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por meio
do qual um trabalhador presta serviços a outra pessoa.
Há várias espécies de relação de trabalho: relação de emprego, trabalho autônomo,
avulso, eventual, estágio, etc.
A RELAÇÃO DE EMPREGO é uma das modalidades de relação de trabalho, sendo assim,
toda
relação de emprego corresponde a uma relação de trabalho, mas nem toda relação de
trabalho é
uma relação de emprego.
Na relação de emprego, o trabalhador, que é chamado de empregado, faz jus a todos os
direitos
trabalhistas. Lembrando que a relação de trabalho é gênero do qual a relação de emprego é
espécie.
Para caracterizar uma relação de emprego, ou seja, o famoso vínculo empregatício, devem
estar presentes seis requisitos, também conhecidos por pressupostos ou elementos
fático-jurídicos,
que são:
trabalho por pessoa física; pessoalidade; não-eventualidade; onerosidade; subordinação;
alteridade.
TRABALHO POR PESSOA FÍSICA
Para que seja caracterizada a relação de emprego, o serviço deve ser prestado por uma
pessoa
física (também chamada de “pessoa natural”). se o serviço for prestado por uma
pessoa jurídica, não há relação de emprego. Os serviços prestados por pessoa jurídica são
regulados pelo direito civil, e não pelo direito do trabalho. O empregador pode ser pessoa
física ou
jurídica, mas o empregado só pode ser pessoa física.
PESSOALIDADE
De acordo com o requisito da pessoalidade, o serviço deve ser prestado pessoalmente pelo
empregado, pois ele foi contratado em razão de suas qualidades pessoais. Desse modo, o
empregado não pode se fazer substituir por outro, pois deve haver a infungibilidade, ou
seja, a
impossibilidade de substituição. dizemos que o contrato de emprego é “intuito personae” ou
“personalíssimo” com relação ao empregado. O empregado deve ser insubstituível, já o
empregador
não deve seguir essa regra, ele pode mudar sem alterar o contrato de trabalho. então:
empregado - infungível = não pode ser substituído
empregador - pode ser substituído.
mas existem algumas exceções:
substituição eventual com o consentimento do empregador e as substituições autorizadas
por lei o
norma coletiva (ex.: substituição por férias ou licença-gestante).
NÃO-EVENTUALIDADE
Para definir a não-eventualidade é preciso definir o que é um trabalho não-eventual. A CLT
não
apresenta esse conceito, por isso a doutrina desenvolveu algumas teorias para explicar o
trabalho
não-eventual.
São quatro as teorias:
1. TEORIA DO EVENTO
Segundo esta teoria, o trabalho é eventual quando o trabalhador é contratado em razão de
uma
situação, um evento específico, transitório, de curta duração.
2. TEORIA DA FIXAÇÃO JURÍDICA AO TOMADOR DE SERVIÇOS
De acordo com essa teoria, o trabalhador eventual é aquele que presta serviço a vários
tomadores,
ao passo que o "não-eventual" se porta a um único empregador, no caso, uma
única fonte de trabalho. Porém, essa teoria não é aceita pela maioria do judiciário, porque é
possível
um empregado ter vínculo de emprego com vários tomadores ao mesmo tempo, não sendo
"exclusivo" de apenas um. Na real é muito comum isso. Ex.: médico e professor.
3. TEORIA DA DESCONTINUIDADE
O trabalho avulso pode ser considerado uma modalidade de trabalho eventual, em que o
trabalhador
atua por curtos períodos de tempo, a tomadores diferentes, podendo o trabalho ser de
natureza
urbana ou rural.
Mas qual a diferença para o eventual então?
Há duas principais características que os diferenciam:
1- O trabalhador avulso atua em um mercado específico, que se relaciona a movimentação
de
cargas, principalmente no setor portuário. Os trabalhadores avulsos, são, por exemplo, os
estivadores, operadores de carga e descarga, conferentes de carga, ensacadores de
mercadorias e
vigilantes de embarcações.
