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O SFN

O Sistema Financeiro Nacional – SFN, é um conjunto de órgãos que regulamenta, fiscaliza e executa as operações
necessárias à circulação da moeda e do crédito na economia. Genericamente, o SFN é a transação de recursos entre
poupadores (indivíduos e empresas) e investidores através do mercado financeiro. No Brasil, o Sistema Financeiro
Nacional (SFN) é composto por instituições normativas e reguladoras, como o Conselho Monetário Nacional (CMN),
o Banco Central do Brasil (BACEN, BCB ou BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que desenvolvem
mecanismos (leis) a fim de sistematizar o funcionamento das demais instituições financeiras públicas e privadas que
servem como intermediárias de captação, distribuição e transferências de recursos financeiros de toda a sociedade.

As decisões das instituições normativas e reguladoras impactam diretamente na economia e, consequentemente, em


toda a sociedade. Além disso, o SFN possui o papel de harmonizar os interesses, de modo que necessidades
individuais não se sobreponham às demandas coletivas. É relevante apresentar 10 fatos históricos sobre a evolução do
Sistema Financeiro Nacional, considerando que uma delas foi a criação do Banco do Brasil, vejamos:

Importante mencionar que o resumo proposto tem a finalidade exclusiva de complementar seus estudos em relação
ao conteúdo sobre o Sistema Financeiro Nacional para o BB, não bastando apenas a leitura do que aqui está exibido.

ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

O SFN é composto de dois subsistemas: o subsistema Normativo e o de Intermediação ou Operacional.


Subsistema Normativo – Sistema Financeiro Nacional BB

a)      Conselho Monetário Nacional – CMN, é o órgão deliberativo do SFN. Processa todo o controle do sistema
financeiro, influenciando as ações de órgãos normativos como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
Social – BNDES.

Suas atribuições estão previstas nos Artigos 3° e 4° da Lei 4.595/64.

IMPORTANTE!

Até então o Conselho Monetário Nacional era composto por apenas três integrantes: o ministro da Fazenda, que
ocupava o lugar de presidente do CMN; o presidente do BACEN; e o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e
Gestão (MPOG). Em 2019, houve uma reorganização nos ministérios. Assim, o CMN passou a ser composto por:
ministro da Economia, presidente do BACEN e pelo secretário Especial de Fazenda.

São membros do Conselho Monetário Nacional (Lei n° 13.844, de 18 de junho de 2019):

         Ministro da Economia (presidente do conselho);

         Presidente do Banco Central do Brasil (BACEN); e

         Secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia.

Por ser um órgão normativo, ele não executa tarefas. Lembre-se dos verbos autorizar, regulamentar, determinar,
disciplinar etc. Cuidado com os verbos autorizar e regulamentar, pois também podem ser usados para se referir às
funções do BACEN.

b)      Banco Central do Brasil – BACEN, com a Lei Complementar n° 179, de 24 de fevereiro de 2021, se tornou
autarquia de natureza especial sem vinculação a Ministério, com autonomia técnica, operacional, administrativa e
financeira. 

Antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade monetária era desempenhado pela Superintendência da
Moeda e do Crédito – SUMOC, pelo Banco do Brasil – BB e pelo Tesouro Nacional.

O BACEN é o supervisor do Sistema Financeiro.

– Antes era uma autarquia vinculada ao Ministério da Economia, até 2021 (anteriormente era vinculada ao Ministério
da Fazenda, que foi extinto em janeiro de 2019).
         Diretoria colegiada composta por um presidente e oito diretores (nove membros), todos nomeados pelo
presidente da república e aprovados pelo Senado.

         Principal órgão executivo do SFN.

c)       Comissão de Valores Mobiliários – CVM, é uma autarquia federal ligada ao Ministério da Economia, criada
em 1976, por meio da Lei n. 6.385, tem como objetivo zelar pelo funcionamento eficiente, pela integridade e pelo
desenvolvimento do mercado de capitais, promovendo o equilíbrio entre a iniciativa dos agentes e a efetiva proteção
dos investidores. É o órgão normativo do SFN.

d)      Conselho de Recursos do SFN-CRSFN, é um órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do
Ministério da Economia e tem por finalidade julgar, em última instância administrativa, os recursos contra as sanções
aplicadas pelo BCB e CVM e, nos processos de lavagem de dinheiro, as sanções aplicadas pelo COAF, SUSEP e
demais autoridades competentes.

e)      Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos
mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.

É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966.   
Tem como missão “Desenvolver os mercados supervisionados, assegurando sua estabilidade e os direitos do
consumidor.”

f)       Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) é uma autarquia de natureza especial,


dotada de autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da Fazenda.

Tem atuação em todo o território nacional como entidade de fiscalização e supervisão das atividades das entidades
fechadas de previdência complementar e de execução das políticas para o regime de previdência complementar
operado pelas referidas entidades.

A importância das instituições normativas deve-se ao fato de que  elas regulamentam o funcionamento do SFN,
modernizam as leis e determinam as garantias que devem ser dadas às pessoas e empresas que operam nesse
sistema.

O subsistema Normativo também possui algumas instituições que são classificadas como especiais, dadas as
funções que exercem: o Banco do Brasil (BB), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
e a Caixa Econômica Federal (CEF).

     Banco do Brasil S.A. (BB), é uma instituição financeira brasileira, constituída na forma de sociedade de
economia mista, com participação do Governo Federal do Brasil em 50% das ações (em fevereiro de 2020).

