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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Ministro da Fazenda (Presidente),


Ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão,
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. DINÂMICA Presidente do Banco Central.
DO MERCADO. MERCADO BANCÁRIO O CMN é a entidade superior do sistema financeiro,
sendo sua competência:
adaptar o volume dos meios de pagamento às reais
necessidades da economia nacional e ao seu processo de
O Sistema Financeiro Nacional desenvolvimento;
Conjunto de instituições financeiras e instrumentos regular o valor interno da moeda, prevenindo ou
financeiros que visam transferir recursos dos agentes corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de
econômicos (pessoas, empresas, governo) superavitários origem interna ou externa;
para os deficitários. regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do
Sistemas financeiros são definidos pelo conjunto de balanço de pagamentos do país;
mercados financeiros existentes numa dada economia, orientar a aplicação dos recursos das instituições
pelas instituições financeiras participantes e suas inter- financeiras públicas ou privadas, de forma a garantir
relações e pelas regras de participação e intervenção do condições favoráveis ao desenvolvimento equilibrado da
poder público nesta atividade. Uma conceituação mais economia nacional;
abrangente de sistema financeiro poderia ser a de um propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos
conjunto de instituições dedicado ao trabalho de propiciar instrumentos financeiros, de forma a tornar mais eficiente
condições satisfatórias para a manutenção de um fluxo o sistema de pagamento e mobilização de recursos;
de recursos entre poupadores e investidores. O mercado zelar pela liquidez e pela solvência das instituições
financeiro, onde se processam essas transações, permite financeiras;
que um agente econômico (um indivíduo ou uma empresa, coordenar as políticas monetária, creditícia,
por exemplo), sem perspectivas de aplicação em algum orçamentária, fiscal e da dívida pública interna e externa; e
empreendimento próprio, da poupança que é capaz de estabelecer a meta de inflação.
gerar (denominado agente econômico superavitário), seja
colocado em contato com outro, cujas perspectivas de O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
investimento superem as respectivas disponibilidades de É o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas
poupança (denominado agente econômico deficitário). da política de seguros privados. É composto pelo Ministro
Para que possamos entender por que sistemas da Fazenda (Presidente), representante do Ministério da
financeiros são organizados de forma tão diferenciada nos Justiça, representante do Ministério da Previdência Social,
diversos países, as qualidades e limitações de cada tipo Superintendente da Superintendência de Seguros Privados,
de sistema financeiro, e sua evolução, é preciso conhecer representante do Banco Central do Brasil e representante
as razões materiais que levaram à criação de cada tipo de da Comissão de Valores Mobiliários. Dentre as funções do
sistema, mas também, e principalmente, sua história e a da CNSP estão:
sociedade em que se insere. regular a constituição, organização, funcionamento
Com este propósito, seguem-se alguns tópicos sobre a e fiscalização dos agentes que exercem atividades
formação do Sistema Financeiro Nacional, a sua evolução subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados,
recente e a sua estrutura atual. inclusive aplicar penalidades;
fixar itens gerais dos contratos de seguro, previdência
Os Órgãos Normativos (autoridades monetárias) privada aberta, capitalização e resseguro;
do SFN prescrever os critérios de constituição das Sociedades
O Conselho Monetário Nacional Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência
Como órgão normativo, por excelência, não lhe cabem Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites
funções executivas, sendo o responsável pela fixação das legais e técnicos das respectivas operações e disciplinar a
diretrizes da política monetária, creditícia e cambial do País. corretagem de seguros e a profissão de corretor.
Pelo envolvimento destas políticas no cenário econômico
nacional, o CMN acaba transformando-se num conselho O Conselho de Gestão de Previdência Complementar
de política econômica. (CGPC)
Ao longo da sua existência, o CMN teve diferentes É um órgão colegiado que integra a estrutura do
constituições de membros, de acordo com as exigências Ministério da Previdência Social e cuja competência
políticas e econômicas de cada momento, desde quatro é regular, normatizar e coordenar as atividades das
membros, no governo Costa e Silva, até 15 membros, no Entidades Fechadas de Previdência Complementar (fundos
governo Sarney. A Medida Provisória no. 542, de 30.06.94, de pensão). Também cabe ao CGPC julgar, em última
que editou o Plano Real, simplificou a composição do instância, os recursos interpostos contra as decisões da
CMN, caracterizando seu perfil monetário, que passou a Secretaria de Previdência Complementar.
ser integrado pelos seguintes membros:

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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

As Entidades Supervisoras do SFN Assim, o Banco Central do Brasil era o banco emissor,
mas realizava as emissões em função das necessidades do
O Banco Central do Brasil Banco do Brasil. Era também o banco dos bancos, mas não
A Superintendência da Moeda e do Crédito, através detinha com exclusividade os depósitos das instituições
da Lei n. 4.595, de 31.12.64, foi transformada em autarquia financeiras. Era agente financeiro do Governo, pois fora
federal, tendo sede e fôro na Capital da República, sob encarregado de administrar a dívida pública federal, mas
a denominaçäo de Banco Central do Brasil. Além da sua não era o caixa do Tesouro Nacional, tendo em vista que
sede em Brasília, o BC (ou Bacen) possui representações esta função era atribuída ao Banco do Brasil. Também
regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, era o órgão formulador e executor da política de crédito,
Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. O Bacen pode ser mas não tinha o pleno controle do crédito, porque outros
considerado como: organismos governamentais tinham idêntico poder.
banco dos bancos; Operacionalmente, os recursos do Banco Central
depósitos compulsórios; eram acessados automaticamente pelo Banco do Brasil,
redescontos de liquidez; através da “Conta Movimento”, para expansão do crédito
gestor do Sistema Financeiro Nacional; e para o custeio do Governo. Até 1988, as funções de
normas, autorizações, fiscalização, intervenção; autoridade monetária exercidas pelo Banco do Brasil
executor da política monetária; foram progressivamente transferidas ao Banco Central, e
determinação da taxa Selic; as atividades de administração da dívida pública federal,
controle dos meios de pagamento (liquidez do que vinham sendo exercidas pelo Banco Central, foram
mercado); transferidas ao Tesouro Nacional.
orçamento monetário, instrumentos de política
monetária; A Comissão de Valores Mobiliários
banco emissor de moeda; A Comissão de Valores Mobiliários-CVM foi criada
emissão do meio circulante; pela Lei 6.385, em 07/12/1976, e ficou conhecida como
saneamento do meio circulante; a Lei da CVM, pois, até aquela data, faltava uma entidade
banqueiro do governo; que absorvesse a regulação e a fiscalização do mercado de
financiamento ao Tesouro Nacional (via compra e capitais, especialmente no que se referia às sociedades de
venda de títulos públicos); capital aberto. A CVM fixou-se, portanto, como um órgão
administração da dívida pública interna e externa; normativo do sistema financeiro, especificamente voltado
gestor e fiel depositário das reservas internacionais do para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do
país; mercado de valores mobiliários não emitidos pelo sistema
representante, junto às intituições financeiras financeiro e pelo Tesouro Nacional - basicamente, o
internacionais, do Sistema Financeiro Nacional; mercado de ações e debêntures, cupões desses títulos e
centralizador do fluxo cambial; bônus de subscrição. É uma entidade auxiliar, autônoma
normas, autorizações, registros, fiscalização, e descentralizada, mas vinculada, como autarquia, ao
intervenção. Governo Federal.

Em resumo, é por meio do BC que o estado intervém A Lei 10.303, mais popularmente conhecida como a
diretamente no sistema financeiro e, indiretamente, na Nova Lei das S.A., editada em 30/01/2001 consolidou e
economia. alterou os dispositivos da Lei 6.404, de 15/12/1976, Lei
Para poder atuar como autoridade monetária plena, o das Sociedades Anônimas, da Lei da CVM e das pequenas
Banco Central exigiu cerca de 25 anos de aprimoramento. modificações em ambas introduzidas, anteriormente, pela
As dificuldades residiam no fato de, até a sua criação, as Lei 9.457, de 15/05/1997.
funções de banco central estarem sendo exercidas pela Os poderes fiscalizatório e disciplinador da CVM
Superintendência da Moeda e do Crédito, pelo Banco do foram ampliados para incluir as Bolsas de Mercadorias e
Brasil e pelo Tesouro Nacional. A Sumoc tinha a finalidade Futuros, as entidades do mercado de balcão organizado e
de exercer o controle monetário, a fiscalização dos bancos as entidades de compensação e liquidação de operações
comerciais e a orientação da política cambial. O Banco com valores mobiliários que, da mesma forma que a Bolsa
do Brasil era o executor das normas estabelecidas pela de Valores, funcionam como órgãos auxiliares da Comissão
Sumoc e exercia as funções de Banco do Governo Federal, de Valores Mobiliários.
controlador das operações de comércio exterior, recebedor Elas operam com autonomia administrativa, financeira
dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos e patrimonial e responsabilidade de fiscalização direta de
comerciais e, ainda, Banco de crédito agrícola, comercial seus respectivos membros e das operações com valores
e industrial. O Tesouro Nacional era o órgão emissor de mobiliários que nelas realizadas, mas, sempre, sob a
papel-moeda. supervisão da CVM.

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Sob a disciplina e a fiscalização da CVM foram Conselho de Recursos do Sistema Financeiro


consolidadas as seguintes atividades: Nacional
emissão e distribuição de valores mobiliários no
mercado; O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro
negociação e intermediação no mercado de valores Nacional (CRSFN) é um conselho que julga em segunda
mobiliários; e última instância administrativa os recursos interpostos
negociação e intermediação no mercado de derivativos; contra BaCen, CVM e Secretaria de Comércio Exterior (do
organização, funcionamento e operações das Bolsas Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio).
de Valores; O - CRSFN foi criado pelo Decreto n° 91.152, de
organização, funcionamento e operações das Bolsas 15.03.85. Transferiu-se do Conselho Monetário Nacional -
de Mercadorias e Futuros; CMN para o CRSFN a competência para julgar, em segunda
auditoria das companhias abertas; e última instância administrativa, os recursos interpostos
serviços de consultor e analista de valores mobiliários. das decisões relativas à aplicação das penalidades
administrativas referidas nos itens I a IV do art. 1° do
Redefiniram-se os valores mobiliários sujeitos ao referido Decreto. Permanece com o CMN a competência
regime da nova Lei, como sendo: residual para julgar os demais casos ali previstos, por força
ações, debêntures e bônus de subscrição; do disposto no artigo 44, § 5°, da Lei 4.595/64.
cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados Com o advento da Lei n° 9.069, de 29.06.95, mais
de desdobramento de valores mobiliários; especificamente em razão do seu artigo 81 e parágrafo
certificados de depósito de valores mobiliários; único, ampliou-se a competência do CRSFN, que recebeu
cédulas de debêntures; igualmente do CMN a responsabilidade de julgar os
cotas de fundos de investimento em valores mobiliários recursos interpostos contra as decisões do Banco Central
ou de clubes de investimento em quaisquer ativos; do Brasil relativas a aplicação de penalidades por infração
notas comerciais; à legislação cambial, de capitais estrangeiros, de crédito
contratos futuros, de opções e outros derivativos, rural e industrial. O CRSFN tem o seu Regimento Interno
cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários; aprovado pelo Decreto n° 1.935, de 20.06.96, com a nova
outros contratos derivativos, independentemente dos redação dada pelo Decreto nº 2.277, de 17.07.97, dispondo
ativos subjacentes; e, sobre as competências, prazos e demais atos processuais
quando ofertados publicamente, quaisquer outros vinculados às suas atividades.
títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem
direito de participação, de parceria ou de remuneração, Atribuições
inclusive resultante de prestação de serviços, cujos São atribuições do Conselho de Recursos: julgar em
rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de segunda e última instância administrativa os recursos
terceiros. interpostos das decisões relativas às penalidades
administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil,
Foram textualmente excluídos do regime da nova Lei: pela Comissão de Valores Mobiliários e pela Secretaria de
os títulos da dívida pública federal, estadual ou Comércio Exterior; nas infrações previstas na legislação.
municipal; O Conselho tem ainda como finalidade julgar os
os títulos cambiais de responsabilidade de instituição recursos de ofício, interpostos pelos órgãos de primeira
financeira, exceto as debêntures. instância, das decisões que concluírem pela não aplicação
Em resumo, sob a ótica da Bovespa e da SOMA das penalidades previstas no item anterior.
(Sociedade Operadora do Mercado de Ativos), a CVM A atual composição do CRSFN é a seguinte:
tem por objetivos fundamentais: a) estimular a aplicação 2 representantes do Ministério da Fazenda;
de poupança no mercado acionário; b) assegurar o 1 representante do BaCen;
funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores 1 representante da CVM;
e de outras instituições auxiliares que operam nesse 4 representantes das entidades privadas representativas
mercado; c) proteger os titulares de valores mobiliários de classe;
(notadamente os pequenos e minoritários) contra
emissões irregulares e outros tipos de atos ilegais, que Fique atento porque a composição mudou há poucos
manipulem preços de valores mobiliários nos mercados anos. Na composição antiga havia 1 representante do
primário e secundário de ações; d) fiscalização da emissão, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e
do registro, da distribuição e da negociação de títulos apenas 1 representante do Ministério da Fazenda.
emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto. As entidades representativas de classe são divididas
em 2 grupos: as titulares e as suplentes. A idéia é bem
óbvia, caso um representante de uma entidade titular não
puder participar da reunião, vai um suplente. São elas:

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Titulares: A Secretaria de Previdência Complementar (SPC)


Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto É um órgão do Ministério da Previdência Social,
(ABRASCA); responsável por fiscalizar as atividades das entidades
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados fechadas de previdência complementar (fundos de pensão).
Financeiro e de Capitais (ANBIMA); A SPC se relaciona com os órgãos normativos do sistema
Comissão Nacional de Bolsas (CNB); financeiro na observação das exigências legais de aplicação
Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN); das reservas técnicas, fundos especiais e provisões que as
Suplentes: entidades sob sua jurisdição são obrigadas a constituir e
Associação Brasileira das Entidades de Crédito que tem diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário
Imobiliário e Poupança - ABECIP; Nacional. À SPC compete:
Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras propor as diretrizes básicas para o Sistema de
de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias – Previdência Complementar;
ANCORD; harmonizar as atividades das entidades fechadas de
Conselho Consultivo do Ramo Crédito da Organização previdência privada com as políticas de desenvolvimento
das Cooperativas Brasileiras – OCB/CECO; social e econômico-financeira do Governo;
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – fiscalizar, supervisionar, coordenar, orientar e
IBRACON; controlar as atividades relacionadas com a previdência
Os representantes são indicados em lista tríplice e complementar fechada;
escolhidos pelo Ministro da Fazenda (dão 3 opções de analisar e aprovar os pedidos de autorização para
representante e o Ministro decide quem é o “melhor”). constituição, funcionamento, fusão, incorporação,
Eles têm mandato de 2 anos e podem ser reconduzidos grupamento, transferência de controle das entidades
por mais 2 anos.1 fechadas de previdência complementar, bem como
examinar e aprovar os estatutos das referidas entidades, os
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) regulamentos dos planos de benefícios e suas alterações;
examinar e aprovar os convênios de adesão celebrados
É autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda,
por patrocinadores e por instituidores, em como autorizar
responsável pelo controle e fiscalização do mercado de
a retirada de patrocínio e decretar a administração especial
seguro, previdência aberta e capitalização. Dentre suas
em planos de benefícios operados pelas entidades
atribuições estão:
fechadas de previdência complementar, bem como propor
fiscalizar a constituição, organização, funcionamento
ao Ministro a decretação de intervenção ou liquidação das
e operação das sociedades seguradoras, de capitalização,
referidas entidades.
entidades de previdência privada aberta e resseguradores,
na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP;
Alguns Operadores do SFN
atuar no sentido de proteger a captação de poupança
Os Bancos Múltiplos
popular que se efetua através das operações de seguro,
Após as reformas do início dos anos 1960, a mais
previdência privada aberta, de capitalização e resseguro; significativa mudança introduzida no Sistema Financeiro
zelar pela liquidez e solvência das sociedades que Nacional foi a instituiçäo dos Bancos Múltiplos, pela
integram o mercado; Resoluçäo n. 1.524, de 21.09.1988, do Banco Central do Brasil.
disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas Por esta resoluçäo, foi facultado aos bancos comerciais,
entidades, em especial os efetuados em bens garantidores bancos de desenvolvimento, bancos de investimento,
de provisões técnicas; sociedades de crédito imobiliário e sociedades de crédito,
cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e financiamento e investimento a organizaçäo opcional em
exercer as atividades por este lhe delegadas; uma única instituiçäo financeira, através de processos de
prover os serviços de secretaria executiva do CNSP. fusäo, incorporaçäo, cisäo e transformaçäo - ou ainda por
constituiçäo direta. Os bancos múltiplos passaram a operar
O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) em todos os segmentos do sistema de intermediaçäo
É sociedade de economia mista, com controle financeira, mediante as seguintes carteiras especiais, sem
acionário da União, jurisdicionada ao Ministério da vinculação entre as fontes de recursos captados e as suas
Fazenda, que conta com o objetivo de regular o aplicaçöes:
cosseguro, o resseguro e a retrocessão, além de promover carteira comercial;
o desenvolvimento das operações de seguros no país. carteira de desenvolvimento (no caso de bancos
múltiplos públicos);
carteira de investimentos (no caso de bancos múltiplos
privados);
1 Fonte: www.conhecimentosbancarios.blogs- carteira de crédito imobiliário;
pot.com.br/ carteira de crédito, financiamento e investimento;
carteira de arrendamento mercantil.

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O Banco do Brasil Os Bancos Comerciais


O Banco do Brasil (BB) teve uma função típica de Os bancos comerciais se dedicam à captação
autoridade monetária até janeiro de 1986, quando, e aplicação de recursos financeiros em operações
por decisão do CMN, foi suprimida a conta movimento, de curto e médio prazos, normalmente de até um
que colocava o BB na posição privilegiada de banco co- ano, bem como prestam serviços de pagamentos e
responsável pela emissão de moeda, via ajustamento das recebimentos ao público em geral, a partir de uma
contas das autoridades monetárias e do Tesouro Nacional. estrutura descentralizada que é proporcionada por
No período do pós-guerra até as reformas de 1964- sua capacidade de abrir agências bancárias. No Brasil,
65, a despeito da criaçäo da SUMOC, o Banco do Brasil atualmente, os bancos comerciais geralmente estão
continuou exercendo funçöes executivas de autoridade integrados em uma estrutura de banco múltiplo,
monetária, atuando como banco dos bancos, agente a partir da qual exercem, total ou parcialmente,
financeiro do governo, depositário e administrador das uma diversificada gama de operações monetárias e
reservas internacionais do país e emprestador de última financeiras.
instância do sistema financeiro. Para atender aos seus objetivos, os bancos
Após as reformas de 1964-65, o Banco do Brasil perdeu comerciais podem: a) descontar títulos; b) realizar
a maior parte das atribuiçöes típicas de um banco central, operações de abertura de crédito simples ou em conta
como a Carteira de Redescontos, a Caixa de Mobilizaçäo corrente (contas garantidas); c) realizar operações
Bancária, a concessäo de créditos ao Tesouro Nacional. especiais, inclusive de crédito rural, de câmbio e
Com a reforma de 1986, e as conseqüentes redefiniçöes comércio internacional; d) captar depósitos à vista e a
de papéis do Bacen e do Banco do Brasil, este passou a prazo e recursos nas instituições oficiais, para repasse
operar sob padröes bem próximos de um banco comercial aos clientes; e) obter recursos externos para repasse; e
qualquer. Hoje, o BB é um conglomerado financeiro de f) efetuar a prestação de serviços, inclusive mediante
ponta, que, aos poucos, se ajustou à estrutura de um convênio com outras instituições.
banco múltiplo tradicional, embora ainda opere, em É importante frisar que a captação de depósitos à
muitos casos, como agente financeiro do Governo Federal.
vista, que nada mais são do que as contas correntes
É o principal executor da política oficial de crédito rural.
livremente movimentáveis, é a atividade básica dos
Conserva, ainda, funções que não são próprias de um
bancos comerciais, configurando-os como instituições
banco comercial comum, mas típicas do parceiro principal
financeiras monetárias. Tal captação de recursos, junto
do governo federal na prestação de serviços bancários,
com a captação via CDB e RDB, cobrança de títulos
como:
e arrecadação de tributos e tarifas públicas, permite
administrar a Câmara de Compensação de cheques e
aos bancos repassar tais recursos aos seus clientes,
outros papéis;
em especial às empresas, sob a forma de empréstimos
efetuar os pagamentos e suprimentos necessários à
que vão girar a atividade produtiva (estoques, salários
execução do Orçamento Geral da União;
etc.).
a aquisição e o financiamento dos estoques de
produção exportável;
agenciamento dos pagamentos e recebimentos fora A Caixa Econômica Federal
do país; As caixas econômicas são instituições de cunho
a execução da política de preços mínimos dos produtos eminentemente social, concedendo empréstimos e
agropastoris; financiamentos a programas e projetos de assistência
a execução do serviço da dívida pública consolidada; social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos
a realização, por conta própria, de operações de e esporte, sendo seu único representante, hoje, a Caixa
compra e venda de moeda estrangeira e, por conta do BC, Econômica Federal, resultado da unificação, pelo Decreto-
nas condições estabelecidas pelo CMN; Lei 759, de 12/08/1969, das 23 Caixas Econômicas Federais
o recebimento, a crédito do Tesouro Nacional, das até então existentes.
importâncias provenientes da arrecadação de tributos ou Suas origens confundem-se com as dos primeiros
rendas federais; e, bancos comerciais. Estes, pela falta de interesse em
como principal executor dos serviços bancários captar pequenos valores e pelos altos riscos dos
de interesse do Governo Federal, inclusive suas empreendimentos em que se envolviam, afastavam os
autarquias, receber em depósito, com exclusividade, pequenos depositantes. Assim, surgida da iniciativa
as disponibilidades de quaisquer entidades federais, particular, a primeira caixa econômica que se constituiu
compreendendo as repartições de todos os ministérios civis no país (Rio de Janeiro) remonta a 1831, que näo
e militares, instituições de previdência e outras autarquias, obteve êxito. Em 1860, o Governo Imperial criou outra
comissões, departamentos, entidades em regime especial instituiçäo do gênero, que começou a operar em 1861
de administração e quaisquer pessoas físicas ou jurídicas (que corresponde hoje à Caixa Econômica Federal do Rio
responsáveis por adiantamentos. de Janeiro). Em 1955, o Parlamento rejeitou projeto de
lei para autorizar a caixa a conceder financiamentos para

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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

a casa própria, permanecendo suas operaçöes limitadas Clearings e Central Depositária


ao atendimento de necessidades populares de curto É a responsável pela compensação e liquidação das
prazo. Atendendo a essa faixa de crédito, a caixa federal operações realizadas nos mercados a vista e de liquidação
abriu agências em todos os Estados da Uniäo. Ao mesmo futura, bem como pelo registro e pelo controle das
tempo, devido a sua reduzida flexibilidade operacional, operações de empréstimo de títulos (BTC).
ensejou o aparecimento de caixas estaduais, inicialmente
em Säo Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina Central Depositária
e Goiás. Mas só a partir de 1964, com a instituiçäo do Local onde ficam guardadas as ações, em contas de
mecanismo da correçäo monetária, com a criaçäo das custódia (semelhantes a contas correntes).
cadernetas de poupança e com a integraçäo das caixas
econômicas no SFH e no SBPE, é que as atividades dessas Agentes de compensação
instituiçöes foram dinamizadas. Hoje encontram-se São instituições responsáveis por receber ações e
todas extintas, exceto a CEF. A CEF é uma instituição dinheiro, das corretoras que intermediaram as operações,
financeira responsável pela operacionalização das políticas e repassá-los para a central depositária da Bolsa (podem
do Governo Federal para habitação popular e saneamento ser as corretoras).
básico, caracterizando-se cada vez mais como o banco de Agente de custódia
apoio ao trabalhador de baixa renda. É responsável pela manutenção da conta de custódia
À CEF é permitido atuar nas áreas de atividades do investidor (podem ser as corretoras).
relativas a bancos comerciais, sociedades de crédito
imobiliário e de saneamento e infra-estrutura urbana, além Sistema especial de liquidação e custodia (SELIC)
de prestação de serviços de natureza social, delegada pelo O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic),
Governo Federal. do Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado
Suas principais atividades estão relacionadas que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão
com a captação de recursos em cadernetas de poupança, do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação
em depósitos judiciais e a prazo, e sua aplicação em de operações com esses títulos.
empréstimos vinculados, preferencialmente à habitação. As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por
Os recursos obtidos junto ao Fundo de Garantia por
meio do mecanismo de entrega contra pagamento
Tempo de Serviço-FGTS são direcionados, quase na sua
(Delivery versus Payment — DVP), que opera no conceito
totalidade, para as áreas de saneamento e infra-estrutura
de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), sendo as
urbana.
operações liquidadas uma a uma por seus valores brutos
A CEF exerce a administração de loterias, de
em tempo real.
fundos e de programas, entre os quais destacavam-se o
O SELIC é o depositário central dos títulos emitidos
FGTS, o Fundo de Compensação de Variações Salariais-
pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil
FCVS, o Programa de Integração Social-PIS, o Fundo
e nessa condição processa, relativamente a esses
de Apoio ao Desenvolvimento Social-FAS e o Fundo de
títulos, a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e
Desenvolvimento Social-FDS.
a custódia. O sistema processa também a liquidação
Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros das operações definitivas e compromissadas registradas
A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros em seu ambiente, observando o modelo 1 de entrega
(BM&FBOVESPA) foi criada em maio de 2008 com a contrapagamento. Todos os títulos são escriturais, isto é,
integração da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e emitidos exclusivamente na forma eletrônica. A liquidação
da Bovespa Holding. Juntas, essas companhias originaram da ponta financeira de cada operação é realizada por
uma das maiores bolsas do mundo em valor de mercado. intermédio do Sistema de Transferência de Reservas (STR),
ao qual o SELIC é interligado.
Negociações O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil
Compra e venda de ações (empresas de sociedade e é por ele operado em parceria com a Anbima, tem
aberta: Petrobrás); seus centros operacionais (centro principal e centro de
Ouro; contingência) localizados na cidade do Rio de Janeiro.
Câmbio (mercado de dólar a vista - dólar pronto); Para comandar operações, os participantes liquidantes
Ativos (títulos públicos federais); e os participantes responsáveis por sistemas de
Fundos (imobiliários); compensação e de liquidação encaminham mensagens
Carbono (créditos de carbono – MDL – Mecanismo de por intermédio da Rede do Sistema Financeiro Nacional
Desenvolvimento Limpo); (RSFN), observando padrões e procedimentos previstos
Contratos futuros, de opções, a termo e de swaps em manuais específicos da rede. Os demais participantes
(mercadoria ou ativo financeiro); utilizam outras redes, conforme procedimentos previstos
Mercadorias: commodities agropecuárias (soja, milho); no regulamento do sistema.

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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Participam do sistema, na qualidade de titular de O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic),


conta de custódia, além do Tesouro Nacional e do Banco do Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado
Central do Brasil, bancos comerciais, bancos múltiplos, que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão
bancos de investimento, caixas econômicas, distribuidoras do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação
e corretoras de títulos e valores mobiliários, entidades de operações com esses títulos.
operadoras de serviços de compensação e de liquidação, As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio do
fundos de investimento e diversas outras instituições mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery versus
integrantes do Sistema Financeiro Nacional. Payment — DVP), que opera no conceito de Liquidação
São considerados liquidantes, respondendo Bruta em Tempo Real (LBTR), sendo as operações liquidadas
diretamente pela liquidação financeira de operações, além uma a uma por seus valores brutos em tempo real.
do Banco Central do Brasil, os participantes titulares de Além do sistema de custódia de títulos e de registro
conta de reservas bancárias, incluindo-se nessa situação, e liquidação de operações, integram o Selic os seguintes
obrigatoriamente, os bancos comerciais, os bancos módulos complementares:
múltiplos com carteira comercial e as caixas econômicas, a) Oferta Pública (Ofpub);
e, opcionalmente, os bancos de investimento. b) Oferta a Dealers (Ofdealers);
s não liquidantes pagam suas operações por c) Lastro de Operações Compromissadas (Lastro); e
intermédio de participantes liquidantes, conforme acordo d) Negociação Eletrônica de Títulos (Negociação).
entre as partes, e operam dentro de limites fixados por Os módulos Ofpub e Ofdealers são sistemas
eles. Cada participante não liquidante pode utilizar os eletrônicos que têm por finalidade acolher propostas e
serviços de mais de um participante liquidante, exceto no apurar resultados de ofertas públicas (leilões) de venda
caso de operações específicas, previstas no regulamento ou de compra definitiva de títulos; de venda de títulos
do sistema, tais como pagamento de juros e resgate com compromisso de recompra ou de compra de títulos
de títulos, que são obrigatoriamente liquidadas por com compromisso de revenda; e de outras operações,
intermédio de um liquidante-padrão previamente indicado a critério do Administrador do Selic. Podem participar
pelo participante não liquidante. do Ofpub todas as instituições financeiras e demais
Os participantes não liquidantes são classificados como instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
autônomos ou como subordinados, conforme registrem Brasil, desde que participantes do Selic. Já do Ofdealers
suas operações diretamente ou o façam por intermédio participam apenas as instituições credenciadas a operar
de seu liquidante-padrão. Os fundos de investimento são com o Departamento de Operações do Mercado Aberto
normalmente subordinados e as corretoras e distribuidoras, (Demab) do Banco Central do Brasil e com a Coordenação-
normalmente autônomas. Geral de Operações da Dívida Pública (Codip) da Secretaria
As entidades responsáveis por sistemas de
do Tesouro Nacional.
compensação e de liquidação são obrigatoriamente
O módulo Lastro tem por finalidade auxiliar
participantes autônomos. Também, obrigatoriamente, são
a especificação dos títulos objeto das operações
participantes subordinados as sociedades seguradoras,
compromissadas (venda ou compra de títulos com o
as sociedades de capitalização, as entidades abertas de
compromisso de recompra ou revenda).
previdência, as entidades fechadas de previdência e as
O módulo Negociação consiste em uma plataforma
resseguradoras locais.
eletrônica de negociação de títulos públicos federais
Tratando-se de um sistema de liquidação em tempo
acessível aos participantes do Selic. O módulo dispõe
real, a liquidação de operações é sempre condicionada à
de duas funções: Negociação, para o cadastramento
disponibilidade do título negociado na conta de custódia
do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte do de ordens de compra e de venda e o fechamento dos
comprador. Se a conta de custódia do vendedor não apresentar negócios; e Especificação, para a definição das contas e
saldo suficiente de títulos, a operação é mantida em pendência dos percentuais de distribuição, entre essas contas, da
pelo prazo máximo de 60 minutos ou até 18h30, o que ocorrer quantidade negociada em cada ordem. As duas funções
primeiro (não se enquadram nessa restrição as operações de são exclusivas dos dealers. Os demais participantes têm
venda de títulos adquiridos em leilão primário realizado no dia). acesso apenas para fins de consulta de ordens e taxas. É
A operação só é encaminhada ao STR para liquidação permitido, contudo, que os dealers especifiquem ordens
da ponta financeira após o bloqueio dos títulos negociados, para terceiros, por meio da utilização de sua conta de
sendo que a não liquidação por insuficiência de fundos corretagem (intermediação). O funcionamento do módulo
implica sua rejeição pelo STR e, em seguida, pelo SELIC. Negociação encontra-se disciplinado na Carta-Circular
Na forma do regulamento do sistema, são admitidas 3.568, de 19/10/2012.
algumas associações de operações. Nesses casos, embora A administração do Selic e de seus módulos
ao final a liquidação seja feita operação por operação, complementares é de competência exclusiva do Demab
são considerados, na verificação da disponibilidade de e o sistema é operado em parceria com a Associação
títulos e de recursos financeiros, os resultados líquidos Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de
relacionados com o conjunto de operações associadas. Capitais (Anbima).

7
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

BASE REGULAMENTAR EXERCÍICOS COMPLEMENTARES


A implantação do Selic ocorreu em 14/11/1979, sob a
égide da Circular 466, de 11/10/1979, do Banco Central do 01-) (TRF/5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
Brasil, que aprovou o Regulamento do Sistema Especial de FCC/2012) O detetive Gervase Fen, que apareceu em
Liquidação e de Custódia de Letras do Tesouro Nacional. 1944, é um homem de face corada, muito afeito ......
A Circular 3.587, de 26/3/2012, com alterações da frases inteligentes e citações dos clássicos; sua esposa,
Circular 3.610, de 26/9/2012, normativo atualmente em Dolly, uma dama meiga e sossegada, fica sentada trico-
vigor, aprovou algumas alterações; dentre elas, as principais tando tranquilamente, impassível ...... propensão de seu
foram: implantação das operações compromissadas marido ...... investigar assassinatos.
(Adaptado de P.D.James, op.cit.)
longas, permitindo três novos tipos de compromisso (de
revenda conjugado com o de recompra para liquidação
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima,
a qualquer tempo, durante determinado prazo, a critério na ordem dada:
de qualquer das partes; de recompra liquidável, a critério (A) à - à - a
exclusivo do comprador, em data determinada ou dentro (B) a - à - a
de prazo estabelecido; e de revenda liquidável, a critério (C) à - a - à
exclusivo do vendedor, em data determinada ou dentro de (D) a - à - à
prazo estabelecido); módulo de negociação eletrônica e (E) à - a – a
registro de promessa de compra ou de venda, que permite
o registro antecipado de negócios com investidores Afeito a frases (generalizando, já que o “a” está no
estrangeiros com a liquidação ocorrendo dois ou três dias singular e “frases”, no plural)
depois. Impassível à propensão (regência nominal: pede pre-
A Circular 3.610, de 26/9/2012 trouxe alterações à posição)
Circular 3587, como, por exemplo, a inclusão da hipótese A investigar (antes de verbo no infinitivo não há acen-
de transmissão automática de comandos no Selic oriundos to indicativo de crase)
do módulo Negociação. Sequência: a / à / a.
A íntegra das circulares pode ser obtida por meio da
ferramenta de “Busca de Normas”, disponível no site do RESPOSTA: “B”.
Banco Central do Brasil.
02-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS
GERAIS – OFICIAL JUDICIÁRIO – FUNDEP/2010) Consi-
derando o acento tônico e a classificação quanto ao nú-
mero de sílabas, assinale a alternativa CORRETA.
A) Psiquiatra – Paroxítona – Quatro sílabas
B) Noticiário – Proparoxítona – Seis sílabas
C) Absoluto – Paroxítona – Cinco sílabas
D) Ódio – Oxítona – Duas sílabas

A) Psiquiatra – Paroxítona – Quatro sílabas


Psi - qui - a - tra = quatro sílabas; sílaba tônica: “a”
= paroxítona
B) Noticiário – Proparoxítona – Seis sílabas
No - ti - ci - á - rio = cinco sílabas; sílaba tônica:
“á” = paroxítona
C) Absoluto – Paroxítona – Cinco sílabas
Ab - so - lu - to = quatro sílabas; sílaba tônica: “lu”
= paroxítona
D) Ódio – Oxítona – Duas sílabas
Ó - dio = duas sílabas; sílaba tônica: “ó” = paroxítona

RESPOSTA: “A”.

03-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS


GERAIS – OFICIAL JUDICIÁRIO – FUNDEP/2010) Assi-
nale a afirmativa em que se aplica a mesma regra de
acentuação.
A) tevê – pôde – vê
B) únicas – histórias – saudáveis
C) indivíduo – séria – noticiários
D) diário – máximo – satélite

8
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

A) tevê – pôde – vê 06-) (TRF/5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –


Tevê = oxítona terminada em “e”; pôde (pretérito per- FCC/2012) Para o Brasil, o fundamental é que, ao exercer
feito do Indicativo) = acento diferencial (que ainda preva- a responsabilidade de proteger pela via militar, a comu-
lece após o Novo Acordo Ortográfico) para diferenciar de nidade internacional [...] observe outro preceito ...
“pode” – presente do Indicativo; vê = monossílaba termi- Transpondo-se o segmento grifado acima para a voz
nada em “e” passiva, a forma verbal resultante será:
B) únicas – histórias – saudáveis a) é observado.
Únicas = proparoxítona; história = paroxítona termi- b) seja observado.
nada em ditongo; saudáveis = paroxítona terminada em c) ser observado.
ditongo. d) é observada.
C) indivíduo – séria – noticiários e) for observado.
Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; séria =
paroxítona terminada em ditongo; noticiários = paroxítona a comunidade internacional [...] observe outro preceito
terminada em ditongo. = se na voz ativa
D) diário – máximo – satélite temos um verbo, na passiva teremos dois: outro preceito
Diário = paroxítona terminada em ditongo; máximo = seja observado.
proparoxítona; satélite = proparoxítona.
RESPOSTA: “B”.
RESPOSTA: “C”.
07-) (TRF/5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
04-) (TRF/ 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012)
FCC/2012) Ou pretendia. ... o recurso à coerção atenta contra os princípios do
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo direito internacional ...
que o grifado acima está em: O verbo que exige o mesmo tipo de complemento
a) ... ao que der ... que o grifado acima está empregado em:
b) ... virava a palavra pelo avesso ... a) Se nossos objetivos maiores incluem a decidida
c) Não teria graça ... defesa dos direitos humanos ...
d) ... um conto que sai de um palíndromo ... b) ... o Brasil incorpora plenamente esses valores a
e) ... como decidiu o seu destino de escritor. sua ação externa ...
c) A ONU constitui o foro privilegiado para ...
Pretendia = pretérito imperfeito do Indicativo d) Em meados da década de 90 surgiram vozes que ...
a) ... ao que der ... = futuro do Subjuntivo e) ... a relação [...] passou por várias etapas.
b) ... virava = pretérito imperfeito do Indicativo
c) Não teria = futuro do pretérito do Indicativo Atenta = verbo transitivo indireto (pede objeto indireto)
d) ... um conto que sai = presente do Indicativo a) Se nossos objetivos maiores incluem a decidida = ver-
e) ... como decidiu = pretérito perfeito do Indicativo bo transitivo direto / objeto direto
b) ... o Brasil incorpora plenamente esses valores a sua
RESPOSTA: “B”. ação externa = verbo transitivo direto e indireto – objeto di-
reto e indireto
05-) (TRF/5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – c) A ONU constitui o foro privilegiado para = verbo tran-
FCC/2012) Ao se substituir o elemento grifado em sitivo direto / objeto direto ...
um segmento do texto, o pronome foi empregado de d) Em meados da década de 90 surgiram vozes = verbo
modo INCORRETO em: transitivo direto / objeto direto ...
a) Julio Cortázar tem um conto = Julio Cortázar e) ... a relação [...] passou por várias etapas = verbo tran-
tem-no sitivo indireto (pede objeto indireto)
b) ele encontrou esta frase = ele encontrou-a
c) desarticular as palavras = desarticular-lhes RESPOSTA: “E”.
d) dava arroz à raposa = dava-lhe arroz
e) não só encantou o menino = não só o encantou 08-) (TRF/5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
FCC/2012) O verbo flexionado no singular que também
a) Julio Cortázar tem um conto = Julio Cortázar tem-no pode ser corretamente flexionado no plural, sem que
b) ele encontrou esta frase = ele encontrou-a nenhuma outra alteração seja feita na frase, está desta-
c) desarticular as palavras = desarticular-lhes = desar- cado em:
ticulá-las a) Para promover os direitos humanos, a consolida-
d) dava arroz à raposa = dava-lhe arroz ção da democracia em todos os países é extremamente
e) não só encantou o menino = não só o encantou necessária.
b) Cada um dos países do Conselho de Direitos Hu-
RESPOSTA: “C”. manos da Organização das Nações Unidas (ONU) há de
zelar pela manutenção dos Direitos Humanos.

9
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

c) A comunidade internacional trata os direitos hu- Devido à igualdade textual, a indicação da alternativa
manos de forma global, justa e equitativa, em pé de correta aponta as inadequações nas demais.
igualdade e com a mesma ênfase.
d) A maior parte dos países compreende que o di- RESPOSTA: “A”.
reito ao trabalho é de vital importância para o desen-
volvimento de povos e nações. 10-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
e) A declaração de Direitos Humanos de Viena, de FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou
1993, reconhece uma série de direitos fundamentais, a constituir um deslocamento da atenção intelectual de
como o direito ao desenvolvimento. Said ...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a
Sublinhei os termos que se relacionam, justificando a forma verbal resultante é:
concordância verbal: a) se constituiu.
a) Para promover os direitos humanos, a consolidação b) chegou a ser constituído.
da democracia em todos os países é extremamente neces- c) teria chegado a constituir.
sária. d) chega a se constituir.
b) Cada um dos países do Conselho de Direitos Huma- e) chegaria a ser constituído.
nos da Organização das Nações Unidas (ONU) há de zelar
pela manutenção dos Direitos Humanos. O engajamento moral e político não chegou a consti-
c) A comunidade internacional trata os direitos huma- tuir um deslocamento da atenção intelectual de Said = dois
nos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade verbos na voz ativa, mas com presença de preposição e, um
e com a mesma ênfase. deles, no infinitivo, então o verbo auxiliar “ser” ficará no in-
d) A maior parte dos países compreende (ou “com- finitivo (na voz passiva) e o verbo principal (constituir) ficará
preendem” = facultativo; tanto concorda com “a maior par- no particípio: Um deslocamento da atenção intelectual de
te” quanto com “países”) que o direito ao trabalho é de vital Said não chegou a ser constituído pelo engajamento...
importância para o desenvolvimento de povos e nações.
RESPOSTA: “B”.
e) A declaração de Direitos Humanos de Viena, de
1993, reconhece uma série de direitos fundamentais, como
11-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
o direito ao desenvolvimento.
FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de
concordância verbal e nominal em:
RESPOSTA: “D”.
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais
como entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais
09-) (TRF/5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – sofisticadas às mais humildes, são cada vez mais co-
FCC/2012) Está inteiramente adequada a pontuação da muns nos dias de hoje.
frase: b) A importância de intelectuais como Edward Said
a) Como já se disse, poeta é aquele que, ao aplicar- e Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre ques-
-se conscientemente à difícil arte do desaprender, passa tões polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos li-
a ver o mundo com olhar infantil, despido das camadas vros que escreveram.
de preconceitos e prejuízos que, quase sempre à nossa c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en-
revelia, acumulamos ao longo da vida adulta. tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e
b) Como, já se disse, poeta é aquele que ao aplicar- tanto sofrimento, estejam próximos de serem resolvi-
-se conscientemente à difícil arte do desaprender, passa dos ou pelo menos de terem alguma trégua.
a ver o mundo, com olhar infantil, despido das camadas d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
de preconceitos e prejuízos, que quase sempre à nossa verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
revelia, acumulamos ao longo da vida adulta. ponto relativa, costumam encontrar muito mais detra-
c) Como já se disse poeta é aquele, que ao aplicar-se tores que admiradores.
conscientemente à difícil arte do desaprender, passa a e) No final do século XX já não se via muitos inte-
ver o mundo com olhar infantil despido das camadas lectuais e escritores como Edward Said, que não apenas
de preconceitos e prejuízos que, quase sempre à nossa era notícia pelos livros que publicavam como pelas po-
revelia acumulamos, ao longo da vida adulta. sições que corajosamente assumiam.
d) Como já se disse poeta, é aquele que ao aplicar-
-se conscientemente à difícil arte do desaprender, passa Fiz as correções entre parênteses:
a ver o mundo com olhar infantil despido das camadas a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
de preconceitos, e prejuízos, que quase sempre à nossa entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica-
revelia acumulamos ao longo da vida adulta. das às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns (co-
e) Como já se disse, poeta é aquele que ao apli- mum) nos dias de hoje.
car-se, conscientemente, à difícil arte do desaprender b) A importância de intelectuais como Edward Said e
passa a ver, o mundo, com olhar infantil despido das Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
camadas de preconceitos e prejuízos que quase sempre, polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros
à nossa revelia, acumulamos ao longo da vida adulta. que escreveram.

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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en- 12-) (TRF/2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto FCC/2012) Wagner submerge ante os cordões de Bota-
sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem fogo.
(ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter) A afirmativa que exprime corretamente, com ou-
alguma trégua. tras palavras, o sentido original da frase acima é:
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a (A) Os cordões de Botafogo superam Wagner.
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo (B) Wagner supera o que se faz nos cordões de Bo-
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores tafogo.
que admiradores. (C) Botafogo, com seus cordões, retoma a superio-
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos ridade de Wagner.
intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas (D) Diante dos cordões de Botafogo, Wagner será
era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas a superação.
posições que corajosamente assumiam. (E) Para os cordões de Botafogo, Wagner é superior.

RESPOSTA: “D”. Pela leitura do texto e analisando a afirmativa do enun-


ciado, entende-se que os cordões de Botafogo superam
(TRF/2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012 Wagner.
- ADAPTADO) Atenção: As questões de números 12 e 13
baseiam-se nos Textos I e II, a seguir. RESPOSTA: “A”.
Texto I
No Pão de Açúcar 13-) (TRF/2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
De cada dia FCC/2012) ... o tema das mudanças climáticas pressiona
Dai-nos Senhor os esforços mundiais para reduzir a queima de combus-
A Poesia tíveis.
De cada dia A mesma relação entre o verbo grifado e o comple-
(Andrade, Oswald. Pau-Brasil. Obras completas de Os- mento se reproduz em:
wald de Andrade. São Paulo, Globo, Secretaria de Estado (A) ... a Idade da Pedra não acabou por falta de pe-
da Cultura, 1990, p. 63) dras...
Texto II (B) ... o estilo de vida e o modo da produção (...) são
O texto abaixo reproduz algumas afirmativas do os principais responsáveis...
Manifesto Pau-Brasil, que Oswald de Andrade, um dos (C) ... que ameaçam a nossa própria existência.
mentores do movimento modernista brasileiro de 1922, (D) ... e a da China triplicou.
lançou no Correio da Manhã em 18 de março de 1924. (E) Mas o homem moderno estaria preparado...
A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e
de ocre nos verdes da Favela, sob o sol cabralino, são O verbo grifado é transitivo direto (pressiona quem?
fatos estéticos. O carnaval do Rio é o acontecimento o quê?):
religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os A – acabou – intransitivo
cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação ét- B – são – verbo de ligação
nica rica. C – ameaçam quem? – transitivo direto
A poesia Pau-Brasil. Ágil e cândida. Como uma D – triplicou = no contexto: intransitivo
criança. E – estaria – verbo de ligação
A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e
neológica. A contribuição milionária de todos os erros. RESPOSTA: “C”.
Como falamos. Como somos.
Nenhuma fórmula para a contemporânea expres- 14-) (TRF/2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
são do mundo. Ver com olhos livres. FCC/2012) O verbo que, dadas as alterações entre pa-
Temos a base dupla e presente − a floresta e a es- rênteses propostas para o segmento grifado, deverá ser
cola. A raça crédula e dualista e a geometria, a álgebra colocado no plural, está em:
e a química logo depois da mamadeira e do chá de er- (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvi-
va-doce. Um misto de “dorme nenê que o bicho vem das)
pegá” e de equações. (B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do
Obuses de elevadores, cubos de arranha-céus e a planeta)
sábia preguiça solar. A reza. O Carnaval. A energia ínti- (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O
ma. O sabiá. A hospitalidade um pouco sensual, amo- consumo mundial de barris de petróleo)
rosa. (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-
(http://www.lumiarte.com/luardeoutono/oswald/ma- -se no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos)
nifpaubr.html acesso em 11/02/2012) (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os
esforços mundiais... (a preocupação em torno das mu-
danças climáticas)

11
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = Fiz a correção entre parênteses:
“há” permaneceria no singular (A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é
(B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do pla- boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passa-
neta) = “sabe” permaneceria no singular geiros nos aeroportos.
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O (B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua
consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permane- espontaneidade, mas nada que ponha em cheque (xeque)
ceria no singular sua reputação de pessoa cortês.
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio
no custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “re- de descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza
flete” passaria para “refletem-se” (frondosa) árvore do pátio.
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- (D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho (empe-
climáticas) = “pressiona” permaneceria no singular cilho) na superação dessa sua crise.
(E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção
RESPOSTA: “D”. dessa alta quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de coni-
vente na concessão de privilégios ilegítimos.
15-) (TRF/1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
FCC/2011) “Gosto de Ouro Preto”, explicou Elizabeth RESPOSTA: “A”.
ao poeta Robert Lowell...
No segmento acima, o verbo “gostar” está empre- 17-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
gado exatamente com a mesma regência com que está FCC/2010) A substituição do elemento grifado pelo
empregado o verbo da seguinte frase: pronome correspondente, com os necessários ajustes
(A) Os manifestantes de todas as idades desfilaram no segmento, está INCORRETA em:
pelas ruas da cidade. a) continua a provocar irritação = continua a pro-
(B) Não junte este líquido verde com aquele abra- vocá-la.
sivo. b) a constituir um deslocamento = a lhe constituir.
(C) A casa pertence aos Nemer desde 1982. c) batalhar [...] contra a leucemia = batalhar contra
(D) Patrocinou o evento do último sábado.
ela.
(E) Encontraram com um comerciante essas anota-
d) que treinavam a elite = que a treinavam.
ções.
e) gerou uma subdisciplina acadêmica = gerou-a.
Regência do verbo “gostar”: transitivo indireto.
a) continua a provocar irritação = continua a provocá-
A – desfilaram – intransitivo
-la.
B – junte – transitivo direto
b) a constituir um deslocamento = a lhe constituir. =
C – pertence – transitivo indireto
constituí-lo
D – patrocinou – transitivo direto
E – transitivo direto preposicionado c) batalhar [...] contra a leucemia = batalhar contra ela.
d) que treinavam a elite = que a treinavam.
RESPOSTA: “C”. e) gerou uma subdisciplina acadêmica = gerou-a.

16-) (TRF/1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - RESPOSTA: “B”.


FCC/2011) As palavras estão corretamente grafadas na
seguinte frase: 18-) (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013)
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é Assinale a alternativa em que a concordância das for-
boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de pas- mas verbais destacadas está de acordo com a norma-
sageiros nos aeroportos. -padrão da língua.
(B) Comete muitos deslises, talvez por sua esponta- (A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em hi-
neidade, mas nada que ponha em cheque sua reputa- gienização subterrânea.
ção de pessoa cortês. (B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do trabalhadores da área de limpeza.
sócio de descançar após o almoço sob a frondoza ár- (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos
vore do pátio. riscos de se contrair alguma doença.
(D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
mágoa pode estar sendo o grande impecilho na supe- sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço.
ração dessa sua crise. (E) As companhias de limpeza, apenas recentemen-
(E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta te, começou a adotar medidas mais rigorosas para a
quantia, mas não quiz ser taxado de conivente na con- proteção de seus funcionários.
cessão de privilégios ilegítimos.

12
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Fiz as correções: (A) Ele já morou em Natal, em Fortaleza, em São Paulo. =


(A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular) enumeração
(B) Ainda existe muitas pessoas = existem (B) Os dois rapazes, Rodrigo e Paulo, eram primos. = explica-
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos ção de um termo anterior (aposto)
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete (C) Com muito cuidado, a advogada analisou o documento.
da manhã = eram = advérbio
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, co- (D) A igreja era pequena e pobre. Os altares, humildes. =
meçou = começaram zeugma
(E) Você ainda não sabe, mocinha vaidosa, que a vida é difícil.
RESPOSTA: “C”. = vocativo

19-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO RESPOSTA: “B”.


SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Apenas uma
das opções abaixo está correta quanto à concordância no- 22-) (BANCO DO BRASIL – MÉDICO DO TRABALHO –
minal. Aponte-a. FCC/2012) Atente para as seguintes frases:
A) O Brasil apresenta bastante problemas sociais. I. Quem nos ensina a olhar são os pintores e fotógrafos,
B) A situação ficou meia complicada depois das mu- que andam em volta dos objetos à procura de novos ângulos.
danças. II. Felizes as pessoas que, todos os dias, sabem encontrar
C) É necessário segurança para se viver bem. companhia em tudo o que as cerca.
D) Esses cidadãos estão quite com suas obrigações. III. Em silêncio, nos oferecerão sua muda companhia.
E) Os soldados permaneceram alertas durante a mani- A supressão da(s) vírgula(s) acarretará mudança de sen-
festação. tido para o que está APENAS em
(A) I.
Fiz as correções: (B) II.
A) O Brasil apresenta bastante = bastantes. (C) II e III.
B) A situação ficou meia = meio (D) I e II.
C) É necessário segurança para se viver bem. (E) III.
D) Esses cidadãos estão quite = quites
E) Os soldados permaneceram alertas = alerta I. Quem nos ensina a olhar são os pintores e fotógrafos
que andam em volta dos objetos à procura de novos ângulos. =
RESPOSTA: “C”. agora teremos uma restrição (adjetiva restritiva)
II. Felizes as pessoas que todos os dias sabem encontrar
20-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA – companhia em tudo o que as cerca. = facultativo o uso da vírgula
VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que a frase – É ela (advérbio)
que faz o interlocutor se emocionar... – está corretamente III. Em silêncio, nos oferecerão sua muda companhia. = fa-
reescrita, tendo um pronome assumindo as mesmas re- cultativo o uso da vírgula (advérbio)
lações de sentido expressas pela expressão destacada, de
acordo com a norma--padrão. RESPOSTA: “A”.
(A) É ela que emociona-o.
(B) É ela que o emociona. 23-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO
(C) É ela que emociona-lhe. SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Apenas uma das
(D) É ela que emociona ele. frases abaixo foge à norma culta no que se refere à coloca-
(E) É ela que ele emociona. ção pronominal. Aponte-a.
A) Enviar-lhe-ei por Sedex os documentos solicitados.
Como temos a presença do “que” (independente de sua B) Quem se candidataria à prefeito nesse momento?
função), devemos usar a próclise: É ela que o emociona. C) O jogo que realiza-se hoje contará com a presença de
políticos eminentes.
RESPOSTA: “B”. D) Viu-se obrigado a tomar uma atitude que não desejava.
E) Realizar-se-á uma nova eleição.
21-) (PREFEITURA MUNICIPAL DE JAPERI/RJ - ORIEN-
TADOR PEDAGÓGICO - FUNDAÇÃO BENJAMIN CONS- A) Enviar-lhe-ei por Sedex os documentos solicitados. = cor-
TANT/2013) Assinale o item em que a vírgula foi usada reta
para isolar o aposto. B) Quem se candidataria à prefeito nesse momento? = cor-
(A) Ele já morou em Natal, em Fortaleza, em São Paulo. reta
(B) Os dois rapazes, Rodrigo e Paulo, eram primos. C) O jogo que realiza-se = o jogo que se realiza
(C) Com muito cuidado, a advogada analisou o docu- D) Viu-se obrigado a tomar uma atitude que não desejava.
mento. = correta
(D) A igreja era pequena e pobre. Os altares, humildes. E) Realizar-se-á uma nova eleição. = correta
(E) Você ainda não sabe, mocinha vaidosa, que a vida
é difícil. RESPOSTA: “C”.

13
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

24-) (BANCO DO BRASIL – MÉDICO DO TRABALHO (D) ... que várias espécies de peixes precisam = presen-
– FCC/2012) Ficava difícil se apoiar em algum chavão. te do Indicativo
O período acima passa de composto a simples caso (E) ... uma equipe da Universidade Federal de Pernam-
se substitua o elemento sublinhado por buco verificou = pretérito perfeito do Indicativo
(A) para algum chavão apoiá-lo.
(B) que algum chavão o apoiasse. RESPOSTA: “B”.
(C) apoiá-lo em algum chavão.
(D) algum chavão vir a apoiá-lo. 27-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substi-
(E) o apoio em algum chavão. tuição do elemento grifado pelo pronome correspon-
dente foi realizada de modo INCORRETO em:
Para que tenhamos um período simples é necessária a (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
presença de um único verbo. Fazendo a alteração e man- (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
tendo o sentido da frase inicial, a alternativa “o apoio em (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
algum chavão” é a que está escrita de maneira correta. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
RESPOSTA: “E”.
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
25-) (SEE/SP – PROFESSOR EDUCAÇÃO BÁSICA II reta
E PROFESSOR II – LÍNGUA PORTUGUESA - FCC/2011) (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
...permite que os criadores tomem atitudes quando a (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
proliferação de algas tóxicas ameaça os peixes. (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
A transposição para a voz passiva da oração grifada desviava
acima teria, de acordo com a norma culta, como forma (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
verbal resultante:
RESPOSTA: “D”.
(A) ameaçavam.
(B) foram ameaçadas.
(C) ameaçarem.
(D) estiver sendo ameaçada.
(E) forem ameaçados.

Quando a proliferação ameaça os peixes = voz ativa


Quando os peixes forem ameaçados pela proliferação...
= voz passiva

RESPOSTA: “E”.

26-) (COPERGÁS - TÉCNICO OPERACIONAL MECÂ-


NICO - FCC/2011 - ADAPTADA)
... para desovar e criar seus filhotes até que sejam
capazes de seguir para o oceano.
O verbo que se encontra conjugado nos mesmos
tempo e modo que o grifado na frase acima está em:
(A) ... espaços que misturam água do mar e de rios
em meio a árvores de raízes expostas.
(B) ... que ela prejudique ainda mais a vida dos pei-
xes e das pessoas.
(C) ... Mario Barletta, que, com seu grupo, percorre
os estuários da América do Sul.
(D) ... que várias espécies de peixes precisam de re-
dutos distintos no mangue ...
(E) ... uma equipe da Universidade Federal de Per-
nambuco verificou que várias espécies de peixes ...

“Sejam” está no presente do Subjuntivo.


(A) ... espaços que misturam = presente do Indicativo
(B) ... que ela prejudique = presente do Subjuntivo
(C) ... Mario Barletta, que, com seu grupo, percorre =
presente do Indicativo

14
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Análise combinatória; ............................................................................................................................................................................................ 01


Noções de probabilidade; .................................................................................................................................................................................... 01
Teorema de Bayes; .................................................................................................................................................................................................. 01
Probabilidade condicional; .................................................................................................................................................................................. 01
Noções de estatística; ............................................................................................................................................................................................ 01
População e amostra; ............................................................................................................................................................................................ 01
Análise e interpretação de tabelas e gráficos; ............................................................................................................................................. 01
Regressão, tendências, extrapolações e interpolações; ............................................................................................................................ 01
Tabelas de distribuição empírica de variáveis e histogramas; ............................................................................................................... 01
Estatística descritiva (média, mediana, variância, desvio padrão, percentis, quartis, outliers, covariância).......................... 01
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Arranjo Simples
ANÁLISE COMBINATÓRIA; NOÇÕES DE
PROBABILIDADE; TEOREMA DE BAYES; Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a
p, toda sequência de p elementos distintos de E.
PROBABILIDADE CONDICIONAL; NOÇÕES
DE ESTATÍSTICA; POPULAÇÃO E AMOSTRA; Exemplo
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números
E GRÁFICOS; REGRESSÃO, TENDÊNCIAS, de 2 algarismos distintos podemos formar?
EXTRAPOLAÇÕES E INTERPOLAÇÕES;
TABELAS DE DISTRIBUIÇÃO EMPÍRICA DE
VARIÁVEIS E HISTOGRAMAS; ESTATÍSTICA
DESCRITIVA (MÉDIA, MEDIANA, VARIÂNCIA,
DESVIO PADRÃO, PERCENTIS, QUARTIS,
OUTLIERS, COVARIÂNCIA).

Análise Combinatória

A Análise Combinatória é a área da Matemática que


trata dos problemas de contagem.

Princípio Fundamental da Contagem

Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrên-


cia de um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número Observe que os números obtidos diferem entre si:
de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2. Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes: 56 e 67
Exemplo Cada número assim obtido é denominado arranjo sim-
ples dos 3 elementos tomados 2 a 2.

Indica-se

Permutação Simples
Chama-se permutação simples dos n elementos, qual-
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de
O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal- E.
ças). 3(blusas)=6 maneiras O número de permutações simples de n elementos é
indicado por Pn.
Fatorial

É comum nos problemas de contagem, calcularmos o


produto de uma multiplicação cujos fatores são números Exemplo
naturais consecutivos. Para facilitar adotamos o fatorial. Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:

1
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Permutação com elementos repetidos Triângulo de Pascal


De modo geral, o número de permutações de n ob-
jetos, dos quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são
iguais a C etc.

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Per-
mutações. Como temos uma letra repetida, esse número
será menor.
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos,
podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada sub-
conjunto com i elementos é chamado combinação simples.

Binômio de Newton
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da
Exemplo forma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns bi-
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos nômios:
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução

Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados
p a p, também é representado pelo número binomial .
Observe que os coeficientes dos termos formam o
triângulo de Pascal.

Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
dos denominadores é igual ao numerador são iguais:

Relação de Stifel

2
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Questões 05. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação –


UTFPR/2017) A senha criada para acessar um site da internet
01. (UFES - Assistente em Administração – é formada por 5 dígitos. Trata-se de uma senha alfanumérica.
UFES/2017) Uma determinada família é composta por pai, André tem algumas informações sobre os números e letras que
por mãe e por seis filhos. Eles possuem um automóvel de a compõem conforme a figura.
oito lugares, sendo que dois lugares estão em dois ban-
cos dianteiros, um do motorista e o outro do carona, e os
demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão no
automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão um
dos dois bancos dianteiros. O número de maneiras de dis-
por os membros da família nos lugares do automóvel é
igual a:
Sabendo que nesta senha as vogais não se repetem e tam-
bém não se repetem os números ímpares, assinale a alternativa
(A) 1440
que indica o número máximo de possibilidades que existem
(B) 1480
para a composição da senha.
(C) 1520 (A) 3125.
(D) 1560 (B) 1200.
(E) 1600 (C) 1600.
(D) 1500.
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) To- (E) 625.
mando os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números
pares de 4 algarismos distintos podem ser formados? 06. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSUFGO/2017)
Uma empresa de limpeza conta com dez faxineiras em seu qua-
(A) 120. dro. Para atender três eventos em dias diferentes, a empresa deve
(B) 210. formar três equipes distintas, com seis faxineiras em cada uma de-
(C) 360. las. De quantas maneiras a empresa pode montar essas equipes?
(D) 630. (A) 210
(E) 840. (B) 630
03. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros (C) 15.120
diferentes estão distribuídos em uma estante de vidro, (D) 9.129.120
conforme a figura abaixo:
07. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/IAUPE
– 2017) No carro de João, tem vaga apenas para 3 dos seus 8
colegas. De quantas formas diferentes, João pode escolher os
colegas aos quais dá carona?
(A) 56
(B) 84
(C) 126
(D) 210
(E) 120
Considerando-se essa mesma forma de distribuição,
de quantas maneiras distintas esses livros podem ser orga-
08. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/IAUPE
nizados na estante?
– 2017) Num grupo de 15 homens e 9 mulheres, quantos são
(A) 30 maneiras os modos diferentes de formar uma comissão composta por 2
(B) 60 maneiras homens e 3 mulheres?
(C) 120 maneiras (A) 4725
(D) 360 maneiras (B) 12600
(E) 720 maneiras (C) 3780
(D) 13600
04. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação (E) 8820
– UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assentos, irão
viajar 4 passageiros e 1 motorista. Assinale a alternativa 09. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Um tor-
que indica de quantas maneiras distintas os 4 passageiros neio de futebol de várzea reunirá 50 equipes e cada equipe jo-
podem ocupar os assentos do carro. gará apenas uma vez com cada uma das outras. Esse torneio
(A) 13. terá a seguinte quantidade de jogos:
(B) 26. (A) 320.
(C) 17. (B) 460.
(D) 20. (C) 620.
(E) 24. (D) 1.225.
(E) 2.450.

3
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

10. (IFAP – Engenheiro de Segurança do Trabalho 08. Resposta: E.


– FUNIVERSA/2016) Considerando-se que uma sala de
aula tenha trinta alunos, incluindo Roberto e Tatiana, e que
a comissão para organizar a festa de formatura deva ser
composta por cinco desses alunos, incluindo Roberto e Ta-
tiana, a quantidade de maneiras distintas de se formar essa
comissão será igual a:
(A) 3.272.
(B) 3.274.
(C) 3.276. 09. Resposta: D.
(D) 3.278.
(E) 3.280.

Respostas

01. Resposta: A. 10. Resposta: D.


P2⋅P6=2!⋅6!=2⋅720=1440
Roberto Tatiana __ ___ ___

02. Resposta: C. São 30 alunos, mas vamos tirar Roberto e Tatiana que
__ ___ __ __ terão que fazer parte da comissão.
6⋅ 5⋅ 4⋅ 3=360 30-2=28

03. Resposta: E.
P6=6!=6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1=720

Experimento Aleatório
04. Resposta: E.
P4=4!= 4⋅3⋅2⋅1=24 Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-
previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
exemplo, o lançamento de um dado.
05. Resposta: B.
Vogais: a, e, i, o, u Espaço Amostral
Números ímpares: 1,3,5,7,9 Num experimento aleatório, o conjunto de todos os
resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face volta-
da para cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}
5⋅5⋅4⋅4⋅3=1200 No lançamento de uma moeda, observando a face vol-
tada para cima:
E={Ca,Co}
06. Resposta: D.
Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
E={1,2,3,4,5,6}
Como para os três dias têm que ser diferentes: Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}:
__ __ __ Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.
210⋅209⋅208=9129120
Exemplo
Considere o seguinte experimento: registrar as faces
07. Resposta: A. voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda.
a) Quantos elementos tem o espaço amostral?
b) Descreva o espaço amostral.

4
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Solução Adição de probabilidades


a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lan- Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E,
çamento, há duas possibilidades. finito e não vazio. Tem-se:

2x2x2=8
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(- Exemplo
C,R,R),(R,R,R)} No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de
se obter um número par ou menor que 5, na face superior?

Probabilidade Solução
Considere um experimento aleatório de espaço amos- E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
tral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento Sejam os eventos
com n(A) amostras. A={2,4,6} n(A)=3
B={1,2,3,4} n(B)=4

Eventos complementares
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se
por , o evento formado por todos os elementos de E que
não pertencem a A.
Probabilidade Condicional
É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que
ocorreu o evento B, definido por:

E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}

Note que

Exemplo
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas
coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retira-
da uma bola vermelha é Calcular a probabilidade de ter
sido retirada uma bola que não seja vermelha.

Solução

são complementares.