2- Há uma entidade intermediária, que escala os trabalhadores avulsos para trabalharem de
acordo
com a necessidade do operador portuário, depois arrecada o valor correspondente à
prestação dos
serviços e repassa o pagamento aos trabalhadores. Essa entidade que faz a intermediação,
no caso
do portuário, é o órgão gestor de mão de obra (ogmo). Então, no trabalho avulso portuário,
há 03
envolvidos: o órgão gestor de mão de obra, o operador portuário e o trabalhador avulso.
RELAÇÃO DE ESTÁGIO
A relação de estágio é regulada pela lei 11.788/2008, que em seu artigo 1o apresenta a
definição de
estágio. O estágio visa ao complemento da formação do estudante com atividades práticas,
para que
ele exercite o aprendizado teórico e possa se preparar para o mercado de trabalho.
Embora apresente os requisitos da relação de emprego, o estágio, mesmo quando
remunerado, não
é relação de emprego. Trata-se de uma relação de trabalho em sentido amplo. Mas por
que?
Porque ele não trabalha apenas em prol da atividade empresarial, mas sim com o objetivo
de
complementar sua formação. Por não ser empregado, ao estagiário não se aplica a
legislação
trabalhista, exceto no que tange à saúde e segurança no trabalho.
O estágio pode ser obrigatório ou não-obrigatório. O estágio é obrigatório quando é definido
no
projeto do curso, sendo a carga horária requisito para aprovação e obtenção de diploma.
Nesse
caso, a concessão de bolsa é facultativa, ou seja, pode ou não haver pagamento.
O estágio não-obrigatório é desenvolvido como atividade opcional. Neste, o pagamento pelo
trabalho,
isto é, a bolsa ou outra forma de contraprestação acordada, é obrigatória, assim como o
auxílio-
transporte. Há alguns requisitos para a regularidade da relação de estágio, que são:
● matrícula e frequência regular do educando atestado pela instituição de ensino;
● celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e
a
instituição de ensino;
● compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no
termo
de compromisso;
● acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por
supervisor
da parte concedente.
Há 3 partes envolvidas na relação de estágio: a instituição de ensino, a parte concedente e
o aluno
estagiário.
ENTRE OUTRAS.
LGPD
A privacidade, honra, nome, imagem, intimidade e liberdade são direitos fundamentais. O
sigilo das
informações sempre foi uma preocupação da humanidade. Com o crescimento de novas
plataformas
de negócios, baseadas em criação de perfis de consumo para publicidade direcionada,
nossos dados
pessoais tornaram-se mais valiosos para as empresas. No Brasil, várias leis já tratavam de
algum
aspecto da proteção de dados, mas faltava uma lei específica sobre o tema que abordasse
amplamente a questão.
É nesse contexto que surge a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD – (Lei Federal
13.709), que
entrou em vigor em 18/9/2020. Seu objetivo não é eliminar a coleta e o compartilhamento de
dados
pessoais, mas disciplinar as regras do jogo. Restabelecendo ao titular o controle de suas
informações e promovendo a transparência tão necessária a todas as relações. Vale
ressaltar que a
LGPD foi inspirada na GDPR (General Data Protection Regulation), que representa a LGPD
da União
Europeia. GDPR (General Data Protection Regulation) Em termos gerais, trata-se de um
conjunto de
regras que têm força de lei e servem para normatizar as práticas de uso de informações
consideradas adequadas no ambiente eletrônico.
A QUEM SE APLICA A LGPD?
A LGPD se aplica a qualquer pessoa física, empresa, entidade privada ou pública e a órgão
público
que realize coleta e tratamento de informações, ou seja, que tenha alguma atividade em
que utilize
dados pessoais, seja por meio digital (on-line) ou físico (presencial).
Toda operação de tratamento de dados realizada em território nacional ou de pessoa
localizada no
Brasil deve observar as regras da LGPD.
A LGPD não se aplica ao tratamento de dados realizados para fins exclusivamente
particulares e não
econômicos, artísticos, jornalísticos, acadêmicos, de segurança pública e do Estado, de
defesa
nacional, fora do território e de investigação.