             É um dos cinco bancos estatais do governo brasileiro, tendo como acionistas, para além da União (com
59,1%), a Previ (10,4%), capital estrangeiro (29,82%), o BNDES (0,2%), pessoas físicas (6,0%), pessoas jurídicas
(5,2%) e ações em tesouraria (0,7%).
Subsistema de Intermediação

Estão subordinados às entidades supervisoras e lidam com o público sob o papel de intermediário financeiro. São
eles: bancos e caixas econômicas, cooperativas de crédito, instituições de pagamento, administradoras de consórcios,
corretoras e distribuidoras, demais instituições não bancárias, bolsa de valores, bolsa de mercadorias e futuros,
seguradoras e resseguradoras, entidades abertas de previdência, sociedades de capitalização e entidades fechadas de
previdência complementar (fundos de pensão). O papel das instituições operacionais é, em seu sentido mais amplo, o
de funcionar como intermediadoras ou facilitadoras das atividades que ocorrem no SFN. Elas oferecem e vendem os
serviços prestados pelo sistema financeiro, sendo assim, quando se deseja fazer algum tipo de operação financeira,
recorrem-se a elas. Os intermediários financeiros são classificados de acordo com a área de atuação, considerando sua
capacidade de oferta de crédito ou de indenizações e garantias, podendo ser Bancos cooperativos, Sociedade de
crédito imobiliário, Bancos de investimento, Cooperativas de Crédito e Sociedade Corretoras.

O Sistema Financeiro Nacional tem como propósito, facilitar a transferência de


recursos entre os agentes superavitários e os agentes deficitários.
 Isso ocorre através do que chamamos de intermediação financeira, que possui esses dois atores principais:

O agente Superavitário é aquele cuja renda excede suas despesas, isso quer dizer que ele tem dinheiro para suprir
todas as suas necessidades (necessárias ou supérfluas) e ainda fica com capital sobrando. É você que planeja suas
contas e não compra por impulso.

O agente Deficitário é aquele cuja renda não cobre suas despesas. Eles têm necessidades básicas (ou não!) que não
permitem que sobre dinheiro.

O subsistema operacional é constituído pelas instituições dedicadas à execução das atividades finalísticas do SFN,
notadamente as instituições financeiras e os demais intermediários financeiros, a elas equiparadas.

A definição de instituição financeira é dada pela Lei Federal nº 4.595/64, em seu artigo 17.

Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou
privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos
financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de
terceiros.”

No mesmo artigo, em seu parágrafo único, é possível termos a identificação de “equiparação à instituição
financeira”:

Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que
exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual.

Algumas instituições financeiras, além de pertencerem ao subsistema operacional, também executam atividades
normativas.

Por esse motivo, são conhecidos como agentes especiais. Conforme anteriormente apontado, que são: o Banco do
Brasil – BB, a Caixa Econômica Federal – CEF e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social –
BNDES.
MERCADO FINANCEIRO – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL/BB
O mercado financeiro tem a função de facilitador e intermediador, possibilitando que pessoas e empresas
movimentem seu dinheiro e negociem ativos financeiros.

Dito isso, podemos descrever que o Mercado Financeiro é composto por 8 subdivisões:

Mercado de Capitais: Meio de captação de recursos para agentes deficitários através da oferta de valores mobiliários
(ações, debêntures e notas promissórias, entre outros). É uma forma de o investidor acessar diretamente os emissores
desses valores mobiliários

Mercado de Crédito: Aqui ocorre a intermediação de recursos de médio e longo prazo entre os agentes superavitários
(ofertantes de recursos) e os deficitários (tomadores de recursos).

Mercado de Câmbio: Troca de moeda estrangeira por moeda nacional (real) ou o inverso. Todas as transações de
comércio exterior do país passam por esse mercado

Mercado Monetário: Garante a liquidez da economia. O Banco Central é o principal executor desse mercado, no qual
atua através da Política Monetária para realizar o controle de oferta de moeda e das taxas de juros de empréstimos de
curto prazo

Mercado de Seguros e Resseguro: Transferência de risco de um agente (segurado) para uma instituição (seguradora)
através do pagamento de prêmio (custo do seguro). Mercado essencial para o gerenciamento de riscos de indivíduos e
empresas

Mercado de Previdência Aberta: Acumulação de recursos para garantir uma aposentadoria complementar ao
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Disponível para qualquer participante que possua interesse.

Mercado de Capitalização: Garantir ao participante a oportunidade de acumular recursos e também de concorrer a


sorteios periódicos de valores em dinheiro.

Mercado de Previdência Complementar Fechada (Fundos de Pensão): Acumulação de recursos para garantir uma
aposentadoria complementar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Porém, disponível apenas para um grupo
restrito de participantes (funcionários de uma mesma empresa, por exemplo).

Por sua vez, no Mercado Financeiro há três órgãos normativos (Conselhos), que são os responsáveis por fixar as
diretrizes de cada mercado.

Vejamos qual conselho é responsável por cada divisão de mercado:


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maneira completa para os seus estudos acerca do Sistema Financeiro Nacional, voltado para o BB.

TIPOS DE INVESTIMENTO DO MERCADO FINANCEIRO


O mercado financeiro oferece basicamente dois tipos de investimento, a renda fixa e a renda variável. Ambas são
bastante interessantes e não devem ser descartadas pelo investidor.

Renda fixa: Quando você aplica em um investimento de renda fixa, as regras de rentabilidade já estão definidas antes
da compra do ativo.  Entre as possibilidades, estão os ativos do Tesouro Direto, que são títulos da dívida pública.
Neste caso, o investidor empresta para o governo federal, que o devolve no prazo acordado e corrigido a partir de um
indicador conhecido no momento da contratação.