5
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Eventos Simultâneos 06. (PREF. DE PIRAUBA/MG – Assistente Social –


MSCONCURSOS/2017) A probabilidade de qualquer uma
Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço das 3 crianças de um grupo soletrar, individualmente, a pa-
amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por: lavra PIRAÚBA de forma correta é 70%. Qual a probabili-
dade das três crianças soletrarem essa palavra de maneira
errada?
(A) 2,7%
Questões (B) 9%
(C) 30%
01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Em cada (D) 35,7%
um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são numeradas de
1 a 6. Lançando os dois dados simultaneamente, cuja ocorrência 07. (UFTM – Tecnólogo – UFTM/2016) Lançam-se si-
de cada face é igualmente provável, a probabilidade de que o multaneamente dois dados não viciados, a probabilidade
produto dos números obtidos seja um número ímpar é de: de que a soma dos resultados obtidos seja nove é:
(A) 1/4. (A) 1/36
(B) 1/3. (B) 2/36
(C) 1/2. (C) 3/36
(D) 2/3. (D) 4/36
(E) 3/4.
08. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - MS- AOCP/2016) Um empresário, para evitar ser roubado, es-
CONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pessoas, entre condia seu dinheiro no interior de um dos 4 pneus de um
homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a probabilidade de carro velho fora de uso, que mantinha no fundo de sua
se sortear um homem é de 5/12 . Quantas mulheres foram à casa. Certo dia, o empresário se gabava de sua inteligência
excursão? ao contar o fato para um de seus amigos, enquanto um
(A) 20 ladrão que passava pelo local ouvia tudo. O ladrão tinha
(B) 24 tempo suficiente para escolher aleatoriamente apenas um
(C) 28 dos pneus, retirar do veículo e levar consigo. Qual é a pro-
(D) 32 babilidade de ele ter roubado o pneu certo?
(A) 0,20.
03. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/2017) (B) 0,23.
Qual a probabilidade de, lançados simultaneamente dois dados (C) 0,25.
honestos, a soma dos resultados ser igual ou maior que 10? (D) 0,27.
(A) 1/18 (E) 0,30.
(B) 1/36
(C) 1/6 09. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV/2016) Em
(D) 1/12 uma urna há quinze bolas iguais numeradas de 1 a 15. Re-
(E) ¼ tiram-se aleatoriamente, em sequência e sem reposição,
duas bolas da urna.
04. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/2017)
Uma pesquisa feita com 200 frequentadores de um parque, em A probabilidade de que o número da segunda bola re-
que 50 não praticavam corrida nem caminhada, 30 faziam cami- tirada da urna seja par é:
nhada e corrida, e 80 exercitavam corrida, qual a probabilidade (A) 1/2;
de encontrar no parque um entrevistado que pratique apenas (B) 3/7;
caminhada? (C) 4/7;
(A) 7/20 (D) 7/15;
(B) 1/2 (E) 8/15.
(C)1/4
(D) 3/20 10. (CASAN – Advogado – INSTITUTO AOCP/2016)
(E) 1/5 Lançando uma moeda não viciada por três vezes consecu-
tivas e anotando seus resultados, a probabilidade de que a
05. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – Perito Criminal – face voltada para cima tenha apresentado ao menos uma
IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número múltiplo cara e ao menos uma coroa é:
de 5 de uma urna que contém 40 bolas numeradas de 1 a 40, é: (A) 0,66.
(A) 0,2 (B) 0,75.
(B) 0,4 (C) 0,80.
(C) 0,6 (D) 0,98.
(D) 0,7 (E) 0,50.
(E) 0,8

6
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Respostas 08. Resposta: C.


A probabilidade é de 1/4, pois o carro tem 4 pneus e o
01. Resposta: A. dinheiro está em 1.
Para o produto ser ímpar, a única possibilidade, é que 1/4=0,25
os dois dados tenham ímpar:

09. Resposta: D.
Temos duas possibilidades
As bolas serem par/par ou ímpar/par
Ser par/par:
02. Resposta: C.
Como para homens é de 5/12, a probabilidade de es- Os números pares são: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14
colher uma mulher é de 7/12

12x=336 Ímpar/par:
X=28
Os números ímpares são: 1, 3, 5, 7, 9, 11 ,13, 15
03. Resposta: C.
P=6x6=36
Pra ser maior ou igual a 10:
4+6 A probabilida de é par/par OU ímpar/par
5+5
5+6
6+4
6+5
6+6
10. Resposta: B.
São seis possibilidades:
Cara, coroa, cara
04. Resposta: A.
Praticam apenas corrida: 80-30=50
Apenas caminhada:x
X+50+30+50=200
70 Cara, coroa, coroa
P=70/200=7/20

05. Resposta: A.
M5={5,10,15,20,25,30,35,40} Cara, cara, coroa
P=8/40=1/5=0.2

06. Resposta:A.
A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3 Coroa, cara, cara
__ __ __
0,3⋅0,3⋅0,3=0,027=2,7%

07. Resposta: D. Coroa, coroa, cara


Para dar 9, temos 4 possibilidades Coroa, cara, coroa
3+6
6+3
4+5
5+4

P=4/36

7
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

ESTATÍSTICA Referências

Larson, Ron. Estatística Aplicada. 4ed – São Paulo: Pe-


Teste de Hipóteses arson Prentice Hall, 2010.
Definição: Processo que usa estatísticas amostrais para
testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro popula- Frequências
cional. A primeira fase de um estudo estatístico consiste em
Para testar um parâmetro populacional, você deve afir- recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre
mar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que re- uma população estatística ou sobre uma amostra dessa
presente a afirmação e outra, seu complemento. Quando população.
uma é falsa, a outra é verdadeira.
Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que Frequência Absoluta
contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥
É o número de vezes que a variável estatística assume
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipó-
um valor.
tese nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém
afirmação de desigualdade, como <, ≠, >.
Frequência Relativa
Vamos ver como montar essas hipóteses É o quociente entre a frequência absoluta e o número
Um caso bem simples. de elementos da amostra.
Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos:

Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira

Há uma regrinha para formular essas hipóteses

Formulação verbal Formulação


H0 Formulação verbal Ha
Matemática
A média é A média é
...maior ou igual
a k. ...menor que k Distribuição de frequência sem intervalos de clas-
se: É a simples condensação dos dados conforme as repe-
....pelo menos k. ... abaixo de k tições de seu valores. Para um ROL  de tamanho razoável
esta distribuição de frequência é inconveniente, já que exi-
...não menos que ...menos que k. ge muito espaço. Veja exemplo abaixo:
k.
...menor ou igual ..maior que k
a k. Dados Frequência
... acima de k 41 3
....no máximo k. 42 2
...mais do que 43 1
...não mais que k. k. 44 1
... não igual 45 1
... igual a k. a k. 46 2
50 2
.... k. .... diferente 51 1
de k. 52 1
...exatamente k. 54 1
...não k. 57 1
58 2
Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o
60 2
índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é
Total 20
menor que 2,5 galões por minuto.

8
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Distribuição de frequência com intervalos de classe: 2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais racional efe- pela média aritmética entre os termos e , tais que o
tuar o agrupamento dos valores em vários intervalos de classe. número de termos que precedem é igual ao número de
termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
Classes Frequências mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.
Exemplo 1:
41 |------- 45 7 Determinar a mediana do conjunto de dados:
45 |------- 49 3 {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
49 |------- 53 4
Solução:
53 |------- 57 1
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
57 |------- 61 5 (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
Total 20 rol. Logo: Md=12

Resposta: Md=12.
Média aritmética
Média aritmética de um conjunto de números é o valor Exemplo 2:
que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme- Determinar a mediana do conjunto de dados:
ro de elementos do conjunto. {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável envol- Solução:
vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-
média aritmética para variáveis quantitativas. -se:
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média arit-
diferentes grupos, se for possível calcular a média, ficará mética entre os dois termos centrais do rol.
mais fácil estabelecer uma comparação entre esses grupos
e perceber tendências. Logo:
Considerando uma equipe de basquete, a soma das al-
turas dos jogadores é: Resposta: Md=15

Moda (Mo)
Num conjunto de números: , chama-se
moda aquele valor que ocorre com maior frequência.
Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado-
res, obteremos a média aritmética das alturas: Observação:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser úni-
ca.

Exemplo 1:
A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m. O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
igual a 8, isto é, Mo=8.
Média Ponderada
A média dos elementos do conjunto numérico A relati- Exemplo 2:
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
peso” é chamada média aritmética ponderada.

Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-
cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
Mediana (Md) informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados
Sejam os valores escritos em rol: em torno da média ou de qualquer outro valor de concen-
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão.

Variância
1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal
que o número de termos da sequência que precedem Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de
é igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é um conjunto de números em relação à sua média aritmética,
termo médio da sequência ( ) em rol. e que é chamado de variância. Esse índice é assim definido:

9
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e
indica-se por , o número:

Isto é:

E para amostra

Exemplo 1:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresentou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:

Jogo Número de pontos


1 22
2 18
3 13
4 24
5 26
6 20
7 19
8 18

a) Qual a média de pontos por jogo?


b) Qual a variância do conjunto de pontos?

Solução:
a) A média de pontos por jogo é:

b) A variância é:

Desvio médio

Definição
Medida da dispersão dos dados em relação à média de uma sequência. Esta medida representa a média das distâncias
entre cada elemento da amostra e seu valor médio.

10
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Desvio padrão

Definição
Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto,
e indica-se por , o número:

Isto é:

Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
Solução:
a) Sendo a estatura média, temos:

b) Sendo o desvio padrão, tem-se:

Questões

01. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no total: 70 possuem
curso superior e 50 não possuem curso superior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa é de R$ 5.000,00, e que a
média salarial somente dos funcionários que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. Desse modo, é correto afirmar que
a média salarial dos funcionários dessa empresa que não possuem curso superior é de
(A) R$ 4.000,00.
(B) R$ 3.900,00.
(C) R$ 3.800,00.
(D) R$ 3.700,00.
(E) R$ 3.600,00.

02. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.

A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos que realizaram a prova da segunda fase de um concurso,
que continha 5 questões de múltipla escolha
Número de acertos Número de candidatos
5 204
4 132
3 96
2 78
1 66
0 24

11
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

A média de acertos por prova foi de


(A) 3,57.
(B) 3,43
(C) 3,32.
(D) 3,25.
(E) 3,19.

03. (PREF. GUARULHOS/SP – Assistente de Gestão Escolar – VUNESP/2016) Certa escola tem 15 classes no período
matutino e 10 classes no período vespertino. O número médio de alunos por classe no período matutino é 20, e, no período
vespertino, é 25. Considerando os dois períodos citados, a média aritmética do número de alunos por classe é
(A) 24,5.
(B) 23.
(C) 22,5.
(D) 22.
(E) 21.

04. (SEGEP/MA – Técnico da Receita Estadual – FCC/2016) Para responder à questão, considere as informações
abaixo.
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram uma
nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em um deter-
minado dia.

Considerando a avaliação média individual de cada funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais próximas
é igual a
(A) 0,32.
(B) 0,21.
(C) 0,35.
(D) 0,18.
(E) 0,24.

05. (UFES – Assistente em Administração – UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que x1 ≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn
. A mediana desses números é igual a x(n + 1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética de xn ⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for
par. Uma prova composta por 5 questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. A tabela seguinte relaciona o número de
acertos obtidos na prova com o número de alunos que obtiveram esse número de acertos.

Número de acertos Número de alunos


0 4
1 5
2 4
3 3
4 5
5 3

A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na prova.
A mediana dos números de acertos é igual a
(A) 1,5
(B) 2
(C) 2,5
(D) 3
(E) 3,5

12
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

06. (UFAL – Auxiliar de Biblioteca – COPEVE/2016) (D) 5,5


A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de (E) 3,0
uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro 09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-
semestre de 2016. NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários
Mës Empréstimos foram contratados, um com o salário 10% maior que o do
outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a ser
Janeiro 15 R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos fun-
Fevereiro 25 cionários, é igual a
Março 22 (A)) R$ 2.002,00.
(B) R$ 2.006,00.
Abril 30 (C) R$ 2.010,00.
Maio 28 (D) R$ 2.004,00.
Junho 15 (E) R$ 2.008,00.

Dadas as afirmativas,
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por 10. (PREF. DE NITERÓI – Agente Fazendário –
mês. FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
II. A mediana da série de valores é igual a 26. feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
III. A moda da série de valores é igual a 15. nhecimentos de computação e a pontuação deles, em uma
escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
verifica-se que está(ão) correta(s)
(A) II, apenas. 50 55 55 55 55 60
(B) III, apenas. 62 63 65 90 90 100
(C) I e II, apenas.
(D) I e III, apenas. O número de funcionários com pontuação acima da
(E) I, II e III. média é:
(A) 3;
07. (COSANPA - Químico – FADESP/2017) Algumas (B) 4;
Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1) fo- (C) 5;
ram executadas (em triplicata) paralelamente por quatro (D) 6;
laboratórios e os resultados são mostrados na tabela abai- (E) 7.
xo.

Laboratório Respostas
Replicatas 1 2 3 4
1 30,3 30,9 30,3 30,5 01. Resposta: E.
2 30,4 30,8 30,7 30,4
3 30,0 30,6 30,4 30,7 S=cursam superior
Média 30,20 30,77 30,47 30,53 M=não tem curso superior
Desvio
0,20 0,15 0,21 0,15
Padrão
Utilize essa tabela para responder à questão.
O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o S+M=600000
de número
(A) 1.
(B) 2.
(C) 3. S=420000
(D) 4. M=600000-420000=180000

08. (ANAC – Analista Administrativo- ESAF/2016)


Os valores a seguir representam uma amostra

331546248
02. Resposta:B.
Então, a variância dessa amostra é igual a
(A) 4,0
(B) 2,5.
(C) 4,5.

13
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

03. Resposta: D. 08. Resposta: C.

M=300

V=250

09. Resposta: C.
Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários
04. Resposta: B. x/13=1998
X=13.1998
X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois
ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010

3,36-3,15=0,21 10. Resposta: A.

05.Resposta: B.
Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda
regra: M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.

GRÁFICOS E TABELAS
06. Resposta: D.

Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre


dois dados relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
Mediana bom gráfico deve:
Vamos colocar os números em ordem crescente -Mostrar a informação de modo tão acurado quanto
15,15,22,25,28,30 possível.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro
o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre aspec-
tos descritos ou mostrados numericamente através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
Moda é o número que mais aparece, no caso o 15. -Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.

07. Resposta: C. Tipos de gráficos


Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.
proporcional, portanto também é maior em 3.

14
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Barra vertical Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e


queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
como numa pizza.

Fonte: tecnologia.umcomo.com.br

Barra horizontal Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-


mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar


mais fácil a compreensão de todos sobre um tema.

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua-


lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:


Histogramas Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?

São gráfico de barra que mostram a frequência de aparelho quantidade


uma variável específica e um detalhe importante que são televisão 3
faixas de valores em x. celular 4
Geladeira 1

Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio


lógico

15
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Questões

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na Pes-


quisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, re-
alizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupação da
população em idade para trabalhar. Esses dados, em por-
centagem, encontram-se indicados na apresentação gráfi-
ca abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.

O número médio de carros vendidos por dia nesse pe-


ríodo foi igual a
(A) 10.
(B) 9.
(C) 8.
(D) 7.
(E) 6.

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta 04. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-
a melhor aproximação para o aumento percentual da taxa NESP/2017) Uma professora elaborou um gráfico de se-
de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação tores para representar a distribuição, em porcentagem, dos
à taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014. cinco conceitos nos quais foram agrupadas as notas obti-
das pelos alunos de uma determinada classe em uma prova
(A) 15%. de matemática. Observe que, nesse gráfico, as porcenta-
(B) 25%. gens referentes a cada conceito foram substituídas por x
(C) 50%. ou por múltiplos e submúltiplos de x.
(D) 75%.
(E) 90%.

02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.

Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida


do ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
presenta o conceito BOM é igual a
(A) 144º.
O número total de ônibus dessa empresa é (B) 135º.
(C) 126º
(A) 270. (D) 117º
(B) 250. (E) 108º.
(C) 220
(D) 180. 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016)
(E) 120.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.

16
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Tendo como referência o gráfico precedente, que mos- Pode-se concluir que
tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação (A) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
de receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná (B) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta. salários.
(A) No ano considerado, o segundo trimestre caracte- (C) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de recei- (D) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte. da total.
(B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe- (E) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da
ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e da renda total.
arrecadação de receitas e dois períodos de aumento simul-
tâneo de gastos e de arrecadação.
(C) No último bimestre do ano de 2015, foram regis- 08. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)
trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
arrecadação de receitas. em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
(D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os dos dados.
únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas. xi fi
(E) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor 30-35 4
gasto mensal com despesas foram verificados, respecti- 35-40 12
vamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de 40-45 10
2015. 45-50 8
06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- 50-55 6
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a nomen- TOTAL 40
clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. Assinale a alternativa em que o histograma é o que
melhor representa a distribuição de frequência da tabela.

(A)

(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de


Linha. (B)
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de
Linha. (C)
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.

07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A


distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná-
rios é dada na tabela seguinte.  (D)

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8
3,0 5 (E)
5,0 4
8,0 2
15,0 1

17
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

09. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES- A partir das informações e do gráfico apresentados,
PE/2015) julgue o item que se segue.
Se os percentuais forem representados por barras ver-
ticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será
denominado histograma.

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário


Nacional
— Sistema Integrado de Informações Penitenciárias –
InfoPen,
Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional ( ) Certo ( ) Errado
Brasileiro,
dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com adap-
tações)
Respostas
A tabela mostrada apresenta a quantidade de deten-
tos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. 01. Resposta: E.
Nesse ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela 13,7/7,2=1,90
razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e Houve um aumento de 90%.
a quantidade de detentos no sistema penitenciário — re-
gistrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média
nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes. 02. Resposta:D
Com base nessas informações e na tabela apresentada, 81+27=108
julgue o item a seguir. 108 ônibus somam 60%(100-35-5)
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Bra- 108-----60
sil se encontrava na região Sudeste. x--------100
x=10800/60=180
( )certo ( ) errado

10. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-


03. Resposta: C.
PE/2015)

04. Resposta: A.

X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

18
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

05. Resposta: B. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que
os dois primeiros meses de receita diminuem e os dois me- 1. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Em um
ses seguintes aumentam, o mesmo acontece com a des- grupo de pessoas, há 5 pessoas com 1,80m de altura, 6
pesa. com 1,70m e 4 com 1,90m. Logo, é correto afirmar que a
média aritmética das alturas desse grupo é, aproximada-
mente, de
A) Z1,82m.
B) 1,73m.
C) 1,87m.
D) 1,79m.

5 ∙ 1,80 + 6 ∙ 1,70 + 4 ∙ 1,90


≈ 1,79
15
!
RESPOSTA: “D”.

06. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores 2. (SEAP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENI-
ou pizza e de linha TENCIÁRIA – VUNESP/2013) Uma pessoa comprou quatro
cadeiras iguais para sua cozinha, pagando R$ 120,00 por
cada uma delas, três cadeiras de praia por R$ 90,00 cada
07. Resposta: D. uma delas e dois banquinhos iguais, de madeira. Conside-
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa- rando-se o total de peças compradas, na média, o preço de
lários uma peça saiu por R$ 94,00. O preço de cada banquinho
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem era de
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12) A) R$ 44,00.
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários B) R$ 56,00.
E apenas 1 pessoa ganha C) R$ 52,00.
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6 D) R$ 48,00.
20% de 30=0,2x30=6 E) R$ 40,00.
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
(E) 60% de 30=0,6x30=18 Total de objetos: 4+3+2=9
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20 Cadeiras de cozinha: 120 ⋅ 4=480
Cadeiras de praia: 90 ⋅ 3=270
Banquinhos : 2x
08. Resposta: A.
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50,
40-45, 35-40,
480 + 270 + 2!
= 94
9
09. Resposta: CERTA. !
2x+750=846
555----100%
x----55% 2x=96
x=305,25 x=48
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas. Cada banquinhos custa R$48,00.

RESPOSTA: “D”.
10. Resposta: ERRADO.
Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no
eixo x e não simplesmente um dado.

Referências
http://www.galileu.esalq.usp.br

19
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

3. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁ- 5. (IAMSPE – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VU-


TICA – IMA/2014) Considere o conjunto de dados abaixo, NESP/2012) A tabela mostra o número de funcionários por
referente ao salário médio dos funcionários de uma em- cargo em certa empresa, com seus respectivos salários em
presa. janeiro de 2012.

Se a média de todos esses salários foi, em janeiro de


2012, igual a R$ 2.500,00, pode-se concluir que o valor de
X da tabela é
A) R$ 2.600,00.
B) R$ 2.800,00.
C) R$ 3.000,00.
D) R$ 3.200,00.
O valor da Mediana é: E) R$ 3.600,00.
A) 1240
B) 1500
C) 1360 2 ∙ 1200 + 3 ∙ 2200 + 5!
D) 1600 = 2500
E) 1420 10
2400 + 6600 + 5! = 25000
Colocando na ordem crescente: 5! = 25000 − 2400 − 6600
1100;1200;1210;1250;1300;1420;1450;1500;1600;1980 !
A mediana é o número que se encontra no meio. Nesse X=3200
caso que tem 10 números(par) é a média do 5º e 6º nú- RESPOSTA: “D”.
meros:
6. (COREN/SP – AGENTE ADMINISTRATIVO – VU-
1300 + 1420 2720 NESP/2013) Um caminhão de entregas estava carregado
= = 1360 com 240 caixas de diferentes produtos, sendo a média arit-
2 2 mética das massas das caixas igual a 10,5 kg. Após descar-
!RESPOSTA: “C”. regar n caixas, cuja massa total era 560 kg, a média aritmé-
tica das massas das caixas restantes no caminhão passou a
4. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- ser igual a 9,8 kg.
GRANRIO/2013) Considere o seguinte conjunto: Desse modo, é correto afirmar que
{15; 17; 21; 25; 25; 29; 33; 35} A) n = 44.
A média, a mediana e a moda desse conjunto de dados B) n = 40.
são, respectivamente, C) n = 35.
A) 1, 2 e 3 D) n = 30.
B) 5, 7 e 9 E) n = 26
C) 7, 9 e 5
D) 25, 25 e 25 !
E) 25, 27 e 29 = 10,5
240

! = 2520!!"
!"!!"!!"!!"!!"!!"!!!!!"
!é!"# = = 25 2520-560=1960kg
!
!
A mediana é a média entre o 4º e 5º termo: 1960
= 9,8
25 + 25 240 − !
!!!!!"#$%&% = = 25
2 9,8 240 − ! = 1960
!
Moda é o número que mais aparece: 25
2352 − 9,8! = 1960
RESPOSTA: “D”. −9,8! = −392
! = 40
!RESPOSTA: “B”.

20
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

7. (UFABC/SP – TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIN- Número de acidentes na sexta: X


GUAGENS DE SINAIS – VUNESP/2013) Daniel trabalha 8
horas por dia, de segunda a sexta-feira, e 10 horas aos sá-
6+3+4+2+!
= 4,4
bados. O valor da hora trabalhada aos sábados é o dobro 5
do valor recebido nos outros dias. Em um determinado
mês, Daniel trabalhou 25 dias, sendo que 5 dias foram sá- 15 + ! = 22
bados, e recebeu, em média, R$ 26,00 por hora. O valor da
!
hora trabalhada aos sábados é
A) R$ 32,00. X=7
B) R$ 36,00.
C) R$ 42,00. 15 + 8
D) R$ 48,00. =!
E) R$ 52,00. 5
!5Y=23
5 sábados: 5.10=50 horas Y=4,6
20 dias de segunda a sexta: 20.8=160 horas
RESPOSTA: “B”.
Sendo x o valor da hora trabalhada de dia de semana
e 2x o valor de sábado(sábado é o dobro do valor recebido (SEFAZ/RJ – ANALISTA DE CONTROLE INTERNO – CE-
nos outros dias) PERJ/2013) Observe os números relacionados a seguir, e
Total de horas: 50+160=210horas responda às questões de números 09 e 10.

50 ∙ 2! + 160 ∙ !
= 26
210
100! + 160! = 5460
260! = 5460
! = 21 9. A mediana desses valores vale:
! A) 6
Ele recebe R$ 21,00 de segunda a sexta por hora, por- B) 6,5
tanto recebe R$ 42,00 por hora aos sábados. C) 7
D) 7,5
RESPOSTA: “C”. E) 8

8. (SPTRANS – AGENTE DE INFORMAÇÕES – VU- Colocando em ordem crescente:


NESP/2012) A tabela mostra o número de acidentes com 3; 4; 6; 7; 7; 8; 8; 8; 9
motos, em determinada cidade, no decorrer de 5 dias.
São 9 elementos, então a mediana é o quinto elemen-
to(9+1/2)
Mediana 7

RESPOSTA: “C”.

10. A moda desses valores vale:


A) 8
B) 7
C) 6
D) 5
E) 4
Na média, o número de acidentes por dia foi 4,4. Se ti-
vesse ocorrido mais um acidente na 6.ª feira, a média diária Moda é o elemento que aparece com mais frequência: 8
desses 5 dias teria sido de RESPOSTA: “A”.
A) 4,5.
B) 4,6.
C) 4,7.
D) 4,8.
E) 4,9.

21
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

11. (UEM/PR – AGENTE UNIVERSITÁRIO – MOTORISTA 13. (UNESP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – VU-
– UEM/2013) A média aritmética simples de três números NESP/2012) Em uma instituição, a nota final de cada dis-
é 10 e a média aritmética simples de dois desses números ciplina é composta pela média aritmética ponderada de 3
é 5. avaliações: A1, A2 e A3.

Nessas condições, o terceiro número é igual a A avaliação A1 tem peso um e as demais avaliações
A) 10. têm peso dois, cada uma delas. Um aluno que tirou, em
B) 14. determinada disciplina, notas 3, 7 e 5 na A1, A2 e A3, res-
C) 15. pectivamente, teve, como nota final, nessa disciplina,
D) 18. A) 5.
E) 20. B) 5,4.
C) 5,5.
Números: x, y e z D) 6.
(x+y+z)/3 =10 E) 6,4.
!!!
=5 3 + 7 ∙ 2 + 5 ∙ 2 27
!
!= = = 5,4
! X+y=10 5 5
!
!"!!
= 10 RESPOSTA: “B”.
!
! Z=30-10=20 14. (FAPESP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VU-
NESP/2012) A tabela a seguir apresenta o número de usuá-
RESPOSTA: “E”. rios internos atendidos por um departamento de uma de-
terminada fundação, de segunda a sexta-feira, da semana
12. (SEED/SP – AGENTE DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR anterior.
– VUNESP/2012) A média aritmética entre três números
inteiros positivos é igual a , e a média aritmética entre o
maior e o menor desses números é igual a . Sendo assim, o
número intermediário entre os três números mencionados
é, necessariamente, igual a
A) !"!

B) ! + !"!

C) !!
D) !" − !"!
E) !+!
!
!
Com base nas informações da tabela, é possível afir-
mar que o número médio de atendimentos diário, daque-
les dias, foi
!! + !! + !! A) 120
=! B) 117,5.
3 C) 110.
!! + !! D) 54,5.
=! E) 47.
2
!! + !! = 2!

2! + !! 52 + 47 + 38 + 45 + 53
=! = 47
3 5
!! = 3! − 2! !
!
RESPOSTA: “E”.
RESPOSTA: “D”.

22
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional; COPOM –Comitê de Política Monetária. Banco
Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários.................................................................................................................................... 01
Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, caderneta de
poupança, capitalização, previdência, investimentos e seguros. Noções de Mercado de capitais. Noções de Mercado
Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas............................................................................................................ 16
Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancá-
rias.................................................................................................................................................................................................................................. 28
Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº
9.613/98 e suas alterações,................................................................................................................................................................................... 36
Circular Bacen 3.461/2009 e suas alterações e............................................................................................................................................. 45
Carta-Circular Bacen 3.542/12. ........................................................................................................................................................................... 53
Autorregulação Bancária....................................................................................................................................................................................... 58
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

PROF. SILVANA GUIMARÃES FERREIRA essas transações, permite que um agente econômico (um
Bacharel em Direito Especialização em Gestão Empresarial indivíduo ou uma empresa, por exemplo), sem perspectivas
e Gestão de Projetos; Consultora Empresarial e Coordenado- de aplicação em algum empreendimento próprio, da pou-
ra de Projetos Empresária; Palestrante (área Desenvolvimento pança que é capaz de gerar (denominado agente econô-
Pessoal / Atendimento e Vendas / Relações Comportamentais) mico superavitário), seja colocado em contato com outro,
cujas perspectivas de investimento superem as respectivas
disponibilidades de poupança (denominado agente econô-
ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO mico deficitário).
Para que possamos entender por que sistemas financei-
NACIONAL: CONSELHO MONETÁRIO ros são organizados de forma tão diferenciada nos diversos
NACIONAL; COPOM – países, as qualidades e limitações de cada tipo de sistema
COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA. BANCO financeiro, e sua evolução, é preciso conhecer as razões ma-
CENTRAL DO BRASIL; COMISSÃO DE VALORES teriais que levaram à criação de cada tipo de sistema, mas
MOBILIÁRIOS. também, e principalmente, sua história e a da sociedade em
que se insere.
Com este propósito, seguem-se alguns tópicos sobre a
formação do Sistema Financeiro Nacional, a sua evolução re-
Depois de uma breve síntese, faremos uma abordagem cente e a sua estrutura atual.
mais detalhada sobre o sistema financeiro nacional.
A função do Sistema Financeiro Nacional-SFN é a de ser A Evolução do Sistema Financeiro Nacional (SFN) até
um conjunto de órgãos que regulamenta, fiscaliza e executa 1964/65
as operações necessárias à circulação da moeda e do crédito Do Império aos Primeiros Anos da República
na economia. É composto por diversas instituições. Se o divi- O surgimento da intermediação financeira no Brasil
dirmos, teremos dois subsistemas. O primeiro é o normativo, coincide com o término do período colonial, no decurso do
formado por instituições que estabelecem as regras e diretri- qual prevaleceram ideias e procedimentos de política eco-
zes de funcionamento, além de definir os parâmetros para a nômica mercantilista, que bloqueavam quaisquer iniciativas
intermediação financeira e fiscalizar a atuação das instituições que promovessem o desenvolvimento da colônia, conforme
operativas. Tem em sua composição: o Conselho Monetário os interesses da Coroa portuguesa. As grandes companhias
Nacional (CMN), o Banco Central do Brasil (Bacen), a Comis- de comércio dominavam o cenário econômico do Brasil co-
são de Valores Mobiliários (CVM) e as Instituições Especiais lonial, exercendo grande influência, não só na distribuição
(Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal). como no próprio financiamento da produção interna.
O segundo subsistema é o operativo. Em sua composição Com a transferência da família real para o Brasil, em
estão as instituições que atuam na intermediação financeira e 1808, criaram-se as pré-condições necessárias para o sur-
tem como função operacionalizar a transferência de recursos en- gimento da intermediação financeira no país, mediante a
tre fornecedores de fundos e os tomadores de recursos, a partir constituição de bancos comerciais. Com a abertura dos
das regras, diretrizes e parâmetros definidos pelo subsistema nor- portos, com a celebração de novos acordos comerciais e
mativo. Estão nessa categoria as instituições financeiras bancárias com a articulação de relações econômicas e financeiras
e não-bancárias, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo com a Europa, as colônias africanas e asiáticas e diversos
(SBPE), além das instituições não financeiras e auxiliares. países sul-americanos, tornou-se necessária a implantação
A atuação das instituições que integram o subsistema de um mercado financeiro capaz de dar assistência às ativi-
operativo é caracterizada pela sua relação de subordinação dades de importação e exportação.
à regulamentação estabelecida pelo CMN e pelo Bacen. As Estabelecidas estas pré-condições, foi então criada, em
instituições podem sofrer penalidades caso não cumpram as outubro de 1808, a primeira instituição financeira do país,
normas editadas pelo CMN. As multas vão desde as pecuniá- o Banco do Brasil, cujas operações seriam iniciadas só um
rias até a própria suspensão da autorização de funcionamento ano depois, em 1809, devido, principalmente, às dificuldades
dessas instituições e seus dirigentes.1 de subscrição do capital mínimo requerido para o início de
suas atividades. As operações permitidas abrangiam, privile-
O Sistema Financeiro Nacional giadamente, o desconto de letras de câmbio, o depósito de
Conjunto de instituições financeiras e instrumentos finan- metais preciosos, papel-moeda e diamantes, a emissão de
ceiros que visam transferir recursos dos agentes econômicos notas bancárias, a captação de depósitos a prazo, o mono-
(pessoas, empresas, governo) superavitários para os deficitários. pólio da venda de diamantes, pau-brasil e marfim e o direito
Sistemas financeiros são definidos pelo conjunto de mer- exclusivo das operações financeiras do governo.
cados financeiros existentes numa dada economia, pelas Devido ao fraco desempenho da economia de exporta-
instituições financeiras participantes e suas inter-relações e ção no início do Império e ainda ao fato do Banco do Bra-
pelas regras de participação e intervenção do poder público sil converter-se em fornecedor de recursos não lastreados
nesta atividade. Uma conceituação mais abrangente de sis- para o governo, a continuidade de suas operações tornou-
tema financeiro poderia ser a de um conjunto de instituições -se insustentável com a volta de Dom João VI a Portugal
dedicado ao trabalho de propiciar condições satisfatórias em 1821. Esse monarca teria recambiado para Portugal boa
para a manutenção de um fluxo de recursos entre poupado- parte do lastro metálico depositado no banco, com o que
res e investidores. O mercado financeiro, onde se processam se enfraqueceu a já abalada confiança nessa primeira insti-
1 Fonte: https://www.febraban.org.br tuição financeira no país. Oito anos depois, em 1829, após

1
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

insustentável período crítico, seria autorizada a liquidação Este clima econômico e financeiro prosseguiu nos primei-
do primeiro Banco do Brasil, cujas operações se encerraram ros anos do governo republicano. Embora a criação de meios
definitivamente em 1835, a despeito das muitas tentativas de pagamento tenha sido redisciplinada, a expansão imode-
empreendidas para evitar sua extinção. rada de crédito não foi interrompida. No entanto, em segui-
Em vez de cumprir funções básicas de intermediação para da a um curto período de crescimento acelerado, não tarda-
o crescimento das atividades produtivas internas, este banco ram a aparecer focos de especulação. Houve o encilhamento
converteu-se em fornecedor de recursos para pagar as des- (1889/91), período caracterizado pela galopante expansão
pesas governamentais, basicamente decorrentes das com- dos meios de pagamento, pela excitação das atividades de
pensações devidas a Portugal em função do reconhecimen- intermediação financeira e por decorrente surto inflacionário.
to da independência do Brasil, das despesas militares com a
Após o Encilhamento, o país foi conduzido a uma fase
guerra no sul do país (anexação da Província Cisplatina) e dos
gastos com a criação de um exército e de uma marinha de de contra-reforma (1892-1906), caracterizada, nos três pri-
guerra (Lopes & Rossetti, p.308). meiros anos, por um esforço de estabilização e, nos dois
Em 1833, foi aprovada a criação de um segundo Banco do anos subsequentes, por breve relaxamento da austeridade
Brasil. Mas, em virtude dos traumas decorrentes do insucesso implantada e, finalmente, já então na virada do século, por
da experiência pioneira, não se conseguiu a subscrição do ca- generalizada recessão.
pital mínimo exigido para sua instalação. Os esforços de estabilização pós-encilhamento leva-
Em 1836 foi estabelecido o primeiro banco comercial pri- ram o sistema bancário do país, inclusive o Banco do Brasil,
vado do país, o Banco do Ceará, que, entretanto, encerrou a enfrentar dificuldades operacionais. Resultaram daí novas
suas atividades em 1839, basicamente em função da conces- fusões bancárias, envolvendo o próprio Banco do Brasil,
são de créditos a longo prazo, sem que houvesse captações que em 1892 se incorporou ao Banco da República dos Es-
de recursos também resgatáveis a longo prazo. tados Unidos do Brasil, resultando no Banco da Repúbli-
Havia, entretanto, condições para que se implantassem ca do Brasil. Verificaram-se outras fusões e incorporações,
no país atividades de intermediação financeira, sobretudo se notadamente nos cinco primeiros anos do século, quando,
ligadas ao setor cafeeiro e aos projetos financeiramente viá- então, não resistindo à recessão econômica do período,
veis no setor de infra-estrutura econômica. Assim, em 1838, muitas casas bancárias foram liquidadas. O próprio Banco
um grupo privado criou e estabeleceu o Banco Comercial do da República do Brasil (o quarto a funcionar) foi também
Rio de Janeiro. A solidez e o crescimento dessa instituição en-
liquidado em 1905.
sejaram o surgimento, em outras praças, de outras institui-
ções congêneres, como o Banco da Bahia (1845), o Banco do A partir de 1906, ao final da crise financeira do início
Maranhão (1847) e o Banco de Pernambuco (1851). do século, a intermediação financeira no país voltou gra-
Também em 1851 foi constituído o terceiro Banco do Bra- dativamente à normalidade. Nesse ano foram reativadas as
sil (o segundo a funcionar com este nome), por iniciativa do operações do Banco do Brasil, o quinto a funcionar sob
Barão de Mauá. Dois anos depois, em 1853, verificar-se-ia no esta denominação (Lopes & Rossetti, p.310).
país a primeira experiência de fusão bancária: os Bancos Co- O Período das Guerras e da Depressão
mercial do Rio de Janeiro e do Brasil fundiam-se com o obje- O período que se estende de 1914 a 1945 apresentou
tivo de criar um novo estabelecimento, sob a denominação considerável importância no quadro da intermediação finan-
de Banco do Brasil (o quarto estabelecimento sob esta de- ceira no Brasil. Entre os principais, são destacados os seguintes:
nominação e o terceiro a funcionar efetivamente). Surgiram, • expansão do sistema de intermediação financeira de
na mesma época, novas casas bancárias, também com au- curto e médio prazos no país;
torização para emissão de notas bancárias, como o Banco • disciplinamento, integração e ampliação do nível de
Comercial e Agrícola e o Banco Rural e Hipotecário (ambos segurança da intermediação financeira no país, mediante a
no Rio de Janeiro), o Banco da Província do Rio Grande do criação da Inspetoria Geral dos Bancos (1920), posteriormente
Sul e o Banco Comercial do Pará. substituída pela Caixa de Mobilização e Fiscalização Bancária
A partir do início da década de 1860, as atividades de in- (1942), a instalação da Câmara de Compensação (1921) e a im-
termediação financeira no país seriam ampliadas, com a che- plantação da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil (1921);
gada dos primeiros bancos estrangeiros. Os dois primeiros • elaboração de projetos com vista à criação de insti-
(ambos em 1863) foram o London & Brazilian Bank e o The tuições especializadas no financiamento de longo prazo. Mas
Brazilian and Portuguese Bank. À mesma época (1866), ca- a vigência da Lei da Usura, de 1933, que estabelecia um teto
pitalistas alemães fundaram o Deutsche Brasilianische Bank, máximo de 12% ao ano para a taxa nominal de juros, teria
cujas atividades foram encerradas em 1875, após acirrada retardado o surgimento espontâneo de intermediários finan-
concorrência com os bancos ingleses que operavam no país. ceiros bancários ou não bancários dispostos a operar a longos
No final do Império, a libertação dos escravos (1888) prazos em um contexto de inflação crescente (a criação do
alterou substancialmente a ordem econômica e financeira Banespa, em São Paulo, e do Banrisul (então BERGS), no Rio
do país. A liberdade concedida a 800.000 escravos aniquilou Grande do Sul, ocorreu nessa época);
fortunas rurais, motivou perdas de 40% a 50% das colhei- • início de estudos e esforços convergentes para a
tas, provocou a escassez e a inflação, e motivou um primeiro criação de um Banco Central no país.
surto de industrialização. Ainda no Império, para atender às A captação de recursos e os empréstimos concedidos
pressões por maior volume de crédito, em virtude da expan- pelos bancos comerciais elevaram-se de forma consistente
são da massa salarial e das necessidades de financiamento durante todo o período, não obstante a interrupção (não
dos novos empreendimentos, o poder emissor, que se en- muito acentuada) nos anos da Grande Depressão.
contrava a cargo do Tesouro, foi estendido aos bancos.

2
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Do Pós-Guerra às Reformas de 1964-65


O período que se estende de 1945 a 1964 é geralmente As Reformas de 1964-65 e a Evolução Posterior do SFN
considerado como de transição entre a estrutura ainda simples A próxima fase da evolução da intermediação financei-
de intermediação financeira que se firmou ao longo da primeira ra no país inicia-se no biênio 1964-65, com quatro leis, que
metade do século e a complexa estrutura montada a partir das introduziram profundas alterações na estrutura do sistema
reformas institucionais de 1964-65. Nesses vinte anos de tran- financeiro nacional:
sição, em paralelo às mudanças que se observaram em toda a • Lei n. 4.357, de 1964 (Lei da Correção Monetária),
estrutura da economia do país, o sistema financeiro nacional foi que instituiu normas para a indexação de débitos fiscais, criou
objeto de marcantes transformações. As principais foram: títulos públicos federais com cláusula de correção monetária
• a consolidação e penetração no espaço geográfico (ORTN), destinados a antecipar receitas, cobrir déficit público
da rede de intermediação financeira de curto e médio prazos, e promover investimentos. Esta foi a solução buscada para
com a expansão do número de agências bancárias nas dife- o problema da limitação da taxa de juros em 12% ao ano,
rentes regiões do país; imposta pela Lei da Usura, ao lado da persistência de infla-
• a implantação de órgão normativo, de assessoria e ção anual acima desse patamar, o que limitava a capacidade
de fiscalização do sistema financeiro, como primeiro passo do poder público financiar-se mediante a emissão de títulos
para a criação de um banco central no país, a Superintendên- próprios, restando-lhe apenas a emissão primária de moeda.
cia da Moeda e do Crédito - SUMOC; • Lei n. 4.380, de 21.08.64 (Lei do Plano Nacional da
• a criação de uma instituição de fomento, o Banco Habitação), que instituiu a correção monetária nos contra-
Nacional de Desenvolvimento Econômico - BNDE, para a cen- tos imobiliários, criou o Banco Nacional da Habitação-BNH e
tralização e a canalização de recursos de longo prazo, inicial- institucionalizou o Sistema Financeiro da Habitação, criou as
mente destinados à implantação de infra-estrutura no país; Sociedades de Crédito Imobiliário e as Letras Imobiliárias. O
• a criação de instituições financeiras de apoio a re- BNH tornou-se o órgão gestor do Sistema Brasileiro de Habi-
giões carentes, como o Banco do Nordeste do Brasil - BNB, tação (também denominado Sistema Brasileiro de Poupança
o Banco de Crédito da Amazônia e, já no final do período, o e Empréstimo-SBPE), destinado a fomentar a construção de
Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul - BRDE; casas populares e obras de saneamento e infraestrutura ur-
• desenvolvimento espontâneo de companhias de bana, com moeda própria (UPC-Unidade Padrão de Capital)
e seus próprios instrumentos de captação de recursos: Letras
crédito, financiamento e investimento, para a captação e
Hipotecárias, Letras Imobiliárias e Cadernetas de Poupança.
aplicação de recursos em prazos compatíveis com a cres-
Posteriormente, a esses recursos foram adicionados os do
cente demanda de crédito para o consumo de bens durá-
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço-FGTS. Esta lei
veis e bens de capital, em decorrência da implantação de
buscou incentivar a criação de empregos na construção
novos setores industriais no país, produtores desses bens civil, como solução para o emprego de mão-de-obra não
(Lopes; Rossetti, p.315). qualificada, no cenário econômico de recessão que carac-
Arrecadação de Tributos e Pagamento de Benefícios terizou os anos 1960.
Até a década de 60, quase todo o relacionamento en- • Lei n. 4.595, de 31.12.64 (Lei da Reforma do Sis-
tre população e órgãos públicos era feito diretamente entre tema Financeiro Nacional), que dispôs sobre a política e
as partes. Cada entidade mantinha a própria estrutura para as instituições monetárias, bancárias e creditícias, criou o
arrecadação de impostos e taxas de serviços, ou para o paga- Conselho Monetário Nacional-CMN e o Banco Central do
mento de benefícios. Assim, na maioria dos municípios, eram Brasil e foi a base da reforma bancária, reestruturando o
mantidas as Coletorias Federais e Estaduais. As empresas de sistema financeiro nacional, mediante o estabelecimento de
serviços públicos (luz, água, gás e telefone), por sua vez, man- normas operacionais, rotinas de funcionamento e procedi-
tinham órgãos específicos para a arrecadação das taxas que mentos de qualificação aos quais as entidades do sistema
lhes eram devidas. Por outro lado, os bancos constituíam-se deveriam se subordinar, bem como definiu as característi-
em pequenas redes de agências, voltadas basicamente para cas e as áreas específicas de atuação das instituições finan-
os serviços de depósitos e descontos. As funções de caixa e ceiras. Esta lei reordenou os órgãos de aconselhamento e
empréstimo a clientes eram os objetivos únicos da empre- de gestão da política monetária, do crédito e das finanças
sa bancária. Com o desenvolvimento da sociedade brasileira, públicas, até então concentrados no Ministério da Fazenda,
a crescente complexidade das relações econômicas e o au- na Superintendëncia da Moeda e do Crédito-SUMOC e no
mento na execução de serviços públicos e na concessão de Banco do Brasil, estrutura esta que não mais suporava os
benefícios, os sistemas de arrecadação próprios passaram a crescentes encargos e responsabilidades da condução da
consumir recursos crescentes. Por outro lado, para os bancos, política econômica.
o desenvolvimento da economia possibilitou a disseminação • Lei n. 4.728, de 14.07.65 (Lei do Mercado de Ca-
de sua rede de agências por todo o território nacional, para pitais), que disciplinou e reformou o mercado de capitais,
atender à crescente necessidade de transferência de ativos fi- bem como estabeleceu medidas para seu desenvolvimento.
nanceiros entre as entidades econômicas. Estruturados para Estabeleceu normas e regulamentos básicos para a estrutu-
processar com rapidez as transferências de numerário, os ração de um sistema de investimentos destinado a apoiar o
bancos passaram a substituir as coletorias e postos de rece- desenvolvimento nacional e atender à crescente demanda
bimento de taxas de serviços públicos e pagamentos de be- por crédito. O problema de popularização do investimento
nefícios, servindo de intermediários entre os órgãos públicos estava contido na nítida preferência dos investidores por
e o contribuinte. imóveis de renda e de reserva de valor. Ao governo inte-

3
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ressava a evolução dos níveis de poupança internos e o seu O elenco de normas e a disciplina operacional são impos-
direcionamento para investimentos produtivos. tos ao sistema por meio de resoluções, circulares, instruções e
A partir desses institutos legais, o sistema financei- atos declaratórios, direta ou indiretamente decorrentes de de-
ro brasileiro passou a contar com maior e mais diversifi- cisões do CMN. O conjunto destes atos normativos compõe
cado número de intermediários financeiros não bancários, o MNI - Manual de Normas e Instruções do Banco Central do
com áreas específicas e bem determinadas de atuação. Ao Brasil.
mesmo tempo, foi significativamente ampliada a pauta de A estrutura do SFN emergente da reforma de 1964/65 foi
ativos financeiros, abrindo-se novo leque de opções para a seguinte:
captação e aplicação de poupanças e criando-se, assim, Sistema Financeiro Nacional:
condições mais efetivas para a ativação do processo de in-  Autoridades Monetárias
termediação.  Autoridades de Apoio
As reformas bancária e do mercado de capitais foram  Instituições Financeiras
inspiradas no sistema norte-americano de organização do
sistema financeiro, voltando-se para a especialização das Autoridades Monetárias:
instituições. Apesar desta opção, em virtude de condicio-  Conselho Monetário Nacional: Comissões Consulti-
namentos econômicos e, em especial, da necessidade de vas
buscar economia de escala e melhor racionalização do sis-  Banco Central do Brasil
tema, os bancos comerciais passaram a assumir o papel de
líderes de grandes conglomerados, no âmbito do qual atua- Autoridades de Apoio:
vam coordenadamente diversas instituições especializadas  Comissão de Valores Mobiliários
nas diferentes modalidades financeiras que, embora com  Banco do Brasil S/A
grande número de pequenos bancos regionais, passaram a  Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
deter o maior volume de negócios de intermediação finan- Social
ceira e prestação de serviços.
Nos anos subsequentes foram instituídas outras leis im- Instituições Financeiras:
portantes para o reordenamento institucional do Sistema  Bancos Comerciais Públicos e Privados
Financeiro Nacional, quais sejam:  Bancos Estaduais de Desenvolvimento
 Bancos Regionais de Desenvolvimento
• Lei n. 6385, de 1976 (Lei da CVM), que criou a Co-
 Banco Nacional da Habitação (BNH)
missão de Valores Mobiliários-CVM, transferindo do Banco
 Caixa Econômica Federal (CEF)
Central a responsabilidade pela regulamentação e fiscaliza-
 Caixas Econômicas Estaduais
ção das atividades relacionadas ao mercado de valores mo-
 Sociedades de Crédito Imobiliário
biliários (ações, debêntures etc.). Esta lei deu solução à falta
 Associações de Poupança e Empréstimo
de uma entidade que absorvesse a regulação e fiscalização
 Cooperativas Habitacionais
do mercado de capitais, especialmente no que se referia às  Soc. de Créd. Financ. e Investimento
sociedades de capital aberto.  Bancos de Investimento
• Lei n. 6.404, de 1976 (Lei das Sociedades Anôni-  Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC)
mas), que estabeleceu regras quanto às características,  Cooperativas de Crédito
forma de constituição, composição acionária, estrutura de  Bolsas de Valores
demonstrações financeiras, obrigações societárias, direitos  Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários
e obrigações de acionistas e órgãos estatutários e legais.  Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários
Esta lei veio ao encontro da necessidade de atualização da  Seguradoras
legislação sobre as sociedades anônimas brasileiras, espe-  Outras Instituições
cialmente quanto aos aspectos de composição acionária,
negociação de valores mobiliários (ações, debêntures etc.) e Na cúpula do subsistema normativo encontra-se, desde
modernização do fluxo de informação. então, o Conselho Monetário Nacional. Abaixo, encontram-se
• Lei n. 10.303, de 2001 (Nova Lei das S.A.), Decreto o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários
3.995 e MP 8 (estes de 2002), que consolidam os dispositi- (criada pela Lei n. 6.385, de 07.12.76). Esses órgãos normativos
vos da Lei da CVM e da Lei das S.A., melhorando a proteção regulam, controlam e fiscalizam as instituições de intermedia-
aos minoritários e dando força à ação da CVM como órgão ção, disciplinando todas as modalidades de operações de cré-
regulador e fiscalizador do mercado de capitais, incluindo dito, ativas e passivas, assim como a emissão e distribuição de
os fundos de investimento e os mercados de derivativos. A valores mobiliários.
quesão associada a esta legislação é que o mercado de ca- Cabe ainda assinalar que se estabeleceram relações es-
pitais cada vez mais perdia espaço para o exterior pela au- treitas entre o subsistema normativo e os agentes especiais
sência de proteção ao acionista minoritário e insegurança do subsistema de intermediação, porque a regulação e o con-
quanto às aplicações financeiras. trole do subsistema de intermediação não se realizam ape-
nas por meio das normas legais expedidas pelas autoridades
monetárias, mas também “pela oferta seletiva de crédito, le-
vada a efeito pelo Banco do Brasil e pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social” (Barbosa, op.cit. Lopes
e Rossetti).

4
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

As demais instituições de intermediação, bancárias, Operadores (Supervisionados pela SPC)


não bancárias e auxiliares, passaram a operar em segmen- Entidades Fechadas de Previdência Complementar
tos específicos dos mercados monetário, de crédito, de (Fundos de Pensão)
capitais e cambial, subordinando-se às normas emanadas
dos órgãos superiores. Sistemas de Liquidação e Custódia
Atualmente, a estrutura institucional do Sistema Finan- Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC
ceiro Nacional está composta na forma apresentada a se- Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Tí-
guir, conforme o site do Banco Central do Brasil na internet. tulos – CETIP
Caixas de Liquidação e Custódia
Órgãos Normativos
Conselho Monetário Nacional - CMN No que tange às instituições financeiras, a Lei da Refor-
Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP ma Bancária (4.595/64), art. 17, caracteriza-as da seguinte
Conselho de Gestão de Previdência Complementar – forma: “Consideram-se instituições financeiras, para os efei-
CGPC tos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas e
privadas, que tenham como atividade principal ou acessória
Entidades Supervisoras a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos finan-
Banco Central do Brasil – Bacen e Comissão de Valores ceiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou es-
Mobiliários – CVM (vinculados ao CMN) trangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros”.
Superintendência de Seguros Privados – Susep e IRB – Em complemento, no seu parágrafo único, estabelece:
Brasil Resseguros (vinculados ao CNSP) “Para os efeitos desta Lei e da legislação em vigor, equipa-
Secretaria de Previdência Complementar – SPC (vincu- ram-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exer-
lada ao CGPC) çam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma
permanente ou eventual”.
Operadores (Supervisionados pelo Bacen)
Os Órgãos Normativos (autoridades monetárias) do
Instituições Financeiras Captadoras de Depósitos à Vista
SFN
Bancos Múltiplos (inclusive o Banco do Brasil)
O Conselho Monetário Nacional
Bancos Comerciais
Como órgão normativo, por excelência, não lhe cabem
Caixa Econômica Federal
funções executivas, sendo o responsável pela fixação das
Cooperativas de Crédito (e Bancos Cooperativos)
diretrizes da política monetária, creditícia e cambial do País.
Pelo envolvimento destas políticas no cenário econômico
Demais Instituições Financeiras nacional, o CMN acaba transformando-se num conselho de
Agências de Fomento política econômica.
Associações de Poupança e Empréstimo Ao longo da sua existência, o CMN teve diferentes
Bancos de Desenvolvimento constituições de membros, de acordo com as exigências
Bancos de Investimento políticas e econômicas de cada momento, desde quatro
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So- membros, no governo Costa e Silva, até 15 membros, no
cial (BNDES) governo Sarney. A Medida Provisória no. 542, de 30.06.94,
Companhias Hipotecárias que editou o Plano Real, simplificou a composição do CMN,
Cooperativas Centrais de Crédito caracterizando seu perfil monetário, que passou a ser inte-
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento grado pelos seguintes membros:
Sociedades de Crédito Imobiliário
Sociedades de Crédito ao Microempreendedor • Ministro da Fazenda (Presidente),
• Ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão,
Outros Intermediários Financeiros e Administradores de • Presidente do Banco Central.
Recursos de Terceiros
Administradores de Consórcio O CMN é a entidade superior do sistema financeiro, sen-
Sociedades de Arrendamento Mercantil do sua competência:
Sociedades Corretoras de Câmbio
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários • adaptar o volume dos meios de pagamento às reais
Sociedades de Crédito Imobiliário necessidades da economia nacional e ao seu processo de de-
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários senvolvimento;
• regular o valor interno da moeda, prevenindo ou
Operadores (Supervisionados pela CVM) corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de ori-
Bolsas de Mercadorias e de Futuros gem interna ou externa;
Bolsas de Valores • regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do
balanço de pagamentos do país;
• orientar a aplicação dos recursos das instituições fi-
Operadores (Supervisionados pela Susep e IRB)
nanceiras públicas ou privadas, de forma a garantir condições
Sociedades Seguradoras favoráveis ao desenvolvimento equilibrado da economia nacio-
Sociedades de Capitalização nal;
Entidades Abertas de Previdência Complementar

5
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

• propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos • banco emissor de moeda;


instrumentos financeiros, de forma a tornar mais eficiente o  emissão do meio circulante;
sistema de pagamento e mobilização de recursos;  saneamento do meio circulante;
• zelar pela liquidez e pela solvência das instituições • banqueiro do governo;
financeiras;  financiamento ao Tesouro Nacional (via compra e
• coordenar as políticas monetária, creditícia, orça- venda de títulos públicos);
mentária, fiscal e da dívida pública interna e externa; e  administração da dívida pública interna e externa;
• estabelecer a meta de inflação.  gestor e fiel depositário das reservas internacio-
nais do país;
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)  representante, junto às intituições financeiras in-
ternacionais, do Sistema Financeiro Nacional;
É o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da • centralizador do fluxo cambial;
política de seguros privados. É composto pelo Ministro da  normas, autorizações, registros, fiscalização, inter-
Fazenda (Presidente), representante do Ministério da Justiça, venção.
representante do Ministério da Previdência Social, Superin-
tendente da Superintendência de Seguros Privados, represen-
Em resumo, é por meio do BC que o estado intervém
tante do Banco Central do Brasil e representante da Comissão
diretamente no sistema financeiro e, indiretamente, na
de Valores Mobiliários. Dentre as funções do CNSP estão:
economia.
• regular a constituição, organização, funcionamento e fis-
calização dos agentes que exercem atividades subordinadas ao Sis- Para poder atuar como autoridade monetária plena, o
tema Nacional de Seguros Privados, inclusive aplicar penalidades; Banco Central exigiu cerca de 25 anos de aprimoramento.
• fixar itens gerais dos contratos de seguro, previdên- As dificuldades residiam no fato de, até a sua criação, as
cia privada aberta, capitalização e resseguro; funções de banco central estarem sendo exercidas pela
• prescrever os critérios de constituição das Socieda- Superintendência da Moeda e do Crédito, pelo Banco do
des Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Brasil e pelo Tesouro Nacional. A Sumoc tinha a finalidade
Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites le- de exercer o controle monetário, a fiscalização dos bancos
gais e técnicos das respectivas operações e disciplinar a corre- comerciais e a orientação da política cambial. O Banco
tagem de seguros e a profissão de corretor. do Brasil era o executor das normas estabelecidas pela
Sumoc e exercia as funções de Banco do Governo Federal,
O Conselho de Gestão de Previdência Complementar controlador das operações de comércio exterior, recebe-
(CGPC) dor dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos
É um órgão colegiado que integra a estrutura do Minis- comerciais e, ainda, Banco de crédito agrícola, comercial
tério da Previdência Social e cuja competência é regular, nor- e industrial. O Tesouro Nacional era o órgão emissor de
matizar e coordenar as atividades das Entidades Fechadas de papel-moeda.
Previdência Complementar (fundos de pensão). Também cabe Assim, o Banco Central do Brasil era o banco emissor,
ao CGPC julgar, em última instância, os recursos interpostos mas realizava as emissões em função das necessidades do
contra as decisões da Secretaria de Previdência Complementar. Banco do Brasil. Era também o banco dos bancos, mas não
detinha com exclusividade os depósitos das instituições
As Entidades Supervisoras do SFN financeiras. Era agente financeiro do Governo, pois fora
encarregado de administrar a dívida pública federal, mas
O Banco Central do Brasil não era o caixa do Tesouro Nacional, tendo em vista que
A Superintendência da Moeda e do Crédito, através da esta função era atribuída ao Banco do Brasil. Também era
Lei n. 4.595, de 31.12.64, foi transformada em autarquia fe-
o órgão formulador e executor da política de crédito, mas
deral, tendo sede e fôro na Capital da República, sob a deno-
não tinha o pleno controle do crédito, porque outros orga-
minação de Banco Central do Brasil. Além da sua sede em
nismos governamentais tinham idêntico poder.
Brasília, o BC (ou Bacen) possui representações regionais
Operacionalmente, os recursos do Banco Central eram
em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre,
acessados automaticamente pelo Banco do Brasil, através
Rio de Janeiro e São Paulo. O Bacen pode ser considerado
da “Conta Movimento”, para expansão do crédito e para o
como:
custeio do Governo. Até 1988, as funções de autoridade
• banco dos bancos;
monetária exercidas pelo Banco do Brasil foram progressi-
 depósitos compulsórios;
vamente transferidas ao Banco Central, e as atividades de
 redescontos de liquidez;
administração da dívida pública federal, que vinham sendo
• gestor do Sistema Financeiro Nacional;
exercidas pelo Banco Central, foram transferidas ao Tesou-
 normas, autorizações, fiscalização, intervenção; ro Nacional.
• executor da política monetária;
 determinação da taxa Selic; A Comissão de Valores Mobiliários
 controle dos meios de pagamento (liquidez do A Comissão de Valores Mobiliários-CVM foi criada pela
mercado); Lei 6.385, em 07/12/1976, e ficou conhecida como a Lei
 orçamento monetário, instrumentos de política da CVM, pois, até aquela data, faltava uma entidade que
monetária; absorvesse a regulação e a fiscalização do mercado de ca-

6
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

pitais, especialmente no que se referia às sociedades de • quando ofertados publicamente, quaisquer outros
capital aberto. A CVM fixou-se, portanto, como um órgão títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem
normativo do sistema financeiro, especificamente voltado direito de participação, de parceria ou de remuneração,
para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendi-
mercado de valores mobiliários não emitidos pelo sistema mentos advêm do esforço do empreendedor ou de tercei-
financeiro e pelo Tesouro Nacional - basicamente, o mer- ros.
cado de ações e debêntures, cupões desses títulos e bônus
de subscrição. É uma entidade auxiliar, autônoma e des- Foram textualmente excluídos do regime da nova Lei:
centralizada, mas vinculada, como autarquia, ao Governo • os títulos da dívida pública federal, estadual ou
Federal. municipal;
A Lei 10.303, mais popularmente conhecida como a • os títulos cambiais de responsabilidade de institui-
Nova Lei das S.A., editada em 30/01/2001 consolidou e al- ção financeira, exceto as debêntures.
terou os dispositivos da Lei 6.404, de 15/12/1976, Lei das
Sociedades Anônimas, da Lei da CVM e das pequenas mo- Em resumo, sob a ótica da Bovespa e da SOMA (So-
dificações em ambas introduzidas, anteriormente, pela Lei ciedade Operadora do Mercado de Ativos), a CVM tem
9.457, de 15/05/1997.
por objetivos fundamentais: a) estimular a aplicação de
Os poderes fiscalizatório e disciplinador da CVM foram
poupança no mercado acionário; b) assegurar o funciona-
ampliados para incluir as Bolsas de Mercadorias e Futuros,
mento eficiente e regular das bolsas de valores e de outras
as entidades do mercado de balcão organizado e as en-
instituições auxiliares que operam nesse mercado; c) pro-
tidades de compensação e liquidação de operações com
valores mobiliários que, da mesma forma que a Bolsa de teger os titulares de valores mobiliários (notadamente os
Valores, funcionam como órgãos auxiliares da Comissão de pequenos e minoritários) contra emissões irregulares e ou-
Valores Mobiliários. tros tipos de atos ilegais, que manipulem preços de valores
Elas operam com autonomia administrativa, financei- mobiliários nos mercados primário e secundário de ações;
ra e patrimonial e responsabilidade de fiscalização direta d) fiscalização da emissão, do registro, da distribuição e da
de seus respectivos membros e das operações com valores negociação de títulos emitidos pelas sociedades anônimas
mobiliários que nelas realizadas, mas, sempre, sob a super- de capital aberto.
visão da CVM.
Sob a disciplina e a fiscalização da CVM foram consoli- Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacio-
dadas as seguintes atividades: nal
• emissão e distribuição de valores mobiliários no
mercado; O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacio-
• negociação e intermediação no mercado de valo- nal (CRSFN) é um conselho que julga em segunda e última
res mobiliários; instância administrativa os recursos interpostos contra Ba-
• negociação e intermediação no mercado de deri- Cen, CVM e Secretaria de Comércio Exterior (do Ministério
vativos; de Desenvolvimento, Indústria e Comércio).
• organização, funcionamento e operações das Bol- O - CRSFN foi criado pelo Decreto n° 91.152, de
sas de Valores; 15.03.85. Transferiu-se do Conselho Monetário Nacional -
• organização, funcionamento e operações das Bol- CMN para o CRSFN a competência para julgar, em segunda
sas de Mercadorias e Futuros; e última instância administrativa, os recursos interpostos
• auditoria das companhias abertas; das decisões relativas à aplicação das penalidades adminis-
• serviços de consultor e analista de valores mobi- trativas referidas nos itens I a IV do art. 1° do referido De-
liários. creto. Permanece com o CMN a competência residual para
julgar os demais casos ali previstos, por força do disposto
Redefiniram-se os valores mobiliários sujeitos ao regi-
no artigo 44, § 5°, da Lei 4.595/64.
me da nova Lei, como sendo:
Com o advento da Lei n° 9.069, de 29.06.95, mais espe-
• ações, debêntures e bônus de subscrição;
cificamente em razão do seu artigo 81 e parágrafo único,
• cupons, direitos, recibos de subscrição e certifica-
ampliou-se a competência do CRSFN, que recebeu igual-
dos de desdobramento de valores mobiliários;
mente do CMN a responsabilidade de julgar os recursos
• certificados de depósito de valores mobiliários;
• cédulas de debêntures; interpostos contra as decisões do Banco Central do Brasil
• cotas de fundos de investimento em valores mo- relativas a aplicação de penalidades por infração à legis-
biliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos; lação cambial, de capitais estrangeiros, de crédito rural e
• notas comerciais; industrial. O CRSFN tem o seu Regimento Interno aprova-
• contratos futuros, de opções e outros derivativos, do pelo Decreto n° 1.935, de 20.06.96, com a nova redação
cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários; dada pelo Decreto nº 2.277, de 17.07.97, dispondo sobre as
• outros contratos derivativos, independentemente competências, prazos e demais atos processuais vinculados
dos ativos subjacentes; e, às suas atividades.