CONCEITOS BÁSICOS DA LGPD
TITULAR DOS DADOS:
É o proprietário dos dados, a pessoa física dona das informações coletadas e o principal
interessado
na forma de utilização e na destinação de suas informações pessoais. Você é o titular de
seus dados
pessoais!
CONTROLADOR
É quem toma as decisões relacionadas ao tratamento dos dados pessoais. Pode ser uma
entidade;
empresa privada ou pública, órgão público ou uma pessoa física.
OPERADOR
É a empresa, entidade ou pessoa física que faz efetivamente o tratamento dos dados
pessoais,
seguindo as determinações do Controlador.
Exemplo: Um banco possuí alguns clientes inadimplentes e decide transferir os dados
pessoais
desses clientes para uma empresa de cobrança. Nesse caso, o banco assume o papel de
Controlador e a empresa de cobrança, o papel de Operador.
ENCARREGADO
A Lei traz a figura do “Encarregado”, nomeado pelo Controlador, que, em linhas gerais, fica
responsável pelo atendimento ao titular dos dados, em suas dúvidas e reclamações. O
nome do
encarregado e os canais de acesso devem ser informados de forma clara, verdadeira e
visível, de
preferência no site do Controlador.
DADOS PESSOAIS
São todas as informações que possam identificá-lo ou, de alguma forma, tornar possível
sua
identificação. Todos os dados produzidos on-line ou fisicamente são considerados dados
pessoais,
tais como: nome, foto, endereço, localização, documentos, e- mail, características pessoais,
renda,
entre outros.
Observem que deixamos nossos dados pessoais em vários lugares: o cadastro que
preenchemos na
academia, curso ou escola; os registros de navegação de sites de internet; dados de GPS;
perfis que
temos em redes sociais.
DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS
São as informações sobre a sua origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião
política, filiação
a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dados relacionados à
sua
saúde ou vida sexual, dados genéticos ou biométricos. Declaração de doenças
preexistentes
preenchida na contratação de convênio médico e prontuário médico são exemplos de
instrumentos
de coleta de dados pessoais sensíveis.
DADOS ANONIMIZADOS
São dados que não permitem identificar uma pessoa, pois passaram por técnica de
tratamento em
que são removidas ou modificadas as informações que possam fazer a identificação direta
ou indireta
do indivíduo.
Exemplo de dados anonimizados: dados estatísticos em pesquisas de opinião pública. Esse
processo traz mais segurança ao tratamento de dados pessoais. Por essa razão, a Lei
Geral de
Proteção de Dados dispõe que seja feita a anonimização sempre que possível,
especialmente em
casos de utilização para políticas públicas, tratamento de dados sensíveis e estudos por
órgãos de
pesquisa. A Lei prevê, ainda, que após o término do tratamento de dados pessoais o
controlador
poderá mantê-los para seu uso exclusivo, desde que anonimizados, sendo proibido seu
acesso a
terceiros.
BANCO DE DADOS
Conjunto estruturado de informações pessoais, estabelecido em um ou em vários locais, em
meio
eletrônico ou físico. São considerados bancos de dados: o cadastro das entidades de
proteção ao
crédito, o cadastro de clientes das lojas físicas, sites ou aplicativos, o conjunto de
informações dos
usuários das redes sociais.
TRATAMENTO DOS DADOS PESSOAIS
É tudo o que é feito com os seus dados pessoais, desde a coleta, utilização, transmissão,
processamento, compartilhamento, arquivamento, até eliminação ou exclusão.
Os dados pessoais podem ser coletados on-line (dados que passamos ao comprar em um
site) e de
forma física (como o preenchimento de uma ficha cadastral para abertura de um crediário).
As empresas utilizam dados pessoais para muitas finalidades, entre as quais: direcionar
publicidade,
criar produtos e experiências personalizadas em redes sociais etc. Portanto, a coleta e o
compartilhamento de nossos dados, por si só, não são um problema; muito pelo contrário!
