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APOSTILA 02

SEMANA 15 A 19/02

Profa.Ms. Hélen Lopes Noronha


UNIDADE II - ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
(parte 01)
1.1 Conceituação emprego e trabalho
1.2 Relação de Emprego
1.3 Empregador
1.4 Empregado

A relação de trabalho é gênero que tem entre uma de suas espécies a


relação de emprego. Portanto: TODO EMPREGADO É TRABALHADOR,
MAS NEM TODO TRABALHADOR É EMPREGADO. Logo, a existência da
relação de emprego somente se verifica quando TODAS as
características estiverem presentes ao mesmo tempo. A ausência de um
dos elementos caracterizadores pode implicar na existência de uma
relação de trabalho, mas, jamais, de uma relação de emprego. • Os
requisitos da relação de emprego são legais e cumulativos

1.1 Conceito Relação de emprego é a relação jurídica que tem como fato
social original o trabalho humano não eventual e subordinado, prestado
com pessoalidade, mediante remuneração e que tem como disciplina
jurídica o conjunto de normas que compõem o Direito do Trabalho. Na
relação de emprego, o vínculo jurídico é estabelecido entre empregado e
empregador e é regulado pelas normas jurídicas trabalhistas.

1.2 Características: A relação de emprego é específica, possuindo


características próprias que as distinguem das demais formas de
prestação de serviço. Os elementos característicos da relação de
emprego decorrem do disposto nos arts 2° e 3° da CLT e são:
Art. 2º CLT - Considera-se empregador a empresa,
individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da
atividade econômica, admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviço.
Art. 3º CLT - Considera-se empregado toda pessoa
física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante
salário. Desse modo, estando presentes todos os
requisitos previstos no art. 3º da CLT, haverá uma
relação de emprego e qualquer eventual problema,
deverá ser discutido na Justiça do Trabalho.

Desse modo, estando presentes todos os requisitos


previstos no art. 3º da CLT, haverá uma relação de
emprego e qualquer eventual problema, deverá ser
discutido na Justiça do Trabalho.

Exemplo: Um pessoa que trabalha 5 dias por semana, 40 (quarenta)


horas, sob ordens e dependência de seu empregador, além de
receber salário para efetuar seus serviços e tirar sua subsistência a
partir do mesmo.
1.3 Elementos caracterizadores da relação de emprego
a) alteridade: espelha-se na noção de que os frutos da prestação do
serviço são auferidos pelo empregador, o alter, o outro da relação de
emprego, e nunca pelo empregado. Tal constatação implica em
consequências. Desse modo, cabe ao empregador assumir os riscos da
atividade econômica, não podendo repassar ao empregado os
prejuízos, eventualmente suportados, por conta dessa condição. Nesse
sentido, uma consequência direta de tal requisito da relação de
emprego reside na impossibilidade do empregado suportar prejuízos
que culposamente tenham dado causa, sem haver disposição expressa
no contrato de trabalho, a teor do disposto no art. 462, § 1º, da CLT

b) subordinação: um estado de sujeição que une o empregado ao


empregador. Trata-se de uma subordinação jurídica, visto que a
mesma encontra seus limites no contrato de trabalho e na lei. É
caracterizada como dependência jurídica. Dessa forma, tem-se que a
mesma “não é medida pelo tempo em que o trabalhador presta serviço
ou fica à disposição do empregador, mas sim pela relação que se
mantém com o processo produtivo ou de serviços da empresa”
(JUNIOR, 2012, p. 271). Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão
do contrato de trabalho pelo empregador (obrigações contratuais)

.
1.3 Elementos caracterizadores da relação de emprego
c) pessoalidade: preceitua que o contrato de trabalho é infungível, ou
seja, se dá intuito persone. Tal requisito separa o empregado do
trabalhador avulso.Portanto, em ocorrendo a substituição com o
consentimento do empregador ocorrerá uma nova relação de trabalho
com o substituído ou se ocorrer sem consentimento do empregador,
presume-se que esse pretende o resultado do serviço, de modo a não
poder ocorrer uma relação de emprego. O contrato de trabalho é
celebrado intuitu personae em relação ao empregado. É um contato
personalíssimo e, por conta disso, além de não se admitir que o
empregado seja pessoa jurídica, a prestação de serviço deve ser
executada pessoalmente, vetada a substituição por outra pessoa.

d) onerosidade: a figura jurídica que aponta para a necessidade de ser


o trabalho remunerado, ou seja, que exista uma contraprestação; o que
diferencia, portanto, o trabalho remunerado do trabalho voluntário.
Tendo-se em mente, de outra parte, que o “critério da onerosidade não
aferido pela efetiva percepção do salário (critério objetivo), mas pelo
animus do trabalhador em percebê-lo (critério subjetivo)”

e) não eventualidade: O trabalho deve ser prestado com continuidade.


Aquele que presta serviços eventualmente não é empregado. Princípio
da continuidade da relação de emprego. Logo, o trabalho eventual
estaria configurado como: curta duração do trabalho prestado;
natureza do trabalho concernente a evento certo, determinado e
episódico, bem como a trabalho que não corresponde aos fins normais
da empresa.Ex: Contrato de safra (LEI Nº 5.889, DE 8 DE JUNHO DE
1973)

.
Art. 450 CLT - Ao empregado chamado a ocupar, em
comissão, interinamente, ou em substituição eventual
ou temporária, cargo diverso do que exercer na
empresa, serão garantidas a contagem do tempo
naquele serviço, bem como volta ao cargo anterior.