7
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Atribuições • atuar no sentido de proteger a captação de poupan-


São atribuições do Conselho de Recursos: julgar em ça popular que se efetua através das operações de seguro,
segunda e última instância administrativa os recursos inter- previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
postos das decisões relativas às penalidades administrativas • zelar pela liquidez e solvência das sociedades que
aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Va- integram o mercado;
lores Mobiliários e pela Secretaria de Comércio Exterior; nas • disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas
infrações previstas na legislação. entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de
O Conselho tem ainda como finalidade julgar os recur- provisões técnicas;
sos de ofício, interpostos pelos órgãos de primeira instância, • cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e
das decisões que concluírem pela não aplicação das penali- exercer as atividades por este lhe delegadas;
dades previstas no item anterior. • prover os serviços de secretaria executiva do CNSP.
A atual composição do CRSFN é a seguinte:
• 2 representantes do Ministério da Fazenda; O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB)
• 1 representante do BaCen; É sociedade de economia mista, com controle acio-
• 1 representante da CVM; nário da União, jurisdicionada ao Ministério da Fazenda, que
• 4 representantes das entidades privadas represen- conta com o objetivo de regular o cosseguro, o resseguro e a
tativas de classe; retrocessão, além de promover o desenvolvimento das ope-
Fique atento porque a composição mudou há poucos rações de seguros no país.
anos. Na composição antiga havia 1 representante do Minis-
tério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e apenas 1 A Secretaria de Previdência Complementar (SPC)
representante do Ministério da Fazenda. É um órgão do Ministério da Previdência Social, responsá-
As entidades representativas de classe são divididas em vel por fiscalizar as atividades das entidades fechadas de pre-
2 grupos: as titulares e as suplentes. A ideia é bem óbvia, vidência complementar (fundos de pensão). A SPC se relaciona
caso um representante de uma entidade titular não puder com os órgãos normativos do sistema financeiro na observa-
participar da reunião, vai um suplente. São elas: ção das exigências legais de aplicação das reservas técnicas,
fundos especiais e provisões que as entidades sob sua jurisdi-
Titulares: ção são obrigadas a constituir e que tem diretrizes estabeleci-
• Associação Brasileira das Empresas de Capital Aber- das pelo Conselho Monetário Nacional. À SPC compete:
to (ABRASCA); • propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previ-
• Associação Brasileira das Entidades dos Mercados dência Complementar;
Financeiro e de Capitais (ANBIMA); • harmonizar as atividades das entidades fechadas de
• Comissão Nacional de Bolsas (CNB); previdência privada com as políticas de desenvolvimento so-
• Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN); cial e econômico-financeira do Governo;
Suplentes:
• fiscalizar, supervisionar, coordenar, orientar e contro-
• Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imo-
lar as atividades relacionadas com a previdência complemen-
biliário e Poupança - ABECIP;
tar fechada;
• Associação Nacional das Corretoras e Distribuido-
• analisar e aprovar os pedidos de autorização para
ras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias
– ANCORD; constituição, funcionamento, fusão, incorporação, grupamen-
• Conselho Consultivo do Ramo Crédito da Organiza- to, transferência de controle das entidades fechadas de previ-
ção das Cooperativas Brasileiras – OCB/CECO; dência complementar, bem como examinar e aprovar os esta-
• Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – tutos das referidas entidades, os regulamentos dos planos de
IBRACON; benefícios e suas alterações;
Os representantes são indicados em lista tríplice e esco- • examinar e aprovar os convênios de adesão celebra-
lhidos pelo Ministro da Fazenda (dão 3 opções de represen- dos por patrocinadores e por instituidores, em como autorizar
tante e o Ministro decide quem é o “melhor”). Eles têm man- a retirada de patrocínio e decretar a administração especial em
dato de 2 anos e podem ser reconduzidos por mais 2 anos.2 planos de benefícios operados pelas entidades fechadas de pre-
vidência complementar, bem como propor ao Ministro a decre-
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) tação de intervenção ou liquidação das referidas entidades.
É autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, res-
ponsável pelo controle e fiscalização do mercado de seguro, Alguns Operadores do SFN
previdência aberta e capitalização. Dentre suas atribuições Os Bancos Múltiplos
estão: Após as reformas do início dos anos 1960, a mais signi-
• fiscalizar a constituição, organização, funciona- ficativa mudança introduzida no Sistema Financeiro Nacio-
mento e operação das sociedades seguradoras, de capita- nal foi a instituição dos Bancos Múltiplos, pela Resolução n.
lização, entidades de previdência privada aberta e ressegu- 1.524, de 21.09.1988, do Banco Central do Brasil. Por esta
radores, na qualidade de executora da política traçada pelo resolução, foi facultado aos bancos comerciais, bancos de
CNSP; desenvolvimento, bancos de investimento, sociedades de
crédito imobiliário e sociedades de crédito, financiamento e
2 Fonte: www.conhecimentosbancarios.blogspot.com. investimento a organização opcional em uma única institui-
br/ ção financeira, através de processos de fusão, incorporação,
cisão e transformação - ou ainda por constituição direta. Os

8
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

bancos múltiplos passaram a operar em todos os segmentos • como principal executor dos serviços bancários
do sistema de intermediação financeira, mediante as seguin- de interesse do Governo Federal, inclusive suas autarquias,
tes carteiras especiais, sem vinculação entre as fontes de re- receber em depósito, com exclusividade, as disponibilida-
cursos captados e as suas aplicações: des de quaisquer entidades federais, compreendendo as
• carteira comercial; repartições de todos os ministérios civis e militares, institui-
• carteira de desenvolvimento (no caso de bancos ções de previdência e outras autarquias, comissões, depar-
múltiplos públicos); tamentos, entidades em regime especial de administração
• carteira de investimentos (no caso de bancos múlti- e quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por
plos privados); adiantamentos.
• carteira de crédito imobiliário;
• carteira de crédito, financiamento e investimento; Os Bancos Comerciais
• carteira de arrendamento mercantil. Os bancos comerciais se dedicam à captação e aplica-
ção de recursos financeiros em operações de curto e médio
O Banco do Brasil prazos, normalmente de até um ano, bem como prestam
O Banco do Brasil (BB) teve uma função típica de autori- serviços de pagamentos e recebimentos ao público em ge-
dade monetária até janeiro de 1986, quando, por decisão do ral, a partir de uma estrutura descentralizada que é propor-
CMN, foi suprimida a conta movimento, que colocava o BB na cionada por sua capacidade de abrir agências bancárias.
posição privilegiada de banco co-responsável pela emissão No Brasil, atualmente, os bancos comerciais geralmente
de moeda, via ajustamento das contas das autoridades mo- estão integrados em uma estrutura de banco múltiplo, a
netárias e do Tesouro Nacional. partir da qual exercem, total ou parcialmente, uma diversi-
No período do pós-guerra até as reformas de 1964-65, ficada gama de operações monetárias e financeiras.
a despeito da criação da SUMOC, o Banco do Brasil conti- Para atender aos seus objetivos, os bancos comerciais
nuou exercendo funções executivas de autoridade monetária, podem: a) descontar títulos; b) realizar operações de aber-
atuando como banco dos bancos, agente financeiro do go- tura de crédito simples ou em conta corrente (contas ga-
verno, depositário e administrador das reservas internacionais rantidas); c) realizar operações especiais, inclusive de cré-
do país e emprestador de última instância do sistema finan- dito rural, de câmbio e comércio internacional; d) captar
ceiro. depósitos à vista e a prazo e recursos nas instituições ofi-
Após as reformas de 1964-65, o Banco do Brasil perdeu a ciais, para repasse aos clientes; e) obter recursos externos
maior parte das atribuições típicas de um banco central, como para repasse; e f) efetuar a prestação de serviços, inclusive
a Carteira de Redescontos, a Caixa de Mobilização Bancária, a mediante convênio com outras instituições.
concessão de créditos ao Tesouro Nacional. Com a reforma de É importante frisar que a captação de depósitos à vista,
1986, e as consequentes redefinições de papéis do Bacen e do que nada mais são do que as contas correntes livremente
Banco do Brasil, este passou a operar sob padrões bem pró- movimentáveis, é a atividade básica dos bancos comerciais,
ximos de um banco comercial qualquer. Hoje, o BB é um con- configurando-os como instituições financeiras monetárias. Tal
glomerado financeiro de ponta, que, aos poucos, se ajustou captação de recursos, junto com a captação via CDB e RDB,
à estrutura de um banco múltiplo tradicional, embora ainda cobrança de títulos e arrecadação de tributos e tarifas públi-
opere, em muitos casos, como agente financeiro do Gover- cas, permite aos bancos repassar tais recursos aos seus clien-
no Federal. É o principal executor da política oficial de crédito tes, em especial às empresas, sob a forma de empréstimos
rural. Conserva, ainda, funções que não são próprias de um que vão girar a atividade produtiva (estoques, salários etc.).
banco comercial comum, mas típicas do parceiro principal do
governo federal na prestação de serviços bancários, como: A Caixa Econômica Federal
As caixas econômicas são instituições de cunho eminen-
• administrar a Câmara de Compensação de cheques temente social, concedendo empréstimos e financiamentos
e outros papéis; a programas e projetos de assistência social, saúde, edu-
• efetuar os pagamentos e suprimentos necessários à cação, trabalho, transportes urbanos e esporte, sendo seu
execução do Orçamento Geral da União; único representante, hoje, a Caixa Econômica Federal, re-
• a aquisição e o financiamento dos estoques de pro- sultado da unificação, pelo Decreto-Lei 759, de 12/08/1969,
dução exportável; das 23 Caixas Econômicas Federais até então existentes.
• agenciamento dos pagamentos e recebimentos fora Suas origens confundem-se com as dos primeiros ban-
do país; cos comerciais. Estes, pela falta de interesse em captar pe-
• a execução da política de preços mínimos dos pro- quenos valores e pelos altos riscos dos empreendimentos
dutos agropastoris; em que se envolviam, afastavam os pequenos depositantes.
• a execução do serviço da dívida pública consolidada; Assim, surgida da iniciativa particular, a primeira caixa eco-
• a realização, por conta própria, de operações de nômica que se constituiu no país (Rio de Janeiro) remonta
compra e venda de moeda estrangeira e, por conta do BC, a 1831, que não obteve êxito. Em 1860, o Governo Imperial
nas condições estabelecidas pelo CMN; criou outra instituição do gênero, que começou a operar
• o recebimento, a crédito do Tesouro Nacional, das em 1861 (que corresponde hoje à Caixa Econômica Federal
importâncias provenientes da arrecadação de tributos ou do Rio de Janeiro). Em 1955, o Parlamento rejeitou projeto
rendas federais; e, de lei para autorizar a caixa a conceder financiamentos para

9
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

a casa própria, permanecendo suas operações limitadas As Cooperativas de Crédito


ao atendimento de necessidades populares de curto pra- A Lei 5.764, de 16/12/1971, definiu a Política Nacio-
zo. Atendendo a essa faixa de crédito, a caixa federal abriu nal de Cooperativismo como sendo a atividade decorrente
agências em todos os Estados da União. Ao mesmo tempo, das iniciativas ligadas ao sistema cooperativo, originárias
devido a sua reduzida flexibilidade operacional, ensejou o de setor público ou privado, isoladas ou coordenadas entre
aparecimento de caixas estaduais, inicialmente em São Pau- si, desde que reconhecido o seu interesse público, e insti-
lo, Minas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás. Mas só
tuiu o regime jurídico das sociedades cooperativas. Na lei
a partir de 1964, com a instituição do mecanismo da corre-
ção monetária, com a criação das cadernetas de poupança e ficou estabelecido que celebram o contrato de sociedade
com a integração das caixas econômicas no SFH e no SBPE, cooperativa as pessoas que, reciprocamente, se obrigam a
é que as atividades dessas instituições foram dinamizadas. contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma
Hoje encontram-se todas extintas, exceto a CEF. A CEF atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de
é uma instituição financeira responsável pela operacionali- lucro, e classificou as sociedades cooperativas como:
zação das políticas do Governo Federal para habitação po- singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20
pular e saneamento básico, caracterizando-se cada vez mais (vinte) pessoas físicas, sendo excepcionalmente permitida
como o banco de apoio ao trabalhador de baixa renda. a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto as
À CEF é permitido atuar nas áreas de atividades mesmas ou correlatas atividades econômicas das pessoas
relativas a bancos comerciais, sociedades de crédito imo-
físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos;
biliário e de saneamento e infra-estrutura urbana, além de
prestação de serviços de natureza social, delegada pelo Go- • centrais de cooperativas ou federações de coope-
verno Federal. rativas, as constituídas de, no mínimo, 3 (três) singulares,
Suas principais atividades estão relacionadas com podendo, excepcionalmente, admitir associados indivi-
a captação de recursos em cadernetas de poupança, em duais.
depósitos judiciais e a prazo, e sua aplicação em emprésti- Quanto aos tipos de operações a que estão autoriza-
mos vinculados, preferencialmente à habitação. Os recursos das, as cooperativas de crédito podem:
obtidos junto ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço- • na ponta da captação: a) captar depósitos, somen-
-FGTS são direcionados, quase na sua totalidade, para as
te de associados, sem emissão de certificado; b) obter em-
áreas de saneamento e infra-estrutura urbana.
A CEF exerce a administração de loterias, de fundos préstimos ou repasses de instituições financeiras nacionais
e de programas, entre os quais destacavam-se o FGTS, o ou estrangeiras; c) receber recursos oriundos de fundos
Fundo de Compensação de Variações Salariais-FCVS, o Pro- oficiais e recursos, em caráter eventual, isentos de remu-
grama de Integração Social-PIS, o Fundo de Apoio ao De- neração, ou a taxas favorecidas, de qualquer entidade, na
senvolvimento Social-FAS e o Fundo de Desenvolvimento forma de doações, empréstimos ou repasses;
Social-FDS. • na ponta de empréstimos: a) conceder créditos
e prestar garantias, inclusive em operações realizadas ao
Os Bancos Cooperativos amparo da regulamentação do crédito rural, em favor de
O Banco Central, através da Resolução 2.193, de
produtores rurais, somente a associados; b) aplicar recursos
31/08/1995, autorizou a constituição de bancos comerciais
na forma de sociedades anônimas de capital fechado, com no mercado financeiro, inclusive em depósitos à vista e a
participação exclusiva de cooperativas de crédito singulares, prazo, com ou sem a emissão de certificado, observadas
exceto as do tipo Luzzati (as que admitem a participação eventuais restrições legais e regulamentares específicas de
de não-cooperados) e centrais de cooperativas, bem como cada aplicação;
de federações e confederações de cooperativas de crédito, • na ponta de serviços: a) prestar serviços de co-
com atuação restrita à Unidade da Federação de sua sede, brança, de custódia, de recebimentos e pagamentos por
cujo Patrimônio de Referência-PR deverá estar enquadrado conta de terceiros, sob convênio com instituições públicas
nas regras do Acordo de Basileia. Não podem participar no
e privadas; b) prestar serviços de correspondente no país,
capital social de instituições financeiras autorizadas a fun-
cionar pelo BC, nem realizar operações de swap por conta nos termos da regulamentação em vigor.
de terceiros.
O Banco Central deu autorização para que as coo- Bancos de Investimento
perativas de crédito abrissem seus próprios bancos comer- As bases para a criação de bancos de investimento no
ciais, podendo fazer tudo o que qualquer outro banco co- Brasil foram estabelecidas pela Lei n. 4.728/65, que dis-
mercial faz: ter talão de cheques, emitir cartão de crédito, ciplinou o mercado de capitais, fixou diretrizes para seu
fazer a compensação de documentos e, principalmente, desenvolvimento, instituiu as condições de acesso a esse
passar a administrar a carteira de crédito antes sob respon- mercado e estruturou o sistema de distribuição de títulos
sabilidade das cooperativas. ou valores mobiliários. Criados para canalizar recursos de
Através da Resolução 2.788, de 30/11/2000, o BC
médio e longo prazo para o suprimento de capital fixo ou
renovou as regras para a constituição de bancos coopera-
de giro das empresas privadas, os bancos de investimento
tivos, cuja atuação deve observar no cálculo do patrimônio
líquido exigido os mesmos fatores e parâmetros estabe- operam em um segmento bem específico do sistema de in-
lecidos pela regulamentação em vigor para os bancos co- termediação financeira, viabilizando operações diferencia-
merciais e múltiplos. das, quanto aos prazos e montantes, das praticadas pelos
bancos comerciais.

10
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Em síntese, são as seguintes as operações ativas que As agências de fomento somente podem praticar ope-
podem ser praticadas pelos BIs: a) empréstimos, a prazo rações de repasse de recursos captados no país e no exte-
mínimo de um ano, para financiamento de capital fixo; b) rior, orginários de: a) fundos constitucionais; b) orçamentos
empréstimos, a prazo mínimo de um ano, para financia- federal, estaduais e municipais; c) organismos e instituições
mento de capital de giro; c) aquisição de ações, obrigações financeiras nacionais e internacionais de desenvolvimento.
e quaisquer outros títulos e valores mobiliários, para in- Às agências de fomento são facultadas: a) a reali-
vestimento ou revenda no mercado de capitais (operações zação de operações de financiamento de capitais fixo e de
de underwriting); d) repasses de empréstimos obtidos no giro associados a projetos na unidade da federação onde
exterior; e) prestação de garantia em empréstimos no país tenham sede; b) a prestação de garantias, na forma da re-
ou provenientes do exterior; f) gestão de fundos de inves-
gulamentação em vigor; c) a prestação de serviços de con-
timentos.
Para atender a esse conjunto de operações, os bancos sultoria e de agente financeiro; d) a prestação de adminis-
de investimentos podem captar recursos no país e no exte- trador de fundos de desenvolvimento, observado o dispos-
rior. A captação interna é feita mediante depósitos a prazo to no artigo 35 da Lei Complementar 101, de 04/05/2000.
fixo. Além disso, esses bancos repassam recursos de institui- Às agências de fomento são vedados: a) o acesso a li-
ções oficiais do país, notadamente do BNDES. Contam ain- nhas de assistência financeira e de redesconto do Banco
da com recursos decorrentes da colocação, no mercado de Central; b) o acesso à conta Reservas Bancárias no Banco
capitais, de títulos e debêntures, assim como de venda de
quotas de fundos de investimento por eles administrados. Central; c) a captação de recursos junto ao público, inclu-
sive o de recursos externos; d) a contratação de depósi-
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e tos interfinanceiros – DI – na qualidade de depositante ou
Social depositária; e) a participação societária, direta ou indireta,
O BNDES é a instituição responsável pela política de no país ou no exterior, em outras instituições financeiras
investimentos de longo prazo do Governo Federal. É a prin- e em outras empresas coligadas ou controladas, direta ou
cipal instituição financeira de fomento do país e tem como
indiretamente, pela unidade da federação que detenha seu
objetivos: a) impulsionar o desenvolvimento econômico e
social do país; b) fortalecer o setor empresarial nacional; c) controle.
atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos pólos de As agência de fomento devem observar limites míni-
produção; d) promover o desenvolvimento integrado das mos de capital realizado e patrimônio de referência – PR
atividades agrícolas, industriais e de serviços; e) promover – de R$4 milhões e o seu patrimônio líquido exigido – PLE
o crescimento e a diversificação das exportações. – deve seguir as regras do Acordo de Basileia com um fator
Para a consecução desses objetivos, conta com um de alavancagem de recursos equivalente a 3,3 vezes o PLE.
conjunto de fundos e programas especiais de fomento. Foi
também da responsabilidade do BNDES, durante os gover-
nos Collor, Itamar e FHC, o encargo de gerir todo o proces- Sociedades de arrendamento mercantil.
so de privatização das empresas estatais. São sociedades constituídas sob a forma de sociedade
anônima cuja atividade principal é o leasing.
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investi- Leasing ou locação financeira ou arrendamento mer-
mento cantil, é um contrato através do qual a arrendadora ou lo-
As sociedades de crédito, financiamento e investimen-
to surgiram espontaneamente no país, nos primeiros anos cadora (a empresa que se dedica à exploração de leasing)
do pós-guerra, para atender à demanda de crédito a pra- adquire um bem escolhido por seu cliente (o arrendatário,
zos médio e longo, gerada pela implantação de novos se- ou locatário) para, em seguida, alugá-lo a este último, por
tores industriais, produtores de bens de capital e de bens um prazo determinado.
duráveis de consumo. Atualmente, as sociedades de cré- Características:
dito, financiamento e investimento estão, em sua maioria,
integradas em bancos múltiplos.
- O lucro da atividade está associado ao uso do equi-
Bancos de Desenvolvimento pamento e não a atividade;
Os bancos estaduais de desenvolvimento, ainda exis- - Operações semelhantes à locação, tendo o cliente ao
tentes, são instituições financeiras controladas pelos go- final do contrato renovar, devolver ou adquirir o bem;
vernos estaduais e destinadas ao fornecimento de crédi- - Constituída sob a forma de sociedade anônima;
to de médio e longo prazo às empresas localizadas nos - Denominação social: “Arrendamento Mercantil”;
respectivos estados. Normalmente operam como órgãos - São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Re-
financeiros repassadores de recursos do BNDES.
solução CMN 2.309, de 1996).
Agências de Fomento
A Resolução nº 2.828, de 30/03/2001, do Banco Operações passivas:
Central, estabeleceu as regras atuais que dispõem sobre a  Emissão de debêntures,
constituição e o funcionamento das agências de fomento.  Dívida externa,
A expressão “Agência de Fomento”, acrescida da indicação  Empréstimos e
da unidade da federação que a controla, deve constar, obri-  Financiamentos de instituições financeiras.
gatoriamente, da denominação social dessas sociedades.

11
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Operações ativas: Até o início de março de 2009, as Sociedades Distribuido-


 Títulos da dívida pública, ras de Títulos e Valores Mobiliários não estavam autorizadas a
 Cessão de direitos creditórios e, operar em bolsas de valores e, quando o faziam, operavam por
 Operações de arrendamento mercantil de bens mó- meio de uma Corretora de Valores. Contudo, em 02.03.2009, a
veis, de produção nacional ou estrangeira, Decisão-Conjunta BACEN/CVM Nº 17 estabeleceu que as So-
 Operações de arrendamento mercantil bens imóveis ciedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários ficariam
adquiridos pela entidade arrendadora para fins de autorizadas a operar diretamente nos ambientes e sistemas de
uso próprio do arrendatário.3 negociação dos mercados organizados de bolsa de valores.
Da mesma forma que as Corretoras, as Distribuidoras de
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários Valores cobram taxas e comissões por seus serviços.
As corretoras são instituições típicas do mercado finan-
ceiro que atuam na bolsa de valores e de mercadorias, com- Características
prando, vendendo e administrando esses valores como re- - São constituídas sob a forma de sociedade anônima
presentante dos investidores. (S.A.) ou por quotas de responsabilidade limitada (LTDA);
Características - Em sua denominação social deve constar a expressão
• Operam com compra, venda e distribuição de títulos “Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”.
e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros; - São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Re-
• Constituídas sob a forma de sociedade anônima solução CMN 1.120, de 1986).
(S.A.) ou por quotas de responsabilidade limitada (LTDA);
• A constituição e o funcionamento dependem de au- Atividades
torização do BACEN; - Intermedeiam a oferta pública e distribuição de títulos
• O exercício de sua atividade depende de aprovação e valores mobiliários no mercado;
da CVM; - Administram e custodiam as carteiras de títulos e valo-
res mobiliários;
Atividades - Instituem, organizam e administram fundos e clubes
• Operar em bolsas de valores, subscrever emissões de investimento;
de títulos e valores mobiliários no mercado; - Operam no mercado acionário, comprando, vendendo
• Comprar e vender títulos e valores mobiliários por e distribuindo títulos e valores mobiliários, inclusive ouro
conta própria e de terceiros; financeiro, por conta de terceiros;
• Encarregar-se da administração de carteiras e da - Fazem a intermediação com as bolsas de valores e de
custódia de títulos e valores mobiliários; mercadorias;
• Exercer funções de agente fiduciário; instituir, orga- - Efetuam lançamentos públicos de ações;
nizar e administrar fundos e clubes de investimento; - Operam no mercado aberto e intermedeiam opera-
• Emitir certificados de depósito de ações e cédulas
ções de câmbio.
pignoratícias de debêntures;
• Intermediar operações de câmbio;
O Plano Real e o Ajuste do Sistema Financeiro Na-
• Praticar operações no mercado de câmbio de taxas
cional
flutuantes;
Desde o início do Plano Real, em julho de 1994, sabia-se
• Praticar operações de conta margem;
que o novo ambiente de estabilização macroeconômica não
• Realizar operações compromissadas;
seria condizente com a dimensão que o sistema bancário ha-
• Praticar operações de compra e venda de metais
via alcançado, fruto de vários anos de inflação alta e desequi-
preciosos, no mercado físico, por conta própria e de terceiros;
líbrios macroeconômicos. Esses anos levaram à constituição
• Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por
de instituições financeiras que, para se beneficiar das receitas
conta própria e de terceiros.
inflacionárias (float), faziam uso de um grande número de
agências para captação de depósitos e aplicações, com cus-
São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Reso-
tos elevados. A grosso modo, pode-se dividir em três fases,
lução CMN 1.655, de 1989). Os FUNDOS DE INVESTIMENTO,
que se sobrepõem, em parte, as mudanças que ocorreriam
administrados por corretoras ou outros intermediários finan-
no sistema financeiro desde o início do Plano Real.
ceiros, são constituídos sob forma de condomínio e repre-
sentam a reunião de recursos para a aplicação em carteira A primeira destas fases caracteriza-se pela diminuição do
diversificada de títulos e valores mobiliários, com o objetivo número de bancos na economia brasileira em decorrên-
de propiciar aos condôminos valorização de quotas, a um cia de liquidação, incorporação, fusão e transferência de
custo global mais baixo. A normatização, concessão de au- controle acionário de várias instituições bancárias, em con-
torização, registro e a supervisão dos fundos de investimen- junto com as modificações adotadas pelo Banco Central
to são de competência da Comissão de Valores Mobiliários. referentes à legislação e à supervisão bancárias.
A segunda fase do processo de ajuste do Sistema Fi-
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mo- nanceiro Nacional foi caracterizada pela entrada de bancos
biliários estrangeiros e pelos ajustes dos sistemas financeiros pú-
São instituições financeiras também autorizadas a fun- blico e privado, mediante, respectivamente, o Proer (Pro-
cionar pelo Banco Central do Brasil e pela CVM, atuando na grama de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento
intermediação de títulos e valores mobiliários. do Sistema Financeiro Nacional) e o Proes (Programa de
Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade
3 Fonte: www.jlpsmatos.blogspot.com.br Bancária).

12
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Por fim, a terceira e última fase refletiu uma profunda modificação no modelo operacional seguido pelos bancos antes
do Plano Real. A receita inflacionária foi substituída pelo crescimento da receita proveniente da intermediação e pela receita
de serviços, via cobrança de tarifas.
Assim, desde o início do Plano Real, os bancos perderam uma importante fonte de receita, representada pelas trans-
ferências inflacionárias: o float, que era propiciado: (i) pela perda de valor dos depósitos a vista e/ou (ii) pela correção dos
depósitos bancários em valores abaixo da inflação.

Tabela sobre Receita Inflacionária

Receita Inflacionária /
Ano Receita Inflacionária / PIB
Valor da Produção das Instituições Bancárias
1990 4,0 35,7
1991 3,9 41,3
1992 4,0 41,9
1993 4,2 35,3
1994 2,0 20,4
Fonte: Barros e Almeida Jr., p.5.

Uma das formas encontradas pelo sistema bancário para compensar a perda da receita inflacionária, antes de fechar
agências e efetuar os ajustes que se faziam necessários no modelo operacional, foi expandir as operações de crédito, las-
treadas pelo crescimento abrupto dos depósitos bancários trazidos com o Plano Real. Os depósitos à vista, por exemplo,
cresceram 165,4% nos seis primeiros meses do Plano Real, e os depósitos a prazo cresceram quase 40% no mesmo período.
Antecipando-se ao possível crescimento das operações de créditos que decorreria do quadro de estabilidade ma-
croeconômica, o Banco Central elevou, no início do Plano Real, as alíquotas de recolhimento compulsório dos depósitos
bancários. O recolhimento compulsório sobre depósitos à vista passou de 48% para 100%, sobre os depósitos de poupança
passou de 10% para 30%, e foi instituído um recolhimento de 30% sobre o saldo de depósitos a prazo. Apesar disso, os
empréstimos totais do sistema financeiro para o setor privado, segundo dados do Banco Central, mostraram crescimento
de 58,7% durante o primeiro ano de vigência do Plano.
Apesar do crescimento das operações de crédito compensarem, em parte, a perda do float, esse crescimento ocorreu
sem os devidos cuidados quanto à capacidade de pagamento dos novos e antigos devedores. Assim, a “solução” de ex-
pandir rapidamente o crédito como forma de compensar a perda do float ocasionou novos problemas. O resultado desse
processo foi um crescimento dos empréstimos de liquidação duvidosa. A diminuição no ritmo de crescimento da economia
brasileira, no segundo trimestre de 1995, e o aumento da taxa de juros doméstica confirmaram o aumento substancial nos
créditos em atraso e em liquidação no sistema financeiro. O passo seguinte foi a necessidade do Proer e do Proes, antes já
referidos.

Bancos Nacionais
Nas primeiras décadas deste século (período da Primeira República), constata-se a quase inexistência de atividade de
bancos nacionais no mercado do Rio Grande do Sul, na medida que neste operaram apenas o Banco do Brasil, banco oficial,
com sede no Distrito Federal, e o banco privado paulista, Banco Popular italiano, este por pouco tempo.

Bancos Estrangeiros
No período da Primeira República (1889-1930), os bancos estrangeiros nunca representaram um peso significativo
dentro do setor financeiro estadual. A economia gaúcha estava mais ligada e voltada ao mercado nacional, não atraindo,
dessa forma, a presença do capital internacional de maneira tão intensa como o fazia, por exemplo, a economia cafeeira
paulista. A presença inicial do “London & Brazilian Bank” e do “Brasilianische Bank fur Deutschland” entende-se, o primeiro,
pelo predomínio mundial do capitalismo inglês no fim do século dezenove, enquanto o segundo evidencia a expansão da
economia alemã, unificada a partir de 1871, buscando a aproximação comercial com regiões de colonização teuta. No final
da primeira guerra, ocorre o afluxo de novos bancos estrangeiros, sendo dois de origem inglesa - “British Bank of South
America” e o “Bank of London & South America” - e um de capital americano - “National City Bank of New York”. Sua insta-
lação relaciona-se à penetração do capital internacional na frigorificação da carne e aponta, regionalmente, para a reversão
do predomínio inglês para o americano, na economia mundial.

Outras Organizações de Crédito


Além das instituições organizadas basicamente como bancos comerciais, estiveram presentes no meio financeiro estadual
pré-1930 outras organizações de crédito, destacando-se a “Caixa Econômica” (Federal), atuante no Estado desde 1875, dedi-
cando-se à captação de depósitos populares e aos empréstimos de mesma natureza, a atividade do grande número de “casas

13
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

bancárias”, instaladas, principalmente, no interior, bem como as Sistema especial de liquidação e custodia (SELIC)
“caixas rurais”, inspiradas na ideia cooperativista, principalmen- O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic),
te nas regiões de imigração europeia. do Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado que
Também o Tesouro do Estado, por algum tempo, man- se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Te-
tinha a captação de depósitos populares. O Presidente do souro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de ope-
Estado, Borges de Medeiros, institui, pelo Decreto no. 2.096, rações com esses títulos.
de 16 de julho de 1914, as caixas oficiais de depósitos po- As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio do
pulares, cujos depósitos e retiradas obedeciam ao mesmo mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery versus
processo seguido nas caixas econômicas federais e nas caixas Payment — DVP), que opera no conceito de Liquidação Bruta
de depósitos populares dos bancos. As atividades iniciaram em Tempo Real (LBTR), sendo as operações liquidadas uma a
no arquivo do Tesouro. Porém, através do preparo e instrução uma por seus valores brutos em tempo real.
dos coletores estaduais (depois exatores, depois auditores de O SELIC é o depositário central dos títulos emitidos pelo
finanças públicas e hoje agentes fiscais do tesouro do estado), Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil e nessa
foi possibilitada a rápida multiplicação de seções no interior. condição processa, relativamente a esses títulos, a emissão,
Parte desses recursos era transferida para a rede bancária pri- o resgate, o pagamento dos juros e a custódia. O sistema
vada gaúcha, mormente ao “banco financeiro” do governo. processa também a liquidação das operações definitivas e
Esse papel foi protagonizado, até 1921, pelo Banco da Provín- compromissadas registradas em seu ambiente, observando
cia. A partir de então, pelo Banco Pelotense, que é substituído, o modelo 1 de entrega contrapagamento. Todos os títulos
em 1928, pelo Banco do Estado. são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma ele-
trônica. A liquidação da ponta financeira de cada operação
Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros é realizada por intermédio do Sistema de Transferência de
A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVES- Reservas (STR), ao qual o SELIC é interligado.
PA) foi criada em maio de 2008 com a integração da Bolsa de O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil
Mercadorias & Futuros (BM&F) e da Bovespa Holding. Jun- e é por ele operado em parceria com a Anbima, tem seus
tas, essas companhias originaram uma das maiores bolsas do centros operacionais (centro principal e centro de contingên-
mundo em valor de mercado. cia) localizados na cidade do Rio de Janeiro. Para comandar
operações, os participantes liquidantes e os participantes
responsáveis por sistemas de compensação e de liquidação
Negociações
encaminham mensagens por intermédio da Rede do Sistema
• Compra e venda de ações (empresas de sociedade
Financeiro Nacional (RSFN), observando padrões e procedi-
aberta: Petrobrás);
mentos previstos em manuais específicos da rede. Os demais
• Ouro; participantes utilizam outras redes, conforme procedimentos
• Câmbio (mercado de dólar a vista - dólar pronto); previstos no regulamento do sistema.
• Ativos (títulos públicos federais); Participam do sistema, na qualidade de titular de conta de
• Fundos (imobiliários); custódia, além do Tesouro Nacional e do Banco Central do Bra-
• Carbono (créditos de carbono – MDL – Mecanismo sil, bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimen-
de Desenvolvimento Limpo); to, caixas econômicas, distribuidoras e corretoras de títulos e
• Contratos futuros, de opções, a termo e de swaps valores mobiliários, entidades operadoras de serviços de com-
(mercadoria ou ativo financeiro); pensação e de liquidação, fundos de investimento e diversas
• Mercadorias: commodities agropecuárias (soja, mi- outras instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional.
lho); São considerados liquidantes, respondendo diretamente
pela liquidação financeira de operações, além do Banco Central
Clearings e Central Depositária do Brasil, os participantes titulares de conta de reservas bancá-
É a responsável pela compensação e liquidação das ope- rias, incluindo-se nessa situação, obrigatoriamente, os bancos
rações realizadas nos mercados a vista e de liquidação futura, comerciais, os bancos múltiplos com carteira comercial e as cai-
bem como pelo registro e pelo controle das operações de xas econômicas, e, opcionalmente, os bancos de investimento.
empréstimo de títulos (BTC). Os não liquidantes pagam suas operações por intermé-
dio de participantes liquidantes, conforme acordo entre as
Central Depositária partes, e operam dentro de limites fixados por eles. Cada par-
Local onde ficam guardadas as ações, em contas de cus- ticipante não liquidante pode utilizar os serviços de mais de
tódia (semelhantes a contas correntes). um participante liquidante, exceto no caso de operações es-
pecíficas, previstas no regulamento do sistema, tais como pa-
Agentes de compensação gamento de juros e resgate de títulos, que são obrigatoria-
São instituições responsáveis por receber ações e di- mente liquidadas por intermédio de um liquidante-padrão
nheiro, das corretoras que intermediaram as operações, e previamente indicado pelo participante não liquidante.
repassá-los para a central depositária da Bolsa (podem ser Os participantes não liquidantes são classificados
as corretoras). como autônomos ou como subordinados, conforme regis-
Agente de custódia trem suas operações diretamente ou o façam por intermédio
É responsável pela manutenção da conta de custódia do de seu liquidante-padrão. Os fundos de investimento são nor-
investidor (podem ser as corretoras). malmente subordinados e as corretoras e distribuidoras, nor-
malmente autônomas.

14
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

As entidades responsáveis por sistemas de compensação O módulo Negociação consiste em uma plataforma
e de liquidação são obrigatoriamente participantes autôno- eletrônica de negociação de títulos públicos federais aces-
mos. Também, obrigatoriamente, são participantes subordina- sível aos participantes do Selic. O módulo dispõe de duas
dos as sociedades seguradoras, as sociedades de capitalização, funções: Negociação, para o cadastramento de ordens de
as entidades abertas de previdência, as entidades fechadas de compra e de venda e o fechamento dos negócios; e Espe-
previdência e as resseguradoras locais. cificação, para a definição das contas e dos percentuais de
Tratando-se de um sistema de liquidação em tempo real, distribuição, entre essas contas, da quantidade negociada
a liquidação de operações é sempre condicionada à disponibi- em cada ordem. As duas funções são exclusivas dos dealers.
lidade do título negociado na conta de custódia do vendedor Os demais participantes têm acesso apenas para fins de
e à disponibilidade de recursos por parte do comprador. Se a consulta de ordens e taxas. É permitido, contudo, que os
conta de custódia do vendedor não apresentar saldo suficien- dealers especifiquem ordens para terceiros, por meio da
te de títulos, a operação é mantida em pendência pelo prazo utilização de sua conta de corretagem (intermediação). O
máximo de 60 minutos ou até 18h30, o que ocorrer primeiro funcionamento do módulo Negociação encontra-se disci-
(não se enquadram nessa restrição as operações de venda de plinado na Carta-Circular 3.568, de 19/10/2012.
títulos adquiridos em leilão primário realizado no dia). A administração do Selic e de seus módulos comple-
A operação só é encaminhada ao STR para liquidação da mentares é de competência exclusiva do Demab e o siste-
ponta financeira após o bloqueio dos títulos negociados, sen- ma é operado em parceria com a Associação Brasileira das
do que a não liquidação por insuficiência de fundos implica sua Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
rejeição pelo STR e, em seguida, pelo SELIC. Na forma do re-
gulamento do sistema, são admitidas algumas associações de BASE REGULAMENTAR
operações. Nesses casos, embora ao final a liquidação seja feita A implantação do Selic ocorreu em 14/11/1979, sob a
operação por operação, são considerados, na verificação da dis- égide da Circular 466, de 11/10/1979, do Banco Central do
ponibilidade de títulos e de recursos financeiros, os resultados Brasil, que aprovou o Regulamento do Sistema Especial de
líquidos relacionados com o conjunto de operações associadas. Liquidação e de Custódia de Letras do Tesouro Nacional.
O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), do A Circular 3.587, de 26/3/2012, com alterações da Cir-
Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado que se cular 3.610, de 26/9/2012, normativo atualmente em vigor,
destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro aprovou algumas alterações; dentre elas, as principais fo-
Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações ram: implantação das operações compromissadas longas,
com esses títulos. permitindo três novos tipos de compromisso (de revenda
As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio do conjugado com o de recompra para liquidação a qualquer
mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery versus tempo, durante determinado prazo, a critério de qualquer
Payment — DVP), que opera no conceito de Liquidação Bruta das partes; de recompra liquidável, a critério exclusivo do
em Tempo Real (LBTR), sendo as operações liquidadas uma a comprador, em data determinada ou dentro de prazo es-
uma por seus valores brutos em tempo real. tabelecido; e de revenda liquidável, a critério exclusivo do
vendedor, em data determinada ou dentro de prazo esta-
Além do sistema de custódia de títulos e de registro e li-
belecido); módulo de negociação eletrônica e registro de
quidação de operações, integram o Selic os seguintes módu-
promessa de compra ou de venda, que permite o registro
los complementares:
antecipado de negócios com investidores estrangeiros com
a) Oferta Pública (Ofpub); a liquidação ocorrendo dois ou três dias depois.
b) Oferta a Dealers (Ofdealers); A Circular 3.610, de 26/9/2012 trouxe alterações à Cir-
c) Lastro de Operações Compromissadas (Lastro); e cular 3587, como, por exemplo, a inclusão da hipótese de
d) Negociação Eletrônica de Títulos (Negociação). transmissão automática de comandos no Selic oriundos do
Os módulos Ofpub e Ofdealers são sistemas eletrônicos módulo Negociação.
que têm por finalidade acolher propostas e apurar resultados A íntegra das circulares pode ser obtida por meio da
de ofertas públicas (leilões) de venda ou de compra definitiva ferramenta de “Busca de Normas”, disponível no site do
de títulos; de venda de títulos com compromisso de recom- Banco Central do Brasil.
pra ou de compra de títulos com compromisso de revenda;
e de outras operações, a critério do Administrador do Selic. DOCUMENTAÇÃO
Podem participar do Ofpub todas as instituições financeiras O Manual do Usuário do Selic (MUS) descreve os prin-
e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco cipais recursos e os diferentes controles e comandos utili-
Central do Brasil, desde que participantes do Selic. Já do zados no sistema. Foi elaborado com o intuito de auxiliar
Ofdealers participam apenas as instituições credenciadas o usuário do Selic a entender as suas funcionalidades bási-
a operar com o Departamento de Operações do Mercado cas, explicando os procedimentos necessários ao perfeito e
Aberto (Demab) do Banco Central do Brasil e com a Coor- adequado uso do sistema.
denação-Geral de Operações da Dívida Pública (Codip) da
Secretaria do Tesouro Nacional. Cetip
O módulo Lastro tem por finalidade auxiliar a especi- Cetip é a integradora do mercado financeiro. É uma
ficação dos títulos objeto das operações compromissadas companhia de capital aberto que oferece produtos e servi-
ços de registro, custódia, negociação e liquidação de ativos
(venda ou compra de títulos com o compromisso de re-
e títulos. Por meio de soluções de tecnologia e infraestru-
compra ou revenda).

15
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tura, proporciona liquidez, segurança e transparência para Associações de poupança e empréstimo (APE)
as operações financeiras, contribuindo para o desenvolvi- As associações de poupança e empréstimo são consti-
mento sustentável do mercado e da sociedade brasileira. A tuídas sob a forma de sociedade civil, sendo de propriedade
empresa é, também, a maior depositária de títulos privados comum de seus associados.
de renda fixa da América Latina e a maior câmara de ativos
privados do país. Características:
 Sem finalidade de lucro;
Participantes  Sociedade civil (os poupadores são proprietários da
Fundos de investimento; bancos comerciais, múltiplos associação);
e de investimento; corretoras e distribuidoras; financeiras,  A remuneração da poupança funciona com dividen-
consórcios, empresas de leasing e crédito imobiliário; coo- dos;
perativas de crédito e investidores estrangeiros; e empresas
não financeiras, como fundações, concessionárias de veícu- Operações ativas
los e seguradoras.  Financiamento imobiliário (Sistema Financeiro da Ha-
bitação);
Organização
A Cetip S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos Operações passivas
é uma sociedade anônima de capital aberto, cuja instância  Emissão de letras e cédulas hipotecárias,
máxima de decisões é a Assembleia de Acionistas.  Depósitos de cadernetas de poupança,
 Depósitos interfinanceiros e
Custódia  Empréstimos externos.
A custódia de todos os ativos registrados na Cetip é feita
de forma escritural, desmaterializada e segregada, por meio Exemplo: POUPEX, poupança do exército administrada
de registro eletrônico, em conta aberta em nome do titular. pelo BB.

Liquidação Financeira
Compensação multilateral entre todas as instituições
participantes;
Compensação bilateral (entre dois participantes); PRODUTOS BANCÁRIOS: NOÇÕES DE
Valor bruto de cada operação realizada, lançada direta- CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO
mente nas contas dos bancos no STR; DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO RURAL,
Book transfer, transferência entre contas, quando estive-
CADERNETA DE POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO,
rem sob um mesmo banco liquidante.
PREVIDÊNCIA,
Sociedades de crédito imobiliário (SCI) INVESTIMENTOS E SEGUROS. NOÇÕES
As sociedades de crédito imobiliário são instituições fi- DE MERCADO DE CAPITAIS. NOÇÕES
nanceiras criadas pela Lei 4.380, de 21 de agosto de 1964, DE MERCADO CÂMBIO: INSTITUIÇÕES
para atuar no financiamento habitacional. AUTORIZADAS A OPERAR E
OPERAÇÕES BÁSICAS.
Características:
 Entidade com fins lucrativos;
 Constituídas sob a forma de sociedade anônima (S.A.);
 Denominação social a expressão “Crédito Imobiliário”; Preliminarmente cabe-nos fazer uma fundamental distinção
entre uma instituição financeira e uma empresa de factoring.
Operações passivas Factoring não é banco, nem instituição financeira. Banco
 Depósitos de poupança, capta recursos, empresta dinheiro e necessita de autorização
 Emissão de letras e cédulas hipotecárias do Banco Central para funcionar. Factoring presta serviços e
 Depósitos interfinanceiros. compra créditos. Empresa que capta recursos no mercado,
empresta dinheiro com juros, faz crédito direto ao consumi-
Operações ativas dor ou crédito pessoal ou, ainda, administra consórcios, em-
bora se rotule de factoring, é uma empresa conhecida como
 Financiamento para construção de habitações, marginal de mercado, porque está à margem da lei. Quem
 Abertura de crédito para compra ou construção de não estiver autorizado a funcionar pelo BACEN, exercendo as
casa própria, atividades acima mencionadas, está sujeito às penalidades
 Financiamento de capital de giro a empresas incor- previstas no art. 44, § 7º, da Lei nº 4.595/64, e no art. 16 da Lei
poradoras, produtoras e distribuidoras de material nº 7.492/86. Neste caso, o BACEN tem competência legal para
de construção. punir todos quantos praticam operações com características
daquelas privativas das instituições financeiras.

16
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Diferentemente das instituições financeiras, que são tutela- a) elimina o endividamento;


das pela Lei nº 4.595/64, sendo fiscalizadas pelo BACEN, a em- b) melhora a competitividade de seu produto;
presa de factoring é uma sociedade mercantil, limitada ou anô- c) provoca uma redução de custos e otimiza o tempo
nima, cuja existência legal nasce com o arquivamento de seus do administrador da empresa, que diminui a necessidade de
atos constitutivos na Junta Comercial. O funcionamento de uma- buscar recursos junto aos bancos, num processo desgastante
sociedade de fomento mercantil, que se propõe efetivamente a de negociação.
praticar o factoring, não necessita de autorização do BACEN. Consagrado o princípio de que banco capta e empresta
Com a fundação da Associação Nacional de Factoring- AN- dinheiro e a empresa de factoring presta serviços e compra
FAC, em 1982, sediada em São Paulo, as empresas de factoring direitos, não resta dúvida de que estão bem demarcadas as
passaram a contar com um rigoroso programa de treinamen- fronteiras de atuação de ambas instituições. Bancos em-
to para operadores, além da transmissão de “know-how”, que prestam dinheiro que é antecipado ou adiantado. Há o di-
envolve elaboração de contratos, definição de mercado-alvo, reito de regresso permitido através do endosso que é feito
estrutura organizacional, dentre outros itens importantes. pelo sacador ao banco. O pagamento pelo uso do dinheiro
Convém esclarecer ainda que, como empresa, a factoring é feito através da cobrança de juros a seus clientes. A em-
tem diretores, gerentes, operadores e funcionários, contabi- presa de factoring faz a compra definitiva dos ativos repre-
liza seus negócios regularmente e paga impostos. A receita sentados por títulos de crédito (sendo que, no Brasil, 90%
operacional das empresas de factoring tem dois componen- desses títulos são duplicatas) a preço certo. Bancos prestam
tes: a comissão cobrada dos serviços que tem de prestar (de serviços creditícios ou não. É fundamental a empresa de fac-
0,5% a 3% “ad valorem”) e o diferencial na compra dos crédi- toring colocar à disposição do cliente uma série de serviços
tos mercantis oriundos das vendas de seus clientes. Sobre a não-creditícios.
nota fiscal de serviços emitida em cada operação, a empresa A empresa de factoring se organiza sob a forma de so-
de factoring recolhe o ISS à Prefeitura local. Em relação ao im- ciedade mercantil e trabalha com poucos clientes. Há quem
posto de renda, ele incide sobre toda a receita bruta auferida. entenda as empresas de factoring como filtros seletores dos
Finalmente, vale insistir na diferenciação das atividades de riscos do sistema econômico, pois o factoring atende um ni-
factoring, que não devem se confundir com um simples em- cho de empresas que não é normalmente cliente dos bancos
préstimo, desconto de duplicatas, adiantamento de recursos, e presta serviços que os bancos não têm interesse em fazê-lo.
compra de duplicatas ou de faturamento, crédito pessoal ou Enquanto os bancos têm por atividade básica e es-
crédito direto ao consumidor, captação de recursos em real sencial fazer a intermediação de recursos no mercado,
ou dólar, administração de consórcios, etc. Todas essas ati- cobrando um “spread” (que é a diferença entre o cus-
vidades são desempenhadas ora por instituições financeiras, to de captação e o de aplicação de recursos feita pelos
ora por administradoras de consórcio, sendo que estão sob a bancos); o factoring como atividade comercial cobra um
égide da Lei nº 4.595/64 e da Lei nº 8.177/91, respectivamen- preço certo pela compra de sua mercadoria (créditos).
te, e se subordinam à fiscalização e controle do Banco Central.
Na verdade, o factoring é uma atividade comercial mista
atípica, resumindo-se na equação de prestação de serviços + Factoring, Agiotagem e Direito de Regresso
compra de créditos (direitos creditórios) resultantes de vendas A diferença fundamental entre Factoring e Desconto
mercantis. Bancário está no direito de regresso, na hipótese de inadim-
Factoring é, pois, fomento mercantil, porque expande os plemento pelo terceiro devedor. Tal direito não existe na fa-
ativos de seus clientes, aumenta-lhes as vendas, elimina seu turização, mas está presente no desconto. Assim, a empresa
endividamento e transforma as suas vendas a prazo em ven- de factoring, ou seja, o factor, assume os riscos da cobrança
das à vista. e, eventualmente, da insolvência do devedor, recebendo uma
remuneração ou comissão, ou fazendo a compra dos crédi-
O que fazem as empresas de factoring? tos com redução em relação ao valor dos mesmos. Tal precei-
Compreendida a clássica distinção entre as empresas de to é consagrado também por nossos tribunais:
factoring e os bancos, fica mais fácil entender a operaciona-  
lidade de suas atividades. Por sua definição e filosofia ope- “Tratando-se de contrato de factoring, incabível o direito
racional, as empresas de factoring não podem fazer a inter- de regresso contra o faturizado, uma vez que, operada a trans-
mediação de dinheiro no mercado financeiro. São empresas ferência definitiva do crédito, exonera-se de responder pela
comerciais de atividade complexa que conjugam prestação satisfação da dívida, sendo da essência da avença a respon-
de serviços com compra de direitos. Dependem fundamental- sabilidade do faturizador pelos riscos da impontualidade e da
mente de seus recursos próprios e o segredo de seu sucesso insolvência do sacado” (6ª Câm. do TAMG, Apel. 1882104/95).
reside na administração eficiente do seu passivo. O factoring  Convém lembrar que o Factoring não é uma atividade fi-
é uma atividade complexa, cujo fundamento é a prestação de nanceira. A empresa de Factoring não pode fazer captação de
serviços, ampla e abrangente, que pressupõe sólidos conhe- recursos de terceiros, nem intermediar para emprestar estes
cimentos de mercado, de gerência financeira, de matemática recursos, como os bancos. À sociedade de fomento mercantil
financeira, de estratégia operacional e de contabilidade, para é proibido, por lei, fazer captação de recursos de terceiros
exercer suas funções de parceiros dos clientes. no mercado e emprestar dinheiro, pois esta é uma atribuição
A filosofia operacional do factoring pode produzir pro- dos bancos, que dependem de autorização do Banco Central
fundas mudanças na estrutura organizacional, financeira e para operarem livremente.
produtiva do cliente:

17
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

 Deve-se ressaltar que, ocorrendo descaracterização da Enfim, é considerado agiota aquele que emprestar di-
essência e finalidade do Factoring, há a possibilidade de se nheiro, estipulando ou cobrando juros, comissões ou cor-
responder por processo admnistrativo e criminal. reção monetária acima do índice oficial (IGP, IPC são índices
 O Factoring não desconta títulos e não faz financiamen- aceitáveis para correção monetária e 0,5% e 1,0% são juros
tos. Portanto, factoring não é banco. Assim, operações onde legais permitidos). Portanto, não há que se falar em agiota-
o contratante não seja pessoa jurídica, empréstimo via cartão gem na prática de factoring, pela singela razão que factoring
de crédito, alienação de bens móveis e imóveis e operações não faz empréstimo, apenas presta serviços, compra créditos
privativas de instituições financeiras não constituem factoring. e antecipa recursos não-financeiros (estoque, insumo e ma-
O fomento mercantil deve ser encarado como mecanis- téria-prima).
mo de suporte ao segmento da pequena e média empresa Também deve ser ressaltado que a empresa de factoring
e não como alternativa para mascarar negócios legalmente não capta recursos populares, não faz empréstimos, interme-
privativos de instituição financeira ou para justificar sofisti- diação ou aplicação de recursos financeiros, apenas presta
cados planejamentos tributários ou outros tipos de negó- serviços, compra créditos (cheques ou duplicatas) vencíveis
cios pouco lícitos acobertados com a “placa” de factoring. de empresas oriundos de operações mercantis desta (ven-
Agiotagem é caso de polícia. Factoring é um instituto lega- da e compra de produto e prestação de serviços, com pa-
lizado em nosso país. gamento a prazo, que poderá estar representado por che-
Dessa forma, empresas que não têm rigorosamente ques pré-datados ou duplicatas), com recursos próprios,
nada a ver com o factoring, e que praticam um “negócio” ile- mediante preço certo e ajustado com o faturizado. Poderá,
gal (agiotagem), têm se apresentado como sendo “escritórios ainda, antecipar recursos não-financeiros, adquirindo, para o
de factoring”, manchando o nome da atividade de fomento cliente faturizado, matéria-prima, insumos e estoques.
mercantil, que fica no imaginário das pessoas, como se fosse O fato de o factoring não possuir legislação específica
algo “suspeito”. não quer dizer que essa atividade – amplamente praticada
É preciso acabar de vez com esta confusão. A atividade no mercado nacional – possa ser considerada ilegal. Entre-
de fomento mercantil desempenha um papel fundamental tanto, o ideal seria a plena regularização da situação do fac-
no fortalecimento da economia nacional, especialmente no toring em nosso ordenamento jurídico. Assim, poderiam ser
apoio à pequena e média empresa, que são as que mais em- criados instrumentos mais eficazes de controle, fiscalização e
pregos geram neste país e que, muitas vezes, como mais aci- punição para aquelas empresas que deturpam o menciona-
ma do Globo, não conseguem apoio das instituições financei- do instituto.
ras, sobretudo em épocas de aperto como as atuais. Portanto, pode-se afirmar que o factoring é uma tênue
O fomento mercantil se desenvolve pela compra (pela linha reta traçada. Ao seu lado esquerdo temos o mercado
empresa de factoring) de direitos creditórios resultantes de marginal e ao seu lado direito, temos contravenções penais.
vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços, con- Assim, essa atividade, já consagrada no Brasil, mas ainda ca-
jugado com assessoria creditícia, de seleção de riscos e de rente de uma legislação específica, deve estar sob atenta vi-
administração de contas a pagar, prestando às pequenas e gilância, caso contrário, cairá no veneno ilegal da agiotagem.
médias empresas serviço fundamental para que possam se
dedicar à sua finalidade. A legislação que regula as empresas de Factoring
Trata-se de atividade absolutamente legal (muito bem tri- O Brasil ainda não possui uma legislação específica so-
butada), fonte de orgulho para aqueles que a praticam e de bre as operações de factoring. Em razão isso, entende-se que
satisfação para os clientes. Existe inclusive, projeto de lei no essas empresas utilizam as regras da cessão de crédito do
Senado Federal para que sua regulação passe a ser feita em Código Civil, utilizando o artigo 286 e seguintes.
lei específica (como ocorreu em 1994 com a Lei de franquia). No entanto, a legislação apresenta uma lei, a Lei Com-
Ocorre que, como em todas as áreas, existem os bons e plementar n° 123/06, que estabelece um conceito para as
os maus profissionais, os bem e os mal-intencionados, tam- operações de factoring em seu artigo 17:
bém temos esse quadro com o factoring. Existem empresas • Não poderão recolher os impostos e contribuições
sérias e compromissadas, que agem dentro da lei e existem na forma do Simples Nacional a microempresa ou empre-
aquelas que praticam, na verdade, uma agiotagem disfarçada. sa de pequeno porte que explorem atividades de prestação
Portanto, deve-se ter cuidado. cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
Agiotagem é a especulação fundada nos empréstimos gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a
de dinheiro a juros extorsivos. Seu principal objetivo é obter pagar e a receber, gerenciamento de ativos (assets manage-
lucros excessivos. Emprestar dinheiro, mediante cobrança de ment), compras de direitos creditórios resultantes de vendas
juros, sem o aval do Banco Central, é prática criminosa previs- mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
ta na legislação pátria. Agiotagem é crime e deve ser denun- Através desse artigo, é estabelecida uma base para as
ciada. O agiota profissional é perigoso. É um lobo em pele de empresas de factoring, entendendo que um contrato dessa
cordeiro. Pode ser pessoa jurídica, sob fachada de factoring, natureza é perfeitamente legal e que está dentro do que es-
mas não se confunde com este instituto, que visa ao fomento tabelece a legislação para seu funcionamento.
mercantil, ajudando às pequenas e médias empresas.
Não se pode esquecer também que as factorings não po- A história do factoring no Brasil
dem cobrar juros superiores ao limite da Lei da Usura (12% ao É fácil perceber porque não existe ainda uma legislação
de factoring no Brasil. A atividade surgiu apenas em 1982,
ano) enquanto não se considerarem instituições financeiras.
quando houve a fundação da Associação Nacional de Facto-
Já os agiotas, frequentemente incorrem em crime de usura,
ring, a Anfac.
extorquindo a tudo e a todos.

18
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Nessa época, logo no início, as empresas de factoring A legislação brasileira, portanto, embora não tenha ain-
encontraram grande resistência das instituições financeiras e da uma lei específica para tratar das regras de factoring, ofe-
dos órgãos públicos fiscalizadores, principalmente do Banco rece total respaldo para as empresas que trabalham com fo-
Central do Brasil. mento comercial, principalmente por atuarem num mercado
O Banco Central, por não conhecer a fundo as preten- em que se facilitam as operações mercantis feitas a prazo.
sões da Anfac, entendeu que o fomento mercantil era uma
operação que iria invadir a área privativa das instituições fi- As Sociedades Administradoras de Cartões de Crédito
nanceiras, chegando mesmo a proibir indiretamente as ope- São empresas prestadoras de serviços, que fazem a in-
rações de factoring através da Circular n° 703, de 1982, colo- termediação entre os portadores de cartões, os estabeleci-
cando essa atividade como crime. mentos afiliados, as bandeiras (Visa, MasterCard etc.) e as
Depois de muitas discussões administrativas e judiciais, o instituições financeiras.
Banco Central eliminou os obstáculos que impediam as ope-
rações de factoring por empresas que não fossem institui- Características
ções financeiras, como os bancos, embora isso só tenha • São empresas NÃO financeiras;
ocorrido em 1988. • Constituídas sobre a forma de uma S.A;
Alguns anos depois, o factoring se tornou regulamen- Receitas das Administradoras de Cartão de Crédito
tado pelo Código Civil, nos artigos 1065 a 1078, e no Códi- • Anuidade: cobrada ao portador para se associar a sis-
go Comercial, nos artigos 191 a 220, com respaldo das leis tema de cartão de crédito.
8891/1995 e 9065/1995, além da Resolução 2144/1995 do • Algumas administradoras já estão deixando de co-
Banco Central. brar essa tarifa;
• Comissão: percentual pago pelo estabelecimento a
O crescimento das operações de factoring administradora pela utilização por parte do usuário;
As operações de factoring tiveram grande crescimento • Remuneração de Garantia e Taxa de Administração: cobra-
a partir de 1988, quando a cifra de negociações chegou das ao portador quando este efetua compra parceladas pelo cartão.
ao patamar de US$ 2,5 milhões. Em 1996, os valores ne-
gociados pelas empresas de factoring chegaram a US$ 11 Administradoras de cartões de crédito em sentido
bilhões. estrito: conceito e fiscalização pelos entes reguladores do
Com base na legislação existente até então, as opera- Sistema Financeiro Nacional
ções de factoring tornaram-se legalizadas, muito embora Quando não há o pagamento integral da fatura, as admi-
diversas empresas e pessoas continuassem julgando que nistradoras de cartão de crédito em sentido estrito que atuam
a atividade era mais ligada à agiotagem, ou seja, um crime como emissoras representam o portador do cartão perante
perante a legislação federal. uma instituição financeira, que assume a posição de credora
A Anfac, em 1995, encaminhou um projeto de lei atra- na relação jurídica do contrato de mútuo.
vés de deputados ao Congresso Nacional, buscando criar O art. 17 da Lei nº 4.595/64 determina que só podem ser
uma legislação específica para as empresas de factoring. O consideradas instituições financeiras as pessoas que tenham
Projeto de Lei n° 230/95, de autoria do então senador José como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação
Fogaça, ainda se encontra em tramitação no Congresso, in- ou aplicação de recursos financeiros.
clusive com diversas alterações e retificações. Em outras palavras, para os efeitos da legislação em vigor, só
Como o projeto de lei ainda não está aprovado, as é instituição financeira a entidade que pratica reiteradamente um
empresas de factoring continuam tomando como base o conjunto de atos tendentes à finalidade de intermediação econô-
que estabelece a legislação, com destaque para a Lei n° mica, consistente na aproximação entre poupadores e tomadores
9.613/98 e a Medida Provisória n° 1820/99, que tratam do de recurso. Confira-se o ensinamento da doutrina a esse respeito:
assunto em alguns de seus artigos. Outra forma tão ou mais importante de intermediação
financeira consiste na transferência de fundos dos agentes
A importância dos Códigos Civil e Comercial para econômicos superavitários para os deficitários. Indivíduos e
o factoring empresas trabalham e produzem, gerando renda, ao mesmo
As operações de factoring praticadas pelas empresas tempo em que consomem e investem. Tipicamente, ao longo
voltadas para essa atividade, mesmo não possuindo uma da vida há fases em que se gera mais renda do que é necessário
legislação específica, encontram respaldo, portanto, nos para financiar os gastos, e outras em que se observa o opos-
Códigos Civil e Comercial, sendo uma atividade perfeita- to. No primeiro caso, há um excedente líquido, que pode ser
mente legal, uma vez que trabalham no sentido de oferecer poupado para financiar gastos acima da renda em outras fases.
capital de giro para as empresas que oferecem produtos e Um dos principais papeis do sistema financeiro é in-
serviços a prazo. termediar recursos entre as unidades econômicas que, em
De acordo com o Professor Luiz Lemos Leite, o enqua- determinado momento, estão superavitárias e as que, na
dramento legal do factoring está respaldado no Direito mesma época, estão deficitárias.
brasileiro através do Código Civil, em sua parte que esta- (..)
belece regras para a prestação de serviços, e no Código De um lado, as instituições financeiras tipicamente aceitam
Comercial, na parte que se refere à compra de direitos co- pequenas aplicações financeiras, como muitas realizadas com o
merciais regidos pela compra e venda mercantil. uso da popular caderneta de poupança, juntando-as depois em

19
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

empréstimos de elevado valor, como costuma ser o caso de cré- Tal representação decorre do mandato conferido pelo
ditos imobiliários ou às empresas. Ao fazerem essa transmutação titular do cartão e não se confunde, de forma alguma, com o
de tamanho, as instituições financeiras permitem que os pequenos conceito técnico de intermediação financeira.
poupadores invistam, indiretamente, em grandes operações, sem Como mencionado alhures, o art. 17 da Lei nº 4.595/64
que seja necessário as partes incorrerem nos elevados custos de evidencia que a atividade de intermediação financeira só
transação que seriam inevitáveis no caso de uma operação direta. pode estar caracterizada quando presentes alguns pressu-
No bojo do plexo de operações envolvidas no sistema de postos indispensáveis, consistentes na demonstração de
cartões de crédito, as administradoras são tidas como emissoras, que determinado ente atua de forma profissional no sentido
ou seja, como entidades que emitem e gerenciam os cartões de de captar recursos junto aos agentes superavitários da eco-
crédito, mantendo relacionamento com o portador para qual- nomia (poupadores), por meio de um plexo de operações
quer questão decorrente da posse e do uso de seus cartões. passivas, para transmiti-los aos agentes deficitários (toma-
dores), por intermédio de um conjunto de operações ativas.
Assim, cabe a tais administradoras a relação com o
De forma bastante simplificada, essa é a tarefa principal
portador do cartão de pagamento quanto à: (a) habilitação,
desempenhada por instituições financeiras. E é o descasa-
(b) identificação, (c) autorização, (d) liberação de limite de
mento entre os prazos dos dois tipos de operação (passiva
crédito ou saldo em conta corrente, (e) fixação de encargos e ativa), combinado ao risco das atividades envolvidas, um
financeiros, (f) cobrança de fatura e (g) definição de pro- dos fatores que justificam a fiscalização das instituições fi-
gramas de benefícios. nanceiras por parte das entidades reguladoras.
Atualmente, no Brasil, dois tipos de instituição podem Ora, as administradoras de cartões de crédito em sen-
emitir cartões de crédito, quais sejam: 1) instituições finan- tido estrito não realizam operações passivas de captação de
ceiras, que emitem e administram cartões próprios ou de recursos no mercado (poupança, conta corrente etc.), nem
terceiros e concedem financiamento direto aos portadores; operações ativas. Isso porque, na qualidade de mandatárias
2) administradoras em sentido estrito, que são empresas de seus clientes, elas não figuram como credoras ou deve-
não financeiras que emitem e administram cartões próprios doras dos financiamentos obtidos junto a bancos.
ou de terceiros, mas não financiam os seus clientes. Na relação jurídica atinente a tais contratos de mútuo,
Em caso de pagamento inferior ao valor total da fatura figuram, como credora, a instituição financeira (que não se
mensal, o saldo restante passa, automaticamente, ao crédito confunde com a administradora em sentido estrito), e, como
rotativo e é corrigido até que ocorra o pagamento integral. devedor, o portador do cartão, representado pela adminis-
Esse pagamento parcial dá ensejo à celebração de um tradora. Há, ressalte-se, mera representação, decorrente do
contrato de mútuo e, nas hipóteses em que as instituições fi- mandato embutido na operação com cartão de crédito, mas
nanceiras são as emissoras do cartão, elas próprias assumem não intermediação financeira propriamente dita.
a posição de mutuante. Note-se que o fato de a administradora ser intermediá-
Situação diversa ocorre nos casos em que as administra- ria de operação financeira (entre portador de cartão de cré-
doras em sentido estrito figuram como emissoras, porquan- dito e instituição financeira), nesses termos, não significa que
to, nessas hipóteses, por não captarem recursos junto aos ela própria realize intermediação financeira. Mesmo porque,
poupadores e não atuarem como intermediadoras financei- como dito, não faz parte de sua atividade a captação de re-
ras, elas não podem ser mutuantes. Então, para financiar as cursos de poupadores e sua transmissão a tomadores.
dívidas de seus clientes, elas representam os portadores pe- A esse propósito, são bastante elucidativas as palavras
rante instituições financeiras, obtendo financiamentos cujos de Eduardo Fortuna, expostas na clássica obra Mercado Fi-
encargos são suportados pelos clientes. Atuam, pois, como nanceiro: produtos e serviços:
simples mandatárias desses. As administradoras de Cartões de Crédito não são
A permissão para a administradora obter o financiamen- empresas financeiras e sim empresas prestadoras de
to é dada pela chamada cláusula-mandato, por meio da qual serviço, que fazem a intermediação entre os portadores
o titular outorga mandato especial para ela representá-lo de cartões, os estabelecimentos afiliados, as bandeiras
junto a qualquer instituição financeira e obter financiamento (Visa, Mastercard etc.) e as instituições financeiras. Even-
no valor do saldo devedor. tualmente, para, entre outras razões, contornar as dificulda-
Isso porque, como dito, independentemente da natu- des legais e fiscais envolvidas na cobrança das taxas de juros
reza da entidade emissora, os financiamentos são feitos por do parcelamento das vendas a prazo através do cartão, as
bancos, haja vista que as administradoras de cartões de cré- administradoras estão se transformando em instituições fi-
dito não financeiras são proibidas de financiar seus clien- nanceiras (..). (Ressaltou-se)
tes. Se o fizerem, atuando indevidamente como instituições Ainda, são oportunas as lições do professor Alcio Ma-
financeiras, serão submetidas a sanções administrativas e noel de Sousa Figueiredo:
penais, previstas nas Leis nº 4.595/64 e 7.492/86, respecti- Da interpretação conjunta dos arts. 17 e 18, da Lei
vamente. 4.595/64, art. 1º da Lei 7.492/86, somente são consideradas
Resta evidente, por conseguinte, que, nos casos em que instituições financeiras as empresas públicas ou privadas que
não há o pagamento integral da fatura e as administradoras efetuem captação de recursos financeiros em moeda corrente,
de cartão de crédito em sentido estrito figuram como emis- o que não ocorre no contrato de cartão de crédito entre a ad-
soras, essas realizam mera representação do portador do ministradora e o consumidor, haja vista que a relação jurídica
cartão (seu cliente) perante uma instituição financeira, que entre consumidor e emissora do cartão de crédito consiste na
assume a posição de credora na relação jurídica do contrato prestação de serviços, para a aquisição de produtos e serviços
de mútuo. no mercado de consumo.