Renda Variável: Os ativos de renda variável são aqueles em que o investidor aplica sem ter certeza sobre a
rentabilidade futura, mas que têm chances de uma rentabilidade maior. A renda variável ainda é pouco explorada pelo
investidor pessoa física no Brasil. Em mercados mais desenvolvidos, como os Estados Unidos, ela representa uma
fatia bem mais ampla dos investimentos.

Exemplos de renda variável são ações, opções e derivativos na bolsa de valores, fundos de investimento de ações
e multimercados, entre outros.

AGENTES DO MERCADO FINANCEIRO


Quando se fala em agentes, pensamos em relacionamentos. Pois não há como investir no mercado financeiro sem
criar um relacionamento com suas instituições. Os agentes do Mercado financeiro são:

Emissores de títulos: Na renda fixa, os emissores dos títulos podem ser o Tesouro (para os títulos públicos) ou
instituições financeiras (para títulos privados). Por seu turno, o Tesouro Direto é considerado o investimento mais
seguro: você está colocando seu dinheiro em dívida do Governo Federal, que se compromete a pagar seu dinheiro de
volta acrescido de juros.

No caso dos títulos privados, o risco é maior, já que se trata de instituições privadas (bancos ou corretoras).

Bolsa de valores: é uma plataforma de negociação de ações de empresas de capital aberto, como exemplo, temos o
Banco do Brasil.

 O Banco do Brasil é considerado com boas práticas de governança corporativa e direitos dos acionistas.

 De acordo com isso, só existem no mercado ações BB ordinárias, com direito a voto, e os acionistas são
beneficiados pelo grau de segurança da companhia, que influi na valorização e liquidez das ações do Banco do
Brasil.

A bolsa oficial no Brasil se chama BM & FBovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo),
desde 2008, quando ocorreu a fusão da Bolsa de Valores de São Paulo com a Bolsa de Mercadorias e Futuros.

Tomadores: Tomadores de recursos são empresas ou indivíduos que precisam de capital (para fluxo de caixa, capital
de giro, financiamento, etc) e estão dispostos a pagar juros pelo dinheiro.

Investidores: são pessoas físicas ou jurídicas que desejam multiplicar seu capital que está sobrando.

Eles abrem mão da disponibilidade do recurso em um momento para colherem a valorização em um prazo
previamente acertado na aplicação.

 O Mercado Financeiro é realmente interessante, não acha? Ele está inserido no nosso dia a dia, por mais que
não sejamos investidores ou amantes de economia.
2 - Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de crédito,
de capitais e cambial)

Moeda, crédito, capitais e câmbio:


Este é o principal ramo do SFN e lida diretamente com quatro tipos de mercado:

Os mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial.

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto de instituições e instrumentos que


possibilitam a transferência de recursos entre os agentes econômicos superavitários e os
deficitários. Essa transferência é possível por conta dos mercados monetário, de crédito, de
capitais e cambial;(caiu em concurso – Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: Banestes);

Mercado monetário
Mercado monetário é o mercado que fornece à economia papel-moeda e moeda escritural,
aquela depositada em conta corrente;

As instituições financeiras, conhecidas por bancárias, são aquelas a quem se permite a


criação de moeda por meio do recebimento de depósitos à vista. (caiu em concurso – Ano:
2020 Banca: VUNESP Órgão: FITO);

O mercado monetário faz parte do mercado financeiro que serve de canal para transações
de financiamento/ empréstimo de curto e curtíssimo prazo, para oferecer maior liquidez
monetária. Os títulos negociados nesse mercado servem de parâmetro para a taxa de juros
praticada no mercado de crédito. Dentre os ativos negociados neste mercado estão títulos do
tesouro, papéis comerciais e certificados de depósito. Neste mercado os títulos públicos são
mais negociados com o objetivo de diminuir ou aumentar a liquidez:

Quando o Banco Central vende os títulos do tesouro para as instituições financeiras é


porque está querendo retirar moeda do mercado acarretando a diminuição da liquidez geral.

Quando o Banco Central compra títulos do tesouro das instituições financeiras é porque
está querendo jogar moeda no mercado acarretando o aumento da liquidez geral.

Quando esta venda é entre as instituições financeiras é para ajustes internos de liquidez.

Mercado de crédito
É o mercado que fornece recursos (financiamento) para o consumo das pessoas em geral
(pessoas físicas) e para o funcionamento das empresas (pessoas jurídicas);

O mercado de crédito é composto por credores e devedores que pode ter uma relação
formal(contrato) ou informal.
O credor fornece liquidez, ou seja, moeda fiduciária ou escritural ao devedor e cobra juros
devido ao risco do negócio :

Moeda fiduciária: É um certificado sem lastro de garantia

Moeda escritural: Depósitos à vista bancário à disposição do titular da conta.

O crédito pode ser definido quando oferecemos dinheiro, serviço ou mercadoria para
pagamento futuro.

Mercado de capitais
É o mercado que permite às empresas em geral captar recursos de terceiros (capitalização)
e, portanto, compartilhar os ganhos e os riscos. Ele é formado por ações, debêntures e títulos
de crédito privado. O investidor ganha em troca rentabilidade e valorização do patrimônio.

O mercado de capitais é um grande gerador de riquezas, pois com crescimento das


empresas, aumenta a necessidade de mão de obra, gerando mais dinheiro e consumo e
consequentemente o crescimento da economia em geral. O mercado de capitais é formado
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), bolsa de valores, as corretoras, os banco e
principalmente as empresas. Depois farei um vídeo aprofundando o funcionamento do
mercado de capitais.

