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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

Disciplina: Direito do Trabalho I


Professora: Cláudia Glênia
JUR: 3231

MATERIAL APENAS PARA ROTEIRO DISCIPLINAR,


NÃO DEVE SER USADO COMO CONTEÚDO DE
ESTUDO, NÃO DEVE SER USADO SEM AS DOUTRINAS
E AS LEGILAÇÕES PERTINENTES
CONTRATO DE TRABALHO:

Segundo Délio Maranhão: é negócio jurídico pelo qual uma pessoa


física(empregado) se obriga, mediante o pagamento de uma contraprestação(salário), a
prestar trabalho não eventual em proveito de outra pessoa, física ou
jurídica(empregador), a quem fica juridicamente subordinado.

Para Maurício Godinho Delgado “Contrato de trabalho é acordo de vontades


tácito ou expresso, pelo qual uma pessoa física coloca seus serviços a disposição de
outrem, a serem prestados com pessoalidade, não-eventualidade, onerosidade e
subordinação ou tomador”

Alice Monteiro de Barros, afirma que é a subordinação jurídica que “...irá


distinguir o contrato de trabalho dos contratos que lhe são afins, e evidentemente , o
trabalho subordinado do trabalho autônomo.”

Assim, pode-se afirmar que o contrato de trabalho tem natureza contratual,


sendo o pacto laboral, contrato típico, nominado, com regras próprias, gênero, sendo a
espécie o contrato de emprego, que trata das relações de emprego.

Contrato individual de trabalho, dessa forma e segundo a legislação:

Artigo 442 CLT – é acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de


emprego.

Ou seja, tem por objeto a prestação de serviço subordinado e não eventual do


empregado ao empregador, mediante pagamento de salário.

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Tácito: a prestação não sofre oposição do empregador, presumindo-se que ocorreu um
ajuste entre as partes, para Sérgio Pinto Martins é um “contrato realidade”. Nesse caso
não existe o consentimento expresso, escrito ou verbal.

Assim, qualquer que seja a forma de contratação, presentes os requisitos do


vinculo de emprego, tem-se a existência jurídica do contrato de trabalho, nos moldes de
emprego.

Vale ressaltar que quase todos os autores são unânimes em afirmar que a
terminologia correta seria contrato de emprego e não contrato de trabalho.

Algumas observações devem ser analisadas:

1- A lei 11.644/2008 proíbe a exigência de experiência na contratação e o artigo


442A prevê a comprovação de experiência não superior a 6 meses na atividade.

2- Lembre que no período de treinamento o empregado está a disposição do


empregador, dessa forma conta como tempo de serviço, pois o empregado já está
subordinado ao poder diretivo da empregadora, caracterizando o vínculo.

NATUREZA JURÍDICA:

TEORIA Contratualista: considera a relação entre empregado e empregador um


contrato, pois depende única e exclusivamente da vontade das partes para a sua
formação.

TEORIA Anticontratualista: nega a existência da manifestação do empregado na


discussão das cláusulas contratuais, a inserção do trabalhador se dá em decorrência dos
desejos da produção nacional.

O direito brasileiro adota uma posição contratualista (artigo 444, 468 e 487 da CLT)

CARACTERÍSTICAS:

É contrato de direito privado.

Bilateral ou sinalagmático: obrigações recíprocas entre as partes.

Oneroso: as partes transferem direitos, existindo o pagamento de salários.

Consensual: aperfeiçoa-se com a manifestação da vontade das partes.

De trato sucessivo: As prestações são cumpridas sucessivamente – se uma parte cumpre


sua obrigação a outra estará obrigada a cumprir-la.

Também é “intuitu persoane” em relação ao empregado.

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OBS: Não é o contrato de trabalho um pacto solene, pois independe de qualquer forma
(artigo 443 CLT).

ELEMENTOS CONTITUTIVOS:

Autonomia privada – respeitando o interesse público.

Pessoalidade: obrigação personalíssima desenvolvida pelo empregado.

