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DIREITO DO TRABALHO

4. Relação de emprego

A relação de emprego é a relação jurídica que tem como fato social original o trabalho humano
não eventual e subordinado, prestado com pessoalidade, mediante remuneração e que tem como
disciplina jurídica o conjunto de normas que compõem o Direito do Trabalho. Na relação de
emprego, o vínculo jurídico é estabelecido entre empregado e empregador e é regulado pelas
Introdução

normas jurídicas trabalhistas.


Ao contrário da relação de trabalho, que é genérica e que se refere a todas as
Relação de relações jurídicas fundadas em uma obrigação de fazer consubstanciada no
trabalho ou trabalho humano, a relação de emprego é específica, possuindo características
relação de próprias que a distinguem das demais formas de prestação de serviço. A relação
emprego? de trabalho é, deste modo, gênero, que tem, entre uma de suas espécies, a relação
de emprego.

4.1. Características

O trabalho prestado tem caráter infungível, pois quem o executa deve realizá-lo
pessoalmente, não podendo fazer-se substituir por outra pessoa (relação intuitu
Pessoalidade
personae). O que se contrata não é o serviço como resultado final, mas sim o serviço
prestado pessoalmente por alguém.
A prestação de serviço é habitual, repetitiva, rotineira. As obrigações das partes se
prolongam no tempo, com efeitos contínuos. O trabalho deve, portanto, ser não
Não eventual, o que significa dizer que o empregado se obriga a prestar serviços com
eventualidade continuidade.
O que caracteriza a habitualidade não é a prestação diária de trabalho, mas o sentido
de permanência e de prolongamento no tempo que a prestação dos serviços tem.
É a sujeição do empregado às ordens do empregador, é o estado de dependência do
Subordinação
trabalhador em relação ao seu empregador.
A relação de emprego não é gratuita ou voluntária, ao contrário, haverá sempre uma
prestação (serviços) e uma contraprestação (remuneração). A onerosidade
Remuneração caracteriza-se pelo ajuste da troca de trabalho por salário.
O fato do empregador deixar de pagar o salário não afasta a existência de
onerosidade e, portanto, não descaracteriza o contrato de trabalho.
A existência de relação de emprego somente se verifica quando todas estas características estiverem
presentes ao mesmo tempo. A ausência de um ou de alguns destes elementos caracterizadores pode
implicar a existência de uma relação de trabalho, mas jamais de uma relação de emprego.
Alguns autores ressaltam ser a alteridade um outro traço distintivo. A alteridade
Alteridade decorre do fato de que na relação de emprego os serviços são prestados por conta
alheia, ou seja, o empregador é quem assume os riscos da atividade econômica.

4.2. Sujeitos

Toda pessoa física que prestar pessoalmente serviços de natureza não eventual a
Empregado
empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,


Art. 2º,

Empregador assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a


CLT

prestação pessoal de serviço.

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4.3. Natureza jurídica

Teoria contratualista Teoria anticontratualista


A relação entre empregado e empregador decorre Nega a natureza contratual da relação de
de acordo de vontades e, portanto, é fundada em emprego. A autonomia da vontade não tem
um contrato. A relação de emprego é um negócio qualquer influência ou relevância na formação e
jurídico que se insere no âmbito da autonomia no desenvolvimento deste tipo específico de
privada. relação jurídica denominada de relação de
É a teoria que prevalece e que foi absorvida pelo emprego.
legislador trabalhista.

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