Podem
nos trazer inúmeros benefícios: acesso a serviços e produtos mais adequados; participação
em
pesquisas que promovam desenvolvimento científico e social; acesso a serviços públicos
mais ágeis
e integrados, entre outros. O problema está nos abusos e na falta de transparência.
CONSENTIMENTO
O consentimento é uma das possibilidades para que aconteça o tratamento de dados. É
uma
manifestação livre pela qual você concorda com o tratamento de seus dados pessoais para
uma
finalidade determinada.
Para compartilhamento dos dados, o consentimento tem que ser específico. Deve ser por
escrito ou
por outro modo que comprove que essa é sua vontade, além de estar destacado em
cláusula
separada das demais.
● Não serão aceitas autorizações genéricas para o tratamento dos dados. O consentimento
deverá ser para finalidades determinadas e não para “melhoria dos serviços” ou para
“melhorar sua experiência”, como geralmente as autorizações aparecem.
● Não se preocupe! Seu consentimento será nulo se tiver sido obtido com base em
informações falsas, insuficientes ou que não tenham sido claras.
HIPÓTESES EM QUE O SEU CONSENTIMENTO NÃO SERÁ SOLICITADO
● Para cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador. Ou seja, quando o
controlador é obrigado a coletar seus dados por exigência do poder público (Receita
Federal,
por exemplo). É importante saber que, nesse caso, a dispensa de seu consentimento deve
ser divulgada;
● Pela Administração Pública, para a execução de políticas públicas previstas em leis e
regulamentos (campanhas de vacinação, por exemplo);
● Para a realização de estudos por órgãos de pesquisa. Nesse caso, sempre que possível o
dado deve ser anonimizado, garantindo a privacidade dos titulares;
Será dispensado o consentimento somente quando a coleta for necessária para a proteção
da
criança ou adolescente. Ou, ainda, para contatar os pais ou responsáveis (utilizados uma
única vez e
sem armazenamento).
SEUS DIREITOS EM RELAÇÃO AO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
Você deve ter acesso facilitado e de forma clara, adequada e visível às seguintes
informações:
finalidade específica do tratamento; forma e duração do tratamento; identificação e
informações de
contato do Controlador; informações sobre o uso compartilhado de dados pelo Controlador
ea
finalidade; responsabilidade dos agentes que realizarão o tratamento.
Você também tem direito, de forma gratuita:
● À confirmação da existência do tratamento e o acesso aos dados;
● À correção de dados incompletos, inexatos ou desatualizados;
● Ao bloqueio ou à eliminação de dados desnecessários, excessivos ou em desacordo com
a
lei (mesmo nos casos em que seu consentimento não foi solicitado);
● À portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou produto (não inclui dados que
já
tenham sido anonimizados pelo Controlador). Você poderá solicitar cópia eletrônica integral
de seus dados pessoais para esse fim;
● À informação das entidades públicas e privadas com os quais o Controlador realizou uso
compartilhado de dados;
● À anulação de seu consentimento a qualquer momento. Para isso, o controlador deverá
disponibilizar uma maneira de você fazer isso de forma fácil. Mas, é bom esclarecer que
você
não poderá anular seu consentimento para tratamentos já realizados e para os quais tenha
sido autorizada sua conservação (obrigação legal; pesquisa; uso próprio do Controlador,
desde que anonimizados).
IMPORTANTE!
SE HOUVER VAZAMENTO DOS SEUS DADOS, VOCÊ TEM O DIREITO DE SER
COMUNICADO.
FISCALIZAÇÃO E PUNIÇÃO A QUEM DESCUMPRIR A LEI
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados - ANPD, órgão federal ligado à Presidência da
República, é responsável pela fiscalização e também por editar regulamentos e
procedimentos,
realizar auditorias, elaborar estudos, promover ações de cooperação e articulação com
outras
autoridades reguladoras, entre outras atribuições. Você poderá denunciar e registrar
reclamação
diretamente na Autoridade Nacional de Proteção de Dados ou junto às Defensorias
Públicas; aos
Ministérios Públicos e aos órgãos de defesa do consumidor. As penalidades vão desde
advertência e
multa, até suspensão do exercício da atividade de tratamento de dados. Grande parte das
situações
em que seus dados pessoais são coletados e compartilhados se dá no mercado de
consumo.