Continuidade.

Subordinação.

Alteridade: o empregado trabalha por conta e risco do empregador, ou seja, presta


serviço por conta alheia, não participando dos prejuízos.

Onerosidade: implica em obrigações recíprocas e transferência de direitos.

OBS: Não é necessária a exclusividade da prestação de serviços pelo empregado ao


empregador, como exemplo tem-se os artigos 138 da CLT(permite que o empregado
preste serviços em suas férias a outro empregador, ou o 414 mostra que as horas de
trabalho do menor que tiver mais de um emprego deverão ser totalizadas. Assim, o
requisito exclusividade não é essencial para demonstrar a relação de emprego.

Vale ressaltar que a fidelidade é requisito fundamental, posto não poder o


empregado divulgar dados do empregador, muito menos podendo estabelecer uma
relação de concorrência desleal.

VALIDADE(elementos essenciais):

Agente Capaz:

(artigo 7° inciso XXXIII da CF/88 e artigo 428, 408 e 439) da CLT, proíbe o trabalho
do menor de 16 anos salvo na condição de aprendiz de 14 a 24 anos, podendo o menor
firmar recibos de pagamento sem assistência, que é imprescindível na rescisão
contratual.

Objeto lícito:

• ATIVIDADE ILEGAL: O.J.S.D.I.-1 -199: objeto licito (art. 104, II, CC) . Se é
ilícito, não gera efeitos jurídicos. O inciso II do art. 166 do Código Civil dispõe
que o negócio jurídico é declarado nulo quando for ilícito o seu objeto.

Exemplos: prostituição(contrária aos bons costume); jogo do bicho(contravenção penal)

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Já nas atividades proibidas, mas lícitas os contratos produzem certos efeitos,
tendo como exemplo:

- o trabalho realizado por menor de 14 anos, é nulo mas produz efeitos, autoriza o
pagamento dos salários.

- contratação pela Administração Pública de pessoal não aprovado previamente em


concurso público.

EFEITOS: STST nº 363 – pagamento de salário e em caso de contratação pela


administração sem concurso público – resolução administrativa nº 123 de 2003 que
acrescentou o art. 19-A da lei nº 8.036 de 1990 estabelecendo ser devido o FGTS:

Forma prescrita em lei.

DA PEJOTIZAÇÃO

Este fenômeno está presente nas relações trabalhistas e é conhecido como fraude
à legislação laboral onde o empregado por determinação do empregador é obrigado a
constituir uma pessoa jurídica, para prestação de serviços no lugar de uma pessoa
física, porém inobstante a existência dessa suposta pessoa jurídica, fica evidenciado os
elementos da pessoalidade, habitualidade, onerosidade e subordinação.

Assim, verifica-se formalmente uma relação de natureza civil, quando, a na


verdade a realidade fática é uma relação de emprego. Dessa forma, temos que a
pejotização tem como escopo a descaracterização do vínculo empregatício, atuando em
fraude ao contrato de trabalho.

Ressalta que após ter sido sancionado o projeto de lei 4.302/1998 em 31/03/2017
em tese pode ocorrer o respectivo fenômeno com legitimação e sem caracterização de
fraude, vamos acompanhar como a doutrina e jurisprudência se posicionarão.

CLASSIFICAÇÃO:

Quanto a forma: Tácito artigo 442 da CLT - Expresso artigo 443 CLT.

Quanto a duração: Por Prazo Indeterminado é a regra pelo princípio da continuidade


laborativa - Por Prazo Indeterminado (artigo 443 § 1° e 2°)

A nova redação inseriu no texto do artigo 443 a prestação de contrato intermitente, que
será estudada em momento oportuno, agora vamos entender o contrato quanto a sua
duração.

CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO:

Vigência dependa de termo prefixado ou de execução de serviços especificados


ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.

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Via de regra, presume-se que o contrato foi pactuado sem limite de tempo, salvo
prova em contrario ( contrato por tempo indeterminado).