20
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

(..) (..)
Da simples análise das operações econômicas entre a A natureza jurídica desta cláusula é a de contrato (aces-
emissora do cartão de crédito e o titular do cartão (consu- sório) de mandato, inserido no contrato (principal) de cartão
midor), não se verifica qualquer atividade de captação ou in- de crédito firmado entre recorrente e recorrida. Por meio desse
termediação de recursos no mercado financeiro. A busca de mandato, a administradora de cartões de crédito é constituída
recursos para o pagamento das notas de compras em poder mandatária para praticar ato no interesse do titular do cartão
dos fornecedores credenciados não possui qualquer relação de crédito, qual seja, o de saldar o seu débito no vencimento com
jurídica com o contrato de adesão e prestação de serviços que recursos captados em seu nome.
originou as notas de compras efetuadas pelo consumidor (..). (..)
Convém destacar, ademais, que os ensinamentos doutri- Ademais, não é crível que a administradora não consiga
nários de Waldirio Bulgarelli corroboram a argumentação aqui comprovar o valor das despesas efetuadas junto a institui-
desenvolvida, porquanto evidenciam que o cartão de crédito ções financeiras e que são repassadas ao titular, depois de
envolve um complexo de operações e que a ora denominada serem somadas à remuneração cobrada por ela, a título de
administradora em sentido estrito, quando atua como man- custo de financiamento e demais encargos, se os respecti-
datária de seus clientes, firma, em nome deles, contratos de vos débitos são lançados à conta do usuário do cartão em
abertura de crédito com instituições financeiras. valor determinado pela própria administradora. Destarte,
Assim, afirma o autor que “o cartão de crédito é um o interesse do mandante é patente, haja vista que, segun-
negócio jurídico complexo, verdadeira ‘operação polifacética”, do jurisprudência do STJ, esse “tem o direito de saber como
que envolve contrato de adesão entre o titular por si, ou pela so- a mandatária está cumprindo com a sua obrigação, que deve
ciedade emissora como sua mandatária, e a instituição financei- ser a de preservar o interesse da mandante e celebrar contratos
ra, um contrato de abertura de crédito (ou de financiamento em mais favoráveis à pessoa que representa.” (RESP 457.391/RS,
geral, quais sejam as condições, como por exemplo o chamado Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJ de 16.12.2002).
credit revolving); (..). Desta forma, é difícil de aceitar o papel da Cumpre salientar que o art. 1º, § 1º, inciso VI, da Lei Com-
sociedade emissora, senão como um providencial intermediário plementar nº 105/01 não justifica a classificação das adminis-
em favor do fornecedor e da instituição financeira. tradoras de cartões de crédito como instituições financeiras,
No trecho, o doutrinador não diz que a emissora realiza porquanto nesse dispositivo está dito, de forma peremptória,
intermediação financeira; apenas menciona que ela faz (mera) que aquelas empresas são consideradas instituições financei-
ras tão somente para os efeitos da referida Lei Complementar.
intermediação de operação, que beneficia a instituição finan-
É o que demonstra o pronunciamento do saudoso Min. Carlos
ceira (pessoa jurídica distinta). Em outra passagem da mesma
Alberto Menezes Direito no julgamento do Recurso Especial
obra, ele deixa clara a distinção entre a sociedade emissora
nº 466.784/RS (Terceira Turma, DJ de 25/8/2003), in verbis:
do cartão (em sentido estrito) e a instituição financeira, verbis:
Entendo, tal e qual o Acórdão recorrido, que as adminis-
A sociedade emite o cartão em favor do titular, que dele po- tradoras de cartão de crédito não são instituições financei-
derá utilizar-se junto à rede de fornecedores, presa por um con- ras, como destaquei em voto no REsp nº 399.353/RS, antes
trato com a sociedade emissora; o titular autoriza ainda a so- mencionado, pedindo vênia para reproduzir o trecho que se
ciedade emissora a contrair financiamento com os bancos, segue, verbis:
em seu nome, o que lhe permitirá saldar as contas, em prazo “(..)
e condições determinados pelos mesmos bancos. (Ressaltou-se) Mas, de todos os modos, até o momento não encontro ra-
No mesmo sentido, Waldo Fazzio Júnior esclarece que “a zão suficiente para alterar meu convencimento. Nem mesmo
diferença entre os cartões de crédito bancários e não bancá- com a Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, que
rios reside na natureza da instituição emissora” e que dispõe sobre o sigilo nas operações de instituições financeiras,
“a distinção adquire relevância quando se contemplam entende que as administradoras são instituições financeiras. O
as relações entre usuários e as sociedades administradoras de que a Lei Complementar estabeleceu foi a equiparação
cartões. Quando a empresa emissora do cartão não é uma delas às instituições financeiras para efeito do sigilo ‘em
instituição bancária, e em caso de parcelamento do saldo suas operações ativas e passivas e serviços prestados’.
devedor pelo usuário, o contrato já contém estipulação au- Mas, não teve ela o condão de modificar a natureza ju-
torizando à administradora valer-se da cláusula-manda- rídica do contrato decorrente da utilização de cartão de
to.” (Ressaltou-se) crédito, que, a meu sentir, não é financeira, mas, como as-
Saliente-se que o Superior Tribunal de Justiça, em vários sinalou Nelson Eizerik, ‘contrato misto, de prestação de serviços
julgados, reconhece a distinção entre as atividades desempe- e de garantia do pagamento dos bens e serviços adquiridos por
nhadas por administradoras de cartões de crédito em sentido parte do titular’”. (sem destaque no original).
estrito e aquelas desenvolvidas por instituições financeiras. Ressalte-se, finalmente, a existência de precedente do
Nessa linha, cumpre trazer à baila trechos do voto condu- Superior Tribunal de Justiça no qual os Ministros, por una-
tor do acórdão prolatado no julgamento do Recurso Especial nimidade, reconheceram que, no mercado de cartões de
nº 473.627/RS, em que se discutiu a viabilidade de ajuizamen- crédito, existe uma ampla cadeia de serviços, na qual atuam
to de ação de prestação de contas com o objetivo de verificar as administradoras de cartões de crédito e as instituições fi-
a exatidão e a legitimidade dos valores cobrados por adminis- nanceiras, entidades distintas. O voto da Eminente Relatora,
tradora de cartão de crédito: Ministra Nancy Andrighi, é elucidativo a esse respeito:
(..) Os contratos que disciplinam o financiamento parcial Na hipótese concreta, há uma verdadeira cadeia de forne-
das compras do consumidor através de cartão de crédito con- cimento de serviços. Há clara colaboração entre a institui-
têm cláusula segundo a qual a administradora deverá obter, no ção financeira, a administradora do cartão de crédito e a
mercado financeiro, recursos para o parcelamento das compras, ‘bandeira’ Visa, que fornecem serviços conjuntamente e de
o que faz em nome do consumidor, como sua procuradora. forma coordenada.

21
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Independente de manter relação contratual com o autor, As fichas de depósitos devem ser preenchidas pelo
não administrar cartões de crédito e não proceder ao bloqueio cliente ou por funcionário do Banco, normalmente por fun-
do cartão, as ‘bandeiras’, de que são exemplos Visa, Mastercard cionários do Banco, constando, especificamente, os valores
e American Express, concedem o uso de sua marca para a efe- em cheque e em dinheiro, sendo que uma das vias da ficha
tivação de serviços, em razão da credibilidade no mercado em será entregue ao cliente e a outra será o documento contábil
que atuam, o que atrai consumidores e gera lucro. do caixa.
Por onde quer que se veja a questão, deve-se concluir que O depósito tanto pode ser feito em dinheiro corrente,
há estreita cooperação entre a instituição financeira, a como em cheques, que serão resgatados pelo Banco deposi-
administradora do cartão de crédito e a ‘bandeira’, pois tário junto ao serviço de compensação de cheques, ou pelo
só assim a prestação do serviço se torna viável.(Ressal- serviço de cobrança.
tou-se) Os depósitos em dinheiro produzem o imediato crédito
Conclusão na conta corrente em que foi depositado, mas os depósitos
Assim, como demonstrado, as administradoras de cartão em cheque só terão o crédito liberado após sua compensação.
de crédito em sentido estrito não exploram dinheiro como
mercadoria, haja vista que o objeto principal de sua atividade RDB
é a prestação remunerada de serviços, consistentes na con- Recibo de Depósito Bancário. Ativo de Renda Fixa
cessão de autorizações de compras, na resolução de questões destinado às aplicações de pessoas físicas e jurídicas.
decorrentes da posse e do uso do cartão e no pagamento das Com prazo de vencimento predefinido, o RDB conta com
transações procedidas pelo portador, entre outros. rentabilidade fixada no ato de sua emissão, pré ou pós-fixa-
Destarte, sendo apenas empresas comerciais e prestado- da. Assim, no final do prazo contratado, o investidor recebe o
valor aplicado (principal), acrescido da remuneração prevista.
ras de serviços, elas não se inserem na definição contida no art.
O RDB pode ser emitido por bancos comerciais, múl-
17 da Lei nº 4.595/64. Por isso, não precisam de autorização do
tiplos, de desenvolvimento e de investimento, e por socie-
Banco Central do Brasil para funcionar e não sofrem a ingerên-
dades de crédito, financiamento e investimento. Por ser um
cia direta dessa autarquia e do Conselho Monetário Nacional.
título nominativo, intransferível, não é admitida negociação
Destaque-se, ao ensejo, que, no caso das administrado- em mercado secundário. Mas pode ser resgatado junto à ins-
ras de cartão de crédito que, a um só tempo, são instituições tituição emissora antes do prazo contratado, desde que de-
financeiras, recaem sobre elas a referida regulação e a su- corrido o prazo mínimo de aplicação. Antes do prazo mínimo
pervisão, nos termos do art. 10, inciso IX, da Lei nº 4.595/64. não são auferidos rendimentos.
Existem diversos produtos financeiros: empréstimos em CDB
conta-corrente, crédito pessoal, desconto de títulos, opera- Certificado de Depósito Bancário. Um dos investimentos
ções de câmbio, adiantamento a depositantes, cheque es- mais populares do mercado, instrumento tem como atrati-
pecial, hotmoney, capital de giro, repasses de BNDES, opera- vos liquidez e cobertura do Fundo Garantidor de Crédito*
ções de factoring e crédito rural, etc. O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um dos ins-
Os produtos financeiros atuam realizando o rendimento trumentos financeiros mais tradicionais do mercado brasilei-
de valores investidos, ou seja, proporcionando um ganho so- ro e o título de Renda Fixa mais adquirido pelo investidor
bre o valor que a pessoa ou instituição já possui. pessoa física. Instituído pela Lei Nº 4.728, de 14 de julho de
Os produtos financeiros são comercializados por insti- 1965, o papel é também uma importante fonte de captação
tuições financeiras como bancos, cooperativas e corretoras de recursos para as instituições financeiras.
de valores, cada uma delas oferecendo produtos específicos. Para os investidores, os principais atrativos do CDB estão
na possibilidade de contratação do ativo com liquidez diária
Depósitos à vista, depósitos a prazo (CDB e RDB) e e o fato do instrumento ser elegível à cobertura do Fundo
letras de câmbio. Garantidor de Crédito (FGC)*. O risco de quem adquire um
O depósito nada mais é que a entrega de um numerário CDB está diretamente associado à solidez de seu emissor,
(dinheiro) ao Banco, para que este o guarde (ou aplique) para uma instituição financeira.
o cliente, e lhe restitua, total ou parcialmente, ou na época As características do CDB são determinadas no momento
combinada, ou quando este pedir. Os depósitos são classifi- de sua contratação. Na ocasião, prazo e forma de rendimen-
cados em “depósito a vista” e “depósito a prazo”. to são previamente definidos. Sua remuneração, que pode
Os depósitos a vista são aqueles que o cliente quer dei- ser prefixada ou pós-fixada, é baseada em diversos indexa-
xar o dinheiro à sua disposição, para sacar tudo ou uma par- dores. O mais utilizado é a Taxa-DI Cetip.
cela, a qualquer hora que lhe seja necessário. Normalmente As aplicações em CDBs acima de R$ 5 mil devem ser re-
os depósitos a vista são feitos em conta corrente. gistradas em uma câmara de ativos e contar com a identifi-
Já os depósitos a prazo são  investimentos que não es- cação do nome do investidor. Essa obrigatoriedade é válida
tão à imediata disposição e liberação ao cliente. Este deve ou quando o CDB for emitido por uma mesma instituição finan-
aguardar um prazo de vencimento, para resgatá-los, ou dar ceira, em um mesmo dia, em favor de um mesmo investi-
um aviso antecipado, a instituição financeira de que pretende dor. A Circular 3709, que de passou a vigorar em março de
seu numerário. 2015 para novos CDBs e valerá em agosto para CDBs os
Normalmente os depósitos são feitos no Caixa do Ban- antigos, é que determina essa regra. A Cetip faz registro de
co, que recebe o dinheiro e autentica a ficha de depósito CDBs desde 1986 e é líder nesse mercado.
que vale como prova de que foi feito o depósito e que o *Até os limites estabelecidos pelo fundo para depósitos
cliente entregou o dinheiro ao Banco. ou créditos por CPF/CNPJ e por instituição financeira de um
mesmo conglomerado.

22
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Rentabilidade Essa informação é uma surpresa para você?


A taxa paga pelos bancos pode ser pré-fixada, pós-fi- Pois você se espantará ainda mais ao descobrir, ao final
xada ou flutuante, essa última atrelada a um percentual da deste post, que os investimentos em LCs (caso sejam feitos
variação de um índice, que pode ser a TR, TJLP, CDI, ou um com a estratégia adequada), são muito interessantes quando
índice de inflação, como o IGP-DI ou IGP-M. Nos CDBs pré- o assunto é renda fixa!
-fixados, como o próprio nome já sugere, você sabe na hora Não tire os olhos das próximas linhas, pois muitos inves-
da compra quanto irá receber em juros, enquanto nos pós- tidores estão perdendo a oportunidade de investir nessa apli-
-fixados a remuneração que você receberá só será definida cação de baixo risco e alta rentabilidade por puro desconhe-
depois do vencimento do título. cimento! 
Normalmente, as aplicações têm prazos que variam entre
30 dias e 180 dias. Em geral os bancos concedem taxas melho- O que é Letra de Câmbio (LC)?
res de acordo com o volume investido, isto é, quanto maior o in- Se você sabe alguma coisa sobre o investimento em CDB
vestimento, melhor deve ser a taxa que você receberá do banco. ou no Tesouro Direto, vai ser bem fácil entender o que é uma
Letra de Câmbio - na sigla: LC.
Riscos de investimento Assim como os CDBs são títulos privados emitidos pelos
Ao aplicar seu dinheiro em um CDB, o maior risco é de bancos para financiar suas atividades e o papéis do Tesouro Di-
que o banco que emitiu o CDB fique inadimplente, ou seja, reto são títulos públicos lançados pelo governo pela mesma ra-
que o banco quebre antes de pagar seus clientes. Nesse zão, as Letras de Câmbio são papéis emitidos para capitalizar as
caso, a aplicação é garantida pelo Fundo Garantidor de Cré- financeiras (como Fininvest, BV Financeira, Cacique, Crefisa, etc.).
dito (FGC), vinculado ao Governo Federal, até um valor máxi- O nome Letra de Câmbio vem do sentido de troca. Câm-
mo de R$ 20.000,00 por CPF. Vale lembrar que os fundos de bio no sentido de trocar o investimento feito agora pela ren-
investimento não se beneficiam com recursos do FGC. tabilidade que será recebida no futuro. Não tem nada a ver
Assim como grande parte dos fundos de renda fixa, os com dólar.
CDBs pré-fixados se beneficiam de liquidez diária, isto é, você Essas financeiras (sociedades de crédito, financiamento e
pode sacar seu dinheiro a qualquer momento, mas assim investimento) são muito menores do que os bancos e emitem
como acontece com os fundos, se o saque acontecer antes esses títulos que ainda são pouco conhecidos dos investido-
de 30 dias terá de pagar IOF regressivo, isto é, quanto mais res. São por essas duas razões que as LCs costumam ter boa
tempo deixar o dinheiro investido menos paga em IOF. No remuneração, o que as tornam um investimento bastante in-
vencimento do CDB, você recebe um crédito automático em teressante.
sua conta corrente, já descontado o pagamento de imposto Vale a pena destacar que, assim como o crédito da Letra
de renda sobre o rendimento bruto do CDB no período. de Crédito Imobiliário (LCI) só pode ser lastreado em projetos
DPGE do ramo imobiliário (e a Letra de Crédito do Agronegócio -
Depósito a Prazo com Garantia Especial. Instrumen- LCA, nos do agronegócio), os recursos da LC apenas podem
to de captação de instituições financeiras ser direcionados a operações de compra de bens e serviços
O DPGE é um título de renda fixa representativo de (financiamentos).
depósito à prazo criado para auxiliar instituições financei-
ras – bancos comerciais, múltiplos, de desenvolvimento, de Letra de Câmbio: vantagens e desvantagens
investimento, além de sociedades de crédito, financiamento Vantagens
e investimentos e caixas econômicas – de porte pequeno e • baixo risco;
médio a captar recursos. Assim, confere ao seu detentor um • ​proteção do Fundo Garantidor de Créditos (será ex-
direito de crédito contra o emissor. plicado abaixo);
Criado em abril de 2009, quando o Conselho Monetário • ​podem ser pré ou pós-fixadas;
Nacional - CMN emitiu a Resolução no. 3692, é destinado • ​rentabilidade, em geral, bem maior do que a poupança.
a investidores pessoa física e jurídica. Em 2012, o CMN, por Desvantagens 
intermédio da Resolução no. 4415, criou uma nova moda- • sofre incidência de Imposto de Renda (IR);
lidade do ativo, conhecida como DPGE II. Esta versão tem • pode ter carência (o que exige do investidor a aplica-
como diferencial ser elegível ao Fundo Garantidor de Cré- ção de recursos que ele não necessite no curto prazo).
dito (FGC).  Além disso, os prazos devem se ajustar aos em-
préstimos que os bancos usarão como lastro. As demais ca- Letras de Câmbio são tão seguras quanto a poupança?
racterísticas são iguais às da primeira modalidade de DPGE. Certamente. Todo mundo diz que a caderneta de poupança
Os DGPEs podem remunerar a taxas pré ou pós-fixa- é segura. Mas você já parou para se perguntar por qual razão?
das. O prazo de resgate é determinado no momento da O baixo risco de crédito (calote) da poupança se dá
contratação, mas não pode ser inferior a 12 meses nem pela proteção assegurada pelo Fundo Garantidor de Cré-
superior a 36. Uma característica importante é a não poder ditos (FGC) que, em caso da falência de uma instituição fi-
resgatar antecipadamente nem parcialmente. nanceira, garante ressarcimento aos seus investidores de
até R$ 250 mil, por CPF e por instituição.
Letra de Câmbio Todas as instituições financeiras são associadas obriga-
Ao contrário do que a maioria das pessoas imaginam, a toriamente ao FGC, contribuindo com uma porcentagem
Letra de Câmbio (LC) não é um investimento em renda variável dos depósitos (2%) para a manutenção do fundo.
e muito menos possui relação com negócios feitos em moeda
estrangeira.

23
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

A questão é que o FGC não ampara apenas os investimentos em poupança. CDB, LCI/LCA e, é claro, as Letras de Câm-
bio (LC), também possuem a mesma proteção da caderneta. Apesar de terem a mesma proteção, a Letra de Câmbio tem
rentabilidade superior à da poupança. 

Como funciona o rendimento das Letras de Câmbio?


Assim como o CDB e o Tesouro Direto, as Letras de Câmbio podem ser remuneradas de forma pré ou pós-fixada.
É mais comum encontrar Letra de Câmbio pós-fixada, com rendimento atrelado a um percentual do CDI. Mas, em teo-
ria, elas podem ser de 3 tipos distintos de cálculo do retorno:
Letra de Câmbio pós-fixada
Nessa forma de remuneração, você não conhece previamente qual rendimento sua aplicação terá, mas sabe qual índice
vai norteá-la. Em geral, a LC pós-fixada é atrelada ao CDI, um índice que está sempre próximo à Selic.
Nessas LCs, paga-se um percentual do CDI (por exemplo, 120%). Entretanto, existem também Letras de Câmbio vincu-
ladas a outros referenciais, como IPCA ou IGPM.
Letra de Câmbio prefixada
Na LC prefixada, você sabe exatamente qual rendimento terá já no momento da aplicação. Por exemplo: Letra de Câm-
bio que renda 11% ao ano.
Letra de Câmbio híbrida
Está atrelada a mais de um indicador. Por exemplo, Letras de Câmbio vinculadas ao CDI e ao IPCA (como, por exemplo,
CDI + 2% ou IPCA + 6% ao ano).

Como investir em LC?


Antes de investir em LC, é preciso pesquisar os diversos títulos disponíveis no mercado financeiro, uma vez que, como
dissemos acima, as instituições menores costumam pagar mais para atrair investidores.
Para o sucesso dessa tarefa, o ideal é recorrer a uma corretora de valores independente (que trabalha com diversas
instituições, diferentemente de um banco, que só comercializa os produtos de sua própria instituição).

A cobrança bancária tem por finalidade processar mediante registro a cobrança de títulos entregues ao Banco através
de borderaux de cobrança, referentes ao faturamento das empresas.

24
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Para tal são emitidos bloquetes e entregues aos sa- O prazo mínimo dos commercial papers é de 30 dias e o
cados, ficando o Banco incumbido do controle, acatando máximo de 360 dias. Os recursos obtidos com a emissão dos
sempre que solicitado pelo cedente instruções para altera- commercial papers em geral são usados para financiar as
ções de cobrança necessárias. Os boletos são emitidos em atividades de curto prazo da empresa, ou necessidades de
substituição às duplicatas, notas promissórias, de câmbio, capital de giro, como a compra de estoques, o pagamento
recibos ou cheques e têm o poder de circular pela câmara de fornecedores, etc.
de compensação.
Pelo motivo da grande concorrência e à necessidade Rentabilidade
de qualificar cada vez mais o produto, foram criados dife- A rentabilidade dos commercial papers é definida pelos
rentes e sofisticados tipos de cobrança baseados na tecno- juros pagos pela empresa ao investidor, juros estes que po-
logia dos recursos da informática. dem ser pré-fixados (maioria dos casos), pós-fixados, neste
O fluxo de cobrança bancária se resume: em quem caso baseado no desempenho de um indexador definido no
vende (cedente) e quem compra (sacado) e no banco, que contrato. Também existe a possibilidade de emissão de com-
faz a intermediação da operação, recebendo o valor do sa- mercial papers em dólares, que são uma boa alternativa para
cado e repassando ao cedente. quem está buscando aplicar em dólar.
Os Bancos oferecem diversas formas de procedimen- Por se tratar de emissões de curto prazo, a garantia
tos, os quais tem custos valores diferenciados se guindo as da operação em geral está vinculada à situação financeira
modalidades apresentadas a seguir: da empresa. Da mesma forma que com as debêntures, há
a)  convencional; a necessidade de registrar a emissão junto à Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) e contratação de uma instituição
b)  cobrança pré-impressa sem registro;
financeira para a intermediação.
c)  cobrança pré impressa com registro;
Se desejar é possível vender um commercial paper antes
d)  cobrança escritural;
do vencimento para outro investidor, para isso basta trans-
e)  cobrança por teleprocessamento.
ferir a sua titularidade através de endosso. Por outro lado, a
A cobrança de títulos é de extrema importância aos
empresa também pode resgatar antecipadamente um com-
bancos comerciais, pois estreitam relações entre o banco e
mercial paper, mas para isso é preciso que tenha decorrido o
seus clientes podendo assim ofertar outros tipos de produ-
prazo mínimo de 30 dias.
tos de seu portifólio.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre outras
aplicações em renda fixa além do CDB, fica a dúvida sobre
Transferências Automáticas De Fundos onde comprar, ou o que fazer para investir o seu dinheiro.
As transferências legais são regulamentadas em leis No caso dos títulos emitidos pelas instituições financeiras,
específicas. Essas leis determinam a forma de habilitação, como os CDBs e as letras hipotecárias, a resposta é bastante
transferência, aplicação de recursos e prestação de contas. simples. Basta entrar em contato com o banco onde você
Há duas formas de transferências legais: tem conta ou qualquer outra instituição financeira para sa-
ber das oportunidades de investimento.
 Transferências automáticas; Já no caso das debêntures, apesar de poderem ser ne-
Transferências fundo a fundo: repasse por meio da des- gociadas em Bolsa de Valores, na maioria das vezes as de-
centralização de recursos diretamente de fundos da esfera bêntures são negociadas em mercado de balcão. O mercado
federal para fundos da esfera estadual, municipal e do Dis- de balcão define a compra e venda de títulos fora do am-
trito Federal, utilizadas nas áreas de saúde e de assistência biente das bolsas, através de contato direto com os bancos
social. de investimentos, bancos múltiplos com carteira de inves-
Ambas as modalidades de transferências legais dispen- timento, sociedades corretoras e sociedades distribuidoras.
sam a celebração de convênio, ajuste, acordo ou contrato. Em junho de 1998 a negociação de debêntures foi sim-
plificada com a criação do SND - Sistema Nacional de De-
Público-alvo: bêntures. O SND tem como objetivo de registrar, permitir a
As transferências automáticas e fundo a fundo são rea- negociação, custódia e a liquidação financeira de operações
lizadas, regular e automaticamente, da União para os esta- realizadas com debêntures no mercado de balcão brasilei-
dos e municípios, para o financiamento de ações e/ou pro- ro, facilitando a negociação destes papéis. Exatamente por
gramas de interesse do governo federal, mediante emissão isso a maioria das emissões públicas de debêntures é re-
de Ordem Bancária do Tesouro para crédito automático nas gistrada no SND.
contas correntes dos favorecidos (estados, municípios, or-
ganizações não-governamentais etc). A arrecadação de Tributos e Tarifas Públicas é um serviço
prestado às instituições públicas, em regra por força de acor-
dos e convênios específicos, que estabelecem as condições
Assim como as debêntures, os commercial papers são de arrecadação e repasse desses tributos/tarifas.
títulos de dívida emitidos por empresas, que podem, ou não, Para os entes estatais a vantagem é a facilitação da arre-
ser financeiras. Contudo, ao contrário das debêntures, têm cadação, à medida que obterá maior facilidade para o paga-
um prazo mais curto de duração, e são indicados para inves- mento, o que contribui, decisivamente, para o adimplemento
tidores interessados em aplicações de curto prazo. pontual dos débitos.

25
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Acresça-se, ainda, que a centralização da arrecadação em Corporate Finance, ou traduzindo, Finanças Corpora-
determinados Bancos facilita o controle de caixa e dos débitos tivas ou Finanças Societárias é uma área de finanças en-
dos contribuintes.   volvendo as decisões financeiras tomadas pelos negócios e
Para os bancos também há vantagens: se de um lado as ferramentas e analises também usadas para tomar estas
despende com a estrutura de sua máquina para um serviço decisões. O objetivo principal da finança corporativa é a si-
em favor da Entidade Pública, de outro lado recebe um fluxo multanea maximização da valorização da sociedade e a ad-
maior de recursos, que permanecem em seu caixa ¨C além, é ministração dos riscos financeiros da empresa.
claro, de ser um fato de aproximação, senão até de expansão, No serviço de Corporate Finance são realizadas ope-
de sua clientela. rações com o objetivo de fundamentar análises e decisões
financeiras estratégicas voltadas para o benefício do seu
negócio. O principal objetivo é a administração dos riscos fi-
Internet Banking - Home/Ofice Banking nanceiros, e ao mesmo tempo, a valorização da empresa.
Em um ambiente marcado pela facilidade do fluxo de
Dos serviços disponíveis no mercado, se destaca o Inter- capitais entre organizações e instituições financeiras de di-
net/Home-Ofice Banking, que disponibiliza para o cliente, a ob- versos países e pela necessidade de novas oportunidades, as
tenção da quase totalidade dos serviços obtidos nas redes de soluções de Coporate Finance podem aumentar a geração
Agências, os quais passam a ser tratados pelo próprio cliente, de valor para as empresas. Por isso, listamos aqui 5 motivos
que mediante senha específica, efetua transferências de valores, para se contratar o serviço de Corporate Finance:
obtém extratos, saldos, movimenta suas aplicações nas mais di- 1. A intermediação de fusões, cisões, aquisições e incor-
versas modalidades, efetua o pagamento de suas contas, trans- porações de empresas, ou seja, são utilizados conhecimen-
mite dados para o processamento de cobrança bancária e suas tos do mundo das operações financeiras e de investimentos
instruções, acessando ainda toda a movimentação da mesma. de forma a tornar possível essas operações, seja com recur-
O Home Banking conecta o computador do cliente ao sos nacionais ou recorrendo a recursos do exterior;
do banco com o intuito de trocarem informações a respeito 2. A intermediação de processos de reorganização, avalia-
de saldo e movimentação em conta corrente, de cobrança, ções econômico-financeiras e assessoria em litígios, também
aplicações, resgates, operações de empréstimos, cotação de auxiliando e avaliando o melhor retorno para o seu negócio;
moedas, índices e bolsas de valores, saldo de poupança. 3. O suporte à reestruturação do capital financeiro ou de
A comunicação é constituída de duas vias, tanto o banco dívida, visando sanar problemas financeiros e permitir a con-
pode obter informações do que o cliente necessita quanto o tinuidade dos negócios, através de fundos de investimento
cliente pode obter informações sobre o banco. disponíveis no mercado;
Pode ser feita por linha telefônica ou através de comu- 4. As estratégias de inversões, desinvestimentos, e de-
nicação do próprio banco, via satélite, com garantia total de finição de alianças estratégicas, referindo-se e seguindo as
conexão, proporcionando segurança, velocidade e qualidade. tendências de evolução dos investimentos empresariais;
As condições de segurança oferecida pelo banco dizem 5. E o auxílio na prevenção e no gerenciamento de cri-
respeito principalmente ao acesso, ao home banking, através ses financeiras, e em sua reestruturação. Desta forma, já se
de senha com absoluto sigilo e limita o acesso às informações. identifica, planeja e previne qualquer crise futura.
Para garantir a segurança da transmissão os dados são
criptografados (codificação secreta e segura). Fundos mútuos oferecem oportunidades para diversos
O Home Banking tem sido mais utilizado ultimamente investidores, que compartilham objetivos de investimento
através da Internet passando a ser chamado de Internet semelhantes, de associarem seu dinheiro e tê-lo investido e
Home Banking ¨Cmas os serviços oferecidos são exata- gerido por gestores de investimento profissionais. Um fundo
mente os mesmos do Home Banking sem a Internet. pode estar investido em ações, títulos e instrumentos finan-
De modo geral podemos ainda afirmar que as insti- ceiros com alta liquidez. Os gestores de carteira selecionam e
tuições bancárias, disponibilizam aos seus clientes, a quase administram os ativos nos quais o fundo esteja posicionado,
totalidade das suas operações de prestação de serviços e in- e os investidores partilham dos rendimentos, despesas, e de
vestimentos para o acesso e o conforto dos seus clientes, das qualquer ganho ou perda que o fundo incorra nesses investi-
suas próprias residências, como Verdadeiros bancos virtuais. mentos, na proporção das suas cotas.
Como os fundos mútuos podem atender às minhas ne-
Remote Banking (Banco Virtual) cessidades?
Existem diversos tipos de fundos mútuos com objetivos
Para que houvesse uma redução de custos de interme- diferentes para atender às necessidades do investidor. Em
diação financeira, os bancos concluíram que havia necessida- geral, existem três tipos básicos: fundos de ações, fundos de
de de reduzir o trânsito e a fila de clientes nas agências. renda fixa e fundos balanceados.
Esse o motivo para o aprimoramento dos Bancos 24 ho-
ras, onde se dá o atendimento remoto (fora das agências) da Tipos de Fundos Mútuos
clientela. • Fundos de ações investem em ações ordinárias de
Esse tipo de atendimento se utiliza da rede banco 24 ho- empresas de capital aberto, geralmente tendo valorização do
ras (saques, depósitos, pagamento de contas, solicitação de capital como objetivo.
entrega de talões de cheques, etc), empresas tipo balcão ele- • Fundos de renda fixa investem em títulos de empre-
trônico, cartões magnéticos em redes de postos de gasolina, sas, de governos e municípios, geralmente tendo rendimen-
redes de lojas e etc. tos correntes como objetivo.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

• Fundos balanceados variam seus ativos entre ações, tí- Como são avaliados os Fundos Mútuos?
tulos e instrumentos financeiros de alta liquidez dependendo das O valor de um fundo mútuo é igual ao valor total do mer-
atuais condições do mercado, tendo como objetivo uma combina- cado de todos os ativos e moeda(s) em que o fundo esteja
ção tanto de rendimento corrente quanto de aumento do capital. alocado. Conhecido como valor do ativo líquido (NAV - Net
Existem outras distinções entre os fundos mútuos que en- Asset Value, em inglês), este valor é calculado diariamente e
volvem diferentes estilos e focos de investimento. Essas distin- modifica-se com a elevação ou queda no valor de mercado
ções criaram uma ampla seleção de fundos mútuos, de forma a dos ativos em carteira, o que oferece ao investidor maior
atender a necessidade de cada investidor e incluem o seguinte: transparência.

Estilos de Investimento
• Valor - investem em ações de empresas que estejam Imagine a seguinte situação: sua empresa precisa realizar
sendo negociadas abaixo de seu valor intrínseco ou oportuni- um pagamento de alto valor de um fornecedor e não tem
dades que tenham sido ignoradas pelo mercado. Capital de Giro para isso.
• Crescimento - investem em ações de empresas com Como a tesouraria precisa do dinheiro para ontem, o que
crescimento de receita e lucros acima da média ou em empre- mais quer é evitar burocracias que atrasem o processo. Hot
sas que estejam bem posicionadas para se capitalizarem com Money foi uma das alternativas cogitadas.
a tendência de crescimento de longo prazo.
O que é Hot Money?
Foco de Investimento Apesar de ter um nome um tanto quanto diferente (para
• Fundos globais investem em qualquer parte do mundo. não dizer peculiar), Hot Money é um empréstimo de di-
• Fundos de Países ou Regionais investem em um país nheiro. A diferença é que ele trata de empréstimos em
ou região específica. curto prazo (ou curtíssimo), entre 1 a 29 dias.
• Fundos Setoriais investem apenas em empresas de Lembra daquela brincadeira chamada “batata quente”?
uma indústria específica. Pois bem, traduzindo, Hot Money significa dinheiro quente.
Uma série de opções elaboradas para atender aos obje- Imagine que seja como na brincadeira: você pega o objeto
tivos específicos dos investidores são apenas um dos muitos e passa correndo para outra pessoa (no caso, a empresa
benefícios do investimento em fundos mútuos. recebe o empréstimo e vai correndo cumprir suas obriga-
ções).
Por que investir em Fundos Mútuos? Observe que a definição de Hot Money deixa claro
Fundos mútuos oferecem muitos benefícios para aju- que ele é uma alternativa para empresas que precisam
dar você a atingir seus objetivos de investimento. realizar um pagamento e não têm Capital de Giro. Serve
Gestão profissional. Os fundos mútuos oferecem aos in- como um ajuste do deslocamento de dinheiro do caixa
vestidores acesso a gestores financeiros profissionais, em horá- de uma forma muito mais rápida, para cobrir despesas
rio integral, que têm a habilidade, experiência, e recursos para imediatas sem burocracia.
comprar, vender e monitorar os investimentos ativamente.
Viabilidade Financeira. Os investimentos iniciais na Resumindo: o objetivo do Hot Money é resolver
maioria dos fundos são razoáveis para o investidor em geral, problemas pontuais da tesouraria. Exatamente por isso
e a exigência de investimentos adicionais são menores do que ele é considerado como um crédito de curto prazo.
as de investimento inicial.
Diversificação. Um investimento num fundo mútuo ge- Claro que o ideal é não ter que recorrer ao Hot Mo-
ralmente inclui um número de diferentes ativos. Por exemplo, ney e, por isso, administrar o capital de giro da empresa
carteiras de fundos de ações diversificadas normalmente pos- significa avaliar se falta ou sobra recursos financeiros e
suem uma série de ações que representam diferentes empre- analisar os reflexos gerados por decisões tomadas em
sas, diferentes indústrias e muitas vezes até diferentes países. relação a compras e vendas.
A diversificação pode ajudar a reduzir o risco financeiro ine-
rente ao investimento. Enquanto um dos ativos diminui em Todavia, o primeiro passo para a empresa evitar correr
valor, outro investimento na carteira pode aumentar de valor. atrás de Hot Money é ela planejar e estimar os ganhos,
Flexibilidade. Muitos fundos mútuos fazem parte de despesas e investimentos que terá em um período futuro,
uma “família de fundos”, e o investidor pode trocar suas cotas geralmente de 1 a 3 anos. Isso é possível por meio do Or-
de um fundo para outro na mesma família quando seu obje- çamento Empresarial.
tivo de investimento muda. Por exemplo, Franklin Templeton
Investments oferece fundos da Franklin, Templeton e Franklin
Quando usar o Hot Money?
Mutual Series.
Liquidez. Isto significa que é fácil resgatar algum ou todo
A principal finalidade do Hot Money, e também sua
o valor que foi investido. Com a devida notificação por escrito
pode-se normalmente resgatar o valor solicitado em 7 dias principal importância, é ser uma ferramenta utilizada por
úteis. Certamente, o valor das cotas a ser resgatado pode ser pessoas jurídicas exclusivamente para cobrir necessida-
maior ou menor do que o custo original. des imediatas de recursos de curtíssimo prazo.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Importante ressaltar que essas obrigações entram no Regulamentação do CMN estipula o limite máximo de
Balanço Patrimonial (BP) da empresa como passivos (con- exposição por cliente a ser observado pelas instituições fi-
tas onde são registrados os deveres e obrigações da orga- nanceiras na prestação de garantia de fiança bancária. A van-
nização, como por exemplo, fornecedores, empréstimos e tagem de se trabalhar com fiança bancária é que a garantia
financiamentos, obrigações fiscais e sociais etc.). oferecida pelos bancos goza de grande respeitabilidade no
mundo dos negócios. A fiança bancária está sujeita a co-
brança de tarifas, mas não se sujeita a cobrança de IOF, por
tratar-se de um contrato.
GARANTIAS REAIS
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO Vinculam patrimônio ao cumprimento da obrigação as-
NACIONAL: AVAL; FIANÇA; PENHOR sumida pelo devedor. Recaem sobre bens móveis ou imóveis
MERCANTIL; ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA; do patrimônio do devedor ou de terceiro; se ele não pagar,
HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS haverá um processo de execução em que será requerida a
venda judicial do bem, pagando-se preferencialmente o cre-
dor.

Penhor
GARANTIAS PESSOAIS
É um direito real que consiste na tradição de coisa mó-
Baseiam-se na confiança, isto é, se o devedor não pagar, vel, suscetível de alienação, realizada pelo devedor ou por
uma terceira pessoa (que prestou a garantia pessoal) será terceiro ao credor, a fim de garantir o pagamento do débito.
obrigada a pagar no lugar dele. Nesta modalidade de garan- Tem como sujeitos o devedor pignoratício (pode ser tanto
tia temos o aval e a fiança. o sujeito passivo da obrigação principal como terceiro que
ofereça o ônus real) e o credor pignoratício (o que empresta
Aval o dinheiro) .
O aval é a garantia de pagamento formal e solidária fir-
mada por terceiro em um título de crédito, onde os interve- Penhor mercantil
nientes são: o avalista (aquele que presta o aval) , o avalizado É caracterizando-se pela dispensa da tradição da coisa
(aquele que recebe o aval) e o credor. Para tanto, basta que onerada, ou seja, o devedor continua na sua posse, equipa-
se lance o aval no próprio título ou na folha de alongamento. rando-se ao depositário para todos os efeitos. Visa garantir
A simples assinatura no anverso do título é suficiente para obrigação comercial.
configurar o aval. Penhor mercantil é a garantia na qual o bem empenha-
Considera-se não escrito o aval cancelado. Tratando-se do faz parte integrante do negócio comercial. Pode abran-
de garantia solidária, implica que o avalista é coobrigado, isto ger tanto estoques de matérias-primas quanto estoques de
é, é co-devedor principal. produtos acabados. Os estoques objeto de penhor mercantil
são confiados a fiel depositário, que se torna responsável pela
guarda, existência e conservação dos bens dados em garantia.
Fiança Hipoteca
Dá-se a fiança quando uma pessoa se obriga a satisfa- A hipoteca é um direito real sobre um bem imóvel ou aos
zer determinada obrigação, caso o respectivo devedor não a que forem a ele equiparados, que tem por objetivo assegurar
cumpra. A fiança é um contrato acessório; pode ser gratuito o pagamento de uma dívida. A posse do bem gravado não
ou oneroso. Os intervenientes são: o devedor (afiançado) , se transfere ao credor. A hipoteca abrange todas as acessões,
o fiador (pessoa física ou pessoa jurídica) e o credor. Caso o melhoramentos ou construções no imóvel e deve ser regis-
devedor principal não cumpra a obrigação e o fiador venha trada no Cartório de Registro de Imóveis.
a ser acionado para responder pela dívida, sem que antes Podem ser objeto de hipoteca os imóveis, seus acessó-
tenha sido acionado aquele, poderá alegar o benefício de rios, as estradas de ferro (linhas, estações, locomotivas e va-
ordem para que os bens do devedor sejam excutidos em pri- gões) , as minas e pedreiras, os navios e os aviões.
meiro lugar, salvo se foi estipulada solidariedade no contrato
de fiança. O fiador tem a prerrogativa de renunciar a este Alienação fiduciária
direito. Pelo contrato de alienação fiduciária, o devedor transfere
A fiança só pode ser concedida pelo cônjuge quando o ao credor a propriedade de uma coisa móvel ou imóvel, até
outro der seu consentimento. A este requisito se dá o nome que a dívida daquele seja inteiramente paga. O devedor é
de outorga uxória. A falta da autorização torna o ato anulável. chamado fiduciante e o credor denomina-se fiduciário. Uma
vez completado o pagamento, a propriedade do bem aliena-
Fiança bancária do volta ao fiduciante.
É um compromisso contratual pelo qual uma instituição A alienação fiduciária de coisas móveis rege-se pelo De-
financeira garante o cumprimento de obrigações de seus creto-Lei 911/1969. Até a entrada em vigor do novo Código
clientes. O público alvo são as pessoas físicas e jurídicas. A Civil os contratos de empréstimos com garantia de alienação
fiança bancária é uma obrigação por escrito (carta de fiança) fiduciária de coisa móvel só podiam ser pactuados entre ins-
assumida pelo banco, responsabilizando-se por dívida total tituições financeiras e o financiado, pessoa física ou jurídica.
ou parcial de cliente que queira assumir uma obrigação pe- A partir da Lei 9.514/97 entrar em vigor, passou-se a existir
rante terceiros. também a alienação fiduciária da coisa imóvel.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

A mora ou o inadimplemento do fiduciante possibilita Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de
ao fiduciário requerer em juízo a busca e apreensão do bem fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacida-
móvel objeto do contrato, para vendê-lo a terceiros e tornar de pessoal do devedor.
efetiva a sua garantia. Se o bem móvel não for encontrado Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo
na posse do fiduciante, a busca e apreensão podem trans- não abrange o caso de mútuo feito a menor.
formar-se em ação de depósito; se ele não entregar a coisa, Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador, o
poderá ser considerado depositário infiel. credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for pessoa
A lei faculta a venda da coisa independentemente de idônea, domiciliada no município onde tenha de prestar a
leilão, avaliação prévia ou interpelação do devedor. O cre- fiança, e não possua bens suficientes para cumprir a obri-
dor deve aplicar o preço da venda no pagamento de seu gação.
crédito e das despesas decorrentes, entregando ao deve- Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, po-
dor o saldo apurado, se houver. derá o credor exigir que seja substituído.
Art. 827 O fiador demandado pelo pagamento da dívida
Legislação sobre garantias do SFN tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam pri-
meiro executados os bens do devedor.
AVAL – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02) Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de or-
Art. 897 O pagamento de título de crédito, que conte- dem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do de-
nha obrigação de pagar soma determinada, pode ser ga- vedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados,
rantido por aval. quantos bastem para solver o débito.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial. Art. 828 Não aproveita este benefício ao fiador:
Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anverso I - se ele o renunciou expressamente;
do próprio título. II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor
§ 1° Para a validade do aval, dado no anverso do título, solidário;
é suficiente a simples assinatura do avalista. III - se o devedor for insolvente, ou falido.
§ 2° Considera-se não escrito o aval cancelado. Art. 829 A fiança conjuntamente prestada a um só débito
Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome in- por mais de uma pessoa importa o compromisso de solida-
dicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. riedade entre elas, se declaradamente não se reservarem o
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso benefício de divisão.
contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores. Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador
§ 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que responde unicamente pela parte que, em proporção, lhe cou-
nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que ber no pagamento.
a nulidade decorra de vício de forma. Art. 830 Cada fiador pode fixar no contrato a parte da
dívida que toma sob sua responsabilidade, caso em que não
Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os
será por mais obrigado.
mesmos efeitos do anteriormente dado.
Art. 831 O fiador que pagar integralmente a dívida fica
Art. 1.647..., nenhum dos cônjuges pode, sem autori-
sub-rogado nos direitos do credor; mas só poderá demandar
zação do outro, exceto no regime da separação absoluta:
a cada um dos outros fiadores pela respectiva quota.
...
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-
III - prestar fiança ou aval.
-se-á pelos outros.
FIANÇA – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02) Art. 832 O devedor responde também perante o fiador
por todas as perdas e danos que este pagar, e pelos que so-
Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante frer em razão da fiança.
satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, Art. 833 O fiador tem direito aos juros do desembolso
caso este não a cumpra. pela taxa estipulada na obrigação principal, e, não havendo
Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite in- taxa convencionada, aos juros legais da mora.
terpretação extensiva. Art. 834 Quando o credor, sem justa causa, demorar a
Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem con- execução iniciada contra o devedor, poderá o fiador promo-
sentimento do devedor ou contra a sua vontade. ver-lhe o andamento.
Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fian- Art. 835 O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver
ça; mas o fiador, neste caso, não será demandado senão assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier,
depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante ses-
devedor. senta dias após a notificação do credor.
Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreenderá Art. 836 A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a
todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despe- responsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a
sas judiciais, desde a citação do fiador. morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança.
Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da obri- Art. 837 O fiador pode opor ao credor as exceções que
gação principal e contraída em condições menos onerosas, lhe forem pessoais, e as extintivas da obrigação que compe-
e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa tem ao devedor principal, se não provierem simplesmente de
que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afian- incapacidade pessoal, salvo o caso do mútuo feito a pessoa
çada. menor.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado: II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciên-
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder mora- cia, ao dono dela, das circunstâncias que tornarem neces-
tória ao devedor; sário o exercício de ação possessória;
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art.
nos seus direitos e preferências; 1.433, inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar ami- juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente;
gavelmente do devedor objeto diverso do que este era IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões,
obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por uma vez paga a dívida;
evicção*. V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida
Evicção: perda, parcial ou total, que sofre o adquirente for paga, no caso do inciso IV do art. 1.433.
duma coisa em conseqüência da reivindicação judicial pro- Art. 1.436 Extingue-se o penhor:
movida pelo verdadeiro dono ou possuidor. I - extinguindo-se a obrigação;
Art. 839 Se for invocado o benefício da excussão e o II - perecendo a coisa;
devedor, retardando-se a execução, cair em insolvência, fi- III - renunciando o credor;
cará exonerado o fiador que o invocou, se provar que os IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades
bens por ele indicados eram, ao tempo da penhora, sufi- de credor e de dono da coisa;
cientes para a solução da dívida afiançada. V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a
Art. 1.647... , nenhum dos cônjuges pode, sem autori- venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele
zação do outro, exceto no regime da separação absoluta: autorizada.
III - prestar fiança ou aval. § 1o Presume-se a renúncia do credor quando consen-
tir na venda particular do penhor sem reserva de preço,
PENHOR – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02) quando restituir a sua posse ao devedor, ou quando anuir
Art. 1.431 Constitui-se o penhor pela transferência efe- à sua substituição por outra garantia.
tiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a § 2o Operando-se a confusão tão-somente quanto
a parte da dívida pignoratícia, subsistirá inteiro o penhor
quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de
quanto ao resto.
uma coisa móvel, suscetível de alienação.
Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor depois
Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil
de averbado o cancelamento do registro, à vista da respec-
e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder
tiva prova.
do devedor, que as deve guardar e conservar.
Art. 1.438 Constitui-se o penhor rural mediante ins-
Art. 1.432 O instrumento do penhor deverá ser levado
trumento público ou particular, registrado no Cartório de
a registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor co-
Registro de Imóveis da circunscrição em que estiverem si-
mum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos.
tuadas as coisas empenhadas.
Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívi-
I - à posse da coisa empenhada;
da, que garante com penhor rural, o devedor poderá emitir,
II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas
devidamente justificadas, que tiver feito, não sendo ocasio- em favor do credor, cédula rural pignoratícia, na forma de-
nadas por culpa sua; terminada em lei especial.
III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido Art. 1.439 O penhor agrícola e o penhor pecuário so-
por vício da coisa empenhada; mente podem ser convencionados, respectivamente, pelos
IV - a promover a execução judicial, ou a venda amigá- prazos máximos de três e quatro anos, prorrogáveis, uma
vel, se lhe permitir expressamente o contrato, ou lhe auto- só vez, até o limite de igual tempo.
rizar o devedor mediante procuração; § 1o Embora vencidos os prazos, permanece a garantia,
V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que enquanto subsistirem os bens que a constituem.
se encontra em seu poder; § 2o A prorrogação deve ser averbada à margem do
VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia registro respectivo, mediante requerimento do credor e do
autorização judicial, sempre que haja receio fundado de devedor.
que a coisa empenhada se perca ou deteriore, devendo o Art. 1.440 Se o prédio estiver hipotecado, o penhor ru-
preço ser depositado. O dono da coisa empenhada pode ral poderá constituir-se independentemente da anuência
impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou oferecendo do credor hipotecário, mas não lhe prejudica o direito de
outra garantia real idônea. preferência, nem restringe a extensão da hipoteca, ao ser
Art. 1.434 O credor não pode ser constrangido a de- executada.
volver a coisa empenhada, ou uma parte dela, antes de Art. 1.441 Tem o credor direito a verificar o estado das
ser integralmente pago, podendo o juiz, a requerimento coisas empenhadas, inspecionando-as onde se acharem,
do proprietário, determinar que seja vendida apenas uma por si ou por pessoa que credenciar.
das coisas, ou parte da coisa empenhada, suficiente para o Art. 1.442 Podem ser objeto de penhor:
pagamento do credor. I - máquinas e instrumentos de agricultura;
Art. 1.435 O credor pignoratício é obrigado: II - colheitas pendentes, ou em via de formação;
I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir III - frutos acondicionados ou armazenados;
ao dono a perda ou deterioração de que for culpado, po- IV - lenha cortada e carvão vegetal;
dendo ser compensada na dívida, até a concorrente quan- V - animais do serviço ordinário de estabelecimento
tia, a importância da responsabilidade; agrícola.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 1.443 O penhor agrícola que recai sobre colheita VI - os navios;


pendente, ou em via de formação, abrange a imediatamen- VII - as aeronaves.
te seguinte, no caso de frustrar-se ou ser insuficiente a que VIII - o direito de uso especial para fins de moradia;
se deu em garantia. IX - o direito real de uso;
Parágrafo único. Se o credor não financiar a nova sa- X - a propriedade superficiária (o domínio da construção
fra, poderá o devedor constituir com outrem novo penhor, ou da plantação separado do solo) .
em quantia máxima equivalente à do primeiro; o segundo Art. 1.474 A hipoteca abrange todas as acessões, melho-
penhor terá preferência sobre o primeiro, abrangendo este ramentos ou construções do imóvel. Subsistem os ônus reais
apenas o excesso apurado na colheita seguinte. constituídos e registrados, anteriormente à hipoteca, sobre o
Art. 1.444 Podem ser objeto de penhor os animais que mesmo imóvel.
integram a atividade pastoril, agrícola ou de lacticínios. Art. 1.475 É nula a cláusula que proíbe ao proprietário
Art. 1.445 O devedor não poderá alienar os animais em- alienar imóvel hipotecado.
penhados sem prévio consentimento, por escrito, do credor. Art. 1.476 O dono do imóvel hipotecado pode constituir
Parágrafo único. Quando o devedor pretende alienar o outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do
gado empenhado ou, por negligência, ameace prejudicar o cre- mesmo ou de outro credor.
dor, poderá este requerer se depositem os animais sob a guarda
Art. 1.477 Salvo o caso de insolvência do devedor, o cre-
de terceiro, ou exigir que se lhe pague a dívida de imediato.
dor da segunda hipoteca, embora vencida, não poderá execu-
Art. 1.446 Os animais da mesma espécie, comprados
para substituir os mortos, ficam sub-rogados no penhor. tar o imóvel antes de vencida a primeira.
Parágrafo único. Presume-se a substituição prevista Parágrafo único. Não se considera insolvente o devedor
neste artigo, mas não terá eficácia contra terceiros, se não por faltar ao pagamento das obrigações garantidas por hipo-
constar de menção adicional ao respectivo contrato, a qual tecas posteriores à primeira.
deverá ser averbada. Art. 1.479 O adquirente do imóvel hipotecado, desde que
Art. 1.447 Podem ser objeto de penhor máquinas, apa- não se tenha obrigado pessoalmente a pagar as dívidas aos
relhos, materiais, instrumentos, instalados e em funciona- credores hipotecários, poderá exonerar-se da hipoteca, aban-
mento, com os acessórios ou sem eles; animais, utilizados donando-lhes o imóvel.
na indústria; sal e bens destinados à exploração das salinas; Art. 1.485 Mediante simples averbação, requerida por
produtos de suinocultura, animais destinados à industria- ambas as partes, poderá prorrogar-se a hipoteca, até 30 (trin-
lização de carnes e derivados; matérias-primas e produtos ta) anos da data do contrato. Desde que perfaça esse prazo,
industrializados. só poderá subsistir o contrato de hipoteca reconstituindo-se
Parágrafo único. Regula-se pelas disposições relativas por novo título e novo registro; e, nesse caso, lhe será mantida
aos armazéns gerais o penhor das mercadorias neles de- a precedência, que então lhe competir.
positadas. Art. 1.486 Podem o credor e o devedor, no ato constituti-
Art. 1.448 Constitui-se o penhor industrial, ou o mer- vo da hipoteca, autorizar a emissão da correspondente cédula
cantil, mediante instrumento público ou particular, regis- hipotecária, na forma e para os fins previstos em lei especial.
trado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição Art. 1.487 A hipoteca pode ser constituída para garantia
onde estiverem situadas as coisas empenhadas. de dívida futura ou condicionada, desde que determinado o
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívi- valor máximo do crédito a ser garantido.
da, que garante com penhor industrial ou mercantil, o deve- § 1o Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca de-
dor poderá emitir, em favor do credor, cédula do respectivo penderá de prévia e expressa concordância do devedor quan-
crédito, na forma e para os fins que a lei especial determinar. to à verificação da condição, ou ao montante da dívida.
Art. 1.449 O devedor não pode, sem o consentimento § 2o Havendo divergência entre o credor e o devedor, ca-
por escrito do credor, alterar as coisas empenhadas ou mu-
berá àquele fazer prova de seu crédito. Reconhecido este, o
dar-lhes a situação, nem delas dispor. O devedor que, anu-
devedor responderá, inclusive, por perdas e danos, em razão
indo o credor, alienar as coisas empenhadas, deverá repor
outros bens da mesma natureza, que ficarão sub-rogados da superveniente desvalorização do imóvel.
no penhor. Art. 1.492 As hipotecas serão registradas no cartório do
Art. 1.450 Tem o credor direito a verificar o estado das lugar do imóvel, ou no de cada um deles, se o título se referir
coisas empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, a mais de um.
por si ou por pessoa que credenciar. Parágrafo único. Compete aos interessados, exibido o tí-
tulo, requerer o registro da hipoteca.
HIPOTECA – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02) Art. 1.493 Os registros e averbações seguirão a ordem em
Art. 1.473 Podem ser objeto de hipoteca: que forem requeridas, verificando-se ela pela da sua numera-
I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamen- ção sucessiva no protocolo.
te com eles; Parágrafo único. O número de ordem determina a priori-
II - o domínio direto (diz respeito ao direito de dispor dade, e esta a preferência entre as hipotecas.
do imóvel) ; Art. 1.494 Não se registrarão no mesmo dia duas hipo-
III - o domínio útil (diz respeito ao direito de utilizar ou tecas, ou uma hipoteca e outro direito real, sobre o mesmo
usufruir do imóvel) ; imóvel, em favor de pessoas diversas, salvo se as escrituras,
IV - as estradas de ferro; do mesmo dia, indicarem a hora em que foram lavradas.
V - os recursos naturais (as jazidas, minas e demais Art. 1.495 Quando se apresentar ao oficial do registro
recursos minerais) independentemente do solo onde se título de hipoteca que mencione a constituição de anterior,
acham; não registrada, sobrestará ele na inscrição da nova, depois

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

de a prenotar, até trinta dias, aguardando que o interessa- § 6º É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciá-
do inscreva a precedente; esgotado o prazo, sem que se re- rio a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não
queira a inscrição desta, a hipoteca ulterior será registrada for paga no seu vencimento.
e obterá preferência. § 8º O devedor que alienar, ou der em garantia a tercei-
Art. 1.497 As hipotecas legais, de qualquer natureza, ros, coisa que já alienara fiduciàriamente em garantia, ficará
deverão ser registradas e especializadas. sujeito à pena prevista no art. 171, § 2º, inciso I, do Código
Art. 1.498 Vale o registro da hipoteca, enquanto a obri- Penal.
gação perdurar; mas a especialização, em completando § 10. A alienação fiduciária em garantia do veículo auto-
vinte anos, deve ser renovada. motor deverá, para fins probatórios, constar do certificado
Art. 1.499 A hipoteca extingue-se: de Registro, a que se refere o artigo 52 do Código Nacional
I - pela extinção da obrigação principal;
de Trânsito.
II - pelo perecimento da coisa;
Art. 2º No caso de inadimplemento ou mora nas obri-
III - pela resolução da propriedade;
IV - pela renúncia do credor; gações contratuais garantidas mediante alienação fiduciária,
V - pela remição; o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a
VI - pela arrematação ou adjudicação. terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avalia-
Art. 1.500 Extingue-se ainda a hipoteca com a averba- ção prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial,
ção, no Registro de Imóveis, do cancelamento do registro, salvo disposição expressa em contrário prevista no contra-
à vista da respectiva prova. to, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu
crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS MÓVEIS saldo apurado, se houver.
§ 1º O crédito a que se refere o presente artigo abrange o
DECRETO-LEI 911/69 principal, juros e comissões, além das taxas, cláusula penal e
Art 1º A alienação fiduciária em garantia transfere ao correção monetária, quando expressamente convencionados
credor o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa mó- pelas partes.
vel alienada, independentemente da tradição efetiva do § 2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo
bem, tornando-se o alienante ou devedor em possuidor para pagamento e poderá ser comprovada por carta registra-
direto e depositário com todas as responsabilidades e en- da expedida por intermédio de Cartório de Títulos e Docu-
cargos que lhe incumbem de acordo com a lei civil e penal. mentos ou pelo protesto do título, a critério do credor.
§ 1º A alienação fiduciária somente se prova por escrito
§ 3º A mora e o inadimplemento de obrigações contra-
e seu instrumento, público ou particular, qualquer que seja
tuais garantidas por alienação fiduciária, ou a ocorrência legal
o seu valor, será obrigatoriamente arquivado, por cópia ou
microfilme, no Registro de Títulos e Documentos do do- ou convencional de algum dos casos de antecipação de ven-
micílio do credor, sob pena de não valer contra terceiros, e cimento da dívida facultarão ao credor considerar, de pleno
conterá, além de outros dados, os seguintes: direito, vencidas todas as obrigações contratuais, indepen-
a) o total da divida ou sua estimativa; dentemente de aviso ou notificação judicial ou extrajudicial.
b) o local e a data do pagamento; Art. 3º O Proprietário Fiduciário ou credor poderá reque-
c) a taxa de juros, as comissões cuja cobrança for per- rer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem
mitida e, eventualmente, a cláusula penal e a estipulação de alienado fiduciàriamente, a qual será concedida liminarmen-
correção monetária, com indicação dos índices aplicáveis; te, desde que comprovada a mora ou o inadimplemento do
d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e devedor.
os elementos indispensáveis à sua identificação. § 1o Cinco dias após executada a liminar mencionada no
§ 2º Se, na data do instrumento de alienação fiduciária, caput, consolidar-se-ão a propriedade e a posse plena e ex-
o devedor ainda não for proprietário da coisa objeto do clusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário, cabendo
contrato, o domínio fiduciário desta se transferirá ao credor às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo
no momento da aquisição da propriedade pelo devedor, certificado de registro de propriedade em nome do credor,
independentemente de qualquer formalidade posterior. ou de terceiro por ele indicado, livre do ônus da propriedade
§ 3º Se a coisa alienada em garantia não se identifica fiduciária.
por números, marcas e sinais indicados no instrumento de
§ 2o No prazo do § 1o, o devedor fiduciante poderá pa-
alienação fiduciária, cabe ao proprietário fiduciário o ônus
gar a integralidade da dívida pendente, segundo os valores
da prova, contra terceiros, da identidade dos bens do seu
domínio que se encontram em poder do devedor. apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na
§  No caso de inadimplemento da obrigação garantida, qual o bem lhe será restituído livre do ônus.
o proprietário fiduciário pode vender a coisa a terceiros e § 3o O devedor fiduciante apresentará resposta no prazo
aplicar preço da venda no pagamento do seu crédito e das de quinze dias da execução da liminar.
despesas decorrentes da cobrança, entregando ao devedor § 4o A resposta poderá ser apresentada ainda que o de-
o saldo porventura apurado, se houver. vedor tenha se utilizado da faculdade do § 2o, caso entenda
§ 5º Se o preço da venda da coisa não bastar para pa- ter havido pagamento a maior e desejar restituição.
gar o crédito do proprietário fiduciário e despesas, na forma § 5o Da sentença cabe apelação apenas no efeito de-
do parágrafo anterior, o devedor continuará pessoalmente volutivo.
obrigado a pagar o saldo devedor apurado.

