não.

Não.

Gratificação Ajustada* Artigo 28, § 9° da Lei n° 8.212/91 e Artigo 457, §

Artigo 15 da Lei n° 8.036/90
1° da CLT

Não.

Não.

Prêmios Artigo 28, § 9°, alínea “z” da Lei n° 8.212/91 e Artigo

Artigo 15 da Lei n° 8.036/90
457, § 2° da CLT

Referente a gratificação ajustada, orienta-se o empregador consultar primeiramente o entendimento adotado pelo Sindicato representativo da Categoria, ou,
se necessário, a Secretaria do Trabalho, podendo existir entendimentos diferenciados a respeito do tema, visto que, o artigo 457 da
CLT, parágrafo 1° aponta
apenas as gratificações legais, pagas de forma habitual aos empregados.

Em relação as incidências, orienta-se a verificação da ferramenta

Tabelas de Incidências, bem como a
Solução de Consulta COSIT n° 151 de 14 de Maio de
2019 (DOU de 21.05.2019) abaixo transcrita:

SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT N° 151, DE 14 DE MAIO DE 2019

(DOU de 21.05.2019)
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Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PREVIDENCIÁRIA. NÃO INCIDÊNCIA. PRÊMIO POR DESEMPENHO SUPERIOR. REFORMA TRABALHISTA.

A partir de 11 de novembro de 2017, não integra a base de cálculo, para fins de incidência das contribuições previdenciárias, o prêmio decorrente
de liberalidade concedida pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão
de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.

No período compreendido entre 14 de novembro de 2017 e 22 de abril de 2018, o prêmio por desempenho superior, para ser excluído da base de
cálculo das contribuições previdenciárias, não pode exceder ao limite máximo de dois pagamentos ao ano.

Os prêmios excluídos da incidência das contribuições previdenciárias:

(1) são aqueles pagos, exclusivamente, a segurados empregados, de forma individual ou coletiva, não alcançando os valores pagos aos
segurados contribuintes individuais;

(2) não se restringem a valores em dinheiro, podendo ser pagos em forma de bens ou de serviços;

(3) não poderão decorrer de obrigação legal ou de ajuste expresso, hipótese em que restaria descaracterizada a liberalidade do empregador; e

(4) devem decorrer de desempenho superior ao ordinariamente esperado, de forma que o empregador deverá comprovar, objetivamente, qual o
desempenho esperado e também o quanto esse desempenho foi superado.

Dispositivos Legais:
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, art. 62, § 11; Lei n° 13.467, de 2017, arts. 1° e 4°; Medida Provisória
n° 808, de 2017, art. 1°; Lei n° 8.212, de 1991, arts. 22 e 28; Decreto-Lei n° 5.452, de 1943, art. 457, §§ 2° e 4°; e Instrução Normativa RFB n° 971,
de 2009, arts. 52 e 58.

FERNANDO MOMBELLI

Coordenador-Geral

11. eSocial
Considerando tratar-se de verbas pagas aos empregados, as gratificações e os prêmios deverão ser informados no eSocial por meio do evento S-1200 -
Remuneração de trabalhador vinculado ao Regime Geral de Previdência Social, conforme consta no Manual eSocial - Versão 2.5.01 - pág 101.

Este evento deverá ser usado pelo empregador para informar o pagamento das verbas remuneratórias ou não remuneratórias, para todos os seus
trabalhadores.

Sobre as demais informações acerca do tema, indica-se a área especial e-Social

11.1. Rubricas
Com relação as rubricas referentes às gratificações e prêmios, as mesmas deverão ser informadas, conforme determinação apresentada em tabela.

Rubrica Código Natureza da Rubrica

Prêmio 2501 Prêmio

Gratificações 1211 Gratificações

Gratificação por acordo ou convenção coletiva 1210 Gratificação por acordo ou convenção coletiva

Gratificação de função 1201 Adicional de função / cargo confiança

Para mais esclarecimentos sobre as rubricas, indica-se a ferramenta Tabela de Rubricas eSocial

Autor: Equipe Técnica Econet Editora

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Nos termos da Lei n° 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais, é proibida a reprodução total ou parcial, bem como a produção de
apostilas a partir desta obra, por qualquer forma, meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos reprográficos, fotocópias ou gravações - sem
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permissão por escrito, dos Autores. A reprodução não autorizada, além das sanções civis (apreensão e indenização), está sujeita as penalidades que trata
artigo 184 do Código Penal.