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NOME DA DISCIPLINA: Direito Trabalhista e Previdenciário

Nome do professor(a): Ivna Olímpio Lauria


UNIDADE II
DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO

I. Contrato de Trabalho e Requisitos da relação de emprego


 
A CLT, em seu art.442, define que o “contrato individual de trabalho é o acordo
tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”.

• o contrato de trabalho ocorre entre o empregado e o empregador;


• é um negócio jurídico que regulamenta as atividades a serem exercidas, o
resultado a ser obtido, e ainda, as condições deste trabalho.
• é necessário que haja um acordo de vontades, e assim sendo, tem
natureza jurídica contratual.

De acordo com Martins (2018), o contrato de trabalho é diferente da locação


de serviços, da empreitada e do contrato de sociedade e do mandato.
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DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
Os requisitos a preencher para um contrato de trabalho válido são a continuidade, a
subordinação, a onerosidade, a pessoalidade e alteridade e ainda há outros requisitos
que não são ativos ou essenciais.
1 - Continuidade – exige a continuidade da
prestação de serviços.
2 - Subordinação – indica que é o
empregador quem gerencia o trabalho do
empregado, este está subordinado àquele.
3 - Onerosidade – o contrato de trabalho
pressupõe o pagamento pelo serviço
prestado, ou seja, o recebimento de
salário pelo empregado.
4 - Pessoalidade – o contrato de trabalho é
destinado a certa pessoa, é chamado de
intuito personae.
5 - Alteridade – o empregado presta
serviços por conta alheia e não por contra
própria, poderá ter participação nos lucros
da empresa, mas não nos prejuízos.
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Empregado “é toda pessoa física que prestar serviços de natureza não


eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”.

Requisitos para que o indivíduo seja identificado como empregado:

• Pessoa física – o empregado não pode ser pessoa jurídica, ser animal ou
inanimado.
• Não eventual – o trabalho deve ser contínuo, um contrato de trato
sucessivo, não eventual, a continuidade, a habitualidade são requisitos
importantes.
• Subordinação – embora o art. 3º empregue a palavra dependência, a
subordinação do empregado ao empregador que o coordena, dirige é
requisito para a condição de empregado.
• Onerosidade – o empregado deverá sempre receber salário do empregador.
• Pessoalidade – a prestação de serviços é intuito personae, ou seja, é feita
por específica e determinada pessoa, não permitindo sua substituição
provisória.
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Existem outros tipos de empregados que não preenchem todos esses
requisitos:

1. Empregado em domicílio –faz a prestação de serviços em residência ou


escritório de família. Ex: costureira e office boy;
2. Aprendiz – é o menor de 14 a 24 anos sujeito a formação profissional
metódica de ofício em que exerça o seu trabalho;
3. Empregado doméstico – aquele que presta serviços de forma contínua,
subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou
à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por
semana, aplica-se o disposto nesta Lei;
4. Empregado Rural – considera-se empregador, rural a pessoa física ou
jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agro-econômica, em
caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e
com auxílio de empregados;
5. 5. Trabalhador Temporário –é aquele prestado por pessoa física
contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à
disposição de uma empresa tomadora de serviços; 
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6. Trabalhador autônomo – é a “pessoa física que presta serviços habitualmente


por conta própria a uma ou mais de uma pessoa, assumindo os riscos da sua
atividade econômica;
7. Trabalhador eventual – é a pessoa física que “presta serviço de natureza
urbana ou rural em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação
contratual.” Ex.: serviços em festas, conserto de instalações elétricas etc.;
8. Trabalhador avulso - é “quem presta, a diversas empresas, sem vinculo
empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento”;
9. Diretor de Sociedade - “o empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem
o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando tempo de
serviço deste período salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à
relação de emprego”;
10. Empregado público – é quem trabalha na administração pública regido pela
CLT. Ainda há o trabalhador efetivo, que deve prestar prévio concurso público;
11. Estagiário – o estágio não cria vinculo empregatício, não é empregado,
poderá receber uma bolsa, mas não receberá salários, e ainda o contrato visa a
formação profissionais, e o estagiário precisa ser aluno regularmente
matriculado.
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A CLT em seu art. 2º dá varias nominações ao empregador, vejamos:

Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,


assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige
a prestação pessoal de serviço.
 