É insuficiente a vontade das partes para prefixar a limitação de tempo ao


contrato; há necessidade que as circunstancias o justifiquem.

Regra Geral - FIXAÇAO DO TERMO: art. 443, §1º, CLT.

A) Termo fixo-data : (contrato de experiência, atletas profissionais ...).

B) Termo incerto : termo previsto em função da execução de serviços previamente


especificados ou realização de determinado acontecimento (SAFRA= o final da
safra e suscetível de previsão aproximada).

Hipóteses:

I- transitoriedade do trabalho objeto do ajuste (art. 443, § 2º), não pode o termo ser
superior a 2 anos.

II- pela própria atividade empresarial, em razão do contrato sujeito a prova, não
pode o termo ser superior a 2 anos.

III - lei de estimulo a novos empregos (lei nº 9.601 de 1998), máximo de 2 anos,
dentro deste período pode ser prorrogado sucessivas vezes, sem se transformar em
contrato por prazo determinado.

Obs.: em relação ao contrato por tempo determinado por incentivo a novos empregos :

• Somente pode ser estipulado em CCT ou ACT, devidamente depositado no


MTe;

• dispensam-se as exigências do art. 443, § 2º, CLT ( O contrato de trabalho por


prazo determinado só será válido quando: serviços de natureza transitória,
atividade empresarial de caráter transitório e contrato de experiência);
• o numero de trabalhadores devem ser inferiores a 50% da média mensal dos
admitidos por tempo indeterminado;

• redução do FGTS neste caso para 2%.

• No caso de rescisão afasta-se o art. 479 (pagamento pelo empregador a titulo de


indenização por metade da remuneração a que ainda faria jus o empregado) e
480 da CLT( indenização pelo desligamento antecipado do empregado).

• o contrato poderá ser prorrogado indefinidamente afastando o art. 451 da CLT


(prorrogação do contrato por prazo determinado por mais de uma vez, passa a
vigorar por prazo indeterminado), mantendo-se os limites do art. 452 (período de
carência de 6 meses entre um contrato e outro) e 445 ( limite de 2 anos);

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• inexiste a multa de 40% do FGTS.

IV- determinação legal (técnico admitido para trabalhar no Brasil, em caráter


provisório, recebendo em moeda estrangeira – Lei 691/69), como não existe alusão
quanto a renovação destes contratos, podem segundo alguns doutrinadores, como
Octávio Bueno, serem renovados indefinidamente.

V - Contrato de Experiência:

Tem por prazo máximo 90 dias, admitida uma prorrogação dentro desse prazo (S
TST 188).

Para que serve?


Pode ocorrer nova contratação? Limite de 6 meses (artigo 452 CLT)

Caso ocorra um acidente ou uma gravidez no período de experiência, mesmo


sendo um contrato a termo, devida a estabilidade provisória ( Lei 8.213/91 em seu
artigo 118).

Duração:

1- prazo máximo de 02 anos(artigo 445 da CLT) admitindo uma única


prorrogação(artigo 451 da CLT) sendo exigida uma cláusula expressa de
prorrogação, não podendo exceder o limite legal temporal;

2- entre dois contratos por prazo determinado é exigido um lapso de tempo de seis
meses(artigo 452 da CLT);

3- a lei fixa prazos máximos – não podem exceder a 02 anos; sendo que, o de
experiência não pode exceder 90 dias,

4- o desrespeito ao prazo máximo conduz a automática modificação do contrato


(Novação – consiste na criação de uma obrigação nova com o fim de extinguir
uma anterior);

5- outros efeitos podem gerar a novação: ser submetido o contrato a termo a mais
de uma prorrogação, não podendo ser feita além do prazo legal e quando o
pacto for seguido por outro contrato a prazo, antes de seis meses da conclusão
do primeiro.