32
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 6o Na sentença que decretar a improcedência da ação § 1º Se, no primeiro público leilão, o maior lance ofe-
de busca e apreensão, o juiz condenará o credor fiduciário recido for inferior ao valor do imóvel, estipulado na forma
ao pagamento de multa, em favor do devedor fiduciante, do inciso VI do art. 24, será realizado o segundo leilão, nos
equivalente a cinqüenta por cento do valor originalmente quinze dias seguintes.
financiado, devidamente atualizado, caso o bem já tenha § 2º No segundo leilão será aceito o maior lance ofere-
sido alienado. cido desde que igual ou superior ao valor da dívida, das des-
§ 7o A multa mencionada no § 6o não exclui a respon- pesas, dos prêmios de seguro, dos encargos legais, inclusive
sabilidade do credor fiduciário por perdas e danos. tributos, e das contribuições condominiais.
§ 8o A busca e apreensão prevista no presente artigo Art. 31º O fiador ou terceiro interessado que pagar a dí-
constitui processo autônomo e independente de qualquer vida ficará sub-rogado, de pleno direito, no crédito e na pro-
procedimento posterior. priedade fiduciária.
Art. 4º Se o bem alienado fiduciariamente não for en-
contrado ou não se achar na posse do devedor, o credor FCG - Fundo Garantidor de Créditos
poderá requerer a conversão do pedido de busca e apreen- FGC é a sigla que designa o Fundo Garantidor de Cré-
são, nos mesmos autos, em ação de depósito, na forma ditos. Ela é uma entidade que administra uma proteção aos
prevista no Capítulo II, do Título I, do Livro IV, do Código correntistas e investidores, que permite recuperar até R$ 250
de Processo Civil. mil em depósitos ou créditos em instituições financeiras em
Art. 5º Se o credor preferir recorrer à ação executiva caso de falência, intervenção ou liquidação.
ou, se for o caso ao executivo fiscal, serão penhorados, a Essa entidade é uma instituição privada, sem fins lucrati-
critério do autor da ação, bens do devedor quantos bastem vos. Os associados são a Caixa Econômica Federal, os bancos,
para assegurar a execução. sociedades de crédito, financiamento, investimento e crédito
imobiliário, companhias hipotecárias e associações de pou-
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS IMÓVEIS pança.
Para o investidor, o FGC representa a segurança de que
LEI 9.514/97 suas aplicações estão seguras mesmo em eventos extremos,
Art. 23º Constitui-se a propriedade fiduciária de coisa como a falência de uma instituição financeira.
imóvel mediante registro, no competente Registro de Imó- O que muita gente não sabe é que essa é uma associação
veis, do contrato que lhe serve de título. civil, que depende dos aportes mensais de seus associados,
Parágrafo único. Com a constituição da propriedade fi- que são bancos, ou seja, outras instituições financeiras.
Eles participam com essas contribuições para garantir um
duciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o
sistema financeiro mais saudável para o país e para todos os
fiduciante possuidor direto e o fiduciário possuidor indireto
investidores.
da coisa imóvel.
Mesmo assim, há diversas regras que limitam a atuação
Art. 24º O contrato que serve de título ao negócio fi-
do FGC. A seguir, você vai conhecer algumas delas, vai desco-
duciário conterá:
brir quais aplicações se beneficiam do fundo e se é preciso se
I - o valor do principal da dívida;
preocupar com investimentos que não estão cobertos.
II - o prazo e as condições de reposição do empréstimo
O Fundo Garantidor de Créditos funciona assim: os asso-
ou do crédito do fiduciário;
ciados repassam mensalmente um percentual de suas contas
III - a taxa de juros e os encargos incidentes;
para o FGC. Em caso de falência ou intervenção em uma ins-
IV - a cláusula de constituição da propriedade fiduciá- tituição financeira, esse montante é usado para quitar o valor
ria, com a descrição do imóvel objeto da alienação fiduciá- devido a correntistas e investidores.
ria e a indicação do título e modo de aquisição; Bancos e financeiras são algumas das instituições asso-
V - a cláusula assegurando ao fiduciante, enquanto ciadas.
adimplente, a livre utilização, por sua conta e risco, do imó- Mas não apenas eles. Também compõem o quadro do FGC:
vel objeto da alienação fiduciária; • Bancos de desenvolvimento
VI - a indicação, para efeito de venda em público leilão, • Sociedades de crédito, financiamento e investimento
do valor do imóvel e dos critérios para a respectiva revisão; • Sociedades de crédito imobiliário
Art. 25º Com o pagamento da dívida e seus encargos • Companhias hipotecárias
resolve-se, nos termos deste artigo, a propriedade fiduciá- • Associações de poupança e empréstimo.
ria do imóvel.
Art. 26º Vencida e não paga, no todo ou em parte, a Quais os investimentos são garantidos pelo FGC?
dívida e constituído em mora o fiduciante, consolidar-se- A garantia do FGC não abrange todos os investimentos.
-á, nos termos deste artigo, a propriedade do imóvel em Ela se restringe aos seguintes saldos, de acordo com o Banco
nome do fiduciário. Central:
Art. 27º Uma vez consolidada a propriedade em seu • Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio
nome, o fiduciário, no prazo de trinta dias, contados da • Depósitos de poupança
data do registro de que trata o § 7º do artigo anterior, pro- • Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certi-
moverá público leilão para a alienação do imóvel. ficado (CDB/RDB)

33
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

• Depósitos mantidos em contas não movimentá- Elas podem ter carência para retirada maior do que o
veis por cheques destinadas ao registro e controle do fluxo CDB, e muitos desses títulos exigem investimento de pelo
de recursos referentes à prestação de serviços de paga- menos R$ 10.000,00.
mento de salários, vencimentos, aposentadorias, pensões Para consultar os títulos disponíveis no BTG Pactual digital
e similares consulte o nosso catálogo de produtos.
• Letras de câmbio LC
• Letras imobiliárias As Letras de Câmbio (LC) também são títulos semelhantes
• Letras hipotecárias ao CDB (pelo menos, na visão do investidor) .
• Letras de crédito imobiliário Muitas pessoas as confundem com fundos de ações ou
• Letras de crédito do agronegócio investimentos atrelados a moedas por causa do nome. Na
• Operações compromissadas que têm como objeto verdade, “câmbio” aqui se refere a uma “troca”, e não a moe-
títulos emitidos após 08 de março de 2012 por empresa ligada. das.
Vamos entender melhor quais são os principais investi- A diferença para um CDB é que as LCs são emitidas por
mentos cobertos pelo FGC? uma financeira, e não por um banco ou corretora.
Eles contam com a proteção do Fundo Garantidor de Cré-
Poupança dito para o mesmo valor de CDB, poupança, LCI e LCA: até R$
A poupança é o investimento preferido do brasileiro, em- 250 mil, dependendo do montante investido.
bora não seja recomendado por especialistas. Ela tem um re-
Aqui há incidência do Imposto de Renda (22,5% a 15%
torno pequeno e compete apenas com a inflação.
dos rendimentos, dependendo do período de aplicação) e
Com a taxa de juros básicos da economia, a Selic, no pa-
tamar atual, a poupança paga 0,5% de juros ao mês mais uma carência mínima para o resgate, que varia muito conforme a
Taxa Referencial (TR) , que representa um valor bem pequeno. corretora ou banco de investimentos.
Em 2015, por exemplo, quem deixou dinheiro na caderne-
ta teve seu poder de compra corroído em 2,28%. Como os investimentos são protegidos?
Em 2016, o ganho real, depois do desconto da inflação, foi O total de créditos garantidos pelo Fundo Garantidor de
de 1,9%, o melhor rendimento desde 2009 (acredite!). Créditos é de até R$ 250 mil por pessoa para o mesmo con-
Um detalhe pouco comentado é que a remuneração da cader- glomerado financeiro. Ou seja, se um investidor possui um
neta ocorre apenas uma vez por mês, no aniversário do depósito. CDB de R$ 200.000,00, ele é protegido pelo FGC.
Isso significa que, se você decidir sacar o valor de uma hora Se o montante chega a, digamos, R$ 300.000,00, apenas
para a outra, pode perder muitos dias de rendimentos. Ou seja, não R$ 250.000,00 desse valor estão protegidos em caso de falên-
se trata de um investimento tão líquido quanto a maioria pensa. cia da instituição financeira.
Pelo menos, quem investe na poupança tem, dependendo É recomendado, portanto, que qualquer investidor que
do valor investido, até o montante de R$ 250 mil assegurados tenha recursos superiores a R$ 250 mil dividida o montante
pelo Fundo Garantidor de Créditos. em ativos oferecidos por diferentes conglomerados financei-
ros.
CDB Se você está em dúvida sobre o que são conglomerados
O CDB é o Certificado de Depósito Bancário. Ele é um tí- financeiros e quer ter certeza de que está deixando todo o seu
tulo emitido por bancos e corretoras para captar dinheiro de dinheiro coberto pelo FGC, consulte o site do Banco Central.
pessoas físicas e o emprestar para terceiros. E na hora de definir essas divisões e garantir que seu di-
O rendimento do CDB pode ser pós-fixado ou prefixado. nheiro estará bem protegido, lembre-se de um detalhe im-
O pós-fixado normalmente é associado ao CDI, que é uma portante: o valor assegurado é de R$ 250 mil por pessoa, em
taxa de referência bem próxima da Selic. cada conglomerado financeiro considerando o total do inves-
Trata-se de um investimento com liquidez menor do que timento original mais o rendimento acordado equivalente até
outros títulos, como o Tesouro Direto. a decretação do Regime Especial.
Além disso, paga Imposto de Renda, de 22,5% a 15%, de-
Para ficar mais fácil de entender, você receberá de volta,
pendendo do tempo de permanência da aplicação. Pode, no
nesse caso extremo, no máximo R$ 250 mil por CPF por insti-
entanto, ter rentabilidade que seja competitiva e mais vanta-
josa quando comparada a outros títulos. tuição financeira.
Para consultar as opções disponíveis no BTG Pactual digi- Pode fazer sentido, portanto, que um montante de R$
tal, consulte o nosso catálogo de produtos. 300 mil seja destinado a três instituições diferentes, para que
Também é assegurado pelo Fundo Garantidor de Crédi- todos os rendimentos fiquem cobertos pelo FGC.
tos.
O que o FGC não garante?
LCI e LCA O FGC não garante o crédito de qualquer investimento que
LCI e LCA são as Letras de Crédito Imobiliário e do Agro- não conste na relação acima e de qualquer crédito que ultrapas-
negócio. Para o investidor, funcionam de maneira bastante se o limite de R$ 250 mil por pessoa por instituição financeira.
semelhante ao CDB e também têm rendimento atraente, nor- Alguns investimentos que não são protegidos pelo FGC:
malmente atrelado ao CDI. • Letras Financeiras (semelhante ao CDB)
Uma vantagem desses investimentos é que sobre eles • Debêntures (títulos de crédito de empresas privadas)
não incide o Imposto de Renda. É um benefício interessante, • Fundos de investimento (de todos os tipos)
já que o IR leva no mínimo 15% dos rendimentos de boa parte • Certificados de Recebíveis Imobiliários (emitidos por
das outras aplicações. companhias securitizadoras)

34
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

• Certificados de Recebíveis do Agronegócio (emiti- Na prática, os fundos são entidades constituídas sob
dos por companhias securitizadoras) a forma de condomínios abertos. Eles ficam sujeitos à su-
• Tesouro Direto (títulos do Tesouro Nacional) pervisão e acompanhamento da Comissão de Valores Mo-
• Aplicações na bolsa de valores (ações, opções e biliários.
quaisquer derivativos) . Assim, se ocorrer a falência do administrador do fundo,
Esses investimentos acima, não cobertos pelo fundo, uma assembléia poderá ser convocada para optar por outra
não são necessariamente arriscados, mas devem ser anali- instituição financeira, sem prejuízo de seus investimentos.
sados com cautela, de preferência com algum conhecimento
mais aprofundado sobre o ativo e a instituição financeira que História do FGC
o oferece. A estabilidade do sistema financeiro é uma das principais
Se você estiver estudando a alocação de recursos em preocupações de qualquer governo.
Letras Financeiras, Debêntures e Certificados de Recebíveis,
Desde a década de 1990, começou a surgir uma série
verifique o histórico e solidez do banco ou da corretora antes
de tomar qualquer decisão. de sistemas de proteção a investidores em todo o mundo. O
Para fundos de investimentos, a preocupação não deve Brasil entrou nessa lista em 1995, com a Resolução 2.197, de
ser tanto com a chance de a instituição financeira quebrar, e 31.08.1995.
sim com as condições e o regulamento, já que o patrimônio Nela, o Conselho Monetário Nacional (CMN) inseriu a
do banco ou corretora não se confunde com o dos fundos. “constituição de entidade privada, sem fins lucrativos, des-
Em caso de falência, por exemplo, os cotistas podem se tinada a administrar mecanismos de proteção a titulares de
reunir em assemblideia e transferir a gestão para outra insti- créditos contra instituições financeiras”.
tuição. O estatuto e o regulamento da nova entidade, o Fundo
Na bolsa de valores, a preocupação com quebra ou fa- Garantidor de Créditos, foram aprovados em novembro da-
lência das corretoras ou dos bancos também não deve ser quele ano.
tão grande, já que os papéis em nome do investidor são ga- O objetivo dessa entidade, desde sua criação, é prestar
rantidos pela Câmara de Ações, administrada pela BM&FBO- garantia de créditos contra as instituições associadas nas se-
VESPA. Nesse caso, basta transferir a custódia dos papéis para
guintes situações:
outra instituição financeira.
Além disso, na conta da corretora ou do banco de inves- • Decretação da intervenção ou da liquidação extraju-
timentos, até R$ 120 mil de saldo podem ser restituídos com dicial de instituição associada
base no Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos da BM&F • Reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do
Bovespa. estado de insolvência de instituição associada que, nos ter-
Para o Tesouro Direto, não faz sentido a preocupação mos da legislação em vigor, não estiver sujeita aos regimes
com o risco de calote, a menos que o país quebre, já que os referidos no item anterior.
títulos são dívidas do Tesouro Nacional. Além da garantia de créditos, o FGC se preocupa com a
Como o governo pode imprimir mais dinheiro para pa- estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e a prevenção de
gar suas contas, o principal risco é o que se chama de calote crises sistêmicas do sistema bancário.
branco, que seria a inflação provocada por esse fluxo maior Por isso, tem a atribuição de contratar, em casos de necessi-
de valores no mercado decorrente das dificuldades financei- dade, diferentes operações de assistência ou suporte financeiro,
ras do país. incluindo operações de liquidez com as instituições associadas.
Qual o valor máximo garantido pelo FGC?
O valor máximo garantido pelo FGC é de R$ 250 mil por
CPF por instituição financeira (ou instituições financeiras do 5 curiosidades sobre o FGC
mesmo conglomerado financeiro) . Já está um pouco mais informado sobre a utilidade do
Já uma conta conjunta em um banco tem limite máxi- FGC e quer conhecer algumas das curiosidades de sua atua-
mo de R$ 250 mil, que serão divididos pelo número de titu- ção? Confira abaixo cinco peculiaridades desse fundo não go-
lares. Dessa forma, caso o saldo investido em títulos garan- vernamental, sem fins lucrativos:
tidos pelo FGC em uma conta conjunta de 2 titulares fosse 1. O saldo do FGC é superior a R$ 57 bilhões
R$ 300.000,00, o valor garantido seria o de R$ 250.000,00, ou De acordo com o último balanço patrimonial divulgado,
seja, R$ 125.000,00 por titular. em novembro de 2016, o Fundo Garantidor de Créditos tem
Esse limite não impede que um investidor com fundos aproximadamente R$ 57,8 bilhões em ativos, dos quais pode-
superiores a essa quantia invista em diferentes instituições fi- ria se valer para proteger investimentos.
nanceiras. O regulamento do fundo prevê que sua captação seguirá até
Exemplo: se você tem R$ 300 mil, é mais seguro dividir a obtenção de 2% do saldo das contas cobertas pela garantia.
esse valor em diferentes aplicações em duas ou três correto-
2. Contas conjuntas têm limite único
ras ou bancos de investimento.
Normalmente, o saldo garantido é de R$ 250 mil por pes-
soa, por CPF. Mas, esse não é o caso em contas conjuntas, cujo
Por que aplicações em Fundos de Investimentos não
têm garantia do FGC? crédito protegido vale para a conta toda, dividida por todos
Fundos de investimento não têm garantia do GFC devido os seus titulares.
a uma divisão entre o patrimônio da instituição financeira e Assim, se um casal possui R$ 300 mil em uma conta con-
o patrimônio dos cotistas que formam o fundo. Ou seja, os junta em um banco, cada cônjuge terá direito a R$ 125.000,00
valores do fundo funcionam de forma independente. em caso de falência da instituição financeira.

35
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

3. Pagamentos podem levar mais de três meses


Mesmo que você esteja seguro em uma aplicação que
conte com o aval do Fundo Garantidor de Créditos, pode CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO
levar um tempinho até você receber o dinheiro de volta. E ETAPAS. PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME
Conforme o histórico recente do fundo, espera-se em DE LAVAGEM DE DINHEIRO:
média pouco mais de três meses. LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES,
4. Valor total deve incluir os juros
Muita gente não se dá conta ao investir em aplicações
protegidas pelo FGC que os rendimentos obtidos pelo inves-
timento devem ser somados ao valor original no caso da que- Certo é que o crime organizado disponibiliza fundos in-
bra da instituição financeira que oferece o título. calculáveis e envolve milhares de pessoas, com sistema fun-
Se, por exemplo, você investir R$ 250 mil em um CDB e a cional implantado e bem estruturado. Entretanto, apesar
corretora ou o banco quebrar depois de dois anos, você não de se tratar de uma atividade altamente lucrativa, para fa-
conseguirá recuperar esses dois anos de valorização e será zer uso de seus rendimentos é imprescindível a ocultação
restituído apenas do valor original.
de sua origem.
5. Limite garantido era de R$ 60 mil
O limite bancado pelo FGC já foi alterado três vezes. Em 2006, Desta necessidade de uso, movimentação, ocultação e
ele era de apenas R$ 60 mil. Em 2010, foi ampliado para R$ 70 mil. disposição de ativos oriundos das mais variadas espécies do
Finalmente, em 2013, o valor chegou aos atuais R$ 250 mil. comércio criminoso surge a lavagem de dinheiro, com a fina-
É preciso lembrar que o fundo surgiu apenas em 1995 e lidade de evitar que se descubra a cadeia criminal, bem como
ele é construído a partir de aportes mensais dos associados. a identificação de seus agentes.
Quanto mais o tempo passa, mais forte se torna essa proteção. Sendo pacífico que as organizações criminosas, de modo
Como vimos, o Fundo Garantidor de Créditos é uma geral, tenham sua atuação enfocadas no eixo dinheiro/poder
proteção muito interessante para o investidor. Com ele, você e que o seu êxito está intimamente vinculado ao sucesso da
pode ficar tranquilo de que seu dinheiro vai render sem so- lavagem de dinheiro, uma vez que há um forte impulso para
bressaltos, mesmo em casos extremos, como a falência da sua que estas organizações pratiquem o referido processo de re-
instituição financeira. ciclagem.
É importante lembrar que o FGC da poupança é o mesmo Ocorrida a reciclagem do dinheiro, este pode ser investi-
que banca os créditos do CDB, das LCIs, das LCAs e das LCs. do sem levantar suspeitas e contribuir para que os seus de-
Agora que você tem essa informação, não vale mais usar o tentores eliminem empreendimentos legítimos sob a cober-
argumento de que a caderneta é o destino mais seguro para
tura de atividades honráveis, gerando o inegável risco de que
o seu dinheiro.
economias inteiras se submetam ao seu controle, provocando
O que dizer de um investimento que representou perda
de poder de compra de 2,28% em 2015 e ganho real de 1,9% alterações nos mercados financeiros.
em 2016? Neste contexto, vários países fomentam seus aparelhos de
É hora de dar o primeiro passo para fora da poupança cooperação internacional para a persecução de crimes de lava-
e para dentro de um universo bem mais rentável de investi- gem de capitais e outros praticados por organizações criminosas.
mentos. Nessa jornada de busca de conhecimento, você vai
perceber que uma organização de suas finanças vai levá-lo O CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO
mais longe e vai lhe permitir planejar as aplicações com maior O crime de “lavagem de dinheiro”, cuja expressão remonta
consciência. às organizações mafiosas norte-americanas, que, na década de
Primeiro, anote todos os seus gastos mensais, todas as 1920, aplicavam em lavanderias o capital proveniente das mui-
despesas normais e extraordinárias que estiverem à vista nos tas espécies do comércio criminoso, é uma forma genérica de
próximos meses. Depois defina um percentual para economi- referir-se ao processo ou conjunto de operações de ocultar a
zar seu salário. origem do dinheiro ou dos bens resultantes das atividades deli-
Então, com uma organização melhor, estabeleça um va- tivas e integrá-los no sistema econômico ou financeiro, em ope-
lor mínimo de suas reservas para aplicações de alta liquidez rações capazes de converter o dinheiro sujo em dinheiro limpo.
para cumprir suas obrigações e separe o restante para investi- Nas palavras de André Luís Callegari é a atividade de in-
mentos que, potencialmente, farão seu dinheiro crescer mais vestir, ocultar, substituir ou transformar e restituir o dinheiro
rapidamente.
de origem sempre ilícita aos circuitos econômico-financeiros
legais, incorporando-o a qualquer tipo de negócio como se
fosse obtido de forma lícita.
Faz-se necessário esclarecer que o crime de lavagem de
capitais é um delito parasitário ou derivado, dependendo, ne-
cessariamente, da existência de um delito antecedente para
que se configure. Por assim ser, no delito de lavagem de dinhei-
ro a punição volta-se, exclusivamente, para a utilização que se
faz do dinheiro sujo, ou seja, às formas de movimentar, ocultar,
dispor ou se apropriar dos ativos oriundos de atividades ilícitas. 

36
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Diante da importância deste assunto, e dos efeitos devas- Observa-se, portanto, que frente à fracassada e inoperan-
tadores provocados por este delito, Vladimir Aras defende que te estratégia de atacar as antecedentes atividades ilícitas, há
os Estados nacionais não podem ignorar, diante da complexa um redirecionamento do Direito Penal em controlar os efeitos
problemática que envolve a questão, o fenômeno da lavagem destas, quais sejam, os fluxos financeiros oriundos das primei-
de dinheiro, uma vez que não se restringe a uma abstração que ras atuações ilegais.
se cinja a números, pois, ao contrário disto: Seguindo, portanto, a mesma tendência mundial e dian-
“São concretos e às vezes dolorosos, os danos causados à te dos índices de ocorrências envolvendo crime organizado,
sociedade pela lavagem de dinheiro. De um lado, desemprego, desvio e lavagem de dinheiro, provenientes de variadas tran-
vultosos prejuízos econômicos para empresários e investidores, sações ilícitas, e da inserção destes temas no rol de destaque
diminuição dos índices de desenvolvimento humano, corrup- da construção dogmática e da política criminal, houve níti-
ção, insegurança pública e redução da arrecadação de impostos do interesse do Direito Penal Brasileiro em atingir um efetivo
e de investimentos em educação e saúde. De outro lado, o en- controle da circulação de capitais e suas origens, por meio
riquecimento ilícito e a utilização indevida de valores oriundos da criminalização desta multimencionada conduta. Ademais,
de graves crimes.” a base ética à criminalização consistiu em evitar que a circu-
lação do dinheiro sujo em circulação no mercado, bem como
FASES OU TÉCNICAS DE LAVAGEM DE DINHEIRO impedir que o dinheiro lavado proporcione outros ilícitos.
Considerando que a lavagem de capitais é um procedi- UNIDADES DE INTELIGENCIA FINANCEIRA
mento complexo, pode-se afirmar que a conduta do agente As unidades de inteligência são responsáveis por receber,
passa por um modus operandi bastante linear e multifaceta- além de requisitar, informações sobre operações financeiras
do. Vários são os métodos ou fases utilizados com a finalida- atípicas ou suspeitas, analisar e informar às autoridades com-
de de lavar o dinheiro: petentes aquelas que constituem indícios do crime de lavagem.
a) A primeira delas é a fase da ocultação, na qual há Essas unidades apresentam diferentes estruturas a de-
uma tentativa dos agentes de conseguir menor visibilidade pender de sua vocação institucional e das tradições jurídicas
do dinheiro oriundo da prática de atividade ilícitas. Para tanto, de cada país. Existem basicamente três espécies de Unidades
costuma-se utilizar o sistema financeiro, negócios de condi- de Inteligência Financeira: (i) judiciais, (ii) coercitivas, (iii) ad-
ções variadas, enfim, emprega “intermediários” que trocarão ministrativas, sem considerar as híbridas que mesclam ele-
os valores ilicitamente recebidos. mentos de cada uma delas.
b) Com a posse do dinheiro, tem início a segunda fase: As unidades judiciais são previstas, em geral, nos países
a cobertura, fase de controle, ou ainda, mascaramento. Consis- em que o Ministério Público é parte integrante do Judiciário.
tente em desligar os fundos de sua origem, em outras palavras, Nesses países as unidades tem natureza persecutória penal
fazer desaparecer o vínculo entre o agente e o bem precedente porque o próprio órgão responsável pela acusação possui
de sua atuação. São comuns múltiplas transferências de dinhei- instrumentos de acompanhamento ou recebimento de infor-
mações sobre operações suspeitas.
ro, compensações financeiras, remessas aos paraísos fiscais, su-
As unidades coercitivas são exclusivamente adminis-
per faturação de exportações, dentre outros.
trativas, mas podem determinar medidas preventivas como
c) Finalmente, o dinheiro deve retornar ao circuito eco-
suspensão de transações, congelamento e sequestro de bens.
nômico, transparecendo a imagem de produto normal de uma
As unidades administrativas tem atribuição exclusiva de
atividade comercial, é a chamada fase de integração.  Neste sistematização de informações e produção de análises sobre
momento, há a conversão de dinheiro sujo em capital lícito, possíveis operações ilegais ou atípicas. Não tem poder de de-
adquirindo propriedades e bens, constituindo estabelecimen- terminar medidas de coerção ou de iniciar processos judiciais.
tos lícitos, financiando atividades de terceiros, além de investir Apenas colhem a informação e enviam para os órgãos com-
parte deste dinheiro na prática de novos delitos. petentes para a persecução penal ou investigação, como o
Ministério Público e a Polícia. O Brasil segue esse modelo.
CRIMINALIZAÇÃO DA LAVAGEM DE DINHEIRO
Cumpre ressaltar que o início das preocupações mundiais CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINAN-
com a lavagem de dinheiro data da Convenção de Viena de CEIRAS - COAF
1988, ocasião em que os membros da Organização das Nações O COAF é um órgão administrativo, no âmbito do Mi-
Unidas aprovaram a Resolução que os obrigava a penalizar a nistério da Fazenda, com sede no Distrito Federal, e funciona
lavagem de capitais oriundos do tráfico de entorpecentes. como agência de inteligência brasileira no combate ao crime
Desde então, várias nações passaram a inserir no seu de lavagem de dinheiro. É a unidade de inteligência financeira
corpo de normas, dispositivos legais reservados a reprimir a do Brasil.
utilização de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou É responsável pela prevenção e fiscalização da prática do
indiretamente, de crimes. delito de lavagem, foi instituído pela Lei nº 9.613/98. Tem por
Neste sentido, Roberto Podval, ao discorrer sobre o bem finalidade disciplinar, aplicar penas administrativas, receber,
jurídico do delito de lavagem de dinheiro, assevera que: examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades
“O que se nota é que a criminalização da lavagem de di- ilícitas previstas na Lei, sem prejuízo da competência de ou-
nheiro surge como forma de coibir o tráfico ilícito de entorpe- tros órgãos e entidades.
centes, já que não obstante a intervenção do Direito Penal nessa Essa lei atribuiu às pessoas físicas e jurídicas de diversos
matéria (através de leis cada vez mais severas e com penas me- setores econômico-financeiros maior responsabilidade na
nos brandas) , tal criminalidade não só persiste como aumenta. identificação de clientes e manutenção de registros de todas
Assim, uma vez evidenciada a impossibilidade de o Direito Pe- as operações e na comunicação de operações suspeitas, sujei-
nal evitar o tráfico de drogas, houveram por bem os Estados tando-as ainda às penalidades administrativas pelo descum-
punir suas consequências”. primento das obrigações.

37
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Para efeitos de regulamentação e aplicação das penas, o Das pessoas sujeitas à lei
legislador preservou a competência dos órgãos reguladores O art. 9º da Lei de Lavagem apresenta o rol das pessoas
já existentes, cabendo ao COAF a regulamentação e supervi- obrigadas a comunicar o COAF, em razão das atividades que
são dos demais setores. exercem, a respeito de qualquer atividade atípica ou opera-
Em 2012, a Lei nº 9.613, de 1998, foi alterada pela Lei nº ções consideradas suspeitas.
12.683, de 2012, que trouxe importantes avanços para a pre- Dentre essas atividades estão a captação, a interme-
venção e combate à lavagem de dinheiro, tais como: diação e aplicação de recursos financeiros de terceiros,
• a extinção do rol taxativo de crimes antecedentes, em moeda nacional ou estrangeira; a compra e venda de
admitindo-se agora como crime antecedente da lavagem de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou ins-
dinheiro qualquer infração penal; trumento cambial; a custódia, emissão, distribuição, liqui-
• a inclusão das hipóteses de alienação antecipada dação, negociação, intermediação ou administração de
e outras medidas assecuratórias que garantam que os bens títulos ou valores mobiliários; entre outras previstas no pa-
não sofram desvalorização ou deterioração; rágrafo único do artigo retro mencionado.
• inclusão de novos sujeitos obrigados tais como car- As obrigações a que essas pessoas estão sujeitas se
tórios, profissionais que exerçam atividades de assessoria ou traduzem em identificar seus clientes e manter registros, bem
consultoria financeira, representantes de atletas e artistas, como comunicar as operações suspeitas aos órgãos de inte-
feiras, dentre outros; ligência financeira, conforme dispõe os arts. 10 e 11 da Lei.
• aumento do valor máximo da multa para R$ 20 milhões. Descrever essas operações consideradas suspeitas ou atí-
picas é uma atribuição da autoridade competente, que por
Com base na análise de operações suspeitas ou atípicas, meio da elaboração de uma lista que, a depender das pessoas
o COAF prepara um relatório que é enviado ao Ministério envolvidas, dos valores, das formas de realização, dos instru-
Público e à Polícia, para que seja averiguado o cometimento mentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou
ou não de algum delito. legal, possam demonstrar ilicitude.
O COAF faz parte do GAFI e do Grupo de Egmont, cons- Se houver descumprimento das obrigações elencadas no
tituído por algumas unidades financeiras de inteligência, que art. 9º, caberá aplicação de sanções administrativas pela au-
se reuniram pela primeira vez no Palácio de Egmont-Aren- toridade competente, conforme previsto no art. 12 da Lei, a
berg, em Bruxelas, com o intuito de promover um fórum ob- saber: advertência, multa pecuniária, inabilitação temporária
jetivando impulsionar o apoio aos programas nacionais de para o exercício do cargo de administrador, e até cassação ou
combate à Lavagem de Dinheiro dos países que o integram. suspensão da autorização para operação ou funcionamento.
Referido apoio engloba a ampliação de cooperações entre os O procedimento para aplicação das sanções será regula-
países e a sistematização do intercâmbio de experiências e de infor- do por decreto, sendo assegurado o contraditório e a ampla
defesa, cabendo recurso ao Ministro de Estado da Fazenda.
mações de inteligência financeira, aperfeiçoando a capacidade e a
perícia dos funcionários das unidades e proporcionando uma efe-
A atuação do Coaf
tiva comunicação por meio de aplicação de tecnologia específica.
O COAF atua de forma integrada com órgãos superviso-
Os organismos internacionais indicam uma série de re-
res e entidades representativas de diversos segmentos, tais
gras para a persecução penal referente ao crime em questão,
como: Comissão de Valores Mobiliários – CVM, Secretaria de
que, em resumo, se traduzem na cooperação das instituições
Previdência Complementar – SPC, Superintendência de segu-
e empresas que possam ser utilizadas para lavagem, sujeitas ros privados – SUSEP, Conselho Federal de Corretores de Imó-
a deveres de identificação dos clientes, conservação dos re- veis – COFECI, Associação Brasileira das Empresas de Cartões
gistros e comunicação de operações consideradas suspeitas. de Crédito e Serviços – ABECS, Associação Brasileira das Enti-
Desse modo, o COAF é o principal órgão brasileiro de dades Fechadas de Previdência Privada – ABRAPP, Federação
inteligência ao combate ao crime em comento, além de ser Brasileira de Bancos – FEBRABAN.
responsável por elaborar autoavaliações, cujos relatórios são Esta integração tem por finalidade evitar que esses se-
enviados anualmente ao GAFI. tores sejam utilizados para a prática de lavagem de dinheiro.
Desta forma, os órgãos supervisores e as entidades represen-
Composição do COAF tativas que se depararem com operações atípicas praticadas
O Conselho é composto de servidores públicos de re- por seus clientes, tem o dever de informar o COAF.
putação ilibada e reconhecida competência, designados em O Banco Central do Brasil, visando auxiliar na interpre-
ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes tação do que seriam essas operações consideradas atípicas
do quadro de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da ou suspeitas, apresentou a Carta-Circular nº. 2.826/1998, que
Comissão de Valores Mobiliários, da Superintendência de Se- foi posteriormente complementada pela Carta-Circular nº.
guros Privados, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, 3.098/2003, contendo um extenso rol dessas operações.
da Secretaria da Receita Federal, de órgão de inteligência do Ressalte-se que referido rol de hipóteses é apenas exem-
Poder Executivo, do Departamento de Polícia Federal, do Mi- plificativo, com intuito de orientar as entidades na identifica-
nistério das Relações Exteriores e da Controladoria-Geral da ção de operações suspeitas, sendo possível a ocorrência de
União, atendendo, nesses quatro últimos casos, à indicação outras operações que não estejam nele previstas.
dos respectivos Ministros de Estado. Além disso, as entidades também deverão manter cadas-
O presidente do Conselho é nomeado pelo Presidente da tros que possibilitem a identificação do cliente. Da mesma
República, cuja indicação é do Ministro de Estado da Fazenda. forma, os órgãos verificarão se há compatibilidade financeira

38
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

entre as movimentações efetuadas pelo cliente e a sua capa- É função do COAF a organização de estudos e diagnós-
cidade econômica. Este controle deve abranger não só a tota- ticos sobre lavagem de dinheiro e formulação de estratégias
lidade das operações de um indivíduo, mas também aquelas de combate à prática. Para tanto, o órgão tem participado
feitas por grupos e conglomerados, conforme recomendação de fóruns nacionais e internacionais para o desenvolvimen-
contida na Circular nº. 2.852/1999 do Banco Central do Brasil. to de boas práticas para o enfrentamento do delito, como,
O COAF, após receber a comunicação, avaliará as ope- por exemplo, da ENCLLA (Estratégia Nacional de Combate à
rações suspeitas e, se existirem evidencias de ocorrência Corrupção e à Lavagem de Dinheiro) e do Grupo de Eg-
do crime de lavagem, efetuará um intercâmbio de informa- mont, que reúne as Unidades de Inteligência Financeira de
ções com as autoridades competentes, conforme preconiza diversos países para apoio mútuo, formação conjunta e as-
o art. 15 da Lei.
sistência técnica para prevenção e repressão a lavagem de
Cumpre esclarecer que são consideradas autoridades
dinheiro.
competentes, a Polícia Federal e o Ministério Público Fede-
ral que, de posse dessas de informações, tomarão as me- O crime de lavagem de dinheiro é um fenômeno mun-
didas necessárias. dial, de amplitude internacional, que não atinge apenas as
Diante da necessidade de promover esse intercambio esferas econômicas e financeiras, mas também as sociais,
de informações entre o COAF e outros organismos, nacio- uma vez que fomenta a prática de outros delitos, fazendo-se
nais e internacionais, foi desenvolvido um sistema informa- necessária a união de esforços, bem como a cooperação mú-
tizado que permite ao Conselho desempenhar suas funções tua entre os países para combatê-lo e o COAF, na qualidade
com maior agilidade e segurança, o SISCOAF – Sistema de de unidade de inteligência financeira, tem desempenhado
Informações COAF, que auxilia nos processos internos de to- um importante papel neste certame.  
mada de decisão, representa um veículo rápido e eficaz de
captação, tratamento, disponibilização e guarda de dados. A LEI 9.613/98 E SEUS ASPECTOS PENAIS
O COAF não é dotado de poderes de investigação, tem A Lei nº 12.683/12 alterou a Lei nº 9.613/98 para tornar
competência para realizar a troca de informações e solicitar a mais eficiente o combate e a prevenção de lavagem de di-
abertura de investigações às autoridades, caso verifique, nas nheiro. Foram diversas as alterações realizadas, e dentre elas
informações recebidas, solicitadas ou em decorrência de suas podem ser destacadas a exclusão do rol de crimes antece-
análises, forte indício de operações consideradas suspeitas. dentes à lavagem de dinheiro, manutenção da pena de três a
Além disso, também tem o poder de requisitar informa- dez anos de reclusão para os praticantes do crime, elevação
ções cadastrais bancárias e financeiras aos Órgãos da Admi- do valor máximo da multa a ser aplicada para 20 milhões
nistração Pública de pessoas envolvidas em atividades suspei- de Reais, e aumento do número de profissionais que devem
tas (art. 14, §3º. da Lei 9.613/98). reportar-se ao COAF, alcançando empresários que negociam
direitos de atletas, comerciantes de artigos de luxo, e presta-
O PAPEL DO COAF NO COMBATE À LAVAGEM DE DI- dores de serviços como por exemplo os contadores.
NHEIRO
O COAF, além do seu papel como Unidade de Inteligência
LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.
Financeira, é também um órgão de regulação e repressão dos
setores econômicos que não possuem instituição supervisora
própria, tais como as empresas de factoring, de comércio de Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de
joias e metais preciosos, pedras, objetos de arte e antiguidades. bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema
No campo regulatório cabe ao COAF elaborar regras vol- financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho
tadas a estes setores sobre a forma e método de registro de de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras
informações de clientes e sobre os atos suspeitos de lavagem providências.
que devem ser comunicados, além dos previsto em Lei.  Por
fim, a função de regulação consiste em o Órgão editar normas O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
que orientem os setores obrigados no art. 9º da Lei 9.613/98. gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
A atividade repressiva decorre da competência do COAF
para instaurar processo administrativo e aplicar sanções as CAPÍTULO I
entidades e pessoas que descumprirem as regras previstas Dos Crimes de “Lavagem” ou Ocultação de Bens,
nos arts. 10 e 11 da Lei de Lavagem. Direitos e Valores
As empresas que contam com órgão de controle espe-
cífico, como bancos (regulados pelo Banco Central do Brasil) Art. 1o  Ocultar ou dissimular a natureza, origem, locali-
ou agentes de custódia, emissão, distribuição, liquidação de zação, disposição, movimentação ou propriedade de bens,
títulos ou valores imobiliários (regulados pela CVM) , empre- direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de
sas de seguro, capitalização ou previdência privada (regula- infração penal.                     (Redação dada pela Lei nº 12.683,
dos pela Susep) devem observar as regras estabelecidas pelo
de 2012)
órgão regulatório correspondente (art. 11, §1º. da Lei de Lava-
gem) e perante estes processados administrativamente. É do Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e mul-
órgão regulador o papel de normatizador e repressor.  ta.                  (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
No entanto, todas as entidades responsáveis pelos seto- § 1o  Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dis-
res sensíveis (art. 9º. da Lei) , tenham ou não órgão regulador simular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes
próprio, devem atender as requisições de informações formu- de infração penal:                    (Redação dada pela Lei nº
ladas pelo COAF. 12.683, de 2012)

39
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

I - os converte em ativos lícitos; § 2o  No processo por crime previsto nesta Lei, não se
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3
garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere; de outubro de 1941 (Código de Processo Penal) , devendo
III - importa ou exporta bens com valores não correspon- o acusado que não comparecer nem constituir advogado
dentes aos verdadeiros. ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento,
§ 2o  Incorre, ainda, na mesma pena quem:                     (Re- com a nomeação de defensor dativo.                        (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 4o  O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, di- Público ou mediante representação do delegado de polícia,
reitos ou valores provenientes de infração penal;                     (Re- ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas,
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) havendo indícios suficientes de infração penal, poderá de-
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo cretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores
conhecimento de que sua atividade principal ou secundária do investigado ou acusado, ou existentes em nome de in-
é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei. terpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou pro-
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo úni- veito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações penais
co do art. 14 do Código Penal. antecedentes.                       (Redação dada pela Lei nº
§ 4o  A pena será aumentada de um a dois terços, se 12.683, de 2012)
os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de for- § 1o  Proceder-se-á à alienação antecipada para preser-
vação do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a
ma reiterada ou por intermédio de organização crimino-
qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando
sa.                        (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) houver dificuldade para sua manutenção.                  (Reda-
§ 5o  A pena poderá ser reduzida de um a dois terços ção dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultan- § 2o  O juiz determinará a liberação total ou parcial dos
do-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer bens, direitos e valores quando comprovada a licitude de
tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e
ou partícipe colaborar espontaneamente com as autorida- valores necessários e suficientes à reparação dos danos e
des, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas
das infrações penais, à identificação dos autores, coautores decorrentes da infração penal.                     (Redação dada
e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 3o  Nenhum pedido de liberação será conhecido sem
objeto do crime.                    (Redação dada pela Lei nº 12.683,
o comparecimento pessoal do acusado ou de interposta
de 2012) pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o
juiz determinar a prática de atos necessários à conservação
CAPÍTULO II de bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no §
Disposições Processuais Especiais 1o.                    (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 4o  Poderão ser decretadas medidas assecuratórias
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos sobre bens, direitos ou valores para reparação do dano de-
nesta Lei: corrente da infração penal antecedente ou da prevista nes-
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento ta Lei ou para pagamento de prestação pecuniária, multa
comum dos crimes punidos com reclusão, da competência e custas.                        (Redação dada pela Lei nº 12.683,
do juiz singular; de 2012)
Art. 4o-A.  A alienação antecipada para preservação de
II - independem do processo e julgamento das infrações
valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de
penais antecedentes, ainda que praticados em outro país, ofício, a requerimento do Ministério Público ou por soli-
cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nes- citação da parte interessada, mediante petição autônoma,
ta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento;                     que será autuada em apartado e cujos autos terão tra-
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) mitação em separado em relação ao processo principal.                       
III - são da competência da Justiça Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a § 1o  O requerimento de alienação deverá conter a re-
ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, lação de todos os demais bens, com a descrição e a es-
serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autár- pecificação de cada um deles, e informações sobre quem
quicas ou empresas públicas; os detém e local onde se encontram. (Incluído pela Lei nº
b) quando a infração penal antecedente for de compe- 12.683, de 2012)
tência da Justiça Federal.                         (Redação dada pela § 2o  O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos
Lei nº 12.683, de 2012) apartados, e intimará o Ministério Público.  (Incluído pela
§ 1o  A denúncia será instruída com indícios suficientes Lei nº 12.683, de 2012)
da existência da infração penal antecedente, sendo puní- § 3o  Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergên-
veis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou cias sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homo-
isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração logará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alie-
nados em leilão ou pregão, preferencialmente eletrônico,
penal antecedente.                       (Redação dada pela Lei nº
por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da
12.683, de 2012)
avaliação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)

40
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 4o  Realizado o leilão, a quantia apurada será deposi- § 10.  Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal
tada em conta judicial remunerada, adotando-se a seguin- condenatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso, da
te disciplina:  (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) União ou do Estado:                   (Incluído pela Lei nº 12.683,
I - nos processos de competência da Justiça Federal e de 2012)
da Justiça do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, I - a perda dos valores depositados na conta remunerada
de 2012) e da fiança;                     (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica II - a perda dos bens não alienados antecipadamen-
Federal ou em instituição financeira pública, mediante do- te e daqueles aos quais não foi dada destinação prévia; e                        
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
cumento adequado para essa finalidade; (Incluída pela Lei
III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90
nº 12.683, de 2012)
(noventa) dias após o trânsito em julgado da sentença conde-
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica natória, ressalvado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé.                       
Federal ou por outra instituição financeira pública para a (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de § 11.  Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10
qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) ho- deste artigo serão adjudicados ou levados a leilão, depositan-
ras; e  (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) do-se o saldo na conta única do respectivo ente.                      (In-
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Fede- cluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
ral ou por instituição financeira pública serão debitados à § 12.  O juiz determinará ao registro público competente
Conta Única do Tesouro Nacional, em subconta de restitui- que emita documento de habilitação à circulação e utilização
ção;                    (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) dos bens colocados sob o uso e custódia das entidades a que
II - nos processos de competência da Justiça dos Esta- se refere o caput deste artigo.                   (Incluído pela Lei nº
dos:                    (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados em instituição finan- § 13.  Os recursos decorrentes da alienação antecipada de
ceira designada em lei, preferencialmente pública, de cada bens, direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de
Estado ou, na sua ausência, em instituição financeira públi- drogas e que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação
ca da União;                  (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) nos termos desta Lei permanecem submetidos à disciplina
b) os depósitos serão repassados para a con- definida em lei específica.                         (Incluído pela Lei nº
ta única de cada Estado, na forma da respectiva legisla- 12.683, de 2012) 
ção.                    (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) Art. 4o-B.  A ordem de prisão de pessoas ou as medidas
§ 5o  Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão ser sus-
pensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua
depósito, após o trânsito em julgado da sentença proferida
execução imediata puder comprometer as investigações.                      
na ação penal, será:                      (Incluído pela Lei nº 12.683,
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
de 2012)
Art. 5o  Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz,
I - em caso de sentença condenatória, nos processos ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa física ou jurídica
de competência da Justiça Federal e da Justiça do Distri- qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores
to Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio sujeitos a medidas assecuratórias, mediante termo de com-
da União, e, nos processos de competência da Justiça promisso.                   (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Estadual, incorporado ao patrimônio do Estado respecti- Art. 6o  A pessoa responsável pela administração dos
vo;                    (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) bens:                           (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - em caso de sentença absolutória extintiva de pu- I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será
nibilidade, colocado à disposição do réu pela institui- satisfeita com o produto dos bens objeto da administração;
ção financeira, acrescido da remuneração da conta judi- II - prestará, por determinação judicial, informações pe-
cial.                  (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) riódicas da situação dos bens sob sua administração, bem
§ 6o  A instituição financeira depositária manterá con- como explicações e detalhamentos sobre investimentos e re-
trole dos valores depositados ou devolvidos.                   (In- investimentos realizados.
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012) Parágrafo único.  Os atos relativos à administração dos
§ 7o  Serão deduzidos da quantia apurada no leilão to- bens sujeitos a medidas assecuratórias serão levados ao co-
dos os tributos e multas incidentes sobre o bem alienado, nhecimento do Ministério Público, que requererá o que en-
sem prejuízo de iniciativas que, no âmbito da competência tender cabível.                       (Redação dada pela Lei nº 12.683,
de cada ente da Federação, venham a desonerar bens sob de 2012)
constrição judicial daqueles ônus.                         (Incluído
pela Lei nº 12.683, de 2012) CAPÍTULO III
§ 8o  Feito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, Dos Efeitos da Condenação
os autos da alienação serão apensados aos do processo
principal.                       (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no
§ 9o  Terão apenas efeito devolutivo os recursos inter- Código Penal:
postos contra as decisões proferidas no curso do procedi- I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos
de competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, di-
mento previsto neste artigo.                      (Incluído pela Lei
reitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à práti-
nº 12.683, de 2012)
ca dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados

41
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, nego-
terceiro de boa-fé;                         (Redação dada pela Lei nº ciação, intermediação ou administração de títulos ou valores
12.683, de 2012) mobiliários.
II - a interdição do exercício de cargo ou função pública Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou fu-
de administração ou de gerência das pessoas jurídicas refe- turos e os sistemas de negociação do mercado de balcão or-
ridas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de ganizado;                          (Redação dada pela Lei nº 12.683,
liberdade aplicada. de 2012)
§ 1o  A União e os Estados, no âmbito de suas compe- II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entida-
tências, regulamentarão a forma de destinação dos bens, des de previdência complementar ou de capitalização;
direitos e valores cuja perda houver sido declarada, assegu- III - as administradoras de cartões de credenciamento ou
rada, quanto aos processos de competência da Justiça Fe- cartões de crédito, bem como as administradoras de consór-
deral, a sua utilização pelos órgãos federais encarregados cios para aquisição de bens ou serviços;
da prevenção, do combate, da ação penal e do julgamento IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de
cartão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou
dos crimes previstos nesta Lei, e, quanto aos processos de
equivalente, que permita a transferência de fundos;
competência da Justiça Estadual, a preferência dos órgãos
V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e
locais com idêntica função.                      (Incluído pela Lei
as de fomento comercial (factoring) ;
nº 12.683, de 2012)
VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro
§ 2o  Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja ou quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços,
perda em favor da União ou do Estado for decretada serão ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante
inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade públi- sorteio ou método assemelhado;
ca, se houver interesse na sua conservação. (Incluído pela Lei VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros
nº 12.683, de 2012) que exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste
CAPÍTULO IV artigo, ainda que de forma eventual;
Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes Prati- VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa
cados no Estrangeiro de autorização de órgão regulador dos mercados financeiro,
Art. 8o  O juiz determinará, na hipótese de existência de de câmbio, de capitais e de seguros;
tratado ou convenção internacional e por solicitação de auto- IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estran-
ridade estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre geiras, que operem no Brasil como agentes, dirigentes, pro-
bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos no art. curadoras, comissionárias ou por qualquer forma represen-
1o praticados no estrangeiro.                       (Redação dada pela tem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das
Lei nº 12.683, de 2012) atividades referidas neste artigo;
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemen- X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam ativida-
te de tratado ou convenção internacional, quando o governo des de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis;                      
do país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Brasil. XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem
§ 2o  Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos jóias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e antigüi-
ou valores privados sujeitos a medidas assecuratórias por soli- dades.
citação de autoridade estrangeira competente ou os recursos XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem
provenientes da sua alienação serão repartidos entre o Estado bens de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercia-
requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o lização ou exerçam atividades que envolvam grande volume
de recursos em espécie;                     (Redação dada pela Lei
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.                     (Redação
nº 12.683, de 2012)
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos;                    
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
CAPÍTULO V
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, con-
DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE tadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qual-
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) quer natureza, em operações                : (Incluído pela Lei nº
12.683, de 2012)
Art. 9o  Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos co-
11 as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter per- merciais ou industriais ou participações societárias de qual-
manente ou eventual, como atividade principal ou acessória, quer natureza;                        (Incluída pela Lei nº 12.683, de
cumulativamente ou não:                    (Redação dada pela Lei 2012)
nº 12.683, de 2012) b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros
I - a captação, intermediação e aplicação de recursos fi- ativos;                     (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
nanceiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupan-
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro ça, investimento ou de valores mobiliários;                    (In-
como ativo financeiro ou instrumento cambial; cluída pela Lei nº 12.683, de 2012)

42
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de § 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efe-
qualquer natureza, fundações, fundos fiduciários ou estrutu- tuado também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes
ras análogas;                    (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário,
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; operações com uma mesma pessoa, conglomerado ou gru-
e                       (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) po que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos autoridade competente.
relacionados a atividades desportivas ou artísticas profissio- Art. 10A. O Banco Central manterá registro centraliza-
nais;                       (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) do formando o cadastro geral de correntistas e clientes de
XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promo- instituições financeiras, bem como de seus procuradores.                    
ção, intermediação, comercialização, agenciamento ou ne- (Incluído pela Lei nº 10.701, de 2003)
gociação de direitos de transferência de atletas, artistas ou
feiras, exposições ou eventos similares; (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO VII
12.683, de 2012) Da Comunicação de Operações Financeiras
XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; (In-
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem
I - dispensarão especial atenção às operações que, nos
bens de alto valor de origem rural ou animal ou interme-
termos de instruções emanadas das autoridades compe-
deiem a sua comercialização; e                        (Incluído pela
Lei nº 12.683, de 2012) tentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes
XVIII - as dependências no exterior das entidades men- previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se;
cionadas neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, rela- II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar
tivamente a residentes no País.                    (Incluído pela Lei ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual
nº 12.683, de 2012) se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) ho-
ras, a proposta ou realização:                   (Redação dada pela
CAPÍTULO VI Lei nº 12.683, de 2012)
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de a) de todas as transações referidas no inciso II do art.
Registros 10, acompanhadas da identificação de que trata o inciso I
do mencionado artigo; e                      (Redação dada pela
Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º: Lei nº 12.683, de 2012)
I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atua- b) das operações referidas no inciso I;                   (Re-
lizado, nos termos de instruções emanadas das autoridades dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
competentes; III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fisca-
II - manterão registro de toda transação em moeda na- lizador da sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na pe-
cional ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de riodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, a
crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido não ocorrência de propostas, transações ou operações
em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade passíveis de serem comunicadas nos termos do inciso II.                   
competente e nos termos de instruções por esta expedidas; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - deverão adotar políticas, procedimentos e contro- § 1º As autoridades competentes, nas instruções refe-
les internos, compatíveis com seu porte e volume de opera- ridas no inciso I deste artigo, elaborarão relação de ope-
ções, que lhes permitam atender ao disposto neste artigo e rações que, por suas características, no que se refere às
no art. 11, na forma disciplinada pelos órgãos competentes;                     partes envolvidas, valores, forma de realização, instrumen-
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) tos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou
IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atuali-
legal, possam configurar a hipótese nele prevista.
zado no órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma pre-
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) , na
vista neste artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou
forma e condições por eles estabelecidas; (Incluído pela Lei
nº 12.683, de 2012) administrativa.
V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf § 3o  O Coaf disponibilizará as comunicações recebi-
na periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, das com base no inciso II do caput aos respectivos órgãos
cabendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das infor- responsáveis pela regulação ou fiscalização das pessoas a
mações prestadas.                      (Incluído pela Lei nº 12.683, que se refere o art. 9o.                   (Redação dada pela Lei
de 2012) nº 12.683, de 2012)
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa ju- Art. 11-A.  As transferências internacionais e os saques
rídica, a identificação referida no inciso I deste artigo deverá em espécie deverão ser previamente comunicados à insti-
abranger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem tuição financeira, nos termos, limites, prazos e condições
como seus proprietários. fixados pelo Banco Central do Brasil.                    (Incluído
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II pela Lei nº 12.683, de 2012)
deste artigo deverão ser conservados durante o período mí-
nimo de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da
conclusão da transação, prazo este que poderá ser ampliado
pela autoridade competente.

43
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

CAPÍTULO VIII § 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pes-


Da Responsabilidade Administrativa soas mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão
próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF,
Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos competindo-lhe, para esses casos, a definição das pessoas
administradores das pessoas jurídicas, que deixem de cum- abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas no art. 12.
prir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplica- § 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanis-
das, cumulativamente ou não, pelas autoridades compe- mos de cooperação e de troca de informações que viabilizem
tentes, as seguintes sanções: ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissi-
I - advertência; mulação de bens, direitos e valores.
II - multa pecuniária variável não superior:                      (Re- § 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administra-
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) ção Pública as informações cadastrais bancárias e financeiras
a) ao dobro do valor da operação;                    (Incluída de pessoas envolvidas em atividades suspeitas.                   (In-
pela Lei nº 12.683, de 2012) cluído pela Lei nº 10.701, de 2003)
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumi- Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes
velmente seria obtido pela realização da operação; ou                       para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando con-
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) cluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de funda-
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) dos indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
;                      (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) Art. 16.  O Coaf será composto por servidores públicos
III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, de reputação ilibada e reconhecida competência, designados
para o exercício do cargo de administrador das pessoas ju- em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os inte-
rídicas referidas no art. 9º; grantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central do
IV - cassação ou suspensão da autorização para Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Superinten-
o exercício de atividade, operação ou funcionamento.                      dência de Seguros Privados, da Procuradoria-Geral da Fa-
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) zenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal do Brasil,
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregulari- da Agência Brasileira de Inteligência, do Ministério das Re-
dade no cumprimento das instruções referidas nos incisos
lações Exteriores, do Ministério da Justiça, do Departamen-
I e II do art. 10.
to de Polícia Federal, do Ministério da Previdência Social e
§ 2o  A multa será aplicada sempre que as pessoas referi-
da Controladoria-Geral da União, atendendo à indicação
das no art. 9o, por culpa ou dolo:                     (Redação dada
dos respectivos Ministros de Estado.                  (Redação
pela Lei nº 12.683, de 2012)
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de ad-
§ 1º O Presidente do Conselho será nomeado pelo Pre-
vertência, no prazo assinalado pela autoridade competente;
sidente da República, por indicação do Ministro de Estado
II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10;                     
da Fazenda.
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a re- § 2o  Caberá recurso das decisões do Coaf relativas às
quisição formulada nos termos do inciso V do art. 10;                      aplicações de penas administrativas ao Conselho de Recur-
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) sos do Sistema Financeiro Nacional.   (Redação dada pela
IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a co- Lei nº 13.506, de 2017)
municação a que se refere o art. 11. Art. 17. O COAF terá organização e funcionamento de-
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando fo- finidos em estatuto aprovado por decreto do Poder Exe-
rem verificadas infrações graves quanto ao cumprimento das cutivo.
obrigações constantes desta Lei ou quando ocorrer reinci-
dência específica, devidamente caracterizada em transgres- CAPÍTULO X
sões anteriormente punidas com multa. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos DISPOSIÇÕES GERAIS 
de reincidência específica de infrações anteriormente puni- (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
das com a pena prevista no inciso III do caput deste artigo.
Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções Art. 17-A.  Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições
previstas neste Capítulo será regulado por decreto, assegura- do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código
dos o contraditório e a ampla defesa. de Processo Penal) , no que não forem incompatíveis com
CAPÍTULO IX esta Lei.               (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras Art. 17-B.  A autoridade policial e o Ministério Público
terão acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do in-
Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o vestigado que informam qualificação pessoal, filiação e en-
Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, com dereço, independentemente de autorização judicial, manti-
a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, rece- dos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas
ber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de ativida- instituições financeiras, pelos provedores de internet e pe-
des ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo da competência las administradoras de cartão de crédito.                  (Incluí-
de outros órgãos e entidades. do pela Lei nº 12.683, de 2012)

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 17-C.  Os encaminhamentos das instituições fi- Respeitar a ordem constitucional, neste caso específico,
nanceiras e tributárias em resposta às ordens judiciais de revela enorme dificuldade no efetivo combate à lavagem de
quebra ou transferência de sigilo deverão ser, sempre que dinheiro, isto porque enquanto os agentes criminosos não
determinado, em meio informático, e apresentados em ar- têm limitações na realização de suas condutas, o Estado tem
quivos que possibilitem a migração de informações para os de respeitar os direitos fundamentais.
autos do processo sem redigitação.               (Incluído pela Por tudo quanto exposto, concluímos que para o êxito
Lei nº 12.683, de 2012) nas operações de combate à lavagem de dinheiro, e, por
Art. 17-D.  Em caso de indiciamento de servidor pú- conseguinte, na recuperação de ativos, é necessária reforma
blico, este será afastado, sem prejuízo de remuneração legislativa que atinja as normas-chave, aprofundamento de
e demais direitos previstos em lei, até que o juiz compe- programas de capacitação de autoridades e servidores, bem
tente autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno.               como da especialização de juízos e unidades do Ministério
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) Público e da Polícia.
Art. 17-E.  A Secretaria da Receita Federal do Brasil
conservará os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo
mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir do início do
exercício seguinte ao da declaração de renda respectiva ou CIRCULAR BACEN 3.461/2009 E SUAS
ao do pagamento do tributo.                      (Incluído pela Lei ALTERAÇÕES
nº 12.683, de 2012)
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
cação.
Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e CIRCULAR Nº 3.461
110º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Consolida as regras sobre os procedimentos a serem
Iris Rezende adotados na prevenção e combate às atividades relaciona-
Luiz Felipe Lamprideia das com os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março
Pedro Malan de 1998.
Este texto não substitui o publicado no DOU de
4.3.1998 A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em
A fim de garantir o uso, movimentação, ocultação e sessão realizada em 23 de julho de 2009, com base no
disposição de ativos oriundos das mais variadas espécies disposto nos arts. 10, inciso IX, e 11, inciso VII, da Lei nº
4.595, de 31 de dezembro de 1964, 10 e 11 da Lei nº 9.613,
do comércio criminoso, surge a lavagem de dinheiro, com
de 3 de março de 1998, e tendo em vista o disposto na
o intuito de evitar que se descubra a cadeia criminal, bem
Convenção Internacional para Supressão do Financiamento
como a identificação de seus agentes.
do Terrorismo, adotada pela Assembléia-Geral das Nações
A lavagem de capitais é uma forma genérica de refe-
Unidas em 9 de dezembro de 1999, promulgada por meio
rir-se ao processo ou conjunto de operações de ocultar a
do Decreto nº 5.640, de 26 de dezembro de 2005,
origem do dinheiro ou dos bens resultantes das atividades
delitivas e integrá-los no sistema econômico ou financeiro, D E C I D I U:
em operações capazes de converter o dinheiro sujo em di-
nheiro limpo. Art. 1º As instituições financeiras e demais instituições
Considerando que a lavagem de capitais é um procedi- autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem
mento complexo, vários são os métodos ou fases utilizados implementar políticas, procedimentos e controles internos,
com a finalidade de lavar o dinheiro: ocultação, mascara- de forma compatível com seu porte e volume de opera-
mento e integração. ções, destinados a prevenir sua utilização na prática dos
Seguindo a mesma tendência mundial e diante dos ín- crimes de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998.
dices de ocorrências envolvendo crime organizado, desvio (Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
e lavagem de dinheiro, e da inserção destes temas no rol
de destaque da construção dogmática e da política crimi- § 1º As políticas de que trata o caput devem:
nal, houve nítido interesse do Direito Penal Brasileiro em
atingir um efetivo controle da circulação de capitais e suas I- especificar, em documento interno, as responsabili-
origens, por meio da criminalização desta multimenciona- dades dos integrantes de cada nível hierárquico da insti-
da conduta. tuição;
A exemplo e por imposição das comunidades internacio-
nais, bem como em razão da globalização do mundo moder- II- contemplar a coleta e registro de informações tem-
no, em 1998 foi editada a Lei Especial nº. 9.613, destinada a pestivas sobre clientes, que permitam a identificação dos
coibir as ações dos chamados “lavadores de dinheiro”. riscos de ocorrência da prática dos mencionados crimes;
Ocorre que há alguns pontos controvertidos que, alme-
jando asseverar a pena, suprimiram direitos fundamentais, III- definir os critérios e procedimentos
tais como proibição de fiança e inversão do Ônus da Prova para seleção, treinamento e acompanhamento da
em relação à ilicitude dos bens que foram objeto de apreen- situação econômico-financeira dos empregados da insti-
são e ao seqüestro. tuição;

45
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

IV- incluir a análise prévia de novos produtos e ser- I- qualificação do cliente:


viços, sob a ótica da prevenção dos mencionados crimes;
a) pessoas naturais: nome completo, filiação, naciona-
V- ser aprovadas pelo conselho de administração ou, lidade, data e local do nascimento, documento de identi-
na sua ausência, pela diretoria da instituição; ficação (tipo, número, data de emissão e órgão expedidor)
e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
VI- receber ampla divulgação interna. ;e

§ 2º Os procedimentos de que trata o caput devem b) pessoas jurídicas: firma ou denominação social, ati-
incluir medidas prévia e expressamente estabelecidas, que vidade principal, forma e data de constituição, informações
permitam: referidas na alínea “a” que qualifiquem e autorizem os ad-
ministradores, mandatários ou prepostos, número de ins-
I- confirmar as informações cadastrais dos clientes e crição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e
identificar os beneficiários finais das operações; dados dos atos constitutivos devidamente registrados na
forma da lei;

(Inciso I com redação dada pela Circular nº 3.654, de


II- possibilitar a caracterização ou não de clientes como 27/3/2013.)
pessoas politicamente
expostas.

§ 3º Para os fins desta circular, considera-se cliente II- endereços residencial e comercial completos; (Reda-
eventual ou permanente qualquer pessoa natural ou jurí- ção dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
dica com a qual seja mantido, respectivamente em caráter
eventual ou permanente, relacionamento destinado à pres-
III- número do telefone e código de Discagem Direta a
tação de serviço financeiro ou à realização de operação fi-
Distância (DDD) ; (Redação dada pela Circular nº 3.654, de
nanceira.
27/3/2013.)
§ 4º Os procedimentos de que trata o caput devem ser
IV- valores de renda mensal e patrimônio, no caso de
reforçados para início de relacionamento com:
pessoas naturais, e de faturamento médio mensal referente
I- instituições financeiras, representantes ou corres- aos doze meses anteriores, no caso de pessoas jurídicas; e
pondentes localizados no exterior, especialmente em paí- (Incluído pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
ses, territórios e dependências que não adotam procedi-
mentos de registro e controle similares aos definidos nesta V- declaração firmada sobre os propósitos e a natureza
circular; da relação de negócio com a instituição. (Incluído pela Cir-
cular nº 3.654, de 27/3/2013.)
II- clientes cujo contato seja efetuado por meio ele-
trônico, mediante correspondentes no País ou por outros § 1º As informações relativas a cliente pessoa natural
meios indiretos. devem abranger as pessoas naturais autorizadas a repre-
sentá-la.
§ 5º As políticas e procedimentos internos de controle
de que trata o caput devem ser implementados também § 2º As informações cadastrais relativas a cliente pes-
pelas dependências e subsidiárias situadas no exterior das soa jurídica devem abranger as pessoas naturais autoriza-
instituições financeiras e demais instituições autorizadas a das a representá-la, bem como a cadeia de participação so-
funcionar pelo Banco Central do Brasil. (Incluído pela Circu- cietária, até alcançar a pessoa natural caracterizada como
lar nº 3.583, de 12/3/2012) beneficiário final.

§ 6º O diretor responsável pela implementação e cum- § 3º Excetuam-se do disposto no § 2º as pessoas ju-


primento das medidas estabelecidas nesta Circular, nos ter- rídicas constituídas sob a forma de companhia aberta ou
mos do art. 18, deve informar por escrito ao Banco Central entidade sem fins lucrativos, para as quais as informações
do Brasil sobre a existência de legislação ou regulamen- cadastrais devem abranger as pessoas naturais autorizadas
tação que impeça ou limite a aplicação do disposto no § a representá-las, bem como seus controladores, adminis-
5º a suas dependências e subsidiárias situadas no exterior. tradores e diretores, se houver.
(Incluído pela Circular nº 3.583, de 12/3/2012)
§ 4º As informações cadastrais relativas a cliente fundo
Manutenção de Informações Cadastrais Atualizadas de investimento devem incluir a respectiva denominação,
número de inscrição no CNPJ, bem como as informações
Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º devem de que tratam os incisos I a III relativas às pessoas respon-
coletar e manter atualizadas as informações cadastrais de sáveis por sua administração. (Redação dada pela Circular
seus clientes permanentes, incluindo, no mínimo: nº 3.654, de 27/3/2013.)