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da
relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de
beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins
lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. (BRASIL,
1956)
 
A Empresa segundo Martins (2018), é a “combinação dos fatores de
produção: terra, capital e trabalho. Empresa é a atividade organizada
para produção de bens e serviços para o mercado, com fito de lucro”.
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Remuneração é composta pelo salário pago pelo empregador pela prestação do serviço e
ainda, gorjetas recebidas. O art. 457 da CLT versa que, “compreendem-se na
remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago
diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.”
Martins (2018) afirma que,
Remuneração é o conjunto de prestações recebidas habitualmente pelo empregado pela
prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilidades, provenientes do empregador ou
de terceiros, mas decorrentes do contrato de trabalho, de modo a satisfazer as suas
necessidades vitais básicas e de sua família. (MARTINS, 2018)

Já o salário é previsto e conceituado no art. 458 da CLT,


 Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais,
a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por
força do contrato ou do costume, fornece habitualmente ao empregado. Em caso algum
será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (BRASIL, 1943)
 
Salário é o valor pago ao empregado diretamente pelo empregado, como contraprestação
de serviços. (art, 457, CLT) § 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as
gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. (Nova redação, 2017)
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Existem elementos que devem ser considerados ao se falar sobre
remuneração.

São eles a habitualidade, periodicidade, quantificação, essencialidade e


reciprocidade.

• A habitualidade remete ao fato de que a remuneração e o salário devem ser


pagos continuamente, na prestação dos serviços.
• Na periodicidade a remuneração irá depender de alguns requisitos enquanto
o salário deverá ser pago sempre após a prestação de serviços.
• A quantificação ou a valoração da prestação de serviços é requisito
essencial para caracterizar a relação de trabalho, onde o empregado deve
saber exatamente quanto será pago pelo serviço prestado.
• A essencialidade da remuneração ou salário se dá pelo fato de não existe
relação de emprego se não houver o pagamento da prestação de serviços.
• Reciprocidade provém de ambas as partes, o empregado deve a obrigação
da prestação de serviços e o empregador deve a obrigação de pagamento
de salário.
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Suspenção e Interrupção do Contrato de trabalho

Segundo Martins (2018), os conceitos destes dois institutos podem ser


apresentados da seguinte forma:
 
Ocorre a suspensão do contrato de trabalho, para a maioria dos autores,
quando a empresa não deve pagar salários, nem contar o tempo de serviço do
empregador que estiver afastado. Na interrupção há a necessidade do
pagamento dos salários no afastamento do trabalhador e, também, da
contagem do tempo de serviços.

Cessação do Contrato de Trabalho


 
O fim do vínculo trabalhista é que extingue as obrigações entre os
contratantes, é a cessação, portanto, o término da relação de trabalho.

A Constituição em seu art 7º, I que a dispensa do trabalho não poderá ser arbitrária
ou sem justa causa e que tal matéria deveria ser tratada em lei complementar, no
entanto, tal norma nunca foi editada.
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• A Cessação do Contrato de Trabalho pode ocorrer por decisão do


empregador ou do empregado.

• Pelo empregador:
• Dispensa Sem Justa Causa;
• Dispensa Com Justa Causa;

• Pelo Empregado:
• a aposentadoria;
• a rescisão indireta;
• o pedido de demissão.
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Alguns conceitos importantes:

• Aviso prévio: comunicação que uma parte do contrato de trabalho deve


fazer à outra de que pretende rescindir o referido pacto sem justa causa, de
acordo com o prazo previsto em lei, sob pena de pagar indenização
substitutiva.
• Estabilidade - todo empregado que completasse 10 anos na mesma
empresa, o qual não poderá ser dispensado à exceção da falta grave ou por
força maior comprovada.
• Indenização - pagamento realizado pelo empregador ao empregado quando
este é dispensado sem justa causa
• FGTS é um depósito bancário destinado a formar uma poupança para o
trabalhador, que poderá ser sacado nas hipóteses previstas na lei,
principalmente quando é dispensado sem justa causa.
• A jornada trabalho é o prazo dispensado pelo trabalhador à consecução da
prestação de serviço contratada pelo empregador.
Bons Estudos

Não esqueça de fazer as atividades

Obrigada

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