CLÁSULA ASSECURATÓRIA DO DIREITO RECÍPROCO DE RESCISÃO


ANTECIPADA

A prevista no artigo 479 da CLT com obrigação a quem der motivo a rescisão
antecipada do contrato, será obrigado a indenização da metade a remuneração a que

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teria direito até o término. Porém as partes podem inserir no contrato a cláusula em
questão para que possam rescindir o contrato a qualquer tempo sem o pagamento da
indenização, porém paga-se o aviso prévio. (STST 163).

DA OBRIGATORIEDADE DE ANOTAR A CTPS – CARTEIRA DE


TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL

Conforme o artigo 13 qualquer atividade cujo o vinculo seja de emprego deve ter
o empregado sua CTPS anotada, inclusive os contratos por prazo determinado.

O prazo da assinatura é de 48 horas segundo o artigo 29 CLT.

TABELA RESUMIDA

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LIVRE ESTIPULAÇÃO :

O artigo 444 da CLT afirma que podem ser objetos de livre estipulação das
partes, salvo o que não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos
contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes,
e a reforma inseriu o § único que maximizou a regra em questão, ao equiparar os
acordos individuais realizados com empregado portador de diploma de nível superior e
que perceba salário igual ou superior a duas vezes o limite dos benefício previdenciário,
ao acordo coletivo de trabalho, flexibilizando com isso a regra do artigo, também
inserido pela reforma, 611A .

Ou seja, caso o empregado esteja nas condições acima dentro do contrato, o


acordo individual terá força de acordo coletivo e prevalecerá sobre a lei, entre outras
normas, o que poderá flexibilizar em muito as relações laborais, haja vista que o
acordado em:

I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites


constitucionais;
II – banco de horas anual;
III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos
para jornadas superiores a seis horas;
IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei nº
13.189, de 19 de novembro de 2015;
V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição
pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se
enquadram como funções de confiança;
VI – regulamento empresarial;
VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho;
VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas
pelo empregado, e remuneração por desempenho individual;
X – modalidade de registro de jornada de trabalho;
XI – troca do dia de feriado;
XII – enquadramento do grau de insalubridade;
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença
prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho;
XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente
concedidos em programas de incentivo;
XV – participação nos lucros ou resultados da empresa.

OBS: cada inciso será analisado em momento oportuno.

SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO:

Capítulo IV, do Título IV da CLT. Obs: em ambos não há cessação do contrato


de trabalho.

A suspensão é a cessação temporária e total da execução e dos efeitos do


contrato de trabalho.

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- Não há o trabalho temporariamente, porém nenhum efeito produz em seu
contrato de trabalho, suspensas as obrigações e direitos, ou seja, o empregado fica
afastado, não recebendo salário, nem conta-se seu tempo de serviço

Ex: .Aborto criminoso, auxilio doença por mais de seis meses, embora descontínuos,
aposentadoria por invalidez, empregado eleito para o cargo de diretor(STST 269),
encargo público(vereador...) artigo 472 da CLT, intervalos(§2 do artigo 71 CLT)

Na interrupção (artigo 473 CLT) há a cessação temporária e parcial dos efeitos


do contrato de trabalho, uma vez que, são produzidos efeitos em seu contrato de
trabalho.

- O empregado é remunerado normalmente, embora não preste serviço, contando-


se inclusive o tempo de serviço.

Ex: Licença remunerada, aborto não criminoso (artigo395 CLT) duas semanas de
descanso com pagamento pela previdência,..Auxilio doença(artigo 467, §3 do artigo 60
da Lei 8.213/91), acidente de trabalho, aviso prévio indenizado, férias, intervalos dos:
digitadores(artigo72), mineiros(artigo298 ), Lockout(paralisação iniciativa do
empregador Lei 7.783/89), RSR, salário maternidade.