Mercado de câmbio
É o mercado de compra e venda de moeda estrangeira. Existem várias operações no
mercado de câmbio como pagamentos e recebimentos em moeda estrangeira, especulações,
participação em processos e investimentos. Este mercado influencia o sistema econômico do
país por causa das variações cambiais, afetando as importações e exportações do país.

O mercado de câmbio funciona durante 24 horas por dia, durante cinco dias e meio da
semana. Participam do mercado, os chamados Traders, com funções distintas, que são:

Bancos centrais, Instituições financeiras, Especuladores, Hedges cambiais e investidores.

As operações no mercado de câmbio são feitas por instituições autorizadas e fiscalizada


pelo Banco Central do Brasil dentro do que foi defino pelo Conselho Monetário Nacional.

Podem ser autorizados a atuar no mercado de câmbio pelo Banco Central do Brasil:
bancos múltiplos, comerciais, de desenvolvimento, de investimento e de câmbio; caixas
econômicas; corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários; agências de fomento
e sociedades de crédito, financiamento e investimento.
3 - Políticas monetárias
Políticas monetárias convencionais e não convencionais (Quantitative Easing)
O objetivo principal da política monetária é manter a inflação sobre controle. No Brasil, as políticas monetárias
são executadas pelo Banco Central do Brasil. A política monetária é uma forma de controle econômico utilizada para
regular a oferta de moedas em circulação no país e assim controlar a inflação no país. A meta para a inflação é
estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

No desenho atual do sistema, o CMN define em junho a meta para a inflação de três anos-calendário à frente. Por
exemplo, em junho de 2018, o CMN definiu a meta para 2021. Esse horizonte mais longo reduz incertezas e melhora a
capacidade de planejamento das famílias, empresas e governo. O sistema prevê ainda um intervalo de tolerância,
também definido pelo CMN. Nos últimos anos, o CMN tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para
cima e para baixo. Por exemplo, no caso de 2020, a meta é de 4,00% e o intervalo é de 2,50% a 5,50%. Se a inflação
ao final do ano se situar fora do intervalo de tolerância, o presidente do BC tem de divulgar publicamente as razões do
descumprimento, por meio de carta aberta ao Ministro da Fazenda, presidente do CMN, contendo descrição detalhada
das causas do descumprimento, as providências para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos e o
prazo no qual se espera que as providências produzam efeito. (Fonte Banco Central). Quando há uma estabilidade dos
preços é preservado o valor do dinheiro e consequentemente o poder de compra da moeda.

Para alcançar esse objetivo, o BC utiliza a política monetária, política que se refere às ações do BC que visam afetar
o custo do dinheiro (taxas de juros) e a quantidade de dinheiro (condições de liquidez) na economia. No caso do BC, o
principal instrumento de política monetária é a taxa Selic (taxa de juros), decidida pelo Comitê de Política Monetária
do Banco Central (COPOM). Manter a taxa de inflação baixa, estável e previsível é a melhor contribuição que a
política monetária do BC pode fazer para o crescimento econômico sustentável e a melhora nas condições de vida da
população.(Fonte Banco Central).

Objetivo principal do Copom: Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda.

No Art. 4 § 3º da Circular Nº 3.593, de 16 de maio de 2012 que divulga novo Regulamento do Comitê de Política
Monetária (Copom) diz:

Compete ao Copom avaliar o cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados, com base nos quais são
tomadas as decisões de política monetária.

Políticas monetárias convencionais


 

Política monetária expansionista e contracionista.

Expansionista: Aumenta a oferta de moedas. Isto é feito em períodos de crise para estimular o consumo. São medidas
com objetivo de acelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e aumentar a expansão da base monetária. O
consumo das famílias aumenta, Investimento Privado aumenta e a Inflação pode aumentar.

Contracionista: Reduz a oferta de moedas. Para diminuir a inflação. São medidas com objetivo de desacelerar o
crescimento da quantidade de dinheiro e diminuir a base monetária. Existem vários instrumentos para aumentar ou
diminuir a oferta de moeda em circulação, ou seja, sua liquidez. Abaixo coloquei alguns:

1 – Open Market

O open market (mercado aberto) serve para que o Banco Central possa controlar a compra e venda de títulos
públicos e a taxa Selic (taxa básica de juros) se mantenha de acordo com a meta definida pelo Banco Central.
Quando o Banco Central decide reduzir a taxa de juros, ele deve aumentar a oferta de moeda através da compra de
obrigações do Tesouro Nacional no mercado. Esta compra injetará moeda na economia forçando a queda dos juros.
Quando a taxa de juros diminui, o crédito fica mais fácil, aumentando o poder de compra do brasileiro e com isso,
pode ocorrer o aumento da inflação. Política monetária expansiva.

Quando o Banco Central decide aumentar a taxa de juros, ele deve diminuir a oferta de moeda através da venda de
obrigações do tesouro nacional. Esta venda retirará moeda da economia, forçando o aumento da taxa de juros. Se a
taxa de juros aumenta, aumenta a taxa de juros pelos bancos e consequentemente o acesso ao crédito fica mais difícil,
diminuindo o poder de compra do brasileiro e com isso a inflação diminui. Política monetária contracionista.

Overnight: Operações que os bancos realizam diariamente no mercado aberto, visando a conseguir recursos para
financiar suas posições em títulos públicos. Estes títulos são negociados com investidores, que devem recomprá-los no
dia seguinte mediante uma taxa diária administrativa e de corretagem.

2 – Recolhimento compulsório

O recolhimento compulsório (depósito compulsório) retira moeda em circulação do país. Esse dinheiro é retirado
direto dos bancos para que não chegue até a população, influenciando na inflação.