CONTRATOS
Os contratos têm como parâmetro o Código Civil (CC) vigente, Lei no 10.406, de 10 de
janeiro de
2002. Pode-se definir como um instrumento que registra os deveres e as obrigações entre
as partes,
devendo exercer e garantir uma série de princípios que norteiam qualquer tipo de relação
obrigacional em prol da execução deste acordo.
A definição de negócio jurídico propriamente qualificado que nos interessa ao estudo de
contrato é a
declaração de vontade destinada a produzir efeitos jurídicos desejados pelos agentes,
dependendo,
então, da vontade humana e da lei (MELLO, 2017, p. 33).
REQUISITOS DE VALIDADE DO CONTRATO
Para os contratos terem validade, eles precisam ter elementos estruturantes, que são
essenciais
para a sua constituição e validade na esfera jurídica, sem eles não há como produzirem
efeitos.
Quem define esses elementos estruturantes é o Código Civil.
O Código Civil não traz em seu corpo todas as permissões relativas aos contratos. Então a
análise
deve ser feita de forma negativa, ou seja, tudo que não for proibido, no sentido de causar
nulidade ou
anulabilidade do negócio, é permitido. Nos artigos 166 e 167 ele apresenta as causas de
nulidade e
no art. 171 as causas de anulabilidade.
O ato nulo já é nulo de pleno direito, e o ato anulável está esperando alguém pedir para
anular .
Faz-se a ressalva que, em matéria contratual, o objeto do contrato deve ser determinado ou
determinável, bem como deve ter algum valor econômico, direto ou indireto
Existem três espécies de formas contratuais:
a forma livre ou geral, a forma especial ou solene e a forma contratual.
a forma livre ou geral: Profissional autônomo e o cliente; compra de um carro usado.
a forma especial ou solene: Compra e venda de imóvel; Contrato de Fiança.
a forma contratual ou legal: Prestação de serviço entre cliente e empresa; Locação de
imóvel.
CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS
As características dos contratos costumam classificar os diversos tipos de contratos de
acordo com
as suas próprias peculiaridades.
1. UNILATERAIS, BILATERAIS OU MULTILATERAIS
O contrato tradicional geralmente é composto por pelo menos duas partes ou mais (bilateral
ou
plurilateral), contudo, também existe o contrato unilateral de apenas uma parte. O conceito
desse tipo
de contrato seria um negócio jurídico decorrente de declaração de uma só parte, sendo
apenas esta
parte forçada a cumprir a obrigação. Exemplos desse tipo de contrato seriam os
testamentos, os
mandatos, a instituição de fundação, os holdings, o contrato social de empresa unipessoal
etc.
2. ONEROSOS OU GRATUITOS
São aqueles contratos nos quais não há ônus correspondente à vantagem obtida. Somente
uma das
partes se obriga enquanto a outra só se beneficia. A contraposição ao contrato gratuito é
justamente
o contrato oneroso, em que há o interesse na persecução econômica, assim, tendo uma
contraprestação equivalente de forma direta ou indireta, desde que seja imediata. Ex.:
contrato de
compra e venda de imóveis, contrato de mútuo etc.
3. ALEATÓRIOS OU CUMULATIVOS
O primeiro dessa classificação é dependente da sorte, também chamado de “álea” no meio
jurídico,
pondo-se as partes contratantes por vontade própria à sorte do destino ou às
consequências dos
fatos jurídicos futuros. Ex.: aposta em jogo. Quanto ao segundo tipo de contrato, os
contratos
comutativos ocorrem quando todas as partes auferem vantagem no contrato, sendo as
desvantagens
a conta e o risco. Ex.: Contrato de locação com reajuste fixado em índice.