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem


prejuízo do salário: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)

I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge,


ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua
carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência
econômica; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; (Inciso


incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira


semana; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de


doação voluntária de sangue devidamente comprovada; (Inciso incluído
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor,


nos têrmos da lei respectiva. (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)

VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do


Serviço Militar referidas na letra c do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de
agosto de 1964 ( Lei do Servico Militar ). (Incluído pelo Decreto-lei nº
757, de 12.8.1969)

VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de


exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior.
(Inciso incluído pela Lei nº 9.471, de 14.7.1997)

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VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer
a juízo. (Incluído pela Lei nº 9.853, de 27.10.1999)

IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de


representante de entidade sindical, estiver participando de reunião
oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.
(Incluído pela Lei nº 11.304, de 2006)

X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames


complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou
companheira; (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos
em consulta médica. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

Em relação a alteração do contrato de trabalho, esta não pode ser unilateral, sob
pena de nulidade conforme artigo 468 da CLT, que prevê a licitude das alterações das
condições contratuais apenas por mútuo consentimento e não podendo causar prejuízo
ao empregado, podendo ser econômica ou não, necessitando de prova inequívoca a
existência do prejuízo.

Deve ser levando em consideração que pequenas modificações fundamentais para


o empregador e que não exista justificativa razoável do empregado quando a
anuência não caracteriza ilicitude da alteração.

Ainda dentro desse tópico é importante lembrar que o artigo 461 em seu § 4º
estabelece que o empregado pode ser readaptado em nova função por motivo de
deficiência física ou mental atestada, nesse caso não indicaria uma alteração unilateral
de contrato não podendo o empregador reduzir o salário obreiro.

A Alteração legislativa alterou o artigo 468 da CLT, ele tinha um único


parágrafo, o qual foi renomeado para § primeiro e acrescentado o § 2º.

A mudança revogou a súmula 372 do TST que determinava a incorporação do


valor da função exercida por dez anos ou mais, ou seja o parágrafo retirou o direito a
manutenção do pagamento da gratificação de função, independentemente do período
recebido, alguns autores já estão entendendo a alteração como recuo social, portanto
inconstitucional.

Em relação a transferência do local de trabalho, reza o artigo 469 da CLT que é


vedada a mesma sem anuência do empregado, sendo que se essa transferência não
acarretar mudança do domicílio do obreiro, não significa alteração contratual, sendo
lícita.

Em caso de existir previsão contratual de possibilidade de transferência ou deve


ocorrer a comprovação da necessidade do serviço, não excluindo a percepção do
adicional previsto o artigo 469 §3º da CLT, nunca inferior a 25% dos salários do

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empregado, no caso de mudança provisória, pois em se tratando de mudança definitiva
o empregado não terá direito ao adicional e sim ao reembolso das despesas resultantes
da transferência (artigo 470 CLT).

Já a STST 43 afirma que a transferência de local da prestação de serviço de que


trata o artigo 469 da CLT é abusiva quando não comprovada a necessidade do serviço,
podendo o empregado pleitear judicialmente o restabelecimento da condição anterior
conforme artigo 659, IX da CLT.

Também sobre esse assunto, a STST 29 preceitua que quando transferido dentro
do mesmo município e para local mais distante de sua residência o empregado terá
direito ao suplemento salarial correspondente ao acréscimo da despesa de transporte.

Quando existir previsão contratual da transferência provisória, esta não exclui o


direito ao adicional de transferência (OJ SDI 1 113 do TST ).

Em se tratando de alteração decorrentes da estrutura da empresa por força dos


artigos 10 e 448 da CLT esta não afetará o direito adquirido do empregado, pois neste
caso o que ocorre é a sucessão de empresas onde a sucessora assume as obrigações da
empresa sucedida.

BIBLIOGRAFIA

CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do Trabalho. São Paulo:


Saraiva.
MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Direito do trabalho
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao direito do trabalho
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Direito do trabalho
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho.
CASSAR, Vólia Bonfim. Direito do Trabalho.
BARROS, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho.
BASILE, César Reinaldo Offa. Duração do trabalho a direito de greve.
VENEZIANO, André Horta. Direito e processo do trabalho.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho.

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