Este recolhimento compulsório é uma taxa que os bancos pagam ao Banco Central, que pode ser feito em moeda ou
em títulos públicos federais. Essa taxa percentual é cobrada em transações relacionadas aos produtos bancários e é
definida pelo próprio Banco Central, de acordo com seu interesse. Se ele elevar a taxa, ele diminui a quantidade de
moeda circulando reduzindo a atividade econômica no país, pois os bancos terão menos dinheiro para dar crédito para
a população.

Agora se ele diminuir a taxa, ocorre o oposto, pois vai aumentar a quantidade de moeda circulando e
consequentemente aumenta a atividade econômica do país, pois os bancos terão mais dinheiro para dar crédito para a
população.

3 – Taxa de Redesconto

A taxa de redesconto é uma taxa de juros cobrado pelo Banco Central nos empréstimos feitos aos bancos comerciais.

Quando o Banco Central quer diminuir a inflação, ele aumenta esta taxa e os bancos aumentam as taxas cobradas nos
empréstimos ao cliente e com isso, fica mais difícil fazer o empréstimo e assim diminui a circulação de moedas.

Caso o Banco Central queira aumentar a circulação de moedas ele faz o contrário, abaixa a taxa de juros e
consequentemente facilita a tomada de empréstimos pelos clientes.

Por ele influenciar diretamente nos bancos, o Banco Central é chamado de “banco dos bancos”.

Políticas monetárias não convencionais (Quantitative Easing)


 

Quantitative Easing (QE): em português, Flexibilização Quantitativa

Usado quando a economia está em recessão, crise ou baixo crescimento, inflação baixa, taxa de juros muito baixa
praticamente no zero.

Compra de títulos do governo (títulos públicos) ou do mercado (títulos privados) para reduzir as taxas de juros e
expandir a oferta de moeda na economia (aumentar a liquidez). Essa compra de títulos também é conhecida como
criação eletrônica de dinheiro, pois o Banco Central não tem esse dinheiro como no Mercado aberto (open market).

Os agentes financeiros aumentarão os créditos e terá mais dinheiro para fazer investimentos e consequentemente
estimular a economia. Como tem muito mais dinheiro no mercado, a moeda acaba perdendo valor e com isso aumenta
a inflação que é o objetivo desta política. O Banco Central por ampliar a sua base monetária através da Quantitative
Easing é considerada uma política monetária não convencional expansionista.

Podemos dar como exemplo de uma política monetária não convencional a crise em que o mundo está passando
devido ao Coronavírus. Acabou acontecendo uma crise global afetando todos os setores devido principalmente ao
isolamento social que acabou aumentando o desemprego e fazendo com que a economia global começou a ficar ruim
rapidamente. Então qual foi a política monetária não convencional que ocorreu no Brasil? Foi o auxílio emergencial
que ajudou a população a ter um mínimo para se sustentar e com isso, fez girar a economia durante esta crise mundial.

Também em 2008 houve uma crise nos Estados Unidos e o FED – Federal Reserve, que seria o mesmo que o Banco
Central, mas dos Estados Unidos, adotou várias medidas de quantitative easing para expandir a base monetária do
mercado americano e combater os efeitos da depressão econômica.

Taxa SELIC e operações compromissadas

O que é o Selic?
O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC) é a uma das infraestruturas do mercado financeiro
brasileiro. É no Selic que ficam custodiados os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. Ele também processa as
operações compromissadas. A taxa Selic, que indica a taxa de juros básica no Brasil, é calculada diariamente e
utilizada como referência para as ações de política monetária. Para seu cálculo, é feita a média ponderada do volume
financeiro das taxas de juros de operações compromissadas com títulos públicos, no prazo de um dia útil.

O Banco Central é um dos agentes mais comuns nas operações compromissadas. Ele vende títulos de renda fixa para
levantar recursos. O Banco Central se compromete a recomprar os títulos com um valor acima do que o investidor
pagou.

O que é operações compromissadas?

 As operações compromissadas são definidas como a compra e a venda de títulos com compromisso de revenda
assumido pelo comprador e compromisso de recompra assumido pelo vendedor e são representadas pelos códigos de
operação 1044, 1047, 1054 e 1057. (fonte Banco Central)

Explicando de uma maneira simples, operações compromissadas é a pessoa que vendeu se compromete a comprar de
volta (recomprar) e o comprador se compromete a vender de volta (revender) o título em uma data futura por um valor
já definido entre eles.

Lembrando que no caso de títulos o prazo é no dia útil seguinte e as instituições financeiras autorizadas a realizar
operações compromissadas são os bancos, caixas econômicas, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e
sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários. Os títulos negociados a partir de 8 de março de 2012 são
garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), ou seja, se o banco quebrar você recebe mesmo assim até o valor
de 250 mil reais por CPF ou instituições.

As operações compromissadas é também uma maneira dos bancos captarem recursos em troca de uma taxa de juros
(renda fixa). O banco vende o título para o investidor e se compromete a comprar de volta (recompra) em uma data
futura, pagando uma taxa de juros para o investidor. Estas operações são consideradas de baixo risco principalmente
quando são utilizados títulos públicos, porém quando são utilizados títulos privados deve-se analisar melhor os riscos.
Estas operações têm liquidez diária, ou seja, você pode vender quando quiser.

As operações compromissadas por ser de baixo risco, tem uma rentabilidade baixa.
Os bancos gostam de utilizar as operações compromissadas porque o dinheiro vem rápido, tem um custo menor e
podem ter lucros maiores.

As operações compromissadas podem ser:


Específica: Taxa de juros prefixada. Você sabe exatamente quanto vai ganhar na hora que compra o título. O
investidor sabe qual título está comprando.