4. CONTRATO CONSENSUAL, FORMAL E REAL
Os contratos consensuais são os contratos em que sua constituição apenas é necessária à
vontade
dos contratantes, de forma geral, todos os contratos inserem-se nesta categoria, é uma
manifestação
clara da autonomia da vontade. Os contratos formais são aqueles contratos que a sua
forma está
prevista em lei para a sua constituição, além do consentimento das partes e da
obrigatoriedade de
sua forma escrita. O contrato real, além do aperfeiçoamento, vontade entre as partes,
conforme os
requisitos dos contratos anteriormente citados, também tem necessidade legal de obrigar
-se a
entregar a coisa acertada (COELHO, 2012).
5. CONTRATOS SOLENES E NÃO SOLENES
Quando falamos em contrato solene, estamos tratando mais especificamente dos contratos
que, para
a sua validade, a lei civilista exige uma determinada forma específica prevista legalmente.
Por outro
lado, quando tratamos de contratos não solenes, obviamente, estamos nos referindo
àqueles que
não dependem de uma forma específica que torne seu conteúdo social e juridicamente
reconhecido.
6. CONTRATOS INSTANTÂNEOS E CONTRATOS DE DURAÇÃO
O contrato instantâneo seria um contrato cuja prestação é executada imediatamente em um
só
momento, extinguindo a obrigação principal. Podendo ser de execução imediata ou
execução
diferida. Os contratos de duração se dividem em contratos de execução periódica e de
execução
contínua.
7. CONTRATOS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS
“Os contratos principais são aqueles que possuem existência original e autônoma, ou seja,
são
aqueles que não dependem de nenhum outro contrato ou obrigação para sua existência. Os
contratos acessórios são justamente o oposto, nos quais precisam de um contrato principal
para
justificar sua existência. Se o contrato principal deixa de existir , o acessório também deixa
ao
mesmo tempo.
8. CONTRATOS INTUITU PERSONAE E IMPESSOAIS
Os contratos personalíssimos ou intuitu personae, são os contratos celebrados que contêm
a
obrigação principal exclusiva à qualidade de uma pessoa, não podendo esta ser substituída
por
outra. Os contratos impessoais são justamente o oposto dos contratos personalíssimos, nos
quais
qualquer pessoa inespecífica pode executar a obrigação, podendo as obrigações serem
transferidas,
inclusive, após a morte do contratante, enquanto os contratos personalíssimos são
intransmissíveis
mortis causa.
ESPÉCIE DE CONTRATO
DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
O conceito de contrato de compra e venda é aquele contrato que o vendedor se obriga a
transferir o
domínio de algo e o comprador deve lhe pagar em dinheiro, sendo a sua forma pura e
perfeita
(simplificada) quando as partes acordarem no objeto e no preço. Contudo, é necessário
realizar uma
ressalva que “sobre imóveis de valor superior a 30 salários mínimos, classifica- se como
contrato
formal (aquele que tem elementos obrigatórios), por ser , nesse caso, a escritura pública
indispensável à validade do negócio (art . 108 do Código Civil)
1.1 OS ELEMENTOS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
Os elementos do contrato de compra e venda são divididos entre elementos objetivos
(basicamente
os elementos atinentes ao objeto do contrato) e elementos subjetivos (os elementos
atinentes às
partes do contrato).
1.1.1 O vendedor do domínio de determinado bem
Não há restrição quanto ao sujeito do contrato, podendo ser qualquer um, desde que tenha
capacidade processual e capacidade civil plena (ou parcial com representação legítima)
para assumir
o negócio jurídico de vender o bem em seu domínio. Coelho (2012) destaca o lado
patrimonial do
Código Civil, no qual se deve ter atenção aos bens vendidos entre familiares ,
especialmente entre
descendentes e ascendentes . Lembrando que nessa situação os demais herdeiros ( se
houver) e o
cônjuge (em regime de casamento universal de bem e casamento parcial) deverão anuir
com a
venda.