46
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 5º As instituições mencionadas no art. 1º devem rea- c) de presidente, vice-presidente e diretor, ou equiva-


lizar testes de verificação, com periodicidade máxima de lentes, de autarquias, fundações públicas, empresas públi-
um ano, que assegurem a adequação dos dados cadastrais cas ou sociedades de economia mista;
de seus clientes.
d) do Grupo Direção e Assessoramento Superiores
Art. 3º As instituições mencionadas no art. 1º devem (DAS) , nível 6, ou
obter as seguintes informações cadastrais de seus clientes equivalentes;
eventuais, do proprietário e do destinatário dos recursos
envolvidos na operação ou serviço financeiro: III- os membros do Conselho Nacional de Justiça, do
Supremo Tribunal Federal, dos tribunais superiores, dos tri-
I- quando pessoa natural, o nome completo e o nú- bunais regionais federais, do trabalho e eleitorais, do Con-
mero de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ; e selho Superior da Justiça do Trabalho e do Conselho da
(Redação dada pela Circular nº 3.517, de 7/12/2010.) Justiça Federal; (Redação dada pela Circular nº 3.654, de
27/3/2013.)
II- quando pessoa jurídica, a razão social e número de
inscrição no CNPJ. IV- os membros do Conselho Nacional do Ministério
Público, o Procurador- Geral da República, o Vice-Procu-
Parágrafo único. Admite-se o desenvolvimento de pro- rador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho,
cedimento interno destinado à identificação de operações o Procurador-Geral da Justiça Militar, os Subprocuradores-
ou serviços financeiros eventuais que apresentem baixo -Gerais da República e os Procuradores- Gerais de Justiça
risco de utilização para lavagem de dinheiro ou de finan- dos Estados e do Distrito Federal;
ciamento ao terrorismo, para os quais é dispensada a exi-
gência de obtenção das informações cadastrais de clientes, V- os membros do Tribunal de Contas da União e o
ressalvado o cumprimento do disposto nos demais artigos Procurador-Geral do Ministério Público junto ao Tribunal
desta circular. (Redação dada pela Circular nº 3.517, de de Contas da União;
7/12/2010.)
VI- os governadores de Estado e do Distrito Federal,
Pessoas Expostas Politicamente (PEP) os presidentes de tribunal de justiça, de assemblideia e câ-
mara legislativa, os presidentes de tribunal de contas de
Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º devem ob- Estado, do
ter de seus clientes permanentes informações que permi-
tam caracterizá-los ou não como pessoas expostas politica-
mente (PEP) e identificar a origem dos fundos envolvidos
Distrito Federal e de Município, e de conselho de con-
nas transações dos clientes assim caracterizados. (Redação
tas dos Municípios; (Redação dada pela Circular nº 3.654,
dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
de 27/3/2013.)
§ 1º Consideram-se PEP os agentes públicos que de-
VII- os prefeitos e presidentes de Câmara Municipal de
sempenham ou tenham desempenhado, nos últimos cin-
capitais de Estados.
co anos, no Brasil ou em países, territórios e dependências
estrangeiros, cargos, empregos ou funções públicas rele- § 3º No caso de clientes estrangeiros, para fins do dis-
vantes, assim como seus representantes, familiares e outras posto no caput, as instituições mencionadas no art. 1º de-
pessoas de seu relacionamento próximo. (Redação dada vem adotar pelo menos uma das seguintes providências:
pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito da
§ 2º No caso de clientes brasileiros, devem ser abran- sua classificação; II - recorrer a informações publicamente
gidos: disponíveis;
III- consultar bases de dados comerciais sobre PEP; e
I- os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Exe- (Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
cutivo e Legislativo da
União; IV- considerar como PEP a pessoa que exerce ou exer-
ceu funções públicas proeminentes em um país estrangei-
II- os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União: ro, tais como chefes de estado ou de governo, políticos
de alto nível, altos servidores governamentais, judiciais, do
a) de ministro de estado ou equiparado; legislativo ou militares, dirigentes de empresas públicas ou
dirigentes de partidos políticos. (Redação dada pela Circu-
b) de natureza especial ou equivalente; lar nº 3.654, de 27/3/2013.)

47
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 4º O prazo de cinco anos referido no § 1º deve ser § 2º O sistema de registro deve permitir a identificação:
contado, retroativamente, a partir da data de início da re-
lação de negócio ou da data em que o cliente passou a se I- das operações que, realizadas com uma mesma pes-
enquadrar como PEP. (Redação dada pela Circular nº 3.654, soa, conglomerado financeiro ou grupo, em um mesmo
de 27/3/2013.) mês calendário, superem, por instituição ou entidade, em
seu conjunto, o valor de R$10.000,00 (dez mil reais) ;
§ 5º Para efeito do § 1º são considerados familiares os
parentes, na linha reta, até o primeiro grau, o cônjuge, o II- das operações que, por sua habitualidade, valor ou
companheiro, a companheira, o enteado e a enteada. forma, configurem artifício que objetive burlar os mecanis-
mos de identificação, controle e registro.
§ 6º No caso de relação de negócio com cliente estran-
geiro que também seja cliente de instituição estrangeira Registros de Depósitos em Cheque, Liquidação de
fiscalizada por entidade governamental assemelhada ao Cheques Depositados em Outra Instituição Financeira e da
Banco Central do Brasil, admite-se que as providências em Utilização de Instrumentos de Transferência de Recursos
relação a PEP sejam adotadas pela instituição estrangeira,
desde que assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem
aos respectivos dados e procedimentos adotados. (Reda- manter registros específicos das operações de transferên-
ção dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.) cia de recursos.

§ 7º As operações ou propostas de operações que pos- § 1º O sistema de registro deve permitir a identificação:
suam PEP como parte envolvida serão sempre consideradas
como merecedoras de especial atenção, conforme previsto I- das operações referentes ao acolhimento em depó-
no art. 10. (Incluído pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.) sitos de Transferência Eletrônica Disponível (TED) , de che-
que, cheque administrativo, cheque ordem de pagamento
e outros documentos compensáveis de mesma natureza, e
§ 8º O disposto neste artigo também se aplica a pes-
à liquidação de cheques depositados em outra instituição
soa que exerce ou exerceu função de alta administração
financeira;
em uma organização internacional de qualquer natureza,
assim considerados diretores, subdiretores, membros de
II- das emissões de cheque administrativo, de cheque
conselho ou funções equivalentes. (Incluído pela Circular
ordem de pagamento, de ordem de pagamento, de Docu-
nº 3.654, de 27/3/2013.)
mento de Crédito (DOC) , de TED e de outros instrumentos
de transferência de recursos, quando de valor superior a
R$1.000,00 (mil reais) .
Início ou Prosseguimento de Relação de Negócio

Art. 5º As instituições de que trata o art. 1º somente § 2º Os registros de que trata o inciso I do § 1º efetua-
devem iniciar qualquer relação de negócio ou dar pros- dos por instituição depositária devem conter, no mínimo,
seguimento a relação já existente com o cliente se obser- os dados relativos ao valor e ao número do cheque de-
vadas as providências estabelecidas nos arts. 2º, 3º e 4º, positado, o código de compensação da instituição sacada,
conforme o caso. (Redação dada pela Circular nº 3.583, de os números da agência e da conta de depósitos sacadas.
12/3/2012.) (Redação dada pela Circular nº 3.517, de 7/12/2010.)

Registros de Serviços Financeiros e Operações Finan- § 3º Os registros de que trata o inciso I do § 1º efe-
ceiras tuados por instituição sacada devem conter, no mínimo, os
dados relativos ao valor e ao número do cheque, o código
Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem de compensação da instituição depositária, os números
manter registros de todos os serviços financeiros presta- da agência e da conta de depósitos depositárias, caben-
dos e de todas as operações financeiras realizadas com os do à instituição depositária fornecer à instituição sacada
clientes ou em seu nome. os dados relativos ao seu código de compensação e aos
números da agência e da conta de depósitos depositárias
§ 1º No caso de movimentação de recursos por clientes (Redação dada pela Circular nº 3.517, de 7/12/2010.)
permanentes, os registros devem conter informações con-
solidadas que permitam verificar: § 4º No caso de cheque utilizado em operação simultâ-
nea de saque e depósito na própria instituição sacada, com
I- a compatibilidade entre a movimentação de recursos vistas à transferência de recursos da conta de depósitos do
e a atividade econômica e capacidade financeira do cliente; emitente para conta de depósitos de terceiros, os registros
de que trata o inciso I do § 1º devem conter, no mínimo, os
II- a origem dos recursos movimentados; dados relativos ao valor e ao número do cheque sacado,
bem como aos números das agências sacada e depositária
III- os beneficiários finais das movimentações. e das respectivas contas de depósitos.

48
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 5º Os registros de que trata o inciso II do § 1º devem Registros de Cartões Pré-Pagos


conter, no mínimo, as seguintes informações:
Art. 8º As instituições de que trata o art. 1º devem
I- o tipo e o número do documento emitido, a data da manter registros específicos da emissão ou recarga de va-
operação, o nome e o número de inscrição do adquirente lores em um ou mais cartões pré-pagos.
ou remetente no CPF ou no CNPJ;
§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificação
II- quando pagos em cheque, o código de compen- da:
sação da instituição, o número da agência e da conta de
depósitos sacadas referentes ao cheque utilizado para o I- emissão ou recarga de valores em um ou mais car-
respectivo pagamento, inclusive no caso de cheque sacado tões pré-pagos, em montante acumulado igual ou superior
contra a própria instituição emissora dos instrumentos re- a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) ou o equivalente em
moeda estrangeira, no mês calendário; e (Redação dada, a
feridos neste artigo;
partir de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
III- no caso de DOC, o código de identificação da ins-
II- emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago
tituição destinatária no sistema de liquidação de transfe- que apresente indícios de ocultação ou dissimulação da
rência de fundos e os números da agência, da conta de natureza, da origem, da localização, da disposição, da mo-
depósitos depositária e o número de inscrição no CPF ou vimentação ou da propriedade de bens, direitos e valores.
no CNPJ do respectivo titular;
§ 2º Para fins do disposto no caput, define-se cartão
IV- no caso de ordem de pagamento: pré-pago como o cartão apto a receber carga ou recarga
de valores em moeda nacional ou estrangeira oriundos de
a) destinada a crédito em conta: os números da agên- pagamento em espécie, de operação cambial ou de trans-
cia destinatária e da conta de depósitos depositária; ferência a débito de contas de depósito.

b) destinada a pagamento em espécie: os números da § 3º Os registros das ocorrências de que tratam os in-
agência destinatária e de inscrição do beneficiário no CPF cisos I e II do § 1º devem conter as seguintes informações:
ou no CNPJ.
I- o nome ou razão social e o respectivo número de
§ 6º Em se tratando de operações de transferência de inscrição no CPF ou no CNPJ da pessoa natural ou jurídica
recursos envolvendo pessoa física residente no exterior de- responsável pela emissão ou recarga de valores em cartão
pré-pago, no caso de emissão ou recarga efetuada por re-
sobrigada de inscrição no CPF, na forma definida pela Se-
sidente ou domiciliado no País;
cretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) , a identificação
prevista no § 5º, incisos I e IV, alínea “b”, pode ser efetuada II- o nome, o número do passaporte e o respectivo país
pelo número do respectivo passaporte, complementada emissor, no caso de emissão ou recarga de valores em car-
com a nacionalidade da referida pessoa e, quando for o tão pré-pago efetuada por pessoa natural não residente no
caso, o organismo internacional de que seja representante País ou domiciliada no exterior;
para o exercício de funções específicas no País.
§ 7º A identificação prevista no § 5º, incisos I e IV, alínea III- o nome e o respectivo número de inscrição no CPF
“b”, não se aplica às operações de transferência de recursos da pessoa natural a quem se destina o cartão pré-pago;
envolvendo pessoa jurídica com domicílio ou sede no ex-
terior desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma definida IV- a identificação das instituições, das agências e das
pela RFB. contas de depósito ou de poupança debitadas, os nomes
dos titulares das contas e respectivos números de inscrição
§ 8º A instituição sacada deve informar à instituição no CPF, no caso de emissão ou recarga de valores em car-
depositária e a instituição depositária deve informar à ins- tão pré-pago oriundos de transferências a débito de contas
tituição sacada, quando requeridas, no prazo máximo de 5 de depósito ou de poupança tituladas por pessoas naturais;
(cinco) dias úteis contados a partir da data de solicitação,
os números de inscrição no CPF ou CNPJ dos titulares da V- a identificação das instituições, das agências e das
contas de depósito ou de poupança debitadas, os nomes
conta sacada e da conta depositária referentes às opera-
dos titulares das contas e respectivos números de inscri-
ções de transferência de valores efetuadas mediante che-
ção no CNPJ, bem como os nomes das pessoas naturais
que, cheque administrativo, cheque ordem de pagamento
autorizadas a movimentá-las e respectivos números de ins-
e outros documentos compensáveis de mesma natureza, e crição no CPF, no caso de emissão ou recarga de valores
à liquidação de cheques depositados em outra instituição em cartão pré-pago oriundos de transferências a débito de
financeira. (Incluído pela Circular nº 3.517, de 7/12/2010.) contas de depósito ou de poupança tituladas por pessoas
jurídicas;

49
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

VI- a data e o valor de cada emissão ou recarga de va- IV- o nome e o respectivo número de inscrição no CPF,
lores em cartão pré-pago; VII - o propósito da emissão do no caso de saque em espécie por meio de cartão pré-pago
cartão pré-pago; cujo portador seja residente ou domiciliado no País;
VIII - o nome e o respectivo número de inscrição no
CPF das pessoas naturais que representem as pessoas jurí- V- o nome e o número do passaporte e o respectivo
dicas responsáveis pela emissão ou recarga de valores em país emissor, no caso de saque em espécie por meio de
cartão pré- pago. cartão pré-pago cujo portador seja não residente no País
ou domiciliado no exterior;
Das Operações com Recursos em Espécie
VI- a data e o valor do depósito, do saque em espécie,
(Seção com redação dada, a partir de 27/12/2017, pela do saque em espécie por meio de cartão pré-pago ou do
Circular nº 3.839, de 28/6/2017.) provisionamento para saque; e (Redação dada, a partir de
27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
Art. 9º Os bancos comerciais, a Caixa Econômica Fe-
deral, os bancos múltiplos com carteira comercial ou de VII- a finalidade do saque ou do pagamento em espé-
crédito imobiliário, as sociedades de crédito imobiliário, as
cie mencionados nos incisos I e III do § 1º. (Incluído, a partir
sociedades de poupança e empréstimo e as cooperativas
de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
de crédito devem manter registros específicos das opera-
ções de depósito em espécie, saque em espécie, saque em
espécie por meio de cartão pré-pago ou pedido de provi- § 3º Na hipótese de recusa do cliente ou do sacador
sionamento para saque. não cliente em prestar a informação referida no § 2º, inciso
VII, as instituições mencionadas no caput devem registrar
§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificação o fato. (Redação dada, a partir de 27/12/2017, pela Circular
de: nº 3.839, de 28/6/2017.)

I- depósito em espécie, saque em espécie, ou saque § 4º (Revogado, a partir de 27/12/2017, pela Circular nº
em espécie por meio de cartão pré-pago, de valor igual 3.839, de 28/6/2017.)
ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) ; (Redação
dada, a partir de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de Art. 9º-A As instituições mencionadas no art. 9º devem
28/6/2017.) requerer de seus clientes e dos sacadores não clientes co-
municação prévia, com, no mínimo, três dias úteis de an-
II- depósito em espécie, saque em espécie, saque em tecedência, dos saques e pagamentos em espécie de valor
espécie por meio de cartão pré-pago ou pedido de provi- igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) de
sionamento para saque, que apresente indícios de oculta- que trata o art. 9º, § 1º, incisos I e III.
ção ou dissimulação da natureza, da origem, da localiza-
ção, da disposição, da movimentação ou da propriedade § 1º As instituições mencionadas no caput devem:
de bens, direitos e valores;
I- possibilitar a comunicação prévia por meio do sítio
III- emissão de cheque administrativo, TED ou de qual- eletrônico da instituição na internet e das agências e Postos
quer outro instrumento de transferência de fundos con- de Atendimento (Pa) ;
tra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a
R$50.000,00 (cinquenta mil reais) . (Redação dada, a partir II- emitir protocolo de atendimento ao cliente ou sa-
de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.) cador não cliente, no qual devem ser informados o valor
da operação, a dependência na qual deverá ser efetuado o
§ 2º Os registros de que trata o caput devem conter as
saque e a data programada para o saque; e
informações abaixo
indicadas:
I- o nome e o respectivo número de inscrição no CPF III- registrar, no ato da comunicação prévia, as informa-
ou no CNPJ, conforme o caso, do proprietário ou benefi- ções indicadas no art. 9º, § 2º, conforme o caso.
ciário dos recursos e da pessoa que efetuar o depósito, o
saque em espécie ou o pedido de provisionamento para
saque;
§ 2º No caso de saque em espécie a ser realizado por
II- o tipo e o número do documento, o número da ins- meio de cheque por sacador não cliente, a comunicação
tituição, da agência e da conta corrente de depósitos à vis- prévia de que trata o caput deve ser realizada exclusiva-
ta ou da conta de poupança a que se destinam os valores mente em agências e PAs.
ou de onde o valor será sacado, conforme o caso;
§ 3º O disposto neste artigo deve ser observado sem
III- o nome e o respectivo número de inscrição no CPF prejuízo do disposto no art. 2º da Resolução nº 3.695, de
ou no CNPJ, conforme o caso, dos titulares das contas refe- 26 de março de 2009.
ridas no inciso II, se na mesma instituição;

50
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

(Artigo 9º-A incluído, a partir de 27/12/2017, pela Cir- Manutenção de Informações e Registros
cular nº 3.839, de 28/6/2017.)
Art. 11. As informações e registros de que trata esta
Especial Atenção circular devem ser mantidos e conservados durante os se-
guintes períodos mínimos, contados a partir do primeiro
Art. 10. As instituições de que trata o art. 1º devem dia do ano seguinte ao do término do relacionamento com
dispensar especial atenção a: o cliente permanente ou da conclusão das operações:

I- operações ou propostas cujas características, no que I- 10 (dez) anos, para as informações e registros de que
se refere às partes envolvidas, valores, formas de realização trata o art. 7º;
e instrumentos utilizados, ou que, pela falta de fundamen-
to econômico ou legal, indiquem risco de ocorrência dos II- 5 (cinco) anos, para as informações e registros de
que tratam os arts. 6º, 8º e
crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998, ou com eles re-
9º.
lacionados;
III- 5 (cinco) anos, para as informações cadastrais de-
II- propostas de início de relacionamento e operações finidas nos arts. 2º e 3º. (Incluído pela Circular nº 3.517, de
com pessoas politicamente expostas de nacionalidade bra- 7/12/2010.)
sileira e as oriundas de países com os quais o Brasil possua
elevado número de transações financeiras e comerciais, Parágrafo único. As informações de que trata o art.
fronteiras comuns ou proximidade étnica, linguística ou 2º devem ser mantidas e conservadas juntamente com
política; o nome da pessoa incumbida da atualização cadastral, o
nome do gerente responsável pela conferência e confirma-
III- indícios de burla aos procedimentos de identifica- ção das informações prestadas e a data de início do rela-
ção e registro estabelecidos cionamento com o cliente permanente.
nesta circular;
Comunicações ao Coaf
IV- clientes e operações em que não seja possível iden-
tificar o beneficiário final; Art. 12. As instituições de que trata o art. 1º devem co-
municar ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras
V- operações oriundas ou destinadas a países ou ter- (Coaf) , na forma determinada pelo Banco Central do Brasil:
ritórios que aplicam insuficientemente as recomendações
do Gafi, conforme informações divulgadas pelo Banco I- as ocorrências de que trata o art. 8º, § 1º, inciso I, no
Central do Brasil; e (Redação dada pela Circular nº 3.517, caso de operações em espécie; (Redação dada, a partir de
de 7/12/2010.) 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)

VI- situações em que não seja possível manter atualiza- II- as ocorrências de que trata o art. 9º, § 1º, incisos I
das as informações cadastrais de seus clientes. e III. (Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)

§ 1º A expressão “especial atenção” inclui os seguintes § 1º Devem também ser comunicadas ao Coaf as pro-
postas de realização das operações de que tratam os inci-
procedimentos:
sos I e II do caput e as comunicações prévias de que trata
o art. 9º-A. (Redação dada, a partir de 27/12/2017, pela
I- monitoramento contínuo reforçado, mediante a ado-
Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
ção de procedimentos mais rigorosos para a apuração de
situações suspeitas; (Redação dada pela Circular nº 3.654, § 2º As comunicações das ocorrências mencionadas no
de 27/3/2013.) caput devem ser realizadas até o dia útil seguinte àque-
le em que verificadas. (Incluído pela Circular nº 3.654, de
II- análise com vistas à verificação da necessidade das 27/3/2013.)
comunicações de que tratam os arts. 12 e 13;
Art. 13. As instituições de que trata o art. 1º devem co-
III- avaliação da alta gerência quanto ao interesse no municar ao Coaf, na forma determinada pelo Banco Central
início ou manutenção do relacionamento com o cliente. do Brasil:

I- as operações realizadas ou serviços prestados cujo


valor seja igual ou superior a R$10.000,00 (dez mil reais)
§ 2º Considera-se alta gerência qualquer detentor de e que, considerando as partes envolvidas, os valores, as
cargo ou função de nível hierárquico superior ao daquele formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta
ordinariamente responsável pela autorização do relaciona- de fundamento econômico ou legal, possam configurar a
mento com o cliente. existência de indícios dos crimes previstos na Lei nº 9.613,
de 1998;

51
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

II- as operações realizadas ou serviços prestados que, I- enviada em até dez dias úteis após o encerramento
por sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício do ano civil;
que objetive burlar os mecanismos de identificação, con-
trole e registro; II- considerada para fins da verificação do atendimento
ao disposto no art. 11, inciso III, da Lei nº 9.613, de 1998; e
III- as operações realizadas ou os serviços prestados,
qualquer que seja o valor, a pessoas que reconhecidamente III- fornecida, no que se refere ao art. 12, apenas pe-
tenham perpetrado ou intentado perpetrar atos terroristas las instituições que mantêm os registros mencionados nos
ou neles participado ou facilitado o seu cometimento, bem arts. 8º e 9º desta Circular.”
como a existência de recursos pertencentes ou por eles
controlados direta ou indiretamente; (Artigo 15-A incluído pela Circular nº 3.654, de
27/3/2013.)
IV- os atos suspeitos de financiamento do terrorismo.
Art. 16. As instituições de que trata o art. 1º devem
§ 1º O disposto no inciso III aplica-se também às enti-
manter, pelo prazo de 5 (cinco) anos, os documentos re-
dades pertencentes ou controladas, direta ou indiretamen-
lativos às análises de operações ou propostas que funda-
te, pelas pessoas ali mencionadas, bem como por pessoas
mentaram a decisão de efetuar ou não as comunicações de
e entidades atuando em seu nome ou sob seu comando.
que tratam os arts. 12 e 13.
§ 2º As comunicações das ocorrências de que tratam
os incisos I a IV do caput devem ser realizadas até o dia útil Procedimentos Internos de Controle
seguinte àquele em que forem verificadas. (Redação dada
pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.) Art. 17. (Revogado pela Circular nº 3.858, de
14/11/2017.)
§ 3º Devem também ser comunicadas ao Coaf as pro-
postas de realização das operações e atos descritos nos Art. 18. As instituições de que trata o art. 1º devem
incisos I a IV. indicar ao Banco Central do Brasil diretor responsável pela
implementação e cumprimento das medidas estabelecidas
Art. 14. As comunicações de que tratam os arts. 12 e nesta circular, bem como pelas comunicações de que tra-
13 deverão ser efetuadas sem que seja dada ciência aos tam os arts. 12 e 13.
envolvidos ou a terceiros. (Redação dada pela Circular nº
3.654, de 27/3/2013.) § 1º Para fins da responsabilidade de que trata o caput,
admite-se que o diretor indicado desempenhe outras fun-
§ 1º As comunicações relativas a cliente identificado ções na instituição, exceto a relativa à administração de re-
como pessoa politicamente exposta devem incluir especifi- cursos de terceiros.
camente essa informação.
§ 2º No caso de conglomerados financeiros, admite-se
§ 2º A alteração ou o cancelamento de comunicação a indicação de um diretor responsável pela implementação
efetuados após o quinto dia útil seguinte ao da sua inclu- e cumprimento das medidas estabelecidas nesta circular,
são devem ser acompanhados de justificativa da ocorrên- bem como pelas comunicações referentes às respectivas
cia. instituições integrantes.
Art. 15. As comunicações de que tratam os arts. 12 e 13 Art. 18-A. As instituições referidas no art. 1º devem
relativas a instituições integrantes de conglomerado finan-
adequar seus sistemas de controles internos ao disposto
ceiro e a instituições associadas a sistemas cooperativos de
na Lei nº 13.170, de 16 de outubro de 2015, visando ao
crédito podem ser efetuadas, respectivamente, pela insti-
acompanhamento das resoluções do Conselho de Segu-
tuição líder do conglomerado econômico e pela cooperati-
rança das Nações Unidas (CSNU) e à identificação de bens,
va central de crédito.
valores e direitos de posse ou propriedade, bem como de
Art. 15-A. As instituições de que trata o art. 1º que não todos os demais direitos, reais ou pessoais, de titularidade,
tiverem efetuado comunicações nos termos dos arts. 12 e direta ou indireta, de clientes pessoas físicas ou jurídicas
13 em cada ano civil deverão prestar declaração, por meio submetidos a sanções oriundas dessas resoluções e a essas
do Sistema de Controle de Atividades Financeiras (Siscoaf) ações de indisponibilidade.
, atestando a não ocorrência de transações passíveis de co-
municação conforme previsto nesta Circular. § 1º A existência de bens, valores e direitos menciona-
dos no caput deve ser imediatamente comunicada à Se-
Parágrafo único. A declaração mencionada no caput cretaria-Executiva (Secre) do Banco Central do Brasil e, nos
deve ser: termos definidos no art. 13, ao Coaf.

52
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 2º O disposto neste artigo se aplica ao cumprimento no uso da atribuição que confere o art. 22, inciso I, alínea
de ordens judiciais relativas às ações de indisponibilidade “a”, do Regimento Interno do Banco Central do Brasil, ane-
mencionadas no caput em decorrência de resoluções do xo à Portaria nº 29.971, de 4 de março de 2005, e tendo
CSNU, de demandas de cooperação jurídica internacional em vista esclarecer o disposto no arts. 13 e 19, inciso II, da
advindas de outras jurisdições em conformidade com a le- Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009,
gislação nacional vigente, bem como de decisões conde-
natórias relacionadas à prática de atos terroristas e demais RESOLVEM :
previsões legais.
Art. 1º As operações ou as situações descritas a seguir,
(Artigo 18-A incluído pela Circular nº 3.780, de considerando as partes envolvidas, os valores, a frequência,
21/1/2016.) as formas de realização, os instrumentos utilizados ou a fal-
ta de fundamento econômico ou legal, podem configurar
Art. 19. O Banco Central do Brasil divulgará: indícios de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613,
de 3 de março de 1998, passíveis de comunicação ao Con-
I- os procedimentos para efetuar as comunicações de selho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) :
que tratam os arts. 12 e 13;
I- situações relacionadas com operações em espécie
II- operações e situações que podem configurar indício em moeda nacional:
de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998;
a) realização de depósitos, saques, pedidos de pro-
III- situações exemplificativas de relacionamento próxi- visionamento para saque ou qualquer outro instrumento
mo, para fins do disposto de transferência de recursos em espécie, que apresentem
no art. 4º. atipicidade em relação à atividade econômica do cliente
ou incompatibilidade com a sua capacidade econômico-
Art. 20. A atualização das informações cadastrais relati- -financeira;
vas a clientes permanentes cujos relacionamentos tenham
sido iniciados antes da entrada em vigor desta circular deve b) movimentações em espécie realizadas por clientes
ser efetuada em conformidade com os testes de verificação cujas atividades possuam como característica a utilização
de que trata o § 5º do art. 2º. de outros instrumentos de transferência de recursos, tais
como cheques, cartões de débito ou crédito;
Art. 21. Esta circular entra em vigor na data de sua pu-
blicação, surtindo efeitos 30 (trinta) dias após a data de c) aumentos substanciais no volume de depósitos em
publicação para os relacionamentos com clientes perma- espécie de qualquer pessoa natural ou jurídica, sem causa
nentes ou eventuais estabelecidos a partir dessa data. aparente, nos casos em que tais depósitos forem posterior-
mente transferidos, dentro de curto período de tempo, a
Art. 22. Ficam revogadas as Circulares ns. 2.852, de 3 destino não relacionado com o cliente;
de dezembro de 1998, 3.339, de 22 de dezembro de 2006,
e 3.422, de 27 de novembro de 2008, e os arts. 1º e 2º da d) fragmentação de depósitos, em espécie, de forma a
Circular nº 3.290, de 5 de setembro de 2005. dissimular o valor total da movimentação;

e) realização de depósitos de grandes valores em espé-


cie, de forma parcelada, especialmente em regiões geográ-
ficas de maior risco, principalmente nos mesmos caixas ou
CARTA-CIRCULAR BACEN 3.542/12. terminais de autoatendimento próximos, destinados a uma
única conta ou a várias contas em municípios ou agências
distintas;
f) movimentação de recursos em espécie em municí-
CARTA CIRCULAR Nº 3.542, DE 12 DE MARÇO DE 2012 pios localizados em regiões de fronteira, que apresentem
indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com a ca-
Divulga relação de operações e situações que podem pacidade econômico-financeira do cliente;
configurar indícios de ocorrência dos crimes previstos na
Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, passíveis de comuni- g) realização de depósitos em espécie em contas de
cação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras clientes que exerçam atividade comercial relacionada com
(Coaf) . negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como
obras de arte, imóveis, barcos, joias, automóveis ou aero-
Os Chefes dos Departamentos de Prevenção a Ilícitos naves executivas;
Financeiros e de Atendimento de Demandas de Informa-
ções do Sistema Financeiro (Decic) , substituto, de Normas h) realização de saques em espécie de conta que rece-
do Sistema Financeiro (Denor) e da Gerência-Executiva de ba diversos depósitos por transferência eletrônica de várias
Normatização de Câmbio e Capitais Estrangeiros (Gence) , origens em curto período de tempo;

53
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

i) realização de depósito em espécie com cédulas úmi- d) cadastramento de várias contas em uma mesma
das, malcheirosas, mofadas, ou com aspecto de que foram data, ou em curto período, com depósitos de valores idên-
armazenadas em local impróprio ou ainda que apresentem ticos ou aproximados, ou com outros elementos em co-
marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas mum, tais como origem dos recursos, titulares, procurado-
em maços desorganizados e não uniformes; e res, sócios, endereço, número de telefone, etc;

j) realização de depósitos ou troca de grandes quanti- e) realização de operações em que não seja possível
dades de cédulas de pequeno valor, realizados por pessoa identificar o beneficiário final, observados os procedimen-
natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não tenha tos definidos na regulamentação vigente;
como característica recebimentos de grandes quantias de
recursos em espécie; f) informação de mesmo endereço comercial por dife-
rentes pessoas jurídicas ou organizações, sem justificativa
II- situações relacionadas com operações em espécie razoável para tal ocorrência;
em moeda estrangeira e cheques
g) representação de diferentes pessoas jurídicas ou or-
de viagem:
ganizações pelos mesmos procuradores ou representantes
legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência;
a) movimentação de recursos em espécie em moeda
estrangeira ou cheques de viagem, que apresente atipici- h) informação de mesmo endereço residencial ou co-
dade em relação à atividade econômica do cliente ou in- mercial por pessoas naturais, sem demonstração da exis-
compatibilidade com a sua capacidade econômico-finan- tência de relação familiar ou comercial; e
ceira;
i) incompatibilidade da atividade econômica ou fatura-
b) negociações de moeda estrangeira em espécie, em mento informados com o padrão apresentado por clientes
municípios localizados em regiões de fronteira, que não com o mesmo perfil;
apresentem compatibilidade com a natureza declarada da
operação; IV- situações relacionadas com a movimentação de
contas:
c) negociações de moeda estrangeira em espécie ou
cheques de viagem denominados em moeda estrangeira, a) movimentação de recursos incompatível com o pa-
que não apresentem compatibilidade com a natureza de- trimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional
clarada da operação; e a capacidade financeira do cliente;

d) negociações de moeda estrangeira em espécie ou b) transferências de valores arredondados na unidade


cheques de viagem denominados em moeda estrangeira, de milhar ou que estejam um pouco abaixo do limite para
realizadas por diferentes pessoas naturais, não relacionadas notificação de operações;
entre si, que informem o mesmo endereço residencial; e
c) movimentação de recursos de alto valor, de forma
e) recebimentos de moeda estrangeira em espécie, por contumaz, em benefício de
pessoas naturais residentes no exterior, transitoriamente terceiros;
no País, decorrentes de ordens de pagamento a seu favor
ou da utilização de cartão de uso internacional, sem a evi- d) manutenção de numerosas contas destinadas ao
acolhimento de depósitos em nome de um mesmo cliente,
dência de propósito claro;
cujos valores, somados, resultem em quantia significativa;
III- situações relacionadas com dados cadastrais de
e) movimentação de quantia significativa por meio de
clientes: conta até então pouco movimentada ou de conta que aco-
lha depósito inusitado;
a) resistência ao fornecimento de informações neces-
sárias para o início de relacionamento ou para a atualização f) ausência repentina de movimentação financeira em
cadastral, oferecimento de informação falsa ou prestação conta que anteriormente apresentava grande movimenta-
de informação de difícil ou onerosa verificação; ção;

b) abertura, movimentação de contas ou realização de g) utilização de cofres de aluguel de forma atípica em


operações por detentor de procuração ou de qualquer ou- relação ao perfil do cliente;
tro tipo de mandato;
h) dispensa da faculdade de utilização de prerrogati-
c) apresentação de irregularidades relacionadas aos vas como recebimento de crédito, de juros remuneratórios
procedimentos de identificação e registro das operações para grandes saldos ou, ainda, de outros serviços bancários
exigidos pela regulamentação vigente, seguidas ou não do especiais que, em circunstâncias normais, sejam valiosas
encerramento do relacionamento comercial; para qualquer cliente;

54
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

i) mudança repentina e injustificada na forma de movi- V- situações relacionadas com operações de investi-
mentação de recursos ou nos tipos de transação utilizados; mento interno:

j) solicitação de não observância ou atuação no sentido a) operações ou conjunto de operações de compra ou


de induzir funcionários da instituição a não seguirem os de venda de títulos e valores mobiliários a preços incompa-
procedimentos regulamentares ou formais para a realiza- tíveis com os praticados no mercado ou quando realizadas
ção de uma operação; por pessoa cuja atividade declarada e perfil não se coadu-
nem ao tipo de negociação realizada;
k) recebimento de recursos com imediata compra de
instrumentos para a realização de pagamentos ou de trans- b) realização de operações atípicas que resultem em
ferências a terceiros, sem justificativa; elevados ganhos para os agentes intermediários, em des-
proporção com a natureza dos serviços efetivamente pres-
l) realização de operações que, por sua habitualidade, tados;
valor e forma, configurem artifício para burla da identifica-
c) investimentos significativos em produtos de baixa
ção da origem, do destino, dos responsáveis ou dos bene-
rentabilidade e liquidez;
ficiários finais;
d) investimentos significativos não proporcionais à ca-
m) existência de contas que apresentem créditos e dé- pacidade econômico-financeira do cliente, ou cuja origem
bitos com a utilização de instrumentos de transferência de não seja claramente conhecida; e
recursos não característicos para a ocupação ou o ramo de
atividade desenvolvida pelo cliente; e) resgates de investimentos no curtíssimo prazo, inde-
pendentemente do resultado
n) recebimento de depósitos provenientes de diver- auferido;
sas origens, sem fundamentação econômico-financeira,
especialmente provenientes de regiões distantes do local VI- situações relacionadas com cartões de pagamento:
de atuação da pessoa jurídica ou distantes do domicílio da
pessoa natural; a) utilização, carga ou recarga de cartão em valor não
compatível com a capacidade econômico-financeira, ativi-
o) pagamentos habituais a fornecedores ou beneficiá- dade ou perfil do usuário;
rios que não apresentem ligação com a atividade ou ramo
de negócio da pessoa jurídica; b) realização de múltiplos saques com cartão em ter-
minais eletrônicos em localidades diversas e distantes do
p) pagamentos ou transferências por pessoa jurídica local de contratação ou recarga;
para fornecedor distante de seu local de atuação, sem fun-
damentação econômico-financeira; c) utilização do cartão de forma incompatível com o
perfil do cliente, incluindo operações atípicas em outros
q) realização de depósitos de cheques endossados to- países;
talizando valores significativos;
d) utilização de diversas fontes de recursos para carga
r) existência de conta de depósitos à vista de organi- e recarga de cartões; e
zações sem fins lucrativos cujos saldos ou movimentações
e) realização de operações de carga e recarga de car-
financeiras não apresentem fundamentação econômica ou
tões, seguidas imediatamente por saques em caixas ele-
legal ou nas quais pareça não haver vinculação entre a ati-
trônicos.
vidade declarada da organização e as outras partes envol-
vidas nas transações; VII- situações relacionadas com operações de crédito
no País:
s) movimentação habitual de recursos financeiros de
ou para pessoas politicamente expostas ou pessoas de re- a) realização de operações de crédito no País liquida-
lacionamento próximo, não justificada por eventos econô- das com recursos aparentemente incompatíveis com a si-
micos; tuação econômico-financeira do cliente;

t) existência de contas em nome de menores ou in- b) solicitação de concessão de crédito no País incom-
capazes, cujos representantes realizem grande número de patível com a atividade econômica ou com a capacidade
operações atípicas; e financeira do cliente;

u) transações significativas e incomuns por meio de c) realização de operação de crédito no País seguida
contas de depósitos de investidores não residentes cons- de remessa de recursos ao exterior, sem fundamento eco-
tituídos sob a forma de trust; nômico ou legal, e sem relacionamento com a operação
de crédito;

55
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

d) realização de operações de crédito no País, simultâ- X- situações relacionadas a pessoas suspeitas de envol-
neas ou consecutivas, liquidadas antecipadamente ou em vimento com atos terroristas:
prazo muito curto;
a) movimentações financeiras envolvendo pessoas re-
e) liquidação de operações de crédito no País por ter- lacionadas a atividades terroristas listadas pelo Conselho
ceiros, sem justificativa aparente; de Segurança das Nações Unidas;

f) concessão de garantias de operações de crédito no b) realização de operações ou prestação de serviços,


País por terceiros não relacionados ao tomador; qualquer que seja o valor, a pessoas que reconhecidamente
tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, ou
g) realização de operação de crédito no País com ofe- deles participado ou facilitado o seu cometimento;
recimento de garantia no exterior por cliente sem tradição
de realização de operações no exterior; e
c) existência de recursos pertencentes ou controlados,
h) aquisição de bens ou serviços incompatíveis com o direta ou indiretamente, por pessoas que reconhecidamen-
objeto da pessoa jurídica, especialmente quando os recur- te tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas,
sos forem originados de crédito no País; ou deles participado ou facilitado o seu cometimento; e
VIII- situações relacionadas com a movimentação de d) movimentações com indícios de financiamento do
recursos oriundos de contratos com o setor público: terrorismo; XI - situações relacionadas com atividades in-
ternacionais:
a) movimentações atípicas de recursos por agentes pú- a) realização ou proposta de operação com pessoas
blicos, conforme definidos no art. 2º da Lei nº 8.429, de 2 naturais ou jurídicas, inclusive sociedades e instituições fi-
de junho de 1992; nanceiras, situadas em países que não apliquem ou apli-
quem insuficientemente as recomendações do Grupo de
b) movimentações atípicas de recursos por pessoa Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do
natural ou jurídica relacionados a patrocínio, propaganda,
Terrorismo (Gafi) , ou que tenham sede em países ou de-
marketing, consultorias, assessorias e capacitação;
pendências com tributação favorecida ou regimes fiscais
privilegiados ou em locais onde seja observada a prática
c) movimentações atípicas de recursos por organiza-
contumaz dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de
ções sem fins lucrativos; e
março de 1998, não claramente caracterizadas em sua le-
galidade e fundamentação econômica;
d) movimentações atípicas de recursos por pessoa na-
tural ou jurídica relacionados a
licitações; b) utilização de operações complexas e com custos
mais elevados que visem a dificultar o rastreamento dos
IX- situações relacionadas a consórcios: recursos ou a identificação da natureza da operação;
a) existência de consorciados detentores de elevado
número de cotas, incompatível com sua capacidade eco- c) realização de pagamentos de importação e recebi-
nômico-financeira ou com o objeto da pessoa jurídica; mentos de exportação, antecipados ou não, por empresa
sem tradição ou cuja avaliação econômico-financeira seja
b) aumento expressivo do número de cotas pertencen- incompatível com o montante negociado;
tes a um mesmo consorciado;
d) realização de pagamentos a terceiros não relaciona-
c) oferecimento de lances incompatíveis com a capaci- dos a operações de importação ou
dade econômico-financeira do de exportação;
consorciado;
e) realização de transferências unilaterais que, pela ha-
d) oferecimento de lances muito próximos ao valor do bitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou apresen-
bem; tem atipicidade;

e) pagamento antecipado de quantidade expressiva de f) realização de transferências internacionais nas quais


prestações vincendas, não condizente com a capacidade não se justifique a origem dos fundos envolvidos ou que
econômico-financeira do consorciado; se mostrem incompatíveis com a capacidade econômico-
-financeira ou com o perfil do cliente;
f) aquisição de cotas previamente contempladas, se-
guida de quitação das prestações vincendas; g) realização de transferência de valores a título de dis-
ponibilidade no exterior, incompatível com a capacidade
g) utilização de documentos falsificados na adesão ou econômico-financeira do cliente ou sem fundamentação
tentativa de adesão a grupo de consórcio; econômica ou legal;

56
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

h) realização de exportações ou importações aparen- d) realização de remessas ao exterior a título de inves-


temente fictícias ou com indícios de superfaturamento ou timento em montantes incompatíveis com a capacidade
subfaturamento; financeira do cliente;
e) realização de remessas de recursos de um mesmo
i) existência de informações na carta de crédito com investidor situado no exterior para várias empresas no País;
discrepâncias em relação a outros documentos da opera- f) realização de remessas de recursos de vários inves-
ção de comércio internacional; tidores situados no exterior para uma mesma empresa no
País; e
j) realização de pagamentos ao exterior após créditos g) recebimento de aporte de capital desproporcional
em reais efetuados nas contas de depósitos dos titulares ao porte ou à natureza empresarial do cliente, ou em valo-
das operações de câmbio por pessoas que não demons- res incompatíveis com a capacidade econômico-financeira
trem a existência de vínculo comercial ou econômico; dos sócios; e

XIV- situações relacionadas com empregados das insti-


k) movimentações decorrentes de programa de repa- tuições financeiras e seus representantes:
triação de recursos que apresentem inconsistências rela-
cionadas à identificação do titular ou do beneficiário final, a) alteração inusitada nos padrões de vida e de com-
bem como ausência de informações confiáveis sobre a ori- portamento do empregado ou do representante, sem cau-
gem e a fundamentação econômica ou legal; e sa aparente;
l) realização de frequentes pagamentos antecipados ou b) modificação inusitada do resultado operacional da
à vista de importação em que não seja possível obter infor- pessoa jurídica do representante ou do correspondente no
mações sobre o desembaraço aduaneiro das mercadorias; País, sem causa aparente;
XII- situações relacionadas com operações de crédito c) realização de qualquer negócio de modo diverso ao
contratadas no exterior: procedimento formal da instituição por empregado, repre-
sentante ou correspondente no País; e
a) contratação de operações de crédito no exterior com
cláusulas que estabeleçam condições incompatíveis com as
d) fornecimento de auxílio ou informações, remunera-
praticadas no mercado, como juros destoantes da prática
dos ou não, a cliente em prejuízo do programa de preven-
ou prazo muito longo;
ção à lavagem de dinheiro e combate ao financiamento do
terrorismo da instituição, ou de auxílio para estruturar ou
b) contratação, no exterior, de várias operações de cré-
fracionar operações, burlar limites regulamentares ou ope-
dito consecutivas, sem que a instituição tome conhecimen-
to da quitação das anteriores; racionais.

c) contratação, no exterior, de operações de crédito Art. 2º As situações descritas nesta Carta Circular,
que não sejam quitadas por intermédio de operações na quando aplicáveis, podem indicar parâmetros para a estru-
mesma instituição; turação de sistemas de controles internos, inclusive infor-
matizados, para prevenção de lavagem de dinheiro e com-
d) contratação, no exterior, de operações de crédito, bate ao financiamento do terrorismo implantados pelas
quitadas sem explicação aparente para a origem dos re- instituições financeiras e demais instituições autorizadas a
cursos; e funcionar pelo Banco Central do Brasil.

e) contratação de empréstimos ou financiamentos no Art. 3º A comunicação das situações relacionadas nesta


exterior, oferecendo garantias em valores ou formas in- Carta Circular, bem como de outras que, embora não men-
compatíveis com a atividade ou capacidade econômico- cionadas, possam configurar indícios de ocorrência das
-financeira do cliente ou em valores muito superiores ao práticas de que trata o art. 13 da Circular nº 3.461, de 24 de
valor das operações contratadas ou cuja origem não seja julho de 2009, deve ser efetuada por meio do Sistema de
claramente conhecida; Controle de Atividades Financeiras (Siscoaf) .
XIII- situações relacionadas com operações de investi-
mento externo: Art. 4º Esta Carta Circular entra em vigor em 14 de
a) recebimento de investimento externo direto, cujos maio de 2012, quando fica revogada a Carta Circular nº
recursos retornem imediatamente a título de disponibilida- 2.826, de 4 de dezembro de 1998.
de no exterior;
b) recebimento de investimento externo direto, com
realização quase imediata de remessas de recursos para o
exterior a título de lucros e dividendos;
c) realização de remessas de lucros e dividendos ao ex-
terior em valores incompatíveis com o valor investido;

57
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

03. (CAIXA 2012 - CESGRANRIO - Técnico Bancá-


rio Novo) O Sistema Financeiro Nacional é composto
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA. por diversas entidades, dentre as quais os órgãos nor-
mativos, os operadores e as entidades supervisoras.
A entidade responsável pela fiscalização das institui-
ções financeiras e pela autorização do seu funciona-
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi mento é o
abordado em tópicos anteriores. a) Banco Central do Brasil.
b) Conselho Monetário Nacional.
c) Fundo Monetário Internacional.
EXERCICIOS d) Conselho Nacional de Seguros Privados.
e) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e
01. (FCC - 2010 - MPE-RN - Analista de Tecnologia Social (BNDES).
da Informação) Sobre CRM, considere: 
I. As empresas utilizam o CRM para trocar informa- 04. (Banco do Brasil 2012 - CESGRANRIO - Escritu-
ções com seus fornecedores sobre disponibilidade de rário - BB) O Sistema Financeiro Nacional é formado
materiais e componentes, datas de entrega para remes- por um conjunto de instituições voltadas para a gestão
sa de suprimentos e requisitos de produção.  da política monetária do Governo Federal, cujo órgão
deliberativo máximo é o Conselho Monetário Nacional.
II. CRM é uma rede de organizações e processos de
As funções do Conselho Monetário Nacional são
negócios para selecionar matérias-primas, transformá-
a) Assessorar o Ministério da Fazenda na criação de po-
-las em produtos intermediários e acabados e distribuir
líticas orçamentárias de longo prazo e verificar os níveis de
os produtos acabados aos clientes. 
moedas estrangeiras em circulação no país.
III. Sistemas de CRM capturam e integram dados b) Definir a estratégia da Casa da Moeda, estabelecer o
do cliente provenientes de toda a organização, con- equilíbrio das contas públicas e fiscalizar as entidades po-
solidam e analisam esses dados e depois distribuem líticas.
os resultados para vários sistemas e pontos de con- c) Estabelecer as diretrizes gerais das políticas mone-
tato com o cliente espalhados por toda a empresa.  a)
tária, cambial e creditícia; regular as condições de consti-
IV. Pacotes de software CRM mais abrangentes contêm tuição, funcionamento e fiscalização das instituições finan-
módulos para gerenciamento com o relacionamento ceiras e disciplinar os instrumentos das políticas monetária
com o parceiro (PRM) e gerenciamento de relaciona- e cambial.
mento com o funcionário (ERM).  d) Fornecer crédito a pequenas, médias e grandes em-
Está correto o que se afirma APENAS em: presas do país, e fomentar o crescimento da economia in-
a) I e II. terna a fim de gerar um equilíbrio nas contas públicas, na
b) II e III. balança comercial e, consequentemente, na política cam-
c) III e IV. bial.
d) II, III e IV. e) Secretariar e assessorar o Sistema Financeiro Nacio-
e) IV. nal, organizando as sessões deliberativas de crédito e man-
tendo seu arquivo histórico.
02. (CAIXA 2012 - CESGRANRIO - Técnico Bancário
Novo) A política monetária enfatiza sua atuação sobre 05. (CAIXA 2012 - CESGRANRIO - Técnico Bancário
os meios de pagamento, os títulos públicos e as taxas Novo) A BM&FBOVESPA é uma companhia de capital
de juros. A política monetária é considerada expansio- brasileiro, formada em 2008, a partir da integração das
nista quando operações da Bolsa de Valores de São Paulo e da Bolsa
a) Reduz os meios de pagamento, retraindo o consumo de Mercadorias & Futuros. Por meio de suas platafor-
e a atividade econômica. mas de negociação, a BM&FBOVESPA, dentre outras
b) Mantém todas as condições macroeconômicas está- atividades, realiza o[a]
a) Registro, a compensação e a liquidação de ativos e
veis por longo período.
valores mobiliários.
c) Estabelece diretrizes de expansão da produção do
b) Registro e a compensação de transferências interna-
mercado interno para o exterior.
cionais de recursos.
d) Realiza operações de crédito no exterior, aumentan-
c) Seguro de bens e ativos mobiliários, negociados no
do a captação de recursos e, por consequência, os meios mercado.
de recebimento. d) Compensação nacional de cheques e a liquidação de
e) Eleva a liquidez da economia, injetando maior volu- outros ativos bancários.
me de recursos nos mercados, elevando, em consequência, e) Intermediação, o registro e a liquidação de transfe-
os meios de pagamentos. rências interbancárias.

58
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

06. (Banco do Brasil 2012 - CESGRANRIO - Escritu- a) intermediação de fusões, cisões, aquisições e incor-
rário – BB) Dentre os principais papéis privados nego- porações de empresas.
ciados no mercado financeiro estão as letras de câmbio, b) realização de atividades corporativas no exterior.
que são emitidas pelos financiados dos contratos de c) realização de um contrato de câmbio para viabilizar
crédito e aceitas pelas instituições financeiras partici- as exportações e as importações.
pantes da operação. Posteriormente, elas são vendidas d) manutenção de contas-correntes de expatriados no
a investidores, por meio dos mecanismos de interme- exterior.
diação do mercado financeiro. Nesse sentido, as letras e) gestão de ativos financeiros no segmento corpora-
de câmbio se caracterizam como títulos tivo.
a) Emitidos por instituições que atuam com crédito
imobiliário. 11. (FVG/2017 – IBGE) Na versão relativa da parida-
b) Transferíveis por meio de endosso, que podem ser de do poder de compra: 
pré-fixados ou pós-fixados.
a) os custos de transação no mercado cambial são limi-
c) Lastreados em ações ordinárias, podendo ser lança-
tados ao país local; 
dos no exterior.
d) Nominativos, com renda fixa e prazo determinado b) a taxa de câmbio é definida pela razão de preços em
de vencimento. moeda local em relação ao dólar; 
e) Ao portador e com limite de valor definido pelo pro- c) são consideradas apenas as cestas de consumo co-
prietário. mercializadas em comum nos dois países de comparação;
d) para uma taxa de câmbio real de equilíbrio, a taxa de
07. (Banco do Brasil 2012 - CESGRANRIO - Escritu- câmbio nominal é corrigida pela diferença entre a inflação
rário – BB) No mercado de capitais, as operações de dis- doméstica e estrangeira; 
tribuição pública de ações (underwriting) acontecem e) um aumento do custo de vida nos EUA é compensa-
a) Com a intermediação de qualquer instituição partici- do pelo mesmo aumento no país local. 
pante do Sistema Financeiro Nacional.
b) Por meio de esforços de venda direta da emissora 12. (CESGRANRIO/2014 - Banco do Brasil) O supe-
junto a investidores institucionais. rintendente de vendas do Banco A, submetido a regime
c) Sem obrigatoriedade do registro na Comissão de Va- de metas, determina a suas equipes que, em todos os
lores Mobiliários. contratos de empréstimos, vinculem o fechamento da
d) De acordo com os termos e condições previstos no operação à realização de contrato de seguro. Com tal
respectivo prospecto. determinação, as metas impostas são realizadas, com
e) Desde que a companhia já tenha ações negociadas
reflexo financeiro positivo na remuneração dos empre-
em bolsa de valores.
gados.
08. (FCC/2011 - Banco do Brasil) As notas promissó- Nos termos do Código de Defesa e Proteção ao
rias comerciais (commercial papers) são instrumentos Consumidor, tal operação é:
de captação de recursos por prazo máximo de 360 dias a) admitida, por ser inerente às relações de mercado.
para companhias abertas. b) permitida, por ser integrante de regime de remune-
a) emitidos no mercado interfinanceiro. ração por metas.
b) que se destinam à aplicação exclusiva de fundos de c) vedada, por caracterizar prática abusiva.
investimento. d) vedada, por não ser possível a conjugação prática
c) privativos de instituições financeiras de capital es- das operações.
trangeiro. e) permitida, por configurar habitualidade das relações.
d) utilizados por bancos de investimento. 13 . (INAZ do Pará/2014 – BANPARÁ) Quais dos
créditos não são garantidos pelo Fundo Garantidor de
09. (CESGRANRIO/2013 - Banco da Amazônia) Os Créditos:
títulos de renda fixa emitidos pelos bancos comerciais a) Depósitos de poupança
e pelos bancos de investimento destinados a lastrear b) Letras de Câmbio
operações de capital de giro são os c) Letras de Crédito Imobiliário
a) registros e títulos públicos federais d) Debêntures e Ações
b) certificados e letras do tesouro nacional
e) Operações compromissadas que têm como objeto
c) recibos e letras de câmbio
títulos emitidos após 08.03.2012 por empresa ligada.
d) títulos federais e debêntures
e) certificados e recibos de depósito bancário
14. (CESPE/2011 – BRB) A conta garantida é moda-
lidade de linha de crédito adequada para cobrir even-
10. (CESGRANRIO/2010 - Banco do Brasil) Atual-
tuais deficiências do fluxo de caixa dessa empresa.
mente os grandes bancos do mercado financeiro rea-
lizam desde as atividades mais simples, como o paga- ( ) Certo
mento de um título, até as mais complexas, como as ( ) Errado
operações de Corporate Finance, que envolvem a

59
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

15. (FUNRIO/2016 – IF/PA) Considerando-se que as de- 18. (FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário) Até
bêntures podem ou não ser conversíveis em ações, o tipo que o cliente receba e aceite a mercadoria constante
de debênture em que a opção de conversão está relacio- em seu pedido, a venda é um compromisso de com-
nada a uma empresa distinta da emissora da debênture é o  pra e venda. Por isso, as empresas têm investido em
a) indireto. Administração de Vendas, tratando, principalmente, de
b) permutável. três temas centrais: o planejamento do que deverá ser
c) direto. feito; a coordenação daquilo que está sendo feito; e o
d) realizável.  controle daquilo que já foi feito. Deve fazer parte do
e) simples.  planejamento: 
a) Conferir se o pedido de venda foi preenchido de for-
16. (CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Escriturário) ma correta.
Um funcionário de um banco, preocupado em atingir as me- b) Verificar se as informações constantes no relatório
tas estabelecidas pela sua gerência, precisava vender alguns de visita a um cliente são satisfatórias. 
produtos bancários em pouco tempo. Tentando atingir a c) Apresentar o relatório de despesas oriundas de visi-
meta estabelecida, ele procurou algumas informações sobre tas a clientes. 
como melhorar seu desempenho no processo de vendas. d) Prever as vendas para o próximo período. 
A informação de como proceder no processo de ven- e) Avaliar o desempenho dos vendedores e da equipe
das, que contribuirá positivamente para a melhoria de seu de vendas. 
desempenho, é:
a) Minimizar as informações passadas aos clientes sobre 19. (FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário -
os riscos envolvidos em cada um dos produtos oferecidos. 2013) As técnicas de vendas podem ampliar a penetra-
b) Oferecer os produtos aos clientes, independentemente
ção de mercado de determinados produtos financeiros.
de seus perfis já que, ao categorizar os clientes, estaria discri-
Sabe-se que caminham, em paralelo com o processo
minando-os.
de  marketing  de relacionamento, o planejamento e a
c) Falar mais do que ouvir, durante a abordagem inicial,
fidelização. Sobre esse assunto, é correto afirmar que:
exaltando os benefícios de cada um dos produtos.
a) O especialista em vendas tem a função de apresen-
d) Mostrar conhecimento em relação aos produtos, po-
tar o produto, preocupando-se com a imagem e a credibi-
rém não mencionar a política do banco e as formas de co-
brança referentes aos produtos, já que esses detalhes tomam lidade da instituição perante os clientes finais.
o tempo do cliente. b) O especialista em vendas se preocupa com a buro-
e) Buscar informações essenciais sobre os clientes com cracia dos serviços para fidelização dos clientes.
perspectiva de negócios, antes e durante a interação no pro- c) As vendas visam prioritariamente ao crescimento da
cesso de compra e venda. instituição, sem preocupação com os clientes.
d) As instituições não focam apenas os aspectos huma-
17. (CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Es- nos e nem sempre se preocupam com sua imagem.
criturário) O setor bancário, de maneira geral, tem e) As instituições focam a impessoalidade através do
investido na criação de novos produtos para aten- sistema hierarquizado.
der a um mercado emergente nos últimos anos, em
função do aumento da renda per capita no país – as 20. (CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Es-
camadas mais populares da população brasileira.  criturário) A motivação da força de vendas é um fator
Com base nesse pressuposto, os bancos, para avaliar se fundamental para o sucesso na área comercial, sendo
valeria a pena ou não investir na criação desses novos então necessário respeitar a seguinte premissa:
produtos, em seu planejamento de vendas, iniciaram seu a) A motivação financeira sempre será o aspecto moti-
processo de planejamento de vendas, analisando o(a). vacional mais importante em um time comercial.
a) Potencial de mercado, que é um processo em que é b) Uma equipe motivada sempre conseguirá alcançar e
estimada a capacidade do mercado brasileiro no ramo da superar as metas da área comercial.
atuação da empresa – estimativa que vai refletir a situação c) O gasto financeiro da empresa em motivação é um
econômica do momento. fator essencial para manter a equipe de vendas constante-
b) Potencial de vendas, que é um processo em que é calculado, mente motivada. 
a partir da análise da empresa e de seu ambiente, da concorrência d) A motivação está diretamente ligada à valorização
e de outros fatores pertinentes ao processo, o mercado existente. do funcionário. 
c) Mix de marketing, que pode ser utilizado pela empresa e) A questão motivacional não tem relação com um
para influenciar a resposta dos consumidores. ambiente propício ao desenvolvimento pessoal e profissio-
d) Campanha de marketing, procurando entender o nal de seu colaborador
comportamento do consumidor visando a estabelecer os
objetivos e as metas de cada produto para que a campanha 21. (FUMARC - 2011 - PRODEMGE - Analista de Ges-
atinja o público-alvo. tão Administrativa) O preço é considerado uma variável
e) Previsão de vendas, que é um processo em que a que, junto aos demais elementos do composto de ma-
capacidade de vendas da empresa e do mercado parte da rketing, determina a percepção que os consumidores
análise da demanda total do mercado para definir o públi- criam sobre a oferta de produtos ou serviços. Analise
co-alvo em que vai atuar. as frases a seguir. 

60
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

I.   O preço pode variar de acordo com o amadurecimento d) É direito de o consumidor exigir apenas a substituição
do produto no mercado.  do produto durável por outro de mesma espécie, em
II.  Necessidades de geração de caixa podem interferir perfeitas condições de uso, ou, sendo não durável,
na política de preço dos produtos.  a restituição imediata da quantia paga, sem prejuízo
III. A redução de preço pode ser associada à redu- de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o abatimento
ção da qualidade percebida pelo cliente.  proporcional do preço.
Marque a alternativa CORRETA: e) É direito de o consumidor exigir a substituição do
a) Apenas as frases I e II são verdadeiras. produto durável ou não durável, dentro do prazo de 180
b) Apenas as frases I e III são verdadeiras. (cento e oitenta) dias, por outro de mesma espécie, em
c) Apenas as frases II e III são falsas. perfeitas condições de uso, ou, a seu critério exclusivo,
d) As frases I, II e III são verdadeiras. a restituição imediata da quantia paga, sem prejuízo
de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o abatimento
22. (FCC - 2010 - MPE-RN - Analista de Tecnologia proporcional do preço.
da Informação) Sobre CRM, considere: 
I. As empresas utilizam o CRM para trocar informa-
ções com seus fornecedores sobre disponibilidade de GABARITO
materiais e componentes, datas de entrega para remes-
sa de suprimentos e requisitos de produção.  1 C
II. CRM é uma rede de organizações e processos de
negócios para selecionar matérias-primas, transformá- 2 E
-las em produtos intermediários e acabados e distribuir 3 A
os produtos acabados aos clientes. 
III. Sistemas de CRM capturam e integram dados 4 C
do cliente provenientes de toda a organização, con- 5 A
solidam e analisam esses dados e depois distribuem 6 D
os resultados para vários sistemas e pontos de con-
tato com o cliente espalhados por toda a empresa.  7 D
IV. Pacotes de software CRM mais abrangentes contêm 8 A
módulos para gerenciamento com o relacionamento
9 E
com o parceiro (PRM) e gerenciamento de relaciona-
mento com o funcionário (ERM).  10 A
Está correto o que se afirma APENAS em: 11 D
a) I e II.
b) II e III. 12 C
c) III e IV. 13 D
d) II, III e IV.
14 CERTO
e) IV.
15 B
23. (MPE/SP 2010 - VUNESP - ANALISTA DE PRO- 16 E
MOTORIA I) Consideram-se produtos essenciais os in-
dispensáveis para satisfazer as necessidades imediatas 17 A
do consumidor. Logo, na hipótese de falta de qualidade 18 D
ou quantidade, não sendo o vício sanado pelo forne- 19 A
cedor:
a) É direito de o consumidor exigir a substituição 20 D
do produto por outro de mesma espécie, em perfeitas 21 D
condições de uso, ou, a seu critério exclusivo, a restituição
imediata da quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas 22 C
e danos, ou, ainda, o abatimento proporcional do preço. 23 A
b) O consumidor tem apenas o direito de exigir a subs-
tituição do produto por outro de mesma espécie, em per-
feitas condições de uso.
c) Abre-se, para o consumidor, o direito de, alternati-
vamente, solicitar, dentro do prazo de 7 (sete) dias, a subs-
tituição do produto durável ou não durável por outro de
mesma espécie, em perfeitas condições de uso, ou a resti-
tuição imediata da quantia paga, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos, ou, ainda, o abatimento proporcional do
preço.

61
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

ANOTAÇÕES

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62
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Linguagens de programação:.............................................................................................................................................................................. 01
Java (SE 8 e EE 7), ..................................................................................................................................................................................................... 01
Phyton 3.6,................................................................................................................................................................................................................... 03
JavaScript/EcmaScript 6, ....................................................................................................................................................................................... 06
Scala 2.12 e................................................................................................................................................................................................................. 07
Pig 0.16; ....................................................................................................................................................................................................................... 10
Estruturas de dados e algoritmos: busca sequencial e busca binária sobre arrays, ordenação (métodos da bolha,
ordenação por seleção, ordenação por inserção, lista encadeada, pilha, fila, noções sobre árvore binária), .................... 12
Noções de algoritmos de aprendizado supervisionados e não supervisionados; ........................................................................ 12
Banco de dados: conceitos de banco de dados e sistemas gerenciadores de bancos de dados (SGBD), ........................... 13
Modelagem conceitual de dados (a abordagem entidade-relacionamento), ................................................................................. 14
Modelo relacional de dados (conceitos básicos, normalização), .......................................................................................................... 14
Banco de dados SQL (linguagem SQL (SQL2008), ..................................................................................................................................... 15
Linguagem HiveQL (Hive 2.2.0), ......................................................................................................................................................................... 16
Banco de dados NoSQL (conceitos básicos, bancos orientados a grafos, colunas, chave/valor e documentos),.............. 16
Data Warehouse (modelagem conceitual para data warehouses, dados multidimensionais); ................................................ 17
Tecnologias web: HTML 5, .................................................................................................................................................................................... 17
CSS 3, XML 1.1, ......................................................................................................................................................................................................... 17
Json (ECMA-404), .................................................................................................................................................................................................... 17
Angular.js 1.6.x, ......................................................................................................................................................................................................... 22
Node.js 6.11.3,............................................................................................................................................................................................................ 22
REST; ............................................................................................................................................................................................................................. 23
Manipulação e visualização de dados:............................................................................................................................................................. 24
Linguagem R 3.4.2 e................................................................................................................................................................................................ 24
R Studio 5.1,................................................................................................................................................................................................................ 24
OLAP, ............................................................................................................................................................................................................................ 24
MS Excel 2013; .......................................................................................................................................................................................................... 25
Sistema de arquivos e ingestão de dados: conceitos de MapReduce, HDFS/Hadoop/YARN 2.7.4, Ferramentas de ingestão
de dados (Sqoop 1.4.6, Flume 1.7.0, NiFi 1.3.0 e Kafka 0.11.0)............................................................................................................... 37
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

PROF. OVIDIO LOPES DA CRUZ NETTO O Java 8 é a release mais recente do Java que contém
novas funcionalidades, aprimoramentos e correções de
- Doutor em Engenharia Biomédica pela Universidade bug para aumentar a eficiência do desenvolvimento e exe-
Mogi das Cruzes – UMC. cução de programas Java. A nova release do Java primeiro
- Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade é disponibilizada para desenvolvedores, a fim de permitir
Mogi das Cruzes – UMC. um tempo adequado de teste e certificação, e só então fica
- Pós Graduado em Engenharia de Software pela Universi- disponível no site java.com para que usuários finais façam
dade São Judas Tadeu. download.
- Pós Graduado em Formação de Docentes para o Ensino
  Essa atualização teve seu momento mais crítico em
Superior pela Universidade Nove de Julho.
janeiro de 2015, os usuários com a funcionalidade de atua-
- Graduado em Engenharia da Computação pela Universi-
dade Mogi das Cruzes – UMC lização automática ativada estão sendo solicitados a atuali-
zar do Java 7 para o Java 8. Além disso, a release para CPU
de abril de 2015 será a última versão do Java 7 disponível
publicamente.
LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO As interfaces do Java 8 podem definir métodos static.
Por exemplo, a classe java.util.Comparator agora possui o
método static naturalOrder:

Nós falamos por meio de um idioma, no caso, nós bra- public static <T extends Comparable<? super T>>
sileiros, falamos o idioma Português, já o computador en- Comparator<T> naturalOrder() {
tende binário. Então para que ambos consigam se comu- return (Comparator<T>) Comparators.NaturalOrder-
nicar, é necessário um interlocutor, e esse interlocutor é a Comparator.INSTANCE;
linguagem de programação. Com ela, é possível programar }
de uma forma que um  compilador traduza as instruções
para o computador. Um compilador é o que transforma os Isso significa que é possível as interfaces fornecerem
códigos nas instruções, ou seja, é um interpretador. métodos padrões, permitindo que o desenvolvedor adicio-
As Linguagens de Programação são programas que ne novos métodos sem quebrar os códigos existentes. Por
fazem outros programas, são usadas por desenvolvedores exemplo, o padrão forEach foi incluído na interface java.
para criar softwares que sigam exatamente um determina- lang.Iterable:
do requisito.
public default void forEach(Consumer<? super T> ac-
tion) {
Objects.requireNonNull(action);
JAVA (SE 8 E EE 7) for (T t : this) {
action.accept(t);
}
}
O Java para muitos é uma linguagem de programação
orientada a objetos, mas o termo também se refere às inú-
Deixando claro que uma interface não pode fornecer
meras aplicações que podem ser utilizadas no cotidiano de
uma implementação padrão para os métodos da classe
uma navegação na internet, até mesmo o Sistema Opera-
Object.
cional Android por exemplo toda vários aplicativos desen-
volvidos em Java.
Ele foi criado no início dos anos 90 por James Gosling, Expressão Lambda
da Sun Microsystems, que hoje é a Oracle Corporation. Im- Além de ficar mais prático de escrever o código sem o
porrtante mencionar que o Java faz bastante sucesso tanto uso direto da Collections, pode-se também criar o Compa-
entre os programadores quanto usuários comuns por per- rator de maneira bem mais leve sem a utlizaçãoda sintaxe
mitir um rápido desenvolvimento e por ter a capacidade de classe anônima:
de rodar em qualquer sistema que possua suporte à Java
Virtual Machine (JVM), ou Máquina Virtual Java. Comparator<String> comparador = (s1, s2) -> {
  return Integer.compare(s1.length(), s2.length());
};

Essa é a sintaxe do Lambda no Java 8, podendo rodar


em qualquer interface funcional. Uma interface funcional é
aquela que possui apenas um método abstrato (semantica-
Figura 1: Logotipo Java mente falando pode haver diferenças).