Dirigida: taxa de juros pós-fixado. Está geralmente vinculado a um índice e não sabe exatamente quanto vai ganhar
na hora do resgate. O investidor sabe qual título está comprando.

Genérica: Taxa de juros prefixada. O investidor só depois de comprar saberá qual título comprou.

Migração Bolsa/Selic: a operação de ida é liquidada pela Bolsa de Valores, enquanto a operação de volta é liquidada
pela Selic;

Migração Selic/Bolsa: funciona de maneira oposta à anterior, com ida pela Selic e volta pela B3.

Impostos
Imposto de renda (IR)

As operações compromissadas são tributadas pelo Imposto de Renda (IR) sobre o rendimento e não sobre o valor do
título, que é retido quando o investidor for resgatar. Quando menor o prazo de aplicação maior é o imposto de renda
cobrado, ou seja, quanto mais tempo deixar aplicado, menos imposto você paga.

Imposto sobre operações financeiras (IOF)

Somente sobre operações com prazo menor que 30 dias. O valor do imposto diminui conforme o número de dias
aplicado. Taxa maior, que seria cobrado no trigésimo dia é de 33%.

Principais títulos utilizados em operações compromissadas:

CDB (Certificados de Depósito Bancário);

LCI (Letras de Crédito Imobiliário);

CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários);

LCA (Letras de Crédito do Agronegócio)

CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio);

Letras Hipotecárias;

Debêntures;
O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comerciais no
Banco Central do Brasil
 

Obs.: Quando o edital do Banco do Brasil, foi divulgado, esta Lei ainda não tinha sido sancionada, por isso, pode cair
no concurso dizendo que ainda não foi sancionada ou fazendo pergunta sobre a PL 3.877/ 2020, então tenha atenção
na hora de interpretar a questão.

A Presidência da República sancionou a Lei 14.185, de 14 de julho de 2021 que autoriza o Banco Central (BC) a
receber depósitos voluntários remunerados das instituições financeiras. O objetivo é dar ao BC uma ferramenta para
controle da moeda que tenha impacto menor sobre a dívida pública. A norma teve origem no PL 3.877/2020, do
senador Rogério Carvalho (PT-SE). Os depósitos no Banco Central são uma forma de controlar a liquidez
(disponibilidade de dinheiro) da economia e de preservar a estabilidade da moeda. Para conter a pressão inflacionária
e sustentar a taxa de juros, o BC recolhe parte do dinheiro aplicado nos bancos pelos correntistas. Há duas
modalidades de depósitos: à vista (provenientes de depósitos em dinheiro) e a prazo (provenientes de aplicações,
como a poupança). Os depósitos a prazo são remunerados, ou seja, os bancos recebem uma compensação pela entrega
do dinheiro.

O Banco Central trabalha com depósitos compulsórios (obrigatórios) nas duas modalidades, estabelecendo uma
porcentagem obrigatória que os bancos devem entregar das suas aplicações, e com depósitos voluntários à vista (não
remunerados). A lei abre caminho para os depósitos voluntários a prazo, com a sua correspondente remuneração.

Atualmente, o principal instrumento utilizado pelo BC para gerenciar a liquidez bancária são as chamadas
“operações compromissadas”, que ocorrem quando o órgão vende aos bancos e investidores títulos públicos emitidos
pelo Tesouro Nacional exclusivamente para isso, enxugando o dinheiro em circulação. O problema dessa operação é
que ela é incluída na dívida pública. A nova lei vem no sentido de diversificar a forma de controlar essa liquidez.

Taxas a definir

De acordo com a nova lei, os depósitos voluntários vão funcionar como um instrumento alternativo às operações
compromissadas, pois ao deixarem o dinheiro no Banco Central, os bancos reduzem a quantidade de moeda em
circulação. A taxa de rendimento e as condições dos depósitos, se à vista ou a prazo, serão definidas por ato do BC.

Com a nova metodologia, o Brasil poderá “limpar” valores da dívida pública total devido ao estoque de títulos que o
BC tem de usar para praticar as operações compromissadas, aproximando os dados contábeis da dívida de conceitos
internacionais.

Sistema de Pagamentos

A nova lei também detalha a autorização existente na Lei 12.865, de 2013, para o Banco Central acolher depósitos
voluntários de entidades não financeiras integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro, abrangendo, por exemplo,
algumas espécies de fintechs e determinadas cooperativas. Segundo o texto, é incluído na lei que o BC fixará a
remuneração, os limites, os prazos, as formas de negociação e outras condições.

Vamos ao debate especificamente


  Esta nova Lei está aperfeiçoando a operacionalidade da política monetária no Brasil, equiparando aos países
desenvolvidos. O governo tem uma dívida pública muito alta. O Banco Central controla a liquidez do mercado através
de operações compromissadas, que acaba afetando a dívida pública.

Operações compromissadas: Venda de títulos públicos (20% do PIB)

Depósitos voluntários remunerados: Os bancos podem depositar seus excedentes de dinheiro diretamente no Banco
Central, sem que o Governo venda títulos para isso e consequentemente não haveria um aumento da Dívida Pública. O
Banco Central então continua a regular a liquidez do mercado sem aumento da Dívida, que será calculada apenas com
os gastos excedentes mais o pagamento de juros da dívida pública.

 Contra x a favor
 Contra: Redução artificial da Dívida Pública, ou seja, é apenas uma mudança contábil, pois retira do calculo da
Dívida Pública o dinheiro que está sendo utilizado nas operações compromissadas.

Diminuiria a pressão sobre o Governo para reduzir gastos, fazendo com que o Governo tenha mais liberdade para
gastar em políticas públicas gerando um aumento da dívida pública.