1.1.2 O comprador do domínio de determinado bem
O Código Civil tem um viés patrimonial, visando garantir o patrimônio do vendedor, mas sim,
impõe
mais restrições a esta parte do que ao comprador. Isso significa que qualquer sujeito de
direito pode
comprar algo, desde que tenha capacidade civil plena (ou por representação legal, nas
outras
hipóteses ) e legitimidade à referida compra, sendo caso de nulidade ou anulabilidade do
negócio
jurídico em eventual incapacidade ou ilegitimidade.
1.1.3 Da coisa (objeto do contrato)
“A coisa é o objeto do contrato de compra e venda, podendo ser qualquer coisa móvel ou
imóvel,
certo ou incerto, corpóreo ou incorpóreo, desde que o sujeito que está vendendo tenha
legitimidade e
capacidade para a venda do objeto” Conforme o Código Civil no art . 483, o objeto não
precisa estar
no patrimônio de quem vendeu no momento da assinatura do contrato, assim, ele pode ser
atual ou
futuro, porém este contrato será inexequível ( sem efeito), se o objeto não vier a existir no
futuro.
1.1.4 Do preço
Para o contrato de compra e venda, necessariamente, deve- se haver a contraprestação
pecuniária,
sendo que a entrega de qualquer coisa diversa de forma exclusiva seria considerada um
contrato de
troca (mútuo). A avaliação do preço/valor será subjetiva pelas partes individualmente ou em
comum
acordo, conforme as características e as qualidades do objeto em negociação, devendo
ambas as
partes realizarem suas ponderações pessoais a respeito do preço e vantagem econômica
que
auferem ao negócio jurídico O valor do objeto deve ser estipulado em moeda nacional
corrente, que
atualmente é o Real (excepcionalmente em moeda estrangeira quando a legi s lação
permitir).
1.2 AS OBRIGAÇÕES CONTRAÍDAS NO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
O contrato de compra e venda gera obrigações recíprocas para todas as partes, por serem
obrigatoriamente bilaterais ou multilaterais. Essas obrigações poderão ser divididas em
obrigações
principais e acessórias.
1.2.1 As obrigações do vendedor
A principal obrigação do vendedor é a transferência do domínio da coisa (propriedade) para
o
comprador, porém, em decorrência do negócio jurídico, ele também acaba por contrair
outras
obrigações , como “arcar com as despesas de tradição e com os débitos que gravem a
coisa, bem
como responder por vícios ocultos e evicção”.
Quando o bem for móvel, o cumprimento da obrigação principal de transferência se dá com
a simples
tradição, enquanto dos bens imóveis com o respectivo registro de transferência. Na venda
de bens
imóveis é importante salientar que ela pode ser ad corpus ou ad mensuram. Ou seja, se no
contrato
o vendedor especificou que a venda é da Fazenda Sinodal, a metragem dela é meramente
ilustrativa.
Devendo o vendedor entregar a Fazenda Sinodal mesmo que a metragem não seja a
mesma
especificada no contrato.
Caso a venda seja ad mensuram, o objeto contratado é uma determinada extensão de terra.
Todas
as despesas da tradição para bens móveis , como transporte, seguro, taxas etc. , conforme
o art .
490 do Código Civil, serão do vendedor, caso não haja estipulação em contrário no contrato
de
compra e venda, bem como não deve apresentar quaisquer vícios , sob pena de resolução
do
negócio ou abatimento proporcional do preço.
Outra obrigação acessória do vendedor é que ele responde por todos os débitos que o
objeto do
contrato estiver responsável até que se faça a tradição/ transferência do bem, desobrigando
apenas
se convencionado pelas partes . Por fim, há a obrigação de receber o dinheiro equivalente
ao
ajustado em contrato na data aprazada no contrato.
1.2.2 As obrigações do comprador
“Pode- se destacar as obrigações do comprador na mais pura e simples concretização da
tradição,
ou seja, pagar em dinheiro o preço ajustado e quando for o caso, arcar com as despesas de
registro
ou escritura" (COELHO, 2012, p. 323).
O pagamento do preço acordado, se não houver estipulação contratual da modalidade,
deverá ser à
vista. No caso dos bens imóveis , a obrigação de escritura e registro é do comprador, salvo
disposição contratual em contrário.