Súmula nº 159 do TST - SUBSTITUIÇÃO DE CARÁTER


NÃO EVENTUAL E VACÂNCIA DO CARGO
(incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 112 da
SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - Enquanto perdurar a substituição que não tenha
caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o
empregado substituto fará jus ao salário contratual do
substituído. (ex-Súmula nº 159 - alterada pela Res.
121/2003, DJ 21.11.2003)
II - Vago o cargo em definitivo, o empregado que
passa a ocupá-lo não tem direito a salário igual ao do
antecessor. (ex-OJ nº 112 da SBDI-1 - inserida em
01.10.1997)

Art. 10 CLT - Qualquer alteração na estrutura jurídica


da empresa não afetará os direitos adquiridos por
seus empregados.

Art. 488 CLT- O horário normal de trabalho do


empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão
tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido
de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário
integral.

.
Conceito de Empregado
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços
de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e
mediante salário.
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego
e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e
manual.

Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o


empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou
executando ordens, salvo disposição especial expressamente
consignada

Empregado menor de 18 anos


REGRA: artigo 7º, inciso XXXIII, da CF: “proibição de trabalho noturno,
perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e de qualquer trabalho a
menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14
anos”. Assim, considera-se MENOR, para fins de trabalho, ou seja, para
os efeitos da CLT, aquele que tenha idade entre 14 e 18 anos (artigo 402
da CLT). Os artigos 402 e 403 da CLT fixam a idade mínima para o
trabalho aos 16 anos e excepcionando o trabalho como aprendiz aos 14
anos.
Conceito de Empregador
Art. 2º – Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,
que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e
dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 1º – Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da
relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de
beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins
lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.
§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma
delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle
ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada
uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios,
sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do
interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação
conjunta das empresas dele integrantes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)

Súmula nº 129 do TST - CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO


ECONÔMICO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003A prestação
de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico,
durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de
mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.
Conceito de Empregador
Análise do caput do artigo 2º da CLT: Empregador NÃO é empresa –
ente que não configura, obviamente, sujeito de direitos na ordem
jurídica brasileira. Empregador será a pessoa física, jurídica ou ente
despersonificado titular da empresa ou estabelecimento. Portanto,
existe uma técnica falha ao caput do artigo 2º da CLT. Por outro lado,
não se pode negar que o termo “empresa” tem sentido funcional,
prático, de acentuar a importância do fenômeno da despersonalização
da figura do empregador, a medida que ao enfatizar a empresa como
empregador a lei indica que a alteração do titular da empresa não terá
relevância na continuidade do contrato (artigos 10 e 448 da CLT).

Análise do § 1º do artigo 2º da CLT: Do ponto de vista técnico, não existe


a figura do “empregador por equiparação”. O § 1º trata de empregadores
típicos e não empregadores por equiparação ou extensão legal. A
presença do empregador identifica-se, portanto, pela simples
verificação da presença de empregado a seus serviços, e não pela
qualidade do sujeito contratante de tais serviços.
Características do Empregador
Despersonalização: consiste na circunstância de autorizar a ordem
justrabalhista a plena modificação do sujeito passivo da relação de
emprego (empregador), sem prejuízo da preservação completa do
contrato empregatício com o novo titular. Enquanto pelo lado do
empregado, vigora a característica da pessoalidade, em relação ao
empregador predomina a impessoalidade. Efeitos práticos: Princípio da
continuidade da relação de emprego; sucessão trabalhista (artigos 10 e
448 da CLT)

Assunção dos Riscos (Alteridade): consiste na circunstância de impor a


ordem justrabalhista à exclusiva responsabilidade do empregador, em
contraponto aos interesses obreiros oriundos do contrato pactuados, os
ônus decorrente de sua atividade empresarial ou até mesmo do
contrato empregatício celebrado. Em suma, o empregador assume os
riscos da empresa, do estabelecimento e do próprio contrato de
trabalho e sua execução. Tal regra, não autoriza a distribuição de
prejuízos ou perdas aos empregados, ainda que verificados reais
prejuízos e perdas no âmbito do empreendimento dirigido pelo
respectivo empregador. Exemplo: revogação parcial do artigo 503 da
CLT pelo artigo 7º, inciso VI, da CF (só é permitida a redução de salário
perante negociação coletiva – flexibilização).
FONTES DE PESQUISA
GARCIA, Gustavo Felipe Barbosa. A nova redação da súmula n. 368 do
TST e as contribuições previdenciárias referentes a vínculo de
emprego reconhecido pela justiça do trabalho. vol. 70, n. 03, janeiro de
2006.

BRASIL. Decreto-Lei 5.452 de 1º de maio de 1943. Consolidação das Leis


do trabalho, Brasília,DF, Out. 2017.

BRASIL. Lei 13.467 de 13 de Jul. de 2017. Reforma Trabalhista,


Brasília,DF, Out. 2017.

O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após


dia – Robert Collier

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