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Bruno César Pereira Langoni – RA 004.201.902.

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Capítulo X do Título II, “Remuneração e Salário”

Salário é palavra que encontra suas origens no grego hals e no latim sal, denotando sua
característica de retribuição dos trabalhos domésticos e dos soldados mediante troca de
determinada quantidade de sal.

A rigor, existem 3 principais teorias quanto à natureza jurídica do salário. Uma que a
equipara o salário percebido a uma indenização, outra que o considera prestação
(atribuindo natureza de contraprestação) e a última que o associa com direito do
empregado em virtude de existência de vínculo empregatício.

O princípio da irredutibilidade salarial encontra previsão expressa no art. 7º, VI, da


CF/88, cuja única exceção é a redução por meio de convenção ou acordo coletivo de
trabalho.

Já o princípio da inalterabilidade salarial proíbe qualquer forma de alteração salarial in


pejus, ou seja, de que resulte prejuízo ao empregado.

Com relação ao princípio da integralidade salarial, esse protege os salários contra os


credores do empregador.

No que toca ao princípio da intangibilidade salarial, tal visa proteger o empregado


contra os descontos indevidos feitos pelo próprio empregador.

O salário, também, a rigor é impenhorável, exceção feita à prestação alimentícia.

Valem ser feitas algumas importantes considerações, tendo como parâmetro o art. 457
da CLT:

a) remuneração = salário + gorjeta;

b) salário = contraprestação devida e paga diretamente pelo empregador em face do


contrato de trabalho;

c) gorjeta = importância dada espontaneamente pelo cliente ao empregado (facultativa)


ou cobrada pela empresa ao cliente como adicional nas contas, a qualquer título,
destinada à distribuição aos empregados (obrigatória). Ambas constituem remuneração
do empregado para todos os efeitos legais.

Sobre o tema, merece destaque a Súmula 354 do TST dispõe que as “gorjetas, cobradas
pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes,
integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas
de aviso prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado”.

Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e de função e as


comissões pagas pelo empregador
Relativamente às comissões, o § 1º do art. 457 da CLT excluiu as percentagens dos
componentes do salário.

Os adicionais são parcelas integrantes do salário e têm por escopo compensar o trabalho
realizado em situações que exijam maior desconforto do empregado em razão do tempo
e do lugar da prestação do serviço ou que representem maior perigo ou risco para a sua
saúde, derivando ora da lei, ora de instrumento coletivo e ora do contrato individual.

Relativamente ao prêmio, tal se peculiariza por se tratar de parcela remuneratória


facultativa prometida e paga diretamente pelo empregador com o objetivo de retribuir e
estimular a produção individual do empregado ou produção coletiva da seção ou setor
de trabalho.

As gratificações também constituem liberalidades do empregador, existindo, além


daquelas previstas em lei, outras previstas em instrumentos de autocomposição ou
decorrentes de costumes, como a gratificação por tempo de serviço; por quebra de
caixa; semestral; entre outras.

As diárias visam à cobertura de despesas efetivamente realizadas pelo empregado


quando este viaja a serviço da empresa. Tem-se entendido que a diária é devida quando
o trabalhador presta serviços fora do município em que se encontra sediada a empresa.

Já a ajuda de custo é parcela de natureza indenizatória e corresponde ao valor pago ao


empregado pelo empregador para ressarcir suas despesas de movimentação em serviço,
tais como transporte, alimentação, representação etc.

O salário in natura ou salário-utilidade é uma espécie de remuneração em coisas ou


serviços distintos de dinheiro, paga diretamente pelo empregador ao empregado em
decorrência do contrato de trabalho.

Com relação aos abonos, quando pagos com habitualidade passam a ser atraídos pelo
núcleo salarial.

No que toca ao salário-maternidade, que é pago para a mulher em gozo de licença-


maternidade, não possui natureza salarial, já que constitui um benefício previdenciário
pago, em regra, diretamente pelo empregador, que poderá, posteriormente, deduzi-lo
quando do recolhimento das futuras contribuições previdenciárias a seu cargo.

Gorjeta é uma das espécies de parcelas pagas não pelo empregador e sim por terceiros
aos empregados e que integram a sua remuneração, encontrando fundamento no art. 457
da CLT.

Já no que toca às classificações dos salários, há três modalidades básicas:

a) salário por unidade de tempo (hora, dia, semana, quinzena, mês);

b) salário por unidade de obra (resultado do trabalho, pouco importando o tempo gasto
na sua produção); e

c) salário por tarefa (combinação dos dois tipos anteriores).

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