1
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Com isso o compilador consegue mensurar qual mé- Já para filtrar as Strings com menos de 8 caracteres em
todo está sendo implementado nessas linhas. Diferente da nossa lista pode-se fazer assim:
geração de classes em tempo de compilação, como é feito
para as classes anônimas, o lambda do Java 8 utiliza Me- palavras.stream()
thodHandles e o invokedynamic.   .filter(s -> s.length() < 8)
    .forEach(System.out::println);
Referências de métodos: São expressões lambdas com-
pactas para métodos que já possuem um nome. Abaixo é
possível observar amostras de referências de métodos,
com o seu equivalente em expressão lambda à direita: O método  filter  recebe a interface funcional  Predica-
te como parâmetro. Essa interface possui apenas o méto-
String::valueOf x -> String.valueOf(x) do test que recebe T e retorna um boolean.
Object::toString x -> x.toString()
x::toString () -> x.toString() No caso das anotações de tipos que poderão ser es-
ArrayList::new () -> new ArrayList<>() critas em mais locais, como um argumento de tipos gené-
  ricos como List<@Nullable String>. Aprimorando assim a
java.util.function: Muitas novas interfaces funcionais detecção de erros pelas ferramentas de análise estáticas o
foram adicionadas no pacote java.util.function. Abaixo al- que fortalecerá e refinará o sistema de tipos embarcados
guns exemplos: no Java.
O Nashorn é a implementação mais nova, leve e de alto
• Function<T, R> − recebe T como entrada, retorna desempenho de JavaScript integrado no JDK. O Nashorn é
R como saída; o sucessor do Rhino com desempenho aprimorado e me-
• Predicate<T> − recebe T como entrada, retorna lhor uso de memória. Ele contará com a API javax.script,
um valor booleano como saída; mas não incluirá o suporte a DOM/CSS e também não in-
• Consumer<T> − recebe T como entrada, não cluirá API de plugins para navegadores.
retorna nada como saída;  
• Supplier<T> − não recebe entrada, retorna T Outro método que será muito utilizado no cotidiano
como saída; do programador Java 8 é o map, que é utilizado quando
• BinaryOperator<T> − recebe duas entradas T, precisa-se aplicar transformações na lista sem a necessida-
retorna um T como saída. de de variáveis intermediárias.
  Para se usar o IF no java, a sintaxe é:
java.util.stream: O novo pacote java.util.stream forne-
ce classes para apoiar operações no estilo funcional sobre if ( condição ){
os fluxos de dados. Uma maneira comum de obter um flu- caso a condição seja verdadeira
xo será por meio de uma coleção (collection): esse bloco de código será executado
}
Stream<T> stream = collection.stream(); Por exemplo, para mandar uma mensagem quando o
  Canal do Ovidio tiver mais de 5 mil inscritos no Youtube.
 java.time: A nova API de data e hora está dentro do
pacote java.time. Todas as classes são imutáveis e thread- if (inscritos > 5000) {
-safe. Os tipos de data e hora inclusos são: Instant, Local- System.out.println(“Meta atingida”);}
Date, LocalTime, LocalDateTime e ZonedDateTime. Além else{
das datas e horas, também existem os tipos Duration e System.out.println(“Meta não atingida”);}
Period. Para completar também foram incluídos os tipos
Month, DayOfWeek, Year, Month, YearMonth, MonthDay, Vamos ver agora uma exemplo usando while para re-
OffsetTime e OffsetDateTime. A maioria das novas classes petir um determinado código 30 vezes:
de data e hora são suportadas pelo JDBC.
  public class ExemploWhile {
Houve também uma melhora a habilidade do compila-     public static void main(String args[]) {
dor Java para inferir tipos genéricos e reduzir os argumen-         int i = 0;
tos de tipos informados nas chamadas dos métodos gené-         while (i < 30) {
ricos, ou seja, foi melhorada a inferência de argumentos e             System.out.println(«Repetição nr: « + i);
o encadeamento de chamadas permite escrever um código             i++;
como o visto abaixo:         }
    }
foo(Utility.bar()); }
Utility.foo().bar();

2
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

O mesmo exemplo usando for ficaria assim: Abaixo é possível ver alguns exemplos de operações
simples feitas no Python. O primeiro código abaixo não é
public class ExemploFor { exatamente a saída do Terminal, afinal ao executar linha
    public static void main(String args[]) { a linha, os comentários não aparecerão. Além disso, não
        int i = 0; será utilizado o símbolo ‘>>>’ que aparece no terminal.
        for (i=0;i<30;i++) { Entenda que a ordem de cada conjunto de três linhas é:
            System.out.println(«Repetição nr: « + i); comentário, comando do usuário e saída do Python.
        } Começando pelo básico, o Python serve como uma
    } calculadora. Veja alguns cálculos que podem ser feitos com
} a ferramenta:

Java EE é um conjunto de especificações destinadas 1


para facilitar a criação de aplicações “Enterprise” em Java. 2 ## Soma
Com isso, o Java EE define um modelo de programação 6+2
para criar aplicações para empresas, onde diversas tarefas
3 8
comuns(persistência de dados, validações, transações, tra- 4  
tamento de requisições HTTP, entre outras) são especifica- 5 ## Subtracao
das e “colocadas no papel” para todos lerem, implementa-
rem e usarem.
6 10-3
As aplicações podem ser desenvolvidas em qual- 7 7
quer IDE(ambiente integrado de desenvolvimento) recente 8  
que tenha suporte ao Java EE, as mais utilizadas são, o Ecli-
9 ## Multiplicacao
pe e o Netbeans. 2*8
O código pode ser executado após a criação e teste 10 16
de seu sistema, no momento de colocar em produção, é 11  
necessário utilizar um servidor de aplicação que compro-
vadamente suporta todas as especificações JavaEE. Ao se-
12 ## Divisao
guir todas as especificações, é possível utilizar qualquer 13 10/2
um dos servidores aprovados, entre os quais destaca-se 14 5.0
o  JBoss Application Server que passou a chamar  Wildfly,  
o  Glassfish  e o  TomEE, todos eles trabalham com código
15
16 ## Resto da
aberto e são gratuitos.
divisao
Servidores de aplicação representam a divisão entre a 17 9%2
programação e a infraestrutura, por esse motivo os mes-
mos levam a um assunto complexo cujo estudo pode levar
18 1
a certificações exclusivas, independente dos conceitos por 19
trás do JavaEE.
Se quiser fazer algo mais amigável, insira um texto:

PHYTON 3.6
1 ## Soma
2 ... a=6+2
3 ... print(‘Resultado da soma: ‘,a)
4 Resultado da soma: 8
Python é uma linguagem de alto nível com uma pro-
posta geral por ser multi paradigma, indo desde o pro-
cedural até a orientação a objetos, sua tipagem dinâmica Alguns operadores que pensamos ser triviais, não fun-
permite uma fácil leitura do código e o melhor com poucas cionam no Python, a não ser que seja utilizada alguma
linhas, quando comparado com outras linguagens. biblioteca ou módulo. É o caso do logaritmo, valor abso-
É muito utilizado para páginas dinâmicas para a web, luto, raiz quadrada e somatório que fazem parte do módu-
criação de CGIs e até mesmo para dados científicos, lem- lo math. Para utilizá-la, primeiro importamos e atribuímos
brando que é gratuita, possui uma comunidade online gi- um nome, para em seguida fazer uso da função com no-
gante, constante aumento das bibliotecas, além de uma meatribuido.nomedafuncao. Veja o exemplo abaixo:
linguagem funcional, fácil de ler, aprender e focada em
produtividade.
Para a instalação é necessário acessar o https://www.
python.org/. Uma vez o programa baixadoé possível aces-
sá-lo pelo ícone executável, ou até mesmo construir os có-
digos em Notepad++ e executar pelo Prompt de Comando.

3
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

1
# modulo math
2
import math as math
3
4  
# calcula log de 10
5 math.log(10)
6  
7 # calcula modulo de -10
8 math.fabs(-10)
9  
10 # calcula raiz quadrada de 4
math.sqrt(4)
11
12  
Também é possível fazer um gráfico de dispersão:
# calcula somatorio de 1,1,1,1,1
13 math.fsum([1,1,1,1,1])
14 1 ## grafico de dispersao
iris.plot(kind=”scatter”, x=”SepalLengthCm”,
Antes da criação dos gráficos, é bom importar o arqui- 2 y=”SepalWidthCm”)
vo com os dados que serão utilizados. Primeiro é preciso
importar a biblioteca Pandas utilizar a função read_csv():

1 # carrega biblioteca
2 import pandas as pd
3  
4 # carrega arquivo
5 iris = pd.read_csv(“../Iris.csv”)

Pandas também possui outras funções comuns para


manipulação de dados, como drop(), groupby() e rena-
me().
Para leitura das primeiras linhas da tabela importada, a
função será parecida com a utilizada no R. Deve ser utiliza-
do o comando head(), mas este deve ser antecedido pelo
nome da tabela em questão:

1 iris.head() Algumas pequenas mudanças podem ser feitas sem


grandes dificuldades no gráfico acima, como por exemplo
HISTOGRAMA E GRÁFICO DE DISPERSÃO alterar seu título e sua cor:
Pode-se fazer também histograma e gráfico de disper-
são X Y, vejamos abaixo:
## grafico de dispersao
## histograma 1 iris.plot(kind=”scatter”, x=”SepalLengthCm”,
1 2 y=”SepalWidthCm”, color=’Green’,
iris.plot(kind=”hist”, x=”SepalLengthCm”,
2 y=”SepalWidthCm”) title=’Grafico de Dispersao’)

4
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Em Python, os loops são codificados por meio dos co-


mandos for e while. O primeiro nos permite percorrer os
itens de uma coleção e, para cada um deles, executar um
bloco de código. Já o while, executa um conjunto de ins-
truções várias vezes enquanto uma condição é atendida.
Na Listagem 2 temos um exemplo de uso do coman-
do for.
1 nomes = [‘Pedro’, ‘João’, ‘Leticia’]

2 for n in nomes:

3    print(n)

4 >>>

5 Pedro

6 João
Note que o Python é bem coerente. Uma vez que se
entende que o nome da tabela sendo utilizada deve ante- 7 Leticia
ceder as funções, a sintaxe começa a fazer sentido e até se
assemelha ao R. Listagem 2.Comando for
Outras bibliotecas capazes de fazer gráficos mais ele- A variável definida na linha 1 é uma lista inicializada
gantes são a Seaborn e Bokeh. com uma sequência de valores do tipo string. A instru-
Em relação aos módulos e bibliotecas, dentro de cada ção for percorre todos esses elementos, um por vez e, em
uma é disponibilizado um conjunto de funções já construí- cada caso, atribui o valor do item à variável n, que é impres-
sa em seguida. O resultado, então, é a impressão de todos
das para facilitar as tarefas dos usuários. Algo que pode
os nomes contidos na lista, como vemos nas linhas 5 a 7.
causar estranheza é que às vezes aparecerá a palavra bi-
O comando while, por sua vez, faz com que um con-
blioteca (library) e outras vezes a palavra módulo (module).
junto de instruções seja executado enquanto uma condi-
Porém, não há muito o que se preocupar, a ideia é a mes- ção for atendida. Quando o resultado passa a ser falso, a
ma, uma biblioteca é apenas uma forma de fazer referência execução é interrompida, saindo do loop, e passa para o
ao módulo próximo bloco.
No código a seguir, vemos um exemplo de uso do
Estrutura Condicional Simples: Vamos ver como fazer laço  while, onde definimos a variável  contador, iniciando
uma estrutura condicional em Python. Iremos verificar se a com 0, e enquanto seu valor for menor que 5, executamos
soma dos valores que o usuário informou é maior que zero as instruções das linhas 3 e 4.
e exibir o resultado na tela.
Abaixo podemos perceber a estrutura do condicional
01 contador = 0
IF:
if soma > 0:
02 while contador < 5:
print “Maior que Zero.”
03     print(contador)
Estrutura Condicional Composta: A Estrutura Condi-
cional Composta executa um comando quando a condição 04     contador = contador + 1
for verdadeira e outra condição quando for falsa. Vamos
melhorar o nosso exemplo anterior, agora teremos que Observe que na linha 4 incrementamos a variável con-
mostrar a mensagem “Menor que Zero” caso o resultado tador, de forma que em algum momento seu valor ultra-
da soma seja menor que zero, como podemos ver abaixo: passe 5. Quando isso for verificado na linha 2, o laço será
if soma > 0: interrompido. Caso a condição de parada nunca seja atin-
print “Maior que Zero.” gida, o loop será executado infinitamente, gerando proble-
else: mas no programa.
print “Menor que Zero.” Estruturas de controle, condicionais e de repetição, es-
tão presentes na maioria das linguagens de programação
Loops com FOR e WHILE: Em algumas situações, é e representam uma parte fundamental de cada uma delas.
comum que uma mesma instrução (ou conjunto delas) Sendo assim, é muito importante conhecer a sintaxe e o
precise ser executada várias vezes seguidas. Nesses casos, funcionamento dessas estruturas.
normalmente utilizamos um loop (ou laço de repetição), Nota: Em Python, para indicar o bloco de código per-
que permite executar um bloco de código repetidas vezes, tencente ao while, devemos apenas indentar o código,
enquanto uma dada condição é atendida. conforme demonstrado no exemplo.

5
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Podemos utilizar também para desabilitar a execução


JAVASCRIPT/ECMASCRIPT 6 de uma declaração, isso pode ser útil ao procurarmos re-
solver erros em nosso código:
var a = 3 + 2;
//a = a * 5;
ECMAScript x JavaScript x ES: Uma dúvida bem co- console.log(a);
mum é o porquê dessa mudança do nome.  Na verdade
não houve nenhuma mudança: JavaScript é como nós cha- Agora, se um trecho de código precisar de uma expli-
mamos a linguagem, só que esse nome é um trademark da cação mais detalhada, podemos usar o bloco de comen-
Oracle (que veio após a compra da Sun). O nome oficial da tário.
linguagem é ECMAScript. E ES é simplesmente uma abre- Iniciamos ele com /*, e podemos então nas próximas
viação do mesmo. linhas escrever nosso comentário e ao final usar */ para in-
A sintaxe da ECMAScript é bem similar a algumas lin- dicarmos o final do bloco de comentário.
guagens como C e Java. Identificadores: É o nome de uma É comum usar este tipo de comentário para separar os
variável, função, propriedade ou argumento de uma fun-
principais blocos de nosso código, por exemplo as funções.
ção.
Ao rolarmos pelo arquivo conseguimos ver mais claramen-
Regras Básicas: O primeiro caractere deve ser uma le-
te a separação de cada parte.
tra, underscore _, ou o símbolo de dólar $. Os outros carac-
/**
teres podem ser letras, underscores, símbolo de dólar ou
* Isso é um bloco
números. Não é recomendado o uso de acentuação, em-
* de comentário
bora seja permitido.
*/
Abaixo alguns exemplos de identificadores válidos:
var myVar;
var _Ovidio; Nas linguagens de programação um grupo de instru-
var $Netto; ções que executam uma determinada tarefa é chamado de
declaração.
Importante mencionar que todos os identificadores A maioria dos programas em JavaScript são compostos
são case-sensitive, ou seja, diferenciam as letras maiúsculas de várias declarações. Vejamos um exemplo:
e minúsculas. var x = 35;
Uso de camel case (modo camelo): Por convenção os var y = 22;
identificadores da ECMAScript usam camel case, ou seja, a var z = x + y;
primeira letra é minúscula e cada nova palavra começa com console.log(z);
uma letra maiúscula. Isso melhora a leitura dos identifica-
dores. Seguem alguns exemplos: No código acima, em cada linha temos uma declaração
var myVar; que será executada na ordem em que aparece.
var firstOvidio; Para separarmos as declarações, usamos em JavaS-
var lastNetto; cript, o ponto e vírgula ; no final delas. Conforme vemos no
exemplo anterior.
function minhaFuncaoIncrivel() { É possível escrevermos várias declarações em uma
console.log(“Se inscreva no Canal do Ovidio no You- mesma linha e separarmos elas com ; conforme segue:
tube”); var x = 35; var y = 22; var z = x + y;
} console.log(z);

Não é obrigatório seguir essa recomendação, mas é O uso de ; não é obrigatório em JavaScript, a lingua-
bom que em seu projeto tenha um padrão de como dar gem vai procurar descobrir onde começam e terminam as
nome aos identificadores e que você siga ele durante todo declarações. Alguns desenvolvedores apoiam a ideia de
o desenvolvimento. usarmos ela apenas onde estritamente necessário.
A ECMAScript utiliza o mesmo padrão para comentá- Provavelmente o local onde você trabalha deve ter já
rios da linguagem C e similares, tanto para comentários de uma forma de trabalhar. Você vai ter que se adaptar ao que
uma única linha como blocos de comentários. é usado pela empresa para manter a consistência do có-
Os comentários em uma única linha começam com //. digo.
Tudo que estiver após //, até o final da linha, será ignorado Se você, além de JavaScript, programa em outras lin-
pelo motor JavaScript, não vai ser executado. guagens que usam ; talvez opte por usar também em JS.
Também é possível adicionarmos um comentário no O contrário também é verdade, se programa em Python
final da mesma linha que ocorre a declaração: talvez prefira não usar ;.
var a = 3 + 2; No final das contas, o importante é você escolher um
console.log(a); // Imprime no console o valor de ‘a’ padrão e se manter nele durante todo seu projeto.

6
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Espaços em branco Normalmente JavaScript é associado como sendo uma


Vários espaços em branco seguidos são ignorados pelo linguagem interpretada, já que nosso código é interpreta-
motor JavaScript. É recomendável adicionar espaços para do toda vez que executamos ele, mas isso não é totalmente
tornar o código mais legível. Também é uma boa prática verdade. Os motores JavaScript toda vez que executamos
colocar espaços em branco em volta dos operadores = + nosso programa, compilam nosso código e imediatamente
- * /. executam ele.
var firstName=”Ovidio”; Toda linguagem reserva algumas palavras chave e ou-
var job = “Professor na Nova Concursos”; tras reservadas para seu uso interno, não é diferente com
var age = 35; JavaScript.
Um exemplo disso é var, não podemos usar ela para o
nome de um a variável pois é reservada para uso da lingua-
var x=y+z;
gem, ou seja, não podemos ter a seguinte declaração var
var x = y + z; var = “Minha variável”;.

Para uma melhor leitura do código, programadores


muitas vezes evitam que as linhas de código ultrapassem
80 caracteres. Se uma declaração não couber em uma li-
nha, o melhor é quebrar ela em uma nova linha. O melhor SCALA 2.12
ponto para fazermos isso é após algum operador, confor-
me vemos nas linhas 6 e 7 abaixo:
var firstName = “Ovidio”;
var lastName = “Netto”; A Linguagem Scala (Scalabel Language) é uma lingua-
gem de programação de propósito geral baseado em dois
var job = “Professor na Nova Concursos “;
paradigmas: o orientado a objetos e funcional. Ela é forte-
var age = 35;
mente baseada no Java, mas inclui uma série de requisitos,
principalmente retirados de linguagens funcionais, para
console.log(“Meu nome é “ + firstName + “ “ + last- deixar o desenvolvimento de aplicações mais simples do
Name + que em Java. Scala roda na máquina virtual Java, e isso traz
“. Tenho “ + age + “ anos e trabalho como “ + a vantagem de permitir o uso de classes e métodos Java em
job + “.”); um programa Scala, e vice e versa.
Outras características da linguagem Scala são:
As declarações são compostas de uma ou mais expres- • Inferência de Tipos: Em Scala não precisamos de-
sões. Uma expressão é composta de valores, ou um grupo clarar explicitamente o tipo das variáveis, pois o próprio
de variáveis e valores combinados com operadores. compilador infere os tipos no momento do uso delas, o
a = 1 + b; que traz grande flexibilidade na programação;
No exemplo acima temos várias expressões: • Pattern Matching: Funciona mais ou menos como
um Switch/Case, mas é muito mais poderoso, permitindo a
1 é uma expressão literal
comparação utilizando expressões regulares;
b é uma expressão de uma variável, nela o valor de b é
• Traits: É um conceito de várias linguagens de pro-
adquirido gramação OO, que foi adicionado em Scala também, e é
1 + b é uma expressão aritmética, onde 1 é somado ao mais ou menos como uma interface Java, mas que permite
valor adquirido de b que os métodos sejam implementados, e não apenas de-
a = 1 + b é uma expressão de atribuição, onde estamos clarados;
atribuindo o resultado da expressão aritmética a variável a • Funções de Alta Ordem: Em Scala funções são
Para fazermos uso das declarações precisamos execu- objetos, por isso podemos utilizá-las de muitas formas,
tar nosso programa JavaScript. Para isso as linguagens de como por exemplo, passá-las como parâmetros para ou-
computação costumam usar um interpretador ou compila- tras funções.
dor para traduzir nosso código em um que o computador • Objetos: Em Scala tudo é um objeto, inclusive os
possa executar. tipos básicos, como Integers e Floats, e até funções.
Em algumas linguagens isso ocorre por cada linha ir A linguagem Scala está sendo usada em diversas em-
sendo interpretada de cima para baixo, conforme foram presas, como por exemplo, o Twitter, o GitHub e o FourS-
quare, e em diversos projetos OpenSource famosos, como
escritas no código. Isso ocorre toda vez que executamos
por exemplo, o Apache Spark.
nosso programa.
Para instalar o Scala basta acessar a página oficial e bai-
Em outras linguagens, como C e Java, a tradução de xar a versão de acordo com sua plataforma. Feito isso, des-
nosso código para um que o computador possa rodar compacte o conteúdo em alguma pasta na sua máquina e
ocorre previamente a execução, chamamos isso de com- adicione a pasta ‘bin‘ ao path do seu sistema operacional.
pilar o código. Mais tarde sempre que executarmos nosso Para se certificar que foi tudo instalado corretamente, abra
programa estamos na verdade executando as instruções um console e digite ‘scala‘, o terminal do scala deve abrir e
que foram compiladas já na linguagem do computador. aparecer uma tela como essa:

7
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Agora que o terminal está sendo executado, digite ‘2 + 1‘ e repare na saída:

1 res0: Int = 3

É uma saída um tanto quanto confusa, mas que faz sentido no contexto do Scala. O que está acontecendo é que
a unidade básica em Scala é uma função, portanto a operação + também é uma função, que foi executada no objeto
‘1‘, passando o parâmetro ‘1‘. Para se ter uma ideia melhor desse funcionamento, digite o seguinte no terminal:

1 scala> 1.+(1)

e aperte Enter. Repare na saída:

1 res1: Double = 2.0

Com exceção do tipo que era int e agora é Double, o funcionamento é exatamente o mesmo. Tal sintaxe já deve estar
bem claro na cabeça da maioria dos programadores, mas a primeira sintaxe é só uma maneira difetente de se fazer a mesma
chamada.
Vamos definir uma função para entender um pouco mais da sintaxe. Digite o seguinte:

1 scala> def a = 2 + 2
2 a: Int

Aqui define-se uma função com o nome ‘a‘ que não recebe parâmetros, e devolve o resultado da soma ‘2 + 2‘. A pa-
lavra restrita return não é necessária, o compilador consegue inferir que a última expressão da função será o valor
devolvido. Repare também que não precisamos definir o tipo que a função devolve, o qual também foi inferido pelo
compilador. Scala é uma linguagem tipada em tempo de compilação, portanto o seguinte trecho não compila:

1 scala> var b = “abc”
2 b: java.lang.String = abc
3
4 scala> b = a
5 <console>:7: error: type mismatch;
6  found   : Int
7  required: java.lang.String
8        b = a
9            ^

Observe que o compilador inferiu que o tipo da variável ‘b‘ é String (note que é o String do java), e que o tipo devolvido
por ‘a‘ é Int, logo o código não compila. De certa forma esse comportamento é bom, pois garante uma maior integridade
do código, sem que você tenha que programar para “deixar o compilador feliz“, ou seja, não existem tantas regras na escrita
do código, porque muitas podem ser deduzidas a partir do contexto.

8
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Um outro conceito de Scala é a diferença entre cha- Até agora vimos como invocar funções, como definir
mada por valor, e chamada por nome. Na chamada por funções (def) e como definir variáveis (var). Vimos também
valor é feita a evaluação da expressão assim que o código o básico de inferência de tipo pelo compilador do scala e
é executado, mesmo que não seja necessário usar o re- os primeiros conceitos da linguagem. Mas como eu havia
sultado da chamada. A vantagem é que evitamos executar dito, Scala também tem conceitos de orientação a objetos,
outras vezes a expressão para obter o resultado, pois este portanto vamos definir nossa primeira classe em Scala:
já foi determinado. Na chamada por nome a evaluação da
expressão ocorre apenas quando o resultado da chamada scala> class AcumSoma {
será usado, tendo um comportamento mais lazy. A desvan-
tagem é a execução da expressão várias vezes para se obter 1 var acum = 0; def
o mesmo resultado, mas a vantagem é não fazer a execu-
2 acum(i: Int) = { acum = acum + i; acum } }
ção quando não for necessário. Vamos ver um exemplo da
diferença entre a chamada por valor e por nome. Volte no defined class AcumSoma
terminal e defina a seguinte função:
Lembre-se que não somos obrigados a definir o tipo
scala> def devolvido pela função caso esteja explícito e também não
1 precisamos da palavra reservada ‘return‘. O que fizemos
loop: Int = loop foi definir uma classe que se chama ‘AcumSoma‘ que tem
2 um atributo, que por padrão do Scala é de acesso privado,
loop: Int
que se chama acumulado e que o compilador inferiu o tipo
inteiro baseado no valor atribuído. Também definimos para
Agora defina uma função que recebe dois inteiros e
a classe a função ‘acum‘ que recebe um inteiro, guarda o
devolve o primeiro:
valor acumulado até então da soma com o parâmetro pas-
sado e devolve tal valor. Vamos instanciar um objeto da
1 scala> def primeiro(x: Int, y: Int) = x nossa classe e fazer a chamada ao método:
2 primeiro: (x: Int,y: Int)Int
1 scala> val ac = new AcumSoma
Agora execute a chamada passando ‘loop‘ como se-
2 ac: AcumSoma = AcumSoma@cbbe37
gundo parâmetro e se prepare porque seu console irá tra-
var na execução =):
Algumas diferenças com o Java (supondo que estamos
mais acostumados com a sintaxe do Java) já podem ser
1 scala> primeiro(0, loop) notadas. Além da inferência do tipo de ‘ac‘ para ‘AcumSo-
2 _ ma‘, criamos ‘ac‘ com a a palavra reservada ‘val‘, ou seja,
estamos dizendo que diferente de ‘var‘ onde criamos uma
Vamos fazer uma pequena modificação na definição de variável, estamos criando um valor e estamos garantindo
‘primeiro‘ para tornar possível a execução de tal código: em tempo de compilação que este valor não pode ser
alterado no código. No Java teríamos que usar a pala-
vra ‘final‘ para obter o mesmo comportamento, em Scala
1 scala> def primeiro (x: Int, y: => Int) = x temos que “satisfazer menos o compilador“. Também não
2 primeiro: (x: Int,y: => Int)Int foi necessário usar ‘()‘ para invocar o construtor de Acu-
mulaSoma, e assim como no Java toda classe em Scala tem
O que definimos agora foi que o segundo parâmetro por padrão o construtor que não recebe parâmetros com
de ‘primeiro‘ será uma função que devolve um Int. Assim acesso público. Continuando o exemplo:
seu resultado só será obtido quando for feita a chamada
direta na expressão. Agora conseguimos fazer a chamada 1 scala> ac.acum(2)
em nossa função:
2 res0: Int = 2
3
1 scala> primeiro(0, loop) 4 scala> ac.acum(1)
2 res0: int = 0 5 res1: Int = 3

Nada de novidade aqui, estamos invocando a função


Nossa função executou e finalizou sem problemas des- ‘acum‘ no objeto ‘ac‘. Porém ‘acum‘ é uma função que re-
sa vez, isso porque não foi necessário utilizar o segundo cebe um único parâmetro e devolve um valor. Dessa forma
valor para obter o resultado. Essa é chamada por nome, e o podemos executar a chamada da nossa função da outra
primeiro exemplo é a chamada por valor. forma que vimos anteriormente:

9
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

1 scala> ac acum 4 scala> def num = 9


2 res2: Int = 7 1 num: Int
2
Em Scala não existe exatamente o conceito de classes,
atributos e parâmetros estáticos, porém existe um concei- 3 scala> def verificaUnit(f: => Any) = { f
to mais bem definido: ‘object‘. Criamos um ‘object‘ igual
criamos uma classe, com a diferença de que não é possível
4 match { case x:Unit => print(“Eh
instanciarmos um object, afinal estamos definindo o pró- 5 Unit!”) case _ => print(“Nao eh Unit!”) } }
prio. Com essa diferença, estamos garantindo em tempo
de compilação que o design do código, em que foi tomada verificaUnit: (f: => Any)Unit
a decisão de restringir a existência de apenas uma defini-
ção para determinada classe seja seguida. Em Java também O tipo ‘Any‘ é análogo ao ‘Object‘ do Java, portanto
é possível garantir tal critério em tempo de compilação, pode ser qualquer valor, função ou objeto.
mas demanda a escrita de bem mais código e de uma com- Nessa função estamos usando um tipo de switch
preensão um pouco maior do funcionamento e limitações case para obter o mesmo comportamento do ‘instan-
da linguagem. Um exemplo de object: ceof‘ em Java, afinal não existe tal operação em Scala. O
que está acontecendo é que a função verificaUnit recebe
uma função que não recebe argumentos e devolve um va-
scala> object Objeto { def lor qualquer. A função ‘f‘ é então evaluada e o resultado
1
valor = 5 } da função é testado nos cases da operação ‘match‘. Caso
2 seja do tipo Unit, imprimimos “Eh Unit!”, e no caso padrão
defined module Objeto imprimimos “Nao eh Unit!”. Repare que diferente do ‘swit-
3 ch‘, no ‘macth‘ não temos que chamar a operação ‘break‘
4 para não executar os outros casos. Para testar verificaUnit
scala> Objeto.valor vamos fazer a chamada usando nossas outras duas funções
5 que foram definidas:
res3: Int 5

Existem os tipos primitivos básicos em Scala como Int, 1 scala> verificaUnit(num)


Long, Boolean, Float, Double, Short, Byte, Char e String,
2 Nao eh Unit!
sendo que String é a String do ‘java.lang‘. Um fato interes-
sante sobre Scala é que como a linguagem roda em cima 3 scala> verificaUnit(imprime)
da JVM, todas as bibliotecas disponíveis para Java também
estão disponíveis para Scala.
4 Vou passar no concurso!
O tipo que não vimos ainda é o ‘void‘. Em Scala não
existe o conceito de void, toda função devolve um valor e
quando não há um valor explícito a ser devolvido o com-
pilador se encarrega de devolver um valor do tipo ‘Unit‘.
PIG 0.16
Exemplo:

Os usuários do Unix e do Windows precisam do se-


scala> def guinte:
1 • Hadoop 0.23.X, 1.X ou 2.X - http://hadoop.
imprime = print(“Hello!”)
2 apache.org/common/releases.html (Você pode executar
imprime: Unit o Pig com diferentes versões do Hadoop configurando
HADOOP_HOME para apontar para o diretório onde você
‘print’ é uma função que imprime um valor no terminal instalou Hadoop. Se você não configurou HADOOP_HOME,
e não devolve valor, logo nossa função ‘imprime‘ também por padrão, o Pig executará com a versão incorporada,
não devolve valor, portanto o tipo devolvido é ‘Unit‘, que atualmente o Hadoop 1.0.4.)
também pode ser expressado/escrito como ‘()‘. A diferença • Java 1.7 - http://java.sun.com/javase/downloads/
básica entre void e Unit, é que Scala permite criar valores index.jsp (configure JAVA_HOME na raiz da sua instalação
e variáveis do tipo Unit, e em Java por exemplo não é pos- Java)
sível criar uma variável do tipo void. Também é possível Opcional
analisar o valor devolvido por qualquer função mesmo que • Python 2.7 - https://www.python.org (ao usar
a função não devolva um valor definido e neste caso será Streaming Python UDFs)
um Unit. Um exemplo trivial de como usar este comporta- • Ant 1.8 - http://ant.apache.org/ (para compila-
mento: ções)

10
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Para construir um pig, faça o seguinte: seguida, invoque o shell Grunt digitando o comando “pig”
1. Confira o código do pig do SVN: svn co http://svn. (no modo local ou hadoop). Em seguida, insira as decla-
apache.org/repos/asf/pig/trunk rações Pig Latin de forma interativa no prompt do grunt
2. Crie o código do diretório superior:  (certifique-se de incluir o ponto e vírgula após cada decla-
3. Se a compilação for bem-sucedida, você deve ver ração). O operador DUMP exibirá os resultados na tela do
o arquivo pig.jar criado nesse diretório. terminal.
4. Valide o pig.jar executando um teste de unida- grunt> A = load ‘passwd’ usando PigStorage (‘:’);
de: ant test grunt> B = foreach A gera $ 0 como id;
5. Se você estiver usando o Hadoop 0.23.X ou 2.X, grunt> dump B;
adicione -Dhadoopversion = 23 na linha de comando da Local Mode
sua formiga nas etapas anteriores $ pig -x local
Pig tem dois modos de execução ou exectypes: ... - Conectando à ...
Local Mode - Para executar Pig no modo local, você grunhido
precisa acessar uma única máquina; Todos os arquivos Tez Local Mode
são instalados e executados usando seu host local e sis- $ pig -x tez_local
tema de arquivos.  Especifique o modo local usando a ... - Conectando à ...
bandeira -x (pig -x local). grunhido
Tez Local Mode - Para executar Pig no modo local. É Mapreduce Mode
semelhante ao modo local, exceto internamente, o Pig $ pig -x mapreduce
irá invocar o motor de tempo de execução. Especifique o ... - Conectando à ...
modo local de Tez usando a bandeira -x (pig -x tez_local). grunhido
Nota: o modo local Tez é experimental. Existem al-
gumas consultas que apenas provocam erros nos dados ou
maiores no modo local.
Mapreduce Mode- Para executar Pig no modo mapre- $ pig
duce, você precisa acessar um cluster Hadoop e uma ins- ... - Conectando à ...
talação HDFS. O modo Mapreduce é o modo padrão; você grunhido
pode, mas não precisa , especifique-o usando a bandeira Tez Mode
-x (pig ou pig -x mapreduz). $ pig-x tez
Tez Mode - Para executar o modo Pig no Tez, você ... - Conectando à ...
precisa acessar um cluster Hadoop e instalação HDFS. Es- grunhido
pecifique o modo Tez usando o sinalizador -x (-x tez). Use scripts de pig para colocar instruções Pig Latin e
Você pode executar Pig em qualquer modo usando o comandos Pig em um único arquivo. Embora não seja ne-
comando “pig” (o script perl do bin / pig) ou o comando cessário, é uma boa prática identificar o arquivo usando a
“java” ( java -cp pig.jar ...). extensão * .pig.
Este exemplo mostra como executar Pig no modo local Você pode incluir comentários em scripts Pig:
e mapreduz usando o comando pig. Para comentários multi-line use / * .... * /
/* modo local */ Para uso de comentários de uma única linha -
$ pig -x local ... / * myscript.pig
Meu script é simples.
/ * Modo local Tez * / Inclui três afirmações Pig Latin.
$ pig -x tez_local ... */

/ * modo mapreduce * / A = LOAD ‘student’ USANDO PigStorage () AS (nome:


$ pig ... chararray, age: int, gpa: float); -- carregando dados
ou B = FOREACH A GENERATE name; - transformando
$ pig -x mapreduce ... dados
DUMP B; - recuperação de resultados
/ * Modo Tez * /
$ pig-x tez ... O Pig suporta a execução de scripts (e arquivos Jar) que
são armazenados em HDFS, Amazon S3 e outros sistemas
Você pode executar Pig no modo interativo usando o de arquivos distribuídos. O URI de localização completa do
shell Grunt. Invoque o escudo Grunt usando o comando script é necessário. Por exemplo, para executar um script
“pig” (como mostrado abaixo) e, em seguida, insira suas Pig em HDFS, faça o seguinte:
declarações Pig Latin e comandos Pig na página de coman- $ pig hdfs: //nn.mydomain.com: 9020 / myscripts /
do interativamente. script.pig
Essas instruções Pig Latin extraem todas as IDs de
usuários do arquivo / etc / passwd. Primeiro, copie o ar-
quivo / etc / passwd para o diretório de trabalho local. Em

11
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

def busca_sequencial( seq, x):


2. ESTRUTURAS DE DADOS E ‘’’(list, float) -> bool’’’
ALGORITMOS: BUSCA SEQUENCIAL for i in range(len(seq)):
E BUSCA BINÁRIA SOBRE ARRAYS, if seq[i] == x:
return True
ORDENAÇÃO (MÉTODOS DA BOLHA,
return False
ORDENAÇÃO POR SELEÇÃO, ORDENAÇÃO
POR INSERÇÃO, LISTA ENCADEADA, Uma Lista é uma estrutura de dados linear. Uma lista li-
PILHA, FILA, NOÇÕES SOBRE ÁRVORE gada, também chamada de encadeada, é linear e dinâmica,
BINÁRIA), NOÇÕES DE ALGORITMOS DE é composta por nós que apontam para o próximo elemen-
APRENDIZADO SUPERVISIONADOS E NÃO to da lista, com exceção do último, que não aponta para
SUPERVISIONADOS ninguém. Para compor uma lista encadeada, basta guardar
seu primeiro elemento.
As  Pilhas são estruturas baseadas no princípio LIFO
(last in, first out), na qual os dados que foram inseridos por
Algoritmo é um meio finito de resolver problemas, para último na pilha serão os primeiros a serem removidos. Exis-
auxiliar os estudos, podem visualizar também o meu canal tem duas funções que se aplicam a todas as pilhas: PUSH,
do Youtube, onde temos uma playlist totalmente voltada que insere um dado no topo da pilha, e POP, que remove
para Lógica de Programação e que fatalmente vai auxiliar o item no topo da pilha.
nos seus estudos. Podemos criar uma classe Pilha para implementar esta
estrutura de dados. Os métodos públicos desta classe se-
Lógica de Programação: https://goo.gl/GBJrZr rão a implementação das operações.

No caso das estruturas de dados, elas são modos par- public class Pilha {
ticulares de armazenamento e organização de dados em
um computador de modo que possam ser usados de ma- public void insere(Peca peca) {
neira eficiente. Tanto os algoritmos como as Estruturas de // implementação
dados são temas fundamentais no mundo da informática, }
sendo utilizados nas mais diversas áreas do conhecimento
e com os mais diferentes propósitos de aplicação. Sabe- public Peca remove() {
-se que algoritmos manipulam dados. Quando estes dados // implementação
estão organizados (dispostos) de forma coerente, caracte- }
rizam uma forma, uma estrutura de dados. A organização
e os métodos para manipular essa estrutura é que lhe con- public boolean vazia() {
ferem singularidade. // implementação
Vetores, ou arrays são estruturas de dados clássicas, são }
lineares e estáticas, isto é, são compostas por um número }
fixo (finito) de elementos de um determinado tipo de da-
dos. O tempo de acesso aos elementos de um vetor é mui- O primeiro fato importante que devemos observar é
to rápido, sendo considerado constante: o acesso aos ele- que uma vez que a interface da Pilha foi definida, já sabe-
mentos é feito pelo seu índice no vetor. Porém, a remoção ríamos usar a classe Pilha. Vamos criar uma classe de teste
de elementos pode ser custosa se não for desejável que bem simples para exemplificar o uso de uma Pilha.
haja espaços “vazios” no meio do vetor, pois nesse caso é
necessário “arrastar” de uma posição todos os elementos public class Teste {
depois do elemento removido. Essa é uma estrutura muito
recomendada para casos em que os dados armazenados public static void main(String[] args) {
não mudarão, ou pouco mudarão, através do tempo. Pilha pilha = new Pilha();
Uma aplicação dos vetores são as buscas binárias, que
são Algoritmos de busca verificam se uma dada informa- Peca pecaInsere = new Peca();
ção ocorre em uma sequência ou não. Por exemplo, dada pilha.insere(pecaInsere);
uma sequência de números guardados em uma lista seq e
um número x, escreva uma função que responda à pergun- Peca pecaRemove = pilha.remove();
ta: x ocorre na sequência?
Uma possível solução é percorrer a lista toda variando if (pilha.vazia()) {
o índice i de 0 a len(seq)-1 e comparando cada elemen- System.out.println(“A pilha está vazia”);
to seq[i] com x. Caso o valor seja encontrado a função re- }
torna True e, caso contrário, retorna False. Essa solução é }
conhecida como Busca Sequencial, vejamos um exemplo: }

12
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

As Filas são estruturas baseadas no princípio FIFO (first Cada árvore tem apenas uma raiz. Além disso, os ele-
in, first out), em que os elementos que foram inseridos no mentos associados a cada nó são habitualmente chamados
início são os primeiros a serem removidos. Uma fila possui de filhos desses nós. Os nós sem filhos de uma árvore são
duas funções básicas: ENQUEUE, que adiciona um elemen- chamados de folhas.
to ao final da fila, e DEQUEUE, que remove o elemento no Em matemática e ciência da computação, grafo é o
início da fila. A operação DEQUEUE só pode ser aplicado se objeto básico de estudo da teoria dos grafos. Tipicamen-
a fila não estiver vazia, causando um erro de underflow ou te, um grafo é representado como um conjunto de pon-
fila vazia se esta operação for realizada nesta situação, por tos (vértices) ligados por retas (as arestas). Dependendo da
exemplo um procedimento de fila de alunos seria: aplicação, as arestas podem ser direcionadas, e são repre-
1. Insere um Aluno (coloca um aluno no fim da Fila). sentadas por “setas”.
2. Remove um Aluno (retira o aluno que está no Os grafos são muito úteis na representação de proble-
começo da Fila). mas da vida real, em vários campos profissionais. Por exem-
3. Informa se a Fila está vazia. plo, pode-se representar um mapa de estradas através dos
O esboço da classe Fila seria mais ou menos assim: grafos e usar algoritmos específicos para determinar o ca-
minho mais curto entre dois pontos, ou o caminho mais
public class Fila { económico. Assim, os grafos podem possuir também pe-
sos (ou custo), quer nas arestas quer nos vértices, e o custo
public void insere(Aluno aluno) { total em estudo será calculado a partir destes pesos.
// implementação Outro exemplo da utilização de grafos são as redes
} PERT no âmbito do planejamento de projetos. Neste caso,
a cada aresta está associado o custo de execução, e as tare-
public Aluno remove() { fas precedentes de uma outra serão suas afluentes.
// implementação
}

public boolean vazia() { BANCO DE DADOS: CONCEITOS DE BANCO


// implementação DE DADOS E SISTEMAS GERENCIADORES DE
} BANCOS DE DADOS (SGBD),
}

Agora que já temos a interface de uso da Fila defini-


da vamos escrever algum teste sobre como ela deveria se Vimos muitas informações sobre as linguagens de pro-
comportar. gramação nos itens anteriores, elas executam toda a par-
te lógica de um sistema, mas onde as informações ficam
public class Teste { gravadas? A resposta é simples, em um banco de dados,
sem um banco de dados as informações não ficariam de
public static void main(String[] args) { forma permanente dentro do sistema, logo pode-se dizer
Fila fila = new Fila(); que um banco de dados é uma coleção de informações
que se relacionam de modo que criem algum sentido, isto
Aluno aluno = new Aluno(); é, é uma estrutura bem organizada de dados que permite
fila.insere(aluno); a extração de informações. Assim, são muito importantes
para empresas e tornaram-se a principal peça dos sistemas
Aluno alunoRemovido = fila.remove(); de informação.
Além dos dados, um banco de dados também é forma-
if (fila.vazia()) { do pelos metadados. Um metadado é todo dado relativo
System.out.println(“A fila está vazia”); a outro dado, sem o qual não seria possível organizar e
} retirar as informações de um banco de dados.
} Alguns afirmam que a expressão é sinônimo de SGBD
} (Sistema Gerenciador de Banco de Dados), que é um pro-
grama de gerenciamento de dados. O termo “banco de da-
Uma  Árvore é uma estrutura de dados em que cada dos” também é usado para definir uma base de dados, que
elemento tem um ou mais elementos associados, podendo é um grupo de dados agrupados por um SGBD.
definir-se uma árvore recursivamente como: O SGBD usa uma linguagem para criar a base de dados,
1. uma estrutura (uma árvore); sendo que, atualmente, a mais usada é a SQL (Structured
2. um nó (designado por raiz), que contém a infor- Query Language). São vários os SGBDs disponíveis no mer-
mação a armazenar e um conjunto finito de árvores (as cado; alguns são pagos e outros gratuitos.
sub-árvores). Alguns dos tipos de SGBD existentes no mercado:
3. Não Existe árvores vazias, no minímo haverá um • SQLServer: Um dos maiores do mundo, sob licen-
nó raiz(que não possui pai) ça da Microsoft;

13
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• MySQL: Trata-se de um software livre, com código Na figura acima DEPENDENTE é uma entidade fraca
fonte aberto; em relação ao EMPREGADO, sempre que esta relação exis-
• FirebirdSQL: Possui código fonte aberto e roda na tir de forma fraca, o relacionamento também será fraco,
maioria dos sistemas Unix; por esta razão o losango desta relação está representado
• Microsoft Access: É um Sistema Gerenciador de com uma linha dupla. Já na relação entre EMPREGADO e
Banco de Dados que acompanha o pacote Office da Micro- CARGO não há dependência de existência ou identificação,
soft. Este SGBD tem poucas atribuições profissionais, sen- pois um CARGO não depende de um EMPREGADO para
do mais usado para aprendizagem, devido à sua interface existir e ser identificado e vice-versa.
amigável;  Quando o assunto são os relacionamentos, deve-se
• mSQL: Sistema pequeno e que trabalha mais com ter em mente três conceitos importantes que influenciam
o uso eficiente da memória. Foi criado pela Hughes Tech- diretamente na modelagem e entendimento de um mode-
nologies Pty Ltd. lo conceitual. Os conceitos são o grau, cardinalidade e tipo
No armazenamento de um dado, é necessário criar do relacionamento.
tabelas, dentro das quais são criadas colunas, onde serão  O simples fato de associar duas entidades através de
guardadas as informações. Para que os dados presentes na um relacionamento com suas cardinalidades às vezes não
base de dados fiquem bem organizados, as tabelas devem são suficientes para representar todas as regras de negócio
ser criadas para que não misturem as informações. existentes dentro dessas relações.
  Para isto, podemos usar mecanismos de representa-
ção um pouco mais detalhados. Sob esta ótica, podemos
ainda classificar os relacionamentos em três tipos:
MODELAGEM CONCEITUAL DE • Relacionamentos independentes;
DADOS (A ABORDAGEM ENTIDADE- • Relacionamentos Contingentes;
RELACIONAMENTO) • Relacionamentos mutuamente exclusivos.
Relacionamentos Independentes: Tipo de relaciona-
mento presente na maioria das relações. Não há necessida-
de de interpretação simultânea de outro relacionamento.
Quando o assunto é a modelagem conceitual dos da- Ou seja, é independente, não depende de ninguém para
dos pode-se começar falando sobre as entidades que for- existir ou influenciar o seu comportamento.
mam um conjunto de “coisas” com conceitos comuns às  Relacionamentos Contingentes: Estabelecem associa-
quais desejamos armazenar os dados. Entidades podem ser ções simultâneas entre os elementos envolvidos. Ou seja,
pessoas, lugares, organizações, objetos físicos e tangíveis. mais de um relacionamento deve ocorrer em um mesmo
 As entidades são representadas através de um retân- instante.
gulo com o nome da entidade escrito em seu centro. Relacionamentos Mutuamente Exclusivos: Estabelecem
Relacionamentos são associações entre entidades com associações onde, se um relacionamento ocorre, os outros
um significado específico dentro do mundo real. Os obje- não deverão ocorrer em relação a um determinado objeto.
tos do mundo real não ocorrem de forma isolada, eles se
associam ou se vinculam.
 A figura de um relacionamento é representada através MODELO RELACIONAL DE DADOS
de um losango, tal como as entidades os relacionamentos
(CONCEITOS BÁSICOS, NORMALIZAÇÃO)
são classificados em fortes ou fracos. Tal como as entida-
des, os relacionamentos também possuem nome e devem
expressar o real significado dentro do contexto modelado.
A figura a seguir mostra como os relacionamentos são re- O modelo relacional é um modelo de dados represen-
presentados em um modelo conceitual de dados. tativo (ou de implementação), adequado a ser o modelo
subjacente de um Sistema Gerenciador de Banco de Dados
(SGBD), que se baseia no princípio de que todos os dados
estão armazenados em tabelas (ou, matematicamente fa-
lando, relações). Toda sua definição é teórica e baseada na
lógica de predicados e na teoria dos conjuntos.
O conceito foi criado por Edgar Frank Codd em 1970,
sendo descrito no artigo “Relational Model of Data for Lar-
ge Shared Data Banks”. Na verdade, o modelo relacional
foi o primeiro modelo de dados descrito teoricamente, os
bancos de dados já existentes passaram então a ser co-
nhecidos como (modelo hierárquico, modelo em rede ou
Codasyl e modelo de listas invertidas).
O modelo relacional para gerência de bases de dados
Figura 2: Notação de Relacionamento Forte e Relacio- (SGBD) é um modelo de dados baseado em lógica e na
namento Fraco teoria de conjuntos.

14
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Em definição simplificada, o modelo baseia-se em dois = (igual)


conceitos: conceito de entidade e relação - Uma entidade é != ou <> (diferente)
um elemento caracterizado pelos dados que são recolhidos > (maior que)
na sua identificação vulgarmente designado por tabela. Na < (menor que)
construção da tabela identificam-se os dados da entidade. >= (maior ou igual a)
A atribuição de valores a uma entidade constrói um registro <= (menor ou igual a)
da tabela. A relação determina o modo como cada registro LIKE (similar a)
de cada tabela se associa a registros de outras tabelas. BETWEEN (entre X e Y)
Historicamente ele é o sucessor do modelo hierárquico IN (vários valores dentro da lista)
e do modelo em rede. Estas arquiteturas antigas são até AND (e)
hoje utilizadas em alguns data centers com alto volume de OR (ou)
dados, onde a migração é inviabilizada pelo custo que ela XOR (mistura do OR com
demandaria; existem ainda os novos modelos baseados em NOT (negação)
orientação ao objeto, que na maior parte das vezes são IS (valores iguais)
encontrados como kits em linguagem formal. Com exceção dos dois últimos, todos possuem a se-
O modelo relacional foi inventado pelo Frank Codd guinte sintaxe:
e subsequentemente mantido e aprimorado por Chris <expressao1> operador <expressao2>
Date e Hugh Darwen como um modelo geral de dados. Se a qualquer das anteriores condições lhe ante-pu-
No Terceiro Manifesto (1995) eles mostraram como o mo- sermos o operador NOT o resultado da operação será o
delo relacional pode ser estendido com características de contrário ao devolvido sem o operador NOT.
orientação a objeto sem comprometer os seus princípios O último operador denominado IS se emprega para
fundamentais. comparar duas variáveis de tipo objeto <Objeto1> IS <Ob-
A linguagem padrão para os bancos de dados relacio- jeto2>. Este operador devolve verdadeiro se os dois obje-
nais, SQL, é apenas vagamente remanescente do modelo tos forem iguais.
matemático. Atualmente ela é adotada, apesar de suas Vou utilizar um mesmo exemplo, só variando as con-
restrições, porque ela é antiga e muito mais popular que dições. Perceba que será fácil entender o que o comando
qualquer outra linguagem de banco de dados.
irá retornar na consulta. Veja alguns exemplos de utilização
dessas condições:
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
BANCO DE DADOS SQL (LINGUAGEM SQL WHERE nome = “Ovidio”;
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
(SQL2008)
WHERE salario > 2000;
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
WHERE salario < 7000;
Vamos começar com o comando para se fazer uma SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
consulta de dados. Imagine que você quer “selecionar to- WHERE salario BETWEEN 1000 AND 5000;
dos os números de série de sua tabela de preços acima SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
de R$ 10,00.” Se formos transformar isto em SQL, será tão WHERE salario > 1000 AND salario < 5000;
simples quanto. Veja o comando: SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
WHERE (salario > 1000 AND salario < 5000) OR (nome =
SELECT NumeroSerie “Ovidio” AND cargo = “Professor Nova Concursos”);
FROM precos SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
WHERE Preco > 10; WHERE NOT nome = “Ovidio”;
SELECT nome,cargo,salario,cidade FROM tbl_funcio-
Veja os exemplos abaixo e descubra o que eles fazem. narios WHERE cidade IN(“Guarulhos”, “São Paulo”, “Praia
Grande”)
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
WHERE salario > 4000; Para se criar tabelas, o comando é o CREATE TABLE,
SELECT * FROM jogadores WHERE time = “Palmeiras”; usando a seguinte a estrutura abaixo:

Nos exemplos acima é possível filtrar apenas funcioná- CREATE TABLE tabela (
rios que ganham mais que 4 mil reais por mês e no outro nome_atributo tipo_dado opções,
exemplo mostra em uma tabela apenas jogadores do time ... ... ...,
Palmeiras. nome_atributo tipo_dado opções);
Para melhorar a busca, pode se usar as condições do
WHERE. É nele que “filtramos” os atributos escolhidos. O Vamos agora criar uma tabela chamada tblprofessor,
WHERE é opcional, sendo assim você omití-lo, então você que conterá os campos nome, endereço, telefone, data de
terá todos os registros com os atributos escolhidos. As con- nascimento e sexo.
dições mais comuns são:

15
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

CREATE TABLE tblprofessor( SELECT atributos FROM tabela ORDER BY atributo {ASC
codprofessor INTEGER CONSTRAINT primarykey PRI- / DESC};
MARY KEY, Os nomes ASC e DESC são opcionais, mas por padrão o
nome TEXT (50), ASC é utilizado, pois ele define de forma ascendente (crescen-
endereco TEXT (50) te) a lista. O DESC faz o inverso, decrescente.
telefone TEXT (15), Veja os exemplos:
nascimento DATE, SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios ORDER
sexo TEXT (1), BY nome;
SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios ORDER
Parar cadastrar os dados em nossas tabelas, utiliza-se o BY nome ASC;
comando Insert into, conforme a estrutura abaixo: SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios ORDER
BY nome DESC;
INSERT INTO nome_tabela (
nome_campo1, nome_campo2, ..., nome_campoN)
VALUES (
valor_campo1, valor_campo2, ..., valor_campoN LINGUAGEM HIVEQL (HIVE 2.2.0)
);

Vejam alguns exemplos:


INSERT INTO Pessoas VALUES (4,’Ovidio’, ‘Bruna’, ‘Pietra’, É um Data Warehouse criado com base no Apache Ha-
‘Eleonora’); doop, demonstrando exemplos de seu uso para manipular
INSERT INTO agenda (nome, email) VALUES (“Ovidio”, “ca- dados através da linguagem HiveQL e, também, da sua utili-
naldoovidio@gmail.com”); zação dentro de uma aplicação Java.
INSERT INTO PAÍSES VALUES (‘Brasil’, ‘Itália’, ‘Japão’); Esse tema é útil para desenvolvedores que tenham in-
INSERT INTO CanaldoOvidio (nomeCanal) VALUES (“Se teresse em ferramentas para manipulação e tratamento de
inscreva no Canal do Ovidio”); informações em grande escala, visando uma melhor perfor-
mance e facilidade no manuseio de dados. Além disso, pro-
O comando DELETE é responsável pela exclusão de regis- gramadores que tenham interesse em conhecer soluções
tros que não queremos mais dentro de nossas tabelas. Segue para diminuir a complexidade das tarefas dentro do Apache
a estrutura básica: Hadoop, sem perder as vantagens da utilização do Map/Re-
DELETE FROM nome_tabela duce, encontrarão uma alternativa fácil e eficiente na ferra-
WHERE condição menta Apache Hive.
Lembra que olhamos alguns operadores para ser utiliza-
do junto ao WHERE do SELECT? Ele continua valendo aqui.
Veja os exemplos:
DELETE FROM funcionarios WHERE id_funcionario = 200; BANCO DE DADOS NOSQL
DELETE FROM funcionarios WHERE id_funcionario < 500; (CONCEITOS BÁSICOS, BANCOS
DELETE FROM funcionarios WHERE func_nome = “Ovidio”; ORIENTADOS A GRAFOS, COLUNAS, CHAVE/
VALOR E DOCUMENTOS),
Quando queremos atualizar/modificar os valores de al-
gum registro na tabela, precisamos dar um UPDATE. O WHE-
RE continua presente! Veja a estrutura básica:
UPDATE tabela SET coluna = valor_novo WHERE condição Banco de dados relacionais estão presentes na maioria
Alguns exemplos: das incorporações, porém há situações que eles podem não
representar a solução mais adequada para o armazenamen-
UPDATE funcionarios SET salario = 8000 WHERE id_fun- to de dados. A modelagem relacional pode se revelar como
cionario = 57; limitada em cenários nos quais um mesmo tipo de informa-
UPDATE funcionarios SET salario = 7800, nome = “Ovidio ção apresenta um formato variável, fato este que resultaria na
Lopes” WHERE id_funcionario = 1; criação de inúmeras tabelas para atender a requisitos aparen-
UPDATE funcionarios SET salario = 545 WHERE salario = 530; temente simples em termos funcionais.
Existem também questões sobre como garantir uma alta
Dica importante para este comando, é não esquecer do disponibilidade e aumentar o poder de processamento para
WHERE, ou então ele irá alterar todos os registros da sua ta- atender a níveis de uso crescente (escalabilidade). Muitas ve-
bela. Afinal, você não filtrou em quais registros ele irá afetar, zes, os investimentos em infraestrutura requeridos para isto
não é verdade? serão pesados, podendo mesmo se revelar como inviáveis do
Vimos acima a estrutura do SELECT, então vamos ponto de vista financeiro.
acrescentar algumas funcionalidades a este comando e Uma opção interessante para atender a estas diferentes
melhorar ainda mais nossas consultas com o ORDER BY, res- necessidades seriam os bancos de dados NoSQL que no mer-
ponsável por ordernar nosso resultado capturado de forma cado é interpretado como uma sigla de “Not only SQL”, en-
crescente ou decrescente baseado nas colunas que quiser- globando alternativas com capacidades que vão além das ca-
mos. O WHERE é opcional. Sintaxe básica é: racterísticas típicas dos sistemas gerenciadores relacionais.

16
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

O banco de dados pode ser orientado a documento


que representam a unidade básica neste tipo de tecnolo- DATA WAREHOUSE (MODELAGEM
gia, sendo possível comparar os mesmos aos registros das CONCEITUAL PARA DATA WAREHOUSES,
tabelas convencionais. DADOS MULTIDIMENSIONAIS);
Embora exista um paralelo com as linhas do modelo rela-
cional, um documento possui uma estrutura flexível e que não
está presa à existência de colunas pré-definidas. Do ponto de
vista prático, isto significa que inúmeros documentos vinculados Um sistema Data Warehouse é projetado para fazer com
a uma mesma coleção podem contar com formatos variáveis. que informações sejam disponibilizadas de forma integrada,
Muitas das soluções orientadas a documento fazem uso histórica, não volátil e de forma simples, tornando-se assim
do padrão JSON (JavaScript Object Notation) para o armaze- uma ferramenta de fácil usabilidade e compreensão para os
namento de dados. administradores e gerentes de organizações.
Dentre os diversos bancos orientados a documento, é Uma solução de Data Warehouse junta vários elementos,
possível citar como exemplos o MongoDB, o DynamoDB (al- como algoritmos e ferramentas que permitem que dados já
ternativa oferecida na nuvem pela Amazon) e o DocumentDB selecionados de diversos provedores de informações inde-
(este último um serviço que integra o Microsoft Azure). pendentes, heterogêneos e geograficamente distantes um
Já os bancos de dados do tipo chave-valor são formados dos outros possam ser integrados em uma base de dados
por conjuntos de chaves e seus respectivos valores. Cada um única, que se dá o nome de Data Warehouse.
destes conjuntos, por sua vez, conta ainda com uma chave
que funciona como um identificador único:

TECNOLOGIAS WEB: HTML 5, CSS 3, XML 1.1,


JSON (ECMA-404)

As tecnologias web estão em constante avanço e hoje


vem atuando no que é conhecido como responsivo, ou seja,
um site pode ser visualizado da melhor maneira possível con-
forme o device que está sendo utilizado.
Por exemplo, no meu projeto de Doutorado desenvolvi
um software para auxiliar crianças com síndrome de Down,
esse jogo pode ser aberto em qualquer dispositivo que se
adequará normalmente.

HTML 5
Figura 3: Banco de Dados Chave-Valor É a nova versão da linguagem de marcação HTML, bas-
tante aperfeiçoada. O HTML5 tornou a marcação muito mais
Assim como acontece no modelo orientado a documen- clara, se adaptou a forma que os desenvolvedores estão tra-
tos, a estrutura de um banco do tipo chave-valor é bastante balhando.  Possibilita colocar áudio e vídeo nos sites sem uso
flexível. Chaves podem, ou não, se repetir ao longo de vários de plugins, o que é positivo tanto para o desenvolvedor quan-
agrupamentos de dados. to para o usuário, que não precisa se preocupar com a atua-
Constituem exemplos deste tipo de banco o Redis (solu- lização de plugins, facilita a forma que os desenvolvedores
ção open source bastante utilizada para cache de dados) e o lidam com formulários, entre outras vantagens.
DynamoDB.
Existe também os bancos de dados orientados a colunas,  doctype do HTML5 é muito mais simples:
esse é o modelo que mais difere do modelo relacional, em
que uma linha representa um conjunto de dados relacionados <!doctype
(com cada um destes últimos correspondendo a colunas): html>
• Em termos práticos, a organização dos dados ocorre
com base em colunas; A tag <script> também diminuiu, não necessitando mais
• Dados de colunas distintas representando um mes- do atributo “type”:
mo agrupamento ocupam as mesmas posições no banco.
São exemplos de bancos orientados a coluna o HBase e <script  src=”arquivo.js”></
o Cassandra, com ambos constituindo iniciativas mantidas script>
atualmente pela Apache Foundation.
Por último existe os bancos de dados orientados a gra- Isso também é verdade para a tag <link>
fos que empregam conceitos da teoria de grafos para a Uma série de restrições em relação as letras maiúsculas
representação de relacionamentos entre diferentes conjun- ou minúsculas, até mesmo fechar tags, tudo isso não é
tos de dados. Uma das soluções mais conhecidas baseadas mais obrigatório, porém deve-se tomar cuidado para que o
neste modelo é o Neo4j. código não fique sujo.

17
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Vamos ver abaixo alguns comandos:

<header> – É o topo do site, podendo ter a navegação.


<nav> – Engloba links de navegação principal. Não deve ser utilizada para links fora da navegação.
<section> – Para um grande grupo de conteúdo, podendo conter vários <article>.
<aside> – Define conteúdo a parte do artigo em que esteja inserido.
<footer> – Pode ser utilizado para o rodapé do site e para outras partes do site também.
<áudio src=”musica.mp3”></áudio>

Os atributos autoplay, loop, controls mudam o player, sem necessidade de true ou false. Incluí-los os torna verdadeiros,


excluí-los, falso.
Contudo, nem todos os navegadores suportam .mp3, então deve-se usar também .ogg e, para o Internet Explorer, o
flash.
.ogg – Firefox 3.5, Opera 10.5, Chrome 3.0 e Safari 3.0
.mp3 – Chrome 3.0 e Safari 3.0.wav – Firefox 3.5, Opera 10.5, Chrome 3.0 e Safari 3.0
Vídeo
Funciona exatamente igual ao áudio:
<video src=”filme.mp4”  controls
width=”340” height”230”></video>
É bom definir tamanhos para o vídeo, já que normalmente ocupam mais espaço. E, claro, há variações de formato de
acordo com o navegador:
Existem novos atributos novos para formulários que simplificam e complementam o desenvolvimento com Javascript
e CSS.

<input type=”text” placeholder=”stuff”> – texto cinza que desaparece quando em foco, por enquanto só funciona para
Chrome e Safari
<input type=”text” autofocus> – automaticamente foca no campo
<input type=”text” required> – campo de preenchimento obrigatório
<input type=”text” autocomplete=”off”> – “on” por padrão, como medida de segurança.