A Favor: Melhora a operacionalidade do Banco Central em sua política monetária e deixa mais claro a situação da
dívida pública do Brasil tirando do cálculo o déficit causado da política monetária e ficando somente com os gastos
gerados pelos Governos Federais, estaduais e municipais. Com o indicador mais enxuto sobraria mais dinheiro para o
governo investir em Educação, saúde, desenvolvimento e etc…

A observação seguinte pode ser considerada positiva ou negativa dependendo de sua visão:

O mercado até então olha a dívida pública bruta e não a dívida líquida, dando assim mais ênfase ao problema fiscal
do Brasil dizendo que o Estado quebraria se não aprovasse reformas, como a redução de impostos e diminuição do
Estado como um todo. Então com esta mudança para depósitos voluntários remunerados, diminuiria o tamanho da
dívida pública bruta e esvaziaria o discurso que o mercado tenta passar para os políticos e para o povo brasileiro.

4 - Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública

O Orçamento Público é um instrumento que reflete a estratégia de alocação das despesas do governo, bem como as
expectativas de receitas que permitirão seu atendimento, ambos alinhados ao planejamento em cada exercício
financeiro. Um sistema moderno de orçamento deve atender a três requisitos básicos:

 Controle, transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos;

 Manutenção da estabilidade econômica, por meio dos ajustes fiscais;

 Qualidade do gasto público, associada às prioridades e ao planejamento de curto e médio prazos do governo.

O Orçamento Público é um processo de planejamento contínuo e dinâmico que o Estado utiliza para demonstrar
seus planos e programas de trabalho como um todo e de cada um de seus órgãos em particular para determinado
período. Dessa forma, o orçamento exprime em termos financeiros e técnicos, as decisões políticas na alocação dos
recursos públicos, estabelecendo as ações e os programas prioritários para atender às demandas da sociedade, além de
permitir o controle das finanças públicas, evitando que sejam realizados gastos não previstos.

Os Princípios Orçamentários são regras norteadoras do orçamento público estabelecidas e disciplinadas por normas
constitucionais, infraconstitucionais e pela doutrina. Esses princípios são válidos para os Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos.

 
Princípios fundamentais do Orçamento Público:

 Unidade: o conjunto das despesas e das receitas deve estar reunido em um documento único. Cada esfera de
governo deve possuir apenas um orçamento, fundamentado em uma única política orçamentária e estruturado
uniformemente. Assim, existe o orçamento da União, o de cada estado e o de cada município.

O princípio da unidade diz que o orçamento deve ser uno, ou seja, em sua expressão mais ampla, cada ente da
federação deve dispor de apenas um orçamento, fundamentado em uma política orçamentária e estruturado
uniformemente.(caiu em concurso – Ano: 2021 Banca: UFU-MG Órgão: UFU-MG);

 Universalidade: princípio segundo o qual a lei orçamentária deve compreender todas as receitas e todas as
despesas pelos seus totais.

O Princípio da Universalidade Orçamentária, determina que a Lei Orçamentária Anual de cada ente federado deverá
conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídos e mantidos
pelo Poder Público.(caiu em concurso – Ano: 2017 Banca: UFES Órgão: UFES);

 Anualidade: o orçamento corresponde a um exercício anual.

O princípio orçamentário da Anualidade diz que o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado
período de tempo;(caiu em concurso – Ano: 2019 Banca: IF-MS Órgão: IF-MS);

 Equilíbrio Orçamentário: Este princípio estabelece que as despesas totais não devem ultrapassar as receitas
previstas no período.

O princípio do equilíbrio orçamentário é o parâmetro para a elaboração da Lei Orçamentária Anual e prescreve que
os valores fixados para a realização das despesas deverão ser compatíveis com os valores previstos para a arrecadação
das receitas. (caiu em concurso – Ano: 2019 Banca: CS-UFG Órgão: UFG);

 Noção de especificação: Cada dotação deve ter um destino determinado e estar associada a uma ação
específica. A apresentação detalhada das receitas e despesas no orçamento. Receitas e despesas discriminadas
e não valor global. Discrimina a fonte (origem) e o beneficiário do recurso (onde será aplicado o recurso).

 Pureza ou Exclusividade Orçamentária: O princípio da pureza ou exclusividade, previsto no § 8º do art.


165 da CF, estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa. São ressalvados a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações
de crédito, ainda que por Antecipação de Receitas Orçamentárias – ARO, nos termos da lei. A lei
orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária ou financeira. Ou seja, dela deve ser excluído
qualquer dispositivo estranho à estimativa de receita e à fixação de despesa. O princípio restringe o Executivo
e o Legislativo, impedindo a inclusão de normas estranhas.

O princípio orçamentário da Exclusividade tem por objetivo evitar a presença de dispositivo estranho à matéria
orçamentária ou financeira.(caiu em concurso – Ano: 2019 Banca: IF-MS Órgão: IF-MS);

 Não Vinculação ou Não Afetação das Receitas: Nenhuma parcela da receita geral poderá ser reservada ou
comprometida para atender a certos casos ou a determinado gasto. Ou seja, a receita não pode ter vinculações.
Essas reduzem o grau de liberdade do gestor e engessa o planejamento de longo, médio e curto prazos.

 Princípio do Orçamento Bruto: Todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento em
seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução. A intenção é a de impedir a inclusão de valores líquidos ou
de saldos resultantes do confronto entre receitas e as despesas de determinado serviço público. Lei 4.320/64
consagra este princípio em seu art. 6º: “Todas as receitas e despesas constarão da Lei do Orçamento pelos seus
totais, vedadas quaisquer deduções.

No princípio do orçamento bruto as despesas ou receitas não podem ser incluídas no orçamento ou em qualquer dos
tipos de créditos adicionais nos seus montantes líquidos.(caiu em concurso – Ano: 2018 Banca: FUNDEP (Gestão
de Concursos) Órgão: Prefeitura de Itatiaiuçu – MG);
 Legalidade: Para ser legal, tanto as receitas e as despesas precisam estar previstas na Lei Orçamentária Anual,
ou seja, a aprovação do orçamento deve observar processo legislativo porque se trata de um dispositivo de
grande interesse da sociedade. O princípio da legalidade é intrínseco ao estado de direito. O Poder Público
somente pode agir e executar os planos de estado naquilo que a lei expressamente autorizar, de forma que a
administração pública encontra-se subordinada à lei.

O princípio orçamentário da legalidade preconiza que cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente
aquilo que a lei expressamente autorizar, subordinando-se aos ditames da lei.(caiu em concurso – Ano: 2022 Banca:
FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: UFJF);

O Orçamento deve ser votado e aprovado até o final de cada legislatura. Depois de aprovado, é sancionado pelo
presidente da República e se transforma em lei. Caso, durante o exercício financeiro, seja necessária a realização de
despesas acima do limite autorizado na lei, o Poder Executivo submete ao Congresso Nacional projeto de lei de
crédito adicional.

Na Constituição Federal de 1988 foi estabelecido no Título VI – Da tributação e do orçamento, em seu capítulo II
Das finanças pública, na seção II Dos Orçamentos em seu artigo 165 instituiu instrumentos para vincular o
planejamento ao orçamento e diz o seguinte:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I – o plano plurianual;

II – as diretrizes orçamentárias;

III – os orçamentos anuais.

§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto;

III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração
direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

São leis interdependentes: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária
Anual (LOA).

O Plano Plurianual (PPA), com vigência de quatro anos, tem como função estabelecer as diretrizes, objetivos e
metas de médio prazo da administração pública. Cabe à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), anualmente, enunciar
as políticas públicas e respectivas prioridades para o exercício seguinte. Já a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
tem como principais objetivos estimar a receita e fixar a programação das despesas para o exercício financeiro. Assim,
a LDO ao identificar no PPA as ações que receberão prioridade no exercício seguinte torna-se o elo entre o PPA, que
funciona como um plano de médio prazo do governo, e a LOA, que é o instrumento que viabiliza a execução do plano
de trabalho do exercício a que se refere. (Fonte: Câmara dos Deputados);

Plano Plurianual (PPA)

Define o planejamento estratégico do Governo para os próximos 4 anos. (Aqui se planeja os gastos)

A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas
de duração continuada. (Artigo 165 §1º da CF)

Aprovado no primeiro ano de mandato presidencial, o PPA tem validade a partir do segundo ano presidencial e
encerra-se no primeiro ano do mandato presidencial subsequente.
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

A LDO, por sua vez, prioriza as metas do PPA e orienta a elaboração do Orçamento Geral da União, que terá validade
para o ano seguinte, ou seja, é aqui que se define o que é mais importante para o ano seguinte que consta no PPA.

O projeto da LDO é elaborado pelo Poder Executivo e precisa ser encaminhado ao Congresso Nacional até oito meses
e meio antes do encerramento do exercício financeiro. O projeto da LDO tem como base o PPA e deve ser aprovado
pelo Congresso Nacional e enviado para sanção do presidente da República até o encerramento do primeiro período da
sessão legislativa, em julho.

A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, estabelecerá
as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável da dívida pública,
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a
política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. (Artigo 165 §2º da CF)

A LDO estabelece a ligação entre a LOA e o PPA.

Ela define as regras e prioridades para o ano seguinte;

Lei Orçamentária Anual (LOA)

A lei orçamentária da União estima receitas e fixa as despesas, ou seja, indica quanto e onde gastar o dinheiro
público federal para um exercício financeiro (período de um ano). De um lado, permite avaliar as fontes de recursos
públicos no universo dos contribuintes e, de outro, quem são os beneficiários desses recursos. O Poder Executivo é o
autor da proposta, e o Poder Legislativo precisa transformá-la em lei.

A lei orçamentária anual compreenderá:

I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto;

III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração
direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. (Artigo 165 §5º da
CF)

Resumindo:

Antes de fazer o orçamento o governo prepara a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Ela estima as receitas e
despesas de cada ano de acordo com as prioridades do Plano Plurianual (PPA) e as regras definidas pela Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO). Todas as despesas públicas dever estar prevista na Lei Orçamentária Anual (LOA).
Plano Plurianual (PPA) → Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) → Lei
Orçamentária Anual (LOA)

PPA é peça de mais alta hierarquia dentre a tríade orçamentária, embora esta seja somente constituída de
leis ordinárias. Esse é o modelo disposto em nossa Carta Magna, que determina em seu art. 165, § 7º, que os
orçamentos devem ser compatibilizados com o plano plurianual. No § 2º desse artigo exige que a LOA deve
ser elaborada conforme dispuser a LDO. E no art. 166 § 3º, I, prevê a admissão de emendas ao orçamento
somente se compatíveis com o plano plurianual e com a LDO.(Fonte: Câmara dos Deputados);

O Orçamento Público é divido na seguinte forma:

Receitas:
Receitas vinculadas: Já tem seu uso definido por lei

Receitas não vinculadas: O administrador gasta onde quiser.

Despesas:
Despesas obrigatórias: Tem que pagar

Despesas discricionárias: O administrador gasta onde quiser. A receita para este fim é o que
sobra depois de pagar as despesas obrigatórias.

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