Usar armazenamento local permite que aplicações web funcionem offline. Por exemplo, quando o usuário estiver
usando a aplicação em um celular e perder o sinal, ele simplesmente continua utilizando e depois apenas atualiza os dados
quando a conecção voltar. E os navegadores que suportam são: Opera, Firefox, Chrome, Safari e IE!
Funciona via Javascript, então os tipos de dados só poderão ser aqueles suportados por javascript: string, booleans e
floats. Se for armazenar outro tipo de dado, terá que realizar parse.  É permitido armazenar 5mb localmente por navegador.
O Gmail em smartphone já utiliza armazenamento local.
1
localStorage.key=”value”;
2
if (typeof(localStorage) == ‘undefined’ ) {
3
    alert(‘Your browser does not support HTML5 localStorage. Try upgrading.’);
4
} else {
5
    try {
6
        localStorage.setItem(“name”, “Hello World!”); //saves to the database, “key”, “value”
7
    } catch (e) {
8
        if (e == QUOTA_EXCEEDED_ERR) {
9
            alert(‘Quota exceeded!’); //data wasn’t saved due to quota exceed, error
10
        }
11
    }
12
}
13

4.2. CSS 3

O Cascading Style Sheets (CSS) é uma “folha de estilo” composta por “camadas” e utilizada para definir a apresentação
(aparência) em páginas da internet que adotam para o seu desenvolvimento linguagens de marcação (como XML, HTML e
XHTML). O CSS define como serão exibidos os elementos contidos no código de uma página da internet e sua maior van-
tagem é efetuar a separação entre o formato e o conteúdo de um documento.

18
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Com a evolução dos recursos de programação as páginas da internet estavam adotando cada vez mais estilos e varia-
ções para deixá-las mais elegantes e atrativas para os usuários. Com isto, linguagens de marcação simples como o HTML,
que era destinada para apresentar os conteúdos também precisou ser aprimorada.
No início foi desenvolvido para habilitar a separação do conteúdo e formato de um documento (na linguagem de
formatação utilizada) de sua apresentação, incluindo elementos como cores, formatos de fontes e layout. Esta separação
proporcionou uma maior flexibilidade e controle na especificação de como as características serão exibidas, permitiu um
compartilhamento de formato e reduziu a repetição no conteúdo estrutural de uma página.
Exemplos de CSS:

selector {
property:value;
}
Sendo que o selector representa qualquer tag HTML. Dessa forma, ao invés de formatar todo
título H1 individualmente, usamos o seguinte CSS para formatar todos de uma vez só. Assim, toda tag
h1 que for utilizada no HTML, será formatada com a fonte Arial: */

h1 {
font-family:Arial;
}
Toda tag p do html será formatado com a cor azul. */
p{
color:blue;
}

Toda tag span do html será formatado com a cor verde e em negrito. */
span {
color:green;
font-weight:bold;
}
Quando uma tag possui um id, ele é referenciado aqui com #. O ID significa uma formatação
única para determinada situação. Cada página HTML pode ter somente uma tag usando este ID.
#sou-unico {
/* Use cores em hexadecimal para obter mais variedades. */
background-color:#FFD700;
color:#000000;
font-family:Courier;
}

A seguinte formatação será feita na tag span que está dentro da classe ‘listas’ apenas. O CSS vai
dar preferência sempre para o código mais detalhado. Sendo assim, o código a seguir vai sobrescrever
o que já foi definido para a tag span (mais acima nesse documento).
.listas span {
font-size:2em;
color:red;
}
/* Formatação da classe ‘primeira_div’ */
.primeira-div {
background-color:blue;
/* Largura */
width:150px;
/* Altura */
height:150px;
}
Isso significa que toda tag ‘p’ que está dentro da classe ‘primeira_div’ vai ser formatada da
seguinte forma. Sendo assim, isso sobrescreverá a formatação da tag ‘p’ que foi declarada acima. */
.primeira-div > p {
color:white;
text-align:center;
padding-top:50px;
}

19
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

O parâmetro border suporta mais de um valor (tamanho, formato e cor).


.borda {
border:2px dotted green;
}

Formatação do link, cujo id é ‘link_principal’. Na formatação de links, existem as pseudo-classes,


que nos permite formatar não somente o link, mas também seu estado:
- link = link normal, não visitado;
- hover = quando o mouse está sobre o link;
- visited = um link que o usuário já visitou;
- active = link no momento em que é clicado.
#link-principal:link {
Com o parâmetro text decoration você indica se quer o sublinhado abaixo, acima, cortado ou
nada.
text-decoration:none;
font-size:20px;
font-family:Courier, sans-serif;
background-color:blue;
color:white;
font-weight:bold;

Com text transform você pode dizer se quer o texto maiúsculo ou minúsculo.
text-transform:uppercase;
}
#link-principal:hover {
background-color:green;
}
#link-principal:visited {
color:white;
}
#link-principal:active {
font-weight: normal;
}
Formata um quadrado fixo, para inserirmos um elemento float dentro dele. A tag float serve
para fazer um elemento flutuar dentro do elemento em que ele se encontra.
.fixo {
width:100px;
height:100px;
background-color:blue;
}
Insere um elemento flutuante dentro da DIV cuja classe é ‘fixo’. Esse elemento flutua à direita
dessa DIV.
#flutuando1 {
width:30px;
height:90px;
background-color:yellow;
float:right;
}
Insere um elemento flutuante dentro da DIV cuja classe é ‘fixo’. Esse elemento flutua à esquerda
dessa DIV.
#flutuando2 {
width:30px;
height:90px;
background-color:yellow;
float:left;
}
Posição absoluta significa que o elemento será posicionado relativamente ao parente mais
próximo, cuja position não seja static.
#absolute-position1 {
width:40px;
height:40px;
background-color:yellow;
position:absolute;
margin:30px 0px 0px 50px;
}

20
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

4.3. XML 1.1 seria por aplicações Web, devido a sua capacidade de es-
Do inglês eXtensible Markup Language, é uma lingua- truturar informações de uma forma bem mais compacta
gem de marcação recomendada pela W3C para a criação de do que o modelo XML, tornando mais rápido o “parsing”
documentos com dados organizados hierarquicamente, tais (processo de analisar uma sequência de entrada dessas in-
como textos, banco de dados ou desenhos vetoriais. A lin- formações) dessas informações. 
guagem XML é classificada como extensível porque permite É importante lembrarmos que existem uma varieda-
definir os elementos de marcação, pode-se definir uma lin- de de opções de protocolos abertos padronizados, tais
guagem de marcação como um agregado de códigos que como SOAP, XML, entre outros, que podem ser adotados
podem ser aplicados a dados ou textos para serem lidos por e isso vai depender da finalidade e dos requisitos da sua
computadores ou pessoas. Por exemplo, o HTML é uma lin- aplicação.
guagem de marcação para organizar e formatar um website, Destaca-se como algumas características marcantes:
já o XML tem o mesmo conceito, mas para padronizar uma • Auto-Descritivo;
sequência de dados com o objetivo de organizar, separar o • Simples e mais rápido;
conteúdo e integrá-lo com outras linguagens.
• Hieráquico (valores dentro de valores);
O XML traz uma sintaxe básica que pode ser utilizada para
• Pode ser Analisado pelo Javascript;
compartilhar informações entre diferentes computadores e
• Os dados podem ser transportados usando o
aplicações. Quando combinado com outros padrões, torna
possível definir o conteúdo de um documento separadamen- AJAX;
te de seu formato, tornando simples para reutilizar o código • Não utiliza a tag de fechamento;
em outras aplicações para diferentes propósitos, como por • Utiliza matrizes (diferente do XML);
exemplo auxiliar os sistemas de informação no compartilha- • Não possui palavras reservadas;
mento de dados (especialmente via internet), codificar docu- • Possui “parser” nas principais linguagens e nave-
mentos e inserir seriais nos dados comparando o texto com o gadores.
de outras linguagens baseadas em serialização.
Vejamos um exemplo de documento XML (vamos dar a Algumas regras de sintaxe, como: os dados são defi-
ele o nome de aviso.xml ), e a seguir vamos analisar cada linha nidos aos pares no formato “nome: valor”, são separados
de código: por vírgulas, as chaves { } contém objetos e os colchetes [ ]
expressam matrizes e vetores.
<?xml version=”1.1”?>  
<aviso> Exemplo: “razaosocial”: “the club”
<para>Pietra data=”08/03/2018”</para>
<de>Ovidio</de> Para valores do tipo texto devemos inserir a aspas du-
<cabecalho>Lembre-se</cabecalho> plas ( “ “ ).
<corpo>Parabéns filha! Hoje é dia da mulher!</corpo> Exemplo: “razaosocial”: “Canal do Ovidio”
</aviso>
Para valores reais não utilizamos aspas.
<?xml version=”1.1”?> Exemplo: “distancia”: 5.92
Esta primeira linha do documento é uma declaração XML
e deve sempre ser incluida pois define a versão XML do docu- Para valor negativo não utilizamos aspas.
mento. Neste caso estamos especificando a versão 1.1 da XML. Exemplo: “grau”: -8
<aviso>
Esta linha define o primeiro elemento do documento – o
Para Valor booleano não utilizamos aspas.
elemento raiz.(nó raiz)
Exemplo: “status”: false
<para>Pietra data=”08/03/2018”</para>
<de>Ovidio</de>
<cabecalho>Lembre-se</cabecalho> A partir dos tipos básicos, é possível construir tipos
<corpo>Parabéns! Hoje é dia da mulher!</corpo> complexos: array e objeto. Os arrays são delimitados por
Estas quatro linhas definem 4 elementos filhos da raiz ( colchetes [  ], com seus elementos separados entre vírgulas.
para, de, cabeçalho e corpo) Os Valores Array de Strings são delimitados por colche-
</aviso> tes, vírgula e aspas duplas.
A última linha define o fim do elemento raiz. Exemplo:
[
4.4. Json (ECMA-404) “SIM”, “NÃO”, “TALVEZ”, “QUEM SABE”
]
Pode-se definir JSON (Javascript Object Notation) como Valores de Array de Inteiros
um modelo para armazenamento e transmissão de infor- Os valores são delimitados por colchetes e vírgula.
mações no formato texto, independente de qualquer lin- Exemplo:
guagem de programação.  [
Este formato é nativo do Javascript e é de uso extre- 1, 10, 20, 30, 40, 50
mamente fácil. Podemos utilizar este formato em diversas ]
plataformas de desenvolvimento, sendo que o mais usual

21
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Os valores de Matriz de Inteiros são delimitados por Diretivas mais comuns


colchetes e vírgula. ng-repeat: Itera entre elementos criando uma repeti-
Exemplo: ção de resultados. Muito comum quando você tem uma
[ lista de objetos e quer mostra-los na View.
 [1,2], [10. 20], [20,30]
]

Já os objetos são especificados entre chaves e podem


1
ser compostos por múltiplos pares nome/valor, por arrays e 2 <ul>
também por outros objetos. Desta forma, um objeto JSON 3  <li ng-repeat=”cor in cores”>
pode representar, virtualmente, qualquer tipo de informação.

4         {{cor}}
  “nome”: “Ovidio Lopes”,  5     </li>
“documento”: “301.235.878-48”,  6 </ul>
“sexo”: “masculino”,  7
“tipopessoa”: [“juridica”, “fisica”]    
}
Para Valor nulo basta referenciar valores nulos basta
ng-click: Invoca o evento click de uma objeto na View.
utilizar a palavra “null”.
Muito comum quando queremos executar uma função
presente em nossa controller.

4.5. ANGULAR.JS 1.6.X <button class=”btn btn-primary” ng-


1 click=”btnClick()”>Click aqui</button>

ng-show / ng-hide: Exibe ou oculta um determinado


É um framework baseado no pattern MVW (Model, item da view.
View, Whatever) onde a Model é a camada que representa
as entidades da app, as Views seriam a camada de apre-
sentação e Whatever seria qualquer coisa que você queira
chamar as Controllers e os Services. 4.6. NODE.JS 6.11.3
Views são as tags html, já as diretivas, são os atributos
especiais que grudam as Views com as controllers do An-
gular. Vamos ver o exemplo abaixo:
Node.js é uma plataforma construída sobre o motor Ja-
<!doctype html> vaScript do Google Chrome para facilmente construir
1 aplicações de rede rápidas e escaláveis. Node.js usa um
<html ng-app>
2 modelo de I/O direcionada a evento não bloqueante
<body>
3 que o torna leve e eficiente, ideal para aplicações em
 <div>
4 tempo real com troca intensa de dados através de dis-
        <label>Name:</label>
5 positivos distribuídos.
        <input type=”text” ng-model=”yourName”
6 Na JSConf 2009 Européia, um programador jovem cha-
placeholder=”Enter a name here”>
7 mado Ryan Dahl, apresentou um projeto em que estava
 <hr>
8 trabalhando. Este projeto era uma plataforma que combi-
 <h1>Hello {{yourName}}!</h1>
9 nava a máquina virtual JavaScript V8 da Google e um laço
 </div>
10 de eventos. O projeto apontava para uma direção diferente
 </body> das outras plataformas em JavaScript que rodam no servi-
11
</html> dor: todos I/O primitivos são orientado a evento. Aprovei-
tando o poder e a simplicidade do Javascript, isso tornou
Perceba nas linhas destacadas vemos dois elementos tarefas difíceis de escrever aplicações assíncronas em tare-
que não pertencem ao nosso bom o velho html, as direti- fas fáceis. Desde quando foi aplaudido de pé no final do
vas ng-app e ng-model. seu discurso, o projeto de Dahl tem recebido uma popula-
ng-app: “Sinaliza” para o Angular que a partir daquele ridade e uma aprovação sem precedentes.
ponto é iniciada nossa aplicação. Node estabeleceu o objetivo número um que é “for-
ng-model: Liga o valor inserido no campo com o valor necer uma maneira fácil para construir programas de
apresentado entre chaves (curly braces ou double musta- rede escaláveis”. Qual é o problema com os programas
ches). Quando um valor é passado de dentro do framework servidores atuais? Vamos fazer os cálculos. Em lingua-
para a view chamamos isso de Data-binding. Calma.. Va- gens como Java™ e PHP, cada conexão cria uma nova
mos falar mais disso depois. thread que potencialmente tem anexado 2 MB de me-

22
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

mória com ela. Em um sistema que tenha 8 GB de RAM, isso você deve ter lucrado com isso. Se a sua aplicação incluir uma
põe o número máximo teórico de conexões concorrentes abstração de Cliente, por exemplo, eu estou quase certo de
a cerca de 4.000 usuários. E quando o número de usuários que os usuários gostariam de poder enviar um link para um
aumenta, se você quer que sua aplicação web suporte mais determinado cliente via e-mail, para um colega de trabalho,
usuários, você tem que adicionar mais e mais servidores. criar um favorito para ele no seu navegador, ou mesmo ano-
Somado a estes custos também podem haver possíveis pro- tá-la em um pedaço de papel. Para esclarecer melhor, imagi-
blemas técnicos: um usuário pode usar diferentes servido- ne que decisão de negócio terrivelmente ruim teria sido se
res para cada requisição, então cada recurso compartilhado uma loja on-line como a amazon.com não identificasse cada
deve ser compartilhado para todos os servidores. Por todas um dos seus produtos com um ID único (uma URI).
estas rações, o gargalho em toda a arquitetura de aplica- Veja a seguir o padrão de utilização dos métodos HTTP
ções web (incluindo velocidade de tráfego, velocidade do em um serviço REST, que é utilizado pela maioria das apli-
processador e velocidade da memória) é o número de cone- cações e pode ser considerado uma boa prática. Como
xões concorrentes que o servidor pode manipular.
exemplo será utilizado um recurso chamado Cliente.
Node resolve esta questão trocando a maneira como a cone-
xão é tratada no servidor. Ao invés de criar uma nova OS threads
a cada conexão (e alocar a memória anexa a ela), cada conexão Método URI Utilização
dispara um evento executado dentro da engine de processos do Recuperar os dados de
Node. Node afirma que nunca vai dar deadlock, já que não há GET /clientes
todos os clientes.
bloqueios permitidos, e ele não bloqueia diretamente para cha-
madas de I/O. Node também alega que um servidor rodando ele Recuperar os dados de
GET /clientes/id
pode suportar dezenas de milhares de conexões simultâneas. um determinado cliente.
Então, agora que você tem um programa que pode ma-
POST /clientes Criar um novo cliente.
nipular dezenas de milhares de conexões simultâneas, o que
você pode realmente fazer com o Node? Seria incrível se você Atualizar os dados de um
PUT /clientes/id
tivesse uma aplicação web que necessitasse desta quantidade determinado cliente.
de conexões. Este é um daqueles tipos de problema: “se você Excluir um determinado
tem um problema, não é mais um problema”. DELETE /clientes/id
cliente.
O Node roda em uma JavaScript V8 VM
Como boa prática, em relação aos métodos do proto-
colo HTTP, evite utilizar apenas o método POST nas requi-
4.7. REST sições que alteram o estado no servidor, tais como: cadas-
tro, alteração e exclusão, e principalmente, evite utilizar o
método GET nesses tipos de operações, pois é comum os
navegadores fazerem cache de requisições GET, as dispa-
Representational State Transfer, abreviado como REST, não rando antes mesmo do usuário clicar em botões e links em
é uma tecnologia, uma biblioteca, e nem tampouco uma ar- uma pagina HTML.
quitetura, mas sim um modelo a ser utilizado para se projetar Os recursos ficam armazenados pela aplicação que os
arquiteturas de software distribuído, baseadas em comunica- gerencia. Quando são solicitados pelas aplicações clien-
ção via rede. tes, por exemplo em uma requisição do tipo GET, eles não
REST é um dos modelos de arquitetura que foi descrito “abandonam” o servidor, como se tivessem sido transferi-
por Roy Fielding, um dos principais criadores do protocolo dos para os clientes. Na verdade, o que é transferido para a
HTTP, em sua tese de doutorado e que foi adotado como o aplicação cliente é apenas uma representação do recurso.
modelo a ser utilizado na evolução da arquitetura do proto- Um recurso pode ser representado de diversas ma-
colo HTTP. neiras, utilizando-se formatos específicos, tais como XML,
Muitos desenvolvedores perceberam que também pode- JSON, HTML, CSV, dentre outros. Exemplo de representa-
riam utilizar o modelo REST para a implementação de Web ção de um recurso no formato XML.
Services, com o objetivo de se integrar aplicações pela Web, e
passaram a utilizá-lo como uma alternativa ao SOAP.
REST na verdade pode ser considerado como um con- <cliente>
junto de princípios, que quando aplicados de maneira correta   <nome>Ovidio</nome>
em uma aplicação, a beneficia com a arquitetura e padrões da   <email>canaldoovidio@gmail.com</email>
própria Web.   <sexo>Masculino</sexo>
O principal benefício de um esquema de nomes consis-   <endereco>
tente para as coisas é que você não tem que criar o seu próprio
    <cidade>Guarulhos</cidade>
esquema - você pode confiar em um que já tenha sido defini-
do, trabalha muito bem em escala global e é entendido por
    <uf>SP</uf>
praticamente qualquer um. Se você considerar um objeto   </endereco>
arbitrário de alto nível com a última aplicação que você </cliente>
construiu (assumindo que não foi construído de forma
RESTful), e quase certo que havia muitos casos de uso onde

23
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

A comunicação entre as aplicações é feita via transfe- R é uma linguagem e ambiente similar ao S – pode ser
rência de representações dos recursos a serem manipu- considerado uma implementação distinta do S; embora com
lados. Uma representação pode ser também considerada importantes diferenças, muitos códigos escritos para o S rodam
como a indicação do estado atual de determinado recurso. inalterados no R. A implementação comercial de S é S-PLUS.
Essa comunicação feita via transferência de representa- O código fonte do R está disponível sob a licença GNU4 5
ções dos recursos gera um desacoplamento entre o cliente GPL e as versões binárias pré-compiladas são fornecidas para
e o servidor, algo que facilita bastante a manutenção das Windows, Macintosh, e muitos sistemas operacionais Unix/Linux.
aplicações. R é também altamente expansível com o uso dos paco-
tes, que são bibliotecas para funções específicas ou áreas de
estudo específicas. Um conjunto de pacotes é incluído com
a instalação de R, com muito outros disponíveis na rede de
MANIPULAÇÃO E VISUALIZAÇÃO DE DADOS distribuição do R (em inglês CRAN).
A linguagem R é largamente usada entre estatísticos e data
miners para desenvolver software de estatística e análise de da-
dos. Inquéritos e levantamentos de data miners mostram que a
A visualização é essencial na análise de dados. Ela es-
popularidade do R aumentou substancialmente nos últimos anos.
tabelece uma linha de frente nesse campo e revela a com-
plexa estrutura dos dados, impossível de ser assimilada de
outras formas. Por meio dela, descobrimos efeitos que não
foram imaginados, assim como desafiamos os que já ima-
5.2. OLAP
ginamos.
Hobart Press)— William S. Cleveland (do Visualizing
Data
Os dados por si só, bits e bytes armazenados em um OLAP On-Line Analytical Processing (Processamento
disco rígido, são invisíveis. Para avaliá-los e encontrar ne- Analítico On-Line) é um conceito de interface com o usuário
les algum sentido, precisamos primeiro visualizá-los. Nesta que proporciona a capacidade de ter idéias sobre os dados,
seção, vou adotar uma interpretação ampla do termo vi- permitindo analisá-los profundamente em diversos ângulos.
sualização, que inclui até mesmo puras representações tex- As funções básicas do OLAP são:
tuais dos dados. Por exemplo, o simples fato de você abrir • Visualização multidimensional dos dados;
um conjunto de dados em um programa de planilhas pode • Exploração;
ser considerado uma visualização de dados. Assim, o que • Rotação;
era invisível transforma-se em uma “figura” na sua tela. A • Vários modos de visualização.
questão não deveria ser se os jornalistas precisam ou não O OLAP e o Data Warehouse são destinados a traba-
visualizar os dados, mas sim que tipo de visualização é mais lharem juntos, enquanto o DW armazena as informações
útil em cada situação. de forma eficiente, o OLAP deve recuperá-las com a mesma
Em outras palavras: quando vale a pena ir além da vi- eficiência, porém com muita rapidez. As duas tecnologias se
sualização em tabelas? A resposta é curta: quase sempre. complementam, ao ponto de que um Data Warehouse para
Tabelas definitivamente não são suficientes para dar uma ser bem sucedido, já na sua concepção, deve levar em consi-
visão geral de um conjunto de dados. E, sozinhas, não per- deração o que se deseja apresentar na interface OLAP.
mitem identificar padrões imediatamente. O exemplo mais O OLAP é uma interface com o usuário e não uma forma
comum são padrões geográficos, que podem ser notados de armazenamento de dados, porém se utiliza do armazena-
apenas depois de visualizar os dados em um mapa. Mas mento para poder apresentar as informações.
Os métodos de armazenamento são:
também existem outros tipos de padrões, que veremos
• ROLAP (OLAP Relacional):
mais adiante.
Os dados são armazenados de forma relacional.
• MOLAP (OLAP Multidimensional):
Os dados são armazenados de forma multidimensional.
• HOLAP (OLAP Híbrido):
5.1. R 3.4.2 E R STUDIO 5.1 Uma combinação dos métodos ROLAP e MOLAP.
• DOLAP (OLAP Desktop):
O conjunto de dados multidimensionais deve ser criado
no servidor e transferido para o desktop. Permite portabilidade
R é uma linguagem e um ambiente de desenvolvimen- aos usuários OLAP que não possuem acesso direto ao servidor.
to integrado, para cálculos estatísticos e gráficos. Os métodos mais comuns de armazenamento de dados
Foi criada originalmente por Ross Ihaka e por Robert utilizados pelos sistemas OLAP são ROLAP e MOLAP, a úni-
Gentleman no departamento de Estatística da universidade ca diferença entre eles é a tecnologia de banco de dados. O
de Auckland, Nova Zelândia, e foi desenvolvido por um es- ROLAP usa a tecnologia RDBMS (Relational DataBase Ma-
forço colaborativo de pessoas em vários locais do mundo . nagement System), na qual os dados são armazenados em
O nome R provêm em parte das iniciais dos criadores e uma série de tabelas e colunas. Enquanto o MOLAP usa
também de um jogo figurado com a linguagem S (da Bell a tecnologia MDDB(MultiDimensional Database), onde os
Laboratories, antiga AT&T). dados são armazenados em arrays multidimensionais.

24
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Os dois fornecem uma base sólida para análise e apresentam tanto vantagens quanto desvantagens. Para se escolher
entre os dois métodos deve-se levar em consideração os requisitos e a abrangência do aplicativo a ser desenvolvido.
ROLAP é mais indicado para DATA WAREHOUSE pelo grande volume de dados, a necessidade de um maior número de fun-
ções e diversas regras de negócio a serem aplicadas.
MOLAP é mais indidado para DATA MARTS, onde os dados são mais específicos e o aplicativo será direcionado na análise com
dimensionalidade limitada e pouco detalhamento das informações.
Para se fazer uma comparação básica entre os dois métodos, as regras mais importantes são desempenho da consulta e de-
sempenho do carregamento.
O MOLAP fornece uma resposta rápida para praticamente qualquer consulta, pois no modelo multidimensional são gerados
previamente todas as combinações e resumos possíveis.
O ROLAP responde às consultas da mesma forma que os aplicativos RDBMSs, a velocidade da resposta depende da informa-
ção desejada, pois a maior parte do processamento é feito em tempo de execução tendo em vista que os dados pré-calculados e
resumidos geralmente não atendem a todas as solicitações dos usuários.
O MOLAP necessita de um longo período para execução da carga de dados, raramente esta carga é diária devido ao grande
volume de informações a serem atualizadas para possibilitar um retorno rápido às consultas da inferface OLAP.
O ROLAP possibilita um carregamento mais rápido devido à estrutura de tabelas e colunas, menos complexa em comparação
à estrutura de arrays utilizada pelo MOLAP. Outro fator importante na rapidez da carga é o número menor de informações pré-
-calculadas e resumidas.

MS EXCEL 2013

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear infor-
mações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça a maior
parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento em bran-
co e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elementos
básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

 Figura 4: Tela Principal do Excel 2013

25
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao
iniciar o programa aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

 Figura 5: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

 Figura 6: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de
acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida
uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. Na janela apre-
sentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os
comandos do Excel.

 Figura 7: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

26
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Fer-
ramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status
de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

 Figura 8: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.

 Figura 9: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, onde você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.

Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).

27
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

 Figura 10: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda a
coluna é selecionada.
Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde as
opções deste menu são as seguintes:

-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado e,
após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido recor-
tadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatar as células (será visto detalhadamente
adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, necessá-
rios para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no ca-
beçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

 Figura 11: Cabeçalho de linha

28
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula A1. Na
Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.
Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após dar
um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.

Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já eram
criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessitar. Para
criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as planilhas,
basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.

Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de trabalho
diferentes, utilizando as guias de planilhas.

Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

 Figura 12: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos
os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados im-
portantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o principal
documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Uma planilha
consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de trabalho.) ou da pasta de
trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou parte de uma
planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É necessário digitar as letras maiúscu-
las e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de pla-
nilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas
juntamente.

29
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

 Figura 13: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias de
suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos que
ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos ou números comuns de
uma fórmula.
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes formas
de fazê-lo:

 Figura 14: Soma simples

Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.


Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até o
último valor.
Após a sequência de células a serem somadas, clicar no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
A última forma que veremos é a função soma digitada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é fundamental:

= nome da função (

1 - Sinal de igual.
2 – Nome da função.
3 – Abrir parênteses.

Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno lembrete sobre a função que iremos usar, onde é possível clicar e
obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo a seguir, a função = soma(B2:B4).
Lembre-se, basta colocar o a célula que contém o primeiro valor, em seguida o dois pontos (:) e por último a célula que
contém o último valor.

Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois valores, por isso não precisamos de uma função específica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) e depois
clicar na segunda célula. Usamos na figura a seguir a fórmula = B2-B3.

30
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, proce- Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
demos de forma semelhante à subtração. Clicamos no pri- ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
meiro número, digitamos o sinal de multiplicação que, para
o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último valor. Inteiro: Com essa função podemos obter o valor intei-
No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. ro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lem-
Outra forma de realizar a multiplicação é através da bramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com
seguinte função: a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo valor
da célula C2. Arredondar para cima: Com essa função, é possível
arredondar um número com casas decimais para o número
Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de for- mais distante de zero.
ma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para o dígitos)
Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No Onde:
próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2. Núm: é qualquer número real que se deseja arredon-
dar.
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se
Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de deseja arredondar núm.
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a
maior idade digitada no intervalo de células de A2 até A5.
A função digitada será = máximo(A2:A5).
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – re-
fere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual
é o maior valor. No caso a resposta seria 10.

Mínimo: Mostra o menor valor existente em um inter- Figura 16: Início da função arredondar para cima
valo de células selecionadas.
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi- Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será = da função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o
mínimo (A2:A5). num, ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refe- do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para
re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é a qual queremos arredondar.
o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00. Na próxima figura, para efeito de entendimento, dei-
xaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos
Média: A função da média soma os valores de uma na coluna C:
sequência selecionada e divide pela quantidade de valores A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
dessa sequência. mesmo conceito.
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4) Resto: Com essa função podemos obter o resto de
Foi digitado “= média (”, depois, foram selecionados os uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for = mod (núm;divisor)
pressionada, o resultado será automaticamente colocado Onde:
na célula A6. Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o
Todas as funções, quando um de seus itens for resto.
alterado, recalculam o valor final. divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o
número.
Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
planilha.

Figura 17: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente:


1,5 e 1.
Figura 15: Exemplo função hoje

31
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número sem
o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Figura 18: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

Figura 19: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 20: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

32
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar
verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa. os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar
o resultado na célula D16. E também queremos somar os
A sintaxe desra função é a seguinte: salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”) célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição:
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE HOMENS:
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI-
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for NO, ENTÃO
verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
da pergunta for falsa, define o resultado TERVALO D3 ATÉ D10
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16
queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe
um salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou Traduzindo a condição em variáveis teremos:
abaixo do valor mínimo determinado em R$724,00.
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é
onde devemos digitar a fórmula
Assim, temos a condição:
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO”
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então
Intervalo para soma: D3:D10
ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:
RESULTADO NA CÉLULA E3 =SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
MULHERES:
Traduzindo a condição em variáveis teremos: SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMININO,
ENTÃO
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
devemos digitar a fórmula TERVALO D3 ATÉ D10
Teste lógico: C3>=724 MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Valor_se_falso: “Abaixo” Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) onde devemos digitar a fórmula
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as Intervalo para análise: C3:C10
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e Critério: “FEMININO”
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: Intervalo para soma: D3:D10
E4  =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5  =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
E6  =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7  =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
E8  =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9  =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
E10  =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de re-
gistros, SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe
desta função é a seguinte:
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada
=CONT.SE(intervalo;“critérios”)
condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguin-
te: = : significa a chamada para uma fórmula/função
CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
dos dados
=Significa a chamada para uma fórmula/função “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
SomaSe: função SOMASE “intervalo”
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise
dos dados Usando a planilha acima como exemplo, queremos sa-
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- ber quantas pessoas ganham R$ 1200,00 ou mais, e mos-
liados a fim de chegar à condição verdadeira trar o resultado na célula D14, e quantas ganham abaixo de
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifica- R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15. Para isso
da a condição para soma dos valores precisamos criar a seguinte condição:

33
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

R$ 1200,00 ou MAIS:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR OU IGUAL A 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200

Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:

=CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)

MENOS DE R$ 1200,00:

SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MENOR QUE 1200, ENTÃO


CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: <1200

Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:

=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não
entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos deixar
ela de uma maneira mais agradável.

Figura 21: Planilha sem Formatação

34
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 22: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar , entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

Figura 23: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.

Figura 24: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral
e escolher.

Figura 25: Formatando a planilha (Passo 3)

35
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 26: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito útil
para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nossa
planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar so-
mente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores invá-
lidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente e
é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 27: Gráficos

36
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido:

Figura 28: Gráfico de Colunas – 3D

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na página,
clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

SISTEMA DE ARQUIVOS E INGESTÃO DE


DADOS: CONCEITOS DE MAPREDUCE, HDFS/
HADOOP/YARN 2.7.4, FERRAMENTAS DE
INGESTÃO DE DADOS (SQOOP 1.4.6, FLUME
1.7.0, NIFI 1.3.0 E KAFKA 0.11.0)

O MapReduce é um modelo de programação que permite o processamento de dados massivos em um algoritmo pa-
ralelo e distribuído, geralmente em um cluster de computadores. Hoje, o Hadoop é utilizado em larga escala por grandes
corporações, como Facebook e Twitter, em aplicações Big Data. Este tema será útil para aplicações que envolvam dados
massivos para processamento paralelo (embora seja interessante para processamento de quaisquer dados), geralmente
utilizando um cluster de computadores.
A capacidade dos discos rígidos e outros elementos de armazenamento aumentaram bastante nos últimos anos, mas
a velocidade de leitura e escrita dos mesmos não acompanhou o mesmo ritmo. Como um exemplo, a leitura de todo um
disco rígido 20 anos atrás levava cerca de cinco minutos. Atualmente, leva mais de duas horas e meia. Trata-se de um longo
período para ler todos os dados, e escrever é ainda mais lento. A solução mais óbvia para resolver esse problema é ler/
escrever os dados em paralelo, utilizando vários discos. Deste modo, se existem 100 HDs, cada um com 1% do total dos
dados, por exemplo, a leitura pode ser realizada 100 vezes mais rapidamente, em teoria.

37
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

No caso dessa leitura/escrita paralela dos dados, dois A importância do HDFS se dá por sua:
problemas são bastante comuns. O primeiro é bastante ób- Portabilidade: funcionamento em diferentes hardwares
vio: se há 100 vezes mais discos rígidos, a chance de existir e sistemas operacionais; e
falha em um deles é 100 vezes maior, o que pode ocasionar Escalabilidade: se o seu volume de dados está aumen-
perda de dados. Para evitar esse problema, geralmente uti- tando, basta aumentar a quantidade de máquinas (nodes)
liza-se a replicação, onde cópias de segurança dos dados e estender o sistema do HDFS para estas novas máquinas.
são mantidas em diferentes discos. Outro problema é que Eficiência: como os dados estão divididos ao longo do
muitas tarefas de análise de dados necessitam combinar cluster, a leitura dos dados é feita muito rapidamente.
dados “espalhados” em discos diferentes. Entretanto, esses Segurança: com a replicação dos dados, não há o peri-
problemas não geram dores de cabeça aos programado- go de perda de dados caso algum node deixe de funcionar.
res, pois o MapReduce oferece um modelo de programa-
ção que os abstrai, uma vez que o processamento é reali- Exercícios
zado através de uma combinação entre chaves e valores
(keys e values) que podem estar em diferentes discos. 1) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
Checklist Programador Java: Tenha ao seu alcance tudo
GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para orde-
que precisa para se tornar um programador Java.
nar, por data, os registros inseridos na planilha, é suficiente
No meio da análise de dados, um conceito que ganha
selecionar a coluna data de entrada, clicar no menu Dados
força, e no qual grande parte do MapReduce está baseado,
é o Big Data. Trata-se de um termo empregado para des- e, na lista disponibilizada, clicar ordenar data.
crever o crescimento, o uso e a disponibilidade das infor-
mações, sejam elas estruturadas ou não. Para o Big Data, a) certo
o importante não é a coleta de grandes quantidades de b) errado
dados, mas sim como eles são processados. O potencial
que ele traz para as empresas é imenso e para utilizá-lo, 2) (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA
elas precisam ser capazes de aproveitar as informações ADMINISTRATIVA) A planilha abaixo foi criada utilizando-
contidas em suas gigantescas bases de dados para tomar -se o Microsoft Excel 2010 (em português).
as melhores decisões. Em outras palavras, Big Data não se
refere apenas aos dados, mas também às soluções tecno-
lógicas criadas para lidar com esses dados em quantidade,
variedade e velocidade bastante significativos.
Nesse cenário, é praticamente impossível falar de Ma-
pReduce e esquecer do Hadoop. Basicamente, foi ele quem
trouxe o MapReduce como solução para o processamento
paralelo de dados e deu a ele o status que tem hoje.
O Hadoop é um framework open-source que permite o
armazenamento e processamento de grandes quantidades
de dados através de um cluster de computadores.
É possível utilizar o Hadoop desde servidores simples A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2)
de uma pequena empresa até clusters com milhares de com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 me-
máquinas de uma grande corporação. O sucesso do Ha- ses (célula D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula
doop se dá graças à sua tolerância sobre falhas, baixo custo C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que
e a possibilidade de ser altamente escalável. deve ser digitada na célula E2 para calcular o montante que
Baseado em linguagem de programação Java, o Ha-
será pago é
doop é feito para que várias máquinas compartilhem o
a) =(B2+B2)*C2*D2.
mesmo trabalho, otimizando assim a performance. Além
b) =B2+B2*C2/D2.
disso, na sua forma de armazenamento, os dados são re-
plicados em diversas máquinas e é assegurado que o pro- c) =B2*C2*D2.
cessamento desses dados não será interrompido ou dani- d) =B2*(1+(C2*D2)).
ficado caso uma ou várias máquinas parem de funcionar. e) =D2*(1+(B2*C2)).
O software vem sendo amplamente desenvolvido ao
longo dos últimos anos e novas tecnologias e ferramentas 3) (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TEC-
surgem a cada dia. Todas estas ferramentas compõem o NOLOGIA DA INFORMAÇÃO) No que se refere ao desen-
denominado Ecossistema Hadoop. volvimento de aplicações HTML e JSP, julgue os próximos
HDFS é uma sigla para High Distributed File System e itens.1Para usar o JSP com Java embutido e algumas tags
é a chave para administrar Big Data e utilizar ferramentas de marcação complexas, o programador tem de conhecer
analíticas de uma forma escalável, com baixo custo e em a fundo as complexidades do desenvolvimento de aplica-
alta velocidade. ções.
O HDFS divide os dados em pequenos blocos, os repli- a) certo
ca e os distribui em diferentes máquinas do cluster (cada b) errado
máquina é denominada node), permitindo assim o proces-
samento paralelo desses dados.

38
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

4)(LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - PROFISSIONAL JÚ- a) certo


NIOR - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - ANÁLISE DE SIS- b) errado
TEMAS) Uma certa tecnologia Java foi projetada para per-
mitir que desenvolvedores criem facilmente aplicações Web
com interfaces ricas (RIAs) que se comportem de forma 9) (CEITEC 2012 - FUNRIO - SISTEMAS DE INFORMA-
consistente em múltiplas plataformas. Essa tecnologia é a ÇÃO/INFORMÁTICA/ENGENHARIA/ADMINISTRAÇÃO/
a) JavaServer Faces. MATEMÁTICA - ETEA-AGPRFA) Em uma certa arquitetura,
b) JavaFX. o frontend executa as tarefas do aplicativo, e o backend
c) JSP. executa as consultas no SGBD, retornando os resultados
d) EJB. ao cliente. Apesar de ser uma arquitetura bastante popu-
e) JRE. lar, são necessárias soluções sofisticadas de software que
possibilitem o tratamento de transações, confirmações de
transações, desfazer transações, dentre outras funcionali-
5) (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FI- dades.
NANCEIRA II) Em um programa Java, considere a existência
de uma variável do tipo long chamada cod contendo o valor Marque a alternativa que representa essa arquitetura
1234. Para passar o valor contido nessa variável para uma que foi descrita.
variável do tipo byte chamada codNovo, deve-se fazer cas- a) Arquitetura Bando de Dados Centralizada.
ting. Para isso, utiliza-se a instrução: byte codNovo = b) Arquitetura Baseada em Computador Pessoal.
a) Byte.valueOf(cod);. c) Arquitetura Banco de Dados Distribuída.
b) (long) cod;. d) Arquitetura Banco de Dados Cliente-Servidor.
c) Byte.pasreByte(cod);. e) Arquitetura Banco de Dados Móvel.
d) (byte) cod;.
e) (cast) cod;.
10) (CEITEC 2012 - FUNRIO - SISTEMAS DE INFOR-
MAÇÃO/INFORMÁTICA/ENGENHARIA/ADMINISTRAÇÃO/
6) (MPE/PE 2012 - FCC - ANALISTA MINISTERIAL - IN-
MATEMÁTICA - ETEA-AGPRFA) Considere as proposições
FORMÁTICA) Em Python, os métodos de lista permitem uti-
abaixo a respeito de banco de dados.
lizar listas como pilhas, onde o item adicionado por último
é o primeiro a ser recuperado. Para adicionar um item ao
I - Entidades fracas não podem ter quaisquer atribu-
topo da pilha, e para recuperar um item do topo da pilha
tos-chaves. Por essa razão, são identificadas por estarem
utilizam-se, respectivamente os métodos:
associadas a entidades específicas de um outro tipo de
a) append() e pop().
entidade em combinação com alguns de seus valores de
b) insert() e top().
c) addTop() e pop(). atributos.
d) add() e get(). II - Os atributos de uma entidade que podem ser elei-
e) addItem() e top(). tos como chave primária são conhecidos como chaves-
-candidatas.
III - A terceira forma normal é baseada no conceito de
7) (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TEC- dependência funcional.
NOLOGIA DA INFORMAÇÃO) No que se refere ao desen- IV - A DDL é utilizada pelo DBA e projetistas de base de
volvimento de aplicações HTML e JSP, julgue os próximos dados para definir seus esquemas, enquanto que a DML é
itens.3No ciclo de vida de um servlet, o servidor recebe uma utilizada para realizar as manipulações.
requisição e a repassa para o container, que a delega a um
servlet. O container carrega a classe na memória, cria uma Em relação às afirmativas acima, estão corretas:
instância da classe do servlet e inicia a instância chamando a) Apenas I, II e III.
o método init(). b) Apenas I, III e IV.
a) certo c) Apenas I, II e IV.
b) errado d) Apenas II, III e IV.
e) I, II, III e IV.

8)(TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - TEC-


NOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Com relação a sistemas de 11) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
gerenciamento de banco de dados, julgue os itens seguin- GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Julgue os itens seguintes, acer-
tes.1Uma forma de se empregar o SQL para o gerenciamen- ca de conceitos de tecnologias web, como webservices,
to de bancos de dados distribuídos é por meio de replica- Ajax, XML, DHTML, CSS.4O CSS (cascading style sheets) é
ções transacionais, em que, na transactional publication, os uma linguagem de script interativa, orientada aos objetos
dados são enviados apenas para os assinantes, e, na tran- contidos em uma página HTML.
sactional publication with updatable subscriptions, as al- a) certo
terações são feitas tanto nas tabelas como nos assinantes. b) errado

39
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

12) (CNJ 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ANÁ- EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


LISE DE SISTEMAS) Em relação às tecnologias empregadas
em portais corporativos, julgue os itens que se seguem.8O 01. (POLÍCIA FEDERAL - PAPILOSCOPIS-
CSS é uma linguagem de estilo que permite separar o for- TA DA POLÍCIA FEDERAL – CESPE/2012) - Acerca
mato e o conteúdo de documentos. Entretanto, as defini- de conceitos de hardware, julgue o item seguinte.
ções do CSS não são suportadas igualmente por todos os Diferentemente dos computadores pessoais ou PCs
navegadores. tradicionais, que são operados por meio de teclado e
a) certo mouse, os tablets, computadores pessoais portáteis,
b) errado dispõem de recurso touch-screen. Outra diferença entre
esses dois tipos de computadores diz respeito ao fato
de o tablet possuir firmwares, em vez de processadores,
13) (CEITEC 2012 - FUNRIO - SISTEMAS DE INFOR- como o PC.
MAÇÃO/INFORMÁTICA/ENGENHARIA/ADMINISTRAÇÃO/ ( ) Certo
MATEMÁTICA - ETEA-AGPRFA) Em SQL, uma visão é uma ( ) Errado
relação que não está no modelo lógico do banco de da-
dos, mas que é visível ao usuário como uma relação virtual.
Firmwares não são hardwares, e sim códigos de progra-
Marque a alternativa que possui o comando utilizado para
mação existentes no próprio hardware, inclusos em chips
a criação desta visão.
de memória (ROM, PROM, EPROM, EEPROM, flash) durante
a) CREATE VIEW [NOME DA VISAO] AS [EXPRESSAO DA
sua fabricação. Sua natureza, na maioria das vezes, é não
CONSULTA].
b) CREATE VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO volátil, ou seja, não perde seus dados durante a ausência
DA CONSULTA]. de energia elétrica, mas quando presentes em tipos de me-
c) SELECT VIEW [NOME DA VISAO] AS [EXPRESSAO DA mória como PROM ou EPROM, podem ser atualizados.
CONSULTA]. Por esse motivo, os firmwares não substituem proces-
d) SELECT VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO sadores inteiros.
DA CONSULTA]. A seguir, veja alguns modelos de tablets e observe a
e) UPDATE VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRES- presença do processador em sua configuração:
SAO DA CONSULTA].

GABARITO

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2 D
3 B
4 B
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12 A no Plus, você possui muito mais interatividade e rapidez na
13 A palma de suas mãos, graças ao seu poderoso processador
A10 de 1.2 Ghz, ele consegue ser totalmente multi-tarefas
para você que se desdobra em dez durante o seu dia a
dia, podendo ler um livro, escutar suas músicas e continuar
acompanhando sua vida em redes sociais e sincronizando
e-mails. Tudo isso sem se preocupar com a lentidão do sis-
tema. Para você que precisa estar conectado a todo o mo-
mento, o PhaserKinno Plus ainda oferece suporte a modem
externo. Ele conta com uma tela touchscreen capacitiva de

40
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

7 polegadas que permite uma maior sensibilidade e leveza 02. (UFFS - TÉCNICO DE LABORATÓRIO ÁREA IN-
ao tocar na tela de seu tablet, dispensando totalmente o FORMÁTICA – FEPESE/2012)- São componentes de har-
uso das inconvenientes canelas stykus. Possui saída mini dware de um micro-computador:
HDMI, para curtir seus vídeos favoritos da internet ou de a. ( ) Disco rígido, patch-panel, BIOS, firmware,
seu computador, na sua televisão ou projetor, com entrada mouse.
HDMI. Além de acompanhar um lindo case com teclado b. ( ) RJ-11, processador, memória RAM, placa de
para utilização de tablet comparada com a de um note- rede, pen-drive.
book com grande performance. c. ( ) Memória ROM, placa de vídeo, BIOS, proces-
- Modelo: PHASER KINNO. sador, placa mãe.
- Capacidade: 4GB. Expansível para 32GB via Micro SD. d. ( ) Memória RAM, Memória ROM, Disco rígido,
- Memória: 512MB. processador, placa e rede.
- Tela:7 Polegadas capacitiva, sensível ao toque. e. ( ) Memória RAM, BIOS, Disco rígido, processa-
- Câmera:frontal 2 megapixels. dor, placa de rede.
- Conectividade: Wi-Fi - LAN 802.11b/g/n.
- Processador:Allwinner A10 de 1.0~1.2 Ghz. Já vimos a respeito de Memória RAM, Memória ROM,
- Sistema Operacional:Android 2.3.4. Disco Rígido e Processador.
Placa de rede é um hardware especificamente proje-
tado para possibilitar a comunicação entre computadores.

Placa de rede

RESPOSTA: “D”.

03. (TRE - ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) - Em


relação a hardware e software, é correto afirmar:
Tablet Multilaser Diamond NB005 8GB Android 2.3 a) Para que um software aplicativo esteja pronto
Tela 7 Polegadas para execução no computador, ele deve estar carregado
Wi-Fi HDMI na memória flash.
Informações técnicas b) O fator determinante de diferenciação entre um
Marca: Multilaser processador sem memória cache e outro com esse re-
Capacidade :8 Gb. Memória expansível até 32 GB por curso reside na velocidade de acesso à memória RAM.
cartão micro SD. c) Processar e controlar as instruções executadas no
Processador: Boxchip 1.5 GHz. computador é tarefa típica da unidade de aritmética e
Sistema Operacional: Android. 2.3. lógica.
TV e vídeo: Somente vídeo: Vídeos suportados - MKV d) O pendrive é um dispositivo de armazenamento
(H.264HP), AVI, RM/BMVB, FLV eMPEG-1/2. removível, dotado de memória flash e conector USB,
Tamanho da tela: 7 “. LCD Multi toque. que pode ser conectado em vários equipamentos ele-
Resolução: 800 x 480. trônicos.
Wi-Fi:Sim. e) Dispositivos de alta velocidade, tais como discos
Resolução: 1.3 megapixels e filmadora digital. rígidos e placas de vídeo, conectam-se diretamente ao
Localização processador.
Sensores: Sensor de gravidade: gira a tela conforme a O pendrive, por ser um dispositivo portátil, de grande
posição do tablet. poder de armazenamento e conector USB (Universal Serial
Bus) que permite sua rápida aceitação em vários disposi-
Áudio Formatos suportados: tivos de hardware, popularizou-se rapidamente. Hoje, en-
MP3, WMA, WAV, APE, AC3, FLAC e AAC. contramos pendrives de vários GBs, como 2, 4, 8, 16 e até
Duração aproximada da bateria: 512GB.
- 06 horas reproduzindo vídeo ou wi-fi ligado; A tecnologia USB está sendo largamente utilizada para
- 48 horas em standby. padronizar entradas e conectores, possibilitando um mes-
Alimentação do Tablet: mo tipo de conector para diversos tipos de equipamentos
Bateria recarregável. como mouses, teclados, impressoras e outros. Por esse mo-
tivo, os equipamentos atuais possuem uma grande quan-
RESPOSTA: “ERRADO”. tidade de conectores USB. Além disso, a tecnologia usada

41
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

por esses conectores é a Plugand Play, onde basta conectar Veja a seguir imagens ilustrativas da memória RAM.
o dispositivo para que o sistema o reconheça precisando
de poucos ou quase nenhum caminho de configuração
para poder utilizá-lo.
O tipo de memória que o pendrive utiliza - me-
mória flash - é do tipo EEPROM (Electrically-
ErasableProgrammableRead-OnlyMemory), uma
memória não volátil, ou seja, não depende da
permanência de energia elétrica para manter os dados,de
leitura e gravação. Os chips de memória flash ocupam pou-
co espaço físico, mas grande poder de armazenamento.
Veja imagens de pendrives:

Tipos de memória RAM

RESPOSTA: “A”.

05. (TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINAN-


CEIRA – FCC/2012) - Sobre os computadores é correto
afirmar:
Tipos de pendrive a) O BIOS é um software armazenado em um chip
de memória RAM fixado na placa mãe. Tem a função de
RESPOSTA: “D”. armazenar o Sistema Operacional.
b) A fonte de alimentação transforma a tensão elé-
04. (ANE - ANALISTA EDUCACIONAL – NÍVEL I – trica que entra no computador, de 240 V para 110 V,
GRAU A – INSPETOR ESCOLAR – FCC/2012) - Marco Au- pois os componentes internos suportam apenas a ten-
rélio estava digitando um documento na sala dos pro- são de 110 V.
fessores da escola ABCD quando uma queda de energia
b) Barramentos são circuitos integrados que fazem
fez com que o computador que usava desligasse.
a transmissão física de dados de um dispositivo a outro.
Após o retorno da energia elétrica, Marco Aurélio
d) Quando o sistema de fornecimento de energia
ligou o computador e percebeu que havia perdido o
falha, um estabilizador comum tem como principal ob-
documento digitado, pois não o havia gravado. Como
jetivo manter o abastecimento por meio de sua bateria
tinha conhecimentos gerais sobre informática, concluiu
até que a energia volte ou o computador seja desligado.
que perdera o documento porque, enquanto estava di-
e) Um bit representa um sinal elétrico de exatos 5
gitando, ele estava armazenado em um dispositivo de
V que é interpretado pelos componentes de hardware
hardware que perde seu conteúdo quando o computa-
dor desliga. O nome desse dispositivo é do computador.
a) memória RAM.
b) HD. (A)BIOS é a sigla do termo Basic Input/Output System,
c) memória ROM. ou Sistema Básico de Entrada/Saída. É um software grava-
d) pen drive. do na memória não volátil ou memória ROM, que é a sigla
para ReadOnlyMemory, ou Memória de Somente Leitura,
RAM – Randon AcessMemory, ou Memória de Acesso que não altera ou perde os dados com o desligamento ou
Randômico, é um hardware considerado como memória ausência de energia do computador. Esse software não ar-
primária, volátil. Ela mantém os dados armazenados en- mazena o Sistema Operacional. É o primeiro software que
quanto estes estão à disposição das solicitações do proces- é executado quando ligamos o computador.
sador, mantendo-os através de pulsos elétricos. As infor- (B)A fonte de alimentação do computador é um equi-
mações mantidas nesse tipo de memória são informações pamento eletrônico, fixada ao gabinete e ligada aos conec-
que estão em uso em um programa em execução, como tores da placa mãe e alguns drives. Fornece energia aos
no caso de textos que estão sendo digitados e não foram demais componentes da máquina. Ela transforma a cor-
salvos no disco rígido ainda. Como as informações são rente elétrica alternada (que tem o sentido variável com
mantidas por pulsos elétricos, caso haja falta de energia, o tempo) em uma corrente constante ao longo do tempo.
seja pelo desligamento do computador, seja por uma (C)Os barramentos são como vias de tráfego presentes
queda brusca que cause o desligamento inesperado do na placa mãe, por onde sinais elétricos (representando da-
equipamento, os dados presentes nesse tipo de memória dos) podem percorrer toda sua extensão se comunicando
serão perdidos. com todos os dispositivos.

42
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

(D)O estabilizador é um equipamento eletrônico exter- Em um computador, a velocidade do clock se refere ao


no ao gabinete do computador, onde os demais cabos de número de pulsos por segundo gerados por um oscilador
energia da máquina são ligados. Geralmente, o estabiliza- (dispositivo eletrônico que gera sinais), que determina o
dor é ligado diretamente na rede elétrica e tem a função de tempo necessário para o processador executar uma instru-
estabilizar a tensão desta para evitar danos ao equipamen- ção. Assim para avaliar a performance de um processador,
to devido às variações e picos de tensão. medimos a quantidade de pulsos gerados em 1 segundo e,
(E)BIT é a sigla para BinaryDigit, ou Dígito Binário, que para tanto, utilizamos uma unidade de medida de frequên-
pode ser representado apenas pelo 0 ou pelo 1 (verdadeiro cia, o Hertz.
ou falso) que representam a menor unidade de informação
transmitida na computação ou informática. RESPOSTA: “E”.

RESPOSTA: “C”.
07. (TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINAN-
06. (TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINAN- CEIRA – FCC/2012) - O armazenamento de informações
CEIRA – FCC/2012) - O processador do computador (ou em computadores é feito pela utilização de dispositivos
CPU) é uma das partes principais do hardware do com-
chamados de memória, que as mantêm de forma volátil
putador e é responsável pelos cálculos, execução de ta-
ou permanente. Entre esses dispositivos, está a memó-
refas e processamento de dados. Sobre processadores,
ria RAM ou memória
considere:
a) magnética.
I. Contém um conjunto restrito de células de me-
b) secundária.
mória chamados registradores que podem ser lidos e
escritos muito mais rapidamente que em outros dispo- c) cache.
sitivos de memória. d) principal.
II. Em relação a sua arquitetura, se destacam os mo- e) de armazenamento em massa.
delos RISC (ReducedInstruction Set Computer) e CISC
(ComplexInstruction Set Computer). A memória RAM, sigla de Random Access Memory,
III. Possuem um clock interno de sincronização que ou memória de acesso randômico, é um dispositivo
define a velocidade com que o processamento ocorre. eletrônico de armazenamento temporário de dados
Essa velocidade é medida em Hertz. que permite a leitura e escrita, ou seja, as informações
Está correto o que se afirma em ocupam lugar nessa memória enquanto aguardam serem
usadas pelo processador. Os dados da memória RAM são
a) III, apenas. representados por pulsos elétricos e são descartados assim
b) I e II, apenas. que o fornecimento de energia elétrica é interrompido,
c) II e III, apenas. seja pelo desligamento do computador, ou por uma queda
d) II, apenas. de energia. Por esse motivo, essas memórias também são
e) I, II e III. chamadas de memórias voláteis. Devido a sua importância
para o funcionamento do computador, a memória RAM é
O processador é um chip que executa instruções inter- considerada um tipo de memória principal. Existem ainda
nas do computador (em geral, operações matemáticas e outros tipos de memórias que são consideradas desse
lógicas, leitura e gravação de informações). Todas as ações grupo, como a memória ROM, sigla de ReadOnlyMemory,
estão presentes na memória do computador e requisitadas ou memória de somente leitura, onde os dados são
pelo sistema. A velocidade do processador é medida em geralmente gravados na fábrica e não são perdidos em
ciclos denominados clocks e sua unidade é expressa atra- caso de ausência de energia. Por esse motivo, a memória
vés de Hz. ROM é considerada memória não volátil.
Os registradores são unidades de memória que repre-
sentam o meio mais caro e rápido de armazenamento de
RESPOSTA: “D”.
dados. Por isso são usados em pequenas quantidades nos
processadores.
Quanto às arquiteturas RISC e CISC, podemos nos valer
08. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM
das palavras de Nicholas Carter, em seu livro Arquitetura de
Computadores, editora Bookman: MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012)-
... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en- Com relação aos fatores que podem levar ao travamen-
quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite que to aleatório em um computador:
outras operações também façam referência à memória. I. Aquecimento excessivo do processador;
Podemos citar também o autor Rogério Amigo De Oli- II. Defeito na memória RAM;
veira, que em seu livro Informática – Teoria e Questões de III. Inconstância na rede elétrica;
Concursos com Gabarito, editora Campus, fala a respeito do IV. Bateria da placamãe descarregada.
clock, da seguinte maneira:

43
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Dentre os fatores listados anteriormente, estão cor- HD é a sigla para Hard Disk e representa o hardwa-
retos re responsável pelo armazenamento das informações de
a) apenas I, III e IV. dados salvos pelo usuário, de programas instalados e até
b) apenas II, III e IV. informações presentes em memória virtual para posterior
c) apenas I, II e III. uso em processamentos de informação.
d) apenas I e II. O HD é ligado por um cabo flat ao conector IDE da
e) apenas III e IV. placa mãe. Além dessa conexão, há também a conexão do
cabo da fonte de alimentação de energia.
Dizemos que um computador está travado quando sua Se conectarmos um HD não formatado e ligarmos o
tela fica estática, impossibilitando abertura, fechamento computador, a mensagem de detecção ocorrerá normal-
ou execução de qualquer tarefa no computador. Um tra- mente, mas aparecerá outra mensagem que indica que não
vamento aleatório é aquele que não ocorre sempre em um há sistema operacional instalado.
mesmo programa ou em determinado momento do traba-
lho do computador. RESPOSTA: “E”.
I – O processador é a peça do computador responsável
pela execução lógica e aritmética das tarefas e operações
10. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM
de busca, leitura e gravação de dados do computador. A
MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012)-
entrada e saída contínua de informações transformadas
Quando o computador começa a exibir a mensagem de
em linguagem de máquina e os registradores presentes no
erro “CMOS CHECKSUM FAILURE” após ser ligado, sig-
processador são todos mantidos por pulsos elétricos e o
aquecimento é resultado da aceleração dos processadores. nifica que o usuário deve realizar
Processadores mais velozes tendem a ser mais aquecidos. a) a substituição da RAM.
Por esse motivo os processadores são utilizados sob pastas b) a troca da bateria da placamãe.
térmicas e coolers, que são apropriados para cada tipo de c) a formatação do HD.
processador. O aquecimento do processador pode causar d) a inicialização do computador.
travamentos e inclusive o desligamento inesperado da e) a operação de Boot pelo CD.
máquina.
II- A memória RAM é o hardware responsável pelo CMOS é a sigla para Complementary Metal Oxide Se-
armazenamento temporário das informações que serão miconductor, uma tecnologia usada em semicondutores
usadas pelo computador. Essas informações também são que requerem pouquíssima energia. O termo se popula-
mantidas por pulsos elétricos, o que faz com que se per- rizou com o significado de uma pequena área de arma-
cam caso haja a interrupção no fornecimento de energia. zenamento em que o sistema controla determinados pa-
Vários erros no sistema são causados por defeitos na me- râmetros de hardware como, por exemplo, o tamanho do
mória RAM como a “tela azul”, a reinicialização inesperada disco rígido, o número de portas seriais que o computador
do sistema e travamentos aleatórios. Um dos motivos des- possui e assim por diante.
ses travamentos ocorre quando o computador tenta gravar Checksum é um controlador de erro que funciona rea-
momentaneamente uma informação na RAM e não recebe lizando soma e conferência de bits.
permissão para essa tarefa devido a um defeito no local de Failure significa falha.
locação da memória, ou quando a informação não conse- Então, com a mensagem CMOS CHECKSUM FAILURE,
gue ser lida pelo processador. nós temos a informação de que houve uma falha na checa-
III – Todo o funcionamento do computador é impulsio- gem dos dados que o CMOS é responsável por armazenar.
nado pela eletricidade. Picos ou ausências dela causam de- Esses dados são preservados pela bateria da placa mãe e
feitos em hardware, problemas no funcionamento correto por esse motivo sua troca pode resolver o problema.
dos procedimentos computacionais e podem ocasionar os
travamentos aleatórios.

RESPOSTA: “C”.

09. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM


MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012) -
São vários os fatores que causam a não detecção do HD
pelo Setup. Assim sendo, todas as alternativas abaixo
são responsáveis por esse defeito, EXCETO:
a) HD com defeito físico
b) Defeito na placamãe
c) Defeito no cabo de alimentação do HD Bateria de placa mãe
d) Defeito no cabo de dados do HD
e) HD sem formatação RESPOSTA: “B”.

44
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

11. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM


MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012) -
Assinale a alternativa correta, que especifica o tempo
de reprodução de um CD, cuja capacidade de armaze-
namento é de 650 MB:
a) 70 min
b) 76 min
c) 80 min
d) 74 min
e) 84 min

CD é a sigla para CompactDisc, que pode ser um CD-


-RCompactDiscRecordable) e CD-RW (CompactDiscRecor
dableRewritable),respectivamente gravado uma única vez
e depois apenas lido e gravado e regravado.
A informação de quantos minutos a reprodução terá HD indicando os discos, motor, atuador, cabeça de leitura
em um CD de 650 MB pode ser conseguida através dos e gravação e braço
seguintes dados:
IDE é a sigla para Intergrated Drive Electronics e trata-
X = 150 KB por segundo -se dos conectores presentes na placa mãe para o encaixe
1Byte= 8 bits do cabo flat que terá uma de suas extremidades ligadas ao
1kiloByte ( kb ) = 1 024 Bytes HD ou a um drive de gravação de CD/DVD.
1megaByte(Mb) = 1 024 kb = 1 048 576 Bytes
1 gigaByte (Gb) = 1 024 Mb = 1 073 741 824 Bytes
1 teraByte (Tb) = 1 024 Gb = 1 099 511 627 776 Bytes
1 petaByte (Pb) = 1 024 Tb = 1 125 899 906 842 624 Bytes
650 MB = 665600 kb
665600/150=4437,33 (dados gravados por segundo).

Um minuto tem 60 segundos, então,4437,33/60=


73,9555 que, aproximando e devido à dízima periódica,
será equivalente a 74 minutos.
Conectores IDE em uma placa mãe
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “B”.
12. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM
MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012)- 13. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM
Todas as alternativas abaixo representam as partes de MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012)
um disco rígido, EXCETO: - Qual das alternativas abaixo NÃO representa uma tec-
a) placa controladora lógica; nologia relacionada ao padrão SATA?
b) conectores internos padrão IDE; a) Staggered Spin-UP.
c) cabeças de leitura e gravação; b) Enhanced IDE.
d) platter; c) Hot Plug.
e) componentes internos de controle do atuador. d) Link Power Management.
e) Native Command Queuing.
As imagens a seguir, retiradas do site www.infowester.
com, permitem a comprovação das opções corretas. 1. SATA é a sigla para Serial Advanced Techno-
logy Attachment.É o nome dado para uma tecnologia
empregada em HDs, unidades óticas e outros dispositivos
de armazenamento. Com essa tecnologia, a transmissão
dos bits é em série.
2. As tecnologias relacionadas ao SATA são:
3. Staggered Spin-Up: entre outras funções, permite
o trabalho com um dos discos do HD, independente de in-
terferência com outros, e melhora a distribuição de energia
entre os discos.
4. Hot Plug: recurso usado principalmente para HDs
externos ou removíveis, que permite a conexão desse hard-
HD indicando a placa lógica e o motor ware com o computador ligado.

45
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

5. Link Power Management: interfere na gestão a) DDR


da energia elétrica, fazendo com que o HD receba energia b) PCI
conforme um dos seus estados: ativo, parcialmente ativo ou c) DIMM
inativo. d) USB
6. NativeCommandQueuing:é uma tecnologia que e) AGP
permite ao HD organizar as solicitações de gravação ou lei-
tura de dados numa ordem que faz com que as cabeças se Conector USB, ou Universal Serial BUS, é um barramento
movimentem o mínimo possível, aumentando (pelo menos com uma entrada (porta-conector) única para diversos
teoricamente) o desempenho do dispositivo e sua vida útil. tipos de periféricos como teclados, mouses, impressoras e
outros. Além de simplificar a vida do usuário na hora de co-
EnhancedIDE é a sigla para EnhancedIntegrated Drive nectar os periféricos, esse padrão utiliza a tecnologia plug
Electronics, que se trata de uma outra tecnologia para dis- and play, que oferece suporte rápido para a configuração
cos rígidos, que não faz parte das tecnologias SATA. do software necessário para o funcionamento do hardware
conectado, com poucos ou nenhum clique do usuário.
RESPOSTA: “B”.

14. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM


MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012)
- Qual das alternativas abaixo especifica a menor quan-
tidade de informação que um sistema operacional con-
segue gerenciar em um disco rígido?
a) cilindro.
b) cluster.
c) trilha.
d) segmento.
e) setor.
Um cluster é a menor parte do disco rígido reconheci- Detalhes do conector USB
da pelo sistema operacional, e pode ser formada por vários
setores. Um cluster não armazena mais de um arquivo, mas
se o tamanho do arquivo exceder o tamanho do cluster, ele
será gravado em mais de um cluster.

Detalhes do barramento da placa de circuitos.

RESPOSTA: “D”.
Esquema para demonstração de cluster

RESPOSTA: “B”.

15. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM


MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012) -
Em um computador o termo barramento refere-se aos
contatos físicos que conduzem sinais entre o processa-
dor e qualquer dispositivo periférico. Assim sendo, assi-
nale a alternativa que contém o padrão de barramento
de dados que permite a conexão de vários periféricos
externos ao computador, por meio de uma única inter-
face e um único protocolo, eliminando a necessidade
de instalação de placas externas:

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